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SINAIS E SINTOMAS AVALIADOS COM O AIDI

Introdução
O guião de AIDI, intencionalmente não abrange todas as condições
patológicas das crianças;
Contudo aborda as causas mais comuns de mortalidade e morbilidade de
crianças abaixo dos 5 anos, mediante o contexto epidemiológico do
país;
Patologias abrangidas no AIDI
Inclui as seguintes condições patológicas:
• Infecções respiratórias agudas: das vias aéreas superiores e inferiores,
incluindo a Tuberculose;  As diarreias incluindo a desidratação; 
Meningite;Sépsis;  Malária;  Sarampo;  Infecções dos ouvidos; 
Malnutrição;  Anemia;  HIV.
Os sinais e sintomas abordados no AIDI incluem:

• Sistémicos: febre;

• Respiratórios: tosse seca ou produtiva, aguda ou crónica, dificuldade respiratória;

• Gastroentéricos: diarreia com ou sem sangue, vómitos, há quanto tempo tem


diarreia, desidratação e suas características como olhos encovados, prega cutânea
positiva, letargia; anorexia, falta de vontade de comer;

• Estado nutricional: desidratação, desnutrição, edema;
Cont.

Neurológicos: alterações do estado de consciência, convulsões, rigidez da nuca;


Hematológicos: palidez das mucosas e palmoplantar; 
Dermatológicos: erupções da pele, palidez; 
Ouvidos: secreções e dor dos ouvidos tumefação retroauricular; 
Sinais de suspeita infecção pelo HIV: pneumonia ou pneumonia grave ou doença muito
grave, diarreia persistente ou diarreia persistente grave, infecção aguda do ouvido com
secreções ou infecção crónica do ouvido, peso muito abaixo ou malnutrição grave;
Candidíase oro-esofágica, dermatite crónica, linfadenopatia persistente e generalizada.
Sinais e sintomas de perigo

Para criança de 2 meses até aos 5


anos de vida:
• Inconsciência ou Letargia;

• Convulsões no momento da
consulta;
• A criança não consegue beber ou
mamar, ou bebe muito mal.
Sinais de perigo respiratórios

• Retracção subcostal e estridor


em repouso;

• FR >40/min em idade de 1 a 5
anos; FR >50/min em idade de
2 a 12 meses;

 Estridor - Som produzido quando a criança INSPIRA


Sinais de perigo gastrointestinais
• A criança tem vómito e vomita tudo que ingeriu;
• Olhos encovados
• Sinal de prega: a pele volta muito lentamente, mais de 2 segundos,
ao estado anterior.
• Diarreia há 14 dias ou mais com desidratação
Sinais de perigo de meningite: febre e qualquer sinal geral de perigo ou
rigidez da cabeça;

Sinais de perigo para sarampo: criança com sarampo no momento da


consulta ou nos últimos 3 meses e com opacificação da córnea ou
úlceras alastradas na boca;

Sinais de perigo para infecções dos ouvidos: tumefação dolorosa atrás


da orelha, secreção purulenta e dor no ouvido;
Sinais de perigo para desnutrição
• Edema em ambos os pés OU

• Peso para altura <70% da mediana = a P/A < - 3DP OU

• Perímetro braquial <11 cm OU

• Peso muito baixo para idade (<60% Percentil) OU

• Emagrecimento muito acentuado;

Sinais de perigo de anemia


• Palidez palmoplantar, e das mucosas graveValores normais de Hb:
RN_________ 13,5 a 19,6 g/dl
Até 12 meses _________ 11 a 13g/dl
Crianças acima 12 meses _____ 11,5 a 14,8g/dl
Em caso de Lactente de 0 semana a 2
meses, os sinais de perigo
Sinais de perigo neurológicos:
• Convulsões;
• Fontanela abaulada;
• Letárgico ou inconsciente o Movimenta-se menos que o normal;
• Não pega o seio;
• Não consegue sugar;
• Flacidez ou rigidez generalizadas.
Sinais de perigo respiratórios
• Respiração rápida (>60 por minuto);
• Respiração lenta: FR <30 expirações por minuto;
• Retracção subcostal grave;
• Adejo das asas do nariz;
• Gemidos.
Sinais de infecção grave ou potencialmente grave

• Secreção purulenta do ouvido;


• Vermelhidão umbilical que se alastra à pele;
• Febre (37,5° C na axila, ou acima, ou está quente ao toque) ou
• Temperatura corporal baixa (inferior a 35,5° C na axila ou está fria
ao toque) ou que não sobe depois de se fazer o reaquecimento;
Cont.
• Pústulas no corpo, generalizadas
• Icterícia mais acentuada
• Secreção purulenta nos olhos, olhos avermelhados e com edema.
CONSULTA DE CRIANÇA EM RISCO

Ѐ a consulta, presente em cada Centro de Saúde, para as crianças que têm um


problema (de saúde ou social) que pode prejudicar seu desenvolvimento normal,
tornado a criança mais vulnerável;
Indicações para referir uma criança a
CCR
• Crianças com crescimento insuficiente; 
• Crianças com desnutrição aguda moderada ou grave, sem complicações;
• Crianças expostas ao HIV ou seja nascida de mãe infectadas pelo HIV ou com
suspeita de ser exposta ao HIV (caso a mãe tenha morrido e não há confirmação
do diagnóstico de HIV); 
• Crianças em contacto com tuberculose pulmonar;
• Recém-nascidos com peso à nascença inferior a 2500g;
• Gémeos.
Cont.

