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POR UMA

MATERNIDADE MAIS
LEVE

DESFAZENDO 07 MITOS DA
MATERNIDADE PARA GESTANTES
@nathannalopespsicologa
VAMOS DEIXAR A MATERNIDADE MAIS LEVE?

Neste eBook, vamos tirar alguns pesos que


são colocados sobre as mulheres quando
elas se tornam mães.

Esses pesos são alguns mitos relacionados


a maternidade e que precisam ser desfeitos,
pois eles não contribuem para uma
maternidade mais leve, possível e que pode
ser vivenciada de maneira particular por
cada mulher.

Este eBook é dedicado, em


especial, para as gestantes,
principalmente quando a
gestação é do primeiro filho.
Contudo, acredito que
desfazer esses mitos,
poderá ser benéfico para
todas as mães.
CADA MULHER É ÚNICA! POR ISSO, SUA
FORMA DE SER MÃE SERÁ ÚNICA!

Vamos desfazer os seguintes mitos:


1- Mito de que a mãe nasce com o bebê;
2- Mito da aceitação total;
3- Mito da realização completa;
4- Mito do amor à primeira vista;
5- Mito do parto perfeito;
6- Mito de que a amamentação é fáci;
7- Mito do “ter que dar conta de tudo”.
1- MITO DE QUE A MÃE NASCE
COM BEBÊ

Não é possível dizer


especificamente quando uma
mulher torna-se uma mãe.

Cada mulher irá sentir-se


mãe de uma maneira
particular.

Pode ser ao ter um teste de positivo de


gravidez, ao escutar o coração do bebê no
ultrassom, ao parir e pegar seu bebê no colo,
ao amamentar, ao chegar em casa e ficar
sozinha com o bebê. Não existe a hora certa.
Outra questão é que saber o
que fazer com o bebê, como
cuidar, entender todos seus
choros, saber dar banho,
“curar” o umbigo, fazer o bebê
dormir na hora certa,
amamentar em livre demanda
e saber os cuidados para nos
casos de cólicas e febres, não
são pré-requisitos para tornar-
se mãe ou permitir sentir-se
como tal.
Ser mãe não é instintivo – a
mulher não nasce sabendo
ser mãe.

A mãe dentro de você não começa a ser


construída somente quando você decide ter
filhos ou descobre uma gravidez. Na verdade,
as próprias experiências que você teve como
bebê e que ficaram registradas no seu corpo e
mente começam a compor a base da sua
maternidade. Sendo assim, as vivências que
você teve desde bebê até hoje, você lembrando
delas ou não, irão de alguma forma influenciar
na construção da mãe que você será.
Quando o filho nasce, é claro, tudo fica
mais intenso.

Para cuidar de um bebê, de uma criança


pequena, de um adolescente e às vezes
até de um filho adulto é necessário
aprender muita coisa.

Nos primeiros anos de vida, muito será


exigido de você e adaptações serão
imprescindíveis, mas lembre-se: não se
vira mãe do dia para noite e essa
construção nunca vai acabar, pois sempre
terá algo a ser aprendido.

Vale lembrar que para cada filho, você


será uma mãe diferente. Então, o ser mãe
NÃO é algo fixo, inflexível, pronto e
acabado, mas sim o contrário disso.
Existem muitos e muitos livros, filmes,
vídeos, posts, podcasts, e profissionais
como obstetras, pediatras, enfermeiros,
doulas, pedagogos para darem muitas
informações sobre os cuidados práticos e
sobre o desenvolvimento físico e
emocional de seu filho nas diferentes
faixas etárias.

Além disso, existem as pessoas com as


quais você se relaciona como: mãe, sogra,
tia, amiga, cônjuge, entre outros, que
poderão contribuir com informações.

Às vezes pode ser assustador, pode ser


bem incômodo e até “bater” aquele
desespero, mas lembre-se: você vai
conhecer seu filho dia após dia e ele
também vai te conhecer, vocês vão
construir um relacionamento, irão adaptar-
se um com outro, suas experiências de
quando você foi um bebê e foi cuidada vão
te ajudar e você é capaz de aprender e se
adaptar.
Você é uma mulher em
construção. Portanto, você
também é uma mãe em
construção!

Vamos combinar de você ter


mais paciência com você mesma?
2- MITO DA ACEITAÇÃO TOTAL
Você sabia que podemos ter ao mesmo
tempo sentimentos opostos por algo ou
alguém?

