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DEPRESSÃO

PERINATAL
Vanda Oliveira
Psicóloga Clínica e Hospitalar

26 de Maio de 2022
INTRODUÇÃO
◦ “AS MULHERES TÊM MELHOR SAÚDE DO QUE OS HOMENS EM ALGUMAS
ÁREAS, MAS A SAÚDE EMOCIONAL NÃO É UMA DELAS” (OMS)

◦ 3 PERIODOS DE CRISE / VULNERABILIDADE

◦ PUBERDADE
◦ GESTAÇÃO E PARTO
◦ CLIMATÉRIO

17/05/2022
DADOS SAÚDE MENTAL DA MULHER
◦ 25% (1 A CADA 4) DE MULHERES DESENVOLVE UM TRANSTORNO MENTAL

DURANTE O PERÍODO GRAVíDICO PUERPERAL ( ANSIEDADE, STRESS AGUDO, DEPRESSÃO ETC)

◦ Depressão é o transtorno mental que mais causa incapacidade ou morte precoce.


prejudica a funcionalidade das pessoas.

◦ 50% DAS DEPRESSÕES COMEÇAM NA GRAVIDEZ.

◦ 75% NÃO É DIAGNOSTICADO. Ainda é um grande tabu.

17/05/2022
O que contribui para o adoecimento da mulher?

TRANSTORNOS MENTAIS SÃO MAIS COMUNS EM MULHERES NA IDADE FÉRTIL.

HORMÔNIOS TÊM UM PAPEL CLARO NA ABERTURA DE TRANSTORNOS MENTAIS

NA PERINATALIDADE, MAS NÃO SÃO FATOR DETERMINANTE.

OUTROS FATORES:

 ESTRESSE PSICOSSOCIAL ELEVADO ( E.X : INSEGURANÇA EM RELAÇÃO A SUA

INTEGRIDADE FÍSICA DO QUE OS HOMENS)


O que contribui para o adoecimento da mulher?
 GENÉTICA E BIOLOGIA: ( CÉREBRO DA MULHER É MAIS VULNERÁVEL A INFLAMAÇÃO E MENOS

MECANISMOS DE RECOMPENSA)

 ESTILO DE VIDA MÉDIO E LONGO PRAZO ANTERIORMENTE

 EVENTOS TRAUMÁTICOS E VIOLENTOS NA INFÂNCIA.

 ALIMENTAÇÃO

 ESTRATÉGIAS DE COPING

 APOIO FAMILIAR E

 ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA
Representação social da maternidade
◦ DESAFIOS QUE PODEM LEVAR A DESENCADEAR UMA DOENÇA MENTAL.
◦ ADMITIR A EXISTÊNCIA NÃO SO DE SENTIMENTOS POSITIVOS, COMO DE NEGATIVOS, PERMEADOS POR
CULPA, SACRIFÍCIOS, REDIRECIONAMENTO DA CARREIRA PROFISSIONAL ETC SIGNIFICA DESCONSTRUIR O
PAPEL MATERNO IDEALIZADO NA REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MATERNIDADE

◦ MATERNIDADE + DEPRESSÃO =

◦ QUEBRA DE UM PADRÃO DE MATERNIDADE PERFEITA.

“FIDJE É UM BENÇÃO”
“ NKA TEM TEMPO AGORA POM FKA TRISTE”

◦ MITO / PSICOFOBIA - BARREIRA PARA EXPOSIÇÃO DA DOR


DEPRESSÃO PERINATAL
◦ DEPRESSÃO QUE ACONTECE DURANTE A GESTAÇÃO OU APÓS O PARTO;

◦ PERINATAL = EM TORNO DO NASCIMENTO;

◦ A DOENÇA PSIQUIÁTRICA MAIS FREQUENTE NESSE PERÍODO;

◦ GESTAÇÃO PERÍODO EM QUE A MULHER É VISTA POR VÁRIOS PROFISSIONAIS E PRECISAMOS ESTAR ATENTOS
AOS SINAIS;

◦ DIFICULDADES PARA IDENTIFICAR E INVESTIGAR A DEPRESSÃO COMO UM TODO E MAIS AINDA A DEPRESSÃO
PERINATAL;

◦ NECESSIDADE DE CONVERSAR SOBRE ISSO ABERTAMENTE PARA PELO MENOS SABER OS SINAIS DE ALERTA E
PODER ENCAMINHAR AS GESTANTES;

◦ PREVALÊNCIA MUNDIAL : 20% GRÁVIDAS NO MUNDO (1 A CADA 4 MULHERES NESSE PERÍODO)


