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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM

PORTUGAL

A gravidez na adolescência é, tal como o nome indica, a gestação de um novo ser


humano enquanto a mãe é adolescente. Está é considerada uma gravidez de alto
risco devido às preocupações que traz à mãe e ao recém-nascido, a gravidez nesta
faixa etária pode levar a problemas sociais e biológicos.
Atualmente, Portugal tem a 8ª maior taxa de gravidez na adolescência na União
Europeia, dados que nos demonstram que nos últimos anos se registou uma
significativa redução no número de casos: no ano 2001, Portugal registou a 2ª maior
taxa de gravidez na adolescência entre os 15 países fundadores da UE.
Ainda que a maternidade na adolescência seja cada vez menor em Portugal, a
situação continua a ser um problema, visto que acarreta consequências negativas
para as vidas daqueles que são atingidos, em especial para a vida da mãe, do pai da
criança e da própria criança. Estas consequências - a nível biológico-psicológico,
social, educacional e económico - são geralmente muito mais significativas quando
consideramos os jovens provenientes de meios carenciados, onde outras
vulnerabilidades coexistem.

Quais as causas da gravidez na adolescência?


Ás principais causas da gravidez na adolescência podem ser associadas a diversos
fatores, contudo, podem incluir:
→ Falta de orientação - Apesar de haver muitas informações acerca das
consequências da gravidez na adolescência, muitos jovens, sobretudo as
raparigas, encontram-se mal aconselhadas. Muitas delas têm conhecimento
relativamente à existência da pílula, mas sentem-se envergonhadas de
consultar um médico e descobrir qual é a mais adequada ao seu corpo. Outras
têm medo de que o contracetivo seja prejudicial para a saúde ou para a
estética delas e acabam por não o utilizar.
→ Isso não vai acontecer comigo- A tendência de acreditar que só acontecem
coisas más aos outros não é exclusiva dos adolescentes, mas ocorre
maioritariamente a eles. Por conseguinte, são muitos os jovens que
consideram que ter um filho é algo muito distante que jamais lhes irá ocorrer.
É fundamental que a culpa não seja atribuída apenas à rapariga: é igualmente
dá responsabilidade do rapaz possuir um preservativo e estar preparado para
o utilizar.
→ No calor do momento- Normalmente o ato sexual não é planeado e ambos
não estão equipados com um preservativo. A probabilidade de "parar tudo"
para procurar um, de sair para comprar um preservativo, ou mesmo de se
adiar o ato, é quase zero.
→ Medo de perder o namorado- Muitas raparigas inseguras sentem receio ou
vergonha de exigirem que o seu companheiro use um preservativo. Por isso,
de modo a não correrem o perigo de perder o seu namorado, aceitam ter
relações sexuais desprotegidas.
→ Pílula do dia seguinte- Por receio (ou preguiça) de tomar a pílula do dia
seguinte, muitas raparigas tomam a pílula do dia seguinte como um método
contracetivo, ingerindo-a depois de cada ato, o que é um erro muito grave. A
pílula do dia seguinte, para além de ser uma bomba hormonal, tem sua
eficiência reduzida com o uso periódico.

Quais as consequências da gravidez na adolescência?


Assim como já foi referido, a gravidez na adolescência continua a ser um problema,
visto que acarreta consequências negativas tanto para a gestante quanto para o
bebé, e pode ter efeitos físicos, psicológicos, e socioeconómicos, entre outros.

Consequências Físicas:
Dado que a mulher não está totalmente preparada fisicamente para uma gravidez,
há uma maior possibilidade de um parto prematuro, rompimento precoce das
membranas e aborto espontâneo. Além disso, existe a possibilidade de perda de
peso, anemia, aumento da pressão arterial, doença hipertensiva, sendo esta uma
importante causa de morbilidade e mortalidade materno-perinatal.

Consequências Psicológicos:
A grande maioria das raparigas em gestação precoce não estão preparadas
emocionalmente para serem mães, sendo assim comum o desenvolvimento da
depressão, não só durante a gravidez como também no pós-parto. Pode igualmente
ocorrer uma diminuição da auto-estima e problemas afetivos entre a mãe e o filho.
Estas dificuldades tornam muitas vezes impossível para os pais cuidarem da criança,
e são muitas vezes os avós que arcam com esta responsabilidade.

Consequências Socioeconómicos
É bastante comum a mulher, durante e após a gravidez, precisar abandonar os
estudos ou o trabalho, uma vez que pode ser muito difícil conciliar tantas
responsabilidades, além de sofrer muitas vezes uma enorme pressão da sociedade,
da própria família. A maternidade nesta etapa da vida normalmente detém o
percurso para a vida adulta, encurtando muitas vezes a formação escolar,
conduzindo os jovens ao desemprego e, em consequência, à pobreza.