“Uma pessoa nunca ama ou odeia outra


totalmente: a complexidade de um
relacionamento humano permite a
coexistência de diversos sentimentos
[...] No plano da lógica emocional,
sentimentos contraditórios coexistem –
a pessoa quer e não quer, gosta e não
gosta, em intensidades variadas e
mutáveis” (MALDONADO, 2017)

O nome disso é AMBIVALÊNCIA


AFETIVA e ela está presente em todos os
nossos relacionamentos afetivos. Afinal,
nós não somos robôs não é mesmo? Não
somos pré-programados e pronto,
incapazes de sofrer mudanças. Pelo
contrário, somos seres bastante mutáveis
e complexos.
Na gestação e no puerpério a
ambivalência afetiva tende a ser maior,
devido a tantas mudanças físicas,
emocionais e sociais. Então, não existe
uma gravidez completamente aceita ou
rejeitada em todos os momentos.
Portanto, é possível:

- Ficar em dúvida se está ou não grávida,


mesmo com vários testes positivos;

- Ficar em dúvida se deseja ou não o


bebê;

- Ter um misto de alegria, tristeza e medo;

- Variar entre gostar e não gostar do sexo


do bebê ou entre querer ou não saber;

- Ter medo do parto, mas desejar que


chegue logo;

- Alívio ao sentir os movimentos do bebê,


mas ficar irritada quando ele se
movimenta demais;
- Ficar cansada, sentir saudade da vida de
antes, mas amar muito seu bebê e não
conseguir imaginar a vida sem ele;

- Querer ficar um tempo sozinha, mas amar


ficar com seu filho;

- Querer trabalhar e ficar com o bebê ao


mesmo tempo;

Portanto, vamos combinar o seguinte:


quando você começar a sentir-se culpada
por ter qualquer sentimento que você
considere negativo ou que para você possa
parecer que uma boa mãe não sentiria isso,
você vai parar para pensar no seguinte:
- Por que estou sentindo isso agora? O que
aconteceu?
-Quão cansada estou?
-Quantas coisas fiz hoje?
-Estou com fome ou com algum
desconforto?
Pense também em:

-O quanto você ama seu filho e quer ele


bem;

-Que você é um ser humano;

-Que você sentir isso ou pensar naquilo não


vai determinar que tipo de mãe você é, que
está tudo bem e não há problema em
admitir.
3- MITO DA REALIZAÇÃO COMPLETA
Muitas mulheres sonham em ser mãe,
sente-se completamente realizadas e
outras muitas mulheres não.
Nenhuma delas está certa ou errada.

Você pode Você pode não


realizar-se sendo realizar-se
mãe, sentir que completamente
nasceu pra isso, como mãe e
que esse é seu desejar
propósito desempenhar
outros papéis

É permitido sonhar em ser


mãe junto com os seus outros
sonhos. É permitido sonhar
em ser somente mãe e ter
vários filhos.
Você é uma mulher que não está limitada
a uma coisa nem outra.

A maternidade exige muito da mulher sim,


é necessário dedicação, entrega,
adaptação, tempo e energia.

Por um bom tempo da vida de seus filhos


você por vezes dedicará mais tempo a
eles do que a você mesma.

Não é errado não se sentir completamente


realizada com a maternidade. Não é
errado sonhar. Não é errado planejar e
buscar conciliar a maternidade com seus
outros sonhos.

Contudo, para isso, é preciso de ajuda,


rede de apoio, permitir-se ser ajudada e
permitir-se sonhar.
4- MITO DO AMOR À PRIMEIRA VISTA

"O primeiro contato com o recém-nascido


pode ser decepcionante, pois os pais amam a
criança da sua fantasia e o contato com o
bebê real, na maior parte das vezes, não
corresponde ao que ocorria na fantasia. Nem
sempre o amor ocorre à primeira vista, os
sentimentos se misturam." (Bortoletti, 2007)
Durante a gestação (até mesmo antes) a
mãe imagina como será seu filho, pode
até mesmo idealizá-lo e com isso criar
expectativas de como ele será em relação
as suas características físicas a até
mesmo de sua personalidade e
comportamento.

Com o passar do tempo durante a


gestação, a partir dos ultrassons
realizados, dos movimentos que o bebê
realizada dentro da barriga, a mãe vai
acrescentando mais características ao seu
bebê, imaginando como ele será após
nascer.

É quase impossível não ter expectativas e


não imaginar como seu bebê será, na
verdade o relacionamento entre a mãe e o
bebê começa assim.
Contudo, após o parto, quem nasce é o
bebê real e isso pode ocasionar um
choque de realidade.

As expectativas geralmente não são


correspondidas, pois nem sempre o bebê
real se encaixa no bebê imaginado e
então as frustrações são frequentes.