BABY BLUES OU DEPRESSÃO
PERINATAL?
Baby Blues
 DISFORIA PUERPERAL
 80% DAS MULHERES
 PROCESSO DE ADAPTAÇÃO.
 ALTERAÇÃO DE HUMOR CAUSADA PELA OSCILAÇÃO HORMONAL QUE PREJUDICA
MUITO O CÉREBRO DA MULHER E A EXPÕE A SINTOMAS .
 DEQUITAÇÃO DA PLACENTA - GRANDE RESPONSÁVEL POR MANTER OS HORMÔNIOS
SEXUAIS ALTOS DURANTE A GRAVIDEZ .
 ALTERAÇÃO BENIGNA E QUE PASSA COM ALGUNS AJUSTES. NÃO PRECISA DE
MEDICAÇÃO NEM PSICOTERAPIA.
 DURA EM MÉDIA 15 DIAS.
Depressão perinatal
PASSADOS OS 15 DIAS

NÃO HÁ REMISSÃO DOS SINTOMAS

EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR NA GESTAÇÃO E/OU PUERPÉRIO

PODE ACONTECER ATÉ 2 ANOS.


Diagnóstico
SINTOMAS SÃO OS DE UMA DEPRESSÃO COMUM:

- Agitação ou retardo motor - alteração padrão de sono


- Alteração de apetite e peso
- diminuição da concentração
- rebaixamento de energia ou fadiga - Isolamento proposital
- humor deprimido - Evitar falar sobre a gestação
- rebaixamento do interesse ou prazer
- Evita vincular-se a gestação e ao bebe
- pensamentos de morte
- sentimentos de inutilidade/culpa
obs: Pensar em machucar o bebé, mas é frequente, mas é possível

Depressão com traços psicóticos


Fatores de risco para sintomas de depressão
perinatal
◦ História de depressão durante a vida
◦ depressão em gravidez anterior
◦ Perda fetal /Abortos
◦ História de abuso sexual na infância
◦ Familiares com algum transtorno mental ( mãe ou pai)
◦ Mães adolescentes
◦ Maternidade a solo
◦ Stress negativo (15%)
Fatores de risco para sintomas de depressão
perinatal
◦ Não planejamento da gravidez
◦ Gravidez não desejada
◦ Vulnerabilidade económica
◦ Multíparas
◦ Violência ( física, psicológica, obstétrica)
◦ Parto prematuro
◦ Internamento da mãe ou bebe
◦ Impossibilidade de amamentação ( estimulação de ocitocina – hormônio do prazer , da vinculação )
Depressão PÓS-PARTO não é frequente
◦ Pesquisas longitudinais identificaram que não é tão frequente afinal a depressão pós parto
◦ 93% já tinham sintomas desde a gestação
◦ Incidência entre 4 a 7% das mulheres apresentam sintomas das mulheres pós-parto. ( novos
casos)
◦ Prevalência 20% apresentam sintomas após o parto
◦ Precisamos atuar na gestação para não trazer prejuízos no pós parto !!
LUTO OU DEPRESSÃO – LINHA TENUE
◦ LUTO É NORMAL
◦ CHORO
◦ ISOLAMENTO
◦ NÃO VAI SENTIR ALEGRIA NAS COISAS DO COTIDIANO
◦ DURAÇÃO 2 SEMANAS ATÉ 6 MESES
APOS 6 MESES
◦ VOLTA A VIDA COTIDIANA , APESAR DAS MEMORIAS TRISTES.
ALERTA : “ QUERO MORRER TAMBÉM”
REDE DE APOIO
◦ APOIO PARA A MÃE E PARA O BEBE
Impactos no bebé
◦ Mães depressivas geralmente criam laços de apego inseguros com os seus
bebés.
◦ Forma não consciente de desmame precoce ( medicalização do bebe)
◦ Atraso no desenvolvimento ( deficiência de estimulação)
◦ Bebés que vivenciam isso tendem a se tornar pessoas inseguras ao longo da
vida
◦ Medicalização do bebé
◦ Potencializa tendência a depressão ao longo da vida
Tratamento
◦ Psico-educação
◦ Medicação ( Mito! ) – 65% de chances de recaída no puerpério se não fizer tratamento correto. Se TAB, 80% de
chances) . Não existe decisão isenta de riscos.

◦ Avaliação do risco de vida – puerpério 70x mais chances de cometer suicídio


◦ Aceitar as emoções
◦ Motivação para o tratamento
◦ Trabalhar rede de apoio
◦ Manejamento do stress (pessoas, horário etc)
◦ Mudanças estilo de vida
Instrumento de rastreio
◦ Não dão diagnostico !

◦ Faz-se uma triagem

◦ Diagnóstico de preferência ser dado pelo médico psiquiatra (em outros


países)
Escala de EDIMBURGH (EPDS)
◦ Pode ser usada por outros profissionais
◦ Treinamento
◦ Fácil aplicação
◦ Rápido e dinâmico
◦ 10 itens
◦ Escala de Auto relato ( as mulheres geralmente não falam abertamente)
◦ Acima de 13 pontos já se pode dizer que a mulher apresenta sintomas de depressão pós parto.
◦ Deve ser seguida de uma avaliação Psiquiátrica
◦ Depressão leve não precisa de medicação

◦ Depressão moderada e grave – precisa !


Obrigada pela atenção

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