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PERIGOSAS NACIONAIS

SÉRIE FAMÍLIA CARTIER –


LIVRO 1

K. C. FERREIRA

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Copyright © K. C. FERREIRA

Revisão: Morgana Brunner


Diagramação: Denilia Carneiro - DC
Diagramações
Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as
pessoas. Nomes, personagens, lugares e
acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.
Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da
Língua Portuguesa.
Todos os direitos reservados. São proibidos o
armazenamento e/ou a reprodução de qualquer
parte dessa obra, através de quaisquer meios —
tangível ou intangível — sem o consentimento
escrito da autora.
Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é
crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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Sumário
AGRADECIMENTO
PRÓLOGO
CAPÍTULO 01 – O jogo se inicia
CAPÍTULO 02 – Diamante Vermelho
CAPÍTULO 03 – Lua de Mel no Paraíso
CAPÍTULO 04 – Sentimentos em Conflito
CAPÍTULO 05 – Senhora Cartier
CAPÍTULO 06 – A Vizinha
CAPÍTULO 07 – Mina de Turmalina
CAPÍTULO 08 – Segredos Obscuros
CAPÍTULO 09 – A Vingança Cobra um Preço
CAPÍTULO 10 – Chapeuzinho e Lobo Mau
CAPÍTULO 11 - Perda Inesperada
CAPÍTULO 12 – Destilando Veneno
CAPÍTULO 13 - Lisieux
CAPÍTULO 14 – Devaneios Libidinosos
CAPÍTULO 15 – Fogo e Gasolina
CAPÍTULO 16 – Saudade e Estratégia
CAPÍTULO 17 – Desmascarando o jogador
CAPÍTULO 18 - Armações Perigosas
CAPÍTULO 19 - Culpa e Arrependimento

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CAPÍTULO 20 - Ferida por ele


CAPÍTULO 21 - Diaba vingativa
CAPÍTULO 22 - O hacker
CAPÍTULO 23 - Você me ama!
CAPÍTULO 24 - Lê Domain
CAPÍTULO 25 - O incêndio na prisão
CAPÍTULO 26 - Desmascarando a Princesinha
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28 – Eu amo o inimigo
CAPÍTULO 29 - Palavras vazias
CAPÍTULO 30 - Todas as cartas na mesa
CAPÍTULO 31 - A vingança vencerá o amor
CAPÍTULO 32 - O que acontece em Vegas não fica em
Vegas...
CAPÍTULO 33 - A verdade escancarada
CAPÍTULO 34 - Coração destruído
CAPÍTULO 35 - A volta daquele que nunca se foi
CAPÍTULO 36 - Amigos poderosos
CAPÍTULO 37 – Atrás do seu Perdão
CAPÍTULO 38 – Recaída
CAPÍTULO 39 – Dor e Desespero
CAPÍTULO 40 – Momento de Fraqueza
CAPÍTULO 41 – Três Vezes o Amor
CAPÍTULO 42 – Delírios de um Psicopata
CAPÍTULO FINAL – Será o Fim?
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EPÍLOGO
ENTRE O AMOR E A DOR

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AGRADECIMENTO

Agradeço, de todo coração, por todo apoio,


ajuda e incentivo que as pessoas citadas abaixo
dedicaram a mim, tão atenciosamente.
A Carolina Valle, que foi a primeira pessoa a
me apoiar a escrever esta história. Esteve comigo
durante todo o processo. Nunca irei esquecer
nossas madrugadas, gastas discutindo o que
aconteceria no livro.
A Simone Salinas, aquela que viu um grande
potencial nas minhas histórias e acreditou no meu
talento quando nem mesmo eu acreditava, puxou
muito a minha orelha nas revisões e se tornou peça
fundamental em toda a minha trajetória.
À Família Cartier, que tanto me apoiaram
durante todo o processo. Se não fosse pelo apoio de

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vocês nos momentos de tormenta, eu não


conseguiria chegar até aqui.
A Wenida, Natasha, Arlete, Ruby, Simone,
Milena, Karina e Daniela, minhas melhores amigas,
confidentes, que estavam sempre prontas para me
socorrer. Vocês são minhas irmãs de coração.
Ao meu marido, que teve paciência e foi
compreensivo com as minhas madrugadas em claro
escrevendo.
E, em especial, a todos os leitores, que
tiraram um tempo de suas vidas para acompanhar
as loucuras desta autora. A vocês, o meu muito
obrigada!

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PRÓLOGO

Estou no trabalho, cansada, muitas horas de


pé atendendo os clientes sem parar, mas não posso
reclamar.
Depois da ruína em que nos deixaram,
quando nos tiraram tudo, este foi o único lugar que
me deu uma oportunidade; a lanchonete com um
senhor bondoso que me deu esse emprego de
garçonete. A TV ligada me chama a atenção, pois
já está passando há horas um noticiário urgente
falando sobre um incêndio, mas estava tão
atarefada e cansada que nem tinha prestado a
mínima atenção antes.
"Até o momento os bombeiros ainda não
conseguiram identificar as causas e o início do
incêndio, nem estimar o número de feridos e

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mortos. Apenas foram identificados os locais


afetados, como a ala de alojamento, o bloco V e
bloco VI. O fogo já dura algumas horas e parece
ter começado por uma rebelião entre os presos. Até
o momento o incêndio ainda não está controlado e
muito menos se tem previsão de controle. Em
entrevista recente, o diretor da penitenciária
Easter Stein disse que não fará nenhum
pronunciamento, que estão sendo feitas as
investigações, e ainda estão apurando se o
incêndio foi premeditado ou acidental. Obrigado a
todos, este é o Jornal Notícia com as informações
para vocês, qualquer novidade regressaremos em
direto. Até breve."
Quando ouço o nome da penitenciária parece
que meu coração para. Entro em choque, não, isso
não pode estar acontecendo. Deus não! Encosto no
balcão e ouço alguém chamar e me abraçar; olho e
vejo Amanda.
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Ela me abraça firme enquanto desmorono e


caio de joelhos no chão, em choque, sem saber o
que fazer, não acreditando no que está acontecendo.
Ela diz que me ligaram, mas como não
conseguiram falar comigo, e ela era o contato mais
próximo, ligaram para ela. Fico desnorteada.
Amanda diz que precisamos ir até a prisão, que foi
por isso que lhe ligaram. Sou liberada do serviço e
corremos até lá, peço para Amanda dirigir mais
rápido, mas parece que não chega nunca, é uma
demora sem fim.
Quando chegamos na prisão, tudo que vejo
reforça meu desespero. Escoro-me no carro e
Amanda tem que correr para me agarrar antes que
eu caia. Passam-se horas e tudo o que consigo fazer
é olhar para as chamas, escorada no carro e sentada
no chão, com minha melhor amiga me abraçando.
Enquanto choro desesperada, meu ódio pela

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família Cartier apenas aumenta. Tudo isto é culpa


deles, não era para o David estar lá dentro; não era
para ele estar correndo risco de vida. Vários
familiares estão aqui também, todos aguardam
notícias que nunca chegam. Já nos falaram que
muitos presos foram retirados dos blocos a
tempo. Que David seja um desses que esteja entre
eles.
Após mais algumas horas, alguns familiares
vão sendo chamados para receber informações e
conversar com o diretor do presídio.
— Senhorita Verônica, venha comigo. —
Sou chamada por um agente carcerário. Entrelaço
meus dedos com os de Amanda, pedindo força, e
seguimos o agente até uma sala que parece intacta,
apesar do fogo.
— Senhorita Mitchell, sou Ferdinan, o diretor
do presídio. Sinto muito em lhe informar, mas seu

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noivo não resistiu, ele não sobreviveu ao incêndio


— informa muito sério, sem esboçar reação ou a
mínima emoção.
— Não! Não! Não! Por favor, diz que é uma
brincadeira, isto não pode estar acontecendo
comigo! Estive aqui o visitando muitas vezes, eu o
vi ontem. Nós íamos nos casar. Ele era inocente,
nem deveria estar aqui.
— Por favor, diz que é um engano, que isso
não aconteceu! Me diz! — grito e choro, Amanda
me abraça, murmurando coisas que não consigo
entender. Tudo perdeu o foco, não tenho noção de
nada ao meu redor. Depois de um tempo me
acalmo e presto atenção no que o diretor está
falando.
— Eu sinto muito, senhorita, mas receio que
não possa dizer isso. O fogo tomou conta da ala de
alojamento e de todo o bloco V e VI. Não sabemos

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como o presidiário David Baker Simmons foi parar


lá, ele era do bloco II. Ainda estamos apurando
todos os fatos. Lamento, mas gostaria de saber se a
senhorita deseja ficar com os pertences do preso,
que estavam na cela dele. Foi por isso que mandei
chamá-la. Entre eles, achamos esta caixa de
madeira com seu nome escrito. A senhorita quer
ficar com ela? — Ele pergunta, e me mostra a
caixa.
— Pode me entregar, ela vai ficar com ela. —
Amanda diz quando vê que não tenho condições de
responder. Estou muda, paralisada, em choque. Ele
me entrega uma caixa de madeira avermelhada.
Abro-a e percebo que contém algo.
— Obrigada, senhor, agradeço por me
permitir ter esta lembrança — consigo dizer após
um momento. Saio de lá apoiada em Amanda, sem
saber que caminho seguir.

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Quando chegamos ao lado de fora, caio de


joelhos e vomito, tremo como nunca na vida.
Amanda me segura e me ajuda a levantar quando
finalmente paro de vomitar.
— Verônica, amiga, estou aqui. Não importa
o que aconteça, sua dor é a minha dor. Estou junto
com você, pode chorar — murmura, me abraçando.
Desmorono em seus braços e choro por um longo
tempo. Sou guiada para o carro e saímos dali.
Enquanto nos afastamos olho aquele lugar, sentindo
meu coração ser arrancado do peito e ficar ali,
morto, junto dele.
Só consigo pensar nele, no meu amor, David.
Dói pensar que nunca mais o verei, nunca mais
verei seu sorriso, nem ouvirei sua voz, sentirei seus
braços... Dói! Dói! Sou levada para a praia;
caminho pela areia e resolvo abrir a caixa.
Sentamos em silêncio e, ao abri-la, vemos um

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envelope com uma carta. Reconheço sua letra e as


lágrimas começam a cair antes mesmo de começar
a ler, em voz alta.
"Verônica, se você está lendo esta carta,
significa que eles venceram. Eu não consegui, meu
amor, provar minha inocência e recuperar tudo o
que eles me tiraram. Quero te dizer que, mesmo
não estando com você... saiba que você sempre foi
e sempre será o amor da minha vida, e que nada
vai mudar isso. Infelizmente não pude realizar seu
sonho de entrar de branco numa igreja e casar
comigo, mas saiba que esses últimos dias aqui na
cadeia não deixei de sonhar com você em meus
braços, te amando, te fazendo minha, amor. Eu
tentei de todas as formas provar a minha
inocência, mas não consegui. Peço para que você
vá atrás da verdade, Verônica. Desmascare a todos
e mostre ao mundo do que esta família é capaz.
Acabe com todos eles! Conheço a mulher forte que
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você é. Só você pode destruir a todos, já que não


estou mais aqui. Amor, lembre-se da Mina Serra
Azul. Ela é sua, tudo aquilo conquistei para você,
porque você é o amor da minha vida. Irei esperar a
eternidade para tê-la de novo em meus braços. Te
amo além da vida.
Tenha cuidado, por favor. Eles são
perigosos, e por ambição essa família é capaz de
tudo. São capazes de tudo por poder, dinheiro, e
por aquela mina. Se para tomar aquelas terras o
Arturo colocou a mim, seu melhor amigo na
cadeia, imagina com você?! Eles são destrutivos. E
ainda tem o Guilherme, que pode parecer o mais
tranquilo de todos; mas não se engane, meu amor,
seu sangue é tão ruim e podre como todos naquela
casa. Tenha cuidado. Saiba que de onde quer que
eu esteja, estarei olhando para você e por você,
somente você, minha eterna amada. Nunca se
esqueça de tudo que eles nos fizeram, tudo que
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perdemos por culpa deles. Eu te amo, sempre te


amei e sempre te amarei.
Sempre Seu, David."

Foram essas suas últimas palavras, numa


carta e junto com uma pedra vermelha, quebrada.
Eu a reconheci imediatamente. Era o diamante
vermelho, antes o símbolo do seu orgulho, trabalho
e esforço; do nosso futuro. Agora, símbolo de tudo
o que perdi, o que nunca mais terei. Aperto a pedra
em minhas mãos até senti-la cortar minha pele.
Olho para o céu e prometo a mim mesma: Eu
juro, meu amor, eles irão pagar.

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CAPÍTULO 01 – O jogo se
inicia

“Uma vez no inferno, apenas o


diabo pode te salvar.”

Dizem que é melhor um péssimo casamento


do que um funeral, porque o amor não é o único
motivo para alguém se casar. No meu caso, é
unicamente a vingança. Olho meu reflexo no
espelho, vestida de noiva, e vejo o ódio refletido
em meus olhos. Consegui chegar até aqui. Agora,
estou a um passo de alcançar minha vingança. Sinto

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um gosto amargo na boca, descendo por minha


garganta, apenas ao pensar que logo serei dele.
Porém, é um pequeno preço a pagar, um
sacrifício necessário em minha vingança. Meu
único objetivo é acabar com aquele homem e sua
família. Vou tirar tudo o que ele tem, até o calçado
que ele usa será meu. Farei com que sofra por tudo
aquilo que me fez, todas as lágrimas que derramei.
Sorrio ao lembrar do David, meu doce amor; eu o
amava tanto, tanto. Mas Arturo me tirou tudo, e o
farei pagar caro. Ele irá chorar lágrimas de sangue!
Todos os meus planos, toda a minha vida foi
destruída por ele. Desgraçado! Ele é pior que o
demônio. Destruirei todos, ninguém escapará ileso;
todos ficarão na miséria. E o Arturo... deixarei para
o final. Além de tudo que farei com ele, apodrecerá
na cadeia, irá pagar por todos os crimes que
cometeu.

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Sou arrancada dos meus pensamentos com


batidas na porta.
— Verônica! — Amanda me chama.
— Pode entrar — digo, ainda me olhando no
espelho.
— Amiga, você está um arraso,
deslumbrante! — Então ela olha nos meus olhos e
vê a dor que estou sentindo. — Verônica, era para
ser o dia mais feliz da sua vida. Tem certeza que
quer prosseguir? É isso mesmo que você quer
fazer? Você pode desistir e ir viver sua vida,
esquecer dessa família. — Amanda diz, segurando
em minhas mãos e me olhando séria.
— Você sabe que não vou desistir, eu os farei
pagar, custe o que custar. Agora me ajude com o
vestido, por favor. Preciso me apressar e terminar
de me arrumar.
Meu vestido é lindo, com pequenas pedras de
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brilhantes. Ele não quis poupar gastos, disse que


sua rainha tem que ser a noiva mais bela de todas.
Sorrio ao lembrar que ele me chama de rainha, a
rainha do seu império!

Depois de pronta e dentro da limusine,


seguimos em direção à igreja. Deus, me perdoe
pelo grande pecado que irei cometer! Não queria
me casar na igreja, contudo, essa família do
demônio é muito tradicional, nunca permitiria que
um Cartier se casasse apenas no civil. Então, aqui
estou, prestes a jurar amor e fidelidade perante
Deus e o homem que mais odeio no mundo, o
homem que me causa náuseas. Mas sou capaz de
qualquer coisa para conseguir o que quero. Não
terei piedade de nada e nem de ninguém.
Adentro a igreja e reparo na decoração, o

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lugar ostenta luxo puro. Tulipas brancas decoram o


ambiente, deixando-o mais romântico. Vou
caminhando, olhando todos os convidados, e sorrio
para cada um deles, até que lá está ele.
Não reparo em nada, apenas nele. Lindo
como sempre, seus cabelos loiros e barba por fazer
apenas o deixa mais bonito. Arturo esta com um
terno preto, todo elegante e sorrindo á minha
espera. Não posso deixar de notar o quanto ele é
bonito, mas não dizem que o demônio era o mais
belo dos anjos? Ouço o son da marcha nupcial e
caminho ate ele. Ao chegar ao seu lado sinto seu
perfume característico; ele beija minha testa e
sorri.
— Você está linda, amor — diz, ainda
sorrindo.
— Obrigada — forço um sorriso para ele.
Nem vejo a cerimônia passar, só penso que

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logo ele me terá em seus braços, e um arrepio


percorre meu corpo. Consegui evitar esse momento
até agora por ser virgem, mas chegou a hora que
terei que ser forte.
Após vários ritos, o padre finalmente fala: —
Uma vez que é vosso propósito contrair o santo
matrimônio, uni as mãos direitas e manifestai o
vosso consentimento na presença de Deus.
— Verônica Montês, aceita Arturo Santiago
Cartier como seu legítimo esposo? —olho para o
padre em minha frente.
— Sim — sorrio e prossigo: — Eu, Verônica
Montês, prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por
todos os dias de nossas vidas.
O Padre pergunta a Arturo: — Arturo
Santiago Cartier, você aceita Verônica Montês
como sua legítima esposa?

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— Sim, eu aceito. — Me olha sorrindo e fala.


— Eu, Arturo Santiago Cartier, prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença, por todos os dias de nossas
vidas.
— Confirme o Senhor, benignamente, o
consentimento que manifestastes perante a Sua
Igreja, e se digne enriquecer-vos com a Sua bênção.
Não separe o homem o que Deus uniu! — O Padre
proclama.
Enquanto trocamos as alianças, falamos um
para o outro: — Receba esta aliança como sinal do
meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo.
Aqui, eu mudei totalmente o rumo da minha
vida e me casei com o homem que mais odeio.
— Eu vos declaro marido e mulher. Pode
beijar a noiva — diz o Padre.

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Ele me beija, um beijo apaixonado, intenso.


Todos batem palmas e comemoram.
— Finalmente você é minha, meu amor. Não
vejo a hora de poder amar cada pedacinho do seu
corpo, minha rainha — comemora, me beijando
novamente.
— Eu também, mas nós temos que ir para a
festa. Nossos convidados estão à nossa espera —
tento escapar dele.
— Sim, mas só depois de mais um beijo da
minha esposa. — E me beija mais uma vez, mas
desta vez ele me agarra e me aperta em seu corpo, e
posso sentir sua excitação.
— Vamos, estão nos esperando — falo sem
fôlego, após conseguir me desvencilhar.
Que Deus me ajude, preciso seguir em frente.
A festa está linda, vários empresários do
ramo de joias reunidos para o grande
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acontecimento do ano: o grande e poderoso Arturo


Cartier se casando. Vejo um desfile de mulheres
com seus vestidos bufantes e suas joias caríssimas
andando para cima e para baixo, ostentando
suas riquezas. Muitas pessoas vêm nos
cumprimentar; pessoas falsas, puxa sacos,
arrogantes, só gente da pior espécie. Forço o meu
melhor sorriso para todos. Vejo minha cunhada,
Paloma Santiago Cartier, loira, alta, com seus olhos
azuis vazios. Ela será a terceira da minha lista,
sorrindo para o irmão. Vem até nós, me beija no
rosto e diz em meu ouvido: — Cunhadinha, estou
de olho em você. Não pense que caí nesse seu
teatro de boa moça, você não me engana — sorrio e
disfarço.
— Obrigada, queridinha, também te adoro —
sorrio irônica e olho para Arturo, que nem repara
no que aconteceu. Meu cunhado Guilherme nos
cumprimenta.
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— Cunhada, você está linda. Se não fosse


casada com meu irmão, eu com certeza lutaria por
você. — Guilherme beija minha bochecha por um
tempo maior do que deveria e fica me encarando.
Olho para Arturo, que exibe uma carranca e solta
um grunhido, começando a falar.
— Guilherme, vai arranjar uma mulher pra
você, vai, que essa aqui já tem dono. — Guilherme
olha de lado para o irmão, mas continua segurando
minha mão e me encarando. Não satisfeito, ainda
fala...
— Eu sei, maninho, não precisa se preocupar,
ela é toda sua, mas se não fosse... Pode ficar
tranquilo, que meu coração já tem dona! — E seus
olhos brilham ao olhar para sua noiva, ele parece
realmente apaixonado por ela. Ah! Se ele soubesse
que investiguei toda a família dela, ele não sabe do
que a própria noiva é capaz. Ele me olha e pede...

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— Senhora Cartier, me daria à honra desta


dança? — indaga, fazendo uma mesura de
brincadeira. Sorrio e aceito.
— Claro, meu caro cavalheiro. — Arturo
assiste tudo com uma carranca maior ainda,
demonstrando não estar nada satisfeito com isso.
— Não demore, meu amor, quero ir para
nossa lua de mel o quanto antes — arqueia a
sobrancelha e olha irritado para o irmão. Beijo seus
lábios demoradamente e vou com Guilherme até a
pista de dança.
Guilherme segura-me firme perto de seu
corpo, enquanto uma música envolvente começa a
tocar. Com os lábios acaricia o lóbulo da minha
orelha e sussurra: — Verônica, se me permite dizer,
você é a mulher mais linda que já vi na vida, meu
irmão é um cara de muita sorte por ter conseguido
uma mulher como você — diz e me olha

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intensamente.
— Obrigada, Gui, me sinto muito lisonjeada,
mas sua noiva que não escute isso! — falo
brincando, mas Guilherme me puxa mais ainda
para ele e me encara firme, parece que vai enxergar
meus segredos mais profundos. Isso me incomoda,
e desvio o olhar. Nisso, ele me gira e acabo me
esfregando sem querer em seu corpo. Vejo a veia
do seu pescoço saltar, ele cheira meu cabelo e, com
a mão livre, acaricia meu pescoço. Sorrio por
dentro com isso.
De longe vejo Arturo vir rápido em nossa
direção, irritado e de cara fechada.
— Posso pegar minha mulher de volta,
irmão? — diz de forma autoritária e irônica.
— Claro, mano, só estava falando o quanto
você é um homem de sorte por ter uma mulher
como essa. — Guilherme sorri de forma forçada.

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— Eu sei, Guilherme, tenho noção da mulher


que tenho em meus braços. Agora, se me dá
licença... — Me puxa dos braços de Guilherme e
me aperta firme.
Guilherme me olha por um instante e sai de
perto, já Arturo me conduz na dança e me aperta
tão firme que sinto seu corpo todo no meu.
— Por que vocês estavam tão próximos? O
que vocês tanto conversavam, hein? — arqueia a
sobrancelha e me olha sério.
— Amor, ele só estava falando o quanto você
é um homem de sorte, juro. Mas quem tem sorte
mesmo sou eu, por ter você — olho bem para ele e
me aproximo aos poucos, beijando-o de leve e
aprofundando aos poucos. Não posso deixá-lo
desconfiado. Ele me aperta mais em seus braços,
desce a mão lentamente nas costas em uma carícia
sensual, me arrepio toda. Para de beijar meus lábios

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e vai descendo a boca em direção à garganta, me


beijando e mordendo, gemo baixo. Desce a mão
direita e aperta minha bunda de leve, a esquerda
sobe e segura minha nuca firme, me beija com
sofreguidão e esfrega sua excitação em mim.
— Amor, amor, para! Olha onde estamos —
digo entre beijos, gemendo.
— Tudo bem, minha rainha. Vamos logo, que
estou doido pra te fazer minha. — Suga minha boca
e morde, antes de pegar minha mão e nos puxar
para a saída.
Por fim estamos indo embora, depois de três
horas torturantes na festa, onde tive que fingir o
tempo todo que estava feliz. Daqui seguimos para
nossa noite de núpcias.
Meu Deus, o que eu faço? Não paro de
tremer, suando; estou muito nervosa. Penso até na
ideia maluca da Amanda de dopá-lo. Será? Balanço

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a cabeça negando, não posso arriscar.


No quarto do hotel há um caminho de rosas
até chegar à cama; nela, várias pétalas de rosas
vermelhas e brancas, com velas ladeando o
caminho todo e a cama, dando um ar de romance
para o ambiente.
— Vou me trocar, amor, tudo bem? — digo,
meio tímida.
— Sim, eu te espero. E enquanto isso preparo
uma bebida pra nós. — Me dá um selinho.
Entro no banheiro muito nervosa. Tiro o
vestido, visto o espartilho e saio do banheiro. Hora
de seguir em frente com o plano, de colocar a
segunda fase em ação.
Ando sensual, quando ele me vê, nem pisca.
Engole em seco, me olhando de cima a baixo,
vendo cada pedacinho.
— Verônica, você quer me enlouquecer, só
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pode. Bebê, eu pretendia ter toda a calma contigo,


ir devagar, todo carinhoso para você não se
assustar, mas com você desse jeito... Não sei se
consigo; não depois de te ver assim. — Ele morde o
lábio inferior e contrai os músculos.
— Arturo, nós precisamos conversar — digo
séria.
— Pode falar, meu anjo, minha rainha, sou
todo seu. — Se aproxima cheio de malícia. Respiro
fundo e solto. — Arturo, não posso me entregar a
você.
— Como assim, meu anjo? Acho que não
ouvi direito — faz uma careta confusa e se
aproxima mais.
— Ouviu sim, Arturo — falo meiga.
— Você sabe que eu te amo. Por que está
falando isso? Qual o motivo? Justo agora? Não
estou te entendendo! — Me puxa para perto dele e
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levanta meu queixo.


— Mas do que adianta me amar se não confia
em mim? Te amo tanto, sou completamente
apaixonada por você, mas... —Sou interrompida
por ele.
— Bebê, não estou te entendendo, do que
você está falando? Eu sei que me ama.
— Arturo, como você quer que eu confie em
você, se você me fez assinar aquele acordo pré-
nupcial ridículo? Parece que sou uma interesseira,
que só está se casando com você por dinheiro. É
nisso que você acredita? Você dúvida do meu amor
por você? — falo com a voz embargada, tirando
suas mãos de mim.
Vejo ficar pálido e engolir em seco.
— Verônica, meu amor, você sabe que te
amo, nunca duvidei de você. Aquele acordo não
passa de uma formalidade que minha família
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exigiu. Eu nunca vou me separar de você, você é


minha desde que coloquei meus olhos em ti pela
primeira vez. Não duvide disso, minha rainha! —
segura meu rosto com as mãos e me olha.
— Então eu peço, por favor, prova que me
ama, que confia em mim, e rasga esse contrato! —
Uma lágrima desliza por meu rosto e cai em sua
mão.
— É isso que você quer, Verônica? — seca a
lágrima com o dedo.
— Sim — sussurro.
Ele me solta e levanta-se rápido, me
encarando com um olhar assustador. Por um
instante fico com medo do que ele poderia fazer
comigo, mas ele anda até a mala e pega os papéis;
caminha em minha direção e rasga todos na minha
frente. Tento segurar o sorriso, mas não consigo,
ele atravessa meu rosto.

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— E então, agora você é minha? — rosna e


me beija, colando minhas costas na parede. Seu
corpo é tão grande perto do meu, que me
amedronta pensar que logo ele estará dentro de
mim. Ele beija meu pescoço e morde de leve, suga
minha pele e me arrepio toda.

Tiro minha camisa lentamente, sem tirar os


olhos dela. Nunca pensei que amaria uma mulher
como a amo. Passei muitas noites sonhando com
este momento, em que enfim tomarei seu corpo.
Depois de me livrar da camisa e das calças, puxo-a
e lhe beijo apaixonadamente. Sinto seu corpo
tremer, arrepiar ao meu toque.

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— Eu vou fazer desta noite inesquecível,


amor, te prometo isso. — E a beijo, arrancando
gemidos de seus lábios...
Desço, beijando seu pescoço, e mordisco de
leve a base do pescoço. Ela geme alto e me arranha.
Fico na dúvida se eu a fodo com essa lingerie ou
nua; adorei sua escolha para nossa noite, mas a
segunda opção ganha, é claro. Nada poderia ser
comparado a sentir seu corpo nu junto ao meu.
Rasgo seu espartilho, jogando-o longe, e me falta o
ar quando vejo seus seios. São tão perfeitos que não
resisto e os levo à minha boca; ela reage dando um
passo para trás. Quando sugo seus biquinhos ela se
mexe inquieta; se aproxima de mim e se contorce,
como se implorasse pelo meu toque.
Massageio sua intimidade sobre a calcinha de
renda, e ela se remexe e sobe desesperada de
encontro à minha mão. Removo a cueca,

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aproveitando para tirar sua calcinha lentamente,


roçando meus dedos em sua boceta, fazendo-a
gemer alto.
Meu pau está a ponto de aço, mas eu não
resisto, preciso provar seu gostinho. Ela respira
com dificuldade ao olhar para o meu pau,
amedrontada.
— Arturo, você é enorme, não sei se vai
caber — olha angustiada.
— Amor, você foi feita pra mim, cada parte
sua se encaixa perfeitamente em mim; cada
pedacinho do seu corpo se encaixa ao meu! —
pego-a no colo e coloco no meio da cama. Chupo
seus seios, perfeitos para mim. Minha língua
percorre sua pele, não consigo mais resistir e provo
cada pedacinho seu. Chupo cada pedaço da sua
bocetinha, e ela vai gemendo mais e mais. Passo
minha língua por toda sua vulva e a vejo ficar cada

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vez mais molhada. Brinco com a língua em seu


brotinho, causando arrepios pelo seu corpo.
— Arturo! — Ela grita, e vejo como seu
corpo se arqueia com o orgasmo.
— Linda, você fica linda quando goza, meu
amor — saboreio seu mel em minha boca.
Ela parece tímida pelo orgasmo que teve.
Beijo-a na boca, e ela corresponde de forma
desesperada; meu pau dói de tanta excitação.
Ajoelho-me diante dela e chego o mais
próximo possível, colocando a cabeça do meu pau
em sua entrada. Pincelo sua bocetinha e começo a
empurrar. Ela fecha os olhos e chama meu nome.
Sabia que ela seria apertada, mas porra! Eu sou um
cara de sorte. Ela é minha, somente minha. Sua
boceta parece uma luva, me sugando e apertando.
Sinto a barreira da sua virgindade, ela grita, e
começo a acariciar seu brotinho, fazendo-a relaxar.

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Então, meto com tudo e ela grita, me apertando;


finalmente ela é minha.
— Você é tão gostosa! Minha, só minha pra
sempre!
Sinto seu calor ao meu redor. Deus, como é
macia e apertada. Ela segue gemendo e me
arranhando. Entro e saio cada vez mais forte e mais
rápido, seus gemidos vão ficando cada vez mais
altos, e soam como música para meus ouvidos.
— Amor, goza comigo, estou quase — beijo
e, enquanto a olho, começo a mamar seus seios,
chupando um biquinho, depois o outro,
mordiscando e puxando, até soltá-lo fazendo um
som de pop. Ela arqueia as costas e grita, gozando.
Sinto sua boceta apertar meu pau ainda mais e não
aguento; gozo dentro dela, derramando minha
porra, enchendo-a, marcando-a no melhor orgasmo
da minha vida.

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— Eu te amo, Verônica, você é a minha vida.


Não sei o que faria sem você — acaricio seu rosto e
a beijo suavemente, puxando-a para cima de mim.
— Eu também — diz e me aperta, apagando
em meus braços.

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CAPÍTULO 02 – Diamante
Vermelho

“Você usa tanto uma máscara, que acaba


se esquecendo de quem você é sem ela.”

Acordo e vejo que não foi um sonho. Meu


amor realmente está aqui, bem juntinho de mim.
Não consigo mensurar, muito menos explicar o
quão maravilhosa foi a nossa noite juntos. Me vêm
na cabeça vários flashes de ontem, como fodi ela,
como era apertada, sua boca, seus seios, eu
entrando e saindo dela... Só de lembrar meu pau já
fica duro, mas preciso deixá-la descansar, não
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quero que fique machucada.


Levanto, me espreguiçando, com um sorriso
brincando na boca, e vou ao banheiro. Tomo um
banho quente demorado, relaxando toda minha
musculatura.
Ligo para o serviço de quarto pedindo que
tragam uma bandeja de café da manhã especial para
nós. Assim que a campainha toca, uma camareira
traz o carrinho com nosso café. Eu a dispenso e
termino de arrumar a bandeja com o café, torradas,
panquecas, ovos mexidos, suco de laranja e frutas,
num verdadeiro banquete. Resolvo colocar também
o presente que mandei fazer para ela; dentro do
estojo está o colar o mais valioso que já mandei
fazer na vida.
Será um presente especial, significa muito
para mim, pois é a primeira pedra da Mina Serra
Azul. Espero muito, muito mesmo, que ela goste.

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Coloco a bandeja no criado-mudo e deixo beijos no


seu pescoço e ombro.
— Amor — mordo o lóbulo da sua orelha e
sussurro — acorda, vida, trouxe o café pra você. –
Ela enterra a cabeça no travesseiro e resmunga.
— Já sei uma forma de te acordar, amor —
falo, mordendo seu pescoço. Vou descendo por seu
corpo, beijando e lambendo suas costas,
mordiscando. Beijo a base de sua bunda, não
resisto e aperto uma nádega enquanto mordo e
chupo a outra.
Afasto suas pernas e vejo sua bocetinha
rosada, molhada, me chamando. Não penso duas
vezes e caio de boca, ela geme e abre os olhos.
— Está gostoso, meu amor? — coloco dois
dedos dentro dela e chupo seu clitóris; mordo-o de
leve enquanto, com os dedos, entro e saio dela, que
se contorce na cama, empina a bunda e grita.

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— Arturo! Oh, meu Deus! Não para, por...


favor... — choraminga desesperada.
Ainda comendo ela com a mão, vou até seu
cuzinho e lambo, chupo, salivo, deixando bem
lubrificado e enfio a língua dentro dela, comendo
sua boceta com os dedos e o cuzinho com a boca.
Entro cada vez mais rápido, acariciando-a por
dentro, deslizando cada vez mais para dentro, com
ela encharcada. Ela chega ao seu limite, gozando e
gritando; tiro os dedos e saio do seu cuzinho, desço
a boca e tomo todo seu mel, chupando forte mais
uma vez.
— Sua gostosa! — dou um tapa na bunda
dela e viro-a para mim, beijando-a com vontade, e
fazendo-a sentir seu próprio gosto. Pincelo meu pau
em sua boceta, de cima para baixo, fazendo-a
implorar por ele.
— Arturo, por favor, preciso de mais! Amor,

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eu preciso de você, por favor... — Ela choraminga


rebolando; entro nela numa estocada só. Abaixo e
chupo o seio esquerdo, mordendo o biquinho,
puxando de leve e soltando, enquanto com a mão
aperto o seio direito e rolo o biquinho entre os
dedos.
— Amor, desculpa... Juro que ia te deixar
descansar — ofego, circulando a auréola com a
língua e metendo cada vez mais forte — mas é
mais forte do que eu, você é gostosa demais!
Rebolo o quadril, deslizando em seu calor
apertado, e ela grita alto.
— Isso! Isso! Mais rápido!
Estoco sem parar, chupando seus seios;
nossos corpos escorregadios com o suor, batendo
um contra o outro. Rosno para ela. — Pede, amor,
pede mais, anda! — E a giro, deixando-a de quatro
e estocando mais fundo e rápido. Bato em sua

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bunda, deixando as marcas dos dedos.


— Me fode, me fode! Me bate! — grita
louca, alucinada. Bato meu pau que nem um louco
na sua bocetinha e dou tapas estalados.
Ela goza, ondulando ao meu redor, me
apertando, sugando... Não aguento e gozo; parece
que nunca vou terminar de gozar, jorrando porra,
enchendo sua bocetinha.
Caio deitado, cansado e suado em cima dela.
Saio da sua bocetinha e vejo descer um rio de
porra. Com os dedos esfrego a porra em toda sua
boceta, entrando e saindo com os dedos, sentindo
toda porra lá dentro, e empurro os restos de porra,
não deixando nada para fora.
Do nada, ouço um choro; olho e a vejo
chorando.
— Bebê, eu te machuquei? Amor, fala
comigo, por favor. Amor, me desculpa, eu te
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machuquei? Me responde!
Olho em seus olhos e ela chora, seu rosto está
indeciso.
— Amor, fala pra mim, eu sou um idiota. Me
perdoa, pelo amor de Deus! Fui muito bruto com
você, me perdoa! — acaricio seu rosto, beijando os
olhos, nariz, testa, boca...
— Estou bem, me desculpa te assustar. Não
se preocupa, acho que fiquei muito emotiva pelo
casamento. — Me beija docemente. — Vou tomar
um banho, já, já passa.
— Está bem, meu amor - digo relutante,
observando-a se levantar, se enrolando no lençol.
— Mas, você tem certeza? Tudo bem mesmo? Não
quer que eu vá com você? — Ela sorri forçada.
Acho que quer privacidade. Não sei lidar com meus
sentimentos perto dessa mulher; vê-la chorar me
causa uma dor sem tamanho, preferia a morte a vê-

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la sofrendo. Ouço o barulho do chuveiro e decido ir


para o outro cômodo me arrumar.

Entro no banheiro desesperada, como se o


próprio diabo estivesse me perseguindo. Deus o
que eu fiz? Como pude me entregar dessa
forma? Tenho nojo de mim mesma por ter gostado
disso, por ter participado, amado cada segundo e
querer mais. Entro no chuveiro, me esfrego forte,
com raiva, nojo; me esfrego mais e mais a ponto de
ficar vermelha e arranhada ao tentar limpar a
sujeira do meu corpo. Choro, me sentindo suja,
com asco de mim mesma. Me lembro da noite
passada, de como gostei de tudo, do prazer imenso
que nunca imaginei que existisse, de como ele
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amou meu corpo. Nunca imaginei que minha


primeira vez seria tão perfeita assim, só que com o
homem errado. Preciso me controlar para não ter
uma crise de choro na frente dele toda vez que ele
me tocar, mas não posso gostar do que faz comigo,
não posso! Eu o odeio, apenas isso. Ele é um
homem bonito, mas eu o conheço, sei do que ele é
capaz. E o primeiro passo já foi dado, já sou a
senhora Cartier. Saio do banheiro e vejo o quarto
vazio, pensei que ele estaria aqui. Me arrumo,
coloco uma roupa e vou à sua procura.
— Arturo, cadê você? — falo alto, o
procurando.
— Aqui, amor! — vem à resposta da
varanda.
Ando até lá e o vejo apreciando a vista
particular do quarto; a mesa de café da manhã está
posta e ele está com um sorriso lindo estampado em

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seu rosto.
— Amor, pensei que ia gostar de tomar café
aqui fora, está um lindo dia e, já que eu estraguei
seu café da manhã na cama, achei que aqui seria
melhor. Espero que me perdoe, meu amor, não
queria fazer você chorar ou te machucar. É que te
amo tanto, tanto, que não resisto a você, te desejo
além da conta! — coloca o jornal de lado e fala, me
olhando sério, intenso.
— Eu é que tenho que pedir desculpas a
você. Estou muito emocionada pelo nosso
casamento, tudo parece um sonho, você e eu juntos
assim. E foi bastante intenso; me desculpa se te
assustei, amor. — Ele se levanta e me envolve com
seus braços fortes, me beijando. Um beijo lento e
carinhoso, mas não sinto nada além de desprezo por
esse homem.
— Ah, bebê! Você não sabe o quanto sonhei

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com você, em construirmos uma família. Quero a


casa cheia de crianças lindas como você, meu
amor! — sinto um gosto amargo em minha boca
quando ele fala de filhos; me lembro que não
usamos camisinha em nenhum momento.
— Sim, amor, claro! — sorrio forçadamente.
— Planejei muitas coisas para o dia de hoje,
que tal velejar comigo? Pretendo te levar à nossa
ilha, só nós dois e o mar, o que acha? — beija meu
pescoço.
— Eu adoraria! — digo, com um sorriso
tímido. — Vou me trocar, colocar um biquíni e
então podemos ir.
— Sim, mas antes tenho um presente pra
você — fala, me mostrando um estojo preto, e, ao
abri-lo, me surpreendendo, um lindo colar com um
diamante vermelho no centro.
— Eu não acredito, isso é o que estou
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pensando?!
— Sim, minha rainha, eu a encontrei em
minha primeira expedição na mina.
— Eu pensei que essa pedra estava perdida
— falo abobada, olhando o colar.
— Esta é a sétima pedra de diamante
vermelho do mundo, e foi a primeira a ser
descoberta na mina Serra Azul. Ela era maior, mas
foi quebrada por um amigo quando a vimos. Foi
uma disputa para ver quem ficaria com a primeira
pedra. Ele me disse que essa pedra deveria ser de
uma mulher especial, então a dividimos. E eu a
guardei todo esse tempo para dar a alguém especial.
Quando te conheci, mandei nosso melhor designer
fabricar este colar, porque você é a minha rainha,
merece o melhor. Esta pedra significa tudo o que
sacrifiquei para conseguir aquela mina, e você é a
melhor pessoa para carregá-la — fala com tanto

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amor, tanta adoração, que por um momento fugaz


me sinto perdida em seus olhos, mas logo me
lembro de tudo.
Quando ele contou da descoberta da pedra,
me lembrei do David. De quando me contou sobre
o diamante vermelho, como estava empolgado, e
um gosto amargo sobe em minha boca, descendo
pela garganta, só de lembrar de tudo que nos foi
tirado por esse monstro.
Tento disfarçar minha cara de ódio, mas ele
percebe.
— O que foi, meu amor, não gostou? Posso
mandar fazer uma pulseira ou outra coisa... — diz
preocupado, formando um vinco em sua testa.
— Não, não é isso, amor, só que eu tenho até
medo de usar uma joia tão cara, isso vale uma
fortuna, tenho medo de perder ou ser assaltada! —
penso rápido, contornando a situação.

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— Ah! Então é isso. Não se preocupe, nada


de mal vai acontecer a você, eu sempre vou estar
aqui pra te proteger, eu garanto, meu amor! — Me
aperta mais ainda em seus braços.
Um arrepio sobe por minha espinha quando
ele fala isso, sinto calafrios pelo corpo.
— Obrigada, amor — beijo seu rosto,
sorrindo. — Vou me trocar.
— Tudo bem, vou ver se a lancha está pronta.
— Se levanta e caminha em direção à praia.

Passadas algumas horas, estamos


desembarcando em uma ilha paradisíaca. O lugar
parece uma miragem, lindo, como se o tempo
tivesse parado.
— Nossa, esse lugar é lindo! — digo
admirada.
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— Sim, gosto muito daqui. Comprei já faz


um tempo, porém, nunca tive tempo para mandar
construir uma casa, até o nosso noivado. Esta ilha
para mim é um refúgio, quando estou aqui esqueço
os problemas e consigo relaxar. Espero que goste
daqui como eu! — olha o horizonte, pensativo.
— É perfeito! E tudo é tão lindo.
— Também temos uma cachoeira depois de
uma trilha. Tentei manter o mais preservado
possível esse lugar... Vamos, venha conhecer a
nossa casa. — Ele diz empolgado e sorrio por
dentro quando ele se refere a casa como nossa, isso
significa que meu plano já está dando certo.
Ao olhar para a casa me impressiono com o
lugar, realmente parece um refúgio; calmo,
pacífico, no meio da natureza, até mesmo um
recanto para os apaixonados. Mas, por hora, servirá
para colocar meu plano em ação.

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Não posso negar que Arturo soube caprichar,


o lugar é incrível, realmente inesquecível.
A casa tem um certo encanto, é um charme e
tem um ar de refúgio. São três andares, e nosso
quarto fica no último andar, com uma vista
magnífica, uma ampla visão de toda a ilha.
— Tudo aqui é lindo, esplêndido. Estamos
sozinhos aqui, Arturo?
— Sim, amor, pensei que você não se
importaria de cozinhar para nós. Quero
privacidade, ter você só para mim, juntinho a mim,
e realizar todos os meus desejos, que guardei esse
tempo todo... —fala, me abraçando apertado e
beijando minha nuca.
Olho ao redor, para esse lugar encantado,
uma pena que estou em tão má companhia para
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poder aproveitá-lo.
— Amei estar aqui, principalmente só nós
dois. Amor, você não sabe o quanto estou feliz,
parece um sonho se realizando! Nunca imaginei
que hoje estaria aqui, contigo, nos seus braços,
como sua esposa — acaricio suas mãos e braços,
que me envolvem.
— Eu te disse no dia em que te conheci que
você seria a mulher da minha vida. Eu te amo,
Verônica. — Ele se aproxima e tento disfarçar meu
corpo todo arrepiado. Sinto arrepios toda vez que
ele me toca, mas ao mesmo tempo sinto náuseas,
quando me lembro quem é ele, quem é esse homem
me tocando, tomando meu corpo.
Arturo beija minha boca com gula e eu me
entrego aos seus beijos, seus toques.
Suas mãos apalpam meus seios, rolando os
mamilos entre os dedos; desabo contra ele, que

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interrompe o contato e se afasta bruscamente,


respirando fundo.
— Vamos, meu amor. Quero te mostrar cada
canto deste lugar. Espero que goste daqui tanto
quanto eu. Se não sairmos agora, não me
responsabilizo pelos meus atos — passa as mãos
entre os cabelos, frustrado.
— Ok, amor, vamos — seguro em sua mão e
saímos.
Caminhamos por toda a ilha de mãos dadas,
até de lancha andamos; em todo o momento ele me
roubava beijos; quem estivesse olhando imaginaria
que somos um casal muito apaixonado. O irônico é
que não somos nem perto disso, ele pode até ser,
mas eu...
— Arturo, vou tomar um banho. Todo aquele
sol que tomei na lancha acabou me queimando
demais.

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— Quer que eu vá com você? — sorri


malicioso, me olhando de cima a baixo.
— Não, deixa pra próxima, estou cansada —
digo tentando evitar; só Deus sabe como viro uma
marionete quando ele me toca, acabo não
conseguindo me controlar. Tenho que manter em
mente que ele é apenas um homem bonito, e
lembrar de tudo que me fez, tudo que ele fez ao
David. Só de lembrar dele me vem um gosto
amargo na boca; sinto remorso por ter me
entregado daquela forma ao Arturo.
— Você pode preparar alguma coisa para
comermos? — peço com uma carinha fofa.
— Claro, amor, vou fazer minha
especialidade.
— Hum, já estou até com água na boca! —
Ele sorri para mim, aquele sorriso lindo que ele
tem. Não posso negar que seu sorriso mexe

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comigo.
Isso é apenas mais um passo para minha
vingança, não posso esquecer. Fico repetindo como
um mantra no caminho até o banheiro da suíte.
A banheira gigante de hidromassagem dá um
toque moderno ao lugar. Tiro a roupa, ponho a
banheira para encher, e coloco os sais de banho. Ao
entrar, todo nervosismo dos últimos dias, refletido
em meu corpo, se desmancha aos poucos, e vou
relaxando na água morna.
Fico pensando no que farei quando
chegarmos à capital, em meus passos... Preciso ser
extremamente cuidadosa. Não posso falhar em
nada. Um passo em falso sequer e tudo pode dar
errado.
Acabo cochilando, e acordo com beijos em
meu pescoço e ombro, e mãos no meu corpo.
Desperto extremamente excitada, quente, gemendo

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necessitada.

Verônica demora e vou atrás dela. Ao


adentrar o banheiro, vejo-a dormindo
tranquilamente na banheira. Seu corpo, coberto
parcialmente pela espuma, me faz louco de desejo.
Não resisto e beijo seu pescoço, seu ombro,
inalando seu cheiro de jasmim, que tanto amo, e me
faz insano. Sinto sua pele arrepiar e fico satisfeito
por saber que é pelo meu toque.
Beijo seu ombro e vou descendo, trilhando
um caminho molhado por seu corpo. Ela geme e
abre os olhos para mim.
— Não resisti a você, minha rainha. Sua pele,

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seu cheiro de jasmim... Tudo em você me enfeitiça,


me chama. — Não perco a oportunidade de
demonstrar meus sentimentos, de mostrar o quanto
a amo, o quanto a desejo.
— Você quer entrar, marido? — diz
Verônica, com a voz embargada pelo sono e desejo.
Não resisto e a puxo da banheira,
envolvendo-a em meus braços. Com seu corpo
molhado encostado ao meu, eu a beijo. Enquanto
nos beijamos, vou tirando a roupa com pressa,
desesperado. Verônica lentamente começa a me
beijar com delicadeza. Termina o beijo com suaves
selinhos e vai me beijando, descendo pela nuca e
dando suaves mordidinhas nas orelhas, ao mesmo
tempo em que massageia meus ombros. Isso me
deixa louco, pois é a primeira vez que ela me
acaricia, toma a iniciativa. Não aguento e coloco-a
na banheira. Me sento com ela no colo, ambos nus,

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com os corpos escorregadios roçando dentro da


água. Estou muito feliz e excitado com os carinhos
que recebo dela.
— Te amo tanto, minha rainha! Não sei o que
seria de mim sem você! — digo, enquanto mordo e
lambo sua nuca.
Ainda não a penetro. Preciso degustar seu
corpo, comer sua boceta suculenta, fazê-la implorar
para que a coma; vou me banquetear. Beijo sua
nuca e aperto seus mamilos, rolando e soltando-os,
esfrego meu pau na sua bocetinha, colho seus
gemidos com a boca. Continuo beijando sua nuca,
orelhas, ombros, e massageio os biquinhos, falando
em seu ouvido tudo o que estava fazendo e o que
faria; todo o tipo de sacanagem e putaria,
enlouquecendo-a de prazer. Depois, começo a
sugar, morder, lamber, beijar e acariciar seus seios,
tão perfeitos para mim; enquanto ela geme

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ensandecida de prazer e pede mais. Ela se esfrega


em mim, distribuindo carícias em todo meu corpo,
marcando-me com mordidas e chupões. Ela
também aproveitou e sugou e mordeu cada
pedacinho da minha pele, dando atenção especial
ao meu pau, fazendo um sessenta e nove perfeito.

Paro e o observo por alguns minutos,


admirando-o e pensando em como pode ser tão
lindo, tão sexy e gostoso, mas tão cruel. Com toda
certeza ele sabe como seduzir uma mulher, como a
deixar louca, desejosa, fogosa; pois é assim que me
sinto toda vez que ele me toca, em chamas,
precisando do seu toque, dos seus dedos, da sua
boca, do seu pau dentro de mim, me levando a
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inúmeros orgasmos e a queimar com ele.


— Verônica, você é linda. Adoro sua pele,
ainda mais assim, toda vermelha pela minha boca,
por mim... Essa bocetinha molhadinha sedenta por
pau, o meu pau. — Ele me acaricia por dentro com
os dedos.
Quando parecia que eu não iria mais aguentar
de tanto tesão, ele se aproximou, mergulhou a
cabeça dentro da banheira e começou a me chupar
como quem toma o melhor sorvete, ou como quem
está há tempos esperando para chupar no pé a sua
fruta favorita.
Com a boca na minha boceta, ele vai
enfiando a língua dentro dela, circulando meu
clitóris, puxando levemente com os dentes,
deixando-me louca sem gozar. Me sento e apoio
minhas costas em seu peito. Com a mão, ele
acaricia minha boceta e com os dedos, fricciona e

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torce meu clitóris, me arrancando um grito alto de


prazer. Curvamo-nos, ele encontra meu doce ponto
de prazer, me fodendo vigorosamente na banheira.
Eu gozo em seus braços.
Ali, dentro daquela banheira, ele me amou,
me reverenciou, como uma joia preciosa. Já não
posso mais negar que ele mexe comigo de uma
maneira estranha, como nunca senti antes; de uma
forma que não sei sequer explicar.
Tudo que ele faz é única e exclusivamente
para me agradar, não sei o que pensar.

— Vem, vamos terminar o banho — falo e


acaricio cada pedacinho de Verônica. Não consigo

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resistir, toco-a com muito tesão. Toco sua boceta e


a sinto contrair excitada. Ela fica louca de desejo e
se esfrega em mim, seu corpo treme, já recuperado
do orgasmo anterior e precisando de outro, que vou
dar com muito prazer. Viro-a bruscamente no box
de frente para mim, bato com força suas costas na
parede e meto com tudo, comendo-a com força,
entrando e saindo rápido, com brusquidão,
martelando sem dó sua boceta gulosa.
Quando entro com tudo dentro dela, sinto
todo meu membro a alargando, e tomando-a como
minha; meu pau vai praticamente sendo torturado
por sua boceta apertada. Eu a fodo violentamente e
a única coisa que ela faz é gritar por mais.
— Assim que você gosta, amor, com força?!
— estoco mais forte e bruto.
— Sim, Arturo! Mais forte, mete mais
rápido! Me fode, vai, me faça sua! — grita em

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meio ao tesão, então paro, saindo de dentro dela e


deixando-a frustrada. Ergo-a em meus braços, de
onde ela nunca deve sair, e a carrego até nosso
quarto.
— Arturo, estamos molhados — resmunga,
excitada e brava por ter parado.
— Eu sei, bebê, mas quero mais de você e
quero agora. Não resisto a essa bocetinha gulosa —
digo e a jogo na cama de costas para mim, me
posiciono atrás dela, que está de quatro, e vejo que
ela está constrangida pela posição.

Estou toda aberta para ele. Ele enche meu


bumbum de mordidinhas, me deixando cheia de

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tesão, toda molhada, escorrendo pelas coxas o meu


líquido.
— Arturo, não aguento mais. Por favor, me
come, me fode — suplico, rebolando para ele.
— Diz pra mim, vai, fala o que você quer,
amor. Diz para o teu homem o que você precisa!
—pincela seu pau na minha boceta.
— Quero você dentro de mim, agora. Esse
pau me arrombando... — Nem termino de falar e já
sinto seu pau em mim, Arturo mete com tudo. Essa
posição faz com que eu o sinta todo enterrado em
mim, bem fundo; suas penetrações são mais
profundas, me fazendo rebolar e gemer como uma
cadela no cio.
Ele soca com força, me fazendo arfar de
prazer. Com o punho segura meus cabelos e puxa,
me fazendo arquear as costas, enquanto me fode
como um animal. Grito e gozo alucinada, sentindo

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tapas fortes sendo depositados na minha bunda, o


que me deixa com mais tesão e gozando ainda mais
forte. Ele me tomou como sua.
— Ah, amor... Eu te amo, Verônica! — diz
quando goza, me enchendo com sua porra.
Caio na cama relaxada e, quando penso que
ele já tinha acabado, eis que me surpreende ao me
pegar no colo e levar para o banho novamente, para
depois me secar com carinho. Sorrio espantada,
pois nunca imaginei ser tão bem tratada, ainda mais
pelo meu pior inimigo.
— Amor, não fiz nada de especial para
comermos, mas, com toda modéstia, meu espaguete
é um dos melhores — fala de costas para mim,
mostrando sua qualidade na cozinha.
— Hum, vamos ver então como está esse
espaguete, senhor! — sorrio matreira.
Ele caminha até mim e me abraça, e juntos, ele

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apenas de calça de moletom e eu de roupão, vamos


comer.
Quando chego à sala de jantar a mesa já está
posta e há velas na mesa, insinuando que aquilo
seria só o começo, a noite estava muito longe de
acabar.

Nós comemos, conversamos, e fiquei até


surpresa em como Arturo demonstrava ser uma boa
companhia. Por um momento, fiquei triste em
lembrar o que tenho planejado para ele, mas logo
tratei de esquecer esses pensamentos.
— Vamos dançar! — Ele levanta e estende a
mão, me convidando, sorrindo com os olhos.
— Não sou boa nisso, você sabe — brinco e
lembro ele.
— Claro, jamais me esqueceria do dia em
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que quase tive que amputar meus pés, porque uma


bela dama os massacrou — faz uma cara de
coitado.
Começo a gargalhar e ele se junta a mim.
Rimos que nem loucos, até a barriga doer e faltar o
ar. Paro de rir e somente o observo, quieta,
querendo que esses momentos sejam eternos.
Externo os pensamentos e falo: — Eu queria tanto
que esses momentos fossem eternos, meu amor! —
acaricio seu rosto com as costas da mão.
— Eles serão, amor. Eu te amo e você me
ama, nada é mais importante, te prometo! — Me
olha seriamente e se aproxima, beijando-me
lentamente.
O resto da noite nos amamos como nunca
antes.

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CAPÍTULO 03 – Lua de
Mel no Paraíso

“Admiramos as pessoas pelas suas


qualidades, e as amamos pelos seus defeitos.”

Estar aqui com Verônica parece um sonho.


Consegui esquecer todos os problemas e
responsabilidades. Ainda não consigo acreditar em
como ela pode ser tão perfeita, tão amável! É
incrível como encontrei a mulher perfeita para
mim. Só de pensar que fui seu primeiro homem, o
sorriso em meu rosto aumenta. Seu primeiro beijo,
seu primeiro namorado, seu primeiro tudo. Isso só
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me torna mais possessivo com ela. Observo-a


enquanto dorme, toda esparramada na cama, seus
longos cabelos negros caem em cascatas nos
travesseiros e lençóis.
Me levanto devagar, sem fazer barulho. Vou
aproveitar e trabalhar um pouco enquanto ela
dorme; tenho vários problemas para resolver e não
é porque estou em lua de mel que posso
negligenciar a empresa.
Mandei fazer um escritório aqui na nossa
casa da ilha. Quero vir passar vários momentos
com Verônica aqui, e para isso não posso ficar
desconectado da empresa. Tomo um banho e me
visto, tentando fazer o mínimo de barulho possível
para não a acordar.
Sento no escritório, admirando a bela vista
que tenho; o sol está nascendo e banhando a
paisagem com tons de rosa e alaranjado, dando luz

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a um novo dia. Nunca fui homem de prestar


atenção nesses momentos, mas com Verônica tudo
mudou. Passei a dar valor a coisas que nunca liguei
antes. Tudo ao seu lado vale a pena, cada pequeno
detalhe. Não sei nem como explicar esses
sentimentos que tenho por ela, nem mesmo a forma
como a trato. Sei que fiz muita coisa errada nessa
vida e tenho medo desse passado vir à tona,
esbarrando no meu futuro. Escondo muitos
segredos que ficaram no passado, e é lá que
pretendo mantê-los.
Ligo para Scott.
— Fala, boiola, achei que estava em lua de
mel! Seu merda, não diga que já cansou? Sabia que
uma morenaça dessas era areia demais pro teu
caminhãozinho. — Já atende me zoando.
— Não fala besteira, filho da puta! Para de
falar da minha mulher, caralho, se não quiser ficar

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sem língua! Verônica não é pro teu bico! — Só de


ouvi-lo falar nela, já dá muita raiva, tenho vontade
de socar ele.
— Calma, cara, só estava brincando, relaxa.
Mas pensei mesmo, que você estaria se fartando da
morena numa hora dessas.
— Scott, você é um trouxa, vai tomar no seu
cu e larga da minha vida. Mas, já que você quer
tanto saber, a Verônica está dormindo, descansando
depois de eu ter a fodido a noite e madrugada toda.
— Me gabo.
— Uou... Aí sim, parceiro, até que enfim! Já
não aguentava mais você mal-humorado, que
abstinência, quase subindo pelas paredes — diz ele,
tirando onda com a minha cara.
— Seu idiota, não te liguei pra falar da porra
da minha vida sexual, mané! Quero saber como
andam as coisas aí na empresa. Como está a

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produção, os designs das joias, as pedras, tudo?


—questiono impaciente.
— Ah, cara! A produção está andando, está
tudo nos conformes, de acordo com o cronograma
— fala, sério.
— Certo, e como anda a fabricação da nova
coleção?
— Está tudo certo por aqui, irmão. A coleção
está em pleno planejamento, às pedras já estão
sendo lapidadas e os designs já estão prontos. Cara
sou muito competente no que faço! — diz, se
achando.
— Não se acha não. Mas agora que meu
casamento já passou, quero focar nessa coleção.
— Irmão, o Enrico me ligou hoje de manhã,
porque o seu celular só dava caixa postal. Parece
que ele conseguiu novidades sobre o caso do
David. — Scott me diz meio receoso.
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— Já falei para não dizer esse nome, porra!


Esse maldito está morto e enterrado, e é lá que ele
tem que ficar! — rosno.
— Entendo que esse assunto não te agrada,
mas ele parecia muito ansioso pra falar contigo,
cara! — Scott insiste.
— Vou ligar para o Enrico então, e ver se ele
tem alguma novidade sobre a noiva do David.
Quero saber quem é essa mulher, se ela estava
junto dele nessa coisa toda. Isso significa que
preciso encontrá-la, essa mulher pode ser um
perigo. Agora que me casei não quero que nada do
meu passado apareça para atrapalhar o meu futuro,
nem que a Verônica saiba sobre tudo isso. E sobre
aquele meu outro negócio, você está cuidando de
tudo?
— O clube, cara?
— Sim, irmão, o clube!

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— Estive lá ontem à noite, ainda não desisti


de fazer a Selene minha, aquela mulher deve ser
um tremendo furacão na cama.
— Deixa minha sócia em paz, vê se não vai
fazer nenhuma merda! Quero apenas que fique de
olho no funcionamento do lugar. Não estou aí
comandando, mas quero que saibam que estou
mantendo tudo em rédea curta, e você vai fazer isso
pra mim. Conto contigo.
— Pode deixar, irmão, nunca te decepcionei,
não é agora que vou começar. Mas, e a Verônica, já
decidiu se vai contar pra ela sobre o clube?
— Sim, cara, vou contar, não pretendo
esconder isso dela. Quero ir mostrando aos poucos,
sem assustá-la. Sinceramente, cara, não sei se ela
irá gostar desse meu lado sombrio — falo o que me
preocupa.
— Você sabe que ela é inteligente demais

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para esconder essas coisas dela. Logo, logo, ela vai


descobrir, sacar tudo. Se isso acontecer e ela não
aceitar, você está disposto a abrir mão disso por
ela?
— Sim, irmão, eu abriria mão de tudo isso
por ela. Mas, como já disse, irei mostrando meu
mundo aos poucos para ela, vou me segurar ao
máximo — afirmo. — Mas, mudando de assunto,
ainda temos os problemas com a Mikamoto,
àqueles filhos da puta estão tentando prejudicar o
lançamento da nossa nova coleção.
— Cara, o Hermes sabe que não pode
competir conosco, mas mesmo assim, é bom
deixarmos claro para ele que somos a Cartier, e que
ele não tem capacidade para nos enfrentar. — Scott
diz.
— Manda um recado pra esse filho da puta,
mostra pra ele com quem está lidando.

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— Ok, irmão, você quem manda. Vou te


enviar por e-mail os últimos relatórios da empresa e
os currículos para o cargo vago de assistente, assim
você pode analisar com calma e, quando voltar,
entrevistar algumas candidatas. — Ele me informa
de tudo.
Ficamos conversando por algum tempo
ainda, sobre outros detalhes da empresa. Depois,
comecei a ler os currículos, mas nenhuma me
pareceu ser tão boa quanto à antiga, Verônica. Ela
era perfeita, eficiente, pontual; mas agora é minha
esposa, não pode ficar somente como assistente.
Escolho quatro currículos dentre todos e deixo para
analisar depois. Paro e fico divagando nas
memórias de quando tudo isso começou. Essa mina
sempre foi meu sonho, e agora que está em minhas
mãos, e em pleno funcionamento, penso em tudo
que passei por cima para chegar até aqui.

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Estou tão entretido com as lembranças, que


não percebo Verônica parada na porta, me olhando
com uma carinha emburrada, vestida com uma
camisa minha.
— Você me prometeu, Arturo! — fala brava.
— Eu sei, amor, mas tem alguns assuntos
urgentes que só eu posso resolver — explico.
— Essa é nossa lua de mel, e você está
trocando-a por essa maldita mina! — fala raivosa, e
me surpreendo com a maneira que ela fala da mina.
— Verônica, já acabei. E você se esqueceu
que agora não tenho mais a minha assistente linda e
maravilhosa? Por causa disso sobra mais trabalho
pra mim — explico calmamente.
— Desculpa, amor, é que acordei e não te vi
ao meu lado, fiquei chateada. Afinal, queria acordar
ao lado do meu marido — diz, toda manhosa.
— Amor, eu já disse o quanto você fica linda
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assim, toda manhosa? — digo, já me aproximando,


e ela sorri de forma divertida.
— Não lembro de nada, não. Se quiser falar...
— sorri toda sapeca.
— Ah, gostosa! Não seja por isso, você fica
linda de toda forma, e assim... fica um tesão!
—agarro sua cintura e puxo-a para mim, beijando
sua boca; um beijo quente, molhado. Verônica
enrola os braços em meu pescoço, me puxando
mais para perto, e agarrando meus cabelos com
força. Levanto-a e coloco suas pernas enroladas na
minha cintura, seus pés cavando minha bunda,
roçando seu corpo no meu. Esfrego meu pau em
sua intimidade, fazendo-a gemer alto. Beijo sua
boca com mais fome ainda, ando com ela até a
mesa, derrubo tudo e coloco-a ali; tudo que me
importa agora é afundar na sua boceta quente,
gozar e me perder nela.

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— Arturo, não aguento mais esperar, por


favor... — geme e implora, rebolando para mim, se
recostando nos braços em cima da mesa.
— Ah... bebê, hoje você vai aguentar isso e
muito mais, quero testar umas coisas novas contigo
— cubro-a de beijos suaves.
Ela me olha sem entender nada, como ela é
linda assim, toda vermelhinha e com essa carinha
de confusa. Não aguento por muito tempo e solto a
fera que há em mim. Rasgo sua camisa
bruscamente e Verônica não se assusta como
imaginei. Muito pelo contrário, isso a excita ainda
mais. Vou deixando beijos molhados em seu
pescoço, trilhando até seus seios, que se arrepiam
ao meu toque.
— Arturo, eu preciso de você.
— Ah, amor! Você não sabe como é bom
ouvir que precisa de mim; como é bom te ouvir

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implorar! —pego um pedaço de pano que sobrou


da camisa e amarro seus braços para trás.
— Arturo, o que está fazendo? — diz com a
voz rouca e animada ao mesmo tempo.
— Apenas apimentando as coisas, amor.
Você confia em mim? — pergunto e ela hesita, mas
acena confirmando. Olho suas pernas, ela está tão
desejosa, molhada, que chega a escorrer pelas
pernas. Me endireito e fico parado na sua frente.
— Arturo...
— Shh... Quietinha, bebê! — tiro a roupa
rapidamente e libero meu pau; faço leves
movimentos de vai e vem nele, estou a ponto de
explodir. Verônica me olha com desejo, deixando-
me com mais tesão ainda.
Retiro lentamente sua calcinha.
— Ah, amor. Essa bocetinha está tão
molhada, sinto teu cheiro doce enlouquecedor! —
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amarro a calcinha na boca da Verônica, que não


protesta, só olha ainda mais desejosa quando chupo
dois dedos da minha mão e em seguida meto na sua
bocetinha rosada. Ela tenta gritar, mas a calcinha
em sua boca abafa o som.
— Ah, amor! Amo essa boceta, ela é minha,
só minha!
Não resisto e me toco de novo; com uma mão
me masturbo e com a outra trabalho meus dedos em
sua boceta. Ela não aguenta muito tempo e logo
goza, goza muito forte, arqueando as costas e
caindo na mesa. Não suporto e logo caio de boca,
chupando seu mel, trabalhando no seu clitóris,
lambendo sua bocetinha de cima a baixo. Ela tenta
gritar, mas não consegue; tenta se mexer, mas está
amarrada. Logo, começa a gozar de novo; acelero
meus movimentos com a língua e meto dois dedos
ao mesmo tempo. Depois de molhar bem eles, os

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arrastos até seu cuzinho, o acariciando. Rodo os


dedos por dentro e começo a penetrar, ela arregala
os olhos. Intensifico a chupada e enfio os dedos de
vez, ela geme desesperada.
— Não vejo a hora de ser meu pau aqui,
amor! — entro e saio mais rápido com os dedos no
seu cuzinho, chupo com mais força e meto os dedos
da outra mão na boceta. Fodo seus dois
buraquinhos ao mesmo tempo. Verônica não
aguenta e goza, estremecendo; não espero ela
terminar de gozar e já meto o pau nela, entrando e
saindo lentamente, vendo-o sair e entrar.
— Porra... Estar dentro de você é como estar
no céu, estou viciado nessa bocetinha, minha
rainha! — meto com tanta força que arrasto a mesa
junto; Verônica e eu gememos juntos.
— Vamos, amor, goza comigo, vai. Vem,
bebê! — esfrego seu clitóris rápido e em círculos,

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acelero as socadas e sinto gozando, me puxando


ainda mais para dentro, ondulando ao meu redor;
soco mais algumas vezes e gozo, enchendo sua
bocetinha de porra.
Descanso um pouco e, depois de recuperar o
fôlego, saio dela e fico olhando a porra escorrer de
dentro dela; me extasio com essa visão. Verônica
geme e me desperta; rapidamente tiro a calcinha de
sua boca e desamarro seus braços. Vejo que tanto
sua boca como seus braços estão vermelhos, e me
sinto arrependido.
— Desculpa, meu amor, não queria te
machucar; essa é a última coisa que quero fazer
nesse mundo! — falo agoniado.
— Estou bem, não se preocupe. Foi só um
pouquinho diferente, mas eu gostei, se gostei —
fala sorrindo e corando em seguida. Sorrio feliz.
— Fico feliz em saber que agradei a minha

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senhora. — Me curvo, brincando.


Verônica gargalha.
— Hum, já que é meu lacaio, gostaria de um
banho agora — diz com um brilho no olhar.
— Será uma honra, minha rainha!
Carrego-a em meus braços até o chuveiro.
Tomo todo o cuidado e lavo cada pedacinho seu,
em um banho demorado e delicioso, com carícias e
sussurros. Depois a levo para nosso quarto, para se
vestir.
— Coloque uma roupa confortável, amor.
Enquanto você se troca, vou preparar o nosso
passeio; tenho uma surpresa pra você — beijo sua
testa e vou arrumar as coisas.

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Me visto lentamente, colocando apenas um


biquíni preto minúsculo, com uma saída de banho
branca. Acabo me arrependendo por um momento
de ter deixado Amanda fazer minhas malas; aqui só
tem coisa decotada ou curta demais. Porém,
pensando bem, só tem nós dois aqui então, não há
problemas. E preciso deixá-lo cada vez mais louco
por mim, a qualquer custo.
Toda vez que fico perto dele parece que meu
cérebro derrete, não tenho nenhum pensamento
coerente; me torno apenas um corpo, à mercê do
seu dono, vibrando de prazer em seus braços. Não
posso deixar isso acontecer, não posso.
Decido me preocupar com isso depois, não
quero lembrar o que aconteceu agora naquele
escritório. Digo a mim mesma que tudo isso faz
parte do meu plano, é apenas um meio para

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alcançar o fim necessário; e que preciso conquistar


seu coração para ter sua confiança. Preciso que ele
confie plenamente em mim, para que eu consiga
alcançar meus objetivos.
Pego meu celular e verifico se tem
mensagens ou ligações, mas não tem nada. Preciso
entrar em contato urgente com o Michael. Ele é
minha fonte, meu homem de confiança, e preciso
descobrir mais sobre o passado do Arturo.
Caminho devagar e com cuidado, pois sinto
minha intimidade dolorida, depois de tudo que
Arturo e eu fizemos até agora. Era virgem até
pouco tempo atrás e agora faço sexo em todos os
lugares, sem descanso. Estou muito sensível e com
dor.
Encontro Arturo em frente à porta, vestido só
com uma bermuda, descalço e sem camisa, com
todas suas tatuagens à mostra.

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— Já falei que você está linda? — Me olha,


semicerrando os olhos.
— Hum, senhor sedutor, já disse sim. Agora,
pra onde estamos indo, amor? Estou muito curiosa
pra saber.
— Segredo — ri de mim. — Vamos, minha
curiosa, você vai adorar essa surpresa.

Caminhamos lado a lado, de mãos dadas, por


uma trilha ladeada por árvores. Fico apreensiva e
pergunto o tempo todo para onde estamos indo.
Arturo só diz que estamos chegando e nada mais.
Depois de caminhar por um tempo, quando
finalmente chegamos, tenho uma enorme surpresa:
vejo à minha frente uma linda cachoeira com uma
queda d'água.

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— Arturo, esse lugar é lindo demais,


maravilhoso!
— Eu sei, amor, amo esse lugar e sabia que
você iria gostar, por isso te trouxe aqui. — Ele fala,
enquanto olha para a frente, admirando tudo.
Fico encantada com o lugar e acabo
lembrando que David sempre me levava a um lago
que havia na antiga fazenda dos meus avós. Eu
amava aquele lugar, mas depois que me desfiz de
tudo, nunca mais tive o prazer de ter esse contato
direto com a natureza.
— Vem, amor, vamos ver se a água está boa
— diz Arturo, já tirando a bermuda, ficando só de
sunga, e correndo para a cachoeira. Dá um pulo e
mergulha.
Solto um suspiro, admirando-o. O pior é que
o canalha é lindo e sexy.
Tiro a saída de banho e entro na água logo
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atrás dele; a água está uma delícia.


— Esse lugar é perfeito, amor. Amei a ilha,
Arturo!
— Sabia que você ia gostar, esse lugar
combina tanto contigo, minha rainha! Ficamos
mergulhando e brincando por um tempo; com
carícias, toques e beijos roubados. Depois, saímos
da água e fizemos um piquenique debaixo de uma
árvore. Se alguém nos olhasse de longe pensaria
que somos um casal apaixonado.
— Amor!
— Fala, linda — responde distraído.
— Não queria ter que parar de trabalhar na
Cartier.
— Verônica, já conversamos sobre isso, não
te quero trabalhando como assistente, você agora é
uma Cartier e precisa se portar como tal, como
minha esposa — afirma categórico.
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— Mas, amor, vou me sentir uma inútil, sem


ter o que fazer. Vou parecer essas dondoquinhas
que só sabem gastar o dinheiro do marido; eu não
sou assim.
— Não se preocupe, logo, logo, nossa casa
estará cheia de crianças correndo por todos os
lados! — fala, com um sorriso nos lábios.
— Eu gosto de trabalhar, Arturo. Você sabe
disso, tenta me entender! — insisto ainda mais.
— Chega, Verônica, já te disse o que vai
acontecer, isso não está em discussão.
— Amor, por favor, posso te ajudar na
empresa; você pode me colocar em qualquer outro
setor que eu aceito, só não quero me sentir uma
inválida, uma esposa troféu! — apelo, sabendo que
isso de esposa troféu vai amolecer ele.
— Meu amor, você sabe que não precisa
trabalhar, posso te dar tudo que precisa. — Ele diz,
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sei que já começando a ceder.


— Por favor, Arturo, não é sobre isso; sei que
você é capaz de me dar o mundo, mas eu só quero
te ajudar... — Praticamente imploro.
— Ok, minha linda, você venceu. O que não
faço por você, hein? Vou ver um cargo na empresa
que esteja à sua altura, Sra. Cartier! — Ele cede,
me abraçando. Sorrio para ele e o beijo
carinhosamente.
— Obrigada, amor, não sabe o quanto me
deixa feliz — fico deitada em seus braços.
Mais uma parte do meu plano foi concluída.
Agora, trabalhando na Cartier, será mais fácil
descobrir todos os podres dele e da sua família.
Começarei a derrubar um por um.

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CAPÍTULO 04 –
Sentimentos em Conflito

“O que fazemos na vida, ecoa por toda a


eternidade.”

A semana passou voando e, para falar a


verdade, foram dias incríveis que passei nesta ilha.
Tenho que admitir também que o Arturo foi uma
ótima companhia, me surpreendeu de várias
formas, especialmente na cozinha, onde achei que
não saberia nem fritar um ovo, e foi muito pelo
contrário, ele é um cozinheiro de mão cheia,
maravilhoso. Fiquei tão extasiada com a beleza do
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lugar, a paz e todo o sexo com Arturo, que acabei


me distraindo dos meus objetivos; finalmente
vamos voltar, preciso dar andamento às coisas.
— Já está pronta, meu amor?
— Sim, e também já arrumei as nossas malas,
está tudo OK. Só vou sentir falta desta ilha, amei
este lugar, e o pôr do sol então, nem se fala!
Incrível, amor!
— Eu também amo esse lugar, linda, mas o
dever nos chama... E você sabe que não estou nem
um pouco satisfeito com você voltando a trabalhar
— resmunga.
— Eu sei, Arturo, mas você prometeu,
lembra?
— Sei, amor, sei disso; o que você não me
pede sorrindo que eu não faço chorando? Você
ainda será minha ruína, mulher — diz contrariado.
Sorrio, pensando no quão irônicas são as suas
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palavras.

Já dentro da lancha, observo Arturo pilotar;


vejo o mar sendo cortado, fazendo espuma por
onde passamos. Admiro o quanto o Arturo é lindo,
imponente pilotando, os cabelos ao vento, todo
sério, e além de tudo é um homem carinhoso,
romântico... Meu Deus, o que está acontecendo
comigo? Não posso pensar isso dele, não posso!
Depois de algumas horas, finalmente
chegamos. Estamos desembarcando quando a
realidade me bate, e me lembro do real motivo de
tudo isso, do porquê de me casar com ele. Preciso
focar no meu plano, não posso me esquecer disso.
— Está tão quieta, amor, aconteceu alguma
coisa? Percebi que, de umas horas para cá, você
está bem distante... — Arturo questiona, se
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aproximando.
— Não, claro que não, impressão sua. Estou
apenas cansada e preciso dormir pelo menos umas
doze horas... Teve alguém que me manteve
acordada a semana toda, sabe? — brinco, tentando
disfarçar.
Arturo só sorri de lado, num sorriso cafajeste,
cheio de segundas intenções.
— Esperava que não estivesse tão cansada,
amor. Meus pais nos convidaram para jantar na
casa deles esta noite.
— Ah, amor! Sei não, acabamos de chegar!
Não queria ir.
— Sei disso, amor, mas é um jantar em
família, e meus pais estão muito ansiosos para
saber os detalhes da nossa lua de mel. Não
podemos fazer essa desfeita. E não quero te deixar
sozinha na nossa primeira noite de volta.
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Ah, se ele soubesse que tudo que mais quero


é ficar sozinha.
— Tudo bem, meu amor, você venceu. Só
vou descansar um pouco e ligar para Amanda,
depois disso, me arrumarei para esse bendito jantar
— aceito ir ao jantar, super chateada.
— Não fica assim, amor, é só um jantar.
Vamos fazer assim, vou te deixar em casa e depois
darei uma passada na empresa, para ver como
andam as coisas por lá — diz, e me abraça,
tentando se desculpar.
— Tudo bem, vamos logo. — Me
desvencilho dos seus braços e entro no carro,
mostrando que estou chateada ainda.
O motorista nos leva até nossa casa. Arturo
tenta se aproximar e fazer carinho toda hora para se
redimir. Finalmente chegamos, e Arturo segue para
a empresa.

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Entro na "minha" casa e caminho,


observando todo o lugar. Não gosto do que vejo;
sim, a casa é linda, porém, seus móveis e decoração
ostentam luxo e riqueza de maneira excessiva. Fico
imaginando quem sofreu, à custa de quem foi,
quantas pessoas, quantas vidas destruídas, para ter
toda essa luxuosidade e fico enojada.
Espessos tapetes persas, lustres de cristal,
tapeçarias antigas, vasos de dinastias, inúmeras
obras de arte nas paredes... Não gosto disso tudo,
me sinto num museu.
Chego ao meu quarto e entro; é uma suíte
enorme, tão grande que cabe todo meu apartamento
antigo aqui dentro. Observo tudo ao redor e vejo
uma cama king size.
Deito nela, que delícia poder descansar, estou
exausta. Pouco a pouco, fecho os olhos... Até
apagar completamente.

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Abro os olhos e pisco desorientada, olhando


para o teto. Está tudo escuro; não importa para
onde olhe, tudo que enxergo é a escuridão. Me
sento e sinto um cheiro estranho, ao mesmo tempo
em que a fumaça começa a invadir o quarto. Tusso
desesperada, sem conseguir respirar direito e, do
nada, o fogo começa a invadir o quarto. Corro com
medo até a porta, mas ela está trancada. Mesmo
assim, tento abrir de todo jeito até que as labaredas
do fogo me alcançam, e me queimam; o fogo se
espalha por todo o lugar. Olho para a cama e vejo
David amarrado nela, as chamas o queimam,
lambem sua pele. Eu o chamo, grito, me desespero,
imploro para ele sair dali, mas ele continua preso.
Tento correr até ele, mas sou segurada por uma
mão.

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— Me larga, me solta... David! David!!


Me debato, porém, sou segurada com ainda
mais força pelos braços. Tento me desvencilhar,
mas sou chacoalhada. Olho para trás, tentando bater
em quem me prende e arregalo os olhos. Não pode
ser, não pode, é o Arturo!
Ele me impede de chegar até David, não
consigo salvá-lo. Caio de joelhos e vejo-o ser
consumido pelas chamas.
— David! Não me deixa, por favor. David!
David! David...!!!
Acordo desesperada, chorando, com a Nina
me sacudindo. Ela me olha assustada e então
percebo que foi apenas um sonho. Choro, mesmo
sabendo que era só um pesadelo; é tão real a dor de
perdê-lo, tão grande. Eu o amo tanto, mas tanto,
que me rasga por dentro saber que ele não está mais
aqui.

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— Dona Verônica, a senhora está bem?


Entrei preocupada que alguém estava invadindo ou
lhe fazendo algum mal; a senhora estava gritando
muito. Quando percebi que era um pesadelo, tratei
de acordar a senhora! — Nina diz, toda
preocupada, me olhando com cuidado.
— Me perdoe, Nina, sinto muito ter te
preocupado, foi apenas um sonho ruim —
tranquilizo-a.
— Mas a senhora está mesmo bem?
— Não precisa se preocupar, Nina, me sinto
bem melhor agora — sorrio.
Estou toda suada; ainda sinto meu coração
bater rápido e apertado. Preciso falar urgente com a
Amanda.
— Nina, você poderia me trazer um chá, por
favor?
— Claro, senhora! — Ela sai do quarto, me
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deixando sozinha.
Fico um tempo parada, assimilado tudo que
aconteceu, depois pego meu celular e ligo para
Amanda.
— Amiga, até que enfim você me ligou!
Estava quase surtando sem notícias tuas. Caramba,
Verônica, uma semana, uma semana sem sequer
um sinal de fumaça! — Ela já atende despejando.
— Calma, amiga. Calma, que eu estou bem.
Fiquei sem sinal na ilha, o celular não pegava de
jeito nenhum lá, só o telefone fixo, mas aí já viu,
né? Não queria deixar rastros, não posso me
comprometer e por isso não te liguei — explico
calmamente.
— Ok, amiga, vou te perdoar só por isso, mas
dê um jeito de me manter informada da próxima
vez. Mas me diz, como foi lá?
— Bem, tudo saiu como planejamos, Mandy,
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ele rasgou o contrato pré-nupcial e assim o


primeiro passo já está feito, e adivinha? Consegui
convencê-lo a me deixar trabalhar na empresa —
conto triunfante.
— Eita! Não imaginei que você conseguiria
tão rápido essas coisas. — Ela diz, mega surpresa.
— E a noite de núpcias hein, conseguiu dopar ele?
— Ah, Mandy! Eu não tive coragem, nós...
Nós dormimos juntos! — sussurro envergonhada.
— Meu Deus, não acredito nisso! Você se
entregou a ele, Verônica? Jesus amado! — Ela diz
chocada.
— Nunca me senti tão suja em toda a minha
vida, Amanda, me senti tão mal. — desabafo. — É
como se eu estivesse traindo o David, traindo a
memória dele, me sinto indigna dele.
— Não, Verônica, não pense assim, você é
uma das melhores pessoas que já conheci até hoje;
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e tudo o que você está fazendo é por ele, pelo


David, somente por ele. Mas... me diz, conta tudo,
como foi? Foi bom? Porque, cá entre nós, o Arturo
é lindo, gostoso, um pedaço de mau caminho! —
pergunta toda assanhada.
— Quando ele me toca, Mandy, eu queimo
de desejo, parece que derreto em seus braços; não
sou dona de mim. Mas, depois fico tão
arrependida... — conto a ela.
— Amiga, seu corpo está vivo e, mesmo que
você o odeie, irá reagir a ele, isso é normal — tenta
me consolar.
Ficamos conversando por um bom tempo
ainda, até dar o horário de tomar banho e me
arrumar. Arturo logo irá chegar para irmos ao
bendito jantar na casa de seus pais, preciso me
apressar.

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Após algumas horas, estou pronta; procurei


ficar o mais apresentável possível, já que hoje será
meu primeiro jantar em família como a Sra. Cartier.
Só de pensar nisso, chego a sentir uma ânsia de
vômito, contudo, farei de tudo para que toda a
maldita família pague caro; destruirei um por um,
farei com que rastejem.
Olho no espelho e me acho sexy, estou
usando um vestido de manga longa vinho, simples,
mas elegante e sensual. Calço o scarpin, e termino a
maquiagem.
Ouço palmas e me viro, Arturo está
encostado no umbral da porta.
— Hum! Se soubesse que minha esposa
estaria tão linda me esperando, teria vindo mais
cedo pra casa — caminha até mim, me abraça e
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beija meu pescoço, subindo até chegar na boca.


— Arturo, eu já me maquiei, não quero
borrar o batom! — Me afasto.
— Relaxa, meu amor, temos todo o tempo do
mundo, você pode se maquiar de novo — tenta me
beijar.
— Não, senhor, pode ir já para o banho e
enquanto isso vou te esperar lá embaixo, não quero
chegar atrasada na casa dos meus sogros. — O
empurro e caminho de costas até a porta.
— Amor, amor, você abusa porque sabe que
te amo, sua safada — diz sorrindo malicioso.
— Te espero lá embaixo, amor — dou um
sorriso cínico.
Estou descendo as escadas quando a
campainha toca. Nina abre a porta e vejo a
Carolina.
— Senhora, ia te chamar, o senhor Arturo
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tem visita.
— Não se preocupe, Nina, não o chame.
Pode deixar que eu mesma faço questão de atender
essa "visita" — informo-a.
Carolina é ex-noiva do Arturo. Quando entrei
na empresa para conseguir conquistá-lo, descobri
que ele estava noivo, mas isso não me impediu. Fiz
tudo que pude para acabar com esse noivado,
porém, me parece que ela não percebeu que não
tem mais chance, pobrezinha.
— Posso saber o motivo de nos honrar com
sua presença, Carolina? — falo, muito irônica.
— Não vim falar com você, Verônica, não
me prestaria a isso. Sabe, você deve estar se
achando, né? Por ter conseguido casar com ele, sua
vagabunda! Mas, guarde bem o que te falo, você
nunca será feliz, ouviu bem? Nunca! Você destruiu
meu relacionamento de anos, sendo que não o ama;

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está com ele só por dinheiro, sua interesseira. Já eu,


eu o amo, amo muito, ele é o amor da minha vida!
— Me aponta o dedo, raivosa.
— Você é louca, Carolina, desequilibrada.
Não vou perder meu tempo precioso com você,
queridinha. Meu marido e eu estamos muito bem,
obrigada! E temos um jantar para ir, um jantar de
família, sabe? Agora, se me der licença, pode se
retirar da minha casa que eu agradeço.
— Já disse e repito, não quero e não vim falar
com você, meu assunto é com o Arturo, sua
maldita! Eu tenho certeza que ele me atenderá! —
diz, superior.
— Tudo bem, então! Já que insiste tanto...
Vamos esperá-lo e ver como ele vai te atender —
sorrio sarcástica, apontando o sofá.
Ficamos nos encarando nada amigáveis por
um tempo, uma em frente à outra, até o Arturo

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descer.
Arturo desce as escadas, lindo como sempre,
num terno sob medida. Se possível, está ainda mais
bonito que o normal. Ele se aproxima devagar e nos
levantamos.
— Arturo! — diz a vaca ao meu lado, e se
aproxima dele.
— Carolina, o que faz aqui? — pergunta,
estranhando sua visita.
— A Carolina veio te visitar, meu amor, e é
claro que ela não perdeu a oportunidade de me
insultar. — Me vitimizo. — Até tentei ser
agradável, explicar que não conseguimos evitar nos
apaixonar, mas, ela não quer ouvir nada do que falo
e insiste em dizer que eu roubei você dela, que não
presto e te seduzi!
Ele olha muito sério para ela e pensa bastante
antes de falar.
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— Carolina, quantas vezes já conversamos


sobre isso? Falei mais de mil vezes que o que
aconteceu entre Verônica e eu não foi premeditado;
me apaixonei por ela, foi inevitável. Não foi nada
planejado por ela, nós nos amamos. Sinto muito ter
te feito sofrer, mas você sabe que nós dois não
daríamos certo — diz firme a ela, como se tentasse
fazer entrar em sua cabeça. — Por favor, peço de
novo para você parar de importunar minha esposa;
estamos felizes, eu estou feliz com ela e não se
esqueça que esta é a casa dela.
— Esta casa, que você enche a boca pra falar
que é dela, é a mesma que disse que seria nossa!
Como você pode dizer isso assim, tão friamente?
— diz com a voz embargada.
— Sinto muito, Carolina, não quero te fazer
sofrer mais ainda — diz pesaroso.
— Chega, por favor! Arturo, nós temos que

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ir, seus pais estão nos esperando; não quero chegar


tarde — observo-o minuciosamente tentando
descobrir se ele ainda sente alguma coisa por essa
vaca.
— Não, Arturo, me escuta! Eu preciso te
dizer! Ela não é o que parece; me escuta, por favor,
eu te imploro! — fala rapidamente, aflita.
Arturo olha-a espantado e entro em
desespero; não posso deixá-la falar nada. O que
essa desgraçada pode saber sobre mim?
— Deu! Acabou! — grito – Chega! Fora da
minha casa! Você não vai me insultar, justo no meu
lar, fora! — pego-a pelo braço e vou puxando
comigo para a porta.
Arturo fica com dó e se aproxima; olho feio
para ele, dizendo sem palavras para não chegar
perto.
— Arturo, ela não te ama, está te enganando!
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— Ela tenta se soltar e ir até ele, mas a empurro em


direção à porta. — Parker, por favor, acompanhe
está senhorita até a saída — digo ao segurança. —
Fora da minha casa, nunca mais pise aqui! Se
colocar essas suas patas aqui de novo, não
responderei por mim! — digo, furiosa.
Faço questão de ver enquanto Parker a
conduz ao portão. Carolina olha para trás
enfurecida, querendo que Arturo a ajude. Arturo,
porém, está pasmo, chocado com tudo isso. Será
que o assustei? Preciso fazer algo logo para
inverter os papéis.
— Você acreditou no que ela falou, amor?
Me diz! — começo a chorar. — Você não acredita
no amor que sinto por você?
Ele parece acordar do transe e anda rápido até
mim. Me abraça forte, tentando me consolar,
enquanto soluço em seus braços.

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— Nunca, amor; nunca duvidei de seu amor


por mim. Ela está apenas magoada, não ligue pra
nada do que ela falar, são só bobagens — afirma
convicto, olhando-me intensamente.
— Te amo, Arturo, como nunca amei
ninguém na vida — tento soar a mais verdadeira
possível.
— Eu sei, meu amor, eu sei — acaricia
minhas costas, enquanto nos abraçamos.

Finalmente chegamos ao maldito jantar.


Arturo foi dirigindo seu Masserati Ghibli preto, o
carro é lindo demais e potente. Paramos e descemos
em frente à mansão dos pais dele. Descobri, nas
minhas investigações, que foi com dinheiro sujo,
que o pai do Arturo a comprou e às demais coisas
que têm. O pai dele atualmente não tem dinheiro
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nem para sustentar a casa; todo mundo da família


sabe que eles estão falidos e que é o Arturo que os
sustenta, apenas para manter as aparências. Não
quer que todo mundo descubra que os poderosos
Cartier não tem nem um lugar para cair mortos.
Sem contar que para a minha "querida" sogra, dona
Inês, deixar alguém descobrir que eles estão nessa
situação seria pior que a morte.
Sei que eles não gostam de mim e só me
aceitaram depois que o Arturo ameaçou tirar toda a
grana que ele dá a eles; mas só concordaram com
isso quando ele prometeu me fazer assinar o
contrato pré-nupcial. Sorrio ao lembrar do que
aconteceu com ele. Dona Inês jamais aceitará ver o
seu tão precioso nome de família ligado a uma
simples assistente classe média qualquer.
Mal sabe ela que o inferno está prestes a
começar. Meu sobrenome será o menor de seus

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problemas.
— Amor, vamos? Está tão entretida olhando
para a casa que nem se moveu. Gosta daqui?
— Sim, claro, esta casa é muito linda, mas,
acho exagero uma casa desse tamanho para três
pessoas?
— Já tentei convencer minha mãe a se mudar
para um lugar menor, um apartamento, mas, ela não
quer, pois ama essa casa como se fosse um filho.
Chego até a pensar que morreria caso a perdesse —
diz pensativo.
— Não sabia que ela era tão ligada a essa
casa, amor — sorrio com essa informação.
Ele apenas concorda com a cabeça e
entramos de mãos dadas. Somos recebidos pelo
meu sogro, Esteban, com um sorriso no rosto.
— Vocês chegaram, sejam bem-vindos, só
estava faltando vocês. — Esteban nos recebe.
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Entro na casa me sentindo observada, sei que


eles esperam apenas um único deslize para acabar
comigo. Aceitaram fácil demais esse casamento,
tenho noção que a minha sogra e cunhadinha estão
aprontando alguma coisa.
— Filho, que saudades! — Inês diz,
abraçando Arturo. — Ainda não consigo acreditar
que o meu bebê se casou.
— Mãe, por favor! — fala, todo
envergonhado.
— Ah, meu filho, você sempre será meu
bebê! — aperta as bochechas dele. — E achei que
quando você se casasse seria com a Carolina. É tão
estranho, meu filho, ver você com outra pessoa. —
A velha tem que alfinetar.
— Mamãe, já disse para não falar essas
coisas perto da Verônica. Eu a amo, somente ela,
não a Carolina. E, independente dos seus planos,

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estou feliz, muito feliz, como nunca estive antes e é


isso que importa — fala segurando as mãos dela.
— Me desculpe, meu filho, ainda estou me
acostumando com as mudanças. Releve minhas
bobagens, estou apenas com saudades de você.
Queria tanto que viessem morar aqui comigo, não
tem necessidade de ficarem tão longe. — Dona Inês
diz, beijando as mãos dele.
— Mãe, a Verônica quer ter sua própria casa,
mas a senhora sabe que pode nos visitar sempre que
quiser.
Ela sorri para ele, mas vejo o olhar de ódio
dela para mim. Arturo não percebe nada, homens!
Sem contar que a velha sabe fingir muito bem, filha
da mãe.
— Vamos então, meus amores, pois o jantar
está servido. — Ela nos chama e aproveita para
enlaçar seu braço no meu. — Venha, querida, estou

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ansiosa para saber como foi à lua de mel, me conte


tudo.
— Ah, Dona Inês, pode deixar que conto
sim! — dou um sorriso forçado e os acompanho até
a sala de jantar.
Todos os Cartier reunidos à mesa até me
embrulhou o estômago. A comida realmente estava
fantástica. De entrada foi servido bruschetta de
salmão com queijo gruyére e geleia de amoras.
Inês a todo o momento me dava alfinetadas
discretamente. Guilherme teve que sair antes do
prato principal chegar, dizendo que tinha uma
emergência no hospital, e deixando Esteban e Inês
furiosos.
Quando estávamos todos saboreando o prato
principal, um filé mignon grelhado com cogumelos,
Paloma se levanta para atender o telefone. Arturo
conversa com o pai sobre negócios, e eu fico

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calada, rezando pro jantar terminar logo. Foi


quando Paloma voltou furiosa, já gritando.
— Arturo, a Carolina me ligou, e contou que
a sua esposa a humilhou; que a escorraçou da casa
que seria dela! — Paloma esbraveja. — Como você
pode fazer isso com ela, Arturo? Achei que ela era
importante na sua vida e que você nunca a deixaria
ser tratada assim, ainda mais por uma
desclassificada como a sua esposa.
Fico paralisada, chocada com sua audácia.
— Cale a boca, Paloma, cale a merda da sua
boca! Não admito que fale assim da minha esposa!
— Arturo responde nervoso. — Já deixei bem claro
que não é pra você se intrometer no meu
casamento, e se toda vez que viermos aqui minha
mulher for tratada desse jeito, prefiro não vir mais.
Não sou bem-vindo onde minha mulher também
não é!

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— Filho, por favor, não diga isso, esta é a sua


casa. Sua irmã só está chateada porque Carolina é
amiga dela, não se esqueça disso. Convivemos
muitos anos com ela, era sua noiva; todos estamos
chateados. — A velha maldita tenta convencer o
Arturo.
— Não interessa se ela é amiga ou não, pode
até ser o Papa, sou o irmão dela. Ela e vocês
deveriam querer me ver feliz não importa com
quem for — diz bravo. — Vocês não percebem que
toda vez que humilham a Verônica acabam me
afastando de vocês? E você, Paloma, me
decepciona cada vez mais com essas atitudes!
— Tur, você nunca falou assim comigo! Isso
tudo está acontecendo por culpa dessa interesseira,
essa puta. Como você não enxerga isso, Tur? —
Paloma chora para o irmão, gritando com ódio.
Não aguento mais ficar calada, tomo à frente

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da situação.
— Não estou com Arturo pelo dinheiro dele,
eu o amo, nos amamos e nada do que façam ou
digam vai atrapalhar meu casamento. Paloma, a sua
amiga pode ser a pessoa mais maravilhosa desse
mundo, mas adivinhe, a esposa do seu irmão, a Sra.
Cartier sou eu, e quanto mais rápido você e ela
entenderem isso será melhor para vocês. Na
verdade, isso serve para todo mundo aqui! —
imponho firme.
Dona Inês me olha espantada, não
acreditando que tive a coragem de falar tudo isso;
já o Senhor Esteban olha tudo com desdém e lança
um olhar feio para a filha, que me xinga e sai
andando.
— Querida, me perdoe pela minha filha —
fala meu sogro — não ligue para as sandices que
Paloma fala, saiba que é muito bem-vinda em

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minha casa. Agora, vamos terminar de jantar


tranquilamente, não deixemos que a rebeldia de
Paloma atrapalhe nosso momento — olha feio para
a esposa, cortando qualquer coisa que ela pudesse
dizer.
Terminamos o jantar em um clima muito
ruim, Arturo segurou minha mão o tempo todo,
como se estivesse me dando sua força, temendo que
eu fugisse a qualquer momento. É verdade que
estou louca de vontade de fugir, mas tento me
segurar, aguentando essa tortura.
Após o jantar, todos na sala tomando licor,
Arturo e meu sogro conversam sobre os negócios,
enquanto dona Inês e eu nos mantemos caladas. O
telefone do meu sogro toca e ele se retira para
atender, vejo nisso uma oportunidade e aproveito.
— Amor, vou à toalete — aviso.
— Ok, amor.

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— Precisa que lhe acompanhe, querida?


—pergunta a falsa da minha sogra.
— Não precisa. Sei onde fica — digo, falsa
também, já que é para ser, então vamos ser.
Procuro meu sogro e o encontro na varanda,
me escondo perto o suficiente para poder ouvir
tudo o que fala.
— Calma, amor, já falei pra você que depois
de amanhã estarei indo pra casa... Não fique assim,
não chore, você sabe que é meu coração... — segue
dizendo. — Sim, claro que levarei pra você, minha
vida... Tudo bem, coração, mas me diz, como está a
Alice? ... Que bom, fico feliz em saber que ela está
bem, eu estava muito preocupado... Claro que te
amo e também não vejo a hora de estar contigo,
estar com vocês...
Vejo que a ligação está no fim e saio rápido
dali, antes que ele a encerre. Decido ligar para o

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Michael.
— Alô, Michael falando.
— Michael, sou eu. Preciso que investigue
Esteban mais a fundo, peguei uma ligação muito
suspeita dele, alguma coisa ele está escondendo.
— Verônica, considere feito.
— Ele vai se encontrar com alguém depois de
amanhã, esteja a postos. Coloque alguém para
vigiá-lo vinte e quatro horas — passo todas as
informações necessárias a ele.
— Certo, já sei até quem é a pessoa perfeita
para o serviço. Conseguindo as informações, eu te
ligo.
— Tudo bem, Michael. Preciso disso o
quanto antes — desligo.
Caminho de volta para a sala, com o sorriso
do gato de Cheshire estampado no rosto. Sei que
meu sogro esconde alguma coisa muito importante
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e isso será mais um passo meu.


Eles não perdem por esperar.

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CAPÍTULO 05 – Senhora
Cartier

“Não importa a cor do céu, quem faz o dia


bonito é você.”

Confesso que não esperava que o jantar fosse


terminar nesse fiasco, com toda aquela merda.
Verônica está quieta e minha mãe não faz o mínimo
de esforço para conversar com ela; meu pai, só sabe
falar de negócios, e não gosto nem um pouco de
brigar com minha irmãzinha. Na verdade, odeio
isso, mas não posso aceitar que ela trate minha
mulher dessa maneira, tentando humilhá-la a toda a
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hora; é inaceitável.
— Filho, tome mais um pouco deste licor, é
muito bom. — Meu pai oferece.
— Não, pai, muito obrigado, mas já está na
nossa hora. Verônica e eu estamos de saída, afinal,
acabamos de chegar da lua de mel e não tivemos
nem tempo de descansar — recuso, querendo levar
logo minha mulher embora daqui.
— Mas já? Vocês poderiam dormir aqui, já
está tarde para dirigir. — Mamãe fala, preocupada.
Verônica me olha calada de lado, e só pelo
jeito dela, sei que não gostaria de dormir aqui,
principalmente, depois de tudo que aconteceu.
— Não se preocupe, mãe. Preferimos ir pra
nossa casa mesmo, e o próximo jantar marcaremos
lá, o que a senhora acha? — tento não a magoar,
sendo o mais amável possível; vejo Verônica cerrar
os dentes, tentando se controlar.
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— Claro, meu filho, podemos combinar


assim. — Minha mãe aceita, mas vejo que está
contrariada.
— Vamos, meu bem. — Me apresso em
pegar a mão de Verônica, antes que ela diga que
não quer minha mãe em nossa casa.
Nos despedimos e vamos para o carro;
Verônica está calada e pensativa. Enquanto dirijo,
ela continua quieta, perdida em pensamentos. Toco
seu rosto, virando-o para mim.
— O que foi, meu amor? Por que está assim
tão quieta?
— Ah, Arturo! — suspira. — É que percebi
que sua família nunca vai me aceitar; sua mãe mal
me engole, sua irmã me odeia e seu pai não está
nem aí. — Uma lágrima escorre por seu rosto.
— Claro que não, amor. Logo isso vai passar
e você se sentirá parte da família; tenha paciência,
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dê tempo ao tempo, que quando eles te conhecerem


melhor, verão que nada do que falam ou acham de
você é verdade; vão te amar, como eu te amo —
sorrio para ela.
— Por você, só por você, vou aguentar tudo
isso. Mas, sabe, eu fiquei muito feliz naquela hora
que você me defendeu; acho que se você não
tivesse falado nada, eu teria voado no pescoço da
sua irmã.
— Hum, quer dizer então que a gatinha tem
garras, Sra. Cartier? — provoco-a.
Ela me sorri, mordendo o lábio
sedutoramente.
— Ah, bebê, acho que posso te mostrar
algumas garrinhas — pisca para mim.
— Puta merda, essa sua voz sexy do caralho
tem efeito direto no meu pau. Eu já estava excitado
e duro só de ver você na porra desse vestido; agora,
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com essa carinha de safada e essa voz provocante,


não vou aguentar, vou gozar nas calças.
— Ah, amor, tenho certeza que posso pode
fazer melhor do que isso.
Ela se aproxima e beija meu pescoço;
enlouqueço ao sentir seu perfume. Paro o carro no
acostamento. Verônica abre o zíper da minha calça,
tira meu pau para fora da cueca e o toca
delicadamente, me deixando tão duro quanto uma
barra de ferro.
— Bebê, vou acabar gozando assim!
— Sabe, amor, eu sempre tive curiosidade de
fazer uma coisa. — Me olha com uma carinha
pidona.
— Te dou o que quiser, amor, só não para de
mexer essa mãozinha. — Ela aperta a cabeça do
meu pau e, quando menos espero, ela o abocanha
com vontade. Primeiro, ela apenas o lambe,
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provando meu gosto, depois suga a cabeça. Solto


um grunhido de prazer. — Assim você me mata,
amor!
Ela acelera os movimentos e passa a língua
pela glande; suga mais forte e tenta colocar mais na
boca. Ela não consegue colocar todo meu pau na
boca, mas vai o mais fundo possível, fazendo
movimentos de sobe e desce.
Sinto muito prazer; não aguento e acabo
gemendo seu nome alto. Agarro seus cabelos e soco
com gosto na sua boca, controlando o movimento
com as mãos. Verônica engasga algumas vezes e
isso aumenta ainda mais o meu tesão.
— Amor, se você não parar agora, vou acabar
gozando na tua boca.
Verônica me surpreende acelerando ainda
mais, lambendo a cabeça ao mesmo tempo em que
chupa, e acabo gozando em sua boca. Ela se

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engasga um pouco tentando engolir, tem um pouco


de dificuldade, mas não deixa uma gota sequer cair
da sua boca. Descanso, recuperando o fôlego.
— Gostou? — Verônica pergunta sorrindo.
— Você não sabe o quanto, amor; agora é a
minha vez de retribuir — sorrio sacana.
Ela sorri e faz uma cara de inocente, pego-a
pela cintura e coloco-a de quatro no banco.
— Arturo, alguém pode nos ver — diz com a
voz rouca de desejo.
— Não se preocupe, bebê, o vidro é fume,
ninguém consegue ver aqui dentro — tranquilizo-a.
Levanto a barra do seu vestido até sua bunda,
que se arrepia ao meu toque. A puta está com um
fio dental de enlouquecer. Beijo um lado de sua
bunda e mordo o outro, Verônica geme.
— Consigo sentir o cheiro da sua excitação,
amor — rosno. Rasgo sua calcina com um puxão e
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Verônica se assusta e grita.


— Você rasgou minha calcinha, Arturo!
— Você não vai mais precisar dela agora;
depois compro quantas calcinhas você quiser.
Toco sua boceta e vejo o quão molhada está,
esfrego bem os dedos nela, fazendo-a gemer. Não
resisto e ataco-a com a boca, ela grita
enlouquecida. Com a língua, percorro toda sua
bocetinha, parando no clitóris. Faço círculos com a
língua e ela treme, quase gozando. Coloco um dedo
dentro dela e acelero os movimentos da língua.
Verônica se esfrega no meu rosto de forma
desinibida, louca de prazer, me deixando com mais
tesão ainda. Com o dedo da outra mão, esfrego a
entrada do seu cuzinho, o que a faz ficar tensa.
— Calma, amor, confia em mim; tenta
relaxar, você gostou das outras vezes — digo.
— Eu sei, amor; uma coisa é o dedo, outra é
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o seu pau, e não sei se eu vou conseguir — treme


de medo.
— Pode ficar tranquila, gostosa, não é hoje
que vou enterrar meu pau bem no fundo do seu
cuzinho, vou preparar ele primeiro; ainda vamos
brincar muito nesse buraquinho antes disso
acontecer, Verônica! — enfatizo minhas palavras,
esfregando meus dedos no seu buraco enrugado,
deixando-a toda arrepiada com o que digo e faço.
Chupo sua boceta novamente, a distraindo da
invasão dos dedos no seu botão; ela treme toda.
Vejo que está perto do orgasmo e acelero os
movimentos, quero fodê-la e fazer gozar pelo cu e
boceta.
Ela começa a inundar minha boca, treme e
goza, gritando meu nome, o que me faz sentir o
homem mais sortudo do mundo. Com minha língua
e dedos enterrados nela, ela é minha, só minha e de

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mais ninguém.
Viro seu rosto para beijar sua boca, fazendo-a
sentir seu próprio gosto. Preciso me enterrar nela,
sentir sua bocetinha quente ao meu redor, me
apertando. Não aguento mais e ergo-a em meu
colo. Abaixo-a lentamente, fazendo meu pau entrar
centímetro por centímetro; o espaço apertado
apenas deixa tudo mais quente, limitando nossos
movimentos.
Ela geme, rebolando; os seios cobertos pulam
enquanto ela cavalga. Puxo o decote de seu vestido,
rasgando-o, e seus seios saltam livres. Ataco seus
seios, segurando e apertando, mordendo e
lambendo, chupando os bicos...
— Ah... ah... ah... Arturo, por favor! — geme
Verônica, puxando minha cabeça para os seus
seios, se oferecendo, rebolando no meu pau.
Agarro sua cintura e meto com força, ao

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mesmo tempo em que a puxo forte para baixo e


para cima, fazendo sua bocetinha faminta engolir
tudo, ser literalmente fodida. Estoco sem parar, a
cada metida solto um grunhido, e sua boceta engole
meu pau com gula, aperta e ondula ao meu redor.
— Amor... você... foi feita... pra mim —
digo, com os dentes cerrados, entre estocadas, e
estapeando sua bunda. Verônica não diz nada,
apenas geme alto e rebola mais rápido. — Goza
vai, quero te ver gozando no meu pau — meto mais
bruto e bato com força em sua bunda.
Verônica goza, mordendo meu ombro, sinto
sua boceta ondular e me apertar, e gozo fundo nela,
enterrado até as bolas.
Enquanto descansamos depois da foda, passo
as mãos por suas costas e cabelos, acariciando-a,
ainda dentro dela.
— Amor? Amor? — percebo que ela dormiu.

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Saio de dentro dela, coloco-a no banco da


frente, apoiada na janela. Dirijo para casa e, pelo
caminho, não resisto olhá-la; principalmente minha
porra escorrendo de sua boceta e melando suas
pernas. Fico o caminho todo tentando prestar
atenção na direção, em vez de tocar sua boceta
molhada, espalhando minha porra e enfiando meus
dedos nela.
Chegamos e ela continua adormecida no
banco. Sorrio e pego-a no colo, tapo sua nudez com
meu paletó, deixando seu vestido, todo rasgado, no
chão. Levo-a até nosso quarto, arrumo-a na cama e
tiro seus sapatos, a única coisa que ficou da nossa
foda no carro, deixando-a bem confortável, e a
cubro com o edredom.
Tomo um banho rápido, só para relaxar e vou
para o escritório olhar uns relatórios e uns papéis
do trabalho antes de dormir.

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Meu celular toca e acho estranho alguém


ligar uma hora dessas.
— Ora, ora, ora... Até que enfim atendeu! —
diz a pessoa do outro lado da linha.
— O que você quer Dimitre? Já deixei claro
que não faço mais parte dessa vida — digo
nervoso, com medo do que essa ligação possa
significar.
— Ah, meu amigo! Pensei que você soubesse
melhor. Não é tão fácil assim sair da organização, e
você sabe disso... ou se faz de burro? — pergunta
irônico.
— Não, eu fiz tudo que me mandou fazer
para sair, não foi nada fácil; e agora você quer
mais? E não podem ficar me ligando num horário
desses, porra! Minha mulher está dormindo no
andar de cima, cara! — ando nervoso, de um lado
para o outro, achei que tinha me livrado de toda

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essa merda.
— Arturo, Arturo, segura essa língua, não
quer perdê-la, quer? — ameaça Riina normalmente,
como se estivesse falando do tempo. — E você
sabe que não ligaria se não fosse importante;
precisamos dos seus serviços mais uma vez, ou
melhor, precisamos de você.
— Porra, você sabe de todo o esforço que
tive de fazer pra me livrar de tudo isso! Não faço
mais parte de nada disso, cara! Estou
completamente limpo, tudo isso ficou no passado,
em outra vida! — passo a mão no cabelo,
desesperado, já sabendo onde isso irá dar.
— Eu sei, compagno, nunca fui a favor de
você sair...
— E, amico, aqui vai um conselho, você
nunca sai totalmente dessa vida, ela fica grudada
em você para sempre; você sai dela, mas ela não sai

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de você!
— Tudo bem, Dimitri, esta será a última vez
que faço algo pela organização. Não quero
envolvimento nenhum com vocês, não quero nem
chegar perto. Estou começando uma família e não
quero meu passado à espreita! — aviso.
— Se você acha que consegue se livrar fácil
assim, compagno... Quem sou eu para dizer o
contrário? — diz sarcástico. — Mandarei tudo o
que você precisa saber por e-mail, esteja preparado.
Encerro a ligação com um gosto amargo na
boca; pensei que tinha me livrado desses malditos,
mas vejo que não. Que raiva! Soco a mesa com
força, pensando em que merda fui me meter.

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Acordo lentamente e me espreguiço. Sinto


todo o corpo doer, principalmente minhas partes
íntimas, e lembro de tudo o que fizemos ontem, da
forma como fizemos amor naquele carro... Não,
não! Não posso pensar assim! Fizemos sexo, puro e
simples sexo. Não consigo entender o que acontece
comigo; quando Arturo me toca, entro em
combustão. É como se meu corpo se tornasse um
objeto em suas mãos, uma massa de modelar que
ele molda ao seu belo prazer; me sinto em chamas.
Isso não deveria acontecer! Ele acabou com a
minha vida, destruiu o homem que eu amava; como
posso sentir prazer em seus braços? Como posso
me derreter em suas mãos? Como posso amar o
toque do meu próprio inimigo?!
Levanto para ir ao banheiro e sinto algo
escorrer por minhas pernas. Olho e vejo sêmen

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escorrendo de dentro de mim; me sinto suja,


imunda, e corro para o banheiro para me lavar.
Choro, encolhida debaixo do chuveiro, me lavando
por dentro, tirando quaisquer resquícios dele.
Choro por toda essa situação, e ainda mais pela
pessoa em que me tornei... de saudade do David, e
principalmente por gostar tanto dos toques do
Arturo... Sou a pior pessoa do mundo!
Após o banho, lembro que preciso falar com
Amanda e também ligar para Michael, ver se ele
tem alguma informação nova, principalmente,
sobre a ligação estranha que peguei do meu sogro
ontem. Ao pegar meu celular, vejo uma mensagem
de Arturo.

Bom dia, minha rainha!


Tive que sair cedo, mas não quis te acordar,
você estava dormindo tão linda...

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Tenha um bom dia. Te amo!!

Termino de me arrumar e resolvo descer e


pegar meu carro. Dispenso os seguranças, sabendo
que Arturo vai ficar bravo, mas não suporto ser
seguida, vigiada.
Enquanto dirijo, penso em quais serão meus
próximos passos e em quem será a primeira pessoa
a sofrer com minha tão esperada vingança.
Repasso a lista mentalmente, começando por
Guilherme, depois Esteban, Paloma, Inês, e por
último, mas não menos importante, Arturo. Todos
os que destruíram a minha vida e tiraram meu amor
de mim.
Qualquer um que entrar em meu caminho
sofrerá as consequências, inocente ou não!
Estaciono meu carro numa vaga perto do
restaurante e entro. Ao olhar ao redor, vejo que
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Amanda ainda não chegou. Sento à mesa reservada


para nós, e aproveito para ligar para o Michael; já
deu tempo suficiente de ter descoberto alguma
coisa.
— Scofield falando — atende.
— Sou eu, Michael, Verônica. Como anda a
investigação? Já descobriu alguma coisa?
— Descobri sim, tenho algumas informações
que você achará ótimas. Melhor impossível! —diz
com um tom divertido na voz.
— Tão boas assim? Ótimo, conta logo, não
me mata de curiosidade.
— Ao que tudo indica, teu queridinho sogro
tem uma amante.
— Ah, mas isso eu já imaginava, nem é algo
tão chocante, ao ponto de acabar com uma família!
Conhecendo Inês, do jeito que ela é, deve saber dos
casos do marido e fazer vista grossa para não
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manchar a reputação dela e da família. Sem contar


que ela mesma deve ter um amante também. — Me
desanimo. — Era só isso, Michael? Assim você me
decepciona.
— É aí que você se engana! Ele não apenas
tem uma amante, tem uma segunda família, com
casa, uma filha, e até cachorro! E, ao que tudo
indica, as coitadas não sabem que ele tem dinheiro,
muito menos que tem uma família legítima. Ele tem
uma filha, já adulta, e sempre vai até lá; elas
moram na periferia de Londres. Parece que ele diz
que viaja a trabalho. A menina, Alice, cursa
faculdade de Enfermagem, já está no último ano, e
é bolsista. Mãe e filha trabalham para se sustentar,
parecem ser gente honesta, trabalhadora.
— Meu Deus, Michael, isso é uma bomba
prestes a explodir! Quero só ver a cara da Inês
quando isso vier à tona, vai estampar todos os

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jornais! Só tenho dó dessas pobres coitadas da


outra família do Esteban — falo, e fico pensando
no que fazer com essas informações.
Converso com ele por mais um tempo,
ajustamos alguns detalhes sobre a festa do
lançamento, ele confirma algumas coisas e
desligamos. Fico tão distraída que me assusto
quando Amanda chega.
— Que susto, sua doida, vai assustar a mãe!
— brinco. — Atrasada como sempre né, boneca?
Não sabe olhar o relógio, não? —digo, e rio alto.
— Não vem, não, Verônica. Você me
conhece e sabe que pontualidade nunca foi o meu
forte. Mas chega pra lá, que eu estava louca de
saudade, me dá um abraço. — Me abraça forte,
como se não me visse há anos.
— Eu também estava com saudades, sua
maluquinha — digo, e a solto. — Agora, me conta,

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da sua parte, tudo nos conformes?


— Ah, achei que ia me contar os detalhes
sórdidos da sua lua de mel primeiro! — faz bico.
— O mais importante primeiro — desvio de
assunto, não querendo relembrar de nada.
— Tudo bem, tudo bem, não está mais aqui
quem falou... — levanta as mãos como se estivesse
se rendendo, palhaça. — Já me matriculei na
mesma academia que o Scott frequenta e também
me mudei para o prédio em que ele mora, só falta
mesmo ser apresentada como a nova diretora de
relações públicas da empresa.
— Então já deu início ao plano, muito bom.
Assim, de perto, vai ser mais fácil conquistá-lo —
penso alto.
— Ah, branquinha, isso já tá no papo! Logo o
lobo mau será engolido pelo chapeuzinho
vermelho! — Ela brinca, mas consigo ver a dor e a
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tristeza em seus olhos.


— Amanda... — começo.
— Não, Verônica, esse assunto não! — corta.
— Ok, mas em relação ao Scott, não o
subestime; nunca o vi se envolver com ninguém no
tempo em que estive na empresa, não acho que será
tão fácil assim! — alerto.
— Pode deixar, Dona Verônica, tenho meus
próprios métodos, consigo qualquer coisa! Agora,
me conta, aonde vocês foram de lua de mel?
— Arturo me levou a uma ilha particular, que
comprou um tempo atrás. Ele mandou construir
uma casa pra gente lá; o lugar é maravilhoso, você
precisa ver! — conto, empolgada.
— Quer dizer, então, que ele te levou para
uma ilha particular! O bicho papão não é bobo,
não! Ele te pegou de jeito, né? Ficou sozinho com a
presa e a comeu toda! — sorri maliciosa, sempre
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com essas metáforas esquisitas.


— Amanda, isso não é brincadeira. Não tinha
nada sobre essa ilha nas investigações do Michael,
sabe o que isso significa? Que pode haver mais
coisas escondidas, não só imóveis; e precisamos
descobrir tudo! — explico, isso ainda me deixa
grilada.
— Nossa, juro que não tinha pensado nisso
— fala pensativa. — Quando esse jogo acabar não
pode sobrar nada para eles, nenhuma propriedade,
dinheiro, joia, nada. Mas não me enrola, não.
Percebi o que você fez, mocinha, pode abrir o bico
e me contar como foi.
— Como foi o quê? — Me faço de sonsa.
— Caramba, Verônica! Fala logo, como foi
sua primeira vez, sua doida? Estou louca de
curiosidade desde que você disse que não usou o
soporífero — gesticula que nem uma doida.

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Suspiro, sem saída.


— Sim, nós transamos, Amanda! E foi
diferente do que imaginei que seria. Queria te falar
que foi doloroso, nojento, mas estaria mentindo... o
pior é que foi perfeito. — falo frustrada. — Eu
gostei, de verdade, e nunca me senti tão bem,
Amanda, nem mesmo quando David me beijava na
fazenda, sob as estrelas. Aquele maldito, sedutor
dos infernos, me teve completamente em suas
mãos... não sei o que aconteceu, nem parecia eu, só
sei que me derreti em seus braços. É só ele me
tocar, que viro outra pessoa, faço tudo o que ele
quer.
— Eita, porra! Por essa eu não esperava!
Quer dizer, então, que o bicho papão te pegou de
jeito e te comeu gostoso? — Amanda diz,
levantando as sobrancelhas e rindo.
Fico vermelha e com vergonha, Amanda

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gargalha olhando para a minha cara.


— Para com isso! — Ralho brava. — Todo
mundo está olhando, sua maluca!
— Ah, querida, não se sinta mal por ter
gozado no pau do seu marido. Isso é mesmo difícil
de não acontecer com um homem daqueles; ele é
gostoso demais, uma tentação. Só de olhar pra ele,
já dá para imaginar que deve usar a boca e as mãos
muito bem, deve ser um fenômeno na cama!
Fico constrangida com a maneira dela falar,
como se fosse comum duas mulheres falando de
sexo num restaurante.
— Você não entende, me senti suja quando
tudo acabou, como se eu estivesse desonrando o
David, como se estivesse o traindo! Ele não
merecia isso, não de mim!
— Verônica, olhe para mim! — diz com uma
voz séria. — Entenda uma coisa, tudo o que você
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está fazendo é por causa do David; você está se


sacrificando por ele, para honrar o amor que sentia
por ele. Ninguém, escute bem, ninguém pode falar
isso sobre você, que está abrindo mão da própria
vida por uma vingança. Pare de se sentir assim e de
se julgar. Olha pra você! Você é uma mulher
jovem, e não tem problema nenhum sentir prazer,
mesmo sendo com Arturo.
Penso em suas palavras por um tempo e
fazemos o pedido. Ficamos conversando sobre
tudo; o que fazer, detalhes do que já está sendo
feito, até que somos interrompidas pelo Vitório,
que chega à nossa mesa, deixando Amanda
apreensiva.
— O que está fazendo aqui? Deixei claro que
não quero ter mais nada contigo, nem sequer olhar
na tua cara! — Ela diz.
Olho para a minha amiga e vejo em seus

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olhos o quanto está machucada por tudo o que ele


lhe fez. Amanda sempre foi apaixonada por ele e
ele também era apaixonado por ela. Por um tempo,
tudo parecia perfeito, um verdadeiro mar de rosas,
e ela se entregou a ele completamente. Mas o
maldito não a assumiu para a família por ela ser
pobre, tinha vergonha disso e não enfrentaria a
família por ela. Amanda não sabia disso até o dia
em que foi a casa dele e de sua família, e descobriu
que ele estava ficando noivo, naquele dia, de uma
mulher de família rica. Desde então, ela se fechou
para o amor e não confia mais em homem nenhum.
— Não fala assim, amor! — diz a ela. —
Amanda, nós precisamos conversar, você nem me
deu uma chance de explicar o que aconteceu, meu
amor. Por favor.
— Não me chame de amor, seu desgraçado!
Vai atrás da tua esposa, chama ela de amor!

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—esbraveja, mas vejo que quer chorar.


— Não é ela que amo, é você! Me escuta, por
favor! — Ele implora.
— Me ama a ponto de enfrentar a sua família
por mim? De desfazer seu casamento? De se
separar da sua esposa e escolher a mim? — Ela
questiona, com uma ponta de esperança.
Ele não responde, apenas baixa a cabeça.
— Então me esqueça de uma vez por todas,
me deixa em paz!! — Uma lágrima cai de seu olho,
ela se levanta, pega a bolsa e vai embora, me
deixando sozinha com ele.
Fico chocada com a audácia dele em procurá-
la, em querer transformá-la na outra. Quando estou
para dizer umas boas verdades a esse infeliz, sou
surpreendida por uma voz conhecida, muito
irritada.
— Mas que porra é essa, Verônica? Quem é
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esse homem e o que você, minha mulher, está


fazendo aqui com ele? — vocifera, nos encarando
furioso.

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CAPÍTULO 06 – A
Vizinha

“Você pode não acreditar no demônio,


porém ele existe e acredita em você...”

Agora mais essa, mais de cinco anos depois,


Vitório aparece para perturbar minha vida! E ainda
preciso conquistar o mimadinho metido a galã.
Tudo bem que o cara é lindo e gostoso, mas sei lá,
não faz meu tipo.
Caralho, justo agora que estava começando a
superar toda a merda que aquele filho da puta do

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Vitório me fez passar. Ele tinha que aparecer para


me perturbar! Preciso focar no plano, ou melhor,
nessa enrascada que Verônica me meteu. Poxa,
como vou me aproximar, fazer Scott se apaixonar?
Justo eu, toda quebrada. Porra! Ela ainda veio falar
que, se deixei Michael se aproximar, posso fazer
isso com outros. Mas são coisas completamente
diferentes; ele se tornou meu amigo, nos
encontramos no momento mais difícil das nossas
vidas, e nos apoiamos. Fazemos sexo sem
compromisso, mas para por aí; somos amigos, e
isso é totalmente diferente de um relacionamento
amoroso.
Porém, essa vingança é a única coisa que a
manteve de pé. Sem esse plano, talvez Verônica já
tivesse enlouquecido. Sei que essa vingança não vai
a levar a lugar nenhum, que só vai machucar a
todos. A verdade é que Verônica é mais que uma
amiga, é minha irmã do coração; passamos por
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muita coisa juntas e não vou deixá-la na mão.


Michael, meu amigo confidente e fiel
escudeiro, completa nosso trio indestrutível. Ele é
nosso alicerce nesta vingança, graças a ele
descobrimos tudo que precisamos para executar o
plano. Ele conseguiu a ficha completa do Scott, o
cara ama um rabo de saia, come tudo o que tem
boceta no meio das pernas. Pensei que seria fácil
conquistá-lo, mamão com açúcar.
Ele é muito bonito, eu sei, mas gato eu tenho
em todos os lugares. Na pesquisa do Michael,
descobrimos que ele gosta de malhar, de mulheres
finas, de ostentar a riqueza da família dele. O cara
tem paixão por carros, possui uma coleção incrível.
Paro e relembro o dia da minha mudança...
Estou aqui, mudando do meu querido
sobrado, que amo de paixão, para esse apê, na
cobertura vizinha à do Scott.

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Após uma hora de trânsito, seguindo o


caminhão de mudança, finalmente chegamos ao
meu novo lar. Paro, observando tudo ao redor. Em
frente, há um lago e um parque, tem uns caras
lindos e suados correndo, já vejo que vou me dar
bem aqui.
Paro na entrada, o segurança pede minha
identificação, mostro-lhe minha chave e contrato,
aviso da mudança e sou permitida a entrar. Chego
à recepção, onde me cumprimenta o porteiro, um
ruivinho novinho e lindo, por sinal.
— Bom dia, senhora, posso ajudar? —
pergunta, solícito.
— Bom dia, meu nome é Amanda, sou a nova
moradora do 407B — sorrio simpática para ele,
afinal, nada melhor do que ter aliados em todos os
lugares.
— Já fui informado sobre sua chegada, lhe

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darei uma chave para a entrada do prédio e um


formulário de autorização para algumas pessoas
entrarem com a permissão da senhora.
Termino de resolver todos os detalhes da
mudança e digo ao ruivinho:
— Gatinho, vou subir, o pessoal da mudança
já chegou, pode autorizar a subirem, tá bem?
Qualquer coisa é só me chamar, fica à vontade! —
pisco e ele cora, que lindinho.
— Tudo bem, senhora... — fala todo solícito.
— Obrigada, querido — pisco para Jaime e
vou para a entrada pegar algumas caixas.
Subo até meu andar, na cobertura; nosso
prédio tem quarenta andares, cada andar com oito
apartamentos; a cobertura é a única com apenas
dois, e ainda tem o terraço, que é exclusivo dela,
com piscina privativa, ofurô, jardim, espaço
gourmet, e mais umas frescuras que nem sei.
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Ao sair do elevador, esbarro em alguém,


derrubando as caixas em minhas mãos, e caindo de
bunda estrondosamente no chão.
— Não olha por onde anda, não?! — falo
irritada, mesmo sabendo que estou errada por não
ter visto o indivíduo, que só pode ser a encarnação
do Gasparzinho para ter surgido assim, do nada.
— Olho sim, mas como eu ia saber que tinha
uma louca destrambelhada aqui no elevador?
—responde o "Gasparzinho".
— Olha aqui, destrambelhada é a senhora
sua mãe! — levanto gritando, louca eu sou mesmo,
então falo nada.
Quando o vejo, levo um choque. Pai amado,
que deus grego! E puta que pariu, o Gasparzinho é
o Scott! E o cara é mais gostoso ao vivo do que nas
fotos! Cabelos negros, olhos azuis e um rosto
quadrado. Assim não dá, vou ter que fazer o

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grande sacrifício de me submeter à sua cama o


quanto antes, pelo bem da nação, é claro.
— Olha lá, sua maluca, controla essa
boquinha! — Ele fala, olha para minha boca e
para de falar. Aproveito e passo a língua no lábio
inferior sensualmente, ainda dou aquela
mordidinha sexy; ele fica olhando hipnotizado.
— Está gostando do que está vendo,
querido? — sensualizo. — É de graça, pode olhar
à vontade...
Ele sacode a cabeça, como que para acordar
do transe.
— Não faz o meu tipo, obrigado. — O safado
pisca, ainda por cima. — Prefiro o produto mais
sofisticado.
Porra, não acredito que o cretino disse isso.
Tenho que inverter e rápido, não posso ir para esse
lado; tenho que fazê-lo me querer e não me odiar,
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credo!
— Desculpa, acho que comecei mal — tento
sorrir e ser simpática. — Sou Amanda, sua nova
vizinha, estou me mudando hoje, por isso essa
bagunça toda.
Faço a voz doce, olhar inocente, seios
empinados, sorriso safado, cabelo jogado; tudo
que os homens adoram. Ele nem pisca, como se eu
não o afetasse, que diabos?!
— Ok, Amanda, seja bem-vinda! —
responde.
Só isso? Sem o nome, sem o "prazer", nada?
O que tá acontecendo? Alguém pode me acordar?
Porque isso não é possível, não mesmo!
— Olha, você pode me ajudar na mudança?
Tenho muitas coisas para fazer, sabe? — tento
mudar a jogada, junto os seios e abaixo o decote,
mostrando quase tudo; empino a bunda.
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Ele olha rápido e ignora-me completamente.


— Desculpa, tenho compromisso, até mais
— diz, como se estivesse entediado, passa por mim,
entra no elevador e vai embora.
Fico no corredor, estarrecida, sem saber o
que diabos aconteceu.

— Mas que porra é essa, Verônica? Quem é


esse homem, e o que você, minha mulher, está
fazendo aqui com ele?! — grito, em fúria.
Quando o segurança dela me ligou, falando
que Verônica o dispensou, saindo sozinha, já fiquei
puto da vida. Já conversei com ela sobre isso, como
é perigoso ela sair sozinha por aí. Mas não, a
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teimosa não me ouviu e foi sozinha! Mandei meu


homem segui-la de uma distância segura e me
manter informado.
Uma hora depois, entro nesse restaurante e
vejo Verônica sentada numa mesa, conversando
com um filho da puta qualquer.
Verônica não me responde, só me olha
assustada.
— Cara, você não percebeu que esse assunto
não te diz respeito? Meta-se com as coisas da tua
conta! — responde o cara ao lado da minha mulher.
Só então olho para o desgraçado sentado a
seu lado, nem perco meu tempo ouvindo o que o
babaca tem para falar; já soco sua cara, derrubando-
o no chão. Ele se senta e me olha, com a mão no
nariz; quebrou, certeza.
— Arturo, para com isso! — Verônica grita.
Olho ao redor e vejo os clientes do
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restaurante olhando a cena horrorizados.


— Arturo, que merda você pensa que está
fazendo?! — Ela grita.
Agarro sua mão, puxando-a bruscamente da
mesa, sem dar tempo para ela falar ou fazer nada.
Arrasto-a até a entrada do restaurante e uma chuva
de flashes nos atinge.
— Senhor Cartier, problemas no paraíso?
— Senhora Cartier, o que aconteceu?
— Senhora Cartier, esse homem era seu
amante?
Os paparazzis fazem um monte de perguntas.
Verônica não faz nada, porém, a vejo ficar
vermelha de vergonha e raiva. Destravo o carro e
jogo-a dentro, com força e de qualquer jeito; ela
bate a cabeça no teto e reclama, mas minha raiva é
tamanha, que não me preocupo se doeu ou não.

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— Que merda foi essa, Arturo?! Quem você


pensa que é pra me tratar assim? — Ela vem para
cima de mim, querendo me bater, dando tapas.
Seguro seus braços e a empurro com força.
— Cale a porra dessa sua boca, Verônica!
Senão será pior pra você! Em casa a gente
conversa, só fica quieta, porra! — falo, segurando
seu rosto com força, apertando seu queixo e
fechando sua boca.
Verônica não fala nada, só resmunga, e fica
calada olhando-me com medo, encolhendo-se perto
da porta. Dirijo em alta velocidade, com o sangue
fervendo, olho de relance e vejo-a colocar o cinto
de segurança.
— Arturo, vai mais devagar! — Ela diz e eu
ignoro, acelerando mais ainda. — Arturo! Arturo!
Arturo, que porra! Vai mais devagar, caramba! —
grita. Olho feio para ela, que cala a boca, mas

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diminuo a velocidade.
Depois de meia hora, vejo o portão da nossa
casa. Nossa passagem é liberada, entro e estaciono
de qualquer jeito; nem me dou ao trabalho de
trancar nada. Saio do carro batendo a porta com
força, dou a volta e abro bruscamente a porta de
Verônica. Ela se debate e agarro-a novamente pelo
braço, arrastando-a para dentro de casa. Ela tenta
dar tapas e socos; estou com tanta raiva que tenho
até medo do que posso fazer com ela.
Lanço-a com tudo na sala, Verônica acaba
caindo no chão; não diz nada, apenas me olha com
raiva e receio. Aproximo-me lentamente, como se
ela fosse minha presa. Ela se levanta, e me
surpreendo ao sentir a sua mão acertar meu rosto
em cheio, com uma força desgraçada.
— Sua maldita, por que fez isso, Verônica?
— digo, meu rosto arde pelo tapa.

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— Isso foi por você me arrastar como um


saco de batatas, como se eu fosse uma ninguém,
por me machucar... Quem você pensa que é pra
fazer isso comigo, seu maldito ogro? — despeja
furiosa.
— Ah, meu amor, vou te mostrar exatamente
quem sou! — ameaço.
Agarro-a pela blusa e puxo-a, colando seu
corpo ao meu; nem dou tempo de ela protestar,
rasgo sua blusa, fazendo-a virar retalhos em minha
mão.
— Me solta, seu ogro! — Se debate, tenta
soltar-se das minhas mãos. — Seu desgraçado!
— Vou te mostrar quem é seu dono, a quem
você pertence, meu amor — digo. — Nada melhor
do que uma surra nessa bunda.
Ela fica arrepiada ao ouvir isso, mas tenta
disfarçar.
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— Me solta, caralho! Olha o que fez com a


minha roupa! — esbraveja. — Olha o que você fez
hoje, amanhã vai estar em todos os jornais a
vergonha que passei naquele restaurante, com você
me tratando daquele jeito!
— Amorzinho, amorzinho... se eu fosse você
ficava calada, porque senão serão vinte palmadas!
— puxo-a pelos braços, arrastando-a até o sofá.
— Arturo, me solta! — luta em meus braços.
Sento-me no sofá e coloco-a de bruços no
meu colo; ela tenta se desvencilhar, mas a seguro
forte. Puxo seu cabelo com força, em um rabo de
cavalo, e forço sua cabeça para trás; me aproximo e
digo...
— Escuta bem, amor, você é minha, só
minha e de mais ninguém. Não quero te ver
conversando com homem nenhum, e muito menos
desacompanhada de seus seguranças. Só de pensar

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que aquele cara estava tão próximo a você, o que


ele poderia querer contigo... Fico furioso! — aperto
mais ainda seus cabelos em minha mão, puxando
sem machucar.
— Me solta, Arturo, você tá me machucando!
— choraminga.
— Depois da dor vem o prazer, meu amor!
— falo e olho para a sua bunda, coberta por uma
pequeno vestido justo; passo a mão carinhosamente
por sua bunda, e dou um tapa estalado.
— Ai!!!
— Não gosto dessa sua roupa, não quero
saber de você vestindo esse tipo de roupa! — rasgo
sua saia, e a jogo no chão, deixando Verônica
apenas de sutiã e calcinha. Ela tenta se esquivar do
meu toque, mas não consegue; pressiono-a forte
contra meus joelhos.
Acaricio sua bunda lentamente, admirando e
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imaginando como ficará.


— Agora, amor, você levará dez palmadas,
para aprender que mulher minha não fica de
conversinha com outro homem, entendeu? E mais
dez por não ter ficado quieta quando mandei!
—falo, dando tapinhas nas polpas da sua bunda.
— Depois, linda, vou te foder com tanta
força, que você me sentirá por uma semana dentro
de você; ao caminhar, saberá que estive aí dentro,
sentirá dor só de sentar, minha putinha.
— Me solta, filho da puta, você não pode
falar assim comigo! — tenta rolar do meu colo,
mas a prendo. — Você não pode fazer isso,
caralho, não mesmo! Me larga.
— Que boca suja, bebê, vai levar mais cinco
palmadas por isso! — toco sua bunda macia e
branquinha com carinho, deixando-a arrepiada,
para, logo em seguida, dar a primeira palmada.

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Verônica pula no meu colo, tenta escapar, mas não


consegue.
— Essa foi a primeira palmada, meu amor, só
de aviso — digo e acaricio onde bati. — Você vai
contar uma por uma, senão te dou mais.
— Me larga, vou contar porra nenhuma!
— Mais cinco.
— Mas... — começa a falar.
— Mais cinco — falo de novo. Dessa vez ela
fica quieta.
— Está aprendendo, né, meu amor? Faltam
trinca e cinco palmadas, e você vai contar cada
uma.
Bato em sua bunda dez vezes, cinco em cada
lado. Verônica conta os tapas, ofegando e
xingando, mas conta. Ela está ofegante e tremendo,
viro-a para mim e vejo seu rosto molhado pelas
lágrimas. Por um instante me arrependo, mas logo
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me lembro que ela saiu sem os seguranças, e para


se encontrar com outro homem. Fico puto
novamente e a boto de novo sobre meus joelhos.
— Seu filho da puta, não foi o suficiente? Me
solta, por favor! — implora.
— Fica quietinha que ainda faltam vinte e
cinco palmadas. E não esqueça de contar.
Dou mais dez palmadas, intercalando as
bandas da sua bunda. Ela conta, soluçando, sem
forças para me contrariar. Observo sua bunda, antes
branquinha, agora vermelha e inchada, marcada por
meus dedos. Acaricio sua bunda e escorrego meus
dedos para sua bocetinha, empurrando a calcinha
de lado, acariciando, estimulando-a. Enfio três
dedos nela e a fodo lentamente, até ouvi-la começar
a gemer. Então, tiro os dedos e acaricio sua bunda,
principalmente as marcas de mão.
— Faltam quinze palmadas — digo, e ela se

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espanta.
— Ma... mas... — gagueja, arquejando.
— Mais cinco, para aprender a não me
contrariar. Não se esqueça de contar.
Dou cinco palmadas fortes, para marcar feio,
e ela conta, praticamente gritando, tremendo de
tanto soluçar.
— Só mais quinze, fica quieta, amor — passo
a mão levemente por sua bunda, e ela estremece.
Deslizo os dedos para dentro dela de novo,
mas dessa vez enfio um na boceta e um no cuzinho.
Ela ofega, contrai o cuzinho, como se sentisse dor,
e se contorce em minhas mãos. Começo a fodê-la
lentamente, aumentando a velocidade
gradualmente, até que estou fodendo-a rápido, e ela
arqueia em direção à minha mão.
— Conte — falo.
— O... o quê? — diz, gemendo.
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— Conta, porra! — digo e começo a bater


nela de novo. Ela demora na primeira, mas começa
a contar.
Bato na sua bunda, comendo-a com os dedos.
A cada palmada, entro e saio mais rápido nela.
— Cinco... Seis... dez... Onze... — Cada vez
que ela conta, é um gemido, percebo que está
próxima de gozar. Tiro o dedo do cuzinho e enfio
os dois na bocetinha, ela geme, se abrindo. Quatro
dedos na sua bocetinha, quase uma mão inteira
fodendo-a, arrombando-a.
Bato mais forte ainda, para ficar marcado; e
meto forte e rápido, deslizando quase a mão toda
para dentro dela, vendo-a engolir meus dedos.
— Catorze... Quinze... Arturo! — goza no
último tapa, e sinto sua bocetinha apertar meus
dedos, gulosa. Ela estremece no meu colo, se
desmanchando, gritando alto e chorando de prazer

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e dor.
Retiro minha mão dela e lambo os dedos,
sentindo seu sabor. Amo o cheiro e sabor de sua
boceta doce.
— Você gostou, né, bebê? De ter sua bunda
surrada, de ser fodida enquanto apanha. Você é a
minha putinha, só minha! — rasgo seu sutiã,
tornando-o em trapos, arranco sua calcinha
encharcada do corpo. — Agora, você vai aprender
quem é o seu macho, vai sentir quem é que te fode,
quem é teu dono!
Viro-a e me abaixo, abocanho sua boceta
pingando, chupando-a com gula. Lambo de cima a
baixo, sugando o clitóris e puxando-o com os
dentes, mordendo de leve.
— Arturo! — Verônica grita extasiada, e
acelero ainda mais os movimentos da língua. Ela se
arreganha mais para mim, abrindo mais as pernas e

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puxando meu cabelo.


