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Gestação de médio e alto

risco

Enf. Maria Mariana


Gestação

A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser vista


pelas gestantes e equipes de saúde como parte de uma
experiência de vida saudável envolvendo mudanças
dinâmicas do ponto de vista físico, social e emocional.
Entretanto, trata-se de uma situação limítrofe que pode
implicar riscos tanto para a mãe quanto para o feto e há
um determinado número de gestantes que, por
características particulares, apresentam maior
probabilidade de evolução desfavorável, são as chamadas
“gestantes de alto risco”.
Gestação de Alto Risco
Gestação de Alto Risco "é aquela na qual a vida ou a saúde
da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores
chances de serem atingidas que as da média da população
considerada". (CALDEYRO-BARCIA, 1973).
Pré - Natal


Avaliação dinâmica dos fatores de risco.


Prontidão para identificar problemas e atuar na resolução
do mesmo


Tentativa de impedir situações de incompatibilidade com a
vida do feto e da gestante.


A ausência de controle pré-natal, por si mesma, pode
incrementar o risco para a gestante e/ou feto.
Avaliação deve ser constante

É importante alertar que uma gestação que está


transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer
momento, durante a evolução da gestação ou durante o
trabalho de parto. Portanto, há necessidade de
reclassificar o risco a cada consulta pré- natal e durante o
trabalho de parto. A intervenção precisa e precoce evita os
retardos assistenciais capazes de gerar morbidade grave,
morte materna ou perinatal.
fatores geradores de risco gestacional


Existem vários tipos de fatores de risco gestacional.

Podem estar presentes antes mesmo do período
gestacional

Por isso, a importância do planejamento familiar e
aconselhamento pré- concepcional

A identificação dos fatores, permite orientação às que
estão vulneráveis.

é importante que as mulheres em idade reprodutiva,
especialmente aquelas em situações de vulnerabilidade,
tenham acesso aos serviços de saúde e oportunidade de
estar bem informadas e na melhor condição física possível
antes de engravidar
fatores geradores de risco gestacional

• Os fatores de risco gestacional podem ser prontamente


identificados no decorrer da assistência pré-natal.

• Os profissionais de saúde devem estar atentos a todas as


etapas da anamnese, exame físico geral e exame gineco-
obstétrico e podem ainda ser identificados por ocasião da
visita domiciliar, razão pela qual é importante a coesão da
equipe.
Os principais fatores de risco gestacionais presentes
anteriormente à gestação se dividem em:


Características individuais e condições sociodemográficas
desfavoráveis,


História reprodutiva anterior,


Condições clínicas preexistentes,
Fatores de risco ou complicações no decorrer
da gestação, gerando uma gravidez de alto
risco:


Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos.


Doença obstétrica na gravidez atual.


Intercorrências clínicas.
Gestação na adolescência
A Adolescência, em si, não é fator de risco para a gestação. Há,
todavia, possibilidade de risco psicossocial, associado à aceitação
ou não da gravidez (tentou interrompê-la?), com reflexos sobre a
vida da gestante adolescente que podem se traduzir na adesão
(ou não) à conduta preconizada durante o acompanhamento pré-
natal. O profissional deve atentar para as peculiaridades desta
fase e considerar a possível imaturidade emocional,
providenciando o acompanhamento psicológico quando lhe
parecer indicado. Apenas o fator idade não indica procedimentos
como cesariana ou episiotomia sem indicação clínica. Cabe
salientar que, por força do Estatuto da Criança e do Adolescente,
além da Lei nº 11.108/2005, toda gestante adolescente tem
direito a acompanhante durante o trabalho de parto, no parto e
no pós parto, e deve ser informada desse direito durante o
acompanhamento pré-natal.
Características individuais e condições
sociodemográficas desfavoráveis

Idade maior que 35 anos;

Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos*;

Altura menor que 1,45m;

Peso pré- gestacional menor que 45kg e maior que 75kg
(IMC<19 e IMC>30);

Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos;

Situação conjugal insegura;

Conflitos familiares;

Baixa escolaridade;

Condições ambientais desfavoráveis;

Dependência de drogas lícitas ou ilícitas;

Hábitos de vida – fumo e álcool;

Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária,
rotatividade de horário,

exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos,
estresse.
História reprodutiva anterior:

Abortamento habitual;

Morte perinatal explicada e inexplicada;

História de recém-nascido com crescimento restrito ou
malformado;

Parto pré-termo anterior;

Esterilidade/infertilidade;

Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que
cinco anos;

Nuliparidade ou grande multiparidade;

Síndrome hemorrágica ou hipertensiva;

Diabetes gestacional;

Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais cesáreas
anteriores).
Condições clínicas preexistentes:

Hipertensão arterial;

Cardiopatias;

Pneumopatias;

Nefropatias;

Endocrinopatias (principalmente diabetes e
tireoidopatias);

Hemopatias;

Epilepsia;

Doenças infecciosas (considerar a situação epidemiológica
local);

Doenças autoimunes;

Ginecopatias;

Neoplasias
Fatores de risco durante a gravidez

1- Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos.


2. Doença obstétrica na gravidez atual:

Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico;

Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;

Ganho ponderal inadequado;

Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;

Diabetes gestacional;

Amniorrexe prematura;

Hemorragias da gestação;

insuficiência istmo-cervical;

Aloimunização;

Óbito fetal.
3. Intercorrências clínicas:

Doenças infectocontagiosas vividas durante a presente gestação (ITU, doenças do
trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.);

Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação (cardiopatias,
endocrinopatias).
Todos os profissionais que prestam assistência
a gestantes devem estar atentos à existência
desses fatores de riscos e devem ser capazes
de avaliá-los dinamicamente, de maneira a
determinar o momento em que a gestante
necessitará de assistência especializada ou de
interconsultas com outros profissionais.
A equipe de saúde deve estar preparada para enfrentar
quaisquer fatores que possam afetar adversamente a
gravidez, sejam eles clínicos, obstétricos, ou de cunho
socioeconômico ou emocional. Para tanto, a gestante
deverá ser sempre informada do andamento de sua
gestação e instruída quanto aos comportamentos e
atitudes que deve tomar para melhorar sua saúde, assim
como sua família, companheiro(a) e pessoas de
convivência próxima, que devem ser preparados para
prover um suporte adequado a esta gestante.
A equipe de saúde que irá realizar o seguimento das
gestações de alto risco
deve levar em consideração continuamente:

● Avaliação clínica,
● Avaliação obstétrica

● Condições clínicas da gestante e gravidez

● Parto

● Aspectos emocionais e psicossociais


O acolhimento da gestante pela equipe de
saúde, independentemente dos fatores acima
relacionados e despido de julgamentos, além
de qualificar a assistência, possibilitará o
estabelecimento de vínculos, maior
responsabilização pelo processo de cuidado, e
o manejo sobre situações de vulnerabilidade
relacionadas ao processo saúde - doença,
sejam elas individuais, sociais e até mesmo
programáticas.
Vamos para a atividade!

Pesquise um fator de risco e descreva as


principais condutas de uma equipe de
enfermagem no cuidado à gestante de alto
risco, de acordo com a referência
bibliográfica enviada pela professora.
Referências

● http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/m
anual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf

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