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LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
ÍNDICE
2.1 Morte perinatal
2.2 Fases do luto
2.3 Luto antecipatório
2.4 Trabalho de luto
2.5 Luto mal elaborado
3. Luto perinatal e o processo de vinculação
4. Luto perinatal e a vivência familiar
4.1 No casal
4.2 Para a fratria
4.3 Para os filhos do futuro
5. Parentificação
6. Luto patológico
7. Rede de Apoio
8. Conclusões
9. Referências bibliográficas
1. INTRODUÇÃO
Para muitos casais ter um filho é um dos momentos mais esperados
do seu percurso. A perda de um filho, seja em que fase da vida for, é o
acontecimento mais traumatizante para os pais e para a família.
A RR U D A, A . P. , S A N TO S , H . L . , PA C H E R , I . A. S . , PA R R A GA , M . B . (2 0 2 2 )
RAMOS, S. (2015)
2. LUTO PERINATAL
Luto
Para os pais o luto vivenciado no momento perinatal e neonatal é desconcertante e
indescritível, sendo que uma criança significa o inicio da vida e não o fim na
Sofrimento
causado pela generalidade das vezes. O luto tem o seu início no momento da perda de um filho,
morte de alguém. gerando sentimentos de vazio interior, irritabilidade, raiva e receio de voltar a engravidar
e passar por tudo novamente. Isto tudo pode gerar transtornos psicológicos, podendo
assim influenciar futuras gestações.
Sentimento de
angústia e
desalento.
A R R U DA , A. P. , S A NTO S , H. L . , PA C HE R , I . A . S . , & PA R R AG A , M . B , (2 0 2 2 )
2. LUTO
PERINATAL
Dados epidemiológicos
Dados epidemiológicos. (Santos, 2022)
2.1 MORTE PERINATAL
Barganha ou
Negação negociação Aceitação
Raiva Depressão
O luto antecipatório acontece a partir do conhecimento prévio sobre a complicação perinatal com desfecho de morte
neonatal, este luto permite que o trabalho do luto seja vivenciado gradativamente até a morte propriamente dita.
O trabalho de luto é definido como um processo intrapsíquico, consecutivo à perda de um objeto de afeição, e pelo qual o
sujeito consegue progressivamente desapegar-se. O trabalho de luto bem-sucedido, começa com o teste de realidade, a
constatação de que houve a perda.
O processo de luto vai envolver sobretudo a elaboração das fantasias associadas ao bebé na ausência do mesmo. A mãe, que
precisa fazer o luto desse bebé, não é confrontada com a perda de um objeto externo (bebé morto), o que ocorre é a
interrupção de um projeto de vida. Assim, a mãe terá de se identificar não com o objeto externo morto, mas com o objeto
interno morto. De forma gradual, a mãe terá de deixar morrer uma parte de si mesma para que assim, possa processar a
perda.
F O NS E C A, A . C . ( 2 0 2 2 )
3. LUTO PERINATAL E O PROCESSO DE VINCULAÇÃO
• Durante a gestação a mulher está vinculada a
expectativas e desejos ligados à imaginação de uma
criança “perfeita”. Alguns autores defendem a
existência de três bebés na mente dos pais:
bebé fantasiado,
bebé imaginário
bebé real.
I A C O NE L L I, V. ( 2 0 0 7 ) .
F O N S E C A , A . C . ( 2 0 2 2 ) . M E N DO N Ç A, C . S . D . Á . ( 2 0 1 8 )
4. LUTO PERINATAL E A VIVÊNCIA FAMILIAR
• O luto perinatal é devastador para as famílias. O dia da
perda fica marcado para sempre na história familiar.
B A R R OS R , S . (2 0 1 5 )
A LV E S , S . I . N . ( J A NE I R O DE 2 0 1 8 )
4.1 NO CASAL
A sobrecarga emocional e a dificuldade de aceitação da situação, apesar de comuns ao casal, são vivenciadas de forma
diferente pelo homem e pela mulher. É importante respeitar a individualidade de cada um no que diz respeito aos sentimentos
e à forma como se expressam e perceber que todas as emoções são válidas.