— Eu sei do que você gosta, sua cachorra! —
digo e lambo de cima a baixo. — Sei o que você
quer, minha putinha!
Penetro ela com a língua e a fodo por uns
bons minutos, observando seu rosto em êxtase, a
maneira como ela ofega, abre a boca, morde os
lábios, tudo me deixa ainda mais duro.
Ela choraminga, quase gozando, fodo-a ainda
mais rápido com a boca, ela começa a gritar
ensandecida e, quando está quase gozando, eu paro.
— Não para! — Verônica implora. —
Continua, Arturo, por favor!
— Ah, amor. Não sei se você está merecendo
gozar de novo, foi uma menina muito má. — E
olha que fui benevolente em te deixar gozar.
— Por favor, Arturo! — diz, mas vejo em
seus olhos que está furiosa.
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— Vira de costas pra mim, cachorra! —


ordeno.
Ela me olha brava, mas vira.
Enquanto me dispo, admiro seu corpo todo,
até chegar ao traseiro, e aprecio a obra de arte que
fiz com minhas mãos. Sua bunda está coberta de
marcas de dedos, toda vermelha, certeza que ficará
roxa. Com a mão direita, seguro seu corpo dobrado,
e com a esquerda, pincelo meu pau na sua
bocetinha, deslizando de cima a baixo, sem entrar.
Verônica geme desesperada e se esfrega em
mim, se contorcendo, louca para levar meu pau,
implorando para que eu a foda. Pincelo mais na
portinha da sua boceta, fazendo-a implorar muito,
até que meto de uma vez só na sua boceta, fazendo-
a se inclinar para tentar encaixar melhor. Sei que
sou grande, e nesta posição posso machucá-la, mas
foda-se, ela tem que aprender; e no momento, foco

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só no meu prazer e em puni-la, em foder como se


não houvesse amanhã, como se ela fosse uma puta
qualquer.
Soco com força, metendo até as bolas; dá
para escutar o som dos nossos corpos se chocando,
do meu quadril batendo nela.
— É assim que você quer, minha
cachorrinha? Me diz — estoco sem parar.
— Arturo... assim, mais rápido... me come,
me fode! — diz, entre gemidos, gritando como uma
cadelinha.
Coloco minha mão esquerda em sua boca e
ela chupa meus dedos como se fosse meu pau.
Fodo sua boca e boceta ao mesmo tempo, que
tesão, fico ainda mais duro. Tiro meus dedos
molhados de sua boca e acaricio seu cuzinho
apertado, enquanto a como. Devagar, deslizo um
dedo nela, depois outro, e ela grita, tentando sair.

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Seguro-a firme no lugar e estoco forte, fazendo-a


gemer e rebolar no meu pau. Com ela distraída,
deslizo mais um dedo para dentro dela, metendo
três dedos no seu cu apertado. Fodo seu cu e boceta
ao mesmo tempo.
Ela grita, tendo seu segundo orgasmo, sua
bocetinha engolindo meu pau e meus dedos em seu
cuzinho. Acelero os movimentos, mantendo-a de
quatro, quando vejo que ela amolece. Estoco rápido
e puxo forte seu cabelo, ela apenas geme em
resposta, sem forças.
— Você entendeu a quem pertence, senhora
Cartier? — pergunto, mordendo sua orelha.
Ela fica quieta.
— Você não respondeu, putinha. Anda, fala!
— dou um tapa em sua bunda já machucada, para
doer.
Tiro meu pau todo, apenas para meter mais
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forte de novo, e de novo...


— Arturo... não aguento mais! —
choraminga.
— Você aguenta sim, minha cadelinha, ainda
não acabei com você.
Coloco ela sentada em meu colo, virada pra
mim. Subo e desço ela no meu pau, chupo e mordo
seus seios com força, marcando-a, abocanhando
com vontade. Puxo seus cabelos e beijo sua boca;
ela começa a rebolar e quicar alucinada no meu
pau. Volto para seus seios e sugo seus mamilos,
intercalando entre lambidas e chupadas.
— Ah... Arturo...! — Verônica goza
novamente, apertando meu pau, e gozo junto com
ela, despejando todo meu leite dentro de sua
bocetinha quente.
Gemo, enquanto derramo minha porra dentro
dela.
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Descanso suado no sofá, sem forças e


recuperando o fôlego. Verônica aproveita meu
momento de descuido e se levanta rápido, correndo
e soltando gemidos de dor. Olha para mim, largado
no sofá da sala, com um olhar angustiado, como se
estivesse arrependida. Ela não diz nada, apenas vira
as costas para mim e sai correndo nua para o
quarto.
Olho suas roupas rasgadas e jogadas no chão,
e bate o remorso. Talvez eu tenha pegado pesado
demais com ela. Talvez não, porra! Eu peguei,
Verônica não está acostumada com esse jeito bruto,
violento e selvagem. Até uma semana atrás era
virgem, e agora faço isso com ela. Passo as mãos,
desesperado, entre meus cabelos. Que merda que eu
fiz? Posso até ter machucado minha mulher, a
mulher que eu amo.
Levanto rapidamente e vou atrás dela.

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Choro assustada com o que aconteceu na


sala. Meu corpo todo dói, minha bunda arde, me
sinto uma prostituta barata viciada em sexo. Meu
Deus, no que eu me tornei? Choro mais
desesperada ainda, como posso ter gostado? Entro
no chuveiro, a água fria cai sobre meu corpo, me
causando arrepios. Sinto a ardência da surra que
levei, não só na bunda. Fico pensando em como
tudo foi excitante, seu ataque, a maneira como
brigou e gritou comigo, quase gozei só ouvindo sua
voz, com sua mão na minha bunda.
Balanço a cabeça tentando afastar esses
pensamentos. Sinto vergonha de mim mesma, de

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ter gostado, gozado... David, não pensei nele uma


só vez, só pensei no prazer que estava sentindo, foi
como se estivesse indo ao céu. Contudo, quando a
ficha caiu que me submeti a ele daquela forma, fui
ao inferno. Não senti raiva só dele, mas
principalmente de mim mesma. Primeiro, o Arturo
me arrasta como se eu fosse seu cãozinho, me
humilha no restaurante, não me deixa sequer abrir a
boca para explicar, e ainda me trata como uma puta
qualquer. Choro, me sentindo perdida e sem rumo,
esta não sou eu. Não sei o que está acontecendo
comigo, preciso ser forte e resistir à sua sedução.
Choro copiosamente sob o chuveiro.
— Verônica, meu amor, você está bem? Diz
que sim, por favor! — Arturo fala, parado na porta
do banheiro. Não respondo, nem olho para ele, não
quero vê-lo e me sentir mais suja ainda. Estou em
choque.

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— Amor, não chora, por favor. Me perdoa,


bebê, eu sinto muito, mesmo. Não respondo, apenas
me encolho ainda mais no chão do banheiro. Arturo
entra no box e se agacha ao meu lado, me
abraçando.
— Não me toque! Por favor, não me toque!
— Calma, meu amor, juro que não vou te
machucar — entra debaixo da água e me puxa para
seu colo. — Brigue comigo, me xingue, faça o que
quiser, só não me proiba de tocar em você, amor.
Sinto muito ter te machucado, meu amor.
Apenas deixo os soluços, não respondo nada,
só fico quieta chorando.
— Fala comigo, bebê — implora. — Peguei
pesado demais contigo, sei disso. Sou um maldito,
desgraçado, que não merece um anjo como você na
minha vida, mas não posso ficar longe de você,
minha rainha. Me desculpe, fiquei louco de ciúme,

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você é só minha. Eu te amo.


Ele me abraça e me aconchego, me sentindo
segura em seus braços.
Ficamos os dois nus debaixo do chuveiro até
meus soluços diminuírem e eu me acalmar. Arturo
se levanta comigo no colo, com todo o cuidado do
mundo, me seca e me enrola no roupão. Depois, me
leva até nossa cama com cuidado.
— Está se sentindo melhor, meu amor? —
pergunta dócil.
Não respondo nada, apenas fecho meus olhos
e me enrosco em posição fetal. Ele beija meu rosto
com carinho, fica acariciando meus cabelos e caio
em um sono profundo.

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Fico observando-a dormindo na cama


encolhida, e me arrependo da forma que a tratei, da
maneira bruta em que a tomei, de tê-la machucado.
Vou ao banheiro, pego uma pomada e aplico em
seu bumbum machucado; vai doer quando ela
acordar.
Vê-la a sós com outro homem, sem o
segurança por perto, me deixou puto da vida. Senti
um ciúme, uma raiva que nunca senti em toda a
minha vida, e não soube me controlar.
Deus, e se ela não me quiser do jeito que eu
sou? Ela parecia tão receptiva, tão ligada ao meu
toque, mas depois, quando tudo terminou, parecia
outra pessoa, envergonhada, assustada, até mesmo
arrependida. Droga, eu tinha que ter pegado leve,
não devia ter batido nela, pelo menos não dessa
maneira. Ela é o amor da minha vida, não posso

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imaginar um mundo sem ela, sequer sonhar em


ficar sem ela.
Saio do quarto e a deixo dormindo; chego à
sala e reparo na bagunça que fizemos, recolho as
roupas do chão. Meu celular toca e tento achá-lo,
está debaixo do sofá.
— Arturo falando.
— Cara, cadê você? Os turcos já estão aqui!
Esqueceu da nossa reunião? — Scott já sai falando.
— Não tenho cabeça pra isso agora, irmão.
Você pode resolver isso pra mim? — pergunto
cansado.
— Ficou louco, cara?! — Scott grita. —
Você sabe o quanto essa reunião é importante, não
podemos perder essa oportunidade. Há meses
estamos negociando com eles, você sabe disso,
irmão. Que porra!
— Confio em você, Scott, sei que é capaz de
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resolver isso tranquilamente. Realmente não tenho


cabeça pra isso agora, cara. Depois nós
conversamos, beleza?
— Ok, cara, mas depois você me conta o que
está acontecendo. Desde que te conheço nunca vi
você faltar a uma reunião, ainda mais uma tão
importante assim! — cobra.
— Tenho assuntos mais importantes no
momento, não tô com cabeça pra isso. Depois te
conto.
— Tudo bem, depois nos falamos — diz e
desliga.
Fico no meu escritório olhando para o nada e
pensando que amanhã estará em todos os jornais eu
arrastando Verônica do restaurante. Passo a mão no
cabelo, que merda que fiz. Mando uma mensagem
para o meu assessor resolver isso, não quero meu
nome ou o dela em escândalo. Decido trabalhar um

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pouco, assim me distraio do que me espera quando


Verônica acordar.

Mais de uma semana se passou desde aquele


dia no corredor. Tenho tentado de tudo para
conquistar Scott, mas o filho da puta não liga para
nada que eu faça. Já fiz até o cúmulo de deixar meu
top escorregar um pouco na academia, e ele nada.
O máximo que já fez foi dar uns olhares
demorados, tirando isso, parece até uma estátua
perto de mim.
Na boa, nem preciso assistir pornô, é um
entra e sai de mulher naquele apartamento que
nunca acaba. Ontem mesmo ele chegou com quatro

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mulheres, foi uma gritaria sem fim, parecia até que


alguém estava morrendo. Pensei até em chamar um
padre, vai que ele precisa benzer alguém antes de ir
dessa para uma melhor.
Tenho me segurado, em respeito ao plano da
Verônica. Não saí com ninguém, não transo há um
tempão, e isso tudo para conquistar o metido a galã.
Mas que se dane, hoje eu quero dar.
Michael vai passar o dia todo comigo e tirar
meu atraso, é o único em quem confio o suficiente
para trazer para minha casa.
Visto uma camisola azul escura sensual. Fico
pronta à sua espera e, quando a campainha toca,
salto e corro para a porta.
Vejo Michael lindo como sempre, cabelos
pra trás e seu olhar escuro misterioso, escondendo
alguma coisa atrás das costas.
— Sentiu minha falta, gostosa? — sorri e diz
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roucamente, já me fazendo arrepiar de desejo.


— Você não sabe o quanto — mordo meus
lábios enquanto passo as mãos no seu peitoral.
Escutamos um pigarreio, Scott está com a
porta escancarada, apoiado no batente e nos
olhando feio.
— Olá, Scott — cumprimento sem vontade.
Se fosse em outra hora eu até tentaria seduzi-lo,
mas agora tudo o que não quero é vê-lo.
— Boa noite, vizinha — responde.
— Boa noite. — Michael fala frio com Scott,
analisando-o.
— Noite. — Scott responde depois de um
tempo, pensei até que ele não responderia.
Ficamos os três ali, nos encarando num clima
tenso, até que ouço um latido.
— Eita, de onde veio isso? É a sua cachorra,

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Scott? — pergunto.
— Não, minha cachorra está num Pet. Ele
tem uma Pitbull que me odeia, mas é linda.
— Então... — Michael começa. — Lembra
daquela conversa que tivemos semana passada?
— Claro que sim, gostoso, me lembro —
conversamos sobre o quanto eu me sentia sozinha,
sobre o quanto me tornei fria depois do Vitório; o
quanto ele me quebrou e não consigo mais amar
ninguém.
— Este presente é por causa disso — fala e
tira detrás das costas um filhotinho de husky
siberiano lindo, que ao me ver começa a latir. —
Para ser seu companheiro.
— Ai, meu Deus... que lindo — pulo
animada e arranco o bichinho dos seus braços; o
aperto e ele lambe meu rosto.
— Era só o que me faltava! O cara ainda tem
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que dar um cachorro para essa louca. — Scott


resmunga, mas o ignoro.
— Ele tem nome? Ele é ele ou ela? —
disparo para Michael, estou tão feliz.
— Deixei pra você escolher, Mandy.
— Vou chamá-lo de Órion!
Fico tão feliz que pulo em seus braços, com o
Órion entre nós, e o beijo; um puta beijo, com
direito a pegar fogo.
Ouvimos Scott bater palmas furiosamente, e
nos separamos. Ele está com uma cara homicida,
muito bravo.
— Não tem vergonha, não? Além de estar
vestida como uma puta no corredor, se agarra com
um cara qualquer sem nem ligar para quem possa
ver?! — Quase grita, gesticulando, irritado. — Isso
só demonstra que tipo de mulher é.
Fico estupefata com esse ataque. Michael vai
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para cima do Scott, acertando um soco nele.


— Nunca mais, ouça bem, nunca mais fale
assim dela, ficou claro, seu bosta? — Ele rosna,
falando baixo, ameaçador.
Scott parece desnorteado, como se tivesse
sido pego de surpresa.
— Entendi — resmunga. — E cuidado, você
me pegou de surpresa, numa próxima... — ameaça
e entra no seu apartamento.
— Você está bem? — pergunto, preocupada.
— Estou sim — resmunga. — Só não vou
deixar um bosta falar de você assim.
— Vem, vamos entrar — seguro Órion com
um braço só e puxo Michael.

Algumas horas depois...


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— Eu... não... aguento... mais... — arfo,


falando rouca.
Michael está me comendo de todas as
maneiras possíveis, com a boca, dedos, pau, perdi a
conta de quantos orgasmos já tive.
— Aguenta, aguenta muito ainda, temos a
noite toda — fala, enquanto brinca com minha
boceta, chupando e mordendo enquanto a fode com
os dedos.
Ele levanta, me beija, me atiçando ainda
mais.
— Não aguento mais, Michael. — imploro.
— Estou dolorida, por favor.
— Cale a boca, Amanda, que nem comecei a
te foder ainda.
Me entrega seu pau para chupar, babo bem na
ponta e desço lentamente por todo o seu
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comprimento, até chegar à parte de trás da minha


garganta, do jeito que ele gosta. Subo e desço
várias vezes e massageio as bolas ao mesmo tempo,
ele segura em meus cabelos e geme.
— Isso, gostosa, assim, continua vai —
começa a ditar o ritmo segurando meus cabelos,
subindo e descendo minha cabeça com força,
enquanto levanta o quadril para foder minha boca.
— Nossa... — sussurro engasgando.
— Que boca gostosa, amo essa boquinha,
agora vem aqui, vem. — Ele me puxa.
— Quê? Como assim? De novo? — pergunto
assustada, nunca transamos tanto.
— Você me deixou com muita vontade, só
me enrolando, agora aguenta, sua gostosa! — fala e
já me ataca, esfregando o pau em minha
intimidade.
— Mete logo vai, por favor — imploro.
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— Fica quietinha, eu já disse — diz e ele vai


lentamente enterrando seu pau em mim; já estou
toda dolorida, parece que minha boceta não vai ter
trégua não.
Ele me joga de bruços na cama, entra e sai de
mim rápido, estocando forte e duro. Pega no meu
cabelo e me puxa para si, enterrando seu pau até o
fundo; grito de prazer, e me sinto convulsionar ao
redor dele, quase desmaio de tão forte que gozei.
Ele me vira de frente para ele e continua me
comendo, metendo cada vez mais rápido e forte,
dando tapas na minha cara.
— Isso!
— Não consigo! — grito descontrolada.
— Ah, sua cadela, quero você gozando de
novo no meu pau — rosna e estoca fundo. Grito
desesperada, tremendo dos pés à cabeça, quase
gozando.
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Ele começa a sugar meus seios, mordiscando


os mamilos, aproximando os seios com as mãos e
lambendo um e outro, sugando, quase morro de
tanto prazer.
Michael me roda e fico por cima dele,
cavalgando como uma louca, quicando no pau,
estamos fodendo tão forte que tenho certeza que
mal vou conseguir andar amanhã.
— Vai, rebola, que estou quase gozando! —
fala, enquanto mordisca meus seios.
Começo a gozar, apertando com os músculos
seu pau, e ele goza junto. Descartamos mais uma
camisinha; já até perdi a conta de quantas usamos.
Caio em seu colo respirando forte, sem fôlego, e ele
esfrega minhas costas lentamente, como se
estivesse me acalentando.
Depois de uns minutos, estamos bons o
suficiente para conversar.

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— O que aconteceu, Michael? Você nunca


ficou tão afoito assim? — pergunto curiosa; não
que esteja reclamando, ele pode me foder assim
sempre.
— Não sei, Mandy, estava relembrando o
passado e sei lá, bateu uma angústia, sabe?
—explica. — Quando estou com você, não penso
no passado, na minha vida dupla.
Eu sei pelo que ele passou, que assim como
eu, ele é quebrado, não confia mais em ninguém,
além de mim e da Verônica.
— Não fique pensando nisso, por favor, você
sabe como te faz mal lembrar do passado — peço.
Não quero vê-lo assim nunca, ele é meu melhor
amigo.
— Não consigo, Mandy. Ou vai dizer que
também não lembra daquele teu ex bosta? — fala,
fugindo do assunto.

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— Lembro sim, mas você não acha que


aqueles dois já fizeram estrago suficiente na nossa
vida? Pelo menos com isso tudo eu ganhei você,
que sempre está pronto pra me ajudar.
— Sim, Mandy, a única coisa boa dessa
história toda foi você, minha melhor amiga. Eu te
amo, você sabe, né? Não importa se pararmos com
isso aqui — ele aponta para a gente na cama —
sempre seremos amigos, nós três.
Ficamos abraçados por um tempo, até que
uma coisinha começa a subir e me cutucar.
— Você está me zoando, só pode! —
reclamo.
— Nem um pouco, não posso fazer nada se o
monstro acordou. — Ele brinca e dá um tapinha na
minha bunda. — Anda, vira vai.
Deito de bruços na cama e ele começa a
chupar minha boceta e meu cuzinho, intercalando
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entre os dois; e vai enfiando os dedos no meu rabo


para preparar. Despeja um monte de lubrificante e
me fode com os dedos. Começo a gemer como
puta, de tanto tesão que estou sentindo. Puta merda,
como ele consegue me acender assim tão rápido?
— Caralho, que rabo, que delícia — diz
olhando desejoso.
— E ele é todo seu — provoco, rebolando na
sua mão.
— Morena safada! — bate na minha bunda.
Ele vai enfiando o pau no meu botãozinho
devagar, despejando lubrificante e colocando com
calma para não machucar; só para quando sente as
bolas batendo na boceta. Espera um pouco para eu
me acostumar e começa a meter.
— Porra, isso, caralho! — Michael geme. —
Que cuzinho apertado!
Ele entra e sai forte, de novo e de novo; gemo
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alto, grito, sem me importar com quem pode estar


ouvindo.
Estava deitada, com ele por cima,
empurrando duro em mim, o prazer crescendo cada
vez mais até que ele me empurrou de lado e meteu
forte, fundo, rápido e gozo alucinadamente,
apertando-o enquanto ele bombeava furiosamente
no meu rabo.
— Porra, esse rabinho está estrangulando
meu pau — arfa — vou gozar, caralho.
Goza forte e eu desmorono, me agarrando a
ele.
— Pode dormir, pequena, você sabe que te
protejo.
Com ele acariciando meus cabelos, entro para
o mundo dos sonhos, onde nada nem ninguém me
feriu e posso ser feliz.

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Acordo com minha cabeça explodindo. Me


lembro de tudo que acontece e fico puta da vida,
minha bunda arde e dói. Quando tento me sentar
não consigo, dói demais, me levanto e ando
cambaleando, vou até o espelho, acabo assustando
com o que vejo. Estou acabada, destruída, me viro
de costas e minha bunda está toda vermelha, em
vários lugares está roxo. Essa não sou eu, não é a
mulher forte que me tornei. Tomo outro banho,
relaxante, coloco um vestido soltinho e sem
calcinha, não posso colocar nenhum tecido perto da
minha bunda. Agora vou enfrentar a fera e se
Arturo pensa que pode me tratar desse jeito, ele
está muito enganado. Desço as escadas e sigo até o
seu escritório, tenho plena certeza que ele está lá
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trabalhando. Estou sem paciência nenhuma, não


bato na porta, entro direto. Arturo está tão entretido
no computador e com os papéis que nem nota
minha presença.
— Sabia que estaria aqui — digo alto. Ele
levanta a cabeça assustado.
— Você já levantou, amor, nem vi você
entrando. — Ele diz se levantando da cadeira.
— Sim, Arturo, acabei de levantar — friso
seu nome e ele se dá conta de que não o chamei de
amor.
— Sei que deve estar chateada por eu ter te
batido, mas se você me deixar explicar... — tenta
falar, mas o corto.
— Não é sobre isso, Arturo, pelo menos não
agora, estou puta com você pela forma que me
tratou no restaurante, como se eu estivesse
cometendo um crime ao sair sozinha — explico
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chateada. — Não sou sua propriedade, vê se


entende isso.
— Mas como você queria que eu me sentisse
ao te encontrar de papo furado com outro homem
em um restaurante — diz exaltado.
— Droga, Arturo, me escuta, você não parou
para pensar que ele poderia estar ali, pra falar com
outra pessoa?! Você sequer me deu uma chance de
me explicar, saiu logo me arrastando dali! —
lembro ele.
— Mas, minha rainha, você não entende —
diz passando a mão entre seus cabelos, um gesto
que ele faz sempre que está nervoso.
— E eu nem quero entender — falo. —
Aquele infeliz era o ex-noivo da Amanda, antes de
você chegar ele estava na nossa mesa nos
perturbando, tentando uma reconciliação com ela,
mas ela não quis saber daquele crápula, o deixou

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sozinho e saiu. Eu já estava me levantando quando


você chegou se achando o dono do mundo.
— Eu não sabia, meu amor, por um momento
pensei que... — gagueja embasbacado, sem saber o
que falar.
— Que o que, Arturo, que ele era o meu
amante? É isso? Anda, me diz! — pergunto e me
faço de ofendida. — Você me decepciona, Arturo,
como pode pensar isso se há algumas semanas
atrás, eu lhe entreguei minha virgindade.
— Eu não sabia, meu amor, me desculpa, sou
um idiota, mas eu não agi por mal, só foi no
impulso, sou completamente louco por você e não
sei controlar esse ciúme. — Ele se aproxima
tentando me abraçar, mas me afasto.
— Não, Arturo, o que você fez só me prova
que ainda não confia em mim — digo choroso e
deixa uma lágrima escorrer pelo meu rosto. —

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Achei que você me amava da mesma fora que te


amor, mas veja que isso não é verdade, me enganei
completamente contigo.
— Verônica, não fala isso, não diga
bobagens, você sabe que é o ar que eu respiro, não
consigo imaginar uma vida sem você. — Ele
afirma.
— Então me prove, mostra pra mim que
confia em mim — imponho.
— Eu confio, meu amor, confio até mesmo
minha vida a você — diz. — Só não consigo me
controlar, quando sinto ciúmes apenas me perco,
mas eu vou mudar, prometo.
— Não, Arturo, preciso de uma prova que
você confia em mim.
— Me diz o que fazer então, meu amor. —
Ele pede.
— Me conte sobre a Mina de Turmalina —
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digo e olho bem pra ele, quero ver sua reação.


Arturo fica branco assim que as palavras saem da
minha boca.
— Como... como você descobriu sobre essa
mina? — Ele gagueja.
— Trabalhei como sua assistente, por um
bom tempo — minto pra ele. — Você achou
mesmo que eu não descobriria? Quero ouvir da sua
boca, Arturo, preciso que você diga que não sabia
sobre o que ocorria naquela mina, sobre as
condições precárias dos trabalhadores.
— Eu juro, meu amor, por tudo que é
sagrado, que eu não sabia das condições em que
aqueles operários trabalhavam, muito menos por
aquele salário. Eu tinha outro sócio, ele que
cuidava disso e me mandava os relatórios, eu lia e
estava tudo certo, não tinha nenhum erro, fui
enganado, nunca poderia imaginar que aqueles

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homens poderiam morrer. Aquela explosão não


estava programada, ainda mais com operários lá
dentro.
— Mas como isso ficou em segredo por todo
esse tempo, todos esses anos, como a mídia não
ficou sabendo disso, isso poderia ser um escândalo?
— questiono. Vejo seus olhos se arregalarem.
— A mina não está vinculada ao nome
Cartier, eu usei um laranja. — Ele diz com receio.
— Quem, Arturo? Aquela mina está no nome
de quem e por que você nunca falou sobre nada
disso pra mim? — continuo pressionando ele.
— Tive medo que pensasse que eu era
culpado pelo que aconteceu, não aguentaria olhar
em seus olhos e ver sua decepção.
— Essa mina é muito pequena, insignificante
perto da serra azul, foi um pequeno investimento
que fiz pensando no futuro, que me traria um
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grande retorno — diz receoso. — Na época só


pensei em abafar o caso, se isso caísse na mídia
seria o fim da empresa, estávamos passando por
uma crise e as ações da Cartier teriam uma queda
enorme, então coloquei a mina no nome da
Carolina.
— O que, o que você fez? — fico sem chão,
sem reação.
— Eu era noivo dela, nosso casamento era
algo certo, nunca imaginei que iria me apaixonar
por você, então colocar a mina no nome dela
parecia à solução de todos os problemas — explica.
— Você colocou uma das minas que vai ser a
heranças dos nossos filhos, parte do nosso
patrimônio, no nome daquela mulher!! — grito. —
Como você pôde, Arturo, por que você fez isso?!
— Amor, me escuta, eu sei disso, me
arrependo até hoje, mas naquela época foi à decisão

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certa a se fazer — fala e tenta me tocar, mas o


empurro.
— Eu sou a sua mulher, Arturo! Eu e não ela,
se você tem que dar alguma coisa, tem que ser pra
mim a sua esposa e não pra ela! — grito — Arturo
escuta bem o que vou te dizer, você vai tirar a mina
do nome dela, tá me entendendo?!
— Eu não posso simplesmente tirar a mina
do nome dela — tenta explicar. — Acabei
prometendo enquanto ainda éramos noivos que a
mina ficaria no nome dela. Seria uma espécie de
presente de casamento. — Não consigo acreditar
que ele me disse isso. Vejo tudo vermelho, esse
maldito teve a coragem de fazer isso pra aquela
vaca.
— Arturo, você tem vinte e quatro horas,
para tirar a mina de turmalina do nome dela, nem
um minuto a mais. O que você fez não tem perdão,

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fique satisfeito, por não estar nesse exato momento


fazendo as minhas malas e ir embora dessa casa! —
aponto o dedo pra ele, e solto um ultimato. —
Assim que a documentação estiver pronta, eu quero
conhecer a mina, ver com meus próprios olhos se
as condições de trabalho melhoraram. E tem mais
uma coisa, quero ajudar as famílias dos garimpeiros
que morreram, eles perderam seus pais, maridos...
Não quero deixar essas pessoas desamparadas.

— Amor, sobre ir conhecer a mina, isso é


fácil e está tudo legalizado, não existe mais
nenhuma ilegalidade, agora, convencer a Carolina
não é uma coisa fácil, a mina foi um presente.
Como posso tomar de volta? — tenta me
convencer. — Eu posso comprar uma mina, até
melhor do que essa, se esse é o problema, te dou
quantas minas quiser, meu amor.

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— Não vou mudar de ideia, Arturo, seu prazo


é de vinte e quatro horas, enquanto você não me
mostrar os documentos, nada de sexo para você.

Ouço os gemidos e gritos escandalosos da


minha vizinha. Certo momento, ouço barulho de
pancadas, como se alguém estivesse apanhando.
Fico preocupado e penso em intervir, até que ouço
a demônia gemendo ensandecida e pedindo mais, o
cara mandando-a calar a boca.
Que merda, tomar no cu, filhos da puta! Vão
pra casa do caralho!
Agora, deitado na cama, com o travesseiro
cobrindo o rosto, para abafar os sons, tento pensar
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em outra coisa que não seja o que diabos está


acontecendo naquela porra de apartamento.
— Mais forte, vai... Ah!!
Não acredito, até aqui consigo ouvir os
gemidos, e o barulho de cama batendo na parede.
Que merda! Preciso dormir, caralho. Tenho
um dia muito agitado e cheio de reuniões, e, do
nada, esse demônio de mulher resolve trazer um
merdinha para casa. O que ela estava pensando? Os
vizinhos vão pensar merda; do jeito que ela está
gritando vão ouvir até na China.

Acordo de manhã um lixo. Que noite de


bosta, dormi porra nenhuma! Tinha uma cadela no
cio no apartamento ao lado. Me olho no espelho e
pior não tem como ficar, olho roxo e olheiras,

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inferno!
Tentei ligar para todos os contatos para saber
se tinha algo que podia fazer sobre o barulho, sobre
essa putaria, não tinha o que fazer. Não foi meu dia,
culpa dessa maldita mulher.
Desde que se mudou para cá não tive mais
paz; ela acha que não percebo suas insinuações
para mim, como desavergonhadamente dá em cima,
onde vou ela está também, sempre se insinuando. O
pior de tudo é que a demônia é gostosa para
caralho, ontem no corredor então, vestida só com
aquela camisolinha... Dava para ver suas pernas,
mas o melhor eram seus seios, quase pulando do
decote, que vontade que deu de rasgar aquilo e
mamar naquelas belezuras... Caralho, por que
diabos estou pensando na vizinha infernal? Nunca
me interessei por mulheres do seu tipo, não vai ser
agora que vou começar.

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Saio do banheiro e vou correr; sei que não


vou conseguir dormir mesmo, melhor começar a
aproveitar o dia e fazer minhas coisas.
Mesmo depois de correr no lago, continuo
com um humor de cão. Não consigo tirar essa bosta
de noite da cabeça. Ela gemendo num pau alheio,
que bosta! E ainda por cima tem essa droga de
reunião na empresa logo cedo.
Chego em casa e tomo um banho bem
gelado, para ver se me acalmo. Me arrumo e
preparo outro café preto forte, do jeito que eu
gosto. Pego minha pasta, os documentos que
preciso, as chaves do carro e saio. Passo em frente
à porta da demônia, está tudo no maior silêncio
possível. Filha da puta, depois de manter todos os
vizinhos acordados, ela dorme a manhã toda,
sacanagem isso.
Chego à Cartier estressado. Vou direto para

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minha sala, sem cumprimentar ninguém. Suely,


minha assistente, já vem correndo quando me vê.
Tenta falar, mas nem sequer a olho; entro na minha
sala, batendo a porta.
Sento e tento me acalmar; em seguida ligo
para o ramal de Suely.
— Café bem forte e o relatório da planilha de
todos os gastos para o lançamento da nova coleção
em dez minutos — mando e desligo, sem dar
chance de ela falar nada.
Fico revisando as planilhas por mais de uma
hora, esta festa precisa estar perfeita, todos os
detalhes na mais perfeita ordem. Precisamos de
excelência nesse lançamento, pois o investimento
foi muito alto. Esperamos ter uma margem de lucro
bem maior que o ano passado.
Saio da minha sala faltando cinco minutos
para a reunião de apresentação da nova diretora de

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relações públicas. Caminho perdido em


pensamentos até a sala de reuniões, ao entrar vejo
toda a equipe executiva já presente. Arturo está na
cadeira do presidente, conversando com Verônica.
Sento ao seu lado esquerdo, já que sou vice-
presidente, e cumprimento os dois.
— Que cara é essa, viado? — Arturo
pergunta, se referindo às minhas olheiras e o olho
roxo. Desde que esse bosta se casou, parece que viu
um passarinho verde, está igual à Cinderela
cantando com a porra dos pássaros, sempre feliz;
que cu.
— Foi um idiota que me pegou de surpresa.
O zé ruela atacou do nada, não tive tempo de reagir
— conto. — E, ainda por cima, a minha vizinha
infernal fez barulho a noite toda, gemendo que nem
uma gata no cio, parecia até que o cara estava
matando-a, dormi porra nenhuma.

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— Eita, irmão! Tenta falar com o síndico,


para ver se ajuda em alguma coisa — diz Arturo.
— Você não acha que já não tentei? —
resmungo. — O infeliz disse que não pode fazer
nada. E ainda teve a cara de pau de falar que não
tenho direito nenhum de reclamar, já que sempre
sou eu que faço os barulhos durante a noite.
— Toma, quem manda não controlar esse
pintinho? — Arturo zoa da minha cara.
— Pintinho é o teu cu! — devolvo.
Arturo e Verônica ficam rindo da minha cara,
o que só intensifica meu mau humor.
Dez minutos depois não aguento mais ficar
sentado aqui, esperando essa nova diretora, que já
está atrasada em seu primeiro dia de trabalho. Que
tipo de profissional é essa?
— Porra, cara, cadê essa mulher? Está
atrasada no primeiro dia já, Arturo! Ela está
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pensando que ninguém tem mais o que fazer da


vida a não ser esperá-la? Quem diabos você
contratou, hein?
— Calma, cara, fica tranquilo, ela já deve
estar chegando, é uma profissional Top. — Arturo
fala calmamente. — Sei que você está uma bosta
hoje, que nem queria estar aqui, mas sossega, já
você se manda daqui. — Depois Arturo pergunta a
Verônica. — Notícia dela, amor?
— Já liguei e falei com ela, está a caminho
— explica.
Espero mais uns minutos e bufo irritado.
Tanta coisa para fazer e tenho que ficar esperando a
boa vontade dessa mulher aparecer. Por mim, nem
a contratávamos mais; se não tem responsabilidade
para sequer cumprir seus horários, imagine para o
resto.
Depois de mais vinte minutos de espera, a

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porta finalmente se abre e entra uma mulher. Puta


que pariu! Estou tendo alucinações! Esfrego os
olhos e olho de novo para confirmar, e caralho,
estou tendo a visão do inferno; a nova diretora é a
Amanda, a porra da minha vizinha, a demônia
escandalosa. Ela chega usando um terninho preto
justo com uma pasta e o crachá de diretora de
relações públicas. Não pode ser, só posso ter
jogado chiclete na cruz para ter tanto azar assim na
vida.
— Bom dia, desculpe o atraso, mas tive um
imprevisto.
Pede desculpa e entra meio mancando, como
se tivesse dificuldade para andar. Nem sequer olha
na minha cara, vai até Verônica e a abraça;
cumprimenta o Arturo da mesma forma, e só então
olha para mim, e me dá um sorrisinho sem
vergonha.

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— Bom dia, vizinho, que coincidência? Além


de vizinhos seremos colegas de trabalho — brinca
ironicamente.
Arturo me olha sem entender nada.
— Vocês se conhecem? — Ele pergunta.
— Então, cara, está e a vizinha que te falei —
resmungo irritado.
— As coisas estão começando a ficar
interessante — diz Arturo, divertido.

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CAPÍTULO 07 – Mina de
Turmalina

“Não destrua o futuro pelos erros


cometidos no passado.”

Passei o resto do dia com a Mandy em seu


novo apartamento, que fica em frente ao do Scott.
Estou até imaginando-a fazendo da vida dele um
inferno. Amanda é linda, sua pele negra contrasta
com seus olhos verdes, tem um corpo que até eu
mesma invejo, cheio de curvas. Ela tem uma beleza
exótica e exuberante; quero ver até quando Scott
vai resistir-lhe.
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Fomos juntas ao shopping e, depois de contar


tudo o que aconteceu, principalmente sobre o sexo
selvagem, a Mandy me arrasta para uma sessão de
massagens no salões do shopping.
— Verônica, vou falar sério contigo, presta
atenção! — Amanda me fala séria. — Você precisa
parar de se recriminar dessa forma. Não há nada
demais em gostar de fazer sexo com o Arturo, isso
é normal. Ele é um homem bonito, e aposto que ele
sabe satisfazer muito bem uma mulher. Você não
pode ter uma crise de choro toda vez que fizerem
sexo. Você é casada com ele, óbvio que vai fazer
muito sexo.
— Eu sei que você está certa, Mandy, mas
não consigo controlar, parece que meu próprio
corpo entra em conflito com minha mente sempre
que faço alguma coisa com ele. Principalmente a
forma bruta que ele me pegou naquele sofá... Foi

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tão delirante, tão gostoso, fui a um êxtase


tremendo. Mas como posso sentir tesão em levar
palmadas, ser espancada, levar puxões, não
entendo! —desabafo e a filha da mãe da Amanda
começa a rir da minha cara, fico ainda mais puta e
constrangida.
Estamos nós duas sozinhas na sala de
massagem, com pedras quentes nas costas,
relaxando e conversando.
— Hum, então quer dizer que o bicho papão
gosta de dar umas palmadas, um sexo mais bruto,
delícia! — Mandy pisca para mim e não sei onde
enfiar minha cara. Ela, ao reparar, gargalha da
minha cara.
— Verônica, querida, não tem nada demais
em gostar de uma pegada mais forte, desde que isso
não te desvie do seu propósito, é claro.
— Eu sei, fui esperta e acabei usando isso a

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meu favor para descobrir sobre a Mina de


Turmalina — conto sobre o meu colapso emocional
e como dei o ultimato a Arturo.
— E ele te contou tudo? Disse a verdade? —
Mandy pergunta de olhos arregalados.
— Não sei, ele me jurou de pés juntos, que
não sabia de nada do que acontecia naquela mina,
mas não me convenceu muito. Acho que vou
colocar Michael para investigar isso direito, se
conseguir alguma prova, ligarei o nome da Cartier a
esse desastre.
— Isso pode ser a chave para acabar com ele,
Verônica, se ele já falou sobre isso contigo, é sinal
de que confia em você. Pelo que estou vendo você
já conseguiu penetrar no coração e defesas do
monstro. — Ela fala pensativa.
Quando ouço Amanda falar assim dele e
principalmente que entrei no seu coração, sinto um

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gosto amargo na boca.


Terminamos a massagem e fico pensando que
amanhã um dos meus objetivos será alcançado,
entrar na Cartier e conquistar espaço. Começo
amanhã como assistente do nosso designer. Fico
rindo, pensando que tenho muita experiência com
joias, já que sou designer formada, mas no
momento vou fazer o meu papel de aprendiz e na
hora certa farei minha jogada.

Dirigindo de volta para casa, penso em


David, sua morte foi tão cruel e inesperada. Ele não
merecia morrer daquela forma, num incêndio
criminoso, seu corpo todo carbonizado. Não gosto
de ter essa última lembrança dele.
Me lembro como se fosse hoje, eu sentada na
varanda da fazenda dos meus avós, que era tudo
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que sobrou deles. A simplicidade do lugar, a


maneira de viver a vida, eu era muito feliz ali.
David chegou todo empolgado contando que ele e
seu melhor amigo Arturo Cartier tinham
encontrado uma mina de pedras muito preciosas.
Lembro dele, um jovem tão ingênuo, que não
imaginava um dia ser traído pelo seu melhor amigo,
e nem que este o levaria à morte. Paro de pensar
nisso quando percebo que já cheguei em casa.
Casa? Esse lugar pode ser tudo, menos
minha casa.
Entro e já vejo Arturo parado bem na entrada,
parece até que sabia que eu estava chegando.
— Você demorou.
— Sim, demorei, precisava de um tempo para
mim mesma, foram muitas revelações para um dia
só. Me sinto cansada. — Por incrível que pareça,
falo a verdade.

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— Te entendo, sei que você deve se sentir


mal por tudo que te contei sobre aquela mina, mas
me prometa uma coisa... — diz se aproximando,
segura meu corpo junto ao seu. — Me prometa,
amor, que não vai me deixar. — Diz ele que parece
agoniado esperando o que vou dizer.
— Eu te amo, Arturo, o amo muito e nada
nem ninguém irá mudar isso. — Me surpreendo
com palavras tão frias e vazias saindo tão
facilmente da minha boca, mas meu inconsciente
insiste em dizer que não são tão vazias assim, mas
ignoro.
— Eu também te amo, Verônica, você é tudo
para mim. — Me puxa para os seus braços e beija
com sofreguidão, me devorando, como se quisesse
confirmar com esse beijo que nada mudou. Me
entrego a esse beijo da forma que ele gosta. Mordo
seu pescoço, sei que minha melhor arma é a

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sedução. Arturo geme, perdido de desejo. Ele tenta


soltar meu vestido, porém, ajo mais rápido e o
impeço, me afastando.
— Enquanto não tiver os papéis, meu amor,
nada de nada para você.
Caminho sensualmente em direção à suíte,
mesmo por dentro estando louca de desejo, tenho
que ser forte. Eu vou é tomar um banho gelado,
isso sim.

Chego à empresa com um humor de cão,


decidi vir mais cedo, já que não dormi porra
nenhuma esta noite maldita. Aquela filha da puta
passou a noite toda se esfregando em mim, com

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uma camisola transparente que delineava seu corpo


gostoso. Ainda não consigo acreditar que Verônica
não quis fazer amor comigo na noite passada.
Fiquei o tempo todo de pau duro, louco para comer
aquela boceta gostosa. Inferno! Maldita hora que
coloquei aquela maldita mina no nome da Carolina.
Fiquei trancado na sala da presidência, cheguei
bem cedo e o prédio estava praticamente vazio.
Meu celular vibra quase às oito da manhã, era uma
mensagem de Verônica, acompanhada de uma foto
dela num fio dental e com cara de safada dizendo:

Rainha: Bom dia, meu amor, acordei e não


te encontrei, senti uma saudade. Imagina como eu
poderia te acordar, ou o que eu poderia fazer por
você. Pense nisso como um incentivo para me
trazer logo esses documentos.

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Fiquei duro na hora, aquela safada quer me


deixar louco. E ainda virá trabalhar aqui. Fico
imaginando-a de saia, sentada de pernas abertas na
minha mesa enquanto saboreio sua boceta
deliciosa, botando-a para cavalgar no meu pau,
comendo-a na mesa, cadeira, chão...
O telefone toca, arrancando-me das minhas
perversas fantasias.
— Pode falar, que hoje estou sem paciência!
— atendo estressado.
— Senhor, a senhorita Carolina está aqui para
vê-lo, diz que tem hora marcada, porém, não
encontro nada em sua agenda — informa Ellie,
minha secretária.
— Eu marquei com ela e esqueci de avisar,
pode mandá-la entrar, Ellie — aviso. — E quando
minha esposa chegar, peça-lhe para vir até a minha
sala.

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— Sim, senhor! — responde Ellie.


Carolina entra com um vestido amarelo justo,
curto e colado a todas as suas curvas.
Não vou mentir e dizer que está feia, sou
homem porra! Está gostosa para caralho! Se fosse
em outros tempos não pensaria duas vezes e a fodia
logo. Mas agora, sou homem de uma mulher só,
amo minha mulher e nunca faria nada para perdê-
la.
— Arturo, amor, fiquei tão feliz quando
recebi a sua ligação, que nem consegui dormir
direito. Não aguentei e vim falar contigo logo! Me
fala, meu amor, você se arrependeu de ter me
trocado por aquela cadela desqualificada e veio me
pedir para voltar? — fala empolgada. — Eu te
perdoo, meu amor, mas só se você botar aquela
vadia interesseira no lugar dela, na rua, ou melhor
ainda, no lixo!

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— Carolina, cala essa tua boquinha que só


serve para outras coisas. Espero pelo seu bem que
não esteja falando da minha esposa, senão... — falo
lentamente, para ela entender bem cada palavra.
— Mas, Arturo, eu pensei que...
— Você pensou porra nenhuma, Carolina!
Essa reunião é de negócios, nada além disso. Só te
chamei para falar sobre a mina de turmalina.
— Então, quer dizer que você só me chamou
aqui para falar daquela bendita mina?! Eu achei que
você tinha se arrependido de ter me trocado por
aquela interesseira imunda, de quinta... —
esbraveja.
— Chega, Carolina! Respeite minha mulher,
por favor! — deixo bem claro as coisas. — Nada
do que você diz vai causar brigas ou intrigas entre
mim e minha esposa, coloco a mão no fogo pela
Verônica, então pense bem no que você vai falar.

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— Mas, Arturo...
— Chega! Vamos direto ao ponto, chamei-a
aqui para falar sobre a mina e é isso que vamos
fazer!
— Fala logo então, Arturo, o que de tão
importante fez você ligar e me chamar aqui?!
—questiona irritada.
— Preciso que me devolva à posse da mina e
assine os papéis de transferência.
Coloco os papéis na mesa.
— Claro que irei te recompensar
generosamente por isso, os valores estão no
documento.
— Deixa ver se eu entendi, primeiro, você
me tira nossa casa, termina comigo, se casa com a
mulher com a qual me traía, e agora quer me tirar a
mina? Ela é um presente, você não pode faz isso!
— bufa brava. — Por que está fazendo isso
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comigo? Não representei nada para você? E todos


os anos que ficamos juntos? Por que quer me ferir
tanto?
— Não vamos falar disso agora, Carolina. Eu
realmente gostei de você, nós crescemos juntos,
namoramos, ficamos noivos, íamos nos casar.
Tenho um carinho imenso por você, mas não deu,
acabou. Sou apaixonado pela minha mulher, estou
casado, desista! — tento convencê-la. — Mas não
seja hipócrita, Carolina, você nem sequer sabe onde
fica essa mina, nunca deu a mínima atenção para
nada relacionado a ela. Apenas assine essa merda,
se não por você, faça isso por mim!
— Sei de tudo isso, meu amor, mas ela é
minha, você me deu! — grita transtornada, e isso
apenas me irrita ainda mais.
Me levanto e caminho até ela, falando alto.
— Quem você pensa que é, Carolina, para falar

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assim comigo?
Ela me olha assustada e tenta se afastar, mas
sei que é apenas teatro.
— Arturo... — sussurra receosa.
— Sei que você está louca para me dar, né,
Carolina?
— Arturo... — Ela se contorce excitada,
desejosa.
— Quer saber de uma coisa? Esse pau, que
antes comia você, agora tem dona, pertence a uma
só pessoa! Pode esquecer tudo o que fizemos,
porque só desejo uma mulher! E mesmo se eu fosse
traí-la, nunca seria com você — falo duro, para
ferir mesmo.
— Você nunca foi fiel enquanto esteve
comigo, por que agora? O que mudou? —
questiona angustiada.
— Eu mudei. Meu coração tem uma dona
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agora, só ela que quero e nunca a trairia. Verônica é


tudo para mim.
— Quer dizer então que não tenho mais
nenhuma chance? — pergunta e me olha ressentida,
com lágrimas nos olhos.
— Não, Carol, você não tem. Por tudo o que
vivemos, vamos encerrar nossa história assim, de
maneira pacífica. Foram bons anos, mas aí é que
está, foram. Agora sou completamente apaixonado
pela minha esposa e não faria nada para perdê-la.
Não vou negar que me senti mal vendo ela
dessa forma, afinal, ela foi minha noiva por muito
tempo, nos conhecemos desde criança, não tem
como não sentir nada.
— Só assine os documentos, Carol, e
encerramos isto por aqui.
Ela pega os documentos, fica encarando-os
sem ler, depois de um tempo assina com os olhos
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lacrimejando.
— Sabe, Arturo, eu não me importo com o
dinheiro, nunca me importei. Você sabe, eu te amo,
sempre te amei e não posso viver sem você, é como
se faltasse cor na minha vida, você é o meu tudo...
— murmura lentamente.
— Carol, para com isso, nada mais vai
acontecer, não se humilhe assim... — tento colocar
alguma razão na cabeça dela.
— Me contento em ser sua amante, não posso
te perder, por favor... — implora e cai de joelhos.
— Aquela vagabunda não vai entender o que você
gosta, não vai te satisfazer, não conseguirá entender
seus gostos como eu, por favor, amor.
— Ah, queridinha, pode deixar que eu
satisfaço meu marido muito bem — diz Verônica,
que chega de maneira triunfal. Porra, isso vai dar
merda.

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— Escuta aqui, Carolina, e que essa seja a


última vez que eu te falo isso, esqueça o meu
marido! Ele é meu, só meu, é a mim que ele ama, é
o meu corpo que ele adora, é meu nome que ele
grita gozando! Aceita que o perdeu e nos deixe em
paz! — diz irritada, fico duro feito rocha só de
ouvir o modo que ela fala. — Espero que eu tenha
sido clara. Da próxima vez que você se oferecer
para o meu marido, sua vadia... não respondo por
mim — ameaça, raivosa.
Carolina e Verônica se entreolham com ódio.
Podia jurar que se eu não estivesse aqui as duas
sairiam na porrada.
— Te odeio, Verônica, com todas as minhas
forças. Eu prometo que você pagará caro por tudo
que fez e tudo que me roubou! — jura Carolina.
Verônica se transforma bem na nossa frente,
nunca a vi desse jeito, tão possessa, enfurecida...

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— Fora! Anda! Vaza daqui, Carolina! Antes


que te arraste eu mesma por esses apliques! —grita
enfurecida.
— Eu vou, pode deixar, mas presta bem
atenção, o Arturo ainda vai ser meu, você não perde
por esperar. — Carolina ameaça e liberta a fera
dentro da minha mulher sem perceber.
Verônica pega Carolina pelos cabelos e a
arrasta até a entrada. Carolina se debate e grita, mas
de nada adianta; parece que a minha mulher está
possuída de tanta raiva que demonstra.
Todo mundo olha a cena com espanto,
inclusive eu, que nem me mexo; só olho, sem
esboçar reação.
Verônica joga Carolina no elevador, ela se
desequilibra e cai, soltando gemidos. Deve ter se
machucado. As portas se fecham, Verônica, ajeita
sua roupa e se recompõe como se nada tivesse

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acontecido. Caminha até a minha sala, me


arrastando junto no processo.
— Eu juro, amor, que não fiz nada com ela.
Apenas fiz com que ela assinasse os documentos da
mina, passando posse pra mim novamente — tento
explicar e ela me olha. Consigo ver a raiva em seus
olhos, brilham de tanta ira.
— Sente-se, Arturo! — Ela manda. Nem
pisco, sento na minha cadeira rapidamente, como se
ela fosse uma leoa e eu sua caça.
— Cheguei uns minutos antes e ouvi tudo o
que ela disse — fala se aproximando lentamente.
— Não sabia que ela seria tão baixa ao ponto
de se humilhar, oferecendo-se para ser a sua
amante. Fiquei muito orgulhosa de você, Senhor
Cartier.
Ela se ajoelha na minha frente, me deixando
ansioso. Tira o cinto da minha calça e segura meu
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pau duro como rocha.


— Vejo que já está pronto para mim, meu
marido. — Ela o lambe, rodeando a ponta com a
língua e depois engole com a boca, sugando o meu
pau o máximo que pode; aperta as bolas com uma
mão e, com a outra, segura a base do meu pau.
Suga a cabecinha, me levando ao delírio.
— Amor, não vou aguentar muito tempo
assim! — ofego.
— Está gostoso então, Senhor Cartier? —
pergunta com cara de safada, enquanto lambe todo
meu comprimento.
— Não imagina o quanto — murmuro
atordoado. — Ela relaxa a garganta e tenta levar o
pau o mais profundo que consegue, mesmo o meu
pau sendo grande, ela consegue levar uma boa
parte.
— Você é gostosa demais, essa boca de
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veludo... Isso... Chupa, sua cachorra... Engole esse


pau.
Pego seus cabelos e controlo seus
movimentos, soco do jeito que eu gosto, com força
e bem fundo. Fodo sua boca como se fosse uma
boceta. A safada não protesta, apenas suga mais
forte e aperta ainda mais a boca em volta de mim.
— Porra!
Não consigo segurar e gozo em sua boca.
Verônica me surpreende, engolindo toda a minha
porra, lambendo os lábios.
— Gostou do agrado, marido? — questiona,
sorrindo safada.
— Fique à vontade para fazer esses agrados
sempre que quiser, meu amor.
Levanto e fecho a minha calça, ela se ajeita e
caminha até a porta, como se nada tivesse
acontecido.
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— Onde você pensa que vai, meu amor?


— Tenho que trabalhar, querido. Sabe, eu
tenho um chefe que é muito exigente e já estou
atrasada no meu primeiro dia, acredita?! — pisca e
responde marota.
— Mas eu ainda não acabei com você, minha
gostosa — sorrio.
— Uma pena, pois eu já acabei com o senhor
— rebola e fecha a porta na minha cara.
— Ah, sua safada.

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CAPÍTULO 08 – Segredos
Obscuros

“Momentos bons e ruins fazem parte da


vida. A diferença é que um te marca e o outro te
ensina.”

Depois do que aconteceu na empresa, eu e o


Arturo estamos mais unidos que nunca, hoje é a
festa de lançamento da nova coleção de joias, está
tudo numa correria imensa. Estava trabalhando na
empresa como aprendiz de design.
Um dia destes em casa, sem eu sequer

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perceber comecei a fazer uns esboços, com a


cabeça longe, não vi o Arturo na porta e continuei,
deveria ter-me cuidado mais, não queria que ele
descobrisse que eu já trabalhei com isso, muito
menos que sou formada nessa área, mas por
incrível que pareça ele não descobriu, apenas me
elogiou e insistiu que eu era talentosa demais para
ficar só como aprendiz, que eu deveria trabalhar na
área de criação e aqui estou eu. Essa foi uma
mudança que eu não queria, eu precisava ficar na
parte administrativa da empresa, mas não teve
como recusar, fiquei de mãos atadas com a
insistência do Arturo em não jogar meu talento
fora.
Acordei cedo hoje e como a empresa não
abre no dia do lançamento, todos os funcionários
estarão trabalhando somente para isso, para que
nada saia errado. Como o Arturo ainda está
dormindo, deixei um bilhete informando-o que vou
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ao salão com a Amanda.


Ela começou a trabalhar na empresa há pouco
tempo, mas não está sendo tão fácil quanto
imaginamos, no trabalho a Mandy tem que pisar em
ovos, com o Scott então... Conquistar ele não está
sendo fácil, ele tem feito jogo duro, quem diria? Ele
está deixando a minha amiga até de cabelo em pé,
segundo ela o lobo mau está resistindo ao seu
charme, o que é uma surpresa, pois é o primeiro a
não cair em seus encantos.
Vou de carro até o apartamento da Mandy, e
hoje o jogo começará a desenrolar, um grande
objetivo do meu plano será realizado.
Passo pela portaria, afinal, o porteiro já me
conhece. Enquanto o elevador sobe os andares fico
pensando se o Michael já conseguiu mais alguma
coisa para mim, só sei de algo, que essa festa
promete. Toco a campainha e a Amanda atende a

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porta só de camisola curta, com uma cara de sono


terrível.
— Caramba, Verônica, isso é hora de
aparecer na casa dos outros, eu hein! — resmunga.
— Caso você não saiba, sua folgada, já são
nove da manhã — implico com ela.
— Pois é, mas acontece que ontem estava
tendo uma festinha no apê do meu vizinho puto, a
orgia rolou solta até a madrugada e não consegui
dormir nada, justo hoje que eu precisava chegar
divando nessa festa, vou estar um caco, com
olheiras gigantes — reclama bufando.
— Suas olheiras são o seu menor problema, o
problema é na verdade o seu vizinho, que até agora
nada de cair na sua, né? — indago irônica.
— Eu não entendo, juro que não entendo o
porquê! — diz emburrada sentando no sofá, eu
apenas rio da cara dela de inconformada.
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— Pois é, minha linda, trate logo de descobrir


o que está acontecendo com o Scott, quando
pesquisamos, o cara não podia ver um rabo de saia
que já caía matando, agora fica aí se fazendo de
difícil, alguma coisa tem. — Ficamos conversando
por muito tempo sobre os preparativos para a festa,
contei sobre as coisas que irei fazer à noite. A
campainha toca novamente e a Amanda salta para
atender.
— Deve ser o Michael. — Ela vai abrir a
porta do jeito que está, nem trocou a roupa ainda.
Fico pensando na noite de ontem, nos últimos
tempos Arturo tem sido mais bruto na hora do sexo
e em vez de ficar assustada isso acaba deixando-me
mais excitada ainda, droga de corpo traidor, não sei
o que está acontecendo comigo.
Sou arrancada dos meus pensamentos com a
Amanda chegando, inclusive com uma cara de

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quem aprontou.
— O que aconteceu? Por que você demorou
tanto? — pergunto.
— Eu encontrei meu vizinho, Scott, saindo
do seu apartamento e meio que ataquei o Michael
para provocar o Scott, se ele pensa que só ele pode
fazer festinha de madrugada, ele está muito
enganado! — Ela se gaba. Michael aparece atrás
dela, aparenta estar meio constrangido comigo
sabendo o que aconteceu.
— Me conta, o que o Scott fez ao ver você e
o Michael se beijando?
— Ah, ele não fez nada, mas pela cara que
fez!... Parece que não gostou muito não, idiota. —
Mandy resmunga.
Gargalho da cara indignada dela, a Amanda
está com muita raiva do Scott não lhe dar a mínima,
tenho até medo do lobo mau na mão desse
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chapeuzinho vermelho.
— Mudando de assunto, vamos direto ao
ponto! — digo. — Michael, cadê os relatórios?
— Eu trouxe alguns, vamos analisar. —
Sentamos os três juntos, para analisarmos os
documentos que ele trouxe.
— Aqui estão os três dossiês, um da sua
querida e amada sogra, um do seu sogro e por
último o da Paloma. — Ele mostra quais são e eu
sorrio como uma criança que acabou de ganhar seu
presente mais querido.
— Meu Deus, Michael! Isso já é mais que o
suficiente para acabar com eles, isso é uma bomba
prestes a explodir! — bato palmas entusiasmada.
— Isso que temos em nossas mãos é o suficiente
para destruir a família Cartier para sempre! Quero
vê-los levantarem-se depois disso!
— Querida amiga, eles não perdem por
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esperar. — A Amanda diz ao meu lado,


comemorando comigo. Michael só sorri para nós.
— Michael, você é o melhor, sabe que nunca
vou poder pagar tudo que faz por mim — digo e
agradeço por tudo o que ele tem feito.
— Você sabe que faço isso com prazer,
Verônica, tenho uma dívida contigo e mesmo te
ajudando ainda não conseguirei pagá-la! — Me diz
e olha com carinho.
— Eu sei Michael e agradeço a sua lealdade,
mesmo achando que você não me deve nada.
—Digo agradecendo com todo o coração.
Eu e Mandy nos despedimos do Michael,
agora ele irá focar somente no Arturo, preciso
descobrir o que tanto ele esconde. De uns tempos
para cá ele vem saindo no meio do trabalho,
ninguém sabe para onde vai, chega sem falar nada e
voltamos juntos para casa.

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— Verônica, nós temos tudo o que


precisamos em nossas mãos, agora só precisamos
saber como usar essas informações que nós temos,
talvez você possa jogar tudo na mídia, o que acha?
— Amanda vai falando um monte de coisa ao
mesmo tempo.
— Não, Amanda, dessa forma seria fácil
demais, preciso agir com calma, vou atacar um por
um, destruir um de cada vez, e hoje a primeira peça
do jogo será descartada, quero só ver a cara de
todos ao ver meu plano em ação...
— Esta noite promete!... — Amanda sussurra
para si mesma.

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Acordo atrasado, também, com a noite de


ontem... Foi boa demais, mas acabou me
esgotando, passo a mão na cama e encontro apenas
o vazio. Caralho, cadê a porra da minha mulher?
Levanto-me já a procurando e não a encontro em
lugar nenhum.
Olho o relógio e vejo que são dez horas, puta
merda, tarde para caralho. Penso e acho que a
Verônica deve ter ido se encontrar com a Amanda
para conversarem e se arrumar para a festa, aquelas
duas são grudadas como carne e unha. Só então
vejo o bilhete na cama, pego-o e vejo a letra da
minha rainha, ela diz que foi ao salão com a
Amanda e só volta bem mais tarde.
Corro para o banheiro e tomo um belo de um
banho, visto-me rápido para ir ao clube. Estamos
tendo muitos problemas e a Selene não está
conseguindo sozinha administrar aquela porra,

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achei que ela fosse capaz, mas, pelo visto eu estava


enganado. Até agora ela também não conseguiu
uma nova atração para o clube e isto tudo tem me
tirado o sossego. Caralho,está cada dia mais difícil
me controlar com a Verônica! E inferno, ela anda
desconfiada das minhas saídas suspeitas, tudo por
culpa da Selene, aquela maldita que não consegue
controlar porra nenhuma!
Pego o meu carro, sem motorista, só alguns
seguranças da minha completa confiança e sigo
para o clube, nesse horário deve estar fechado.
Demoro um pouco para chegar até lá, afinal, é um
pouco afastado.
Quem passa em frente ou perto acha que é
apenas uma mansão, mas quem conhece sabe
realmente do que se trata.
Estaciono o carro, desço e vou diretamente
para o clube à procura daquela imprestável da

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Selene. Ao passar pelo local vejo as meninas


arrumando a bagunça, no segundo andar vejo as
paredes de látex que dá um toque sexy e sensual ao
lugar. Olho ao redor e observo que há ainda alguns
quartos ocupados, ando até o local que tenho a
certeza que a encontrarei, abro a porta e vejo o que
antes não pensaria duas vezes em participar. Hoje
em dia não sinto vontade, não vou mentir que não
me dá tesão, afinal sou homem porra, mas não é
mais isto que quero pra mim.
Selene está nua sendo chupada por outra
mulher, enquanto isso um homem fode por trás,
enforcando ao mesmo tempo, que da tapas na sua
bunda.
— Sabia que te encontraria aqui, termine essa
porra logo e me encontre em meu escritório! —
aviso. — Cuidado que hoje não estou com
paciência, não me teste. Saio daquele quarto e vou

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até o meu escritório, no caminho até lá, algumas


garotas se oferecem descaradamente, mas penso na
minha morena e me esquivo de todas as meninas.
Leio alguns documentos durante um tempo
até a porta abrir e Selene entrar, ela está com uma
cara de fodida e um roupão vermelho aberto,
mostrando toda a sua nudez.
— Resolveu nos dar o ar da graça e vir
trabalhar, Selene, até que enfim você se dispôs a
isso, né? — falo sarcástico.
— Pode parar, Arturo, você sabe muito bem
o quanto me esforço para deixar este lugar
funcionando — fala indignada.
— Mas parece que não está se esforçando
muito, não é? Ou seus esforços são infrutíferos? —
digo e vejo ela ficar pálida. — Vamos lá, Selene,
você consegue me explicar como três marginais
conseguiram entrar aqui e ainda mais com drogas?!

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Explodo, falando alto e bravo, ela chega a


assustar-se e dá uns passos atrás, amedrontada. Ela
se recupera e tenta responder.
— Eu estou investigando, Arturo, eles
entraram aqui dentro com os cartões de sócios,
foram revistados e não foi encontrado nada, até os
vídeos da entrada mostram eles com os cartões. —
Ela explica.
— Como assim, Selene?! Como é possível
eles terem entrando com os cartões de sócios?! —
grito. — Nosso clube não tem sócios traficantes,
como aconteceu uma merda dessas?!
— Eu sei, Arturo, também não entendo como
isso pode ter acontecido! — Ela suspira cansada.
— Eu deixei bem claro que isso aqui não é
uma boate, Selene, é um clube privado e se você
não consegue administrá-lo terei que ir atrás de
alguém que saiba! — Quando termino de falar

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vejo-a engolindo em seco assustada. Mas também


nunca a tratei dessa forma, já que ela é atualmente a
única amiga mulher que tenho, porém, não posso
deixar isso influenciar o meu julgamento. O clube
está dando dor de cabeça demais, coisa que nunca
aconteceu antes e se isso não fosse o suficiente,
ainda tenho os problemas da mina.
— Você não pode falar assim comigo! — Ela
aponta indignada.
— Posso e espero ter sido bastante claro,
Selene, não tenho energia, nem paciência para lidar
com o clube, tenho outros negócios que requerem a
minha atenção. Se eu tiver que lidar com mais um
problema sequer... — deixo a ameaça no ar.
— Eu entendi, senhor, pode ficar sossegado,
não voltará a repetir-se.
Sei que está só esperando eu sair para
explodir, Selene só é Switches na cama, fora dela é

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totalmente dominadora, e odeia quando alguém


manda nela, isso apenas me diverte.

Passei o dia todo com a Amanda no spa,


fizemos massagem, esfoliação de pele, hidratação,
aqueles tratamentos com lama e pedras, depilação,
manicure e pedicure, e por fim o cabelo e a
maquiagem.
Finalmente saímos de lá e estava me sentindo
linda, incrível. Me despedi da Amanda e segui para
casa. Já são quase dezenove horas e me apresso,
subindo os degraus da varanda e entrando correndo
em casa, passo pela sala e vejo o Arturo sentado no
sofá, arrumado e me aguardando.

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— Já estava indo atrás de você, meu amor,


demorou tanto, ficou fora o dia todo... Senti sua
falta. — Se levanta e vem até onde estou, me
abraça apertado e beija minha nuca, meu pescoço.
— Estava com a Amanda, avisei que ficaria
fora o dia todo, estávamos no Spa, Perdemos a
noção do tempo! — conto-lhe, mas se ele pensa
que me engana, está muito enganado, deve ter
saído, em casa sozinho sentindo minha falta é que
ele não ficou.
— Está tão cheirosa meu bem, e
deslumbrante como sempre — fala e me rouba um
beijo, na verdade vários. — Está ansiosa?
— Um pouquinho, esta noite promete! —
digo irônica, mas ele não percebe.
— Acho que podemos nos atrasar um
pouquinho, né? — fala enquanto beija meu
pescoço.

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— Não, senhor, pode ir tirando o cavalinho


da chuva, Arturo, que estou subindo agora mesmo
para terminar de me arrumar e não podemos chegar
atrasados. Lembre-se que somos os anfitriões, ou se
esqueceu que é a sua empresa?! — dou uma leve
bronca de brincadeira nele e o beijo um pouquinho
só, antes de correr escada acima.
— Nossa amor, tudo que é meu é seu! — Ele
grita enquanto eu termino de subir as escadas.
Sorrio com isso, tudo está encaminhando-se para o
seu devido lugar.
No quarto já, vejo meu vestido estendido na
cama e o admiro, ele é realmente lindo, ganhei um
original Louis Vuitton. Ser esposa de milionário
afinal, tem os seus privilégios.
Tomo um banho rápido com cuidado na
maquiagem e cabelo, me visto num roupão e coloco
as joias, o vestido e por último e mais importante o

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colar que ganhei de presente do Arturo, o


"diamante vermelho".
Me olho bem e sinto uma coisa ruim ao olhar
o colar, é como se ele estivesse queimando a minha
pele, o vejo-o como a razão da morte do David,
afinal, ele representa a ganância do Arturo, que o
traiu da pior maneira que se possa trair.
Respiro fundo e me sinto pronta para
enfrentar tudo e todos, vou derrubar um por um e
hoje começo o jogo. Desço lentamente a escada,
vendo o Arturo andar de um lado para o outro,
impaciente com minha demora, mas quando me vê
para embasbacado, vejo o brilho apaixonado em
seus olhos, sinto uma pontada no coração, mas logo
a ignoro, coitado, não sabe o que está prestes a
acontecer.

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CAPÍTULO 09 – A
Vingança Cobra um Preço

“A vingança pode parecer saborosa para


quem a saboreia, mas, na verdade é amarga
como fel.”

Estou há mais de uma hora esperando


Verônica. Scott até já me ligou preocupado, pois
nunca havia chegado atrasado a uma festa tão
importante da empresa. Justo hoje iremos mostrar
ao mundo o que a Cartier tem de melhor, essa nova
coleção será inesquecil. Estou nervoso também por
causa da escolha de quem vai fazer as coroas da
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miss universo, que são feitas com os melhores


diamantes e todo um design especial, uma
verdadeira obra-prima. A empresa que mostrar os
melhores designs junto com as gemas mais bonitas,
lapidadas e cortadas, ganharão o projeto. Por isso
precisamos mostrar que a Cartier tem a capacidade
de realizar um projeto dessa magnitude, ficaríamos
honrados com isso e também mostraríamos como
somos capazes, por isso convidei todos os diretores,
organizadores do concurso para prestigiar nosso
evento.
Ando de um lado para o outro estressado já
de tanto esperar a Verônica. Estou quase subindo
para buscá-la quando vejo-a descer as escadas, com
um vestido dourado, cabelos presos no alto
expondo o colar, está tão linda, deslumbrante,
olhando-a, apaixonado.
— Arturo, fala alguma coisa, por favor! —

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Ela diz ansiosa, girando em torno de si mesma,


querendo saber se está bonita.
— Você está maravilhosa meu amor,
lindíssima, cheguei até a perder o fôlego! —
aproximo-me e a abraço, sentindo o seu cheiro.
— Obrigada, meu amor. — Ela diz,
enlaçando meu pescoço com os braços.
— Não sei se vou aguentar-me, segurar-me e
muito menos concentrar-me no meu discurso com
você vestida assim! Não vejo a hora da festa acabar
para poder me aproveitar desse seu corpinho
gostoso.
— Mas, Arturo, nós nem sequer saímos de
casa, como você já está pensando na festa acabar?
— Ela pergunta ofegante, se contorcendo em meus
braços.
— Não importa, quero arrancar esse vestido
do seu corpo e chupar cada pedacinho, mas claro,
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com você sem nada, usando somente o colar...


Esperei tanto tempo para vê-la com ele! — falo e
vou chupando lentamente seu pescoço.
Do nada ela se afasta, e percebo uma
expressão distante em seu rosto.
— Eu não tinha lugar para usá-lo, Arturo, não
me sentiria bem o usando para ir às compras ou ir
ao trabalho! — Ela fala de forma mecânica,
estranho isso e observo-a mais detalhadamente.
— Eu sei, meu amor, mas o importante é que
ficou lindo em você — digo, mas depois vou
pesquisar mais afundo isso. — Nós precisamos ir,
Scott já me ligou duas vezes e disse que a imprensa
já está toda lá.
— Tudo bem amor, vamos. — Ela diz
sorrindo.
Fomos numa limusine, achei melhor usá-la
em vez dos meus outros carros. Percebo que a
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Verônica está muito pensativa, quieta, estranho


esses momentos que ela tem, já não é a primeira
vez que isso acontece.
— O que aconteceu, amor, para você ficar
quieta de uma hora para a outra? — questiono.
— Não é nada, querido, estou apenas ansiosa,
hoje é a nossa primeira aparição junto depois de
casados, fico com um pouco de medo, um frio na
barriga. — Ela sorri nervosa, explicando seus
anseios. — Sabe que não me sinto bem nesses tipos
de ambientes, sem contar que a sua mãe e irmã com
toda a certeza estão esperando eu dar um único
deslize, ou uma gafe qualquer para poder me
crucificar.
— Não precisa preocupar-se com essas
coisas, amor, lembre-se que você é a Senhora
Cartier e ninguém pode passar por cima de você,
nem mesmo minha família. — A tranquilizo.

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Depois disso ficamos quietos, olhando pela


janela. Chegamos, abro a porta e dou a mão para
minha rainha descer, ela pisa no tapete vermelho e
desce uma chuva de flashes, tomando conta das
laterais do tapete vermelho, separados pelos
seguranças que protegem os convidados. Enquanto
passamos muitos repórteres gritam desesperados e
tentam conseguir um close do casal Cartier.
Verônica sorri, mas sei que está longe de ser
seu sorriso mais sincero, é um sorriso nervoso,
tenso. Caminhamos devagar, parando para algumas
fotos.
— Senhor Cartier é verdade que a Cartier
entrou junto com a Mikamoto no concurso da coroa
Miss Universo? — pergunta um dos repórteres que
permitimos cobrir o evento.
— Sim, entramos nessa disputa. Sei que a
Mikamoto tem anos de tradição e é uma empresa

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extremamente conceituada, mas, hoje a Cartier


consegue competir de igual para igual com um
conglomerado desse porte, somos um império e
será uma disputa acirrada, mas estou confiante que
venceremos. Agora se me dão licença, está bela
dama e eu precisamos entrar — respondo e vamos
entrando.
Verônica continua firme ao meu lado,
sorrindo e segurando o meu braço, sinto suas mãos
trêmulas e frias, sei o quanto está nervosa.
— Senhora Cartier, esse colar que a senhora
está usando é um legítimo diamante vermelho, uma
peça extremamente rara, essa pedra é a mesma que
foi encontrada na Mina Serra Azul? — inquere uma
repórter.
— Sim, é a mesma pedra, e o meu marido fez
essa joia, o designer todo, especialmente para mim!
— Verônica responde sorrindo e acariciando a

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pedra, com um sorriso meio falso, que estranho, ela


sempre fica assim ao falar dessa pedra, penso um
pouco e desconsidero, deve ser só o nervosismo
mesmo.
— Vagabunda! Puta! Ordinária! — Alguém
grita de longe.
Verônica e eu viramos tentando achar de
onde vêm os gritos, procuramos, até que
encontramos Carolina transtornada, furiosa, nos
encarando.
— Chamem os seguranças! – disse para um
dos organizadores.
— Vagabunda, é isso que você é, Verônica,
uma puta ordinária e interesseira que roubou o meu
noivo! — vociferou nervosa.
— Carolina você não está bem, olha só, eu
posso... — Verônica tenta dizer, mas é
interrompida pela Carolina.
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— Cala a boca sua desgraçada, vou acabar


com você, provar para todo o mundo a putinha
falsa que você é, e depois disso o Arturo vai voltar
para mim e você vai voltar a ser a sarjeta que
sempre foi! — diz ensandecida, eloquentemente.
Os seguranças chegam e os mando retirarem-
na dali. Enquanto isso, os repórteres e paparazzi
gravam tudo e os flashes não param. Porra, isso vai
ser uma merda para a Relações Públicas, vou tentar
salvar um pouco a situação e depois meus
assessores lidam com isso.
— Senhores e Senhoras, um minuto de
atenção, por favor! — digo chamando a atenção de
todos. — Como todos sabem, eu e a Carolina
fomos noivos durante anos, mas nosso
relacionamento infelizmente acabou e ela não
consegue aceitar o término, muito menos meu
casamento. Sei que esta é uma situação lamentável,

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mas peço respeito a todos, pois essa mulher ao meu


lado é a mulher da minha vida, a mulher que amo.
Relevem o episódio da Carolina, pois não passou
de uma crise nervosa, uma resistência em aceitar a
realidade, obrigado pela atenção, meus assessores
entrarão em contato com os senhores e
agendaremos uma comitiva de imprensa para falar
sobre o nosso novo lançamento e perguntas
pertinentes.
— Sr. Cartier... Sra. Cartier... — Nos
chamam de todos os lados, porém, não
respondemos a mais nenhuma pergunta, arrasto
Verônica para dentro e ela respira aliviada.
— Calma, meu bem, está tudo certo,
prometo-te que não deixarei fazer mais nenhuma
loucura, se acalma que a festa está apenas
começando. — A tranquilizo, beijando e
acariciando, passando confiança, beijo sua boca

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com carinho e ela me abraça apertado em busca de


conforto.
— Está bom, Arturo, confio em você, vamos
entrar amor. — Ela sorri insegura e entramos no
salão.
Encontramos Scott bem na entrada, ele olha-
me com uma cara feia, de certeza que estou na
merda com ele depois.
— Porra, cara, achei que não viria mais! —
Ele diz irritado.
— Desculpa, irmão, estava esperando
Verônica ficar pronta e valeu totalmente a pena! —
Me gabo, puxando Verônica para o meu lado,
enlaçando sua cintura com o meu braço.
— Caralho, com todo o respeito, mas sua
mulher está gata, um espetáculo, mermão! — O
palhaço diz isso só para me irritar.
— Olha a boca, filho da puta, está um
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espetáculo sim, mas esse espetáculo tem dono, sai


para lá, viado! — respondo rude e que se foda ele
também.
Verônica apenas sorri-lhe e agradece com
uma educação que esse bosta nem merece.
Conversamos um pouco, nos inteirando sobre
como estão às coisas na festa, se está tudo dentro
dos conformes, até que o Scott chama a atenção.
— Desculpe-me, bela dama, mas eu preciso
roubar seu marido por um tempinho — sorri
desaforado. — Ele precisa checar algumas coisas
comigo e também os últimos detalhes do discurso e
você sabe que o seu maridinho sem o macho dele,
eu no caso, não funciona.
— Seu escroto — resmungo.
— Tudo bem, amor, a Amanda já deve ter
chegado, irei atrás dela — sorri tranquilizando-me
de que estará bem sozinha.
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Nesse momento mamãe aparece com


Guilherme ao seu lado, de braços dados, vestidos
elegantemente, com o porte à altura deste evento.
— Meu filho, você está tão lindo, por que
demorou tanto? A mamãe já estava ficando
preocupada! — Mamãe diz abraçando-me e
Guilherme só ri da minha cara.
— Obrigado mãe, mas o que importa é que
eu cheguei, né? — sorrio constrangido com ela. —
Fico feliz que vocês estão aqui, preciso discutir uns
assuntos com o Scott e não queria deixar a
Verônica sozinha, assim posso deixá-la com vocês.
Todo mundo concorda, mas vejo o sorriso
amarelo em seus rostos, ninguém gostou disso,
principalmente a Verônica, o único que parece não
ligar é o Guilherme. Saio com o Scott, caminhando
e conversando, enquanto Verônica fica para trás.

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O Arturo me deixou com a sua mãe, coisa


que detestei. Também tenho que confessar, quando
a repórter me perguntou sobre o colar me senti suja,
uma pessoa horrível, não me senti bem o usando.
Ostentando está pedra, sendo que a tenho como
símbolo da morte do David. Por causa desta
maldita ele não está mais aqui, ou melhor, por
causa do que está pedra representa, poder, dinheiro,
ganância... Por causa disso o David morreu.
Olho o ambiente ao meu redor, o salão está
lotado com mais de mil pessoas, políticos,
empresários, artistas, milionários, só a elite
digamos assim. As mulheres ostentam suas
vestimentas, seus melhores vestidos e joias, o valor

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é tão exorbitante, que com todos os gastos feitos


aqui hoje daria para sustentar famílias por anos.
Tudo aqui grita poder e dinheiro, o que me enoja
um pouco.
Pego um champanhe de um garçom que está
passando e bebo uns goles observando tudo ao meu
redor. Os garçons passam servindo petiscos de
variados sabores, champanhe, algumas outras
bebidas, também temos um buffet montado, assim
como um bar, tudo na mais perfeita ordem para
agradar as pessoas. A decoração, a ostentação, toda
a festa tem o objetivo de mostrar o poder da
Cartier, nosso alcance, mostrar seu poder e
influência, o Arturo realmente não economizou em
nada, na verdade, cada vírgula foi bem planejada
por ele, devo reconhecer isso.
Percebo que todos estão ansiosos para
descobrir a nova coleção da Cartier, que com

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certeza será uma tendência, afinal, tudo o que o


Arturo lança vende como água no deserto.
— Conheço e entendo esse seu olhar,
querido, é difícil, né? Se acostumar com todo esse
luxo quando se veio do subúrbio! — diz a minha
infernal sogra, até tinha esquecido que essa diaba
estava do meu lado.
— Minha querida sogra — digo irônica — eu
estava realmente olhando tudo, mas por outro
motivo. Estava pensando que, olhando toda esta
gente arrumada, feliz, ignorante, ostentando tanto
dinheiro, mas que por dentro são tão pobres, sujos,
feios, tão ignorantes de que esse dinheiro, essa
ganância não leva a lugar nenhum e que ninguém
escapa da vida, e um dia ela cobra seu preço, ah se
cobra!
— O que você quer dizer com isso? — Me
olha assustada.

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— Nada, querida, nada — respondo


sarcástica.
Guilherme que até então só olhava nossas
trocas de palavras resolve se manifestar.
— Verônica, se você me permite dizer, está
lindíssima, maravilhosa! — fala galante.
— Obrigada, Guilherme, mas convenhamos
que você também não está nada mal — realmente
Guilherme e muito bonito, seus cabelos negros
fazem um contraste com os olhos castanhos.
— Então, Guilherme, cadê a Mariah? Gosto
muito dela e queria pelo menos dar-lhe um oi - digo
toda solícita, inocentes, não percebem nada do que
acontece em torno deles.
— Pelo menos a Mariah vem de uma família
de prestígio e classe, e não é apenas uma xexelenta
— murmura minha sogra baixinho, acontece que eu
e Guilherme acabamos escutando.
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— Ela estava comigo e mamãe, Verônica,


mas foi conversar com seu primo e alguns
conhecidos, já deve estar voltando. — Ele fala todo
constrangido pelo que a mãe tinha dito, me olha
tentando se desculpar e nesse momento somos
interrompidos pela chegada da Amanda.
Ela chega com um modelito digamos que, um
pouco exótico, por assim dizer, os homens ao redor
ficam de queixos caídos e a olham com desejo para
as suas pernas a mostra, já as mulheres a olham
raivosas, e revirando os olhos, óbvio que é de
inveja.
— Verônica, sua louca, te procurei por todo o
lugar, até nos armários eu olhei. — A maluca já
chega falando bobagens.
— Já estou há um tempo aqui sua doida —
respondo divertida — Fica calada que é melhor vai,
e eu já estava indo te procurar. Lembra que ainda

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precisamos resolver alguns detalhes do desfile?


Então vamos! — falo, tentando fazer com que ela
entenda que preciso sair daqui urgentemente,
socorro!
— Não lembro de nada não. — Ela fala, mas
eu belisco ela e ela solta um ai baixinho, mas
entendendo. — É, é isso mesmo, lembrei, que
memória a minha, não?! Eu estava te procurando
justamente por isso, aí quando te encontro, eu
esqueço, mas vamos lá no camarim, que
precisamos supervisionar os detalhes finais do
desfile. — Ela diz fazendo graça e o jeito Amanda
de ser.
— Pois é, realmente precisamos ver isso —
digo para a minha sogra e o Guilherme, me
desculpando por ter que me afastar, quando na
verdade estou é fugindo deles.
— Me desculpe à falta de educação, Dona

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Inês, Guilherme, fiquei tão empolgada que nem


percebi, é um prazer rever a senhora, e está muito
linda, sabia? E você está um gatão, rapaz, se não
fosse comprometido... — Amanda diz toda educada
e dá uma piscadinha para o Guilherme.
— Obrigada, querida, queria poder dizer o
mesmo, mas o seu vestido é um tanto ou quanto
vulgar e inadequado para uma funcionária da
Cartier, parece até uma acompanhante de luxo! —
Dona Inês solta seu veneno na Amanda, já que não
pode fazer isso comigo.
Amanda fica vermelha de raiva, e prepara-se
para responder à altura pelo que conheço dela, com
certeza será algo pesado, já que ela nunca deixa
barato.
— Mamãe, o que está acontecendo com a
senhora?! Não seja rude e mal-educada! —
Guilherme a repreende. — Amanda, você está

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linda, e pode se vestir da forma que achar melhor


que fica deslumbrante de qualquer jeito, e se eu
fosse solteiro, quem sabe... — Ele entra na
brincadeira. — Me desculpe o que a minha mãe
disse, e mamãe nunca te vi tratar qualquer pessoa
dessa forma, que vergonha da senhora.
— Me desculpe, filho, não estou sentindo-me
muito bem e por isso não me expressei direito. —A
cobra ficou com vergonha e tenta dissimular para o
seu filho. — Eu realmente não deveria ter falado
dessa forma, te tratado assim, peço perdão,
Amanda.
— Tudo bem, Sra. Cartier, não se preocupe
com isso. — Amanda diz tensa, fingindo.
— Então vamos, Amanda, com licença —
saímos dali, impedindo que um clima pior ainda
acontecesse.
Nos afastamos, caminhando sorrindo e

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cumprimentando os convidados.
— Você viu o que aquela mal-amada me
disse? — Amanda começa indignada.
— Sim, eu vi, é uma cobra aquela mulher, só
sabe destilar veneno, hoje ela realmente passou dos
limites, mas não vamos ficar pensando nisso, o que
é dela está guardado, ela não perde por esperar —
falo para Amanda.
— Uou, sua vaca, juro que não tinha reparado
nessa belezinha no seu pescoço. — Ela diz
admirada. — É o que estou pensando que é?
— Sim, ele é o primeiro diamante vermelho a
ser retirado da mina — digo triste.
— Caramba, Verônica, ele é ainda maior que
o do David, muito bem cortado e lapidado, ele é
fabuloso! — Ela exclama empolgada.
Quando ela diz isso, sinto calafrios e me bate
uma tristeza tão grande, uma angústia tão forte,
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somente ao escutar seu nome, o que a Amanda


percebe na hora.
— Me desculpe, amiga, juro que não fiz por
mal, não deveria ter falado o nome dele, ainda mais
aqui.
— Eu sei, querida, vai passar, relaxa. O que
precisamos é focar-nos no hoje e agora precisa
estar tudo nos conformes, hoje se inicia nosso plano
e cai uma peça desse jogo.
— Ah, amiga, quero ver de camarote o circo
pegar fogo, amanhã todos os jornais estarão falando
sobre o "bombástico" lançamento, será noticiado
por semanas, e eu aproveitei e subornei os
seguranças, no momento certo a imprensa vai
entrar e noticiar tudo o que estará acontecendo,
inclusive tem um "amigo" meu repórter que vai
noticiar com muita ênfase, se é que me entende. —
Ela sorri.

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— Isso é perfeito, eu não tinha pensado na


cobertura de imprensa, nem nada assim, mas vendo
por esse lado, será um grande trunfo — falo
pensativa.
— É por isso que estou aqui, baby, para
pensar no que você não pensa. — Ela diz.
— Eu sei — rio com ela. — Agora me conta
tudo, como está indo seu plano para conquistar o
Scott? — Na hora que pergunto já vejo a
fisionomia da Amanda mudar.
— Acredita que aquele desgraçado me comeu
com os olhos quando cheguei, quase cheguei a ficar
sem pedaço, e depois ele chegou todo estúpido,
falando que eu estava vulgar, quase me chamando
de vagabunda, e ainda por cima teve a coragem de
dizer que eu não me dou ao respeito! Vê se pode
uma coisa dessas. Eu sei que mexo com ele, só
preciso descobrir como faço para chegar até à pele

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dele! — reclama toda indignada e empolgada ao


mesmo tempo. Deus do céu, acho que só arranjo
amigo maluco nessa vida.
— Andei pensando sobre isso também,
Mandy, e realmente não faz sentido. Porque um
cara como ele, tão galinha, não sobra um rabo de
saia, é tão duro justo com você, realmente é
estranho! — observo pensativa.
— Sra. Cartier! — Um segurança me chama.
— Pois não? — respondo ao segurança.
— O Sr. Cartier já irá começar o seu discurso
e pediu para a Sra, o acompanhar. — Me informa o
recado do meu marido.
— Tudo bem, já estou indo — respondo. —
Amanda, fique de olho em tudo.
— Claro, chefia, pode deixar. — A palhaça
bate continência, me fazendo sair dali rindo.
Caminho em direção ao palco montado em
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frente às mesas, à medida que caminho sinto


olhares em mim, observo que os homens me olham
com desejo, fascínio, já as mulheres me olham com
raiva e inveja, sei que em parte é porque conquistei
o melhor partido da cidade, melhor e mais rico, por
assim dizer, uma das provas é a minha aliança e o
colar em meu pescoço. Chego perto do palco e vejo
o Arturo, sorrio e caminho em sua direção.
Ele me ajuda a subir e enlaça minha cintura.
— Estava apenas te esperando, meu amor —
fala sorrindo.
— Estava com a Amanda, meu bem, já estava
vindo te procurar — respondo sorrindo.
— Então comecemos, quero você ao meu
lado nesse momento — fala suave, acariciando meu
rosto. Sorrio para ele disfarçando o quanto estou
constrangida em ficar aqui em cima ao seu lado,
são muitos olhares sobre nós, não sou uma pessoa

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que gosta de chamar atenção.

Agora me sinto pronto para enfim lançar


minha nova coleção, com Verônica ao meu lado,
me sinto preparado para enfrentar o mundo.
Nosso cerimonialista falou algumas coisas
sobre a Cartier e nos apresentou ao público,
indicando que era nossa vez.
— Senhoras e Senhores, com vocês Arturo
Cartier, sócio majoritário e presidente das empresas
Cartier.
Todos batem palmas e espero se acalmarem
antes de começar a falar.
— Boa noite a todos, como muitos aqui já
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sabem, a Cartier não é somente uma empresa que


produz joias, nós somos um conglomerado,
possuímos minas, extraímos as pedras, nossos
estilistas e designers desenham o modelo e fazemos
as joias que vocês tanto amam. Posso falar com
propriedade que não fazemos somente joias, mas
sim realizamos os sonhos. Temos um alto controle
de nossos produtos, também temos os Cinco C's,
que são respectivamente, carat, color, clarity, cut,
além disso tudo temos nosso próprio C o Cartier,
sendo necessário em torno de duzentas e cinquenta
toneladas de pedras quebradas para encontrar
nossa perfeita gema Cartier. Nesta coleção
apresentamos outro nível de modelos e joias, por
isso, também somos um dos preferidos para fazer a
coroa do Miss Universo. Apresentamos o porquê
de sermos escolhidos sempre para fazer as joias da
coroa britânica. Visamos agradar nosso público
com joias exclusivas e únicas! — explico,
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prendendo a atenção de todos enquanto falo e me


movimento pelo palco.
— Com esta coleção, marcamos uma nova
era na Cartier, prometemos surpreender o mundo
com novas coleções e pedras preciosas. Uma dessas
é esse incrível e raríssimo diamante vermelho
usado pela minha esposa, Sra. Cartier! — aponto
para ela e Verônica sorri para mim. — Então,
senhoras e senhores, conheçam nossa nova coleção
Cartier, Magnificent.
Nisto entra a primeira modelo, entra
desfilando pela passarela interligada ao palco
usando um colar de diamantes, com conjunto de
brincos em formato de gota, seguro a mão de
Verônica para assistirmos ao desfile, sei o quão
nervosa está. Cada modelo que entra no palco com
nossa coleção causa euforia no público, mostrando
o quão magnífica está a nossa coleção, por fim

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entra a última modelo no palco e me surpreendo ao


ver que a Amanda, nem sabia que ela iria desfilar,
isso deve ser coisa da Verônica, só pode. Amanda
desfila com seu look ousado e um conjunto de
brincos e pulseiras de safiras e brilhantes, seus
olhos estão totalmente delineados, contrastando
com sua pele e as joias, Verônica acertou em cheio
nisso. Os homens babam por onde Amanda passa,
busco meu amigo e o encontro engolindo em seco,
sei que ele está interessado nela, só não sei o
porquê ele reluta tanto em aceitar isso, sei de sua
família e tudo, mas não achei que ele fosse assim,
igual a eles. Quando Amanda finalmente sai da
passarela, Scott caminha em sua direção e do nada
o telão se acende.
Abraço Verônica muito feliz, a ideia da
propaganda foi incrível e tudo feito por ela, que
orgulho, olho para a apresentação e estranho. De
repente a voz de Mariah surge e enche os alto
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falantes espalhados pelo salão, surgem do nada


vários repórteres invadindo o salão, que diabos está
acontecendo nessa merda?! Verônica me olha
assustada e a abraço de lado, a protegendo.
Procuro Mariah entre a multidão, tentando
encontrá-la, mas não a vejo. Olhamos para o vídeo
e nele Mariah e seu primo, quer dizer, não tenho
tanta certeza assim que é seu primo, já que no vídeo
Mariah está aos beijos com ele.
"— Não aguento mais fingir que amo o
Guilherme, bebê, você não sabe o quanto é difícil
nos manter escondidos... Aquele desgraçado do
Guilherme me irrita demais, não imagina o quanto
ele é carente. O idiota sequer imagina que papai
está falido, que não tem onde cair morto. Ele é meu
cartão de acesso à Cartier. Como esposa do irmão
do dono, papai pode tirar nossa família da lama e
quem sabe estando lá dentro eu também não possa

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conquistar meu cunhadinho..."


Ela diz entre beijos e amassos, gemendo
quando a mão do suposto primo some dentro de seu
vestido.
Olho para Verônica chocado e ela me
corresponde em pânico.
Escutamos um grito e olhamos para o vídeo e
puta que o pariu, precisamos desligar isso, meu
Deus, meu irmão, cadê?! Entro em desespero
procurando-o.
Nesse momento cai uma chuva de flashes,
capturando tudo, isso vai ser um escândalo, acabou
com a festa de lançamento. Vou acabar com a
Mariah e a merda da sua família.
Guilherme sai do salão em choque eu tento ir
em sua direção, mas Verônica me impede.
— Amor, pode deixar comigo que vou falar
com o Guilherme, vai atrás da Mariah e da família
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dela e os tirar daqui, eu vou tentar dar um jeito


nesses repórteres, mas acho melhor você lidar com
eles. — Ela fala calmamente, tentando me
direcionar e beijo seu rosto agradecido enquanto ela
vai atrás do meu irmão.
Nisto eu vou atrás da corja da família dessa
puta dos infernos, como ela teve coragem de fazer
isso com o Guilherme, e ainda por cima estragar
nossa festa de lançamento, desgraçada.
Encontro minha mãe atrás do palco
prensando o pescoço da vagabunda na parede.
— Como você pôde fazer isso com o meu
filho, sua vagabunda de quinta, eu confiei em você,
te entreguei meu bem mais precioso, meu menino,
achei que você era digna de entrar na minha
família, ajudei você a entrar na alta sociedade, por
que você fez isso sua cadela?! — Mamãe xinga,
acertando uns tapas enquanto a vadia chora.

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— Eu juro que isso é uma invenção, alguma


montagem, eu amo o Guilherme, por favor, acredita
em mim! — Ela implora chorando desesperada.
Caminho rapidamente até elas, por sorte
ninguém veio atrás do palco.
— Mamãe, deixe comigo que já irei tirar essa
mulherzinha daqui e vai ser agora mesmo.
Mamãe solta o pescoço da Mariah e a vejo
engasgando em busca de ar, seu pescoço vermelho
e marcado pela mão de mamãe.
— Você e sua família, e seu amante também,
têm cinco minutos para sair daqui, dou uma hora
para vocês saírem da cidade, ou não sei o que sou
capaz de fazer com vocês, mas te garanto que a
miséria será a última de suas preocupações —
ameaço sério.
Ela me olha em pânico, tremendo e sai
disparada sem sequer olhar para trás, acaba
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trombando em Scott no meio do caminho que


apenas a olha com nojo.
— Cara, que merda foi essa, descobrimos que
alguém adulterou a apresentação e colocou um
pendrive no computador. Isso tudo foi uma
armação para acabar com o nosso novo
lançamento, e jogar sua família no olho do furacão.
— Ele explica passando as mãos entre o cabelo,
frustrado.
– O diretor e patrocinador do concurso Miss
Universo saiu logo após o escândalo, tenho quase
certeza que perdemos esse negócio.
— Droga Scott, como diabos isso foi
acontecer, como a imprensa entrou, você que era
responsável por isso, caramba! — Quero entender o
que diabos aconteceu.
— Sinto muito cara, não faço a menor ideia
de como isso aconteceu, eu estava ocupado e não vi

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isso vindo, mas já consegui tirá-los daqui, depois


você vai ter que fazer uma coletiva de imprensa
para tentar conter os danos. — Ele me orienta. —
E, cara, fica tranquilo que vou descobrir quem está
sabotando a gente, mais cedo ou mais tarde, mas
vou descobrir.

Caminho entre a multidão indo atrás do


Guilherme, por dentro estou soltando fogos de
artifícios, o plano saiu até melhor do que eu
imaginava, agora sim sinto que estamos
progredindo, quero destruir essa família, não deixar
restar pedra sobre pedra. Sinto uma pontada de
culpa pela maneira que o Guilherme ficou, mas

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trato logo de sufocar isso, todos eles merecem,


todos, tento me convencer disso.
Já imagino onde o Guilherme possa estar, ele
não quer ser encontrado e com certeza ele está
destruído sabendo que a mulher que ele ama não
passa de uma golpista, uma cadela.
Caminho até o terraço, e como eu suspeitava
ele se encontra lá, observo o arredor e que vista
linda, sem contar a lua que nos ilumina.
— Guilherme... — O chamo, mas ele não
responde.
— Achei que minha mãe viria me procurar,
nunca imaginei que seria você, estou surpreso.
—Ele responde sem sequer se mover, olhando em
frente.
Caminho em sua direção, ficando ao seu lado
e me juntando na contemplação da vista, pego sua
mão e a seguro.
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— Sabe que vai passar, não sabe? — tento


consolá-lo.
— Sim, eu sei, acho que no fundo, bem no
fundo, eu sempre soube que ela não era o que
demonstrava, mas eu não queria enxergar, estava
apaixonado — diz reflexivo.
— Eu imagino o que deve estar sentindo —
falo falsamente — mas ela não merece que sofra,
principalmente depois disto tudo.
— Eu sei, mas dói e não vou esquecê-la do
dia para a noite, imagina como vai ser amanhã, toda
a imprensa me retratando como o corno, chifrudo, o
cara que foi passado para trás, o otário do ano! —
diz amargurado, com a voz embargada.
O estranho é que ao invés disso me deixar
feliz, me sinto angustiada em saber que sou a
culpada de sua dor, tento enterrar isso a todo custo.
— Fiz tantos planos para nós dois, imaginei
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um futuro juntos e agora o que me sobrou?


Somente a amargura de saber que fui traído. — Ele
fala sussurrando.
Abraço-o sentindo que ele precisa de
conforto nesse momento, carinho.
— Não fique assim, saiba que pode contar
comigo, e que sua família também está aqui para
você, quando precisar conversar, ou só quiser
companhia mesmo, saiba que é só me chamar! —
falo enquanto o abraço.
— Obrigado, Verônica, Arturo tem muita
sorte de ter uma mulher maravilhosa como você!
— fico constrangida com o elogio, sem saber o que
falar, quando eu ia responder o Arturo aparece.
— Estava procurando por vocês,
principalmente você, meu irmão. — Ele se
aproxima e coloca a mão no ombro do irmão.
Guilherme se recompõe, tentando se manter
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forte e sorri fraco para o irmão.


— Verônica estava ajudando-me e eu estava
falando quanta sorte você tem por tê-la em sua
vida, irmão. — Ele comenta com o Arturo.
— Eu sei, irmão, tenho noção do tesouro que
tenho em minhas mãos. — Ele diz e me abraça. —
Vamos embora, já lidei com todos e tirei o lixo para
fora, os convidados já estão saindo, a situação está
controlada, podemos ir.
— Sim, vamos, Guilherme! — falo. — Você
tem certeza que está realmente bem?
— Sim, fique tranquila, como você mesma
disse, ela não merece o meu sofrimento, uma hora
isso vai passar. — Ele se mantém forte.

Caminhamos até a saída do prédio, ando

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abraçada ao Arturo. Chegando lá fora fico parada


esperando o Arturo buscar o carro e o Guilherme
vai com ele, acho que para conversarem os dois
sozinhos e aproveito para observar a confusão, os
repórteres desesperados para saber tudo sobre o que
aconteceu. Fico olhando ao longe um homem me
encarando, não sei quem é e nem consigo
reconhecê-lo, pois usa óculos escuros e boné, é
estranho, já é de noite.
Sinto um calafrio e um arrepio passar por
todo o meu corpo, ele fica lá de longe, parado, me
encarando, sinto um mal-estar. Do nada sinto um
impacto atrás de mim, uma dor lancinante, um
carro me acerta em cheio, me jogando longe,
somente sinto dor e sangue escorrendo pelo meu
corpo, não vejo nada e nem escuto nada, apenas a
escuridão que me atinge.

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CAPÍTULO 10 –
Chapeuzinho e Lobo Mau

“Não importa o que as pessoas pensam. Se


você acredita que vale a pena, então lute por
isso.”

Algumas horas antes. Todas as minhas


tentativas de conquistar o Scott foram um fracasso.
Tentei de tudo mesmo, cheguei até a persegui-lo,
mas não surtiu o menor efeito. Na verdade, acho
que aquele cara tem uma pica de gelo, só pode.
Achei que morando no mesmo prédio as coisas
seriam até mais fáceis, mas isso apenas me deixou
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mais irritada ainda. A porta do apartamento dele


parece uma porta giratória de mulheres, um vai e
vem infinito delas. O cara é um galinha de
carteirinha então, não consigo entender por que ele
não se aproveitar da belezinha aqui, dele não se
sentir atraído por mim. Mas também não deixei
barato, trouxe vários gatinhos para casa e fodi com
todos, ele deve ter escutado até bem demais, depois
sempre fica me olhando com uma cara.
No trabalho, ele me evita como se eu fosse
uma doença contagiosa, manda a sua secretária tirar
qualquer dúvida que ele tenha, me evitando a
qualquer custo, ele chegou ao cúmulo de enviar
outro funcionário em seu lugar numa reunião que
teria comigo, filho da mãe. Estou tão frustrada que
daqui a pouco vou explodir. Nada do que eu faço
chama a sua atenção. Já mudei meu guarda-roupa
várias vezes, usei roupas mais recatadas, mais
piranhas, até desistir e voltar para o meu natural
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sexy sem ser vulgar. E ele não nota nada, até os


outros homens da empresa já me notaram e ele
nada. Estou até fatigada de tanto recusar convites
para jantar, já estou me cansando.
Tem um que é o mais resistente, o John,
funcionário da empresa. Pensa num cara gostoso, e
que voz, imagina-o falando enquanto fode.
Só que meu alvo é o Scott, aquele lobo
safado.
Agora mesmo estamos em uma reunião, eu, o
Scott e mais dois estagiários discutindo sobre os
últimos detalhes do lançamento da nova coleção
amanhã. Até o momento Scott está até mesmo
evitando olhar nos meus olhos, tentando o máximo
não falar comigo, só quando extremamente
necessário. Porra, vai se foder caralho, uma coisa é
não me querer como mulher, outra é o profissional.
Sou uma ótima profissional, uma das melhores na

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minha área e levo isso muito a sério. Inclusive já


deixei claro para Verônica, nós vamos tomar isto
aqui, não afundar, porque senão eu não participo.
Aí vem um zé ruela quer me desprezar como
profissional? Vai para a puta que pariu!
A reunião finalmente termina e saio irritada,
como um furacão. Ele sempre tentou passar por
cima das minhas decisões, demonstrando
claramente que acredita que eu não sou qualificada
para este cargo, que ódio! Ando o mais rápido que
posso, estou tão distraída que nem percebo quando
me chamam, só quando eu bato na pessoa percebo
que estava no mundo da lua de sangue, onde o
sangue era todinho do Scott.
— Oi, Amanda. — John me cumprimenta me
segurando antes que eu caia.
— Oi, John, desculpa, nem vi você aí.
— Tudo bem, vi que você estava distraída.

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Só dou um sorriso sem graça para ele.


— Mas eu já queria falar com você mesmo,
então nem liguei — brinca comigo.
— O que você queria falar comigo? — brinco
de volta, e piscando o olho. Ele só falta babar, essa
é a reação dos homens comigo, não entendo aquela
pica de gelo, não mesmo.
— Queria saber se você gostaria de ir ao
lançamento comigo amanhã? — Ele pergunta todo
tímido, que lindo, um gostoso desses.
Não sei se quero ir acompanhada, vai que eu
queira voltar com alguém para o meu apartamento,
não posso ter acompanhante... Enquanto penso,
olho para o lado e vejo o Scott parado em uma
porta perto, me olhando irritado, olho bem para ele
e tomo minha decisão.
— É uma ótima ideia John! Me sinto muito
sozinha nesta cidade, só tenho a Verônica, mas ela
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não me esquenta à noite se é que me entende. Acho


que vai ser bom uma companhia gostosa e
interessante — sorrio, dando uma piscadinha safada
e correndo minha mão em seu peito, ele ofega e me
olhando ardente.
Olho disfarçadamente para o lado e vejo o
Scott bufando caminhando em nossa direção.
O John ia falar, mas é interrompido pelo
Scott que já chega falando ríspido.
— Desde quando os corredores desta
empresa viraram sala de bate-papo? Aqui não é
local pra ficar namorando — diz com grosseria.
— Desculpe-me, senhor, estávamos apenas
conversando. — John responde.
— Aqui é um local de trabalho, Sr. Targues,
não um lugar para namoro — respondeu
ironicamente ao John, como se ele não fizesse pior.
Todos na empresa sabem quem ele é, o cara
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de pau. Ele já foi até pego no elevador transando


com duas modelos de uma campanha. Já passou o
rodo em quase todas as funcionárias, tem respeito
nenhum pelos funcionários. E agora quer dar uma
lição de moral, hipócrita, é isso que ele é.
— Pode deixar que isso não vai mais se
repetir aqui, Sr. Strauss, só nos elevadores quem
sabe?! — ironizo e ele fica quieto, entendendo do
que estou falando.
Scott fica vermelho de raiva, aproveito e falo
com o John.
— Manda um whats mais tarde para
combinarmos tudo.
Faço questão de dar um beijo no rosto do
John e olhar para a cara do Scott, caminho até
minha sala, batendo a porta.
— Filho de uma cadela, você não perde por
esperar. Amanhã você vai me pagar, Strauss e com
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juros, seu ogro dos infernos! — prometo.

DIA DA FESTA

Depois de horas me arrumando, sinto-me


perfeita. Hoje vou elevar o jogo, que Scott se
prepare, pois não vai saber o que o atingiu. Só vai
perceber quando for tarde demais, vou acabar com
a farra daquele infeliz.
A campainha toca e o Órion começa a latir
que nem um louco, agora que meu filhotinho
descobriu como latir e uivar, parece que é a meta da
vida dele. Deixo ração e água, faço um afago, pego
minha bolsa e vou abrir a porta.
Uau, John está lindo, num terno sob medida,
um gostoso, se meu plano não fosse outro, talvez eu
pudesse terminar a noite com ele.
— Nossa, Amanda, você está linda,
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espetacular, a mulher mais linda que já vi até hoje.


— Me olha admirado. — Sou um cara de sorte, vou
ser o mais invejado da festa.
— Obrigada, John, você também está lindo,
um pedaço de mau caminho — brinco e pisco o
olho, mas por mais que ele seja lindo, espontâneo e
outras qualidades, ele não me atrai tanto assim, não
como o trogodita do Scott. Não sei o que aquele
cara tem que me deixa subindo pelas paredes, sinto
vontade de matá-lo, mas ao mesmo tempo quero
escalá-lo, sentar no seu pau. O cara deve ser um
furacão na cama e quero que esse furacão me
devaste.
Fomos no carro do John, chegamos ao local e
posamos para as fotos. Entramos no salão que já
está cheio, pergunto para um dos seguranças se a
Verônica e o Arturo já chegaram e recebo uma
resposta negativa. Enquanto isso, eu e o John

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ficamos conversando, andando e cumprimentando


as pessoas. John tem um papo legal, consegue me
entreter, depois de um tempo começo a ficar
fatigada e procuro o Scott com os olhos, será que
ele já chegou? Ou está comendo alguém por aí?
Desisto de procurar e volto a prestar atenção no
John.
— Vou pegar uma bebida para nós dois, tudo
bem? — John questiona.
— Boa ideia, preciso mesmo beber alguma
coisa, estou nervosa com esta festa! — falo a
verdade. — E se você conseguir algo um pouco
mais forte, eu não vou achar ruim — sorrio.
— Pode deixar, dou um jeitinho. — ele sai
em busca das bebidas.

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De longe fico olhando essa diaba, a maldita


teve coragem de vir com esse pano que ela chama
de vestido para a festa, não cobre nada direito.
Ainda por cima por onde ela passa arranca suspiros
de desejos, faltam comê-la viva. Sinto vontade de
arrastá-la pelos cabelos e levá-la pra onde ninguém
consiga ver nenhum um pedacinho do seu corpo.
A diaba ainda não me viu, fica andando para
cima e para baixo com o mauricinho do John.
Como se um homem desses fosse dar conta de um
furacão como ela. Infelizmente, já fiquei acordado
o suficiente para saber que tipo de homem ela
gosta, a maldita nunca me deixa dormir, grita que
nem uma louca, e quando aquele seu amiguinho
"Michael" aparece por lá só falta quebrar o

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apartamento.
John não aguentaria essa mulher nem que
nascesse de novo.
Trouxe a Kim como acompanhante, ela não
para de falar um minuto sequer, já me arrependi de
trazê-la. A burra só sabe falar de bolsas, pessoas
famosas, futilidades que não me interessam em
nada, só a trouxe porque é uma ruiva gostosa para
caralho. Se não fosse por isso não a traria. Vejo
John saindo e deixando a Amanda sozinha e
aproveito a deixa.
— Vou sair um pouco, tenho que ligar para o
Arturo. — Nem sei por que me expliquei, ela é só
uma foda, descartável.
Não a espero responder e já caminho em
direção à morena gostosa me perturbando a cabeça,
ela me nota andando em sua direção e me olha dos
pés à cabeça, analisando lentamente e sorrindo em

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seguida.
— Senhorita Kamisky, achei que viria
acompanhada. — Nem a cumprimento e me finjo
de bobo como se não tivesse visto o John.
— Boa noite para você também, Scott. — Ela
ironiza. — E vim acompanhada sim, mas meu
acompanhante como é um cavalheiro foi buscar
uma bebida, afinal, está muito calor aqui.
— Realmente, está muito quente. — Nem
respondo sobre seu acompanhante.
— Você sabe se a Verônica e o Arturo estão
chegando? — Ela pergunta e parece meio
preocupada, que estranho.
— Não sei, vim perguntar justamente isso.
Faz uma hora que a festa começou e nada deles
aparecerem, já era para eles terem chegado —
respondo.
— Falei com a Verônica antes de chegar e
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estava tudo bem com eles, devem estar aqui a


qualquer momento. — Ela fala. — E o desfile, a
festa, tudo certo?
— Na verdade... Aconteceram alguns
problemas, preciso da sua ajuda, por isso vim falar
contigo — minto na maior cara de pau.
— Sério? Tudo bem, só espera um pouquinho
que preciso avisar o John que estou indo te ajudar.
— Ela começa a se afastar e a seguro.
— Não se preocupe com isso — faço sinal
para um segurança que está perto, ele vem até onde
estamos.
— Avise o Senhor John Targues que a
Senhorita Amanda foi resolver um problema de
última hora comigo.
— Ok, Senhor Strauss. — Ele assente e sai
de perto.
Olho para Amanda e ela morde os lábios, sei
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que está louca para falar alguma coisa, mas fica


quieta.
Levo-a até os bastidores, ela caminha na
minha frente e tenho a visão privilegiada da sua
bunda gostosa. E que bunda, apertada nesse vestido
colado, ela faz questão de rebolar e os homens
olham com desejo, encaro qualquer um que ousa
olhar para ela com meu olhar mortal. Entramos em
uma sala vazia, fecho a porta nos deixando
sozinhos, me viro e aproximo ela, consigo sentir
seu cheiro, tão bom, só dela, é como uma droga no
meu sistema, um cheiro doce de flores. Fico
extasiado a tal ponto que nem percebo ficar parado
em transe.
— Ei! — Ela estala os dedos na minha cara,
chamando atenção. — O que foi que aconteceu de
tão importante que precisa da minha ajuda?
— Não tinha uma roupa menos vulgar para

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usar, não? — Na hora que falei já percebi a merda


que soltei, ela fica calada na hora, seu rosto ficando
cada vez mais vermelho.
— E quem você pensa que é para falar assim
comigo? — esbraveja. — E ainda para falar o que
visto ou deixo de vestir?!
— Sou seu chefe!
Ela começa a rir de leve até gargalhar, reparo
que seu rosto fica ainda mais lindo quando sorri
assim, seus olhos exóticos ficam incríveis.
— Você pode até ser meu chefe, mas presta
bem atenção: Você. Não. Manda. Em. Mim. E nem
no que eu visto ou deixo de vestir! — Ela diz
brava, brava demais.
— Esse é um evento da Cartier, você deveria
dar-se ao respeito e como seu superior posso falar
— sinto que fui longe demais quando sinto a dor do
tapa em meu rosto.
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— Você pode ser o vice-presidente da


Cartier, o Papa, o Rei da Inglaterra, mas homem
nenhum fala comigo dessa forma, não sou nenhuma
vagabunda, não me confunda com as mulheres que
você está acostumado. — Ela fala e sai da sala
batendo a porta com força, fico atordoado com sua
explosão.
Passo as mãos no cabelo frustrado, droga,
não deveria ter falado com ela desse jeito, não sei
explicar o que acontece comigo. Toda a vez que
chego perto dessa mulher sinto um desejo, uma
coisa que nunca senti por ninguém antes, muito
menos por esse tipo de mulher... Não entendo como
isto pode estar acontecendo, me atrair justamente
por ela, de entre todas, isso só pode ser um castigo.

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Saio daquela sala e procuro algo entre a


multidão, acho Michael entre os garçons e faço um
sinal para ele, que entende e pisca para mim.
Prepararei uma vingança pequenina e deliciosa para
o Scott, já que ele acha que devo me dar ao
respeito, irei mostrar o quanto respeitada eu sou, e
se ele não quer, tem quem queira. Vou fechar o
desfile com chave de ouro.
Caminho pela passarela desfilando, tento ser
o mais sexy possível, paro bem em frente ao Scott e
mandou um beijo para ele, que engole em seco,
ando sensualmente fechando o desfile. Chego ao
camarim e entrego as joias para serem guardadas
no cofre, fico sozinha e retoco minha maquiagem,
estou tremendo tanto que tenho que dar uma pausa.
A porta abre e penso que seja o Michael, me viro e
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sou pega de surpresa quando vejo o Scott andando


em minha direção como se eu fosse sua presa.
— O que você tem dentro dessa sua cabeça,
porra?! Se expor desse jeito, com aquele bando de
depravados babando em você, quase arrancando um
pedaço seu de tanto te olhar!! — grita puto da vida,
me imprensando contra a bancada, ficando entre
minhas pernas.
— Já disse e repito, não te devo satisfações!
— tento me soltar, mas desisto, esse bruto é forte,
bota forte, esses braços, hum...
— Maldita, você fez de propósito isso, só
para me provocar! — acusa e eu sorrio.
— Pode ser que sim, pode ser que não, quem
sabe, lobo mau?! — subo as mãos e toco em seus
ombros com as pontas dos dedos, ele geme e me
aperta mais contra seu corpo, posso sentir sua
ereção no vão entre minhas pernas, no meu calor,

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fico molhada com ele se esfregando.


— Do que você me chamou? — pergunta
com a voz rouca se esfregando em mim.
— Lobo, um lobo mau, muito mal, quer me
comer todinha?... — Ele puxa meus cabelos,
atacando minha boca num beijo feroz.
Estou totalmente entregue em seus braços,
mole, com lava percorrendo minhas veias ao invés
de sangue. Seus lábios se mexem sob os meus, sua
língua duela com a minha, invadindo todos os
cantos da boca, não aguento e gemo. — Scott.
Ele desce seus lábios pelo meu pescoço,
beijando e mordendo, marcando minha pele, puxo
os cabelos, pedindo mais e ele me pressiona, seus
quadris esfregando em mim, seu pau friccionando
minha boceta. Meu cérebro já desligou, é como se
estivesse em uma nuvem e sentisse apenas prazer,
nada além disso.

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A porta abre e o chefe de segurança entra.


— Senhor Strauss, precisamos do Senhor lá
fora urgente, é uma situação de emergência, houve
um desastre! — diz sério.
Scott me solta e fico com vergonha,
constrangida de ser pega nessa situação, tento me
ajeitar, mas é difícil, ainda mais com eles na sala.
Scott finalmente parece se dar conta do que
estávamos fazendo e me olha arrependido, seu
olhar machuca algo dentro de mim, algo que eu não
sabia mais existir. Ele se arrependeu.
— Até que você beija bem para a sua idade,
Senhor! — Me recomponho usando o sarcasmo
como armadura, não posso deixá-lo saber que me
afetou.
Ele me olha com raiva e sai sem nem olhar
para trás, sem dizer sequer uma palavra. O chefe de
segurança me olha de cima a baixo e sorri com

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malícia, passando a língua nos lábios.


— Sai daqui, idiota! — grito.
— Como quiser, Senhorita — faz uma
reverência sarcástica, e olha meus seios antes de se
virar e ir embora.
— Desgraçado! — grito e jogo um vaso de
cima do balcão na porta, não sabendo se estou
xingando o Scott, o segurança, ou ambos.
Fico parada por um tempo até que me olho
no espelho, minha boca vermelha com o batom
borrado, olhos brilhantes, cabelo bagunçado,
pescoço todo marcado. Filho da puta, como pode
ser tão gostoso e quente num segundo e no outro
ser ordinário e tão frio.
Apago qualquer pensamento da cabeça, nesse
momento deve estar um caos lá fora, preciso
encontrar a Verônica e ver se deu tudo certo.
Saio da sala e vou andando, por onde olho
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vejo bagunça e confusão, repórteres para todo o


lado, convidados horrorizados. Mariah sai correndo
esbarrando em mim, quase me derrubando. Não
encontro a Verônica, muito menos o Arturo,
procuro em quase todos os lugares e não os acho
em lugar nenhum, começo a ficar preocupada até
que sou agarrada pelo braço, virando assustada.
— Amanda, te procurei durante toda a festa,
estava preocupado. — John fala preocupado.
— Desculpe, John, sinto muito, mesmo, você
veio comigo e eu praticamente te abandonei para
resolver uns problemas do trabalho — peço
desculpas, de verdade.
— Não se preocupe com isso, eu entendo,
fiquei preocupado quando começou toda esta
confusão. Isto aqui está um caos, eu vi tudo que
aconteceu e me preocupei. Tudo o que trabalhamos
foi jogado no lixo por causa deste escândalo, me

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sinto mal por ver todo o trabalho das pessoas serem


jogado fora desse jeito. — Enquanto o John fala
passa um monte de gente correndo para a entrada
da festa, para a recepção.
Ouço gritos desesperados e me solto do John,
correndo para fora, meu corpo entra em choque
com o que vejo. Verônica caída no chão com
sangue ao seu redor, muito sangue mesmo. Arturo e
Guilherme ao redor dela, tento me aproximar, mas
tem muita gente aqui, não consigo passar, os
repórteres me impedem.
— Verônica, Verônica, não, não, verônica!!!
— Grito desesperada, minha amiga, minha irmã.
Sinto alguém me puxar do meio da multidão.

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CAPÍTULO 11 - Perda
Inesperada

“A morte nada mais é do que uma


despedida inesperada que não temos o poder de
contestar ou evitar.”

Este pode, definitivamente ser classificado


como o pior dia da minha vida. Pensei que já tinha
passado por tudo de ruim nessa na vida, mas nada
me preparou para a noite de hoje. Tudo estava bem,
Verônica estava linda ao meu lado. Estávamos
muito felizes, tanto pelo lançamento das joias,

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quanto pela nossa vida, nosso casamento. E até


mesmo o vexame da Carolina no início da festa não
foi importante.
O desfile foi incrível, não tinha nada fora de
lugar, foi um completo sucesso. Até aquele vídeo
bizarro iniciar. Então as merdas começaram a
acontecer, e pensei que tudo que tinha que dar de
errado já tinha dado. Em relação ao escândalo não
podíamos fazer mais nada, somente controlar os
danos. Depois pensei que o pior já tinha passado,
mas nada me preparou para ver Verônica sendo
arremessada vários metros na minha frente por um
carro. Vi tudo como se fosse em câmera lenta,
enquanto estou em choque, desesperado.
Finalmente saio do meu torpor e corro até
Verônica, gritando por ajuda, caio de joelhos ao seu
lado, a olho e ela está caída, toda ensanguentada,
me sinto destruído por dentro, caindo aos pedaços

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vendo minha mulher ali, daquele jeito.


O chefe de segurança diz que a ajuda já está
vindo, ligaram para a ambulância e que impediram
o carro de fugir. Os fotógrafos se aproximam por
todos os lados, tirando fotos, gravando, se
aproveitando desse momento, sem respeito
nenhum.
Os paramédicos que estavam de plantão na
festa aparecem, enquanto a ambulância não chega.
Fico ao lado da minha mulher, segurando sua mão.
— Por favor, não me deixe, resista, amor, vai
ficar tudo bem, prometo. — Imploro e falo coisas
sem nexo.
A polícia chega e contém a multidão.
Olho para o lado quando ouço gritos e mais
gritos, vejo a polícia algemando e prendendo a
Carolina. Desgraçada, então foi ela, isso não vai
ficar assim. Todo o mundo viu que foi proposital,
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ela tentou matar a minha mulher. Penso em ir até


ela, mas olho para a minha mulher e não me movo,
ficarei ao seu lado, não importa o que aconteça.
— Meu amor, não me abandona, temos tantas
coisas para viver, seja forte, te amo tanto, tanto,
você é a minha vida. — As lágrimas caem dos
meus olhos sem parar. A dor é grande, como se
estivesse me rasgando ao meio. Sinto a felicidade,
minha única chance de ser feliz escorrer por entre
meus dedos, não posso acreditar que isso esteja
acontecendo, não posso.
Fico ali inerte, sem poder fazer nada
enquanto os paramédicos a socorrem, ela não reage
e isso dói demais. Guilherme aparece ao meu lado,
me chamando, me sacudindo até olhá-lo.
— O que aconteceu, Arturo? Ela estava bem,
ali ao meu lado e do nada aparece esse carro a
atropela, bem na minha frente. — Guilherme

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aparenta estar muito assustado, com meu choque,


não tenho a menor condição de respondê-lo.
Guilherme olha Verônica e parece acordar do
transe.
— Não a movam, a ambulância já está
chegando! — Ele instrui os paramédicos do evento,
pois tinham uma maca para imobilizar. — Ela está
perdendo muito sangue, sinal de possível
traumatismo craniano, preciso que me deixem
checar seus sinais vitais, se afastem. — Ele age e
afasta os reportes. Fico sem reação, vendo
Guilherme fazendo os procedimentos de primeiros
socorros junto com os paramédicos e orientando-os
até a ambulância chegar.
— Sou médico Guilherme informa a equipe
de socorristas que chegaram junto com a
ambulância e eles colocam um colar cervical e
depois em uma maca e a levam para a ambulância.

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Guilherme, como médico vai na ambulância


também. Não a deixo sozinha um minuto sequer,
não entendo nada do que falam à minha volta, olho
para o meu irmão esperando que ele explique
alguma coisa, mas ele evita me olhar. Então apenas
olho o rosto pálido e machucado da minha mulher,
sua pele manchada e fria.
— Arturo! Arturo, olha para mim, fica calmo.
— Guilherme diz firme, chamando minha atenção e
levanto o rosto em pânico.
— Promete que ela vai ficar bem, me
promete, por favor! — agarro sua camisa, nunca
pedi tanto, tantos por favores ou preces nesta vida
como faço neste momento. — Me prometa que não
vai deixá-la morrer, Guilherme.
— Não se preocupe, não sabemos o estado
dela totalmente, mas te garanto que ela vai
sobreviver. — Ele me tranquiliza. — Mas você vai

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precisar ser forte, ela vai precisar de você mais do


que nunca, principalmente para se recuperar. Nós
vamos fazer de tudo para que ela fique bem, eu
mesmo vou atendê-la, fique tranquilo, meu irmão.
Não respondo nada, apenas o abraço, sei que
nunca fomos muito próximos. Sempre estive mais
interessado em fazer a Cartier crescer, focado nos
meus negócios, nunca tive interesse em minha
própria família, muito menos no Guilherme.
Sempre tive o Scott, ele é como um irmão para
mim, então deixava o Guilherme de lado. Mas hoje
vejo o quanto errei, ele está aqui quando mais
preciso dele, está ajudando no que pode e me
apoiando. Agora vejo quanto à família é importante
e o quanto preciso do meu irmão.
Chegamos ao hospital e é uma correria para
levar a Verônica para dentro. Não sou permitido
entrar, fico desesperado numa sala de espera,

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sozinho. Guilherme entrou com ela, foram para a


sala de cirurgia. Fiz sua ficha, respondia às
perguntas no modo piloto automático.
Agora fico sentado implorando, rezando a
Deus que a salve, que não a tire de mim, mesmo
que não a mereça, ela é um anjo que trouxe luz à
minha vida, me trouxe paz e a felicidade.

Duas horas se passam e ainda não tenho


nenhuma notícia, mamãe ligou preocupada comigo
e a convenci de que estou bem, não acho uma boa
ideia ela vir para cá. Não quando sei, que ela não
gosta da Verônica, não a quero perto neste
momento.
Amanda aparece com a mesma roupa da
festa, os olhos borrados e lágrimas escorrendo. Ela
corre pelo corredor do hospital com Scott em seu
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encalço.
— O que aconteceu com Verônica? O que
você fez com minha irmã?! — pergunta me
acusando, gritando raivosa.
Fico assustado com toda a sua raiva
direcionada a mim.
— Não fiz nada diretamente, Amanda. — Me
defendo. — Mas isso não tira minha culpa, pois foi
à Carolina que atropelou a Verônica na saída da
festa. Tudo por minha culpa. Ela fez isso por
ciúmes, porque não aceita o fim do nosso
relacionamento, não aceita que acabou e fez isso,
então a culpa é minha também.
— Meu Deus. — Diz horrorizada.
— Eu nunca, nunca mesmo, imaginei que
Carolina seria capaz de uma coisa destas, achei de
verdade que Verônica estava segura, me explico,
tentando tirar um pouco da culpa do peito.
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— Eu juro, Arturo, eu juro que se alguma


coisa acontecer com a minha amiga, minha irmã, eu
vou matar a Carolina com as minhas próprias
mãos! — promete séria, nunca a vi assim.
— Cara, como você está? — pergunta meu
amigo me abraçando.
— Estou arrasado — aperto-o forte. — Não
me deram nenhuma notícia, não sei como ela está,
o que aconteceu e isso está matando-me.
— Calma, cara. Tenho certeza de que estão
fazendo tudo que podem e o seu irmão está lá
dentro, quando puder ele vem avisar. — Scott tenta
trazer-me à razão, mas é da minha mulher que
estamos falando, dói muito.
Amanda se senta ao meu lado e chora
incontrolavelmente, Scott tenta acalmá-la, mas não
dá muito certo. Depois de mais duas horas de
espera Guilherme aparece, ele está com uma cara

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de más notícias, fico com medo, não sei o que


pensar.
— Como ela está, Guilherme? Não esconda
nada, me diz tudo, preciso saber. — Praticamente
imploro.
— Ela está bem, e a cirurgia foi um sucesso.
— Na hora que ele fala isso sinto um alívio, mas
depois meu mundo cai. — Mas, Arturo, preciso que
seja forte, muito forte neste momento, ela vai
precisar de todo o seu apoio.
— O que aconteceu?! O que aconteceu com
Verônica? Como ela está?! — Amanda grita
desesperada, ao lado do Scott.
— Se acalmem todos. — Guilherme pede. —
No momento ela encontra-se bem, o pior já passou,
conseguimos conter a hemorragia, ela trincou duas
costelas, porém não chegou a quebrar, o que é
realmente muito bom, com o impacto que ela

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sofreu poderia ter quebrado. — Ele dá uma pausa,


respira fundo e diz: — Infelizmente não
conseguimos fazer muita coisa em relação ao bebê,
não conseguimos salvá-lo. Ela teve um aborto.
— O quê?! Como assim?! Que bebê?! —
digo em choque, sem entender nada.
— Sinto muito. Verônica estava entrando na
sexta semana de gravidez, mas infelizmente o bebê
não sobreviveu! — Guilherme nos conta.
Fico atônito e começo a chorar e a Amanda,
agora ao meu lado também chora sendo amparada
pelo Scott. Entro em choque, catatônico, a única
coisa que faço é chorar, meu filho... Verônica
estava grávida do nosso bebê, esperando um filho
nosso, um pequeno ser que nos foi tirado de
maneira tão sórdida. Choro muito, não tenho
vergonha de eles verem meu rosto banhado em
lágrimas.

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— Mas ela não me disse que estava grávida,


será que não sabia, Guilherme? — pergunto
passando as mãos entre os cabelos.
— Isso é mais comum do que parece.
Algumas mulheres, muitas devo dizer, não
descobrem a gravidez até começar a ter enjoos ou
outros sintomas, e no caso da Verônica a gravidez
era recente. Nesse primeiro trimestre a mãe tem que
ter mais cuidado, pois os abortos são muito fáceis
de acontecer, principalmente com acidentes ou
impactos como aconteceu com a Verônica. —
Guilherme explica.
— Oh Meu Deus! E ela já está acordada?
Sabe sobre o bebê? — pergunto triste.
— Não, ainda não. Fizemos-lhe uma
curetagem, ela está sendo transferida para o quarto
neste momento e está dormindo sobre os efeitos
dos medicamentos. — Guilherme nos informa.

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— Para que quarto ela está sendo levada?


Preciso vê-la. — Preciso estar lá para ela, dar força,
amor, apoio.
— Ainda não, Arturo, infelizmente essa não é
a única notícia. — Guilherme fala receoso.
— Fala logo o que tiver que falar, Guilherme,
não faça rodeios, caralho, você está vendo como eu
estou, como todo mundo está — abro os braços
apontando Amanda chorosa, Scott a apoiando e
preocupado e principalmente aponto meu próprio
estado.
— Presta bastante atenção, Arturo, e você
também, Amanda, que é praticamente a irmã para
ela, vocês vão precisar ser fortes por ela. — Ele
respira fundo e começa: — Quando a hemorragia
começou, fizemos todo o possível para mantermos
o útero intacto, mas o impacto foi tão forte... Irmão,
não sei como te dizer... A Verônica está

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praticamente estéril.
— Como assim? Você está brincando? Não
estou entendendo — digo confuso.
— Sinto muito, irmão, as chances de a sua
mulher conseguir engravidar novamente e levar
essa gravidez até o fim são mínimas, praticamente
nulas. Ainda precisamos fazer vários exames, mas
infelizmente o útero dela ficou muito
comprometido. — Guilherme me abraça por um
tempo e depois volta à sua postura de médico.
— Meu Deus, a Verônica não vai aguentar
isso, além de perder o bebê ainda ficou estéril. —
Amanda fala inconformada, desolada. — Juro que
vou matar aquela cobra com as minhas próprias
mãos.
— Pessoal, nessas circunstâncias, a família e
os amigos são fundamentais para a recuperação do
paciente. Ela vai precisar de todo o apoio de vocês,

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não vai ser fácil aceitar a perda, perder algo que


nem sabia que tinha e o fato de ainda ficar estéril.
— Guilherme tenta nos direcionar o melhor
possível, para apoiarmos Verônica da melhor
maneira. — E você, meu irmão, precisa ser forte
acima de tudo, ela precisará de você, acima de
todas as pessoas.
— Eu posso vê-la? — É a única coisa que
consigo falar. — Claro, irei checar se ela já foi
transferida e já venho avisar. — Guilherme nos
deixa e eu fico sem chão.
A dor é grande demais e como se um peso
esmagasse meu peito, quase não consigo respirar.
Deus está me punindo, me fazendo pagar por tudo
de ruim que já fiz. Sei que mereço e se for para me
castigar eu aceito tudo, mas não faça isto com a
Verônica, ela é um anjo que não merece sofrer
desta forma. Choro inconformado.

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— Brother, ela vai ficar bem. Vocês vão


superar tudo isso, ela é forte, está para nascer uma
mulher forte como ela. — Ele senta ao meu lado e
me abraça.
— Eu sei, eu sei, mas está doendo tanto, tinha
um pedacinho nosso ali, nosso filho. Ele seria tão
amado, tão cuidado e agora ele não existe mais,
nem sequer teve chance, ele foi arrancado da gente,
ele morreu sem termos a chance de conhecê-lo.

O sol brilha por entre as nuvens, sorrio


sentindo paz e tranquilidade que há muito tempo
não sentia. Uma sensação de felicidade que me
completa. Vejo ao longe várias crianças brincando,

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caminho até lá e sorrio, este lugar me deixa tão


feliz, serena. Me sento num balanço e fico
observando a natureza.
Uma menininha loirinha senta ao meu lado
no outro balanço, ela é tão pequena, deve ter uns
três aninhos, ela tenta se balançar, mas não
consegue, suas perninhas curtas não alcançam o
chão. Me levanto, vou atrás dela e a balanço
devagar, ela sorri contente.
— Você é linda, sabia?! — digo e ela sorri
para mim.
— Não fique triste, mamãe, eu estou bem. —
Ela fala sorridente. Não entendo o que ela quis
dizer.
— Você tem que acordar, papai precisa de
você, mamãe — fico confusa com suas palavras.
Ela apenas dá de ombros e sorri, reparo em seus
traços e ela me lembra alguém, mas não sei quem.

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— Mamãe, você precisa acordar. Papai


precisa da senhora e eu estarei sempre aqui para
você, mamãe, estou feliz, não fique triste. — Ela
para de balançar e a ajudo a descer, ela me abraça e
escorre uma lágrima do meu rosto.
— Eu te amo, mamãe, não fique triste, está
bem? — sinto uma dor imensa dentro de mim, uma
perda e uma saudade gigante. De repente ela some
e junto com ela foi toda a paz que eu estava
sentindo, só vejo a escuridão.
Não sinto meu corpo, não vejo nada, entro
em pânico até que ouço alguém chamando meu
nome. Sinto alguém fazer carinho, beijar meu rosto,
tento abrir meus olhos, mas eles estão pesados, não
consigo abri-los e nem me mover. Estou tão
cansada, escuto essa voz me chamar de novo, tento
focar nela, mas não consigo, estou cansada e
começo a sentir muitas dores. Reconheço a voz, ela

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é do Arturo, não consigo entender o que ele diz,


tento novamente abrir meus olhos e dessa vez eu
consigo, mas a claridade é muito forte, parece
queimar-me e fecho rápido os olhos.
— Meu amor, não acredito, você acordou. —
Arturo se emociona. Tento falar, porém não
consigo, pisco os olhos novamente até mantê-los
abertos, tento falar de novo e quando não consigo
entro em pânico.
— Calma, minha rainha, não tente falar, vou
chamar o médico, não se mexa, por favor. —
Arturo beija minha testa e sai, me deixando sozinha
num quarto totalmente branco, parece-se com um
quarto de hospital. Minha mente está confusa, mas
começo a lembrar da festa, do sucesso dos meus
planos e então eu lembro de estar no
estacionamento. Então eu sinto uma forte pancada,
muita dor e depois disso não lembro de mais nada.

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O pânico toma conta de mim. Nesse momento,


Arturo volta com Guilherme que está vestido com
um jaleco branco e muito sério, nem parece o
mesmo Guilherme que conheço, ele me extuba, o
que me causa um imenso alívio.
— Água — peço com a voz rouca, dói muito
para falar, minha garganta parece em brasa viva.
Arturo coloca um copo com canudo em minha
boca.
— Verônica, como você está se sentindo? —
Guilherme pergunta, me examinando.
— Me sinto dolorida, tudo dói, mas
principalmente a barriga e também estou um pouco
confusa, tonta — falo o que estou sentindo.
— Entendi, mais alguma coisa? —
Guilherme anota tudo em uma prancheta.
— Não — respondo.
— Fique tranquila, meu amor, você vai ficar
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bem. — Arturo afaga minha mão.


