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Normas Clínicas e Operacionalização do

Processo de Transição para o Dolutegravir


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE
22-26 de Outubro 2018
DIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE ITS-HIV/SIDA
Apoio Psicossocial e Prevenção
Positiva (APSS&PP)
Objectivos da Aprendizagem

No fim desta unidade os participantes deverão ser capazes de:

• Explicar o apoio psicossocial e prevenção positiva;

• Descrever as principais mensagens de adesão e inicio ou mudança das


normas clínicas para os pacientes
Conteúdo da Apresentação

• Introdução ao APSS & PP

• Objectivos do APSS & PP

• Principais mensagens para o Aconselhamento


Mudança de linha
Novas normas Clinicas
Grupos focais (MG e Lactante/Crianças expostas/Crianças e Adolescentes/TB-
HIV/PPE)
Apoio Psicossocial (APSS)

Definição

Conjunto de intervenções que visam apoiar os pacientes com patologias crónicas e


os seus familiares no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento da doença
e melhoria da qualidade de vida.

Componentes
• Educação
• Aconselhamento
• Avaliação de risco
Prevenção Positiva
Definição
• Prevenção da transmissão do HIV centrada nas pessoas que sabem que são HIV
positivas como principais actores , com vista a prevenir novas infecções pelo HIV e a
promover atitudes de respeito pelas pessoas seropositivas nas unidades sanitárias e
na comunidade.
Componentes
1. Comportamento Sexual
2. Revelação do Sero-estado e Testagem do parceiro
3. Adesão ao TARV
4. Prevenção de ITSs
5. PF, gravidez segura e PTV
6. Consumo do álcool e outras drogas
7. Referência aos serviços de apoio comunitário.
Objectivos do APSS & PP

• Oferecer intervenções que visam resgatar recursos internos do paciente de modo a se

reconhecer como agente principal da sua própria saúde

• Avaliar a prontidão do paciente para o inicio ou mudança de linha terapéutica

• Garantir a Adesão e Retenção dos pacientes


Quem deve prover cuidados de APSS & PP?

• Todo provedor de saúde devidamente capacitado em apoio


psicossocial e prevenção positiva e que atende PVHIV na Unidade
Sanitária e na comunidade.
Alterações das Linhas Terapêuticas
Alterações das Linhas Terapêuticas

• O País passa a contar com 2 novos MARVs desde agora:

oDolutegravir

oAtazanavir/ritonavir

• Os MARVs em uso até agora, continuam a ser utilizados


Porque da introdução das novas linhas

A substituição irá ocorrer pois traz vantagens para os pacientes:


1. Diminuição de efeitos colaterais
2. Esquemas mais duradouros e seguros
3. Menos comprimidos
4. Baixa toxicidade
5. Redução do risco de infecções graves relacionadas ao HIV em e consequente redução
nas taxas de mortalidade
6. São mais dificeis para o virus desenvolver resistência ao tratamento
Como deve ser o aconselhamento
para Mudança de Regime
Terapêutico?
1. Guiar o paciente no processo de mudança

2. Explicar ao paciente as razões da mudança do regime de tratamento

3. Avaliar as predisposições do paciente para a adesão ao novo regime e

preparar o paciente para o novo regime


Importante!!!
• Em todo o processo de aconselhamento o foco das
mensagens deve responder as necessidades reais do
paciente

• A mudança de regime será sempre avaliada pelo clinico


Como Explicar ao Paciente a Mudança do Regime
Terapéutico Relacionado às Novas Normas?
• “Houve uma mudança no regime de TARV a nível nacional. Esta mudança
surge com o aparecimento de tratamentos mais eficazes, fáceis e com
menos efeitos colaterais que facilitam a adesão ao TARV”
• “Somente o clínico pode decidir como será feita a mudança de regime de
tratamento para o paciente”
• “Nem todos os pacientes mudarão de regime, neste momento (Fase I) será
prescrita apenas nos seguintes casos:
• Novos inícios de TARV em pacientes homens com co-infecção TB/HIV (TB sensível)

• Homens e mulheres HIV+ e que vão iniciar tratamento para TB resistente


Mulheres Grávidas e Lactantes
Principais mensagens
• Tomar medicamentos tal como são prescritos pelo provedor de saúde
• O tratamento é necessário pois é eficaz e benéfico para a saúde da mãe e da
criança

• Praticar sexo seguro durante a gravidez e a amamentação (demonstração do uso


dos preservativos e oferta dos mesmos)

• Dar parto na maternidade e frequentar a consulta pós parto

• Aderir a consulta de planeamento de familiar nas datas marcadas


Principais mensagens
• Dar a profilaxia anti-retroviral ao bebé

• Aleitamento materno exclusivo durante os primeiros 6 meses

• A medicação de tradicional pode interferir no TARV – abordar este assunto sempre com os pais e

cuidadores e reforçar o aspecto de não parar com o TARV e não misturar os medicamentos