• Crianças com idade inferior a 6 meses em aleitamento


artificial;

• Crianças desmamadas com idade <12 meses (que pararam o


aleitamento materno ou que nunca mamaram ao peito);

• Crianças com atraso do desenvolvimento psicomotor;

• Criança com história de internamentos múltiplos ou por


doença grave;

• Crianças órfãs.
Conduta na CCR
Atendimento a Criança com Crescimento Insuficiente ou Desnutrição -
conduta:

• Desnutridos agudos graves (referir para internamento);


• Classificar o estado nutricional, através da avaliação de curva de crescimento,
presença de edema, medição de peso, em crescimento insuficiente, desnutrição
aguda ou crónica;
• Investigar a presença de condições clínicas que expliquem a falência de
crescimento ou desnutrição aguda, e tratar a criança ou referi-la.
Atendimento a Criança com Crescimento Insuficiente ou
Desnutrição

Os critérios de alta incluem:P/E ou


IMC/idade ≥-1DP em 2

pesagens consecutivas após 3


meses de seguimento;
Atendimento da criança exposta ao HIV
Aas crianças expostas ao HIV recebem os devidos cuidados até os
primeiros 18 M de vida, ou até o diagnóstico definitivo/exclusão de
HIV, que incluem:
• História clínica da mãe sobre a sua infecção pelo HIV: PTV, TARV,
estadiamento OMS; 
• História clínica recente da criança, incluindo informações sobre alimentação
infantil, vacinação, contactos com TB e internamentos recentes; 
• Exame físico completo;
• A profilaxia com cotrimoxazol (CTZ) , Nevirapina (NVP) ou
Zidovudina( AZT)
Cont.
• Os testes diagnósticos para a confirmação ou exclusão da infecção
pelo HIV;
• O aconselhamento da mãe sobre a alimentação em caso de
amamentação ao peito ou artificial e sobre o desmame;
• Referência para o serviço de TARV caso o teste seja positivo ou para
o nível superior, caso haja sinais de alarme.
Atendimento da criança exposta ao HIV
Alta para o seguimento na CCS:
• Teste rápido negativo aos 9 meses e quando a criança não está em aleitamento materno há
mais de 2 meses e não tem nenhum sintoma sugestivo de infecção pelo HIV;
• Teste rápido para HIV negativo aos 18 meses ou 2 meses depois do desmame.

Alta para o Serviço Doença Crónica ou outra consulta que oferece TARV na U.S:
• PCR positivo em qualquer idade;
• Teste rápido para HIV positivo em crianças ≥ 18 meses de idade.
Atendimento a Crianças com Peso Inferior a 2,5Kg à nascença, Gémeos,
Crianças com desmame antes de 12 meses e/ou em Aleitamento Artificial

Conduta;
• Investigar a presença de doenças crónicas na família,
• Exame físico;
• Aconselhamento sobre a alimentação;
• Aconselhar e eventualmente testar para HIV todas as crianças cujo estado
serológico seja desconhecido;
• Dar multivitaminas;
• Referir em caso de presença de sinais de perigo, peso <2 kg, história de contacto
com TB, peso estacionário ou em declínio em 2 controlos sucessivos.

Alta: Idade superior a 6 meses e aumento de peso em 2 controlos consecutivos e


nenhuma outra condição de risco
Atendimento a Crianças em Contacto com Tuberculose Pulmonar
Seguimento das crianças ou RN expostos à TB que não tenham iniciado tratamento
específico:
• Avaliação do estado clínico e eventual aparência de sinais e sintomas sugestivos de
TB e crianças em profilaxia com Isoniazida;
• Controlo do peso, do crescimento e do estado clínico das crianças, avaliação de
sinais/ sintomas suspeitos de tuberculose;
• Avaliação dos efeitos secundários a Isoniazida; 
• Assegurar-se de que a família está a cumprir com o tratamento: Isoniazida e
piridoxina ou multivitaminas; 
• Referir para o nível superior em caso de crianças em tratamento profiláctico que
desenvolvam 1 ou mais sinais/sintomas suspeitos de doença activa; ou complicação
do tratamento/ com INH.

Alta: Dois anos após o início do seguimento no CCR


Atendimento a Crianças Órfãs
Conduta a ter:
• Investigar, se possível, a presença de doenças infecciosa na família (HIV e TB),
condições de risco para violência doméstica (sexual, psicológica, física);
• Controlar o calendário de vacinação, administração de mebendazol e vitamina
A;
• Avaliar a qualidade da dieta e aconselhar sobre a alimentação; 
• Conduzir um exame físico: controlo do crescimento, desenvolvimento
psicomotor, estado clínico geral;
• Fazer aconselhamento e testagem para HIV a todas as crianças cujo estado
serológico seja desconhecido; 
• Avaliar a necessidade de encaminhar o caso à acção social;
Cont.
• Referir para o nível superior em caso de presença de sinais de
alarme, história de contacto com TB, atraso do desenvolvimento
psicomotor, falência de crescimento, criança identificada como
infectada pelo HIV.

Alta: Idade superior a 6 meses e aumento de peso em 2 controlos


consecutivos.
Atendimento a crianças com atraso do desenvolvimento
psicomotor e Crianças com história de internamentos múltiplos
ou por doença grave
Além de incluir os cuidados de rotina como o exame físico e a avaliação de
sinais de perigo deve focalizar os seguintes aspectos:
Investigar as condições socioeconómicas da família aonde a criança vive e
avaliar a necessidade de encaminhar o caso à acção social;
Avaliar as práticas de alimentação, esenvolvimento psicomotor e sua
evolução;
Controlo do calendário de vacinação e testagem para O HIV;

Alta: Idade superior aos 5 anos; estas crianças, caso não tenham recuperado e
precisarem de ser seguidas após os 5 anos, serão referidas para a consulta com o médico

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