— Vou aumentar a dose da medicação pra
dor e quanto à tontura é normal no seu quadro
clínico, Verônica. Afinal você sofreu um
atropelamento e teve um leve traumatismo craniano
e depois uma hemorragia abdominal interna
durante a cirurgia. Descobrimos na mesa de
operação que se tratava de um aborto e fizemos os
procedimentos necessários para estancar a
hemorragia. — Guilherme explica.
— Como? — digo com a voz falha. — Eu
não entendi — olho para o Arturo em busca de
respostas e ele se recusa a olhar-me. Vejo pena nos
olhos de Guilherme.
— Sinto muito em te dizer isso, Verônica,
mas você estava grávida de apenas cinco semanas e
infelizmente não pudemos fazer nada para salvar o
seu bebê. O impacto do carro foi muito forte sobre

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o seu corpo e acabou deslocando e rompendo a


placenta, fazendo com que perdesse o bebê. —
Guilherme informa triste.
— E infelizmente essa não é a única notícia
ruim que tenho que dar. Devido ao impacto seu
colo do útero sofreu muitos danos. Será difícil
algum embrião conseguir se fixar em seu útero, ou
seja, Verônica você não poderá mais engravidar e
se conseguir as chances dessa gravidez ir adiante
são praticamente nulas.
— Não, não, não!! — Grito em choque
chorando desesperada. — Isso não pode estar
acontecendo, não, por favor, não, meu bebê, meu
bebezinho, não. — Em minha mente vem o sonho
que eu tive, a menininha de olhos azuis. — Não,
por favor, não! Arturo diz para mim que isso é
mentira, que não é verdade, diz!! — Grito
inconformada. — Não, Arturo, não, por favor,

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Arturo diz que isso não é verdade, fala que eu não


perdi nosso bebê! — Ele me abraça, mas não sinto
nada, apenas frio e dor.
— Vai passar, meu amor, vai passar, eu estou
aqui, nós vamos superar tudo isso juntos, eu
prometo, estarei ao seu lado em todos os
momentos. Nós iremos fazer os melhores
tratamentos necessários até podermos ter outros
filhos. — Ele fala e vejo em seu rosto as lágrimas
caírem. Percebo que ele está tão destruído quanto
eu.
— Eu não quero outros filhos, eu quero
minha filha, Arturo. — Ele me aperta mais em seus
braços.
— Eu estou aqui, amor, nós vamos superar
isso, te juro. — Ele beija minha testa e me aperta
em seus braços. Guilherme sai nos deixando
sozinhos. Meu bebê, toco minha barriga sentindo

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apenas o vazio.
— Como eu pude ser tão irresponsável e não
perceber que estava grávida? Se eu soubesse,
talvez pudesse ter sido mais cuidadosa e eu não
teria perdido minha filha.
— Não fale isso, a culpa não foi sua, meu
amor. Você não sabia que Carolina ia te atropelar.
— Ele me consola.
— Foi ela então? Carolina?! — digo com
amarga surpresa.
Arturo me solta e olhando nos meus olhos e
diz:
— Eu já cuidei de tudo, meu bem, ela está
presa, sem possibilidade nenhuma de sair, ela não
irá mais fazer-nos nenhum mal, prometo.
— Pena que agora é tarde, amor, muito tarde!
— digo angustiada.
A porta se abre e entra uma Amanda
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descabelada, acompanhada de perto pelo Scott. Ela


me olha e não aguento, começo a chorar
desesperadamente.
Nesse momento não sou uma mulher forte e
sim uma mulher totalmente quebrada. Amanda me
abraça e chora comigo. Em seu rosto vejo olheiras
horríveis, sinais de desespero e cansaço, essa não se
parece com a minha irmã forte e guerreira que
conheço.
— Pensei que ia te perder, não sabe como foi
horrível.
— Estou bem, Mandy, não chora, não você,
você é a minha força, minha irmã, preciso de você
— falo, engolindo o choro.
— Arturo, me deixe uns minutos sozinha
com a Verônica, por favor, preciso conversar com a
minha irmã — pede Amanda.
— Não posso deixá-la, sinto muito. — Ele
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quase rosna para ela.


— Arturo, deixe-me conversar com a
Amanda, por favor, preciso deste momento com ela
e você precisa ir para casa trocar de roupas, fala
para ele, Scott. — Ele me olha com dúvidas e sei
que para ele me deixar neste momento deve ser
difícil, mas ficar perto dele apenas está me
machucando mais.
—Vamos, irmão, você precisa descansar,
precisa ser forte para tua mulher, cara. — Scott o
convence.
— Tudo bem, você venceu. Eu vou deixar
vocês sozinhas, mas não vou para casa, um
funcionário vai trazer umas roupas para mim e eu
vou tomar um banho aqui mesmo, só vou à
lanchonete com o Scott tomar um café. — Ele se
rende, com os ombros encolhidos como se estivesse
carregando todo o peso do mundo neles. Ele diz

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que me ama e sai, Scott aperta meu ombro solidário


e segue o Arturo.
— Como você está sentindo-se? — pergunta
Amanda, ela parece triste.
— Você já sabe o que aconteceu comigo? —
pergunto, mesmo já sabendo a resposta, está na sua
fisionomia.
— Sim, o médico, deu a notícia quando eu
estava junto do Arturo, na sala de espera. — Ela
fala quase chorando.
— Eu estou destruída, como pode doer tanto
assim a perda de um filho que eu nem sabia que
existia? Eu não sabia e dói tanto, está me rasgando
por dentro — começo a chorar, sem conseguir me
conter.
— Oh, querida, eu sei que está doendo. Você
é uma pessoa maravilhosa, Verônica, e é normal
estar sofrendo, você amaria esse bebê mais que
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tudo e não seria você se não estivesse doendo, você


teria sido uma mãe maravilhosa. — Ela me abraça.
— Mas agora você precisa se reerguer, ser
forte, lembre-se em que circunstâncias essa criança
foi gerada. Uma criança deve ser fruto do amor e
não de uma vingança, chore tudo o que tem para
chorar, sofra, sinta sua dor, mas depois se erga. —
Suas palavras são como uma faca afiada perfurando
meu coração, eu não aguento, e as lágrimas vem
mais forte ainda.
— Eu não sei o que dizer — soluço.
— Será que não está na hora de você desistir
e abandonar essa ideia de se vingar, Verônica?
Você merece mais do que isso, amiga, não quero
ver você sofrendo. Essa vingança só está te
trazendo dor, querida. Só está te fazendo sofrer.
David entenderia se você desistisse, ele não ia
querer ver você sofrendo dessa forma, por favor,

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pare de se magoar, você não vê que isso está te


destruindo, drenando o melhor de você? — Cada
palavra dela são como punhais me cortando.
— Não fale dele, eu não posso pensar nele,
não agora, eu não aguento mais nenhuma perda,
mais nenhuma pessoa tirada de mim. — Quase não
consigo falar de tanto soluçar. — Agora mais que
nunca quero me vingar. Por causa dessa maldita
família, por causa da Carolina, eu já perdi todos
que me importavam... O David... E agora meu
bebê... Eles têm que pagar por tudo, Amanda, eles
têm que pagar por tudo que fizeram.
— Quem tem que pagar o quê, Verônica? —
pergunta Arturo da porta. Fico sem saber o que
falar, assustada, meu Deus, será que ele ouviu
tudo?
— Anda, Verônica, quem tem que pagar, me
diz? — Ele insiste.

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— A Carolina, Arturo, ela tem que pagar. Eu


estava falando que você já resolveu, mas ela não
quer ouvir, quer que ela pague com sangue
praticamente. — Amanda fala, me salvando.
— Meu amor, não pense nisso, eu estou
resolvendo. Você precisa recuperar-se, não ligue
para as outras coisas. — Ele entra e me abraça,
Scott vem com ele. — Minha rainha, passei só pra
avisar, que vou pra casa tomar banho, não quero
deixá-las sozinhas, por isso o Scott vai ficar com
vocês.
— Não precisa, amor — tento falar.
— Por favor, não te quero sozinha, faça isso
por mim. — Ele quase implora e concordo.
— Está bem — suspiro cansada.
— Irmão, vai. Eu cuido das meninas. — Ele
acalma o Arturo, Mandy só olha de rabo de olho
para ele, emburrada, não gostando nem um pouco
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disso.
— Já volto, meu bem. — Ele dá um beijo em
minha testa e sai.
Estou com tanta dor, meu bebê... Queria ficar
sozinha, ou com a Mandy, minha irmã sempre
esteve aqui para mim.
Após uns vinte minutos onde foram ditas
poucas palavras, pois ninguém sabe o que dizer, do
nada a porta abre com um estrondo e entra Paloma,
com um sorriso triunfal no rosto, como se estivesse
feliz, satisfeita.
— Quer dizer então que a rameira estava
grávida? Tentando dar um golpe da barriga, meu
amor? Que pena que não conseguiu, né, bendita
Carolina, conseguiu acabar com o bastardinho antes
mesmo de nascer — debocha, jorrando palavras
venenosas em mim.
— Cala a boca, sua vagabunda, vou meter a
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mão nessa sua cara de puta! — Grita Amanda


enfurecida, eu choro.
Scott segura Amanda quando ela tenta ir para
cima da Paloma.
— Fica quieta, vou falar tudo o que está
entalado aqui. — Ela aponta para o pescoço. —
Nunca gostei de você, é uma interesseira, alpinista
social que entrou para família só para ser uma
sanguessuga. Dou graças a Deus que você perdeu o
filho e ficou estéril, seca, nunca mais vai poder
engravidar. Uma pessoa como você seria uma
tragédia ter um filho do meu irmão. Se não fosse
tão interesseira, golpista, prestaria atenção por onde
anda e não perderia o seu filho, você mesma o
matou. A única coisa triste foi você não ter morrido
também, mas foi um alívio você ter perdido seu
bebê, livrar a terra de mais um baixa renda como
você.

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— Não, não, não, sai daqui, sai!! — Grito


desesperada, chorando, meu Deus, meu bebê, meu
bebê, eu não merecia meu bebê, ele morreu por
minha causa! — Eu matei meu bebê, eu matei meu
bebê!
Nisto Scott solta Amanda, de propósito.
— Eu não posso bater em mulher,
principalmente na irmã do meu melhor amigo, mas
você pode, vai, Amanda. — Ele fala, olhando
decepcionado e com raiva para a Paloma.
— Você está louca... — Paloma tenta falar,
mas é interrompida por um soco da Amanda.
— Cala a boca, sua puta, agora você vai
aprender a ser gente. — Amanda fala e empurra
Paloma contra a parede, pega-a pelos cabelos e bate
a cabeça da Paloma na parede várias vezes.
— Socorro!! — Paloma grita desesperada.
— Sua fedelha imunda! — Amanda joga
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Paloma no chão, chuta sua barriga, sua cara e sobe


em cima dela. — Você não gosta de falar merda?
Agora vai engolir tudo o que disse — começa a dar
tapas na cara dela, xingando, batendo feio.
— Toma, quem mandou falar merda? —
Scott diz sorrindo, olhando a cena e admirando
Amanda. — Que mulher, que mulher!
— Socorro, alguém me ajuda, socorro!! —
Chora e grita.
— Imunda é você, sangue ruim é você, quem
deve morrer é você! — Amanda grita e dá um soco
tão forte que arranca um dente da Paloma, que já
está sangrando e só sabe chorar e tentar arranhar a
Amanda.
A porta se abre de repente, Arturo entra e
arranca Amanda de cima da Paloma, levanta sua
irmã, a abraça e pergunta:
— Que diabos está acontecendo?
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CAPÍTULO 12 –
Destilando Veneno

“Comprimidos aliviam a dor, mas só


o verdadeiro amor alivia o sofrimento.”

Abro a porta e vejo Amanda em cima da


minha irmã. Puxo ela e jogo longe, ela quase cai,
mas é amparada pelo Scott.
— O que está acontecendo, porra?! E é
melhor terem uma boa explicação pra essa merda!!
—grito. Olho para Paloma sangrando e a Amanda
bufando, com as mãos arranhadas e sujas de

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sangue. — Alguém vai falar o que está


acontecendo? — digo com a voz, mais sombria
possível. Amanda limpa as mãos e olha como se
tivesse nojo da Paloma.
— Cara eu até tentei impedir, mas a sua irmã
mereceu. — Scott fala sem graça.
— Arturo, me ajuda, por favor, essa louca me
atacou do nada. Olha o meu estado — grita.
Aproximo e a ajudo se levantar, está toda
destruída.
— Amanda, por que você fez isso? Está
louca? Você pode até ser amiga da Verônica, mas
não vou tolerar uma coisa dessas com a minha
irmã. — Quando digo isso, Scott se aproxima dela
como se estivesse a protegendo.
Amanda me olha como se eu fosse o pior ser
humano da face da terra.
— Você é um idiota, Arturo, não merece a
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Verônica! — grita apontando pra mim e sai do


quarto batendo a porta com força, nisso me dou
conta que estamos num quarto de hospital e a
Verônica não pode passar por esse estresse todo.
Olho pra ela e fico assustado com o que vejo,
ela chora desconsoladamente.
— Amor, o que houve? Por que você tá
chorando desse jeito? — Me aproximo, tentando
confortá-la.
— A culpa foi minha, a culpa foi minha —
repete o tempo todo enquanto chora sem parar.
— Que porra está acontecendo? Quando saí
daqui ela estava bem, agora está assim — aponto
pra ela. — Alguém pode me falar por que caralho
minha mulher está assim?
— Arturo, cara. — Scott passa a mão entre os
cabelos. — Cara, sua irmã chegou aqui falando um
monte de merda para sua mulher. Chamou-a de
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interesseira, disse que a melhor coisa que poderia


ter acontecido foi a perca do filho de vocês e ainda
acusou Verônica de ser a culpada pelo aborto e
comemorou o fato dela ficar estéril — fala olhando
feio pra Paloma.
— Você fez o quê, Paloma?! — Minha voz
sai transtornada de raiva.
Ela fica quieta, sequer me olha.
— Cara ela mereceu a surra que levou. — Ele
falando dando de ombros.
—Você fez mesmo isso, Paloma? Teve
coragem de fazer isso?! — grito com raiva.
— Eu... eu... Arturo, não foi bem assim. —
Ela gagueja.
Pego Paloma pelo braço com brutalidade, e
ela me olha assustado e não dou à mínima.
— Não posso acreditar que você, a minha
irmã que eu sempre protegi, veio tripudiar a minha
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dor. O que você pensa que está fazendo, Paloma?


Mesmo que não goste da Verônica deveria respeitá-
la. Eu acabei de perder um filho, estou sofrendo, a
mulher que amo está em uma cama de hospital e
você teve a coragem de vir aqui falar toda essa
merda pra ela? — olho-a com nojo. — Tenho
vergonha de ser seu irmão, vergonha do que se
tornou. E a partir de hoje, Paloma, você não é mais
minha irmã, o único irmão que tenho é o
Guilherme, não conte comigo para mais nada, você
não vai ter mais nenhum apoio de mim!
— Não, não, Tur, você não pode estar
falando sério!! — Grita. — Olha o que essa mulher
fez, no que ela te transformou! Você sempre foi
meu herói, meu irmão mais velho, olha o que está
dizendo!
— Chega, porra! Some da minha frente, não
quero mais olhar pra sua cara nunca mais! Some

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daqui antes que eu acabe fazendo uma merda!


— Isso não vai ficar assim, Verônica, você
vai ver só, você vai me pagar muito caro — ameaça
olhando pra minha mulher, que não percebe nada
do que está acontecendo a sua volta.
— Pense bem, Paloma, pense muito bem
antes de ameaçar minha esposa, ou as
consequências serão bem piores... — deixo no ar o
que poderia fazer e ela corre do quarto, Scott
aproveita e sai junto, me deixando sozinho com a
Verônica, sem saber o que fazer com a minha
esposa.

Já se passaram duas semanas desde que eu

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perdi meu bebê. Tanto a Mandy quanto o Arturo


me disseram pra esquecer, que a culpa não foi
minha, mas não consigo, sinto que por minha culpa
minha filha não está aqui. Minha pequena aparece a
todo o momento pra mim, fico lembrando o sonho
e de como ela era linda, minha menina. Ela disse
que eu tinha que ficar bem e ser forte, por ela tô
tentando, mas está tão difícil. Fora o fato que estou
estéril, não terei mais filhos, eu sinto como uma
ferida aberta que nunca para de sangrar.
Amanda praticamente se mudou pra minha
casa, até com o Arturo ela bate de frente pra ficar
comigo. Já Arturo não voltou a trabalhar esta se
dedicando a cuidar de mim. Mas eu não consigo me
aproximar dele nem mesmo para um abraço, ele
relutou, mas aceitou, percebo que está triste e tenta
entender o que está acontecendo comigo, mas
consigo ver que ele está arrasado. Nesse momento
tento seguir o conselho da Mandy e não pensar na
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vingança e sim em me recuperar, mas está tão


difícil e eu também sei que o Arturo não teve culpa
de nada, só que eu não consigo evitar pensar que a
maior culpada disso tudo sou eu mesma, pois
subestimei a Carolina, me descuidei, achei que era
invencível.
Não aguento mais essa angústia, só fico
pensando no meu bebê perdido e nos meus planos
de como vou acabar com a raça da Carolina, sei que
do jeito que estou é capaz de eu mesma me acabar
se eu tentar mata-lá... E também penso em como o
David se sentiria ao saber que engravidei do
inimigo, que teríamos um filho juntos. Minha
cabeça está tão confusa, a única coisa que sei é que
apenas tenho que pensar na minha vingança, em
fazê-los pagar por tudo que nos foi tirado.
Batem na porta do quarto e peço para entrar.
— Sra. Cartier, tem visitas na sala — avisa

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Nina.
— Quem chegou? — Pergunto distraída.
— A Senhora Inês, mandei ela esperar na
sala, fiz mal? — pergunta receosa.
— Não, não se preocupe, você fez bem, eu já
irei descer — aviso e ela sai do quarto, vou descer e
ver o que essa cobra quer aqui, sei que ela está feliz
porque perdi meu filho, não ia querer meu sangue
na sua tão preciosa família.
Me preparo mentalmente pra enfrentar essa
mulher. Caminho lentamente tentando demorar e
prolongar o momento, mas do final da escada
consigo enxergar seus cabelos negros em um coque
bem elaborado, sentada na poltrona com uma pose
de superior, como se fosse à rainha da casa.
— Dona Inês, como à senhora está? E o que a
trouxe a minha casa? — enfatizo bem que ela está
na minha casa.
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— Minha querida, vim ver como você está,


soube o que aconteceu no dia da festa e
infelizmente não pude ir ao hospital te visitar —
finge um cara triste. Não me surpreendo com sua
falsidade, nada que venha dessa família me
surpreende.
— Obrigada por sua consideração, mas já
estou melhor.
— Espero que me perdoe, meu anjo, mas eu
acabei forçando o Guilherme há me contar sobre o
seu quadro clínico — começa com um sorriso de
lado, e nessa hora me arrepio, um mal-estar me
atinge, e do que a conheço ela vai aprontar.
— Sinto muito por sua perda. — Ela começa
e fico quieta. — Imagino o que deve estar sentindo
sabendo que não poderá mais ter filhos e como o
meu filho deve estar arrasado. O sonho dele sempre
foi ser pai e agora isso não poderá mais acontecer.

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Não tenho resposta para isso e ela continua:


— Coitado do meu filho, ver seu sonho ser
jogado fora... E agora, o que será do legado
Cartier? Deverá ser passado para os sobrinhos dele
e não pros próprios filhos.
— Isso não diz respeito à Senhora, é algo
entre meu marido e eu. Arturo disse que isso pode
não ser definitivo, ele me prometeu que iríamos
procurar tratamento. — Me defendo.
— Você consegue entender o quanto isso
seria terrível pro meu filho? Várias tentativas
frustradas e você não conseguir engravidar? Eu,
como mãe, gostaria de pedir pra não fazer isso com
o meu filho. Acho que o melhor seria se você se
afastasse dele. — Ela fala com uma expressão de
tristeza, mas consigo ver o brilho contente de seus
olhos verdes.
— O que você quer dizer com isso? —

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questiono.
— Arturo estando apaixonado jamais irá
dizer que você ser estéril é um problema, meu filho
jamais faria isso com a mulher que ele ama. — Ela
tem a audácia de continuar com essa merda. —
Mas você pode dar a ele uma chance de encontrar
outra mulher, que lhe dê o que você não pode.
Depois de ouvir o que essa filha da puta
disse, sinto o sangue ferver, acordo de um transe.
— Escute bem, Dona Inês. Você pode a
bancar essa pose de mamãe zelosa, mais a mim não
engana. Eu sei quem você é e só me quer longe do
seu filho por medo de perder o dinheiro dele, as
mordomias que ele banca — explodo. — Você não
se conformar que o seu precioso filho não acatou
suas ordens pela primeira vez na vida ao mandá-lo
se afastar de mim. Vou falar pela última vez,
desista, nada do que falar ou fazer irá me separar do

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Arturo. Ele me ama, entende o que estamos


passando, e não vai ser por eu talvez ficar estéril
que ele irá deixar de me amar — digo essas
palavras com tanta certeza que até me surpreendo,
pois elas são verdadeiras tanto pra mim quanto pra
ele.
— Eu não quis dizer isso dessa forma, me
desculpe, Verônica. Entenda. É a felicidade do meu
filho em jogo, e ela vem em primeiro lugar —
deixa uma lágrima escorrer, como se eu fosse cair
nesse teatrinho.
— Eu entendi muito bem o que quis dizer, e é
justamente por isso que peço que a senhora se retire
da minha casa.
—Você não pode me expulsar da casa do
meu próprio filho, ele ficará sabendo disso... — Ela
me ameaça.
— Não só posso como estou fazendo, e

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vamos ver se ele gostaria de saber do conteúdo


dessa nossa conversinha, então conte pra ele —
debocho e ela se levanta com muita raiva.
— Isso não vai ficar assim, Verônica, você
não perde por esperar. — Me ameaça.
— Não tenho medo de você, Inês, mas se
prepare para aguentar as consequências — rebato
convicta.
Ela me olha por um momento intensamente e
depois sai batendo a porta com força...

Faz uma maldita duas semanas que a


Verônica me evita, sei que ela que está destruída,
mas eu também estou. O nosso filho fruto do nosso
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amor, um presente que nos foi arrancado, tirado de


nossas mãos.
Está difícil essa distância entre nós, me
machuca tanto. Tudo que eu queria era abraçá-la e
dizer que tudo vai ficar bem, que nós somos fortes,
que não vamos desistir, que irei atrás de todos os
médicos e tratamentos possíveis pra que a Verônica
possa voltar a engravidar.
Sinto tanta falta dela, parece que tudo está
desabando. E para fechar com chave de ouro a
Cartier está um caos. As ações da empresa
despencaram desde a maldita festa, a imprensa está
acabando com a empresa e as concorrentes tão se
aproveitando dessa crise para tripudiar e conseguir
contratos que são nossos. A Amanda e o Scott estão
trabalhando como loucos tentando resolver e
apagar o escândalo envolvendo o noivado do
Guilherme junto com o atropelamento da Verônica.

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E ainda por cima tem o pai da Carolina me ligando,


pedindo para retirar a queixa contra sua filha,
alegando que ela estava momentaneamente
desequilibrada, que precisa de tratamento e não
ficar na cadeia. Tive que me segurar pra não o
mandar pros quintos infernos, porque querendo ou
não temos muitos negócios juntos e ele é uma
pessoa muito importante e influente.

— Senhor Arturo, há uma reunião com o


chefe da equipe de segurança em meia hora. — A
minha secretária me avisa através do telefone.
— Obrigado, Ellie, quando ele chegar
mande-o entrar — aviso e desligo. Depois de uns
vinte minutos Ellie anuncia sua chegada.
Contratei Payne depois de muita insistência
do Scott pra fazer parte da segurança da Cartier, um
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ex-forças armadas que se tornou o chefe de toda a


segurança da Cartier, assim como da segurança
pessoal da família.
— Senhor Cartier — cumprimenta de pé.
— Pode se sentar, Payne — indico a cadeira
em frente a mim.
— Então, Payne, eu estou com um problema.
A segurança da Cartier, e da minha família
teoricamente tinha um bom chefe, um cara muito
adequado, porém, essa pessoa se mostrou falha e
justo em um evento importante, o que será que
devo fazer com ele? — questiono ironicamente.
— Senhor Cartier, eu andei investiguei
pessoalmente esse caso. Descobri um garçom
infiltrado entre os funcionários do bife, as câmeras
conseguiram pegar o momento em que ele inseria o
pendrive no computador, porém o rosto não
aparece, demonstrava conhecer os pontos cegos das

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câmeras e foi assim que escapou da festa. Também


descobri que houve alguém de dentro da empresa
participando, pois, as credenciais usadas só alguém
de dentro da Cartier o que houve foi interno,
Senhor. — Ele mostra os vídeos, os cartões de
acessos, me dá todas as provas. — E, Senhor, com
todo o respeito, eu sugiro que fique atento ao seu
redor, não confie muito nas pessoas, porque a
sabotagem veio aqui de dentro.
— Você tem certeza disso? — Se isso for
verdade... Quero nem pensar.
— Sim, Senhor, eu tenho certeza, as provas
estão em suas mãos — afirma, enfatizando com a
papelada.
— Tudo bem, vamos dobrar as investigações
e a segurança. Vamos restringir tudo daqui em
diante, e principalmente as informações internas —
comando — que isso fique só entre nós, certo?!

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— Correto, senhor — pensa um pouco e fala:


— Senhor, eu farei um novo protocolo de
segurança, coordenarei tudo de agora em diante.
— Ok, faça isso, mas qualquer coisa que
souber, qualquer informação eu quero ser o
primeiro, a saber.
— Sim, Senhor.
Ele se retira. Se temos um traidor entre nós a
situação é pior do que eu pensava. Fico pensando
em quem pode ser e não consigo imaginar, pois são
todos da minha confiança. Que porra, soco a mesa e
fico perdido em pensamentos até receber uma
ligação.
— Cartier falando — atendo.
— Senhor. Aqui é o Brown falando —
responde.
— O que houve?
— Só queria avisar que nossa equipe já
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chegou ao porto e estamos fazendo a segurança,


esperamos que o container chegue logo, está tudo
no esquema para levar a carga ao seu destino
—informa a situação, por mais que esse cara me
irrite, ele é muito competente, sem contar que ele
sempre fica fora do radar.
— Ok, amanhã me ligue passando as
informações — desligo sem me despedir.
Fico a manhã inteira resolvendo problemas
na empresa, minha vontade é de ir correndo pra
casa ver como a Verônica está, mas sei que não sou
bem-vindo nesse momento. Ainda por cima tenho
uma viagem que não posso adiar. Prometi a
Verônica que não iria sair de perto dela, mas vou
ter que deixá-la, sem contar que o problema e sobre
a Mina de Turmalina. Essas viagens vieram no pior
momento, não me sinto bem em deixar a Verônica
sozinha.

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Saio dos pensamentos quando meu telefone


toca, vejo o nome de Selene no visor.
— Diga Selene, que porra você quer, hein?!
— Já estou irritado.
— Arturo querido, que mau humor é esse? —
fala com voz macia.
— Fala logo o que você quer caralho, tenho
mais o que fazer.
— Então, querido, eu fiquei sabendo sobre o
escândalo que houve na Cartier, apareceu em todos
os jornais e...
— Não me ligou só pra falar sobre isso, né?
Se for, vou desligar — interrompo, não tô com
paciência pra ouvir suas baboseiras.
— Desculpa, Arturo, na verdade eu preciso
que você venha até o clube, tem alguns assuntos
financeiros que preciso revisar contigo — fala
séria.
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— Você só pode estar de brincadeira comigo.


Não tenho tempo pra isso, te coloquei como sócia e
responsável, pra você resolver essas merdas e eu
não me incomodar. — Maldita hora que chamei
para sociedade no clube, devia ter colocado outra
pessoa.
— Sinto muito, Arturo, mas você precisa me
ajudar nisso, você ainda é um sócio, um dos donos
e não pode se isentar disso, ainda mais com esses
balanços que você que era responsável. — Ela fala
chateada.
— Você me ligou numa péssima hora.
— Prometo não te enrolar muito, mas eu
preciso da sua ajuda — pede.
— Tudo bem, Selene, já estou indo pra aí.
Veremos logo isso e irei pra casa — suspiro
cansado, problemas e mais problemas, só faltava
mais essa.

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— Estarei à sua espera — concorda. — Você


vai querer que eu prepare um dos quartos pra você?
— Não caralho, achei que tinha deixado bem
claro que estou casado e não preciso mais disso pra
me satisfazer, Selene.
— Então quer dizer que você não gosta mais
de... — fala debochada.
— Chega, Selene, não tô com saco para as
suas piadinhas, o que eu gosto não é da sua conta
— Informo, desligando o telefone. Desde que dei
poder a ela, começou a abusar, já eu corto suas
asas.
Vou logo ao clube pra não chegar em casa
tarde, a Verônica não pode desconfiar.
— Ellie, cancele meus compromissos pelo
resto do dia, irei me preparar para viagem — passo
em sua mesa e a informo rápido. — Consiga um
hotel e marque com o geólogo responsável para que
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ele esteja na Mina de Turmalina amanhã. Quero


uma reunião com ele logo que chegar, marque
também com toda a equipe que quero informações
sobre a de planagem danificada. Consiga também
uma reunião com os advogados das famílias das
vítimas do acidente acerca da mina.
— Tudo bem, Senhor, farei isso agora
mesmo — responde enquanto anota tudo.
— Obrigado, Ellie — saio indo em direção
ao elevador, quando estou chegando à entrada do
edifício encontro a Amanda e o Scott discutindo
um com o outro, falta só saírem aos tapa.
— Caralho, vocês não conseguem mesmo se
entender. Menos de um mês trabalhando juntos e
parece que tem um ataque terrorista acontecendo na
Cartier. — Sei bem porque meu amigo está assim,
parecem gato e rato.
— Me desculpa, Arturo, mas esse seu amigo

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aqui sabe ser uma mula pré-histórica, não entende


nada do que eu falo e ainda por cima, atrapalha o
meu almoço de negócios com possíveis futuros
investidores — esbraveja vermelha, indignada. É
até engraçado, mas atrapalhar investidores... Ah
caralho, Scott tá passando dos limites, olho feio pra
ele, que nem liga.
— Você quer chamar aquilo de almoço de
negócios? Parecia mais uma orgia no meio do
restaurante, isso sim. O cara estava te comendo
com os olhos, só faltava pular por cima da mesa e
te comer na frente de todo mundo e você só rindo
pra ele. Sei bem como queria fazer esse "negócio”.
— Scott fala irritado. Porra, ele tem que tomar uma
atitude logo, ele gosta dela ta na cara, já falei várias
vezes na aparência, cor da pele, ascendência, nada
disso importa, mas ele é um burro que leva a sério
o que foi ensinado, vai se foder e só depois
aprender.
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— Seu idiota, retardado, estúpido... Você é


burro? Você acha mesmo que eu não percebi isso?
Eu só estava sendo simpática, e aproveitando pra
levar o cliente pra nossa empresa — bufa irritada.
— Para empresa ou para sua cama? — ri
irônico. Amanda olha pra ele com tanta raiva que
até eu tenho medo.
—— Vou deixar vocês se resolverem, tenho
mais assuntos importantes a tratar.
— Te vejo em casa, Amanda se eu chegar
tarde segura as pontas com a Verônica?
— Pode ir, fica sossegado, saindo daqui vou
direto vê-la. — Ela diz e fico mais tranquilo.

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CAPÍTULO 13 - Lisieux

“Paramos de procurar os monstros


debaixo da cama quando descobrimos que eles
estão dentro de nós.”

Não sei explicar o porquê, mas a expectativa


da chegada do Arturo me deixa nervosa, ansiosa.
Meus dias enclausurada nesta casa tem sido um
tormento, não aguento mais, a qualquer minuto irei
explodir.
Mesmo que não tenha conversado com o
Arturo sobre o nosso filho, sinto-me bem quando
ele está em casa. Deus, por que estou pensando

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isso? Ele é o inimigo, só não posso negar como me


sinto nos seus braços... Não, não... Eu o odeio,
apenas isso e mais nada, devo estar carente, só isso,
meu telefone toca e vejo o nome da Amanda.
— Fala Mandy — atendo.
— Verônica você não vai acreditar o que eu
descobri! — fala toda eufórica.
— Fala então! Assim eu descubro.
— Eu estava saindo da Cartier quando vi o
Arturo tomando um caminho diferente do que
normalmente usa, não sei porque, mas algo me
disse para segui-lo e foi o que eu fiz e você não
imagina o que eu descobri? — faz suspense essa
peste.
— Fala logo, Amanda, está me deixando
nervosa — peço.
— Arturo saiu da cidade e veio parar numa
mansão bem afastada e sem nada por perto, não
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pude entrar, pois a casa está toda vigiada por


câmeras e seguranças armados. E pelo que vi só
entra quem tem credenciais — diz tudo de uma vez.
— Como assim? Que lugar é esse? Ele está
com alguém aí, Amanda? Me fala! — Pergunto já
fazendo suposições.
— Espera, calma, que ele já está saindo.
— Calma o caralho, Amanda, tem alguém
com ele? me diz! — Grito com ela, nervosa.
— Não, Verônica, ele está sozinho e não
demorou muito lá dentro, só que o meu sexto
sentido diz que aí tem coisa! — avisa. — Esse
lugar é muito estranho, precisamos dar um jeito de
descobrir o que é este lugar.
— Ligue para o Michael e passe-lhe o
endereço. — A instruo. — Logo, nós saberemos o
que o Arturo foi fazer aí.
— Estou seguindo o Arturo de novo e ele
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está indo na direção da sua casa.


— Tudo bem, Amanda, pode deixar que
agora eu me viro... E tome cuidado, está bem! Não
quero você colocando-se em perigo desse jeito —
peço, ela preocupada, não posso perdê-la em
hipótese alguma.
— Tudo bem, Verônica, eu estou bem. — Ela
me tranquiliza.
— Ele já deve estar chegando aqui, qualquer
novidade me ligue.
— Eu vou falar com o Michael e depois nós
falamos.
— Ok, depois me lembre de te contar quem
eu recebi aqui em casa hoje, só vou dar-te uma
dica: uma visita nada, nada agradável. Enfim, vai
lá, depois te conto, se cuida. — Amanda se despede
e desliga.
Desligo o telefone e fico apreensiva, será que
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ele estava me traindo? Não é possível que ele seja


capaz disso, além de todas as atrocidades que já
fez, ainda ser um cafajeste! Desgraçado, se você
tiver uma amante, Arturo, isso não vai ficar assim,
você vai me pagar, ah se vai! Desço as escadas e
fico sentada na sala até que a porta da frente se abre
e Arturo passa por ela, sem paletó, com uma
aparência cansada, você não me engana, seu
cafajeste dos infernos.
— Estava te esperando, querido — digo com
a voz doce e fazendo cara de decepcionada.
— Desculpe, meu amor, tinha muitos
problemas na empresa para resolver e aquilo lá está
uma loucura. — Ele explica cansado, ele realmente
parece que estava trabalhando.
— Já disse que posso voltar a trabalhar e
ajudar vocês — insisto nesse assunto, não aguento
mais ficar em casa remoendo tudo.

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— Meu amor, já conversamos sobre isso,


prefiro que você fique em casa e se recupere
totalmente, só então pode voltar a trabalhar — diz
calmo como se explicasse isso a uma criança.
— Arturo, eu já não aguento mais ficar aqui
em casa. Me sinto inútil! — reclamo.
— Eu sei, querida, mas é o melhor para você.
A Cartier está um caos e não quero você passando
nervoso, sem contar que a imprensa está em cima,
parece um abutre atrás de nós, não te quero nisso
— explica se jogando ao meu lado no sofá.
— Ok, já que não tem como discutir com
você, tem nada que eu possa fazer então — entrego
os pontos, ele está irredutível e não irá ceder. Ele se
aproxima com seu olhar quente e me abraça.
Tento me afastar, mas não consigo, ele me beija
lentamente e logo começa a esquentar, me beijando
com mais desejo e intensidade. Percebo que ele não

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tem cheiro de mulher, o que me faz relaxar um


pouco.
— Estava com saudade de você, não sabe
quanta vontade eu tive de sair no meio do
expediente só para te ver. — Me olha nos olhos
mostrando seus sentimentos ali, presentes.
— Eu também senti sua falta — digo rouca.
— Mamãe veio te ver? Ela ligou-me dizendo
que estava preocupada com você, ela me disse que
soube da perda do nosso filho por Guilherme e que
queria te ver — comenta. — Eu fiquei feliz, aos
poucos ela está te aceitando.
Sorrio pensando no quanto ela está me
aceitando.
— Foi isso amor, ela veio aqui e se mostrou
muito preocupada comigo, foi muito compreensiva
— minto, pensando que o que é deles está
guardado.
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— Que alívio, fico feliz em saber que estão


se dando bem — levanta. — Vou subir agora para
tomar um bom banho e depois nós jantamos,
preciso te contar uma coisa.
Fico apreensiva e receosa, será que ele
vai me contar onde estava até agora?!
Arturo sobe as escadas para o nosso quarto e
fico sozinha com os pensamentos a mil.

Acho que literalmente devo ter jogado pedra


na cruz, só pode! Trabalhar com a Amanda está
sendo um martírio. Ela faz de tudo para me
provocar, e o pior é que depois do nosso amasso na
festa está mais difícil me controlar e ignorá-la. Ela

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me provoca e ao mesmo tempo joga na minha cara


que é uma profissional competente. Tento fingir
que não percebo, mas ela sabe usar seu charme para
fazer negócios e conquistar clientes e ainda por
cima tem um belo de um jogo de cintura com a
mídia. A filha da mãe realmente sabe o que faz, o
meu maior problema são as roupas que ela usa,
deixa todos os homens do escritório babando por
ela. Ouço burburinhos pela empresa e sei que a
danada está envolvida, ela já se tornou o principal
assunto da Cartier. Quase quebrei a cara do Victor,
o chefe do Rh, quando peguei-o falando da bunda
daquela cachorra. O infeliz e mais outro estagiário
estavam quase babando na bunda dela, e ainda
tiveram a capacidade de comentar que uma
mulher gostosa como ela dava vontade de comer
até debaixo d'água.
Não sei explicar o que essa maldita faz
comigo, uma fúria toma conta de mim quando vejo
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alguém babando nela. Está sendo uma luta gigante


da minha razão contra meu pau, que exige em
querê-la. Caralho, maldita hora em que o Arturo a
colocou aqui dentro, entretanto, tenho que tirá-la da
minha mente, nunca me interessei por mulheres do
tipo dela e não vai ser agora que isso vai acontecer.
Ainda para piorar, a desgraçada me deixou
sozinho na coletiva de imprensa e saiu no meio do
expediente, não atende nenhuma das minhas
ligações, desgraçada.
— Senhor Strauss, qual será o Futuro da
Cartier agora que o lançamento e a nova coleção
foram um desastre? — pergunta um dos repórteres
credenciado.
— No lançamento ocorreram alguns
imprevistos, mas a nossa nova coleção não é um
desastre! A Cartier este ano buscou inovar com
suas peças, nós pretendemos mostrar o quanto esta

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coleção é inovadora, nada visto ainda. Não faremos


isso mesmo com todos os obstáculos no nosso
caminho. Nós da Cartier, nos sobressaímos em
qualidade e excelência até mesmo em superar
adversidades — explico.
— Senhor Strauss, o que aconteceu com a
Sra. Cartier? A assessoria do hospital não quer
divulgar nenhuma informação. É verdade que ela
está em coma?
— É verdade que a parceria da Cartier com
as indústrias Thunderwolves vai acabar agora que a
herdeira do império está presa por tentativa de
homicídio contra a Sra. Cartier?
— Sobre esse assunto as únicas pessoas que
poderão falar a respeito é Arturo e o senhor
Thunderwolves, os dois irão entrar em consenso
sobre o futuro da parceria. Agora, sobre a Senhorita
Carolina, a justiça está cuidando do caso, não

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responderei mais nada sobre esse assunto — falo


firme.
— É verdade que a Mikamoto está sendo
investigada por supostamente sabotar o lançamento
da Cartier?
— Nós ainda não sabemos quem está por trás
da sabotagem da festa, mas estamos apurando os
fatos. Assim como a polícia também está, logo que
consigamos, tomaremos as devidas providências e
medidas cabíveis. Os responsáveis serão punidos
pela justiça. Sinto muito, mas a coletiva acabou,
com licença, Senhores — saio de lá já exausto.

Desço as escadas e encontro Verônica


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pensativa na sala de jantar, ela já não é mais a


mesma desde a perda do nosso filho. Ainda é difícil
pensar que ela estava grávida e que nosso bebê foi
morto. Fico imaginando uma menininha linda como
ela, com os mesmos olhos que tanto amo, em como
a minha felicidade estaria completa com um filho.
Paro de pensar nisso por agora, ainda
podemos dar um jeito nisso. Eu não vou desistir de
formar uma família com Verônica. Caminho até
ela.
— Amor, voltei, por que essa carinha triste,
hein? — abraço-a, aconchegando-me no seu
pescoço.
— Nada não, só sentindo sua falta.
— Já voltei, minha rainha, vamos jantar que
depois temos que conversar.
Jantamos em silêncio, Verônica não quis
conversar muito, o que me deixou apreensivo para
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falar sobre a mina de turmalina, isso já causou


discórdia demais no nosso casamento e não é um
assunto que goste de tocar.
— Vem, amor, vamos para o nosso quarto —
digo levantando-me.
— Arturo, você sabe que ainda não posso...
— fica envergonhada, amo vê-la assim.
— Sim, eu sei. Só quero abraçar você, ficar
do seu lado, já faz tanto tempo.
— Tudo bem, vamos então — subimos juntos
para o quarto. Entramos no nosso quarto e Verônica
veste uma camisola, eu fico apenas de cueca boxer.
— Arturo, fala logo o que quer dizer, você
está deixando-me nervosa — diz me olhando
apreensiva.
— Lembra quando conversamos sobre a mina
de turmalina? — pergunto.
— Sim e achei que já tínhamos resolvido
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tudo que tinha para resolver sobre isso.


— Nós resolvemos. A mina já está em seu
nome, só que ainda tem o outro pedido que você
fez sobre as famílias das vítimas do acidente,
lembra?
— Sim, é verdade. Acredita que até já tinha
me esquecido disso? — diz enquanto passa
hidratante nas pernas.
— Então, amor, amanhã eu vou viajar para lá
e resolver todos os detalhes, já vou aproveitar para
tentar conseguir alguns investidores — explico
deitado na cama, admirando-a.
— Você vai viajar? Quanto tempo vai ficar
fora? — deita perto de mim.
— Acredito que em menos de duas semanas
consigo resolver tudo, não gosto de ficar tanto
tempo longe de você. Infelizmente, não tem jeito
preciso ir. — A puxo para os meus braços e ela se
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aconchega.
— Tudo bem, amor, eu entendo e isso é
muito importante, não pode ser deixado para
depois.
— Exatamente, minha, quero resolver logo
essas pendências e fiscalizar como anda a nova
administração da mina.
— Eu vou sentir sua falta — diz Verônica
sonolenta.
— Eu também, amor — fico abraçado a ela e
dormimos assim.

Pela primeira vez em mais de dois anos estou


em Lisieux, à cidade onde está situada a Mina de
Turmalina. Antes quem tomava conta de tudo por
aqui era o maldito do meu antigo sócio. Aquele

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desgraçado me deixou muitos problemas e esse é só


um deles.
A cidade é pequena e praticamente sustentada
pela mina, o que faz todos os moradores conhecê-la
e saber quem sou. Um representante da Cartier vem
me receber no aeroporto. Deixar Verônica
dormindo em minha cama e vir para cá não foi
muito fácil, porém, pretendo voltar o mais rápido
possível.
— Senhor Cartier, como foi à viagem? —
pergunta o motorista da Cartier.
— Bem, mas vamos ao que interessa, me leve
até a mina o mais rápido possível. Tenho uma
reunião com a nova gerente e com o geólogo
responsável, quero resolver isso o quanto antes. —
Andamos pela cidade e várias pessoas olhavam
para o carro tentando enxergar pelos vidros
escurecidos. Fico em silêncio pensando que James

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logo saberá que estou na cidade e não terei como


fugir dele. Faz mais de dois anos que não boto
meus pés aqui, ele é o prefeito e tenho certeza que
vai querer fazer uma média comigo, bando de
bajuladores baratos, se soubesse o quanto não os
suporto...
Passamos pela entrada da Cartier turmalinas,
dos grandes portões já podemos ver sua imensidão,
ela pode parecer grande, mas nada se compara à
mina serra azul, ela é a maior da Cartier e a mais
produtiva, nela botei todas as minhas esperanças e
expectativas. Ela é um sonho realizado.
Já na mina me encontro com Madeleine, a
nova gerente. Ela me foi muito bem indicada e tem
um currículo impecável, bem graduada, experiente.
— Sr. Cartier, seja bem-vindo às nossas
instalações, espero que tenha tido uma boa viagem
—fala risonha, coquete.

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— Obrigado, Madeleine — olho para a


mulher em minha frente, um avião. Em outra época
cairia matando, mas hoje já não penso assim. Ela
parece me devorar com os olhos, mas tenta
disfarçar.
— Espero que saiba para que vim até aqui,
senhorita.
— Claro Sr. Cartier, deixei organizada sua
agenda conforme sua assistente me passou —
mostra competência e esforço de cara.
— Ok, o geólogo já chegou? Quero resolver
logo os detalhes com ele — olho o relógio,
mostrando que estou com pressa.
— Sim, senhor, ele chegou, estávamos
apenas aguardando sua chegada, vamos até à sala
de reunião, por favor. — Ela caminha em minha
frente mostrando o caminho e fazendo questão de
rebolar com sua saia justa. Conheço mulheres desse

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tipo e sei muito bem o que ela quer!


A reunião não foi tão cansativa como pensei
que seria, conversamos sobre a segurança dos
funcionários que agora é meu grande foco, eles
passaram a usar os devidos equipamentos de
segurança. Madeleine mostrou-se uma excelente
profissional, administrando com pulso firme toda a
mineração. Acertamos o que pudemos e marcamos
uma reunião entre mim e os funcionários para
amanhã. Quero garantir que serão todos bem
tratados e garantir a todos seus direitos.
Surpreendeu-me muito as ideias da
Madeleine de mudar alguns métodos antigos de
trabalho, modernizar e fornecer cursos
profissionalizantes para os funcionários. A
instalação de uma moderna prensa coletora e esteira
de planagem com tecnologia avançada. Depois de
rever cada um dos relatórios eu já estava morto,

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não aguentava mais o cansaço, estava tão exausto,


porém combinamos de jantar todos juntos,
Madeleine, Thom que é o geólogo da mina. Para
que assim revisemos alguns detalhes. Sigo para o
hotel e qual a minha surpresa ao encontrar
Excelentíssimo Senhor Prefeito James Góes à
minha espera. E como sempre rodeado de duas
belas mulheres, tomando um bom e velho Scotch.
— Ora, ora, ora, quem é vivo sempre
aparece! Arturo Cartier em minha humilde cidade!
— James diz com um sorriso que chega a irritar.
— Ah, querido amigo, sabe que não tenho
muito tempo para vir! — desdenho. — Ainda mais
depois do meu casamento.
— É, fiquei sabendo pelas fotos nos jornais,
uma bela morena, um exemplar raro — sorrio por
fora, me contendo, odeio quando falam da minha
mulher.

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— Que grande honra você vir-me receber! —


mudo de assunto.
— Fiquei sabendo que estava hospedado no
hotel e vim convidar-te para ficar na minha casa.
Afinal somos amigos, e jamais deixaria um amigo
em um hotelzinho de quinta categoria como este.
—Com a mão abrange todo o lugar, desdenhando.
— É, caro amigo, realmente esta cidade
precisa de hotéis melhores. Eu nunca me preocupei
em comprar uma casa aqui, pois nunca fiquei mais
que o necessário, porém tenho, assuntos a tratar
com as famílias dos mineiros mortos na explosão
da mina, por isso vou ficar mais tempo que o
previsto.
— Entendo, sabe como foi difícil apagar
aquele escândalo? — pergunta olhando a fumaça
do charuto, pensativo.
— Sim, eu sei e agradeço a sua ajuda com

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isso! — escolho bem as palavras perto dele.


— Pois então venha, vim te convidar, para
ficar na minha casa — reforça o convite.
Não sei se é uma boa ideia, não quero tirar a
sua privacidade. — Na verdade sei bem que a casa
dele pode virar um inferninho de uma hora para
outra. James é famoso por suas festas de arromba,
orgias sem fim, inclusive já participei de muitas no
passado.
— Arturo, você não faria uma desfeita dessas
comigo, não é? Lembre-se o quanto já fiz por você!
— reitera. Droga, o desgraçado não perde a chance
de jogar na cara os favores que me fez.
— Tudo bem, vamos então. — Digo mesmo
a contra gosto.

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CAPÍTULO 14 –
Devaneios Libidinosos

“Quem vive sem loucura não é tão sensato


como pensa.”

Estava distraído olhando para a parede de


vidro à minha frente, o sol está se pondo e ainda
estou na Cartier. A porta abre-se rapidamente e
Amanda passa com seu estilo inconfundível,
vestido curto deixando pouco para a imaginação.
— O que faz aqui há esta hora? Pensei que já
tínhamos discutido todos os detalhes sobre a

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reunião de amanhã — questiono-a, a última coisa


que preciso é dela atormentando-me aqui.
— Sim, eu sei, mas não foi por isso que vim
aqui. — Ela sorri, o que faz seus olhos claros se
contrastar com sua pele, linda, mas tento não
demonstrar o quanto mexe comigo.
— O que quer, Amanda? Diga logo, estou
sem paciência — falo e vejo-a tremer.
— Vim resolver uma coisa que está acabando
comigo. — Ela gagueja.
— Do que você está falando? — Ela não
responde, apenas se aproxima, alcança atrás das
suas costas e abre o zíper, deixando cair o vestido
aos seus pés. Fico sem reação. Esta maldita estava
sem calcinha e sutiã por baixo do vestido. — O que
você pensa que está fazendo, Amanda? — pergunto
rouco, mulher gostosa do caralho.
— Estou resolvendo o problema que está nos
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matando, Scott.
O desejo fala mais alto e ataco a sua boca
faminta de desejo, seu cheiro me deixa louco. Não
acredito que estou fazendo isso, nunca sequer
imaginei nem nas minhas fantasias mais perversas.
— Scott, hum... — Amanda geme desejosa.
Não perco tempo, beijo o seu pescoço dando
mordidinhas por todo o caminho, aperto os seus
seios gostosos e desço beijando, chupando,
apertando e mordendo com gosto, e tiro as minhas
roupas rapidamente.
— Scott... preciso de mais... — geme
ofegante.
—Eu sei, minha gostosa, vou dar tudo o que
você quer — puxo seus cabelos com gosto
colocando-a de joelhos, aos meus pés, onde é o seu
lugar. Amanda sorri e chupa meu pau com gosto.
Caralho de vadia gostosa, consegue levar-me ao

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delírio. Ela relaxa a garganta e me o mais profundo


que consegue, mesmo engasgando no processo.
Acelero os movimentos, fodo sua boca, puxando
seu cabelo para cima e para baixo, até que gozo
soltando um grunhido rouco. Amanda sorri e limpa
a boca com o dedo, com cara de safada do jeito que
gosto, pega o que escorreu da boca com o dedo e o
chupa. Porra!
— Safada! — curvo-a na minha mesa com
sua bunda toda aberta para mim — dou um tapa
forte, ela geme de tesão. — Cachorra, não sabe
como essa bunda fica linda com marca da minha
mão.
— Sim, sua cadelinha... — geme e soco meu
pau sem aviso, Amanda se curva mais na mesa,
sentindo mais ainda meu pau dentro dela. —
Scott... — geme, pedindo mais. Acelero, meto nela
com força. Estar dentro dela é como um pedaço do

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paraíso. Amanda é perfeita, sua boceta se encaixa


certinha no meu pau, ela foi feita sob medida pra
mim.
— Isso Scott — geme ensandecida,
rebolando enquanto a estapeio. Viro seu corpo e
ficamos em pé, soco com força enquanto ela
arranha minhas costas e grita.
— Scott! Scott! Senhor Scott! — gritam.
— Que porra caralho, o que foi? — desperto
irritado com Suely chamando-me, só então percebo
que dormi em cima dos meus papéis, na minha sala.
Foi só a merda de um sonho. Meu pau está duro.
Suely, minha secretária, me olha desejosa.
— Desculpe acordá-lo, senhor. Eu bati na
porta, mas como não respondeu, fiquei
preocupada... — pisca os olhos e mostra o seu
decote.
— Sim, sim, tudo bem, estou muito cansado,
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tem sido difícil essa semana na empresa —


desculpo-me.
— Se o senhor quiser, posso ajudá-lo a
aliviar o estresse. — Sua pele branca, gostosa, é
muito bonita, porém é muito grudenta. Acha que só
porque a como de vez em quando que temos algum
relacionamento, coitada.
— Se ajoelhe e chupe meu pau. — Ela sorri.
Pega meu pau desesperada e o coloca na boca com
gula. Tento me concentrar no prazer que estou
recebendo, mas a minha cabeça está numa maldita
morena que se infiltrou na minha cabeça.
— Mas que porra! — grito quando Suely
arranha meu pau com seus dentes.
— Chega. Some daqui caralho, você não
presta nem para fazer a merda de um boquete —
guardo o pau dentro da calça, irritado.
— Calma, senhor, posso...
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— Não pode, vadia. Cai fora. Desaparece da


minha frente. — Ela sai correndo. Decido ir até à
sala daquela cachorra gostosa e importuná-la um
pouco, já que é isso que ela faz comigo.

Reuniões e mais reuniões, não aguento. O


trabalho está cada dia mais puxado para o meu
lado, não sei o que Verônica quer de mim, é como
se eu mesma me sabotasse. Numa hora eu trabalho
para a Cartier sair do escândalo que se meteu, na
seguinte eu ajudo Verônica a destruir tudo, o que é
extremamente frustrante. Sinto que minha amiga
está se afundando cada vez mais nesta maldita
vingança. As consequências, ela já está recebendo,

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só ela pra não perceber isso. Ela acha que não sei
como seus olhos brilham quando ela está perto do
Arturo. Eu estava tranquila achando que era só
carnal, mas agora eu vejo que isso não é verdade.
Verônica não consegue esquecer o passado, na
verdade nem mesmo eu consigo esquecer, só que
não tenho essa sede de vingança. Essa vingança
está enraizada dentro dela, nada a fará desistir, nem
mesmo ela se apaixonando pelo inimigo.
Eu me lembro como se fosse hoje daquele
rapaz sonhador que Verônica tanto amava. Ela e
David formavam um casal tão lindo, foi horrível
quando ele foi acusado. Verônica gritando que ele
era inocente e a polícia levando-o algemado como
um bandido. O golpe foi terrível quando
descobrimos as acusações, parecia que o mundo
estava contra os dois. Estelionato, formação de
quadrilha, roubo e até estupro. Verônica ficou sem
chão, mas ela nunca acreditou que David era capaz
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de fazer essas coisas, ele jamais roubaria o amigo e


muito menos estupraria uma mulher.
No dia do julgamento Verônica passou muito
mal, chegou a ser hospitalizada, ela amava o amava
demais e vê-lo ser condenado por provas falsas e
testemunhas compradas acabou com ela. Eu assisti
todo o julgamento, vi quando aquela mulher relatou
o suposto estupro. As provas falsas dos desfalques,
palavra por palavra que foi dita e impressa, o
julgando e condenando-o culpado. Vi o promotor
acabar com suas chances de defesa, no fim ele foi
condenado. Não acreditava que isso estava
acontecendo, ele era meu amigo, uma pessoa boa
que não merecia aquilo que estava acontecendo.
David quando foi algemado e estava sendo levado,
gritava para mim:
— Diz... diz para ela que sou inocente, por
favor, diz que a amo mais que tudo... Por favor,

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Amanda. — Enquanto ele era arrastado pelos


policiais.
Para Arturo não foi o suficiente roubar a
parte da mina do David, ele teve que colocá-lo atrás
das grades por um crime que não cometeu,
destruindo todas as chances de ele sair de lá.
Chances de ser feliz com a mulher que ama. Tenho
medo de que Verônica se envolvendo com essas
pessoas, sinto que nada de bom vai restar dessa
vingança. Vai destruir o que sobrou da minha
amiga, porque uma parte dela se foi com o incêndio
na prisão e o que restou foi destruído quando
perdeu o seu bebê. Independentemente de quem era
o pai, ela amaria demais o seu filho.
— Amanda... Amanda, estou chamando-te já
faz uns cinco minutos — diz John, chamando
minha atenção.
— Oi, John, desculpe, é que eu estava

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pensando longe — sorrio para ele.


— Eu percebi minha linda, estava com uma
carinha triste, o que houve? — fecha a porta da sala
e se encosta nela.
— Não é nada. Então, vamos voltar para os
relatórios? Ainda temos que revisar muita coisa —
ficamos conferindo vários documentos.
John é muito divertido, está tirando sarro do
sobrenome de alguns investidores.
— É sério, Mandy, quem põe o nome Paulo
Jacinto Leite em um ser humano? Os pais deviam
odiar muito seu filho para fazer uma coisa dessas.
— Eu não aguento e caio na gargalhada.
— Não aguento você, John.
— Parece que ao invés de trabalhar, vocês
dois ficam de papinho no horário de serviço — diz
Scott entrando na sala com cara amarada.
— Nós estávamos apenas conversando sobre
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alguns documentos, senhor — diz John


respeitosamente.
— Senhorita Amanda, te espero em minha
sala, agora — fala com grosseria e sai da sala.
Transtornada de raiva, eu sorrio para o John e vou
atrás do Scott. Penso em várias formas de matar
meu chefe.
— Pronto, senhor Strauss, estou aqui — falo
debochada. — O que tem de tão importante pra
interromper o meu trabalho?
— Como se a senhorita estivesse
trabalhando. O que vi foi você se esfregando e se
oferecendo para o John.
— Acho que você precisa usar óculos,
querido — digo sarcasticamente.
— Não quero esse tipo de comportamento na
Cartier, aqui não é lugar para namoricos e me
respeite que sou seu superior — esbraveja
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apontando o dedo para a minha cara.


— Não se preocupe, "chefe", eu e John temos
lugares melhores para essas coisas, na verdade hoje
mesmo combinamos de jantar juntos — provoco.
— O que você disse? Vai sair com esse
bosta? É uma oferecida mesmo, não pode ver um
homem que já está ciscando que nem uma galinha.
— Me ofende.
— Você me respeite, seu canalha, não sou
essas vagabundas que você pega, sou uma mulher
de verdade. — Me seguro para não dar na cara
dele.
— Mulher de verdade não recebe visitas da
forma que recebeu aquele bombado dos infernos.
— bufa, vindo com tudo para cima de mim.
— O que foi, Scott? Qual o seu problema
com Michael? Será que é porque ele é muito mais
homem do que você? Tem pegada e não deixa nada
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inacabado? — sorrio irônica, sei que ele sabe do


que estou falando.
— Você se acha demais, Amanda —
desdenha.
— Eu não me acho, amor, eu sou. E isso é o
que pensa, mas você não é o único homem da terra.
Esta noite o sortudo será John e que homem
gostoso, hein? Deve ter uma pegada — provoco.
— Você não vai sair com aquele idiota
mesmo — fala irritado. — Ele é um zé ruela que
não faz seu tipo.
— Aí que você se engana. John é tão forte,
tem músculos por todo o corpo. Já até imagino ele
nu me comendo com força — passo as mãos pelo
corpo provocante.
— Mas você é uma cadela mesmo! — xinga
alto. — Você parece uma cachorra no cio, que nem
se importa quem vai ser.
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— Pelo contrário, querido, eu tenho um gosto


muito refinado, escolho muito bem quem vai ter o
privilégio de ter uma noite comigo — dou um giro
lentamente. — Quem vai deliciar-se nesse corpo,
quem vai me fazer gritar e gemer.
— Você não presta, Amanda, não sei como
Arturo pôde contratar uma mulher como você, sua
desgraçada! — Afasta-se bruscamente e dá um
soco na parede, parece que deixei o bichinho
raivoso.
— Querido, quem muito desdenha quer
comprar? Vou lhe dizer uma coisa, você pode
pensar o que quiser de mim, mas nunca subestime
meu trabalho, sou uma profissional e sei muito bem
o que estou fazendo.
— Vadia dos infernos, você e uma puta!! —
Vem pra cima de mim gritando enfurecido.
Dou um tapa forte na sua cara, marcando por

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meus dedos. Sua cara se transforma em puro ódio.


Só então me dou conta do que eu fiz, mas que se
foda, ele mereceu.
— Sua maldita. — Scott agarra meu corpo
apertando contra o seu me imprensado na parede
mais próxima. O medo e a excitação se misturam, o
ar está pesado, impregnado de desejo cru. Ele me
olha e quando penso que ele vai devolver o tapa,
ele me surpreende com sua boca colando na minha
em um beijo bruto e quente. Não demoro a
corresponder, me agarrando mais a ele e puxando o
seu cabelo. Ele me aperta mais e consigo sentir sua
excitação, ele esfrega seu pau em mim, sinto o
quanto ele está duro e excitado igual a mim.
Preciso deste homem.
— Scott... — gemo pedindo por mais. Ele
beija meu pescoço e desce para o meu colo, arranho
as suas costas por cima da camisa social.

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— Amanda, você está deixando-me louco. —


Ele volta a beijar a minha boca, meu cérebro já não
responde mais, sinto somente desejo.
De repente ele para o beijo bruscamente
segurando meus braços, algo parece se acender
dentro dele e me empurra para longe como se eu
fosse uma doença contagiosa, como se tivesse nojo
de mim, não entendo.
— O que aconteceu? — questiono e ele me
olha transtornado, seu rosto se transforma em
repugnância.
— Isto foi apenas para mostrar a você o que é
um homem de verdade, quando você estiver
fodendo com o John, mostrando a piranha que você
é, será nos meus beijos que vai pensar.
Demoro menos de um segundo para
processar o que ele disse. Fico chocada com suas
palavras, mas nem tenho tempo de responder, Scott

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sai da sala me deixando sozinha. Sem notar,


lágrimas caem dos meus olhos. Então percebo a
merda que fiz, me envolvi nesta droga de vingança
e pelo visto não será apenas Verônica que sairá
machucada.

Maldita mulher. Puxo meus cabelos


frustrados, inconformado com esta situação.
Arremesso o copo de uísque na parede. Tento em
vão descontar minha raiva em alguma coisa.
Essa Diaba veio para a minha vida só para
ferrar tudo, não entendo o que está acontecendo
comigo? Eu nunca me senti tão sem controle, isso
está errado. Eu nunca me interessei por mulheres

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como ela. Não se encaixa nos meus padrões, um


tipo físico diferente do dela, sempre tive nojo de
pessoas desse tipo. Mas eu fico tão puto quando a
vejo falando com outros homens e ela ainda faz de
propósito para me provocar. Ela me tira do sério.
As roupas justas que usa, o rebolado com aquela
bunda gostosa por onde passa.
Droga, que merda eu estou fazendo? Sempre
fui uma pessoa racional, isto está errado. Porra,
preciso de uma boa foda esta noite para esquecer. É
isso, uma foda e esqueço está merda toda. Este
maldito cheiro está grudado em mim, preciso
apagá-lo com outro, vou arranjar uma foda para
esta noite. Depois disso nem vou mais lembrar
dessa maldita.
Decido ligar para a Alexa, ela é uma foda
antiga, está sempre disponível quando preciso. Vou
marcar de nos encontrar no Savoy, o lugar é

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perfeito e discreto.

Passo em casa e reparo no silêncio do


apartamento ao lado, sei que ela já saiu da empresa
e onde ela pode ter ido? Nem o cachorro dela que
sempre está fazendo um inferno de barulho, latindo,
faz um som sequer. Balanço minha cabeça
negando-me a pensar nisso e tomo um banho, me
troco e pego as chaves, ao sair olho novamente para
a porta em frente, não sei o porquê faço isso, mas
alguma coisa me chama para lá. Droga, Scott, para
de pensar nisso, você está ficando maluco.
Savoy está lotado como sempre, só que
conheço o dono e Gordon sempre tem uma mesa
para os seus amigos. Vejo Alexa linda, com um
vestido verde decotado e o cabelo loiro jogado de
lado, está gostosa para caralho, já a imagino nua de
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quatro à minha mercê. Porra, fico excitado só de


pensar nisso, caralho, hoje vou acabar-me em
boceta.
Aproximo-me e sento ao lado de Alexa.
— Até que enfim chegou, Scott, já estava
ficando entediada aqui — reclama, sempre ansiosa.
— Calma, estou aqui, não?
— Sim, gostoso, está — sorri e puxa o decote
um pouco mais.
O garçom traz o cardápio e ficamos em
silêncio escolhendo. Após fazermos os pedidos
Alexa inicia uma conversa.
— Já fazia um tempo que você não me
chamava, por que ligou agora? — fala curiosa.
— Deu vontade, você sabe que não temos
algo fixo, quando quero sexo, só ligo — ressalto,
odeio quando elas querem mais. — Você sempre
soube disso, pensei era satisfatório para ambos.
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— Calma, querido, não estou reclamando,


longe disso, só perguntei por que já faz um tempo.
Ficamos conversando amenidades e
safadezas até que sinto uma mão subir por minha
coxa e pegar no meu pau. Alexa sorri e passa a
língua nos lábios, enfia a mão dentro da calça e
começa a me masturbar do jeito que gosto.
Chegam nossos pratos e disfarçadamente
abaixo a minha mão e enfio entre suas pernas,
chego à bainha do vestido e o levanto, subo até sua
boceta e descubro que a puta está sem calcinha. A
vadia veio preparada. Enfio dois dedos de uma vez,
sei que ela gosta de dor, e depois mais dois, nisto
ela começa a subir e descer a mão mais rápido.
Gemo baixo, segurando para ninguém
perceber o que estamos fazendo e ela começa a
suar, se contorcer e gemer. Nessa hora o pianista
começa a tocar e podemos nos soltar um pouco. Ela

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geme cada vez mais e sem chamar atenção, sobe


sua mão livre e começa a apertar o bico do próprio
peito e caralho, que visão.
Ela se contorce e sei que a está na borda. Sei
exatamente o que fazer para ela vir, dou um tapa
forte na sua boceta e soco quase a mão inteira, ela
ama dor e goza forte, estremecendo ao redor de
meus dedos. Ela solta meu pau e fica lânguida com
as pernas abertas, vestido levantado quase até a
cintura. Olho bem para ela e chupo meus dedos,
queria cair de boca e chupar ela aqui e agora,
infelizmente não tem como fazer isso agora.
Depois de calma ela olha ao redor e ninguém
está nos olhando, e voltamos a jantar normalmente,
como se nada tivesse acontecido.

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CAPÍTULO 15 – Fogo e
Gasolina

“O amor só é verdadeiro quando é louco, e


vivido em grande estilo!”

Isso só pode ser alguma visão do inferno


mesmo. Vejo na entrada do restaurante uma bunda
gostosa de costas para mim. E esse corpo
reconheceria em qualquer lugar.
É a Amanda, a minha vizinha perseguidora.
A minha noite tinha começado tão bem, mas
ela tinha que aparecer. Deve estar me seguindo, só

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pode. Se não bastasse na empresa, ela aparece até


aqui pra roubar minha concentração.
Não ouço mais nada do que Alexa diz. Só
consigo ver as mãos daquele filho da puta do John
nas costas da cachorra da Amanda. Então ela teve
mesmo a coragem de vir com o bostinha aqui?
Cachorra dos infernos.
— Scott! — Alexa me chama. — Estou
falando com você já tem um tempão. O que tanto
olha pra essa porta, hein? — pergunta.
— Não é nada. Alexa Apenas achei que tinha
visto um conhecido, mas acho que me confundi.
Foi mal. — Me desculpo.
Olho disfarçadamente para a mesa onde os
dois foram se sentar. Ela só sorri pra esse
arrombado e ele a todo o momento dá um jeito de
tocar nela. Pra piorar, a safada usa um vestido
colado no corpo, deixando à mostra todas as suas

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curvas. Essa peste só pode estar de brincadeira com


a minha cara. Dou uma olhada ao redor e vejo
vários homens babando por ela.
Alexa chama a minha atenção tocando
minha perna.
— Por que não pulamos a sobremesa e vamos
logo para o seu apartamento? — Alexa sorri
manhosa.
E neste momento é como se um balde de
água fria tivesse caído em cima de mim. Todo o
tesão de antes foi embora. Olho para Alexa e tento
focar em seu corpo, ou em tudo que ela é capaz de
fazer. Meu pau até se anima, mas não adianta,
porque fico pensando na Amanda, a maldita
chapeuzinho vermelho que vem roubando meus
sonhos. E nisso me sobe uma raiva. Não posso
deixar John ficar com ela, não sei o porquê, só sei
que não posso.

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Amanda se levanta, indo em direção ao


banheiro, e eu aproveito a deixa.
— Preciso ir ao banheiro. Depois podemos ir,
tudo bem pra você? — enrolo Alexa, me
levantando em seguida.
Não espero resposta, apenas saio em direção
ao banheiro feminino. Ele se encontra vazio, então
aproveito e tranco a porta.
Ela abre a porta de um dos sanitários e dá de
cara comigo. Vejo em seu rosto a surpresa e, logo
em seguida, a raiva.
— O que está fazendo aqui, Scott? —
pergunta ela.
— Não importa — respondo. — Então quer
dizer que teve mesmo a coragem de sair com o
panaca do John só pra me provocar? O que
pretende com isso? Dar pra ele? — debocho.
Ela fica de brava à furiosa em questão de
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segundos.
— É o que você quer saber, Scott? Sim, eu
vou dar para ele e bem gostoso. Pretendo ficar até
assada de tanto dar para o John, satisfeito? — joga
na minha cara.
— Sua cretina. Então é isso que veio fazer?
Jantar com o merdinha do John e depois dar pra
ele? Aposto que aquele marica nem sabe o que
fazer com uma vagina. — Debocho.
— Ah, Scott! Vai se dana, vai. Não sei por
que você se preocupa tanto, afinal, foi você mesmo
disse que não faço seu tipo. Que não quer nada
comigo. Então qual é o seu problema, hein? Por
que veio atrás de mim?
Eu realmente não sei o que estou fazendo,
nunca me senti atraído por mulheres negras ou
mulatas. Mas existe alguma coisa nela... Que me
atrai. Não sei explicar, é como se um imã me

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puxasse. Toda vez que a vejo, meu pau bate se


anima.
— Você tira todo meu juízo, Amanda —
explodo, não sei o que fazer, nem o que estou
fazendo. Se meu avô me visse nessa situação, iria
se envergonhar.
— Você me quer agora, mas eu perdi o
interesse. Você também nem é lá grande coisa e
estou cansada de correr atrás de você, Scott. Eu
tenho o meu orgulho e minha paciência se esgotou.
Agora, se puder sair da minha frente eu
agradeceria, tenho um jantar romântico me
esperando e uma foda garantida — diz, me
dispensando.
— Você não vai sair daqui pra ir atrás dele —
falo firme, impedindo sua saída.
— Que porra, Scott! Me deixa em paz. Tenho
certeza que não é difícil pra você achar alguém pra

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te satisfazer. Agora me deixa. — Ela me empurra,


nervosa, mas eu não movo um músculo. — Você
não acha que me humilhou muito por hoje? O que
mais você quer de mim?
— Eu sinto muito pelo que disse mais cedo
na empresa. Mas daqui você não sai. — Seguro
suas mãos, impedindo-a de me bater.
— Não só posso sair, como vou. — Me
desafia.
— Você só sai daqui se for comigo —
sacudo-a, para ver se compreende. — Você é
minha. Me pertence. Entende isso, caramba.
— Desde quando sou sua? Me manda o
memorando, porque eu não estou sabendo. — A
desgraçada tem a capacidade de ser sarcástica. —
Não sou sua cadelinha adestrada, que você vai
mandar sentar, e vou obedecer. Você não pode me
obrigar a nada, seu cretino.

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Avanço em sua direção, prendendo seu corpo


na parede. Amanda tenta se soltar, porém, isso só a
faz se esfregar mais em mim. Aperto-a mais contra
mim e esfrego meu pau nela, não perco mais tempo
e ataco sua boca num beijo feroz.
Amanda tenta lutar contra seu próprio corpo
e desejo. Só que perde a luta, correspondendo ao
beijo, me agarrando forte e arranhando minhas
costas por cima da roupa. Beijo sua boca, que tanto
senti falta. Tentei lutar contra esse desejo, mas não
consigo. Ela pode não ser o que quero ou quem eu
almejo, mas agora... Agora vou viver o momento,
onde ela é tudo que necessito.
— Vamos sair daqui, minha diaba. Não
podemos ficar aqui neste banheiro — falo entre
beijos. Amanda parece ter acordado do transe.
— Não posso — fala ofegante. — John está
me esperando, não posso fazer isso com ele.

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Solto um grunhido só de ouvir o nome


daquele desgraçado.
— Você está indo para a minha casa agora,
Amanda. Não há outra opção, você escolhendo ou
não — digo autoritário.
— Eu não posso sair assim. Eu preciso pelo
menos avisar o John... — Ela explica, já rendida em
meus braços enquanto beijo seu pescoço.
— Nada disso, nós estamos indo agora.
— Scott, seja razoável, por favor, eu vim
com ele, devo ao menos uma satisfação.
Não dou ouvidos a nada do que ela diz. Pego
sua bolsa, depois me abaixo e a pego pelas pernas,
colocando-a sobre meus ombros.
— Seu maldito, me desce agora! — A
cadelinha grita enfurecida. — Não quero mais ir a
lugar algum com você, canalha!
Abro a porta do banheiro sem nenhuma
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dificuldade e vou até os fundos do restaurante.


Como conheço dono, sei onde fica a saída dos
funcionários. Já a utilizei várias vezes.
Encontro um dos ajudantes de cozinha no
caminho. Ele me olha como se nada estranho se
passasse e pergunta. — Precisa de ajuda, senhor
Scott?
— Não. Apenas avise a moça da minha mesa
que tive que sair — peço.
— Tudo bem, senhor. — Ele se vira e sai.
Amanda grita como louca, mas ninguém dá
atenção a ela. Já me conhecem e não ousariam falar
nada. Caminho até o meu Puritalia e a jogo no
banco do carona. Ela tenta fugir, mas travo as
portas do carro. Dou a volta e entro no mesmo. Ela
me olha, ainda furiosa, e eu lhe respondo com um
sorriso sacana. Ligo o carro depressa e saio dali em
alta velocidade.

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— Você não tinha o direito de fazer isso


comigo, seu canalha filho de uma puta! —
esbraveja, batendo no meu ombro.
— Não xinga minha mãe. Ela não tem culpa
dessa sua boca suja. Na verdade, ela arrancaria meu
couro se me visse nesse momento — rebati, e ela
bufa irritada.
— Me dê minha bolsa. Preciso ligar para o
John e avisar que saí do restaurante, ele deve estar
me esperando — fico puto só de ouvi-la falar o
nome daquele idiota. Ela se preocupando com ele.
O caralho.
— Esquece aquele idiota. Aposto que ele já
deve estar a caminho de casa. — Nem fodendo que
vou deixá-la ligar pra ele.
— Entrega a minha bolsa, Scott! Você pode
avisar o seu encontro, mas eu não posso? — fingi
que não a ouvi e continuei dirigindo em direção ao

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nosso edifício.
Ela percebe e pega o meu celular, que estava
no console e faz a bendita ligação para o John. Que
cachorra de merda. Não posso nem a impedir,
porque estou dirigindo. Acelero mais, desesperado
por ela, e acabo cometendo algumas infrações de
excesso de velocidade.

Já no estacionamento, Amanda desce do


carro emburrada e me deixa para trás. Aproveito e
desligo o celular dela, além de bloquear o meu.
Nem imagino como ela soube a senha dele.
— Eu não deveria ter vindo com você, seu
cachorro. Quando eu te queria, você não dava a
mínima pra mim.
— Ah, bebê, isso não importa mais.

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— Eu deveria ter gritado mais alto, alguém


iria me ajudar. — Ela resmunga, mesmo sabendo
eu que ela me quer, só é teimosa.
— Caralho, mulher. Você não cala a boca
nunca? — reviro os olhos. — Vamos, não vejo a
hora de calar essa sua boquinha teimosa com meu
pau — faço, sabendo que isso só vai irritá-la. Vejo
Amanda engasgar de raiva. Ela pode tentar lutar,
mas nesta noite será minha, e nada nem ninguém
vai mudar isso.
Entramos no elevador e não perco tempo,
pois preciso dela. Empurro Amanda contra a parede
espelhada e aperto meu corpo contra o seu. Ela
tenta protestar, mas acaba cedendo, como sempre.
Beijo seus lábios carnudos, fazendo o que tanto tive
vontade de fazer desde que a conheci. Ela se
derrete em meus braços, passando suas mãos ao
redor da minha nuca, segurando-se para não cair.

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Suas pernas estão ao meu redor e ela se esfrega no


meu membro já ereto, gemendo junto comigo. Não
paramos de nos beijar um segundo sequer.
— Scott, isso não é certo. Você vai se
arrepender depois, como sempre faz. — Ela tenta
se afastar, desgrudando-se de mim e separando
nossos lábios.
— Para, porra. Amanda, para de falar! Só usa
essa boca para gemer e me chupar, porque de outra
forma, essa noite será inútil. — Ela resmunga um
palavrão, furiosa, mas não a libero do meu aperto.
O elevador apita, sinalizando a chegada do
terceiro andar. Falta mais quatro, para chegarmos
às coberturas. Um casal de idosos entra, sorrindo.
Amanda se solta de mim e retribui o sorriso.
Merda, ela está com uma cara de quem vai
aprontar.
— Amor, você trouxe camisinhas? —

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Pergunta com uma puta cara de inocente. Filha da


mãe. — É que da última vez você teve que gozar
fora porque não tínhamos nenhuma.
— Amanda... — repreendo-a, esperando que
ela fique quieta.
Os velhinhos nos olham torto, com uma cara
nada boa.
Amanda continua:
— Sabe, lindo? A questão é que não
podemos mais fazer sem camisinha. Esqueceu de
quando rompemos aquela vez por você me trair
com aquelas travestis e pegar sífilis? — Ela me
encara com certo escárnio no olhar. — Sigo sem
acreditar que deu a bunda enquanto comia outro.
Nem sei como o perdoei, não se faz algo assim com
quem te ama tanto. — Ela coloca a mão no peito,
fazendo drama. — Sem falar que eu corro o risco
de me contaminar. — A filha da puta diz tudo isso,

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com a maior carinha de inocente. Ela deixa até


algumas lágrimas de crocodilo escorrer. A idosa me
olha de forma acusatória, como se eu fosse a pior
pessoa do mundo, já o senhor apenas aperta o botão
do elevador várias vezes, com pressa de sair de
perto de mim. As portas se abrem e eles saem em
disparada, quase que correndo apesar da idade,
como se eu realmente tivesse alguma doença
contagiosa.
Amanda aproveita meu momento de choque e
distração para fugir do elevador. Ela sai apressada
em direção ao seu apartamento, de frente ao meu.
No entanto, me recupero rápido e corro em sua
direção, pegando-a pelos cabelos antes mesmo que
abra sua porta.
— Precisava falar aquela merda para os
nossos vizinhos?
— Seu cachorro. Você bem que mereceu e

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agora será a fofoca do prédio. — Ela ri igual uma


hiena, toda debochada e se deliciando com o que
fez.
— Sua maldita, você me paga. — Ah, mas
ela vai me pagar caro, muito caro. E eu vou adorar
vê-la pagando no meu pau. Vou deixar essa bunda
toda marcada pelos meus tapas. Ela vai ficar toda
roxa. Decido não perder mais tempo falando e a
arrasto para o meu apartamento. Destranco a porta,
empurro-a por ela e sigo atrás, apressado.
Com um pontapé, tranco-nos do lado de
dentro e logo começo a tirar minha camisa, ficando
só com as calças.
— O que você está fazendo? — Pergunta ela
com a voz falhando. Amanda pode tentar negar,
mas eu sei que mexo com ela. Não respondo sua
pergunta e me livro das calças e da cueca, ficando
totalmente nu. Vejo-a engolir a seco, encarando

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meu pau já duro. Sorrio para ela com um olhar


faminto.
— Ah, sua cachorrinha, vou mostrar pra você
quem é que manda hoje.
Ela vai para trás, até cair sentada no meu
sofá. Vejo-a se encolher, só que não adianta de
nada. Pego-a no colo, adorando sentir seu corpo
junto ao meu. Carrego-a para o meu quarto e ela
tenta se soltar ou tenta me morder a todo o
momento, mas não dou chance.
Enfim, jogo-a de qualquer jeito na cama,
trancando a porta do quarto em seguida já que sei
que se eu der mole, essa praga foge.
Amanda me olha com os olhos brilhando de
raiva. Eu me deito por cima dela, beijando sua boca
com vontade e destreza. Ela tenta lutar contra me
arranhando, e sinto minhas costas arderem. Se ela
soubesse que isso me dá ainda mais tesão.Rasgo

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seu vestido com desejo e fúria por ele estar no meu


caminho.
— Merda, Scott! Eu amava esse vestido
— reclama, me dando bofetadas em protesto.
— Pois ele é curto demais pra você. Essa
merda você não usa mais.
Ao dizer isso, atiro a peça rasgada longe e
percebo que Amanda está sem sutiã. Porra... Seus
seios são lindos, grandes, enormes. Pego em um
deles. Macios. Chupo seu mamilo e mordo-o
devagar, colocando pouca força. Amanda se
contorce e geme debaixo de mim.
— Mais, Scott, mais. — Ela geme
incontrolavelmente, esfregando as pernas ao meu
redor para tentar se aliviar.
— Fica quietinha que aqui quem manda é eu.
— Dou um tapinha leve na sua cara.
E então a beijo deliciosamente, me
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aproveitando de cada sensação. Mordo seus lábios.


Esfrego meu pau de leve em seu corpo. Desço os
beijos lentamente, mordendo seu pescoço em
seguida, arrastando os lábios por toda sua extensão
até chegar ao meu banquete. Seus seios gostosos.
Só meus! Chupo e mordo os dois lentamente,
dando atenção especial aos mamilos, que ficam
duros e pontudos. Também lambo e mordo ao redor
deles, fazendo-a implorar por mais. Mas eu não
ligo para seus pedidos, quero desfrutar desse corpo
que me pertence. Mordo-os forte, puxando,
esticando.
— Ai! Ai! Ai! Para! — Ela geme de dor.
Só que continuo fazendo isso até que ela
ultrapasse essa sensação, até que sinta o que
realmente quero.
— Meu Deus, continua. Assim. Isso. Ah! Me
dá mais, por favor.

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Conheço o corpo feminino como ninguém,


sei como pode ser manejado. A dor e o prazer são
uma poderosa mistura, simplesmente irresistível.
— Ah, sua gostosa, sei bem o que você
precisa — desço minha boca, beijando seu corpo
até chegar à sua barriguinha lisa. Mordo e aprecio
cada pedaço de pele, chupando lentamente até
chegar à sua vagina rosada e molhada.
— Amanda, você é mais linda do que eu
imaginava. Não sabe o quanto eu te quis assim,
totalmente entregue e em minha cama só pra mim...
Deslizo a língua por toda aquela umidade,
dando atenção especial ao seu clitóris. Chupando e
mordendo suavemente, faço-a gritar e se contorcer
em busca de mais. Enquanto me concentrava em
seu gosto, coloquei dois dedos em forma de gancho
em seu interior macio e molhado, delicadamente
fodendo-a assim. Ela se tremeu toda, e eu senti a

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necessidade dela diretamente no meu pau. Que


gostoso, esse sabor é maravilhoso. Continuei
fodendo-a. Se eu pudesse, ficaria a minha vida
inteira assim, degustando-a para sempre. Ela estava
suando, gemia e gritava, descontrolada. Toda
molhada, pingava na minha língua.
— Hoje, querida — comecei —, você vai
descobrir como um homem de verdade dá prazer a
uma mulher. Vai ter mais orgasmos do que
qualquer um foi capaz de te dar, e no fim da noite
estará implorando por mim dentro dessa boceta.
Ao ouvir minhas palavras sacanas e sentir os
movimentos dos meus dedos em seu interior com
mais rapidez, somado à minha boca procurando seu
clitóris, ela goza, gritando o meu nome.
— Scott!!! — ergo a cabeça e procuro seus
olhos antes de dizer:
— Este foi só o primeiro.

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Ela me olha espantada antes de voltar a


gemer de novo, já que eu recomecei o ataque em
seu corpo. Ela se contorce mais uma vez, um pouco
mais sensível depois do seu orgasmo.
— Você consegue sentir como fica molhada
pra mim? O quanto me deseja? O quanto eu te
quero? — pergunto e a fodo mais rapidamente com
meus dedos. Entrando e saindo no seu calor e
maciez, deslizando enquanto ela escorre, começa a
ondular de volta, seus músculos internos apertando
meus dedos.
Ela se contorce e goza mais uma vez.
Ficamos nisso por um longo tempo, até ela gozar
de novo e de novo, tanto nos meus dedos quanto na
minha boca.
Mais tarde, enquanto ela fica lânguida depois
do prazer, eu a viro de bruços. Sou um tanto brusco
devido ao desespero. Ainda não gozei e já estou

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perdendo o juízo.
Amarro suas mãos com uma fita de seda.
Sempre deixo essas coisas no criado-mudo. Nisso
ela se remexe inquieta e dou um tapa em sua bunda
para mantê-la parada.
Me encaixo nela e fico esfregando a cabeça
do meu pau na sua entrada. Sem penetrar, quero
que ela implore por mim primeiro.
— Scott... — Ela geme manhosa.
— O quê? — Me faço de besta. — Deseja
alguma coisa, safada?
— Vai pra puta que... — xinga, e eu dou dois
tapas fortes na sua bunda para calá-la de novo. Ela
grita, surpresa. A marca da minha mão fica
perfeitamente desenhada onde eu bati.
— Ai! — resmunga.
— Eu disse que quem manda nessa porra sou
eu. Então vou repetir: deseja alguma coisa, safada?
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— penetro minha glande e depois a retiro. Fico


fazendo isso várias vezes, com ela tentando se
soltar e me levar para dentro de si. Só que eu não
deixo, até que ela desiste de se debater.
— Pede, vai — insisto, sabendo que ela irá
me obedecer.
— Por favor, Scott... Preciso de você dentro
de mim. — Ela finalmente admite, choramingando.
— Me fode, por favor, preciso de você em mim...
Não a espero terminar a frase e a penetro de
uma vez, bem fundo, fazendo nós dois gemermos e
gritarmos de prazer ao mesmo tempo. Sua boceta é
o paraíso, quentinha, apertada, macia, molhada, e
vou fodê-la até ela não conseguir andar mais.
— Implora por socorro, minha cadela. Rebola
no meu pau, gostosa — Estoquei mais forte e
rápido enquanto a safada começou a mexer
gostoso. Ela rebola do jeito que eu gosto, deixando-

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me ainda mais enlouquecido de tesão. Enrolei seus


cabelos na minha mão e os puxei forte. Ela se
arqueou e eu a trouxe para um beijo. Odeio beijar,
principalmente no sexo, mas com Amanda... Com
Amanda eu quero tudo, preciso sentir o seu sabor
na minha boca, o seu corpo no meu, em êxtase.
Beijá-la, fodê-la, não sei o que está acontecendo, só
sei que vou aproveitar esse momento.
Soquei mais fundo nela e Amanda
choramingou no ato. Ela gemia feito a gatinha
manhosa. Estar dentro desse corpo curvilíneo é tão
gostoso!
Nós trocamos as posições muitas vezes. Fui
metendo mais forte, com agressividade, e ela gemia
cada vez mais alto. Não sei como eu estava
durando tanto tendo aquela cadela gostosa e fogosa
sob mim. Mesmo com meus beijos ela conseguia
gritar, e por mais que eu estivesse louco pelo meu

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próprio alívio, comecei a estimular seu clitóris,


querendo vê-la ter o seu orgasmo antes do meu. Ela
se derreteu, gozando no meu pau, mais uma vez...
Amanda se contorce, goza e então fica
exausta, completamente imóvel na cama. Eu não a
espero se recuperar e a faço se virar de bruços.
— Abre esse cuzinho pra eu fodê-lo. — Ela
nem sequer pestanejou e ficou numa posição mais
confortável para me dar acesso ao que eu queria.
Abriu as nádegas obedientemente, me mostrando
seu buraquinho.
Caralho, a safada é gostosa, perfeita pra mim
e gosta de sexo bruto e sujo. Pego um lubrificante
no criado-mudo ao lado da cama. Passo-o em seu
rabo e por toda a extensão do meu pau. A seguir,
penetro-a com um, dois, três dedos, até deslizar e
entrar. Fica mais fácil quando ela começa a
empurrar a bunda em minha direção.

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Posiciono Amanda de quatro e me ajeito


atrás. Vou penetrando-a lentamente até estar
completamente enterrado nela. Ouço-a reclamar da
dor. Sei que tenho um pau de respeito, grande e
grosso, por isso fico esperando-a se acostumar e
acaricio seu clitóris para fazê-la relaxar. Espero um
pouco e começo a meter devagar, sentindo que está
cada vez mais fácil, até que ela começa a gemer de
prazer novamente, e a rebolar.
— Ah... isso. Assim, Scott. Mais rápido, me
fode.
— Você é a minha putinha safada, só minha!
Essa boceta é minha, esse cuzinho é meu, esse
corpo foi feito pra mim! Você me pertence,
caralho. Sempre que eu quiser, você vai me dar.
Vai gozar gostoso no meu cacete. Correspondendo
a tudo o que eu digo e faço, ela fica rebolando
loucamente, bem safada, e falando putaria.

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— Me come, Scott! Me fode mais forte, me


fode! Fode, sua puta, preciso gozar.
Senti-a perto de mais um orgasmo e parei de
estocar. Não quero a quero gozando ainda. Ela
choraminga desesperada.
— Fala, cachorra, quem é o seu dono? —
Amanda começou a se contorcer, a se apertar toda e
a se contrair ao meu redor, ofegante.
— Ninguém... Ninguém é o meu dono! —
grita.
— Resposta errada! — rebato. Inclino-me
para a gaveta do criado-mudo novamente, ainda
dentro dela, e pego outro dos meus artigos para
esses momentos. É um chicote, e o estalo duas
vezes em sua pele macia. Ela grita, assustada e com
dor. Mas, exatamente como eu queria, sinto sua
vagina escorrer em excitação, ficando ainda mais
molhada. Passo meus dedos da mão livre por ela,

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louco de tesão. A vadia gosta disso.


— Ele te come melhor? — pergunto.
— Quem? — indaga desesperada.
— O merda do teu amiguinho bombado que
vem sempre aqui no prédio — dou mais umas três
chicotadas nela, fazendo-a gritar e implorar por
mais pelo meu membro. É puta mesmo, a minha
puta, perfeita pra mim.
— Não, ninguém nunca me comeu como
você antes — sussurra e fico satisfeito.
Penetro-a com força e aperto sua garganta
com a mão, sufocando-a na medida certa. Ela se
contorce e grita desesperada. Não ligo e a aperto
mais e mais. Quando ela estava quase desmaiando
pela falta de ar, solto-a e depois começo tudo de
novo. A fodo brutalmente. Até que a deixo gozar,
ela se contorce, soluçando e finalmente desmaia.
Eu continuo metendo e desta vez gozo bem gostoso
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no seu cuzinho apertado. Fico deitado e ela


continua desacordada. Desamarro-a e a limpo com
cuidado, já que estava toda lambuzada por mim.
Depois de alguns minutos, Amanda acorda, um
tanto assustada e perdida.
— O que aconteceu? — pergunta com medo.
— Você desmaiou, chapeuzinho — respondi
com escárnio.
— Mas por quê? Nunca tinha sentido isso
antes. Nunca foi assim — confessa com receio.
— Fica quietinha. Não pergunte, apenas
aproveite — puxei-a para mim e voltei a transar
com ela a noite inteira em diversas posições, de
várias maneiras, enchendo-a com a minha porra até
apagarmos pela exaustão.

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Acordo de manhã toda dolorida, parece que


um caminhão passou por cima de mim, contudo
não posso negar que a noite foi incrível, nunca
gozei tanto na vida, não sei dizer, parece que ele
me tocou de uma maneira diferente, onde ninguém
tinha conseguido tocar. Olho para o outro lado da
cama, que está vazia, fria, olho o redor e não acho
Scott.
Ouço o barulho do chuveiro ligado e logo
imagino nós dois nós nos entregando de baixo do
chuveiro. Levanto com pouco de dificuldade, na
verdade, faço um esforço gigantesco para levantar.
Está doendo tudo. Olho minhas partes íntimas,
estão inchadas e vermelhas. Olho para o espelho
em frente à cama, meu corpo está todo marcado,

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parece que levei uma surra; meu pescoço está com


marcas de mãos, parecendo que fui sufocada, e fui,
mas no bom sentido, claro.
Ao invés de ficar com raiva, sinto uma
tremenda satisfação, caminho até o banheiro
abrindo a porta com cuidado para não chamar
atenção dele, só que nada me preparou para o que
vi. Scott esfregando com força na água pelando,
fervendo quase, vermelho, todo arranhado da
bucha, me desespero com sua voz rouca dizendo.
Que merda eu fiz, como pude fazer isso, me
sujar desse jeito, me contaminar assim, que nojo,
que nojo. No final, fica repetindo as palavras nojo
várias e várias vezes.
Não consigo entender o que está
acontecendo.
— Scott, o que aconteceu? O que houve com
você? — Pergunto assustada, me aproximando

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dele, o tocando.
— Sai daqui, não toque em mim, tenho nojo
de você, negra imunda, que nojo, como pude tocar
em alguém como você? Some daqui, inferno! Que
merda eu fui fazer nojo, nojo, nojo!!
É como se um buraco se formasse ao meu
redor, nunca pude imaginar uma coisa assim. Fico
sem reação até que ele agarra meu braço e me
arrastando nua até a porta, sem qualquer cuidado.
Bato, em vários lugares, pelo caminho. Ele me joga
no corredor como se eu fosse lixo e me olha com
desprezo batendo a porta na minha cara.

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CAPÍTULO 16 – Saudade
e Estratégia

“O amor calcula as horas por meses, e os


dias por anos; e cada pequena ausência é uma
eternidade.”

Acordo sozinha, a cama está fria e ele não


está aqui, é muito difícil ter que admitir, mas
acostumei-me com a presença de Arturo.
Ontem eu fiquei tensa com a possibilidade de
ele ter uma amante e isso estragar meus planos,
acabar com tudo de uma forma que não posso

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deixar, merda, a quem eu quero enganar? Não


foram os meus planos que me preocuparam naquele
momento, foi o medo do Arturo deixar de amar-me
e interessar-se por outra mulher, droga, não posso
estar me deixando levar desta forma, não posso.
Levanto-me e trato de esquecer esses
pensamentos, pelo menos por hora. Tomo um belo
de um banho relaxante de banheira e fico
divagando, não consigo deixar de pensar em
Carolina... Arturo disse que estava tomando as
devidas providências, ela já está presa, só que sei
que o pai dela vai dar um jeito de soltá-la, pois ele é
um homem muito influente, um dos mais ricos e
importantes do país, não vai deixar a filha muito
tempo na cadeia, tenho que pensar numa maneira
de acabar com ela. Fico pensando em várias
possibilidades.
Depois de pronta desço as escadas, preciso de

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ar, sair desta casa e também dar um jeito de


aproximar-me de alguma forma da Alice, não sei
como usar as informações que Michael conseguiu,
ainda estou em dúvida, olho o celular e vejo uma
mensagem do Arturo:

"Bom dia, meu amor, espero que tenha


acordado bem, já estou morto de saudades de você,
não vejo a hora de voltar para casa."

Sorrio imaginando-o dizendo isso para mim.


Droga, pare de sorrir feito idiota Verônica, foca no
que tem que fazer e esquece-o! Decido tomar meu
café da manhã e aproveito que Arturo não está em
casa e dou uma olhada em seu escritório, sei que
pode não ter nada lá, mas não vou perder essa
oportunidade.
Encontro uma empregada colocando a mesa,
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ainda não decorei o nome de todas, esta casa é


muito grande e tem muitos empregados, na
verdade, acho isso um desperdício.
Sento-me à mesa me sentindo solitária. Tomo
meu café no mais absoluto silêncio e isso sufoca-
me, esta casa parece um mausoléu, sem vida... Se
ao menos minha filha... Não, pare de pensar nisso,
isto não é um conto de fadas onde no final a fera
vira um príncipe, Arturo está muito longe de ser um
príncipe, lembre-se que ele é um monstro.
A campainha toca tirando-me desses
devaneios, a empregada corre para atender e fico
calada pensando em quem chegou numa hora
destas.
Guilherme entra acompanhado da
empregada.
— Guilherme, estou surpresa de vê-lo aqui.
— O cumprimento.

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— Verônica, espero não estar a atrapalhando,


interrompendo seu café da manhã. — Ele se
desculpa com uma carinha fofa e por um momento
sinto mal por o joga no meio disto tudo, mas logo
isso passa e não sinto mais nada.
— Claro que não, sabe que é sempre bem-
vindo em nossa casa, ainda mais depois de ter-me
ajudado tanto.
— Você faz parte da família, nada mais justo
do que ajudar no que posso — sorri para mim e fico
constrangida com a forma que ele me olha,
Guilherme está vestido com roupa de corrida, o que
é estranho para ele, nunca o vi vestido assim,
sempre o vejo em seu terno impecável ou de jaleco
no hospital.
— Arturo foi viajar, resolver alguns
problemas da Cartier.
— Eu sei, não foi para falar com Arturo que

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vim aqui, na verdade eu acabei encontrando-me


com Amanda no mercado de Levenshulme e ela
acabou confidenciando-me que você estava aqui
sozinha e ainda muito abatida com a perda do bebê,
vim ver se você precisava de alguma coisa — fala
solícito.
— Obrigada, Guilherme, eu ainda sinto a
perda, mas vou superar, está sendo difícil só que eu
sempre fui forte e já enfrentei coisas terríveis e não
será isso que irá me derrubar — afirmo convicta.
— Tenho orgulho de você, Verônica, é uma
mulher incrível e meu irmão tem muita sorte de ter-
te. — Ele fala com um olhar perdido.
— Obrigada, Guilherme, sei que sua mãe e
irmã não gostam de mim e eu fico feliz em saber
que ao menos você e seu pai me aceitam — Agora
me fale o que faz vestido com essa roupa, nunca te
vi assim.

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Ele sorri de lado tirando o cabelo do rosto,


realmente Guilherme não se parece com Arturo,
não que ele não seja bonito, só que são belezas
diferentes, Arturo tem uma beleza mais máscula,
intimidadora e ao mesmo tempo sexy, já Guilherme
é mais fofo, romântico, dá para perceber que se
entrega de corpo e alma a uma relação, a uma
paixão, é o homem que toda mulher pede.
— Na verdade, eu vim te convidar para uma
corrida no Hyde Park, esta época do ano aqui em
Londres fica lindo para correr e passear por lá —
fala empolgado.
— Não sei se estou muito no clima de
passeio — resmungo.
— Eu sei, mas eu também estou precisando
de companhia, minha vida está um inferno e nada
melhor do que a cunhada mais linda do mundo para
me acompanhar — faz uma carinha de cachorro

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sem dono.
— Tudo bem, você convenceu-me, vou subir
e trocar-me, cinco minutinhos e já volto — corro
para cima.

A manhã foi realmente melhor do que


esperava, Guilherme e eu aproveitamos o sol
correndo no parque, quer dizer ele correu e eu
tentei acompanhar e depois tomamos um sorvete.
Eu realmente não esperava que Guilherme fosse tão
boa companhia, mas já no final da manhã alguns
paparazzi nos encontraram e aí foi um inferno,
todos loucos querendo uma nota para as suas
revistas sobre o fim do noivado de Guilherme.
Confesso que fiquei sentindo-me mal por saber que
toda esta confusão é culpa minha, todo este inferno
que ele está vivendo, nem mesmo está conseguindo
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trabalhar, pois a entrada do hospital está interditada


cheia de repórteres, pelo visto este foi o escândalo
do ano.
Em casa tomo um banho relaxante,
Guilherme já foi, mas não sem antes convidar-me
para um jantar de gala na sua casa, pelo visto dona
Inês quer fingir que nada aconteceu e como sei que
os jantares da família Cartier nunca são apenas um
jantar, vou aproveitar essa oportunidade para
colocar mais uma parte do meu plano em ação.
Entro no escritório de Arturo e logo sinto o cheiro
característico dele por todo o lugar. A mesa de
madeira maciça, e toda a grandeza deste escritório
me lembra ele, balanço minha cabeça espantando
esses pensamentos. Abro a primeira gaveta da sua
mesa e vejo vários papéis, vou lendo um por um,
mas nada que possa usar, não desisto e vou
vasculhando gaveta por gaveta até encontrar a
última trancada. Droga, onde pode estar a chave
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dessa? Procuro por todo escritório e nada, nem


sinal de onde possa estar essa chave. Decido por
hora deixar isso para depois e vou atrás da minha
próxima arma, só ela poderá ajudar-me a
desmascarar o próximo Cartier da minha lista.

Minhas pernas estão matando-me e o senhor


Rodolfo não me dá um descanso, todas estas mesas
para apenas uma garçonete é demais. Sirvo mais
um copo de café à mesa vinte e vou até á treze onde
uma criança fez o favor de jogar todo seu milk-
shake na mesa toda. Corro para pegar um pano para
limpar toda a bagunça enquanto a mãe fica no
telefone sem nem se importar com o filho, o

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pobrezinho abre o berreiro ao ver que todo o seu


milk-shake foi derramado.
— Calma, rapazinho, prometo que se ficar
quietinho eu trago outro para você.
Ele para de chorar na hora, me deixando
terminar de limpar a mesa.
Uma hora depois ainda estou em pé
atendendo as mesas, tem uns engraçadinhos que
ficam dando em cima de mim, idiotas nojentos,
minha vontade é de jogar esses hambúrgueres na
cabeça deles.
— Alice, quer que eu atenda aquela mesa? —
pergunta Juan. Juan é mais do que um cozinheiro
aqui, ele se tornou meu amigo desde que entrei para
essa lanchonete, o trabalho é puxado demais aqui,
só que preciso juntar dinheiro para pagar meus
materiais, minhas coisas da faculdade, ajudar a
manter-me e ajudar meus pais.

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— Obrigada, não precisa, eu vou atender só


mais aquela moça que entrou e já vou trocar-me
para pegar o ônibus pra faculdade — lhe agradeço.
— Alice, você é muito esforçada, irá chegar
longe, tenho certeza — sorri para mim.
— Obrigada, Juan, tudo que mais quero é
ajudar a minha família, não aguento ver meu pai
nessa vida de viagem em viagem pra nos sustentar,
gostaria que ele pudesse ficar mais tempo com a
minha mãe e poder fazê-la parar de trabalhar, esse é
o meu sonho.
— Alice, Alice a mesa dois, acorda, garota,
senão te demito! — grita o senhor Rodolfo.
Caminho com um sorriso no rosto, isso é de
praxe, os clientes não têm culpa do mau humor do
senhor Rodolfo.
— Boa tarde, seja bem-vinda, em que posso
ajudar? — olho para a mulher bonita à minha
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frente, ela poderia facilmente ser modelo, suas


roupas de grifes e sapatos de marca.
— Eu gostaria de um cappuccino, por favor
— percebo que sua voz está rouca e seus olhos
vermelhos, ela está tão triste que me deixa
incomodada, minha mãe sempre disse que meu
defeito é querer ajudar todo mundo.
Volto para a sua mesa com o cappuccino e
não consigo evitar de perguntar.
— Senhora, está sentindo-se bem? — Ela
olha para mim e seus olhos são lindos, porém frios
e sem vida, só há dor neles.
— Eu não estou bem, na verdade preciso de
alguém para desabafar — suspira triste.
— Se a senhora quiser, podemos ir à pracinha
em frente conversar um pouco, quem sabe posso
ajudá-la, já está quase no meu horário de ir embora.
— Ela sorri para mim.
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— Sério mesmo? Obrigada, eu adoraria


conversar um pouco — sorri agradecida.
Agora estamos nós duas sentadas aqui na
pracinha em frente ao meu trabalho, olho para ela e
é estranho uma mulher como ela num bairro de
periferia como esse.
— Você não é daqui, né? — Pergunto.
— Não, estava dirigindo tão distraída que não
vi onde parei até chegar aqui.
— Bem, a senhora realmente não se parece
com nenhuma moradora do bairro — falo.
— Por favor, Alice, não me chame de
senhora, me chame de Verônica que assim não me
sinto tão velha. — Ela brinca.
— Me desculpe, sen... Verônica, mas como
você sabe meu nome? — questiono intrigada.
— Eu vi quando estávamos no restaurante, no
seu crachá — responde e fico sem graça.
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— Por que a senhora estava chorando?


— Recentemente eu sofri uma perda muito
grande e ainda não consegui superar, a dor está me
consumindo aos poucos.
— Eu sei que deve ser difícil, na verdade eu
nunca vivi algo assim, nunca senti, mas eu imagino
que deve estar doendo muito — tento consolar, mas
não sei como.
— Sim, não dá para imaginar sem ter passado
por isso, eu ia ter uma menina, estava grávida, mas
nem sabia disso — começa a chorar. — Eu iria
amá-la tanto, não imagina o quanto, mas a perdi.
— Verônica, posso te da um abraço? Gostei
muito de você. — Ela me olha espantada, acho que
não esperava este gesto de carinho vindo de uma
estranha.
— Eu gostaria muito. — Ela fala meio sem
jeito. Abraço esta mulher e sinto toda a sua tristeza,
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sua dor e sua mágoa. Sei que ela sofre, mas sinto
que sua dor não é apenas a perda da sua filha, tenho
um pressentimento de que é algo bem mais
profundo.
— Sempre que precisar conversar com
alguém já sabe onde trabalho, eu posso ser um
ombro amigo e também sei que nada irá trazer a
sua bebê de volta, mas lembre-se que ela não
gostaria de ver você assim triste, chorando. Viva o
quê ela não pode viver, seja feliz como ela não
pode ser — vejo que as minhas palavras mexem
com ela.
— Obrigada, Alice, você é um verdadeiro
anjo e não merece o que... quer dizer, não merece
trabalhar em um lugar como este, você parece
cansada... Há quanto tempo está em pé? — Ela
pergunta e por um momento achei que ela fosse
falar outra coisa.

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— Obrigada, Verônica, mas na verdade eu


até gosto do meu trabalho, porém infelizmente o
salário não é lá grande coisa, não consigo ajudar
melhor os meus pais em casa.
— Alice, tive uma ideia, uma forma de
agradecimento por ter sido tão boa comigo. — Ela
fala com os olhos brilhando. — Você poderia
trabalhar num jantar que terá na casa da minha
sogra, ela paga muito bem, ela está contratando
algumas garçonetes, o pagamento provavelmente é
mais do que ganha aqui em um mês e ainda pode
chamar a sua mãe para ajudar que eu arrumaria
uma vaga para as duas.
— Nossa, Verônica, sério isso? Seria muito
bom, um dinheiro extra sempre é bem-vindo e
mamãe vai ficar em êxtase — sorrio só de
imaginar.
— Claro, querida, tudo que puder fazer para

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te ajudar, pode conta comigo que agora nós duas


somos amigas.
Sorrio para ela empolgada com a ideia, isso
iria nos ajudar.
— Qualquer ajuda é bem-vinda — respondo
feliz.
— Então estamos combinadas, me passe seu
telefone e vamos falando-nos para eu passar todas
as informações para você.
— Claro, Verônica, anota meu número —
passo meu telefone para ela.
— Adorei te conhecer, mas infelizmente está
ficando tarde e ainda preciso ligar para o meu
marido, ele está viajando e já estou com saudades
dele — fala com um sorriso, mas seus olhos
escondem algo. Despedimo-nos e fico muito feliz
por ter conhecido Verônica, ela parece ser uma boa
pessoa que apenas está sofrendo.
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Caminho em direção ao ponto de ônibus


feliz, este jantar vai ajudar muito a minha família.

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CAPÍTULO 17 –
Desmascarando o jogador

“Sou incontrolável, invencível. Eu ganho


todos os jogos, sou tão poderosa. Não preciso de
baterias para jogar, sou tão confiante, e
incontrolável.”

Conhecer Alice realmente me surpreendeu


muito. E ela não é como eu esperava, não sei por
que, mas pensei que ela fosse uma cópia perfeita da
Paloma e não uma moça tão gentil e trabalhadora.
Isso me fez ver que posso machucar pessoas

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inocentes no meio dessa vingança. As palavras dela


tocaram-me de uma forma tão intensa. É como se
diminuísse a minha dor e abrisse um pouco dos
meus olhos. Não é fácil falar da perda da minha
filha, mas com ela saiu tudo facilmente, de uma
maneira que me trouxe alívio. Chega, Verônica,
não pensa nisso que você não pode mais voltar
atrás, você já foi longe demais para desistir agora.
O telefone toca tirando-me desses
pensamentos.
— Oi, amor, estive preocupado com você. —
É o Arturo.
— Oi, Arturo, por que estava preocupado
comigo? Estou bem.
— Fiquei sabendo que passou a tarde toda no
subúrbio. Quase fiquei louco sem saber se você
estava realmente bem, como você foi parar lá? —
fala me irritando, como essa mania de me controlar.

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— Eu deveria saber que a cada passo que dou


seus cães de guarda te contarão tudo. Arturo, eu
não aguento isso, é como se eu fosse uma
prisioneira dentro da minha própria pele, tudo que
preciso neste momento é sossego e não de
cobrança. — Minha rainha, não fique brava, você
tem que entender que não posso deixar você sair
sem segurança, é para o seu próprio bem. Nós já
conversamos sobre isso, o quanto é perigoso você
andando desacompanhada pelas ruas. O que foi
fazer num lugar daqueles?
— Achei que tivéssemos superado essa coisa
da confiança, mas pelo visto... — desisto dele, não
dá para falar sobre isso.
— Eu confio em você, Verônica, não diga
bobagens, estou apenas preocupado com você, você
é o meu bem mais precioso. — Não sei por que,
mas sinto-me aquecer com isso.

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— Tudo bem, Arturo, me desculpe, não irei


falar mais assim. Eu estava tão distraída que
quando dei por mim já estava longe, parei em uma
lanchonete para tomar um café e fiquei
conversando com uma atendente muito simpática,
nada mais. Não precisava ficar preocupado, resolva
os problemas com as famílias dos mineiros mortos
e volte logo pra casa, meu amor.
— Tudo bem, minha rainha, estou louco de
saudade de você e estou correndo o mais rápido
possível para terminar estas negociações e voltar
para casa. Quero vê-la nua na ilha, sendo banhada
pelo sol comigo ao seu lado — diz com a voz rouca
de desejo.
— Eu também sinto sua falta, volte logo, por
favor...

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Encolho-me nua no chão, chorando, sem


saber o que fazer. Poucas vezes sofri racismo ou fui
vítima de tanto ódio assim. Minha mãe era negra e
meu pai branco, de uma família tradicional e só de
pessoas "puras". A família dele era rica e nobre,
quando souberam da minha mãe o fizeram escolher
entre a riqueza e a sua família. Ele escolheu a
mamãe e nunca se arrependeu disso. Vivemos
humildemente, não éramos pobres, porém, também
não éramos ricos. Mamãe, algumas vezes sofria por
sua cor, mas papai sempre a defendeu e eles me
ensinaram a sempre me orgulhar de quem sou,
minha ascendência.
Estou sem bolsa, sem chaves, telefone, nada,
vou até o elevador e perto tem um interfone, ligo

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para a recepção pedindo ao porteiro para ele trazer


uma chave reserva e se possível um casaco. Fico
encolhida sentada perto da porta do meu
apartamento até ouvir o barulho do elevador. O
porteiro ruivinho é quem aparece, ele traz um
casaco, aproxima-se com pena de mim, olha
levemente meu estado e coloca o casaco ao meu
redor.
Ele quando me viu toda marcada, nua,
chorando no corredor pensou que fui violentada.
Por mais que Scott merecesse passar uma
noite na cadeia, não teria coragem de fazer algo
assim. O porteiro me ajudou e conseguiu uma
chave reserva, entrei no meu apartamento.
Pensei em ligar para Verônica, mas não seria
justo, logo agora que ela está tão abalada. Ligo para
a única pessoa que pode ajudar-me no momento,
Michael. Minhas mãos estão trêmulas, estou tão

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arrasada com o que ele fez.


— Oi, Mandy, estou muito ocupado no
momento agora não vai dar para ir aí.
— Michael, preciso de você — digo
chorando, nem mesmo eu me reconheço.
— Onde você está? O que aconteceu? —
Pergunta preocupado, pois nunca me viu chorar
desde Vitório. — Estou no meu apartamento, por
favor, Michael, venha logo.
— Já estou indo, linda, fique calma que já
estou chegando. — Em menos de vinte minutos
Michael entra no meu apartamento.
— O que aconteceu, Mandy? Por que está
chorando desse jeito? Foi Vitório? Ele te
encontrou.
— Michael, não foi Vitório. Desde que eu o
vi no restaurante não tive mais notícias.
— Então o que foi, gatinha? — aproxima e
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me abraça. — Você sempre foi tão forte, porque


está assim?
— Eu... eu não sei por onde começar.
— Comece do começo, gatinha — fala. —
Sou eu que estou aqui, sabe que não irei te julgar.
— Eu... eu bem, eu transei com Scott!
— Mas isso é motivo para todo esse choro?
O idiota não soube usar o pau?
— Não, não, Michael não foi isso, na verdade
foi incrível. Eu não sei explicar como me senti,
estou muito confusa.
— Então, por que está assim?
— Foi depois. Quando eu o acordei não
estava na cama, ouvi o barulho do chuveiro, fui até
ele e quando cheguei ao banheiro ele estava se
esfregando com tanta força. Não entendi nada,
achei que ele estava passando mal ou algo assim,
mas quando fui falar com ele... Você precisava ver
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o que eu vi em seus olhos, foi nojo, repúdio. Ele


gritou como um louco, falou que tinha nojo de mim
e me expulsou do seu apartamento.
Eu nunca passei por uma coisa destas, nunca
aconteceu comigo, nunca fui escorraçada. Scott me
arrastou e me jogou no corredor do prédio, nua só
que a minha bolsa e minhas chaves estavam no
apartamento dele, o porteiro teve que me ajudar.
— Maldito! Eu vou acabar com ele! Como
ele teve coragem de fazer isso? Justo com você,
isto não vai ficar assim. Amanda, fique longe desse
homem, não importa o que Verônica pediu, ouça o
que digo, eu vou dar um jeito de mostrar pra ele
que não pode brincar com você.
— Michael, eu sou adulta, sei muito bem o
que estou fazendo, isto não vai ficar barato. Eu já
tenho um plano.
— Linda, não fique assim, você é melhor que

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isso e deixe isso comigo. Na verdade, não te vejo


assim desde que o verme do Vitório te trocou pela
Suzane. Aqueles dois se merecem.
— Você ainda gosta dela?
— Claro que não. Como posso amar uma
mulher que me trocou por um cheque em branco?
Ainda tenho as marcas da traição dela.
— Infelizmente não podemos mandar no
coração, Michael.
Eu e Michael deitados na minha cama, ele
prometeu-me que não me deixaria após eu dormir e
assim ele fez.

Guilherme me ligou avisando que está vindo


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me buscar. Quero só ver a cara da Inês quando me


ver em sua festa já que ela fez não me convidou, só
que Guilherme acabou falando sobre a festa quando
fazíamos uma de nossas caminhadas rotineiras e
hoje irei com ele. Arturo ainda não voltou e pelo
visto não está sendo tão fácil resolver os problemas
da mina.
Me olho no espelho e estou linda, sensual
com o vestido amarelo, sorrio por fora, mas por
dentro só fico pensando em Alice, se estou fazendo
o certo. Será que não estou indo longe demais? Não
posso mais voltar atrás, não há mais saída.
— Senhora, o senhor Guilherme a aguarda na
sala — diz a empregada entrando no quarto.
— Diz que já estou indo, vou só pegar minha
bolsa. — Ela acena e se retira.
Desço e encontro Guilherme na sala
concentrado em alguma coisa no seu telefone,

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parece chateado.
— O que houve, Guilherme? — tento
conversar com ele.
— Desculpe, Verônica, nem vi você
chegando, estava apenas vendo outra dessas
reportagens idiotas sobre o trouxa do ano — sinto
minha boca ficar amarga, pois a culpada sou eu.
— Não fique pensando nisso, bola para
frente. — Como se isso fosse realmente fácil.
— Vamos? Estou ansiosa por esse jantar.
— Ainda não acredito que mamãe perdeu seu
convite. Não é uma grande festa, alguns amigos
íntimos, mas você e da família. — Diz
inconformado.
— Tudo bem, o importante é que vou com
você. — Sua querida mãe não perdeu nada, penso.
— Claro, Verônica, lembra que eu disse que
poderia contar comigo sempre que precisar? —
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digo a verdade.
O resto do caminho foi feito em silêncio.
Chegamos e olho aqueles carros todos enfileirados
e fico pensando, se isso é apenas uma reunião para
os íntimos, imagine uma festa digna de Inês
Cartier. Entramos e logo vejo toda a decoração,
talheres de prata, mesas com toalhas de seda pura, a
casa toda coberta de flores. Olho mais a frente e lá
estão eles, Inês e Santiago Cartier, meus sogros,
como sempre ostentando seus melhores sorrisos e
tentando passar aos seus amigos da alta sociedade a
impressão de que são uma família perfeita.
Sorrio pensando que logo o espetáculo irá
começar e eu estarei aqui assistindo de camarote.
— Venha, vamos cumprimentar meus pais.
— Guilherme me puxa.
— Claro, me leve até os dois — ironizo, já
que ele está me arrastando.

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— Boa noite pai, mãe. — Ele cumprimenta e


recebe abraços deles.
— Verônica — diz meu sogro. — Fico feliz
que tenha nos presenteado com sua presença,
Arturo está viajando, mas você será sempre bem-
vinda.
— Obrigada, meu sogro, sinto-me bem
melhor e Guilherme insistiu tanto para eu vir —
sorrio-lhes cínica. Minha sogra que até então não
tinha aberto a boca, decide destilar todo seu
veneno.
— Não acho prudente da sua parte sair sem
meu filho, aposto que meu filho não sabe que veio
com Guilherme. Arturo ficará furioso quando
descobrir.
— Não se preocupe, minha sogra. Arturo foi
um dos que me incentivou a vir, na verdade me fez
prometer que iria sair e relaxar um pouco e nada

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melhor do que estar com a família, não? —


pergunto irônica.
Guilherme me leva para uma mesa onde tem
alguns amigos dele. Mas agora sentada aqui não
tiro meus olhos de Inês. Ela está linda, seu vestido
é um Versalhes original e o meu sogro está
conversando com alguns empresários. Olho por
todos os lados procurando Alice, mas não a vejo e
nem sua mãe, eu sei que elas estão aqui, vieram
junto com o buffet. Tomo uma taça de champagne,
a ansiedade está tomando conta de mim.
— Não acredito que teve a cara de pau de vir
na minha casa depois do que fez comigo — diz
Paloma chegando com toda a sua pose.
— Ora, ora, cunhadinha. Preciso do nome do
seu cirurgião, ele realmente fez milagre, achei que
não conseguiria consertar o estrago que Amanda
fez — debocho.

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— Sua maldita, você não é bem-vinda aqui


— cospe ofensas.
— Queridinha, acho bom você sair da minha
frente antes que tenha que dar um jeito nessa
carinha de puta que você tem, pode ter certeza que
da próxima vez nem cirurgia plástica dará jeito.
— Paloma, pare com isso, está todo o mundo
olhando. Verônica é da família— diz Guilherme
repreendendo-a. Ela me olha com ódio, que por um
momento acho que vai responder, mas não fala
nada.
Fico olhando ao redor esperando Alice e
Claire aparecer, mas não as vejo, Inês e Santiago
estão conversando entre si. Vejo os dois indo até o
centro do salão onde vão dançar uma valsa, nada
mais perfeito que isso, tem que ser agora, precisa
ser agora.
— Verônica, vou até a biblioteca com o

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Thales, importa-se de ficar sozinha de novo por um


momento? — pergunta Guilherme.
— Claro que não, Guilherme, fique à
vontade. — Um garçom passa com uma bandeja,
pego outra taça de Champagne.
— Por favor, pode avisar a Alice, uma
garçonete do buffet, que a amiga dela, Verônica,
está procurando-a?
— Claro, senhora.
— Pede para ela trazer a mãe dela também.
Fico atenta só esperando o espetáculo
começar, de longe vejo Alice e Claire chegando,
para muitos elas são invisíveis, mas para mim não.
Claire, a mãe de Alice é a primeira a olhar para
Santiago como se não estivesse acreditando no que
seus olhos veem, logo atrás vem Alice que fica em
choque sem reação, apenas pisca os olhos
arregalados.
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— Santiago, o que você está fazendo aqui?


— pergunta chocada. Nesse exato momento meu
sogro trava os olhos em Claire na sua frente. Ela
pode estar vestida como uma garçonete, mas isso
não a deixa menos bonita. Santiago não responde e
engole seco. Inês se aproxima de Claire.
— Querida, se não sabe como servir uma
mesa, faça o favor de se retirar, não atrapalhe a
minha valsa ou serei obrigada a reclamar para o seu
chefe — fala de nariz em pé.
Alice parece acordar do transe e aproxima-se
da mãe.
— Papai, o que está acontecendo? Por que
está aqui vestido assim?
Logo todos os convidados parecem se dar
conta do que está acontecendo e param para ver a
cena. — Você deve estar confundindo-me com
outra pessoa, mocinha — tenta escapar. Claire

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começa a derramar uma lágrima.


— Você está me traindo? O que está fazendo
aqui?
— Meça suas palavras para falar com o meu
marido, sua empregadinha oferecida, ponha-se no
seu lugar. — Inês fica furiosa.
— Seu marido? Não, isso não pode estar
acontecendo — olha com os olhos arregalados. —
Você esteve me enganando todo este tempo,
Santiago?
— Se você não se retirar agora, serei
obrigada a chamar os seguranças. — Inês só falta
cuspir fogo pelos olhos.
Vejo nos olhos do meu sogro uma coisa que
nunca imaginei ver ali, dor, ele está sofrendo em
ver as duas assim, ele realmente às ama.
— Papai, o que está acontecendo? Por favor,
fala alguma coisa. — Alice implora, confusa, seus
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olhos mostram dor.


— Sinto muito, mas eu não conheço
nenhuma de vocês, devem estar me confundindo
com outra pessoa—fala com sua voz quase não
saindo.
— Seu desgraçado, filho da puta. Você não
me conhece? Por mais de vinte anos fui casada com
você!! — grita Claire aos prantos. — Então era
para isso suas viagens? Dizia que não tinha
dinheiro nem para pagar a escola da Alice, mas
olha para você esbanjando riqueza. Diga, todo este
tempo você teve uma vida dupla, duas famílias?
Como você pôde ser capaz de tudo isso? — Alice
abraça a mãe. Gostaria de ir ajudar as duas, mas é
como se meus pés estivessem pregados no chão.
— Vamos, mamãe, não temos mais nada que
fazer aqui, vamos, por favor. — Alice abraça
Claire, só que antes Claire olha nos olhos de

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Santiago e grita: — Nunca. Nunca, escute bem.


Nunca irei te perdoar! Fique com sua verdadeira
família, vocês se merecem! — grita alto para todos
ouvirem.
Olho para Inês, ela que deve estar se sentindo
humilhada. Todos da alta sociedade vendo o
escândalo, olhando a tão perfeita família Cartier.
Por um momento nossos olhares encontram-se e
não consigo esconder a satisfação que sinto ao vê-
la assim.
— Senhoras e senhores, isto tudo não passa
de um mal-entendido, espero que não levem em
consideração nada do que essa senhora disse, está
na cara que ela está perturbada — sorri tentando
disfarçar, mas pela cara dos convidados ninguém
acreditou.
Meus olhos seguem Alice que chora junto à
mãe até à saída, Inês acena para os seguranças,

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preciso intervir, já fiz mal demais a essas duas.


Levanto-me e caminho rapidamente até à
saída, preciso tirá-las daqui, só eu sei o que eles são
capazes de fazer. Acabo esbarrando em Guilherme.
— O que houve, Verônica? Por que essa
correria?
— Me Ajude, por favor, não diga nada,
apenas ajude-me — arrasto Guilherme até o pátio,
vejo Alice tentando acalmar a mãe, que
aparentemente passa mal. — Guilherme, por favor,
ajude-as, elas são minhas amigas.
— O que está acontecendo, Verônica?
— Por favor, Guilherme, tire-as daqui.
— Eu não posso deixar-te sozinha...
— Não se preocupe, um dos seguranças pode
me levar, eles nunca me deixam fora de suas vistas
mesmo. — Alice, por favor, vá com ele. — Ela
olha-me assustada com tudo o que aconteceu. —
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Por favor, Alice, só quero ajudar.


Ela aceita e leva sua mãe até o carro de
Guilherme.
Os seguranças aparecem, mas as duas já estão
longe.

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CAPÍTULO 18 - Armações
Perigosas

“Existem dois lados de um ser humano, o


bom e o mau, cabe a nós escolhermos qual deles
que irá dominar.”

Entrei no carro daquele homem sem saber


nem quem era. No momento tudo o que me
preocupa é a minha mãe. Nada me preparou para o
que aconteceu hoje, é como se estivesse em um
filme de terror. Meu pai, aquele que me ensinou a
andar de bicicleta, aquele que me ajudava com as
tarefas de matemática nos enganou todo este tempo
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e a dor é imensa.
Tento não pensar muito nisso no momento,
pois, se para mim está sendo terrível, para a minha
mãe é muito pior. Ela chora inconsolada, lhe abraço
tentando dar o máximo de conforto possível.
— O que aconteceu com ela? — pergunta o
homem bonito.
— Desculpa, mas no momento não quero
falar sobre isso.
— O que aconteceu com vocês na festa para
a Verônica estar tão desesperada?
— Olha, cara, você não está vendo o estado
da minha mãe? — Ele me olha arrependido. — Por
favor, apenas nos leve para casa.
— Tudo bem, mas ainda vou querer saber
tudo o que aconteceu.
O restante do caminho foi feito em absoluto
silêncio. Mamãe continua chorando, mas está mais
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calma. Chegamos ao nosso bairro e vejo que ele


não gostou do lugar, pelo visto nunca entrou num
bairro pobre como este.
—É muito perigoso estarmos aqui numa hora
destas.
— Não se preocupe, estamos acostumadas
com a vizinhança — paramos em frente à nossa
casa e o moço bonito olha chocado como se não
acreditasse que moramos nesta casa. Ajudo mamãe
a descer assim que ele abre a porta para mim.
— Obrigada por tudo. Foi um verdadeiro
anjo, nos ajudando.
— Não fiz nada demais e o que a Verônica
me pedir está feito.
— Entendo, mas mesmo assim agradeço. —
Quando estava quase passando pela porta ele me
chama.
— Por favor, espere, não me disse seu nome.
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Preciso saber o que aconteceu, algo muito grave


deve ter acontecido para deixar a sua mãe neste
estado.
— Senhor, mais uma vez eu agradeço pelo
que fez, mas este é um assunto que não lhe diz
respeito — vejo seu rosto lindo se transformar em
raiva em segundos.
— Escuta aqui, sua pirralha, olha o jeito que
fala comigo. Quando eu lhe perguntar algo, só
responda — fico chocada com as suas palavras.
Mais uma vez neste dia fui humilhada por ser
pobre.
— Não lhe devo satisfações da minha vida.
— Não espero ele responder e entro trancando a
porta.

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Termino tudo o que tinha que resolver nesta


cidade. Graças a Deus consegui convencer as
famílias dos mineiros a aceitarem um acordo. Ficou
mais caro do que eu pensava, mas ficou resolvido.
Ainda teve Madeleine que parece não entender que
sou casado, a gostosa fez um cerco cerrado para o
meu lado. O pior é que estou há vários dias sem
sexo, mas nem mesmo isso me faria arriscar perder
minha mulher.
Jantei no único restaurante decente da cidade,
junto com meu advogado para comemorar o
fechamento do acordo. Madeleine quis acompanhar
e já começo a me irritar com as suas tentativas
frustradas de flerte.
O jantar foi agradável. Me despeço dos dois e

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vou em direção à casa do prefeito. Graças a Deus


hoje é meu último dia nesta maldita cidade. Meu
motorista para o carro na entrada da casa, de longe
já noto que rola uma festa, algo me diz para não
entrar, mas droga, não quis escutar minha intuição.
Ao entrar na grande sala e vejo a orgia rolava
solta. Várias mulheres nuas e uma música sexy
tocando de fundo. Duas morenas se comendo em
cima da mesa de centro. Não consigo evitar, meu
pau fica duro na hora. Logo mais à frente o prefeito
James mete em uma ruiva curvilínea. Droga, onde
fui me meter. Penso em como chegar até meu
quarto para buscar as minhas malas, cada canto
desta casa tem alguém fodendo. Ando em meio à
bagunça de corpos e uma loira se joga na minha
frente tentando me beijar, consigo evitar, mas a
descarada agarra meu pescoço chupando com força.
— Porra! Me solta desgraça!! — Empurro

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com tudo e consigo chegar até à cozinha. Meu


corpo está em chamas. Tomo um gole do uísque
que vejo em cima da mesa, meu corpo ao invés de
resfriar ele se aquece. Que porra tinha nesta bebida,
me sinto leve como não sinto há muito tempo. Sei
que havia drogas neste copo, já usei muito para
saber os efeitos que ela causa.
Tento ir para o meu quarto me trancar lá o
mais rápido possível.
As escadas nunca foram tão longas. O
corredor está estranho, os meus reflexos estão
lentos agora e está tudo embaçado. Sei que tem
alguém me seguindo, mas não consigo ver quem é.
Encontro à porta do meu quarto e é uma luta
conseguir abrir. Não me lembro se tranquei ou não
a porta, tudo que quero é cair na cama e acordar
amanhã, para ir encontrar com minha rainha, minha
Verônica.

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Porra, só de falar dela sinto seu perfume.


Ouço sua voz me chamando.
— Amor, é você, minha rainha? — sinto suas
mãos delicadas tocando meu rosto e logo se
desfazendo da minha camisa, meu pau está duro
como pedra, à expectativa de ter minha mulher me
deixa ainda mais animado. Sua voz está estranha.
— Verônica, minha rainha, estou com tanta
saudade de você — sinto meu pau saindo da minha
calça, tento abrir os olhos, mas eles estão pesados
demais, me concentro no prazer que estou sentindo.
— Arturo, você é lindo, tão gostoso — diz
uma voz estranha. Mas não ligo para nada no
momento, me concentro em suas mãos apertando
meu pau.
A porta abre novamente, mas não consigo ver
o que está acontecendo, Verônica chupa meu pau
deixando-o muito babado, o chupa com força o

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arranhando com os dentes, estranho Verônica


nunca fez assim ela sempre foi suave com sua boca
gostosa. Ela acelera as chupadas me deixando à
borda, aperta minhas bolas nas mãos enquanto o
levan o mais profundo possível. Urro gozando
como um louco cheio de prazer.
Verônica sobe em meu corpo beijando minha
boca, toco seu rosto com carinho e então consigo
abrir os olhos e vejo Madeleine nua em cima de
mim e não, minha rainha.
Parece um estalo dentro do meu cérebro.
Porra, Verônica está em Londres, em casa, puta
merda. Jogo Madeleine no chão e ela cai
reclamando
— Porra!!!
— Por que fez isso? Arturo, eu pensei...
pensei que você queria.
— Caralho! Pensou o quê, porra? — Meu
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corpo luta contra a descarga de adrenalina que


estou sentindo. — Some daqui antes que coloque
uma bala em sua cabeça!! — Ela me olha assustada
e sai em disparada. Caminho meio cambaleando até
o banheiro e vomito tudo que tem no meu
estômago. Se isto chegar aos ouvidos da Verônica,
ela nunca vai me perdoar.
Entro no box, mas não antes de trancar as
portas, tomo um banho gelado para apagar qualquer
vestígio de LSD, já usei essa porra o bastante para
saber seus efeitos.
— Caralho!! — Sou um imbecil, soco a
parede.
Saio do banho, procuro uma roupa e me visto
o mais rápido que consigo e pego minhas malas.
Ainda me sinto tonto, minha frequência cardíaca
está alterada. Caminho entre a orgia toda, nem me
importo em avisar James que estou indo embora.

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Me pergunto como Madeleine veio parar aqui?


Caralho, era ela me seguindo, mas a porta abriu
mais uma vez, deveria ser algum bêbado. O carro
de James está parado no pátio e não penso duas
vezes, entro e sigo ainda tonto até a pista de voo, no
caminho ligo para o meu piloto. Quero sair o mais
rápido desta maldita cidade.

Mal consegui pregar o olho, fiquei revirando


de um lado para o outro na cama. Por mais que não
queira admitir me acostumei a ter Arturo dormindo
comigo. E desde ontem tenho uma sensação
estranha, um pressentimento ruim.
No mínimo deve ser minha consciência pelo

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que fiz a Alice e sua mãe, mas sinto que não é


apenas isso. Preciso ligar para a Amanda, pode ter
acontecido algo com ela. Ontem ela sumiu o dia
todo. E ainda tem Michael, preciso saber se ele já
terminou a investigação sobre aquela tal casa que
Arturo foi. Preciso descobrir onde estou colocando
meus pés.
Ao ligar meu celular e vejo uma mensagem
de um número desconhecido. Ignoro no momento,
preciso falar com Amanda.
— Mandy!
— Oi, Verônica, isto são horas de ligar para
alguém? — sorrio sabendo que ela está bem para
estar fazendo piadas.
— Estava preocupada com você, tentei falar
contigo ontem, mas não atendeu.
— Desculpa, é que minha bolsa não está
comigo e meu celular estava dentro dela.
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— O que aconteceu? Você foi assaltada?


Mandy, você está bem?
— Antes fosse isso, mas foi o desgraçado do
Scott. Minhas coisas estão no apartamento dele. O
infeliz me usou a noite toda e quando acordou me
enxotou do seu apartamento, nua sem nem mesmo
minha chave de casa.
— Meu Deus, Amanda. Não acredito que
esse desgraçado fez isso. Isso não pode ficar assim.
— Porra, Verônica até você? Já falei para o
Michael e vou falar para você também, deixa que
de Scott cuido eu. Ele vai ter o que merece.
— Não sei se concordo com isso, Amanda,
quero você longe desse homem. Não quero ver
minha irmãzinha chorar.
— Fique tranquila, Verônica, sei muito bem
o que fazer com esse maldito lobinho. Ele não
perde por esperar. — Sei que Amanda quando quer
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acabar com alguém é pior que o diabo.


— Tudo bem, Mandy, só fique bem, me
preocupo com você — me despeço dela e vou para
o banho.
Hoje Arturo chega, quero saber sobre os
detalhes da mina de Turmalina. A quem quero
enganar? Sinto a falta dele.
Droga, preciso ir ver Alice antes que Arturo
chegue. Tomo meu banho rapidamente e me visto,
pego meu celular e minha bolsa, só que antes de
entrar no carro recebo outra mensagem do número
desconhecido. Fico curiosa para saber do que se
trata. E um vídeo. Abro e fico chocada, nada me
preparou para ver o que vi.
Lá estava Arturo, meu marido, com outra
mulher, ela estava o chupando. Ele delirava de
tesão com os olhos fechados de tanto prazer. Eles
estavam em um quarto, Arturo nem se deu o

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trabalho de tirar a roupa.


É como se o chão se abrisse aos meus pés,
minhas mãos tremem. Não quero acreditar no que
estou vendo, mas é ele sim. Arturo, eu mesma tive
o cuidado de arrumar sua bagagem, ele está usando
o terno que lhe dei, o vídeo termina no exato
momento em que Arturo goza, nem preciso ver o
que acontece depois disso, pois já imagino ele deve
ter-se aproveitado bastante com aquela mulher.
Sinto como se faltasse oxigênio no meu
cérebro, um segurança vem até mim me socorrer.
— Senhora, precisa de ajuda? A senhora está
pálida parece que viu um fantasma.
— Não — respondo, mas não me movo, o
segurança me ajuda a sentar no sofá. Minhas pernas
estão tremendo. Vejo um filme passando em minha
cabeça, desde o dia em que entrei na Cartier para
ser a nova secretária. A forma como aos poucos eu

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fui me aproximando. Enfim, quando ele já não


resistia mais estava desesperado, terminou com
Carolina e me assumiu para toda a sua família.
Então logo depois foi o nosso casamento.
Meu Deus, está doendo demais, é como se
um pedaço da minha alma tivesse sido arrancado de
mim. Ele me traiu. Enquanto eu chorava a perda da
nossa filha, ele estava me traindo. O que você
queria, Verônica? Não me diga que alguma vez
acreditou nesse homem? Ele não ama ninguém, ele
é um monstro sem escrúpulos. Lembre-se do que
ele fez. Tento colocar esses pensamentos em minha
cabeça, mas isso não faz com que a dor diminua, é
sufocante, estou sangrando por dentro. Toco meu
rosto, só então percebo que estou chorando.
Não sei quanto tempo se passa, mas a porta
se abre e vejo Arturo entrando por ela.
— Amor, o que houve? O que você tem? —

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olho para ele de banho tomado, só faz meu nojo


aumentar.
— Verônica, fala alguma coisa, está me
assustando. — É como se meu olhar estivesse
morto, sem vida.
— Meu bem, diz alguma coisa — fala
desesperado. Ele se aproxima e toca em meu rosto
onde as lágrimas não param de cair.
— Não me toque! — dou um tapa em sua
cara, sua fisionomia muda de preocupado para
confuso. — Eu tenho nojo de você, Arturo! Não
ouse nunca mais me tocar com essas mãos
imundas!!
— Verônica, o que está acontecendo? O que
houve?
— Você é o pior ser humano na terra. Eu
perdi nossa filha, estou sofrendo como uma
condenada, enquanto fode meio mundo por aí!! —
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vejo o desespero tomar conta de seu rosto.


— Amor, fique calma e me deixe te explicar
o que aconteceu — começo a gargalhar da sua cara
de pau.
— Arturo, não existe explicação para uma
traição, essa não deve ser nem a primeira e nem
seria a última. Não sabe como me arrependo de ter
me entregue a você, sinto nojo de mim mesma.
— Amor, para de falar isso. Me escuta, você
precisa me ouvir.
— Eu não tenho que escutar!! Você não
imagina a dor que estou sentindo.
— Minha rainha, fique calma, você não pode
se alterar ainda não está cem por cento recuperada.
— Você é um hipócrita, Arturo, como se
você se preocupasse comigo. Se isso fosse verdade,
não teria feito o que fez.
— Eu te amo, Verônica, você precisa se
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acalmar e me escutar — tenta se aproximar, mas


me afasto com nojo.
— A traição não é um erro, ela é uma
escolha. A carne só é fraca quando o caráter não é
forte.
— Rainha, não fala assim. — Diz ele parece
desesperado, mas não ligo. Tudo que penso é a que
ponto cheguei nesta maldita vingança. Tiro a
aliança e o anel de casamento, os olhos de Arturo
se arregalam.
— Não, não, você não vai sair daqui, você é
minha mulher! — grunhe de raiva. — Você tem
que me escutar, Porra. Verônica, não é nada disso
que você está pensando.
Pego o meu celular e jogo com toda a força
em seu rosto, aproveito esse momento onde ele se
distrai e corro para fora daquela casa. Tento correr
o mais rápido que consigo e ouço Arturo gritar meu

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nome. Nesse exato momento vejo o carro de


Guilherme encostando. Corro até ele desesperada.
— Guilherme, me tira daqui, por favor. —
Peço desesperada, ele olha para trás, Arturo vem
correndo em nossa direção. Guilherme abre a porta
do carro e saímos em disparada

Em choque olho para o carro partindo. Ela


fugiu de mim, não deixou ao menos tentar explicar-
me. Caralho, como fui tão imbecil! Sinto seu anel e
sua aliança em minha mão. Inferno, ela não vai me
deixar, ela é minha.
Pego seu celular que ela jogou em mim. Ela
deixou tudo para trás, saiu apenas com a roupa do

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corpo. É isso, ela vai voltar. Se ela deixou tudo para


trás então vai voltar e então nem que eu tenha que
trancá-la em casa não vou deixá-la sair. Ela terá
que me escutar.
Como Verônica ficou sabendo disso? Como
ela descobriu? Merda, isso não importa, mas porra,
como ela ficou sabendo tão rápido.
Desbloqueio a tela do seu iphone, a senha é a
mesma que a minha. E não acredito no que vejo.
Alguém mandou um vídeo para Verônica, merda,
como vou explicar isto para a minha rainha?
Qualquer um que veja está porra vai pensar que foi
consentido, olho o número e é desconhecido.
Decido ligar para Payne.
— Alô, senhor Cartier?
— Payne, alguém mandou um vídeo para a
minha mulher, descubra quem foi e todos os que
estão por detrás disto. Outra coisa, preciso saber

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para onde minha mulher foi.