• Levar o bebé para a consulta de criança em risco (CCR) e fazer o teste de HIV no 1º mes

Se for co-infectada e tiver TB resistente deverá ser seguida em 2 locais:

• Seguimento e tratamento de HIV e TB na paragem unica de PNCT

• Seguimento da gravidez na consulta pre-natal


Crianças Expostas
Principais mensagens aos Pais e Cuidadores
• Dar profilaxia anti-retroviral e CTZ ao bebé

• Dar aleitamento materno exclusivo durante os primeiros 6 meses

• Levar o bebé para a consulta de criança em risco (CCR) e fazer o teste de HIV no 1º
mes

• Levar o bebé para a US sempre que a consulta for marcada ou que sentir
necessidade

• A medicação de tradicional pode interferir no TARV – abordar este assunto sempre


com os pais e cuidadores e reforçar o aspecto de não parar com o TARV e não
misturar os medicamentos
Aconselhamento ao cuidador para assegurar que o
bebé tome a dose de medicamento recomendada
Grânulos Orais
Pode-se:
• Administrar os grânulos com alimentos liquidos (água e
leite) ou semi-sólidos (papinha, iogurte, purés, sopas).

Não se de deve:
• Ingerir a cápsula;
• Tomar com sumos;
• Misturar os grânulos no recipiente com o volume todo do
alimento sob risco da criança não acabar (não tomar a
dose toda);
• Misturar os grânulos com a colher;
• Esmagar, mastigar e dissolver os grânulos,
Aconselhamento ao cuidador para assegurar que o
bebé tome a dose de medicamento recomendada
• Deve-se garantir que todos os grânulos fiquem na
colherinha (sem perda);
• Os grânulos devem ser ingeridos por inteiro (não
esperar que eles se dissolvam);
• Após a administração da medicação deve-se dar de
mamar ou dar a papinha de modo a garantir que o
bebé ingula todos os grânulos;
• É importante que o bebé tome a dose certa;
• Administrar a medicação logo após a sua preparação;
Aconselhamento ao cuidador para assegurar que o bebé
tome a dose de medicamento recomendada
• É importante que o bebé tome a dose certa
• Apos ter administrado cada colherinha verificar que na
boca do bebé não haja nenhum granulo
• Em caso a criança não querer tomar ou em caso vomitar,
tente administrar um número inferior de grânulos
• A admnistração dos granulados preparados com o liquido
e a comida deve acontecer logo após a preparação.
• Não deve-se preparar os grânulos com a comida e deixar
para usar mais tarde
• Não usar uma quantidade ecessiva de papinha ou
liquido: use uma quantidade que o bebé possa engolir
sem cuspir
Crianças e Adolescentes

By: Luciano Felix, Brazil.


Conduta com os pais e cuidadores

• Envolva os pais e cuidadores (sessões individuais e conjuntas com a

criança/adolescente)

• Sugira sempre o envolvimento de um segundo cuidador

• Aconselhe sobre o inicio do processo de revelação de Diagnóstico e assinatura do

termo de consentimento
Conduta com a Criança e Adolescente

• Avalie o conhecimento da criança sobre a doença ou idas a US

• Avalie a necessidade de inicio do processo de RD

• Procure saber do apoio familiar, vida social, escolaridade e planos

para o futuro
Conduta com a Criança e Adolescente

• Elabore em conjunto o plano de adesão (Horários das tomas e uso do

caminho da vida)

• Disponibilize serviços personalizados (ajuste aos horários da

escola/SAAJ)

• Refira para grupos de apoio ou modelos diferenciados de cuidados


Introdução de Dulotegravir para os Pacientes
co-infectados TB/HIV
Principais mensagens
• Os pacientes com TB devem ser diagnosticados e tratados o mais cedo possível

• Para os contactos/conviventes confirmados com TB é importante mobiliza-los para


a testagem do HIV

• A Tuberculose deve ser também rastreiada nos restantes membros da família,


contactos e sobretudo as crianças

• Uma pessoa que tenha tuberculose e não esteja a fazer tratamento pode passar a
doença a outra pessoa
Principais mensagens (2)

• A adesão ao tratamento visa reduzir o risco de agravamento da infecção pelo HIV e

diminuir a transmissão da TB na família/ comunidade/ unidade sanitária

• Todos pacientes com TB/HIV devem fazer o TARV

• O TARV deve ser introduzido pelo menos duas semanas após o início do tratamento

para TB, quando o paciente esteja estabilizado


Conduta com o paciente TB/HIV

• Prover aconselhamento de adesão em todas as consultas

• Prover aconselhamento de preparação para saída da paragem única

• Reforçar a importância da adesão ao TARV

• Explicar que o término do tratamento de TB não significa que irá parar o TARV

• Informar que será referido ao serviço de doença crónica e garantir acompanhamento

intersectorial sempre que possível


Conduta com o paciente TB/HIV

Toda mulher com TB deve fazer PF pois a TB e os medicamentos para


tratar a TB podem:

