Você está na página 1de 17

CURSO:

CUIDADOR INFANTIL

Senac Goiás
Capacitar-se
Depressão, Baby Blues e Psicose puerperal
Depressão Pós-Parto

• A Depressão Pós-Parto (DPP) é um quadro clínico severo e agudo que requer


acompanhamento psicológico e psiquiátrico, pois devido à gravidade dos sintomas, há
que se considerar o uso de medicação.
• Todo ciclo gravídico-puerperal é considerado período de risco para o psiquismo devido
à intensidade da experiência vivida pela mulher.
• Esta experiência pode incidir sobre psiquismos mais ou menos estruturados.
• Mesmo mulheres com boa organização psíquica podem se ver frente a situações em
que a rede social falha
• A DPP acomete entre 10% e 20% das mulheres, podendo começar na primeira semana
após o parto e perdurar até dois anos.
Depressão Pós-Parto
• Há fatores de risco que vêm sendo estudados e demonstram uma alta correlação com a DPP.
Entre eles temos:
• mulheres com sintomas depressivos durante ou antes da gestação,
• com histórico de transtornos afetivos,
• mulheres que sofrem de TPM,
• que passaram por problemas de infertilidade,
• que sofreram dificuldades na gestação,
• submetidas à cesariana, primigestas,
• vítimas de carência social,
• mães solteiras,
• mulheres que perderam pessoas importantes, que perderam um filho anterior,
• cujo bebê apresenta anomalias,
• que vivem em desarmonia conjugal, que se casaram em decorrência da gravidez.
• Depressão perinatal
 Clínica semelhante à depressão, porém de ocorrência na gestação e até 2 anos do pós-
parto
 Incidência de 19,2%, mais prevalente em mulheres na 1ª gestação;
 Maior fator de pré-disposição: HISTÓRICO PRÉVIO DE DEPRESSÃO

Depressão pré-natal:
 Altera o desenvolvimento de sistemas biológicos do feto relacionados ao estresse;
 Aumentar o risco de complicações obstétricas.
Depressão pós-parto:
 Baixa capacidade de cuidados responsivos e sensíveis e necessários para que o bebê
desenvolva relações saudáveis de apego;
 Habilidades de regulação emocional;
 Habilidades interpessoais e mecanismos de resposta ao estresse.
IMPACTOS DA DEPRESSÃO AO BEBÊ

• Dificuldade em estabelecer vínculos e amamentar (Howard , 2006)


• Regulação do comportamento neurológico de recém-nascidos: capacidade de
prestar atenção a estímulos visuais e auditivos e seu estado geral de alerta
(Brazelton, 1984; Diego, 2005)
• Níveis mais altos de nervosismo/choro e maior incidência de problemas relacionados
ao sono (que persistem dos 18 aos 30 meses de idade) (Field, 2007; O’Connor, 2007)
• Níveis mais altos de cortisol e níveis mais baixos de dopamina (Field, 2004)
• Afetividade negativa (Davis, 2007)
• Problemas de externalização e internalização em meninos de 30 meses de idade, e à
maior incidência de problemas de externalização em crianças de ambos os sexos dos
8 aos 9 anos de idade (Carter, 2001; Luoma, 2001)
IMPACTOS DA DEPRESSÃO AO BEBÊ

• Temperamento negativo do bebê (Beck, 1996)


• Apego inseguro (Martins, 2000)
• Dificuldades de desenvolvimento cognitivo e de linguagem (Sohr-Preston, 2006)
• Autoestima mais baixa e outras vulnerabilidades cognitivas relacionadas à
depressão em crianças com 5 anos de idade (Murray, 2001)
• Relacionamentos menos robustos com seus pares na primeira infância
(Cummings, 2005)
O que fazer?
PRÉ-NATAL É O COMEÇO DE TODA PROMOÇÃO A SAÚDE!

1. Investigar ativamente a vivência psíquica das mulheres com a gestação;


2. Aplicar fatores de risco em todas as gestantes;
3. Investigar ativamente formas diversas de violências (30%);
4. Aumentar o cuidado com gestantes previamente depressivas;
5. Identificar gestantes com transtorno bipolar e esquizofrenia (outras
psicoses);
6. Fortalecer REDE DE APOIO;
7. Diagnosticar, acolher e tratar os casos;
O que fazer?
PRÉ-NATAL É O COMEÇO DE TODA PROMOÇÃO A SAÚDE!

1. Investigar ativamente a vivência psíquica das mulheres com a gestação;


2. Aplicar fatores de risco em todas as gestantes;
3. Investigar ativamente formas diversas de violências (30%);
4. Aumentar o cuidado com gestantes previamente depressivas;
5. Identificar gestantes com transtorno bipolar e esquizofrenia (outras
psicoses);
6. Fortalecer REDE DE APOIO;
7. Diagnosticar, acolher e tratar os casos;
Tristeza Materna OU Baby Blues
• A Tristeza Materna (baby blues), por sua vez, acomete até 80% das
mulheres, mas devido ao tabu mencionado pode se imaginar um índice até
maior.
• É um estado de humor depressivo que costuma acontecer a partir da
primeira semana depois do parto.
• Aparecem sintomas como irritabilidade, mudanças bruscas de humor,
indisposição, tristeza, insegurança, baixa autoestima, sensação de
incapacidade de cuidar do bebê e outros.
• Apesar de ser comum e normal envolve uma quantidade razoável de
sofrimento que pode ser atenuado no compartilhar com outras pessoas
que entendam esta condição como natural e até benéfica.
Tristeza Materna OU Baby Blues
Como profissionais, devemos estar cientes das diferenças entre DPP e
Tristeza Materna e conhecer os fatores de risco que aumentam a
probabilidade de uma DPP (facilitando a observação da evolução de
humor da gestante) para podermos intervir precocemente, o que
melhora muito o prognóstico.
PSICOSE PUERPERAL

• Encontramos perda do senso de realidade, delírios, alucinações (por volta 0,2 %


de casos).
• Não é recomendável aleitamento.
• Nos transtornos psíquicos mais graves há que se acionar a rede social da gestante
antes do nascimento, para que alguém se incumba de responder às necessidades
emocionais do bebê.
• Para a mulher em surto o bebê não existe enquanto tal.
• Ele passa a ser espaço vazio preenchido por elementos do psiquismo da mãe,
cindidos do real.
• Por vezes, as fantasias são ocultadas pela paciente, pois ela se encontra em
delírio paranóide que inclui todo staff que dela se ocupa.
PSICOSE PUERPERAL

• Os parentes precisam ser alertados, pois há risco de vida para mãe e filho.
• Muitas gestantes normais trazem fantasias persecutórias em relação ao roubo
do bebê ou medos infundados.
• Isto é esperado e não corresponde ao quadro psicótico, mas apenas a uma
projeção de suas próprias fantasias ambivalentes nos outros.
• No caso da psicose a angústia é da ordem do insuportável, podendo aparecer
rituais obsessivos e pensamento desconexo.
• Um histórico psiquiátrico com surtos anteriores traz fortes indícios de risco
nestes casos.
CUIDADOR INFANTIL
Referências

Iaconele, Vera. Depressão Pós-parto, Psicose Pós-parto E Tristeza Materna, Revista Pediatria
Moderna, Julho-Agosto, v. 41, nº 4, 2005. Acessado
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1927.pdf

Você também pode gostar