— Senhor, sua esposa está com seu irmão, no
apartamento dele, acabaram de chegar, nossa
equipe está de plantão fazendo sua segurança.
— Tudo bem, estou indo para lá, preciso
descobrir quem mandou essa mensagem hoje.
— Tudo bem, senhor, em duas horas terei o
resultado.
Pego as chaves do meu carro e saio em
disparada. Na minha cabeça penso no que falar,
mas nada do que eu fale vai fazer Verônica me
perdoar.
— Porra! — Soco o volante com raiva. Vou
trazê-la para casa nem que seja à força e nem que
tenha que amarrá-la na nossa cama ela vai me
ouvir, ela vai ter que me perdoar.
O porteiro já me conhece, então subo direto.
Vou usar a chave reserva que tenho, assim pego
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Verônica de surpresa, ela não vai fugir. Chego à


cobertura, caminho como um louco até o
apartamento de Guilherme.
Entro e não sou notado, Verônica está
sentada no sofá chorando e Guilherme consolando-
a.
— Não posso acreditar que o idiota do meu
irmão fez isso. — Verônica apenas funga
ressentida.
— Você é a mulher mais perfeita que já vi.
Arturo só pode ser um louco para não perceber
isso. — Verônica levanta o rosto, nenhum dos dois
percebeu minha presença ainda.
— Você e maravilhosa Verônica, e não irei
desperdiçar essa chance. — Antes que ela fale
alguma coisa, Guilherme ataca sua boca a beijando.
Todo o sangue do meu corpo se concentrasse em
minha cabeça, urro como uma fera descontrolada.

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Atacando Guilherme, separando suas mãos


nojentas da minha mulher.
Não dou chances de ele se defender, soco
com força. Guilherme se recupera e me derruba no
chão, mas sou muito maior e mais forte que ele.
Levanto e voltando a socá-lo, Verônica grita
desnorteada.
— Arturo, solte o Guilherme, Arturo, me
escute-me!! Por favor, solte-o!! — O rosto do
Guilherme se enche de sangue. Não sinto nada
apenas um ódio brutal. Como ele pôde ser capaz?
Verônica se joga na frente dele tentando protegê-lo,
maldito filho da puta. Sorri mesmo todo
ensanguentado.
Puxo Verônica pelo braço tirando-a da sua
frente, mas droga, não esperava que tivesse forte de
mais. Ela cai em cima da mesa de centro
quebrando-a e acaba se cortando com os cacos.

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Largo Guilherme desacordado e corro em sua


direção.
Verônica me olha assustada, merda o que fiz
com minha rainha? Seus olhos transmitem apenas
pavor, medo e nojo, nunca esperei ver isso em seus
olhos e isso machuca para caralho.
— Não se mexa. Vou chamar uma
ambulância. Por favor, não se mexa, meu amor,
esses cacos podem te machucar ainda mais. — Sua
coxa esquerda escorre muito sangue. Corro até à
cozinha atrás de algo para estancar seu ferimento.
Procuro por um telefone desesperado, porra, o que
eu fiz? Machuquei meu anjo... Merda, sou um
monstro, só causo dor na vida das pessoas.
Acho a caixa de primeiros socorros, ligo para
a ambulância do telefone da Cozinha.
Fico mais calmo quando eles me avisam que
já estão a caminho, corro até à sala para ajudar

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Verônica, mas ela já não está quando chego ela não


está mais, ela fugiu de mim. Porra, eu sou um
maldito mesmo, eu a machuquei, não só por dentro
como por fora também.

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CAPÍTULO 19 - Culpa e
Arrependimento

“O remorso é uma impotência, ele voltará


a cometer o mesmo pecado. Apenas o
arrependimento é uma força que põe termo a
tudo.”

Na solidão do meu escritório bebo mais uma


dose de conhaque, meu corpo todo está anestesiado
pela sensação de embriaguez. Durante anos vivi
uma vida dupla, pensei que poderia ter o melhor
dos dois mundos, mas nunca imaginei que pudesse

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acontecer o que ocorreu ontem.


Alice, minha princesa corajosa, tão forte,
sempre tão doce, batalhadora, me olhava
decepcionada e a Claire... Caralho, suas palavras
ficam ecoando em minha mente: — "Não irei te
perdoar nunca, nunca".
Nunca parei pra pensar no que faria se algum
dia uma descobrisse da outra.
Quando conheci Claire já era casado e Inês
estava grávida de Arturo. Claire foi tudo que nunca
esperei um dia sequer ter, ela era perfeita, uma
mulher incrível, me amou por quem eu realmente
era, não pelo dinheiro que eu tinha. Ela nunca
aceitaria ser minha amante, ela tinha princípios e o
medo de perdê-la me fez entrar nessa mentira que
durou anos.
Quando meu segundo filho nasceu pensei em
me separar da Inês, mas depois do que aconteceu

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com o primeiro fiquei em dívida com ela, ela


sempre jogava na minha cara o preço que pagou pra
não manchar o sobrenome Cartier, eu não poderia
abandoná-la.
Claire no começo não entendia minhas
viagens, mas com o tempo ela foi aceitando.
Sempre compreensiva, a mulher perfeita tanto na
cama, como fora dela.
Os anos foram se passando e logo Inês
começou a desconfiar, mas nada que uma joia ou
um presente não a convencesse de que estava
vendo coisas. Arturo nasceu e ele era tudo pra mim.
Vivi um casamento forçado apenas para manter o
sobrenome e o legado Cartier. Paloma foi minha
princesinha, mas confesso que nunca fui um pai
presente pra ela, não da forma que fui pra Alice.
Quando Claire engravidou, me senti o
homem mais feliz da terra, eu teria um filho com a

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mulher da minha vida. Planejava me separar,


Arturo e Paloma já estavam crescendo, já poderiam
entender que os pais não eram felizes juntos. Porém
quando fui falar com Inês, dizer que queria o
divórcio ela jogou a bomba que estava grávida de
Guilherme, sempre o vi como o empecilho que me
separava de Claire e Alice.
Eu não poderia do nada dizer a Claire que
tinha dinheiro, ela poderia não me perdoar. Eu fiz
de tudo pra que ela e Alice nunca descobrissem
sobre Inês e minha outra família, tentei compensar
as duas com meu amor e carinho, sabia que tinha
falhado com elas quando não dava o mesmo estilo
da minha outra família.
Alice foi meu orgulho, sempre com as
melhores notas e tão esforçada, me partia o coração
a ver trabalhando ou a Claire cansada das faxinas.
Eu já estava atolado na minha própria mentira, não

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tinha mais volta. Consegui pagar a faculdade de


Alice sem deixar rastros, ela sempre achou que
tinha ganhado uma bolsa. A minha menina ficou
tão feliz quando soube, me senti o pior homem na
face da terra por enganá-la.
Deus, o que foi que eu fiz? Por que eu fui
fraco? Deveria ter enfrentado Inês, enfrentado tudo
por elas, agora eu perdi a única coisa boa que tinha
na minha vida. A porta abre com um baque.
— Aí está você, Santiago, uma vergonha,
bebendo desde ontem, deveria me ajudar a salvar
essa família desse escândalo.
— Me deixe em paz, Inês! — grito.
— O que foi, está bravinho por que sua
prostituta não vai te perdoar? E muito menos sua
bastarda favelada?
— Cala a porra da boca, caralho!
— Não aguenta ouvir a verdade? Esteban,
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você é um merda. Perdeu toda sua fortuna, se não


fosse meu filho estaríamos na miséria agora. Você
é um idiota se pensa que elas vão te perdoar!
— Some daqui, Inês, eu não quero ficar perto
de você. E escute bem. Eu vou me separar de você
e vou ir atrás da Claire, vou me ajoelhar aos seus
pés se for preciso até ela me perdoar.
— Você não vai fazer isso comigo. Eu não
vou deixar você destruir minha família.
— Você não tem que aceitar nada, já está
decidido. Quero o divórcio.
— Nem por cima do meu cadáver que você
vai ficar com aquelas duas, você não vai destruir
tudo que eu construí, nem que pra isso eu tenha que
acabar com elas.
— Você nem ouse tocar nelas, Inês —
ameaço. — Você não sabe do que sou capaz.
— Digo o mesmo, querido — sai batendo a
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porta e me deixando em pânico, sei o quão louca


Inês pode ser.

Não acredito na merda que fiz, posso ser um


maldito filho da puta, mas jogar Amanda no
corredor nua foi de longe a pior coisa que poderia
ter feito. Quando recobrei a consciência do que
tinha feito corri até o corredor para me desculpar,
mas ela não estava mais lá e acabei voltando pro
meu apartamento.
Olhei pra cama revirada que era prova da
noite que tivemos.
Droga! Eu só posso estar enlouquecendo, é
como se estivesse drogado e ela fosse minha droga,

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meu vício.
Olho pro quarto, suas roupas jogadas por
todos os cantos e recolho com cuidado, sinto seu
cheiro inebriante e vejo sua bolsa jogada do chão,
recolho tudo.
Droga, ela não tem a chave pra entrar em seu
apartamento, será que ela saiu nua até a recepção?
Não acredito que fiz isso com ela. Um sentimento
de posse toma conta de mim, fico pensando em
outros homens vendo seu corpo nu. Caralho, Scott,
você não pode tocar nela, ela não é do seu tipo,
olha a cor dela, ela não é pra você, ela é negra,
onde foi parar todos os seus princípios? Meu avô
ficaria envergonhado se soubesse de uma coisa
dessas, no que diabos fui me meter? Melhor, onde
fui meter meu pau? Mas seu corpo é tão perfeito, se
encaixa completamente no meu, ela é todo perfeita,
tudo no lugar. Merda, preciso dormir e esquecer

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tudo que aconteceu.


Não consegui dormir no quarto fui para o de
hóspedes. Aquela cama ficou marcada, seu cheiro
está em todo lugar, vou ter que mandar minha
faxineira desinfetar o quarto todo, não quero
nenhum rastro dela por lá.
No dia seguinte acordo de mau humor, está
terrível. Tomo um banho gelado, quero trabalhar e
quem sabe assim esqueço a desgraça do dia de
ontem. Olho pra bolsa dela e suas roupas, ela não
voltou nem pra me xingar. Decido entregar eu
mesmo a ela, mas quando abro a porta a minha
coragem se esvai e acabo deixando sua bolsa e suas
roupas na porta do seu apartamento, penso em
escrever um bilhete e pedir desculpas, mas logo
percebo que não sei o que escrever. Essa mulher
está acabando com meu juízo. Largo o bilhete de
qualquer jeito com a merda de uma desculpa e saio.

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Passo pela portaria e não sei se foi impressão


minha, mas o porteiro me olha com um olhar de
raiva. Porra, hoje não é meu dia mesmo. Chego à
Cartier as 7 da manhã, sou o primeiro a chegar,
acabo me trancando na minha sala e fico revisando
alguns documentos. Na verdade, eu tento focar no
trabalho, mas minha mente só pensa naquela
maldita diaba dos infernos. As horas passam e fico
ansioso esperando-a chegar, quero vê-la nem que
seja para ouvi-la me xingar, sei que mereço depois
do que fiz e tenho certeza de que vai vir me
enfrentar, ela é marrenta demais pra ficar calada.

Depois de falar com verônica ao telefone,

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senti como se tivesse recuperado minhas forças.


Nunca mais vou me envolver novamente por
nenhum homem, eles não prestam e ontem Scott
me mostrou isso mais uma vez.
Tomo um banho relaxante de banheira, meu
corpo está todo marcado das mordidas e dos
chupões daquele otário, mas ele me paga. Me visto
pra matar, só tomo o cuidado de esconder cada uma
das marcas que Scott deixou em mim, faço uma
bela maquiagem que deu pra disfarçar minhas
olheiras.
Chego à cozinha e encontro Michael
cozinhando.
— Hum... Deve estar uma delícia, pensei que
já tinha ido.
— Não iria sem antes ver como você estava.
— Estou bem, às vezes você parece meu pai,
sabia?! — Ele sorri aquele sorriso lindo.
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— Estou longe de ser seu pai, gatinha, nem


em sonhos teu pai faria o que já fiz com você... —
sorri sacana. — Mas realmente fiquei preocupado
com você, faz muito tempo que não a vejo assim.
— Não se preocupe, estou ótima — minto,
colocando uma máscara em meus sentimentos. —
Na verdade, estou pronta pra acabar com raça de
um miserável.
— Não está atrasada pro trabalho não? — Ele
muda de assunto
— Sim, dormi tanto que nem vi a hora que
era, mas vou deixar pra ir apenas a tarde.
— Tudo bem então, senta e vamos comer, fiz
um café reforçado que fiz pra você.
— Já falei que você é o homem mais perfeito
do universo? — sorrio pra ele.
Depois de comermos, abro a porta do
apartamento e vejo minha bolsa e minhas roupas no
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chão, dou falta da minha calcinha, mas não me


importo.
— Tem um bilhete — diz Michael
— Sim! Está escrito, apenas desculpas, uma
merda de desculpas.
— Ele é um covarde. — Michael rosna
raivoso.
— O que é dele está guardado, fique
tranquilo que já tenho planos pra ele...
No caminho da Cartier fico pensando na
atitude de Scott, a forma como ele me olhou com
nojo. Não consegui entender, uma hora ele estava
me comendo gostoso e na outra ele fugia de mim
como se como se tivesse nojo de mim.
Chego à empresa vou direto a minha sala,
começo meu trabalho e penso no John, preciso me
desculpar com ele, por deixá-lo sozinho no
restaurante sem me despedir. O desgraçado do
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Scott me paga por isso também, como me


arrependo de ter transado com o idiota.
Me levanto disposta a encontrar John e me
desculpar. Fui até sua sala e ele não estava,
procurei pela sala de cópias, mas nada dele, até que
o encontro na cozinha aos beijos com Ellie,
secretária do Arturo.
— Me desculpe interromper. — Ellie fica
envergonhada e John tenta disfarçar o
constrangimento. — John, queria me desculpar pela
noite de ontem, realmente estava muito mal e se
não fosse minha amiga me levar de lá, eu não sei o
que seria de mim.
—Tudo bem, Amanda, eu acabei
encontrando Ellie, apenas fiquei preocupado com
você. Mas cuidado ao falar suas mentiras, esqueceu
de que celular me ligou? — sorri irônico e fico
envergonhada, pois fui pega na mentira.

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— Enfim, só queria me desculpar, obrigada


— saio apressada deixando os sozinhos.
Volto pra minha sala e fico pensando que em
algum momento vou ter que encarar aquele idiota.
De repente minha porta se abre e lá está ele me
olhando preocupado.
— Senhorita Amanda, precisamos conversar.
— Não temos nada pra conversar. — Digo
fria e ele engole em seco.
— Isso são horas de chegar ao trabalho? Ser
amiga da esposa do dono não lhe dá o direito de vir
trabalhar a hora que quiser. — Sinto seu olhar me
secando, mas nem ouso levantar meu rosto pra vê-
lo novamente.
— Olhe pra mim quando estiver falando com
você. — Ruge de raiva.
— Senhor Strauss, sinto muito por chegar
nesse horário, mas tive assuntos pessoais para
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resolver. — Tento demonstrar que o que ele fez não


me abalou. — No último mês fiz mais horas extras
do que qualquer um aqui, se o problema for esse,
mas caso ainda não seja o suficiente pode descontar
do meu salário — falo com uma calma que estou
longe de sentir. — Agora se o senhor me der
licença, tenho muito trabalho a fazer — vejo seu
rosto se contorcer de raiva, babaca.
Ele sai irritado batendo a porta.
Olho na direção que ele saiu e nesse
momento um estalo vem em minha mente, e decido
qual será minha vingança. Pego meu telefone e ligo
pra pessoa perfeita pra me ajudar.
— Vivi — falo animada.
— Oi, querida, há quanto tempo não ouço sua
voz.
— Sim, faz tempo, ando muito ocupada
ultimamente, mas isso não significa que esqueci os
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amigos.
— Bom saber, mas a que devo a honra da sua
ligação? — faz charme, como sempre.
— Preciso da sua ajuda.
— O que eu puder eu faço, se não fosse por
você eu estaria presa por algo que não fiz.
— Sabe que o que eu fiz não foi nada pra
mim, não deixaria um inocente ir pra cadeia
injustamente.
— Eu sei, mas mesmo assim gostaria de
retribuir...
— Vivi, estou com um probleminha e vou
precisar de você e mais uma amiga sua, preciso dar
o troco a certo lobo mal.
— O que tem em mente? — conto todo meu
plano a ela que fica empolgada com tudo que
iremos fazer.

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Scott não perde por esperar. Ele vai aprender


que não se brinca com Amanda Kaminsky Fidalgo.
Só pra irritar saio mais cedo da Cartier e vou
pra casa. Entro no meu prédio e qual é minha
surpresa ao ver Verônica na recepção do prédio
sendo amparada por um funcionário, chorando
muito e toda machucada, seus braços e pernas com
cortes e arranhões, seu rosto inchado de tanto
chorar, entro em desespero. É como se tudo que eu
previ que iria acontecer, acontecesse.
Corro em sua direção desesperada.
— Verônica o que aconteceu? — Pergunto
assustada. — Verônica olha pra mim. — Ela não
responde, apenas me abraça. — Fica calma e me
conta o que aconteceu.
— Senhora, acho que ela precisa ir a um
hospital — diz o porteiro me ajudando com ela. —
Alguns cortes são profundos e podem precisar de

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pontos.
— Me ajude a levá-la pro meu carro, por
favor — Peço ao porteiro que me ajudou na noite
passada, um verdadeiro anjo da guarda. Ele carrega
Verônica no colo até o banco de trás do meu carro e
saio em disparada pro hospital.
— Verônica, você precisa me contar o que
aconteceu. Por favor, eu não aguento te ver assim, é
a segunda vez e eu não sou tão forte — digo já
chorando. — Verônica, você é tudo que eu tenho.
Ela não diz nada, parece em outro mundo. Eu
sabia essa vingança iria destruí-la, ela não é forte o
bastante, maldito dia em que ela recebeu aquela
carta, eu sabia que ela iria sofrer no meio disso.

Chegamos ao hospital e graças a Deus

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nenhum dos cortes de Verônica eram muito


profundos. Foi feito os curativos, Verônica foi
medicada e liberada. No caminho, acho que por
conta dos remédios, ela acaba dormindo, precisei
de ajuda pra levá-la até o quarto.
Agora fico aqui velando seu sono, pensando
em uma forma de convencê-la a irmos embora e
fugir daqui, antes que seja tarde demais. A
campainha toca e corro pra abrir a porta o mais
rápido possível pra não acordar Verônica.
Arturo em pessoa na minha frente, no mesmo
estado que a Verônica, sabia que tinha o dedo desse
desgraçado nisso, tinha certeza que o culpado era
ele.
— O que faz aqui? — pergunto irritada.
— Estou procurando a Verônica, ela veio pra
cá? Ela não voltou pra casa. Por favor, Amanda eu
estou desesperado — percebo que está mesmo

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falando a verdade, mas minha raiva é maior que


tudo, o que diabos ele fez a ela?
— Arturo, me diga o que você fez seu
desgraçado, filho da puta, é a segunda vez que
minha amiga vai parar no hospital por sua culpa. —
Ele me olha horrorizado e em pânico.
— Ela está no hospital? Me diga onde, como
ela tá, por favor, Amanda — aperta meu corpo me
sacudindo. — Você precisa me dizer onde ela está.
— Não direi nada, até que me conte o que
diabos você fez a ela.
— Foi tudo um mal-entendido, isso não era
pra estar acontecendo. Eu juro que não fiz nada!
Ela está enganada, eu jamais iria machucá-la, muito
menos fazê-la sofrer dessa forma. — Diz
angustiado.
— Não acredito em você!
— Por favor, apenas me diga onde ela está?
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Ela saiu como louca, deixou tudo pra trás, ela...


preciso cuidar dela, ver se está bem, explicar o que
aconteceu — percebo que não sairá daqui sem
saber dela.
— Ela não está mais no hospital, está
dormindo no quarto de hóspedes — falo cautelosa.
— Se me prometer não a incomodar deixo você
entrar pra vê-la.
— Eu juro, não vou fazer nada, só me deixe
ver ela — concorda com o que digo.
— Entre, mas não a acorde. Ela precisa de
descanso e distância de você — percebo que
minhas palavras o machucam e fico feliz com isso.
Fico na porta como um cão de guarda
enquanto ele entra. Ele olha o estado de Verônica e
suas lágrimas começam a cair, ele está sofrendo por
vê-la assim. Isso me surpreende, significa que ele a
ama de verdade, o que torna tudo mais trágico.

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Ele se ajoelha ao lado da cama e toca se rosto


com carinho, beija o seu cabelo com delicadeza e
sai.
— Quando ela acordar, diga que estive aqui e
que irei voltar com provas de que foi tudo um
engano, que nada daquilo foi real. E diga que eu a
amo.
— Tudo bem, Arturo, agora a deixe
descansar — olho pra ele, um homem desse porte
totalmente rendido por uma mulher, Arturo irá
sofrer muito quando descobrir a verdade sobre ela,
mas infelizmente acredito que não será apenas ele.

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CAPÍTULO 20 - Ferida
por ele

“Ele é um vilão pelas leis do diabo, ele é


um assassino só por diversão. Ele é um dedo-
duro, imprevisível. Ele não tem consciência, ele
não tem nada. Ele é um monstro, mas eu o
amo.”

Acordo com meu corpo todo dolorido, me


sinto meio desorientada e logo a porta abre,
Amanda entra trazendo uma xícara de café quente,
e é tudo que eu preciso agora.

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— Vim ver se tinha acordado umas três vezes


e você estava desmaiada.
— Acabei de acordar, mas agora eu já me
sinto um pouco melhor. — Ela me olha, mas não
sabe por onde começar e nem o que perguntar.
— Ontem, enquanto você dormia o Arturo
veio aqui. — Ela começa a falar receosa e só de
ouvir seu nome uma dor me atingi, me lembrando
de tudo que aconteceu. Abaixo a cabeça tentando
desviar meus olhos de Amanda, sei que ela me
conhece melhor do que eu mesma.
— O que ele queria? — pergunto
sussurrando.
— Falar com você, disse que precisava se
explicar. Até tentei impedir ele de te ver, só que
não adiantou de nada. Ele estava determinado e
ficou arrasado ao te ver, ver o estado em que
estava, até eu mesma não acreditei no que vi

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quando você chegou aqui.


— Eu não quero vê-lo nunca mais, quero
distância daquele canalha!
— Verônica, o que aconteceu? Por que está
dizendo essas coisas? O que ele fez? Ele não estava
viajando? O que houve?
— Aqueles cortes foi ele? Ele teve coragem
de fazer aquilo com você? — Amanda rosna,
cerrando os punhos.
— Não, não, foi apenas um acidente, ele não
queria me machucar, eu acabei caindo direto na
mesinha de centro da casa de Guilherme e o vidro
me cortou — conto.
— Como assim, Verônica? O que você estava
fazendo na casa do Guilherme? Me explica o que
diabos aconteceu! Por que Arturo estava tão
desesperado? Se ele não lhe fez nada, por que então
estava daquele jeito?
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— Arturo me traiu — digo em um sussurro,


só de falar essas palavras elas já me cortam.
— O quê? Não acredito que ele foi capaz de
chegar tão baixo — fala brava. — Você tem
certeza?
— Nem eu mesma acredito e eu tenho
certeza, eu vi — digo me segurando pra não chorar,
não sei explicar o porquê de essa dor, não quero
desabar na frente de Amanda, não posso.
— Olha pra mim, Verônica. — Não consigo
evitar as lágrimas, já estão tomando conta do meu
rosto. — Me conta melhor tudo que aconteceu.
— Ontem pela manhã, quando terminei de
falar com você eu recebi uma mensagem de um
número desconhecido, no momento achei estranho
e decidi ignorar, mas a pessoa foi tão insistente que
abri e... — engasgo com as palavras.
— Fala logo, Verônica, você está me
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preocupando!
— Era um vídeo do Arturo, ele estava me
traindo com outra mulher. Pude ver seu rosto, era a
mesma roupa que eu coloquei na mala pra viagem.
Ele estava com outra enquanto eu estava aqui
sozinha, sofrendo pelo nosso filho.
— Eu vou acabar com aquele miserável! Ele
me paga. Mas, Verônica, isso não explica como
você foi parar na casa do Guilherme, nem como se
cortou, não entendi isso.
— Quando eu vi o vídeo fiquei chocada,
petrificada e sem ação e foi nesse momento que
Arturo chegou, joguei toda aquela merda na cara
dele, fiquei fora de mim. Eu queria fugir,
Guilherme apareceu e me levou pra casa dele. Ele
tentou me consolar, perguntou por que eu estava
daquele jeito e do nada ele me beijou.
— O que o caçula da família Cartier te

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beijou? Caramba! Ele não é fraco não, o


doutorzinho não é bobo e ele é lindo, se eu fosse
você aproveitava — pisca e ri pra mim.
— Amanda! — repreendo.
— Aí, Verônica. — Termina, Verônica,
termina de contar!
— Arturo chegou nessa hora e partiu pra
cima de Guilherme, eu tentei separar, mas ele não
me ouvia, até que caí em cima da mesa de centro,
Guilherme já estava inconsciente. Aproveitei
quando ele foi chamar a ambulância, não queria
ficar perto dele, só de vê-lo, já me dá nojo, toda vez
que olho pra ele as imagens do vídeo me vêm à
cabeça...
— Verônica... — Amanda diz suavemente.
— Não entendo, Mandy, por que tá me
machucando tanto? Sei que ele não presta e é um
traidor, então não entendo o porquê de doer. Fico
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pensando que tudo que ele disse era mentira, ele


não me ama, nunca amou, todas as juras eram
falsas, eu não deveria estar sofrendo assim. Isso
está errado, não tá certo.
— Verônica, olha pra mim. — Mandy exige.
— Eu não posso, Mandy, não sou tão forte
assim, não aguento mais essa vingança. Eu não sou
forte o suficiente, eu falhei, sou um fracasso —
começo a chorar.
— Verônica, me escuta, você se apaixonou
por ele, acorda pra vida. — Assim que suas
palavras saem, me sinto sendo atingida por uma
bala.
— Não, você está louca, Mandy, não
confunda as coisas. Isso nunca!! — grito com ela.
— Para, Verônica, deixa de ser idiota, acha
que gritar comigo vai fazer alguma diferença?
Acorda, você o ama, está na cara que você se
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apaixonou por ele.


— Não! — grito. — Eu não posso trair o
David assim — balanço minha cabeça em choque.
— O David está morto, Verônica, morto. E
sim, você está apaixonada pelo Arturo. Eu sei que
não esperava por isso, mas o coração não escolhe e
você sabe disso, para de se fingir de idiota. — Me
olha repreendendo.
— Para, Amanda, para!
— Você tá sofrendo desse jeito porque não
quer acreditar que tudo que ele te disse era mentira,
que ele não te ama, a dor que sente é a dor de ser
traída por aquele que ama. Admite ao menos pra si
mesma, que acabou se apaixonando por seu
inimigo. — Ela fala calmamente.
— Isso não pode estar acontecendo, não,
chega, Amanda.
— Verônica, escuta. Desista dessa vingança
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enquanto é tempo. Você só está se destruindo no


caminho. Foge dessa família enquanto pode, eles
são perigosos e o Arturo quando descobrir a
verdade sobre você, ele pode te matar! Verônica,
ele não vai perdoar tudo que você fez. — Ela me
força a ouvir — Esse é um jogo perigoso demais e
não vale a pena o risco, deixe tudo isso pra trás e
vamos embora dessa cidade, podemos começar nós
duas em outro lugar.
Choro sem chão, não posso estar apaixonada
por ele, isso é mentira.
— Eu não sei o que fazer, não posso fugir,
não posso — balanço a cabeça perdida e Amanda
me olha triste e decepcionada.
— Verônica, você o ama e destruí-lo vai te
destruir junto, olha como você está apenas com
essa traição, imagina no fim...
— Eu... eu... eu sei, mas não posso amá-lo,

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não posso amar um monstro! — Choro


desesperada. — Você sabe do que ele é capaz, você
sabe até onde ele vai por ganância e por poder,
você mesma sabe que ele não sente nada por
ninguém, ele é frio como um iceberg, Amanda,
então como é possível amar alguém assim?!
— Eu não tenho certeza do que aconteceu,
mas o homem que eu vi ontem aqui estava
arrasado, preocupado com você e não é o mesmo
que te trairia. Lógico que isso não justifica as
atitudes dele, porém, acho que vocês precisam
conversar.
— Você não pode estar confiando em um
homem como ele, Amanda.
— Não, Verônica, eu estou enxergando muito
bem as coisas. — Ela fica séria, coisa que quase
nunca acontece. — Você que está cega com essa
vingança, está tão enterrada nisso que não consegue

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nem ligar os fatos, parece que tem uma venda em


seus olhos. Você não achou estranha essa
mensagem? Quem foi essa pessoa que mandou o
vídeo? Alguém conseguiu gravar justo o exato
momento que ele te traía? E como essa pessoa
descobriu seu número? Muito suspeito isso tudo.
— Eu não sei, o que pensar, estou confusa e
com medo, quando fecho meus olhos tudo que vejo
é o Arturo junto dela... Não consigo apagar isso da
minha mente.
— Você só tem duas opções, Verônica, ou
desiste dessa vingança e sumimos para recomeçar
em outro lugar ou vai em frente e engole seu
orgulho, volta pra sua casa, não tem como
prosseguir com os planos estando separada dele.
Ouço tudo que ela diz, só que no momento
minha mente está paralisada pensando se realmente
estou apaixonada pelo Arturo. Não, não, eu devo

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estar confusa, nunca senti isso pelo David, isso não


deve ser amor, essa angústia, essa dor, essa falta.
Não entendo nada, só sei que machuca. Como
poderia amar alguém capaz de colocar o melhor
amigo atrás das grades, por poder, dinheiro,
ambição... Um homem desses não pensaria duas
vezes antes de acabar comigo, não posso amá-lo,
não posso.
— Verônica, você precisa tomar uma
decisão, pois aquele homem não está disposto a te
deixar sair facilmente da vida dele, ele está
obcecado por você. — Ela fala sombriamente.
— Estou confusa, Mandy, não sei o que
fazer.
— Vou deixar você sozinha, tente descansar
e quem sabe assim não descobre o caminho a
seguir? — Se aproxima e me abraça, beijando
minha testa. — Preciso chegar cedo à Cartier, hoje

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vai ser um grande dia e quero estar na primeira fila


pra ver o espetáculo da queda do lobo.
— O que você fez, Amanda? — questiono,
ela tá com um jeito muito estranho.
— Nada, amoré, fica tranquila e tira esse dia
pra pensar, relaxa que sei o que estou fazendo.

Assim que sai da casa de Amanda fico


perdido e sem rumo, minha mente está em branco,
não consigo esquecer a cena de Verônica caída no
meio dos cacos de vidro com sangue escorrendo
por seus braços, as imagens se misturam com as do
dia do acidente e agora ela está tão abatida naquela
cama, ela já estava frágil com a perda do nosso

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bebê, e agora isso...


Eu sou um monstro, só trago dor a vida das
pessoas que amo, meu irmão está internado, minha
mulher fugiu de mim e está ferida, magoada. Não
sei o que fazer, estou perdido, sem rumo.
Estaciono meu carro no hospital onde
Guilherme está internado. Não consegui voltar pra
casa sem ela, preciso descobrir uma forma de ter
minha mulher de volta, não posso perdê-la. Maldita
seja Madeleine, vadia dos infernos, nem comi
aquela porra pra merecer isso.
Entro no hospital em buscar uma prova que
me ajude a recuperar minha mulher. Após fazer os
exames toxicológicos e vou até o quarto de
Guilherme, paro na porta e fico o observando,
mesmo o vendo nesse estado meu ódio ainda não
diminuiu, ouvir tudo que ele disse... Se ele não
fosse meu irmão colocaria uma bala no meio de sua

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testa. Filho da puta, minha mulher, porra, como ele


pôde.
Minha mamãe está sentada na cadeira do seu
lado, seus olhos vermelhos de tanto chorar, suas
roupas sempre impecáveis hoje estão amarrotadas
como se tivesse vindo correndo pra cá.
— Arturo, o que você fez com seu irmão? —
esbraveja ao me ver na porta.
— Mamãe, não exagere, ele não morreu,
ainda está respirando — sorrio irônico.
— Arturo! — grita descontrolada. — Olha
pra mim, sou a sua mãe, o que aconteceu pra você
brigar com Guilherme desse jeito, nem quando
eram crianças vocês chegaram a esse ponto. — Não
respondo e deixo ela falar.
— Nossa vida está se transformando em um
inferno, uma catástrofe atrás da outra, seu pai tem
outra família e pediu o divórcio e agora você faz
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isso. — Fala amargurada.


— Mamãe, não me culpe pelos problemas do
seu casamento e o Guilherme fez por merecer, não
estaria nesse estado se não tivesse me provocado. O
maldito teve a coragem de dar em cima da minha
mulher e ainda a beijou a força. Sou um homem e
não um moleque, ninguém toca no que é meu.
— Eu sabia, eu sabia que isso tinha o dedo
daquela desgraçada. — Ela esbraveja. — Você fala
que é homem, Arturo, mas é um moleque que vai
perder todos a sua volta por causa dela.
— Mãe. — A repreendo.
— Aquela maldita desde que entrou na nossa
família só tem deixado rastros de destruição. Olha
pro seu irmão, Arturo, sangue do seu sangue, a
família vem em primeiro lugar. — Ela me olha
decepcionada. — Primeiro foi a Paloma deixou
aquela imunda bater nela. Agora o Guilherme, você

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colocou seu irmão numa cama de hospital,


inconsciente, poderia ter causado muitos danos e
ter até acabado com a carreira dele.
— Mãe, porra! — grito enfurecido. — Acha
mesmo que me não importo com Guilherme ou
com a mimada da Paloma? Foda-se Guilherme, isso
é pra ele pensar bem antes de tentar se aproximar
da minha mulher e Paloma tem sorte de ter sido a
Amanda que bateu nela, porque se eu tivesse
ouvido as merdas que ela disse nem queira saber o
que poderia ter feito.
— Olha pra você, Arturo, essa mulher está
acabando com nossa família, acorda meu filho. —
Ela fala mortalmente séria. — Eu posso até te
perdoar por você estar fazendo essas coisas, meu
filho, afinal eu sou sua mãe, mas os seus
irmãos? Me escute, ela só quer nosso dinheiro, o
que construímos, filho, e não irá lhe restar nada e

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você não vai ter ninguém ao seu lado.


Sorrio ao ouvir as besteiras que ela diz.
— O que vocês construíram, mãe? Pelo que
eu saiba tudo que resta da fortuna do meu pai são
dívidas e se não fosse aquela casa vocês não teriam
nada. Eu me sacrifiquei muito pra fazer a Cartier
crescer, investi tudo que tinha e o que não tinha pra
aquela porra de mina dar certo. Me sujeitei as
piores atrocidades pra fazer dela o império que é
hoje então não me venha agora com essa de nós —
Digo raivoso.
— Você não é assim, filho, nunca falou
comigo desse jeito. — Ela suspira derrotada. —
Essa mulher está fazendo sua cabeça, você sempre
foi meu filho querido, não posso perder você pra
aquela mulher.
— Mamãe, não vou perder mais tempo
discutindo com a senhora. Guilherme está bem,

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apenas faça o favor de dizer pra ele ficar longe da


minha mulher — saio do quarto, minha paciência
se esgotou, ou eles aceitam meu casamento ou pra
mim chega.
Sigo pra Cartier, não quero ir pra casa, não
sem Verônica aquela lá.

O dia amanhece, passei a noite em claro


revendo alguns contratos, documento, minha
cabeça lateja com o estresse. Tenho vontade de
voltar pro apartamento da Amanda e buscar minha
mulher a força, amarrar ela na cama e não a deixar
sair nunca mais, só que não posso fazer isso,
preciso deixá-la descansar, ela precisa desse tempo
ao menos essa noite.
A todo o momento paro o que estou fazendo
e toco suas alianças, o anel de casamento e
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noivado, o nervosismo cresce quando penso que ela


pode não me perdoar, dela não me querer mais.
Não porra, não, não há a menor chance de isso
acontecer, não vou deixar.
— Senhor Cartier, com licença — diz Ellie
minha assistente, entrando em minha sala.
— Ellie, cadê meu café?
— Aqui está, senhor — diz colocando a
bandeja em minha mesa.
— Scott já chegou? — pergunto.
— Não, senhor, ainda não e creio que o
senhor Scott não virá hoje — fala com um
sorrisinho sacana.
— Por que, sabe de alguma coisa? —
desconfio.
— Não, senhor, apenas um palpite — fala
disfarçando.

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— Então diga, Ellie, o que quer aqui ainda?


— falo sem paciência.
— O detetive Enrico tem uma reunião com o
senhor, ele veio antes, mas como o senhor estava
viajando pedi pra retornar apenas hoje.
— Tudo bem, Ellie, o mande entrar.
— Sim, senhor — estou ansioso pra saber se
Enrico já descobriu mais alguma coisa sobre o caso
do David ou algo sobre essa tal noiva dele.
— Enrico — cumprimento. — Demorou,
espero que tenha novidades pra mim.
— Senhor, tenho algumas coisas que creio
que vai lhe agradar.
— Diga então, não gosto de rodeios — estou
sem paciência.
— Bom senhor, como tinha dito antes, o
dinheiro do desfalque da Cartier ainda não
apareceu. Vasculhamos todas as contas que
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existiam no nome do David e nem a polícia e nem


eu achei nada. Como o senhor solicitou começamos
a investigar a suposta noiva, porém está sendo uma
busca infrutífera, a mulher desapareceu do mapa,
não existe nenhum registro dela em lugar algum,
tudo que sabemos no momento é que ela se chama
Verônica Mitchell e seu último emprego foi como
garçonete em uma lanchonete. As testemunhas que
encontramos diziam que ela era uma moça muito
trabalhadora e honesta, mas depois do incêndio na
prisão foi vista saindo com um homem
desconhecido e nunca mais apareceu. A mulher
simplesmente sumiu no mapa, isso é o que é mais
suspeito, ninguém desaparece assim, ela deve ter
alguém influente a escondendo, nenhum dos
conhecidos da época sabe onde ela possa estar.
Não é possível que possa sumir assim, essa
desgraçada deve estar com o meu dinheiro e pra
completar ainda tem o mesmo nome da minha
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esposa, coincidência estranha. Ela também deve


estar com o meu diamante vermelho além do
dinheiro, aquele que o David tinha. Não sei porque,
mas não sai da minha cabeça o fato da minha
esposa ter o mesmo nome da noiva daquele
maldito.
— Eu quero o que é meu de volta, quero essa
mulher na cadeia, essa cadela vai ter que pagar o
que me deve, com certeza era cúmplice do David.
Continue suas buscas e gaste o que for preciso, mas
quero resultados, essa mulher vai pagar caro por ter
se aliado a esse desgraçado — rosno quase
perdendo o controle.
— Tudo bem, senhor, não descansarei até
encontrá-la.
— Mais uma coisa, Enrico, lembra-se do
dossiê que fez da minha esposa?
— Claro, senhor, alguma dúvida sobre as

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informações?
— Não, apenas uma suspeita, mas deve ser
coisa da minha cabeça.
— Senhor não havia nada de suspeito no
passado da sua esposa.
— Tudo bem, Enrico, por precaução coloque
alguém pra checar novamente.
— Ok, senhor, mais alguma coisa?
— Não, pode ir, quando tiver novas
informações me procure e mande minha secretária
entrar, por favor.
— Claro, senhor — responde e se retira da
sala, logo após Ellie entra.
— Senhor, mandou me chamar? — Ela
pergunta solicita.
— Sim, Ellie, a Amanda já chegou?
—Sim, Senhor, nesse momento ela já está em

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reunião com o pessoal do concurso Miss Mundo.


— Ela responde.
— E o Scott já chegou? — questiono.
— Ainda não, senhor — responde e dá uma
risadinha.
— Por enquanto é só, estou indo embora e
provavelmente não voltarei mais hoje, agende meus
compromissos pra amanhã e qualquer coisa passe
pro Scott.
— Claro, senhor — anota na agenda e se
retira.

Fico sozinha com meus pensamentos.


Amanda está certa, posso mentir pra qualquer outra
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pessoa menos pra mim mesma. Eu acabei me


apaixonando pelo monstro do Arturo, o homem que
jurei vingança, o homem que destruiu todos os
meus sonhos, que arruinou minha vida, que matou
o homem que eu amava. Deus, como fui capaz
disso, justo ele?!
Só que estar em seus braços me fez sentir
coisas que jamais sonhei. Eu não sei o que fazer,
não consigo deixar de pensar na imagem dele me
traindo. E quem é aquela mulher que ele beijava?
Nunca vi, deve ser uma puta qualquer que ele
arrumou. Maldito Arturo, desgraçado, todas as
palavras de amor e todas as juras eram mentiras.
Acorda, Verônica, pare de sofrer por ele, ele
não merece suas lágrimas, você já chorou demais
por causa desse homem, isso não tá certo. Eu
preciso focar no que é importante e esquecer
qualquer sentimento que possa existir dentro de

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mim, preciso lembrar quem ele é e o que ele fez.


Essa traição serviu pra me fazer enxergar que
por trás desse teatro todo não existe final feliz.
Preciso pensar apenas na minha vingança e só
então eu poderei ser livre desse inferno. Terei
cumprido minha promessa, e David vai poder
descansar em paz sabendo que fiz justiça, que
enfim ele estará vingado.
Tomo um banho relaxante tentando acalmar
meu coração. Me sento na varanda observando a
paisagem e fico pensando em como cheguei até
aqui, cada obstáculo que enfrentei. Me distraio com
as lembranças, um tempo onde não existia essa dor
ao meu redor.
A campainha toca me tirando do devaneio,
penso que deve ser algum vizinho da Mandy ou
mesmo o Michael.
— Já vai! — grito irritada com o idiota que

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não tira o dedo da campainha, caminho devagar por


causa dos meus cortes que ainda doem um pouco.
— O que faz aqui? — digo após abrir a porta
e ver Arturo parado na minha frente.
— Como você está, amor, senti sua falta. —
Ele fala com carinho.
—Vai embora — tento fechar a porta, mas
ele impede com os pés e empurrando a porta.
— Precisamos conversar, você precisa me
escutar — diz firme.
— Não, não tenho. Vai embora, por favor. —
Praticamente imploro.
— Minha rainha, me escute, eu preciso me
explicar. — Ele suplica com seu jeito mandão.
— Não, não, vai embora! — grito. — Tudo
que tinha pra ser explicado já foi, eu vi aquele
vídeo, vai me dizer que não era você?

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Posso ver a fragilidade em seus olhos, ele


continua com a mesma roupa de ontem e seu rosto
demonstra o quanto está abatido.
— Não, não posso mentir pra você, meu
amor. — Ele abaixa a cabeça envergonhado.
— Então era mesmo você — falo com um
caroço na garganta, apesar de tudo eu tinha
esperanças de que aquilo era armação, de que por
um milagre não fosse ele.
— Amor, eu sei o que tá pensando, mas eu
juro que tem uma explicação.
— Não existe explicação pra traição, Arturo.
— Por favor, Verônica, fica calma e me deixa
falar que você vai entender tudo.
— Vai embora, Arturo, me deixa. Você está
livre agora pode ter quantas mulheres você quiser,
apenas vá e me deixe.
— Porra, Verônica, me escuta mulher —
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tenta me tocar, mas me esquivo com nojo de suas


mãos.
— Bebê, não faz isso, não me olha assim, por
favor, isso acaba comigo.
Sorrio com suas palavras.
— Espero que doa em você. Merece ao
menos um pouco do que estou sentido. Eu tenho
nojo de você, só de estar em sua presença já me
enoja.
— Verônica, desgraça! — grita louco de
raiva me assustando. — Caralho, me escuta, porra.
— Ele se acalma e continua: — Eu juro, amor, eu
não tive nada com aquela mulher, eu só tenho olhos
pra você, só respiro por você, não tenho interesse
por nenhuma mulher além de você, Verônica. Você
é uma parte de mim, sou totalmente dependente de
você.
— Chega. Essas palavras bonitas não vão me
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enganar mais, Arturo. Some da minha vida.


— Amor, apenas me deixe te contar o que
aconteceu — diz mudando o tom de voz, ficando
mais calmo. — Por favor — implora desconsolado.
— Tudo bem, se quer tanto dizer diga de uma
vez, estou ouvindo — suspiro cansada cruzando os
braços.
Arturo engole seco e olho pra ele sem
expressão alguma, como posso ter me apaixonado
por uma pessoa sem coração, tão vazia e fria. Deus,
dói tanto olhar pra ele, ao mesmo tempo em que
quero dar um tiro no meio da sua cara, eu quero
pular no seu colo e beijá-lo.
— Eu acabei ficando hospedado na casa do
prefeito como tinha te contado antes, mas o que
você não sabe é que James é conhecido por suas
festinhas um tanto selvagens, digamos assim. —
Ele explica ressabiado. — Pensei que comigo lá ele

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não faria nenhuma.


— Que tipo de "festinha"? — Pergunto fria.
— Por favor, não me julgue sem escutar tudo
que tenho a te dizer — pede. — James gosta de
orgias, as festas na casa dele são regadas a sexo e
drogas.
Olho horrorizada pra ele com suas palavras,
com mais nojo ainda, me afasto mais dele.
— Por favor, amor, eu juro que não sabia que
ao chegar lá iria encontrar aquilo, eu juro que não
sabia.
— O que você encontrou, Arturo? —
pergunto.
— James estava na sala fodendo algumas
mulheres, a casa estava lotada de gente se fodendo,
uma verdadeira orgia, todo mundo bebendo e se
drogando.
— Então é isso? Você decidiu participar —
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afirmo.
— Não, amor, ,por favor, me escute, eu não
fiz nada disso.
— Arturo, eu vi você no vídeo, você estava
com aquela mulher, para de mentir, não me chame
de trouxa! — grito.
— Eu me desvencilhei daquelas pessoas
saindo da sala e fui pra cozinha tomar uma água, eu
pretendia pegar minha bagagem e sair de lá o mais
rápido possível. Mas eu fui um idiota e não percebi
que a água não era bem só água e estava batizada,
provavelmente algum engraçadinho que queria se
dar bem e eu não sei em qual momento eu fui parar
no quarto, só queria pegar minhas coisas, e sair o
mais rápido que podia dali — suspira passando as
mãos por entre os cabelos. — Eu não sei direito o
que aconteceu, mas de repente era você lá no
quarto, era seu rosto que via, eu estava confuso e

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por todo lado que olhava te via, quando começava a


me tocar. Em todo o tempo achei que era você,
amor, ou eu jamais teria permitido que me
tocassem. — Ele suspira e continua: — Não me
lembro bem, mas ouvi a porta abrir e alguém entrar,
provavelmente quem mandou o vídeo pra você,
ainda não descobri quem foi, mas alguma coisa me
alertou que estava tudo errado e antes de eu
realmente transar com ela eu percebi que não era
você, que tinha algo errado, não sei de onde
consegui força, mas a expulsei do quarto e vim
correndo pra casa. Amor, eu juro, jamais a trairia,
eu a amo e preciso que de um salto de fé, acredite
em mim dessa vez.
— Eu não sei o que pensar — digo em
dúvida, não sei se ele está dizendo a verdade, Deus
esse amor e essa vingança estão me destruindo.
— Eu sei que pode ser difícil de acreditar,

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mas é a mais pura verdade e eu posso provar.


Olho pra ele desacreditada.
— Eu estive no hospital ontem. — Ele
começa a falar e interrompo.
— Guilherme, como ele está? — fico me
sentindo mal, aposto que ele não está bem e é tudo
culpa minha.
— Não quero falar sobre aquele traidor —
fico pasma, com a frieza dele.
— Eu fiz um exame toxicológico e trouxe pra
você. — Ele retira do seu paletó um papel e meu
coração se acelera, sinto medo do que pode estar
escrito aqui. Leio com atenção o exame, mas tem
uma parte minha que insiste em duvidar.
— Isso não quer dizer nada — insisto.
— Como nada, Verônica? Eu vim aqui
desesperado tentar conversar com você. Digo a
verdade e você não acredita em mim, trouxe até a
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porra do exame, caralho mulher o que mais você


quer de mim? — diz puto e revoltado.
— O que me garante que toda vez que beber
ou sei lá, se drogar não vai me trair de novo? Não
dá, Arturo, eu não confio mais em você.
— Escuta, aqui Verônica, eu quis ser
bonzinho, mas você não me dá outra saída, nada
nesse mundo vai tirar você de mim, nem você
mesma, entendeu? Não existe a mínima
possibilidade de nos separamos, nem o demônio me
fará ficar longe de você.
Suas palavras me arrepiam de medo, a forma
possessiva que ele me olha me assusta.
— Arturo, chega. Saia daqui eu não quero
mais te ver.
— Nada disso, nós estamos indo agora pra
casa, já deu, se você não vem por bem sou obrigado
a te levar a força. — Se aproxima como uma
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pantera pronta pra atacar.


— Você não pode...
— Veremos o que não posso, Verônica. Ele
me puxa com força pro seu ombro, tento me soltar,
mas ele me prende mais forte chegando a me
machucar com seu aperto.
— Me solta, Arturo, você está louco! —
Grito com ódio.
— Sim, estou louco e puto da vida só de
ouvir as besteiras que você diz — começa a me
carregar pelo saguão do prédio com todo mundo
nos olhando espantados.
— Me solta, Arturo, ou eu vou gritar, seu
animal — ameaço.
— Você pode gritar a vontade, mas nada vai
te tirar de mim, entendeu? — Me joga no carro com
brutalidade e dá partida, saindo rapidamente
cantando os pneus.
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O caminho todo tento fazer Arturo me


escutar, mas ele estava irredutível, se ele pensa que
acredito nele está muito enganado, eu abri os olhos
agora.
Arturo abre a porta do carro em frente nossa
casa, mas me recuso a descer.
— Porra, Verônica, você não facilita, caralho,
não tente lutar contra mim porque você vai sair
perdendo, mulher — aponta o óbvio.
Arturo me carrega nos braços como se eu
fosse um saco de batatas. Assim que sinto meus pés
no chão da sala trato de me afastar dele,
transtornada corro pra cozinha pra beber alguma
coisa e tentar me acalmar. Arturo me alcança antes
mesmo de fechar a porta da geladeira.
— Você não entende que preciso de um
tempo só pra mim, sai, me deixa em paz! — fico
exasperada com ele não me dando espaço.

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— Eu entendo, amor, que você esteja brava e


estressada, tem muitas coisas acontecendo ao
mesmo tempo, mas sei que vamos superar isso só
que se estivermos juntos e não longe um do outro.
— Me olha intensamente. — Podemos ir pra ilha.
— Eu não quero ir pra ilha, não quero nem
mesmo respirar o mesmo ar que você! — grito.
— Não adianta negar, amor, eu sei que você
me ama e só está com ciúme — sorri bobo,
desgraçado.
— Você é um imbecil, eu to com tanto ódio
de você, Arturo, como pôde me deixar sozinha
sofrendo a perda do nosso filho e ir pra uma porra
de orgia, seu safado.
— Que porra, Verônica, eu já te expliquei.
Você não pode ficar jogando isso na minha cara o
tempo todo! — grita nervoso.
— Não acredito em você. Sempre foi um
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depravado obcecado por sexo, eu sinceramente não


sei se antes de nos casarmos você não me traía,
afinal você era um maníaco sexual praticamente e
nunca foi fiel a Carolina, como poderia ser comigo?
— questiono com a verdade, se ele traía a Carolina,
por que não irá me trair?!
— Eu vou fingir que não ouvi o que disse,
porque sei que tá com raiva e com ciúmes, mas vou
te lembrar que eu nunca amei Carolina e outra,
você bem que gosta desse maníaco sexual aqui.
Tenho que me proteger dele, não posso
confiar, não posso amar esse homem. As lágrimas
caem do meu rosto sem parar e Arturo se aproxima
me beijando com força e me derreto em seus
braços, mas algo dentro de mim luta contra esse
desejo. Uma parte forte de mim quer o machucar
do mesmo jeito que me machucou. Mordo sua boca
até sentir o gosto do sangue e ele solta um grunhido

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de dor se afastando.
— Não volte a me tocar, seu imbecil! —
Grito com a voz trêmula.
—A mim você não engana, Verônica, sua
boca pode negar, mas seu corpo quer a mim — fala
com a voz rouca, arrastada. Tento não demonstrar
como suas palavras mexem comigo.
— Meu Deus, como pode pensar que vou
transar com você depois daquele vídeo? — sussurro
angustiada.
— Eu não transo com você, Verônica, você
sabe disso. Nós fazemos muito mais do que isso,
nós nos amamos e eu sou o primeiro e o último
homem da sua vida. — Se aproxima como um leão
prestes a atacar sua presa.
— Não chega perto! — grito me afastando e
jogo o copo de vidro em sua direção cega de ódio
dele, ele desvia e não desiste. — Não se
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aproxima!! — grito histérica e destruída,


arremesso a jarra nele e ele desvia só que quase
acerta seu braço.
— Maldito, sai daqui!
— Não vou, você é minha, caralho! — rugi
de raiva.
— Seu escroto machista, quem você pensa
que é, Arturo?! Você não sabe o que é amor, você
não entende, não sabe de nada.
— Me acuse do que quiser, mas jamais disso,
eu amo você mais do que qualquer coisa nesse
mundo, mais do que a mim mesmo! — bate no
peito raivoso.
— Eu quero o divórcio! — digo e me
surpreendo com o que disse, mas no momento não
penso em vingança, não penso em nada, só quero
tirar essa dor de mim, estou sem chão e sem rumo,
totalmente perdida.
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O rosto de Arturo se torna uma pedra de gelo,


seus olhos ficam frios de uma maneira... Nunca o vi
assim.
— Chega, porra, pare de dizer merdas, isso
nunca vai acontecer, nunca vou deixar você. —
Suas palavras são tão frias e é como se em minha
frente estivesse um Arturo que nunca vi, aquele
Arturo que tanto David me alertou. Pela primeira
vez desde que comecei essa vingança tremo de
medo. Só agora vi o risco que estou correndo. Me
afasto dele tentando colocar a maior distância
possível entre nós, minhas mãos tremem e meu
coração está acelerado, sinto como se meu peito
estivesse sendo esmagado.
— Não adianta correr, Verônica, não de mim.
Pego uma faca no faqueiro de prata em cima
da pia. Aponto pro seu pescoço trêmula, cheguei ao
meu limite, estou descontrolada emocionalmente,

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só um pouco de força e eu acabo com ele, tiro toda


essa dor de dentro de mim.
— Sai da minha frente, Arturo, ou eu não
respondo por mim, não sei o que sou capaz de
fazer...

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CAPÍTULO 21 - Diaba
vingativa

“A vingança é uma vadia má, eu sou a pior


delas. É baby, eu sou a mais selvagem a mais
malvada de todas.”

Droga, meu dia têm sido um inferno,


Amanda me ignorando o tempo todo. Parece até
que não liga pra nada do que aconteceu. Tem me
tratado como se, eu fosse um nada. Também não
consigo entender porque estou tão bravo com ela,
por ela não ligar pro que aconteceu entre nós dois.

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Não entendo, que diabos está acontecendo comigo!


Não consigo esquecer seu corpo, seu cheiro, seu
gosto, porra! Não consigo nem mesmo dormir em
meu quarto sem lembrar dela. Só posso estar
enlouquecendo, uma maldita negra, estou louco por
uma mulher vinda dessa raça inferior.
A safada sabe que mexe comigo e nem
disfarça suas provocações. Vadia dos infernos, cada
maldito homem dessa empresa que tem um pau
baba por ela. E ela faz questão de mostrar toda sua
sensualidade por onde passa. Preciso esquecer a
porra do dia que transei com ela. Não só isso,
preciso de uma mulher bem gostosa pra foder e
pronto estarei livre da diaba. O telefone toca me
deixando mais irritado do que já estou.
— Scott? — reconheço a voz do meu avô.
— Fala, vovô, quanto tempo tem que o
senhor não me liga...

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— Neto ingrato, se eu não ligar, você não


liga — reclama. — Até quando vai ficar brincando
de empresário e vai vir pra Berlim? Filho, você tem
uma empresa de verdade pra administrar, legado da
nossa família.
— Vovô, já falamos sobre isso, lhe expliquei
que quero crescer com minhas próprias mãos. Sei
que ainda não estou pronto pra voltar, na verdade
eu amo a Cartier, dou meu sangue por essa empresa
e não posso deixá-los assim — explico pra ele, sei
que uma hora ou outra terei que voltar e assumir o
que é meu por direito, porém não agora.
— Garoto, você não percebe que está
deixando seu patrimônio de lado por um império
que nem é seu?
— Vovô, não adianta falar com você, não
vamos discutir sobre isso, sim? — tento mudar de
assunto.

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— Filho, não sou mais um jovenzinho,


Adolpho não sabe administrar isso aqui. Não ando
nem sabendo o que acontece nas minhas empresas.
— Ele fica desolado. — Você não pode deixar meu
afilhado tomar conta do que é seu. Ou tá me
esperando morrer pra finalmente assumir o
comando da Boehringer Ingelheim?
— Prometo que vou pensar, vovô, agora
preciso voltar pro trabalho, depois nos falamos?
— Tudo bem, meu filho, sabe que sempre
estou de olho em você, não é? — inquire.
— Sei bem disso, tchau, vovô, amo o senhor
— respondo desligando.
Porra, agora mais essa, ele não pode saber
nunca que me envolvi com a Amanda, seria um dos
maiores desgostos da vida dele.
— Senhor Scott? — A secretária me chama,
com a cabeça pra dentro da porta.
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— Diga! Não tá vendo que to ocupado? —


falo irritado.
— O Senhor mandou ligar pro Redman,
diretor executivo do concurso Miss Universo.
— E?...
— Senhor, depois do desastre que foi a festa
de lançamento desse ano... Foi difícil, ele não
queria nem ouvir falar da Cartier.
— Sem rodeios, diga logo!!
— Consegui, senhor, ele aceitou fazer uma
reunião conosco amanhã, mas disse que só irá falar
se for com a senhorita Amanda. Deixou bem claro
que, se for outra pessoa não virá — fala receosa.
— Maldito!! Até esse crápula quer ela! —
grito de raiva. — Tudo bem, marque com a
senhorita Kaminsky, peça para que ela não se
atrase. — Hoje não é meu dia. Meu humor acaba de
piorar, e pra foder ainda mais, um grande negócio
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pra empresa está nas mãos daquela maluca.


Dependendo dessa reunião nós ainda teremos
chances de concorrer à escolha para as coroas. Que
inferno, Arturo ao invés de estar aqui pra me
ajudar, sumiu!
Passo dia todo envolvido com a empresa,
fiquei lutando contra minha vontade de ir atrás
dela, maldita mulher que está me enlouquecendo.
Passei pela sua sala várias vezes, mas não tive
coragem de entrar. O que poderia dizer... Porra,
Scott! Para com isso, esquece essa mulher. Decido
ir beber alguma coisa e esquecer a merda que foi
meu dia.
Dirijo com pressa, nem mesmo passei em
casa. Não quero voltar pra aquele quarto, pra
aquele lugar, tudo... Droga, até minha maldita casa
me lembra ela. Soco o volante com força, Scott
você tá parecendo um idiota maricas, para com

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isso, porra.
Estaciono em uma boate lotada que sempre
venho relaxar. Nem preciso fica na fila, quando se
tem um sobrenome como o meu, a boate está
lotada. Hoje quero é beber e talvez pegar alguma
gostosa, quem sabe assim eu esqueça essa porra.
Sento no bar e peço uísque puro e sem gelo, a
cada gole sinto meu corpo se entorpecer pelo
álcool. Penso na merda que fiz. Sei que peguei
pesado demais, mas droga, eu não sou nenhum
príncipe, não prometi nada a ela. Só me dei conta
que não deveria ter agido daquela forma depois,
mas já era tarde eu já tinha jogado ela no corredor.
Sei bem que ela não é o tipo de garota pra levar
para conhecer minha família, eles nunca a
aceitariam. Amanda é do tipo de mulher pra
transar, comer e esquecer, só isso, só que no meu
caso nem isso, merda. Não posso negar pra mim

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mesmo que estou louco de vontade de ter ela


novamente. Fico bebendo durante umas duas horas,
acabo dispensando todas as gostosas que sentam
perto de mim...

Acordo com a garganta doendo, minha


cabeça parece que vai explodir, sinto tudo rodando
e tenho dificuldade em abrir os olhos. Merda de
ressaca do inferno. Forço meus olhos a abrirem,
sinto uma perna pesada em cima de mim. Droga, eu
devo ter trazido uma puta pro meu apartamento.
Porra, mas essa não, não quero choradeira quando
mandá-la vazar.
Abro os olhos, fico meio tonto, empurro a
perna de cima de mim e acabo tropeçando e caindo
de cara no chão, me levanto meio tonto ainda.
— Puta que pariu!!! — Grito horrorizado e
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assustado com o que vejo em minha cama. Só


posso estar no meu pior pesadelo. Não, não isso
não pode estar acontecendo, caralho, inferno.
Olho pra cama horrorizado, forço minha
mente a lembrar o que aconteceu ontem. Nada,
minha mente está em branco, começo a tremer
assustado. Isso não está acontecendo, não, não, que
diabos aconteceu? Estou em uma realidade
paralela, só pode.
— O que porra vocês estão fazendo na minha
cama?! — Grito puto da vida ao ver dois travestis
negros, nus em minha cama. Eles estão
esparramados com a maquiagem borrada, feios
como filhotes de cruz credo, os dois abrem os olhos
e sorriem pra mim.
— O que foi, gato, por que esse mau humor
logo cedo? Pensei que a noite passada ia te fazer
acordar relaxado — sorri e pisca o olho pra mim.

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— Que merda são vocês?


— Ah, querido, eu sou Vivi! Não me diga
que já se esqueceu da nossa noite, foi inesquecível,
querido, e que fogo você tem hein.
— Caralho! Não! — Me seguro pra não
vomitar ou bater neles. — Eu jamais teria feito uma
coisa dessas! — Parece que estou em um pesadelo,
que diabos aconteceu?
— Querido, não só fez como repetiu mais
duas vezes, não só comigo como com a Monic —
sorri se levantando. — Que fogo, querido, você nos
matou, não nos deixou em paz, gozamos horrores
na tua mão.
— Vocês estão loucos, me expliquem como
vieram parar aqui, ainda mais na minha cama e sem
roupas?! — Pergunto assustado e pior, a porra dos
travestis tem até peitos de silicone enormes? Penso
que só posso estar drogado, nada faz sentido.

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— Querido, não me diga que não se lembra


de nada? — pergunta o outro travesti fazendo cara
de espanto, começo a ficar com falta de ar. Meu
cérebro demora a entender o que está acontecendo.
— Nós, nos encontramos na boate ontem à noite,
você passou a noite toda cantando minha amiga
Vivi e me convidou pra passar a noite com vocês.
Nos fodeu a noite toda, não nos deu descanso
nenhum.
— Não acham mesmo que sou trouxa pra cair
em uma dessas, né?! — Me recupero. — Só podem
estar loucos, jamais faria algo assim, mesmo
bêbado e drogado ou sei lá o que, eu gosto de
mulher, eu amo uma boceta e jamais iria tocar em
outro pau que não seja o meu!!!
— Bem, você não pensou nisso isso ontem
quando estava metendo em mim. — O outro que se
chama Vivi, responde.

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Vejo tudo vermelho em minha frente, estou


por um triz de matar os dois.
— Se não saírem da minha casa agora eu vou
quebra vocês ao meio!! Vão receber tanta porrada
que nem cirurgia plástica vai resolver, ainda por
cima chamo a polícia e terão que explicar que
merda vocês estão fazendo aqui. Eu não caio nessa
armação ridícula. — Me seguro pra não estourar
eles. — O que vocês querem? Dinheiro? Me
chantagear? É algum tipo de golpe, é isso? Quem
pagou pra vocês armarem isso, foi o Adolpho?
Lembro do afilhado do meu avô.
— Querido, sabemos quando não somos
bem-vindas, já estamos de saída — foge de
responder as perguntas e se levanta os dois pelados,
até me embrulho o estômago. — Obrigada pela
noite, gato, estou toda dolorida, você tem um pau
imenso e sabe usar tanto ele quanto essa sua boca

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deliciosa, que boquete, o melhor que recebi na


minha vida.
— Somem daqui!!! — Rujo irado, indo pra
cima e me segurando no último segundo.
— Ah, mais uma coisa — diz a tal da Vivi.
— Quem é Amanda? Quando estava me comendo
de quatro chamava por uma tal de Amanda o tempo
todo, não que me importei, mas fiquei curiosa.
— Eu vou matar vocês dois nesse segundo se
não sumirem da minha frente! — abro e fecho as
mãos mostrando que não estou para brincadeira.
E saem rebolando, caralho, e como se um
estalo viesse na minha mente tudo faz sentido
agora, isso é obra daquela demônia. Maldita, eu
vou matar essa morena dos infernos, hoje eu a
mato, foi ela, ela armou todo esse teatro. Essa peste
me paga, há se paga.
Tomo um banho rápido e olho pro meu pau a
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todo o momento tentando imagine se... não, não,


isso é obra do capeta da Amanda. Foi ela, tenho
certeza absoluta! Ainda mais quando falaram o
nome dela, vadia infernal! Saio do banho e percebo
que já são mais de dez horas, Arturo chega hoje, eu
já deveria estar no trabalho só que sinto meu corpo
anestesiado e meio trêmulo, a vaca da Amanda
deve ter me drogado, só assim pra não perceber
essas pragas entrando aqui.
Procuro meu celular, ele estava debaixo da
cama, ligo pra empregada vir arrumar a casa, hoje
não é o dia dela, mas pago bem, então ela aceita
vir. Não tenho tempo de tomar café e saio
disparado pra Cartier.
Aquela maldita já deve estar lá, se ela pensa
que caí nesse planinho ridículo dela, está muito
enganada. Sou macho, porra! Não tenho dúvidas da
minha masculinidade, também não tenho

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preconceito, só não curto, eu gosto e de boceta


porra. Ela pensou o quê? O que ela queria com
isso? Ela queria se vingar de mim, só pode, ela me
paga.
Meu celular apita sem parar, notificações e
mais notificações das redes sociais, mas não tenho
tempo pra isso agora. Acelero entre as avenidas
congestionadas de Londres, chegando enfim na
Cartier. Entro já de mau humor, quando o porteiro
que já é antigo da empresa abre as portas de vidro
pra mim e me olha com um olhar debochado. Nem
perco meu tempo com ele, parto em direção ao
elevador que está cheio.
— Sabe, Bruna, você viu só que babado
ontem à noite no grupo da empresa?
— Não, Lina, ainda não vi, o que aconteceu?
— Parece que um dos executivos da empresa
decidiu sair do armário, assumiu que é

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homossexual, foi o que o Miguel estava


comentando, babado fortíssimo, amiga!
— Meu Deus que escândalo, quero saber
quem foi!
— As duas ao invés de ficar fazer fofoca no
elevador, deveriam estar fazendo seus trabalhos! —
digo irritado com esse tipo de conversa
— Desculpe, senhor — respondem as duas de
cabeça baixa. Elas saem no terceiro andar junto
com outras pessoas e fico sozinho no elevador até o
babaca do John entrar.
— Bom dia, Senhor Scott — cumprimenta.
— Só se for pra você — resmungo irritado.
— Ué, Senhor Scott, um homem como o
senhor de mau humor, o que foi, a noite não foi
boa? — tira sarro, como se soubesse de alguma
coisa.
— Isso não é da sua conta.
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— Qual é vai, fala de homem pra homem


qual é melhor, a loira ou a morena? — zoa e não
consigo entender o que esse bosta está falando, me
irrito.
— A próxima vez que vier interrogar minha
vida pessoal, te demito, John, não me importo se
você é bom no que faz, existe uma pilha de
currículos em cima da minha mesa com bons
funcionários e que não são enxeridos.
— Desculpe, senhor. — Se cala até chegar ao
seu andar, me deixando sozinho enfim, o elevador
para no meu andar e minha secretária me olha
assustada.
— Senhor, achei que não viria hoje. — Me
olha com uma expressão assustada, com receio.
— Por que diabos eu não viria trabalhar? —
questiono e ela me olha assustada e envergonhada,
chega a ficar vermelha e não entendo nada.

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— Desculpe, senhor, esqueça o que eu disse.


Ellie, a secretária do senhor Cartier ligou dizendo
que o patrão já voltou e está a sua procura, pediu
para ligar pra ele assim que chegasse.
— E a senhorita Amanda, cadê ela?
— Não sei, senhor, irei verificar.
Entro na minha sala com a cabeça latejando,
acho que nem com cem anos vou poder apagar a
cena mais aterrorizante da minha vida que foi ver
aqueles dois travestis, negros nus na minha cama.
Ela foi longe, deixo para pensar em Amanda
depois, primeiro ligarei para Arturo.
O telefone chama, mas ele não atende,
inferno, pra que serve essa merda se não atender?!
Fico com meu telefone na mão e decido mandar
uma mensagem, quando entro no Whatsapp vejo
que tem mais de mil notificações, que merda tá
acontecendo? Quando vejo meu status à ficha cai.

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Não! Não! Porra!! Caralho! Não acredito que ela


foi capaz disso, filha da puta. Olho a foto e a ânsia
de vômito me ataca, acabo vomitando na lixeira
quando vejo a bendita da foto que está no meu
perfil. Sou eu merda, sou eu desacordado no meio
dos dois travestis. Em uma cena que indicava que
rolou algo, minhas mãos tremem e juro que vou
matar essa mulher, penso na minha nove
milímetros que guardo por precaução, me levanto
furioso e pego minha arma.
Merda, se controla Scott, você não pode
meter uma bala na cabeça dessa diaba. Olho de
novo o celular e excluo a bendita foto. Abro meu
Facebook e qual é minha surpresa ao ver a mesma
maldita foto com a seguinte legenda:
relacionamento sério com Vivi Carvalho e têm
milhares de comentários. Excluo essa porra toda e
fico trêmulo de nervoso, tento me controlar com
medo do que sou capaz de fazer com essa morena
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dos infernos. Amanda, você me paga.


— Suely! — grito, pro caralho a minha
paciência hoje. — Cadê a Amanda?
— Senhor, ela está em reunião com diretor
do concurso Miss Mundo — responde trêmula por
causa da minha aparência, descontrolada.
Merda, esqueci dessa reunião e o pior é que
eu deveria estar lá.
— Em que sala os dois estão? — pergunto.
— Não tenho certeza, senhor, mas acho que
na sala da senhorita Amanda. — Quando ela
responde receosa. — Ela pediu uma reunião
particular.
— Me diga de uma vez, Suely, sem rodeios.
— Me aproximo dela, deixando implícito meu
tamanho e meu temperamento. — Alguém da
Cartier está falando sobre a porra do meu status das
redes sócias?
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— Desculpe, senhor — gagueja ao responder.


— Mas o senhor mesmo postou a foto no grupo da
empresa. Maldita, vou matá-la.
— Fui roubado, roubaram meu celular e
aquela foto é uma montagem, espalhe isso pela
empresa e se eu ver alguém falando de mim pelas
minhas costas, estarão no olho da rua!! — informo
e ela me olha assustada. — Entendeu, Suely?
— Sim, senhor.
Saio batendo a porta, passo por vários
funcionários e todos tentam disfarçar, mas sei que
estão comentando de mim pelas costas.
Chego até sua sala e a porta está fechada,
faço questão de entrar batendo a porta e sem avisar,
olho pra ela que me encara cínica, em seus olhos
vejo a provocação explícita.
— Senhor Strauss, estamos em uma reunião
— diz se fazendo de santa, minha vontade é de voar
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no pescoço dela e torcê-lo, quebrando todos os seus


ossos.
— Na verdade vim ver como ficou resolvida
a questão do concurso — respiro fundo, fingindo
que está tudo bem.
— Estava agora mesmo falando com a
Amanda que graças ao charme dela e sua simpatia
decidi dar uma segunda chance a Cartier na
competição — fala Simon se derretendo pra
demônia.
— É senhorita Kaminsky pra você — ressalto
olhando pro Redman. — Fico feliz que esse assunto
já esteja resolvido, agora se me der licença gostaria
de resolver outros detalhes com minha funcionária.
— Scott — diz Amanda irritada com meu
comportamento.
— Tudo bem, querida, já estava de saída,
espero que nosso almoço ainda esteja de pé —
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passa sendo todos sorrisos pra ela.


— Claro, eu o acampando até o elevador. —
Se levanta e aproxima-se dele.
Minha raiva nesse momento chega a níveis
estratosféricos, minha vontade é mandar essa
cadela calar a porra da boca. E sair de perto dele.
Me controlo o máximo que consigo e me lembro do
motivo de vir aqui, o que me trouxe, conto até dez
umas cem vezes pra tentar me acalmar.
A desgraçada sai da sala agarrada ao braço
dele como um polvo, sei bem quem ele é não é flor
que se cheire, o merdinha come todas as modelos
do concurso, não vale nada, mas ela também não
vale, então talvez eles se mereçam.
Fico impaciente andando de um lado pro
outro, ela demora cerca de 5 minutos pra voltar,
tento usar esse tempo pra não fazer nenhuma
besteira, como matá-la por exemplo.

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— Voltei, Senhor Scott, o que tem de tão


importante assim pra tratar comigo que atrapalhou
minha reunião — fala cínica, revirando os olhos.
— Vou perguntar apenas uma vez e serei
direto — digo com a voz firme demonstrando todo
meu ódio.
— Diga, então. — Me olha debochada.
— Foi você quem pagou aqueles dois
travestis pra me drogarem e tirarem aquelas fotos?
—pergunto rosnando. Ela sorri e olha para as unhas
como se estivesse entediada.
— Não sei do que você está falando — sorri
diabolicamente pra mim.
Meu sangue ferve de ódio, ela é muito cínica
e fingida, traiçoeira como uma cobra.
— Eu sei que foi você! — rosno, mantendo
por pouco o controle. — Dessa vez você foi longe
demais, Amanda, passou de todos os limites. Eu sei
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que posso ter errado com você, mas isso terá


consequências graves.
Ela sorri e se aproxima de mim, me seguro
pra não a enforcar.
— Você acha que me deixar nua jogada em
um corredor sem chaves e sem celular foi um
pouco errado? — sorri irônica.
— Isso não justifica o que fez, sua diaba,
minha paciência com você acabou aqui, escutou
bem?! — Aviso sério, a deixando ver o quanto
esgotou todo o meu controle.
— A única diaba aqui é você, Scott! Você
acha o quê?! Que por ser branco isso te dá o direito
de me tratar daquela forma? Ou qualquer outra
pessoa negra, mulata, morena, independentemente
da cor, você não tem o direito de tratar ninguém
assim! Você não passa de um moleque mimado que
sempre teve tudo que quis e se acha no direito de

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mandar nos outros, humilhar!! — Grita apontando


o dedo na minha cara. — Só que comigo não, baby,
não sou nada sua, não sou uma de suas putas, não
sou uma boneca que você faz o que quiser com ela.
Quer brincar com fogo? Então esteja disposto a se
queimar! — vocifera.
— Você vai confessar o que fez, Amanda!
Isso pode acabar com minha reputação e se cair em
ouvidos errados... — Digo puto da vida. Ela
começa a gargalhar como uma louca psicopata.
— Nem fodendo que farei isso, não tenho
medo de você, Scott, você teve o que mereceu —
afirma.
— Negra imunda, sangue sujo!! — grito
irado.
Ela não perde tempo e dá um tapa em minha
cara, sinto na hora a ardência e percebo que ela tem
uma mão forte.

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— Tenho nojo de você, seu maldito


preconceituoso de merda!! — diz cuspindo em
mim.
Avanço em sua direção vendo tudo vermelho
tamanho o meu ódio, aperto seu pescoço com força
e Amanda perde o ar, sinto apenas raiva nesse
momento, ela tenta se soltar só que sou mais forte
que ela, ela começa a chorar, olho nos seus olhos e
algo em mim me faz soltá-la. Olho para as minhas
mãos arrependido. Seu rosto e pescoço roxo
marcados por minhas mãos, ela caída no chão
chorando, me olhando apavorada.
— Eu nunca bati em uma mulher na minha
vida toda. Você está me tirando à sanidade — digo
em choque saindo de lá.

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Fico no chão chorando apavorada, ele me


enforcou, não consigo acreditar nisso. Me sinto
pequena, indefesa, choro por um bom tempo
tentando aliviar essa dor que estou sentindo no
peito. Finalmente me levanto e olho no espelho,
vejo as marcas em meu pescoço e tremo ao
encostar nelas. Não tenho mais cabeça pra ficar
aqui e resolvo ir pra casa.
Saio praticamente correndo da minha sala e
pego o elevador, ao chegar à recepção o vejo
conversando com uns clientes, ele me olha e toco
meu pescoço automaticamente numa resposta de
autodefesa. Giro em meus pés e corro, saio em
disparada com medo e decepção, não sei por que
sinto isso, mas não o quero perto de mim.

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Caminho a pé com minha cabeça confusa,


perdida, ele me assustou. Por um segundo pensei
que ele realmente me mataria, fiquei sem ar, estava
quase desmaiando. Quando ele me soltou, eu não
tive outra reação a não ser ficar com medo. Nunca
pensei que ele faria uma coisa dessas comigo,
esperava tudo, menos violência.
Uma fina garoa começa a cair, ando tão sem
rumo que não vi onde estou. Olho ao meu redor e
reconheço que estou perto da Cartier a umas seis
quadras de distância, preciso voltar pra Cartier e
pegar meu carro. Quero ir pra casa, eu não trabalho
mais lá, não quero nunca mais ver esse homem.
Mesmo esse homem sendo assim, mexeu
comigo de um jeito que nenhum outro mexeu, nem
Vitório. Lembrar dele faz com que me lembre que,
todos os homens não prestam e só querem uma
coisa de nós, mulheres. Foi assim com Vitório e

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também com o Scott, depois que ele conseguiu me


lavar pra cama, me expulsou como uma puta
qualquer.
Alguém esbarra em mim e quando levanto o
rosto pra ver quem é, vejo um homem negro e
gordo parar em minha frente, fico meio assustada e
assombrada.
— Com licença, senhor — peço
educadamente me afastando.
— Pra onde a gatinha pensa que vai? — tento
passar por ele, mas me dou conta que tem outros
dois homens atrás de mim.
— Por favor, me deixe passar! — peço de
novo, só que dessa vez com a voz trêmula.
— Na, na ni, na, não. — Ele responde com a
voz maldosa. — A gatinha quer fugir, pessoal.
— Por favor — começo a ficar apavorada. —
Não me toque! — falo quando ele me segura.
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O da frente me empurra em direção à parede,


tento gritar, mas ele coloca um pano fedido em
minha boca, não consigo gritar, só saem barulhos
estrangulados e os outros se juntam a ele me
pressionando na parede, começam a tirar sarro e
falar o que farão comigo.
Um deles toca meu rosto com suas mãos
sujas e nojentas começo a chorar e me debater
tentando escapar, mas eles são mais fortes.
O negro e gordo toca nos meus seios e aperta
com força me machucando.
— Olha, cara, como ela é gostosa, se
soubesse que ela era linda assim nem teria cobrado
da madame por esse servicinho — sorri, puxando
meus seios com força.
Ele tira o pano da minha boca e fala:
— Essa boca vai fazer um favorzinho pra
gente, um bem gostosinho. — E aperta o pau por
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cima das calças, deixando claro o que quer.


— Por favor, não! — imploro chorando e ele
me dá um tapa na cara enquanto os outros riem.
— Safada e teimosa, bem do jeito que gosto.
— Me arrastam para um beco sujo e me jogam
perto de uma lata de lixo, caio contra uns sacos e
bato minha cabeça na parede, mas nem tenho
tempo de me recuperar, pois um deles rasga minha
blusa e fico desesperada gritando, mas ninguém me
ouve, estamos longe de qualquer movimentação.
— Por favor, não façam isso comigo, me
soltem, eu não fiz nada a vocês, por que estão me
machucando? — pergunto com voz de choro, me
esforçando pra não chorar e ceder ao desespero.
— Ah... Gostosa, nós fomos bem pagos por
servicinho, escute bem que o recado é o seguinte:
ninguém toca na princesinha dela! — Dizem eles e
rindo ao me chutar no chão, sinto dor lancinante e

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solto um gemido.
— Por favor — suplico desesperada, eles não
ouvem, um deles puxa minha saia e o outro rasga
meu sutiã, eles me seguram quando tento me soltar,
são três enquanto sou só uma, quando tento resistir
quando um cara barbudo e cabeludo pega em meu
seio recebo um tapa na cara muito forte que faz
meu rosto virar pro outro lado. Fico tonta e sinto
tudo girar, sinto uma boca em meu seio, mordendo
e chupando muito forte me machucando, sinto
ânsia de vômito e vomito, mas isso não os impede.
O outro, careca, se junta ao parceiro nos
meus seios, choro e sinto uma dor intensa, tento
olhar e vejo sangue escorrendo do meu seio, ele
mordeu tão forte meu mamilo que sangrou. Não
consigo acreditar que isso está acontecendo
comigo.
Eles continuam me tocando, o negro

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barrigudo rasga minha saia e a tira, logo em


seguida arranca minha calcinha, tento me debater,
mexer minhas pernas, mas só consigo um soco na
barriga com isso, sinto que esse é o meu fim e tento
fechar as pernas. Os outros dois se afastam e com
os paus pra fora começam a se masturbar me
olhando, tenho dificuldades pra enxergar devido as
pancadas que levei.
O careca se aproxima e me segura pelo
cabelo me forçando a me olhar.
— Olha como você está linda, como ficou
com "nossos carinhos" — ri debochado, olhos pros
meus seios e choro, estão vermelhos e roxos, com
marcas de dentes por causa das mordidas.
— Por favor!! — suplico chorando. — Não
faça isso comigo, por favor, eu imploro. — Não me
escutam.
— Olha como ela é gostosa, cara. — O

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cabeludo fala admirando, começo a soluçar


descontroladamente.
— Olha, isso porra, olha essa bocetinha deve
ser apertada — fala passando as mãos pelo meu
corpo. — Quando terminarmos com ela, estará
arrombada, larga.
Sorriem e ficam me torturando, me tocando,
me sujando, eles se revezam com as mãos, não sei
mais quem me toca, muito menos quem chupa e
morde meus seios, é como se eu me distanciasse do
meu corpo, me trancasse em minha mente, só que
sentindo todas as dores do que está acontecendo.
— Agora vou te foder, sua putinha gostosa!
— O negro barrigudo sobe em mim enquanto os
parceiros me seguram.
Minhas forças estão acabando e não consigo
mais lutar. Sinto a escuridão tomando conta de
mim, mas antes de desmaiar vejo...

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CAPÍTULO 22 - O hacker

“Cada minuto que se passa, é uma nova


chance para mudar tudo para sempre.”

Conheci Verônica há seis anos atrás. Eu


estava num momento difícil da minha vida. Era
mísero professor de informática, desempregado e
sem nenhum trocado, tinha levado um pé na bunda
da única mulher que um dia amei. Ela ficara noiva
de outro cara que poderia lhe dar a vida de luxo que
já levava. Eu era um zé-ninguém, ela era herdeira
de uma grande fortuna. Quando a conheci não
pensei que isso importava, achei que ela me amava.

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Só que me enganei, ela não iria abandonar sua vida


de riquezas pra ficar comigo.
Então decidi que não queria mais viver,
estava cansado da vida de merda que tinha, cheguei
ao ponto de não me importar mais com minha
própria vida e nesse dia Deus mandou um anjo para
me salvar, Verônica. Que me impediu de cometer
suicídio e me fez enxergar que a vida é preciosa
demais pra ser desperdiçada.
Verônica me ajudou naquela época, ela foi
uma amiga, na verdade, a única. Me arranjou um
teto e ainda pagou um terapeuta que me ajudou a
compreender que a culpa de Suzane ter me trocado
não era minha, e que algumas pessoas não são
feitas um pro outro, simples assim.
Foi então que lutei pela minha vida, fui pra
fora do país viver uma nova vida longe de tudo e
todos, não queria ver ela se casando, precisava me

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afastar e acabei mexendo com coisas que não devia.


Conheci pessoas que me ensinaram a ser quem sou
hoje, estudei tudo que poderia estudar, aprendi com
os melhores e hoje me tornei o hacker mais
procurado do FBI. Ninguém tem noção de quem
sou, com isso fiz muito dinheiro, fama e poder.
Posso localizar qualquer informação
independentemente do local com apenas alguns
segundos, muitos dizem que sou uma máquina do
governo, já outros dizem que sou um super-
humano, mas pra mim sou somente um cara muito
esperto que soube aproveitar as chances que a vida
me deu.
Viajei o mundo me escondendo até que
recebi a oferta de trabalhar pro governo da
Inglaterra, não precisava de dinheiro e eu daria
informações valiosas a eles, e essas informações
seriam dadas em troca deles me esconderem do
FBI. E foi assim, voltei pra casa, precisava fazer
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algo a mais, me sentia em dívida com Verônica.


Quando cheguei à cidade seu noivo já estava
morto, não pude fazer nada pra tirá-lo de lá, ela
estava destruída e sem chão. Foi como conheci
Amanda, a morena maluca que no começo
implicava comigo morrendo de ciúmes da
Verônica, mas que depois se tornou minha amiga,
juntos afogávamos nossa dor, um no corpo do
outro. Descobrimos por obra do destino que minha
ex era a noiva do namorado de Amanda, ela
também foi trocada.
O cara nunca quis assumi-la pra sua família,
se casou com Suzi, Amanda assim como Verônica
também estava destroçada, então fiz o papel que
deveria fazer, ajudei as duas a sumir do mapa,
apagando quaisquer registros delas, cobrei favores
pra gente do alto escalão, consegui identidades
falsas pra elas tentarem viver uma nova vida.

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Amanda é a mais forte, sempre com o olhar


desafiador e fingindo que não sofria, mas eu sabia
que ela chorou por horas trancada no banheiro
quando viu o ex com a sua atual mulher.
Já Verônica, ela é totalmente diferente, é
mais frágil, não conseguia lidar com a dor da morte
do noivo, acabou com a vida dela, ficou depressiva
e não comia, não saía de casa, não falava nada,
apenas segurava aquele maldito diamante. Ela
vendeu tudo que tinha, toda a herança que restava
dos seus pais para ajudar o noivo com a mina Serra
Azul. Mas quando ele foi preso ela perdeu tudo.
Perdeu o emprego que amava como designer, e o
golpe final foi à morte do David.
Amanda me contou sobre a carta do David,
no começo achei muito estranho, mas comecei
minhas pesquisas e ao que tudo indica o cara
realmente era inocente, porém, ainda tenho minhas

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suspeitas. Entretanto, essa carta era tudo que eu e


Amanda precisávamos para trazer Verônica de
volta e a vingança foi o único motivo que a fez
levantar e lutar pela própria vida.
Foi mais de um ano de treinamento, foi difícil
transformar uma princesinha nascida em berço de
ouro em uma máquina de sedução e destruição.
Tudo foi extremamente planejado até chegar o
momento de Verônica entrar na Cartier e na vida de
Arturo Cartier.
Devo minha vida a Verônica e farei o que for
preciso pra que ela consiga realizar seu objetivo, as
duas são como minha família e sempre irie protegê-
las.
Bebo uma cerveja gelada, queria que a Suzi
me visse agora, não sou mais aquele merda que ela
conheceu, hoje sou um homem rico, hacker
procurado, arma secreta do governo, extremamente

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perigoso. Rio pensando em como ela deve ser


infeliz com aquele babaca do Vitório. Edgar entra
no bar onde o espero e senta-se ao meu lado.
— Fala o que conseguiu.
— Sabe que sempre consigo. — O idiota se
gaba.
— Diga então, Edgar, sem enrolação —
detesto enrolação.
— Aqui está o cartão de acesso pra Lê
Domain. Também consegui o relatório que me
pediu sobre o local, mas não descobri muita coisa.
Aparentemente quem é membro faz um voto de
silêncio sobre o lugar. Porém o mais estranho é
uma tal de Selene, dizem que é uma das manda
chuvas, uma ruiva bem gostosa, tentei segui-la, a
mulher anda com seguranças armados e não
consegui me aproximar muito.
— Certo, Edgar, pode deixar que o resto eu
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investigo. — O dispenso, eu mesmo vou descobrir


o que acontece naquele lugar.
— E sobre a patricinha, chefe, você vai
adorar as informações que conseguimos — sorrio
irônico.
— Então ela fez o que eu já imaginava? —
pergunto sorrindo, aquela carinha não me engana.
— Não só aquilo, como coisa pior...

Saí da sua sala furioso, se não fosse uma


cliente exigente me distraindo não sei o que eu teria
feito quando a vi. Num momento eu queria matar
aquela peste e no outro me senti um monstro por
machucá-la.
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Sei que ela saiu como uma louca, sem rumo,


pra onde ela pode ter ido? Fico puto de raiva seu
carro está na garagem, ela está a pé e sozinha então
não deve ter ido longe. Caminho pelas ruas
procurando por ela, sigo na direção apontada pelo
segurança do prédio. Antes de sair eu peguei minha
nove milímetros, algo me diz para levá-la. A
maldita não deve estar longe.
Ando algumas quadras e começa a chuviscar,
nada ainda de encontrá-la e algo me diz pra não
desistir, não sei explicar, mas uma angústia começa
a tomar conta de mim. A chuva cai cada vez mais
forte e nada de encontrá-la, droga, as ruas estão
desertas por aqui.
Quando estava finalmente desistindo, pronto
pra voltar pra Cartier escuto um grito horripilante
de socorro. Meu coração acelera, não, não pode ser,
parece à voz da Amanda, dobro a esquina e paro

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num beco escuro, aqui as vozes ficam mais fortes.


— Socorro! Não, por favor, não faça isso,
não!! — grita.
Puta merda, foi como tomar um soco na boca
do estômago. Ela está presa por dois caras grandes
enquanto outro tenta violentá-la.
Enxergo tudo vermelho na minha frente e o
sangue congela nas veias, avanço em direção a um
deles e socando o maldito que estava tão focado em
tentar meter seu pau nojento na Amanda que não
percebe minha presença. Puxo-o pegando de
surpresa e soco a cara do desgraçado com ódio
mortal, infeliz, quem ele pensa que é pra tocar
nela?! Porra, ela é minha!
Esses malditos estavam a machucando. Isso
me dá um ódio tão grande que jogo o maldito
desacordado no chão e parto pra cima do careca, o
infeliz me acerta um soco no rosto, desvio dos

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outros e dou um de direto seguido de cruzado e ele


cai inconsciente no chão.
Procuro o terceiro e noto que ele é mais
esperto, está afastado e apontando uma arma pra
mim, olho ao redor e encontro Amanda desmaiada,
largada nesse chão imundo. Esses filhos da puta
vão me pagar por terem encostado nela, não
descansarei enquanto não matar cada um.
— Se você sair daqui agora, posso pensar em
te perdoar por ter encostado na minha mulher e não
te matar junto dos seus companheiros — falo
calmamente, eles não sabem onde se meteram.
— Hei, cara, não queremos nenhum
problema. Apenas estávamos nos divertindo com a
morena gostosa. Ela está aqui por livre e
espontânea vontade, estava curtindo tudo que
fizemos com ela — fala levantando os ombros
como se fosse inocente.

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Desgraçado, filho da puta, acha mesmo que


sou algum imbecil pra falar umas merdas dessas!
Me aproximo dele sem medo nenhum, tudo que
penso são em formas de matá-los. Aproveito um
momento de distração ao olhar pros seus parceiros
e acerto seu rosto com o cotovelo com tanta força
que ouço o barulho do seu nariz quebrando, ele
derruba a arma, dou um gancho forte e ouço o
barulho do seu maxilar quebrar, pego minha nove
milímetros e atiro no seu pau nojento.
— Eu te avisei, agora sofra as consequências
— ouço seus gritos histéricos e gargalho contente.
— Como você ousou tocar na minha mulher?
— Por favor, cara, eu não sabia que a moça
era casada, por favor — implora gemendo de dor.
Atiro em sua testa, o desgraçado cai sem vida e
sorrio pensando que ele nunca mais vai meter essa
porra de pau em outra mulher.

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Caminho lentamente até o segundo e acerto


uma bala no meio da testa, depois atiro no último.
Olho todos e sorrio me sentindo contente, menos
três vermes na terra.
Ando rapidamente até Amanda que está
desacordada, pego-a delicadamente em meu colo.
Está nua e toda machucada, várias mordidas pelo
corpo, principalmente nos seios, cortes por todo o
corpo e seu rosto. Suas roupas estão jogadas no
chão sujo, eles iam... Sinto dificuldade de respirar
só de pensar no que poderia ter acontecido com ela
se eu não tivesse chegado, tiro minha camisa social
e a visto nela, assim a protegendo.
Ligo para os seguranças da Cartier trazer meu
carro. Não sei o que fazer, deveria levá-la em um
hospital, porém não quero que ninguém a veja
assim, tão destruída, tão frágil... Ela parece tão
pequena em meus braços... Essa não é a minha

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demônia.
Dois seguranças da Cartier chegam em pouco
tempo trazendo meu carro.
— Stefan, ligue pra esse número no cartão e
diga que precisam fazer uma limpeza, qualquer
coisa diga que foi Arturo Cartier que mandou ligar
— dou ordens.
Coloco Amanda delicadamente no banco de
trás, ela ainda não acordou. Meu coração fica
acelerado só de pensar no que falar ou fazer quando
ela acordar. Nunca fui um cara muito sentimental,
não saberei como acalmá-la. Os desgraçados a
machucaram muito, se não tivesse chegado naquele
momento ela poderia ter sido... Não consigo sequer
imaginar.
Ligo meu carro e parto pra um lugar que não
vou há muito tempo. Preciso de um lugar tranquilo
e que não desperte péssimas lembranças nela. Fico

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pensando na merda que fiz no dia em que ficamos


juntos, olho pro seu rosto pelo retrovisor e ela
continua dormindo, mesmo toda machucada ela
consegue ser de longe a mulher mais linda que já vi
na vida.
Eu não sou o cara certo pra ela, mas eu queria
tanto ser... Porra, Scott, ela é negra, isso nunca
daria certo. Inferno, eu fui criado pra saber que não
podemos nos misturar com gente como ela, mas
meu peito dói só de imaginar ficar longe dela. Essa
maldita está se infiltrando sob minha pele,
corrompendo todos os conceitos, tudo que fui
ensinado a vida toda.
Vou esquecer isso tudo hoje, só hoje. Eu
sempre pensei que não poderíamos ficar juntos,
afinal, ela é o meu oposto e nada parecida com a
mulher perfeita que sempre me imaginei. Sorrio
lembrando do que a maldita fez comigo hoje e

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mesmo assim, onde estou? Aqui, louco de


preocupação com ela.
Tenho que admitir e finalmente aceitar a pior
realidade que já se abateu sobre mim, eu, Scott
Breuer Strauss, estou completamente, perdidamente
apaixonado por uma diaba chamada Amanda
Kaminsky Fidalgo, estou caído de quatro por essa
morena.
Sinto uma dor e uma vontade insana de
abraçá-la e acalentá-la, dizer que tudo ficará bem,
mas a verdade é que nada ficaria bem depois de
hoje.

Duas horas depois estaciono na minha casa


de campo, ela fica nos arredores de Londres. Não
costumo vir muito aqui depois que me mudei pro
apartamento, pois lá fica mais perto da empresa,
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venho pouco desde então. Pago um casal de


caseiros pra cuidarem da propriedade. Na verdade,
essa casa é como um refúgio pra mim, no meio do
mato e escondido da loucura de Londres.
Pego Amanda nos meus braços, ela se aninha
em meu colo gemendo de dor. Com todo cuidado
entro em casa levando-a pro meu quarto. Essa casa
é bem afastada e nos dará bastante privacidade.
Coloco seu corpo com cuidado na cama pra
não a acordar, cubro com o edredom e desço pra
cozinha para preparar algo pra ela comer. Posso ser
um cara rico, mas aprendi desde cedo com minha
avó a me virar na cozinha.
Preparo uma sopa leve e arrumo tudo em uma
bandeja. Se alguém me dissesse alguns dias atrás
que hoje eu estaria levando comida na cama pra
uma mulher, eu estaria rindo dessa pessoa, ainda
mais se me falassem que essa mulher é a Amanda.

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Pego uma cartela de advil pra ajudá-la com as dores


e subo as escadas, quando estou subindo os últimos
degraus ouço os gritos de Amanda, desesperada e
chorando.
— Não, não, não, por favor, não me toque,
seu nojento!! — Grita e chora.
Corro em sua direção, ela se debate de um
lado pro outro, desesperada, provavelmente tendo
um pesadelo, coloco a bandeja no criado-mudo e
abraço seu corpo.
— Xi... Eu estou aqui, calma. — Ela chora e
continua se debatendo ainda dormindo, abraço seu
corpo mais forte, faço um carinho em seus cabelos
e ela se acalma. Beijo sua testa com carinho, seus
olhos se abrem e é como se todo o mundo sumisse
ao nosso redor. Só vejo seus olhos verdes me
olhando tão machucada, as lágrimas caem sem
parar, fico calado e apenas a abraço, apertando seu

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corpo junto ao meu.


— Se acalme, já passou, eu não os deixei te
tocarem — falo enquanto beijo seus cabelos. — Por
favor, se acalme, não gosto de te ver assim, linda.
Você é forte e corajosa, isso não vai te derrubar. —
Ela se agarrando a mim.
Suas lágrimas não param de cair me
causando sofrimento, nunca imaginei que iria doer
tanto ver uma mulher chorar. Pego seu corpo
delicado nos meus braços e caminho até o banheiro,
a coloco sentado em cima do vaso sanitário e ligo a
banheira, colocando alguns aromatizantes e
relaxantes na água, deixo a temperatura boa, ela
continua do jeito que a deixei. Seus olhos estão sem
vida, de uma forma que nunca imaginei ver.
— Morena, vamos entrar na banheira, você
precisa de um banho e depois vou passar uma
pomada nessas contusões. — Falo, mas é ela não se

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mexe, não olha pra mim, quando me aproximo pra


tirar minha blusa que é a única peça de roupa em
seu corpo, vejo-a se afastar do meu toque. —
Amanda, você precisa de um banho.
As suas lágrimas aumentam.
— Eu... eu me sinto imunda — responde
chorando e me sinto o pior dos homens. Dias atrás
eu tive nojo dela e agora estou aqui presenciando
essa cena — sinto os toques deles em meu corpo, é
como se estivessem impregnados em mim, estou
suja, podre. Chora desconsoladamente.
— Me desculpe, morena, por favor, me
perdoe, sou um idiota, mas prometo que não vou te
machucar, só me deixe te ajudar, não posso vê-la
assim — acaricio seus cabelos, ela não responde,
mas vejo que respira fundo e assente pra mim.
Tiro minha camisa do seu corpo e posso ver
mais claramente seu corpo, está completamente

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marcado, e não somente daqueles imundos, mas


também alguns vergões e hematomas que já estão
desaparecendo e provavelmente fui eu quem fez.
Porra, que lixo eu sou. Toco em seu corpo
com cuidado, a erguendo e colocando-a na
banheira. Amanda fecha os olhos e parece relaxar
na água quente, tiro minhas roupas e entro,
continuo de cueca pra não a assustar. Hoje só quero
cuidar dela.
Assim que entro na água, Amanda abre os
olhos, porém não diz nada, fica calada me
observando. Sei que ela está traumatizada demais
pra dizer qualquer coisa. Pego uma esponja e
despejo o sabonete líquido, com todo cuidado passo
por seus braços, ela não reclama. Lavo todo seu
corpo com cuidado, massageio seu cabelo com
delicadeza, ela fecha os olhos e fica calada
aproveitando as carícias, ela fica mole em meus

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braços. As lágrimas pararam. Saio da banheira e


visto um roupão, pego uma toalha para secá-la.
A carrego e sento ela com cuidado na cama,
volto pro banheiro atrás do kit de primeiros
socorros, volto e Amanda continua do mesmo jeito.
Pego uma pomada anti-inflamatória e aplico em
cada contusão, o corte em seu rosto era superficial.
— Por que me ajudou, Scott, sei que não
gosta de mim? — pergunta, me surpreendendo.
— Eu não sei, só não poderia deixar nada
acontecer com você, me desculpe, a culpa de tudo
isso é minha, se não tivesse saído tão transtornada
da Cartier nada disso estaria acontecendo. — A
culpa me consome.
— A culpa não é sua, na verdade se você não
tivesse chegado a tempo. — Ela estremece e caem
algumas lágrimas.
— Não, não pense mais nisso, por favor,
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esquece o que aconteceu — peço.


— Eu, eu não sei se posso esquecer —
sussurra.
— Ei, olhe pra mim, Amanda. —
Delicadamente levanto seu rosto. — Não vá por
esse caminho, você é melhor do que isso e eu estou
aqui com você, eu não deixarei que nada de mal te
aconteça — sorrio pra ela. — Trouxe uma sopa pra
você, mas acho que agora já deve estar fria —
aponto a bandeja, mostrando pra ela.
— Eu não tenho fome — diz triste.
— Você precisa se alimentar, morena, por
favor, faz isso por mim, coma ao menos um pouco.
— Tudo bem — pego o prato e ajudo a
comer.
Olhando-a aqui na minha casa, em outras
circunstâncias, em um mundo onde nós não
fôssemos tão diferentes ela seria minha, só minha.
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Iria chegar em casa e encontrá-la me esperando, e


passaríamos a noite acordados fazendo amor.
Ela não comeu quase nada, mas pelo menos
tentou.
— Ei, tá sujo aqui — toco seus lábios com
delicadeza, nossos olhares se encontram, vejo medo
neles e ela começa a chorar de novo.
— Ei, não precisa ter medo, estou aqui com
você!
— Aqueles homens me tocaram, eles
queriam...
— Xiiiii... para, Amanda. Eles nunca mais
vão tocar em você, eles não vão mais tocar em
nenhuma mulher — afirmo com convicção.
— Foi ela, foi ela quem mandou eles atrás de
mim — sussurra pra si mesma.
— Quem, Amanda? — pergunto confuso. Ela
não responde nada, apenas chora se abraçando em
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posição fetal, não aguento vê-la assim. Deito


devagar ao seu lado, ela não protesta, parece estar
em outro lugar, abraço seu corpo junto ao meu e ela
não se afasta, me sinto aliviado por isso.
— Eu estou aqui, linda, feche os olhos e
durma, você precisa descansar.
— Eu estou com medo de fechar os olhos e
eles voltarem.
— Eu vou te proteger. Durma que estarei
aqui acordado protegendo você, não vou deixar que
ninguém te machuque — Ela reluta, mas acaba
cedendo. Fecha os olhos e acaba caindo em um
sono profundo, está muito cansada,
emocionalmente e fisicamente.
Olho seu rosto esculpido, sua pele cremosa,
parece tão certo ela aqui em meus braços, ela se
encaixa tão bem junto a mim. Droga, isso é errado,
eu sei que não posso, mas eu a quero.

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CAPÍTULO 23 - Você me
ama!

“A loucura é como a gravidade, só precisa


de um empurrãozinho e fim.”

— Não adianta correr, Verônica, não de mim


— pego uma faca do faqueiro de prata em cima da
pia, aponto pro seu pescoço trêmula, cheguei ao
meu limite, estou descontrolada emocionalmente.
Só um pouco e eu acabo com ele. Tiro toda essa
dor de dentro de mim.
— Sai da minha frente, Arturo, ou eu não

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repondo por mim, não sei o que sou capaz...


— Me deixa ir embora, por favor. — Minhas
mãos tremem muito, as lágrimas caem, deixando
minha visão embaçada. Minha cabeça também
lateja.
— Sai, Arturo, eu não sei do que sou capaz
de fazer, me deixa ir embora!
— Você não entende, Verônica. — Me olha
triste e magoado! — Você me tem em suas mãos.
— Não sei em que momento, mas ele se cola em
mim. Pega minhas mãos que antes segurava a faca
e coloca sobre seu pescoço. Eu noto que com
apenas um pouco de força eu estaria livre de toda
essa dor! Apenas um corte em sua jugular e fim,
estaria em paz.
— Vai, Verônica, me mata! — Grita. — E
terminamos com isso de uma vez! Faça, é muito
simples! Porque viver sem você eu não consigo,

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não aceito uma vida sem você do meu lado!


—Não! — grito histérica. — Eu não posso,
eu não aguento! — derrubo a faca no chão e caio de
joelhos chorando.
— Maldito... Maldito, Arturo Cartier, maldito
o dia em que te conheci! — Grito. — Eu te odeio!
Eu te odeio! Eu te odeio com todas as minhas
forças!! — Choro desconsolada.
— Não, amor, você me ama, você me ama,
minha vida. Já chega, minha linda! — Ele me
abraça e é como se seus braços fossem meu lar. Ele
beija minhas lágrimas, com carinho, como se eu
fosse algo precioso pra ele.
— Por favor, não faça isso comigo, não me
machuque desse jeito! Não me traia — imploro,
não aguentaria mais, me destruiria completamente
ver ele assim de novo.
— Eu jamais faria isso, meu amor — acaricia
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meu rosto. — Eu sinto muito, eu jamais te


machucaria, não queria te magoar, é o mesmo que
me machucar.
— Já machucou! — Eu me encolho em seu
colo, ele parece refletir minhas palavras, mas não
diz nada, me deixo ser embalada por seus braços.
— Eu amo você, Verônica Montês, você é
minha e eu sou seu, para sempre — jura.

Acordo com o corpo dolorido, a noite de


ontem foi horrível. A briga entre Verônica e eu, e o
descontrole psicológico dela. Depois acabou
dormindo em meus braços, após chorar por horas.
Ver ela sofrendo daquele jeito só me mostra que
sou um filho da puta, que faz mal as pessoas que
ama. Sei que não a mereço, mas nunca conseguiria
abrir mão dela. Verônica é minha, minha luz,
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minha escuridão, ela é tudo. Levanto com todo


cuidado pra não a acordar e vou pro banheiro tomar
um banho. Hoje pretendo passar o dia com ela,
preciso mostrar que só ela importa pra mim.
Poderíamos fazer um passeio... É, não sei ser
romântico, não sei o que fazer, mas sinto que ela
precisa disso, precisa que eu mostre o quanto é
especial.
Termino meu banho, coloco só uma cueca
boxer e desço as escadas. Verônica ainda está
dormindo, vou preparar uma bandeja de café da
manhã pra ela. Caminho até a cozinha e encontro
Nina, minha governanta, ela está comigo há muitos
anos, tenho muita consideração por ela, quase como
uma segunda mãe.
— Meu filho, que bom que voltou! Dona
Verônica estava tão tristinha sem você.
— Já não aguentava mais ficar tanto tempo

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longe dela, estava quase perdendo a cabeça —


sorrio pra ela. Você pode preparar uma bandeja de
café? Aproveita e dispense todos os empregados,
quero a casa vazia, deixe apenas os seguranças e o
resto está de folga, inclusive você.
— Tudo bem, filho, pode deixar que vou
preparar o café da manhã pra vocês, com muito
carinho.
Vou para o meu escritório e vejo uma
chamada do Scott; decido ligar ele, que não atende.
Ligo pra Ellie que me passa minha agenda e
desmarco tudo. Quando termino meu telefone volta
a tocar, vejo que é Paloma, mas ainda não superei o
que ela fez, sinto falta da minha irmã, mas não a
perdoei ainda. Me dói isso tudo, ela deveria querer
me ver feliz com meu casamento. Será que eles não
veem isso? Ignoro a chamada e volto pra cozinha.
— A bandeja já está pronta — diz Nina.

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— Obrigado, Nina — pego a bandeja e volto


pro quarto. Verônica continua dormindo
tranquilamente do mesmo jeito que a deixei, coloco
a bandeja na penteadeira e subo na cama para
acordá-la. Dou beijos em seu rosto e ela sorri, mas
continua dormindo, beijo seu cabelo e vou
descendo fazendo uma trilha de beijos por todo seu
colo. Vejo seu corpo se arrepiar e porra, me sinto o
homem mais sortudo da face da terra. Sou o único a
causar isso nela. Caralho, essa mulher é perfeita.
Chego até sua calcinha, ela geme
suavemente. Beijo por cima do tecido com cuidado.
Verônica abre os olhos e é como se meu coração
tivesse parado no momento, seus olhos em mim
causam uma sensação que nunca senti, ela é a
mulher mais linda que já vi, consegue ser sexy até
acordando.
— Bom dia, meu amor — digo com um

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sorriso torto.
— Bom dia, o que aconteceu ontem? Como
vim parar na cama?
— Não vamos fala sobre ontem — beijo seus
lábios carinhosamente.
— Estava com tanta saudade de você, de
acordar e te ver na minha cama, toda esparramada
— beijo seu rosto. — Trouxe café da manhã.
— Para mim?
— Sim, tudo pra você — pego a bandeja e
coloco na cama, Verônica sorri, e logo ataca um
pedaço de bolo. Aproveito para comer alguma
coisa, mas tudo que quero é vê-la.
— Tem um pouco de chocolate aqui —
aponto no seu rosto.
— Onde?
— Aqui, deixa que eu limpo. — Me

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aproximo beijando cada lado da sua boca, para


depois a beijar ferozmente. Verônica não demora
para corresponder. Tiro a bandeja e coloco no chão,
aperto Verônica, a beijando com gula, saudade e
paixão.
— Como senti a sua falta!
— Eu também, amor — diz em meio aos
gemidos, tiro sua blusa com brutalidade, meu pau
já estava duro. Foram tantos dias longe dela, não
sei se vou durar muito. Rasgo seu sutiã e Verônica
grita pelo susto.
— Ah, não sabe o quanto imaginei você,
assim, na nossa cama — falo.
— Arturo, eu preciso de você. — Ela não
precisa dizer duas vezes, tiro minha boxer, meu pau
que está a ponto de bala. Verônica geme se abrindo
pra mim.
— Ah, cachorra!! Você quer me enlouquecer,
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né? — Rapidamente fica de joelhos na cama e pega


meu pau, olhando safada e lambendo os lábios só
de calcinha. Verônica aperta e beija a cabecinha
antes de colocá-lo em sua boca, chupa com força,
arrancando grunhidos de mim.
— Porra, isso é bom demais, gostosa, ela se
empolga e leva ele profundo, até a garganta, se
engasga, me deixando mais excitado. Puta que
pariu, tesão da porra.
— Ah, gostosa, não quero gozar na sua
boquinha, vem aqui vem! — Ela sorri arteira e tira
a calcinha lentamente mostrando sua bocetinha
rosada, babando por mim. Joga a calcinha no meu
rosto, quando cheiro e merda, fico extasiado.
Verônica deita na cama com os olhos me fazendo
um convite, não perco tempo, me deito em cima do
seu corpo, beijo sua boca mordendo seus lábios, ela
só geme pedindo mais.

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Faço uma trilha molhada de beijos por seu


pescoço até chegar aos seios, mordisco levemente o
biquinho esquerdo enquanto estimulo o direito com
as mãos. Chupo delicadamente brincando com ele,
sugo e aperto o outro forte, um perfeito equilíbrio
entre dor e prazer, ela geme loucamente
implorando por mim. Entretanto hoje irei torturá-la,
assopro seu mamilo e Verônica se contorce, revezo
com a boca e mãos entre os seios, depois de um
tempo vou descendo com a boca lentamente por
sua barriga em direção a sua bocetinha, levando
meu tempo, mordendo e chupando.
— Arturo, rápido, eu preciso de você —
implora.
— O que você quer?
— Eu quero você, por favor, eu preciso —
geme.
— Ah, bebê, você quer eu te toque aqui? —

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dou um tapa forte na sua bocetinha, ela geme


desesperada, sei que está a um passo do orgasmo.
— Arturo, por favor!
— Você quer que eu chupe essa bocetinha
molhada?
— Sim!
— Então implora — mando.
— O quê?
— Se você quiser vai ter que implorar —
ordeno e a vejo ficar ainda mais molhada.
— Por favor, Arturo, por favor, me chupa,
por favor — geme e tenta se tocar, mas a impeço.
— Ah, seu pedido é uma ordem, sua gostosa,
vou te comer inteira. — E chupo sua bocetinha com
gosto, Verônica se contorce inteira, passo a língua
por toda sua boceta a deixando mais molhada.
Sopro sua bocetinha, passo a língua em seu clitóris,

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seu gosto é como o céu, pego o clitóris com os


dentes e o puxo enquanto entro com dois dedos
nela, ela não aguenta e goza gritando meu nome.
Mexo os dedos dentro de sua bocetinha, trabalho
eles dentro dela e minha língua ao mesmo tempo,
ela arqueia as costas tremendo.
— Quietinha, bebê — coloco outro dedo
dentro dela e ela grita. — Quieta, senão, vou parar.
— Arturo, não, por favor, não aguento mais!
— implora tremendo.
— Aguenta, aguenta sim, ainda não estou
cheio do seu sabor, quero te ver gozar várias e
várias vezes, implorar pelo meu pau, se contorcer
de desejo — continuo chupando, mordendo sua
boceta, Verônica puxa meu cabelo se esfregando
em mim, dou um tapa gostoso em sua boceta, e
acelero os movimentos e Verônica atinge outro
orgasmo.

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— De novo — falo.
— Não, Arturo, por favor. — Não a ouço e
faço-a gozar mais uma vez em minha boca.
Não dou tempo pra ela se recuperar e meto
meu pau com força, ela arqueia as costas.
— Ah, amor, eu amo essa bocetinha gulosa!
— meto com gosto, sua boceta parece uma luva
apertando meu pau, entro e saio cada vez mais
rápido. No quarto dá pra ouvir o som dos nossos
corpos se chocando. Giro Verônica sem tirar meu
pau de dentro dela, coloco-a sentada em cima de
mim. A safada cavalga loucamente, subindo e
descendo num ritmo acelerado. Fico extasiado com
a visão do seu corpo suado, os cabelos negros
caindo como cascatas, seus seios balançando pra
mim. Caralho, poderia morrer agora que morreria
feliz.
Ajudo Verônica, pegando em sua bunda e

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descendo e subindo ela no meu pau. Ela goza


estremecendo e vou em seguida, urrando de prazer.
Abraço seu corpo suado e tiro o cabelo do seu
rosto, ela sorri pra mim.
— Eu te amo, minha rainha! — beijo sua
boca, ela fecha os olhos cansada, me levanto
arrancando um protesto de seus lábios.
— Ei, não vai dormi não, vou preparar a
banheira pra nós dois — falo sorrindo pra ela.
— Hum, hoje você está muito atencioso,
senhor Cartier.
— Tudo por você, linda! — corro pro
banheiro, coloco a banheira pra encher. Ligo a
hidromassagem e volto pro quarto, ela está sentada
sorrindo safada.
— Hum, senhor Cartier, acho que terá que
me carregar — sorri safada. — Você esgotou
minhas forças.
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Dou risada e pego ela no colo, levando até a


banheira. Onde relaxamos nossos corpos.

Arturo e eu fizemos amor, mais uma vez na


banheira. Foi tão bom estar em seus braços.
Decido, não quero pensar sobre ontem. Preciso
focar no presente e no futuro.
Arturo foi pro escritório daqui de casa. Ligo
pro celular da Mandy, ela deve estar preocupada
porque sumiu ontem à noite da casa dela. Depois de
tudo que houve ontem, acabei me esquecendo do
mundo lá fora.
Seu telefone só chama.
— Droga, atende, Mandy!
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Ligo três vezes e nada, até que desisto,


mando umas mensagens para ela e para o Michael,
perguntando se ele sabe onde Amanda está.
Caminho descalça até o escritório de Arturo,
visto apenas sua camisa social e uma calcinha,
como sei que a casa está vazia me sinto bem mais à
vontade.
— Selene, que porra! Não vê que não posso
ir pra aí hoje. — Arturo fala baixo e percebo que
está irritado.
Fico parada em choque ouvindo suas
palavras, ele parece irritado, mas ao mesmo tempo
tenta se conter falando baixo. Me aproximo da
porta tentando ouvir melhor a conversa.
— Caralho, Selene, já falei, acabei de chegar,
não posso deixar Verônica assim, ela pode
desconfiar de alguma coisa. Que merda, você não
serve pra nada.

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Meu corpo se contorce de raiva.


— Tudo bem, eu vou, mas não posso ficar
muito tempo.
Desgraçado, filho da puta, quem é Selene?
Entro fingindo que acabei de chegar.
— Está muito ocupado?
— Sabe que para você nunca.
— Precisamos conversar.
— Toda vez que você diz isso, vem um
problema! — fala.
— Nós não podemos fingir que nada
aconteceu, Arturo — rebato. — Eu aceitei acreditar
em você, mas preciso que me escute com atenção.
Ele me olha atento e nesse momento me sinto
exposta.
— Amor, não faça rodeio, o que quer me
falar? Está escondendo alguma coisa?

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Respiro fundo e penso por onde começar.


— Lembra aquele dia quando me ligou e
perguntou o que estava fazendo no subúrbio?
— Lembro sim, o que aconteceu aquele dia?
— pergunta desconfiado.
— Eu te disse que conheci uma garçonete e
fiquei conversando com ela. Seu nome é Alice, eu
realmente gostei dela, parecia tão jovem e inocente
para um trabalho daqueles. Quis ajudá-la de alguma
forma, ela me deu muitos conselhos, me ajudou a
enfrentar a dor da perda.
— Ô, meu amor, você como sempre com o
coração enorme. Precisa que eu arrume um trabalho
pra ela na Cartier? É isso?
— Na verdade, eu acabei chamando-a e a
mãe pra trabalhar na festa da sua mãe. — Ele me
olha confuso.
— Eu juro que nunca iria imaginar que algo
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como aquilo pudesse acontecer. — O olho com


minha melhor pose de ingenuidade.
— O que aconteceu? — Pergunta
estranhando.
— Eu fui à festa com Guilherme como
tínhamos combinado.
— Não me lembre daquele desgraçado, por
favor. — Fala grosso.
— Arturo, ele é seu irmão, não pode ficar
assim com ele, está apenas confuso depois do fim
do noivado, o que ele pensa sentir por mim não é
real.
— Termine o que estava falando, Verônica.
— Me corta. Arturo acende um charuto, já nervoso,
aprendi a ler seu corpo.
— Alice e a mãe foram pra festa da sua mãe
trabalhar como garçonetes, mas eu não sei como,
parece que Claire, a mãe de Alice, era um caso do
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seu pai. Pelo que entendi Alice e sua mãe foram


enganadas por anos! — Por dentro comemoro
vendo que estou destruindo essa família. — A festa
terminou com um escândalo, queria te contar antes
que soubesse por outra pessoa.
Ele se levanta, pega uma garrafa de uísque e
bebe no gargalo mesmo.
— Como meu pai fez isso? Ter um caso? E
pior uma filha? Que merda aconteceu aqui
enquanto eu estava fora?
— Eu sei que é difícil acreditar, mas juro que
vi seu pai desesperado quando viu as duas, ele
parecia se importar com elas.
— Eu não sei o que pensar, minha mãe deve
estar arrasada — passa a mão por entre os fios de
cabelo. — Ontem eu fui tão duro com ela, preciso
falar com meu pai, falar com ela.
— Eu sei que você tem que apoiar sua mãe
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nesse momento, mas eu gostei muito da Alice e


pretendo ajudá-la, afinal, ela é sua irmã.
— Ainda não temos certeza disso.
— Eu sei, mas mesmo assim, eu vou ajudá-
la, ainda mais depois que eu a enfiei nessa confusão
toda.
— Eu não concordo com isso, mas você faz o
que você quiser. Só que o meu dinheiro ela não vai
ver um centavo sequer, entendeu, Verônica? — fala
sendo grosso.
— Mas, Arturo, ela é sua irmã, sua família!
— tento convencê-lo.
— Ela não é porra nenhuma minha,
Verônica! — Fala levantando a voz, chega a me
assustar. Não vai receber um tostão meu, e se você
quiser ajudar ela, problema seu, pega o dinheiro da
porra do teu trabalho e dá pra ela!
— Arturo...
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— Não, Verônica, não!


— Vamos deixar isso pra lá por hoje, amor.
Estou com tantas saudades! — evito falar nela,
trocando de assunto, percebi que ele não vai mesmo
ajudá-la, até acho que ele pode prejudicá-las se eu
insistir. — Pensei que nós poderíamos ir pro lago,
ainda não tive tempo de conhecer toda a
propriedade.
— Hum, com você vestida assim, acho
melhor ficarmos no quarto mesmo, tenho ideias
bem melhores do que nadar — fala se aproximando
e me abraçando, enchendo suas mãos com minha
bunda.
— Arturo! — O repreendo, mas aproveito e
me esfrego nele, beijando seu pescoço.
— Você tem que entender que estou louco de
saudade, amor, do seu corpo, do seu beijo, seu
sabor... — sussurra, mordiscando meu pescoço e

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esfregando seu pau em mim.


— Vamos para o lago logo, seu safado. —
Me afasto dele.
— Primeiro para o nosso quarto vestir uma
roupa e depois te levo.

Aqui estamos nós, fazendo um piquenique no


lago, quem diria... E para completar, o dia está
realmente lindo.
— Por que você está sorrindo assim? —
pergunta curioso.
— É difícil acreditar que o poderoso senhor
Cartier está aqui comigo sem seu famoso terno
social. Sentado à beira de um lago, fazendo um
piquenique, sendo uma pessoa normal e comum. —
Me sinto culpada, por me sentir feliz assim.

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— Isso só prova que sou um homem


apaixonado, mas pensando bem acho que antes de
você nunca iria me imaginar fazendo essas coisas.
Deixar de trabalhar no meio da semana,
principalmente, para namorar no lago.
— Isso quer dizer que sou especial?
— Ah, Senhora Cartier, você sabe o quanto é
preciosa — sorri bobo, fico embasbacada com seu
sorriso e beijo seus lábios com carinho. Suas mãos
me puxam mais, para perto dele.
— Arturo, os seguranças podem nos ver.
— Não se preocupe, mandei eles não virem
pra esse lado da propriedade justamente por isso,
pra nos deixar sozinhos.
— A senhor Cartier, você estava com
segundas intenções ao vir pro lago comigo —
brinco e ele ri fazendo cara de safado. Me pega no
colo correndo em direção ao lago.
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— Arturo, não!! Arturo, a água deve estar


gelada. — De repente ele pula, me levando junto, a
água está gelada, mas ele me esquenta com seu
corpo e fica uma delícia. O idiota ainda ri.
— Não sabia que minha gatinha tinha medo
de água.
— Você me jogou de roupa e tudo — bufo
indignada.
— Não seja por isso. — Ele começa a tirar
minha roupa a jogando na grama, ele tira a sua
também e meus olhos colam no seu corpo gostoso.
Ficamos assim, nós dois nus nadando e nos
beijando no lago.
— Você parece uma sereia, sabia — fala com
voz rouca de desejo.
— Você é muito safado, senhor Cartier —
pisco os olhos pra ele, brincando.
— Não sabe o quanto. — Nós acabamos nos
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amando no lago e fora dele também, à tarde foi


maravilhosa e é como se estivesse vivendo em uma
bolha, sem vingança, sem família, sem Cartier, sem
nada, apenas Arturo e eu.
Até que a realidade mostra a sua cara.
— Amor, eu não queria te deixar, mas vou
precisar, tenho pendência na Cartier. — Sei bem
que pendências são essas.
— Arturo, mas já são sete da noite.
— Eu sei, amor, mas acabei esquecendo e
não posso deixar pra amanhã, são alguns
documentos que precisam de assinatura.
Desgraçado, sei muito bem onde ele vai, ver
a porra da Selene. Maldito!
— Tudo bem, eu te espero para o jantar —
sorrio doce, se ele soubesse a vontade que estou de
matá-lo!
— Claro, não vou demorar. — Me beija,
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sorrindo tranquilo. Desgraçado, não sabe o que te


espera.
Observo-o se arrumando, um ódio vai
crescendo dentro de mim, maldito, será que essa
Selene é amante dele? Será que ela vive naquela
casa? Hoje eu vou descobrir, ele beija meu rosto
me deixando sozinha morrendo de raiva. Ligo para
Michael, é hoje que preciso descobrir o que Arturo
vai fazer naquela mansão.
— Michael — falo assim que ele atende.
— Oi, Verônica, o que houve para estar me
ligando uma hora dessas? — questiona.
— Quero saber se já conseguiu as entradas
pra aquela casa?
— Verônica, eu sei que você tá com pressa,
mas isso não é tão fácil como parece.
— Michael, você conseguiu ou não? —
pergunto impaciente.
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— Consegui um contato, ele tem credenciais


falsas pra entrar. Aquela mansão é um clube
fechado, apenas pra sócios — fala de maneira
suspeita, como se escondesse algo.
— Ótimo, Michael, não tenho mais tempo,
preciso disso pra hoje.
— Verônica, você está agindo por impulso —
alerta.
— Eu ainda não tive a oportunidade de ir até
lá, preciso descobrir o que acontece lá.
— Pode ser muito arriscado, não sabemos o
que tem lá dentro — fala preocupado.
— Eu não tenho mais tempo, Michael, Arturo
irá lá hoje e vou segui-lo — explico. — Quero
saber o que ele faz nesse lugar.
— Verônica, não aja por impulso, me deixe
averiguar melhor, você está arriscando muito mais
do que seu disfarce, está arriscando sua vida — fala
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pragmático.
— Está decidido, Michael, consiga as
credenciais no meu nome.
— Verônica, por favor, não faça isso, minha
intuição diz que não tem coisa boa lá, por favor, ao
menos me deixe ir com você? — Certeza que ele
sabe o que tem nessa casa, pela maneira que está
falando.
— Não, Michael, preciso ir sozinha, se
Arturo estiver me traindo, eu quero ver com meus
próprios olhos, o que ele me esconde.
— Tudo bem, qualquer coisa é só me chamar,
vou ficar fazendo ronda próximo à mansão —fala
preocupado.
Desligo o telefone com as mãos trêmulas, o
medo me sufoca, o medo do que vou ver, do que
vou descobrir...
Caminho até o closet, abro com cuidado,
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atrás de alguns vestidos de festa e vejo um fundo


falso. Uma caixa branca, penso no dia que toda
minha vida mudou. Abro a porta do fundo e a porta
destrava, vejo a carta que David me deixou,
algumas lembranças da antiga Verônica. E também
o diamante de sangue, olho pra ele com tanta raiva,
ele só me traz dor e ressentimento, mas no fundo
encontro o que procuro, minha pistola Browning
automática. Sinto seu peso em minhas mãos, há
muito tempo não a pegava, foram muitos meses
treinando. Vou preparada, não sei o que pode
acontecer está noite, meus instintos dizem que
Arturo esconde algo.
Escolho um vestido bem sexy, por cima um
sobre tudo preto, escondo minha arma, na coxa.
Preciso ver com meus próprios olhos o canalha me
traindo. Termino de me arrumar, saindo do quarto.
— Senhora Cartier. — Um segurança se

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apresenta. — A senhora tem uma correspondência.


Imagino que deva ser a coisa do Michael,
assim que fico sozinha abro o envelope e encontro
um cartão dourado com a simples frase: Lê
Domain. Parece conter algum tipo de código, o
importante é que, esse será o meu acesso pra entrar
naquela casa. Fico pensando em como despistar os
seguranças, os malditos parecem cães farejadores
atrás de mim, antes mesmo de chegar perto desse
lugar eles já terão avisado Arturo, penso em uma
forma de sair sem ser vista.
Uma ideia vem em minha mente, já sei como
convencer aqueles seguranças de merda a não me
seguir. Caminho até meu carro, só que antes de
deixar a propriedade, sou impedida por eles.
— Senhora, espere que iremos acompanhá-la.
— Hoje não, vou sair sozinha!
— Senhora, não podemos permitir que saia
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sem segurança, são ordens do patrão — abro a


porta do carro com meu sorriso mais macabro no
rosto.
— Sabe, vamos combinar uma coisa, hoje à
noite ninguém vai me seguir, vocês vão me deixar
passar.
— Mas, senhora, o senhor Cartier nos deu
uma ordem e devemos cumpri-la.
— Com o senhor Cartier eu me resolvo,
tenho certeza que Arturo não vai ficar com raiva,
vou fazer uma surpresa pra ele. Agora se vocês não
quiserem colaborar, então vou ser obrigada a falar
com o meu marido que estavam me assediando.
— Mas, senhora...
— Bom, se quiserem pagar pra ver... — Olho
pros dois bem determinada.
— Tudo bem, senhora, pode ir — diz o
moreno irritado, ele sabe que Arturo acabaria com
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eles só de imaginar ele olhando pra mim com


segundas intenções.
Saio de lá em disparada, a saída da cidade.
Quando vou chegando ao endereço meu coração
acelera, maldito Arturo. O que você tá fazendo
comigo? Envio uma mensagem para o Michael
avisando que já cheguei.
Desço e minhas pernas estão bambas, não
posso ser descoberta, não até descobrir o que
Arturo esconde. Caminho com elegância mantendo
a pose. Os muros altos cercando a mansão são
muito grandes, provavelmente duas vezes maior do
normal, será que é de Arturo? Ou algum amigo? Ou
quem sabe amiga?
— Boa noite, senhora, está perdida? —
Pergunta um segurança assustador, ele
provavelmente tem o dobro do meu tamanho,
coloco meu sorriso mais cínico no rosto.

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— Boa noite, não estou perdida, na verdade


sou convidada! — Falo firme e entrego o cartão,
ele olha para o cartão e depois olha pra mim.
— Seja bem-vinda, senhorita Turner —
sorrio pra ele e entro, meu coração está na boca,
minhas mãos suando. Olho ao redor, vendo tudo
que posso do lugar, tentando identificar algo que
me ajude a entender o que acontece aqui. Vários
carros estacionados, um mais caro que o outro, me
aproximo da escadaria que leva até a porta, por um
segundo penso em desistir de entrar e voltar atrás.
Não, Verônica, você não é covarde, subo com
pressa, com uma coragem que não tinha há minutos
atrás, a porta abre como se soubessem que estava
aqui, uma moça bonita e bem vestida sorri pra mim.
— Seja bem-vinda, senhora Turner — sorrio
pra ela entrando em um hall elegante bem
decorado, mas nada que indique o que tá

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acontecendo nesse lugar.


— Me acompanhe, senhorita, não é permitida
a entrada de celulares e objetos pessoais. —
Estranho isso, mas finjo que não me importo,
entrego minha bolsa e meu casaco. Droga! Não
terei como chamar Michael se as coisas
esquentarem.
— Me acompanhe que irei mostrar a casa,
espero que tenha uma ótima experiência. — Ela
abriu a porta relevando um salão grande, a primeira
coisa que noto é que havia um bar ao fundo e a
música do The weekend. — Straboy tocava de
fundo, dando ao local um ar sexy, nada fazia
sentido em minha mente, estava a cada minuto mais
confusa.
— Essa é a área light, exclusiva apenas para
o bar, não é permitida às outras atividades do
clube, Lê Domain — ouço tudo que ela diz, mas

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meus olhos estão nas pessoas que parecem nem me


enxergar aqui. Vejo que só tem alto escalão,
celebridades, políticos.
— Vamos, senhora — aceno concordando
com ela e sigo atrás dela, que abre uma porta à
direita e, nossa, eu não estava preparada pra isso.
Vários homens e mulheres sentados em mesas
bebendo e conversando, em seus pés vejo algumas
mulheres nuas com coleiras, ajoelhadas totalmente
submissas. Mas não foi isso que me chocou, e sim
as mulheres nuas presas em gaiolas de metal no
teto. Os homens parecem extasiados com a cena e
eu fico em choque sem entender que diabos é isso?
Um palco está montado, parece que todos
aguardam uma atração, é um tanto bizarro toda essa
cena pra mim.
— Hoje à noite vai ter um grande show
Bondage, por isso as gaiolas, é para entrar no clima

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— sorri animada como se isso fosse realmente


normal. Olho horrorizada, não que eu seja ingênua
e nunca tenha ouvido falar sobre essas coisas. Mas
uma coisa é ler e ouvir sobre isso, outra bem
diferente é ver isso ao vivo e a cores.
— Vamos, quero lhe mostrar tudo, depois
posso te trazer de volta pra apreciar o show. —
Cada passo que eu dava me deixava mais incerta do
que veria. Entramos em um corredor e as paredes
laterais eram feitas de um tecido negro que lembra
couro, elástico, mais à frente entendo o porquê, do
outro lado das paredes corpos se esfregando dando
a sensação que vão nos tocar através dos tecidos.
— Vamos. — Me interrompe. — Tem um
lugar especial que acho que vai gostar. — Ela abre
uma porta e vejo uma outra sala bem grande, por
todo lugar dá para perceber o luxo e o requinte.
Vejo paredes de vidro, parece um quarto de vidro e

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dentro dela dois casais se acariciam. A mulher loira


está beijando a boca do seu parceiro e ao mesmo
tempo ela beija a ruiva com gula, o homem, um
negro alto com um corpo malhado aperta os peitos
da mulher que já se encontra nua em seu colo, a
cama com lençóis vermelhos deixa tudo ainda mais
excitante.
— Essa é a sala do voyeurismo, onde aqueles
que gostam de apenas observar.
— Eles parecem nem estar ligando pra nós
aqui os vendo — digo rouca.
— Sim, querida, na verdade aposto que estão
apenas mais excitados por saber que todas essas
pessoas estão os olhando. — Me arrepio com suas
palavras.
— Vou te levar para o meu lugar favorito no
Lê Domain você vai conhecer a musa, Selene deve
estar fazendo alguma cena nesse momento. — Só

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de ouvir o nome dessa mulher a raiva toma conta.


Engulo em seco e caminho atrás dela, subimos pelo
elevador, realmente essa mansão é muito grande.
Cada andar ela ia falando o que acontecia em cada
setor. Os quartos individuais, os quartos dos casais
que praticam ménage, ainda tinham uma sauna
gigantesca, cada coisa mais bizarra que a outra, até
mesmo um carro no meio de uma sala onde dois
homens fodiam uma mulher. Nunca senti tanto
nervosismo ou excitação, não sei explicar, as coisas
que estou sentindo. Entramos em uma porta com
um corredor que lembra aqueles calabouços
medievais, sinto o cheiro de madeira, couro, as
paredes de pedra escura, a iluminação suave.
Começo a suar de ansiedade e se Arturo estiver
com essa tal de Selene. Com ela será? Um
flashback de todas as vezes que eu e Arturo
fizemos amor passa em minha mente, a forma bruta
como ele me tomou... Deus, não, não, isso não pode
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estar acontecendo, a verdade estava na minha frente


todo esse tempo. As paredes e o teto são de tons
escuros. Vejo variados quartos e em um deles a
porta está aberta. Uma ruiva está algemada na cruz,
nua com grampos nos mamilos enquanto seu dom a
chicoteia usando um chicote trançado, ela parece
machucada, com dor. Seu corpo todo marcado pelo
chicote, mas ela não parece nem um pouco triste
com isso. O quarto está repleto de objetos que pra
mim parecem objetos de tortura, mas a ela não sei,
ele não para de chicoteá-la, vejo o exato momento
que ela tem seu orgasmo, sem ao menos ele a tocar,
apenas o chicote toca sua pele.
Continuo andando, mais uma porta aberta,
por ela vejo uma loira sentada de pernas abertas
enquanto um homem, aparentemente seu submisso;
chupa sua boceta com os olhos vendados e as mãos
amarradas. Não posso mentir e dizer que a cena não
me excita. Vejo variadas salas, cada um com casais
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diferentes ou até mesmo trios, há uma grande grade


pendurada no teto, por ela vejo uma morena magra
amarrada, seus seios parecem que vão explodir pelo
aperto das cordas, pois eles estão amarrados e o
sangue para de circular. O homem em pé nem ao
menos tirou a roupa, ele fuma um charuto
segurando o que parece ser um taco de madeira, ele
arrasta a ponta do objeto por todo o corpo da
mulher que se contorce implorando pra ser fodida.
Nem mesmo espero a moça me acompanhar e
continuo andando até chegar numa porta vermelha,
nela tem pelo menos dois casais observando a cena
que acontece lá dentro. Os gemidos da mulher são
ouvidos do corredor, antes mesmo de entrar já sei
que se trata de Selene, o medo de encontrar Arturo
com ela é grande.
Tento olhar, mas os casais tampam a minha
visão, me arrasto pra dentro.

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Só então consigo olhar dentro do quarto e é


como se tivesse tirado um peso das minhas costas,
Arturo não está lá. Selene e mais duas mulheres se
comem, uma está com um vibrador no rabo e a
outra chupa seus seios, Selene deve ser a ruiva, dá
pra ver que é ela quem comanda tudo, o outro casal
sai, fico sozinha na porta.
Continuo olhando a cena, mas diferente do
que vi antes, isso não me excita, me dá apenas nojo.
Só que essa mulher ligou para o Arturo. Foi ela que
o chamou aqui e sabe onde ele está. Selene me
nota e nesse momento eu percebo que ela, já sabe
quem sou. Seu rosto fica branco e ela para de se
mexer. Grita para suas amantes saírem a deixando
sozinha, nem percebo, mas a garota que estava
comigo saiu também, olho pra ruiva e ela parece
uma adversária a altura. Seu olhar que antes estava
assustado, agora demonstra superioridade, mas não
me assusta, não abaixo a cabeça pra ela.
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— O que faz aqui, Senhora Cartier? —


Pergunta de maneira insultuosa.
— Então você sabe quem sou! — digo.
— Sim, sei quem você é, realmente não
entendo o que faz aqui, ainda mais na porta do meu
quarto privado. — Não se intimida e me enfrenta.
— Bem? Você parece me conhecer, mas não
sei nada sobre você, poderia me ajudar clareando
minha memória? — falo debochada.
— Sou Selene, a gerente de Lê Domain —
fala orgulhosa.
— Bem, Selene, então vim ao lugar certo,
quero saber o que você queria com meu marido —
vejo seus olhos ficarem debochados.
— Os meus assuntos com Arturo não lhe
dizem respeito, acha mesmo que uma garota como
você aguenta satisfazer um homem como ele? —
Minha paciência está por um triz, a simples
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presença de Selene me causa ódio absoluto.


— Tudo que diz respeito ao meu marido me
interessa, e você, sua vadiazinha barata, não sabe
nada sobre o que satisfaz ou não meu marido! —
Digo com raiva e possessividade.
— Como você é muito ingênua. Homens
como Arturo Cartier sempre terão aquelas esposas
lindas e delicadas pra apresentar a família e aos
amigos, só que eles querem sempre mais. E é por
isso procuram lugares como esse, e corpos quentes
como o meu. — E é como se um estralo estivesse
acontecido em minha cabeça, tiro minha arma da
minha coxa apontando em sua direção. Sorrio com
sua cara de pânico, não é que a puta tá com medo.
— Acho que não sou tão ingênua assim,
queridinha, agora me diga onde meu marido está,
ou serei obrigada a estourar seus miolos e não vai
ser uma cena muito agradável.

