E a psicologia entrou

no hospital
Uma experiência em saúde materno infantil

Por Isabel Biondo 14 jun 2023

CONTEXTO HOSPITALAR
• O nascimento de um bebê prematuro é marcado pelo trauma do nascimento de risco e pode
trazer prejuízos na maternidade, afetando a relação mãe-bebê.

• Na UTI neonatal, os pais encontram-se impossibilitados de exercer a função materna e

paterna

• A mãe não está em um estado de preocupação materna primária como Winnicott nomeou,
mas num estado de preocupação médica primária (Agman, Druon & Frichet, 1999).

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AMBIÊNCIA MATERNIDADE (NEONATOLOGIA)

UTIN UCINCo UCINCa

Unidade de Terapia Unidade de Cuidado Intermediário Unidade de Cuidado Intermediário
Intensiva Neonatal Neonatal Convencional Neonatal Canguru
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Quando o bebê vai para
a UTI Neonatal?
Nascidos antes de 9 meses de gestação ou
de baixo peso – com menos de 2,5 Kg.

(BRASIL, 2011)

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O olhar da Psicologia na UTI Neonatal

• RN ficam ligados a sensores, monitores, tubos, respiradores, fios, aparelhos com luzes, ruídos e alarmes que
tocam a cada intervalo de tempo determinado, sinalizando as condições físicas e fisiológicas de saúde;

• Hospitalização do RN em uma UTI Neonatal: experiência tensa/traumática → frustação de

expectativas, dos genitores, de um filho saudável.;

• Momento de dor/sofrimento: quando os profissionais da saúde não levam isso em consideração, notificando
o fato ao paciente e aos familiares de maneira pouco empática – pode agravar ainda mais a situação
emocional dos envolvidos.

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• Gestação: expectativas quanto ao nascimento de
uma criança saudável às dores e às incertezas +
culpa, autodepreciação, fracasso e impotência

• Internação do RN na UTI Neonatal- ansiedade

materna

• Sintomas de depressão e ansiedade maternos têm

sido apontados como fatores de risco ao
desenvolvimento da criança

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GRUPO TERAPÊUTICO NA UTIN
O psicologo que atua na unidade neonatal está comprometido
com a escuta do sujeito e as manifestações de sua dor. Oferecer
um espaço de escuta para os pais dentro da unidade neonatal é
importante para que eles tenham um lugar onde expor sua dor,
raiva, medo, culpa. Porém, não se trata apenas de uma catarse,
mas poder simbolizar esse sofrimento e dar um outro lugar a
esse filho

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CASO CLINICO MARGARET

Margaret, 22 anos, sexo feminino, casada, do lar. Reside com o marido.

Renda familiar de um salário mínimo (R$1320,00).

Parto prematuro, gemeas univitelinas, internadas na UTIN, 31 semanas

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CONHECENDO A PACIENTE

FATOS RELEVANTES NA INTERNAÇÃO

• Morte do pai no inicio da sua gestação • Gemêas internadas na UTIN

• Marido preso no meio da gestação • Dificuldades na amamentação

• Gravidez de risco • Morte de uma das gemêas

• Relação conturbada com sogra • Puerpério
• Parto traumático

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INTERVENÇÕES NÍVEL HOSPITALAR

• PLANO TERAPÊUTICO SINGULAR

• CONTRARREFERÊNCIA PARA ATENÇÃO ESPECIALIAZADA

• ACOMPANHAMENTO E ESCUTA QUALIFICADA

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Papel da psicologia

• A partir da escuta analítica,foi possível falar sobre o nascimento do filho, marcado pela urgência

e pelo risco de morte, em um momento em que ela ainda estava vivenciando essa situação e
lidando com os diversos conflitos presentes na unidade neonatal.

• Acredita-se que o grupo contribuiu para elaboração e significação da história vivida.

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Referências bibliográficas
BAPTISTA, M. N.; DIAS, R. R.; BAPTISTA, A. S. D. Psicologia hospitalar: teoria, aplicações e casos
clínicos. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018, 250 p.

BRASIL, Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações

Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém nascido: guia para os profissionais
de saúde. Brasília, 2011. Volume 1

BRASIL. Portaria n° 11, de 07 de janeiro de 2015. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Diário Oficial da

União, Brasília, DF, ano 2015, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.

FONTANA, Fernanda, et. al. Perfil dos recém-nascidos prematuros atendidos no seguimento ambulatorial em
uma cidade do sul do Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 2, p. 01- 12, fev. 2021

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