• Causar Interação medicamentosa prejudicial

• por em risco a saúde e desenvolvimento do bebé

• Por em risco a saúde da mãe


Mensagens específicas para o DTG

• Pode-se tomar com ou sem alimentos

• O paciente mantém o regime após o término do tratamento com


tuberculose

• 2 semanas após o fim do tratamento de TB- o TARV fica simplificado (1 única


toma diária de TLD de manhã)

• Se esquecer ou atrasar a toma, tome o comprimido assim que se recordar


(não duplicar a dose caso se recorde no horário da toma seguinte
Profilaxia Pós Exposição
Para quem?
1. Exposição Ocupacional – Trabalhador de saúde que sofre accidente
no ambito do trabalho, a partir de paciente fonte HIV+ ou com
seroestado desconhecido

2. Não ocupacional: qualquer indivíduo que reporta uma exposição


sexual com indivíduo HIV+ ou com seroestado desconhecido
• Violência Sexual
• Sexo consensual
Principais mensagens (1)

A PPE deve iniciar quando:


• O teste rapido de HIV é negativo na pessoa exposta
• Dentro dos 1os 3 dias apos o exposicao
• A duração da profilaxia (toma de medicamentos) é de 28 dias e o
paciente deve continuar o seguimento durante 6meses
• A adesão das pessoas para completar os 28 dias de uso dos ARV é
essencial para a maior efetividade da profilaxia
• A testagem para o HIV deve ser feita aos 30,90,180 dias após a
exposição se o utente for negativo
Principais mensagens (2)
• Respeitar o calendário das visitas a US e reportar efeitos secundários
sempre que estes aparecerem
• Manter medidas de prevenção à infecção pelo HIV:
Usar a dupla proteccão para evitar a infecção do parceiro e evitar a
gravidez (uso de preservativos em todas as relações sexuais e PF)
durante o periodo de seguimento (180dias)
não partilhar seringas e agulhas
não doar sangue
Para o caso de mulheres que estejam a amamentar, a mãe deve
continuar a amamentar
Aconselhamento para os efeitos
colaterais
"Todos os medicamentos podem causar efeitos colaterais, mas os

mesmos variam de pessoa a pessoa"

"Algumas pessoas podem ter um ou mais efeitos colaterais, enquanto

outras não terão nenhum"


• É importante consciencializar os pacientes dos possíveis efeitos colaterais tais
como:

Dor de cabeça (cefaleia), náusea, diarreia, insónia (falta de sono), tontura,


vómito, erupção cutânea (feridas na pele, comichao e borbulha), dor e
desconforto abdominal

• Muitos destes efeitos surgem nos 1os dias e são passageiros e desaparecem ao
fim de algumas semanas

• Nestes casos o paciente deve ser aconselhado a não parar com a medicação e
dirigir-se a US sempre que for necessário
 Em caso de efeitos colaterais neuropsiquiatricos (problemas de
memoria,concentração, depressão, tentativas de suicidio,sonolencia,
tontura, pesadelos...)

• o paciente deve ser referido para consultas clinicas para avaliação e se


for necessário também para consultas de saúde mental
Em todas as consultas avalie sempre (1)
Factores psicossociais que podem interferir na Adesão:
• Recusa de resultado positivo
• Doença (quando o paciente sente-se muito doente)
• Não acredita no TARV
• Posologia e modalidade da admnistração (principalmente para as crianças)
• Muitos comprimidos
• Melhoria no tratamento
• Apoio familiar
• Sinais de depressão/ansiedade/VBG/consumo de alcool e outras drogas
Em todas as consultas avalie sempre (2)
Factores psicossociais que podem interferir na Adesão:

• Revelação ao parceiro/familia

• Efeitos colaterais

• Estigma e discriminação/Aspectos culturais e tradicionais

• Para os que mudaram o esquema terapeutico rever como está sendo a toma diária
da medicação

• Dar enfase a melhoria VS continuar o TARV

• Alimentação
Em todas as consultas avalie sempre (3)
A adesão ao TARV:
• Avalie no ultimo mês quantas tomas o paciente esqueceu

• No caso de esquecimento, ou algum atraso nas tomas reforce sempre que vale mais
atrasar que não tomar
• Tomar duas doses na mesma hora pode significar efeitos secundários

• No caso de esquecimentos frequentes (todos os meses) avalie com mais


pormenores as causas e refira caso seja necessário para consultas clinicas e se
necessario de saúde mental

• No caso de viagens: aconselhe o paciente a informar a US e solicitar a medicacação


para o periodo em que estiver ausente;
Mensagens Chave
• É Importante que em todas as consultas se ofereça o APSS aos pacientes
• Os factores psicossociais devem ser sempre avaliados de modo a avaliar
possiveis razões para a não adesão
• A revelação de diagnóstico é importante para a adesão das crianças e
adolescentes
• Quando elegiveis todos pacientes devem ser referidos para os grupos de
Apoio e MDS
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE
DIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE ITS-HIV/SIDA

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