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— Como você conseguiu entrar armada? —


questiona ainda branca de medo.
— Tenho meus métodos, agora antes que eu
acabe atirando em você, me diga a onde a porra do
meu marido está?! — Ela gagueja nervosa e me
aproximo a intimidando mais.
— Diga!! — Grito com raiva. — Só estamos
nós aqui, ninguém vai vir aqui, até seu cadáver ser
encontrado já estarei longe.
— No escritório — diz com a voz falha.
— No escritório onde?
— No quarto andar, terceira porta à direita, a
senha pro elevador é vinte sete zero nove.
— Tudo bem, querida, espero que tenha
deixado claro para você que a quero bem longe do
meu marido. Sabe que uma mulher vingativa é
capaz de fazer loucuras, né, meu bem?!
Saio deixando-a trêmula, cadela maldita!
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Guardo minha arma antes que alguém me veja e


entro no elevador, digito a senha. Arturo me paga,
ah se paga! Dessa vez eu juro que meto uma bala
na cabeça dele, desgraçado filho da puta! Meu ódio
está me consumindo. As portas do elevador se
abrem e sigo na direção que ela me disse, assim que
vejo a porta de madeira maciça não perco tempo
batendo, a abro com tudo, mas então fico chocada
ao ver...

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CAPÍTULO 24 - Lê
Domain

“Uma vez ultrapassada a porta, ficará


difícil encontrar a saída desse fascinante e
prazeroso lugar chamado BDSM.”

— Estava te esperando, demorou mais do que


eu esperava — falo recostado na cadeira, fumando
meu charuto, ela me olha surpresa e com raiva.
— Você sabia que eu vinha atrás de você. —
Me acusa com raiva.
— Na verdade só tive certeza quando os

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seguranças me ligaram, pensou mesmo que poderia


chantagear meus próprios seguranças? — levanto
calmamente, percebo que ela está pronta pra
explodir.
— Desde que colocou os pés na propriedade
estou te vigiando pelas câmeras. Bebê, pedi pra
Anita te mostrar a casa — paro bem em frente a ela
e Verônica respira fundo tentando se acalmar. —
Sabe, amor, não esperava por isso, foi uma
surpresa, acredite — toco sua coxa lentamente
expondo sua cinta-liga até chegar ao coldre da arma
que apontou para Selene.
— Ah... Bebê, não sabia desse seu outro lado.
Estou curioso sobre isso, ultimamente estou vendo
muitos lados dela que não conheço.
— O que significa tudo isso, Arturo?! —
Ruge de raiva. — O que você está fazendo nesse
lugar?

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— Aposto que esperava me pegar transando


com alguém, não é?
— Você não pode me julgar por não confiar,
olha onde estamos? Você mentiu todo esse tempo
— pego a arma e tiro o pente, analisou o calibre e a
qualidade. — Quero muito descobrir onde
conseguiu uma arma, e principalmente como
conseguiu aquele cartão de acesso?!
— Eu... eu ...eu não vou te dizer nada até
você me explicar o que tá fazendo aqui — guardo a
arma na gaveta da minha mesa, todo cuidado é
pouco com uma mulher ciumenta.
— Vai explicar sim, Verônica, você exige, e
nunca quer explicar, e isso acaba agora — falo
raivoso. — Anda, Verônica, explica por que você
está com essa arma e como aprendeu a usá-la?
— Tá bom, Arturo — suspira. — Por causa
da Amanda, quando ela terminou com o ex

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tínhamos medo de algo acontecer, a família dele


que é preconceituosa e nunca aceitaria alguém da
cor dela, depois aconteceram umas coisas estranhas
com ela e ficamos com medo, por isso aprendemos
a usar arma.
— Entendi, amor, mas isso não explica como
você tem essa arma, e que coisas foram essas que
aconteceram com ela?
— A arma é dela, Arturo, não é minha, mas
sobre esse assunto não vou falar, a vida é dela e só
ela pode te contar — fala decidida. — Mas não
muda de assunto, Arturo, que lugar é esse? Você
vem aqui me trair, seu cafajeste?!
Pode parecer insano, mas quando nós
brigamos sinto um tesão enorme por ela, é como se
seu atrevimento e rebeldia estivesse conectado
diretamente no meu pau.
— Ah, amor, não me provoque, hoje eu estou

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me segurando e te aviso que é melhor não me


provocar — digo com a voz sóbria.
— Não sou eu que devo satisfações, Arturo,
você jurou que não me trairia, seu maldito, e onde
te acho? Há quanto tempo você vem aqui se
divertir?
— Não sabe o quanto é sexy ver você assim
irritadinha — provoco. — Mas, amor, de novo
aviso, estou por um triz.
— Seu canalha! — tenta me acertar uma
tapa, mas seguro sua mão, puxo-a com força para
mim, colando nossos corpos, mordo sua orelha e a
safada geme em troca. — Me solta, seu desgraçado,
você não me toca enquanto não me explicar o que
tá acontecendo.
— Já está na hora de você conhecer meu
outro lado.
— Como assim? Não pense que vai
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conseguir me enrolar dessa vez... Eu... — Ela tenta


falar e a corto.
— Não me interrompa — ordeno. — Esse
lugar, tudo que viu, me pertence. Criei esse clube
Lê Domain há cinco anos atrás. No começo era
apenas uma casa noturna até que conheci o mundo
do fetichismo e não somente isso, mas várias
práticas sexuais. Confesso que amo este lugar, é
como se essa mansão tivesse vida própria, como se
ela fosse uma parte minha, decidi transformar a
casa noturna em um clube para sócios exclusivos.
Aqui cada um pode aflorar suas maiores fantasias,
deixar-se levar por seus desejos mais secretos, mais
insanos sem serem julgados, podendo apreciar com
calma e confiança. No começo não imaginei que
faria tanto sucesso, atualmente temos apenas sócios
escolhidos a dedo e com indicações, somente assim
pode se entrar no clube. Nossos lucros são
altíssimos, afinal, temos discrição e tudo que o luxo
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e imaginação pode pagar. Sem contar que a


exclusividade do local deixa tudo melhor pros
membros associados, quem frequenta, pois há
muitas figuras importantes aqui — explico e
Verônica me olha com um olhar inexpressivo.
— Você é dono disso aqui, e a cadela da
Selene é o quê? Pelo que eu entendi, ela é dona
dessa merda também? — pergunta confusa.
— Selene é minha sócia, na verdade ela é
uma sócia minoritária, ela só tem quinze por cento
do Lê Domain, ela cuida de tudo aqui e apenas fico
com a parte jurídica, já que a Cartier me consome
muito tempo e depois que conheci você deixei o
clube de lado, tinha que priorizar você, te
conquistar, ter você pra mim.
— Não quero falar sobre isso, quero falar
sobre Selene, pelo visto ela não cuida só desse
lugar, ela deu a entender que é mais do que uma

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sócia sua, Arturo! — grita puta de raiva.


— Não vou mentir pra você e dizer que
nunca tive nada com ela, não quero mentiras entre
nós. Foi a muito tempo, antes mesmo de te
conhecer e não passou de sexo, não tenho mais
nada com ela.
— Desgraçado, você não vale nada, Arturo!
— grita.
— Para, Verônica, isso foi antes de eu te
conhecer, não te devo satisfação pra você sobre
isso, chega. — Sou curto e grosso, ela me olha com
os olhos arregalados, mas o culpado sou eu que
sempre deixo fazer o que quer comigo. — Ela faz
parte do meu passado, você é meu presente e meu
futuro. Tudo isso aqui faz parte de mim, mas nada
daqui é mais importante que você. Se você me
disser que não pode aceitar esse meu lado, eu abro
mão por você, você vem em primeiro lugar na

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minha vida, Verônica, não se esqueça disso. — Ela


respira com dificuldade, minhas palavras mexeram
com ela.
— Como funciona isso? Essa coisa de
fetichista? — pergunta tentando manter a pose.
Sei que ela está excitada, sei que esse mundo
a atrai da mesma forma que me atrai, só tem medo
e vergonha de assumir. — Você é tipo o Cristian
Grey? É isso?
— Não, bebê, nada disso. Se você o usar
como exemplo em qualquer um desses meios irão
fazer piada disso. Basicamente eu não sou um cara
que gosta de infligir dor, e isso exige muita
confiança e respeito de ambas as partes.
Eu confesso que é muito tentador surrar essa
sua bunda gostosa, mas não é isso que quero de
você, eu apenas sinto um tesão absurdo por certos
jogos, fico excitado imaginado algumas coisas que

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poderia fazer com você.


— Que tipo de coisas? — fico contente por
ela não ter saído correndo desse lugar assim que
entrou, ela é forte e corajosa, é a mulher perfeita
pra mim. Me aproximo sentido seu cheiro
inebriante, ela não sabe o poder que tem sobre
mim.
— Tenho tantos desejos amor, te vendar,
deixá-la nua aos meus pés, amarrá-la toda no
shibari, bondage, te deixar de quatro me chupando,
te ter içada por ganchos, ou num balanço. Ter-te a
minha mercê, com braçadeiras nos mamilos,
separando suas pernas enquanto fodo você de todas
as maneiras, vendada, sem saber o que irei fazer, te
foder de jeito no corredor e meter com tanta força
que qualquer homem aqui saberá que sou eu dentro
de você. Poderia colocar uma coleira em seu
pescoço desfilando com você, mostrando a quem

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você pertence, Verônica Cartier. Podemos ir pro


quarto escuro onde vários casais estão transando e
então eu sentaria você no meu colo e você
cavalgaria no meu pau sabendo que estão ouvindo
seus gemidos, mas não estão te vendo e isso tudo
enquanto você ouve os gemidos dos outros casais.
Mas claro que tudo com o seu consentimento,
apenas quando estiver completamente certa que
quer tentar.
Ela respira com dificuldade, continuo com
meu corpo colado ao seu enquanto falo cada desejo
perverso que quero realizar com ela. Mordo seu
queixo, Verônica não resiste e solta um gemido
rouco, beijo sua boca com força. — Nós podemos
ir embora pra casa se você quiser e prometo que
nunca mais voltar aqui, posso vender o clube e
você não se preocupará mais com isso. Verônica
não responde, parece ponderar as opções.

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— Eu... eu não sei o que dizer — parece estar


envergonhada.
— Não diga nada, amor, só preciso saber se
está disposta a tentar — peço.
— Eu tenho medo. — Me olha assustada.
— Jamais a machucaria, não vou pegar
pesado com você, podemos começar aos poucos e
você vai vendo o que gosta, o que te atrai, o que
quer tentar, mas caso não queira conhecer isso, não
irá influenciar em nada nossa vida, eu amo você e
não me importo de abrir mão desse estilo de vida
pra estar ao seu lado. Porque nada disso me dá mais
prazer do que você. — Ela me olha com seus olhos
azuis tão brilhantes, tão vivos que se não fosse
apaixonado por ela, já estaria amando essa mulher
novamente.
— Eu gostaria de tentar, só não sei o que
fazer.

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— Amanhã nós teremos uma longa conversa


sobre o clube, mas por hoje irei te foder muito...
Vou beijar cada pedacinho do seu corpo e te
possuir em cada um deles, vou reivindicar o que é
meu!
— Eu quero tudo isso, Arturo — gemo de
prazer só de ouvir suas palavras, caralho, essa
mulher ainda me mata, a beijo dessa vez de forma
descontrolada. — Venha, gostosa, vamos —
caminhamos juntos e seguro sua mão de forma
possessiva.
Quero ver do que ela gosta, quero descobrir o
que a deixa em chamas. Suas mãos estão frias e
suadas, sei que ela está nervosa, mas também
excitada.
— Eu estou aqui — digo pra tranquilizá-la, a
levo pro segundo andar e abro uma porta, as luzes
estão apagadas e ela não consegue ver nada, mas

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sente tudo que se passa ao redor.

Eu não sei o que deu em mim, mas não posso


negar a quão excitada. Juro que ao abrir aquela
porta imaginei pegar Arturo fodendo uma vadia
qualquer, estava pronta pra atirar nele, mas lá
estava ele esperando por mim e ainda por cima
sorrindo. O filho da mãe estava um passo à minha
frente.
— Esse é um quarto que é chamado de
L'obscurité, o que acontece aqui nesse momento
são alguns casais aproveitando a escuridão pra
esconder seus receios e se entregarem ao prazer,
venha comigo — olho pra sua mão estendida e
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penso se devo entrar ou não. Jogo minha razão para


o alto e entro.
Assim que dou o primeiro passo sinto o
cheiro de sexo no ar, está tudo escuro e os outros
sentidos se afloram. Arturo me puxa para o que
parece ser um Puff, me senta em seu colo e sinto
seu pau duro em minhas pernas, merda, não
consigo pensar direito com ele assim.
Ouço os gemidos das outras pessoas no
quarto, eles não ligam que nós estejamos aqui, na
verdade isso os excita.
— Você sente, bebê? Sente o quão duro eu
estou por você?
— Arturo... — gemo e me esfrego em seu
pau.
— Ouça, bebê — posso ouvir um homem
estocando com força numa mulher, ela geme baixo,
meu corpo arrepia, tenho a impressão que a
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qualquer momento alguém vai acender a luz e nos


pegar aqui dentro, isso acende o desejo ainda mais.
Sinto as mãos de Arturo passando pelos meus
braços, esqueço tudo ao redor quando ele faz uma
carícia lenta, seus dedos tocam meus seios de leve,
seios que estão pesados e duros de tanta excitação.
— Por favor, Arturo...
— O que você quer, meu amor?
— Eu preciso de você... — suplico.
— Ainda não, linda. — Ele toca meus seios
por cima da blusa estimulando os bicos, me esfrego
em suas calças.
— Bebê, você está tão molhadinha — sinto
alguém sentar ao meu lado no Puff, mas Arturo
escolhe esse momento pra me virar, sentando-me
de frente em seu colo, ouço gemidos de mulher ao
meu lado, ouço barulhos que se assemelhar a
alguém a chupando e ela gemendo louca de prazer.
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Arfo e Arturo parece perceber meu estado,


pois beija meus lábios com carinho, vai beijando
meu colo lentamente até chegar aos meus seios, o
contorna inteiro, com beijos e lambidas, suga o vão
entre meus seios até que chupa um mamilo em sua
boca, abaixa meu vestido até a cintura e
enlouqueço, esquecendo por um segundo todos ao
meu redor. Arturo morde e lambe um mamilo,
mordiscando e soprando enquanto que o outro seio
aperta com a mão, beliscando e puxando o mamilo,
uma mistura de dor e prazer.
A excitação do quarto me deixa tão louca que
gozo apenas com a boca de Arturo chupando meus
seios. Arturo não espera eu me recuperar, me
levanta, arruma meu vestido rápido e me arrasta do
quarto e meus olhos demoram pra acostumar com a
claridade repentina.
— O que foi, Arturo? — questiono ansiosa.

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— Eu não poderia ficar muito tempo lá ou


acabaria gozando nas calças, quero te mostrar uma
coisa antes de me afundar nessa bocetinha gostosa,
vamos. — Me arrasta por um outro corredor, abre a
porta com uma chave que estava no bolso, entro e
vejo uma sala com paredes de pedra, dando um ar
mais rústico. Estamos sozinhos aqui e há um sofá
de couro negro na parede, uma estante com alguns
objetos que não conheço e o piso é de mármore
negro brilhante, há espelhos no teto, cordas e
correias penduradas, têm um banco com formato
estranho na minha frente, mas o que me assustou
mesmo foi uma cela.
— Arturo?
— Uma cela. — Arturo que não tirou os
olhos de mim desde que chegamos percebe meu
olhar — Ei, você confia em mim, não é? —
balanço a cabeça sem encontrar palavras pra

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responder. — Tire a roupa — levanto meu rosto pra


ver se ouvi bem, seu rosto está duro e firme.
Tiro meu vestido, a lingerie, me sinto tão
exposta, ele está completamente vestido. A sala
está fria e meus seios ficam arrepiados, Arturo não
olha pra mim, apenas pega um copo de uísque de
um bar que nem reparei que tinha. Eu fico parada
no mesmo lugar sem saber como agir.
— Ei, bebê, tenha calma, sem pressa — diz
como se não estivesse ali nua. Arturo caminha até o
armário e pega algo que não sei identificar, parece
uma tira de couro com botões. Ele se aproxima e
fico receosa com o que vai acontecer. Ele toca meu
cabelo tirando do meu ombro.
— Seu pescoço é tão lindo, tão perfeito, não
deveria ficar sem uma joia, na próxima vez vou
mandar fazer uma de diamantes para você —
prende o que parece ser uma coleira em meu

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pescoço e fico nervosa. Depois de prender a coleira


em meu pescoço Arturo a prende em uma corrente.
— Se ajoelhe. — Minha mente diz pra obedecer,
mas meu corpo teima em lutar.
— Ajoelhe-se, bebê, não direi novamente. —
Me ajoelho e ele puxa a corrente me forçando a
olhar pro seu rosto. — Você é perfeita, meu amor.
— Não digo nada e ele anda ao meu redor olhando
para meu corpo nua e ajoelhada a sua frente. Me
toca com delicadeza me deixando acesa. Suas mãos
passam por minha boceta apenas acariciando, já me
encontro no limite, tudo que eu quero é ele dentro
de mim. Arturo se move até uma cadeira me
puxando, me sinto envergonhada por estar nessa
situação, mas me controlo.
Arturo senta e me olha com tanto tesão que
esqueço tudo ao meu redor, meu foco é apenas ele.
Ele abre as calças e confesso que chego a babar.

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Seu pau está duro como pedra, as veias grossas,


saltadas, ele se acaricia olhando pra mim, me
aproxima, mas continuo de joelhos.
— O que você quer, minha cadelinha?
— Eu quero você, Arturo, eu preciso de você.
— Sou todo seu, minha gostosa. Chupa seu
homem, mas sem me tocar, mãos pra trás — coloco
seu pau na boca e gemo. Seu pau é uma delícia, só
posso estar me tornando uma pervertida, mas esse
homem sabe mexer com a minha luxúria. Chupo
com fome, o deixando bem molhado, trabalho
minha língua na cabecinha forçando minha
mandíbula a relaxar tentando o levar atrás da
garganta o mais profundo possível. Engasgo com
seu tamanho, mas não me importo, preciso dele.
Arturo geme alto me chamando de vários nomes
sujos, de safada, cachorra, vadia, isso me faz ainda
mais excitada e acelero meus movimentos, Arturo

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já se descontrola fodendo minha boca com força até


rugir gozando, bebo todo seu leite sorrindo sapeca
pra ele, ainda passo a língua sobre os lábios
mostrando pra ele o quanto amei mamá-lo.
— Você fica linda assim, sabia? — diz e me
puxa pro seu colo, nem tem o trabalho de tirar o
resto da sua roupa, coloca seu pau em minha
entrada e entra fácil por estar tão molhada.
Cavalgo em seu pau gritando cheia de tesão,
Arturo puxa a corrente da coleira me fazendo
curvar pra trás, deixando meu pescoço e colo
acessíveis a ele.
Morde e aperta forte meus mamilos, a
sensação é diferente, sinto uma dor, mas ao mesmo
tempo o prazer é grande demais. Ele me ajuda a
cavalgar no seu pau, me empurrando pra cima e pra
baixo, não aguento muito tempo e um orgasmo me
atinge forte, deixando-me mole em seus braços.

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Arturo se levanta ainda dentro de mim.


Carrega-me no colo até as cordas no teto que está
ligada ao teto, me desce do seu colo e amarra uma
das cordas nos meus braços.
— O que vai fazer? — pergunto e ele não
responde, protesto irritada, ele vai novamente até o
armário e pega o que parece ser grampos com
argolas penduradas, me arrepio toda imaginando o
que ele vai fazer.
Arturo vem e chupa meu seio esquerdo,
brinca com ele e então prende o grampo, não tenho
tempo de me acostumar com a sensação e o peso,
pois ele já está no segundo fazendo o mesmo
processo, os puxando por uma corrente.
A dor é forte, mas ao mesmo tempo excita,
sinto a adrenalina tomando conta de mim. Ele se
abaixa abrindo minhas pernas, separa minhas
dobras e sem esperar chupa meu clitóris com força,

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chupa toda minha boceta, fazendo-me gritar


ensandecida, depois passa a língua lentamente me
torturando, estou tão molhada que está escorrendo
pelas minhas coxas.
Arturo toca minha boceta com um dedo e
estimula meu clitóris com a língua, trabalha de
baixo pra cima. Me contorço tentando gozar, mas
quando estou quase lá ele para e depois começa
tudo de novo, ficamos nisso por um tempo até que
ele abre ainda mais minhas pernas e me surpreende
chupando da minha boceta até meu cuzinho,
forçando a língua no meu anel.
Nunca senti algo desse tipo, fico
envergonhada e extasiada. Ele não para sua língua,
trabalha em minha entrada de trás enquanto seus
dedos entram em minha boceta, estou tão molhada
que ele já consegue me comer com quatro dedos,
entrando e saindo facilmente da minha boceta e

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escorregadia.
Gozo mais uma vez gritando seu nome.
Arturo pega um lubrificante e encharca minha
boceta e meu anel, imagino para o que seja, mas
não sei se estou preparada para isso. Seus dedos
estão comendo minha boceta e com a outra mão ele
massageia minha entrada de trás.
— Arturo. Eu... eu apenas sinto...
— Meu amor, apenas relaxe que vou fazer
isso ser bom pra você — fecho os olhos e me
concentro no prazer, Arturo coloca um dedo dentro
de mim e queima, dói, me seguro para não mandá-
lo parar, ele espalha mais lubrificante e seu dedo já
não me machuca, a sensação é estranha e há um
prazer cru e duro, diferente. É como se meu cérebro
não respondesse meus comandos, Arturo coloca
mais um dedo e dessa vez entra com mais
facilidade, não protesto e ele não parou de tocar

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meu clitóris com a outra mão, o tesão é o dobro do


que já senti.
Meu Deus, parece que vou morrer a qualquer
momento de tanto prazer. Me chacoalho toda em
busca de algo que não sei o que é. Sinto meu corpo
suar e grito louca quando o outro orgasmo me
atinge, muito mais forte que o outro.
Arturo se levanta e desamarra minhas mãos,
tira os grampos dos meus seios e reparo que não
estava mais sentindo dor, meus mamilos estão
anestesiados, tenho dificuldade pra me manter em
pé, então ele me pega no colo carregando até uma
outra porta.
Vejo uma cama de casal estilo colonial com
lençóis brancos de seda. Com todo cuidado Arturo
me deita na cama, se levanta terminando de tirar
sua roupa. Assim que o vejo nu, reparo em como
suas tatuagens são lindas, perfeitas pra ele, sua

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barba bem aparada o deixa com um ar mais sexy e


mais bruto.
— Já disse que sou louco por você?
— Hum, acho que não...
— Ah, bebê, quero ver você com essa carinha
safada quando estiver metendo nesse cuzinho
virgem. — Suas palavras sujas apenas me deixam
ainda mais louca.
Arturo ergue minhas pernas no seu ombro e
mete seu pau com força em minha boceta, posso
sentir seu cumprimento atingindo meu útero e me
sinto cada vez mais alargada por ele.
— Este sim é o melhor lugar do mundo,
dentro de você. — E beija minha boca. — Eu te
amo, Verônica, você é a mulher da minha vida. —
Suas palavras me machucam e uma lágrima cai dos
meus olhos, disfarço beijando seu pescoço.
Ele tira seu pau da minha boceta e esfrega em
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meu clitóris, me estimulando com seu pau, ergue


mais ainda minhas pernas me deixando muito
aberta, seu pau agora desliza da minha boceta pro
meu cuzinho, me contraio assustada.
— Relaxa, amor, não vou te machucar. —
Arturo beija minha boca e se encaixa novamente
em mim. Quando menos espero ele começa a entrar
por trás, a sensação é assustadora, a dor é grande e
seu pau parece não caber, tenho certeza de que isso
não vai dar certo.
Arturo espera um momento e com as mãos
livres toca meu clitóris, tento me concentrar no
prazer e não na dor, ele mete com calma, ele parece
estar sofrendo, seu rosto está rígido, me olha firme
e mete todo o resto, me sinto cheia e apertada, ao
mesmo tempo que sinto arder. É uma dor
prazerosa, é intenso e cru.
Devagar Arturo vai metendo, fazendo um vai

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e vem, relaxo deixando apenas o prazer dominar,


quando menos espero já estou gemendo pedindo
por mais, balançando ao encontro de suas
estocadas, quadril com quadril. Então belisca meu
clitóris e dá um tapa na minha boceta, gozo forte e
dessa ele vem logo em seguida. Cansada e relaxada
eu o beijo apaixonadamente.
Ele se levanta e me pega no colo, levando-me
até o ofurô, entro e sinto minhas partes íntimas
sensíveis, não sei se conseguirei andar amanhã.
Já era seis da manhã quando desabamos
exaustos na cama, nos aninhamos nos braços um do
outro.
Arturo cumpriu o que prometeu, me possuiu
com a boca, com seus dedos, e seu pau. Se apossou
de todo o meu corpo, seios, boca, boceta, minha
bunda e posso dizer que até de minha alma. Aposto
que meus gemidos ecoaram por toda mansão, gritei

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a noite inteira o nome dele, queria que a cadela da


Selene soubesse a quem ele pertence.
— Você foi perfeita, meu amor, eu te amo,
minha rainha — fala olhando sinceramente em
meus olhos.
— Eu te amo, Arturo Cartier, te amo como
nunca amei ninguém — digo e não consigo evitar
as lágrimas de caírem, pois falei a verdade. O amo
como nunca pensei que pudesse amar alguém na
vida. Que merda eu fui fazer da minha vida? O que
será de mim quando ele descobrir quem sou de
verdade.

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CAPÍTULO 25 - O
incêndio na prisão

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem


perder o que, com frequência, poderíamos
ganhar, por simples medo de errar.”

Era um dia chuvoso e o sol não apareceu.


Me sentia estranhamente triste. David andava muito
calado, pensativo. Eu sabia que havia algo de
errado. A campainha toca e vou atender, David
estava entretido no computador, ultimamente fica
horas trabalhando.

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Abro a porta e vejo dois policiais armados e


duas viaturas, no começo penso que pode ser um
engano, mas quando o chefe deles diz que tinha um
mandado de prisão em nome de David Simmons
meu mundo desabou. Ele foi arrastado como um
cão, um criminoso e eu fiquei em choque. Depois o
desespero bateu, gritei para soltá-lo, que ele era
inocente, mas ninguém ouvia, ele foi preso. Foi um
choque quando as acusações foram jogadas em suas
costas e meu ódio por aquela família nasceu e
cresce até hoje. Eles tiraram tudo de mim e do
David, não nos restou nada. A cada visita a prisão
ele estava mais abatido, mais magro, mais
desanimado, eu via o homem jovem e alegre que
conheci definhando por um crime que não cometeu,
ele estava perdendo a esperança, eu sentia isso.
Tentei marcar uma reunião com Arturo, eu iria
implorar para ele retirar as acusações, ele poderia
ficar com a parte que nos cabia da mina desde que
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deixasse David em paz, mas ele nem ao menos quis


me receber. Foram várias ligações e todas com a
mesma resposta: "Senhor Cartier não está
interessado em falar com a senhora", fui atrás de
vários advogados, mas ninguém queria ir contra a
poderosa família Cartier.
Eu não tinha mais o que fazer, chorava todas
as noites com medo do que poderia acontecer com
David naquela prisão. Então perdi meu emprego,
alguém ligou para o meu chefe dizendo que eu era
mulher de bandido, que não deveria trabalhar em
uma joalheria familiar. Mandy foi importante, ela
esteve comigo antes mesmo de tudo acontecer e
mesmo quando perdi tudo, ela continuou comigo.
Ela me ajudou a conseguir um emprego de
garçonete. Quem diria uma garota de uma família
nobre, uma das melhores designers de joias do país
falida? Não me restou nada, todas as minhas
economias eu tinha gasto o tentando tirar David da
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prisão.
Não tinha mais esperança e mais uma vez
tudo piorou. Aconteceu o incêndio no presídio e
levou a morte do meu amor, terminando de me
destruir.
Só me restou o diamante vermelho, o
primeiro da mina Serra azul ou como eu mesma o
chamei: diamante de sangue. Ficava horas tentando
entender o porquê de ele custar à vida do meu
amado. Houve vezes em que achei que estava
enlouquecendo, fui ao fundo do poço, só consegui
sair por causa Amanda e Michael que nunca
desistiram de mim.
Acordo com uma sensação horrível. As
lembranças estão vividas na minha mente, tudo
voltou com força. Sinto um frio tremendo mesmo
estando debaixo das cobertas, o medo está presente.
Fecho meus olhos tentando apagar todas as

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lembranças da minha mente, mas tudo está lá como


um lembrete de quem sou e quem fui.
Meu corpo está todo dolorido pelos esforços
de ontem, como Arturo me levou ao ápice do
prazer.
Me levanto com cuidado, Arturo ainda está
dormindo, vou direto para o banheiro. Tomo um
banho quente para relaxar, sinto dificuldades ao
caminhar, estou toda dolorida. Lembro de cada
detalhe do que aconteceu ontem e meu corpo
esquenta. Arturo exerce um poder tremendo sobre
meu corpo, é como se meu cérebro só respondesse
aos comandos de Arturo.
Lembro da Alice, preciso falar com ela, saber
como ela e Claire estão. Volto pro quarto e
encontro Arturo acordado com um sorriso
malicioso.
— Por que não me acordou? Poderíamos ter

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tomado banho juntos.


— Hum. Bonitão, se fôssemos tomar banho
justos iríamos nos atrasar muito e precisamos
trabalhar.
— Que horas são? Já são oito da manhã? —
Com um pulo Arturo levanta assustado. —
Caramba, por que não me acordou antes? Tenho
muito trabalho pendente na Cartier, droga — rio do
seu desespero e começo a me arrumar enquanto
Arturo termina seu banho. Paro e olho a agilidade
dele ao se trocar.
— Assim fico envergonhada, você se
arrumou um menos de dez minutos e ficou lindo
assim... Já eu preciso de um tempão para ficar
apresentável — resmungo.
— Sabe que você fica linda de qualquer jeito,
amor? — fala com um sorriso lindo.
— Você dizendo assim chego até a acreditar.
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— Já estava me esquecendo, tenho algo pra


te entregar. — Ele pega uma caixa delicada.
— Senhor Cartier, me dando tantos
presentes? Vou achar que está querendo alguma
coisa.
— Mulher, assim serei obrigado a não ir
trabalhar hoje, quero ficar o dia todo nessa cama
fazendo amor com você. — Ele abre a caixa e vejo
lindos brincos de turmalina.
— Nossa, são incríveis.
— Eu sei que já te dei joias mais caras, mas
esse é especialmente pra você, são da mina. — Me
explica. — Durante a viagem mandei confeccionar
especialmente pra você.
— Obrigada, Arturo, são lindos e não me
importo com o valor. — Estou sendo sincera. —
Eles são maravilhosos!
— Deixe-me colocá-los em você. — Ele
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levanta meus cabelos e coloca um dos brincos,


depois beija minha boca com carinho, sinto que
ontem dei um grande passo pra ter a confiança de
Arturo.
— Vamos, Senhora Cartier, tomaremos café
da manhã na empresa.

Foi difícil me despedir de Verônica, mas ela


tem muito trabalho ajudando nosso designer com o
projeto da coroa Miss Mundo.
O meu dia está sendo puxado, Scott me ligou
dando alguma desculpa qualquer pra não vir hoje,
Amanda também não apareceu, o que é estranho, já
que ela não é de faltar. Sei que Scott está metido

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nisso, ele pode dizer que não está interessado nela,


mas a tensão sexual entre eles é palpável. Ellie me
mantém informado sobre o que anda acontecendo
na Cartier, me contou sobre as fotos do Scott e
confesso que ri muito, tenho certeza que foi
Amanda.
O telefone toca. Porra, Dimitri Rinna, pra ele
estar me ligando à merda é grande.
— Fala, Dimitri, o que quer?
— Arturo, sobre o carregamento quando será
o próximo?
— Já conversamos sobre isso, Dimitri, eu me
casei e não quero mais envolvimento com seus
negócios.
— Antigamente eram nossos negócios, agora
são meus? Sabe que nunca se deve deixar a família.
— Sei muito bem, mas devido aos anos de
serviços bem prestados, acho que pode abrir uma
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exceção.
— Tudo bem, Arturo, na verdade não foi pra
te convencer a voltar que te liguei.
— Então diga, sabe que sou um homem
ocupado.
— Pois eu também. — Me corta. — Temos
um traidor na família, infelizmente descobrimos
tarde quem era o infeliz.
— E o que eu tenho a ver com isso?
— O maldito estava entregando documentos
ao FBI e nesses documentos tinha alguns arquivos
sobre a Cartier, e pra fica melhor Bohnen retornou
e se aliou aos russos — fico fora de mim, só pode
ser uma brincadeira de mau gosto, isso não pode
estar acontecendo, a porra do FBI na minha cola e
ainda a porra do Bohnen de volta.
— Achei que estivesse morto.
— Eu também, meu pessoal está fazendo o
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trabalho deles. Estamos tentando acesso aos dados


que foram entregues pelo traidor, enquanto isso
tenha cuidado.
— Isso só pode ser brincadeira, que diabos,
Dimitri, se isso respingar na Cartier pode destruir
minha empresa.
— Eu sei, cara, o que puder fazer, farei pra
evitar sujar teu lado, nós da família protegemos uns
aos outros.
— Sim, eu sei — respondo frustrado.
— Mais uma coisa, não se esqueça do
Bohnen, ele é perigoso. — Dimitri alerta.
— Não tenho medo daquele rato, se ele ousar
tentar me atacar eu acabo com a raça dele dessa vez
pra sempre.
— Eu sei, meu amigo, mas lembre-se, agora
você tem um ponto fraco e seus inimigos sabem
disso, fique em alerta.
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— Tudo bem, Dimitri, sei me defender, não


vou deixar nenhum bosta desses chegar perto da
minha mulher, o que me preocupa de verdade é a
porra do FBI.
— Não se preocupe, isso eu resolvo.
— Certo, Dimitri, qualquer novidade entre
em contato — desligo irritado e ligo para o Payne.
— Senhor Cartier — atende prontamente.
— Já resolveu o que pedi? Conseguiu
descobrir quem está por trás da sabotagem da festa
de lançamento e quem mandou aquele vídeo pra
minha esposa?
— Senhor, a investigação está sendo difícil,
mas conseguimos chegar a um homem chamado
Scofield, parece que foi ele a mando de alguém que
planejou toda confusão, mas o cara é bom, não
existe digitais, não existe nem imagem do rosto do
cara, um verdadeiro fantasma. Não descobri ainda
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seu nome verdadeiro, apenas o apelido. Ele só faz


serviços pra gente de alto escalão, pessoas com
muito dinheiro, o cara é um verdadeiro mestre no
disfarce e é uma lenda.
— A Mikamoto não arriscaria tanto dinheiro
apenas para atrapalhar a festa da Cartier, eles estão
quase indo à falência — reflito.
— Senhor, eu consegui descobrir sobre o
cartão de acesso pra entrar na sala de vídeo.
— Diga logo, quem deu acesso a esse filho
da puta pra entrar e colocar aquela porra de pen
drive?
— Senhor, o cartão de acesso usado foi da
sua esposa — responde receoso.
— O quê?! — grito confuso. — Você está
dizendo que minha mulher liberou a entrada desse
homem?
— Senhor, eu não disse isso, apenas que o
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cartão usado foi o dela, mas pode existir um motivo


pra isso, não podemos tirar conclusões precipitadas
e sobre o vídeo, tudo que consegui foi que o chip
usado foi um chip descartável.
— Tudo bem, Payne, continue investigando,
mas na verdade eu te liguei pra pedir que coloque
dois homens nossos atrás de duas mulheres: Alice e
Claire. Aparentemente essa tal de Claire teve um
caso com meu pai e Alice é minha irmã, como não
confio nessas pessoas quero saber quem são e o que
anda fazendo. — Não vou deixar esse assunto de
lado, disse sério quando falei pra Verônica que não
vão receber um tostão sequer da minha família.
— Ok, Senhor, qualquer novidade eu entro
em contato — desligo o telefone e fico pensando
sobre Verônica, lembrando da arma que ela usava
no clube, no cartão de acesso pra entrar na Lê
Domain sendo que a história que ela me contou não

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me convenceu, mas eu pensei que poderia ser coisa


da minha cabeça, o que será que Verônica tá
escondendo? Antes de me envolver com ela mandei
investigar toda sua vida, mas não encontrei nada,
apenas que ela veio de uma família humilde, ficou
órfã e conheceu sua amiga Amanda na faculdade.
Meu Deus. Não posso estar desconfiando da
minha mulher, deve ter uma explicação para ser o
cartão dela, Verônica iria sabotar a Cartier. Ela não
ganharia com a ruína da empresa? Ela é minha
esposa, dona de tudo isso. Preciso falar com a
Verônica e só assim tirar essas dúvidas da minha
cabeça. Saio da minha sala decidido a encontrar
Verônica e esclarecer essa merda.
Chego à sala de Verônica e não a encontro.
Alguns esboços de joias desenhados estão em cima
de sua mesa, fico admirado com seu talento, não
parece desenhos de aprendiz.

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— Camille, onde minha mulher foi? — Ela


me olha assustada e começa a tremer.
— Senhor, eu... eu...me desculpe.
— Fale porra, onde Verônica está?
— Ela saiu senhor, não disse onde ia, apenas
que não voltaria hoje. — O que diabos Verônica
Cartier está aprontando.
Ligo para o segurança dela, ele deve sabe
onde ela está. Fico surpreso ao descobrir que o
infeliz achava que ela estava dentro da empresa,
que porra. Volto para minha sala, caminho de um
lado pro outro confuso, ligo para seu celular e
ninguém atende. Tento me acalmar, mas é difícil.

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Tentei falar com Amanda a manhã toda e


nada dela me atender, nem trabalhar ela foi, estou
muito preocupada, não aguento mais ficar assim
sem notícias. Depois de resolver tudo com Alice eu
vou atrás da Amanda.
O táxi para na frente da casa da Alice. Foi
mais fácil do que pensei despistar os seguranças,
não aguento andar com aqueles cães na minha cola.
Bato na porta e Claire abre, seu rosto está vermelho
provavelmente pelas lágrimas.
— Boa tarde, em que posso ajudá-la? —
pergunta a mãe de Alice.
— Olá, sou Verônica amiga da sua filha
Alice, ela se encontra?
— Alice ainda não chegou, mas entre, pode
aguardá-la. — Me sento em um sofá marrom
desgastado, a casa é simples, mas muito bem
arrumada. Os móveis são velhos, mas ainda assim

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parece um lar.
— Aceita um café ou um chá?
— Obrigada, Claire, não precisa — agradeço.
— Como sabe meu nome?
— Eu... Bem, Claire, espero que não fique
com raiva de mim pelo que irei dizer, mas quero ser
sincera com vocês duas, só quero o bem de vocês.
— Quem é você? Está me deixando confusa!
— Meu nome é Verônica Cartier — vejo a
empalidecer. — Eu conheci sua filha e fiz uma
amizade verdadeira com ela, fui eu quem arrumei o
trabalho na casa do Santiago.
— O quê? Como assim?
— Eu juro que não sabia quem eram vocês,
não sabia que meu sogro seria um crápula desses e
teria duas famílias, que enganava todo mundo —
minto.

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— Você disse sogro?


— Sim, sou casada com seu filho Arturo, e
eu realmente gostei muito da Alice e vim aqui pra
ajudá-la.
— Nós não precisamos de nada que venha
daquela família, só queremos distância.
— Claire, eu sinto muito pelo que aconteceu,
mas eu juro que quero ajudar vocês, o que Santiago
fez foi terrível, vocês não mereciam, E que não vim
ajudar com o dinheiro deles, será com o meu —
explico. — Meu marido não quer aproximação e
nem ajudar, não acredita na história de vocês. A
porta abre e Alice aparece.
— Verônica, você aqui? — Ela aparenta
surpresa.
— Oi, Alice, estava te esperando, temos
muito que conversar. — Ela me olha desconfiada e
se senta ao meu lado.
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— Bem, Alice, eu realmente não queria que


aquela noite terminasse daquela forma, eu não
sabia de nada, eu juro.
— Agora estou lembrando, você disse que a
festa era da sua sogra, então quer dizer que...
— Sim, Alice, meu marido é seu irmão.
— Então é tudo verdade, meu pai tem duas
famílias.
— Sim, eu sinto muito, não sabia de nada
quando te conheci. — Me sinto culpada por falar
tantas mentiras, mas preciso ajudá-las.
— Eu ainda tinha esperança que fosse algum
mal-entendido. — Ela fala triste.
— Alice, eu não quero mais falar desse
homem, muito menos ver você triste.
— É verdade, Alice, Santiago não merece
que vocês sofram por ele. E na verdade, vim por
outro motivo. Você me disse que está cursado
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enfermagem e ganhou uma bolsa integral, certo?


— Isso, estou no último semestre ano.
— Eu gostaria de te ajudar — proponho.
— Verônica, eu já disse que não quero nada
daquela família — diz Claire alterada.
— Eu sei, Claire, mas eu queria que vocês
duas me ouvissem, por favor — insisto. — E eu já
disse que vocês não vão receber dinheiro deles e
sim meu. Alice, eu gostaria de te oferecer um
estágio remunerado no hospital de um conhecido
meu. Eu tenho você como uma amiga e agora
depois de tudo, quero que tenha as melhores
chances para sua carreira e lá você vai aprender
muito — proponho.
— Nossa, eu nem sei o que dizer. — Alice
fala receosa.
— Tem mais, eu queria que você e sua mãe
se mudassem daqui o mais rápido possível. Tenho
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um apartamento desocupado, ele é meu, não tem


nada a ver com a família do meu marido.
— Obrigada pela oferta, dona Verônica, mas
não podemos aceitar, isso não seria correto.
— Claire, eu sei que vocês são pessoas
trabalhadoras e honestas. Eu realmente quero
ajudar.
— Mesmo assim, não seria correto morar de
graça no seu apartamento.
— Pense como um empréstimo, depois vocês
podem me pagar um aluguel assim que se
estabelecer, eu não queria ter que dizer isso, mas
vocês correm risco ficando aqui. Os Cartier são
perigosos.
— Tudo bem, se for assim, eu aceito. — Diz
Claire com medo pela filha — ficamos mais um
tempo acertando os detalhes.
Me despeço das duas e vou direto para casa
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da Amanda.
Chego à portaria do prédio da Amanda e sou
informada que ela acabou de chegar. Tenho a
chave, por isso entro sem bater, me deparo com
Amanda sentada no colo de Scott, mas não é isso
que me choca, mais sim seu corpo todo marcado,
arranhões pelo seu corpo, machucados e
hematomas.
— O que aconteceu aqui? Por que você tá
assim? — pergunto séria.
— Como você entrou aqui sem bater e sem
permissão? — Scott se levanta depositando a
Mandy com cuidado no sofá e me enfrenta, bravo.
— Eu não preciso de permissão, sou amiga
dela, mas e você, o que está fazendo aqui?! — grito
com ele.
— Não é da sua conta. — Ele fala sério. —
Amanda, já que você não está mais sozinha, eu
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preciso ir a Cartier, você vai fica bem, linda? —


fala Scott todo carinhoso com ela.
— Sim, pode ir, obrigada por tudo. — Ele faz
um carinho no rosto da Amanda e lhe dá um beijo
na testa dela, depois nos deixa a sós.
— O que houve, Mandy? O que Scott estava
fazendo aqui? E por que não atendeu minhas
ligações?
— Eu... eu não estava em condições. — Ela
fala cansada e sem ânimo.
— Está me assustando — pressiono.
— Tentaram me violentar, três homens me
abordaram ontem quando saí da Cartier e eles
tentaram me estuprar, foi horrível, Verônica, ainda
sinto as suas mãos nojentas passando no meu corpo
— fala com lágrimas nos olhos.
— Como isso foi acontecer, Mandy? —
Pergunto horrorizada.
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— Tenho uma suspeita, Verônica, e se isso


for verdade, só demonstra do quanto ela é capaz...
— Amanda sussurra.
— Fala, Amanda, quero muito colocar esses
homens atrás das grades, isso não pode ficar assim.
— Um deles, o mais gordo disse que isso era
um aviso, para deixar claro que não se mexe com a
filha dos outros, com a princesinha dela.
— Meu Deus, foi Inês? Ou o Santiago que
mandou fazer isso com você? — Pergunto mesmo
já sabendo a resposta.
— Eu não sei, não consigo pensar em outra
pessoa pra ter mandado isso, se não fosse por
Scott...
— O que Scott tem a ver com isso?
— O Scott, ele... ele... — Se engasga e
começa a falar de novo. — Ele chegou bem na hora
e impediu o pior de acontecer o pior, mas ainda
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assim, eles me machucaram.


— Deus, isso tudo é culpa minha, eu não
deveria ter aceitado que viesse comigo pra essa
vingança, eu deveria te proteger — choro, pois
estou ferindo todos que são importantes pra mim
com essa vingança. Amanda não tem culpa, nada
pode acontecer com ela. — Você tem que ir
embora, ficar longe dessa família.
— Eu não vou te deixar sozinha, nem pense
nisso. — Ela teima, mesmo fragilizada.
— Eu não vou deixar isso barato, isso não
pode ficar assim, Paloma e Inês vão pagar pelo que
fizeram — prometo.

Fiquei a tarde toda com Amanda, nem


percebi que meu celular descarregou, contei a ela
tudo que aconteceu ontem, sobre o clube, sobre
tudo que Arturo e eu conversamos. Nós duas não
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entramos em acordo, Amanda acha que devo fugir


enquanto é tempo, mas eu não posso, não
conseguiria viver em paz sabendo que não cumpri
minha promessa. Michael veio nos ver e acabou me
dando uma notícia que acabou com meu dia, a
desgraça da Carolina já está solta. Com um pai
como o dela seria difícil ela ficar presa por muito
tempo, vai responder ao processo em liberdade.
Penso em formas de acabar com ela, Michael
como sempre usa a razão e me convence a focar no
meu próximo passo, depois pensar em Carolina.
Acertei com ele todos os detalhes pra amanhã, tudo
terá que ser cronometrado, tudo terá que sair
perfeito. Irei destruir todos eles, não sobrará pedra
sobre pedra. No final do dia vou para casa, já
imagino que Arturo deve estar uma fera.
Estaciono meu carro e noto que Arturo já
chegou. Merda, ele deve estar muito bravo por eu

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ter saído sem segurança e ainda sem avisá-lo. Terei


que amansar essa fera.
Entro em casa com cuidado e não o vejo,
deve estar no escritório me esperando, subo pro
meu quarto para tomar um banho relaxante e me
preparar pra enfrentá-lo. Usarei minhas melhores
armas, deve estar furioso.
Me visto e descalça mesmo vou atrás dele,
com todo cuidado entro em seu escritório. Está
sentado em sua cadeira cheio de pose e seu rosto
está contorcido de raiva, um arrepio sobe pela
minha espinha.
— Onde você estava, Verônica? Por que
fugiu dos seguranças que contratei pra te proteger?
— pergunta com a voz baixa.
— Eu... eu — começo a gaguejar, tem de
concordar que fica difícil de responder esse homem
quando ele me olha com esse olhar intimidador.

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Arturo se levanta, está muito bravo, mas ao invés


de medo eu sinto tesão enorme nesse meu homem
bruto.
— Eu vou perguntar só mais uma vez, onde
você estava, Verônica? — Seu cheiro misturado
com o perfume do charuto cubano que sei que ele
fumou está delicioso.
— Eu fui ver a Amanda. — Minha voz sai
trêmula no final.
— Acha mesmo que pode me enganar assim,
Verônica? Acha que sou algum idiota? — rosna
irritado.
— Eu estava preocupada com ela, fazia um
dia que não tinha notícias e ela não foi pro trabalho
— falo e ele me olha como se pudesse ler minha
alma.
— Não minta pra mim, Verônica — fala
pausadamente. — Sua última chance, onde você
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foi?
— Tudo bem, fui atrás da Alice, precisava
ver como ela estava e se precisava de ajuda —
confesso.
— Você só pode estar de brincadeira, fugiu
dos meus seguranças pra ir ver essa bastarda? Eu já
tinha dito que não quero você perto dela e mesmo
assim você foi pro outro lado da cidade sem
segurança atrás dessa pirralha?! — Grita
enfurecido, deu até um pouco de medo.
— Você não pode me impedir de ajudá-la, eu
gostei dela, ela é minha amiga, e também sua irmã!
— Grito de volta.
— Já falei que antes temos que ter certeza do
que está acontecendo, e mesmo que seja filha do
Santiago eu não quero ter nada a ver com elas,
nada, e se eu souber que qualquer dinheiro meu
está sendo retirado para ajudá-las... — Ele deixa a

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ameaça pairando no ar. — Eu quero que fique


distante dessas pessoas, você está sendo muito
desobediente, senhora Cartier. — Me puxa pros
seus braços com brutalidade, não tenho nem chance
de protestar, ele já está puxando meu vestido pra
baixo.
— Me solta, Arturo — falo raivosa.
— Já disse pra você o que acontece quando
você me desafia.
A raiva toma conta de mim nesse momento,
quem ele pensa que é?
— Você está achando o quê, Arturo? Que sou
uma cadelinha que você manda e eu obedeço?
Você só pode estar louco! — tento me soltar do seu
aperto e ele me coloca de bruços no seu colo.
— Adoro quando fica irritada, me enche de
excitação — aperta minha bunda por cima da
calcinha com força. — Como punição pela sua
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atitude irresponsável com seu dono, hoje está


proibida de gozar e se o fizer será castigada com
rigor, entendeu, querida?
— Eu não vou concordar com isso nunca,
Arturo, me solta — tento me soltar, mas ele me
mantém presa.
— Também não vai poder me tocar e nem
gemer. — Ele continua como se eu não estivesse
falando nada.
— Arturo...
— Calada, você só está autorizada a falar
quando eu mandar — esbraveja.
Não sei de onde ele tira um par de algemas,
fico arrepiada de tesão. Me leva até o sofá apoiando
minhas mãos no encosto, fico molhada só de pensar
no que ele fará comigo.
— Lembre-se, nada de gemidos pra você hoje
— repete.
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Fico ofegante e ele abre as calças e toca seu


pau que está tão duro e grosso, me inclina me
deixando com a bunda toda a mostra, o filho da
puta tem a cara de pau de rasgar meu vestido, me
deixando apenas de calcinha na sua frente, ele
apenas afasta a calcinha pro lado e mete seu pau
com tudo, apertando minha cintura e bunda, grito
com a força da sua estocada e ele morde meu
pescoço como uma fera marcando sua presa, estou
sentido dor e prazer, estou mole em seus braços, a
sua mercê.
— Ops, baby. Não ficou caladinha, agora vou
ter que te castigar! — fala rouco e todo meu corpo
se arrepia com a possibilidade de levar umas
palmadas.
Arturo sai me deixando com as pernas
bambas algemada em seu escritório, nem deu
tempo de protestar, logo ele volta com algo que

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parece ser um extensor de pernas, prende em mim


me deixando bem arreganhada, seguro a cabeceira
do sofá com força já me preparando para o que virá
a seguir.
— Vão ser dez açoites, espero não ouvir
nenhum ruído sair dessa boca outra vez, senão eu
vou triplicar seu castigo — avisa com a voz grave
cheio de tesão. Nem tenho tempo de me preparar e
sinto a primeira palmada. Arde bastante, tenho que
morder meus lábios pra não gritar, respiro fundo e
me preparando pra próxima, quando chega à sexta
já não aguento segurar no sofá de tão cansada,
apoio meu tronco no sofá, mas Arturo não dá
descanso. Prendo a respiração pra não chorar de
raiva quando enfim ele conta a décima palmada,
penso que irá me soltar, mas ele me surpreende
rasgando minha calcinha que nesse momento
parece mais um lago e mete seu pau grosso em
mim assim mesmo.
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— Oh céus! Você está tão molhada, rainha


— geme. — Porra, Verônica — bombeia forte, se
afundando até as bolas em mim, já não aguento
segurar e gemo alto, merda.
Gozo perdida na onda de luxúria, Arturo não
aguenta muito tempo e goza me enchendo com seu
gozo.
— Boa menina. Você foi excepcional,
mesmo desobedecendo e gozando. Me solta com
carinho, beija meus lábios com delicadeza. Eu me
encolhi em seu colo cansada.

Acordo com meu telefone tocando, Verônica


ainda dorme esgotada, um número desconhecido, já
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até sei quem deve ser, são quatro do amanhã.


— Alô, Dimitri.
— Arturo cara, sinto muito mais a casa caiu.
— Do que você tá falando?
— O FBI pegou um dos nossos, é só questão
de tempo para descobrirem sobre a ligação da
Cartier com nossos esquemas. Estou saindo do país,
essa manhã vou pra Rússia me filiar com os
Castalaresi e quando voltar, vou colocar essa
cidade de pernas para o ar até essas porras pararem
de mexer com meus negócios — fala ameaçador.
— Eu não acredito, você fodeu com minha
vida, porra! — Grito.
— Eu recomendo que saia do país, porque
essa cidade vai se transformar em um verdadeiro
inferno, melhor não correr o risco de sujar seu
nome ou da Cartier.
— Porra, eu não sei o que fazer, espero que
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não demore a resolver esses problemas. Você me


deve muitos favores e se por acaso acabar com
minha empresa, por causa disso eu te mato —
ameaço.
— Não esqueça que você só está onde está
por causa minha causa, Arturo. Da mesma maneira
que te levantei posso te destruir, cuidado — adverte
e desliga. Depois disso sigo para o meu escritório.

Ouvi tudo que Arturo disse ao telefone,


alguma coisa grande está acontecendo, não sei o
que pode ser, mas esse tal de Dimitri está
envolvido, levanto da cama com cuidado pra que
ele não perceba que acordei, caminho lentamente

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até o escritório e a porta está levemente aberta, me


escondo em um canto da parede onde ele não pode
me ver. Arturo tira uma pasta marrom da gaveta
que não consegui abrir aquele dia, ele lê os
documentos com calma e em sua outra mão está um
copo de uísque.
Ele parece nervoso, seja o que for que
contenha naqueles documentos, está o irritando
muito, ele devolve a pasta com os documentos para
gaveta e tranca com uma chave. Depois a coloca
atrás de dois livros em sua estante. Perfeito, agora é
só esperar a oportunidade de pegar esses
documentos, minha intuição diz que eles são tudo
que preciso. Volto para o quarto e tento dormir,
mas minha mente trabalha sem parar pensando se é
isso mesmo que quero fazer, se é nisso que quero
para minha vida e meu futuro.

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CAPÍTULO 26 -
Desmascarando a
Princesinha

“O ódio sem desejo de vingança é um grão


caído sobre o granito.”

Os dias se arrastaram lentamente, já faz


meses que Verônica esta casada com Arturo. Eu
estou tendo que tomar calmantes para dormir.
Quando saio na rua não consigo evitar olhar pra
trás, o medo de ser perseguida e tentarem me
machucar sempre está presente. As noites são as
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piores, o pânico me domina. Fiquei com vergonha


de mim mesma, me sentindo suja, fico lembrando
das palavras daqueles vermes nojentos. Inês e
Paloma irão ter o que merecem. Minha vontade é
de ir atrás e dar uma bela surra nas duas, mas o que
Verônica tem planejado é muito melhor. Scott está
sempre comigo, ando mexida com essa
proximidade, ele anda muito cuidadoso, até
possessivo e confesso que todo esse cuidado anda
balançando minhas estruturas. Traz comida chinesa
para jantar comigo, assiste filme de drama, mas
nunca mais tocamos no assunto da armação que fiz
a ele, muito menos sobre a tentativa de estupro.
Tomo um banho e tento dormir um pouco, amanhã
será um grande dia, mas os pesadelos retornam.
Grito pedindo para que parem, mas eles não
desistem, clamo por socorro e nada.

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— Por favor, não faça isso, me deixe ir —


imploro e eles apenas ficam rindo.
— Ei... ei, Amanda... Amanda, acorda...
Amanda, eu estou aqui. — Me chacoalham, tento
empurrar, mas eles não me soltam, continuo
gritando.
— Amanda... Amanda, acorda — abro meus
olhos e vejo sim Scott, ele está apenas de boxer e
me olha preocupado.
— Era apenas um pesadelo, ouvi seus gritos
do meu quarto. Desculpe linda, tudo isso é culpa
minha.
Eu olho pro seu rosto tão perdido e o abraço
forte, seus braços me acalmam.
— Eles não estão aqui, ninguém vai te pegar.
— Como você entrou aqui? — pergunto.
— Pulei da sacada do meu apartamento para
o seu e por sorte sua porta estava aberta. Não
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imagina o desespero que fiquei quando ouvi seus


gritos, tentei abrir sua porta, mas estava tudo
trancado, pensei que alguém estava te machucando
— espanto por ele ter feito tudo isso.
Ele me abraçou apertando meu corpo junto
ao seu. Seu cheiro marcante entra no meu sistema e
sinto um calor sem igual. Estou toda suada e
descabelada, seus olhos me mostram emoções e
desejo talvez algo mais que ele queira esconder,
então eu beijo sua boca. Ele parece surpreso, mas
não demora a corresponder e me beija com
desespero, saudade, angustia.
— Eu... eu não posso fazer isso, você está
muito traumatizada, não quero te deixar pior. — Se
afasta com uma expressão culpada.
— Não vá, por favor, me faça esquecer tudo,
me faça me sentir amada — imploro e Scott não
pensa duas vezes, volta e ataca minha boca de

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forma carinhosa como nunca tinha beijado antes.

Duas semanas se passaram, e eu penso depois


na droga dos documentos que ainda não tive a
chance de pegar, preciso fazer uma cópia e
devolver a pasta pro mesmo lugar.
— Verônica, tudo bem com você? —
pergunta Michael me tirando dos meus devaneios.
— Então esse é o namorado dela, Michael?
— Sim, filho de deputado, o garoto vem de
uma boa família. Investiguei cada um deles e a
ficha é limpa, o sogro é um político honesto, raro
de se ver hoje em dia.
— Mas ele não sabe o que ela anda
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aprontando?
— Não, o pobre garoto é apaixonado. Puxei o
seu histórico bancário e ele fez uma compra de cem
mil euros em uma das lojas da Cartier, um amigo
próximo nos contou que ele pretende pedi-la em
casamento.
— Então esse será o momento perfeito —
comento.
— Verônica, você está certa que pretende
fazer isso mesmo?
— Sim, o que fizeram com Amanda não vai
ficar impune, marque tudo pra hoje mesmo, se ele
pretende fazer o pedido hoje tenho que ser rápida.

Horas mais tarde naquele mesmo dia, tudo já


estava pronto graças a Deus, Arturo está em

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reunião na Cartier hoje, ultimamente ele anda


muito possessivo, desconfiado e isso me incomoda.
Não foi difícil convencer Wallace a fazer a
surpresa pra Paloma, todos foram chamados para o
tal pedido de casamento, até mesmo os pais dele,
Inês e Santiago. Não sei se os dois viram, mas
semana passada vazou na impressa que o pedido de
divórcio já foi aberto. Inês nega, diz que é tudo
mentira, mas nós sabemos que Santiago não
aguenta e anda como um louco atrás da Claire. Mas
graças a Deus depois que da mudança, ele ainda
não a encontrou.
Guilherme já se recuperou e me ligou depois
que saiu do hospital, falei com ele, pedi desculpas
por tudo que aconteceu e disse que não há
possibilidade de haver nada entre nós, ele não
reagiu muito bem, então agora ignora a mim e a
Arturo, o que pra Arturo não faz diferença, pois ele

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não quer nem ouvir falar no nome de Guilherme.


Alice já começou o estágio, ela é incrível. Ao
menos algo bom eu fiz com toda essa vingança,
todos na clínica elogiam seu trabalho, se
encantaram com sua bondade e generosidade, já
Arturo ainda se nega a conhecer ou ajudar a irmã.
Termino de me arrumar e saio em disparada até o
apartamento de Paloma. Ficou combinado de todos
nos encontrarmos no hall de entrada. Meus cães de
guarda vão comigo, só assim para sair de casa em
paz.
Entro no Hall, Inês, como sempre muito bem
vestida, está conversando com Estela, sogra de
Paloma.
— O que faz aqui, Verônica? — pergunta. —
Essa é uma reunião íntima, você não foi convidada.
— Inês, isso é jeito de falar com sua nora
querida? — pergunta Estela. — Verônica é minha

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amiga, nos conhecemos no shopping, ela me ajudou


quando perdi meu celular e depois disso se tornou
minha amiga.
Por essa ela não esperava, que claro ela não
me queria aqui para estragar a noite perfeita da sua
princesa.
— Desculpe, Verônica, é que estranhei você
estar aqui, pensei que não viria já que você e minha
filha não se dão muito bem — dá uma desculpa
qualquer.
— Ah, sogrinha, na verdade eu vim
justamente por isso, essa situação entre minha
cunhada e eu é insuportável e talvez estando aqui
nesse momento tão importante pra ela, podemos
melhorar nossa relação. — Inês me olha
desacreditada, sabe que estou sendo irônica.
— Verônica, que bom que você veio — diz
Guilherme se aproximando junto com o senador

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Hunter Moore.
— Olá, Guilherme. — Ainda não consigo
esquecer que ele me beijou num momento que
estava mal, ele foi um verdadeiro cafajeste.
— E então, Wallace já chegou? — Pergunto
curiosa.
— Não, ainda não, mas ele ligou e já está a
caminho. — E foi só Estela terminar de falar e ele
apareceu. Wallace é um homem bonito, educado,
de uma família boa, não entendo o que ele viu
numa peste como Paloma, mas como dizem, o
amor é cego.
— Meu filho, sua gravata está torta. — Estela
se aproxima o ajeitando e percebe-se que ele está
nervoso.
— Estão todos aqui, querido — fala Inês
dando uma de sogra perfeita. — Infelizmente
Santiago não pôde vir, teve que viajar pra resolver
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algum assunto de trabalho.


— Tudo bem, não se preocupe, ele estando
no dia do nosso casamento para levar minha futura
esposa até o altar — responde. Inês sorri pra ele e
todos juntos entramos no elevador seguindo pra
cobertura. Minhas mãos começam a suar, ansiedade
toma conta, tenho o medo que algo dê errado.
Guilherme se aproxima de mim, quando percebe
que todos estão entretidos em uma conversa, o
elevador está apertado o deixando muito próximo.
— Você está linda, Verônica. — Sua voz soa
rouca, outras mulheres talvez achassem sexy, mas
no momento só me irrita.
— Obrigada, Guilherme, pensei que tinha
deixado claro que somos apenas amigos, mas se
não for suficiente para você... — Ele me olha
surpreso com minhas palavras.
— Amigos é o suficiente — suspiro aliviada.

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O elevador abre e caminhamos todos até a


cobertura. Antes que alguém toque a campainha,
eu digo:
— Parece estar aberta, que tal entramos e
fazer logo a surpresa?
— Perfeito, Verônica, vamos. — Wallace é o
primeiro a entrar, em seguida seu pai, Inês e Estela,
eu e Guilherme somos os últimos. Olho ao redor da
sala e nem sinal dela, tudo está normal e penso que
podemos ter chegado atrasados, mas não, Michael
me confirmou o horário certinho.
— Ela deve estar no quarto, fiquem aqui que
eu vou lá chamá-la — fala Wallace ansioso.
Ficamos todos na sala, Inês ainda me olha
desconfiada. Ouvimos sons de gritos histéricos e
todos se assustam.
— Melhor ir vemos o que tá acontecendo. —
O deputado se pronuncia, Inês parece saber que
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alguma coisa está acontecendo, mas mesmo assim


caminha até a suíte. Wallace está parado, em
choque, horrorizado com a cena que está vendo.
Paloma e mais dois homens nus em o que
parece ser uma orgia, ela chora pedindo pra
explicar e ele parece não ter reação.
— Por favor, Wallace, me deixe explicar,
isso não é o que você tá pensando. — Paloma
implora.
— Sua desgraçada, como pode fazer isso com
meu filho? Como isso não é o que estamos
pensando? — Estela grita.
— Ninguém está pensando nada, estamos
vendo!! — Fala o deputado.
— Meu Deus! — grita Estela em prantos.
Wallace ainda não falou nada, o que me assusta.
— Você é uma ordinária, uma vagabunda,
Paloma, eu te amava desgraçada como pode? —
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Finalmente ele fala.


— Não, não, Wallace, você precisa me
escutar, por favor, eu te amo — chora Paloma.
Inês não se pronuncia, vai até a filha a
abraçando, mas nota que a filha continua nua, o
quarto fede a sexo, os homens que até então
estavam apenas olhando se vestem rápido pra sair
de cena.
— Wallace, é melhor vocês se acalmarem e
conversarem depois com calma. — Inês tenta
amenizar a situação.
— Você só pode estar louca, Inês, se pensa
que meu filho ainda irá conversar com essa
meretriz.
— Vamos embora daqui, filho — fala Estela.
— Estela, deixe eles dois esfriarem a cabeça
e se acertarem, eles ficariam noivos, querida.
Nesse momento o deputado se enfurece.
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— Escute bem, Inês, meu filho, minha


família nunca fomos tão humilhados na vida. A
vadia da sua filha nunca mais se aproximará do
meu filho, e essa humilhação não ficará barato! E
quer saber? Foi melhor assim, pior seria se meu
filho tivesse se casado com uma puta feito ela. —
Paloma grita aos prantos para Wallace escutá-la.
Ele a olha com nojo e asco, pega dentro do paletó o
anel de noivado atirando em sua direção.
— Essa noite vim aqui te pedir em noivado,
te surpreender e quem sai daqui surpreso sou eu.
Nunca mais me procure, Paloma, tenho nojo de
você — fala e os Moore vão embora, fica no quarto
apenas Guilherme, Inês e eu.
— O que ela faz aqui, mamãe?! — Grita
histérica.
— Desculpe, Paloma, eu apenas vim
prestigiar seu noivado, jamais imaginaria que isso

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acabaria assim — falo me fazendo de sonsa.


— Paloma, como pôde fazer uma coisa
dessas? — diz Guilherme horrorizado.
— Estou de saída, acho que precisam de
privacidade — falo.
— Espera, Verônica — chama Inês, droga, o
que essa cobra quer? — Eu acompanho você até a
porta. — Assim que saímos do quarto, ela aperta
meu braço com força me impedindo de continuar.
— Foi você, não foi?
— O quê? — Me faço de desentendida.
— Fala logo, você tem alguma coisa a ver
com essa palhaçada toda? Assume.
— Eu não sei do que está falando, Inês.
— Sua rameira, você armou tudo isso pra
minha filha.
— Você está louca, sogrinha, por que faria

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algo assim? — debocho.


— Você não aceitou as coisas que ela disse
quando você perdeu o bebê — engulo minha
vontade de estapeá-la.
— Olha, Inês, eu estou aqui com as melhores
intenções, a culpa não é minha se sua filhinha é
uma vadia safada que traiu o namorado —
respondo. — Agora se me der à licença, estou de
saída — puxo com força meu braço e me afasto
dela, mas assim que chego à porta, paro e digo as
mesmas palavras que ela mandou dizerem.
— Esqueceu Inês ninguém mexe com a sua
princesinha.
Seus olhos se arregalaram, ela entendeu a
mensagem, ficou bem claro pra ela que isso foi
uma vingança pelo que ela fez a Amanda, se ela me
ataca, eu ataco duas vezes mais.
— Cuidado, Verônica, Arturo caiu na sua,
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mas não pense que é inatingível, um dia desses sua


hora chega...
Olho-a e desdenho, saio a deixando sozinha.
Assim que deixo o prédio e sinto o ar fresco da
noite, me sinto mais leve, um sorriso cresce no meu
rosto, pela primeira vez essa vingança me trouxe
um gosto doce à boca.
Envio uma mensagem a Amanda dizendo
que acabou, está feito. Agora resolvo pensar no
meu outro problema.

Estou em reunião com o diretor criativo sobre


o design da coroa do concurso e ainda tem um colar
de diamantes especial para o aniversário da Rainha

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Rania da Jordânia, são muitos pedidos especiais e


esses são os mais vistoriados, nenhuma peça sai
sem os cinco C da Cartier.
O babaca do Guilherme já saiu do hospital e
mamãe não para de me ligar, falando que quer eu
faça as pazes com ele. Ainda tem a tal da Alice, não
consigo aceitar que tenho uma irmã bastarda. Falei
com meu pai sobre o de divórcio e ele está
decidido, até já se mudou para um apart-hotel, nem
ameaçando cortar a pensão que dou a eles o fez
mudar de ideia. Droga, minha vida tá um
verdadeiro inferno, ao menos entre eu e Verônica
as coisas andam bem, levei a mais uma vez pro
clube e só de lembrar seu corpo amarrado com a
corda de fibra meu pau fica duro. Verônica é a
mulher perfeita, entrega de corpo e alma
completamente. Esperei a poeira passar e tentei
conversar com ela sobre irmos atrás de algum
especialista em fertilidade, mas ela não quis nem
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ouvir falar, acha muito cedo, ela ainda está muito


machucada.
Quero ver como ela vai ficar ao descobrir que
o pai da Carolina, conseguiu tirá-la da prisão.
Aquela vadia deveria mofar lá dentro, mas seu pai é
um homem influente, poderoso, não iria deixar a
única filha na prisão. Droga, como que vou contar
isso pra Verônica?Decido deixar isso para depois.
Preciso ir atrás do Scott, anda deixando falhas no
seu trabalho, chegando atrasado, e ainda tem o
escândalo nas redes sociais, esse que até agora não
entendi o porquê ele não fez nada com o que ela
aprontou? Amanda é louca.
Entro na sala do Scott e qual é a minha
surpresa ao ver Amanda sentada em sua mesa de
costas porta e Scott sentado em sua cadeira e se
acabando de chupar sua boceta.
Coço a garganta fazendo barulho para chamar

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atenção. O babaca do meu amigo fica vermelho, foi


pego no flagra se acabando na morena. Amanda ao
contrário dele se levanta majestosa ajeitando a
roupa e caminha até a porta, só que antes, diz em
alto e bom som.
— Obrigada pelo orgasmo, lobinho. —
Realmente essa mulher não existe, se fosse
qualquer outra iria enterrar a cabeça na terra pra se
esconder, mas Amanda não tem vergonha, na
verdade ela parece não dar à mínima pro que as
pessoas pensam.
— Eu já tinha ouvido alguns boatos pela
empresa que vocês andavam se pegando, mas
não dei ouvidos por conhecer você, se não os
tivesse visto ainda não acreditaria — comento.
— Não estamos juntos, é apenas um desejo
insano, na verdade é complicado de explicar.
— Cara, você é como um irmão para mim,

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mas o que está fazendo? Você sabe que jamais irá


assumir Amanda para sua família, pare de brincar
com a garota, ela vai sair machucada — aconselho.
— Eu não estou brincando com ela, ela sabe
muito bem o que está fazendo, ela não é nenhuma
virgem ingênua — rebate.
— Scott, eu gosto muito da Amanda e ela é
como uma irmã para minha esposa, não quero ter
que te dar umas porradas caso ela saia quebrada
desse caso de vocês.
— Merda, Arturo, me deixa seu merda, sei
bem o que estou fazendo — explode raivoso. — E
você acha que consegue me bater? Quero ver você
tentar.
— Bom, o recado já está dado. Vamos ao que
interessa, preciso da sua ajuda. A Cartier está
sendo investigada pelo FBI e estou meio perdido
sem saber o que fazer, se isso respingar na mídia a

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empresa acaba.
— Eu sabia que uma hora isso poderia
acontecer, Arturo — fala nervoso. — Merda,
Arturo, estamos perdidos. Qualquer auditor que
entrar aqui vai perceber que você não teria capital
para abrir a Cartier, muito menos pra comprar sua
parte da mina Serra azul.
— Eu sei, preciso pensar em alguma forma
de proteger a empresa caso algo aconteça —
divago. A mina Serra azul seria uma garantia extra
mesmo se a Cartier fosse à falência, só a mina seria
o suficiente para viver bem o resto da vida, mas se
o FBI descobrir tudo, eles vão congelar todos os
meus bens. O telefone da mesa do Scott toca, nos
interrompendo.
— Sim, pode entrar, Suely. — Segundos
depois sua secretária entra, nos interrompendo com
um bolo de papéis pra Scott assinar.

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— Scott, depois nós voltamos a falar sobre


esse assunto, vou para minha sala.
— Ok, cara, realmente essa semana a Cartier
está um verdadeiro caos, amanhã é a entrega do
projeto das coroas, está todo mundo nervoso.
— Eu sei, eu mesmo estou ansioso, mas
confio no nosso designer — falo e caminho até
minha sala, sinto uma sensação estranha. Acho que
foi apenas o nervosismo com a ligação do Dimitri.
Fico sentado na minha mesa pensando em alguma
solução para os meus problemas.
Preciso contar a verdade para Verônica e tem que
ser por mim, se algo acontecer com a Cartier ela
estará preparada, não quero que a bomba exploda e
ela fique no escuro.
Minutos se passam e eu ainda continuo sem
saber o que fazer, a porta se abre e me surpreendo
vendo Paloma em minha frente.

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— O que você pensa que tá fazendo entrando


na minha sala assim? — rosno pra ela.
— Arturo, você é o único que pode me ajudar
— fala angustiada.
— Paloma, deixei claro que não queria mais
te ver. O que você fez não tem perdão, as coisas
que disse a minha mulher não podem ser
esquecidas.
— Arturo, me ajudar, por favor.
— Chega, Paloma, eu não vou mais te dar
dinheiro, não adianta vim fazer drama — respondo
irritado.
— Merda, Arturo, Wallace terminou comigo,
ele não quer nem ouvir minha voz e para piorar eu
estou grávida.
— O quê? — pergunto confuso e chocado.
— Armaram contra mim, eu já não sei o que
fazer, eu juro, Arturo, eu amo Wallace, mas ele não
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quer me ouvir, não vai acreditar que o filho é dele.


Nem mesmo Guilherme está do meu lado, papai
saiu de casa, não liga mais pra mim, ele tem outra
filha, uma pirralha qualquer, eu perdi até me pai.
Arturo, eu não tenho mais ninguém, eu já não sei o
que fazer, estou perdida — fala chorando. — Eu
não quero esse bebê, mas não sei o que fazer.
— O que fez ao Wallace para terminar com
você? Se ele é o pai, ele tem que assumir as
responsabilidades.
— Foi uma armadilha que fizeram para nos
separar, eu juro. — Tem coisa aí.
— Como assim, Paloma? Me diga alguma
coisa que faça sentido, inferno! O que está
acontecendo com essa família? Está tudo um caos
— falo irritado.
— Wallace me pegou na cama com outros
homens — fala envergonhada.

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— O quê? Puta que pariu, você fez o quê? —


fico perplexo com isso.
— Eu juro eu não fiz nada, eu fui forçada.
Foi tudo uma armação, queriam nos separar, eu o
amo.
— Olha pra mim, Paloma. — Ela demora a
levantar o rosto, sua cara está toda borrada, mas por
baixo de tanta falsidade eu consigo reconhecer
minha irmã.
— Não seja hipócrita, esse filho não é dele e
não existe isso de armação — afirmo convicto.
— Eu... eu não sei. Por favor, Arturo, estou
perdida sem saber o que fazer, não quero esse bebê.
Só restou a mamãe do meu lado, mas se ela
descobrir que engravidei, ela não irá me perdoar, e
ainda tem o divórcio dela com o papai.
— Eu te avisei que isso poderia acontecer um
dia, você deixou suas perversidades ser mais forte
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do que seu controle, como não usou uma porra de


um preservativo? Se ao menos tivesse se
controlado... Você trocou um futuro promissor por
uma trepada barata, agiu como uma cadela de rua.
— Arturo, me ajude, por favor, eu só tenho
você.
— Tinha, Paloma, tinha. Fiz muito por você,
mas minha paciência já se esgotou. Lembre-se o
que fiz por você no passado, o que arrisquei, o
mínimo que poderia fazer era se casar com o filho
do deputado. Poderia ajudar meus negócios, mas
nem isso soube fazer. Agora não adianta chorar,
você está colhendo o que plantou. Não me peça
ajuda para tirar esse bebê, você mais do que
ninguém deveria saber que o que sofri com a perda
do meu filho, não quero ser responsável pela morte
de um bebê.
— Estou sozinha e eu também te ajudei,

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eu fui testemunha, te ajudei a tomar tudo isso para


você.
— Sabe que estávamos salvando sua
pele também.
— Eu o amava, merda Arturo, eu era louca
por ele, ele morreu, o amor da minha vida morreu,
você me deve isso.
— Chega, porra! — grito furioso.
— Ele não te amava, Paloma, ele só estava
com você porque a noivinha não dava o que ele
queria, você era a porra de um estepe pra ele. —
Ela chora ainda mais
— Sai Paloma, não posso fazer nada quanto a
Wallace e a esse bebê, você se ferrou sozinha —
falo e ela me olha com raiva, caminha até a porta,
então levanta o rosto e diz:
— Você vai ficar sozinho, Arturo, expulsou
todos que eram importantes pra você, colocou uma
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vadia num pedestal, você é tão burro que não


percebe o que se passa embaixo do seu nariz.
Você vai cair feio e por quem você menos
espera, e grave bem minhas palavras, pois estarei
assistindo de camarote sua queda.

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CAPÍTULO 27

“Enquanto a cor de pele dos homens valer


mais do que o brilhos dos olhos, sempre
haverá.”

Sentado na sacada da suíte do hotel fico


pensando, faz mais de uma semana que me mudei,
já entrei com o pedido de divórcio.
Inês vem me causando infinitas dores de
cabeça, ligações insanas, perseguição, até mesmo
ameaças. Não quero mais viver nessa farsa, nosso
casamento se foi há muito tempo, sei que o maior
culpado fui eu, mas já chega. Agora com Claire, a

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coisa foi diferente. Não sei mais o que fazer, ela se


mudou, não está mais na nossa casa, não atende
meus telefonemas. Com Alice é a mesma coisa, me
ignora. Ninguém na vizinhança sabe para onde elas
foram. Tenho medo que Inês tenha mandado
alguém as machucar.
Fui até mesmo ao trabalho delas, mas
também não estão mais trabalhando lá. Para onde
elas foram? Já não sei mais onde procurar.
A campainha toca, abro a porta e dou de cara
com Inês.
— O que faz aqui, Inês? — pergunto ríspido.
— Não vai me convidar para entrar? —
responde altiva.
— Pra quê? Você entra mesmo sem convite
— resmungo.
Ela entra com sua pose de imperatriz. Me
assusta a forma como ela consegue ser fria.
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— Você já esteve melhor, Santiago —


comenta calmamente.
— Obrigado, isso pra mim foi um elogio.
Ela caminha pelo quarto, analisando cada
detalhe dele.
— Quero que volte para casa e desista dessa
idiotice de divórcio.
— Perdeu seu tempo vindo aqui, já está
decidido — corto ela. — Na verdade creio que já
recebeu uma intimação do meu advogado sobre a
partilha dos bens.
— Você não pode fazer isso, Santiago.
— Não só posso, como já fiz, Inês — afirmo.
— Você sabe que não poderíamos mais viver
daquele jeito, isso não é vida.
— Não... não, você não pode fazer isso,
Santiago, foram trinta e cinco anos, não pode... —
Se agarra em castelos de areia, pois nosso
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casamento é só isso, castelo de areia


desmoronando.
— Inês, não importa se foram três ou trinta e
cinco anos, pra mim já deu — suspiro cansado. —
Sabe, eu amo a Claire, você está cansada de saber
disso, eu levei essa farsa de casamento longe
demais.
— Você não pode fazer isso comigo,
Esteban, não depois de tudo que nós passamos, não
depois de tudo que tive de abrir mão por tua causa,
não depois de ter perdido meu... — Ela se corta
antes de falar, nunca tocamos nesse assunto, nunca
mesmo. Ela reassume a máscara e joga suas cartas.
— Eu te amo, Esteban Santiago Cartier, você não
pode me deixar por uma faxineira suja, eu tenho
brasão, tenho sangue azul, você não pode me trocar
por uma qualquer.
Começo a gargalhar.

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— Você não me ama, Inês, sabe o que você


ama? Seu status, não aceita ser uma mulher
divorciada que foi trocada por uma faxineira —
acuso-a. — Pra falar a verdade nem sei se algum
dia chegou a me amar.
— Amei sim, Santiago, mas você matou esse
amor com suas atitudes, você se esqueceu do passei
por você tudo que sofri? — acusa.
— Inês...
— E depois de tudo isso você quer se
divorciar?! — grita. — Eu também me apaixonei
por outra pessoa, também amei e você me fez abrir
mão disso. E agora quer vir com moral pra cima de
mim? Cala a boca, Santiago, que você não tem
direito de falar isso.
— Você é uma vadia hipócrita, Inês, uma
cadela fria, isso que você é! — grito. — Acha
mesmo que não sei do seu caso com nosso

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motorista? Ou pior do seu caso com Eduardo?


Acha que não sei que casar Arturo com Carolina
era sua forma de se aproximar de Eduardo? Não
sou otário, Inês, pensa que não sei dos seus
segredos sujos? Você é uma cobra sorrateira, a
única coisa que quer é manter a aparência pra alta
sociedade, mas cansei de tudo.
— E daí que eu tinha um caso com o
motorista? Você acha que eu não sabia da Claire?
— vocifera raivosa. — Sei de todos os teus casos,
das noites que passou no hospital com aquela
bastarda que chama de filha, de ir com ela as
apresentações da escola, ser um bom pai para
Alice, enquanto você nunca fez nada disso para os
meus filhos. Acha que me esqueci de suas ameaças
sobre me tirar às crianças caso eu ficasse com o
Eduardo? Não esqueci, mas aprendi a seguir em
frente e me transformar nessa mulher que você
tanto abomina, depois de tudo isso você quer me
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abandonar? Seu maldito filho da puta! — Acerta


um tapa forte em meu rosto.
— Saia daqui, Inês, antes que me esqueça
que é mulher e devolva esse tapa. Espero que
assine a porra dos papéis do divórcio o mais rápido
possível, quero me ver livre de você. — Ela
caminha descontrolada, mas antes de passar pela
porta, para e respira revestindo sua máscara de
frieza.
— Assinarei o divórcio, agora sou que quero
me livrar de você. Mas eu juro que com ela você
não fica, eu acabo com ela antes disso! — Sai
batendo a porta, meu coração acelera e um medo
toma conta de mim.
Não, ela não teria coragem, teria? Ela não
pode fazer nada contra as duas...

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Trabalhar no hospital está sendo o máximo,


adoro todo mundo. Todos me aceitaram muito bem
e estou aprendendo muito, já fui elogiada até
mesmo pelo diretor o doutor Lancaster. Faço de
tudo pra honrar a chance que Verônica me deu, ela
é minha cunhada, quem diria? Eu que pensei que
não tinha mais parentes, só minha mãe e meu pai,
descubro que tenho mais três irmãos, mas todos me
odeiam.
Toda a mudança está sendo mais fácil do que
imaginei, mamãe está gostando do novo trabalho e
até mesmo mudou o visual. Fico feliz por vê-la tão
envolvida com o trabalho, se reerguendo e
seguindo em frente. O apartamento de Verônica é
muito lindo, nada parecido com o apartamento
simples que ela disse que tinha, tá mais pra uma
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cobertura de luxo, tanto é que no começo mamãe se


recusou, mas Verônica sabe ser insistente e mamãe
acabou cedendo.
No hospital todos me tratam muito bem,
apenas o doutor bonitão que parece me odiar. Faz
de tudo para reclamar do meu trabalho, e não
entendo o porquê da sua implicância, acho que ele
não gostou de me ajudar aquele dia com minha
mãe, muito menos quando respondi daquela forma.
Merda, me sinto tão atraída por ele, mesmo
quando ele me humilhou na frente de todos aqueles
residentes dizendo que eu não sabia fazer uma
mínima sutura e que não deveria me tornar uma
enfermeira. Chorei sozinha no vestiário, como pode
um cara tão lindo ser tão arrogante?
Caminho até o prédio que moro que por sorte
é bem perto da faculdade. Há essa hora mamãe
deve estar chegando, vou preparar o almoço pra

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nós, deixo minha bolsa e meus livros no sofá e vou


pra cozinha, começo a preparar até que a
campainha toca. Deixo a panela no fogo e corro
para abrir a porta e me surpreendo ao ver meu pai
na minha frente, bem diferente daquele que
conheci. Agora ele está bem vestido, com um
relógio de ouro no braço, nem de longe se parece
com o homem que eu cresci.
— O que faz aqui? — pergunto com raiva.
— Filha, estava morrendo de saudades de
vocês — fala vindo me abraçar e eu o afasto.
— Não sou sua filha. — Digo com pesar e
mágoa, sei que minhas palavras o machucam, mas
o que ele fez nos feriu profundamente.
— Claire está? — Pergunta com um
semblante triste e desviando do assunto.
— Não que seja da sua conta, mas minha mãe
ainda não chegou — retruco. — Então é melhor ir
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embora antes que ela o veja, não a quero chorando


de novo por você.
— Filha, você precisa me escutar, quero
esclarecer as coisas.
Somos interrompidos pelo barulho do
elevador. Mamãe e Peter, seu novo chefe saem
sorrindo de dentro dele com algum assunto
interessante, vejo a cara de desgosto do meu pai ao
vê-la acompanhada, mamãe o vê e seu rosto antes
feliz agora se enfurece.
— O que faz aqui, senhor Cartier? — Mamãe
fala com nojo e repulsa.
— Claire, temos que conversar. — Papai
meio que suplica.
— Não tenho nada pra dizer a você, saia
daqui agora! — Ela grita enfurecida.
— Quem é esse homem? Por acaso é um
amante? É ele quem está te bancando? Essa
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cobertura é desse babaca? Você tá com ele por


dinheiro, Claire? — Papai diz essas insanidades e
não tem sequer tempo de piscar, pois Peter acerta
um soco em seu rosto e os dois caem aos socos.
— Nunca mais trate Claire como uma
qualquer, ela é muito mais mulher do que você
merece seu traste, a respeite! — rosna na direção de
papai. — Você, seu bosta, perdeu a chance que teve
de ter uma mulher maravilhosa como ela.
Mamãe começa a chorar e eu a puxo pros
meus braços. Nem olho para o meu pai ou Peter,
deixo-os no corredor.

Depois da noite em que Scott me acordou do


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meu pesadelo e nós transamos, estamos mais


grudados do que nunca. Nenhum dos dois quis
nomear o que temos, mas só consigo dormir bem à
noite quando ele está comigo. Quando fecho meus
olhos vejo aqueles porcos nojentos me tocando,
mas quando ele está aqui isso não acontece, me
sinto segura. Rio ao lembrar de como ele conseguiu
pular da sacada até meu apartamento, chorei outras
noites sozinha até não resistir e pedir pra ele vir e
ele está sendo tão carinhoso, tentando me
convencer a procurar ajuda de um profissional e é
nesses momentos que me sinto culpada pelo que
fiz. Mesmo depois que o difamei, ele ainda me
salvou e se não fosse por ele.
Eu já não posso negar que ele está mexendo
comigo. Desde do dia que pulou a sacada estamos
dormindo juntos, no apartamento dele ou no meu e
uma coisa acabou levando a outra e acabamos
transando, não uma, mais várias vezes. É
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impossível resistir àqueles olhos azuis, aquele


corpo malhado, nem mesmo na Cartier consigo
parar de pensar nesse maldito, mas ele tem um
espetáculo no meio das pernas. Michael está meio
estranho comigo, acho que ele se culpa pelo que
aconteceu, tentei convencê-lo de que não foi culpa
dele, mas ele é protetor demais. Minha proximidade
com Scott o está magoando também, ele insiste que
devo me afastar pra não me machucar no futuro, sei
que isso não passa de ciúmes, ele sabe que ele é
mais importante do que qualquer caso meu. Droga!
Quando que meu envolvimento com Scott se
transformou em um caso?
Sei que preciso ficar com ele até descobrir
algo sobre a Cartier que ajude Verônica e depois
cada um segue seu caminho.
Quanto a Verônica, tenho notado que está
cada vez mais sorridente, anda toda derretida pelo

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marido, mas não quis tocar no assunto quando


perguntei se iria desistir da vingança. Ela quer lutar
contra algo que está na cara, ela o ama, o ama tanto
que isso vai destruí-la.
Paloma, Esteban e Guilherme já tiveram o
que elas mereciam, sei que isso é pouco, mas por
enquanto isso basta. Ainda falta Inês e o golpe final
será Arturo.
Revejo alguns relatórios e fico tão entretida
com alguns documentos que nem noto a porta
abrindo e Scott passando por ela.
— Você fica linda assim com essa pose de
executiva — diz com um sorriso maroto.
— Verdade, lobinho?
— Odeio quando me chama de lobinho, sabe
que em mim não tem nada de diminutivo — fala
dando uma piscadinha.
— Você é um safado, isso sim, espero que
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não tenha vindo aqui com segundas intenções.


mentirosa, meu subconsciente diz.
— É difícil ficar muito tempo longe de você
— me olha intensamente. — Estou viciado no seu
cheiro, nem trabalhar direito eu consigo.
— Mesmo assim, senhor Strauss, tenho
trabalho a fazer, não posso ficar interrompendo
para dar uma rapidinha. — Mentira, quero sim,
pode vir.
— E quem falou numa rapidinha? Diaba,
estava pensando mesmo em uma bem longa e
demorada — sorri safado pra mim.
Quando percebi estávamos num beijo
ardente. Me sinto enfeitiçada perto desse homem.
Scott me deitou na mesa, a luz do escritório
acessa, qualquer um poderia nos pegar aqui e isso
apenas deixava tudo ainda mais gostoso.
Em segundos está nu diante de mim,
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segurando aquele pau enorme, acho que nunca vi


algo tão apetitoso, estava louco de tesão, ele fica se
masturbando, me deixando vidrada nele com seus
movimentos rudes e decididos. Scott se aproxima
com um olhar predador, lentamente tira minha
roupa, me deixando nua, se afasta e admira meu
corpo com um olhar faminto.
Aproxima-se e começa a morder e beijar meu
corpo, pescoço, colo, tudo, até chegar aos seios,
beija e morde os mamilos, contornando-os com a
língua, me enlouquecendo completamente. Passa as
mãos pela minha barriga e termina tocando minha
bocetinha, seus dedos castigando meu clitóris,
belisca de leve me deixando à beira de um
orgasmo.
— Ainda não, sua diaba — diz rouco no meu
ouvido.
Sobe na mesa e praticamente soca seu pau em

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minha boca, e engulo com gosto. Ele me chupa e


começamos um delicioso, meia nove seu pau
grosso latejava em minha língua, delicioso, tento
levar o mais fundo que posso na garganta.
Enquanto isso Scott sugava os lábios da minha
boceta, mordiscando o clitóris num ritmo
alucinante, começou a penetrar-me com a língua,
literalmente me comer e gozamos praticamente
juntos, berrando como dois animais selvagens.
— Eu quero mais, lobinho — tento passar
para cima e cavalgá-lo da forma que eu mais gosto,
só que ele não deixa.
— Não... Não, safada, de bruços agora —
ordena com um tapa estalado na minha bunda.
Scott levanta meus quadris e numa estocada
firme e vigorosa enterrou todo seu pau em mim,
gritei dolorosamente sentindo suas bolas batendo
na minha bunda.

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— Assim que você gosta cachorra, ama ser


fodida, né? Como uma boa puta. — E assim mete
com força, indo fundo, chegando a causar um
pouco de dor, fode me enlouquecendo.
Ele bombeia, enterrando, me comendo de um
jeito louco, enquanto sussurra no meu ouvido
enquanto morde minha orelha: "Vou te foder toda,
chapeuzinho!".
Aquilo me deixa louca, fechava os olhos, não
podia acreditar que estávamos transando na minha
sala em plena tarde, isso é absolutamente inédito
para mim, não posso deixar de dizer que estava
adorando, estava sendo fodida como uma puta e
amando cada segundo.
Scott toca minha boceta com a mão, não
aguento muito e gozo gritando feito louca, aposto
que até na recepção deu pra ouvir meus gemidos. O
safado sorri e acho que era isso mesmo que queria,

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me fazer gritar para todos verem que ele que me


come. Ele não demora muito e goza, me enchendo
e gemendo meu nome. Depois me pega no colo me
levando para o banheiro, do escritório. O safado
sorri do meu desespero ao notar que acabei
molhando meu cabelo, droga, agora sim todo
mundo vai saber que eu estava fodendo no
escritório.
— Te vejo mais tarde, gostosa — beija meus
lábios com delicadeza e me deixa assim, com as
pernas bambas, atordoada de tanto gozar.

Estar com Amanda está sendo uma


experiência única, nunca fiquei tanto tempo
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transando com a mesma mulher. O que sinto por


ela não é só tesão, isso já deu pra perceber, já teria
enjoado, mas a cachorra sabe me deixar viciado em
seu cheiro, seu gosto. Tudo nela é perfeito, sua
bunda gostosa, seus seios naturais, nada
plastificados, sua bocetinha apertada, tudo natural e
tudo meu.
Tento controlar minha fúria quando vejo
algum maldito secando sua bunda ou algum safado
convidando-a pra sair. Ela é minha e nenhum
marmanjo vai tocar no que é meu. A safada percebe
e provoca com suas roupas apertadas e curtas, com
aquele batom vermelho que me mata.
A cada dia eu to mais louco por essa mulher.
Eu, justo eu, um dos maiores pegadores da cidade,
estou de quatro por essa maldita diaba.
Apesar de todo tesão, nada irá mudar. Uma
coisa é sentir, outra bem diferente é dizer isso ela.

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Dou valor a minha vida e sei que no momento que


dizer que estou apaixonado por ela, será meu fim,
ela vai ter todo o poder e eu vou me transformar em
um Arturo da vida, isso jamais. Mulher nenhuma
me põe cabresto.
Saio da Cartier mais tarde do que de costume,
corro para casa louco para ver certa morena. Adoro
quando ela vem toda tímida pedindo para dormir
com ela, confesso que nunca dormi tão bem assim,
seu corpo colado ao meu é melhor do que qualquer
travesseiro.
Qual a minha surpresa ao entrar no prédio e
dar de cara com aquele panaca do amigo dela
entrando agarrado a cachorra. Maldita, desgraçada,
eu sou um tonto mesmo, pensei que poderíamos ter
alguma coisa, mas isso é totalmente impossível
com uma mulher como Amanda, a safada não
aguentou e já foi dar pro filho da puta. Mas se ela

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pensa que isso vai ficar assim está muito enganada.


Entro bufando, quase soco o botão do elevador,
meu corpo está suando frio de raiva, maldita, como
pode ser capaz de fazer isso? Minha vontade é de
arrombar a porta do apartamento dela e socar a cara
do desgraçado, mas não vou demonstrar que me
importo com aquela vadia.
Abro a porta do meu apartamento batendo
com força e vou direto pro banheiro tomar banho,
tentar me acalmar um pouco.
Não consigo parar de pensar em formas de
matar esse filho da puta que está comendo minha
mulher, uma porra que vou deixar isso assim, o
telefone toca me tirando dos pensamentos
assassinos. Meu avô, caralho, não teria uma hora
pior para meu avô me ligar, ignoro a chamada e
deito na cama, tento me acalmar contando até dez.
O telefone toca novamente, mas dessa vez

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Adolpho, filho da puta, nem da família é e se acha


o dono de tudo, não suporto esse merdinha, ignoro
e fico pensando no que esse panaca pode querer
comigo.
Uma hora se passa e eu ainda estou no meu
quarto, deitado olhando para o celular, pensando se
devo ligar para ela, vou dizer o quê? Vadia, aposto
que deve estar com aquele e boiola do amiguinho
dela e eu aqui, com o ouvido colado na parede
tentando ouvir o que eles fazem. Para, Scott, você
deveria estar em alguma boate comendo uma
gostosa, mas não, meu pau escolheu viver em
função daquela boceta. Amanda, se você estiver
dando para ele juro que não vai querer estar em sua
própria pele quando te pegar, sua peste. você é
minha.
Ouço a porta do apartamento ser aberta e em
seguida fechada.

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— Quem pode ser? — levanto rápido, fui


para sala correndo somente vestindo uma boxer
mesmo me deparei com uma visão do paraíso,
Amanda quase nua apenas com um robe
transparente e uma calcinha rosa, aberto na minha
frente.
— Vem cá. Quero você, Scott — disse com
uma vozinha meio gemida.
Aquilo não era só um convite, era uma
ordem. Mas não posso esquecer que minutos atrás
ela estava com aquele bosta do amigo de foda.
— Então quer dizer depois que enjoa do seu
amiguinho, vem correndo atrás de mim — faço
questão de jogar na cara.
— Michael é meu amigo, meu melhor amigo,
acima de tudo, até mesmo do que eu e você
estamos tendo, ele só precisava de ajuda com um
problema sério, nada demais.

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— Acha mesmo que vou foder você depois


de saber que estava dando pra ele?
— Deixa de ser idiota, seu ogro, não estou
transando com Michael há meses.
— Então quer dizer que você e ele não... —
Tenho até medo de completar a frase.
— Claro que não, mais quer saber, não sou
mulher de implorar não, lobinho, se você não me
quer, tem quem quer... — Se vira e começa a sair,
puxo pra mim e ataco sua boca. Quando me dei
conta já estávamos agarrados no sofá da sala. Vou
descendo uma trilha de beijos por todo seu pescoço,
mordendo e sugando seios fartos e firmes que tanto
amo. Ela me puxa e me dá um beijo quente, sua
língua lambe o céu da minha boca e meu coração
acelera a mil, essa mulher será minha ruína.
Amanda começa a rebolar no meu colo, se
esfregando no meu pau. Nem mesmo tiro a boxer,

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apenas coloco meu pau para fora e rasgo sua


calcinha, a safada senta com tudo, cavalgando com
força. Puxo seu cabelo fazendo seu pescoço ficar
livre pra minha boca, mordo, chupo cada pedacinho
da pele morena.
Ela está tão apertada, não vou aguentar muito
tempo, ela rebola sem parar no meu pau. Levanto
com ela no colo a carregando para o meu quarto, a
jogo na cama com brutalidade, ela cai toda
descabelada e sorri pra mim.
— Você gosta quando te pego assim, não é,
minha diaba?
— Ah lobo mau, lobo mau... Essa
chapeuzinho aqui vai te devorar inteirinho. — Ela
tem a ousadia de ficar de quatro pra mim e tocar
sua boceta molhada, me deixando louco. Ajoelho
atrás dela e beijo toda sua bunda, mordo sua carne
gostosa para logo seguida chupar com força,

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devoro sua boceta. Amanda se esfrega no meu


rosto, aperta os bicos dos seios e grita rebolando
contra mim, mordo seu clitóris e ela não aguenta e
goza gemendo meu nome.
— Assim que eu gosto, safada, grita, geme,
mostra quem é seu homem, gostosa.
— Isso, Scott, não para, por favor.
Sem aviso enfio com força, Amanda grita de
susto e um pouco de dor, não dou tempo dela se
acostumar e meto mais duro e forte, puxando seu
cabelo com uma mão, enrolando ao redor do meu
punho. Estar com ela é diferente de tudo que já
senti, me sinto completo, nunca pensei que sexo
pudesse ser assim.
— Isso, Scott, me fode vai, vou morrer de
tanto gozar — geme.
— Não goza não, sua diaba — ordeno. —
Hoje vou arrebentar você, nem ouse parar pra
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descansar, não tenho culpa se você me deixou


viciado nessa boceta gostosa.
— É só isso que gosta em mim, seu
cachorro? — pergunta me provocando, tirando meu
pau de dentro dela.
— Não, diaba, tudo em você é perfeito,
perfeito pra mim, você é minha, cachorra, só minha
e ninguém toca em você.
— Ah, lobinho, você está muito possessivo
hoje, mas eu não tenho dono, lobinho, eu sou dona
de mim mesma. — Afirma.
— Isso é o que você pensa. — Puxo seu
cabelo com força fazendo-a se inclinar e arrastar
seu corpo junto ao meu, meto novamente e soco
com força.
— Você é minha, sua diaba. — Amanda
geme pedindo mais, com a mão livre toco seu
clitóris escorregadio, ela se contorce e goza me
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levando junto. Caio por cima do seu corpo.


— Porra, mulher, assim você me mata —
digo puxando-a pra ficar em cima do meu peito,
sorri pra mim com seus olhos lindos brilhantes.
— Ei, você me prometeu à noite toda —
cobra brincalhona.
— Já disse que sou apaixonado por seus
olhos? — falo de repente.
— Só meus olhos, senhor Strauss? —
pergunta manhosa.
— Não, sou apaixonado por tudo em você. —
Amanda me olha assustada, seus olhos ficam
vidrados em mim, no momento em que as palavras
saíram eu percebi a merda que eu fiz. Scott você
virou um baitola, só pode!
Amanda sorri pra mim e beija meus lábios
com paixão. Na segunda vez, foi inédito pra mim
eu não estava fodendo com uma mulher, não eu
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estava fazendo amor foi tudo tão intenso, sua


entrega que eu juro que pude ver sentimentos por
mim ali. Adormecemos um colado ao outro, depois
de várias rodadas.

A campainha toca, levanto com cuidado, pois


estou toda dolorida. Aquele filho da puta do Scott
acabou comigo essa noite. Pego sua camiseta que
encontro jogada no chão, o desgraçado nem sequer
se mexe mesmo com a campainha tocando sem
parar. Quem pode ser a hora dessa da manhã?
Caminho desajeitada, tentando dar um jeito no meu
cabelo que está uma bucha, a sala está uma zona,
ou melhor, a casa toda. A cachorra do Scott levanta

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a cara pra mim abanando o rabo toda faceira, tenho


que confessar que o desgraçado cuida muito bem
dela. A pessoa por trás da porta insiste em não tirar
a porra do dedo da campainha.
— Já vai! — grito irritada, abro a porta e fico
olhando em minha frente, um senhorzinho de
cabelos brancos, sendo amparado por um homem
alto e bem bonito.
— Bom dia, em que posso ajudar? —
pergunto confusa.
— Quem é você? E o que faz vestida dessa
forma, na casa do meu neto? — olho para o
velhinho, que um segundo atrás achei fofo, fico
passada, o velho sabe ser grosso.
— Scott está dormindo, vou chamar. — Acho
melhor não responder.
— Quero saber, por que meu neto contratou
gente imunda para trabalhar aqui? Onde já se viu
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uma empregada atender a porta vestida dessa forma


— vocifera.
— Se acalme, você sabe que não pode passar
nervoso, foram muitas horas de jatinho para cá, não
se altere, titio — paro antes de chegar à porta,
quando ouvi o que ele disse.
— O que foi que o senhor disse sobre mim?
— questiono.
— O que foi, minha filha? Além de ser uma
sem vergonha trabalhando nesses trajes de
vagabunda, é surda? O que foi, acha que meu neto
vai olhar pra você? Essa raça é sempre assim,
sempre querendo dar um golpe em gente de bem.
— Vomita insanidades.
— Escute aqui, seu velho gagá, você não
pode falar assim comigo.
— Escute você, mocinha, obedeça e vai
chamar seu patrão e depois vai atrás de uns
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banheiros para limpar.


— Tio, não precisa de tanto. O seu
acompanhante tenta interferir.
— Seu velho desgraçado, quem pensa que é
pra falar assim comigo?... — Antes de terminar a
frase, Scott aparece com a cara amassada de sono,
olhando o avô assustado.
— Vovô, o que faz aqui?
— Seu neto ingrato, vim ver com meus
próprios olhos que meu neto amado virou um
homossexual.
— O quê? — vejo Scott arregalar os olhos.
— Bom, como o senhor já viu, seu neto está
aí, vou me trocar que já estou saindo, não preciso
ficar no mesmo ambiente que pessoas
preconceituosas.
— Eu não acredito que agora contrata gente
dessa cor para trabalhar para você, filho, e ainda
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deixa a sua empregada falar dessa forma comigo,


no meu tempo esses negrinhos eram tratados com
chicote e esse tipo de coisa não acontecia, está
perdendo o jeito. — O avô dele diz como se tivesse
falando algo normal, dando uma lição de moral.
Scott se assusta com o avô, mas me
repreende com o olhar, eu percebo que ele está
tentando dizer algo, mas quer saber, foda-se ele e
esse velho miserável.
— Eu não devo respeito a você e nem a
ninguém que me trate desse jeito, quer saber? Eu
não sou empregada do Scott porra nenhuma, eu...
— Na verdade, Amanda é empregada do
Arturo, ela está emprestada pra mim até Rosa voltar
de licença — fico sem reação ao ouvir o que esse
cachorro desprezível teve a coragem de dizer, não
acredito que ouvi isso.
Olho pro Scott horrorizada, ele me implora

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com os olhos que confirme sua mentira, então é


isso, ele tem vergonha de mim. Sinto uma vontade
enorme de chorar, mas não vou dar esse gostinho.
— É isso mesmo, sou a empregada do Arturo
e já estou de saída — caminho correndo até o
quarto, pegando qualquer roupa que eu possa vestir.
Como fui burra, como pude achar que ele tinha
mudado? Achar que ele não é mais um verme
racista, que está na cara que ele é?! Burra, burra,
como cair nessa por duas vezes? Que idiota eu fui,
droga, em pensar que na noite passada eu me
entreguei daquela forma a ele, quando ele disse que
estava apaixonado por mim, eu, idiota acreditei, é
claro que não foi uma declaração de amor, mas sei
lá, depois da casa de campo eu pensei que...
Imbecil é isso que você é Amanda, termino de me
vestir, pego minha bolsa, quero sair daqui o mais
rápido possível.

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Antes de chegar à porta posso ouvir a voz


daquele velho desprezível dizendo: "é melhor
revistar a bolsa dela, nunca se sabe o que essa gente
pode carregar".
Passo pela sala como um foguete, mas antes
de abrir a porta penso bem, esse maldito não
merece nenhuma consideração minha, ele que se
foda junto com esse velho gagá.
— Sabe, Scott, eu não me surpreendo de você
ser assim, é só olhar para esse velho que se entende
o que você se tornou, mas quer saber? Eu tenho
pena de vocês. Pessoas iguais a vocês nem o meu
desprezo merecem, você, senhor Strauss, não passa
de um verme racista, que deveria ter vergonha de
existir. Se quer saber por baixo dessa camada de
pele que tanto te irrita, eu tenho sangue igual a
você, isso aqui — falo tocando meu braço. — Isso
aqui não é nada, isso não significa caráter, não

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significa nada, uma pessoa por ser negra não é


diferente do senhor.
— Sua atrevida, isso é jeito de falar com um
homem como eu, se ponha no seu lugar.
— Sabe qual era o meu lugar há segundos
antes do senhor entrar? Era na cama do seu neto!
— O velho coloca a mãos no coração, parece que
vai enfartar, mas que se dane.
— Isso mesmo, eu estava fodendo com seu
neto à noite toda, de empregada eu não tenho nada,
sou uma excelente profissional formada na melhor
universidade do país! — jogo na cara dele. — E
tenho orgulho da minha cor, porque eu aprendi com
meus pais que o que importa não é a cor da sua
pele, mas sim o que leva dentro dela e vocês dois
são podres, tanto você Scott, como você seu velho
miserável, espero que um dia engula todas essas
palavras.

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Scott fica boquiaberto, o velho parece que vai


ter um enfarte, fica vermelho, coloca as mãos no
peito, agoniado, Scott fica pasmo, horrorizado
olhando pra mim em choque, sem ação, não fico
mais nenhum segundo aqui, bato a porta com força
e saio. Estou desnorteada com tudo que ouvi.
Assim que fecho a porta dou de cara com o
ruivinho da portaria. Ele olha pra mim
envergonhado.
— Eu ouvi tudo que ele disse, se precisar de
uma testemunha pode contar comigo. — Ele deixa
a correspondência de Scott na porta. Reflito sobre o
que ele disse e tem razão, eu não posso deixar
pessoas como eles continuarem agindo assim, eu
preciso cortar o mal pela raiz, racismo é crime e
não posso deixar isso barato. Pego meu telefone e
no corredor mesmo ligo pra polícia, vou para
recepção do prédio esperar o chefe de polícia
chegar. Dessa vez Scott passou de todos os limites.
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Eu amo minha cor e se eles dois tem problemas


com isso não lhes dá direito de me humilharem
daquela forma. Duas viaturas encostam em frente
ao prédio, um delegado de polícia entra e colhe
meu depoimento, ele fica chocado com tudo que
digo e para piorar as coisas para o Scott e o seu
avô, o delegado também é negro, que fica muito
puto, indignado com tudo que contei. O
depoimento do porteiro ruivinho confirma tudo,
dando veracidade com seu testemunho a tudo que
disse. Assim que termino, ele faz uma pergunta que
não tive dúvida a responder.
— Você tem certeza que quer seguir com
isso? O crime de racismo está previsto na
constituição, como imprescritível, irrevogável e
inafiançável, é punido com reclusão sem direito a
fiança. Já o crime de injúria racial é mais brando,
ele é afiançável, os criminosos podem sair apenas
pagando uma fiança, como no seu caso a senhorita
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tem uma testemunha que comprova o crime, as


coisas não serão tão brandas para os dois.
— Eu entendo, doutor, mas eu vou seguir em
frente, que exemplo eu daria as outras pessoas que
são vítimas todos os dias de racismo e injúria, se eu
me calasse. — O delegado juntamente com dois
policiais me entrega alguns papéis, que assino.
— Você terá que ir até a delegacia, tudo
bem? — Me informa.
— Sim — sou sucinta.
— Se preferir, pode chamar um advogado de
sua confiança — orienta, e percebo seu conselho
por trás disso.
— Eu vou ligar pra uma amiga minha. — Os
três vão em direção ao elevador e eu fico
apreensiva. Não sinto prazer em denunciá-los, mas
não posso aceitar ser tratada dessa forma, sou um
ser humano como qualquer um, racismo é
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inaceitável.
Fecho os olhos trêmula, mandei uma
mensagem pra Ashley e outra mensagem para
Michael contando o que aconteceu, ele queria vir
até mim, mas isso estragaria seu disfarce. O
elevador abre-se e vejo Scott e seu avô algemados e
o rapaz que estava junto com o velho gagá, que
parece passar mal por um segundo, tenho pena
dele. Mas foi só seus olhos encontrarem com os
meus que vejo todo o ódio que ele sente por mim.
— Sua negrinha imunda, pensa que pode me
colocar na cadeia? Espere e verá o que faço com
gente da sua laia — vocifera gritando com um ódio
tremendo em sua voz e olhos.
Scott me olha assustado, perdido, não diz
nada apenas segue para viatura de cabeça baixa,
envergonhado, sinto arrependimento em seu olhar,
mas agora é tarde, nunca mais deixarei que me

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tratem dessa forma.

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CAPÍTULO 28 – Eu amo o
inimigo

“As nossas cicatrizes têm um poder de nos


recordar que o passado foi real.”

Olho para todas essas lápides e sinto a mesma


sensação de sempre, vazio e angústia, mas nesse
momento sinto algo a mais, culpa, vergonha.
É como se David soubesse o que eu ando
fazendo, é como se ele soubesse que me apaixonei
por Arturo, engulo algumas lágrimas e outras já se
formam em meu rosto assim que me aproximo de

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seu túmulo, noto que há lindas tulipas em cima do


túmulo, alguém andou vindo aqui, quem pode ser?
Me ajoelho no chão e toco seu nome com carinho.
— Me desculpe — digo com um no na
garganta. — Eu não sei se posso seguir com isso,
eu sei que fiz uma promessa, mas eu não sei se sou
forte o bastante, me perdoe.
Fico horas naquele cemitério conversando
com David, saio de lá e ao invés de me sentir
melhor, sinto-me mais angustiada, meus sonhos
estão me perturbando, neles David me olha com
raiva e diz que a culpa é minha por tudo que
aconteceu com ele, que eu não fiz todo o possível
pra me vingar, acordei várias noites chorando
assustada com a veracidade dos meus sonhos. Parto
pro único lugar que posso encontrar um pouco de
paz, a catedral de Sr. Paul's, preciso falar com o
padre Thomaz.

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Dirijo com pressa, as lágrimas atrapalhando


minha visão.
— Deus, o que farei da minha vida? Por que
não posso ser feliz? Por quê? — falo sozinha.
Entro na igreja e sou recebida pela paz do
ambiente, nesse horário está praticamente vazia,
alguns turistas tiram fotos e outros apenas admiram
a grande obra de arte que essa catedral é.
Direciono-me ao confessionário, pois lá vou
encontrar o padre Thomaz.
— Padre, olá.
— Minha filha, o que a traz até a casa do
Senhor? Por que essas lágrimas? O que te aflige?
— Padre, preciso me confessar, estou muito
confusa e perdida.
— Venha comigo, através da confissão, Deus
irá livrar-lhe desse fardo que tanto carrega, alivie
essa dor em seu peito.
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— Padre, eu não sei por onde começar, estou


com medo — confesso.
— Antes de tudo, obrigada por estar aqui,
filha, você veio pedir perdão a Deus e Ele
reconhece seu esforço. — Me acalma. — Repita
comigo, filha.
— Em nome do Pai, do Filho e Espírito Santo
— repito com ele.
— Padre, me perdoa, sou pecadora e já não
sei o que fazer, fiz coisas horríveis em busca de
uma vingança.
— Minha filha, já lhe disse na outra vez que
veio até mim, o caminho pra encontrar o perdão é
perdoando, se livrando de toda essa dor. Você está
caminhando pelos caminhos da vingança e Deus
nos ensinou que devemos dar o perdão, para
receber o perdão, só assim sua alma e a alma do
David encontrarão a paz.

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Não aguento muito tempo, reconheço e as


lágrimas já caem sem parar. — Eu não consigo,
padre, não consigo esquecer o que ele fez, eu o
amo, mas eu não posso.
— Filha, o que você está fazendo? Está se
transformando naquilo que tanto você condena,
apenas Deus tem o poder de julgar Arturo e sua
família, não você, cuidado com o caminho que está
trilhando, minha filha — aconselha.
— Padre, você sabe o que eles fizeram, como
posso esquecer tudo isso?
— Filha, desista desse caminho, fale com seu
marido, conte a verdade, explique seus motivos.
Desista de seguir por esse caminho, que só a levará
a destruição e a dor, não cabe a você fazer justiça,
cuidado, minha filha, cuidado, pois as nossas
escolhas, nossos caminhos sempre voltam pra nos
assombrar.

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— Eu não sei, eu não sei se consigo, se tenho


coragem, ele não vai me perdoar.
— Se ele te ama como diz, ele vai te perdoar,
filha, só o tempo poderá curar a dor dele. Mas
então, se o amor de vocês for forte o suficiente, irá
sobreviver — fala e começo a soluçar.
— Me sinto quebrada por dentro, a razão diz
uma coisa, mas meu coração quer outra. Eu tenho
medo.
— Do que tem medo, filha? — questiona.
— Medo de tomar uma decisão e cometer um
erro, me arrepender — desabafo.
— Filha, errar é humano, Deus nos deu o
livre arbítrio sobre nossas escolhas, você precisa
primeiro se perdoar, o que aconteceu com David
não foi culpa sua, você fez tudo que pôde para tirá-
lo da prisão, mas esse era o destino dele, você não
deve se cobrar dessa forma.
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— Eu devo isso a ele, padre, ele foi meu


chão, quanto eu precisei ele estava comigo em
todos os meus momentos, como posso, padre,
esquecer o David e me apaixonar pelo Arturo?
Justo ele, padre!
— Filha o coração não escolhe a quem amar,
você ainda tem uma chance de ser feliz — ouço
tudo que o padre Thomaz diz por mais de uma
hora, mas ao invés de acalmar meu coração, me
sinto mais vazia ainda, mais assombrada.
Saio de lá com um peso na consciência,
lembro tudo que fiz até aqui, o que me tornei, tomei
decisões que não podem mudar mais. Arturo está
ficando desconfiado, ainda não consegui as
benditas provas contra ele, sei que elas estão no
escritório, mas não encontrei a chave, quando fui
procurar ela já não estava mais dentro do livro,
parece que ele sabia que ia atrás dela.

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Saio da igreja me sentindo vazia, hoje é o dia


da escolha das coroas, Arturo está super nervoso,
saiu de casa cedo pra ir direto falar com o diretor
criativo para mais uma vez ter certeza que a nossa
coroa é a melhor. Mal sabe ele que a coroa da
Cartier não chega aos pés da que eu mesma
desenhei, sei que estou me arriscando, mas a
vaidade falou mais alto, nesse momento entro no
meu carro e antes mesmo de ligá-lo meu telefone
toca, Michael.
— Diga, Michael.
— Verônica, tenho péssimas notícias —
engulo em seco em expectativa.
— Fala logo, sem rodeios.
— Carolina, ela...
— O que foi? — pergunto desesperada.
— Ela sumiu, não consegui sua localização,
pelo visto o pai dela usou sua influência para
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apagar seus rastros. Acredito que uma hora dessa


ela nem mesmo deve estar no país. — Ele me
informa.
— Não, não, isso não pode estar
acontecendo, ela não pode escapar, eu preciso
encontrar ela, não posso a deixar sair ilesa do que
fez, porra, Michael, não deve ser tão difícil
encontrá-la!! — Explodo com ele.
— Verônica, antes de te ligar, eu já fiz tudo
que poderia fazer, mas o pai dela é muito influente,
ele deve tê-la mandado para longe com medo de
alguma represália.
— Droga. Essa maldita não pode escapar
dessa forma, faça alguma coisa, Michael.
— Eu só posso continuar rastreando as contas
do pai dela, e tentar encontrar alguma pista que nos
leve a ela, mas fora isso não tenho mais nada o que
fazer, sem contar que tenho minhas próprias coisas,

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não vou viver em função disso.


— Tudo bem, Michael, me diga uma coisa,
aquela fazenda que você comprou, dois anos atrás
ainda existe?
— Sim, Verônica, não vou muito pra lá, mas
por que o interesse?
— Amanda, pensei em você e Amanda irem
pra lá quando as coisas esquentarem por aqui,
depois do que houve com ela, eu não quero ver
nenhum de vocês em perigo.
— Você me ofende falando uma coisa dessas,
eu que tenho que proteger vocês duas e não o
contrário, não sabe como me sinto um merda por
não ter evitado o que aconteceu com Amanda. —
Ele desabafa.
— Não se culpe, a única culpada é Inês, ela já
está pagando pelo que fez e irá pagar mais.
— Verônica, cuidado, tudo o que você anda
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fazendo pode ter volta, ninguém é inatingível,


cuidado com o que faz para não acabar ferindo
alguém que ama. — Ele avisa, preocupado.
— Me diga, como anda o divórcio do casal
real? — Pergunto ignorando o que ele me diz.
— Meu informante disse que o divórcio já foi
assinado, mas os dois estão escondendo tudo da
imprensa, principalmente Inês, ela não quer que
ninguém descubra sobre o divórcio, muito menos
os motivos. — Ele diz.
— Entendo, Michael, ligue pro Hugo e solte
a bomba do divórcio, quero que todos fiquem
sabendo do fim do reinado de Inês Cartier — sorrio
só de pensar nisso. — Sobre a princesinha, o que
sabe?
— Ultimamente ela anda meio estranha,
tentou falar com o ex-noivo, mas ao que tudo
indica ele a odeia, não quer nem ver a cara dela.

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— Isso é bom, te encontro mais tarde no


apartamento da Amanda.
— Ok, Verônica, até mais tarde — desliga
em seguida.
Vou pra casa, não tenho condições de voltar
pra Cartier hoje, ainda mais que a noite eu e Arturo
iremos a o evento do Miss Universo. Entro em casa
e estranho, um carro diferente na entrada, estaciono
meu carro ao lado do carro vermelho e me pergunto
quem está aí? Ainda mais uma hora dessas?
Na minha sala de cara já reconheço a
cabeleira loira.
— Paloma, você aqui — digo com desgosto.
— Vim até aqui olhar na sua cara de sonsa e
dizer na sua cara que você pode tentar me atingir,
mas você não vai me separar do Wallace, o que
você queria com aquela sua armação barata?
Acabar com a minha reputação? Sua cadela de
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quinta isso não vai ficar assim, eu vou mostrar pro


meu irmão a puta que você é, escreva o que eu
estou falando. — Ela rosna e faço a minha melhor
cara de vingativa.
— Sabe, cunhadinha, você vir aqui toda
descontrolada só mostra o quão desesperada você
está, o que, foi o bonitão não quer te escutar? —
desdenho.
— Sua falsa, confessa que foi armação sua —
acusa.
— O quê? Você está louca, não fui eu que
participei de uma orgia como aquela, ainda mais na
frente do pobre do seu namorado, coitado, não
conhecia a futura noiva direito — ironizo.
— Eu vou te matar sua vadia. — Se
descontrola vindo em minha direção pronta para me
atacar, mas não perco tempo, desvio dela, a
pegando pelos cabelos.

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— Escute bem, queridinha, a culpa não é


minha se você é uma puta rampeira, você é que
deveria ter vergonha pelo que fez, e outra não
pensou mesmo que iria deixar barato o que vocês
fizeram com Amanda, né?
— Me solta, sua peste — fala presa.
— Não, não solto, vou te mostrar o que faço
com lixo feito você — puxo-a pelos cabelos até a
entrada da casa, dois seguranças aparecem e me
olham assustados.
— Tirem essa mulher daqui — jogo ela com
tudo no chão. — Se eu ver ela mais uma vez na
minha casa, vocês dois vão para o olho da rua.
— Escuta bem, Verônica, você não é Deus e
uma hora sua casa cai, e nessa hora você acha que
meu irmão vai te perdoar? Você vai pagar caro, sua
vadia!! — Sai gritando, sinto um arrepio subir pelo
corpo, mas a ignoro e repito a ordem pros

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seguranças.
— Sim, senhora. — Os dois respondem
juntos e ajudam a cobra a se levantar. Volto pra
casa e estranhamente me sinto bem mais leve.

Recebo o relatório do meu segurança, até


agora não descobri quem mandou aquele vídeo pra
Verônica, muito menos quem é o tal Michael que
invadiu a festa de lançamento colocando aquele pen
drive. Algo me diz que Verônica me esconde algo,
só não imagino o que possa ser, seus pesadelos
constantes estão me atormentando, ela diz que é
sobre o acidente e a perda do bebê, mas sei que está
mentindo. Lembro-me de tê-la ouvido chorar

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durante um desses sonhos dizendo que o fogo está


o queimando, não consegui entender mais nada
depois disso, ela estava desesperada e a acordei.
Isso tem me preocupado a tal ponto de pensar em
levá-la a um terapeuta, preciso que ela se abra
comigo, e não sei o que fazer. Saio da minha sala
estressado, são tantos problemas e ainda tem as
coisas que Eduardo disse pra me preocupar
também.
— Ellie, avisa o Scott que não vou
comparecer à reunião das cinco, vou pra casa e de
lá irei ao jantar do concurso.
— Tudo bem, senhor, o avisarei.
No caminho pra casa fico analisando alguns
documentos, ainda não encontrei ninguém que seja
qualificado pra colocar no lugar de Madeleine,
preciso demiti-la o mais rápido possível, se
Verônica sonhar que a mulher do vídeo trabalha pra

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mim estou morto, ela já vem insistindo há dias pra


eu demitir Selene do cargo de gerente do Lê
Domain, tentei explicar que não posso
simplesmente colocar qualquer um pra cuidar
desses assuntos, e também a Selene é sócia, mas
isso só a deixou mais irada e até mesmo se negar a
voltar lá, ela está negando, vê se pode uma coisa
dessas.
Antes mesmo de entrar em casa sou
interrompido pelo chefe de segurança da casa, Will.
— Senhor Cartier, boa tarde, tenho um
relatório pra informar. — Se mantém sério.
— Pode falar, Will.
— Senhor, essa tarde a sua irmã, a senhorita
Paloma esteve aqui, ela e a senhora Cartier tiveram
uma discussão onde a senhora Cartier expulsou a
senhorita da casa e ainda a proibiu de voltar
novamente senhor.

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— Tudo bem, Will, vou falar com Verônica e


ver melhor o que aconteceu — entro em casa e já
fico pensando no que Paloma veio fazer aqui, será
que ela contou alguma coisa do meu passado pra
Verônica, ela estava furiosa quando saiu da Cartier.
Conheço minha irmã e sei que ela não é flor que se
cheire, muito menos aceita ser contrariada. Subo as
escadas apressado em direção à suíte principal,
abro a porta e olho por todos os lados não vendo
Verônica, sua bolsa e sua jaqueta estão em cima da
cama, sigo pro banheiro e a encontro relaxada
dormindo na banheira de hidromassagem, tiro meu
paletó e dobro as mangas da minha camisa, fico
louco de tesão só em vê-la assim, beijo seus lábios
com carinho e ela nem se mexe. Beijo seu pescoço,
chupo seu queixo até que vejo seus olhos abrirem
preguiçosamente.
— Hum, não acredito que dormi na banheira.
— Ela fala sonolenta.
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— Pois é, senhora Cartier, quem diria que


você estaria aqui aproveitando essa banheira
gostosa e eu como um bom homem de casa,
trabalhando pra ganhar nosso sustento — brinco
com ela.
Verônica não se aguenta e começar a
gargalhar da minha cara de coitado.
— Então quer dizer que você é um pobre
homem, hum, estou pensando aqui, será que esse
pobre homem trabalhador não quer entrar aqui
comigo? — dá uma piscadinha maliciosa.
— Ah, mulher, seu convite é uma ordem. —
Não perco tempo, tiro minha roupa com pressa.
Verônica abre espaço pra mim. — Ei, essa água
está fria.
— Eu sei, eu queria era que você entrasse —
diz com cara manhosa.
— Ah, sua safada — ergo Verônica e a
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carrego nos meus braços até o box do banheiro,


ligando a água quente pra nos aquecer, não aguento
muito tempo olhando pro seu corpo gostoso, meu
pau já está duro feito pedra, mordo seu pescoço e
ela geme em resposta.
— Safada — digo e ela sorriu arteira, quando
menos espero ela se ajoelha no chão abocanhando
meu pau com gula, Verônica trabalha sua língua na
fenda da cabeça enquanto sobre e desce à boca me
levando à beira do orgasmo, ela me olha com gula,
fome, como se fosse seu doce predileto. Quando
vejo que vou gozar tiro da boca dela e a pego no
colo toda molhada mesmo, indo pra nossa cama.
— Ah, bebê, não sabe a vontade que eu estou
de voltar ao clube com você, sou viciado em você,
no seu cheiro, na sua boca, no seu corpo. Você é
minha sua safada.
— Você sabe o que tem que fazer pra

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voltarmos pra lá. — Porra, esse assunto de novo


não.
— Nós já conversamos sobre isso, Verônica.
— É realmente uma pena que não iremos
voltar lá — diz provocadora, ah cachorra, você não
perde por esperar, safada.
Entro no closet e pego algo que tinha
comprado pra nós dois usarmos em casa.
— O que é isso, Arturo?
— Isso são alguns brinquedos que comprei
pra nossa diversão aqui em casa, já que você está
sendo teimosa, eu tive que improvisar. — Ela nota
o chicote de cordas em minhas mãos, algema e
outros acessórios a mais.
— Hoje, minha rainha, vou começar com seu
disciplinamento. — Só de pensar nisso já me
excita, não só em relação a sexo, mas mentalmente
também.
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— O que significa isso? — pergunta curiosa


e receosa ao mesmo tempo.
— O objetivo é a obediência e o respeito com
seu dono, principalmente quando se é uma mulher
teimosa, como você querida esposa.
Ela se arrepia inteira e posso sentir o quanto
está excitada, pego algo que estou louco pra usar
nela essa noite, uma Ball gag, uma bola de silicone
ou plástico com alças para prender na boca dela,
pra mantê-la calada, também utilizarei as algemas
junto.
— O que vai fazer? Como isso funciona? —
pergunta rouca.
— Confia em mim, amor. — Ela me olha
assustada, mas sei que o medo e o tesão estão
caminhando lado a lado.
— Tudo bem — algemo suas mãos e coloca a
Ball gag em sua boca, ela continua nua e toda
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molhada em minha frente. Meu corpo ferve ao ver


ela assim, presa e totalmente a minha disposição,
entregue a mim, seu dono.
— Fique de quatro, bebê. — Ela demora a
encontrar uma posição por causa dos pulsos
algemados, mas se ajeita com os cotovelos. Sua
pele branquinha e macia brilha em minha direção,
me aproximo do seu rosto e puxo seu cabelo
fazendo um rabo de cabelo, puxando seu pescoço
na minha direção e causando um pouco de dor mais
sei que ela gosta.
— Minha cachorrinha gosta de ficar assim,
né? De quatro pro seu dono — falo e ela tenta
responder, mas não consegue. — Escute bem,
minha cadelinha, você não pode falar, pois está
amordaçada, mas caso queira parar a qualquer
momento levante a cabeça que entenderei que
chegamos ao seu limite, tudo bem? — Ela balança

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a cabeça concordando.
— Isso, safada, uma cachorrinha bem
obediente — reitero e Verônica tenta protestar, sua
teimosia é grande demais, só que a gag em sua boca
não deixa falar nada, bem do jeito que eu queria,
beijo seu pescoço e subo para suas costas, ela treme
toda e ofega, e é assim que a quero, toda entregue
ao meu bel prazer, só sentindo. Agora vou fazendo
uma trilha molhada pelo seu corpo até chegar a sua
bunda e dou uma leve mordida, não tão leve assim,
Verônica se contorce excitada deixando escapar
uns sons estranhos por sua boca amordaçada.
Mordo sua boceta de leve e ela estremece toda, está
pingando de tesão, caralho de mulher cheirosa,
deliciosa, pego meu chicote e testo seu peso, hoje
irei pegar leve com ela, não quero machucar e
muito menos deixar marcas em seu corpo, apenas
um pouco de prazer misturado com a dor, sei que
ela gosta disso tanto quanto eu.
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— Você sabe o porquê de levar essas


chibatadas bebê? — digo com a voz firme e sensual
ao mesmo tempo, ela balança a cabeça negando.
— Você foi uma menina insolente, ficou me
provocando com esse corpo gostoso e não quer
voltar pro clube, está tentando manipular seu dono
com chantagem barata e ainda não me falou o que
Paloma veio fazer aqui, muito menos como
conseguiu aquele cartão de acesso pro Lê Domain,
está escondendo segredos do seu dono, muitos
segredos — digo sério e conciso como nunca fiz
antes.
Ela tenta se soltar, mas as algemas a deixa
presa aqui, passo o chicote por suas costas com
delicadeza, acerto a primeira chicotada e não
demoro a fazer à segunda, terceira...
— Você vai falar o que quero saber após a
sua punição — afirmo. Aplico dez no total, não

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quero marcá-la, então não aplico muita força, ao


final solto a Ball gag de Verônica e ela solta um
gemido frustrado assim que tem a voz livre. Ela
continua de quatro na cama, o suor escorrendo pelo
seu corpo, me posiciono em frente à sua bunda
gostosa a deixando exposta pra mim, ataco sua
boceta molhada e me delicio com seu sabor, ela
está pingando de tesão, coloco dois dedos dentro
dela e continuo a estimular seu clitóris com a língua
e dentes.
— Arturo, eu não aguento mais — implora.
— Você quer gozar, linda? — provoco-a
levando até o limite e sempre parando antes que ela
goze.
— Sim, Arturo, por favor, eu preciso de você
— suplica, rebolando.
— Você quer meu pau entrando nessa
bocetinha molhada, socando fundo dentro de você,

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quer? — provoco esfregando a ponta em sua


entrada, só que sem entrar.
— Sim, sim Arturo, mete logo, preciso de
você.
Remexo meu pau em sua entrada, ela se
contorce tentando me enfiar em si, mas a afasto.
— Diga, bebê, onde conseguiu aquele cartão
de acesso? O que Paloma queria aqui?
— Arturo, por favor...
— Nós temos todo o tempo do mundo, posso
fazer isso à noite toda — continuo a torturando.
— Eu contratei um detetive, ele conseguiu
falsificar o cartão com uns amigos, é só isso.
— Então você mandou me vigiarem, safada?
— Sei que tem mais nessa história, um
detetivezinho de merda não iria conseguir falsificar
um cartão do clube, não mesmo, mas resolvo deixar
isso de lado por hora. Meto com tudo, ela se assusta
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com o impacto da estocada dentro dela.


— O que Paloma fazia aqui?
— Ela veio me afrontar, está desesperada
depois do fim do namoro dela, ela me culpa por ter
ajudado eles a fazerem a surpresa pra ela — diz
entre gemidos. Soco com força mais uma vez e ela
se curva mais.
Sei que nessa posição meu pau entra por
inteiro causando alguns desconfortos mais é isso
que quero, uma raiva toma conta de mim ao pensar
que ela contratou um detetive pra me vigiar, isso é
sinal que não confia em mim, não paro minhas
estocadas.
— Oh, Arturo, não pare, por favor. — Ela
geme descontrolada, beijo sua boca com força
mordendo seus lábios, Verônica se esfrega em mim
e minha vontade de gozar vem com tudo, mas me
controlo e diminuo a velocidade apenas para

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acelerar tudo de novo, enlouquecendo-a e


retardando o gozo.
— É assim que você gosta? — puxo seus
cabelos com mais força e meto fundo, ver meu pau
entrando e saindo de sua boceta apertada me enche
de tesão, não aguento muito tempo e grito rouco de
prazer gozando, enchendo-a de porra e caindo
ofegante ao seu lado. Solto as algemas e massageio
seu pulso com cuidado, Verônica fecha os olhos
cansada e relaxada pelo orgasmo.
— Você foi perfeita, meu amor, perfeita —
elogio.
— Vamos precisar de outro banho, querido,
mas não sei se consigo me levantar — fala
ofegante.
— Não tem problema, amor, eu te levo. — A
pego no colo levando pro chuveiro, tomamos banho
juntos e quando dei por mim já estávamos fazendo

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amor no box, só que dessa vez foi devagar e com


carinho, a hora voou e quando vi já estávamos
atrasados pro jantar no Coppa Clube, Verônica se
apressa em se arrumar, resmungando o tempo todo.
— Droga, Arturo, não terei tempo nem de ir
ao salão pra ficar bonita, passando o batom
vermelho pra só então colocar os brincos de rubi.
— Você não precisa, é de longe a mulher
mais linda desse evento, mesmo sem ir a um salão.
— Mas eu queria estar bem mais
apresentável — faz beicinho.
— Não seja boba, meu amor, você está
fantástica com essa roupa — olho-a de cima a
baixo o vestido preto longo, parece desenhado no
seu corpo. — Vou ter que ficar de olho se algum
engraçadinho não tirar os olhos de você. — Ela
sorri arteira e beija meus lábios.
— Vamos, senhor Cartier, já estamos
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atrasados.

Chegamos ao Coppa clube, caminhamos


juntos até o salão nobre. Verônica está linda como
sempre e em meus braços, fiz questão que ela
usasse o colar Red Diamond, ela não me parece
feliz em usá-lo e isso eu não consigo entender, que
mulher não ficaria feliz em receber uma joia tão
cara e valiosa dessa?
— O que foi, minha rainha? Não parece feliz
em estar aqui? — pergunto confuso.
— Só estou nervosa, estou ansiosa pra que a
Cartier vença logo essa competição — diz ansiosa.
Somos recebidos pelo sommelier, que nos
leva até a mesa reservada para a Cartier. Encontro
Scott e o nosso melhor designer já está na mesa nos

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aguardando.
— Amanda não veio, Scott? — pergunta
Verônica a ele.
— Por que eu tenho que saber daquela peste?
— responde o imbecil irritado.
— Olha como fala com minha mulher, cara
— sou grosso.
— Desculpe, Verônica, só não estou de bom
humor — pede desculpas.
Olho pra frente e entendo o porquê de todo
seu mau humor, Amanda agarrada ao braço do
Simon e ostentando um sorriso debochado pra ele.
— Mandy, não sabia que vinha com Redman.
— Verônica fala surpresa.
— Eu acabei prometendo jantar com ele um
dia desses e ele decidiu cobrar esse jantar justo
hoje.

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— Como vai, Arturo? Ansioso pra revelação


do vencedor? — percebo que Redman mantém o
braço na cintura dela e sorri debochado pro Scott,
aí tem, certeza.
— Na verdade não, tenho confiança absoluta
que a Cartier vai vencer — afirmo confiante.
— Eu, no seu lugar, não ficaria tão
empolgado, a Cartier tem grandes concorrentes,
como a Mikamoto ou a Bugari — diz com um
brilho no olhar, como se soubesse de alguma coisa.
— Mas nenhuma delas tem a capacidade da
Cartier e muito menos as melhores gemas, sabe que
as melhores vêm da Serra azul — reafirmo.
— Bom, veremos, Arturo — diz cínico e me
irrito só de ouvir a voz desse otário.
Scott não consegue nem disfarçar seu olhar
de raiva pro Redman, sei que ele está se comendo
de ciúmes e Redman sabe disso e faz questão de
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tocar Amanda a todo momento, ela também o


provoca sendo carinhosa, parecem namorados.
O jantar foi um verdadeiro inferno com as
alfinetadas entre Amanda e Scott, a todo o
momento os dois se provocando, já Verônica
parece aérea. Notei Victor Bugari todo alegrinho, o
maldito acha que pode vencer a Cartier, mas está
redondamente enganado, babaca.
— Senhora e Senhores, chegou o momento
de dizermos qual foi à vencedora do concurso de
melhor designer para a coroação de dois mil e
dezenove. Agradeço a todos os concorrentes, mas
apenas uma empresa poderia vencer e o designer
desse ano surpreendeu todo mundo com seu talento
incrível e trouxe um frescor novo ao concurso, uma
delicadeza inestimável, com vocês a coroa
ganhadora. — Ele abre a cúpula de vidro e por ela
podemos ver a coroa vencedora, fico puto e

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frustrado ao ver que não é a nossa.


Que merda, tenho que admitir que essa seja
de longe a coroa mais bonita que já vi, tem melhor
designer, requinte moderno, é muito delicada,
aparenta ter muita leveza, foi feita com muita
delicadeza, apenas alguém com muito talento pra
trabalhar com gemas tão pequenas, são tão bem
lapidadas o corte de cada diamante, o requinte
exclusivo é de dar inveja, preciso descobrir quem
foi esse artista e trazê-lo pra Cartier.
— Senhoras e Senhores, essa maravilhosa
coroa foi desenhada e confeccionada pela melhor
designer já vista na atualidade, parabéns a incrível
Senhora Verônica Cartier.
Fico em choque com o que ele acabou de
dizer, Verônica se levanta sorrindo e nem mesmo
olha pra mim, se aproxima do palco desfilando pelo
caminho. Começo a tremer de raiva, por que ela

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escondeu isso de mim? Como Verônica, uma


simples aprendiz, conseguiu fazer uma peça
dessas? Ela tem muito a me explicar, ah se tem.

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CAPÍTULO 29 - Palavras
vazias

“O amor é algo tão complicado que se você


consegue explicar é porque você nunca sentiu.”

Quando vi meu avô na sala do meu


apartamento. Foi como levar um choque, fiquei
paralisado. Amanda estar ao seu lado, foi como
assistir a um filme de terror. Sabia que a qualquer
momento daria merda. E deu no momento que meu
avô começou seus insultos, eu tentei lutar, eu tentei
defendê-la, mas foi como se estivesse paralisado.