A interrupção da gravidez em Portugal


Em Portugal, o aborto é legalizado desde 2007, por escolha da mulher grávida, até à
10ª semana de gravidez, mas o período de tempo que pode interromper a gravidez
aumenta em determinadas situações que se encontram na seguinte ligação: Aborto
em Portugal | profemina
Em 2010 e 2011 Portugal registou o ponto mais alto dos abortos, com 20.000
registos em cada ano, mas após isto, esse número tem vindo a diminuir. Ainda que as
mulheres portuguesas se encontrem no 8º lugar com a taxa de gravidez adolescente
mais elevada da UE, Portugal encontra-se entre os países com a taxa de aborto
menos elevada.
No ano 2021, Portugal registou o menor número de interrupções (11.640) desde a
sua legalização em 2007, com uma queda superior a 40% nos últimos 10 anos.
No nosso país, 30% das mulheres tiveram a interrupção da gravidez pela primeira vez
entre os 17 e 24 anos de idade.
A faixa etária com maior número de interrupções de gravidez e com maior incidência
continua a ser a faixa etária dos 20-24 anos, seguido da dos 25-29 anos,
prosseguindo a tendência decrescente do número de interrupções de gravidez
efetuadas por adolescentes, como indica o relatório da DGS.

O lado negativo do aborto na vida da mulher


O aborto tem consequências graves na vida emocional da mulher. As causas
principais para o aborto ser a opção escolhida para muitas mulheres são a escassez
de recursos para criar os filhos, traumas relacionados com uma gravidez de estupro,
ausência de problemas psicológicos, ou o abandono pelo parceiro.
E frequentemente esta situação resulta ainda em problemas psicológicos mais graves
devido ao sentimento de culpa, ao medo de ser julgado pelas pessoas, ou o
arrependimento. Em Portugal, as clínicas de aborto prestam aconselhamento social e
psicológico prévio ao aborto. Após o aborto, ainda são recomendadas consultas de
seguimento.

A falta de uma figura paterna


Geralmente, o pai é o responsável pelo desenvolvimento das capacidades vitais da
criança. Na ausência de um pai, a criança poderá tornar-se mais suscetível à
ocorrência de problemas psicológicos no futuro.
Tal situação não significa necessariamente que uma criança que tenha crescido na
ausência de um pai, venha desenvolver quaisquer perturbações psicológicas, mas
sim que tem uma maior tendência a desenvolver algum transtorno psicológico,
sobretudo na idade adulta.

As complicações que podem eventualmente existir:


→ Ser mais inseguro;
→ Não desenvolver as aptidões adequadas para viver na sociedade;
→ Não ser capaz de cumprir as leis ou de respeitar as autoridades;
→ Criar um sentimento de inferioridade.
No entanto, calma mesmo se tiver crescido com um pai ausente, isso não quer dizer
que desenvolva qualquer dos problemas mencionados anteriormente, e mesmo se
tiver desenvolvido qualquer um deles, como por exemplo um distúrbio de
personalidade indesejado, poderá mudar isso. Da mesma forma que aprendeu,
poderá "desaprender" caso siga os passos certos.

Álcool e drogas na gestação


A ingestão de álcool durante a gravidez é grave e prejudicial para a mulher, mas
principalmente para o bebé, que poderá sofrer danos não negligenciáveis. Mesmo
quantidades pequenas de álcool podem afetar o desenvolvimento do feto e
aumentar o risco de aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso à nascença.
Assim como o álcool, as drogas também são absolutamente de evitar durante a
gestação. "Todas as sociedades científicas recomendam que as mulheres que
esperam um filho, ou que desejam tê-lo, se abstenham completamente de consumir
estas substâncias porque as drogas, como o álcool, atravessam a placenta. põem em
risco a vida e a saúde do feto que pode ter sintomas de abstinência ao nascer".

Juno (Filme)
O filme "Juno" retrata a trajetória de um adolescente de 16 anos que se depara com
uma gravidez não planeada após uma única relação sexual com um amigo da escola.
Inicialmente, Juno considera interromper a gravidez. No entanto, perante o
ambiente em que o aborto ocorreria e influenciada pelas considerações de outra
adolescente que protestava contra a prática, ela decide eventualmente ter o bebé e
entregá-lo para adoção. Nos anúncios publicitários de um jornal, ela encontra um
casal que pretende adotar um bebé e, com base na descrição e fotografia, decide
encontrar-se com eles e organizar os procedimentos para o parto do bebé.

https://youtu.be/K0SKf0K3bxg

BIBLIOGRAFIA
→ https://trabalhador.pt/gravidez-na-adolescencia-causas-e-principais-consequencias/
→ https://www.tuasaude.com/gravidez-precoce/
→ https://www.mulher.com.br/familia/gravidez-e-bebes/gravidez-na-adolescencia-principais-
causas
→ https://www.mymodernparents.com/pt/alcool-e-drogas-na-gravidez-os-riscos-para-a-
mulher-e-o-bebe
→ https://www.vempensarpsi.com.br/post/2023/08/19/filme-juno-analise-sistemica
→ Números de abortos em Portugal é o mais baixo desde a legalização (dn.pt)
→ Portuguesas entre as que menos abortam - Política - Correio da Manhã (cmjornal.pt)
→ Portugal com 11.640 abortos em 2021, o menor número desde a legalização da IVG -
Renascença (sapo.pt)
→ Disponíveis informações sobre locais para fazer aborto legal (rtp.pt)
→ A influência da figura paterna no desenvolvimento da personalidade e as consequências de
crescer com um pai ausente - Psiconlinews
→ Aborto em Portugal | profemina

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