Por vezes, o primeiro encontro com o


bebê é muito idealizado pela sociedade no
geral, como se fosse algo mágico ver seu
filho/filha pela primeira vez. Contudo, isso
acaba deixando a ideia de que é
obrigatório às mães amarem o bebê
imediatamente após verem ele pela
primeira vez.

Dessa forma, não há espaço para as


mães expressarem a decepção que elas
podem sentir, nem a angústia que pode
acompanhar e isso pode gerar prejuízos
na saúde emocional.
Após o nascimento são tantas coisas que
a mulher tem que lidar: recuperar-se do
parto, aprender a amamentar, aprender a
ser mãe, cuidar de um ser totalmente
dependente, se tem outros filhos
(principalmente se são pequenos ainda)
aprender a ser mãe de todos eles e
administrar os cuidados, entre outras
tarefas e adaptações.

Diante disso, quero falar pra você mamãe


que isso é natural, que isso pode
acontecer mesmo! Não se sinta culpada
se no início você estranhar um pouco seu
bebê, afinal você está começando a
conhecê-lo.

O amor à primeira vista pode não


acontecer na hora que você ver o seu
bebê pela primeira vez e tudo bem! Por
isso, mamães, não se cobrem tanto! Não
se culpem por não ter um amor à primeira
vista com bebê, pois isso pode acontecer
na segunda, terceira, quarta ... vista.
A cada contato com o bebê, nos cuidados
com ele, à medida que os dias vão
passando, você e seu filho irão se
conhecer, a sensação de estranhamento
irá diminuir e você poderá se despedir do
bebê imaginado durante a gestação.

Mamãe, também é importante você falar


sobre sobre quais eram as suas
expectativas, em como você imaginava
que seu bebê seria, das dificuldades que
você está enfrentando, sem sentir culpada
e sem ser julgada também. Então, é
importante que você converse com
pessoas de confiança.

Gestantes, sabemos que não ter


expectativas é impossível, porém você já
pode se preparar para conhecer seu bebê
real. Durante a gestação você pode cuidar
para não idealizar demais em como será
seu bebê, conversar sobre isso e buscar
as pessoas que poderão te apoiar após o
parto.
5- MITO DO PARTO PERFEITO

Existem duas vias de parto: normal ou


cesárea.

Meu objetivo aqui não é explicar cada via,


falar dos prós e contras, mas sim dizer
que não existe uma via que é perfeita, que
garanta total satisfação ou sucesso.

Um tipo de parto pode ser o melhor para


você e seu bebê e pode não ser o melhor
para outra mulher ou até mesmo em uma
outra gestação que você tiver.
“Várias pesquisas revelam que os maiores
índices de satisfação com o parto estão
associados a um mínimo de intervenção
sobre a fisiologia, a garantia do direito à
privacidade, a ter companhia escolhida
pela mulher e boa relação com o provedor
de saúde, a sentir-se respeitada e no
controle da situação.” (DINIZ,
DUARTE,2004)

É direito de cada mulher receber


informações, o quanto forem necessárias,
sobre as vias de parto, os procedimentos
realizados, possíveis consequências e
quais benefícios.

Diante disso, o melhor parto para você


será aquele no qual você e seus familiares
possam fazer uma escolha informada, que
você decida como prefere dar à luz e
possa discutir isso com a equipe da saúde
que te acompanha.
Sendo assim, é muito importante a
escolha da equipe de saúde e também
que você busque por informações sobre
as vias de parto, para que você possa
escolher de forma consciente como você
quer parir.

Por fim, só quero ressaltar:

O tipo de parto que você teve ou terá,


não determina a mãe que você é ou
será!
6- MITO DE QUE A AMAMENTAÇÃO É
FÁCIL

Amamentar é um processo de
aprendizagem tanto para mãe
quanto para o bebê, porém essa
dupla precisa de ajuda e de muito
apoio emocional durante esta
jornada.
É fato que a amamentação tem muitos
benefícios para a mãe e para o bebê, que
a OMS recomenda até os dois anos de
idade e que o aleitamento materno deve
ser incentivado por todos os profissionais
da área da saúde. Contudo, mesmo diante
desses fatos, a amamentação não deve
ser imposta.

Quando uma mulher, por diferentes


motivos internos ou externos, não querem
ou encontram-se impossibilitadas de
amamentar, tentar convencê-la ou impor a
ela o ato de amamentar pode ocasionar
sentimentos de angústia, culpa e
frustração, afetar sua saúde mental e
consequentemente trazer mais prejuízos
que benefícios para o relacionamento da
mãe com seu bebê;

Portanto, amamentar deve ser uma


escolha consciente da mulher, pois cada
uma vive uma realidade diferente.
Os benefícios da amamentação para a
mãe e para o bebê não devem ser
utilizados para pressionar a mulher para
amamentar.