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Ouvir as coisas que ele disse, agora como


expectador foi terrível, a realidade do que eu fui um
dia, senti vergonha de mim mesmo. E não ter
reação foi meu pior erro. Como pude um dia ter
sido uma pessoa preconceituosa e racista. Jamais
deveria ter agido dessa forma. Só agora me dei
conta que eu era como ele.
Arturo tem razão, minha família jamais vai
aceitar Amanda. A caminho da delegacia, meu avô
a xingou de tantos nomes que me senti insultado
também. Liguei para o meu advogado assim que
chegamos à delegacia, expliquei toda a situação,
mas ficar preso por um ou dois dias, não me
preocupa, o que me preocupou mesmo foi o olhar
desolado de Amanda. Eu sei que minha morena não
vai me perdoar, dessa vez eu fodi de vez com as
coisas, eu sou um idiota mesmo. Como pude não a
defender se na noite anterior declarei que a amava,
inferno, foi tão difícil abrir meu coração e dizer o
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que estava sentindo. Eu deveria ter aberto a boca e


dito logo que ela era minha namorada.
Namorada... Nunca tive uma namorada, nem
mesmo na adolescência, sempre fui um pegador,
nunca quis compromisso, mas com Amanda é
diferente. Eu quero tudo com ela, eu quero mudar,
já me acostumei a dormir agarrado ao seu corpo,
tocando seus cabelos, que são como calmantes para
mim.
Ela tem que me escutar. Eu preciso que ela
entenda, eu não sou como meu avô, eu não sou
mais assim, conhecer essa diaba me vez ver que eu
estava errado. Amo sua pele de chocolate, seu
cheiro. Uma porra, eu virei um mariquinha,
apaixonado, mas fazer o que se fui laçado por uma
diaba?
— Os senhores entendem por que estão aqui?
— repete o delegado.

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— Eu ouvi tudo que o senhor disse, delegado,


mas o que não entendo, é o senhor dar ouvidos a
uma mulher como aquela. Onde já se viu acusar um
homem como eu e meu neto.
— Bom, senhor, eu respeito a sua idade, mas.
Eu sou o delegado aqui, e a senhorita tem
testemunhas que confirmaram sua versão. Então,
quanto à injúria vocês poderão até pagar fiança,
agora o crime de racismo. O processo vai seguir e o
juiz irá decidir a pena dos senhores.
— Isso é um absurdo.
— Vovô, se acalme, lembrem-se que minutos
atrás, o senhor passou mal — peço tentando
acalmá-lo.
— Isso é tudo culpa sua, neto ingrato! Não
sabe onde enfiar o pau, nos colocou nessa
enrascada por culpa dessa mulherzinha.
— Vovô, se contenha.
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— Bom, o policial Amir irá acompanhar os


dois até a cela especial, onde ficarão. Agora eu vou
colher o depoimento da vítima e da testemunha.
— Delegado, será que posso falar com a
Amanda em particular? — pergunto nervoso, ele
me olha examinando, acho que estranhou a
pergunta.
— O senhor tem cinco minutos, depois será
encaminhado até sua cela, estarei na sala ao lado
caso a vítima precise. — Uma raiva enorme cresce
dentro de mim, quando ouço chamar Amanda de
vítima, com tanta intimidade. Mas preciso desses
minutos sozinho com ela para me explicar, dizer
que não foi certo o que meu avô fez. Eu fui um
fraco, e me arrependo, sinto vergonha de ter
deixado ela ser tratada dessa forma. Meu avô me
olha com raiva, e sai acompanhando o delegado.
Fico sozinho algemado na cadeira,

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esperando-a chegar.
A porta abre, Amanda entra, me olha tão fria,
que chega a me assustar. Me levanto, e tento me
aproximar, entretanto, Amanda se afasta como se
sentisse nojo de mim.
— Você não tem muito tempo, bom, para de
me olhar assim, e dizer o que quer logo.
— Amanda, por favor, Amanda, me perdoa,
eu não queria que aquilo acontecesse, eu juro não
sabia que meu avô ia chegar. — Ela sorri, mas seu
sorriso é frio.
— É exatamente isso, se soubesse que ele
vinha, aposto que tentaria me esconder, seu segredo
sujo!
— Não, Amanda, você não entende, eu fiquei
em choque, assustado, eu não queria dizer aquilo.
— Você não só deixou seu avô me tratar
daquela forma, como ainda me chamou de
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empregada, quis esconder que estávamos juntos.


— Olha pra mim, Scott, acha que preciso ser
tratada assim?! Acha mesmo que preciso me
submeter a ser chamada de empregada por um
homem fraco como você?! Você não é diferente
dele!!
— Não, Amanda, eu disse que estou
apaixonado por você! Sabe o quão difícil foi
assumir isso assim, me escute, por favor. O meu
avô ele não tá bem, o coração dele é fraco, ficar
preso não vai ajudar na sua saúde.
— Então era isso pra isso todo esse teatro.
Você não é diferente dele, Scott, pensa que me
esqueci da vez que me jogou no corredor nua,
pensa que me esqueci de todas as vezes que me
humilhou e me menosprezou no trabalho. Você está
se enganando achando que suas palavras vazias,
vão me convencer a retirar a queixa. Você e seu

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avô racista dos infernos, vão pagar pelo que


fizeram para mim e por outras pessoas que aposto
que já trataram da mesma forma.
— Amanda, eu mudei... Eu mudei por você,
foi difícil ouvir tudo que meu avô disse e imaginar
que eu já agi da mesma forma. Eu me sinto um
merda, amor, eu amo sua pele, amo você assim, eu
não mudaria nada, porque aí não seria você,
Amanda.
— Chega, Scott, eu não quero mais ouvir
essas suas mentiras, eu não vou mudar de ideia —
diz e sai batendo a porta me deixando sozinho,
desolado.
Ela não vai me perdoar. Não acredita no que
sinto, minha morena me odeia, e o pior é que não
posso culpá-la, ela tem razão, eu sou um fraco, um
merda. Um policial chega e me leva até a cela, por
ter diploma de curso superior eu e meu avô,

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ficamos em uma cela separada dos demais presos.


Nós iríamos aguardar a chegada do advogado que
irá pagar a fiança. Porém o processo vai continuar e
caso o juiz peça a condenação tanto eu quando meu
avô poderemos voltar pra prisão, mas espero que
antes disso consiga convencer Amanda a não seguir
com o processo.
— O que você queria falar com aquela
mulherzinha, Scott? — pergunta meu avô, assim
que entro na cela.
— Você me envergonha por agir dessa
forma.
— Vovô, você sabe que eu amo o senhor,
tenho muito respeito. O senhor é como um pai pra
mim, foi quem me criou, me ensinou tudo que sei
hoje. Mas em respeito ao carinho que eu tenho por
você, por favor, pare de tratar Amanda dessa forma,
olha no que isso deu.

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— Agora você a chama pelo nome, não me


diga que é verdade o que ela disse, que vocês
estavam mesmo juntos?
— Vovô, se eu estou ou não com Amanda,
isso só diz respeito a mim e a ela.
— Nada disso, Scott, você é meu neto e
jamais vou aceitar que tenha um caso com uma
negra imunda como ela.
— Para, para... Chega, vô, não vê que eu não
penso assim, eu mudei. Eu não sou mais como
você, eu posso ter sido um fraco, e não ter
assumido na sua frente que eu estava com ela, mas
eu não farei mais isso...
— O quê? Eu não te reconheço, Scott, por
que você tá fazendo isso comigo? Quer me matar
de desgosto? Eu sonhei com você casando com
uma herdeira de sangue nobre, quem sabe com
Helena, mas não, você vai mexer no lixo. Eu não

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posso negar que a negrinha é bonita, mas esse tipo


de mulher não faz o tipo pra casar, ela não combina
com você! Jamais vai assumir ela, uma negra
imunda como esposa, isso seria uma ofensa a nosso
sobrenome.
Ouço tudo que ele diz e fico mais chocado,
ouvir a forma que ele se refere a minha morena é
nojenta. O desprezo por sua raça, me dá vergonha.
Deus, eu não acredito que algum dia eu fui assim.
— Você pode dizer o que quiser, vovô, mas
eu estou apaixonado pela Amanda e vou fazer de
tudo pra recuperar o seu perdão. E assim que
conseguir, não vou perder tempo e vou colocar um
anel no dedo dela.
— Você só pode estar louco, se você fizer
isso, Scott, eu juro que te deserdo!! Você não será
mais meu neto, estará morto pra mim. — Quando
ele diz isso, sinto uma dor tremenda dentro de mim.

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A que ponto o preconceito está enraizado no meu


avô. Ele prefere perder o neto a aceitar que eu
possa amar uma negra. Olho pro seu rosto triste.
— Decidido, se é assim que você quer, vovô,
tudo bem. — Meu avô coloca a mão no peito e
começa a passar mal, sua pele fica sem cor! —
grito desesperado por ajuda, dois policiais chegam
e me ajudam a colocá-lo deitado até o socorro
chegar. Isso tudo é culpa minha, não deveria ter
falado com ele daquela forma.
Meu avô foi encaminhado ao hospital, onde
por meio dos médicos descubro que meu avô tem
um problema grave no coração, eu sabia que seu
estado de saúde era grave, mas não a esse ponto.
Adolpho junto com o nosso advogado conseguiu
pagar a fiança. E por sermos réu primário, vamos
aguardar o julgamento em liberdade.
Quando chego em casa, tudo que penso é em

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Amanda, me sinto dividido uma parte de mim quer


ficar ao lado do meu avô, mas a outra parte, a parte
que está prevalecendo, diz que não vou conseguir
sequer respirar sabendo que Amanda não é minha.
Eu preciso me desculpar o quanto antes, fazê-la
entender que a amo e quero ficar com ela.

Confesso que quando Scott disse com tanta


certeza que estava apaixonado por mim, eu cheguei
a bambear, mas eu lembrei das palavras vazias de
Dominic e falar até papagaio fala, agora a diferença
é demonstrar esse sentimento. Não me esqueço o
quanto sofri, quando fui humilhada pelo Dominic.
Entretanto nada chegou aos pés de tudo que Scott

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fez, e está fazendo. Pensando bem, onde eu tava


com a cabeça de pensar que poderíamos ter algo
juntos? Eu, Amanda que sempre me protejo, desses
sentimentos que só machucam as pessoas, nunca
me envolvo. Olha onde eu fui parar, olho pro meu
apartamento, me sinto sozinha, uma sensação
terrível de perda e solidão.
Tomo um banho, preparo um lanche rápido e
me sento na sacada, fico olhando a paisagem
tentando lembrar quando foi o momento que fui
cair na roubada de me apaixonar de novo. Eu só
posso ter ficado louca, fui cometer o mesmo erro
duas vezes, gostar de quem não merece. Mas quem
pode me julgar é só olhar para o rosto perfeito do
desgraçado, para entender que é impossível resistir.
Meu telefone toca, um número que não conheço,
decido atender. Redman combinando de jantar
comigo essa noite, não to com clima pra sair, mas é
melhor ir com ele, do que chegar sozinha na festa e
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ter que aturar o Scott. Pelo menos Redman será


meu escudo contra esse maldito, é isso, vou a essa
festa bem acompanhada, vou tratar de matar
qualquer sentimento que possa estar querendo
crescer dentro de mim.

Ando pelos corredores da faculdade


pensativa, esse é meu último semestre aqui, já está
chegando o dia da entrega do meu TCC, enfim
realizarei meu sonho, me tornar uma enfermeira
formada. O estágio no hospital está me ajudando
muito, além de ser remunerado, ainda estou
aprendendo muito, com os melhores médicos do
país. Apenas o doutor bonitão que me ignora,

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parece que, só de estar perto de mim já o irrita, faço


tudo pra agradar até café levo pra ele todas as
manhãs, mas ele nem mesmo agradece.
— Alice... Alice, em que mundo você tá,
fofa? — fala Kay me tirando dos meus devaneios.
— Oi, Kay, pode falar, estava apenas
pensando na entrega do TCC.
— Relaxa, querida, você é mais inteligente
da turma, tenho certeza que vai tirar de letra.
— Mesmo assim, ainda fico com medo.
— Alice, eu estou indo pro lado do centro,
não quer uma carona pro hospital?
— Obrigada, Kay, vou aceitar sim.
— Então vamos, baixinha.
Kay me deixou no hospital que há essa hora
já era movimentado. Fiquei responsável pela
pediatria, adoro trabalhar com as crianças, pensei

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quando cheguei aqui que não aguentaria o tranco ao


ver esses pequenos anjos sofrendo assim, mais
agora eu olho pra eles e apenas penso que preciso
fazer o meu melhor pra eles saírem dessa situação.
Paro em frente ao maternal e vejo Guilherme, o
doutor bonitão que vem tomando conta dos meus
sonhos, eu sei que ele jamais olharia pra mim, mas
isso não me impede de sonhar.
— Bom dia, doutor, trouxe seu café — digo
sendo simpática, Guilherme se aproxima, toca
meus dedos para pegar o café, sinto aquela
eletricidade passando pelo meu corpo.
— Está frio — diz com desgosto quebrando
todo o encanto. Engulo em seco. Ele pega o copo e
joga no lixo e saí me deixando paralisada.

Depois do episódio do café, fiz de tudo pra


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não me encontrar com o doutor Guilherme.


Andei de setor em setor, procurando algo pra
fazer. Acabei ficando ocupada na sutura.
— Alice, é sério, vamos, amiga, você nunca
sai com a turma, sempre combinamos e depois você
dá pra trás.
— Marina, eu já falei que não quero deixar
minha mãe sozinha, meu pai anda rondando o
prédio essa semana, mesmo a entrada dele sendo
proibida ele ainda pode abordar minha mãe quando
ela chega.
— Alice, você precisa viver mais, você é
muito jovem, precisa sair, conhecer pessoas novas,
namorar, beijar na boca, isso não faz mal de vez em
quando. — Nesse momento me dou conta que o
doutor Guilherme está próximo o suficiente pra
ouvir toda nossa conversa. E agindo por impulso,
eu respondo:

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— Tudo bem, Marina, eu vou hoje com vocês


nessa balada, você tem razão, eu preciso conhecer
gente nova. — Ela dá pulinhos histéricos de
felicidade.
— Ei, sua boba, para com isso.
— Nossa, Alice, to tão feliz, mas não pense
que vai me enganar, dessa vez você sai do hospital
direto para a minha casa, vou te emprestar uma
roupa e da lá nós iremos para a Phoenix, dizem que
essa é a melhor balada da cidade.
— Tudo bem, Marina, eu sei que dessa vez
eu não escapo de você.
No final do expediente fui direto pra casa da
Marina, junto com Kay e Amy, todas as três
estavam super empolgadas em me dar um dia de
beleza. Eu literalmente me senti uma boneca com
tantas mãos em mim. Sobrancelha, unhas,
maquiagem, roupas e mais roupas e estávamos

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todas prontas.
— Amy, não me sinto bem com essa roupa, é
muito curta, me sinto exposta — falo me referindo
ao vestido justo e decotado que elas me fizeram
vestir.
— Querida, das quatro você é a que tá mais
vestida, relaxa essa noite é pra curtir, pare de
pensar tanto. — Mesmo constrangida decido ouvir
as loucas das minhas amigas. E partimos pra à noite
das garotas. Entro na balada de cara sou
surpreendida com o lugar. É tudo muito elegante,
várias pessoas dançando. Sou arrastada por Kay a
uma mesa onde vemos a turma do hospital toda
reunida. Nos juntamos com eles, me sinto menos
deslocada. Todos bebem, mas eu prefiro ficar
apenas na água com gás.
— Alice, dança comigo? — pergunta Alex,
um dos médicos do hospital. Ele é um cara legal,

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me sinto bem em sua companhia, mas confesso que


ele não mexe comigo como o doutor Guilherme.
Merda, por que ainda penso nele?
— Eu... Eu acho melhor...
— Sim, ela vai adorar — responde Marina,
não me deixando terminar de falar, Alex se levanta
e sou obrigada a segui-lo até a pista de dança.
— Você vai ter que me desculpar, mas eu não
sei dançar esse tipo de música — digo sem graça.
— Não se preocupe Alice, é só me
acompanhar.
Alex é muito divertido. Depois de dançar
uma música com ele eu acabei me soltando mais.
Fiquei menos travada, acabei dançando várias com
ele. Ele é um cara legal, tenho que admitir, acabei
aceitando uma bebida colorida com um gosto bom.
Depois da primeira não resisti e tomei outras. No
meio da noite eu já estava sentindo o álcool fazer
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efeito. Estava meio tonta. Perguntei para Amy que


conhece o lugar onde poderia encontrar o banheiro,
fui na direção onde ela indicou. Entro no banheiro,
vejo que está cheio. Lavo meu rosto na pia,
tentando acordar um pouco. Respiro fundo, eu não
comi nada, é por isso que estou assim, beber bebida
alcoólica com o estômago vazio da merda. Quando
me sinto melhor saio do banheiro, mas qual foi
minha surpresa ao ver Guilherme parado na porta
do banheiro feminino, me olhando com raiva.
— Então quer dizer que você tá dando bola
pro panaca do Alex, e eu pensando que você era
diferente dessas amigas vadias que você tem.
— Eu... Eu não entendo... — engasgo com as
palavras, ele se aproxima como um predador pronto
pra atacar, fico com medo, nunca vi esse olhar nele.
— Acha que não vejo seus olhos em mim.
Acha que não percebo que fica babando toda vez

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que me vê, pensa que não sei que traz meu café
apenas pra se aproximar — sinto seu cheiro forte de
menta. Junto eu sinto o cheiro de álcool que ele
bebeu, então é isso...
— Doutor, eu acho melhor o senhor ir pra
casa.
— Agora você vem me chamar de doutor,
mas o safado do Alex você o chama cheia de
intimidade.
— Guilherme,eu... — sou interrompida pela
sua boca colada à minha, fico sem reação por cinco
segundos até corresponder com fome. Seu beijo é
melhor do que eu imaginei, Guilherme me aperta
em seus braços fortes. Chego a tremer de prazer,
nada pode ser comparado a isso nem mesmo nos
meus melhores sonhos.
— Guilherme, isso é um erro — falo em
meio aos beijos.

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— Ah. Baixinha, isso pode ser um erro, mais


essa noite eu quero errar muito com você. — Me
pega em seus braços com tanta facilidade.
Guilherme me empurra pra uma parede no
corredor, por sorte está tudo escuro ninguém nos
vê. Guilherme continua me beijando, só que agora
já estou com as pernas enroscadas em sua cintura.
Sinto que ele está excitado. Decido desligar minha
razão que insiste que isso é um erro, mas quer
saber? Eu o quero, se for para ter minha primeira
vez, que seja com alguém que eu desejo. E eu
quero muito, muito Guilherme.
— Ali, sua boca tem gosto de mel, seu
cheiro me deixa embriagado. Vem comigo? — Me
chamo, eu sei no que isso vai dar, esse é o
momento onde eu decido o que quero. Será que
vale a pena arriscar, eu sei que amanhã ele voltará a
me tratar com a mesma frieza de sempre.

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Decido ser imprudente uma vez na vida, e


aceito sua mão, Guilherme sorri pra mim e me
arrasta até a saída.

Agora minhas mãos tremem de medo,


começo a me arrepender. Eu não deveria estar aqui.
— Ei baixinha, não pensei muito — diz ele
parecendo notar minha preocupação, a porta do
elevador abre, Guilherme ainda não soltou minhas
mãos, abre a porta me puxando pra dentro, fico
admirada com o luxo do seu apartamento. Mais
nem tenho tempo de olhar tudo. Quando vejo
Guilherme me puxa pros seus braços, me beijando
com força, me deixando quente, louca de desejo,
nunca senti nada parecido, já tive outros
namorados, mas nenhum deles despertou esses
sentimentos em mim, apenas Guilherme me deixa
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assim, tão quente,tão desesperada por seu toque.


Eu estava excitada ao mesmo tempo nervosa,
pois eu sempre o quis para mim. Então, agora tudo
não parece real. Guilherme não perde tempo, e já
me empurrou contra a parede e voltou a me beijar.
Ele me aperta de uma forma tão gostosa, ao
mesmo tempo eu puxava seu cabelo. Sinto seu
corpo forte, malhado mesmo por cima da camisa
social. Guilherme me arrasta pro seu quarto, que
ficava ao lado da escada.
Nós dois não nos desgrudamos um segundo
daquela loucura de beijos e amassos. Chegando lá,
Guilherme me soltou, só trancou a porta e me fez
deitar em seus lençóis macios de modo que ele se
encaixava em cima de mim, ele pegou em minhas
coxas, começou a beijar minhas pernas, tirando
meus saltos altos. Beijou minha boca, foi tirando
meu vestido sem tiras os olhos escuros do meu.

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Passei minhas mãos em seus cabelos castanhos,


louca de tesão. Eu já estava molhada e quando ele
percebeu, gemeu alucinado, tirou minha calcinha
rosa e começou a massagear minha intimidade. A
princípio, eu não sabia o que fazer, então comecei a
passar a mão por debaixo da sua blusa, até que a
consegui tirar.
— Você é linda, Alice! — Ele fala me
levando à loucura.
Guilherme me aperta contra seu corpo, e eu
sentia que ele estava quente. Ele me deseja tanto
quando eu a ele. Eu estava meio perdida, pois era a
minha primeira vez. Então tomei coragem e
desabotoei sua calça tirando o cinto. Nesse
momento, ele pegou na minha bunda e apertou com
força puxando o meu corpo contra o dele, e eu pude
sentir o seu pau. Ela era grande, o que me deixou
com medo, Guilherme mordia e beijava meu

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pescoço e minha boca.


Eu nunca tinha ficado com ninguém assim,
parecia que ele já sabia o que eu queria, e eu não
tinha forças para voltar atrás. Depois de alguns
segundos Guilherme me deitou toda aberta pra ele,
tirou meu sutiã, me deixando nua a sua mercê,
fiquei com vergonha por saber que ele já deve ter
saído com modelos lindíssimas, eu sou magra
demais, pequena demais, mas bastou olhar em seus
olhos, que eu esqueci quaisquer pensamentos que
pudesse ter.
— Você é linda, Alice. Parece um anjo, uma
flor rara. — Ele me beija de uma maneira tão
quente que eu não aguentei.
— Oooh!!! O que é isso que estou sentindo?
Meu Deus!! — dei um grito de tanto prazer.
Guilherme se abaixou e começou a chupar
meus seios. Enquanto eu arranhava suas costas e

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gemia de tanto prazer. Eu não aguentava mais,


então ele ficou de joelhos em cima de mim e
abaixou a cueca.
Nesse momento ele me olhou nos olhos,
quase que pedindo permissão, eu apenas balancei a
cabeça confirmando.
Então ele colocou seu pau em minha entrada
e começou me penetrando devagar. — Ai... — A
dor é terrível, me senti sendo rasgada ao meio,
Guilherme parece que se dá conta que eu era
virgem e tenta parar, mais eu o puxo de volta pra
mim.
— Eu quero isso, eu quero você. — Seu rosto
se contorce de prazer, ele dá uma estocada forte
enfiando tudo!!! Eu gritava de dor, mas era uma
dor boa misturada com prazer indescritível.
Ao perceber que a dor diminuiu eu começo a
me esfregar nele, beijando seu pescoço, ele não

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esperou mais nada e colocou tudo pra dentro. Eu


gritava desesperadamente, enquanto arranhava suas
costas de leve. Então ele começou a fazer vai-e-
vem, e aquilo foi me deixando louca, arrepiei até os
pelos da nuca.
E assim eu tive o primeiro orgasmo da minha
vida e foi perfeito, me senti realizada. Guilherme
beijou cada canto do meu rosto com ternura
— Ah, Alice, assim você me enlouquece,
pequena.
Aí ele segurou meus braços acima da minha
cabeça e me penetrando de novo. De novo tentando
encontrar sua libertação. Eu apenas gemia pedindo
mais, beijava e mordia meu pescoço. Tanto ele
quanto eu, estávamos loucos de desejo. Guilherme
goza e eu gozo longo em seguida, ficando trêmula
com as pernas bambas. Ah, foi mágico, incrível,
melhor do que qualquer sonho que possa ter tido, e

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o melhor foi com ele, meu príncipe.

Chego de braços dados com Redman, fico


ansiosa com a expectativa de vê-lo de novo, eu sei
que Scott já saiu da cadeia, Ashley Stuart, minha
advogada me ligou, me informando que ele vai
responder ao processo em liberdade, também me
contou que o seu avô passou mal e foi
hospitalizado, eu não posso mentir e dizer que não
fiquei com pena do velho gagá, mesmo ele não
merecendo. Eu não o desejo mau, não quero que ele
morra.
— Já disse que é a mulher mais linda que já
vi.

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— Hum, não pense que caio nessa cantada


barata, você diz essa a todas, já disse, Redman, só
vim essa noite com você porque insistiu muito, não
pense que vai me levar pra cama com esse sorriso
convencido ou meia dúzias de palavras bonitas.
— Mulher,você falando assim eu me
apaixono.
— Você não vai mesmo me conta quem
ganhou o concurso? — pergunto mudando de
assunto, hoje meu humor está ácido, não to afim de
papinho furado.
— Já disse, morena, essa é a única coisa que
não posso lhe dizer.
— Então vamos — entramos e de cara vejo
aquele lobo descarado todo bonito em seu terno
azul sobe medidas, eu fico babando feito besta, até
ser arrastada até a mesa onde ele está junto com
Arturo e Verônica e nosso designer, Redman e

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Arturo trocam farpas. Eu faço de tudo pra ignorar


os olhares que Scott direciona pra mim, ainda
provoco, tocando com carinho Redman, fazendo
Scott bufar de raiva. Mas quer saber? Que se foda o
infeliz foi ele. No final da festa Verônica ganha à
premiação. Arturo não esconde sua cara de
desgosto e arrasta minha amiga pra saída da festa,
fico preocupada mesmo sabendo que ele não seria
capaz de fazer mal a ela. Contudo Verônica se
expôs de mais, ela está arriscando muito, acho que
está cega pela vingança, que não tá enxergando
mais o perigo.
— O que acha de terminarmos essa noite no
meu flat? Podemos tomar um vinho, ou qualquer
outra coisa? — pergunta o safado do Redman,
idiota, acha que caio fácil nesse seu papinho
furado.
— Acho melhor você me levar pra minha

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casa, não estou bem, sabe, estou naqueles dias —


digo tudo isso sussurrando em seu ouvido, apenas
pra atiçar o lobinho. Redman fica constrangido
quando percebe que a noite não vai terminar do
jeito que ele queria. Me levanto fazendo questão de
me colar a ele. Scott engole em seco, sei que está
louco pra saber se iremos passar a noite juntos.
Faço questão de deixar pra sua imaginação.
Caminhamos juntos de mãos dadas, mas antes de
sair eu penso bem.
— Redman, você pode chamar um táxi pra
mim?
— O que foi, morena? Eu te levo, eu te
trouxe, eu faço questão de levá-la.
— Eu sei, mas eu decidi passar na casa de
uma amiga na verdade, ela não está bem de saúde e
prometi dar uma passada lá. — Ele bufa irritado,
mas se controla, conheço homem do tipo dele. O

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táxi chega e parto pra um lugar que estava louca


pra conhecer, assim que Verônica me contou de lá,
mas com meu envolvimento com Scott acabei
esquecendo, hoje eu vou tirar qualquer resquício
desse lobo de mim. O carro para em frente à
mansão. Por sorte guardei o cartão que ganhei da
Verônica, já fui em vários lugares como a Lê
Domain, mas isso foi há muito tempo, hoje preciso
relaxar, o que melhor que uma boa noite de sexo,
vou voltar a ser a Amanda que sempre fui.
Entrego meu cartão ao segurança mal-
encarado, e logo minha entrada é confirmada.
Caminho pela mansão olhando cada detalhe, é
realmente Verônica não exagerou, esse lugar é
incrível de longe a melhor que já vi. O som
ambiente deixa todo mais aconchegante, olho pra
todos, sento no bar e olho como se estivesse à
procura de uma presa, vejo vários homens bonitos,
sexy, mais nenhum me atraí, acho que hoje tudo
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que eu preciso é beber, um garçom passa por mim,


não demoro a pegar um drinque, vários homens
tentaram chamar minha atenção. Mais não to no
clima, ando por todos os andares, fico excitada com
as cenas que vejo, uma mulher em um cavalete
sendo açoitada me chama atenção, mas não o
suficiente pra querer participar.
— Você é perfeita — sou interrompida no
meu momento voyeur por uma ruiva peituda.
— Acho que está me confundindo com
alguém, fofa — respondo de mau humor, acho que
nessa hora o álcool já fez seu efeito.
— Não, não, você essa pele, esse cabelo, esse
olhos, você é perfeita.
— Do que tá falando, sua louca, desgruda de
mim — falo me afastando.
— Me desculpe, meu nome é Selene, eu sou
gerente da Lê Domain, nunca te vi por aqui e agora
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te vendo, penso que você é perfeita pra nossa


apresentação de hoje — lembro do que Verônica
disse, essa é a tal Selene, mas o que ela quer
comigo?
— Diga de uma vez, queridinha.
— Nós estamos precisando de alguém pra
fazer o que espetáculo de hoje, uma das dançarinas
faltou e estamos sem ninguém pra colocar no lugar
dela, você seria perfeita.
— Eu não sou nenhuma striper.
— Não se preocupe, vou te explicar tudo,
você não vai ter que ficar nua e apenas um show.

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Ver Amanda saindo de braços dados com


outro cara, me encheu de fúria. Ela me ignorou a
noite toda, pra depois sair com aquele panaca.
Levantei pronto pra acabar com a festinha dos dois.
Se ele pensa que vou permitir que ele a tenha, está
muito enganado. Quando a vi entrando num táxi,
corri rápido para pegar meu carro e a segui-la.
Percebi que ela estava vindo ao clube, meu coração
começou a acelerar. O pior lugar pra Amanda estar,
onde tem vários abutres loucos, por uma carne
nova. Minha mente forma várias alternativas do
que pode acontecer em todas elas, um maldito põe
suas mãos nojentas no corpo da minha diaba. Não
vou aceitar isso jamais. Tenho um pouco de
dificuldade pra estacionar e Amanda acaba
entrando primeiro. Quando consigo entrar, eu já
não a vejo em lugar nenhum. Um medo tremendo
se apodera de mim. Preciso achá-la, o que você
veio fazer aqui? Ando por todos os lados, vejo
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algumas submissas com seus D/S, mas nem perco


tempo com isso continuo procurando Amanda. Vou
até o calabouço e nada, a sala de swing, mas nem
sinal da minha morena. Estava quase entrando em
desespero quando a luz da sala de apresentações se
apaga deixando tudo escuro, apenas o palco
iluminado. Tento sair de lá e voltar a minha
procura, mas quando ouço uma voz, eu posso jurar
que meu coração parou. Era a voz dela, me viro
rapidamente olhando para o palco e lá está ela,
minha maldita, diaba. Vestida com uma roupa pra
matar, junto com outras dançarinas, ela canta e
dança sensualmente uma música sexy da Beyoncé;
partition que nesse momento eu imagino ter sido
feita pra Amanda.
Fico paralisado, em choque até o final da
apresentação. Meu pau duro feito rocha só de olhar
a dança provocadora dela. Se eu estou assim
acredito que os homens nessa sala, devem estar na
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mesma situação que eu, até algumas D/S estão


vidradas na minha morena. Todos esses filhos da
puta estão paralisados por ela. Eu juro que quando
eu botar minhas mãos em Amanda, eu vou deixá-la
com a bunda em chamas por essa afronta. Só pode
estar ficando louca, só pode. Noto ela saindo pela
lateral do palco, não penso duas vezes, avanço em
sua direção, puxo seu corpo ao meu, Amanda se
assusta.
— O que pensa que tá fazendo aqui, sua
louca?! — grito puto da vida por a ver expondo seu
corpo assim.
— Me solta, seu desgraçado, eu não te devo
satisfações.
— Você que pensa, Amanda, você é minha,
esse corpo é meu! Eu confesso que amo você, e é
assim que retribui, parecendo uma puta nesse
palco... — Não tive tempo de me arrepender das

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minhas palavras, sinto o ardor do tapa que Amanda


me dá.
— Nunca mais me chame de puta, se olhe no
espelho antes de querer me julgar por alguma
coisa! Você, Scott, não é nada meu, eu sou dona da
minha vida!! Não vai ser um maldito racista de
merda que vai mandar em mim.
— Amanda...
— Amanda nada, eu danço pra quem eu
quiser, eu faço o que eu quiser da minha vida.
— Amanda, por favor, você precisa entender,
morena, eu só quero você, Amanda, vamos embora
daqui, vamos pro meu apartamento, vamos
conversar. — Agora começa a gargalha feito uma
louca.
— Agora eu não sou mais a empregada, seu
segredinho sujo?!
— Amanda, eu já disse que me arrependo
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disso.
— Sabe a onde eu quero você enfie esse seu
arrependimento... — saí me deixando sozinho,
perdido. Selene se aproximando. Fico pensando no
que vi nela, como um dia posso ter tido uma tara
por ela, hoje olhando bem pra ela vejo que tudo
nela é falso, e sem graça.
— Scott, faz tempo que não aparece no Lê
Domain, já estava sentindo sua falta.
— Estava muito ocupado — respondo
grosso, mas meus olhos ficam atentos a Amanda do
outro lado do salão falando com o deputado.
— Que tal nós dois e mais uma das meninas,
fazermos uma cena no calabouço, hein, querido?
Podemos nos divertir muito juntos. — A praga
gruda de mim.
— Não to afim, Selene.
— Ah, bonitão, posso fazer você mudar de
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ideia rapidinho — fala e ataca minha boca num


beijo grudento, nojento. A empurro pra longe, com
nojo, assustado, mas é tarde demais. Amanda deve
ter visto. Eu já não a vejo mais em lugar nenhum,
muito menos o deputado. Entro em pânico,
empurro Selene da minha frente e corro
desesperado atrás da minha bruxinha, não, não...
Ela não seria capaz, não. Meu Deus, não. Entro
num corredor e viro à direita até parar em choque
ao ver uma porta aberta na sala dos sentidos, sinto
como se tivesse levado um tiro no peito, nesse
momento Amanda está sentada no colo do babaca
do Jack. Seminua ela se esfrega nele. Não consigo
evitar a deixar uma lágrima cair. Pela primeira vez,
eu me apaixono por alguém e já tenho meu coração
partido.

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CAPÍTULO 30 - Todas as
cartas na mesa

“Diga-me a verdade, mesmo que doa,


mesmo que sofra. Porque a verdade machuca,
mais a mentira, ela derruba.”

Acordo com um corpo pesado sobre mim, na


minha cabeça vem imagens da noite de ontem. Não
me sinto arrependida, faria tudo novamente. Sorrio
ao lembrar da forma como eu e Guilherme nos
amamos por mais duas vezes antes de apagarmos,
cansados. Sorrio ao olhar seu rosto tranquilo
dormindo, tento me levantar sem o acordar, mas ele
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abre os olhos, pisca repetidamente. Fico com medo


do que ele possa dizer.
— Bom dia, Ali, faz tempo que acordou? —
fala ele sorrindo pra mim e como se tirasse um peso
das minhas costas, adoro a forma carinhosa que ele
me apelidou, Ali.
— Não. Acabei de acordar — respondo
sorrindo.
— Está muito dolorida? — pergunta
preocupado.
— Um pouco, mais nada insuportável —
coro ao responder.
— Me sinto mal, você merecia uma primeira
vez melhor, algo mais romântico.
— Não se preocupe com isso, foi perfeito.
— Você é perfeita, Ali, desculpe a forma que
andei te tratando, minha vida anda um caos, mas
vamos esqucer o passado, espero que me perdoe,
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princesa.
— Claro, meu príncipe, desde que não volte a
ser aquele ogro feio e verde, Guilherme —começou
a gargalhar, mais então, para me olha com seus
olhos tão divertidos e beija meu rosto com carinho,
meus olhos, meu nariz, minha boca, mas os beijos
que eram carinhosos, agora se transformam em
puro fogo. Guilherme me surpreende ao me pegar
no colo, sem soltar minha boca. Empurra uma porta
que parece o banheiro com o pé e me senta na
bancada do banheiro, colocando a banheira pra
encher.
— Hum... Preparando um banho?
— Quero cuidar de você, princesa, o que
melhor do que um delicioso banho de espuma?
Depois eu posso pedir um café da manhã,
hoje domingo, nem eu nem você temos que
trabalhar.

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— Hum acho uma ótima ideia, mas preciso


avisar minha mãe que estou bem.
— Vai lá, princesa, enquanto a banheira
termina de encher, mas diga a ela que você só volta
para casa no final do dia, hoje você é toda minha.
— Dá uma piscadinha e sinto o ar faltar.
Falo com mamãe ao telefone. Custo a
acalmá-la, ela fez várias perguntas, mas lhe disse
que contaria quando voltasse. Entro no banheiro e
vejo Guilherme sem roupa, colocando sais de
banho.
Olho constrangida pra ele. Ele parece notar
meu constrangimento e diz:
— Princesa, você é linda assim desse
jeitinho, não a nada em você pra se envergonhar.
Alice, você me encanta com sua beleza, não só
exterior como sua beleza interior. Mesmo querendo
negar a mim mesmo, eu fiquei enfeitiçado por

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você, eu tentei fugir de você porque estava confuso.


Confundindo um sentimento de admiração com
amor, ma isso entre nós dois é forte demais pra se
negar. — Não consigo evitar um sorriso, fico
emocionada com suas palavras e pulo em seus
braços, o beijando e sendo logo correspondida.
Guilherme, com delicadeza, tira sua camisa social
que foi a única coisa que vesti antes de apagar
ontem à noite, fico nua na sua frente, mas dessa
vez, não fico envergonhada, me sinto poderosa. E
foi assim que nós nos amamos mais uma vez na
banheira. Guilherme se mostrou uma fera
insaciável. Me mostrou coisas que não pensei
existir, me fez sentir sensual e maravilhada com
tudo que podemos fazer juntos.

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Eu e Verônica discutimos feio porque ela não


tinha me escondido sobre ter escrito um projeto no
concurso. Falei coisas horríveis que me fez ter que
dormir no quarto de hóspedes, foi horrível dormir
sem ela, brigar não nos faz bem. Mas ela ter
guardado segredo até de mim, isso não é coisa que
posso aceitar.
Ela insistiu em dizer que queria fazer uma
surpresa, que queria me agradar, sabia que a coroa
do nosso designer não venceria, se dedicou a tentar
fazer uma melhor, disse que não esperava que
ficasse tão bom, se surpreendeu quando a sua foi
escolhida, como ela trabalha pra Cartier, a Cartier
ficou como a campeã desse ano. Mas fiquei muito
puto com ela me escondendo as coisas. Confesso
que, droga, sou um fraco no meio da noite não
resisti, acabei me enfiando na nossa cama,

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abraçando seu corpo quente, trazendo junto a mim.


Já na Cartier depois do evento, a imprensa
fez um marketing gigantesco sobre a festa, que fez
nossos funcionários trabalharem em dobro,
dobrando a produção.
E o pior que, não consigo ficar bravo com
ela, ainda mais quando ela tenta me agradar.
Quando acordei com sua boca gostosa me
chupando com força, depois de um sexo quente, ela
ainda me provoca no meio do expediente, me
mandando fotos picantes nua quase me fazendo ter
bolas roxas de tanto tesão.
— Senhor Cartier, me desculpe entrar sem
bater, mas o senhor precisa ver isso — fala Ellie
entrando com tudo na minha sala.
— O que foi, Ellie, por que todo esse
escândalo?
— Senhor, espere um segundo. — Ela pega o
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controle da teve que se estava em frente à mesa


perto do bar e liga em um canal de notícias
qualquer.

— É isso aí, meu povo, babado fortíssimo,


minhas fontes informaram que a poderosa família
Cartier mais uma vez é assunto do momento, mas
não se enganem, gente. Dessa vez não é o
gratíssimo do Arturo Cartier ou Guilherme, o
motivo mais sim à poderosa rainha do Nilo, isso
mesmo. A poderosíssima Inês Damasceno Santiago
Cartier, não... tão Cartier, assim. O casal de tanto
prestígio Esteban Santiago Cartier e Inês
Damasceno assinaram o divórcio nessa terça-feira,
segundo minhas fontes, dizem que o casal rompeu
após a descoberta de anos de traição por parte do
senhor Cartier, e ele não só tinha uma amante,
como tem uma filha fora do casamento.

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O safado mantinha as duas mulheres, há


mais de vinte anos, isso parece até coisa se novela.
Mais não é, isso só prova minha gente, que até nas
melhores famílias a traição e barraco, claro,
porque imagine o destino, a amante do senhor
Cartier, foi trabalhar de garçonete no jantar a
senhora Cartier e a nossa fonte disse que a rainha
desceu do salto e expulsou a amante do marido de
sua casa, assim que tiver mais informações eu volto
pra contar pra vocês, esse foi o Hugo celebridades.
Contando pra vocês os melhores babados do
momento.

Pego um cinzeiro que está na minha mesa e


arremesso na teve com raiva.
— Que ódio, malditos, se isso repercutir na
minha empresa, eu vou acabar com essa emissora
de merda!! — Ellie me olha sustada. — Saia Ellie,

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me deixe sozinho.
— Me desculpe, senhor — sai com o
rabo entre as pernas apavorada, maldição, é um
problema atrás do outro. Pego um copo de
conhaque e tento me acalmar um pouco, pois tenho
ainda uma reunião com os advogados da empresa,
eles estão trabalhando por mais de uma semana em
alguma saída, que proteja a Cartier, caso a justiça
venha para cima de mim.
Vejo uma mensagem da Verônica no celular,
ela não veio hoje, pediu pra ficar em casa disse que
não se sentia muito bem, coisa de mulher.

Preciso de você em casa as seis, temos um


jantar importante, e visitas te amo, Verônica.

Mas essa agora, era só o que me faltava, não


to com saco pra receber ninguém.
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Saio bufando até a sala de reuniões, não


tenho tempo a perder, todos os funcionários que
passam por mim,disfarçam e saem correndo. Acho
que minha cara demonstra qual o meu humor.
— Senhores, já estão todos aqui? —
pergunto.
— Sim, apenas as pessoas de sua inteira
confiança — responde Scott.
— Certo, e então? A quais conclusões vocês
chegaram? Os advogados se entreolharam, sei que
não vai ser coisa boa.
— Senhor, eu o sinto informar, mais
analisando toda a situação, caso as denúncias
caírem sobre o senhor, e pensando no bem da
empresa, só vemos uma saída.
— Digam sem rodeios.
— Bom, senhor Cartier, a Serra azul é a fonte
mais rentável que o senhor tem nesse momento,
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caso houver um processo contra o senhor, a justiça


congela todos os bens em seu poder, não só a
Cartier, como tudo que está em seu nome, fica em
posse da justiça até um futuro julgamento, se for
provado à lavagem de dinheiro, o governo pode
pedir penhor dos seus bens, como modo de pagar
os impostos aos cofres públicos. — Mais isso é um
absurdo.
— A única saída que vemos é, o senhor
passar a Serra azul para o nome de um laranja,
dessa forma a mina está segura.
— Como assim?
— Simples, senhor, se a mina e seus bens de
maior valor, estiverem no nome de um laranja,a
justiça não poderá fazer nada quanto a isso.
— Como vocês podem estar sugerindo, que
eu coloque um patrimônio desse, no nome de um
desconhecido, isso é um absurdo.

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— Senhor, não estamos falando de um


qualquer, mais sim, da sua esposa. Verônica,
colocar todo o patrimônio, no nome dela, é isso.
— Exatamente dessa forma, estará seguros,
caso aja alguma interdição e caso aconteça algo
com o senhor.
— Essa é minha única saída? — pergunto aos
meus advogados, sentados em minha frente.
— Creio que não há outra forma, senhor.
Essa é a única maneira de proteger a mina caso a
bomba venha a explodir, como o senhor mesmo
disse e só uma questão de tempo para o FBI
começar a investigar a empresa.
— Arturo cara, eu sou seu melhor amigo,
vice-presidente da empresa, cara não faça isso, nós
vamos pensar em algo melhor algo, que não seja
tão drástico, tão radical.
— Quer mais drástico do que o FBI na nossa
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porta? Você não entende, Scott, eu não tenho outra


saída, eu confio na minha mulher. Se eu não confiar
nela, em quem mais eu devo confiar.
— Arturo, você está metendo os pés pelas
mãos, essa não é a melhor saída.
— Doutor Steve, me dê os documentos.
— Tem certeza? — pergunta sério
— Sim, por favor, ande logo, quando mais
rápido isso estiver pronto melhor.
— Certo.
Olho para aqueles papeis e assino tudo de
uma vez. Sinto um alívio tremendo com isso, caso
algo aconteça comigo ou com a Cartier, ao menos a
minha Serra azul está protegida o patrimônio
daquela mina é suficiente pra começar qualquer
outro negócio, a mina e a procuração estando em
nome da Verônica. Se algo me acontecer ela está
segura. Eu ficarei tranquilo que a Serra azul ficará
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intacta, caso o nome da Cartier seja manchada. Os


três advogados saem me deixando sozinho com
Scott.
— Espero mesmo, Arturo, que não esteja
fazendo besteira.
— Eu respeito sua opinião, Scott, você é meu
melhor amigo, mas sei o que estou fazendo.
— Espero que saiba mesmo...

Fingi que não estava bem essa manhã,


preciso encontrar aquela pasta e precisa ser hoje.
Não tenho mais tempo. O circo está fechando,
Arturo anda estressado, desconfiado, me perguntou
sobre o cartão de acesso da Cartier, disfarcei
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falando que perdi faz algum tempo. Ele não parece


ter engolido isso, mas também não reclamou.
Agora aqui nesse escritório procurei em todos os
lugares, mas não encontro. Reviro tudo e nada já
estou aqui há horas, logo os empregados vão
desconfiar. Sento em sua cadeira, por um tempo
fico analisando sua mesa, todo esse escritório tem
sua cara. E como se eu estivesse vendo Arturo aqui,
fumando seu charuto cubano. Paro um segundo
olhando a caixa de charutos de madeira trabalhada,
abro ela e qual a minha surpresa? A bendita chave.
Minhas mãos tremem, parece que agora me dou
conta do que estou fazendo. Penso por um minuto
se quero mesmo seguir adiante com isso, abro a
gaveta num impulso, vejo uma pasta de papel
pardo. Abro com cuidado começo a ler cada linha,
minhas mãos tremem sem parar.
Lavagem de dinheiro, contrabando de armas,
formação de quadrilha, tráfico de influência, são
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tanto crimes cometidos por ele, que estou chocada.


Como não pensei nisso, Arturo não
conseguiria capital suficiente para comprar sua
parte das terras da Serra azul, David só conseguiu
porque eu tinha minha herança. Arturo conseguiu
fazendo serviços sujo para máfia. Não só fez como
continuou ajudando um tal de Dimitri a
contrabandear armas nos contêineres da Cartier por
anos. Um nervosismo gigante toma conta, com
esses documentos, Arturo vai pra cadeia em um
piscar de olhos. Tudo que está aqui o faria ficar
anos encarcerado. Continuo lendo por mais de uma
hora, quando termino estou tão chocada que nem
sabia o que fazer, apenas peguei os documentos e
fui pra casa da Amanda. Liguei para o Michael no
caminho, e fui pra casa da Amanda, minha cabeça
fazia voltas sem parar, eu sabia que essa era minha
única chance. Mais por que meu coração, estava
doendo tanto só de pensar em o coloca na cadeia.
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Imaginar que cheguei ao fim da minha vingança


está doendo tanto, merda.

Chego à casa de Amanda e encontro ela e


Michael à minha espera.
— Nossa, Verônica, até que enfim você
chegou. O que houve de tão grave, que me fez sair
da Cartier, no meio do expediente?
— Desculpe Amanda, mas é muito urgente.
— O que houve, Verônica? Que cara é essa?
— pergunta Michael confuso.
— Eu consegui, eu consegui. Nem noto, mais
algumas lágrimas começaram a cair pelo meu rosto.
— Verônica, o que você. Você está me
assustando, o que houve pra você estar assim?
— Eu consegui, Mandy, eu consegui as
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provas que podem colocar Arturo na cadeia. — Ela


me olha assustada, acho que não esperava que
dissesse isso.
— Como assim? Que provas? Do que está
falando? — pergunta surpresa. Entrego o envelope
com todos os documentos. — Amanda se senta no
sofá começa a ler eu não faço nada, fico calada
pensando no que fazer.
— Verônica, isso é uma bomba, se isso for
parar nas mãos da polícia, Arturo vai preso na hora
o mínimo que ele deve ficar preso são trinta anos.
— Michael pega os papéis das mãos dela e analisa
tudo com cuidado.
— Pronto, Verônica, isso era tudo que faltava
pra encerrar essa vingança, conheço um amigo de
altíssima confiança, você pode entregar esses
documentos, se quiser eu ligo agora mesmo e ele
vem até aqui.

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— Não!! — grito horrorizada, Michael para,


me olha confuso já Amanda parece entender.
— Espere, Michael, eu ainda não sei o que
fazer quanto a isso, espere mais um pouco.
— Verônica, por que isso agora? Se livre
logo desse maldito e vamos embora daqui.
— Michael, me dê mais tempo, por favor?
— Verônica, Arturo vai dar falta desses
documentos.
— Por favor, Michael, me dê mais tempo?
— Michael, deixe eu e Verônica sozinhas,
depois eu ligo pra você e digo o que resolvemos.
— Eu não concordo com isso, mas eu vou
deixar as duas. Verônica está muito exaltada.
Assim que tomar uma decisão me ligue, quanto
mais rápido acabarmos com isso, melhor.
— Você não quer entregar ele, não é? —

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Amanda diz assim que a porta bate.


— Eu não sei.
— Você sabe, Verônica, o pior é que você
sabe.
— Eu não quero que ele sofra, mas ele é um
criminoso, ele é um assassino cruel, ele matou
David, e todos aqueles presos, Amanda, nada disso
importa mais.
— Verônica, você o ama, não pode entregá-
lo se isso só a fará sofrer. Desista dessa vingança.
— Como posso deixá-lo impune, depois de
tudo que ele fez?
— Verônica, não há volta se você escolher
entregar ele a polícia, não vai ter chances de ele sair
de lá. Você vai estar o condenando. Ele não vai te
perdoar.
— Eu sei, pensa que eu não sei, estou
sangrando por dentro. Meu coração diz que não
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posso fazer isso com ele. Amanda, eu o amo. —


Me assusto quando percebo o que falei.
— Eu sei, e é por você amá-lo que te digo,
desista enquanto pode.
— Eu não sei que tipo de pessoa eu seria se
deixasse um criminoso escapar ileso das coisas que
ele fez. Você leu o que está escrito aí, ele não está
só envolvido com a condenação e a morte do
David, ele está envolvido com criminosos, tráfico
de armas, Amanda. Ele usa a Cartier para trazer
armas para dentro do país.
— Verônica, nada disso é mais importante do
que a sua felicidade, o que vai ser de você quando
ele estiver preso? O que vai restar de você?
— Eu vou esquecê-lo, eu vou viver. Eu vou
ser feliz, vou reconstruir a minha vida.
— Sabe que tudo que está dizendo não passa
de mentiras, que você está tentando se convencer.
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Verônica pense com calma, não faça uma coisa que


vai se arrepender depois, não tome decisões
precipitadas. — Meu telefone toca.
— Preciso atender, Mandy.
— Atenda, Verônica, mas nossa conversa
ainda não acabou.
— Alô.
— Senhora?
— Sim, diga Steven.
— Senhora. O plano correu tudo em perfeita
ordem, o senhor Cartier assinou todos os
documentos. Ele nem questionou o que eu e os
outros advogados propomos. Nesse momento a
senhora é a única dona da mina Serra azul e ele
assinou a procuração passando plenos poderes
sobre a Cartier — engulo o no que se forma em
minha garganta.
— Então está tudo pronto?
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— Sim, senhora, tudo feito.


— Ok, Steven, seu depósito já está feito em
sua conta, trate de sair da cidade hoje mesmo, tire
toda sua família daqui.
— Obrigada, senhora.
— Até mais, Steven. Desligo e olho para
Amanda.
— O circo está fechando, Mandy, mesmo que
eu não queira, não vou ter outra saída.
— Verônica? Você está pálida — sinto
minhas vistas escurecerem, resolvo me sentar.
— Vou pegar um copo de água com açúcar
pra você.
Amanda volta com o copo água, bebo tudo,
mas me sinto anestesiada.
— Preciso ir, Amanda, hoje terá o jantar lá
em casa, preciso terminar os ajustes.

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— Verônica, você não me disse se vai seguir


ou não com isso.
— Eu ainda não sei, mas essa noite eu vou
desmascarar a Inês na frente de todos.
— Tudo bem, tenha cuidado. Pense no que eu
disse, não se envergonhe de pensar em si mesma
uma vez na vida.
— Tudo bem, Mandy, obrigada.

— Não acredito que você tá tendo a cara de


pau de me ligar, sua desgraçada, eu sei que foi você
quem entregou a notícia do meu divórcio aos
jornais, eu mal consigo sair de casa de tantos

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repórteres na minha cola, sua vadia oportunista.


— Meu Deus, você Inês, falando uma palavra
dessa quem te viu, quem te vê.
— O quer, Verônica? Sem enrolação, diga o
que quer?
— Sogrinha querida, eu sei que não quer nem
ouvir minha voz, mas tenho algo do seu interesse
para tratar.
— Não sei de nada, que você possa me dizer,
que vá me interessar.
— Nem mesmo fazer seus três filhos se
falarem? Arturo não quer nem ouvir falar do
Guilherme, muito menos da Paloma. Eu posso
ajudá-la!
— Com interesse, no que você faria isso?
— Nossa, assim me ofende, por que iria
querer algo pra fazer um gesto tão nobre, como
aproximar minha própria família?
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— Você não me engana, sei bem que tipo de


mulher você é, tudo que quer é o dinheiro do meu
filho.
— Sabe que não ligo para o que pensa, porém
caso queira reaproximar seus filhos do Arturo,
venha jantar na minha casa essa noite. Traga
Guilherme e Paloma, será meu pedido de paz, não
podemos viver nos odiando. Como já percebeu eu
não vou sair da vida do seu filho, então o melhor é
nos darmos bem.
— Eu sei que você está aprontando alguma,
tenho certeza, você nunca dá ponto sem nó.
— Pode ser que sim, pode ser que não. Só
saberá se vier aqui, te espero as oito, sogrinha.
Tenho que pensar em algo definitivo que me
faça ficar livre dessa peste, tenho certeza que ela
está armando algo, posso sentir no ar o cheiro de
armação, mas ela está mexendo com fogo, não

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tenho medo, ela está muito enganada se pensa que


pode me enfrentar. Ligo pra uma pessoa que está
me devendo um favor antigo e será ela que dará fim
a essa miserável.
— Amell? — pergunto assim que ele atende.
— Inês Damasceno Cartier, me ligando, isso
deve ser algo muito importante já que disse que só
recorreria a mim em último caso.
— Querido, sabe que nunca esqueço os
amigos, entretanto, juro que pensei que não
precisaria de você tão cedo, mas as coisas mudaram
drasticamente, e preciso que elimine uma erva
daninha do meu jardim.
— Você está me deixando curioso, Inês, o
que essa pessoa fez de tão grave para você?
— Ela mexeu onde não devia, justo com
meus bens mais preciosos, já que não vou
conseguir me livrar dela de outra forma, que seja a
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mais drástica.
— Tudo bem, pedido feito, pedido realizado,
tem algum pedido especial? — sorrio pensando.
— A faça sofrer.
Assim que termino de acertar todos os
detalhes, parto para o apartamento do meu caçula,
preciso convencê-lo a ir comigo a esse jantar, não
posso deixar suspeitas sobre mim, nada melhor do
que um jantar em família.
Entro no prédio sem ser interrompida, sempre
venho aqui ver se a doméstica fez o serviço direito,
nunca concordei com Guilherme indo morar
sozinho, muito menos Arturo, mas meus meninos
sempre foram difíceis de domar, já Paloma, sempre
foi muito grudada a mim, é fácil de moldar e a mais
obediente. Abro a porta com a chave que eu tenho,
Guilherme deve estar dormindo, depois de uma de
suas noitadas já que é apenas isso que ele faz

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ultimamente. Entro, tudo muito silencioso.


Guilherme deve estar no quarto, só pode. Abro a
porta do seu quarto e grito horrorizado com o que
vejo.
— Mãe? O que a senhora tá fazendo aqui? —
pergunta Guilherme cobrindo a bastarda com um
lençol.
— Fala pra mim que isso é um pesadelo, não
tá acontecendo. — A vagabunda me olha assustada,
parece que ela está em choque.
— Mamãe, a senhora não pode entrar assim
no meu apartamento, e ainda fazer escândalo.
— Guilherme, o que essa vagabunda está
fazendo na sua cama?!
— Mamãe. Não fala desse jeito com a Alice.
A desgraçada olha pra ele, parece se dar
conta que eu sou à mãe de Guilherme, ela me
reconheceu, eu sei que sim, ela chora com a mão na
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boca horrorizada.
— Você por acaso não transou com essa
bastarda, não é?!
— Mamãe, pare com isso, você está me
envergonhando, não aceito que fale desse jeito com
Alice.
— Você não entende, Guilherme! — grito o
assustando. — Essa garota, é a bastarda do seu pai.
Ela é sua meia irmã. — A garota se levanta em
prantos. Só repete sem parar, "Eu não sabia".
Parece traumatizada. Se veste apressada. Guilherme
está de cabeça baixa, pensativo, parece que não
acredita no que ouviu. A porta bate e percebo que
em fim a praga saiu, espero que um carro a acerte
e me livre de pelo menos um problema.
— Isso não pode estar acontecendo, não...
Não podemos ser irmãos, não... tá errado, isso tá
errado.

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— É a mais pura verdade, eu não tenho


motivo para mentir, eu vi ela e sua mãe no dia da
festa da nossa casa, as duas saíram fugidas de lá.
— Não... não. Eu não posso ter dormindo
com minha própria irmã! Ele chora arrasado.

O dia passou tão rápido, que quando dei por


mim já estava mais de meia hora atrasado, sei o
quanto Verônica se irrita com isso, saio em
disparada pra casa, tudo que queria hoje era me
afundar no corpo da minha mulher, me esquecer da
tempestade que se aproxima. Eu tenho a sensação
de que algo ruim vai acontecer. Pode ser besteira,
mas é algo muito forte. Chego em casa exatamente
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às sete e meia horas Verônica deve estar bufando.


Estaciono o carro, pego minha pasta com os
documentos que os advogados me deram e entro. O
cansaço está me matando, tiro a gravata e deixo no
sofá mesmo. Não encontro ninguém na sala. O
cheiro de comida está por toda casa, só agora me
lembro que nem almocei, merda, estou tão
acostumado a almoçar junto com a Verônica, que
nem tive fome.
— Ande, Nina, capriche porque sabe como a
dona Inês é provavelmente ela vai achar algum
defeito na comida.
— Pode deixar, eu sei como aquela velha é
rabugenta.
— Então você tá aqui — digo pra Verônica
que está entretida nos preparativos do jantar.
— Arturo, isso são horas de chegar, eu pedi
pra você sair mais cedo.

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— Eu sei, amor, mas tinha tanta coisa pra


resolver, que me perdi no horário — reparo que seu
rosto está meio inchado.
— O que foi? Esteve chorando?
— Não, não foi nada, estava ajudando a Nina
na cozinha e piquei as cebolas, não se preocupe.
— Hum... Tá bem.
— Que tal irmos pro nosso quarto? Você
parece cansado.
— Sim, mais antes preciso deixar esses
documentos no meu escritório.
— Arturo, espere.
— O que foi?
— Vamos para o quarto, você pode deixar
isso para depois, nós podemos ir para a banheira,
ainda falta um tempo pros convidados chegarem.
— Nossa, parece que não me quer no meu

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escritório mesmo — respondo sorrindo.


Ela segura minhas mãos me arrastando pro
nosso quarto.
— Que pressa é essa, gostosa?
— O que foi? Só quero cuidar do meu marido
— sorri, mas ela parece nervosa, até seu sorriso não
parece o mesmo. Entramos no banheiro se
despindo. Verônica coloca a banheira para encher e
entra sentando à minha frente, colada a mim.
— O que te preocupa, minha rainha? Você
não parece bem.
— Não é nada, só estava sentindo sua falta —
vira o rosto para mim e beija meu queixo.
— Alguém está carente hoje.
— Sim, hoje eu quero ficar o mais grudada
possível — sorrio com isso acho que estou
gostando de ver esse seu lado grudento, esfrego
meu pau duro nela.
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— Safado, sabe que não podemos demorar


muito, logo todos vão estar aqui para jantar.
— Quem vai vir? Preferia ficar apenas nos
dois hoje.
— Promete não brigar comigo? Por favor?
— O que você tá aprontando, dona Verônica?
— Arturo, promete?
— Tudo bem, eu prometo tentar não brigar.
— Eu chamei a sua família, pra jantar com a
gente.
— Quando você diz minha família. Você quis
dizer todos?
— Sim, meu amor, eu estou muito triste pela
sua mãe e seu pai, eu pensei que quem sabe
fazendo um jantar pros dois talvez eles pudessem
conversar e tentar se entender.
— Os meus pais eu até entendo, mas

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Guilherme e Paloma, isso não.


— Amor, você sabe que eu não tive irmão, eu
era uma criança quando meus pais morreram, eu fui
criada pelos meus avós, você tem três irmãos, por
mais que tente negar, Alice também é sua irmã,
vocês precisam se entender.
— Não preciso nada, o que Guilherme fez
não posso esquecer, você é minha mulher e ele não
respeitou isso.
— Amor, ele é jovem, está confuso com o
fim do noivado. Aposto que ele deve estar
arrependido, fale com ele. Não se esqueça que ele
foi parar no hospital por sua culpa.
— O que adianta dizer agora que não os
quero aqui, se você já convidou todos?
— Façamos assim, você promete
tentar conversar com eles essa noite e em troca
assim que eles se forem, podemos ir para o Lê
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Domain.
— Isso é sério? Mas você sabe que Selene
ainda é a gerente, né?
— Eu sei, por mais que isso me irrite, agora
se ela vir para o meu lado de novo, aí eu já não
garanto que vou aguentar muito tempo.
— Ei, esquentadinha, se acalme, se eu posso
engolir esse jantar você pode suportar olhar na cara
da Selene, por dois minutos.
— Então estamos combinados, senhor
Cartier.

Estão todos aqui, mal posso acreditar,

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reunidos para o começo do fim, Arturo conversa


com o pai alheio ao clima pesado na mesa, Inês e
Santiago se ignoram entre si, Guilherme nem
disfarça seu descontentamento de estar aqui.
Paloma não para de me provocar a cada momento
com uma piadinha. Eu finjo que não noto, o que faz
Inês me olhar estranho. Sou a mais simpática
possível, uma perfeita anfitriã.
— Como está o salmão, Inês? Espero que
esteja do seu gosto.
— Na verdade, não estou sentindo gosto, está
muito sem tempero, acho que deveria trocar de
empregada, essa já está velha demais, aposto que
nem enxerga direito o que é sal.
— Mamãe, não vou trocar Nina por nenhuma
outra, gosto do trabalho dela e ela fica.
— A campainha toca, é agora que festa
começa.

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— Quem pode ser uma hora dessa? —


pergunta Arturo.
— Eu não sei, mas deve ser importante, não é
mesmo?
Uma empregada corre para abrir a porta, nós
continuamos na sala de jantar, todos aéreos a essa
visita que veio aqui, só eu que estava uma pilha de
nervos.
— Eduardo, o que faz aqui? —Pergunta
Arturo confuso, olho pra ele fingindo surpresa.
— Eu estive na mansão dos Cartier e fui
informado que todos estavam aqui.
— Sei — responde Arturo desconfiado.
— Você sabe que depois do que Carolina fez
você não é bem-vindo em minha casa — responde
grosso.
— Sim, eu entendo, minha filha está
passando por tratamento, ela não estava em seu
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juízo perfeito — engulo em seco de raiva, quero


descobrir onde ele a esconde.
— Eduardo, sem enrolação diga logo a que
veio.
— Eu... eu... — parece que ele se prepara
para falar.
— Eu vim saber a verdade. — Inês parece se
dar conta da gravidade da situação.
— Não entendi, Eduardo, que tipo de verdade
o faz procurar minha casa há essa hora?
— Eu não vim falar com você, Arturo, meu
assunto diz respeito à sua mãe e eu. — Todos na
mesa voltam seus olhos pra Inês, que parece
apavorada.
— Eu não sei do que tá falando — responde
baixo.
— Você sabe, Inês, não se faça de inocente,
porque eu descobri tudo. — Santiago olha os dois
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confuso, mas continua calado.


— Você me enganou por todos esses anos,
me fez acreditar em suas mentiras. — Arturo olha a
cena com curiosidade.
— Do que você está falando? — pergunta
Santiago.
— Eu e Inês tivemos um caso por alguns
anos. Isso foi um ano após a morte da mãe da
Carolina, ela se aproximou de mim em um
momento que eu estava fraco. E acabei me
apaixonando por ela, nós ficamos juntos por um
tempo, quanto mais o tempo passava mais eu
percebia o caráter dela, eu percebia que ela não iria
desfazer seu casamento porque na época eu não era
tão rico como sou hoje. Já você, Santiago, ainda
tinha seus meios. Eu estava apenas começando meu
império.
Arturo olha chocado pra mãe, posso ver a

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vergonha estampado em seu olhar, Inês ainda não


fala nada, apenas olha pra Eduardo calada.
— Conta a verdade, Inês, conta para ele o
que você escondeu de mim por todos esses anos.
— Do que ele está falando? — questiona
Paloma.
— Mamãe, o que mais você esconde? Essa
família parece um circo, cada hora é uma nova
atração.
— Eu não sei do que você tá falando,
Eduardo, você já fez seu show, pode ir embora
agora.
— Não vou embora até contar para ele.
— Não faça isso, por favor.
— Chega!! — grita histérico.
— Guilherme — chama. — Eu sou seu pai.
— E nesse momento, gostaria de poder registrar a

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cara de todos. Santiago olha com tanta raiva para


Inês, que se pudesse ele daria um tiro nela, Paloma
coloca as mãos na boca chocada, Arturo e
Guilherme estão em choque, Inês está paralisada,
mas eu percebi algumas lágrimas caindo do seu
rosto.
— Do que ele está falando, mamãe? —
pergunta.
— Diga logo, Inês, fala pra ele, que você o
enganou todos esses anos falando que ele é filho do
Santiago. Quando na verdade eu sou o pai dele.
— Você fez isso, mamãe? — pergunta Arturo
horrorizado.
— Eu. eu... — A voz dela vacila, nunca
imaginei ver uma cena dessa, Inês sem fala.
— É verdade, Guilherme, Santiago não é seu
pai.
— Como você foi capaz, sua vagabunda?! —
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grita Santiago, puto da vida dando um tapa na cara


da Inês que chega a virar o rosto.
— Você sabia que eu queria me separar, você
sabia que eu não suportava mais viver com você e o
que você fez? Você me empurrou uma gravidez de
outro, sua vadia!
— Não fale assim comigo, você não tem
direito de me exigir nada!! — Grita recuperando a
posse.
— Você não presta, Inês, eu fico feliz em
saber que pode ter demorado, mas enfim eu estou
livre de você. — Se levanta e saí da sala, Paloma
olha pra Guilherme em choque e corre para o
banheiro, com o rosto palido o que eu acho
estranho.
— Como pôde, mamãe, fazer isso comigo?
— Guilherme fala com lágrima nos olhos. — Por
tantos anos você viu como ele me tratava, você viu

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como ele me desprezava e nunca fez nada, poderia


ter me dito que ele não era meu pai. Eu cresci
achando que o problema era eu quando na verdade
descubro que eu sou fruto de uma traição.
— Filho, por favor, você precisa me escutar.
— Te escutar? Você ainda tem coragem de
tenta explicar alguma coisa? Você não presta,
dona Inês, a partir de hoje eu não tenho mais mãe,
não me procure mais. — Ele se levanta e olha para
Eduardo, pensando bem os dois são muito
parecidos, os mesmos cabelos escuros e a
pele dourada.
— Eu passei a minha vida toda sem um pai,
não preciso de um agora — sai batendo a porta,
Inês corre atrás dele desesperada. Eduardo
continua parado, olhando o filho, seu olhar de dor
diz que as palavras do Guilherme o machucaram
muito.

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— Espere uns dias, ele precisa de tempo pra


se acostumar com a ideia, foi muita informação de
uma vez só — tento tranquilizá-lo.
— Obrigada, Verônica, Arturo tem sorte de
ter você. Sinto muito mais uma vez pelo que minha
filha fez e por estragar o jantar de vocês. — Sai
pela porta deixando Arturo e eu a sós.

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CAPÍTULO 31 - A
vingança vencerá o amor

“O arrependimento e a triste incapacidade


de não poder voltar atrás e mudar nossas
atitudes.”

Se alguém me disse-se, que iria sentir essa


dor, que estaria sangrando, será que eu teria feito
tudo isso em nome de uma vingança? Sinto como
se estivesse arrancando meu coração fora do peito,
o esmagando com minhas próprias mãos.
Me olho no espelho agora com esse vestido

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preto, pronta, para colocar um ponto final na minha


vingança. Essa vingança que me traz, apenas um
gosto amargo na boca. Penso a que ponto eu fui
capaz de chegar pela minha dor, pela minha
vingança. Abri mão da minha vida, abri mão da
minha felicidade, pelo ódio. O rancor era tão
grande que me cegava, minha fúria me transformou
em algo que nem eu mesma reconheço. Não
consigo evitar as lágrimas a caírem, pensar que
aquele foi nosso último dia juntos. Talvez eu
pudesse ter feito algo diferente, não... Não agora é
tarde! É tarde para pensar nisso, não há mais volta.
É o fim.
Depois do jantar da sua família aqui em casa,
Arturo e eu dormimos agarrados. Foi muito estresse
para ele, estava visivelmente abatido, magoado. Por
mais entranho que pareça, eu não fiquei feliz por
isso. Doía em mim vê-lo mal. Passamos a noite
agarrados um ao outro. Acho que já previa que essa
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seria a última noite, onde dormiríamos juntos.


Quando o dia amanheceu, nem mesmo o sol
apareceu deixando Londres com um aspecto triste.
Acordei primeiro que ele e fiquei olhando para
o seu rosto tão tranquilo, em nada lembra o homem
que eu odiava. Todos esses meses ao seu lado, me
fizeram enxergar um homem que jamais imaginei
existir. Um Arturo romântico, um Arturo
companheiro, um amante perfeito. Foi tudo tão
rápido, quando vi eu já estava apaixonada, louca,
de amor pelo meu inimigo. Mas quem pode me
julgar? É difícil não amar esse homem. Arturo
Cartier, meu marido. O homem há quem eu deveria
odiar, mas a verdade, é que eu o amo.
— Ei, há quanto tempo está acordada me
olhando assim? — pergunta abrindo seus lindos
olhos pra mim.
— Desculpa, estava só te admirando

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dormindo.
— Que horas são, amor?
— São quase sete da manhã.
— Caramba, dormi demais, tenho tanta coisa
pra fazer hoje.
— Arturo, espere — falo o impedindo de
levantar.
— O que foi?
— Eu queria que ficasse em casa hoje. Só nós
dois, sem Cartier, sem família, sem ninguém. Só eu
e você.
— Ei, o que foi? Por que está assim tristinha?
— Não é nada. Apenas uma dor que está
crescendo dentro de mim.
— Como assim? — pergunta desconfiado.
— Não importa. A única coisa que importa, é
que eu te amo. Amo como nunca fui capaz de amar

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alguém nesse mundo. Se eu não te amasse antes do


nosso casamento, isso não importaria, porque você
conquistou cada pedacinho meu. Fui sempre,
unicamente sua.
— Por que está me dizendo, essas coisas,
amor? Teve outro pesadelo?
— Não, mas me promete que nunca vai
esquecer minhas palavras.
— É claro, meu amor. Por que você está
assim?
Penso em abrir o jogo e contar os motivos
que me trouxeram até aqui.
— Diga, Verônica, o que está te deixando tão
angustiada?
Sinto um tremor subindo pelo meu corpo.
Não tenho coragem, eu não consigo dizer tudo
olhando seus olhos e em seguida ver a decepção
neles.
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— Não é nada, Arturo, apenas fiquei mexida


por tudo que aconteceu ontem, é tudo muito triste.
Seu irmão foi criado por um homem que o culpou a
vida inteira por o afasta da família que ele amava.
Enquanto isso seu pai verdadeiro não sabia de nada.
Tudo poderia ter sido diferente se sua mãe tivesse
falado a verdade.
— Também fiquei chocado com todas essas
revelações, minha família está se mostrando uma
caixinha de surpresas. Fico até com medo do que
mais posso descobrir. Ultimamente nossas vidas
tem sido um inferno, como se algo estivesse nos
perseguindo. Querendo destruir nossa família.
Se ele soubesse que esse mal sou eu.
— Não vamos falar disso. Que tal a gente
passar o dia assim, grudados na cama? —falo
manhosa.
— Mulher, não me tente. — Ele sorri

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pra mim. O medo de me separar dele tomou conta.


Acho que nesse momento eu já sabia que o pior iria
acontecer.
— Por favor, Arturo, eu quero ficar assim
com você, por mim nem sairíamos da cama.
— Você usou as palavras mágicas, eu, você e
a cama.
— Safado — digo provocadora.
Arturo levanta e sorri pra mim, é como seu
sorriso fosse o sol depois de uma terrível
tempestade, como se acendesse algo dentro de
mim.
— Então volta aqui, senhor Cartier.
— Eu já volto, só vou pro meu escritório.
Ligo pra Ellie e venho correndo pra nossa cama.
Veste uma calça, mas continua com o peito
nu.

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— Arturo, espere — digo evitando que ele


saia.
Os documentos não estão mais no escritório.
Tenho medo que ele abra aquela gaveta e note que
falta a bendita pasta.
— Ei, só vou ligar pra Ellie, já volto. — Me
olha preocupado e sai.
Droga, se ele notar a falta desses
documentos, estou perdida.
— Deus, no que foi que me meti? — levanto
nervosa e vou pro banheiro. Faço minha higiene
pessoal. Me troco colocando um vestido leve, sento
na cama e nada dele voltar. Penso em uma
estratégia caso ele desconfie de algo.
Entro no closet, pego um conjunto de lingerie
preta de renda e me visto correndo. Arturo ainda
não voltou, isso não deve ser um bom sinal. Sento
na cama a sua espera e então a porta abre.
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​ Isso tudo é pra mim? — pergunta ele com



um sorriso sexy no rosto. Percebo que está tudo
bem, ele não notou o sumiço da pasta.
— Sim, meu amor! — respondo sorrindo.
— Acho que morri e fui ao céu.
— Que tal dispensarmos o café e irmos direto
pra sobremesa?
— Mulher, assim você me tem rendido aos
seus pés. Preciso descobrir onde comprou essa
roupa e encomendar mais, uma dúzia.
— Hum... Então quer dizer que você gostou?
— Se eu gostei? Meu pau está duro feito
pedra.
Fico de joelho na cama, sorrindo pra ele.
Quero que esse dia seja inesquecível, espero que
ele se lembre do que eu disser, do que farei. Quero
mostrar que o amo com meu corpo e com minha
alma. Ele é meu da mesma forma que eu sou dele.
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Arturo se aproxima, como uma fera pronta pra


atacar. Sem aviso ele acerta minha bunda com um
tapa forte, que me faz estremecer.
— Fique de pé.
Me levanto com cuidado, Arturo me olha
com uma intensidade que me faz ficar molhada. Ele
está sério, concentrado. Sexy pra caramba. Ele se
aproxima e quando menos espero começa a rasgar
minha lingerie com força. Me assusto com a
brutalidade, mas fico calada. Obediente, quero ser
tudo que ele precisa. Ele termina de rasgar as
laterais da minha calcinha me deixando nua a sua
frente.
— Pensei que tinha gostado da lingerie —
digo rouca.
— Eu gostei, mas prefiro muito mais você
sem ela. — Arturo deixa beijos molhados por todo
meu pescoço e colo. Eu tento não me mexer, mas

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estou toda arrepiada. Meus seios estão duros de


tesão, Arturo morde meu pescoço e eu gemo de
prazer.
— Calada, safada. — Sua voz de comando
mexe com todo meu corpo. Sinto-me ficar cada
segundo mais molhada.
— Eu quero que você grite bem alto há quem
você pertence, quem é seu dono.
Sinto uma vontade esmagadora de gritar e
dizer que não vou dizer isso. Mas uma outra parte
minha quer se render e fazer tudo para agradá-lo.
Arturo vê minha recusa e sorri pra mim. Ele parece
gostar de me ver teimar com ele, acerta um tapa
forte em minha bunda, mas não para aí. Acerta
outro e vai revezando entre cada lado de minha
bunda. Tentei pensar em algo para falar, mas a
intensidade dos tapas aumentava e a dor que eu
estava sentindo me impedia de dizer qualquer

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coisa que Arturo quisesse.


O que eu mais queria era ser toda dele, de
corpo e alma. Eu não encontrei palavras, talvez ele
tenha percebido porque cessou os tapas.
— Diga, minha cadelinha, diga a quem
pertence. — Ele foi direto e grosso.
— A você, Arturo. Apenas a você, meu dono,
meu marido, meu homem, meu tudo. — Ele sorri
pra mim, enquanto me soltava do seu aperto.
— De joelhos, minha cadelinha.
Obedeci de imediato, como se ele controlasse
todo meu corpo apenas com sua voz.
— Venha! — ordena.
Fui até ele que estava sentado na cama e ele
ordenou que retirasse sua calça. Eu estava nervosa
demais e não estava conseguindo, mas meu marido,
meu senhor, foi muito paciente comigo. Mostrou
como deveria fazer. Tirei primeiro o cinto, foi bem
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mais fácil. Então ele me mandou tirar suas calças,


isso tudo ainda de joelhos aos seus pés. Por fim
Arturo me mandou cuidar do seu pau como uma
cadelinha obediente.
Eu sabia, estava salivando, beijei e lambi seu
pau, com gula, faminta para mostrar o quanto eu o
queria, o quanto eu o amava.
Chupei com força olhando em seus olhos,
Arturo joga a cabeça pra trás, gemendo. Ele ficou
de pé e ordenou que continuasse de joelhos, eu o
fiz.
Depois disso mandou que colocasse meus
braços para trás, e abaixa-se a cabeça como uma
boa cadelinha obediente. Fiz tudo o mais rápido
que consegui.
Arturo então me pegou pelos cabelos e
começou a forçar seu pau em minha garganta. Em
algumas vezes, me fazendo sufocar e lacrimejar um

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pouco. Quando ele soltou tirei ele da minha boca,


para poder respirar melhor, foi questão de
segundos.
Arturo me levantou, para depois me jogando
com força na cama. Amarrou com uma corda que
nem tinha notado que estava ali. Prendeu meus dois
braços juntos e minhas pernas bem aberta, me
sentia exposta. De forma envergonhada, mas foi só
olhar pro seu rosto contorcido de prazer que toda
vergonha sumiu, dando lugar ao desejo. Ele se
sentou na cama novamente e mandou que
eu ficasse calada enquanto ele ia saborear seu doce
favorito. Arturo ataca minha boceta primeiro
mordendo e depois lambendo cada pedacinho dela
me deixando à beira de um abismo.
Mordo meus lábios pra não gritar, ele não dá
trégua, acelera os movimentos com a língua
brincando com meu clitóris. Eu gozo gemendo

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baixo torcendo pra ele não ouvir. O orgasmo é tão


forte que tremo inteira. Arturo não diminui as
mordidas em minha boceta, agora trabalha com os
dedos um em minha boceta e outro desliza por meu
cuzinho. Aquela sensação de queimação tão
deliciosa, bem devagar começou a enfiá-los mesmo
assim doeu muito, quase pedi pra parar. Mas eu
queria mostrar que era sua e o quanto eu o amava.
Arturo tirou os dedos e senti seu pau tomando seu
lugar, me senti cheia, apertada. Um prazer
indescritível me alastrou e assim Arturo começou
as estocadas fortes, que continuaram, até me fazer
gozar. Ele estimulou meu clitóris com uma mão e
com a outra dava tapas ardidos em meus seios que
já estavam vermelhos. Mas isso só me deixava mais
louca de prazer.
— É assim que você gosta, minha putinha
safada?

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— Sim, Arturo, sim. Não para! — gemo alto.


Arturo não para, acelera até ele gozar feito louco,
me enchendo com seu gozo. Beija minha boca,
nossos corpos suados e cansados do orgasmo
devastador que tivemos.
— Eu te amo, Arturo, você é meu, apenas
meu — digo possessiva, Arturo sorri pra mim e
desamarra minhas mãos e meus pés, massageia o
local com delicadeza. Suas mãos fortes, tão
carinhosas me deixam relaxada.
Nunca senti tanto prazer como naquele
momento. Arturo me deitou em seus braços, foi
muito carinhoso.
— Eu te amo, minha rainha. Eu sempre vou
cuidar das suas necessidades. Você é tudo pra mim,
é o ar que eu respiro. Eu não sei o que seria de mim
sem você. — Nesses momentos, quando ele me
chama de rainha e fala o quanto me ama, dói,

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machucar me fere demais. Uma lágrima teimosa cai


do meu rosto, eu adoro quando ele me chama
assim. Não saímos de casa, ficamos a manhã toda
na cama não amando. Estávamos em uma bolha de
prazer, só eu e ele.

Acordo com as pernas de Verônica enroladas


em mim. Ela não teve pesadelos. Isso é bom, olho
pra sua barriga lisa, apenas uma pequena cicatriz.
Onde ela recebeu a pancada, e perdeu nosso bebê.
Eu queria tanto que ela estivesse grávida, se nosso
filho não tivesse morrido agora sua barriga estaria
apontando, eu adoraria acordar e conversar com
nosso filho, beijar toda sua barriga, fazer planos,
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escolher o nome... Tudo com ela seria perfeito.


Nossa família seria grande, eu não pararia em um
filho só, no mínimo três. Eu preciso convencer
Verônica a procurar um especialista, já é tempo de
conversamos sobre isso. Eu quero uma família com
a mulher que amo. Ela tem que entender isso, nós
podemos ir pra fora do país, posso contratar com
melhores especialistas em fertilidade do mundo.
Ninguém vai tirar meu sonho de ter uma família,
muito menos à cadela da Carolina. Me levanto com
cuidado para não a acordar, pego meu charuto e um
copo de uísque e vou pra varanda do nosso quarto.
Verônica continua dormindo, aproveito pra ligar
pra Scott e resolver algumas pendências. Logo em
seguida minha mãe me liga, não estou com cabeça
pra falar com ela agora, ignoro sua chamada e
penso no que Dimitri me disse. Talvez seja melhor
eu e Verônica sairmos da cidade, quem sabe irmos
pra ilha só nós dois. Mas ao mesmo tempo não
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posso deixar toda a responsabilidade da Cartier na


mão do Scott. Caso houver uma interdição judicial,
ele não conseguiria fazer nada. Não sei o que fazer,
o melhor seria se o FBI não estivesse ao meu
encalce. Sinto mãos quentes me rodearem e as
reconheço imediatamente.
— Já levantou?
— Senti o vazio na cama. Vi que não estava.
Olho para a lua cheia iluminando à noite.
Sinto um pressentimento ruim, que algo vai
acontecer. Verônica me abraça colocando seu rosto
em meu peito, e me olha com seus olhos brilhantes.
— Estava pensando em te levar pra jantar
fora, o que acha?
— Maravilhoso, senhor Cartier. Faz tempo
que não saímos pra jantar só nós dois. Podemos ir
ao Savoy. Adoro a comida do Gordon — responde
sorrindo.
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— Eu pensando bem, talvez depois do jantar


poderíamos quem sabe ir ao clube. Fico parado
digerindo o que ela acabou de dizer.
— Está falando sério? Você quer mesmo ir
pro clube? Não tinha dito que não voltaria lá até
Selene estar fora.
Ela, respira fundo antes de dizer.
— Eu sei, mas pensei bem e eu a quero fora,
contudo, não é justo ficar te pressionando
pra isso. Eu quero mostrar a você que posso ser
tudo que você deseja, quero mostrar o quanto eu o
amo, o quanto o desejo.
— Não precisa provar nada, meu amor. Eu
confio em você, eu acredito no seu amor —
respondo beijando seus lábios com delicadeza.

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Passamos uma noite agradável, jantamos no


melhor restaurante de Londres, mas confesso que
não via a hora de chegar em frente aos portões do
clube. Verônica está ansiosa hoje, eu notei que ela
está tentando me dizer algo. Mas é como se
estivesse se preparando pra falar.
Entramos no Lê Domain, tiro nossos casacos,
o cheiro característico do ambiente toma conta.
Pego uma bebida servida por um garçom que passa
à nossa frente, um cantor canta ao vivo no palco
light.
— É quem eu penso que é?
— Sim, bebê. The weekend.
— Nossa, não sabia que ele cantava em
lugares como esse.
— O dinheiro compra tudo e outra nessa área
não acontece nada de tão extraordinário. Vamos
caminhando juntos para o segundo andar onde a
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uma sauna com três piscinas e mais duas salas de


entretenimento. Em uma dela um cara está
amarando cordas ao redor dos seios de sua
submissa, posso notar que seus seios estão
vermelhos pela falta de circulação de sangue. Em
outra sala uma cena hard core acontece, uma
mulher se engasga enquanto chupa o pau de um
cara ruivo de cabeça pra baixo amarrada ao teto.
— Ela está bem amarrada, não se preocupe
— digo para Verônica que olha assustada.
Uma loira provavelmente a mulher do ruivo
ataca sua boceta com choques elétricos. Isso não
causa dor, apenas a deixa a borda de um orgasmo.
Verônica olha tudo com os olhos vidrados com
curiosidade, penso em tudo que podemos fazer. Ser
um fetichista me levou a conhecer cada uma das
técnicas e descobrir o que mais me excita, tem
tantas coisas que quero tentar com ela. Nunca quis

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tanto ter uma escrava como quero com ela. Arrasto


Verônica para o corretor dos tatos onde fitas de
náilon fazem o papel de parede. Puxo-a deixando
colada em uma parede de tecido, beijo seus lábios
carnudos com força e ela geme em resposta.
Adoro ver sua entrega, puxo suas mãos pro
alto e toco sua boceta por cima da roupa.
— Está pronta, bebê? — pergunto mordendo
seu pescoço.
— Estou louco pra foder você, até sentir
minhas bolas entrando.
— Sim, Arturo, eu quero tudo com você —
geme manhosa, a puxo pelos braços até um
corredor.
Entramos em uma sala de exibição aqui
qualquer um pode nos ver. Verônica está excitada,
eu sei, posso sentir o quão afetada ela está. Ao
contrário do outro dia, hoje todos podem se ver, as
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luzes estão acesas. Vejo alguns casais se reunindo


ao nosso redor, eu sinto que ela está envergonhada,
mas preciso fazê-la se abrir. Confiar plenamente no
prazer que eu posso fazê-la sentir. Nos sentamos
em uma shanise que se encontra no centro da sala.
Seu olhar se volta a um casal que se beija,
desesperadamente ao nosso lado. Eu sei que isso
tudo a atrai, ela deseja tudo tanto quanto eu. Ela
gosta de ser observada tanto quanto gosta de
observar.
Verônica estava trêmula de medo, apavorada.
Fiz uma massagem relaxante
— Ei, sabe que pode desistir a qualquer
momento, não sabe?
— Sim, eu sei. — Seu olhar se volta à porta e
lá vejo Selene com um negão. Ela se esfrega nele
de forma provocativa. Olhando pra Verônica em
desafio.

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Verônica retribui me beijando, mas nesse


momento nós esquecemos tudo ao nosso redor.
Apenas eu e ela estávamos ali. Depois fui lhe
tocando. Aos poucos Verônica foi se soltando,
ficando mais à vontade. Quando começou a gemer,
querer me tocar amarrei-a. Já estava no ponto.
Amarrei as suas mãos atrás da cabeça, deitada no
cavalete, barriga pra cima. De calcinha ainda, que
era um tanto provocadora.
Inclinei-me ao seu lado e comecei fazendo
massagens por todo seu corpo até seu clitóris, por
baixo da calcinha. De vez em quando eu tirava a
mão, pegava seus seios e amassava e dava
puxões para cima, para baixo. Foi assim que ela foi
se soltando e ficando louca de tesão. Depois falei
que ia vendá-la para que ela não visse a plateia.
Isso a deixaria mais calma.
— Você quer continuar, minha cadelinha?

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— Sim — respondeu sem fôlego.


Ela aceitou, eu vibrei por dentro e a vendei,
morrendo de tesão. Sentei a seu lado e comecei a
passear o chicote de conta por toda sua barriga e
seios parando em sua bocetinha, sua calcinha
estava encharcada, passei o chicote por todo seu
corpo, arrancando-lhe arrepios de prazer e tesão, e
descia até as coxas e voltava. Ela gemia muito, se
contorcia toda, arqueava seu corpo e me dava uma
visão deliciosa de seus seios empinados, me
causando uma excitação intensa. A plateia apenas
observava calados, ninguém jamais ameaçaria
tentar tocá-la ou se aproximar sem minha
permissão. Meus dedos se detinham em sua
calcinha.
— Arturo, eu não vou aguentar muito tempo.
— Ela solta seus primeiros gritinhos de prazer.
Seu tesão estava tão forte a ponto que tentava

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se ajudar, fechando suas pernas para segurar minha


mão ali no meio, acariciando-a.
Então, saí de seu lado, e o silêncio que se
seguiu só foi quebrado, quando sentiu que peguei
um de seus lindos pés, e amarrei-o à lateral do
cavalete fazendo o mesmo com o outro.
— Assim não vale! Já é tortura!! Arturo.
Coloquei minha mão, cobrindo-lhe a boca e
disse:
— Caladinha. Minha putinha, fica quietinha
aí, se não te coloco uma mordaça também!
Me distanciei um pouco de Verônica e
admirei aquela linda fêmea amarradinha, prontinha
para ser devorada. Comecei a chupar os dedos dos
pés. Ela começou gemendo alto. Depois de um
pouco de tratamento nos pezinhos, fui subindo aos
poucos pelas pernas. Ao tocar sua calcinha, percebi
que estava bem molhadinha. Dei um tapa no
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montinho e na mesma hora puxei sua calcinha pra


cima com força rasgando.
— Arturo! — gritou de prazer e lhe dei um
leve tapa no rosto.
— Eu mandei ficar quieta, senão ia
amordaçá-la.
— Eu não aguento mais, eu preciso gozar. Eu
quero você dentro de mim — reclamou, eu não dei
ouvidos e continuei, fui descendo chupando desde
seu pescoço até os seios. Onde lambi, dei mordidas
e desci até o umbigo, lambendo-o. Ela gemia alto e
se debatia muito. E quando toquei com os dedos no
montinho dela, de cima para baixo quase grita.
Verônica é muito sensível, eu amava isso
nela. Meus dedos, foram roçando seu "buraquinho".
Acariciava bem devagarzinho, pra cima e pra
baixo...
Ela dava pulos de prazer e quase no êxtase,
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começou a gritar.
— Arturo, eu preciso de você, seu canalha,
pare de me torturar. Não é justo! — gritou ela. E eu
me deliciava ainda mais. Quando ela estava quase
gozando. Parei tudo, peguei uma mordaça e
amordacei-a bem rápido, quase a assustando.
Peguei um pequeno vibrador e coloquei
dentro dela, puxei uma cadeira sentando dos seus
pés e comecei a brincar, ligando e desligando
quando ela estava quase gozando. Que tesão, essa
mulher será minha ruína. Continuei assim por um
bom tempo... E fui massageando meu pau por cima
da calça, todos nos olhando. Aquilo era delicioso
demais... até que pensei. Foda-se eu quero vê-la
enlouquecer. Liguei o vibrador no máximo e fiquei
olhando-a se debater, contorcer e gozar por várias
vezes, ali sozinha. Gemidos abafados pela mordaça.
Foi incrível, Verônica suava, tremendo após

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o orgasmo intenso. E quando desliguei. Tirei a


venda do seu rosto e desamarei suas mãos. Ela
estava vermelha, suada, mas ainda assim a mulher
mais linda que já vi na vida.
— Exausta? — pergunto, ela fez que sim...
Foi quando coloquei o pau pra fora da calça e caí
em cima dela, penetrando fundo, mostrando a todos
a quem ela pertence. Segurei-a pelos cabelos e
estoquei forte profundamente, Verônica grita meu
nome.
Eu beijo seus lábios, que estava louco pra
beijar. Suas unhas rasgam minha pele. Eu não
perdoo, castigo sua boceta com meu pau, ela sorri e
rebola gozando. Beijo seu pescoço. Até chegar aos
seus seios, mordo o biquinho deixando vermelho e
meto com tudo até gozar também a enchendo com
minha porra.
Carrego Verônica em meus braços, ela

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desmaiou cansada. A levo com cuidado até o quarto


que mandei fazer somente pra nós dois, aqui no
clube. Contudo, no caminho encontro com Selene.
Ela me olha sugestiva, eu finjo que não percebo.
Pensando bem, vejo que Verônica tem razão, talvez
o melhor seja eu me livrar dela o mais rápido
possível. Antes que ela atrapalhe meu casamento.
Em nossa cama, tiro o cabelo do seu rosto.
Tomo um banho rápido e volto pra cama, me
deitando ao seu lado. Verônica se aninha ao meu
corpo. Sou o homem mais sortudo do planeta, eu
tenho a mulher mais perfeita que pode existir.
Durmo ao seu lado, pensando que mesmo que o
mundo desmorone lá fora eu estarei bem, desde que
nós estejamos juntos.

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Meu telefone toca, assim que acordo, vejo no


visor o número de Amanda, o que pode ter
acontecido? Atendo sonolenta, mas alerta.
— O que foi Mandy?
— Verônica, o FBI está atrás do Arturo, ouvi
Scott falando com ele sobre um tal Dimitri. Isso
quer dizer que o cerco está fechando. Acho que
você precisa tomar uma decisão, antes que seja
tarde — fala com a voz trêmula, eu percebo que ela
me esconde algo.
— Mandy, está tudo bem? Você está
estranha.
— Não foi nada, apenas uma decepção atrás
da outra, mas eu deveria saber que isso seria assim.
— Do que está falando? O que houve?

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— Não foi nada, apenas confusa sem saber o


que fazer.
— Ei, não fique assim, quer que eu vá pra aí?
— Não precisa, eu estou bem, quando foi que
deixei um homem me derrubar?
— Tudo bem, eu acredito em você, mas
qualquer coisa, me ligue. Vou ligar para o Michael
e conversar com ele, antes de tomar uma decisão.
— Sabe, na minha opinião, eu ainda acho que
você tem que desistir e lutar pela sua felicidade.
— Eu não acredito, mas em felicidade, em
final feliz, não pra mim, não depois de tudo que eu
fiz.
— Pense no que disse, você tem o direito de
ser egoísta e pensar em si mesma.
Desligo o telefone e fico pensativa, deixo pra
ligar pra Michael depois. Entro no closet e meus
olhos olham direto pra o lugar onde escondi a
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caixa, com o diamante e a carta. Vou em sua


direção, abro com cuidado, minhas mãos parecem
queimar. Pego o diamante e a carta, junto uma foto
minha com David. Olho para o seu rosto sorridente
e algo em mim mudou, percebo que seu sorriso é
forçado. Não é o mesmo sorriso natural que Arturo
tem quando me olha. Abro a carta, ela não é a
única, tenho variadas outras do tempo que ele
esteve na prisão. Toda via essa é a mais importante,
leio tudo atentamente, sinto um nó se formar em
minha garganta. Seguro o diamante nas minhas
mãos, ele é tão lindo, é maior que a pedra que
Arturo usou pro meu colar. Não foi encontrada
mais, nenhuma outra gema colorida na Serra azul.
Um verdadeiro milagre da natureza em meio a
tantos diamantes encontrar, um vermelho, e muito
raro. Deixo os diamantes de lado e decido ligar pra
Michael.
— Michael! — falo assim que ele atende.
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— Oi, Verônica, que bom que ligou,


precisava falar com você! Já decidiu se vai entregar
Arturo? Meu contato seguro não vai usar seu nome,
quando a bomba estourar.
— Michael, eu não sei se quero fazer isso! Eu
tenho medo, eu...
— Verônica, o que foi? Cadê a mulher forte
e decidida que eu conheço? Aquela que ajudou um
cara qualquer, a não cometer a pior burrada da sua
vida?'
— Eu acho, que ela não existe mais.
— Não fale isso.
— Me desculpa, Michael, eu não sou forte
pra seguir com isso.
— Verônica, eu não queria te contar, mas
acho que você está muito confusa e com medo,
pode ser que isso a faça tomar uma decisão.
— O que mais, você poderia me dizer, que eu
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ainda não saiba?


— Lembra que após a morte do David você
me pedido pra investigar o incêndio? — sinto meu
coração acelerar, ansiedade toma conta.
— Fale, Michael, sem rodeios.
— O laudo pericial foi decisivo, o incêndio
foi criminoso, alguém colocou fogo no pavilhão,
onde David estava. — Meu coração acelera, a
constatação de algo que eu já imaginava, machuca
demais.
— Você acha que foi ele?
— Desculpa, Verônica, mas testemunhas
viram uma van, logo pela manhã nas dependências
da prisão. Sabe que aquele lugar era muito bem
guardado, uma van entrar na prisão só com a ajuda
de alguém de dentro. Eu visitei o colega de cela no
David. O cara saiu ileso, porque ao contrário do
David, ele estava na cela deles na hora do incêndio.
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— Eu não entendo, como David foi parar no


pavilhão errado?
— Seu colega de cela me contou, que um
carcereiro o levou ele até o pavilhão, onde seria o
incêndio horas antes. Segundo ele, seria um
remanejamento de presos. David foi levado até lá,
ao que tudo indica todo estavam armados.
— Isso só significa uma coisa...
— Exatamente onde eu quero chegar! Foi
tudo uma armadilha, pro cara estar na hora do
incêndio, no único pavilhão que não tinha sistemas
de irrigação, contra incêndios. O fogo se alastraria
rapidamente, não deixando sobreviventes.
— Meu Deus, Michael, eu não acredito que
Arturo foi capaz disso, já não bastava o ter
colocado na cadeia, ainda o matou e de uma forma
tão cruel.
— Eu sei que está começando a nutrir
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sentimentos por esse homem, mas, Verônica, você


merece coisa melhor do que esse pedaço de merda.
Termine com isso de vez e iremos pra longe daqui
e você poderá viver sua vida.
— Obrigada, Michael, me passe o telefone do
seu amigo, eu vou pensar no que fazer.
Desligo o telefone com as mãos trêmulas. A
lembrança daquele dia, vem como um filme em
minha cabeça. As chamas o fogo, o cheiro horrível
de corpos carbonizados, familiares gritando por
seus parentes, o desespero. A notícia que ele estava
morto, lágrimas caem sem parar, a realidade me
assombra.
Eu sei que isso vai doer, mas é a coisa certa
a fazer. Vou ignorar meu coração e agir com a
razão e o momento mais esperado. Pego meu
telefone e faço a ligação, que naquele momento,
destruiria minha vida. Estava agora indo ao

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inferno, apenas para entregá-lo ao diabo.


Quando enfim já está tudo feito, caio do chão
aos prantos, acabou, sinto meu coração ser
esmagado. O ar chega a faltar. Acho que ali, que
tive a certeza que não teria mais volta. Era o fim.
Fiquei por duas horas sentada no chão do quarto,
chorando segurando as malditas pedras. Só que
agora ao invés de uma, eu seguro as duas, lembro-
me dos dias que passei chorando, desse mesmo
jeito por David. Contudo, a dor de agora não se
compara, essa dor e mil vezes pior.
Eu tentei me enganar, por tanto tempo, mas a
verdade está na minha cara. Eu o amo, amo com
todas as minhas forças. Esse amor foi perigoso,
mas foi a melhor coisa que aconteceu na minha
vida. E jamais amarei alguém, como amo ele,
Arturo Cartier meu marido.
— É isso, ele é meu, eu não posso, eu não

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posso!! — Grito comigo mesma, me arrependo do


que acabei de fazer. Olho para o telefone
arrependida. Agora a ficha caiu que eu não posso
viver sem ele. Eu o amo e não me importo dele ser
um criminoso. Arturo é o amor da minha vida, eu
preciso encontrá-lo, eu vou contar a verdade. Vou
ser sincera, eu vou implorar seu perdão, nós
podemos fugir. É isso, nós vamos embora pra longe
daqui, ele vai me entender. Arturo ama, eu o amo,
eu não posso deixar nada acontecer com ele. Vou
impedir sua prisão antes que seja tarde. Saio da
mansão desesperado.
Dirijo desesperada, sem respeitar a
sinalização, meu coração diz que é tarde demais.
Contudo tenho esperança, eu preciso ter fé no amor
que ele sente por mim. Esse amor é mais forte que
tudo. Ele pode ficar bravo, magoado, brigar
comigo, mas no fim vai me perdoar. Droga quem
eu quero enganar. Ele não vai me perdoar nunca.
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Ando de um lado pro outro, enquanto meu


telefone chama sem parar. Já é a terceira vez que
ligo pro Dimitri, sem resposta. O desgraçado ainda
não voltou, e eu sinto que o cerco está se fechando.
Quando a calmaria é demais, eu até desconfio.
Sinto que o FBI apronta algo.
— Senhor Cartier?! — grita Ellie assustada,
entrando em minha sala. — Senhor, a polícia!!!
— Se acalma, Ellie, e me diga, o que está
acontecendo?
— A polícia senhor, a polícia cercou a
Cartier, eles estão entrando. Um segurança
conseguiu me avisar agora... — Ela não tem tempo
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de termina, vários policiais armados entraram em


minha sala apontando armas pra mim. Nem tenho
tempo de pegar minha arma, fui pego totalmente de
surpresa.
— Senhor Arturo Cartier? — Pergunta um
dos policiais, com distintivo de detetive.
— Sou eu! Espero que tenham um mandato,
para estarem invadindo minha empresa.
— Aqui está o mandato, senhor Cartier —
olho aquele papel em choque, paralisado.
— Arturo Cartier, o senhor está sendo preso,
por formação de quadrilha, estelionato, lavagem de
dinheiro, tráfico ilegal de armas e tráfico de
influência. O senhor tem direito de permanecer
calado e falar apenas na presença de um advogado.
— Assim que ele termina de dizer a porta abre com
tudo, e Brian saí por ela desesperado.
— Senhor Cartier! — grita ao ser pego por
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um dos policiais que estava na sala.


— Por favor, ele não tem nada a ver com
isso. Ele é apenas um funcionário. — Sou
algemado e arrastado até a porta, quando passo
perto de onde Brian estava, ele grita desesperado:
— Senhor Cartier, eu preciso te contar algo
sobre sua esposa, é urgente.
— Como vê, Brian, agora não é o momento.
— Sou levado pelos polícias, todos os funcionários
olham assustados a cena. Scott aparece e tenta se
aproximar de mim, mas é impedido, ao todo deve
ter mais de vinte policias dentro da Cartier.
— Arturo, eu vou te ajudar, eu já liguei pros
nossos advogados — fala Scott, gritando por entre
a confusão. Nem eu e nem ele jamais imaginava
que isso pudesse acontecer. Na entrada da empresa
uma multidão de repórteres já estava posicionada.
Sou arrastado como um cão da minha própria

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empresa. Um a Mercedes Branca para na nossa


frente eu reconheço imediatamente. Verônica!
Ela não desce, apenas olha pra mim, com os
olhos repletos de lágrimas.

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CAPÍTULO 32 - O que
acontece em Vegas não
fica em Vegas...

“Não existe triunfo sem perda, nem a


vitória sem sofrimento.”

Não consegui chegar aos finalmente com


Victor, ele é um cara legal, mas não sei, algo em
mim me fez pará-lo. Confesso que pensei naquele
canalha, o maldito lobinho. Mesmo ele não,
merecendo um mísero pensamento meu, eu não

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consigo deixar de pensar nele.


— Vamos, princesa, te levo pra casa — diz
Victor.
— Victor, desculpa mais uma vez por
estragar sua noite — insisto.
— Não se preocupe, ver você dançar daquela
forma já compensou a noite. Eu gostaria de quem
sabe sair pra jantar e te conhecer melhor. — Me dá
um sorriso lindo.
— Eu adoraria, Victor, também gostei da sua
companhia, mesmo nessas circunstâncias — aceito,
forçando um sorriso.
Entro no prédio sozinha com os saltos nas
mãos. Fico lembrando do safado do Scott beijando
a cadela da Selene e me sobe uma fúria. O elevador
parece demorar uma eternidade pra chegar ao meu
andar. Fico parada na porta do elevador criando
coragem pra seguir em frente, já que na porta do
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meu apartamento se encontra certo lobinho.


Respiro fundo e sigo até a porta, não há como
entrar sem que ele me veja.
— Cadê ele? Me fala onde aquele desgraçado
tá que eu vou acabar com a raça dele! —fala Scott
bêbado e cambaleando.
— Sai daqui, vai pro seu apartamento ou
você vai acabar acordando o prédio todo! — digo já
irritada.
— Você transou com ele?
— Isso não é da sua conta. — Que cara de
pau, se eu transei ou não, não é da conta dele.
— Fala pra mim. — Me puxa pelo braço,
bloqueando minha entrada no apartamento. — Fala
pra mim que você teve coragem de dormir com
aquela ameba do Adolpho? Você teve coragem de
dar aquilo que me pertence?
— Eu não pertenço a ninguém, apenas a mim
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mesma — falo tentando me soltar.


— Não, não, você tá enganada, você é minha,
sua bruxa, você é só minha, morena e nenhum
político de merda vai te tirar de mim!! — diz com a
voz alterada.
— Scott, você tá bêbado, vá para sua casa
tomar um banho, amanhã estará melhor.
— Era isso que você queria, não é?! Sua
praga, você quis me machucar transando com
aquele desgraçado, só para me ver sofrendo!!! —
Grita histérico.
— Os vizinhos vão chamar a polícia —
sussurro e tentando o fazer parar.
— Eu não ligo, deixa eles chamarem, podem
chamar até o Papa! — grita de volta. — Eu vou
contar pra eles o que você fez, sua Diaba. Você
roubou meu coração só para depois destroçar ele,
ficado com outro.
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— Scott, você não sabe o que tá falando, eu


preciso entrar. — Não acredito no que está
acontecendo.
— Olha pra mim, morena — fala tão perdido
que não consigo evitar olhar pra ele. — Olha bem.
— Se ajoelha no chão. — Era assim que você me
queria? Rendido, implorando que me perdoe por
ser um fraco, eu juro, Amanda, que se eu pudesse
voltar atrás, jamais deixaria você ser tratada
daquela forma.
— Scott, levanta, não faça isso! — Meu
coração está na mão, quase saindo pela boca.
— Você não entende. — Se levanta
cambaleando, batendo na parede ao lado. — Eu não
consigo dormir sem você, mal consigo comer,
respirar longe de você, sua bruxa. Você me
estragou, eu não sirvo pra mais nada além de
pensar em você. E agora só de lembrar que Victor...

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Ele te... eu não consigo fechar os olhos e não


lembrar de você nos braços dele.
— Para, para, Scott, eu não vou cair nesse
papo de bêbado, me dê sua chave — tento ser
firme, mesmo que por dentro esteja desmoronando.
Scott me entrega a chave, seu olhar está desolado,
nunca imaginei vê-lo assim, abro porta e levo-o
para o banho frio mesmo.
— Sua maldita, aposto que está fazendo isso
pra me castigar mais ainda, essa água acabou de
sair da geladeira ou foi buscar direto do Alasca? —
resmunga batendo os dentes.
— Cala a boca e se lava, tenta acordar desse
porre, espero que não tenha dirigido até aqui. Seria
muita irresponsabilidade da sua parte. — Só de
imaginar que poderia acontecer algo.
— Um segurança me trouxe. — Me olha de
lado. — Falando assim, até parece que você se

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preocupa comigo.
— Eu não deveria, você não merece que me
importe, seu cachorro, mas faria isso por qualquer
um — ajudo o safado a se vestir, ele ainda faz
gracinha, deixo Scott na sua cama. Ele logo pegou
no sono, não sem antes dizer que me ama e que
quer casar comigo e ter oito filhos. Não ligo, deve
ser bobagem porque sei que na realidade ele não é
assim...

Tive pesadelos à noite toda com Amanda,


depois com o meu avô. Até liguei pro desgraçado
do Adolpho, mas ao que parece meu avô está bem,
só não quer me ver.
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Quando acordei estava na minha cama, de


banho tomado. Aos poucos fui lembrando de como
vim parar aqui, Amanda no clube, Adolpho, Selene
se insinuando pra mim. Amanda falando tudo
aquilo pra mim, depois de dançar daquela forma e
por fim ela naquele maldito quarto com Victor. As
imagens ainda estão nítidas em minha cabeça da
mesma forma que em meu pesadelo. Entretanto, no
meu sonho foi mil vezes pior, Victor rouba ela de
mim. O desgraçado acaba casando com a minha
mulher. Eu fiquei paralisado, até tentava me mexer,
mas algo me segurava no chão, fiquei lá, vendo
tudo, sem fazer nada. Só pode ser um pesadelo
mesmo, jamais deixarei que isso aconteça, Amanda
é minha e de mais ninguém.
Levanto, tomo um banho rápido e fico
pensando no que fazer, eu deveria simplesmente
desistir. Mas ela cuidou de mim ontem à noite e
isso mostra que ela se importa. Depois do que fiz
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eu merecia amanhecer jogado no corredor, mas


não, ela me ajudou. Não posso esquecer a ligação
que temos juntos... Se meu avô não tivesse chegado
e estragado tudo, estaríamos os dois na cama nos
amando. Ela me ama, eu tenho certeza, meu
coração diz isso. Só pode ser uma doença, eu virei
uma bichona que agora só sabe falar de sentimento,
no que essa morena me transformou?
Ela pode negar, mas eu sei, eu vejo isso em
seus olhos, eu só preciso a fazer enxergar isso, não
posso desistir. Eu preciso lutar, ela só está ferida
por tudo que eu já fiz. Eu só preciso mostrar que a
quero de verdade. Não são só palavras vazias,
como ela mesma disse.
Tomo um café forte pra tentar curar a
ressaca. Ligo para meu amigo de Vegas, tive uma
ideia maluca e perigosa, mas nesse momento tenho
poucas opções. Saio de casa ansioso pra colocar

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meu plano em prática. Vou pra Cartier e no


caminho ligo pro piloto do jatinho da empresa,
deixo tudo preparado. Agora eu só preciso do
principal, isso será mais difícil. Contudo, não a
nada que o dinheiro não dê jeito. Chamo Suely e
coloco-a pra resolver os detalhes da viagem. Me
foco no que tem que ser feito pra mais tarde, fico
imaginando qual será a reação da Amanda quando
acordar amanhã ao meu lado.

Acordo com a garganta doendo, minha


cabeça parece que vai explodir. Sinto tudo rodando
e tenho dificuldade em abrir os olhos. O que foi que
aconteceu? Só pode ser ressaca e das bravas, forço

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meus olhos a abrirem, sinto uma perna pesada em


cima de mim. Droga, onde estou? Eu estava no meu
apartamento, dormi lá, o que está acontecendo?
Abro os olhos, fico meio tonta, empurro a
perna de cima de mim e acabo tropeçando na barra
do vestido que estou usando e caindo de cara no
chão. Me levanto meio confusa. Eu me lembro de
sair da Cartier e ir direto pra casa, mas não me
lembro de nada mais.
— Puta que pariu! — grito aterrorizada e em
pânico com o que vejo na cama, só posso estar em
algum sonho louco. Não, não, isso não pode estar
acontecendo, caralho, inferno, não é real, não pode
ser! Pétalas de rosas pela cama e pelo chão...
Vejo Scott deitado de bunda pra cima. Porém
o que me chama atenção é a roupa que ele veste,
não só a dele como a minha também. Estou com
um vestido branco todo amarrotado, estilo sereia.

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Pior que não é qualquer vestido, é a porra de um


vestido de noiva. Não... Não. Que porra tá
acontecendo? Olho para as minhas mãos e tenho
um choque ao ver um anel de casamento nela e
junto uma aliança. Só pode ser uma brincadeira de
muito mau gosto. Já nervosa tento pensar em algo
que explique isso. Ando de um lado pro outro, a
porta do quarto tá travando, tento abrir, mas não
consigo. Minha mente está em branco. É como se
tivessem apagado minha memória, só me lembro de
estar em casa, como é possível? Olho ao redor do
quarto, com a vista panorâmica da sacada vejo
luzes que poderia reconhecer em qualquer lugar do
mundo.
Vegas, eu estou em Vegas. Como isso é
possível? Eu não acredito! Vegas, merda, não... Ele
não faria isso, não, ele não seria capaz! Ando como
uma raposa pronta pra atacar sua presa, nesse caso
esse filho da puta, vou até sua mão esquerda, vejo
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uma aliança igual a minha.


— Seu desgraçado!! — grito puta da vida,
tacando uma almofada nele. — Acorda seu infeliz,
acorda seu filho da puta!
— O que foi, mulher? Calma! — diz Scott
acordando assustado. — Calma, amor, fica
tranquila.
— Amor o caralho, me explica que palhaçada
é essa?! — digo mostrando minha mão com a
aliança e meu vestido.
— Amorzinho, sei que você tá nervosa, mas
me deixa dormir só mais um pouco? Depois a gente
conversa — fala e vira a cabeça pro lado, no
travesseiro.
— Seu filho de uma égua, me fala, Scott, o
que eu to fazendo em Vegas? E pior, com você
vestida com esse vestido ridículo?! — grito,
puxando o travesseiro da cabeça dele.
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— Amor, eu não to entendendo nada — fala


confuso e com cara de sono.
— Para de me chamar de amor, seu infeliz!!
— Tudo bem, tudo bem — sorri pra mim. —
Prefere que eu te chame de esposa ou prefere
Senhora Strauss? — Assim que entendo o que ele
quis dizer, me transformo em uma onça.
— Senhora Strauss merda nenhuma, que
brincadeira de mau gosto é essa? — Scott senta na
cama e me olha com aquele sorriso cafajeste.
— Querida, não diga que se esqueceu da
noite de ontem? Você estava tão desesperada pra
me amarrar a você que insistiu em vir a Vegas se
casar comigo, nos casamos ontem com direto a
vestido, aliança e Elvis de padre. Foi lindo, tenho
até fotos e a certidão pra provar! — Ele pega no
bolso do paletó que está vestindo um papel
amassado e me entrega seu celular, olho as fotos

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horrorizadas. Tomo o papel das suas mãos, leio


atenta a todos os detalhes tentando achar um erro
no que tá escrito.
— Isso não é possível, não deve ser verdade,
jamais faria algo impulsivo assim, isso deve ser
falso, só pode ser.
— Claro que não, você pode levar pra um
advogado, ele vai atestar que esse documento é
verdadeiro. Meu amor, nós estamos casados, agora
somos marido e mulher. — O filho da puta dá um
sorrio brilhante, que vontade de arrancar seus
dentes da boca.
— Isso não deve ter validade! — tento pensar
em uma saída. — Eu não posso ter feito isso, isso tá
errado.
— Minha querida, nosso casamento é muito
válido e foi até mesmo consumado — pisca pra
mim.

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— Para de me chamar de querida, eu só


poderia estar drogada ou algo do tipo — ando de
um lado pro outro, isso não pode estar acontecendo,
não mesmo. Um estralo vem na minha cabeça no
momento seguinte.
— Então é isso? Como não pensei antes,
você me dopou e armou toda essa furada, tudo isso
é uma armadilha sua! Isso é o quê? Vingança pela
Bibi?! Mas saiba que você mereceu tudo que eu fiz!
—aponto o dedo na sua cara, indignada.
— Você me ofende assim, esposa, jamais
faria algo desse tipo — sorri inocentemente.
— Seu desgraçado, Scott, eu vou te matar, eu
juro.
— Querida, você mal se casou e já quer ficar
viúva? — começo a dar tapas na sua cara, minha
raiva está no limite.
— Amor, pra quê tanta raiva? — diz o safado
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debochado, segurando meus braços.


— Me solta! — rosno, mordendo suas mãos e
ele só ri.
— Não, não, querida, agora você é minha e
eu tenho uma certidão pra provar isso, o lobo mau
vai comer a chapeuzinho! — Me puxa com força
para o seu colo, me beijando. Tento me soltar, mas
ele me segura com força em seus braços, me forço
a não corresponder seu beijo. O safado começa a
dar mordidinhas em meus lábios, meu pescoço, não
consigo evitar ficar toda arrepiada com seu toque, o
cretino percebe e sorri pra mim.
— Eu te disse, morena, que eu ia fazer de
tudo pra ter você pra mim. Pensou que eu estava
brincando? Você é minha, Amanda, você foi feita
pra mim e nem mesmo você pode contestar isso —
beija com delicadeza meu rosto.
Fico ofegante e trêmula, me odeio por isso,

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mas não consigo evitar, meu corpo traidor se


rendeu muito antes de mim, Scott sabe como mexer
comigo, sabe exatamente onde tocar. Logo não
aguento e correspondo ao beijo dele, nós dois nos
beijamos como se o mundo fosse acabar e só
existisse eu e ele ali.
— Eu não posso — falo entre gemidos.
— Pode, é claro que pode, eu sei que você
me quer da mesma forma que eu te quero.
— Não, não, isso tá errado. — Ele não cede
ao seu ataque, sua boca continua me devorando. —
Não, não podemos.
— Claro que podemos, não há nada de errado
em fazer amor com a minha mulher.
— Eu, não sou sua mulher! — rosno.
— Você é, morena, pode lutar o quanto
quiser contra isso, mas eu vou vencer, sabe por
quê? —pergunta convencido. — Porque você me
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ama.
— Não seu cachorro, eu não te amo. — Ao
invés dele me soltar, ele apenas sorri.
— Você ama, ama da mesma forma louca e
doentia que eu te amo, você pode não assumir, mas
eu ainda vou ouvir dos seus lábios que me ama —
fala compenetrado.
E eu não aguento, pode me culpar, foi mais
forte do que eu, o beijei mesmo sabendo que posso
me arrepender. Scott não perde tempo, puxa as
alças do meu vestido o rasgando com força,
atacando meu colo com sua boca gostosa.
— Eu já disse que amo seus seios? Eles são
perfeitos, adoro morder os biquinhos e ver como
eles endurecem, como você se arrepia — morde
um, depois o outro, o canalha sabe bem o que faz,
pois já fico toda arrepiada. Scott fica louco de
desejo e me ajuda a livrar do vestido com pressa,

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termino tirando seu terno e ficamos nós dois nus,


sedentos um pelo outro. Posso mentir pra ele, mas
não pra mim, eu me apaixonei por um bendito ogro.
Comecei a sentir que os beijos se
prolongavam e que sua mão começava a acariciar
os meus seios, a fome que sentíamos um pelo outro
era imensa. Scott começou a beijar meu pescoço e
em seguida a me beijar longamente, seus lábios
carnudos devoraram cada pedacinho meu.
Estava tudo muito bom e isso me deu medo.
Senti que estava tudo bom demais pra ser verdade,
isso parecia irreal. Paro de me preocupar quando
noto que Scott já despiu minha calcinha. Devora
com os olhos meu corpo nu, eu fico ainda mais
excitada com seu olhar.
Ele me abraçava junto a ele e beija meu
pescoço, me reclinei no travesseiro desesperada
para senti-lo. Scott sem pressa nenhuma começou a

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beijar e chupar meus seios, mordiscando os


mamilos, foi descendo beijos devagar pelo meu
corpo. Quando coloquei as mãos na sua cabeça
implorando por mais, foi... Nessa hora, percebi que
estava toda entregue a ele, estava perdida nas mãos
do meu lobo. Já não conseguia mais, articular uma
palavra sequer. Olhava para ele com o olhar de uma
presa que caiu numa armadilha e que está prestes a
ser devorada.
Scott não parou de me beijar um segundo
sequer, penetrando bem devagarzinho me fazendo
acostumar com seu tamanho. Quando senti suas
bolas batendo em mim, senti o peso do seu corpo
socando em mim.
— Assim que você gosta, minha safada? —
pergunta me mordendo. — É assim que você gosta,
meu amor? — martela brutalmente e gemo em
resposta. — Você é minha, Amanda, minha mulher,

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minha safada, e só minha, minha morena, minha


cachorra gostosa... — mete sem parar me levando a
um delicioso orgasmo.
— Oh, Scott! — gemo louca de prazer,
estava tão gostoso, arranhei suas costas delirando
de prazer.
— Eu te amo, Amanda, e ainda vou ouvir
você dizer que me ama, eu juro! — fecho os olhos
absorvendo as suas palavras, uma pequena lágrima
escorre dos meus olhos. Logo eu percebi que iria
gozar novamente só com ele, o homem que domina
meu corpo e minha mente.
— Vem comigo, Scott — digo perdida.
Ele aumentava a frequência das medidas me
levando à loucura, é sempre assim conosco. É
como fogo e gasolina. Nossas respirações
denunciavam que iríamos gozar e então gozei
novamente ao mesmo tempo em que senti que ele

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estava gozando dentro de mim.


— Eu amo você, Amanda, chega a ser
doentio esse sentimento, eu sei que pode ter
começado da forma errada, mas eu juro que só
quero uma chance pra te mostrar que é verdadeiro.
— Me olha ternamente. — Eu quero você, eu só
preciso de você.
— Scott, eu não sei! — tento me afastar.
— Não, morena, fica aqui, me escuta, por
favor, deixa de ser cabeça dura só dessa vez! — Eu
reluto em obedecer, acabo cedendo e não me movo.
— Confesso que jamais me imaginaria fazendo
uma loucura como essa. Ainda mais, por uma
mulher, mas você entrou na minha vida como um
furacão, transformando tudo. Você mudou quem eu
era, você me fez ver que eu posso ser mais do que a
cópia do meu avô. Confesso que no começo eu
fiquei com medo desse sentimento. E quando me

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dei conta do que sentia me assustei, tentei negar,


tentei fugir. Mas foi impossível, e o pior e o mais
assustador era o medo de te perder. Aquela noite no
clube... — engole em seco. — Eu fiquei
aterrorizado quando vi você e o Victor. Primeiro
fiquei com ódio, mas depois eu lembrei que você
não tinha um anel meu. Você não era nada minha e
isso me machucou demais. Depois eu pensei que
ele poderia tentar te roubar de mim. Eu sei que
parece egoísmo da minha parte, ainda mais depois
do que eu já te fiz, mas, morena... Você me deixou
rendido, ajoelhado aos teus pés. Eu não posso fazer
nada se fui fisgado, sou seu escravo, a única coisa
que te peço é para tentarmos. Nos dê ao menos uma
chance, sei que você me quer da mesma forma que
eu te quero — fico calada em choque ouvindo o
que ele disse. — Amanda, por favor, me diga
alguma coisa, você está pálida.
— Eu não sei o que dizer, eu... — Minha voz
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fica trêmula. — Eu tenho medo.


— Linda, também tenho medo, nunca me
senti tão exposto do jeito que sou com você, mas eu
não conseguiria respirar sabendo que você não é
minha.
— Scott, isso de casamento — suspiro. —
Tudo isso tá errado.
— Por favor, linda, me deixa tentar, por
favor, apenas uma chance, só uma chance. — Me
perco olhando em seus olhos.
— É tudo muito precipitado, nós deveríamos
nos conhecer melhor.
— E deixar um marmanjo qualquer te roubar
de mim? Jamais. Eu não preciso te conhecer mais
pra saber que você é a mulher que eu quero pra
mim, a mulher da minha vida. — Ele diz isso com
tanta convicção que me abala destruindo minhas
estruturas.
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— Scott, por favor, não diga nada — gemo


nervosa quando ele volta a mexer seu pau que ainda
está dentro de mim e já está pronto de novo. —
Scott, assim eu não consigo raciocinar.
— Apenas diga que me quer, gostosa, diga
que me quer. — Eu não sei o que deu em mim, mas
acabo concordando com essa loucura.
— Eu quero você!!! — falo, ficando louca.
Scott sorri e ataca minha boca num beijo de tirar o
fôlego, nós ficamos a manhã assim, nos amando na
cama, no banheiro, em cada parede daquele quarto,
no tapete do chão... Acabei dormindo exausta,
dolorida, mas satisfeita.

— Porra, Arturo, você pode tirar o dia de


folga e eu não posso fazer o mesmo? Um dia
sequer — fala Scott irritado ao telefone me
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acordando. — Eu sei, cara, eu sei que o FBI tá na


sua cola, mas eu preciso me entender com a minha
mulher... Eu não sei, já tentei entrar em contato
com ele, mas Dimitri sumiu do mapa. Não,
ninguém dá notícias, merda, cara, se envolver com
Dimitri só tá te trazendo problemas... Tá bem, tá
bem eu vou pegar o jatinho e estarei aí a noite, em
Londres nos falaremos pessoalmente.
Assim que escuto o que Scott fala no
banheiro, me levanto indo pra sacada do quarto e
ligo pra Verônica imediatamente.
— O que foi, Mandy? — atende rápido.
— Verônica, o FBI está atrás do Arturo, ouvi
Scott falando com ele sobre um tal de Dimitri, isso
quer dizer que o cerco está se fechando — falo
rápida. — Acho que você precisa tomar uma
decisão, antes que seja tarde demais — percebo que
ela fica pensativa.

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— Mandy, está tudo bem? — pergunta


mudando o assunto.
— Está sim, não foi nada demais, apenas uma
confusão atrás da outra, mas eu deveria saber que
isso seria assim com ele — desabafo.
— Do que está falando? O que houve? — Ela
pergunta não entendendo nada, mas isso é algo que
não quero conversar com ela.
— Não foi nada, apenas confusa sem saber o
que fazer. — Só digo isso.
— Ei, não fique assim, quer que eu vá pra aí?
— Se oferece.
— Não precisa, eu estou bem, quando foi que
deixei um homem me derrubar? — brinco e
disfarço.
— Tudo bem, eu acredito em você, mas
qualquer coisa me ligue que corro pra aí. Vou ver o
que fazer, quero ligar pro Michael e conversar com
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ele antes de tomar uma decisão.


— Sabe, na minha opinião ainda acho que
você tem que desistir e lutar por sua felicidade. —
Tenho medo que ela continue seguindo nesse
caminho.
— Sabe que eu não acredito mais em
felicidade, em finais felizes, não pra mim, não
depois de tudo que eu fiz.
— Pense no que disse, você tem o direito de
ser egoísta e pensar em si mesma, de seguir em
frente. Amar e ser feliz, não vá por esse caminho,
Verônica, saia dele antes que seja tarde — tento a
convencer, mas ela parece decidida e nos
despedimos.
— Com quem estava falando? — pergunta
Scott se aproximando e me abraçando por trás.
— Com a Verônica, precisamos voltar! —
falo.
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— Pensei em ficarmos uma semana,


aproveitar e quem sabe ter uma lua de mel — fala
como se não precisasse voltar, está deixando as
decisões em minha mão, ou deixando que "eu ache
isso".
— Nada disso, o dever nos chama —
confirmo.
— Eu sei, parece que Arturo e Verônica
tiraram o dia pra atrapalhar nossos planos, minha
linda esposa. — Me arrepio com ele me chamando
assim.
— Não fala bobagem, já falei que eu não to
casada, não desse jeito, sempre sonhei em casar
numa igreja, com um padre e um vestido lindo de
princesa. Jamais isso, uma capela qualquer em
Vegas com um Elvis bêbado pra celebrar — conto.
— Muito menos sobre efeito de drogas que nem me
lembro o que fiz.

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— Não fica brava, esse foi o único jeito que


consegui pra não perder você! — Seus olhos são
tão lindos, um azul cristalino e intenso, me perco
neles. — Mas juro que casaremos na igreja, do jeito
que você sonhou.
— De qualquer forma, ainda acho que
estamos indo muito rápido.
— Meu amor, quando se trata de nós dois
nada é devagar ou rápido demais, ou é tudo ou
nada.

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CAPÍTULO 33 - A verdade
escancarada

“Quando a tormenta começa, minha única


condição é que se lembre de mim.”

Eu olho para toda a multidão que se formou


na frente da Cartier, é como se estivesse vendo um
filme em câmera lenta. Tudo está se repetindo, não
consigo me mexer, estou em choque, é tarde
demais. Chegou ao fim, não há mais volta, eu
procurei por isso. Não tenho coragem de descer do
carro e ir até Arturo, não saberia o que dizer, não
vou conseguir olhar nos olhos dele e dizer que a
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culpa é minha, não posso.


Lembro do dia em que tudo isso começou, o
dia em que David foi preso. Acusado de transferir
dinheiro da Cartier para uma conta fantasma nas
ilhas Maldivas, fraude em várias transações, entre
elas um carregamento de jade. E para piorar,
acusação de estupro da cadela da Paloma, as provas
forjadas... Foi tudo um complô contra ele.
Ele foi arrastado pela polícia, da mesma
forma que Arturo agora está sendo. Vejo seus olhos
focados nos meus, mesmo pelo vidro do carro,
consigo o ver dizendo que tudo vai ficar bem. Mal
sabe ele que isso é de longe uma grande mentira, a
partir de agora nada será como antes. Os policiais o
colocam dentro da viatura, as lágrimas não param
de cair, eu consegui tudo que queria, me vinguei,
acabou! Acabou tudo que planejei por meses e se
concretizou, eu destruí a família Cartier, mas eu

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não esperava que para que isso acontecesse, eu me


destruiria no processo. Ligo o carro e parto para o
único lugar que preciso ir nesse momento.
A chuva caiu forte castigando minhas costas,
pensando bem, acho que o frio da chuva combina
com o que eu estou sentindo por dentro. Me ajoelho
no chão segurando a maldita pedra vermelha, o
diamante de sangue!! — Grito sem chão, sem vida:
— Acabou David! Eu consegui! Eu destruí todos
eles! Acabei com a família Cartier. Eu fiz o que
prometi para você, fiz eles pagarem pelo que
fizeram a nós, mas agora eu me pergunto, o porquê
David? Por quê? Por que fez isso comigo? Você me
deixou sozinha, com essa maldita pedra. Seu
desgraçado!! Olha o que eu fiz por você!! Eu abri
mão de tudo, David, olhe o que restou de mim,
apenas destroços. Os destruí, mas para isso me
destruí no processo. Eu não posso ter filhos, eu não
vou conseguir mais ser feliz. Eu te odeio!! Odeio
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ter me vingado por você! Abri mão do amor da


minha vida por uma maldita vingança! Droga, ele
não vai me perdoar, ele nunca vai me perdoar! —
choro olhando para sua lápide. Eu estava cega, não
vi que essa vingança só me traria dor, não sinto
satisfação, não sinto alegria, não sinto nada, apenas
dor.
— Não! Não!... Arturo, eu te amo! Não... —
aperto a maldita pedra em minhas mãos. — Essa
maldita pedra! — digo chorando, o sangue volta a
escorrer em minhas mãos, da mesma forma que um
dia sangrou. No dia em que jurei que me vingaria.
Levanto a cabeça e sinto que sou observada, mas
não enxergo ninguém. Choro por horas sentada
naquela lápide, enquanto a chuva fria cai sobre
mim. Ouço alguém chamar por mim e logo eu vejo
Amanda correndo em minha direção junto com
Michael, só me restou eles, minha família, eles são
tudo que me resta. A dor só piora, olho agora para
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trás, e vejo que a vingança destrói quem a busca


com tanta sede.
— Chora, Verônica, chora e limpa toda essa
dor de dentro de você! — fico chorando em seus
braços até que Michael nos chama para sairmos da
chuva. Michael dirige meu carro, nos tirando do
cemitério, ele ainda não diz nada. Me encolho no
banco e fico quieta com minha dor, a dor que eu
mesma causei, eu consegui, mas porque parece que
a única perdedora fui eu?!

Michael e eu ajudamos Verônica a descansar.


Trouxemos ela para o meu apartamento. Onde
cuidei dela, tirando suas roupas molhadas, ajudei
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ela no banho e depois a coloquei na cama. Não


demorou muito para que ela apagasse exausta.
Fico pensativa, onde todos nós nos metemos?
Não foi só Verônica que se arriscou, Michael e eu
nunca deveríamos ter colocado a vingança na
cabeça dela, se arrependimento matasse...
Verônica não vai suportar o desprezo de
Arturo, o pouco que eu conheço, sei que ele vai
odiar ela. Vai machucá-la da mesma forma que ela
o machucou.
Eu não fiz nada para impedir isso, agora eu
vejo que deveria tê-la convencido antes a desistir.
Eu vi minha amiga, minha irmã se destruir passo-a-
passo, ela foi se acabando e agora é tarde. Ela acha
que vai conseguir seguir em frente depois de tudo,
mas não há paz ou felicidade sozinha, longe de
quem se ama. Eu me lembro do David, aquele cara
simpático, um verdadeiro príncipe, ele cuidou da

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Verônica quando ela tanto precisou. Ele foi tudo


para ela, foi um irmão mais velho para mim.
Adorava ver a forma carinhosa como ele tratava
minha amiga, foi uma surpresa para todos a sua
prisão. Mas o mais surpreendente foi àquela carta,
não esperava que ele pedisse aquilo para ela. Era
muito arriscado, sem ajuda do Michael, jamais
conseguiríamos chegar até aqui. Penso em como foi
esse tempo em que Verônica viveu com Arturo. Ele
pode ser o bandido da história, mas é ele que ela
ama e isso só torna tudo ainda mais trágico.

Acordo com o corpo dolorido e um frio


tremendo, aos poucos minha mente vai clareando,

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me mostrando a realidade do que aconteceu. Me


levanto com rapidez e ando de um lado pro outro
procurando minha bolsa, acabou, agora enfim estou
livre e preciso seguir em frente, não há mais volta.
Encontro minha bolsa e logo Amanda aparece com
uma camisa que eu presumo não ser dela.
— Estava preocupada, dormiu demais —
olha me analisando.
— Que horas são? — perguntou desnorteada.
— Já passa das nove da noite.
— Meu Deus, Amanda, acho que foi muito
estresse para me fazer apagar assim — suspiro
triste.
— É, então, me diga, Verônica, o que vai
fazer? — perguntou séria.
— Eu não tenho certeza, sei que agora é tarde
demais para voltar atrás, mas eu também sei que
seguir com meus planos isso irá me rasgar por
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dentro! — admito.
— Já é tarde demais, Verônica, você já não
pode voltar atrás e tentar esquecer tudo que nós já
fizemos. — É como se ela me desse um soco com
essas palavras.
— Eu sei, eu sei, isso e o pior é que, se eu for
até lá e terminar com tudo, não será só ele que
estarei ferindo, mas sim a mim também. — Dói
admitir isso.
— Você pode deixar isso para lá, você já tem
o controle da Cartier e da Serra Azul, não precisa
de mais nada, para que se torturar dessa forma?
— Preciso pensar! Eu vou voltar para a
mansão, trocar de roupa, tentar descansar um
pouco, amanhã será um novo dia, quem sabe então
eu vou saber o que fazer.
— Tudo bem, qualquer coisa me avise, estou
preocupada com você, acho que seria bom a partir
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de agora você começar andar armada. Nós não


sabemos quem são as pessoas que Arturo estava
envolvido, podem ser pessoas perigosas. E é bom
se precaver — aconselha.
— Tudo bem, Mandy, mas eu sei me cuidar.
— Ela me olha em dúvida. Abraço minha amiga,
não sei por que estou tão abatida, saí de lá
pensativa, minha cabeça trabalha sem parar nas
poucas opções que tenho.
Dirijo meu carro pelas ruas movimentadas de
Londres. Ao fazer um cruzamento na Avenida
Duque ST Will noto que estou sendo seguida por
um carro preto. Na hora lembro do que Amanda me
disse, meu coração fica acelerado. Tento me
lembrar do treinamento que Michael me deu, o
controle emocional é a chave de tudo. Viro na
próxima esquina entrando no cruzamento
movimentado tentando despistar, os seguranças não

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vieram e começo a me arrepender de ter despistado


os cães de guarda, nesta hora eles seriam úteis.
Ouço o som de tiros e entro em pânico, estão
atirando contra mim em plena Avenida Borough
High Sr.
Por sorte o carro é blindado, mais uma das
preocupações do Arturo antes de nos casarmos.
Meu coração acelera, meu carro está conectado ao
celular, ligo para o Michael, ele é o único que pode
me ajudar. Os tiros não cessaram, meu medo é que
uma dessas balas pegue os pneus, fazendo o carro
capotar.
— Michael, Michael! Socorro! Estou sendo
seguida! — grito assim que ele atende.
— Porra, Verônica, o que está acontecendo?
Me fala onde você está? Não desliga o telefone —
diz calmamente, como se nada estivesse
acontecendo.

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Eu estou na Borough high Street indo para a


London bridge.
— Fica calma, tenta despistar e corta por
entre outros carros para eles não atingirem os
pneus. Eu estou indo para aí, não entre em pânico.
— Minhas mãos tremem, sinto que será meu fim,
alguns carros fogem ao ver a perseguição. Eu não
paro, continuo em alta velocidade tomando cuidado
para desviar dos outros carros.
Uma moto Kawasaki ninja H2R preta
aparece, reconheci na hora sendo uma das
de Michael. Fico aliviada, ao vê-lo. Michael
mesmo sobre a moto atira no carro, não sei se olho
para ele ou para o trânsito. Fico apreensiva de que
ele acabe levando um tiro e se machuque. Michael
dispara tiros para o carro e com uma mira incrível
acerta o motorista do carro, um tiro, o carro atrás de
mim capota acertando outros dois em cheio. Meu

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corpo está tão anestesiado que assim que me vejo


segura, paro o carro. Michael estaciona logo atrás.
Me jogo em seus braços com medo.
— Calma, Verônica! Calma! Já passou, fique
calma! Você está segura agora — diz, fazendo
carinho em mim.
— Eles queriam me matar, Michael, aquelas
balas foram para mim!
— Ei! Calma, tudo deu certo, agora
precisamos sair daqui, não é seguro, logo a polícia
estará aqui.
Michael me escolta até uma pequena casa na
periferia, é bem perto de onde Alice e Claire
moravam. Paramos em uma casinha simples,
aparentemente de pessoas humildes. Nós entramos
no jardim, ele bate palmas até sair uma senhora
com uma criança no colo que parece ter uns dois
anos.

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— Você voltou! — fala olhando para o


Michael.
— Eu disse que ia trazer uma amiga, ela
precisa ouvir o que tem a dizer.
— Entre, antes que alguém veja vocês aqui
— entramos numa casa simples, porém,
aconchegante. Vejo duas crianças assistindo
desenho.
— Bella, preciso que conte à minha amiga a
história que seu ex-marido contou a você — fala,
olhando como se soubesse de algo.
— Tem certeza que posso confiar nela?
— Eu garanto, sabe que pode confiar em
mim! — Ele a olha e ela acena.
— Meu marido era chefe da Penitenciária
East Stein na época que houve o famoso incêndio
que matou todos aqueles detentos. Uns três meses
antes, ele me contou que foi procurado por um
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homem chamado Arturo. Esse homem disse que


precisava de um serviço seu. Caso, se ele o
ajudasse, ele daria dinheiro suficiente para
vivermos bem o resto das nossas vidas — conta. —
Eu disse que não poderíamos confiar em alguém
que acabou de conhecer, mas Hugo era muito
ganancioso e não me deu ouvidos.
O tal Arturo deu instruções para que ele
levasse um preso até outra ala com a desculpa de
que ele seria interrogado novamente. Eu juro que
não sabia que teria um incêndio, não sabia que iria
morrer alguém com aquilo. Meu marido após ter
feito tudo a mando desse homem, ficou com medo
da polícia descobrir seu envolvimento nas mortes,
ele tinha medo de represálias. Ele me disse que não
sabia que aquilo iria acontecer, apenas transferiu o
preso e deixou uma van entrar sem ser notada pela
segurança da cadeia.