B AR R O S R , S . ( 2 0 1 5 ) & A LV ES , S . I . N . ( JA N E I R O D E 2 0 1 8 )
A RR U D A , A . P. , S A N TO S , H . L . , PA C H E R , I . A . S . , PA R R AG A , M . B . ( 2 0 2 2 )
5. PARENTIFICAÇÃO
• Fenómeno que ocorre como uma inversão de papéis entre pais e
filhos. A criança é forçada ter responsabilidades que não lhe
compete ter.
( N U T TA LL , A . K. , B A L L I N G E R , A . L . , L E V E ND O S K Y, A . A. , & B O R KO W S K I , J . G. ( 2 0 2 1 )
6. LUTO PATOLÓGICO
Luto Luto
"normal" Patológico Sentimentos de negação, distorção e
permanência nas memórias passadas,
Amenização dos sentimentos de
levando assim a um desequilíbrio
angustia associados à perda num curto
pessoal e emocional podendo
espaço de tempo, surgindo a
culminar em outras
aceitação.
perturbações psiquiatricas como a
depressão.
Este é caracterizado por sobrecarga prolongada a partir da intensificação do luto, existindo comportamentos desadequados e
permanecendo no processo de luto de forma indeterminada e sem progresso, sendo este vivenciado de forma crónica. A
reação ao luto patológico pode-se manifestar por sintomas físicos e psicológicos que surgem de forma interligada após a
perda, sendo que geralmente a pessoa nega a sua relação.
A R R U DA , A. P. , S A NTO S , H. L . , PA C HE R , I . A . S . , & PA R R AG A , M . B . , 2 0 2 2 ;
M A RT I N E T, S E R GE . B AY L E , F I L O M E N A , 2 0 0 8
7. REDE DE APOIO
D OS S AN TOS L AG U N A, T. F. , L E M OS , A . P. S . , F E R R E I R A , L . , & DO S S AN TO S
G ON Ç A LV E S , C . ( 2 0 2 1 )
03 /08 /2 0XX L E M OS ; C UN H A, 2 0 1 5
7. REDE DE APOIO
D OS S AN TOS L AG U N A, T. F. , L E M OS , A . P. S . , F E R R E I R A , L . , & DO S S AN TO S
G ON Ç A LV E S , C . ( 2 0 2 1 )
03 /08 /2 0XX L E M OS ; C UN H A, 2 0 1 5
Segundo Cabral (2005), podemos considerar cinco áreas de intervenção dos
profissionais de saúde sendo elas:
Desenvolver
Identificar os pais
atividades
em risco de Melhorar a
específicas para os Atitude e
desenvolver um interação com os Memórias
momentos em que comunicação
processo de luto pais
o bebe está a
patológico
morrer ou morreu
C A B R AL , I . P. ( 2 0 0 5 )
D I A S , M . C . M . , C O UT I N H O , E . C . , & D UA RT E , J . C . ( 2 0 1 2 )
03 /08 /2 0XX
8. CONCLUSÃO
• A relação entre mãe e filho existe desde o ventre materno, sendo este um dos
elementos mais fundamentais do psiquismo humano.
• O bebé e o seu cuidado é idealizado e fantasiado pelos pais, no entanto, quando isto é
interrompido pelo falecimento da criança, há uma quebra em tudo o que foi pensado e
inicia-se então o processo de luto.
• O processo de luto tem várias fases e nem todos os elementos da família vivenciam a
perda da mesma maneira. Assim, é normal que as diferentes pessoas da família se
encontrem em diferentes fases.
• O luto, quando vivenciado de forma muito prolongada e com comportamentos
desajustados, pode tornar-se patológico.