Existem outras opções para promover e


proteger a saúde e o desenvolvimento do
bebê assim como da mãe, mas para isso
é NECESSÁRIO o acompanhamento com
o pediatra e com os outros profissionais
da saúde.

Existem outras formas da mãe conectar-


se e estabelecer um vínculo afetivo
saudável com o bebê.

Se a amamentação não for imposta,


então, mesmo diante das dificuldade
desse processo, será uma atividade
prazerosa e que assim irá beneficiar a
dupla mãe-bebê.
Diante disso, a DICA para vocês
mamães é: BUSQUEM
INFORMAÇÕES confiáveis sobre essa
vivência da maternidade, se possível
DURANTE A GESTAÇÃO.

Existe muita informação gratuita


disponível na internet e também no
Instagram, mas é necessário que vocês
saibam filtrar tais informações e que
vocês tenham acompanhamento por
profissionais da área da saúde como
pediatras, fonoaudiólogos, nutricionistas
e enfermeiros.
Um profissional que contribui muito para
esse processo é o consultor de
amamentação.
Caso você não deseje amamentar
ou deseja parar é importante
seguir essa dica também, de
buscar informações concretas
sobre a amamentação.

Dessa forma, você poderá tomar


essa decisão de forma consciente,
com autonomia e não será
induzida pelos mitos e pelas
diversas opiniões que rodeiam
esse assunto.
7- MITO DO “TER QUE DAR CONTA DE
TUDO”

Você NÃO PRECISA DAR CONTA


DE TUDO
Ao tornar-se mãe, você não deixa de ser
humana.

Entendo que um filho exige muita


dedicação, principalmente nos primeiros
anos de vida.

Com isso, são muitas tarefas, muita coisa


para dar conta, muita preocupação, medo
e quando você não consegue fazer tudo
pode surgir uma angústia.

Contudo, se pouco a pouco você for se


acolhendo, entendendo seus limites,
seu valor e se permitindo pedir ajuda e
descansar, será possível você lidar
melhor com tudo o que a maternidade
exige sem passar por cima da sua
humanidade.
Você não precisa dar conta de
tudo sozinha!

Você também pode precisar de


cuidado!

Você pode precisar de um tempo!

Você, inevitavelmente, irá falhar!

Tudo isso não te fará uma mãe


ruim ou uma pessoa fraca.

Aprenda a se acolher, se olhar


com carinho, compreender seus
limites e a se permitir descansar.
É ISSO AÍ!

Se você leu até aqui, significa que,


provavelmente, você se desfez de
alguns pesos que estava sobre você.

Os mitos que foram descritos aqui só


servem para estabelecerem padrões de
maternidade que não são flexíveis para
as diversas realidades que cada mulher
vive.

Então, espero que ao desconstruir tais


mitos, neste eBook, eu possa ter
ajudado você a trazer mais leveza para a
sua vivência de ser mãe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORTOLETTI, Fátima Ferreira; et al.


(Org.). Psicologia na prática obstétrica:
abordagem interdisciplinar. São Paulo:
Manole, 2007.

DINIZ, Simone Frilo; DUARTE, Ana


Cristina. Parto Normal ou Cesárea?:o
que toda mulher deve saber (e todo
homem também). São Paulo: Editora
UNESP, 2004.

MALDONADO, Maria Tereza. Psicologia


da Gravidez: gestando pessoas para
uma sociedade melhor. São Paulo:
Ideias Letras, 2017.
SOBRE MIM

Meu nome é Nathanna Lopes. Sou Psicóloga e


acredito em uma parentalidade consciente.

Quanto mais vejo na prática e estudo sobre


maternidade e paternidade, mais entendo que: se os
pais possuem mais autoconhecimento, cultivam o
autocuidado, acolhem suas emoções, compreendem a
sua humanidade, reconhecem seus limites e suas
forças e tratam dos traumas que carregam, mais eles
serão capazes de viver uma parentalidade mais leve,
de criarem laços mais fortes com seus filhos e de
criarem crianças resilientes e realizadas.

Por isso, sempre busco aprofundar meu conhecimento


sobre Maternidade, Paternidade e Autoconhecimento e
a traduzir o que aprendo de forma simples para que
mais papais e mamães tenham acesso a esses
conteúdos.

Vamos manter contato


@nathannalopespsicologa
nathannasslopes@gmail.com
66 99711-9339

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