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— Onde está seu marido? — questiono


sentindo minha garganta fechar.
— Ele foi assassinado, estava com remorso,
já não dormia há meses, ele ia se entregar à polícia.
Só que nesse dia um carro preto o abordou e ele
levou três tiros na cabeça, foi uma execução.
Queria apagar meu marido. Eu me mudei para
proteger meus filhos. Eu estava grávida de três
meses, só descobri depois da morte do Hugo, ele
não pôde conhecer a pequena Bianca. — Lágrimas
escorrem dos meus olhos, saí correndo pelo quintal,
precisando de ar para respirar. Não consigo olhar
nos olhos dessa mulher, não depois de saber tudo
que Arturo fez à sua família.
Michael aparece do meu lado e me abraça.
— Obrigada, Michael, te devo tanto, nem sei
como agradecer. — O abraço mais forte. — Vamos
embora, por favor, eu não quero ouvir mais nada,

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isso foi suficiente.

Fui trazido até à sede do FBI, na entrada


havia uma multidão de repórteres, querendo uma
foto minha. Noticiar o escândalo, já até imagino as
manchetes, as ações da empresa irão cair. Isso pode
acabar com o prestígio da Cartier. Fui levado a uma
secção especial onde fiquei sozinho, aguardando
meu advogado. Para prestar meu depoimento. Me
sinto um merda, por estar nesta situação, deveria ter
ouvido o que Dimitri disse. Ter saído do país com
Verônica. Fui negligente, agora o desgraçado do
Dimitri vai ter que me tirar daqui. Não posso deixar
Verônica sozinha e desamparada, com vários

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inimigos que tenho à solta. Eles podem aproveitar


que estou preso e tentar fazer algum mal a ela.
Ando de um lado para o outro nervoso, apreensivo,
até que sou chamado a uma sala, para falar com
meu advogado. Lembro do Brian, gritando que
tinha que me contar algo importante sobre
Verônica. O que pode ser? Ao mesmo tempo
lembro do olhar que Verônica me deu, vi culpa, dor
nos seus olhos.
Entro na sala e vejo Scott junto com um cara
alto de terno, tento lembrar se o vi antes, mas não o
conheço.
— Cara, estava preocupado com você! — diz
ele me abraçando.
— O que é isso no seu dedo? Isso é uma
aliança ou é impressão minha?
— Fazer o quê? Se fui laçado por uma
morena?! — sorri todo orgulhoso, fico feliz pelo

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meu amigo, mesmo estando nessa situação. Quero


o melhor para ele sempre. — Mas, cara, vamos
mudar de assunto, porque temos pouco tempo.
Como você está, brother?
— Eu estou bem, na verdade estou
preocupado mesmo é com Verônica, está sozinha
neste momento. Ela acaba de se tornar uma presa
fácil. Ela deve ter voltado para a mansão, ao menos
lá vai estar segura.
— Eu vou mandar reforços para a mansão
para cuidar disso. Deixa-me te apresentar Collin,
esse é o seu novo advogado — disse apresentando
o loiro ao seu lado.
— Como assim, Scott, cadê Steven? —
perguntei confuso.
— Sinto muito, cara, o Steven sumiu da
cidade, fiz de tudo para tentar achá-lo, mas, nem
ele e nem a família foram encontrados — diz

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estranhamente.
— Scott, isso está muito estranho, o que está
acontecendo?
— Eu não sei, Arturo, mas eu vou descobrir,
pode ter certeza.
— Só há uma forma de sair ileso dessas
acusações, Dimitri, você conseguiu falar com ele?
Aquele merda é o único que pode me tirar dessa.
— Ainda não cara, o filho da puta não
atende, nem mesmo aquele número que você me
deu. Deixei vários recados, não vou desistir, vou
continuar tentando. — Cara, eu acho que Dimitri
vai colocar fogo na cidade. A impressão que tive a
última vez que conversei com ele é capaz de tudo
até encontrar a porra do traidor e está pouco para
foder o FBI.
— Aquele puto não pode me deixar na mão
agora, eu já limpei a cara dele muitas vezes, ele não
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pode me deixar aqui! — Inferno! — Foda-se se ele


vai destruir a cidade ou ferrar o traidor, estou pouco
me lixando. Só quero que ele me tire daqui agora.
— Calma, cara, é por isso que eu trouxe o
Collin, ele é um advogado de renome, é conhecido
por seus casos difíceis. Se tem alguém que pode te
tirar dessa, esse alguém é ele! —apresenta o
advogado que aparenta ser minha melhor chance no
momento. Somos chamados pelo delegado que
colhe o meu depoimento, falei tudo que foi
instruído pelo Collin.
Ficamos por meia hora conversando com a
polícia e meu advogado. A minha sorte será a falta
de provas contra mim, mesmo que o FBI tenha os
documentos que foram roubados do Dimitri, a
maioria dessas provas podem ser contestadas. Mas
agora as que estão no meu escritório seriam
condenatórias, por sorte estão bem guardadas e não

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tem como eles terem acesso a esses documentos. Só


preciso mandar Scott queimar esses documentos e
fim. Com falta de provas esse processo não vai para
frente. Deixei tudo coordenado para o Scott, de
como ele deve cuidar da Cartier e dos negócios até
eu voltar. E também a segurança da Verônica e da
minha família, todos estão expostos sem mim.
Volto para a minha cela e fico pensativo,
onde Dimitri pode estar? Justo quando mais preciso
dele, ele some. O dia termina e eu continuo preso
aqui, sem saber como será o amanhã. Fico
pensando em Verônica, como deve estar a minha
mulher? O que ela está fazendo? Será que ela já
sabe das acusações? Eu não tive tempo de explicar
para ela, contar sobre a mina, nem sobre meu
envolvimento com Dimitri. Nada. Será que ela já
sabe das acusações? Do jeito que a mídia é, ela já
deve estar sabendo de tudo, não queria que fosse
dessa forma. Deito para tentar dormir em um
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colchão duro, espero que amanhã eu possa sair


daqui, meu advogado tentará entrar com recurso
para esperar o julgamento em liberdade, um habeas
corpus.

Acordo com dores por todo corpo, mamãe


veio me ver desesperada, chorou praticamente o
tempo todo. Também culpou Verônica por ter
destruído nossa família, argumentar com ela não
adianta. Tentei não discutir, já estou com a cabeça
cheia de problemas. Ela me trouxe algo decente
para comer e roupas limpas. Depois que ela se foi,
pude tomar banho e me sentir melhor. O guarda
veio até a minha cela, me levar para uma visita.
Estranho, porque sei que o horário de visita acabou.
— Você tem sorte, sua mulher pagou por
uma hora de privacidade, mas eu vou estar por
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perto caso você queira dar uma de espertinho. —


Me leva algemado até uma sala vazia e lá solta
minhas mãos. Fico ansioso até que a porta abre e
dela sai minha rainha, com um vestido preto
marcante.
— Meu amor, que bom que veio. — Falo
emocionado ao vê-la. — Já estava preocupado com
você! — A abraço, sentindo seu cheiro que tanto
amo, que tem o poder de me acalmar. Nem reparei
que ela segura algo em suas mãos, seu rosto está
uma máscara de frieza que nunca tinha visto. — O
que foi, minha rainha? Se for sobre as acusações,
não se preocupe, eu vou te explicar tudo, logo eu
estou fora daqui.
— Não, não é nada disso. — fala se
afastando, como se ficar perto de mim lhe fizesse
mal. — Preciso te contar uma história! Uma
história muito importante!

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— Verônica, do que você está falando? Estou


confuso, porque isso agora?
— Vou começar exatamente dez anos atrás...
— fico calado, confuso com o significado disso,
sem entender porque ela quer falar sobre seu
passado agora. Ainda mais aqui numa cela de
visitas. —Há dez anos eu conheci um rapaz, ele foi
muito gentil e me ajudou quando eu e meus avós
nos mudamos. Quando, meus pais morreram, meus
avós e eu decidimos que deveríamos mudar de ares.
Nos mudar, tentar sair de um lugar que trazia tantas
lembranças. Então, aquele rancho no meio do nada
parecia um refúgio perfeito. Depois desse dia, eu e
o tal rapaz nos tornamos grandes amigos,
estávamos mais grudados do que nunca. Eu não
conhecia ninguém na cidade, estava sozinha, ele me
apresentou a sua turma da faculdade e aos poucos
fui me enturmando. Porém acabei, descobrindo que
eu queria mais... Mais do que ser apenas uma
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amiga para ele, eu já estava apaixonada. Mas ele


parecia não notar, eu o via sair com todas as
patricinhas da faculdade e fingia não ligar, mas por
dentro estava arrasada. Eu não era notada por ele.
Também na mesma época, eu conheci Amanda e
ela foi minha amiga de cara, foi à irmã que nunca
tive, eu contava todos os meus segredos e ela fazia
o mesmo, nós sempre fomos muito unidas em
tudo...
— Verônica, não entendo porque é
importante você me contar essa história agora,
bebê, estou com tanta saudade de você, depois
podemos falar sobre isso, amor.
— Não, Arturo, você precisa ouvir tudo até o
fim, cada passo, cada caminho que eu trilhei até
chegar aqui! — afirma. — Meus avós faleceram em
um acidente de carro, eu fiquei órfã de vez, sozinha
e só tinha Amanda e ele ao meu lado. Eu o

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costumava chamar de meu super-herói, os dois


foram essenciais na minha vida, superar a dor da
perda de novo. Foi muito difícil, mas eu contei com
ele ao meu lado, nessa época começamos a
namorar. Ele se mostrou tão apaixonado por mim,
quanto eu era por ele. Foi assim que aos poucos
consegui superar o luto e voltar a viver. Nós
éramos tudo um pro outro, ele me ajudou a
administrar o patrimônio que meus avós me
deixaram. Não era muita coisa, mas as terras do
rancho tinham um valor altíssimo na época.
Amanda foi fazer pós-graduação fora do país e eu
fiquei sozinha com ele. Um dia estávamos no lago,
e foi lá que ele me pediu em casamento. Eu
fiquei em êxtase, tinha terminado a minha
faculdade de Designer de joias. — Olho confuso
para ela, não entendendo onde essa história vai
parar. E pior, morto de ciúme por saber dessa
história de noiva que ela nunca me contou. — Isso
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mesmo, Arturo, sou formada em designer de joias e


sou muito boa no que faço, mas antes que
interrompa, me deixe terminar o que eu vim fazer
aqui. — Minha cabeça fica dando voltas, é muito
confuso, não se parece com a Verônica que eu
conheço. — Sabe, meu noivo sempre foi um cara
aventureiro, ele era um cara tão alegre e
espontâneo. Em uma dessas suas expedições ele
conhece um amigo, a amizade ficou forte, ele
idolatrava o cara. Ele só falava coisas boas dele e
os dois faziam planos e mais planos. Eles queriam
montar uma sociedade, uma grande indústria,
nunca vi David tão empolgado. Era maravilhoso
ver o quanto essa amizade lhe fazia bem. Numa
viagem com o seu amigo, eles foram fazer uma
escalada em uma montanha gelada da Sibéria, eu
tive medo, mas assim que ele voltou estava em
êxtase. Me disse que ele e o tal amigo acabaram
descobrindo pedras preciosas em uma serra que
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tinha vista para o céu. Segundo ele foi o lugar mais


lindo que já viu. Eu o amava e queria realizar os
sonhos dele e o que fiz foi vender tudo que tinha.
Na época eu pensei, que como nós éramos noivos,
o que era dele logo seria meu e o meu também
pertenceria a ele. Fiz a minha parte para ajudar ele
a comprar metade daquelas terras. Não imagina
quão feliz ele ficou quando enfim a propriedade era
deles. — Ouço tudo em choque, paralisado, não
parece real, um gosto amargo desce pela minha
garganta, começo a juntar os fatos, mas eu não
quero concluir meus pensamentos, isso é terrível
demais. Mesmo ouvindo da sua própria boca ainda
não estou acreditando no que ela está dizendo! —
Serra Azul, foi o nome dado à mina mais produtiva
de diamantes do mundo, a mina de David Simmons
e Arturo Cartier. Eu nunca o vi tão empolgado
como quando a produção de pedras começou.
Imagina só o meu choque quando num belo dia ele
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me disse que seu amigo tinha passado a perna nele.


Ele estava sendo acusado de fraude! —Começo a
sentir o ar faltar, a realidade está bem na minha
frente, tudo preto no branco, agora tudo começa a
fazer sentido, minhas mãos tremem em desespero,
me sinto destruído.
— Não... — falo em choque. — Não! Não!
Não! Fala que é uma brincadeira de mau gosto,
diga que é mentira!
— David morreu na cadeia, foi queimado
num incêndio criminoso, onde horas antes uma van
da Cartier foi vista. Você e sua família queriam
calá-lo. A prisão não era o suficiente para vocês,
queriam ter a certeza que ele não pudesse tomar
aquilo que era dele por direito. Porém antes de sua
morte, David me entregou isso! — Ela mostra a
pedra, uma legítima gema de diamante vermelho,
eu a reconheceria mesmo que se passassem cem

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anos. É a parte de David, a parte que nós


repartimos no dia em que descobrimos a serra azul.
— Só que não termina aí, junto com essa pedra ele
entregou outra coisa — abre a bolsa tirando um
envelope, e de lá uma carta. — Nela, ele me
implora para que eu faça justiça contra aqueles que
o destruíram, aqueles que o assassinaram! — Sua
voz sai embargada pelo choro, meu ódio só
aumenta ao saber que ela está chorando por aquele
filho da puta. Eu não consigo nem mesmo olhar
para ela, estou me segurando para não esmagar seu
pescoço.
— Traidora! Mentirosa! Vadia de merda! —
Me seguro com força, porque se não sou capaz de
matar.
— Pode me chamar do que quiser. É isso, eu
fiz tudo, entrei na Cartier com uma nova
identidade, pronta para ir até às últimas

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consequências atrás de justiça. Confesso que não


esperava que fosse tão fácil te fazer apaixonar por
mim. — Fala desdenhando.
— Então foi tudo um plano seu? — pergunto
amargo.
— Você foi tão patético rasgando aquele
acordo pré-nupcial, depois te convencer a me
deixar trabalhar na Cartier foi mais fácil ainda. —
Debocha. — Não sabe o quão divertido foi
manipular você e sua família, com cada podre que
descobri, você só me mostrava como eu estava
certa ao me vingar.
— Você nunca me amou — constato o óbvio.
— Isso foi tudo um plano ridículo seu, você usou a
mim e minha família em sua manipulação barata.
— Pode até ser ridículo, mas eu consegui
destruir a festa de lançamento da Cartier. Acabei
com o noivado do seu Guilherme, afinal, quem

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você acha que colocou aquele pen drive lá? E


quanto ao pai dele? O Eduardo? Também fui eu
quem deu a dica sobre a paternidade do Guilherme.
Desmascarei seu pai, eu que fui atrás da outra
família e fiz questão de mostrar para todo mundo,
humilhando sua mãe. Joguei sua família na lama.
Fiz sempre questão de tudo ir parar na imprensa,
sempre tinha um dedo meu em cada notícia que
saía da Cartier e sua família. E a Paloma? Que você
cortou relações e não quis apoiá-la! Fui eu mesma
quem fiz tudo aquilo, ela estava certa, eu que
montei o circo com os garotos contratados para o
noivo dela pegá-la no flagra. Tudo eu. Minei todas
suas relações, joguei sua família uns contra os
outros, várias vezes. Menti, manipulei e por fim te
deixar sozinho, vulnerável e você caiu, sua mãe,
sua irmã... Elas tentaram te alertar, só que você as
ignorou o tempo todo. Enquanto isso eu estava ali,
bem ao seu lado, esperando o momento certo de
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agir. Parabéns, Arturo! O grande Arturo Cartier


caiu pelas mãos de uma mulher.
— Então foi tudo você, era você o tempo
todo, sua desgraçada! — Meu sangue ferve, parece
feito de fogo de tanto ódio que sinto dela.
— Sim, fui eu, sempre fui eu. Acabei com
todos eles, sua mãe foi à última peça do meu jogo,
revelar a cadela que ela era, foi um pouco mais
difícil. Ela esconde bem seus segredos.
— Foi tudo mentira, tudo que falou, tudo que
vivemos?! Você se casou comigo apenas para se
vingar, nada foi real. Sequer sei se você esteve
grávida mesmo, a perda do bebê pode ter sido mais
uma parte do seu teatro. — Dói só de pensar nisso.
— Não... Não. Você lava sua boca suja para
falar da minha filha. Eu perdi sim nossa filha,
Carolina fugiu, mas não por muito tempo. Ela vai
pagar muito caro pela morte da minha filha. —

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Vocifera e só agora consigo ver seu olhar histérico,


o quanto ela parece louca, vingativa e cruel.
— Eu não sei quem está na minha frente,
perdi minha família por sua causa! Eu te amei, eu te
dei tudo, até meu coração, minha alma, minha
fortuna!! Eu te dei tudo, olha para mim, porra!! —
Ela não olha, evita me encarar e isso me irrita mais,
me deixando mais amargo. — Está feliz? Era isso
que queria? Parabéns! — Bato palmas. — Você
conseguiu, Verônica Mitchell, você venceu, sua
ordinária. Posso concluir que você tem alguma
coisa a ver com relação a eu estar preso aqui? Igual
seu noivinho querido.
— Sim, eu ouvi uma ligação sua de
madrugada para um tal de Dimitri e vi você
mexendo em uma pasta. Não foi fácil encontrá-la,
mas assim que os tive, entreguei nas mãos certas e
fim. Eu também fiz chantagem com seu advogado

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para te convencer a passar a serra azul para o meu


nome e o tirei do país. Então, agora eu consegui
recuperar tudo que você um dia nos roubou! Fiz
justiça, me vinguei de você e de toda sua família!
— Afirma triunfante.
Começo a gargalhar histérico, ela é muito
burra, como pode ser tão burra, ingênua?
— Justiça? Justiça, Verônica? Você é louca,
não sabe do que está falando, você não conhece
David Simmons. Você não sabe quem ele é, nunca
soube, mas quer saber? — sorrio amargo, vendo a
quão burra ela foi. — Eu não vou te contar, quando
você descobrir a verdade será tarde demais. Você
destruiu tudo que um dia senti por você, Verônica
Mitchell! — Me aproximo colocando minhas mãos
em seu pescoço, apertando com tanto ódio. A
observo friamente, ela começa a ficar sem ar, fica
vermelha e tentar me empurrar. Eu nunca pensei

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sentir tanto, mas tanto ódio por ela, à mulher que


jurei amar para toda a minha vida. — Eu te odeio,
Verônica! — jogo ela no chão, ela tenta voltar a
recuperar o ar com as mãos no pescoço me olhando
amedrontada. — Com a mesma intensidade que um
dia eu te amei, hoje te odeio! Pode escrever o que
estou dizendo! — falo sorrindo, um sorriso frio,
mostrando um lado que ela não conhece. — Eu vou
sair daqui e quando eu sair corra para longe, corra
para o inferno, porque a terra será pequena para o
que eu vou fazer com você. Nunca está me
ouvindo?! Nunca vou te perdoar! Eu vou massacrar
você e todos aqueles que te ajudaram nessa
vingança! Não vai sobrar ninguém para contar
história! Você acha que me conhece, mas você só
viu o meu lado que eu quis te mostrar, agora você
me conhecerá de verdade!
Caminho para o outro lado, viro o pescoço e
digo: — Ah, já ia me esquecendo! Sabe o cara que
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você me ouviu conversar? Comece a rezar, pois


quando ele chegar... nem o inferno estará seguro.
— Guardas!! Guardas!! — grito para me
tirarem de perto dela.

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CAPÍTULO 34 - Coração
destruído

“É engraçado como alguém pode partir


seu coração e você ainda amá-lo com todos os
pedaços partidos.”

A dor que sinto nesse momento, parece que


vai me matar. Me sinto destruído, acabado, mas o
culpado, sou eu mesmo. Isso porque eu ignorei a
verdade que estava bem na minha frente. Fechei
meus olhos. Bêbado de amor eu agi como um cego.
Deus, isso é sufocante demais. Verônica nunca me

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amou. Tudo não passou de uma mentira. Não há


como esquecer nossos momentos juntos, nada era
real, tudo foi um plano. Por amá-la, passei por cima
de tudo. Dei tudo de mim, meu coração, meu corpo,
minha alma e isso custou minha liberdade, minha
fortuna e minha família.
Eu a amei perigosamente, esse é o preço que
eu pago, por ter sido cego. Eu ignorei a verdade
que estava bem na minha frente, eu não ouvi minha
família, eu a amava acima de tudo e de todos.
Tudo por culpa de David, que mesmo morto,
ainda consegue destruir minha vida.
Sento no chão da cela fria, começo a lembrar
de tudo que nós vivemos, cada olhar, cada sorriso,
tudo era mentira. O primeiro beijo, o dia do nosso
casamento. Incrível como eu estava nervoso, ainda
não podia acreditar que uma mulher como ela, iria
se casar comigo. Verônica era perfeita demais.

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Quando eu a vi vestida de noiva, vindo em minha


direção me senti o homem mais, feliz do mundo.
No fim, era tudo armação, uma mentira contada
para um trouxa. Puxo meus cabelos, inconformado
com a minha burrice. Agora entendo porque ela não
quis transar comigo antes de nos casarmos. Tudo
era charme, queria me enganar, me iludir. Eu fui
um trouxa, acreditei. Todas as nossas noites de
amor não passaram de fingimento, não, ela, não
pode ter fingido até mesmo nisso. Não é possível!
Verônica e David, malditos sejam os dois, em
pensar que eu fiz tudo por ela. A transformei no
centro do meu mundo e olha só para quê.

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Quando Verônica saiu daqui, fiquei pensando


que talvez ainda haja uma chance de Arturo sair da
cadeia. Talvez o amor deles, seja forte e sobreviva.
Eles consigam se perdoar. Mesmo que seja uma
mísera chance.
Minha cabeça fica dando voltas pensando na
loucura que deve estar à empresa. Scott está lá, ele
foi correndo, tomar conta de tudo. Tento não pensar
muito na nossa situação. Eu o quero, mas eu sei que
assim que ele souber, que ajudei Verônica em tudo,
não vai me perdoar.
Eu deveria contar a verdade, ser franca, mas
não sei por onde começar. Eu quero dar uma
chance a nós dois, não quero cometer o mesmo erro
que a Verônica.
Scott vai me entender, ele vai escutar meus
motivos. Verônica é mais que uma irmã pra mim.
Jamais a abandonaria. Penso em um discurso com

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começo, meio e fim. A forma perfeita de contar pra


ele. A porta abre, fico apreensiva, as únicas pessoas
que têm a chave são Verônica e Michael. Só pode
ser um deles, caminho até a sala e vejo Scott
entrando, com o palito nas mãos e uma mala de
rodinhas na outra. Atrás dele sua cachorra
escandalosa abanando o rabo.
— Ei, o que é isso? Como você entrar aqui
assim? Quem te deu a chave? — pergunto curiosa.
— Isso é jeito de receber seu marido depois
de um dia de trabalho? Hoje foi uma loucura na
Cartier. Arturo foi preso, tive que ir às presas atrás
de um advogado. Tá tudo um verdadeiro caos.
— Tudo bem, mas ainda não respondeu
minha pergunta. Como conseguiu a chave da minha
casa? — Ele sorri pra mim. E se joga na minha
poltrona, se achando o dono da casa.
— Eu sou seu marido, por que eu não teria

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uma cópia da chave da nossa casa?


— Pode parando por aí eu, topei em te dar
uma chance, mas você já tá abusando. Que negócio
é esse de nossa casa e que malas são essas? —
Scott bufa irritado.
— Ué, são minhas coisas. O que mais seria?
Eu pensei que depois que resolver essa bagunça na
Cartier. Arturo sair da cadeia, nós poderíamos
reformar o apartamento, quem sabe quebrar uma
parede, deixar tudo conjugado. Teríamos o topo do
prédio só para nós, mas por enquanto, eu abro mão
do meu apê e venho morar aqui. Só até resolvermos
tudo, mas se você preferir eu posso comprar uma
casa?
Parece que não ouvi o que ele disse, abro a
boca passada.
— Você tá brincando, né? — pergunto
tentando achar algum indício que é tudo uma piada,

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uma brincadeira pra me irritar.


— Claro que não, meu amor. Não achou
mesmo que iríamos viver separados? Querida, nós
agora somos um casal e o que é seu, é meu e vice e
versa.
— Você é um filho da puta, Scott, para de
palhaçada, eu não to brincando. Pode ir pra sua
casa. Mudei de ideia, não quero mais dar chance
nenhuma. Você é um folgado, aproveitador. Foi só
te dar asa, que você já quer sair voando. Nem
pensar, eu quero minha privacidade. Pode sumir
daqui.
Antes de Scott responder, eu vejo a cadela
do inferno, comendo meu salto Chanel vermelho
doze.
— Não!! Não! Sua praga, você destruiu meus
saltos! — corro atrás da cachorra, que parece se
divertir. Ela corre e se esconde atrás do meu sofá.

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Órion que estava dormindo, acaba acordando e vem


atrás, latindo para a cadela. Provavelmente meu
bebê, está tentando tocar essa vira-latas da minha
casa. Ela não sai, apenas me olha de quatro no chão
tentando alcançá-la. Scott começa a gargalhar da
cena um tanto cômica. Eu me enfureço com isso.
— Fora daqui, fora daqui você é esse cão do
inferno, vocês estão destruindo minha casa!
— Calma, amor. Calma, isso é a TPM
falando, eu já li sobre isso. Vou fazer uma
massagem, um chocolate quente e você vai se
acalmar. Acho que deve ser isso que os maridos
fazem, é que sou novo nesse negócio de casamento.
Ouço o que Scott diz, e me dou conta que
minha menstruação está atrasada. Eu já deveria
estar terminado meu ciclo a mais de uma semana.
Droga, não, não é possível. Será, pensando bem,
nós dois transamos mais, que coelhos em um cio.

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Será?
— Eu preciso ir ao banheiro — saio em
disparada, batendo à porta com tudo. Sento no vaso
sanitário, já em pânico. Pego meu celular e ligo
para uma farmácia, só ficarei mais calma quando
descobri que isso é paranoia da minha cabeça. Eu
não estou esperando um lobinho, não... Isso não.
Enquanto o teste não chega, tento pensar se esqueci
da pílula algum dia.
— Morena, tá tudo bem? Eu já coloquei a
Mel de castigo, não fique brava com ela. Ela até se
deu bem com o seu pulguento — choro baixinho
tentando me controlar. — Calma, princesa, eu vou
fazer chocolate pra você. Quer que eu busque um
remédio ou outra coisa?
—Não — falo tentando disfarçar meu choro.
— Eu já pedi na farmácia, logo eles vão trazer.
— Tudo bem, eu vou te esperar aqui fora,

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vou fazer seu chocolate — fico trancada no


banheiro, roendo as unhas de ansiedade.
A campainha toca, antes mesmo que Scott
pense em abrir, já passo feito um foguete até a sala.
Pago o entregador, Scott me olha confuso, tenta se
aproximar, mas nem dou chance. Bato novamente a
porta do banheiro.
Eu pedi cinco testes diferentes, só pra
garantir. Leio as instruções atentamente. Sigo
o passo a passo e fico contando o tempo. Aqui diz
cinco minutos, mas para garantir vou esperar dez.
Minhas mãos tremem, começo a suar, penso no que
farei se realmente estiver grávida. Não sei cuidar
nem de mim, quem dirá de um bebê? E, Scott, ele
será um bom pai? Meu Deus, pobre dessa criança,
Scott e eu não conseguimos nem parar de brigar,
como vamos criar um bebê?
Pego o primeiro teste vejo duas listras rosas.

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Não sei o que isso significa, pego a


caixinha novamente pra entender, positivo. Bom
esse deve tá com defeito, só pode ser. Pego o
segundo, o terceiro, o quarto e por último o quinto,
eu to fodida, positivo.
— Não, não, o que eu fiz? Ou melhor, o que
nós fizemos?
— Amanda — chama Scott batendo na porta.
— Você tá me assustando, Amanda, sai desse
banheiro. Isso não pode ser só TPM, mulher? Tá
me deixando preocupado, abre a porta.
Eu não consigo responder, olho para os testes
e só penso em um bebê chorando, eu desesperada
sem saber o que fazer para acalmar. Os cachorros
correndo pela casa, Scott gritando no telefone com
os problemas na empresa. A comida queimando no
fogo. Meu Deus, é como assistir um filme de terror.
— Amanda, caralho!! Amanda, se você não

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abrir, eu vou arrombar — diz ele. Pego a chave


trêmula, abro a porta com cuidado. Scott olha para
o meu rosto cheio de lágrimas.
— Você tá bem, morena? — Me abraça. —
Por que tá chorando? Tá sentindo dor? É isso? Nós
podemos ir a um hospital, se você quiser. — Eu me
sinto pior ainda, com seu carinho. Ele olha os testes
em cima da bancada. Se afasta pegando um, eu não
me mexo, só choro com medo.
— O que é isso? — pergunta confuso sem
entender.
— Eu... Eu to grávida — falo de uma vez.
Scott me olha como se eu fosse um
alienígena. Vejo ele engolir em seco, olhando para
a minha barriga. Imediatamente eu a toco, como se
pudesse proteger o que tem ali.
— Como isso foi acontecer? — pergunta.
— Isso é alguma piada? É pra ser engraçado?
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— Eu preciso mesmo te explicar como se faz um


bebê?
— Esse bebê é meu? — Assim que as
palavras saem de sua boca, eu sinto como se tivesse
sido socada. Olho para os seus olhos tentando ver
se é verdade a sua dúvida. E lá está, aquele ponto
de interrogação pronto pra me ferir.
— Eu não acredito que me perguntou isso?
Scott, você pensa que sou o que, hein?!
— Eu... Eu não sei, eu to confuso, é muita
coisa pra assimilar. E também você tem aquele seu
amigo bombado, e Victor, eu não sei o que pensar.
— Não consigo evitar o soluço e mais lágrimas a
saírem.
— Sai... Sai, daqui, Scott, some. — Ele saiu
sem nem mesmo olhar pra trás, ouço a porta do
apartamento batendo. Sento no chão do banheiro,
coloco a mãos na minha barriga e penso no

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pequeno ser que cresce ali.

Saio de lá com o coração despedaçado, a dor


que eu sinto é gigante. É como se tivesse acabado
de matar, um pedaço meu. A forma que ele me
olhou, com tanto ódio, não sei como consegui dizer
tudo aquilo, como conseguir ser tão fria. Eu queria
o abraçar, pedir desculpa, dizer que o amo e que fui
burra, que não importo com o que ele fez.
Eu o amo, droga eu não posso, eu não
posso... Ele tá pagando por um crime que cometeu.
Arturo é um assassino, ele tirou a vida de vários
inocentes, ele nãoé uma vítima, ele é um criminoso
cruel. Quando ele disse, com tanta certeza que eu

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não conhecia o David, fiquei paralisada e com


medo de estar errada. Não posso ter cometido um
engano. Lembrar dos seus olhos cheios de ódio, me
destrói, ele jamais vai me perdoar, quem eu quero
enganar? Não existe um conto de fada, onde o vilão
se torna o mocinho, isso é a vida real e não há, final
feliz.
Sinto uma leve tontura, me apoio, em uma
árvore e respiro fundo tentando me acalmar. Deve
ser pela a falta de ar, meu pescoço carrega as
marcas dos dedos dele, mas no fundo eu não o
culpo. Respiro fundo, tento controlar minhas
pernas, ando com cuidado até o carro, um dos
seguranças abre a porta pra mim. Não tenho
condições de dirigir. Sinto minha visão embasada,
provavelmente, por conta das lágrimas. Fui levada
direto para a Cartier, hora de tomar o controle do
que me pertence. Chegou o momento. É nisso que
vou focar. Preciso esquecer Arturo ou pelo menos,
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tentar esquecê-lo.
Uma multidão de jornalistas está a posto na
entrada da empresa. Meus seguranças têm
dificuldade de segurá-los para que eu
consiga entrar. De cabeça erguida entrei na Cartier,
pronta pra enfrentar o que estiver na minha frente.
Os funcionários me olham curiosos, finjo não notar,
subo pra sala da presidência. Ellie me olha
assustada, parece que viu um fantasma.
— Boa tarde, senhora Cartier! Em que posso
ajudar?
— Ellie, só Verônica! Por favor, eu quero
que marque uma reunião com os principais
diretores para hoje, até o final da tarde.
— Mas senhora, o senhor Strauss não se
encontra e eu não posso marcar uma reunião dessa,
sem antes, falar com ele.
— Ellie, acho que não entendeu o que tá
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acontecendo aqui, não é mesmo? — faço


minha melhor cara intimidadora. — Eu sou a nova
dona da empresa, a partir de hoje. Tudo isso aqui é
meu, e quem dá as cartas aqui, sou eu.
— Mas, senhora, o senhor Strauss sempre
ficou no comando, quando o senhor Cartier não
estava.
— Bom, Ellie, isso mudou porque agora a
Cartier me pertence. Então faça o que eu disse ou
desça até o andar do RH e assine sua demissão. —
Ela engole em seco e se senta nervosa. Entro na
sala que foi de Arturo, que agora é minha, não sinto
a satisfação que pensei, nem alegria, nem nada,
apenas a dor, a saudade. No final o preço da
vingança foi alto demais.

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Bryan veio me ver. Foi imensamente


frustrante, ele me contou tudo que descobriu sobre
Verônica. Eu não aguentei, comecei a rir. O idiota
demora todo esse tempo para vir me contar uma
coisa que já sei. Ele ficou chocado, quando viu que
já era tarde. Até pediu desculpa pela demora, mas
isso não importa mais. Conversamos por muito
tempo, ele me contou vários detalhes que eu não
sabia, como por exemplo, que todos os passos de
Verônica foram financiados por um cara chamado
Michael. Não foi encontrada nenhuma ligação dele
com Verônica ou com Amanda, eles não são
parentes, o que fica confuso. Por que esse cara a
ajudaria nesse plano, ele só pode ser uma amante
talvez. Não! Que cara ajudaria a amante a vingar o
ex-noivo? Não, isso não faz sentido, pensando bem,
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nada está fazendo sentido. Parece um quebra-


cabeça, a cada peça eu descubro um novo lado de
Verônica.
Scott, também mandou meu novo advogado
avisar que não encontrou os documentos na minha
casa. Ele irá entrar com um recurso para que eu
espere um julgamento em liberdade. Se isso não der
certo, vou ter que esperar na cadeia até o
julgamento. Eu já imaginava que Scott não acharia
os documentos. Verônica já os pegou, foi ela que
me entregou. E agora, só um milagre pra escapar da
condenação. Ela agora tem tudo que queria, ela
tomou a mina, minha empresa e de quebra me
colocou na cadeia. Ela que me aguarde, isso não
ficará assim. Eu tive tempo pra pensar em tudo que
ouvi da boca dela. Fui um idiota nas mãos de uma
cadela barata, mas isso não irá mais acontecer.
Agora voltarei a ser o Arturo Cartier que sempre
fui, um homem implacável, que não aceita ser
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passado pra trás. Se meus anos ao lado de Dimitri


me ensinaram alguma coisa, é como bom saborear
uma vitória, após uma derrota. Irei fazer com essa
maldita, pagar caro. Não só ela, como amiguinha
falsa e esse tal Michael. Todos eles irão me pagar.

— Visitas pro senhor. Dessa vez uma loira,


cada hora é uma mulher diferente, como que pode?
Fico até com inveja. — O idiota do carcereiro, fala
sorrindo.
Sou levado pra sala de visitas e vejo Paloma
me aguardando.
— Me surpreendo em ver você aqui.
— O que foi? Achou que eu ia perder isso?
— O que quer? Diga logo.
— Vim lembrar que eu disse que iria

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testemunhar sua destruição, assistiria de camarote


sua derrota. Olha só estou aqui, faltou só à pipoca.
— Era só isso? Parabéns, Paloma. Você
ganhou, estava certa, Verônica não vale nada.
— Como é que é? — pergunta confusa.
— Você não tá sabendo? — Falo sondando.
— Do que tá falando?
— Verônica não é quem diz ser, ela nunca
foi. Ela na verdade é a noiva sumida do David.
Armou um plano pra destruir nossa família. — Foi
a primeira vez que vi Paloma, sem fala ela se senta
na cadeira, chocada.
— Eu sabia, algo me dizia que ela não
prestava. Tinha certeza, que ela não era quem dizia
ser, mas isso!! A noiva do David. Isso supera tudo!
— Pois é, agora que já sabe que fui passado
pra trás, pode me deixar em paz? Tenho muita
coisa pra pensar e detalhes para decidir.
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— Mas e a empresa? Como fica? Tudo com


você preso aqui?
— Verônica me roubou tudo. Agora ela é
dona de tudo, até da casa que você e mamãe
moram. Eu recomendo que saiam de lá o mais
rápido possível.
— Você não pode deixar isso assim.
— Não se preocupe, eu sei o que fazer!!

Entro em casa e já sou invadida com a


sensação de vazio. Não consigo evitar as lágrimas a
voltarem, nessa casa tudo me lembra ele. Quanta
lembrança tem de nós dois. Esse sofá foi

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testemunha de muitas coisas. Talvez seja melhor eu


me mudar, vender essa casa ou a deixar fechada.
Não acho que não vou conseguir viver aqui se cada
canto me lembra ele! Arturo, meu amor, espero que
um dia você me perdoe.
Nem mesma eu me perdoo. Deixo minha
pasta no sofá e vou até a cozinha, os empregados
fogem de mim como o diabo foge da cruz, parece
que estão todos de luto como se Arturo estivesse
morto e não preso. Bebo um copo de água gelada,
tentando assim aliviar o nó em minha garganta.
Não sinto fome nem nada, apenas dor, minha
cabeça lateja. Subo as escadas com pressa, preciso
de um banho e quem sabe dormir pelo menos umas
vinte e quatro horas. Amanhã o dia será melhor.
Abro a porta do meu quarto e assim que entro dou
de cara com Paloma, sentada na minha cama.
— O que faz aqui? Pensei ter deixado claro

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que não a queria na minha casa! — falo dura. Não


quero que ela perceba o quão estou mal.
— Você deve estar se achando, não é
mesmo? — diz sorrindo.
— O que você quer, Paloma?
— Eu falei com Arturo e, sabe, me
surpreendeu muito, saber a sua verdadeira
identidade.
— Então é isso? O que foi? Veio interceder
pelo ser irmãozinho? Saiba que não vai ser meia
dúzia de palavras suas, que vai tirar ele de lá.
— Você é tão burra, Verônica. Foi tão
inteligente planejando esse planinho ridículo, mas
sabe a onde você errou feio?
— Paloma, sai daqui, senão eu vou ser
obrigada a te expulsar igual da última vez.
— Você pensa que é invencível, não é
mesmo? Pensa que não cometeu nenhum erro,
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alcançou todos seus objetivos. Não é?!


— Exatamente, Paloma, é isso que veio fazer
aqui? Me ouvir dizer o quão fácil foi destruir sua
família e tomar o controle da Cartier?
— Sabe, olhando pra você agora eu não sei o
que David e Arturo viram em você. É tão comum,
não tem nada de especial, tão burra e ingênua.
— Isso não é da sua conta, sua imbecil!
— Imbecil? Eu acho que a única imbecil aqui
é você. Viveu a vida em função de uma vingança
ridícula, em nome de um cafajeste como o David.
— Não ouse abrir essa boca pra falar dele,
sua cadela maldita.
— Você é mesmo uma retardada, Verônica.
Nunca percebeu quem era seu noivinho? Você
trocou meu irmão que te amava, por um ladrão,
traidor. David só estava com você por causa do
dinheiro das terras dos seus avós, nunca achou
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estranho ele se declarar logo depois que você virou


herdeira deles?
— Para!! Para, eu não acredito em nada que
você diz.
— O que foi? A verdade machuca dói, não é?
Saber que David foi um canalha que não merece
nada, que fez por ele. Quer saber o que vai te
destruir, Verônica? Não é você perder o dinheiro
que roubou do meu irmão. Porque pode ter certeza,
que Arturo vai acabar com você. Sabe o que vai te
machucar mais? É saber a verdade. A verdade que
a burra nunca notou.
— Para!! Com todas essas mentiras. —
Choro desesperada, não quero ouvir, não quero.
— David foi meu amante por dois anos, fui
eu quem apresentou Arturo pra ele. Eu sabia que
ele tinha uma noiva, mas nunca me importei eu me
contentava em saber que eu era melhor que você.

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Eu também sabia que você e ele não tinham nada


sério, nem mesmo sexo vocês faziam. — Tampo
meus ouvidos, tentando não ouvir a verdade que ela
joga na minha cara.
— David me amava. E eu era louca por ele,
louca a ponto de ajudar ele a roubar meu próprio
irmão pra o agradar. Ele era ambicioso demais. Ele
não se contentava só com a parte dele da Serra azul,
ele queria ter a Cartier também, mas a Cartier era
do meu pai. Arturo reergueu a empresa depois de
ter a comprado com os lucros da Serra azul. David
queria ser melhor que Arturo em tudo. Então eu o
ajudei a roubar a empresa.
Comecei a tremer em choque.
— Isso mesmo, sua trouxa. Eu ajudei David a
desviar dinheiro da Cartier, não acha que ele ia
fazer tudo sozinho?! Arturo descobriu. Eu fiquei
desesperada por mais que amasse o David, eu não

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queria que Arturo me odiasse. Arturo propôs


entregar David a polícia, eu relutei porque o amava
ele, mas minha família veio em primeiro lugar. Não
queria decepcionar minha mãe. Eu não poderia me
sujar e me envolver com um escândalo desses,
então fiz o que tinha que ser feito. Arturo comprou
uma passagem para o Brasil como umas férias
longe da mídia. O dinheiro do desfalque eu nunca
soube onde David meteu. O combinado seria que
iríamos dividir tudo.
Fico paralisada ouvindo as facadas sendo
acertadas no meu peito. — Quando eu fiquei
sabendo do incêndio, eu voltei correndo, mas já era
tarde, David estava morto. Eu o amava de verdade
e até hoje me culpo pela sua morte. O resto você já
sabe.
— Não! não! Diga que é mentira! — Imploro
mesmo sabendo que tudo é verdade. — Eu não fiz

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isso com Arturo, as provas, tudo dizia que David


era inocente, não!!! — Grito em pânico, eu não
posso ter cometido esse erro. Não com Arturo.
Paloma se aproxima e começa a rir debochada,
eu estou tão em choque que não tenho ação.
— Eu não acredito. Você ama meu irmão,
não é mesmo?! — Não respondo, apenas engulo o
nó que se forma em minha garganta. — Você é
muito burra, Verônica, esse será seu castigo. Você
vai sofrer, sabendo que o homem que você ama te
odeia e está preso por sua culpa.
— Não, não! Cala boca, sua desgraçada! —
Acerto um tapa na sua cara. Paloma não demora a
devolver, começamos a brigar.
— Sua maldita, acha mesmo que vou deixar
barato o que você fez, sua cadela burra? Você
destruiu meu noivado, separou meu pai e minha
mãe, acabou com minha reputação!— acerta um

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abajur na minha cabeça, eu cambaleio desnorteada.


Tento sair do quarto, mas Paloma puxa meu cabelo,
eu consigo dar uma rasteira nela. Entretanto acabo
caindo junto no corredor, tento levantar, mas tenho
dificuldade, Paloma se levanta rápido. Ela pega um
caco de vidro que quebrou com a briga e mira em
minha direção.
— Você ficou louca! O que vai fazer com
isso? — falo tentando ganhar tempo, porque sei que
logo os seguranças vão estar aqui, devem ter
ouvido o barulho.
— Você pensou que iria sair ilesa de tudo
que não fez, sua maldita? Eu vou acabar com você.
Ando para trás, tentando me afastar, penso
em algo que possa usar pra me defender, mas não
encontro nada.
— Você está louca se acha que pode me
intimidar com isso? — falo com uma segurança

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que não tenho. Ouvimos a porta da sala ser aberta


com brutalidade. Aproveito a distração de Paloma e
tento pegar o caco de suas mãos, nós duas lutamos,
acabo me desequilibrando e caindo em cima de
Paloma, porém não sabia que estávamos tão perto
da escada. Só sinto o impacto na minha cabeça.
Rolamos as duas.
Após bater várias vezes a cabeça, consigo
me apoiar. Ao contrário de mim, Paloma continua
descendo até parar no último degrau. Seu rosto
como o meu está muito ferido, mas o que me
chama atenção é só o sangue que sai da sua calça,
ela sangra muito, desacordada no chão.
Fico desesperada, mas não consigo me
levantar com dor. Os seguranças chegam e um
deles já liga pra ambulância, sinto que meu ombro
está doendo muito. Mas o que me preocupa é
Paloma. Ela não para de sangrar. A ambulância

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chega e Paloma é levada às presas para o hospital.


Acompanho preocupada, não posso carregar mais
essa culpa, não quero que ela morra. Ela precisa
sobreviver. Arturo não vai me perdoar jamais se ela
morrer.
Um médico me atende, mas sou logo
liberada. Fiz o raio-x e por sorte não quebrei nada.
Pergunto por Paloma, mas ninguém fala nada. De
longe vejo Guilherme conversando com um
médico, penso, ele pode descobrir como Paloma
está.
— Guilherme — chamo sua atenção.
— O que tá fazendo aqui? — pergunta me
olhando dos pés à cabeça.
— Que sangue todo é esse? Você tá bem? Já
foi examinada? Procura por algum ferimento?
— Não, Guilherme, eu to bem. Não é nada
comigo.
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— Então o que houve?


— A Paloma, ela sofreu um acidente.
— Como assim, Verônica? O que houve com
a minha irmã? O que a Paloma tem? Como assim
acidente?
— Nós duas estávamos brigando, a discussão
ficou feia, eu não sei como, mas ela acabou caindo
da escada — falo atropelando as palavras. Com
medo de que ele não acredite em mim.
— Aonde ela tá?
— Eu não sei, ela foi levada, tinha muito
sangue, ela não acordava! — choro assustada.
Guilherme me deixa falando sozinha e sai em
disparada para a emergência.
Me sento na sala de espera, me sentindo sozinha,
com medo. Queria Arturo do meu lado, imploro a
Deus que nada aconteça com Paloma. Faço uma
prece onde peço perdão, mesmo sabendo que não
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mereço.
Guilherme aparece uma hora depois, sua cara
já diz que as notícias não são boas, minhas mãos
tremem de ansiedade.
— Fala, Guilherme, por favor. Fala logo, o
que aconteceu? — Antes mesmo que ele abra a
boca pra responder, Inês entra como um furacão
desesperada. É raro ver ela tão preocupada,
realmente, ninguém pode negar que ela ama seus
filhos.
— O que você fez com a minha filha, sua
desgraçada?! — grita me acusando.
— Inês, se acalma. Eu não fiz nada — tento
acalmá-la.
— Sua vigarista, se você tiver machucado
minha filha, eu te mato. Tá me ouvindo? Dessa vez
será com minhas próprias mãos! — tento não me
chocar com o que lá disse. Guilherme se põe no
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meio de nós duas.


— Ei, isso aqui é um hospital. Você não pode
fazer um escândalo desses — repreende.
— Meu filho, me diga como tá sua irmã? —
fala tentando abraçá-lo. Guilherme se esquiva para
longe.
— Paloma agora passa bem, ela foi pra sala
de curetagem. Mas logo será encaminhada pro
quarto, entretanto, o bebê que ela esperava não
resistiu.
— Bebê? — pergunta Inês confusa.
— Sim, ela estava grávida, de três meses,
mas ela perdeu a criança. Ela foi levada para fazer a
curetagem e assim que acordar poderá receber
visitas.
Me escoro na parede, sem ar. Lembro da
perda da minha filha, na dor que senti, é pior do
que eu pensava. Eu matei um inocente, eu sou
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culpada pela morte de um anjinho, olho para


minhas mãos sujas de sangue seco. E tenho nojo de
mim mesma, até onde eu cheguei pela minha
vingança. — Eu não queria... Eu não queria — falo
para as duas desesperadas, saio de lá correndo. Não
aguentaria ficar mais um segundo naquele lugar.
A chuva volta a cair, é assim o outono em
Londres, cheio de chuva. Eu pergunto aos céus o
que eu fiz pra merecer tanta dor, tanta desgraça.
Como é possível, que eu possa merecer tanto
sofrimento? O mesmo segurança que me ajudou,
abre a porta do carro pra mim. Desço sem pressa.
Não quero entrar em casa, na verdade eu preferia
apagar minha existência. Quem sabe assim, eu sinto
um pouco de alívio.
— Senhora? A senhora tem visita.
— Quem é? — pergunto a Nina.
— Não disse o nome, apenas que era

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importante.
Entro na sala destruída, não tenho mais força
pra mais nada, muito menos visitas.
Olho para as escadas. O chão já está limpo,
não há nem sinal da tragédia que aconteceu. A
lareira tá acessa trazendo um calor gostoso pro
ambiente.
Em pé de frente ao quadro de um metro, meu
e de Arturo no nosso casamento, está uma figura
estranha, uma pessoa que não reconheço de
imediato, mas em câmera lenta se vira ficando
frente a frente a mim. Depois disso só vi a
escuridão...

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CAPÍTULO 35 - A volta
daquele que nunca se foi

“Eu tenho sido um mentiroso, um ladrão,


um amante, um traidor.
Todos os meus pecados precisam de água
benta, pra serem lavados.”

Acordo desorientada, abro os olhos


lentamente tentando me acostumar com a
claridade. Sinto dores terríveis na cabeça e no
abdômen.
— Que bom que acordou, meu amor — diz
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mamãe me abraçando.
— O que houve? Como vim parar aqui?
— Você caiu da escada junto com aquela
vagabunda. Infelizmente acabou se machucando
feio—toco minha barriga preocupada, os olhos da
mamãe seguem meu toque e fico nervosa dela
saber.
— Filha — levanto meu rosto, preparando-
me pro sermão, que sei que vou ouvir. — Meu
amor, você vai ter que ser uma princesa corajosa
agora. — Me olha com tanta pena que estremeço.
— Querida, infelizmente você perdeu o bebê.
— O chão se abre sob os meus pés. Olho pra minha
barriga.
— Não, não, não meu bebê, não meu bebê!
— Filha, fica calma.
— Não é verdade! Meu bebê ainda está aqui,
eu não perdi meu filho, eu não perdi! — Me
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descontrolo
— Paloma, fica calma. Você vai se
machucar.
— Meu filho, mãe, é culpa minha, eu não
queria, eu queria tirar meu bebezinho, mas eu me
arrependi, eu não queria mais matar meu bebê, eu
amava meu bebê, eu ia cuidar dele, eu iria proteger
meu bebezinho. Não, não... Eu quero meu
bebezinho, mamãe, traz meu bebê de volta.
— Filha, se acalma. — Me abraça chorando.
— Não, mamãe, não... Eu não queria
machucar meu bebê, eu já o amava, eu ia ser uma
boa mãe, eu juro! — soluço em prantos. — Não,
mamãe! Eu quero meu filho de volta, traz ele de
volta.
— Filha? Filha, me escuta. Não era o
momento certo... Você terá outros filhos, as coisas
são como tem que ser.
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— Não, eu não quero outros filhos, eu quero


meu bebê de volta.
— Calma, meu amor, eu to aqui com você,
seu pai tá lá fora também, estamos todos aqui. —
Eu vejo Guilherme entrando junto com duas
enfermeiras. Mas eu não quero ver ninguém, eu só
quero meu bebê de volta.
— Paloma, eu preciso que você se acalme.
Tudo vai ficar bem, você precisa me deixar cuidar
de você. Eu só quero que fiquei tranquila, não
quero ter que lhe aplicar um calmante.
— Gui, Eu não queria matar meu bebê, eu
amava meu bebê. Gui?! Por favor, fala que é
mentira da mamãe. Eu não perdi meu bebê. — Ele
me abraça apertado.
— Calma, princesa. Isso vai passar. — Nesse
momento vejo quanto senti a falta do meu irmão,
sempre esteve sozinho e eu nunca fui uma boa

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irmã, mais agora ele está aqui por mim. Sinto uma
picada em meu braço, olho pro lado e vejo que
Guilherme aplicou algo mim. Apago logo em
seguida.

— Filho, ela vai ficar bem, não é mesmo? —


pergunta Inês chorando
— Eu não posso afirmar nada, vou precisar
chamar um psiquiatra pra dar uma olhada nela.
Nesse momento ela tá muito traumatizada. Teremos
que esperar ela se recuperar, e só então saberemos
se ela terá alguma sequela psicológica. Santiago e o
ex-noivo dela, estão lá fora esperando pra entrar, eu
vou avisar que ela não pode receber visitas agora.
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— Minha filha pode ficar louca? É isso que


você quer dizer?
— Eu não disse isso, apenas afirmei que ela
pode precisar de ajuda psicológica.
— Isso é tudo culpa daquela cretina, eu vou
fazê-la pagar por isso. — Me espanta a maldade em
sua voz.
— Eu tenho outros pacientes pra atender,
com licença—falo tratando de sair de perto dessa
mulher.
— Filho? Espere. Nós precisamos
conversar. Você precisa me ouvir, nem tudo é
como você imagina. Eu amei muito o Eduardo, eu
só não tive coragem na época de largar tudo pra
ficar com ele.
— Olha, Inês... Como eu disse, eu tenho
paciente. Vou mandar Gorete avisar os familiares
sobre o quadro da paciente e tenho outros pra
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atender, se não tiver nada a respeito pra dizer, eu


tenho que ir — saio batendo à porta. Não quero
ouvir nada que venha dela, nada do que falar vai
apagar todos os anos de mágoa que vivi na minha
infância. Eu cresci sendo o rejeitado da família, e
agora conhecendo Eduardo, eu vejo o quanto eu
perdi. Tudo poderia ter sido diferente se não fosse
sua ambição e seu egoísmo.
Ando pelo hospital tentando me acalmar. Só
tem um lugar que traz paz e tranquilidade... A
unidade Neonatal. Entro na sala mais bonita do
hospital, no canto vejo Alice com um bebê no colo,
ela ainda não notou minha presença. Observo como
ela é linda e doce, ao cuidar do pequeno anjo em
seu colo.
— Ali. — A chamo nervoso.
— Desculpa, eu já estou de saída. — Ela
coloca o bebê no berço e tenta sair, mais bloqueio à

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porta, ficando em sua frente.


— Eu sei que você não quer me ver, mas nós
precisamos conversar.
— Por favor, doutor. Não torne isso mais
difícil — implora com a voz triste
— Ali, olhe pra mim? — peço gentilmente,
ela levanta seus lindos olhos azuis. Toco seu rosto
com carinho e ela estremece, isso é bom.
— Por favor, Guilherme. Não faça isso, não
me faça me sentir pior do que já estou esses últimos
dias tem sido horríveis pra mim.
— Sabe? Eu estou apaixonado por você, Ali,
e eu sei que você sente o mesmo.
— Guilherme, não podemos.
— Nós podemos sim, eu não sou seu irmão.
— Ela me olha confusa. — Meu anjo, eu não sou
filho do Santiago, eu descobri que mamãe o
enganou. Eu sou fruto de uma traição.
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— Guilherme, você deve estar arrasado. —


Me abraça forte. E nesse momento eu sinto que não
estou sozinho. —Como você tá lidando com isso?
— pergunta preocupada.
— Eu to bem. Tô tentando não pensar muito,
mas o que importa é que não há nada que nos
atrapalhe para ficarmos juntos. — Alice sorri em
meio às lágrimas que caem por seu rosto.
— Eu me senti tão suja — soluça em meus
braços.
— Não se preocupe, pequena. Nada que nós
fizemos foi sujo. Eu nunca me senti tão feliz como
naquela noite, você é perfeita, Ali. — Eu engulo
seco ao me abrir com ela. — Eu, por muito tempo,
achei que era apaixonado por minha noiva, mas
quando descobri sua traição percebi que tudo nela
era superficial, falso. Eu jamais teria sido feliz com
ela. Depois eu fiquei tão confuso, que confundi

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admiração com amor. Mas, com você, Ali... É algo


diferente, único, eu nunca senti nada parecido. Eu
me sinto possessivo com você, eu me sinto
nervoso. Com medo de que não sinta o mesmo que
eu. Eu tenho medo de não ser o que você merece.
— Por favor, não mais diga nada. — Ela me
cala com um beijo, um beijo doce, delicado, um
beijo de saudade, como se nesse beijo, ela pudesse
demonstrar tudo que está sentindo.

Passei a noite bebendo igual um tolo, nem sei


como fui chegar até meu apartamento. Acordei
deitado no sofá, com meu telefone tocando sem
parar.

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—Alô? — falo rouco de sono.


— Scott? É o Collin, tenho péssimas notícias.
O juiz Falconi negou o habeas-corpus do Arturo.
Ele não vai poder aguardar o julgamento em
liberdade.
— Como assim? Por quê? Isso não faz
sentido, ele é réu primário. Você garantiu pra mim
que era fácil conseguir o habeas corpus.
— Eu sei, eu sei, cara. Mas o juiz que pegou
o caso é o Falconi, ele está há anos tentando
destruir a cosa nostra, está atrás do Dimitri há anos.
O cara não vai desistir, Arturo preso é a única
chance de ele ter alguma prova concreta contra o
Dimitri.
— Que merda. Eu não acredito nisso. Arturo
já sabe?
— Não, ainda não. Eu pretendo passar lá
mais tarde e dar a notícia, eu vou tentar entrar com
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um segundo recurso hoje mesmo.


— Eu vou passar lá antes de ir pra Cartier,
pelo andar da carruagem a única chance do Arturo
será Dimitri voltar.
— Eu não desisti, ainda. Não subestime meu
trabalho.
— Tudo bem, Collin. Qualquer notícia, me
avise — desligo o telefone preocupado. Vejo uma
mensagem da Suely avisando que ontem, depois
que saí, Verônica fez uma reunião com toda a
diretoria da empresa. Que diabos tá acontecendo.
Como ela faz isso pelas minhas costas?
Preciso conversar com Amanda. Chega de ser
infantil. Eu e ela precisamos ter uma conversa
franca, eu sei que agi errado fugindo ontem, ela tem
que entender meu lado. Inferno! Por que tudo tem
que ser tão complicado, comigo e com Amanda.
Merda! Por que eu tinha que me apaixonar justo

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pela mulher mais complicada de todas?

Entro na sala de visitas, tenho um


pressentimento ruim, como se algo fosse ficar pior
do que já está. Como se fosse possível.
Arturo entra algemado, com a cara totalmente
abatida, nem parece o cara que eu conheço.
— Cara, você tá uma merda — falo tentando
zoar ele,
— Como posso estar bem preso aqui? Sem
poder fazer nada? Estou enlouquecendo aqui
dentro! A todo momento sou pressionado a
confessar fazer um acordo, mas pra isso, preciso
entregar Dimitri. Eu não sou a porra de um dedo
duro, não vou fazer isso.
— Eu receio que não tenho boas notícias.

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— Fala logo, nada pode ser pior do que eu


descobri.
— Do que tá falando? — pergunto curioso.
— Você também não sabe? — Ele olha
estranho, como se ele desconfiasse de mim.
— Fala, porra.
— Verônica não é quem diz ser — fala
amargo. — Verônica era a noiva do David, aquela
que eu estava procurando. Ela veio até mim em
busca de vingança, tudo que aconteceu nesses
últimos meses foi um plano dela pra se vingar. Ela
armou todo esse circo, me pôs contra minha própria
família e por fim, Steven foi comprado por ela. Ele
me induziu a passar a empresa para nome dela e
junto a Serra Azul. Ela armou tudo, desde o
começo ela queria acabar comigo, e tomar aquilo
que é meu. E olha, cara? — fala inconformado. —
Ela conseguiu. Ela me tirou tudo. A Cartier agora é

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dela, a Serra Azul, minha família me odeia, até


mesmo minha liberdade ela me tirou. Você não
encontrou os documentos no meu escritório, porque
foi ela quem entregou tudo à polícia.
Fico chocado, sem reação, não é possível!
— Você vê agora como eu to fodido? A
polícia tem provas concretas contra mim. Vou ficar
o resto da minha vida na cadeia, se não sair daqui.
— Caralho, se não estivesse ouvindo direto
da sua boca, jamais acreditaria.
— E pra piorar o juiz negou seu habeas
corpus. Como ela pôde armar um esquema dessa
grandeza? Isso é coisa de profissional, por baixo
daquela máscara de mulher apaixonada, escondia
uma víbora. Como ela entrou na Cartier? E como
ela conseguiu fazer tudo isso? Se passar por outra
pessoa? Eu checo todos os funcionários.
— Essa parte Brian que me contou. Verônica
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entrou com a ajuda de um cara, chamado Michael e


claro, a amiguinha que não sai de perto dela, tua
esposa — fecho os olhos tonto com tanta
informação. Amanda, porra, Amanda. Lembro do
dia que a vi pela primeira vez. Agora tudo faz
sentido. Ela me perseguindo, todas suas tentativas
frustradas de me conquistar. Inferno, até na mesma
academia ela me perseguia. Sinto como se tivesse
levado uma facada pelas costas.
— Eu não sei quem é esse tal Michael, mas
desconfio que seja algum amante. Eu descobri que
foi ele quem colocou o pen drive na festa do
lançamento. Você não imagina piores armações que
ela fez pra colocar minha família contra mim. Eu
fui um cego, não vi a verdade bem na minha frente.
— Eu sei quem é esse Michael — falo
amargo. Arturo me olha curioso.
—Michael é amigo das duas. Ele não é

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amante da Verônica, na verdade acho que ele e


Amanda tinham um caso. Ou tem, eu não sei de
mais nada. A única coisa que sei, é que ele é bem
próximo das duas. Eu preciso de ar, Amanda se
aproximou de mim só pra ajudar a Verônica. Ela
me usou esse tempo todo.
— Eu sei que estamos no mesmo barco. Nós
dois fomos feitos de trouxa pelas mulheres que
amamos.
— Eu agora percebo que sim, Arturo. Eu
preciso ir, qualquer novidade eu te aviso. Vou
tentar de alguma forma, localizar Dimitri mesmo
que eu tenha que ir atrás dele.

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Abro os olhos lentamente tentando me


localizar. Nina sorri pra mim.
— Tudo bem, senhora? Eu quase chamei um
médico, a senhora está sofrendo muita pressão.
Com o patrão na cadeia precisa se cuidar pra
quando ele sair te encontrar bem e não doente como
está. — Me sento lembrando dos segundos antes de
eu desmaiar.
— Eu... Eu vi, Nina, tinha um homem, ele
estava aqui.
— Sim, senhora. Eu pedi para que ele
aguardasse no escritório. Enquanto eu cuidava da
senhora.
— Nina, tem certeza que tem alguém no
escritório?
— Tenho sim, senhora. Posso ser velha, mas
não estou caduca — ando em direção ao escritório
de Arturo, minhas mãos tremem. Tenho medo do
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que eu possa ver atrás dessa porta. Não é possível,


eu devo ter batido a cabeça na queda com Paloma.
Tomo coragem, abro porta e meu medo se
concretiza porque David Simon está aqui em carne
e osso, sentado na cadeira do Arturo, mais vivo do
que nunca. Pisco várias vezes incrédula, sem
reação, desacreditando nos meus próprios
olhos. Ele se levanta e sorri pra mim, aquele sorriso
cínico que nunca tinha percebido antes, tudo nele é
falso e mentiroso.
— Como? — engasgo com as palavras em
choque.
— Meu amor, você tá mais linda do que
nunca. — Me abraça apertado. Me afasto sentindo
nojo do seu toque.
— Não, não... Como é possível que você
esteja aqui? — olho horrorizada tentando entender
o que está acontecendo.

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— Eu sei que é um choque pra você, mas eu


tenho muito para contar, querida.
Meu coração acelera.
— Não sabe a saudade que senti de você por
todo esse tempo, eu nunca deixei de vigiar seus
passos minha, princesa, eu cuidei de você de longe
— tenta mais uma vez me abraçar.
— Me solte — falo com nojo de sentir suas
mãos em mim. Deus, isso realmente está
acontecendo? Como ele pode ser tão cara de pau e
aparecer aqui depois de tudo que fez? — Não ouse
tocar essas mãos nojentas em mim, seu monstro.
— Eu sei que você deve estar magoada, meu
bem. Mas eu não poderia te contar antes da hora,
tudo tinha a hora certa.
— Por que você fez tudo isso? Por que me
usou desse jeito?
— Você precisava de algo que te induzisse a
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seguir com meus planos, nada poderia sair do


roteiro. Se você soubesse que eu estava vivo,
jamais faria com tanta determinação.
— Você fez tudo isso, você armou pra mim?
Você nunca me amou, todo esse tempo eu fui
apenas um pião em seu jogo nojento — falo com a
voz cortada.
— Eu acreditava em você, meu amor. Eu
sabia que você era a única que conseguiria atingir
os Cartier, você era forte o suficiente pra destruir
todos eles. — Ele diz com um sorriso cínico. Ele é
completamente louco.
— Então você queria se vingar deles e me
usou pra isso? Eu fui um joguete em suas mãos
todo esse tempo. Ele parece pensar no que dizer. —
Por quê? Eu não entendo. Por que todo esse ódio
pelo Arturo? Por mim? Por que me machucar dessa
forma?

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— Eu não te odeio, minha vida. Você era a


única forte o bastante. Já Arturo, aquele miserável
sempre teve tudo que eu queria, primeiro a mina,
depois ele comprou a Cartier, transformou tudo em
um império, enquanto eu fiquei pra trás. Eu não
poderia deixar ganhar o mérito por tudo, fui eu
quem viu os diamantes primeiro, eu queria a mina
toda pra mim, só que não tinha condições de
comprar sozinho. Você não tinha tanto dinheiro e
muito menos eu.
—Você apenas me usou esse tempo todo.
Aproximou-se de mim apenas por causa da herança
dos meus avós, me fez abrir mão do rancho que eu
tanto amava, seu miserável. — Minhas mãos
tremiam de tão transtornada que estava.
— Não, querida, você está enganada. Eu era
louco por você, mas sabia que você era ingênua
demais pra mim. Você não era mulher pra foder,

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mas sim aquela que se casa, mãe dos seus filhos —


sinto um ódio imerso se alojar em meu peito. — Eu
não acredito que fui burra ao ponto de não ver o
verme que você era. — É inacreditável a crueldade
que esse homem fez, ele destruiu a minha vida por
conta da sua ambição.
— Eu armei tudo. É isso que quer ouvir?
Enquanto estava na prisão, eu planejei cada detalhe.
Eu não sairia livre de lá, não sem ter feito o que eu
fiz. Armei minha fuga, planejei o incêndio, outra
pessoa foi encontrada carbonizada no meu lugar.
Eu tinha o dinheiro do carregamento de jade, esse
dinheiro me serviu pra executar meus planos. Essa
parte não foi muito fácil, tive ajuda de um amigo
que me devia uns favores. Ele foi quem me ajudou
a fugir — coloco minha mão sobre minha boca,
totalmente horrorizada.
— Você é um assassino, você matou todas

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aquelas pessoas.
— Infelizmente, tudo tem um preço — fala
como se a vida daquelas pessoas não fosse nada.
— E nem tudo saiu como eu planejava. Eu
jamais previ que você iria se casar com Arturo, eu
queria que você o destruísse junto com sua família,
não que você se casasse com ele. Entregasse a ele o
que era meu. Mas olha para você, meu amor. Você
fez muito mais que isso, é claro que a ajuda do seu
amiguinho Michael. Foi muito difícil driblar as
investigações dele, tive que gastar uma verdadeira
fortuna pra conseguir enganar seu amiguinho — diz
tão friamente que me assusta.
— Querida, tenho tanto orgulho de você. Não
só acabou com Arturo como destruiu todos eles, eu
jamais teria feito melhor. A Cartier e a Serra azul
são nossas, meu amor. Enfim recuperamos aquilo
que nos pertence — acerto um tapa forte em sua

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cara com tanto ódio que sinto a mão arder.


— Seu desgraçado! Você destruiu minha
vida, seu miserável. Eu não acredito que foi capaz
de tudo isso. Você me usou. Seu porco imundo,
olha o que eu fiz acreditando em suas mentiras. Eu
lutei pela memória de alguém que nunca existiu.
— Agora é tarde pra vir querer dar uma de
arrependida, Verônica. Tudo que fiz foi por nós
dois, pra recuperar nosso patrimônio. Eu te amo,
mas você sabe o quanto eu queria aquela mina, não
era justo deixar Arturo roubar aquilo que era meu,
aquilo que era nosso. — Eu nunca vi uma pessoa
tão ardilosa e manipuladora na minha vida. Eu
nunca notei sua obsessão, nunca notei tanta
crueldade nesse monstro.
— Nada é seu, David. Você usou meu
dinheiro pra comprar sua parte da sociedade, você
me usou pra conseguir tudo que queria, mas o

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dinheiro sempre foi meu, desde o início.


— Querida, mas agora você recuperou tudo
de novo. Tudo é nosso e de brinde ainda temos a
Cartier.
— Chega de teatro, maldito. Eu sei da
verdade, eu sei sobre Paloma e você — vejo sua
pose desmanchar um pouco, mas ele ainda assim
consegue me assustar. — Eu sei que você esteve
com ela ao mesmo tempo em que era meu noivo.
Você roubou sim a Cartier, ela me contou todo o
plano de vocês, você é o único bandido aqui,
David. Não sabe o arrependimento que eu tenho,
queria nunca ter te conhecido. Você arruinou minha
vida, não sobrou mais nada de mim, e agora eu
nunca vou conseguir me perdoar pelo que eu fiz.
— Isso não é verdade. Você tem a Serra azul
e a Cartier sem minha ajuda. Te impulsionando a
tomar tudo que você tem agora jamais estaria aqui.

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Olha o que você se tornou, está mais linda do que


nunca, dona de um império, uma mulher poderosa.
Uma verdadeira rainha. — Ele diz feliz.
— Eu tenho nojo do que me fez fazer. Eu
coloquei Arturo na cadeia por sua culpa, ele é
inocente e tá pagando pelos meus pecados.
—Por que está defendendo tanto ele? —
pergunta com ódio no olhar. — Ele não é nada pra
você. Eu sou seu noivo, te conheço há anos, nos
amamos e iremos ficar juntos.
— Amor? Você não sabe o que é isso, seu
hipócrita. Só ama o dinheiro, e eu amo apenas uma
pessoa nesse mundo, e é Arturo Cartier, ele está na
cadeia por minha culpa.
— Eu sabia, eu tinha certeza que você estava
gostando desse verme. Eu vi vocês naquela festa,
eu vi o colar que ele te deu. Eu também o filmei
com a empregadinha. E te enviei o vídeo, mas nem

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vendo ele com outra fez você deixar de gostar dele,


sua burra. — Se aproxima ameaçador. — Você não
vai ficar com ele, Verônica. Você é minha, só
minha e não aceito que fique com Arturo, ele vai
apodrecer naquela cadeia sozinho, e nós dois
vamos nos casar e reconstruir o império Cartier
juntos. Você será a esposa perfeita, que eu sempre
quis.
— Nem nos seus sonhos isso vai acontecer.
Eu te odeio, David! — falo com asco olhando bem
nos seus olhos. — Eu vou te denunciar pra polícia,
você vai pagar pelo que fez a nós dois. E eu vou
ajudar Arturo a sair da cadeia e ele vai me perdoar.
Pode levar o tempo que for, mas ele vai me
perdoar.
Ele me olha com os olhos cheio de ódio.
— Você não entendeu, não é mesmo? Eu não
fiz tudo que fiz pra chegar até aqui e ver você

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destruir meus planos. — Me puxa para os seus


braços. — Arturo jamais vai te perdoar, eu o
conheço bem, e mesmo que ele te perdoe, eu não
vou te deixar voltar pra ele, você me pertence.
—Me solta, me solta! — falo em pânico.
David me puxa e beija minha boca com raiva, sinto
nojo, tento me soltar, mas ele e mais forte, mordo
seus lábios até sentir o gosto de sangue. Ele então
acerta meu rosto com um tapa forte, fazendo com
que eu caia no chão.
— Desgraçada, nunca mais faça isso. Pensou
o quê? Que depois de ter sido putinha do Arturo,
você vai negar esse corpo pra mim? Tudo é meu
agora. Pensa que vou deixar barato você ter
deixado ele ser seu primeiro homem? Você se
guardou para mim, você é minha. Mesmo já
estando usada, eu ainda a quero você.
— Sai daqui, sai da minha casa! — grito em

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pânico, com medo de que ele possa tentar me


violentar aqui mesmo. — Estou vendo agora quem
ele realmente é. Um mostro capaz de tudo por
dinheiro, por poder. David se aproxima, eu me
arrasto pro canto da parede, chorando desesperada
e um dos seguranças abre a porta do escritório com
força. Respiro aliviada.
— Senhora? Precisa de ajuda? — olha pra
mim com o rosto marcado encolhida no chão.
David me mostra a arma em sua cintura, mas
só eu posso ver. Eu sei que ele pode matar o
segurança em dois tempos.
— Não é nada, apenas mostre a saída para o
senhor Simmons.
— Claro! Venha comigo, senhor — olha
desconfiado.
— Eu vou, querida. Mas saiba que eu volto
— sorri pra mim, um sorriso que me causa arrepios.
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Assim que ele saiu, eu desmorono. Fico com


ódio, mais ódio de mim mesma. Como pude ser tão
burra? Pego um vaso e arremesso na parede. Eu
estava cega que não vi, nunca percebi que ele não
valia nada. Droga, o que eu fiz? Sento no chão e
choro até não poder mais.
As palavras da Paloma se misturam com as
que eu ouvi da sua boca, tudo que eu fiz com
Arturo. Ele não vai me perdoa, eu o machuquei
tanto. Eu o feri de tantas formas, como pude, Deus?
Isso tá doendo tanto. A dor é terrível demais. Pego
meu telefone e ligo pra Mandy, preciso dela nesse
momento. Ninguém atende, tento o número de
Michael, mas está desligado. Eu fico sozinha com
toda minha dor. Minha vida se transformou em um
inferno. E não a nada que eu faça que possa mudar
isso.

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Mal preguei os olhos. Fiquei me remoendo a


noite toda. Todos os momentos que passei com
Scott, como pude ser tão descuidada? O que vai ser
dessa criança sem um pai e com uma mãe doida
como eu? Me peguei ligando para Michael,
precisava de alguém para desabafar. Foi tão bom
ouvir sua voz. Ele ficou tão preocupado ao ouvir
meus soluços. Contei tudo que aconteceu, contei
que estava apaixonada por Scott e que ele não
acreditava que o filho era dele. Tive que ouvir um
sermão gigante, ele queria voltar e falar umas
verdades para o Scott, mas eu sei que ele está em
um caso importante e não pode estar aqui. Eu
chorei tanto ao ouvir Michael dizer que eu seria

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uma boa mãe, que amaria meu bebê, tanto que não
ia me importar com mais nada. Michael me disse
que se eu tinha uma chance de ser feliz, deveria
arriscar e ser sincera com Scott. Então, agora estou
aqui, trêmula, em frente à sua sala. Eu não sei como
vou ser recebida. Fiquei sabendo que ele chegou à
Cartier faz mais de duas horas. Suely me olha
estranho, eu já notei que ela não gosta de mim, mas
não ligo. Foda-se. Abro a porta de uma vez, Scott
está sentado, concentrado olhando para a aliança
em sua mão. Ele me olha.
Estremeço ao ver tanta mágoa e
ressentimento em seu olhar.
— Precisamos conversar — falo reunindo
minha coragem.
— Eu não sei se posso falar com você nesse
momento e não acabar fazendo uma loucura —
engulo em seco, de repente sinto medo de que ele já

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saiba de tudo.
— Por favor, Scott, eu só preciso ser franca
com você. — Ele me olha com um sorriso frio.
— O que foi? Quer me contar que me usou
todo esse tempo? Sou apenas mais uma peça no seu
planinho e da sua amiga? — engulo a saliva
assustada. — O que foi? Pensou que eu ia demorar
a saber a mentirosa que você é? Me enganou todo
esse tempo. Fiquei feito bobo correndo atrás de
você e era isso que você queria o tempo todo, não é
mesmo?
— Scott, não foi bem assim.
— Vai mentir na minha cara, que não foi sua
intenção desde o começo? Você foi parar até na
minha cobertura com aquele seu amiguinho... Eu
sempre desconfiei dele. Agora eu vejo que estava
certo.
— Scott, eu ia te contar tudo ontem à noite,
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mas com a notícia da gravidez, eu acabei me


esquecendo.
— Muito conveniente você vir aqui dizer que
ia contar, não é?
— Scott, uma vez na vida, me escute, não
seja teimoso, apenas me deixe falar.
— Você não merece nem mesmo que eu a
escute, não sabe o quanto machuca saber que tudo
que passamos era mentira. Eu enfrentei meu avô
por você, fui deserdado por sua causa. Meu avô é a
minha única família, mas mesmo assim te escolhi.
Só para descobrir que você é uma mentirosa.
— Scott, eu sei que está com ódio de mim,
mas, por favor, me escute, se não por mim, pelo
nosso filho. — Ele me olha com dúvida e baixa
seus olhos até minha barriga. Eu sei que ele está
confuso, posso ver isso em seus olhos.
— Fala, Amanda, eu não tenho o dia inteiro,
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não esqueça que estamos em horário de trabalho —


respiro fundo. Minhas mãos tremem de
nervosismo.
— O combinado entre Verônica e eu era que
eu deveria me aproximar de você, assim teria
acesso às informações sobre a Cartier, ou sobre
Arturo. Michael é dono da cobertura, na verdade,
de quase todos os apartamentos do prédio. Eu me
mudei pro mesmo andar porque deveria ficar
próxima a você. Fiz de tudo para chamar sua
atenção, mas nada que eu fazia parecia adiantar,
você fugia de mim, como o diabo foge da cruz.
Quando nos beijamos na festa de lançamento, eu
me senti tão confusa e quis enganar a mim mesma
que não foi nada especial. Depois fiquei com raiva,
porque você não me enxergava. Então teve o dia
que ficamos juntos pela primeira vez. Nunca senti
aquela conexão com ninguém. Depois, quando
você me expulsou me senti como lixo. Sabe por
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quê? Porque por mais que eu quisesse negar já


estava me apaixonando por você. Eu juro que
depois que ficamos juntos, eu nunca mais dormi
com ninguém. Sei que parece difícil de acreditar,
mas eu não consegui terminar com Victor, e
Michael sempre foi mais meu irmão do que meu
amante. Ele sabia que eu estava interessada em
você, ele percebeu antes mesmo de mim. Depois
quando me tentaram... — engulo as palavras só de
imaginar já me arrepio toda. — Tentaram me
violentar, você cuidou tão bem de mim, eu não
pude evitar me apaixonar mais ainda. Eu estava
louca por você, justo eu, que jurei nunca mais
entregar meu coração novamente, agora estava
perdida. Eu sei que deve ser difícil aceitar tudo que
fiz, mas saiba que Verônica tem seus motivos para
ter feito tudo que fez. Ela sempre foi minha amiga,
mais que isso, minha irmã, jamais deixaria ela
sozinha com isso. Eu não queria te machucar,
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porque isso tá doendo em mim também.


Me aproximo cautelosa. — Ontem à noite eu
pretendia te contar a verdade, eu não queria
cometer o mesmo erro que Verônica. Quando disse
que te daria uma chance, eu fui sincera. Eu quero
tentar de verdade, por mim, por você, e pelo nosso
bebê. Sem mentiras, sem segredos, porque eu te
amo, Scott Strauss.
Assim que termino de falar me dou conta que
meu rosto está coberto por lágrimas. Estou a dois
passos dele. Scott não demonstra nada, não
responde, apenas me olha como se tentando ler a
minha alma. Fico parada a sua frente, esperando
sua resposta. Espero que não seja tarde demais pra
nós.
Sou surpreendida por seus braços fortes me
puxando para junto dele. Choro, mas dessa vez de
alívio em saber que enfim não há mais mentiras

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entre nós dois.


— Não chora, morena, por favor, não chora.
Eu odeio te ver chorando. Acredito em você,
princesa, só para de chorar, senão eu desmorono —
beijo seu rosto carinhosamente. Scott ataca minha
boca com desespero, senti tanta falta do seu toque.
— Me perdoa por ter saído ontem e ter te
deixado sozinha. Eu fiquei muito nervoso, foi muita
coisa de uma vez. Sei que perguntei se o filho era
meu, e isso te machucou mais. É que só vi na
minha cabeça você com o Redman, até mesmo seu
amigo bombado. Eu não quis te humilhar, mas não
sou um príncipe, estou mais para ogro, vou errar
muito até acertar de vez, porém acredito em você e
tudo que eu mais quero é você e nosso filho ao meu
lado — sorrio o beijando mais uma vez.
— Era tudo que eu precisava ouvir. Nós
juntos, sem segredos, sem mentiras.

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Somos interrompidos pela porta abrindo.


Verônica entra e fico em choque. Seu pescoço
ostenta marcas de dedos, ela usa óculos escuros,
mas consigo ver por de baixo de toda a maquiagem
seu rosto marcado. Parece que alguém a
esbofeteou. Me afasto de Scott, assustada.
— O que aconteceu, Verônica? O que é isso
em seu rosto? — pergunto aflita.
— Mandy, nós podemos conversar em
particular? Por favor. — Ela desvia o olhar para o
chão, como se não quisesse encarar meus olhos.
— Tudo que você tiver para falar com a
minha esposa irá dizer na minha frente. — Scott
nos interrompe. Verônica levanta o rosto e olha pra
mim ferida.
— Você disse "minha esposa"?
— Isso mesmo, minha mulher e mãe do meu
filho.
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— Amanda, você se casou com ele? Quando


isso?
Engulo em seco sem saber como responder.
Não disse nada para Verônica, eu não queria
preocupar ela com meus problemas. Ela já estava
cheia de preocupações com Arturo sendo preso.
— Eu não acredito, Mandy. Como pôde fazer
isso? Justo ele, depois de tudo que fez com você.
— Quem é você pra julgá-la, Verônica? Uma
mulher tão ambiciosa que usa os próprios amigos
como arma em uma vingança sem pé nem cabeça.
Amanda quase foi violentada por sua culpa.
— Verônica abaixa o olhar sentida, magoada pelas
palavras de Scott.
— Não fala assim com ela! — tentei
interferir.
— Como não? Olha só o que ela tá fazendo,
destruiu a vida do Arturo, da família dele, se já não
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fosse o bastante, ela quase destruiu a sua. Tudo que


ela toca vira pó. Você deve estar bastante feliz, não
é mesmo? Agora é dona de tudo isso aqui. Enganou
meu amigo que te amou tanto, tudo por conta
disso. Abre os braços indicando a Cartier.
— Scott, já chega! — falo zangada.
— Verônica, vamos conversar outra hora, só
nós duas. — Ela levanta o rosto cheio de lágrimas e
sai batendo a porta. Scott a feriu de verdade com
suas palavras, me sinto mal por isso, eu não quero
ficar no meio disso. Os dois são importantes para
mim, não posso abandonar minha amiga, não nesse
momento.
— Tá vendo o que você fez? Viu o estado
que ela estava? Scott, ninguém chuta cachorro
morto, Verônica já está destruída, não precisa de
você para lembrá-la disso.

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Mais uma vez fui levado para ser interrogado.


Usaram o detector de mentira, achei até engraçado
as tentativas deles de me fazer entregar Dimitri,
mas se tem uma coisa que eu sei ser, é frio. Eu
aprendi com o melhor. Um guarda vem até minha
cela, ele olha muito para trás, como se estivesse
com medo de ser pego por alguém.
— Tenho um recado para você. — Ele olha
estranho, como se sentisse medo.
— Então diga logo.
— Ele chegou, se prepara que até amanhã,
você estará fora daqui — fala amedrontado. Sei
bem de quem ele fala, sorrio pensando que, enfim
Dimitri voltou, agora vou sair daqui e então irei

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atrás daquela que quase me destruiu.


Verônica não perde por esperar.

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CAPÍTULO 36 - Amigos
poderosos

“Pode se obter muito mais com um bom


revólver do que poderia se obter com boas
palavras.”

Um dia antes

— Estão todos aqui? — Pergunta sério.


— Sim, chefe — respondem em coro. Olho
para todos os doze membros do mais alto escalão
da Cosa Nostra. Dois deles são meus irmãos. Só os
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melhores e de maior confiança tem o direito de se


sentar nessa mesa.
— Espero que eu não tenha que explicar o
motivo de estarmos todos aqui, está noite. Todos
vocês devem estar informados que o promotor
Riverá e o juiz Falconi, declararam guerra contra
nossa família. Temos que mostrar a eles o que
acontece quando se mexe com a famiglia.
— Eu não entendo, o que estamos fazendo
aqui na Inglaterra? Não é nossa casa, estamos
perdendo tempo aqui. Não é a primeira vez que um
juiz ou promotor tenta nos atacar, mas
nunca perdemos tanto tempo como agora — fala
meu irmão e braço direito Lorenzo.
— Eu devo muito a Arturo, e você sabe —
respondo duro. — Como alguns de vocês já devem
saber, fiz uma aliança com a família Castalaresi,
Arturo Cartier é associado, ele salvou minha vida

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em Munique, ele nos ajudou a trazer muitos lucros.


Graças a ele consegui manter os negócios na
Inglaterra. Nunca abandonamos os amigos da
famiglia.
— Dimitri, é muito arriscado. Podemos tirar
Arturo de lá sem fazer todo esse estrago.
— Desde quando você é um covarde,
Demetrio? E qual a diversão nisso? Não sou um
fraco, que tem medo de um juiz de merda — falo
dando por decidido. — Santini, quero que mande
um recado ao promotor Schmidt. Mande a ele o
vídeo que fizemos. Eu trouxe o filho do Capô da
família Castalaresi para nos ajudar. Agora que
somos aliados e logo seremos da mesma família,
temos que nos unir pra acabar com os Mc Clusky,
espero que mostrem a ele como é feita as coisas na
nossa famiglia. Eu quero que cada um de vocês,
tome conta de uma região da cidade. Eu quero

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botar o caos a fora, até conseguir acabar com todos.


O traidor será responsabilidade sua, Jhoey, quero
que descubra onde ele está. A polícia está
escondendo-o, quero que você, pessoalmente,
mostre a ele o que fazemos com traidores. Vicente
e Frédéric, vocês ficarão encarregados de engajar a
mídia contra a polícia, quero que arme tudo pra
parecer que o culpado por tudo será a promotoria e
o poder público. Quero pressionar ao máximo as
autoridades. Frank, quero você infiltrado na Cartier.
Quero saber tudo que acontece dentro e fora
daquela empresa e por fim, Victor, você e eu vamos
acabar com os malditos MC Clusky, eles
vão aprender a não mexer com meus negócios, se o
FBI pensa que pode com a famiglia Cosa Nostra,
está muito enganado. Eu quero resultado, todos
vocês terão um dia pra me dar relatório sobre os
avanços. Preciso que, pessoalmente, Daniela venha
pra Londres, ela será parte importante no meu
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plano. Quero Arturo fora da cadeia amanhã. Ou não


me chamo Rinna. — Todos saem para cumprir
minhas ordens, apenas meu consegliere fica.
— Não acredito que você aceitou se casar
com a filha de Castalaresi. Não precisava fazer isso
pra ter o apoio deles.
— Eu sei, mais já era hora de formar uma
família. Preciso de herdeiros, e o que é melhor do
que ter uma vantagem tática em troca.
— E Natasha, como ficará com isso? Ela
pensa que um dia será sua esposa?
— Natasha é só uma boceta que eu gosto de
comer de vez em quando. Jamais, seria uma esposa
perfeita. Mas não pretendo acabar com as minhas
visitas ao corpinho dela após o casamento.
— E sua futura esposa, o que ela tem a
dizer sobre isso?
— Desde quando, uma mulher tem
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que querer alguma coisa? Ela saberá o seu lugar,


que é em casa, na minha cama, pronta pra me
receber, quando eu quiser e cuidar dos futuros
filhos.
— O que vai fazer com Falconi?
— Irei fazer uma oferta irrecusável a ele, ele
não será bobo de não aceitar.
No outro dia, meus homens cumpriram o
combinado. Agora, sentado na minha mesa
saboreio meu conhaque, enquanto ouço uma
reportagem da CNN, sobre os confrontos em
Londres.
— Hoje é o segundo dia de confronto
entre bandidos na cidade. Ao que parece, o líder do
crime organizado decretou guerra à família MC
Clusky, a polícia nada faz contra isso. Toque de
recolher foi decretado, a população tem medo de
sair de casa. As autoridades não fazem nada. Tudo

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indica que o juiz Falconi e o promotor Schmidt,


estão envolvidos com a família MC Clusky. Corpos
foram encontrados em toda a cidade, parece um
massacre. Londres tem as ruas manchadas de
sangue, como nunca se viu. O prefeito fez um
pronunciamento onde disse que a polícia está
tomando providência, mas não é isso que vemos.
Desligo a televisão sorrindo.
— Era isso que eu pretendia. Mande um dos
policiais da nossa folha de pagamento dar a notícia
a Arturo, ele sairá de lá amanhã. Você mandou a
filmagem pro promotor Schmidt?
— Sim, senhor. Ele se comprometeu com
nossa causa. Eu sabia que ele iria colaborar
ou teríamos que manchar a reputação dele, nada
melhor do que mostrando o vídeo, onde mostra seu
gosto exótico por animais de estimação.
— O juiz Falconi já aceitou minha oferta

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generosa?
— Ainda não, Senhor. Creio que ele precisa
de um de incentivo — fala, meu capitão.
— Bom saber disso. Isso torna tudo muito
mais divertido. Pegue a filha dele. Fiquei sabendo
que ela tem dezenove anos, é uma bela ruiva. Se ele
não colaborar conosco, a jogue em um dos
prostíbulos que temos. Alberto, deixe claro ao
Falconi qual o destino da sua filha, caso ele não
queira colaborar.
Três horas depois. Estou aqui no meu Auston
Martin do lado de fora da sede do FBI, esperando o
juiz Falconi, pessoalmente, entregar o habeas
corpus do Arturo. Fiz questão dessa exigência,
queria humilhar um pouco mais o merda do
Falconi, mostrar a ele que ninguém brinca com um
Rinna. Dentro do carro, olho pra sua filha. Seu
rosto está manchado pelas lágrimas, se ela

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soubesse o quanto me alimento do sofrimento dos


outros, se manteria fria.
— Você é um monstro. Demônio, irá
queimar no inferno!! — grita à vadia, tentando me
irritar. Tiro minha tauros do coldre e me aproximo
friamente.
— Sabe, bonequinha, você até que é
bonitinha, mas se não quiser que eu estoure seus
miolos e suje a tapeçaria do meu carro, é melhor
calar essa boca e ficar quietinha, logo seu papai
vem te buscar.

Depois da notícia que recebi do carcereiro,


fiquei mais aliviado. Agora, só preciso me
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concentrar no que fazer, ao sair daqui. Acredito em


Dimitri, sei que ele não arriscaria subornando um
carcereiro à toa, sem ter certeza que irá me tirar
daqui. Essa foi à primeira noite que consegui
dormir desde que vim parar na cadeia. Tive um
sonho assustador com Verônica. Acordei assustado,
podia jurar ouvir seu choro. Afasto todos esses
sentimentos de mim tratando de lembrar quem ela
é. Posso ter me enganado pela imagem de uma
mulher que nunca existiu, mas agora eu sei quem
ela é de verdade. É uma vagabunda, uma cadela
que se aproximou de mim, apenas pra me roubar
em honra à memória de um canalha, desgraçado do
David.
— Visita. Parece que alguém aqui, anda
sendo muito requisitado — fala o carcereiro
piadista.
— Vocês têm quinze minutos. Aproveita que

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o delegado tá de mau humor. — Já espero ver


mamãe ou quem sabe Scott com alguma novidade.
Nada me preparou para ver parado bem a minha
frente um fantasma. Ele, o desgraçado do David,
mais vivo do que nunca.
— Não é possível. Você está morto — falo
pasmo e morrendo de ódio.
— Achou mesmo que iria acabar comigo tão
fácil, velho amigo? — Ele sorri sarcástico.
— Não me chame de amigo, seu maldito! —
digo com ódio
— Não imagina o prazer que sinto ao ver
você nessa situação lamentável. — Ele debocha.
— Eu sempre soube que você me odiava.
Mas isso me surpreende, todo esse tempo, você
estava vivo. Forjou a própria morte com a ajuda da
noivinha — contato o óbvio.
— Não se engane, Verônica não sabia de
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nada. Ela foi apenas mais uma peça do meu quebra-


cabeça. Sem ela eu jamais teria conseguido destruir
você e sua preciosa família. — Ele sorri contente.
— Se Verônica soubesse que eu estava vivo, jamais
teria concordado com meu plano — congelo minha
expressão, tentando não demonstrar nada a ele.
— Então foi isso, você planejou tudo. E ainda
usou Verônica para tirar tudo que era meu. Já não
bastasse ter roubado minha empresa, ter colocado
minha irmã contra mim?
— Você foi um idiota, Arturo. Nunca ouviu
que, não devemos confiar demais? E outra, a Serra
azul nunca foi sua, você roubou ela de mim.
— Eu comprei a minha parte, a mina era tão
minha quanto sua. O único ladrão aqui, é você, seu
miserável. — Me descontrolo e acerto um soco na
sua cara que David não demora a devolver.
— A mina era minha! — grita revoltado. —

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Eu vi primeiro, eu descobri as gemas.


— Você sempre foi um verme ambicioso,
sempre quis o que era meu!! — grito furioso. —
Deve estar muito feliz por ficar com as minhas
sobras, não é mesmo?!
— Nada disso importa. Sabe por quê, Arturo?
— abre os braços sorrindo mesmo com sangue
escorrendo do nariz. — No final, você está preso
aqui. Eu sou o novo dono da Cartier, da Serra Azul
e de todo seu império. E de quebra, ainda tenho
Verônica ao meu lado.
— Isso nunca. Eu prefiro a morte ao ver você
dentro da Cartier. Eu não vou deixar isso
acontecer nunca.
— Engraçado você falando assim. Como se
pudesse evitar alguma coisa. Aceita que perdeu,
Arturo, eu te venci. Verônica está aqui fora,
sozinha. Ela tem o controle de tudo e sabe quem vai

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estar ao lado dela, fodendo aquele corpo gostoso?


Ainda me casarei com ela e teremos uma linda
família e vários filhos — começo a gargalhar dele.
Ele só pode estar louco se pensa que vou deixar
isso acontecer. Me aproximo ficando cara a cara
com ele.
— Sabe o dia que isso vai acontecer? Nunca.
Eu vou caçá-lo, David. Você vai preferir
estar morto, eu vou acabar com você e com aquela
vagabunda da Verônica, eu irei matar os dois. Vou
saborear seus gritos de clemência. E então você vai
aprender a nunca mais brincar comigo ou a minha
família.
— Arturo, isso jamais vai acontecer. Eu sou
mais esperto que você, estive sempre um passo à
sua frente, jamais teria sido burro a ponto de ter
caído no golpe de uma mulher. Você sempre foi
sentimental demais, olha só pra você, está

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aqui preso, vai pegar no mínimo vinte anos de


cadeia. Estou livre e posso fazer tudo que eu quero,
tenho uma nova identidade e uma bela morena ao
meu lado. — Deixo-o pensar que está vencendo,
esse será seu pior erro.
— O tempo acabou. — O carcereiro aparece,
o desgraçado sai me deixando sozinho. Fico me
consumindo em ódio, eu vou caçar o David e dessa
vez vou ter a certeza que o mandarei pro inferno.

Volto pra minha cela e o dia passa


lentamente. Percebi que os policiais estão
preocupados com algo estranho acontecendo, eu sei
que Dimitri tem a ver com isso.
— Eles estão todos lá fora. Não é possível —
ouço um policial falar. — Sim, são eles mesmo. É
muita cara de pau deles estarem aqui. O juiz
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Falconi está falando com o chefe de polícia. — De


repente eles se calam. Meu advogado, mais o chefe
de polícia vêm em direção a minha cela.
— Senhor Cartier, o senhor está livre. Seu
advogado e o juiz Falconi vieram pessoalmente
trazer seu habeas corpus. — Posso ver no rosto do
policial o desgosto ao dizer isso. A cela é aberta,
assino alguns documentos, pego minha carteira,
meu celular e enfim sou liberado. Dimitri me
espera na saída.
— Você demorou.
— Eu sei, não achou que te largaria preso
aí? Não abandonamos a família.
— É bom saber disso.
— O que vai fazer agora? Parece que tem
grandes problemas familiares. — Cínico. Eu sei
que ele já deve estar a par de tudo, ele sabe sobre
Verônica e David.
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— Não se preocupe com isso, eu resolverei.


— Sabe que se essa bagunça continuar, eu
vou ter que tomar uma atitude, jamais deveria ter
permitido que se afastasse dos nossos negócios,
muito menos por uma vadia qualquer.
— Eu resolverei começando hoje mesmo —
falo irritado pela forma que ele se refere à
Verônica.
— Pra onde pretende ir? — pergunta
arrumando a gravata do seu terno italiano.
— Pra minha casa. Onde mais poderia ir?
— Tudo bem. Só tome cuidado, ainda não
consegui capturar Bohnen e agora tenho um juiz e
um promotor na lista de novos inimigos.
— Preciso de uma arma e um carro. Eu cuido
de tudo, depois sobre Bohnen. Eu mesmo quero
pegar ele. Só que antes eu tenho um fantasma pra
matar.
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A porta bate com tudo quando Verônica sai.


— Tá vendo o que você fez? — Amanda fala
puta da vida. Vê-la brava assim me deixa mais
cheio de tesão.
— Ei, não vamos brigar por causa da
Verônica, não é mesmo?
— Você vai ter que aceitar que ela faz parte
da minha vida.
— Tudo bem, eu posso até aceitar isso, mas
isso não quer dizer que eu estava errado. Ela não
pode chegar aqui querendo exigir nada de você,
Amanda. Você já fez muito por ela. Eu só falei a
verdade. — Ela faz bico igual criança. É engraçado
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de ver.
— Ei, amorzinho, não fica brava comigo. —
Fui andando até ela pronto pra atacar. — Tem
certeza que quer ficar brigando?
— Suely está ali na sala ao lado — fala rouca
de desejo.
— Por que você está arrepiada assim, amor?
— Tá quente aqui. — Eu grudo meu corpo ao
seu e falo bem no seu ouvido.
— Por que não fazemos algo mais
interessante do que brigar?
— Ah... O que sugere? — pergunta
mordendo os lábios.
— Eu adoraria te contar a lista de inúmeras
coisas que podemos fazer, mas é melhor mostrar.
— Então mostre — responde cheia de tesão.
Eu vou trancar a porta. Amanda fica encostada na

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mesa. Quando vejo já estamos aos beijos e


desabotoando minha camisa, tiro o vestido que ela
usa com pressa, ela segurava com uma mão minha
nuca, eu a pego no colo colocando sobre a mesa,
tiro sua calcinha devagar e vejo sua
bocetinha molhadinha pronta mim. Caio de
boca em sua boceta gostosa. Coloco e tiro a
língua torturando-a, Amanda geme louca de tesão,
acelero os movimentos, uso meus dedos pra levá-la
ao delírio, Amanda goza gemendo meu nome, eu
fico tão duro que chega doer. Me afasto para olhar
seu corpo, sua pele morena que amo brilha de suor
pelo recente orgasmo. Deito-a na mesa, toda aberta
e exposta pra mim. Abro o cinto e meu zíper,
meu pau pula pra fora da calça, seguro ela pelos
cabelos e sem lhe dar oportunidade de pensar
coloco tudo na sua boca, a minha cachorra recebe
de bom grado, chupa com força e com fome.
Eu urro de prazer, ela relaxa a garganta o
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levando até o fundo me deixando todo babado, me


seguro pra não gozar.
— Ainda não — tiro meu pau de sua boca
antes que goze. Viro Amanda deitada até a cintura
na mesa, quase de quatro, e coloco tudo de uma
vez, socando com gosto, a safada aperta meu pau,
com sua boceta molhada. Tudo com ela é intenso,
único e viciante. Amanda arranhava a mesa com
suas unhas, sentindo seu homem a fodendo com
gosto, nunca tinha sido desse jeito com mais
ninguém, apenas com ela, só ela.
— Isso, Scott, não para.
— Eu morreria se parasse agora, gostosa
— dou um tapa forte em sua bunda, eu aposto que
todos nesse andar estão ouvindo nossa foda. Eu
amo essa mulher.
— É assim que você gosta, cachorra? — toco
seu clitóris e ela goza. Gritando como louca. E eu

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acelero e meto mais algumas vezes e gozo também,


a enchendo com minha porra. Pego Amanda no
colo levando até o banheiro.
— Nós fizemos muito barulho — fala
envergonhada.
— Isso não importa, não ligo. O que importa
sou eu e você.
— Eu preciso falar com a Verônica. Nós
veremos mais tarde, em casa. — Beija meus lábios
docemente. Fico sorrindo como bobo, com o seu
“Em casa, nossa casa."

Sento na minha sala, fecho a porta. Não


quero falar com ninguém. A dor que estou sentindo
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parece que vai me matar, eu não tenho coragem de


ir atrás do Arturo, eu não saberei o que dizer. Eu
sou patética e fraca. Scott tem razão, tudo que eu
toco se destrói. Não dormi a noite toda, pedi para
os seguranças nunca mais deixassem aquele
homem entrar na minha casa. Fiquei horas tentando
falar com Michael, mas foi em vão. Tive pesadelos
com Arturo na prisão, sonhava que David colocava
fogo na prisão e Arturo morria queimado. Acordei
ensopada de suor. Corri pro closet, peguei uma
camisa sua e deitei na nossa cama e chorei por
horas. Chorar é a única coisa que me resta nesse
momento. Penso nas últimas palavras do Arturo,
ele já sabia que David era um filho da puta, ele me
olhou tão ferido. Eu queria poder voltar no tempo e
não ter dito aquelas coisas. Eu sei que o feri
profundamente, não sei por onde começar a me
desculpar. Eu preciso recuperar o homem que eu
amo. Só em imaginar o quanto ele deve tá sofrendo,
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sozinho preso. É isso. Eu vou visitá-lo, tentar


conversar, me explicar e pedir perdão. Eu sei que
vai ser difícil, mas Arturo me ama e é na fé desse
amor, que vou me apegar. Espero que ele se
lembre de tudo que eu disse antes ser preso.
Amanda estava certa, eu deveria ter desistido de
tudo e ficado com Arturo. Agora a única coisa que
me resta é lutar pelo seu perdão.
Alguém bate em minha porta no escritório.
Fecho os olhos cansada, eu não quero ficar aqui.
Tudo me lembra Arturo, mas a Cartier precisa de
mim, eu não posso deixar a empresa se afundar. Eu
não posso ser a culpada por isso também. Arturo
não me perdoaria, abro a porta e Ellie me olha
preocupada.
— Dona Verônica, eu tentei impedir, mas ela
insistiu muito.
— Quem, Ellie? — pergunto confusa.

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— Eu. Quem mais seria? — diz


Inês entrando com tudo.
— Pode ir, Ellie — falo pra pobre que me
olha apavorada. — O que foi, Inês? Eu não to com
saco pra aguentar você hoje não.
— O que foi isso no seu rosto? Parece que foi
atropelada por um caminhão de lixo. — Como
sempre sarcástica.
— Nada é da sua conta — respondo ríspida.
— Eu vim resolver um assunto inacabado,
algo que já deveria ter feito há muito tempo.
— Eu já disse, Inês. Eu não tenho cabeça e
nem tempo pra discutir com você.
— Quem disse que eu quero falar alguma
coisa? O tempo de falar acabou. Eu tentei de todas
as formas afastar você da minha família, mas você
é como erva daninha, não morre nem mesmo
quando arrancada pela raiz.
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— Isso não é nenhuma novidade, sempre me


odiou.
— É verdade, mas saber que você é a ex-
noiva do maldito do David, isso sim é novidade.
Quem diria, por trás dessa carinha de anjo, você era
uma cobra manipuladora.
— Eu não ligo pro que pensa, Inês.
— Você pode achar que enganou a todos,
mas nunca me enganou. Eu sempre soube que você
não valia nada. Meu filho caiu em sua armadilha.
Guilherme foi manipulado por você. Meu filho não
quer nem ouvir meu nome. Eu iria contar-lhe no
futuro, mas jamais daquela forma. E para piorar,
você destruiu a vida da minha filha. Acabou com o
noivado dela e ainda a atirou da escada.
Fecho os olhos tentando apagar a imagem da
minha cabeça assim que abro Inês tira uma pistola
da bolsa e aponta em minha direção. Sinto todo o

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ódio em seu olhar, ela está pronta pra me matar.


— Pensou o quê? — sorri de forma
assustadora. — Que ia tentar matar minha filha e
colocar meu primogênito na cadeia e eu não faria
nada? — Se enganou, querida. Você irá pagar caro
pelo que fez a minha família. Eu tentei me livrar de
você, mas você é teimosa demais. Eu mesma que
terei que fazer o serviço sujo — destrava a arma, eu
vejo suas mãos trêmulas e respiro fundo, porque sei
que esse será meu fim. Ela me odeia demais por
tudo que eu fiz.
— Inês, se acalme, nós podemos conversar
— tento uma negociação.
— Conversar? Eu te avisei, você deveria ter
sumido das nossas vidas enquanto teve chance. —
Ela altera a voz.
Respiro fundo pensando no que dizer, mas só
penso que eu não tive a chance de pedir perdão a

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Arturo, dizer que eu o amo. As lágrimas caem dos


meus olhos, não tenho medo da morte, apenas de
não ter tempo de conseguir o perdão do amor da
minha vida.
— Foi você quem mandou atirarem no meu
carro? Foi você quem tentou me matar?
— Você é esperta, isso eu não posso negar.
Eu pedi a um amigo, pra me livrar de você, mas eu
vejo que eu mesma terei que fazer isso. Não sabe
como é bom ver essa expressão de medo em seu
rosto.
— Por favor, Inês. — Não me movo, fecho
os olhos.
Fico paralisada quando ouço o som do tiro. O
cheiro de pólvora enche o ar. Me preparo para
sentir a dor, alguém me empurra para o lado e sinto
meu braço ser atingido. Abro os olhos com cuidado
e vejo Amanda em cima da Inês.

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Ela acerta uma tapa em Inês a derrubando. As


duas rolam no chão, Amanda não para de socar a
cara da Inês. A arma está caída no chão. O tiro
pegou no meu braço. Se não fosse Amanda, talvez
a bala poderia ter sido fatal.
— Velha maldita, eu estava te devendo uma
boa surra! — puxa o cabelo de Inês. — Lembra o
que você fez a mim, sua desgraçada. Nunca mais
vai atirar na minha família, sua bruxa. — Ela se
levanta e chuta Inês, que está caída tentando
proteger o rosto. Seus braços estão todos
arranhados, seu rosto desfigurado pelos socos que
Amanda deu nela. E nesse momento ela aproveita
nosso descuido e tenta pegar a arma. Só que antes
disso acontecer eu acerto um chute em sua mão.
Amanda parece se recuperar do momento de fúria.
— Você tá bem, Verônica? Ela te acertou?
— Eu to bem, acho que foi só de raspão.

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— Nós temos que chamar a polícia. — Inês


geme de dor no chão.
— Não, eu não posso colocar a mãe do
Arturo na cadeia. Ele não me perdoaria. —
Amanda me olha incrédula. — Isso não quer dizer,
que o que ela fez vai ficar impune.
Uma ambulância é chamada. Fui examinada
e depois do raio-x, vimos que por sorte o tiro foi
apenas de raspão. Inês não quis ser examinada.
Scott apareceu correndo feito louco preocupado
com Amanda, ela ficou do meu lado o tempo todo
no hospital, claro ela não contou pro Scott que tirou
arma da Inês, se não é capaz dele ter um infarto.
Sobre protesto, Scott nos deixou sozinhas por um
tempo. Amanda anda de um lado para outro, parece
pensar na minha atitude estranha com Inês.
— O que tá acontecendo, Verônica?
— Você tá grávida, mesmo? — pergunto

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emocionada. Ela balança a cabeça e sorri pra mim.


— Eu to muito feliz por você — falo sincera.
Tudo que eu quero é que ela seja feliz. Mesmo que
seja com aquele canalha do Scott. Amanda me
abraça e começa a chorar.
— Droga! Essa coisa de gravidez tá mexendo
comigo. Virei uma manteiga derretida.
— O que deu em você, pra se atirar daquele
jeito na frente da Inês? Você poderia se machucar
ou pior ter perdido seu bebê.
— O que queria que eu fizesse? Deixasse-a te
matar? Eu não pensei muito, eu só quis tirar a arma
das mãos daquela cascavel.
— Eu não quero que faça isso, novamente.
Esse bebê é um presente, tem que cuidar muito bem
dele — falo triste, ao lembrar que não posso mais
ter filhos.
— Ei, não me enrole. Diga logo o que tem a
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dizer.
— David. Ele não era quem pensávamos. Ele
me enganou todo esse tempo. — Amanda se cala
absorvendo as palavras. — Ele roubou a Cartier,
com ajuda da Paloma. Os dois eram amantes por
anos — engulo em seco. — Eu fui apenas uma
carta, num jogo ambicioso dele. David jogou
comigo todo esse tempo. Ele só queria meu
dinheiro. Arturo é inocente.
— Como você tem tanta certeza disso,
Verônica? Arturo pode estar te enganando —
pergunta confusa.
— Eu ouvi da própria boca da Paloma. Ela
confessou que ela e David estavam juntos e que ela
o ajudou com os esquemas na Cartier. Ela só
entregou o David à justiça porque Arturo descobriu
tudo.
— Meu Deus, Verônica. Eu não sei o que

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dizer.
— Mas isso não é o pior — falo revoltada. —
David está vivo. Todo esse tempo, ele me enganou.
Aquela carta, o incêndio... tudo foi uma armação
dele pra colocar a culpa em Arturo. Ele queria que
eu viesse atrás deles.
— Como assim, Verônica? Vivo? Não é
possível, eu e você estávamos lá. Nós vimos todo
aquele fogo. Como isso é possível?
— Ele armou tudo. O corpo não era dele. Ele
saiu de lá antes mesmo do incêndio começar. Ele
teve a cara de pau de voltar Amanda. Eu o vi. Ele é
um monstro. Você precisava ver as coisas que ele
disse, ele é um assassino sangue frio. Ele quer a
Cartier e a Serra Azul, eu fui apenas uma arma pra
ele conseguir isso.
— Foi ele que...? — fala apontando pro meu
rosto.

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— Sim. Eu pensei que ele iria me violentar.


Se não fosse o segurança entrar no escritório, eu...
eu não sei o que seria de mim.
— Jesus, Verônica. Eu não sei o que dizer.
Isso parece irreal demais. Você sabe o que isso
significa?
— Sim, eu sei. Eu fui injusta com Arturo.
Coloquei Arturo na cadeira por conta de uma
vingança maldita que só fez mal a mim.
— Então por isso que não quis chamar a
polícia, pra Inês? Deixá-la sair livre disso?
— Sim e não. Tem coisas piores para Inês
que a cadeia.
— David vivo, eu nem poderia imaginar,
quem sabe você e Arturo... Talvez ainda haja uma
esperança pra vocês dois. Seja sincera com Arturo,
conte toda a verdade. Diga que David tá vivo, que
armou pra vocês. O ajude a sair da cadeia e se ele
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não for solto... se isso não bastar, ajude ele a fugir


de lá. Vá viver seu amor. Arturo te ama, ele vai te
perdoar, apenas precisa ser você mesma.
— Eu tenho medo que ele me rejeite, me
odeie.
— Você só vai saber se tentar. Seja corajosa.
Enfrente seu medo e lute pelo homem que você
ama. As palavras de Mandy me dão esperança.
— É isso que vou fazer — falo feliz.
Primeiro momento de alegria depois da tormenta
que me assolou.
— Vai lá, garota. Vai atrás do seu homem, eu
cuido de tudo na Cartier. Saio em disparada pra
encontrar Arturo, eu sei que não será fácil, mas eu
vou morrer tentando se for preciso, mas antes
ligo pro meu advogado e preparo minha
surpresinha pra Inês hoje mesmo.

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Saio da Cartier com tanto ódio, que é


possível eu matar aquelas duas. Vim direto pra
clínica que Guilherme trabalha. A dor no meu pulso
é insuportável. Meu rosto está todo machucado,
provavelmente terei hematomas por todo o corpo.
Tudo culpa daquela desgraçada, maldito dia que
meu filho se envolveu com essa mulher. Ela só
arruinou nossas vidas.
Sou atendida por outro médico, já que
Guilherme se recusou a me atender, fiquei chocada
ao saber disso. A que ponto chegou à raiva do meu
filho, nem mesmo me atender ele quis. Mandou seu
colega.
Meu pulso foi colocado no lugar e colocaram

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um gesso e uma tala de apoio, meu rosto foi feito


algumas suturas. O médico pediu para aguardar
essa noite em repouso, mas não quero ficar aqui.
Preciso ir pra minha casa, pensar em alguma forma
de tirar meu filho da cadeia e acabar com a
vagabunda da Verônica. Ligo pro meu motorista vir
me buscar.

Entro no carro calada, fecho os olhos cansada


e ainda com dores. Saber que meu filho se negou a
me atender doeu mais que uma facada no
peito. Chego à entrada da casa e vejo um caminhão
de mudança. Não entendo nada.
— O que tá acontecendo?
Vejo os criados levando meu vaso persa ao
caminhão, junto com vários móveis da mansão.
Que diabos tá acontecendo aqui? Encontro meu
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mordomo, Clodoaldo, no pé da escada olhando pros


móveis sendo posto no caminhão, tão ou mais em
choque do que eu.
— Clodoaldo, me explica o que diabos tá
acontecendo na minha casa?
— Eu juro, senhora, que eu tentei impedir
eles a fazerem isso, mais não adiantou.
— Do que tá falando? — Ele fica branco.
— A senhora está sendo despejada! Eu sinto
muito.
— O quê?! — grito horrorizada.
— O advogado está lá na sala, junto com um
oficial de justiça.
Entro na minha casa bufando como uma fera
louca pra acabar com essa patifaria toda. Quem eles
pensam que são pra entrarem na minha casa assim?
Isso só pode ser algum engano. Dentro da casa a
situação está pior. Os móveis estão sendo
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embalados, minhas coisas, meus quadros famosos,


todos sendo postos em caixas. Sinto dificuldade até
de raciocinar por ver meus objetos de decoração
preciosos, sendo tocados por essas mãos imundas.
— Quem são vocês e o que fazem na minha
casa?
— A senhora deve ser Inês Damasceno.
— Isso mesmo, mas você não respondeu
minha pergunta.
— Bom, eu sou Elagiah. Sou o advogado da
senhora Cartier, e vim em nome da minha cliente
fazer a desapropriação do imóvel.
— O quê? Eu não entendi direito.
— Bom, senhora Damasceno, eu e o oficial
de justiça Franco, estamos aqui pra desocupar o
imóvel da minha cliente, os móveis e os objetos de
decoração serão leiloados pra uma instituição
beneficente de cuidado com o câncer.
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— Mas isso não é possível. Essa é minha


casa, vocês não podem fazer isso.
— Sinto em dizer que podemos sim. Estou
com a liminar da justiça que obriga a senhora a
devolver a propriedade a sua verdadeira dona. Eu
tomei a liberdade de pedir pro seu mordomo que
fizesse suas malas, elas estão aqui prontas.
— Não, não você não tem o direito de fazer
isso, essa casa é minha, eu vivo aqui há anos. Isso
tá errado, eu vou chamar meu advogado. Vocês não
podem fazer isso!! — grito histérica.
Que coragem daquela ordinária, eu deveria ter
acertado aquele tiro bem no meio da cabeça dela
isso sim. Uma empregada carrega meu tapete
marroquino de qualquer jeito pela escada.
— Ei... Você aí, deixe esse tapete onde você
encontrou. Eu quero todos você fora da minha casa,
você só pode estar loucos se pensam que vão me

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tirar daqui!
— A Senhora Cartier avisou que a senhora
poderia lutar contra isso. Ela me mandou lhe avisar
que caso à senhora prefira eu posso ligar para
polícia e você está fora daqui. Os jornais vão adorar
essa notícia — sorri cínico pra mim, desgraçada,
ela me tirou até mesmo minha casa.
— O que vocês vão fazer com a minha casa?
Com as minhas coisas?
— Já que senhora está tão curiosa pra saber, a
mansão é muito grande e a senhora Cartier
concordou em transformá-la em um centro de apoio
a refugiados da Síria.
— O quê? Você só pode estar louco se pensa
que eu vou permitir isso. Esses imundos já estão
invadindo meu país, não vou deixá-los tomarem
minha casa.
— Isso só cabe à proprietária do imóvel,
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que no caso é a dona Verônica Cartier. Quanto aos


objetos de arte e a decoração, devido ao seu alto
valor serão todos leiloados e o dinheiro arrecadado
será empregue na ajuda a instituição de apoio ao
câncer.
— Não, não isso não é possível, a casa é do
meu filho. Arturo está preso, mas isso não quer
dizer que aquela cadela pode fazer isso.
— Bom, dona Inês, acho que a senhora não
está bem informada da situação. A mansão está no
nome da empresa Cartier e todos os bens dentro
dela. Nesse caso como à senhora Cartier é a nova
dona da empresa, ela dispõe de meios suficientes
pra fazer o que ela quiser com a propriedade.
Olho com tanto ódio pra esse advogadinho
porta de cadeia, que sou capaz de matá-lo. Pego a
mala revoltada. Meu motorista abre a porta pra
mim, mas antes de entrar sou interrompida pelo

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oficial de justiça.
— Senhora, eu sinto muito. Mas o carro que
a senhora usa, também faz parte do patrimônio
Cartier — olho pra todos os empregados que me
olham com os olhos arregalados, eu sei que eles
estão todos felizes por me ver sendo escorraçada da
própria casa.
— Malditos seja todos vocês. — O advogado
sorri do meu sofrimento, se aproxima.
— Eu tive a consideração de chamar um táxi
pra senhora, devido a sua idade não é recomendável
que pegue um ônibus, ainda mais uma hora dessa.
— Filho da puta, vocês vão me pagar!! —
grito a todos eles. — Todos vocês irão me pagar,
por tudo isso, eu juro. Nunca, nunca na minha
vida entrei num táxi, me sinto um lixo. Pior nem sei
pra onde posso ir, vivi quase 30 anos nessa casa.
Não posso acreditar que ela pretender transformar

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uma mansão do século XV, em um centro de


refugiados. Isso é um absurdo, mas você não me
venceu, Verônica, você irá me pagar caro por essa
humilhação.

Chego à delegacia especial, cede do FBI


ansiosa, ao mesmo tempo com medo. Entro com as
mãos tremendo. Sou levada a uma sala diferente, da
que fiquei na última vez.
— Senhora Cartier? — fala um detetive alto e
moreno.
— Sim, sou eu — respondo.
— Senhora Cartier, eu acho que a senhora se
enganou com o horário de saída.
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— Como assim? — pergunto sem entender


nada do que ele diz.
— Seu marido já saiu. O próprio juiz veio
trazer o habeas corpus dele, ele vai aguardar o
julgamento em liberdade — engulo o nó que se
forma na minha garganta.
— Arturo já saiu?
— Sim, senhora.
— Obrigada, eu realmente me atrasei, era pra
eu vir buscá-lo — falo tentando disfarçar, meu
choque.
Saio de lá trêmula, só fico pensando na
ameaça do Arturo contra mim. Será que ele seria
capaz de fazer algum mal a mim? Não...não, Arturo
me ama, ele pode estar com raiva, mas ele me ama.
A noite caiu. Aonde Arturo pode ter ido.
Deus me dê apenas uma chance, apenas uma
chance é tudo que eu preciso pra fazê-lo me
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entender.
— Me leva pra casa, Bavim — falo a um dos
seguranças.
— Senhora, estamos sendo seguidos — fala o
segurança que dirige meu carro.
— Tem certeza, Bavim?
— Sim, senhora. Desde a saída da delegacia
eles estão na nossa cola.
— Vamos pra casa, Bavim. Veremos se ele
vai continuar a nós seguir — entramos no
condomínio de luxo que moro, mas o carro que nos
seguia nos deixou e seguiu seu caminho, muito
estranho isso. Tenho um pressentimento ruim.
Chego em casa cansada, o estresse do dia
todo parece pesar em minha cabeça. Ultimamente
ando sentindo muitas dores de cabeça. Isso deve ser
pelo estresse. O carro para na entrada da mansão.
Eu vejo um carro desconhecido um BMW preta,
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estranho, eu deixei claro que não era pra liberar a


entrada de ninguém na mansão, nem a família de
Arturo. Apenas Amanda e Michael estão
autorizados a entrar. Entro em casa apreensiva, com
medo de que David tenha tido a cara de pau de vir
aqui, de novo.
— Senhora, que bom que voltou. Estou
preparando aquele prato que meu filho tanto gosta
— pisco os olhos confusa, não entendendo nada
que Nina diz.
— Nina, não to entendendo nada, eu não
quero comer, estou sem fome. Só me diga, de quem
é aquele carro lá fora?
— Dona Verônica, de quem mais seria se não
do seu Arturo. Ele voltou hoje, está lá em cima no
quarto de vocês — fico sem ar.
— E... ele voltou? — falo gaguejando.
— Sim, senhora. A senhora precisa ver como
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ele tá magrinho, foi tão sofrido esses dias pra ele


naquela prisão... — deixo Nina falando sozinha,
subo os degraus correndo sem nem respirar. Se ele
tá aqui isso é um bom sinal. Deve ser.

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CAPÍTULO 37 – Atrás do
seu Perdão

“Quando só houver dor, pai quando o


coração for ferido, enganado, traído, me ensina
a recordar que o seu também foi. Deus me
ensine a perdoar.”

Abro a porta do nosso quarto nervosa, Arturo


de pé em frente à varanda, ele segura algo em suas
mãos. Sinto um frio na espinha quando noto que é a
minha caixa, aquela que guardo tudo sobre meu
passado. Vejo fotos minha e de David jogadas ao

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chão, várias peças de roupas minhas espalhadas no


tapete, começo a tremer.
— Arturo — falo amedrontada e ao mesmo
tempo com saudade. Ele se vira, seus olhos estão
escuros como a noite, seu rosto, uma máscara de
frieza. O que foi que eu fiz? Seus olhos me
analisam como se ele quisesse ler a minha alma, ele
tá tão diferente.
— Então você chegou, demorou mais do que
imaginei. Deveria estar com seu amado,
comemorando sua vitória — fala amargo.
— Você já sabe que David está vivo.
— Sim. Ele fez questão de me fazer uma
visita esclarecedora na cadeia — fecho os olhos,
trêmula.
— Arturo, eu juro que não sabia que ele
estava vivo. — Ele sorri friamente e joga a caixa na
parede do meu lado, espatifando tudo no chão.
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— Eu sei que não sabia. É tão burra que


nunca imaginou que era um plano ridículo dele. Foi
usada como isca pra me destruir e roubar tudo que
era meu.
— Arturo, eu sinto muito. Eu jamais teria
feito tudo isso se soubesse da verdade — tento o
convencê-lo.
— Acha que vai me enganar mais uma vez,
com esse olhar de arrependida? Isso no seu braço é
pra tentar me comover? — fala colando ao meu
corpo me pegando pelo cabelo e levantando meu
rosto pra ele.
— Isso não é nada. Arturo, por favor, me
escuta.
— Te escutar? Acha que vai me enganar mais
uma vez? Pensou que eu não sairia de lá, não é
mesmo? Achou que ia ficar com tudo que é meu —
continua o aperto me machucando, mas eu posso

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reconhecer o quanto ele tá sofrendo.


— Arturo, eu não tenho nada com David, eu
o odeio mais que você. Por favor, meu amor, me
escuta. Estava na Cartier trabalhando e fui atrás de
você.
— Tudo que você fala são mentiras. Admite
que vocês dois estão juntos para roubarem o que é
meu.
— Não, Arturo. Você tá enganado. David
veio aqui, mas eu o mandei ir embora. Ele me
ameaçou e eu fui atrás de você na delegacia. Eu
queria te implorar pelo seu perdão, amor.
Ele me solta me jogando na cama como se
sentisse nojo de mim, destruindo meu coração.
— Você é desprezível, Verônica.
— Arturo. — Ele não me olha, apenas respira
fundo como se segurasse para não fazer uma
besteira.
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— Arturo, por favor, eu imploro. Lembre-se


do que lhe disse antes de tudo isso, eu me apaixonei
por você. No começo eu confesso que te odiava,
mas você tomou conta do meu coração. Arturo, por
favor, acredita em mim — suplico cheia de
lágrimas, soluçando desesperada.
— Chega de mentiras, Verônica, quem você
quer enganar? Você me usou todo esse tempo. Eu
destruí meu noivado por você, eu fiz tudo por
você. Até com a minha família eu rompi por você.
— Uma pequena lágrima desliza pelo seu rosto,
mas ele trata de disfarçar.
— Eu sei, eu sei. Arturo, por favor, eu me
arrependo tanto, eu estava errada. Eu não devia ter
seguido com isso, eu deveria ter te contado a
verdade, não sabe o quanto me arrependo. Eu te
amo.
— Cala a boca desgraçada, mentirosa —

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pega o abajur do criado-mudo, o jogando na


parede. — Cala a boca! Nada do que fala é
verdade, tudo em você é mentira!—f ala
transtornando.
— Por favor, Arturo. Meu amor, por favor.
Eu vou devolver tudo, a Cartier e a Serra Azul. Eu
faço o que for, o que você pedir, eu só preciso que
me perdoe.
— Perdoar? Não sabe o quanto eu estou me
contendo pra não te matar aqui. — Se aproxima me
puxando pelos braços. Sinto dor no braço onde
levei o tiro, mas nesse momento, meu coração está
doendo muito mais.
— Por favor, acredita em mim. Eu me
arrependo tanto, eu te amo, Arturo. Me dê apenas
uma chance, nós podemos ser felizes.
— Ah, você me ama? Desde de quando ama
significa mentir? Me trair com outro? Como posso

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ser feliz com uma mulher que me enganou todo


esse tempo?
— Não... Não, Arturo, eu te juro, depois do
nosso casamento, eu jamais te traí! Eu fui fiel a
você e ainda sou, por favor, meu amor, me ouça.
Não sabe o quanto sofri ao dizer aquilo pra você.
Quando fui até a delegacia eu estava me
machucando tanto ou mais que você. Eu fui
enganada, eu acreditei em provas forjadas que
apontavam pra você, por favor, meu amor, vamos
esquecer o passado e seguir em frente juntos. Nós
podemos superar tudo isso.
— Não tem como esquecer o passado. Só de
olhar pro seu rosto me lembro daquele miserável.
— Seu rosto está coberto de lágrimas. Nós dois
estamos sofrendo e a culpada sou eu. Eu sei que ele
me ama, não estaria sofrendo assim se não me
amasse.

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— Arturo, meu amor — tento abraçá-lo. —


Me perdoa, me perdoa. Eu te amo — toco seu rosto
coberto por lágrimas e beijo sua boca com paixão,
com amor tentando demonstrar tudo que sinto.
Arturo demora a corresponder, mas logo me
puxa para seus braços. Colando meu corpo ao seu,
estremeço louca de prazer, morrendo de saudade do
toque dos seus lábios que amo, me arrepio toda ao
sentir seus braços me rodeando, então de repente
me empurra pra longe.
— Não toca em mim, tenho nojo de você,
Verônica! Você é uma vadia traiçoeira! Pensa que
pode me seduzir com seus beijos. Eu não caio mais
nessa.
— Eu juro, Arturo. Eu me apaixonei por
você, todos os momentos que passamos na ilha. No
clube, eu fui sincera. Todas as nossas noites de
amor foram verdadeiras. Eu me entreguei a você,

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eu entreguei meu coração. Eu errei em acreditar no


teatro que me apresentaram, estava confusa,
perdida. Meu amor, não faz isso comigo, Arturo,
por favor!
Arturo me deixa falando sozinha e entra no
closet. Fico sentada na nossa cama em prantos.
Arturo volta uma mala. Entro em pânico.
— Não, não! — Arturo começa a recolher
todas as minhas roupas e joga tudo dentro da mala,
ele pega tudo que é meu, o colar que ele me deu,
meu brinco de turmalina, meus perfumes, meus
sapatos. — Não, não Arturo. Não faz isso!! — grito
desesperada, ele tá me tirando da sua vida e não
posso aceitar isso.
— Eu quero você fora da minha casa, fora da
minha vida, eu não me importo se vai correndo
para o crápula do David, só quero você longe de
mim, porque sinto ódio só de olhar pra você.

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— Arturo, não faz isso, por favor. Nós nos


amamos, meu bem. Nós vamos superar.
— Essa casa é minha, é uma das poucas
coisas que resta no meu nome, já que tudo que
estava no nome da empresa você me roubou.
— Não, Arturo. Eu devolvo tudo, eu prometo
— tento tomar um vestido de suas mãos, mas acabo
me desequilibrando e caindo. Arturo não se move,
me olha impassível. Engatinho até ele, segurando
em seus pés.
— Não, meu amor. Por favor, não me mande
embora, não me deixe, por favor. Me perdoa,
Arturo, me perdoa.
— Saia daqui, Verônica. Eu estou me
segurando pra não fazer uma besteira.
— Arturo, eu lhe imploro. Faz o que quiser
comigo, mas me deixe ficar aqui, me deixe te
provar que me arrependo de tudo, me deixa ficar
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perto de você.
— Não sabe o desprezo que eu to sentindo
por você, ainda mais assim, se humilhando dessa
forma. Fora daqui, Verônica. Eu não quero você.
— Não, não eu posso viver sem você. Não
me peça isso, por favor.
— Não pode? Antes de saber a verdade sobre
David, você ia viver muito bem com o meu
dinheiro, não é mesmo?! — grita na minha cara.
— Não faz isso comigo, não me fere desse
jeito.
— Te ferir?! O que acha que você fez
comigo, hein?! O que acha que senti ao saber que a
mulher que tanto amei, com tanta loucura, me
enganou todo esse tempo? Você foi traiçoeira, me
apunhalou pelas costas? Eu venerava você,
Verônica. Eu a amei como nunca pensei que
pudesse amar alguém e você me destruiu.
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— Eu estava errada, eu sinto muito.


— Fora daqui, Verônica! Se você não sair
por bem, eu terei que te expulsar. — Me olha com
tanto ódio que sinto até falta de ar.
— Tudo bem. Se for isso que você quer, eu
vou. — Me levanto devagar. — Mas saiba que não
vou desistir de te provar meu amor, Arturo. E vou
conseguir o seu perdão. E eu vou devolver tudo
que é seu. Eu não preciso de nada disso — falo
apontando pra mala aberta no chão, para joias e as
roupas. — Eu vou embora, mas saiba que meu
coração está ficando aqui. E eu vou voltar, Arturo.
Você e eu estamos destinados a ficar juntos. Uma
vez você disse que nem o diabo iria nos separar,
pois eu digo o mesmo. — Ele apenas ri friamente.
— Fora, Verônica! — caminho lentamente
esperando que por algum milagre Arturo se
arrependa e venha atrás de mim, me pedindo pra

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ficar. Mas infelizmente isso não acontece. Saio de


lá destruída, mas eu não vou desistir.

Enfim estou de volta a Londres. Fiquei


envolvido com um caso muito importante pro
governo. Fui chamado às pressas e tive menos de
quarenta e oito horas pra descobrir dados sobre
uma organização criminosa que atormenta as
autoridades. Odeio trabalhar pro governo, mas esse
é o preço que pago por minha segurança. Eles me
protegem e eu descubro segredos pra eles. Nosso
acordo tem sido mantido a quatro nos.
Abro a porta do meu apartamento cansado.
Não pude receber ligações, fiquei focado
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analisando códigos e senhas até virar a noite.


Tomo um banho, tento relaxar, mas minhas
preocupações são muitas. Estou há muito tempo em
Londres, já deveríamos estar fora daqui, tanto eu
quanto Amanda e Verônica. Eu não entendo. Essa
obsessão pelo Arturo ou por essa maldita mina.
Meu telefone toca sem parar, não o ouvi enquanto
estava no banho, coloco apenas uma boxe e atendo.
Verônica me ligando uma hora dessa.
— Michael, até que enfim.
— O que foi, Verônica? — fico apreensivo
— Michael, me ajuda, por favor — fala
chorando.
— Porra, Verônica, o que tá acontecendo?
— Michael, Arturo ele não me perdoa, ele me
expulsou de casa.
— Verônica, eu não to entendendo nada.
Arturo não estava preso? Que diabos tá
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acontecendo?
— David, ele tá vivo. Arturo é inocente —
demoro um segundo pra processar a informação.
— Isso não é possível, Verônica. Você está
enganada.
— Michael, eu vi e ele confessou tudo. —
Ela chora sem parar e fica difícil entender o que ela
fala.
— Ele me bateu, me ameaçou, Michael.
David é um psicopata. Eu estou com tanto medo.
Amanda não atende ao telefone, eu não sei o que
fazer.
— A onde você tá, Verônica? — pergunto
nervoso.
— Eu estou no hotel The Berkeley. Eu não
sabia pra onde ir, Amanda tá com Scott! Eu não
posso chegar assim. Arturo me expulsou de casa,
eu só tenho a roupa do corpo e meu carro.
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— Eu estou indo, Verônica, e então você vai


me explicar tudo sobre David e Arturo, não é
possível que eu tenha me enganado assim —
desligo o telefone chocado demais. David vivo.
Não pode ser, o que diabos aconteceu enquanto
estava fora? Visto uma roupa apressado, pego duas
nove milímetros, uma pra mim e a outra para
Verônica, ela não pode ficar desarmada com Arturo
e David contra ela.

Assim que chego, noto que a segurança desse


hotel é falha. Qualquer um dos dois conseguiria
entrar aqui e fazer mal a Verônica. Sou informado
que Verônica está na suíte presidencial. Subo
nervoso, preocupado demais. O melhor é irmos
embora daqui. Verônica não pode continuar no
meio disso. Toco a campainha e logo a porta abre e
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me assusto ao ver o estado da Verônica. Seu rosto


ostenta um hematoma esverdeado, e o pior são seus
olhos tão vermelhos por conta das lágrimas.
— Quem fez isso com você? — pergunto
com ódio pensando em qual dos dois terei o prazer
de matar.
— Entra — fala dando um passo pra trás.
— Não consigo nem pensar vendo você desse
jeito. Quem te machucou, Verônica? Diga, foi o
David?
— David estava vivo esse tempo todo. Ele
me procurou agora que Arturo estava preso, ele
voltou pensando que poderia me reconquistar e
com isso obter a Cartier e da Serra azul. Ele ainda
me atacou quando eu disse que jamais seria sua.
— Verônica, eu não to entendendo. Tem
alguma coisa errada, David era a vítima da história.
Se ele tá vivo, então isso é uma coisa boa, por que
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ele te atacaria?
— Foi tudo uma armação, uma armadilha
dele para Arturo. Eu descobri tudo, Paloma e ele
eram amantes, juntos desviaram dinheiro da Cartier
e roubaram um carregamento de jade.
— Não é possível, eu investiguei, Verônica.
Eu fui atrás de tudo, todas as provas acusavam
Arturo. Eu não compreendo.
— Ele forjou a própria morte, ele teve ajuda
de alguém. Ele queria tudo que era do Arturo, e me
usou pra isso.
— Como ele conseguiu me enganar?
— Essa parte eu não tenho certeza, mas ele
me disse que precisou gastar uma verdadeira
fortuna para te manipular. Deve ter comprado outro
hacker pra esconder as informações. Ele sabia que
você era meu amigo e que provavelmente me
ajudaria, ele foi muito esperto, Michael. Ele fez
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com que eu entregasse Arturo a polícia, ele me fez


cometer o erro de colocar o homem que amo na
cadeia.
— Deus, Verônica. Eu não acredito que
cometi esse erro, em dez anos eu nunca cometi um
erro enorme como esse. Eu não posso aceitar que
eu errei e o pior, justo com você.
— Eu sei, Michael. Mas o pior não foi isso e
sim Arturo, ele me odeia, Michael. Ele não acredita
em mim. Precisa ver o jeito que ele me olhou, com
tanto ódio — ando de um lado pra outro pensativo.
— Melhor é irmos embora daqui, Verônica.
Não há mais nada a ser feito. Arturo no final não
era culpado, você não pode ficar em Londres
sofrendo desse jeito, ainda mais com David atrás de
você.
— Eu não vou — responde decidida.
— Verônica, é o melhor nesse momento. Não
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dá mais, você não vê? Devolva a Cartier e a mina


para Arturo e vamos embora aqui.
— Eu não vou, Michael. Eu tenho que ser
forte uma vez na vida. — Me olha tão perdida.
— Eu preciso provar pra Arturo que eu o
amo. Eu sinto bem no fundo do meu coração que
ainda resta esperança pra nós. Eu vou lutar por ele.
— Eu te entendo, Verônica. Mas e se ele não
te perdoar? David está rondando e pode te fazer
algum mal.
— Eu sei — soluça, eu me aproximo e
abraço, pois sei que é isso que ela precisa.
— Tudo vai ficar bem. Fica calma, eu vou te
ajudar. Não fica assim, Verônica.
— Eu o amo tanto, Michael. Como eu posso
ter o machucado assim?
— Eu sei, agora eu sei. Tá escrito nos seus
olhos, só o burro do Arturo que não viu isso. Eu
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vou pedir alguma coisa pra você comer e depois o


melhor seria você ficar no meu apartamento. Esse
hotel não é seguro. Pensando bem, é melhor você ir
para prédio da Amanda. Tenho um apartamento no
andar a baixo, que está desocupado. Você pode
ficar lá, enquanto resolve sua situação com Arturo.

Acordo com uma sensação estranha, mal


consegui pregar os olhos sem ter pesadelos de
novo, papai tentou falar comigo, mas só ouvi. Não
consegui responder. Estou presa demais na minha
dor.
Guilherme cuida de mim. Está sempre vindo
me ver. Trouxe seu amigo, o doutor Martim que
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está sendo meu psiquiatra. Ele diz que tudo isso vai
passar, mas eu não acredito. Como ele pode saber?
Ninguém entende. Wallace veio me ver, ele
perguntou se o filho que eu esperava era dele. Eu
lhe disse a verdade, o bebê que esperava só poderia
ser dele, pois todas as outras vezes que estive com
outra pessoa, eu sempre usei preservativo porque
não era burra a ponto de arriscar pegar alguma
doença. Ele saiu daqui transtornado, nunca o vi
assim. Me acusou de várias coisas e eu apenas ouvi,
no fundo no fundo eu sei que é verdade, eu sou um
monstro, sou um ser desprezível.
Uma A enfermeira loira baixinha, vem
cuidando de mim desde o começo. Eu acabei
fraturando duas costelas no acidente e por isso
tenho que ficar mais tempo aqui. Mamãe vem
dormir aqui todos os dias. Eu sei que ela está me
escondendo alguma coisa. Seu rosto está todo
marcado, mas ela disse que foi um acidente.
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Quando a crise de pânico vem, eu grito, me arranho


e choro chamando pelo meu bebê, ela me aperta
seu colo. E diz que entende o que eu to sentindo,
que sabe como é essa dor, mas isso é mentira.
Ninguém sabe, ninguém entende. O doutor
Lancaster diz que assim que sair daqui, começarei
um tratamento que talvez me ajude com as crises, e
que possa voltar a minha rotina normal. Mas eu não
quero, eu não quero ajuda. Eu mereço sofrer, eu
estou sendo castigada.
— Trouxe seu almoço — fala a enfermeira,
acho estranho alguém tão jovem trabalhar em um
hospital, ela aparenta ter no máximo dezessete
anos.
— Ei, que cara é essa? Não vai dizer que não
quer comer, né? Foi muito difícil contrabandear um
chocolate pra você.
— Eu não quero, eu não quero nada.