• A inversão de papéis entre os filhos e os pais no momento de perda de um bebé pode
acontecer o que, a longo prazo, acarreta muitas consequências nefastas para a criança e
para a família.
• Tendo em conta que cada família e cada pessoa dentro da família tem direito a sentir e
a expressar as suas emoções, há uma grande necessidade de assistência que seja
disponibilizada à família de forma individualizada e adaptada.
• O luto perinatal é invisível aos olhos da sociedade e, por isso, ainda muito
desvalorizado.
• Uma rede de apoio que envolva os profissionais de saúde e a comunidade são
indispensáveis para que o luto se processe de forma natural.
D O S S A NTO S L A GU N A , T. F. , LE M O S , A. P. S . , F E R R E I RA , L . , &
D O S S A NTO S G O NÇ A LVE S , C . , ( 2 0 2 1 )
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Alves, Sofia Isabel das Neves (janeiro de 2018). Perda perinatal: perspetiva da díade parental (Dissertação de Mestrado
em enfermagem de saúde materna e obstetrícia não publicada). Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
• Arruda, A. P., Santos, H. L., Pacher, I. A. S., & Parraga, M. B. (2022). Luto materno perinatal: a dor invisível. Tcc-
Psicologia.
• Barros Ramos, S. (2015). O Luto Fraterno durante a Infância e Adolescência: Revisão Integrativa
da Literatura: Bereavement of Children and Adolescents when a Sibling Dies: Integrative Review. Pensar Enfermagem, 19(2)
, 3–17.
• Cabral, I. P. (2005). Morte e luto na gravidez e Puerpério. In I. Leal (ed.), Psicologia da Gravidez e da Parentalidade (pp.
61-91).
• Dias, M. C. M., Coutinho, E. C., & Duarte, J. C. (2012). A perda gestacional e o processo de luto: quando o início é o fim
da vida. Repositorio.ipv.pt. http://hdl.handle.net/10400.19/1970
• Dos Santos Laguna, T. F., Lemos, A. P. S., Ferreira, L., & dos Santos Gonçalves, C. (2021). O luto perinatal e neonatal e a
atuação da psicologia nesse contexto. Research, Society and Development, 10(6), e5210615347-e5210615347.
• Figueiredo, Bárbara (2003) Vinculação materna: Contributo para a compreensão das dimensões envolvidas no processo
inicial de vinculação da mãe ao bebé. International Journal of Clinical and Health Psychology. Vol. 3, Nº 3, pp. 521-539
• Fonseca, A. C. (2022). “Não sei porque você se foi, quantas saudades eu senti”: vivências de mulheres em luto perinatal.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Laconelli, V. (2007). Luto insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica com mães de
bebês. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 10, 614-623.
• Laconelli, Vera , & Costa Muza, Júlia , & da Rocha Arrais, Alessandra , & Nascimento de Sousa, Erica (2013).
Quando a morte visita a maternidade: atenção psicológica durante a perda perinatal. Psicologia: Teoria e Prática, 15(3),34-
48
• Martinet, Serge. Bayle, Filomena (2008). Perturbações da Parentalidade. 1ª Edição. Lisboa. Climepsi Editores
• Mendonça, C. S. D. Á. (2018). Interrupção espontânea da gravidez, morte fetal e perda perinatal: luto e fatores protetores
(Doctoral dissertation).
• Nuttall, A. K., Ballinger, A. L., Levendosky, A. A., & Borkowski, J. G.
(2021). Maternal parentification history impacts evaluative cognitions about self, parenting, and child. Infant Mental Healt
h Journal. https://doi.org/10.1002/imhj.21912
• Taxa de mortalidade perinatal e neonatal .(n.d.). Www.pordata.pt.
https://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+mortalidade+perinatal+e+neonatal-529
• Vizinha, Joana Rita Ferreira (2020). Vivência psicológica de uma gravidez posterior a uma interrupção espontânea da
gravidez: Culpa, vergonha, luto perinatal e vinculação pré-natal. Universidade de Lisboa.