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— Ei, você precisa comer. Precisar melhorar


logo e ir pra casa. Você perdeu muito sangue,
precisa se recuperar.
— Acho difícil alguém tão nova como você
saber o que melhor pra mim, cadê meu irmão?
— O doutor está atendendo seus outros
pacientes e não sou tão jovem, tenho vinte e quatro
anos. Sou apenas dois anos mais nova que você.
— Não sei por que você é tão simpática
comigo, eu já não falei que eu não quero comer. Eu
quero ficar sozinha.
— Entendo o que você tá sentindo, mais
saiba que Deus vai aliviar essa dor do seu coração.
— Não me fala que entende, muito menos de
Deus! — grito cética assustando a garota, só que
ela me surpreendeu. Ao invés de correr para longe,
ela se aproxima e me abraça forte. Só pode ser
louca, mas sinto que isso era tudo que eu precisava.
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Choro descontrolada, e me envergonho por isso,


chora nos braços de uma estranha.
— Me desculpa, eu não sei o que deu em
mim.
— Não se preocupa, vou deixar seu jantar
aqui e junto o chocolate. Sempre que precisar pode
contar comigo. Antes que ela saia, me dou conta
que nem seu nome eu sei.
— Ei, você não me disse seu nome. — Ela
volta, parece pensar uma resposta.
— Alice, meu nome é Alice.

Um dos piores sentimentos que a pessoa pode

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guardar dentro de si é o ódio. Estou trêmulo,


descontrolado. Inconformado como a minha
capacidade de tirar essa mulher do meu peito. Ela
se infiltrou como uma doença contagiosa. Ainda
posso sentir o gosto dos seus lábios, como foi
difícil não jogar ela na cama e fazer amor até sentir
minhas forças se esvair. Como está sendo difícil
não correr atrás dela e pedir pra ela voltar. Maldita,
estragou minha vida, meu coração. Por que não
posso simplesmente apagá-la da minha mente?
Sento no chão gelado do quarto, suas coisas estão
todas aqui ela não levou nada. Tudo nesse quarto se
parece com ela, cada canto dessa maldita casa tem
lembranças dela. Eu jamais vou poder olhar pra
aquele lago sem lembrar de nós dois fazendo amor.
Eu jamais vou entrar no escritório e não lembrar
dela nua em minha mesa. Inferno! Daria tudo para
não ter te conhecido, não ter me apaixonado por
você.
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Eu jamais deveria ter confiado desse jeito. No


chão vejo as malditas fotos, David e Verônica e em
algumas da Amanda. Ela sorri de forma tão sincera,
um sorriso que nunca vi em seu rosto. Com ele
nada foi fingido, ela o amou de verdade, amou
tanto que embarcou nessa busca por vingança.
Comigo foi só ilusão, tudo mentira. Ela soube me
enganar direitinho. Pego todas as fotos e rasgo
uma por uma com ódio. Eu vou te odiar, Verônica,
eu juro que eu vou apagar você da minha vida.
— Seu Arturo, o jantar já está pronto — fala
minha empregada entrando no quarto.
— Entra, Nina. — Ainda sentado no chão,
segurando o colar de Verônica, aquela bendita
pedra que sempre me lembraria de sua ambição.
— Filho, o que houve? Está tudo bem? —
pergunta assustada ao ver o estrago do quarto. Nina
é mais que uma governanta, ela é uma mãe pra

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mim.
— Arturzinho, cadê a dona Verônica?
— Ela foi embora, Nina — falo amargo, só
de ouvir seu nome dói.
— O que houve? Vocês brigaram?
— Acabou, Nina! Verônica não vai mais
voltar, ela não faz mais parte da minha vida.
— O senhor a mandou embora uma hora
dessa sozinha? Não vê que é perigoso demais e
pior, ela anda tão doentinha.
Engulo o nó na garganta, eu não posso me
importar.
— Nina, arrume esse quarto. Eu não quero
mais olhar para essas coisas. Eu vou pro escritório
— falo tentando escapar de ouvir falar da Verônica,
tudo o que quero é esquecê-la.
No meu escritório abro uma garrafa de

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uísque. Isso era tudo que eu precisava.


Como ela pode ser tão fingida, chorando
daquele jeito, se arrastando pra mim. Ela pensou o
quê? Que iria acreditar? Eu seria um louco se
ouvisse o que ela disse, eu confesso que por um
momento eu fiquei mexido, se não tivesse entrado
no closet pra respirar, provavelmente teria feito
uma besteira. Seu rosto todo machucado, ela usava
um curativo no ombro.
O que será que aconteceu? Meu telefone toca
e vejo o número de Dimitri.
— Fala, Dimitri.
— Pensei que ia ficar feliz em ouvir minha
voz.
— To sem saco para piadinhas.
— Daniela já chegou, vamos nos reunir
amanhã pra bolar uma estratégia pra pegar o
Bohnen, o x nove já teve o que mereceu, agora
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apenas precisamos terminar com Bohnen e com os


aliados deles, os malditos McClusky.
— Pelo menos alguma notícia boa. Vou
adorar colocar uma bala na cabeça do Bohnen.
— Eu sei, mas não foi só pra isso que te
liguei.
— Eu esperava que tivesse mais. Anda, diga
logo.
— Coloquei Carlos para seguir a safada da
sua esposa. Olha minha surpresa, ao saber que ao
invés de ir pro inferno ela foi pro hotel The
Berkeley, logo em seguida recebeu a visita de um
homem e uma hora depois fecharam a conta e
saíram. — fico puto da vida quando ele termina de
falar. Maldita. Já deve ter ido correndo pros braços
daquele desgraçado do David.
— Amanhã nos falamos — desligo o
telefone, não tenho condições de aguentar as
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provocações de Dimitri nesse momento. Jogo a


garrafa com tudo na parede. Maldita Verônica!

Michael me levou para um dos seus


apartamentos no prédio onde Amanda mora. Só
consegui falar com ela tarde da noite. Contei tudo
que aconteceu resumidamente. Assim que eu contei
sobre Arturo ter me expulsado de casa e de como
me senti a campainha tocou e ela entrou feito um
furacão gritando por que eu não tinha ido direto pra
casa dela. Foi difícil explicar que não me sentiria
bem e como Scott que me odeia. Ela fez brigadeiro
e passei o resto na madrugada me acabando em
sorvete e chocolate, chorando em seu colo. Nem
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me lembro que horas eu dormi, só sei que quando


acordei notei que Amanda não estava mais, mandei
uma mensagem pra Arturo logo cedo.

“Bom dia, meu amor. Eu sei que está


magoado, mas saiba que eu te amo e não
desistirei de você. Com amor, para sempre sua.”

Eu não vou facilitar pra ele, não vou deixá-lo


me esquecer de jeito nenhum. Não fui pra Cartier,
não quero mais entrar naquela empresa, preciso
devolver tudo que é do Arturo, só que para isso
antes eu preciso que ele me escute. Hoje ele deve
estar com a cabeça mais fria. Eu aposto que ele
sentiu minha falta. Pode demorar o tempo que for,
mas ele vai me perdoar. Levanto da cama toda
dolorida. Todo esse inferno dos últimos dias está
acabando comigo, sinto dores terríveis de cabeça.

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Sinto que emagreci, pois não consigo comer direito.


Eu sei que o único remédio para meu mal é o
perdão do homem que eu amo. Eu também preciso
pedir perdão a todos que eu feri. Guilherme e Alice
são duas das pessoas mais inocentes que eu mais
machuquei.
Olho para trás agora e vejo os caminhos que
trilhei em busca dessa vingança. Estava tão cega
que não vi que tudo não passava de um engano. Fui
um fantoche nas mãos do crápula do David.
Tomo um banho. Amanda me trouxe algumas
roupas. Ao menos vou me sentir mais decente.
Olho no espelho, meu rosto está bem melhor.
Quase não se nota os hematomas, meu ombro está
bem melhor, os analgésicos fizeram efeito, não
tenho dor, espero que hoje Arturo possa me escutar.
Eu assinarei qualquer documento que ele queira, eu
vou devolver tudo, só que antes eu preciso falar

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com Alice e Guilherme e quem sabe com Paloma.


Meia hora depois saio do prédio, mas não
percebi que estava sendo seguida. E foi quando
parei o carro na entrada do hospital que eu o vi.
Meu coração dispara, não sei o que fazer. Decido
por sair do carro, David não pode fazer nada,
estamos em um local público, pego arma que
Michael me deu e deixo-a bem ao meu alcance.
Caminho apressadamente até a entrada do hospital
só que antes que as portas eletrônicas se abram pra
mim, David puxa meu braço.
— Ei, amorzinho, aonde você pensa que vai?
— Antes que possa responder o desgraçado me
beija, me solto com nojo do seu toque, só aí noto
Arturo saindo do hospital. Sinto falta de ar, não
acredito que ele viu isso. Merda! David fez de
propósito.
— Arturo, não... — tento falar alguma coisa,

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correr atrás dele, mas o desgraçado do David me


segura. Arturo some de vista. Tento me soltar, mas
ele me segura com força. Acerto um tapa na sua
cara com ódio, só assim ele acaba me soltando e
respiro aliviada, não me importo com mais nada,
tiro minha arma da bolsa e aponto em sua direção.

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CAPÍTULO 38 – Recaída

“Então eu vou te amar como se eu fosse te


perder. Eu vou te abraçar como se eu estivesse
dizendo adeus.”

Acordei com a cabeça latejando, passei a


noite no escritório. Bebi todo meu estoque de
uísque depois de saber pelo Dimitri que Verônica
estava junto com David. Acabei quebrando o
quadro do nosso casamento que estava na sala. Me
sinto patético, algo deve estar errado com meu
cérebro. É como se ela me intoxicasse. E de repente
eu sou um viciado em tudo nela. Eu sou um idiota!

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Verônica não merece que eu nem mesmo pense


nela, quem dirá ficar sofrendo assim. Miserável!
Nem mesmo voltar para o meu quarto eu consigo.
Tudo nessa casa me lembra ela. Eu não consigo
lembrar onde foi que eu errei, qual foi o momento
que fui burro a ponto de entregar meu coração a
essa mulher? Será que foi seu sorriso, seu olhar
sempre doce, seu corpo sedutor? Eu não sei, mas eu
deveria saber que era bom demais pra ser real. Eu
deveria saber, ela me fez experimentar a felicidade
ao seu lado só pra depois arrancar tudo de mim
com a realidade. A culpa é toda dela, eu nunca mais
serei o mesmo. Ela me mantém viciado nela mesmo
estando longe, me sinto dependente da sua
presença. Não consigo dar fim nas suas coisas, por
mais que eu queira negar eu a amo. Como posso
amar uma traidora como ela?
Eu não quero pensar nisso, não quero falar
dela, quero tirar ela da minha cabeça. Quero tirar as
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lembranças dela. Esse vazio que sinto dentro de


mim. Era tudo mentira, preciso tirar ela dos meus
sonhos, apagar esse desejo insano de correr até ela
e trazê-la. Preciso apagar essa mulher do meu
coração.
Fico irritado ao perceber que meu primeiro
pensamento do dia já é ela. Inferno! Será que eu
não vou conseguir viver sem ela? Volto pro meu
quarto, tudo está limpo, nada me lembra a bagunça
de ontem, entro no banheiro. Tomo um banho
relaxante, o primeiro em dias. Me sinto renovado,
pronto pra enfrentar meus inimigos. Me visto
rápido, eu já deveria estar na reunião com Dimitri.
Mas ainda to aqui. No meu celular vejo uma
mensagem dela, ignoro. Desço às pressas pela
escada, quando vejo Nina na sala me esperando.
— O senhor não vai tomar café?
— Não dá tempo, Nina. To atrasado pra uma

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reunião.
— Senhor, desculpe tocar nesse assunto, mas
o senhor tem notícias da dona Paloma? —pergunta
preocupada.
— Por que eu teria que ter notícia da
Paloma? — digo sem entender.
— A dona Verônica não disse? — responde
cautelosa.
— Não, Nina. Diga logo, o que aconteceu
com a Paloma?
— Ela e a dona Verônica tiveram uma
discussão feia e no final elas duas caíram da
escada. Só que a dona Paloma se machucou feio,
tivemos que chamar uma ambulância. A dona
Verônica não avisou se ela está bem e eu fiquei
preocupada, ela perdeu muito sangue, estava
inconsciente... — saio em disparada deixando Nina
falando sozinha, eu já sei para onde deve ter levado
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ela.
Em menos de trinta minutos chego ao
hospital que Guilherme trabalha. Na recepção fui
informado sobre o quadro de Paloma, pasmo me
direcionei ao quarto onde ela está. Entro e me
assusto ao ver a bastarda do meu pai ao lado da
Paloma, ajudando-a a se vestir, as duas parecem
amigas. Ela tem todo cuidado ao ajudar Paloma a
deitar e sorri pra minha irmã.
— Paloma — falo chamado sua atenção.
— Arturo, você já está solto? — pergunta
incrédula.
— Sim. Eu saí ontem e fiquei sabendo de
você apenas hoje. Como você tá? — Ela parece
engolir em seco, pronta pra chorar. Eu imagino a
dor que ela tá sentindo, eu a senti na pele e não
desejo isso para a minha irmã.
— Eu vou deixar você e seu irmão sozinhos
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— fala à bastarda que me olha estranho.


— Espere, Alice. Esse é seu nome, não é
mesmo? — Ela acena nervosa. — Obrigada, Alice,
por estar cuidando da nossa irmã — falo
agradecendo. Alice fica pálida. Paloma olha pra ela
como se tivesse um alienígena ali.
— Como assim, Arturo, nossa irmã? O que tá
acontecendo aqui?
— Você não sabe? Alice é a filha bastarda do
papai. — A garota que estava pronta pra sair se vira
pra Paloma assustada.
— Eu ia te contar, eu juro. Eu só fiquei com
medo que você não gostasse de mim, eu nunca tive
uma irmã na verdade. Eu nunca tive irmãos, e eu
fiquei tão preocupada com você, eu quis te ajudar a
se recuperar.
— Você me enganou se fingindo de minha
amiga pra quê? Pra me machucar mais? Você
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roubou meu pai de mim! Ele nunca estava presente


por sua culpa, sua bastarda — começa a chorar.
Alice se aproxima e tenta acalmar Paloma que,
chora descontrolada. Parece que está tendo um
surto.
— Arturo! Arturo! — grita me tirando do
transe ao ver Paloma se debatendo, chorando sem
parar.
— Chama o doutor Martim, Arturo, pede
ajuda. Ela está tendo outro surto — saio em
disparada, encontro outra enfermeira que me ajuda.
O doutor entra no quarto correndo. Deus, eu
nunca vi uma cena dessa! Posso garantir que é
assustadora. Paloma grita que todos a odeiam, que
tudo é castigo, ela quer o bebê. Fico aterrorizado
com isso. O que tá acontecendo com ela?
— Calma, Arturo, ela está tendo apenas uma
outra crise de pânico. Logo ela vai se acalmar, foi

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por isso que não quis falar nada sobre mim pra
ela. Ela já foi medicada, é melhor a deixar
descansar e voltar outra hora!
— Obrigada mais uma vez por cuidar dela —
digo saindo de lá pensativo. Alice me surpreendeu,
não esperava que ela fosse assim, eu pensei que ela
seria uma versão mais nova da Paloma. Entretanto
olhando pra ela, eu pude ver sinceridade e bondade,
uma coisa rara de se ver hoje em dia. Na saída do
hospital. Eu encontro Guilherme conversando com
um grupo de médicos. Assim que ele me vê, se
afasta e vem em minha direção, não sei se estou
preparado para conversar com Guilherme.
— Você está livre? — fala ao se aproximar.
— Sim, consegui sair ontem.
— Foi ver como Paloma está?
— Eu acabei de sair de lá, ela teve um surto e
tive que sair do quarto.
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— Não se preocupe, ela está em boas mãos,


com o tratamento ela vai melhorar, cada pessoa
responde de uma forma a perda de um filho. Com o
tempo ela irá superar.
— Guilherme, eu preciso me desculpar com
você — engulo o meu orgulho.
— Não há nada pra se desculpar, na verdade
eu quem preciso. Eu sinto muito, Arturo, por ter me
metido no seu relacionamento com sua mulher.
Você é meu irmão, e eu jamais, deveria olhar para a
sua esposa com outros olhos. Eu sinto muito, cara,
eu realmente não sabia o que estava fazendo. Eu
me encantei com Verônica e acabei confundindo
admiração com amor. Hoje que o que eu sentia por
ela, não passou de um carinho especial.
Eu encontrei uma pessoa especial, que me fez
ver o que é o amor. O mesmo amor que sempre via
em seus olhos e nos olhos da Verônica. Eu invejava

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isso, mas agora eu sei que isso só é possível com a


pessoa certa.
— Você tá enganado, Guilherme. Verônica
nunca me amou, acredito que ela nem saiba o que
isso.
— Não, Arturo. Quem está enganado é você!
Eu vi nos olhos daquela mulher a dor, ela estava
arrasada. Ela não pode fingir tão bem, precisava ver
o pranto que ela estava apenas com a hipótese de
você ter a traído.
— Isso não importa mais, Guilherme. Eu vou
tirar ela da minha vida e do meu coração.
— Não é a cabeça que escolhe a quem
amamos, se fosse assim tudo seria fácil.
— Preciso ir. Tenho muita coisa pra resolver
— falo fugindo dessa conversa.
— Tudo bem, Arturo. Espero que fique bem.
— Cuide da nossa irmã.
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— Eu cuidarei.
Saio pensativo do hospital. Penso nas
palavras do Guilherme, me sinto mais leve. Penso
na bobagem que ele disse, Verônica nunca me
amou. Tudo não passou de mentira, tudo um grande
teatro.
A cena que vejo em minha frente apenas
confirma isso. Verônica está lá no estacionamento
do hospital, aos beijos com o desgraçado do David.
É como levar um soco no peito e a dor é
dilacerante, sinto até dificuldades de respirar.
Malditos! Penso em uma forma lenta e dolorosa de
matar esses dois, essa mulher só brincou comigo.

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— Arturo, não!! — tento falar alguma coisa,


correr atrás dele, mas o desgraçado do David me
segura. Arturo some de vista. Tento me soltar,
mas ele me segura com força. Acerto um tapa na
sua cara com ódio, só assim ele acaba me soltando
e respiro aliviada. Não me importo com mais nada,
tiro minha arma da bolsa e aponto em sua direção.
— Era isso que você queria, seu desgraçado?!
Você queria que ele visse, essa porra de beijo?!
— O que foi? Não diga que tá sofrendo por
ele. Pobre Arturo, nos pegou no nosso momento
romântico.
— Desgraçado, dessa vez eu vou acabar com
sua vida, seu maldito!! Eu te odeio.
— Vamos, Verônica, atira! — fala apontando
pra si próprio. — Você não consegue. — Minhas
mãos tremem de nervosismo, apenas um tiro e
acabo com ele, me livro desse estorvo em minha

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vida. — Você não é forte o bastante — fala


sorrindo com os braços abertos.
— Sabe qual o seu erro, David? Você pensa
que eu sou a mesma Verônica que você conheceu
anos atrás, é a mesma que você vê aqui. Essa aqui é
uma mulher forte e quer saber, David? Foi você
quem me ensinou — destravo a arma, ele parece
acordar do seu sonho ridículo.
— Você não teria coragem.
— Quer pagar pra ver? — sorrio fria. — Eu
vou me livrar de você de uma vez por todas —
miro bem no meio de sua testa. A arma dispara, só
que antes que eu acerte o infeliz. Alice me empurra
para o lado, o tiro acerta a orelha do desgraçado.
— O que tá fazendo, Verônica? Você tá
louca? O que é isso? Você ia matar esse homem a
sangue frio?! — grita angustiada.
— Sai daqui, Alice. Eu preciso acertar esse
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infeliz de uma vez!


— Verônica, não faça isso. Você não pode
destruir sua vida assim.
— Sai, Alice! — grito histérica. — Esse
desgraçado tem que pagar por tudo que ele fez.
— Verônica, não — entra na frente do
maldito que mesmo, com a orelha sangrando, ainda
sorri vitorioso.
— Sai da frente dele, Alice.
— Verônica, eu sei que você deve tá com
raiva, mas pense bem. Você tá com a cabeça
quente, não tá pensando no que tá fazendo.
— Não, eu nunca estive tão lúcida na minha
vida, eu sei bem o que estou fazendo. To me
livrando de um fantasma que só voltou para
atormentar minha vida. — Ao longe vejo dois
seguranças se aproximando, David aproveita meu
momento de distração e foge. Alice entra na minha
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frente, tentando dar tempo de esconder a arma.


— Merda, filho da puta fugiu. Desgraçado,
eu preciso colocar esse filho da puta na cadeia. Ele
tem que pagar por tudo que fez.
— Vamos sair daqui antes que alguém
perceba o que aconteceu. — Alice me arrasta para
dentro do hospital. Tento me acalmar, Alice me
leva a uma sala onde me traz um copo de água.
— Verônica, o que aconteceu? Nunca vi você
daquela forma.
— Aquele homem é um assassino, ele
desgraçou minha vida, destruiu meu casamento. —
Ela me olha chocada.
— Eu sei que você está com raiva, mas, ,por
favor, não destrua sua vida assim. Ele não vale o
sacrifício. — Não aguento e começo a chorar. — O
que eu vou fazer agora? Arturo deve estar pensando
o pior de mim.
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— Calma, pra tudo se dá um jeito.


— Eu vim aqui falar com você e com
Guilherme.
— Guilherme entrou em cirurgia, mas pode
falar comigo, eu to no meu horário de almoço. Olho
para ela e fico pensando, como é possível ela ser
tão boa mesmo sendo filha do Santiago?
— Crio coragem e abro o jogo, contando
tudo que fiz desde o começo. Contei sobre a
armação contra Santiago e a noiva de Guilherme.
— Por que fez isso? — pergunta chocada.
— Eu estava enganada, eu queria destruir a
família de Arturo, destruí-lo... — abro meu
coração, porque sei que o mínimo que eu posso
fazer é dizer a verdade. Quando termino Alice se
levantou e me abraçou.
— Eu não tenho que te perdoar Verônica.
Você já está com uma carga muito grande, sobre
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seus ombros. Na verdade, com seu jeito distorcido,


você nos salvou. Você livrou mamãe de um
casamento falso. Eu nunca vi minha mãe tão feliz
como agora com o novo namorado. Você me deu a
chance de trabalhar na área que tanto amo e
melhor, você me vez conhecer o Guilherme.
— Você e o Guilherme? — pergunto
chocada.
— Sim, nós estamos juntos. Eu sei que seu
coração está pesado, mas dê um tempo pro Arturo.
Se o amor de vocês for forte o suficiente, ele vai te
perdoar — abraço ela emocionada com suas
palavras.
— Obrigada, Alice. Eu gostaria de ver
Paloma, eu também preciso falar com ela.
— Paloma não tá se recuperando bem. Ela
teve um surto mais cedo, não acho uma boa ideia
você ir ver ela agora. Espere ela se recuperar.

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— Tudo bem, Ali. Obrigada mais uma vez.


— Vai com Deus, Verônica, que Deus
conforte seu coração nesse momento.
Saio de lá pensativa. Ligo pro meu advogado
e peço pra ele preparar os documentos, devolvendo
tudo pro Arturo. Enquanto dirijo sinto minha vista
ficar escura. Estaciono o carro no acostamento e
respiro fundo tentando melhorar. Não ando me
sentindo bem. Eu pensei que poderia ser pelo
estresse, mas agora começo a duvidar. Fico parada
por um tempo, recebo uma mensagem de Michael.
Ele colocou uma escuta no celular do Arturo. Eu
sei que é um pouco drástico, mas eu irei até o fim
pra ter meu homem de volta. Me enfureço ao saber
que Arturo marcou de buscar uma tal de Daniela as
dez no hotel Crowne Plaza. Filho da puta! Se ele
pensa que vai me deixa assim e sair com outra, está
muito enganado.

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Entro na sala do Scott bufando com um jornal


em mãos, essa coisa de gravidez anda me deixando
uma pilha de nervos, temos uma consulta marcada
para hoje.
— Que merda é essa, Scott Breuer Strauss?!
— pergunto jogando o jornal no colo dele. Ele pega
e lê com atenção, logo em seguida sorri toda besta.
— Uma matéria incrível sobre nosso
casamento. Sobre como estamos apaixonados,
loucos que não aguentamos e fugimos pra Vegas.
— Scott, eu vou perguntar só uma vez. Foi
você quem deu a ideia dessa matéria?

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— Mas é claro! Eu quero contar para todos


os homens dessa cidade que você já tem dono. É
uma mulher casada, muito bem casada, diga-se de
passagem. E que também espera nosso primeiro
filho. Porque esse é o primeiro, do jeito que você
anda fogosa. Me acordando três vezes no meio da
noite pra transar, eu vou te engravidar todo o ano.
— O quê? Você tá louco? Eu agora virei uma
égua de reprodução? Como você pode fazer uma
coisa dessas? Divulgar isso, essas fotos ridículas de
Vegas, sem nem pedir minha opinião?
— Amorzinho, não fique irritada. Eu fiz isso
para o nosso bem, eu não quero nenhum galo
circulando pelo meu terreno.
— Você tá me chamando de galinha? É, isso
porra? Scott, da sua boca só sai merda.
— Morena, não fica brava. Eu li que tudo que
você sente passa para o nosso filhote. Não quero

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meu filho com raiva do pai dele também.


— Como você sabe se é um menino? Pode
ser uma menina? Já pensou nisso?
— Já. E essa hipótese está descartada. Será
um macho como pai, não saberia lidar com algum
marmanjo tentando roubar minha filha. Sei bem o
que se passa na cabeça desses jovens hoje em dia,
se você não quiser ter seu marido preso por ter
matado todos os moleques de Londres, o melhor é
um menino. Aí quando eu tiver um time grande,
nós poderíamos ter uma princesa, os irmãos me
ajudariam a protegê-la ou ela pode ser freira.
— Você só pode estar louco, é melhor ir se
acostumando porque eu posso estar grávida de uma
menina! E minha filha, não vai ser freira! — Scott
pega o telefone que estava tocando, eu nem
percebi.
— Eu preciso atender, é importante.

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— Tudo bem — respondo com raiva. A porta


abre e a oferecida da Suely aparece com os seios à
mostra, tenho certeza que ela não se esqueceu pra
que serve os botões de uma camisa.
— Senhor Scott, eu trouxe um café. — A
filha da puta tem o descaramento de se inclinar na
mesa para colocar a bandeja fazendo que seus
silicones quase esfreguem na cara do Scott.
— Deixa aí, Suely, pode ir — fala ainda no
telefone.
— Espere,Suely! — Antes que ela abra a
porta e saia.
— O que foi, Amanda?
— Senhora Strauss pra você — digo com
satisfação, ela engole constrangida. Me aproximo
dela.
— Sabe, Suely, acho que se esqueceu dos
botões — falo abotoando sua blusa, fazendo
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questão de mostrar minha aliança e meu diamante


de sete quilates. — Se eu vir você mais uma vez
vestida dessa forma perto do meu marido. Eu farei
questão de falar com Verônica sobre uniformes.
Como já deve tá cansada de saber, ela é muito
minha amiga e colocaria você pra trabalhar de
burca, se isso me agradar. — Ela engole em seco.
— Desculpe, senhora Strauss. Isso não irá se
repetir.
— Claro que não, querida. Imagina se eu
sonhar que você está dando em cima do meu
marido, eu seria obrigada a te tirar da Cartier e nós
não queremos isso? — sussurro apenas pra ela
escutar. Ela assente e sai correndo da sala.
— O que foi isso? Ciúmes, senhora Strauss?
— Você não estava em uma ligação
importante?
— Terminei a tempo de ver você tendo uma
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crise de ciúmes. Você sabia que isso me enche de


tesão?
— Quem era no telefone?
— O arquiteto que contratei pra fazer a
reforma das coberturas.
— Scott, sobre isso, primeiro eu preciso falar
com Michael — vejo sua fisionomia se transformar
na hora.
— Por que tem que falar com aquele
bombado de merda sobre nossa vida? Já falei que
não quero você perto daquele mané.
— Eu já te falei que, Michael faz parte da
minha vida, ele e a Verônica é uma bagagem que
vem comigo. Se você me quer, terá que aceitar eles
dois.
— Nunca vou aceitar aquele infeliz!! Eu
tenho certeza que ele quer você, eu não vou aceitar
esse cara dentro da minha casa.
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— Na verdade a casa é dele.


— O quê?! — fala indignado.
— É isso que eu to tentando te dizer, a
cobertura é do Michael! Ele deu pra mim, mas acho
justo perguntar pra ele antes de sair demolindo
tudo.
— Nem fodendo que eu passo mais uma
noite sobre o teto daquele cara. Por que não me
disse antes que o apartamento era dele?
— Não achei importante.
— Como não, porra?!
— Não grita comigo, seu infeliz. Quer saber,
eu vou pra consulta sozinha — bato a porta com
tudo e saio de lá irritada. Essa merda de casamento
não pode dar certo se não dois brigamos mais que
cão e gato. Dirijo irritada a clínica aonde irei fazer
minha primeira consulta, assim que chego já me
arrependo de ter brigado com Scott. Vejo várias
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mulheres todas elas com seus companheiros, muitas


grávidas com seus barrigões. Acho que eu sou a
única aqui sem acompanhante. Engulo em seco
nervosa. E se eu tiver feito alguma coisa que
machucou meu bebê? Me sinto uma burra, Scott
deveria estar aqui. Ele saberia quais palavras usar
pra me deixar mais calma.
— Senhora Amanda Kaminsky Strauss?
— Sou eu — caminho até o consultório como
se estivesse indo a força, chego a suar de
nervosismo. Sentei na cadeira e logo vejo uma
senhora que aparenta ter uns quarenta anos.
— Você deve ser Amanda, correto?
— Sim, sou eu doutoro.
— Você parece nervosa, relaxe, querida.
— Tem algum acompanhante com você?
— Não. Eu vim... — Antes que termine a
frase, Scott aparece sem paletó, todo suado. Parece
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que correu uma maratona. Olho pra ele chocada e


aliviada.
— Me desculpe entrar assim, doutora. Mas
acabei pegando um trânsito enorme. E preferi
deixar o carro três quadras daqui e vim correndo
pra não perder a primeira consulta do meu filho.
— Você deve ser o papai. Fico feliz que
esteja tão empenhado em não perder nenhum
detalhe da gravidez da sua esposa. Poucos pais se
interessam assim. — Depois disso a doutora tirou
todas nossas dúvidas. Quase morri de vergonha
quando o cara de pau do Scott perguntou pra ela se
poderíamos continuar com nossa vida sexual. A
doutora chegou a ficar vermelha e disse que não a
nada que impeça nossa vida íntima, apenas que
tenhamos cuidado. Depois do constrangimento eu
pude ouvir o coração do meu bebê, no começo eu
fiquei assustada com a velocidade dos batimentos,

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mas a doutora me explicou que é normal. Scott não


aguentou e se rendeu em lágrimas, quem diria que
meu lobo mau está todo babão.
— Bom, dona Amanda, aparentemente, não
há nada de errado com sua gestação, mas eu
gostaria que tomasse cuidado. Nesse início da
gestação há muitos casos de abortos espontâneos.
Para que esse não seja o caso é bom prevenir e se
cuidar. Está é uma lista de vitaminas indicadas e os
exames na próxima consulta, eu preciso que traga o
resultado de todos eles.
— Pode deixar. Eu vou cuidar dela, doutora.
Seguiremos à risca suas recomendações.
— Não sabe como to feliz, morena. Você viu
como o coração do nosso filhote é forte? — sorri
todo abobado. Voltamos juntos para o apartamento
dele. Fazendo planos pro nosso filho. Nem mesmo
me lembro porque foi que brigamos antes.

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Scott foi pra cozinha, troquei mensagem com


Verônica, só que aí a campainha tocou e eu fui
abrir pensando que poderia se o porteiro com
alguma correspondência e me surpreendi com o
primo de Scott na porta.
Ele me olhou dos pés da cabeça, me
devorando com o olhar, só aí me dei conta que
estava apenas com a camisa de Scott.
— Eu vou chamar... — Antes que eu o
mandasse entrar, ele já foi logo entrando. — Scott,
visita pra você! — grito e vou pro quarto me trocar,
curiosa pra saber o motivo dessa visita. Me visto
rapidamente só que antes de sair do quarto meu
telefone toca, o Michael aparece no visor.
— Amanda, preciso falar com você.
— Michael, você já voltou pra Londres? —
falo contente.
— Já falou com a Verônica?
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— Sim, eu falei com ela. Agora estou


sabendo de tudo, estou me sentindo culpado,
decepcionado comigo mesmo. Não acredito que
pude errar desse jeito, ainda mais com ela. Me sinto
um inútil, eu estraguei a vida dela.
— Não se culpe, todos nós fomos enganados
por aquele traste do David — lembro amarga
— É justo sobre ele que quero falar com
você, Verônica está tão envolvida em recuperar seu
casamento, que se esquece do perigo que David
representa.
— O que sugere que façamos? — falo
preocupada.
— Eu já to trabalhando nisso, preciso de mais
tempo. Mas talvez eu consiga consertar toda essa
bagunça. Eu sou responsável por vocês, eu preciso
ao menos tentar protegê-las.
— Que tal nós almoçarmos juntos amanhã, e
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você me conta seu plano?


— Tudo bem. Te pego as treze na Cartier.
Podemos comer no Patrícios.
— Ótima ideia. Estou com saudade da
comida de lá. Até amanhã então — desligo
pensativa, sinto um arrepio tremendo pelo corpo.
Não sei explicar, algo ruim vai acontecer, estou
sentindo isso. Vou em direção à sala e paro ao
ouvir a conversa.
— Você pode achar que sou só um
interesseiro, mas eu me preocupo com o vovô.
— O que tá acontecendo, aqui?! — pergunto.
— Nada, Amanda, eu resolvo.
— Na verdade, acho que ela deve saber.
Porque daí já retira a queixa de racismo contra o
vovô. Ele já tem problemas demais pra se
preocupar com isso.
— Eu não vou fazer isso, ele merece pagar
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pelo que fez, merece ir pra cadeia — falo amarga,


lembrando-se da forma que fui tratada.
— Ele enfartou e quase morreu por sua
culpa! Ele leu a matéria no jornal que falava sobre
o casamento de vocês. Ele não aguentou o desgosto
e enfartou. Preciso levá-lo de volta pra Alemanha.
Lá ele será acompanhado pelo médico que cuida
dele há anos. Ele terá todos os recursos disponíveis
pra se salvar. Engulo em seco, eu posso fingir que
não me importo, mas basta olhar para o rosto do
Scott pra ver o quanto ele está preocupado, o avô e
sua única família.
— Eu não posso ir pra Alemanha agora,
Adolpho, eu já lhe disse não é um bom momento.
— Do que ele tá falando? — pergunto
perdida.
— Se meu avô for ser operado na Alemanha,
eu terei que ir pra lá cuidar de todos os detalhes da

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sua operação, como da empresa. Eu sou o único


familiar que ele tem. Adolpho é apenas afilhado do
meu avô. Mas não é um Strauss.
— Você não pode ir — digo manhosa.
— Eu sei, morena. Calma, eu vou dar um
jeito.
— Se acontecer alguma coisa com vovô, a
culpa será sua. Sabe muito bem que o doutor
Osmar Medina é o especialista na área e trata do
vovô há anos.
— Scott, você não vai.
— Talvez não á jeito, bebê. Você pode ir
comigo.
— Não, você não vai pra lugar nenhum. Você
prometeu que não me deixaria.
— Bom, eu vou deixar os pombinhos
discutindo a relação, tenho que providenciar uma
viagem — fala o babaca saindo nos deixando
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sozinhos.
— Eu terei que ir — fala Scott triste.
— Não. Como eu vou ficar? Como a Cartier
vai ficar?
— Pior do que tá, não dá. E não será uma
viagem muito longa, no máximo em uma semana
eu volto. Nós nos falaremos todos os dias. Eu
queria que você fosse, mas acho que a sua presença
não ajudaria. Também não quero que você passe
nervoso, e uma viajem de muitas horas é
estressante demais pra você e para o nosso filho.
— Por favor, Scott. Não vá, fique comigo. Eu
sinto que algo ruim vai acontecer.
— Cadê a mulher forte que eu conheço?
Você ficará bem e quando eu voltar, o que acha de
uma grande festa de casamento? — olho para ele
desacreditada.
— Você tá falando sério?
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— Claro. Eu não me esqueci, o que me disse


sobre seu sonho de entrar de branco, na igreja, e
uma festa. Eu pretendo realizar todos os seus
sonhos, meu amor. E também quero ter o prazer de
lhe ver caminhando até mim por vontade própria,
no altar.
— Eu já sou sua.
— E eu sou todo seu, essa semana vai passar
voando, você vai ver.
— Tudo bem, mas eu ainda tenho medo —
fecho os olhos. Sinto só os lábios de Scott em mim.
Beijo ele angustiada, algum coisa ruim vem por aí.
Eu sinto isso.

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— Porra, Arturo. Essa é a hora que vem


chegar?! Estamos te esperando desde às nove.
— O que importa é que estou aqui — diz
pensativo. — Arturo está me escondendo alguma
coisa.
— Eu, junto com Daniela, bolei um plano pra
pegar o chefe da McClusky e o Bohnen de uma vez
só.
— Já me interessei! Só me diga o que tenho
que fazer.
— Os confrontos ainda continuam na cidade,
já perdi vários homens, mas é claro que nosso
poder de fogo é maior que os deles, poderíamos
sustentara ataque por meses. Mas não é isso que
quero. Daniela vai ser minha intermediária. Ela,
hoje à noite, marcará um encontro com Severo e
Bohnen, onde trataremos de um acordo de paz. —
Falo pensativo.

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— Hoje será a inauguração da boate de


Severo e vocês dois irão, você fará a cobertura da
Daniela e ela a persuasão. Se tudo der certo,
amanhã ao meio dia reuniremos nós dois com eles.
Provavelmente seus homens irão revistar os dois.
Então não estaremos armados, mas um dos nossos
vai implantar duas armas na mesa do restaurante.
Por ser um local público eles não esperam que
agiremos na frente de civis. E essa será a nossa
vantagem. Um tiro e tudo que você tem, acabe com
Bohnen, lembre-se da roubada que ele fez para
você no passado, te deixando pra morrer. Ele queria
o seu cargo na máfia, se você não tivesse
sobrevivido a aquele tiroteio, ele poderia te ter
conseguido.
— Eu sei disso, tenha certeza que não
esqueci.
— Mais uma coisa, Daniela não está aqui

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apenas pra resolver nossos problemas com


McClusky. Recentemente nosso sistema foi
invadido por um hacker que se denomina Scofield.
Ele roubou informações sobre nossos
carregamentos, sobre nossas localizações. Ainda
não sabemos o que ele quer, mas desconfio que ele
queira vender essas informações. Como Daniela é
nossa especialista nessa área ela vai tentar rastrear
esse cara.
— Como eu já te falei, Dimitri. Scofield não
será encontrado assim. Há anos ele se mantém às
escuras, ele é conhecido nos nossos meios como o
melhor, todos se espelham nele para encontrar
Scofield, ele vai ter o que deixar ser encontrado —
diz Daniela.
— Interessante, quero ele trabalhando pra
nós! — falo já pensando no quanto seria bom ter
um cara como ele na máfia.

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— Espera, pode ser que eu saiba quem ele é


— fala Arturo pensativo.
— Verônica tem um amigo próximo, não sei
se é o cara, a única coisa que eu sei é que, ele a
ajudou a colocar um pen drive que acabou com a
festa de lançamento da Cartier. Também foi ele,
quem financiou todo seu plano de vingança.
— Quais são as chances de ser o mesmo
Scofield? — pergunto a Daniela.
— Isso é quase impossível, mas não custa
nada checar, eu vou investigar, não creio que esse
seja a mesma lenda que eu procuro.
— Tudo bem se já estamos acertados. Essa
noite iremos colocar nosso plano principal em ação.
Arturo, tome conta pra que nada aconteça a
Daniela.
— Não precisa nem me pedir isso.
— Pois bem, sobre nosso outro assunto.
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David e Verônica, o que pretende fazer com os


dois?
— Eu mesmo quero pegar o desgraçado do
David. Não se preocupe, ele está perto o suficiente
pra eu acabar ele.
— E sua amada esposa, o que vai fazer com
ela?
— Verônica é um caso a aparte, não quero
que se envolva. Primeiro ela terá que devolver tudo
que me roubou, só depois eu acabarei com ela.
— Espero que não se deixe enganar mais,
uma vez por essa vagabunda.
Vejo que ele se segura para não responder,
esse foi um teste onde Arturo falhou terrivelmente.

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No horário marcado peguei Daniela no hotel


onde ela ficou hospedada.
Daniela uma beleza delicada, mas só quem a
conhece que sabe a mulher feroz e perigosa que ela
é. Eu poderia passar a noite com ela, quem sabe
assim eu consiga tirar um pouco de Verônica de
mim. Ela parece que impregnou meu corpo,
tomando conta de todos meus pensamentos. Não
consigo deixar de sentir sua falta, eu só posso ser
algum masoquista de merda!
— Chegamos, Daniela. Nervosa? —
pergunto sendo simpático.
— Querido, seduzir está no meu sangue. Isso
será fácil, apenas preciso marcar esse encontro e
fim. Vamos poder passar o resto da noite no meu

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hotel — fala jogando charme, olho pro seu rosto


tentando encontrar algo, eu não sei o que falta nela.
Porra, nada nela lembra Verônica, é isso que eu
preciso.
— Ótima ideia, Daniela. Mas ao invés do
hotel, vamos pra minha casa. — Só assim eu tiro o
cheiro de Verônica daquele quarto — penso
comigo. Ela sorri e entramos na casa noturna.
Fomos revistados, mas tanto eu como Daniela não
precisamos de arma, essa noite nosso foco aqui é
outro. Entramos e começamos a pôr em prática o
plano. Daniela se mistura, eu subo para o segundo
piso que tem vista panorâmica de toda o piso
inferior, de lá poderei ver tudo que acontece.
Encontro uma mesa e me sento sozinho, tentando
relaxar enquanto Daniela executa sua parte. Um
garçom passa, pego um uísque sem gelo, não
demora muito pra uma ruiva gostosa se aproximar.
Ela senta no balcão bem perto de mim. A todo
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momento ela me olha, parece me devorar com os


olhos. Em outros tempos cairia matando, mas com
meu humor negro, não quero companhia. Bebo
duas doses, três, quatro quando me dou conta à
ruiva já está na minha mesa, ela se entrega
descaradamente.
— Você não disse seu nome, gostoso.
— Arturo — respondo rouco, eu não entendo
por que não to afim, mesmo uma gostosa dessa.
— Eu sou Regiane, mas pode me chamar de
Re, apenas os íntimos têm esse direito.
— Certo, Regiane. Eu sei o que você quer. —
Se esfrega descaradamente em mim. — Mas essa
noite, eu só quero beber e esquecer o dia de hoje.
— Ela me olha decepcionada.
— O que foi? Coração partido?
— Isso não é da sua conta — respondo
amargo.
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— É, pelo visto você não tá a fim de falar,


mas tudo bem. Foi um prazer te conhecer, Arturo.
Uma pena que não podemos nos divertir juntos —
dá uma piscadinha descarada, eu só posso tá
enlouquecendo. Olho novamente para a pista lá em
baixo e percebo que Daniela é levada até a ária vip
por Severo. Ela sorri pra ele sedutora e caminha na
frente rebolando. Fico apreensivo pensando no que
pode estar acontecendo lá dentro. Decido ir pro
primeiro piso circular e tentar calcular uma rota de
fuga, caso as coisas não saiam como planejamos.
Fico rondando todas as hipóteses até que paraliso
chocado. Não acredito no que meus olhos estão
vendo. Lá está ela, sozinha na entrada. Verônica, a
desgraçada quase nua com uma porra de um
conjunto de saia e mini blusa preta.
A desgraça da roupa, parece grudar em sua
pele e pior seus lábios carnudos com um batom
vermelho vibrante, os cabelos negros soltos. Só de
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olhar para ela meu pau fica duro. Inferno! Preciso


me conter, ela não pode ter esse poder sobre mim.
Ela parece procurar alguém com os olhos e
ainda não me viu. Me viro ficando atrás de um pilar
pra que lá não me veja. Verônica anda até um bar,
vejo que por onde ela passa, vários homens torcem
o pescoço pra olhar aquilo que um dia foi meu. Me
seguro pra não fazer uma besteira! Ainda vou ter a
minha chance de me vingar dessa mulher, ela
pagará caro por ter me usado. Fico com um maldito
Stalker vigiando seus passos, ela senta no bar, mas
não tira o olho da pista de dança. Um homem se
aproxima oferecendo uma bebida, ela gentilmente
recusa. Eu não sei em que momento, mas parece
que seus olhos são imãs pra mim. Ela me vê e se
levanta só que antes de sair um idiota gruda em seu
braço tentando agarrar ela, em menos de trinta
segundo eu estou socando o desgraçado, tirando
suas mãos nojenta de cima da minha mulher.
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— Arturo, solta ele. Arturo, calma. Arturo,


ele tá bêbado — fala Verônica tentando me tirar de
cima do infeliz. Um segurança vem separar a briga,
sou expulso da casa noturna. Verônica vem junto.
— Arturo, você se machucou? — pergunta
fingindo se importar, tocando meu rosto.
— Eu to bem, porra! Tira as mãos de mim.
— O que você tá fazendo aqui, inferno?
— Eu vim atrás de você — fala orgulhosa.
— Atrás de mim, como soube que eu estava
aqui? — Ela parece nervosa. Seu cheiro continua o
mesmo, me seguro para não a puxar para os meus
braços e beijar sua boca.
— Eu te segui — responde teimosa. — Eu vi
que você veio acompanhado.
— Eu não te chamei aqui, eu não te devo
satisfações. Vai embora, Verônica, entende que só
olhar pra você, sinto nojo.
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— Arturo, aquilo foi armação do David. Ele


viu você saindo e me beijou, eu jamais correspondi.
Na verdade, eu atirei nele, só que infelizmente eu
errei. — Ela fala tão séria que quase acredito.
— Isso não importa, eu não ligo pro que você
faz ou deixa de fazer, só quero que saia daqui.
— Eu não vou! — cruza os braços
emburrada. É eu tentei, eu juro que tentei, mas não
consegui desviar meus olhos daquele decote. Que
porra de roupa é essa? Seus seios estão pulando
fora do decote.
— Some da minha frente, Verônica!
— Eu só saio daqui com você, você não vai
sair com aquela vadia, água oxigenada! — fala com
um fogo no olhar que, eu sei bem o que é. Ela está
excitada, eu sei que sim. Eu conheço cada
pedacinho do seu corpo, sei cada reação que ela
tem.

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— Eu posso sair com quem eu quiser, eu não


te devo nada, Verônica. Me esquece.
— Arturo, amor — fala com calma chegando
mais perto. Vamos sair daqui, vamos pra casa —
fecho os olhos tentando me controlar. Ela aproveita
esse descuido e cola seu corpo ao meu, Verônica
sente meu pau duro por ela, e se esfrega em meu
corpo mordendo meu queixo.
— Maldita! — xingo irritado com a forma
que meu corpo reage a ela.
— Arturo, me deixa mostrar o quanto eu te
amo! Me deixa provar pra você que, eu sou sua —
fala me arrepiando. — Eu sei que você me quer,
não lute contra isso.
— Eu te odeio, Verônica Mitchell!!
— Meu nome é Verônica Cartier — beijo sua
boca sedenta desesperada.
Verônica corresponde rápido puxando meus
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cabelos tão ou mais desesperada que eu. Levanto


seu corpo no meu colo esfregando meu pau.
Mesmo com as roupas ela sente meu desejo.
— Vamos sair daqui — fala rouca,
desnorteada. Não espero ela repetir. Eu arrasto
Verônica até meu carro. Não sei explicar como foi
que dirigi, a única coisa que sei é que, eu até tentei
protestar, eu tentei lutar, mas eu preciso dessa
mulher ao menos uma última vez. Só assim eu vou
esquecer ela, só assim eu vou apagar ela do meu
sistema.
Verônica nem espera eu abrir a porta, ela
entra e para na entrada da sala. E eu não perco
tempo. Beijo sua boca docemente, mordendo seu
lábio inferior. Ela geme perdida em minhas
carícias, levanto seu corpo a pegando no colo
subindo as escadas.

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CAPÍTULO 39 – Dor e
Desespero

“A morte é como uma pétala que solta de


uma flor e deixa uma marca inapagável.”

— Ei. Não fiquei assim, meu amor. Você


acaba comigo com esses olhos inchados —
acabamos de acordar, Amanda deitada em meu
peito reclamando porque vou viajar.
— Você não poderia esperar? Tem que ir
hoje mesmo? Quer se livrar de mim?
— Minha princesa, isso não é verdade.
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Quanto mais rápido eu for, mais rápido eu volto pra


você, meu amor.
— Eu não sei. Eu não confio nesse velho, e
se ele nem tiver doente nem nada, e se ele só quiser
te separar de mim?
— Amanda, não acredito que está pensando
uma coisa dessa. Eu já te expliquei que meu avô há
anos vem tratando do coração, só quem a idade, o
estresse acabou cobrando um preço. Ele não vai
poder fugir da cirurgia dessa vez. Eu já liguei pro
médico dele. E confirmei tudo com Adolpho, não é
mentira, bebê. Eu tenho mesmo que ir.
— Mas e se você não voltar? — Ela está
fazendo um biquinho tão sexy que minha vontade é
de não ir mais.
— Isso poderia custar à vida do meu avô, eu
não posso carregar esse peso.
— Você vai me deixar — resmunga.
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— E viver uma vida infeliz, sem você e meu


filho ao meu lado? Jamais, morena. Vocês são tudo
pra mim, a família que nunca quis, mas agora não
posso me imaginar sem. Vocês dois são as coisas
mais importantes da minha vida. — Me ajoelho
beijando sua barriga que, já começa a aparecer a
deixando mais linda ainda.
— Você promete? — funga chorando triste.
— É claro que eu prometo. Ainda quero ver
você num vestido de princesa entrando na igreja e
sorrindo pra mim.
— Eu vou morrer de saudade de você. Que
horas é seu voo?
— Só as onze — respondo olhando pro
relógio que marca sete do amanhã.
— Então nós temos tempo.
— Se for o que eu to pensando, eu sempre
tenho tempo.
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Amanda se levanta e tira a minha camisa que


cobria seu corpo. Toquei seus seios gostosos
apertando-os e sugando seus mamilos, e lambia e
mordia.
— Ah, Scott, eu to tão molhadinha — fui
descendo e comecei a beijar sua barriga linda, onde
sabia que nosso filho estava, até chegar onde eu
queria, sua boceta cremosa. Coloquei uma de suas
pernas em meu ombro eu a chupei com gosto,
acelerei lambendo e mordendo seu clitóris, usando
minha língua como se fosse meu pau dentro de sua
boceta, provocando-a mais até gozar gritando meu
nome.
— Oh, Scott. Vem, amor. Eu preciso de você.
Eu não sei como vou aguentar uma semana
sem essa bocetinha. Dou um tapa sentindo meus
dedos ficarem molhados, não perco tempo, eu entro
nela em uma estocada só e posso sentir sua boceta

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apertada me acolhendo. É como estar o paraíso.


Amanda grita desonerada.
— Scott, isso. Se mexe, por favor.
— Calma, meu amor. Eu não quero machucar
o bebê. — Me apoiei na cabeceira da cama, pra não
colocar peso sobre ela. Soquei com gosto, Amanda
geme em êxtase.
— Isso, amor. Mais, mais... Isso, Scott,
assim. — Amanda já goza novamente e sinto
aquela sensação maravilhosa que tenho toda vez
que a vejo tendo um orgasmo, então me derramo
dentro dela.
Amanda se acalma e me beija
apaixonadamente.
— Eu te amo.
— Não mais que eu. Te amo, morena. Você é
tudo pra mim
Assim que entro no avião, um pressentimento
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estranho toma conta de mim. Sinto um aperto no


peito. Eu mal saí e já quero voltar.

— Desgraçada — falo morto de ódio ao ver


Verônica e Arturo aos beijos em frente a uma
boate. Os dois entram no carro juntos. Inferno. Se
eles pensam que vou deixar isso assim, estão muito
enganados. Verônica é minha. Sigo os dois e os
vejo entrando no condomínio, daqui não vou poder
continuar. Saio irritado, filha da puta. Arturo, você
irá me pagar, eu vou te tirar tudo que você tem, a
Cartier e a Serra azul serão minhas.
Lembro do tiro que Verônica deu em mim, eu
não esperava que ela tivesse coragem de fazer

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aquilo. Achei que ficaria surdo, eu confesso que


essa nova personalidade de Verônica me deixa
cheio de tesão. Verônica será minha ou não me
chamo David Simmons. Estaciono na casa que
aluguei em quanto não consigo a Cartier e a Serra
azul.
— Que bom que voltou, já estava pensando
que a polícia tinha te pegado.
— Ah, querida, não se preocupe com isso. Eu
tenho uma nova identidade agora esqueceu? David
Simmons está morto.
— Eu sei, mas ainda acho que tá se
arriscando demais.
— E quando eu vou poder voltar? Não
aguento mais viver assim, escondida de todos.
— Eu já falei, caralho. Tudo tem sua hora
certa, você não pode voltar ainda. Eu preciso pegar
Verônica primeiro.
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— O que pretende fazer com ela? Vai matá-


la? — sorri diabólica.
— Eu tentei convencê-la a me entregar a
Serra azul e a Cartier, mas ela tá cega pelo otário
do Arturo. Eles estão juntos agora. Vou ter que
tomar medidas drásticas pra recuperar o que Arturo
me roubou.
— Você não está se arriscando muito, David?
— Não há ganhos, sem sacrifícios.
— Se a polícia descobrir o que pretende
fazer, nós dois estamos fodidos. Nem todo o
dinheiro que eu tenho vai me livrar dessa.
— Querida, deixa de ser medrosa. Que graça
teria se não houvesse riscos?
— Mas e o Arturo? O que vai fazer com ele?
Você me prometeu.
— Não se preocupe. Eu o quero vivo. Preciso
dele inteiro pra ver minha vitória. Eu quero esfregar
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na cara dele que eu consegui tudo aquilo que era


dele, inclusive Verônica.
— Ele não vai deixar isso barato, pode fazer
alguma coisa contra você.
— Eu sei, amor. Mas é aí que você entra.
Você irá entrar na vida dele e será meus olhos e
meus ouvidos pra tudo que Arturo faz. Ele estará
quebrado, sem um tostão e você irá apoiá-lo. Enfim
como disse, você será parte importante no meu
plano.
— Eu pensei que você amava a Verônica,
que não teria coragem de fazer mal a ela.
— Eu a amo, mas se ela não quiser colaborar
comigo terei que mostrar pulso firme. E se caso ela
não colaborar eu pego a amiguinha dela e estouro
os miolos da morena.
— Ela está grávida, sabia?
— Eu sei, isso é ótimo. Vai ser um incentivo
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a mais para Verônica ser uma garota obediente.

Entro no hospital ansiosa procurando


Guilherme, mas não o encontro. Queria ter a
chance de falar com meu filho mais uma vez. Abro
a porta do quarto da minha filha.
— Princesa, como você tá hoje? Vim te
buscar.
Ela me olha tão triste que chega a cortar meu
coração, eu sei bem o que ela está passando.
— Eu estou bem, podemos ir? Ou tenho que
esperar o médico vir me dar alta? A porta abre e
vejo a bastarda imunda que invade o quarto da
minha filha.
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— Não ia embora sem se despedir de mim,


não mesmo? — fala olhando pra Paloma. Como se
fosse amiga íntima.
— O que você tá fazendo no quarto da minha
filha, sua bastarda?
— Ela é minha irmã e nem todo seu veneno
pode mudar isso, eu tenho direito de estar aqui,
quer você queira ou não.
— Você não é nada da minha filha, sua
bastarda.
— Você pode me chamar do que quiser, mas
fui eu que estive aqui todos esses dias ao lado dela.
— Paloma não diz nada, apenas observa como se
estivesse em outro mundo. Antes que eu responda o
doutor Lancaster médico da Paloma entra no
quarto.
— Como vai minha paciente? Já tá pronta pra
ir pra casa ou quer fica mais uma temporada aqui?
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— vejo um brilho nos olhos da Paloma que a um


segundo atrás estavam sem vida.
— Eu gostaria de ir embora, doutor Lancaster
— sorri tímida.
— Já disse pra me chamar de Martim.
— Tudo bem, Martim, eu acho que já estou
pronta pra ir pra casa.
— Paloma. Eu vou lhe dar alta, mas vou
precisar que venha uma vez por semana ao meu
consultório. Pra fazer um acompanhamento, vamos
começar as terapias que te falei.
— Tudo bem, doutor. Eu vou seguir o
tratamento.
— Minha filha está bem, não está? Por que
ela ainda vai precisar de terapia? — pergunto
interrompendo o que ele ia dizer.
— Sim, Paloma está bem para sair do
hospital. Agora a recuperação será em casa e com
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as terapias. Ela vai precisar desses medicamentos


nos horários certos, depressão não é brincadeira. —
Ele olha pra Paloma com um olhar estranho.
— Pode deixar, doutor. Eu vou cuidar bem
dela.
O doutor e a bastarda saem nos deixando
sozinhas, ajudo Paloma com suas coisas e com todo
cuidado saímos do hospital.
— Filha, houve um contratempo, teremos que
ficar no seu apartamento por uns dias. — Me
preparo para ouvir surtar, mas Paloma não
responde.
— Princesa, você me ouviu? — falo
cautelosa.
— Sim, mamãe. Tudo bem, o que for melhor
pra você. — Nesse momento me dou conta que
minha princesinha esta quebrada.

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Assim que Scott embarcou no avião, eu sinto


como se uma parte de mim estivesse sendo
arrancada. Eu sei que parece egoísmo não querer
que ele vá ajudar o avô, mas daquele velho
miserável eu posso esperar tudo. Volto pra casa,
minha vontade é de ficar na cama o dia todo com
uma barra de chocolate, mas eu preciso ir pra
Cartier e ainda marquei de almoçar com
Michael. Sigo pra Cartier e no caminho envio uma
mensagem para Verônica. Ando preocupada com
ela.
Estaciono meu carro e subo para o escritório,
eu não sei como essa empresa ainda tá de pé. Não
tem como negar que Arturo é a alma da Cartier. O

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cara tem um talento incrível pra fazer dinheiro. A


Serra azul começará esse mês um novo núcleo de
escavações irá começar. Essa é uma péssima hora
pra ele estar fora. Scott tem que voltar logo
também. Deus, como fui ficar tão dependente desse
Lobo mau safado. A hora passa, quando vejo meu
telefone tocando o número de Michael aparece na
tela.
— Você já chegou?
— To aqui embaixo te esperando.
— Estou descendo. Suely, estou saindo pro
almoço. Qualquer coisa estou no telefone — aviso
a secretária do Scott que, agora foi transferida pra
mim, aquele ditado mantenha seus amigos por
perto, os inimigos mais perto ainda. Encontro
Michael na portaria.
— Estava sentindo sua falta.
— Eu também morena, mas o dever me
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chamou, você sabe.


— Eu sei. Vamos lembrar que agora eu estou
comendo por dois.
— Não me esqueci disso, quero saber se
aquele idiota do Scott está te tratando bem. Se não,
serei obrigado a dar uma lição nele.
— Ele está cuidando bem de mim, na
verdade o problema não é ele. Vamos, eu te conto
tudo no restaurante.
Michael estacionou na entrada do Patrícios,
eu amo esse restaurante.
— Senti sua falta, sabia? —digo a ele.
— Também senti a sua, foi só uma semana
fora.
— È que tudo anda tão confuso, tão
complicado.
— Até agora não acredito que deixei o filho

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da puta do David me enganar dessa forma.


— Ele enganou a todos. Eu jamais imaginaria
que ele fosse esse canalha.
— O maldito foi esperto, bolou tudo com
destreza. E pensar que nos incentivamos tanto
Verônica a se vingar. Me sinto tão culpado.
— A culpa não foi sua, Michael, não
poderíamos adivinhar que ele estava por trás de
tudo?
— E como você tá? Esse diamante em seu
dedo, dá pra ser visto a quilômetros de distância.
— Eu to bem nessa vida de casada, é um
pouco estranha, mas ao mesmo tempo me sinto tão
feliz. Tem dias que eu gostaria de matar Scott
sufocado com o travesseiro, ainda assim eu estou
feliz como nunca estive antes, mas nem tudo são
flores.
— O que houve, morena? Por que do nada
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seus olhos perderam o brilho?


— É difícil, sabe, a gravidez. Toda essa
felicidade. E ver Verônica assim, ela perdeu o bebê
e Arturo a odeia. Me sinto culpada por estar tão
feliz e minha irmã tão destruída.
— Não sinta. Verônica vai conseguir acertar
tudo, eu tô trabalhando nisso. Já tive um grande
progresso.
— Você não vai me contar o que descobriu?
— Ainda não conclui, mas estou na cola do
David. E estou tentando achar uma forma de tirar o
FBI da cola da Cartier.
— Michael, isso já resolveria a maioria dos
problemas da Verônica.
— Eu sei, e é nisso que estou trabalhando.
— O que foi? — pergunto ao notar seu olhar
mudando drasticamente.

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— Estamos sendo observados, tem três


homens armados atrás de você, olhando pra nossa
mesa.
— Michael, você tá me assuntando.
— Fica calma, princesa. Eu te protejo.
Respira fundo e finja que não sabe de nada, eu vou
passar uma pistola pra suas mãos por de baixo na
mesa. Pegue com cuidado e coloque em sua bolsa.
Eu vou precisar que você se levante fingindo que
vai ao banheiro e saia pela saída de incêndio, eu
estarei logo atrás de você.
— Michael, eu tô com medo.
— Agora é hora de ser corajosa. — Me
levanto nervosa tentando parecer o mais natural
possível. Passo por dois corredores. Até chegar à
saída de incêndio, assim que sinto o ar fresco do
lado de fora respiro mais tranquila, agora falta só
Michael aparecer. Ele demora e quando já estou

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quase entrando pra ir atrás a porta abre e Michael


passa com a roupa toda amassada.
— O que houve Michael?
— Eu fui ao banheiro, não demorou muito
eles vieram atrás de mim, tive que dar cabo dos
três.
— Michael, o que eles queriam com você?
— Eu não sei, mas eles não estão sozinhos e
temos que sair daqui antes que alguém descubra os
corpos.
— Mas o carro está lá na frente.
— Teremos que roubar um carro. — Michael
mantém a arma em mãos, eu também seguro a
minha. Michael encontra um carro e consegue
destravar a porta usando um canivete. Depois de
fazer uma ligação direta saímos em disparada. Mas
um carro preto nos seguiu.
— Michael, eles estão atrás da gente.
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— Eu sei princesa, fica calma. Eu quero que


você se concentre na estrada, não olhe pra trás se
não vai ficar nervosa. — Assim que ele diz isso
ouço os disparos.
— Ai, meu Deus.
— Calma, eu te protejo, princesa. — Michael
começa a disparar no carro atrás, mas parece ser a
prova de bala.
— Merda, filhos da puta! — Ele xinga
irritado. — Amanda, assume a direção, eu vou
tentar acertar os pneus.
— Como eu vou fazer isso?
— Relaxa, você consegue. — tenta me
tranquilizar.
— Michael, eu to com medo. — digo
assustada.
— Tudo vai dar certo, eu prometo.

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Eu troco de lugar com Michael com o carro


em movimento. Estamos saindo da cidade. Escuto o
vidro de trás sendo atingido.
Começo a chorar nervosa. Michael faz de
tudo pra acertar o pneu do carro, mas eles parecem
ser profissionais.
Ao fazer uma curva arriscada eu acabo
perdendo a direção, o carro gira na pista e eu fecho
os olhos esperando ser o nosso fim. Assim que o
carro acerta uma placa na alto estrada, os airbags
são acionados, e eu Michael não somos gravemente
feridos.
— Amanda, Amanda, você tá bem? Amanda?
Fala comigo.
— Eu estou bem, Michael. Apenas uns cacos
de vidro no meu braço.
— Precisamos sair do carro, eu estou
sentindo o cheiro de gasolina — diz ele
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preocupado.
— Minha porta está travada, não consigo
sair, Michael. — me desespero.
— Calma, eu vou te tirar daqui — solto o
sinto de segurança, com a ajuda do Michael saio
pela porta do passageiro. O carro que nos seguia
para e vemos vários homens armados e uma mulher
uma loira. Não reconheço nenhum deles, Michael
aponta sua arma pra eles.
— Vamos, Amanda. — Me puxa pra beira do
matagal. Ouço tiros e logo depois a mulher gritar:
"Não atirem, quero-o vivo." Antes que eu sinta o
impacto da bala, Michael me empurra pro mato. Eu
acabo caindo de lado, coloco a mãos na barriga
com medo de ter machucado meu bebê. Mas todas
as minhas preocupações mudam quando vejo
Michael caído no chão, com um tiro nas costas.
Ouço mais um disparo e olho pra trás

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esperando que a bala seja pra mim, mas não, a


mulher loira mata o homem que atirou em Michael.
Eu não entendo nada do que aconteceu. Me arrasto
com cuidado até chegar nele que está caído. Uma
poça de sangue se forma ao seu redor, pressiono no
seu ferimento. O carro preto saiu restando apenas o
corpo do atirador já sem vida no chão.
Ligo para o do resgate desesperada.
— Por favor, me ajude. Meu amigo, ele foi
baleado.
— Calma, senhora. Preciso que me diga a
situação da vítima. Ele está sangrando muito?
Senhora, me passe sua localização que já estou
mandando uma equipe pra aí.
— Eu estou no auto estrada noventa e quatro
perto de Brighton.
— Senhora, eu preciso que pressione o
ferimento para que diminua a perda de sangue, mas
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não tente mover a vítima. Cheque a respiração dele


e o pulso pra ver se ele ainda continua vivo. —
Desesperada faço tudo que ele manda.
— Sim, ele está vivo — falo tremendo muito.
— Converse com a vítima. Tente manter ele
consciente. A ambulância já está a caminho. Não
desligue o celular que eu estarei em contato com
você.
— Por favor, rápido. Michael, abre os olhos,
por favor. Michael?
— Eu to aqui, princesa, mas acho que chegou
minha hora.
— Não, Michael. Fica comigo, não fala isso.
— Mandy, é tarde demais. — Seguro com
força seu ferimento, tentando estacar todo o sangue.
— Eu tenho pouco tempo, meu anjo, e preciso te
contar algo importante.
— Não, Michael. Fique quietinho, eu já
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chamei a ambulância, eles já estão vindo, você só


precisa aguentar firme.
— Mandy, me escuta.
— Não, não, Michael! — grito desesperada,
eu posso sentir o sangue molhando minhas roupas.
Ele está indo, eu posso sentir.
— Por que fez isso, Michael, por que se
jogou daquele jeito?
— Porque eu te amo. Eu nunca tive coragem
de te contar, Amanda. Você precisa saber antes que
seja tarde demais.
— Não fale nada, poupe energia. Os
paramédicos já estão chegando.
— Eu te amo, Amanda. Eu te amo tanto, não
imagina o quanto.
— Eu também te amo, Michael. Mas, por
favor. Apenas respire, eu estou aqui com você.

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— Não, Amanda. Você não entendeu, eu amo


você como um homem ama uma mulher. Eu nunca
disse nada, pois você estava muito machucada pelo
passado e eu aceitei tudo que você podia me dar. Se
queria apenas uma amizade com benefícios eu
estava disposto a aceitar.
— Você nunca me disse, Michael — olho
sofrendo com suas palavras.
— Eu sei, mais quando você conheceu Scott,
eu percebi que não teria chances. Com ele eu pude
ver a vida voltando pra você, ele foi como um
sopro de alegria em sua vida.
— Não, Michael. Não me diga uma coisa
dessas ainda mais agora, por favor.
— Eu quero você seja feliz. Eu te amo,
Amanda. Meu amor por você é tão grande que
prefiro ver você com ele do que você infeliz ao
meu lado.

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— Não, Michael. Não faz isso comigo.


— Princesa, não chore. Chegou minha hora,
eu fui muito feliz ao lado de vocês duas, eu vou
morrer feliz porque tive o privilégio de conviver
com vocês.
— Não, Michael!! Não me deixa!!! — grito
em prantos, descontrolada. — Você vai ficar bem,
por favor!
— Amanda, meu tempo está acabando, presta
atenção. Entrega meu computador pra Verônica, ela
saberá a senha, tem algumas coisas lá pra ela.
Entrega a ela, vocês duas são as únicas que sabem
sobre aquele cofre. Eu quero que procure a Josi,
minha é advogada, conta o que aconteceu aqui, ela
vai te ajudar. Meu testamento está nas mãos dela.
— Não, Michael. Para com isso, você não vai
morrer.
— Eu te amo, princesa. Peça perdão a
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Verônica por ter falhado com ela.


— Eu te amo, Michael. Só não me deixe! —
choro molhando seu rosto. — Não, não, Michael,
não fecha os olhos. Não, não!!— Ele sorri pra mim,
uma pequena lágrima escorre por seus olhos, beijo
seus lábios com carinho. — Não me deixe. Sinto
seu coração batendo tão lentamente. Eu sinto a vida
deixando-o, eu não posso fazer nada. Ouço um
carro se aproximando de onde estamos, fico com
medo que seja o mesmo e que tenham voltado.
— Senhora, você está bem? Já chamou uma
ambulância? — pergunta uma mulher se
aproximando.
— Por favor, me ajude. Ele está indo. Ele tá
muito mal, por favor, me ajuda.
— Meu nome é Taciana, se afaste do corpo e
não toque até a ambulância chegar, eu sou médica
— sinto as mãos de Michael frias junto com a

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minha.
— Não. Não!! — falo desesperada. — Eu
não vou sair de perto dele.
— Sua pulsação está fraca, ele perdeu muito
sangue. — Ela checa o pulso dele e olha pro relógio
dela, não entendo nada. — Eu vou fazer massagem
cardíaca e tentar reanimá-lo.
— Por favor, salve-o! — imploro em
desespero.
— Não há muito o que fazer — fala com
pena. Ela massageia o tórax dele sem parar, mas
Michael parece não responder. Ele não abriu os
olhos desde que eu disse que o amava. Choro
baixinho segurando suas mãos fria. Ouvimos as
sirenes, mas vejo no olhar de Renata que é tarde
demais, não quero aceitar. Os paramédicos chegam
e fazem o que podem.
— Se afasta, vamos tentar reanimá-lo — diz
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um deles preparando o desfibrilador em seu


coração. A cada tentativa, eu implorava.
— Michael, abre os olhos. Michael, volta pra
mim!
— Eu sinto muito — fala a doutora ao meu
lado.
—Não, não... Ele vai melhorar, ele só tá
dormindo. Vamos levar ele pro hospital e então ele
vai acordar, ele vai abrir os olhos.
— É tarde demais — fala ela tentando me
abraçar. Eu vejo que os paramédicos começam a
remover o corpo dele e fico descontrolada.
— Não, não. O que estão fazendo?!
— Calma, calma. Eu sinto muito.
— Não, parem. Estão cobrindo seu rosto,
faça alguma coisa!
— Eu sinto muito, ele se foi.

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— Não, não... Ele tá desmaiado, ele vai


acordar! Tá errado, ele não pode morrer, por favor!
Diz que é mentira. Michael, acorda! — Me jogo no
chão segurando seu corpo já sem vida.
— Não, não. Michael, você prometeu! Não se
vá, abre os olhos, você prometeu, por favor. O que
eu vou fazer sem você, Michael?! — grito
desesperada, mas ele continua imóvel. — Você
prometeu cuidar de mim e do meu bebê, você e a
Verônica serão os padrinhos dele! — falo como se
ele a qualquer momento fosse me escutar. — Eu
preciso de você, Michael. Abre os olhos, por favor.
Não, não!!!
— Calma, senhora. Calma, você precisa ser
examinada também.
— Não me toque. Michael, abra os olhos, por
favor! — Renata tenta me segurar, mas eu a
empurro. — Quem vai cuidar de mim, agora? Eu

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preciso de você! — Os paramédicos levam seu


corpo, eu não quero acreditar que ele se foi.
— Não há mais o que fazer, senhora. Deixa-o
ir.
— Ele não pode me deixar! — soluço em seu
ombro.
— Você precisa ser examinada. — A partir
daí tudo passou como um filme. Os médicos me
examinaram, perguntaram se teria alguém para
ligar, eu disse para o meu marido. Senti um médico
me furando e logo depois eu apaguei.

Acordei em um quarto de hospital. Me


sentindo destruída, meu coração estava em
frangalhos, senti como se uma parte minha tivesse
morrido junto com Michael, meu corpo todo doía.

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Não foi apenas um pesadelo.


Voltei a chorar, eu me sentia tão vazia por
dentro. Meu telefone estava na cabeceira da cama,
não tenho forças para pegar. A porta abre e uma
enfermeira entra sorrindo pra mim. Não entendo
qual o motivo pra sorrir.
— Bom dia, como está se sentindo,
mãezinha?
— Morta por dentro — respondo amarga, ela
se assusta com minha resposta. — Como está meu
bebê?
— Você teve sorte, a doutora Renata é uma
obstetra incrível e conseguiu manter seu bebê vivo.
Por pouco a senhora não perdeu seu bebê — engulo
o nó na garganta e respiro mais aliviada.
— Eu preciso fazer uma ligação.
— Claro. — Ela entrega meu celular. —
Tentamos a todo custo entrar em contato com seus
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familiares, mas nenhum dos números de atendeu.


Talvez agora a senhora tenha sorte—aceno com a
cabeça concordando.
Ligo para Scott três vezes e só chama. Uma
lágrima cai do meu rosto, ele me prometeu que não
me deixaria e agora me deixou sozinha aqui no
hospital. Ligo pra Verônica e acontece o mesmo.
Tento o telefone da Cartier, mas a Ellie disse que
ela não apareceu. A enfermeira me olha com pena.
Tento mais uma vez o celular do Scott. Uma
voz feminina enjoada atende.
— Scott? — pergunto estranhando.
— O Scott está ocupado nesse momento e
não pode atender. Você quer deixar recado? — fala
em alemão. Por sorte eu falo alemão.
— Por favor, você pode chamá-lo? É
Amanda e é urgente.
— Eu sinto muito, ele está no banho não
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pode atender — fala irônica. — Se quiser eu peço


pra ele retornar.
Respiro fundo desligando o telefone na cara
dela. Fecho os olhos e sinto as lágrimas voltarem a
cair. Michael me deixou sozinha, Scott me enganou
e me abandonou aqui, sozinha, quando mais preciso
dele.

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CAPÍTULO 40 – Momento
de Fraqueza

“Eu odeio o quanto eu te amo, não suporto


o quanto eu preciso de você.”

Arturo me beija sem delicadeza, eu sinto as


batidas do seu coração na palma da minha mão, ele
tá tão acelerado como o meu. Com um impulso ele
me pega no colo subindo as escadas com pressa.
Estar em seus braços é indescritível. Poderia morrer
agora que morreria feliz.
A saudade estava me matando, estava ficando

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louca sem ele. Assim que passamos pela porta do


nosso quarto Arturo me coloca no chão. Noto que
tudo aqui continua o mesmo, ele não mudou nada,
minhas coisas ainda continuam aqui do jeito que
deixei. Sorrio feliz ao saber que ele não apagou
minha presença do nosso quarto. Arturo gruda seu
corpo nas minhas costas, eu sinto o seu desejo, ele
está tão excitado como eu. Coloca meu cabelo pro
lado e beija meu pescoço.
— Eu amo seu cheiro — beija meu pescoço
me deixando arrepiada. Viro meu corpo e olho bem
em seus olhos.
— Eu amo tudo em você — falo abrindo meu
coração.
— Shiu... Não diga nada — beija minha
boca, eu me derreto em seus braços.
— Você deve estar querendo me enlouquecer
com essa roupa, eu não tirei os olhos de você desde

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que botou os pés naquela boate.


— Não imagina o que eu estou usando por
baixo — empurro Arturo até nossa cama e ele fica
sentado. Fico bem na sua frente e eu vou tirando
meu conjunto, ficando apenas de sutiã, meias pretas
e azul e cinta liga, não estou de calcinha.
Arturo geme rouco de desejo, eu estou
disposta a usar todas as minhas armas pra ter esse
homem de volta. Caminho lentamente até ele,
fazendo questão de rebolar. Arturo me puxa até me
sentar em seu colo.
— Não acredito que saiu assim na rua. Você
é louca ou o quê? — fala com raiva.
— É tudo pra você! Só pra você, meu amor—
beijo sua boca desesperada, não consigo ficar sem
sentir seus lábios. Com pressa, desabotoo seu
paletó, tirando rapidamente e junto sua camisa,
sinto sua pele quente e gemo louca de saudade.

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— Eu preciso de você, Verônica.


— Você me tem. Sou toda sua, Arturo, só
sua. Até que a morte nos separe. — Ele me olha e
vejo ressentimento em seus olhos. Arturo puxa
meus cabelos com força.
— Você não vale nada, Verônica. Eu te
odeio! — beija minha boca com força como se
tivesse me punindo. Mas eu não ligo porque no
final eu mereço, e o que importa e que estou em
seus braços.
— Você me ama—falo me separando dele.
Arturo engole em seco. — Você me ama, meu
amor. Nós somos destinados a ficar juntos. — Mais
uma vez eu o beijo, Arturo demora a corresponder
e então eu desço beijos e mordidas no seu pescoço,
tentando apagar qualquer dúvida que ainda resta.
Tiro seu cinto, não dando chance de Arturo desistir.
Sinto seu pau duro e não resisto, gemo me

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esfregando a ele.
— Não faz isso, cachorra. Eu não to me
aguentando, desgraçada.
— Então não aguente. Arturo, eu quero você.
E nesse misto de ciúmes, paixão, desejo e
raiva, amor e ódio voltamos a nos beijar. Posso ver
o quanto ele está ferido, mas eu sei que ele me ama
e esse amor é mais forte que tudo. Arturo morde
meu pescoço, lambe meu colo vigorosamente.
Nenhum dos dois conseguia se desgrudar. Nosso
desejo arde como fogo, ele precisa de mim tanto
quanto preciso dele. É como se um fosse à cura
para o mal que aflige o outro.
— Isso é loucura, Verônica. Eu não deveria
estar aqui, mas não conseguiria parar nem se fosse
o fim do mundo — encostou meu corpo na cama
com brutalidade. Eu já não pensava em mais nada,
a não ser fazer amor com ele e matar as saudades

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que estava me sufocando. Arturo rasga a minha


lingerie e me deixa deitada na cama a sua espera.
Ele fica em pé e me olha com desejo e algo que não
soube identificar. Eu sentia minha excitação
escorrendo pelas minhas pernas. Arturo sempre me
dominou apenas com um olhar. Ele se inclina e
beija minhas pernas, minhas coxas. A cada carícia
eu estremecia de prazer e ao chegar à minha boceta
eu fui ao meu limite e apenas com um toque eu
gozei perdida. Arturo sorriu e não parou com a
tortura, atacando minha boceta sedento. Ele sentiu
que eu estava quase gozando novamente e então
mordeu meu clitóris me enlouquecendo e
convulsionei em prazer.
— Você é só minha, Verônica. Só minha —
belisca meu clitóris, me deixando louca.
— Arturo, por favor. — Ele acerta um tapa
bem no meio das minhas pernas, me leva a loucura.

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— Você me ouviu? Este corpo me pertence.


— Ele me tortura.
— Ah, meu Deus. Sim, somente seu.
Ele fica me torturando, parece que o orgasmo
não termina, mas eu quero mais, me sentir
completa.
— Eu preciso de você — imploro ansiosa por
ele.
— Você vai ter que implorar, bebê.
— Arturo, eu quero você.
— Você quer meu pau, safada?
— Sim...
— Quer que eu te toque aqui? — coloca suas
mãos nos meus seios que, estão duros de tanta
excitação, apertando meus mamilos entre os dedos.
— Sim, Arturo. Por favor.
— Você quer minha boca chupando esses

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seios gostosos?
— Sim, Arturo. Por favor.
— Então diz: A quem pertence? Diz, quem é
seu dono? Diz minha cadelinha safada.
— A você, Arturo. Eu sou sua, toda sua e de
mais ninguém — imploro.
— Você vai dar o que é meu pra outro? —
aperta forte o bico do meu seio me causando medo
e excitação.
— Não, Arturo. Ninguém nunca me tocou
além de você, meu amor. — Ele me olha sério.
Termina de tirar a roupa, toca seu pau duro me
deixando louca. Eu percebo que toda essa situação
o deixa completamente excitado. Arturo ama me
ver entregue a ele desesperada.
— Não sabe como é prazeroso ver você,
sedenta por mim — morde suavemente meu
pescoço, colo, seios, enquanto me penetra
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lentamente. Sinto todo seu comprimento me


alargando. Senti-lo dentro de mim é como estar
finalmente em casa. Fecho os olhos e uma lágrima
cai dos meus olhos, como eu amo esse homem.
Arturo beija meus olhos, bebendo das minhas
lágrimas, da minha dor. Seus beijos tomam conta
de todo meu rosto, ele faz movimentos leves me
torturando.
— Eu te amo, Arturo Cartier. Só existe você
pra mim. — Ele não responde, mas não ligo. Me
concentro no prazer enquanto nos amamos. As
carícias não param.
— Você é minha, Verônica. Só minha,
ninguém, mas te terá assim — fala com raiva,
começando a meter com força perdendo o controle.
Ele me olha desesperado ainda tendo dúvidas
de que sou unicamente dele. Arturo, percorria suas
mãos por todo meu corpo, como se quisesse

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conferir que eu estava inteira ali para ele. É lógico


que meu corpo respondia com mais desejo ainda.
Nosso ritmo começou a ficar insano. Entre gemidos
e sussurros, ele segura meu rosto, me beija.
— Você me enlouquece. Eu estou ficando
louco, maldita! — acelera as metidas e gira meu
corpo em seus braços, fazendo com que eu fique
em cima. Olhando um nos olhos do outro eu pude
ver aquela chama de amor. Ele me ama, eu tenho
certeza. Cavalgo em seu pau com destreza,
mostrando a ele que apenas comigo será assim,
apenas entre ele e eu terá essa conexão. Então gozo
mais uma vez
— Arturo... — gemo como louca, de prazer.
Arturo não demora a me virar de quatro na cama e
mete seu pau com força, puxando meu cabelo.
Sinto-o batendo nas paredes do meu útero,
nessa posição eu o sinto por inteiro, me sinto

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completamente perdida. Gozo novamente e levo


Arturo comigo. Caio deitada na cama, Arturo deita
em cima de mim mesmo com seu peso, eu amo que
ele esteja assim grudado a mim.
— Eu a machuquei? — pergunta preocupado.
Viro meu rosto e beijo seus lábios delicadamente.
— Não. Foi perfeito — fecho os olhos
cansada, há dias eu não me sentia tão relaxada.
Estar nos braços do Arturo e estar no paraíso.
Acabo dormindo realizada como há dias eu não
estive.

— Então, é só isso que preciso assinar? —


pergunto ao advogado e ao tabelião.
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— Sim, assim que a documentação estiver


assinada, o senhor deixará de ser Cartier e será um
legítimo Thunderwolves. — Eduardo não se
contém e derrama uma lágrima assim que os papéis
são assinados. Percebi nesses dias que ele é o pai
que seu sempre quis ter. Ele foi uma vítima assim
como eu e não seria justo que eu o tratasse mal.
— Filho, não sabe a alegria que você está me
dando nesse momento.
— Eu também estou muito feliz, Eduardo.
Enfim eu me sinto que sou aceito — abraço o
homem que em tão pouco tempo conquistou um
pedaço do meu coração.
— Filho, eu gostaria que você conhecesse as
empresas, tudo aquilo um dia será seu. É
importante que saiba tudo sobre nossas indústrias.
— Sobre isso, Eduardo, não sei se estou
preparado agora. Eu amo minha profissão, ser

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médico é tudo o que eu sei fazer.


— Eu não quero te precipitar, será tudo no
seu tempo. Quando você se sentir pronto eu estarei
aqui esperando e te ensinarei tudo que sei — saio
do cartório feliz, como há bastante tempo eu não
fui.
Vou direto pra casa da Alice, combinei que
jantaríamos com sua mãe e o namorado. Ao entrar
no prédio sou interrompido por Santiago, que está
mais magro e abatido.
— Guilherme, filho, o que faz aqui nesse
prédio?
— Boa noite, Santiago. Nós dois sabemos
que eu não sou seu filho e não finja que se importa
com isso. Me chame apenas de Guilherme. — Ele
ignora o que eu digo e segura meu braço.
— O que faz por aqui? Conhece alguém
desse prédio? Estou tentando entrar a dias e não
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consigo.
— Sim, Santiago. Minha namorada e quem
sabe futura noiva, se ela me aceitar.
— Noiva é um passo mais grande. Você já
errou uma vez, não acha muito cedo?
— Não dessa vez, Santiago. Alice é a mulher
perfeita pra mim e eu não tenho dúvidas de que
seremos felizes juntos.
— Alice? Você está junto com a minha filha,
como isso é possível? Eu não aceito isso!
— Eu amo Alice e ela também me ama. Eu
não ligo pro que você aceita ou não. A vida é curta
demais pra se desperdiçar — deixei-o falando
sozinho.
— Guilherme, volta aqui. Eu exijo que você
deixe minha filha em paz — ignoro da mesma
forma que ele sempre me ignorou. Entro no prédio
contente. Toco a campainha e Claire abre a porta
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com belo sorriso no rosto.


— Guilherme, que bom que veio, filho.
— Não perderia sua comida por nada, dona
Claire.
— Entra, filho. Alice está se trocando —
entro e me sento na sala onde Petter está sentado,
namorado da Claire e meu patrão, e começamos a
conversar.
Sinto seu cheiro delicioso e me viro em sua
direção, linda, meu anjo. Só de olhá-la me sinto o
cara mais sortudo do universo. Eu não posso
acreditar que tive tanta sorte de ter sido escolhido
por ela.
— Você está linda, Ali.
— Obrigada, você também não está nada mal
— sorri tímida. Tudo nela me encanta. Trago Alice
pra mim beijando seus lábios com carinho. Até
Claire nos interromper chamando todos pra sala de
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jantar.
Jantamos todos num clima gostoso, nunca me
senti tão em família como nessa noite. Quando
estamos reunidos na sala de estar eu tomo coragem.
— Alice — chamo e ela se vira me olhando
estranho, mas não diz nada.
— Você se lembra a primeira vez que você
brigou comigo?
— Sim.
— Naquele dia quando te dei carona? Eu
confesso, eu fiquei tão irritado, nunca tinha sido
desafiado daquela forma. Depois você entrou no
hospital e parecia me perseguir por onde eu andava.
Eu não queria gostar de você. Ficava irritado
quando todos te elogiavam. Eu quis me enganar
que não estava me apaixonando por você, baixinha.
Logo depois começou os cafés. Quando você
entrava em minha sala, animava meu dia mesmo
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quando estava mal. Você chegava com seu sorriso e


um bom dia, então tudo melhorava. Você se lembra
do nosso primeiro beijo naquela boate? — Ela
assente com lágrimas nos olhos. — Foi naquele dia
que me tornei um viciado em você, anjo. Você me
trouxe alegria aos meus dias mais sombrios. Foi aí
que eu soube que nós fomos feitos um para o outro.
Você me completa, me fez me sentir uma pessoa
especial. A sua paciência e bondade com os outros
me faz enxergar o mundo de outra forma. A sua
vontade de tornar o mundo um lugar melhor,
confirma apenas o que eu já sei: Você é um anjo
enviado dos céus para me salvar daquela vida
deprimente que eu vivi. Eu amo você, Alice. — E
me ajoelho aos seus pés, tiro a caixinha com o anel
do meu paletó. — Você pode me fazer o homem
mais feliz desse mundo? Aceita se casar comigo?
— termino a última palavra e fico ansioso para
ouvir sua resposta. Alice está paralisada em minha
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frente. Claire ao lado do noivo está com lágrimas


nos olhos.
— Ali... — Ela se jogou em meus braços me
derrubando no chão, beijando meus lábios.
— Sim, sim, sim, Guilherme. Eu aceito, eu te
amo, eu te amo. — Me beija com amor. Claire e o
noivo saem nos deixando a sós. Coloco o anel em
seu dedo com todo carinho.
— Eu sei que você merecia um diamante
gigante, mas quando contei a Eduardo que eu a
pediria em casamento, ele me entregou esse anel. É
uma joia de família, eu vi esse pequeno diamante
rosa cercado de pequenos cristais e vi que esse era
o anel perfeito pra você.
— Eu amei, Guilherme. É lindo — beijo sua
mão, agora com meu anel no dedo.
— Eu te amo, Alice.

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Acordo me sentindo dolorida. A cama está


fria, Arturo já deve ter levantado. Não quero
acordar, parece que foi um sonho, nossa noite foi
perfeita. Fizemos amor mais duas vezes na noite e
foi tão perfeita como a primeira vez. Arturo não
está no quarto e o relógio marca sete da manhã. Ele
já deve estar no escritório. Agora que as coisas
voltaram ao normal, nós podemos recomeçar. Vou
devolver tudo pro Arturo, não vou mais me
envolver com os assuntos da empresa, posso
somente ajudar de casa, desenhar algumas peças,
quem sabe adotar uma criança. Ultimamente ando
pensando muito nisso, mas tenho medo que Arturo
não concorde. Me levanto calmamente, estava com

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tanta saudade desse quarto, da nossa cama. Entro


no meu banheiro tomo um banho rápido, escolho
uma roupa bonita e me maquio com cuidado. E uso
uma pulseira de ouro branco com brincos de pérola,
que Arturo me deu. Decido ir surpreendê-lo no
escritório. Com um sorriso no rosto entro na
cozinha.
— Dona Verônica. — A cozinheira me olha
com espanto.
— Bom dia, Célia. Prepara uma bandeja para
o Arturo, por favor? Nina entra na cozinha com
uma caixa nas mãos.
— Dona Verônica, a senhora e o Arturzinho
fizeram as pazes? — fala toda contente.
— Sim, Nina. Tudo deu certo no final, nós
nos amamos muito pra ficar longe um do outro.
Vou levar o café no escritório.
— Fico muito contente, senhora. Precisa de
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alguma coisa? — pergunta tentando me agradar.


— Não, Nina. Apenas isso.
— Pode deixar, senhora, eu mesmo faço. —
Ela termina a bandeja e vou até o escritório. Eu sei
que ainda é muito cedo pra Arturo ir pra
Cartier. Quem sabe podemos conversar, não quero
deixar mais nada entre nós. Dessa vez tudo será
diferente.
Abro a porta com uma mão enquanto com a
outra, seguro a bandeja.
— Amor, trouxe café para você — falo
sorrindo, mas meu sorriso morre quando vejo o
olhar de Arturo direcionado a mim.
— Pensei que já tivesse ido embora — fala
amargo. — Agora que já conseguiu o que queria, o
que ainda tá fazendo aqui? — coloco a bandeja em
cima da sua mesa e olho pra ele sem entender.
— Do que você tá falando? — pergunto
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confusa.
Ele me dá um sorriso frio. Está totalmente
diferente do Arturo da noite passada.
— Ora, não se faça de desentendida, porque
nós dois sabemos que você não é burra.
— Por que tá falando assim comigo, amor?
— O que foi, Verônica? Uma noite não foi o
bastante pra você? — pergunta amargo se
aproximando.
— Eu não entendo o que você tá fazendo.
— Eu sei que me procurou ontem porque
estava carente. Queria uma foda bem dada, mas eu
sei que o canalha do David não saberia satisfazer
uma mulher como você. Você aprendeu tudo com o
melhor, não iria se contentar com pouco.
— Arturo, por que tá me dizendo isso? Você
está me ofendendo. Eu nunca tive nada com David.

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— Ah, me poupe, Verônica. Não me faça rir.


Não to com paciência pro seu teatrinho logo cedo.
— Arturo, eu pensei que você tinha me
perdoado. Nós fizemos amor à noite toda. Eu me
entreguei de corpo e alma a você, Arturo. Como
pode dizer isso?
— Amor, Verônica? Aquilo foi uma foda
gostosa, não se engane. Amor à gente faz com
quem se ama, e eu e você nos odiamos. Não é isso
que você me disse na cadeia?
— Arturo, eu já expliquei, eu estava errada,
amor. Me doeu muito dizer tudo aquilo, eu
juro,amor, eu te amo.
— Verônica, você já teve o que queria. Te
comi gostoso, agora vaza daqui que tenho mais o
que fazer.
— Você não pode fazer isso, não depois de
ontem. — Falo desacreditada.
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— Ontem, foi um erro. Pensando bem, foi


gostoso, mas não tanto a ponto de valer o sacrifício
de ficar na sua presença. Aposto que Daniela me
satisfará muito mais hoje — começo a chorar em
pânico, não ele não tá fazendo isso comigo.
— Amor, por favor. Vamos superar isso
juntos — apelo desesperada.
— Superar? Verônica, para isso eu teria que
te querer e a única coisa que eu quero, nesse
momento, é você longe de mim.
— Não, Arturo. Você me ama!
— Um dia eu te amei, Verônica. Mas agora,
as coisas mudaram. O amor que jurei sentir por
você, simplesmente acabou! — Quando ele diz isso
parece perfurar meu coração.
— Não, Arturo. Não diga isso, por favor.
Amor, me perdoa?!
— Não há perdão para o que você fez. A
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única coisa que eu quero de você, Verônica, é o


divórcio, e a minha empresa de volta.
— Eu vou te devolver a Cartier e a Serra
Azul, eu prometo. Mas o divórcio, nunca vou te
dar. Eu sei que você me ama — falo limpando as
lágrimas com as costas das mãos. — Você só está
ferido. Logo vai perceber, que o que eu sinto é
verdadeiro e eu vou tá aqui te esperando. Porque o
meu amor é pra toda a vida, Arturo. Você é meu,
como eu sou sua.
— Você quem sabe, se não quiser me dar o
divórcio. Eu entro com o litígio — fala nem
ligando pra minha declaração. — Você já teve o
que veio buscar, agora some daqui.
— Eu não fui atrás de você por sexo. — falo
me defendendo e me sentindo suja. — Eu queria
conversar e impedir que você e aquela mulher... —
engulo em seco sem conseguir terminar, porque só

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de imaginar Arturo com outra, já perco o ar.


— Acha mesmo que vou acreditar em alguma
coisa que você fala? Verônica, to de saco cheio,
caralho. Vai embora, porra. — Junto os restos do
meu orgulho, respirando fundo e saio do seu
escritório.
Antes que eu saia da nossa casa aquela
mesma tontura me atinge. Nina me socorre antes
que eu caia no chão. Por sorte eu não desmaio, não
quero me mostrar fraca ou frágil pro Arturo.
— Dona Verônica, a senhora precisa procurar
um médico.
— Eu sei, Nina, é que esses últimos dias eu
não andei pensando em mais nada além do Arturo e
do nosso casamento.
— A senhora quer que eu chame o seu Arturo
pra ele te levar a um hospital?
— Não, não, Nina! — digo desesperada. —
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Não precisa, eu prometo que eu vou a um médico.


— Tudo bem então, senhora. Apenas me
prometa que vai se cuidar.
— Obrigada, Nina. Eu já vou. — Me levanto
melhor e saio pensativa. Eu sei que tudo que Arturo
me disse é mentira, eu sei que ele ainda me ama,
ele está tentando se enganar.
Chego ao apartamento. É só então que vou
checar meu celular, noto um número de chamadas
perdidas. Tem mais de dez chamadas da Amanda e
duas do Scott, mais oito de um número
desconhecido. Ligo desesperada pra Amanda. Uma
enfermeira me atende e me informa que Amanda
está no hospital e que ela atendeu seu telefone para
não a acordar. Entro em pânico. Não, meu Deus,
Amanda não merece isso. Pego minhas chaves e
saio em disparada até o hospital. O que aconteceu?
Chegando lá, corro pro balcão de

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informações. Pergunto sobre a Amanda pra


atendente, ela me respondeu que, não tem ninguém
com esse nome, fico mais nervosa ainda.
— Escuta aqui. Você procura direito, porque
eu preciso saber onde minha amiga está.
— A senhora é parente da paciente?
— Sou mais que isso, somos irmãs. Anda
logo, tenta com o sobrenome Strauss. — A infeliz
com a maior lerdeza do mundo, digita no
computador e então ela encontra.
— Até que enfim — digo puta de raiva com a
lerdeza dela.
— Ela está no quarto vinte e três, está em
repouso. Não teve nada muito grave, mas a doutora
Tarciana preferiu deixá-la em observação por vinte
e quatro horas. Houve um pequeno descolamento
de placenta, mas a doutora conseguiu interromper.
— Ela fala tudo com tanta naturalidade, que me
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assusta. Deixo falando sozinha e corro em


disparada até o elevador. Preciso ver com meus
próprios olhos se ela tá bem. A porta está fechada,
abro apreensiva e meus olhos se fixam em Amanda
deitada na cama, tão pálida, seu rosto inchado de
tanto chorar. Ela parece dormir, mas assim que eu
fecho a porta ela acorda.
— Mandy, desculpa. Eu não queria te
acordar. Vim correndo assim que soube.
— Você não atendeu minhas ligações. —
Acusa com raiva.
— Desculpa, Mandy. Eu estava tão envolvida
com os problemas com Arturo, que não ouvi o
telefone tocando. Entrei em pânico quando vi o
número de chamadas.
— Foi sempre assim, não é mesmo? — fala
tão amarga, seu olhar parece sem vida. — Sempre
foi você, não é, Verônica?! Você em primeiro

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lugar, antes de tudo antes de todos.


— Desculpe, Mandy. Eu deveria ter vindo
antes, as coisas vão melhorar, tudo vai voltar ao
normal. Arturo, eu sinto que ele já está me
perdoando.
— Não, Verônica. Nunca mais nada vai
melhorar, e a culpa é sua. Tudo culpa dessa merda
de vingança!!
— Amanda, eu não to entendendo nada? —
pergunto confusa demais.
— Ele morreu!! — Ela grita chorando. — E a
culpa disso é sua, você e essa sede de vingança
acabou com nossas vidas.
— Do que tá falando, Amanda? Quem
morreu?
— Michael!! Verônica, Michael morreu... E
por sua culpa. Essa maldita vingança o matou.
— Não, não, não!! — grito em choque. —
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Não, Michael, não. Você tá brincando? Me diga


que tá brincando, Amanda.
— Eu queria. Queria poder dizer que tudo
não passa de um pesadelo, mas não. Ele morreu em
meus braços. Nunca vou esquecer a cena enquanto
estiver viva. Ele morreu para me proteger. Maldito
dia que viemos pra essa cidade. Se não fosse essa
sua obsessão nada disso teria acontecido.
— Não, não, como... Como isso foi
acontecer? Michael... — caio no chão chorando
descontrolada.
— Ele sempre nos protegeu por tanto tempo,
e eu não pude protegê-lo. Ele morreu em meus
braços dizendo que me amava — chora
desesperada e nesse momento eu não sei qual das
duas chora mais. Fecho os olhos e lembro do dia
em que conheci Michael. Ele foi um irmão pra
mim.

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— Quem fez isso?


— Eu não sei, eram muitos. Eles estavam
atrás do Michael, eles queriam alguma coisa com
ele. Tinha uma mulher, uma loira, ela não queria
acertá-lo, pareceu ser um maldito acidente. Michael
me disse que era pra você ficar com o computador
dele, que fica no cofre. Houve uma perseguição
quando fugimos do restaurante, Michael acabou
levando um tiro que era pra mim. Ele morreu,
morreu, Verônica!! — Grita histérica. — Ele
morreu e a culpa é toda sua. Nós nunca deveríamos
ter vindo atrás dessa porra de vingança!
—Me perdoa, Amanda. — Me aproximo
dela. — Eu to sofrendo tanto quanto você.
— Não, você nem imagina o que eu to
sofrendo. Verônica, você não sabe o que tá falando,
eu perdi mais que um amigo. Eu me arrependo de
tantas coisas que você nem se dá conta.

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— Mandy, nós temos que ficar juntas agora.


Nós vamos lutar pela memória do Michael, eu vou
atrás de quem fez isso com ele.
— Chega, Verônica, acabou! Acabou tudo.
Não resta mais nada, não existe mais Amanda, não
existe mais Michael, não existe mais, Verônica.
Nós somos apenas cacos quebrados, é isso que resta
dessa vingança. — Uma enfermeira entra
apressada.
— A senhorita não pode ficar nervosa.
Precisa de repouso absoluto, não quer que seu bebê
permaneça aí dentro até a hora certa? Então precisa
descansar.
— Tudo bem, você está certa. Desculpa —
responde Amanda limpando o rosto.
— Senhora, é melhor deixar a paciente
descansar. — A enfermeira diz.
— Eu volto depois — digo limpando meu
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rosto.
— É melhor que não venha, não tenho mais
nada para falar, Verônica — A dor queima no meu
peito, eu não só perdi meu melhor amigo, como
perdi Amanda também. Eu não sei se posso
aguentar, não sem eles. Saio do quarto tonta, ainda
em choque. Não vejo ninguém em minha frente,
estou presa na minha lembrança de um Michael que
nunca mais verei. Sento em uma cadeira na sala de
espera, eu não tenho condições de dirigir desse
jeito. Tento me acalmar, mas a única coisa que
sinto é dor enorme no meu coração. Michael,
Michael o que eu vou fazer agora, sem você? Eu
sinto a escuridão tomando conta das minhas vistas,
tudo ao redor some...

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Assim que a porta bate eu volto a respirar.


Foi difícil, dizer tudo isso, eu sei que a machuquei.
Mas pior foi o que ela fez comigo, hoje sou uma
casca sem vida. Ela me destruiu. Não posso
perdoar. Por mais que eu queria correr atrás e pedir
para ela ficar, eu não posso. Eu não consigo
perdoá-la. Todas as mentiras, todos os planos, eu
não posso ser um fantoche nas mãos dessa mulher,
não mais. Meu celular toca. O número de Dimitri.
Merda. Só então me lembro de Daniela, caralho.
Não acredito que eu fiz isso, porra! Deixei-a
sozinha no covil dos inimigos. Será que aconteceu
alguma coisa com ela? Atendo o telefone
apreensivo.
— Te espero em vinte minutos — fala

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Dimitri curto e grosso, desligando na minha cara.


Pego minhas chaves e vou saindo de casa, só que
antes Nina me interrompe.
— Senhor, a dona Verônica ela...
— Nina, não quero saber nada sobre
Verônica, esse nome está proibido dentro dessa
casa.
— Mas, senhor, eu acho que é algo grave.
— Nina, eu tenho maior respeito por você,
mas, por favor, não insista. — A deixo sozinha e
saio de lá mais irritado ainda, dirijo em alta
velocidade até a mansão de Dimitri. O filho da puta
gosta de ostentar, comprou uma mansão histórica
que pertenceu à realeza inglesa. Estaciono meu
carro e entro nervoso pressentindo que vem merda
por aí. Dimitri não gostará de saber que deixei a sua
preciosa na mão. Vou andando até a sala de
reuniões, mas antes vejo Daniela tranquilamente

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mexendo em um laptop no sofá da sala. Ela me


olha com raiva, se levanta e coloca o computador
no sofá.
— Você está bem? — pergunto preocupado.
— Não graças a você? O que deu em você,
seu imbecil, em me deixar sozinha lá? Você foi lá
me dar cobertura e simplesmente sumiu.
— Me desculpa, eu acabei entrando em uma
briga e fui expulso — conto meias verdades.
— Dimitri está muito puto? — pergunto.
— Você não merece, mas não sou uma x
nove. Dimitri não sabe que seu amigo me
abandonou rodeada de inimigos.
— Desculpa, Daniela. Eu sei que nada que eu
fale iria adiantar, mas saiba que eu sinto muito.
— Dimitri pensa que você me ajudou, e que
no final me levou pro hotel. Não contei nada.

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— Obrigada, Daniela. Como você se saiu


com o Bohnen e Severo, querida?
— Eu sabia bem o que estava fazendo. Hoje
as dezenove, você e Dimitri terminam o serviço que
eu comecei.
— Vou lá conversar com a besta.
— Você sabe que ele odeia que o chamam
assim?
— Eu sei, mas é a verdade.
— Vai logo e aproveita que ele está de ótimo
humor. E valeu a dica, o amigo da sua mulher é
mesmo o Scofield que procurávamos.

— Não gosto de ser babá de um Castelaresi


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— fala meu irmão irritado.


— Eu não disse para ser babá dele, apenas
que o ajudasse a entender como funciona tudo na
nossa família.
— Eu não gosto dos russos, e não acho certo
você enfiar eles dentro da nossa casa.
— Meu querido irmão, você tem que ter
visão. Assim que eu acabar com Severo. O irmão
da minha noiva será o herdeiro dos Bratvas, não vê
importância que isso terá pra Cosa Nostra? Não se
preocupe, caro irmão. Em breve voltaremos para
nossa casa.
— Assim espero. Se não o conhecesse, diria
que algo o espera em casa. Não está muito
desesperado pra voltar pra Itália, o que está
escondendo da família?
— Não estou escondendo nada.
— Caralho, Lorenzo. Eu te conheço. — A
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porta abre nos interrompendo.


— Ora, ora enfim chegou — falo ao Arturo
desconfiado. — Estava te esperando.
— Vou deixá-los a sós — fala Lorenzo?
— Daniela já me passou o relatório de ontem.
Está tudo certo pra mais tarde, um dos nossos
homens convenceu uma garçonete a nos deixar
entrar e então colocarmos duas armas escondidas
na mesa aonde vamos nos reunir. Iremos apenas eu
e você sem armas, eles pensam que vamos nos
render.
— Desgraçados! Não imagina o que os
aguarda.
— Isso é ótimo, não vejo a hora de acabar
com filho da puta do Bohnen.
— Eu sei. Quero saber, Arturo, como fica
agora a situação da Cartier e da Serra Azul?
— Eu falei com meu novo advogado, a
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empresa mesmo estando no nome da Verônica,


ainda me pertence, já que ainda estamos casados e
eu não tenho um acordo pré-nupcial.
— Mas você foi muito estúpido! Quem se
casa, hoje em dia, sem um acordo desse?
— Eu sei! Na época eu fui um idiota, achei
que estava dando uma prova do meu amor ao rasgar
o acordo, mas agora vejo que eu fui um trouxa. Eu
preciso voltar pra empresa, meu vice-presidente
está numa viagem de emergência. A empresa está
com a reputação manchada, precisamos de novos
investidores.
— O que acontece se sua queria esposa te
expulsar de lá? Afinal, ela é a dona.
— Ela não fará isso, ela jurou que me
devolveria tudo que era meu.
— E você trouxa, acreditou.
— Eu não sei o que pensar, Dimitri.
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— Sabe qual o seu maior problema, você se


apaixonou. Essa merda de sentimento só ferrou
com a sua vida, é por isso que jamais vou cair
numa furada dessa.
— Eu vou resolver tudo, mas primeiro eu vou
caçar o David, eu vou ter o prazer de mandar
aquele filho da puta pro inferno. E depois será a vez
da Verônica.
— Você está querendo enganar quem você
mesmo? Porque a mim você não engana! Você não
vai ter coragem de matá-la, Arturo. Mesmo ela
tendo feito tudo que fez, você ainda ama aquela
mulher.
Arturo e eu ficamos trabalhando no
escritório, eu prometi ajudá-lo a reerguer a Cartier.
Investindo um grande capital e claro que para isso
ele teria que ser novamente o dono da empresa e
continuaria a me ajudar com a entrada de

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mercadoria no país. Só teríamos que mudar a


forma, pois o FBI descobriu o nosso esquema de
contêiner. Fomos juntos até o restaurante onde
iríamos encontrar com Severo. Assim que entramos
um dos homens dos Bratvas nos revista. Arturo se
mantém frio assim como eu. Sinto tão bem, aquele
prazer indescritível que só sinto quando mato.
Entramos e logo vejo os dois malditos sentados no
canto. Severo sorri, ele deve estar muito confiante
para aceitar vim aqui conversar comigo.
— Boa noite, meus caros. Acho que não se
importam de termos feito os pedidos.
— Dizem que a comida daqui é tão boa,
como na Itália — diz o idiota do Bohnen.
— Não creio que vamos jantar, o que viemos
fazer aqui, será rápido.
— Sabe, Dimitri, você me surpreendeu ao
marcar esse encontro. Mas mandou umas das suas

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cadelinhas vim falar comigo, o que foi? Teve medo


de me encarar frente a frente — sorrio pra ele,
realmente foi engraçado o que ele disse.
— Ah, Severo, tinha esquecido como você é
piadista — falo já me sentando, Arturo me
acompanha sentando ao lado.
— Há quanto tempo não te vejo, Cartier.
— Digo o mesmo, Bohnen. Achei que tinha
te mandado dessa pra melhor em Monique, mas
talvez ainda de tempo, não é mesmo?
— Rapazes, não viemos aqui pra brigar —
diz o infeliz do Severo. Arturo está se segurando,
posso ver pelo seu olhar.
— Dimitri, vamos ao que interessa. Quero
saber quais são termos da sua rendição?
— Acho que você não entendeu, Severo. Eu
não te chamei aqui pra mim me render, e sim te
oferecer a rendição.
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— Dimitri, você não tem como me enfrentar,


eu sou o capô da Bratva, comando não só a Rússia
como a Suécia, a Noruega e a Finlândia.
— Nada disso importa. Você tem duas
alternativas: Some daqui com os rabos entre as
pernas e não se mete com os meus negócios ou eu
te mato e me livro de todos vocês russos, de uma
vez por todas.
— Você ficou louco, Rinna. Você não tem
homem o suficiente para me enfrentar e muito
menos armamentos, por isso, em breve os Bratvas
irão dominar toda a Europa.
— Sim, você parcialmente certo. Mas você
não contava com os Castelaresi ao meu lado e
muito menos que os seus aliados, os suecos não
estariam contentes com a sua liderança — vejo ele
e Bohnen ficarem brancos. — Isso aí, meu amigo.
Eu não só tenho mais homens que você, como mais

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armas e apoio, por isso em breve, o Capo da Bratva


será Aslan Ushoiam Castelaresi. E não imagina
quem entrará para família, isso eu mesmo. Me
casarei com Katarina Castelaresi. — Assim que
termino de falar, eu olho de relance pra Arturo que
entende o que eu quero dizer, num movimento
rápido, Arturo pega a arma que estava colada com
fita em baixo da mesa e passa pra mim, sinto
ansiedade, aquela ansiedade e a adrenalina tomando
conta. Em três segundos me levanto e aponto minha
arma diretamente na cabeça de Severo. Arturo faz o
mesmo com Bohnen. Vejo nos olhos dele o medo
da morte e isso é como alimento pra mim.
— Como eu disse, você tinha duas opções.
Mas eu prefiro escolher pra você... — atiro em sua
cabeça. Bohnen consegue se jogar no chão, mas
Arturo é mais rápido e termina o serviço com um
tiro certeiro em sua cabeça. Os clientes do
restaurante nos olham assustados, provavelmente
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nunca viram uma cena dessas, a mesa que estava


com uma toalha de linha branca agora está
manchada de sangue. Noto uma macha na manga
da minha camisa.
— Porra, Arturo! Esse infeliz sujou minha
roupa. Maldito russo! — chuto sua perna mesmo
ele estando morto, infeliz. Os seguranças da Bratva
nem tiveram chances de entrar. Meus irmãos deram
jeito neles. Pego meu celular e ligo para Gabia.
— Lembra o favor que você está me
devendo? — falo rápido.
— Sim, senhor Rinna. É uma honra servir a
sua família.
— Vou te passar o endereço por mensagem.
Você vem limpar essa bagunça.
— Claro, senhor — responde de imediato...

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CAPÍTULO 41 – Três
Vezes o Amor

“Não há amor maravilhoso, disponível e


entregue, cuidadoso e dedicado que o amor de
mãe.”

Acordo com a garganta seca, tenho


dificuldade pra levantar. Minha cabeça está zonza,
lembro de Michael e a dor volta a machucar. Ele se
foi, e culpa é minha. Percebo que estou num
hospital.
Uma enfermeira entra no quarto, estou meio

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desorientada, não me lembro bem como vim parar


aqui. Minha última lembrança e só Amanda
gritando, que a culpa é toda minha.
— Boa tarde, como está se sentindo?
— Mais ou menos. To meio tonta, eu não me
lembro como vim parar aqui.
— Um funcionário do hospital encontrou
você caída no chão. Ficamos todos muito
preocupados com a senhora.
— Eu vou chamar o doutor, só um minuto —
sai me deixando sozinha.
Fecho os olhos e lembro de cada palavra que
Amanda disse. Cada uma delas foram como
facadas no meu peito. Michael se foi, eu não pude
fazer nada. Não estava lá. Eu não o protegi, tudo
parece um pesadelo, onde eu nunca vou acordar.
Deus, será que já não basta o meu castigo? Eu já
não suporto todo esse sofrimento.
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— Boa tarde, sou o doutor Emílio. Como


você está se sentindo, senhora Cartier?
— Me sinto cansada, tonta e enjoada, mas eu
acredito que deva ser por conta da minha falta de
alimentação e o estresse desses últimos dias.
— Nós tivemos que pegar seus documentos
na bolsa e descobrimos que se chama Verônica
Cartier. Tentando entrar em contato com seu
marido, mas não houve retorno. — Bom, dona
Verônica, tenho um assunto delicado a tratar com a
senhora.
Infelizmente não muito boas. Como é de
praxe aqui no hospital, sempre que um paciente
chega desacordado, nós fazemos uma série de
exames, para detectar uma possível causa.
— Doutor, o senhor está me assustando. —
Seu rosto continua sério, e isso que me preocupa.
— Dona Verônica, como eu ia dizendo, nós
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fizemos vários exames na senhora e detectamos,


que a senhora está grávida de sete semanas. Assim
que ele diz isso, eu sinto falta de ar, as lágrimas
voltam a cair, mas dessa vez de felicidade. Deus, eu
não acredito, meu pequeno milagre. Meu sorriso
morre assim que noto o olhar de pena que a
enfermeira e o doutor carregam.
— O que foi, doutor? Tem alguma coisa
errada, com meu bebê?
— Bom, dona Verônica, nós fizemos um
ultrassom e infelizmente eu não tenho boas
notícias.
— Doutor, do que tá falando? — pergunto já
em pânico.
— A senhora teve um aborto recentemente?
E uma lesão no colo do útero, em numa curetagem?
— Sim, foi isso mesmo. O doutor que me
atendeu me disse que seria impossível eu
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engravidar de novo, e sustentar uma gravidez até o


fim, mas milagres acontecem.
— Exatamente esse é o problema, dona
Verônica. Uma gravidez de múltiplos por si só, já
requer cuidados. No seu caso é muito mais
delicado.
— O que disse, doutor. Você disse múltiplos?
Eu não to entendendo nada. — O olho confuso.
— Bom, dona Verônica. A senhora não
espera um bebê apenas, mas sim três.
— O quê? — digo em choque. — Como isso
é possível?
— São casos raros, mas são mais possíveis
do que a senhora pode imaginar. Mas não, é esse
seu maior problema — engulo em seco com medo,
do que ele pode dizer.
— O seu útero não é compatível para
sustentar essa gestação. A senhora tem um
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problema chamado insuficiência istmo-cervical,


decorrido ao seu aborto.
— O que isso quer dizer? — pergunto
confusa, sem entender nada.
— Isso significa que será impossível à
senhora levar essa gravidez à adiante.
— O quê? Não... Não, isso tá errado!! —
grito em pânico.
— Dona Verônica, ter insuficiência ou
incompetência, istmo-cervical quer dizer que, seu
colo do útero é mais fraco ou curto que o normal.
Ele tende a dilatar e afinar sem que haja contrações
ou dor. Apenas pelo peso do bebê, consegue
imaginar, no caso de três bebês. O problema é que
a dilatação vai acontecer rápido demais e os bebês,
não estarão prontos ainda pra nascer. Isso ocorrerá
ainda no primeiro trimestre. Nessa fase da gestação,
as crianças têm poucas condições de sobreviver

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fora do útero. Isso acarretaria em um aborto tardio.


Seu útero não aguentaria essa gestação, as paredes
do seu útero são finas demais. Conforme os bebês
forem crescendo, irá ficar mais fina ainda.
— Não, doutor, eu não posso aceitar. Tem
que ter alguma chance de salvar meus filhos? São
meus pequenos milagres!! Não pode me dizer, que
vão morrer e eu não posso fazer nada!! — digo
inconformada.
— Dona Verônica, eu sei que é um choque.
Eu gostaria de te dar esperanças. Se fosse o caso de
apenas um bebê, nós poderíamos tentar de várias
formas manter o feto até ele pegar peso.
Nós poderíamos receitar injeções de corticosteroide
para ajudar a amadurecer os pulmões do bebê. E
assim ele sobreviveria ao parto. Também é costume
entre quatorze e dezesseis semanas fazermos um
procedimento chamado cerclagem. Nele, nos dados

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um pequeno ponto no colo do útero assim


mantendo o bebê protegido até o final da gestação.
— Então é isso, doutor? Nós podemos fazer
isso que o senhor falou? Eu posso procurar um
especialista, alguma coisa, tem que ser feita.
— Você não tá entendendo, dona Verônica, a
senhora está de sete semanas. O normal do colo do
útero seria 2,5 cm isso seria o normal pra aguentar
até o final de uma gestação no caso da senhora com
três bebês isso seria essencial. A senhora não tem
nem dois cm. Infelizmente é impossível manter os
bebês até completarem quatorze semanas para a
cerclagem.
— Então é isso você está me dizendo? Que
por um milagre eu consegui engravidar, mas que
meus bebês vão morrer antes de completarem
quatorze semanas.
— Eu sinto muito, dona Verônica. Mas a

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senhora é jovem, converse com seu esposo, você


pode optar por tentar manter um bebê apenas,
retirando assim os outros dois fetos. E então
faríamos o possível para salvar essa criança. A
senhora também pode seguir com essa gestação de
múltiplos, a escolha é da senhora e de seu esposo.
No futuro existe alguns tratamentos para a
recuperação do colo do útero, que a senhora pode
testar daqui um ano quando seu corpo já tiver se
recuperado totalmente do aborto.
— Não, não, chega! Não fala assim dos meus
filhos, meus bebês não são abortos. Eu não vou
matar meus filhos, eu não vou escolher um deles.
Sai daqui. Eu quero ficar sozinha, não quero ouvir
mais nada!! — grito furiosa, dentro de mim algo
despertou. Um desejo de proteger meus filhos.
Como esse médico pode sugerir uma coisa dessa?
Eu tenho fé, Deus não me daria um milagre desses
só para tirá-los de mim. Sento na cama tentando me
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acalmar, preciso sair daqui. Eu nunca senti tanto


medo como agora. Arturo precisa saber. Eu quero
contar pra Amanda também. Deus, não permita que
eu perca meus bebês também. Me visto
rapidamente mesmo sobre os protestos da
enfermeira que tentou me convencer a ficar de
repouso. Ela tirou o soro e me ajudou a levantar e
sair. Eu não confio nesse médico, Arturo e eu
juntos vamos encontrar especialistas.
Saio de lá às pressas correndo até o quarto
onde Amanda está. Qual minha surpresa ao saber
que ela já saiu. Olho para o meu celular em busca
de uma mensagem ou algo a mais e não vejo nada.
Lembro do Michael e a dor volta com tudo. O que
será de nós agora? Eu queria tanto que ele tivesse
aqui! Nós iríamos comemorar os três juntos,
sempre foi assim. Nós três nas vitórias e nas
derrotas um do outro. Amanda tem razão, nada será
o mesmo sem Michael. Saio do hospital a caminho
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do meu apartamento, não sem antes me lembrar do


que o doutor me falou. Eu preciso me cuidar
melhor, preciso me alimentar pra manter meus
bebês saudáveis. Meu telefone toca, fico na
esperança que seja Amanda ou Arturo, mas não um
número desconhecido, atendo receosa.
— Dona Verônica Cartier?
— Sim, sou eu — respondo preocupada.
— Dona Verônica, aqui é Josie Donato, eu
falo em nome do meu cliente, Michael Scofield.
Gostaria de informar que seu velório será hoje as
cinco e a leitura do testamento logo em seguida. A
senhora é uma das beneficiárias e precisa
comparecer — respiro fundo para não chorar. Por
mais que eu finja que não aconteceu, ele se foi.
— Senhora, ainda está na linha?
— Sim, desculpe — limpo o rosto com as
costas das mãos, tentando controlar minha voz.
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— Posso confirmar sua presença, dona


Verônica?
— Sim, claro.
— Tudo bem. Esperarei a senhora — desliga.
Respiro fundo perdida. Enterrar Michael...
Deus, meu amigo, meu companheiro, meu pilar de
sustentação. O que será de mim e da Amanda sem
você, Michael? Decido ligar para o meu advogado,
preciso confirmar se os documentos já estão
prontos. Pra devolver a Cartier a Serra azul pro
Arturo já estão prontos. Eu preciso consertar tudo.
Eu darei um jeito para Arturo me perdoar e depois
eu vou cuidar dos meus filhos.
— Dona Verônica, boa tarde.
— Hunter, eu to te ligando pra saber se os
documentos já estão prontos.
— Sim, dona Verônica. Eu já iria entrar em
contato com a senhora.
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— Você pode me entregar no prédio onde


estou morando?
— Claro, dona Verônica, mas a senhora, me
perdoa pergunta, mas a senhora tem certeza que
quer fazer isso? É um patrimônio muito grande.
— Sim, eu não tenho dúvidas. Só, confirma
se passou a mansão dos Cartier para entidade de
apoio aos refugiados?
— Sim, senhora. A mansão já está no nome
da ONG Acenury refugiados.
— Obrigada.
Tento ligar pra Amanda, mas ela não atende.
Ligo para Arturo e acontece o mesmo.
Chego no prédio onde estou morando, onde
Amanda mora. Pergunto ao porteiro sobre Amanda,
ele diz que ela ainda não chegou. Fico assustada
com isso, onde Amanda pode estar? Deus, que ela
esteja bem. Mais uma vez tento ligar pra ela e ela
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não atende e começo a ficar apreensiva.


Do nada meu celular volta a tocar, é o número de
Scott.
— Alô? — atendo grossa.
— Verônica, me fala, onde Amanda se
meteu, ela não me atende! Estou ligando pra ela
desde ontem. Já não sei o que fazer no apartamento
só chama seu celular também. Só você deve saber
onde ela tá! Fala logo, Verônica.
— Amanda sofreu um atentado ontem junto
com Michael. Infelizmente Michael morreu!
Amanda estava no hospital, mas ela saiu de lá. Eu
to no prédio dela, ela não tá aqui e não me atende
também. — A linha fica muda. Ele parece em
choque.
— Eu to voltando hoje mesmo, se encontrar
ela, peça para ela me ligar de volta, eu estou indo
pra aí, qualquer coisa me avise.

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— Tudo bem, Scott. — O infeliz desliga o


telefone na minha cara, desgraçado! Nem cinco
minutos depois meu advogado chegou, me entregou
todos os documentos onde devolvo tudo que é do
Arturo. Subi para o meu apartamento, onde tomei
um banho me preparando para ir ao velório do
Michael, tentei falar com Arturo, mas ele não me
atendeu.

Saí do hospital arrasada, ainda custa acreditar


que perdi Michael. Ele se foi. Fiquei horas vagando
por Londres, pensei em Scott. Será que ele e aquela
Helena estavam juntos? Deixa de ser burra,
Amanda. É óbvio! Fui até o rio Tâmisa e de lá pude

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refletir sobre minha vida e a vida do meu filho.


Perder Michael me fez pensar e muita coisa. É
como se tivesse perdido uma parte de mim, é
inevitável não pensar que a culpa disso tudo é de
Verônica.
Se nós nunca tivéssemos vindo pra essa
cidade... Eu aposto que a culpa é de Arturo ou
David. Eu pedi, eu implorei para fugirmos daqui,
mas agora é tarde. Michael se foi! Andei por horas
até que me lembrei de tudo que Michael disse antes
de morrer. Então liguei para Josi Donatti, conforme
ele me pediu, o enterro será hoje às cinco da tarde.
Não há por que demorar mais. Provavelmente vai
ser um velório vazio, Michael perdeu o contato
com os amigos e os poucos familiares que ele tinha.
Ele se tornou literalmente um fantasma. Agora já
não existe mais o trio imbatível como Michael
costumava dizer, agora não existe mais nada. Olho
para o meu celular mais uma chamada dele, Scott.
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Ele me ligou 11 vezes desde ontem, não atendi, não


quero ouvir nenhuma desculpa. Não quero falar
com ele.

Voltei pro táxi e quando dei por mim estava


no prédio do Michael. Entrei com a chave reserva
que tinha e aquela sensação de que ele está aqui,
volta com tudo. É como se ele estivesse ali na
varanda, com seu notebook no colo. Chega a ser
sufocante. Enquanto ando pelo apartamento eu noto
algumas fotos, nelas ele sempre sorrindo, algumas
minhas e de Verônica. Cada passo que dava uma
maldita lágrima caía.
Recolhi alguns objetos pessoais, algumas
fotos. Todo o resto seria doado a uma instituição de
caridade. Entro no quarto, tudo está do jeito que ele
deixou. Sua jaqueta de couro caída em cima da
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poltrona, pego ela em minhas mãos, vestindo


sentindo aquela falsa sensação de que ele está
comigo. Noto seu notebook no criado-mudo, o
pego com cuidado, sei que Michael, tinha muitas
informações importantes nele. O deixo na cama e
vou para o lugar mais importante do apartamento.
O cofre ou como eu costumava chamar o quarto do
pânico.
Eu me lembro bem quando Michael me
mostrou esse lugar. Achei assustador, quem acharia
legal um quarto secreto sem janelas a prova de
bombas e totalmente inviolável. A senha e
criptografia só abrem com reconhecimento facial, e
então assim que a câmera foca em meu rosto a
porta se abre. Noto algumas coisas diferentes desde
a última vez que estive aqui. Michael fez questão
de mostrar a mim e a Verônica esse cofre caso algo
acontecesse a ele.

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Pego uma mala preta que vejo no canto e


abro com cuidado. Vejo várias armas e alguns
documentos. Papéis e pastas, coloco tudo na mala.
Abro o cofre, um compartilhamento interno dentro
de uma prateleira, onde muito dinheiro está
guardado. Deixarei tudo aqui para caso um dia
acontecer alguma emergência. Encontrei também,
vários passaportes e identidades falsas. Algumas no
nome dele, mas a maioria é meu e de Verônica. Me
surpreende ele ter preparado tudo. Michael sempre
esteve em alerta caso precisássemos fugir, encontro
uma pequena caixa preta no fundo do cofre. Abro
com cuidado e vejo um anel delicado, mas não
parece ser uma joia. Parece barato demais pra estar
no cofre. Não entendo o porquê de Michael ter ele.
Assim que recolhi tudo que era importante,
volto para o quarto e saindo do apartamento de
Michael, indo até o seu velório.

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Chegando lá vejo apenas Verônica e uma


mulher que presumo ser a tal Josi. Me aproximou e
reparo que Verônica está escorada numa árvore em
prantos. Olho para aquela cena e não consigo não
consigo sentir nada, é como se todas as minhas
lágrimas tivessem secado. Um padre lê alguns
versículos da Bíblia, mas meus olhos estão
pregados no seu caixão.
Verônica é amparada pela advogada de
Michael, ao longe eu a noto, Suzane! A mesma
que, um dia trocou Michael pelo maldito do
Vitório. Ela abriu mão do amor que sentia pelo
Michael por ambição. Me pergunto se algum dia
ela o amou de verdade, me lembro do anel, só pode
ser dela.
Volto a olhar para o caixão sendo abaixado.
Jogo uma única Rosa antes que ele se vá de vez.
Adeus, Michael. — digo baixo.

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Uma fina garoa começa a cair. Fomos as três


até o escritório da advogada, para então começar a
leitura do testamento.
— Amanda, eu preciso falar com você.
— Agora não, Verônica! Eu juro que eu não
consigo. Ela engole em seco e se cala.
Eu sei que ela também tá sofrendo, eu posso
ver isso, mas nesse momento eu mal consigo me
manter em pé. Quem dirá consolar alguém.
— Como as duas já sabem, eu sou Josi
Donato. Advogada e amiga pessoal de Michael
Scofield. Seu testamento foi lavrado em cartório. E
apenas as duas são beneficiadas. — Verônica me
olha, mas eu apenas ignoro prestando atenção no
que a advogada diz. — Então, vamos dar início à
leitura do testamento de Michael Scofield.
— Alguma pergunta antes de começar? —
Eu e Verônica negamos.
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— Eu, Michael Scofield, nacionalidade


Liverpool, estado civil solteiro, profissão técnico
em informática. Estando em perfeito juízo livre de
qualquer induzimento ou coação, resolvo lavrar o
presente testamento no qual declaro minhas últimas
vontades.
Primeiro: Deixo a Verônica Cartier à quantia
de um milhão em euros. Meu computador, todas as
informações contidas neles para serem usadas da
forma que achar necessário. Junto também com
uma mansão na província de Burgos na Espanha.
Por não possuir herdeiros, filhos ou parentes vivos,
deixarei todo o resto da minha fortuna e bens para
Amanda Kaminsky Fidalgo. A mulher que mais
amei nessa vida. Também a nossa fazenda em
Oxford onde treinei as duas.
— Meu Deus — fico chocada quando ela
termina. Michael deixou uma verdadeira fortuna

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pra mim.
— Eu não posso acreditar, ou melhor, eu não
posso aceitar.
— Eu creio que não haja o que fazer, essa era
a última vontade do meu cliente. Cabe a vocês
aceitarem. — Michael nem mesmo depois de morto
deixou de cuidar de nós duas, ele é e sempre foi
nosso anjo e guarda.
Verônica, assim como eu assinamos os
documentos, eu posso ver olheiras terríveis em seu
rosto, ela está muito abatida, seus olhos estão
vermelhos de tanto chorar.
Nos despedimos da advogada e caminhamos
pra saída. Verônica entra no seu carro quando
lembro do notebook e os documentos.
— Verônica, espere — falo a interrompendo.
— Eu preciso te entregar uma coisa. Michael pediu
que você ficasse com isso, ele disse que iria te
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ajudar a resolver seus problemas com Arturo. Eu


não abri. Acho que isso cabe a você.
— Amanda, nós precisamos conversar, você
não pode fingir que nada tá acontecendo, eu preciso
te contar tantas coisas. Nós precisamos uma da
outra nesse momento.
— Agora não, Verônica. Eu preciso ficar
sozinha, eu preciso de um tempo, uma parte minha
morreu ontem. Eu ainda estou lutando pra me
recuperar.

Voltamos todos pra casa de Dimitri, que


agora virou um quartel general da Cosa Nostra.
Aslan e todos os russos que apoiam Dimitri estão
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hospedados lá. Todos animados com a derrota dos


Bratvas. Daniela chegou com acara arrasada e nos
contou a merda que deu. Confesso que fiquei em
pânico, preocupado com Amanda, Scott gosta dela
e se algo acontecesse com ela, ele não me
perdoaria. Dimitri ficou puto com Daniela, gritando
aos quatro ventos como ela é incompetente. Como
eu devia uma pra ela, interferi, chamando todos pra
ir ao clube, comemorar em grande estilo. Mesmo
assim, ainda pude ouvir Dimitri dando um aviso a
Daniela. Ele realmente é bruto quando quer.
— Selene ainda é gerente do clube? —
pergunta ele, animado com a expectativa de voltar
lá. Já até imagino o que ele quer com ela. Dimitri é
um sádico e gosta de mulheres experientes para
dominar.
— Sim, Selene é meu braço direito. Ela sabe
bem o que os clientes gostam e faz aquele lugar

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tomar vida à noite.


— Ela é muito gostosa, adoraria tê-la presa
ao cavalete quando açoito seu rabo.
— Cara, Selene não curte ser submissa. Ela
gosta de mulheres e ela controla a situação, mas
não se preocupe. Submissas é o que não vai faltar
essa noite!
Meia hora depois, estamos na entrada do Lê
Domain, mas antes, mesmo de entrarmos o meu
telefone toca. Scott me ligando. Atendo sem
pestanejar.
— Scott, tudo bem, cara?
— O que houve com Amanda, Arturo? —
pergunta nervoso.
— Eu não sei de nada, Scott.
— Caralho, Arturo! Diz pra mim que você
não tem nada a ver com a morte do amigo delas?!
— grita revoltado.
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— Eu não fiz nada, porra!


— Eu não acredito!! Você estava puto da
vida por ele e Amanda ter ajudado a Verônica. Se
algo tiver acontecido com a minha mulher, você vai
pagar, Cartier.
— Eu já disse, Scott. Eu não sei nada! —
minto.
— Assim eu espero, Arturo. Reze para não
ter acontecido nada com Amanda e meu filho! Se
não eu não sei o que sou capaz! — desliga o
telefone me deixando nervoso. Eu não sabia que
Amanda estava grávida, como eu poderia adivinhar
que ela estaria com o tal Scofield. Caralho!
— Vamos, Arturo. O que tá esperando,
porra?! — pergunta Dimitri, me arrastando para
dentro. Entramos na Lê Domain e não consigo
evitar lembrar a última noite que estive aqui com
Verônica. A sua entrega, o prazer indescritível que

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sentimos.
Dimitri foi pro calabouço junto com uma
loira gostosa. Já imagino as loucuras que ele
pretende fazer. Do jeito como é sádico, tenho até
pena da pobre mulher nas mãos dele. Como o
chamam a besta, obcecado pela dor que causa em
suas vítimas. Ele é meu amigo, mas tenho dó da
pobre noiva dele. Pego uma bebida no bar, para
quem sabe assim esquecer a mulher que me
atormenta. Entre um copo e outro ainda não a
esqueci.
— Aí está você, obrigada por ter salvado
minha pele mais cedo — fala Daniela se
aproximando.
— Não foi nada. Eu te devia essa.
— Por que tá aqui bebendo ao invés de tá
comemorando, hein?
— Pode ser que seja, porque não achei
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ninguém à altura pra comemorar. — Ela sorri com


meu comentário.
— Não seja por isso, querido. Eu estou aqui.
— Me puxa pelas mãos, entretanto, seu toque não
me causa aquele arrepio que sinto com
Verônica. Selene nos interrompe antes que eu mude
de ideia, a chamo para o quarto também.
Essa noite eu irei tirar Verônica da minha
pele, irei apagá-la do meu pensamento. Antes de
entrar em uma das cabines, mudo de ideia. Arrasto
as duas para minha suíte, aquela que mandei fazer
pra nós dois. Se preciso esquecê-la, lá é o melhor
lugar. No elevador as duas safadas já vão se
beijando loucas de tesão, Selene é bissexual. Eu sei
que ela gostou da Daniela. Já Daniela me
surpreende quando puxa o top da Selene para baixo
chupando seus seios. Começo a ficar apavorado,
penso que devo estar com algum problema. Há um

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tempo eu estaria morrendo de tesão com uma cena


dessas, só que hoje isso não tá acontecendo.
Já dentro no quarto sento na poltrona,
bebendo meu uísque. As duas não pararam de se
pegar um segundo sequer.
Os gemidos enchem o quarto, mas estou tão
amortecido que não sinto nada.
Me lembro do que aquela maldita falou, eu
não posso ainda gostar dela. Eu não a amo mais,
tenho que provar isso. Puxo Daniela pelo cabelo,
beijando sua boca, mas isso não resolve meu
problema. Ainda não sinto nada. Selene tenta tirar
minha camisa. Eu a empurro para cima de Daniela.
Me sento na frente delas, apenas observando as
duas se beijando. Até que somos interrompidos
pela porta batendo.

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Abro a porta daquele quarto, e meu coração


dispara.
Arturo sentado na ponta da cama, enquanto
Selene e aquela tal de Daniela se comem. A cena
seria bizarra, se não tivesse tão focada no rosto do
Arturo, cheio de tesão. Desgraçado, aposto que ele
pretendia comer as duas.
Entro, batendo a porta com tudo. Arturo olha
para mim, mas as duas estão tão envolvidas que
não me notam.
— O que tá acontecendo aqui? — pergunto a
ele.
— Nada que seja da sua conta. Some daqui,
não tá vendo que está estragando minha festa
particular? — Selene me olha e sorri provocadora.

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Se levanta nua e vai em direção ao Arturo só pra


me provocar. Contudo, antes que ela chegue nele,
eu entro em sua frente.
— Eu te avisei, sua cadela maldita! Avisei
que ficasse longe do meu homem. Você pelo visto
não tem medo de apanhar! — a puxo pelo braço
para longe dele.
— Solta ela, Verônica. Não tá vendo que
você tá sobrando aqui?
— Sua piranha! — acerto o primeiro tapa, na
vagabunda. Puxo seu cabelo com força.
— Eu vou acabar com você!! — Ela tenta se
soltar, mas sou mais forte. A jogo na parede
fazendo com que bata a cabeça. A loira que estava
na cama, parece se divertir com a cena. E se veste
saindo do quarto.
— Me solta, sua vadia! — grita tentando me
acertar. Arturo se levanta pra nos separar.
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— Não se aproxima!! — grito a ele. Acerto


um soco no nariz dela, posso ouvir os ossos se
quebrando Selene grita desesperada. — Nunca
mais, sua cadela. Você vai se aproximar do meu
marido. — Arturo me puxa de cima dela. Eu por
impulso, coloco a mão na minha barriga
preocupada com meus bebês.
Olho pra ele puta da vida, ele a ajuda a se
levantar. E a vestir um robe. E a mulher dele, fica
no chão. Assim que ela sai, ele se vira pra mim, me
olhando com raiva, mas a única que tem direito de
estar puta aqui, sou eu.
— Esse quarto — falo apontando pro quarto
todo. — Esse quarto você montou pra nós dois.
Você ia transar com as duas, tudo aqui lembra nós
dois. Como pode ser capaz de ser tão baixo. — Me
levanto olhando bem para o seu rosto. Quero que
ele veja o quanto está me ferindo. Eu e você

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fizemos um voto na alegria e na tristeza, eu não


acredito que iria fazer isso. Ia transar com as duas
aqui. Onde dias atrás estivemos juntos.
— Você não pode exigir nada de mim,
Verônica!! Eu sei que você estava com David.
Aposto que sabia todo esse tempo, que ele estava
vindo.
— Não! Não! — grito descontrolada. — Eu
nunca tive nada com ele desde que fui sua, Arturo!!
Chega! Você ia transar com elas, com a maldita da
Selene.
— Eu não sei por que o espanto, não finja
que se importa. — Ele me olha tão frio que agora,
eu penso que talvez seja tarde. Talvez não exista a
possibilidade de ficarmos juntos. Talvez, talvez
Arturo e eu não sejamos feitos, um pro outro. Uma
lágrima cai, mas trato de disfarçar secando
rapidamente. Penso nos meus filhos e me mantenho

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forte. Eu preciso lutar pela minha família, eu não


posso fraquejar.
— Você acabou com a diversão da minha
noite — fala cheio de sarcasmo. — Terei que ir
atrás de outras gostosas pra foder essa noite. — Me
viro pra ele o olhando amarga, tremendo de raiva.
Ele só quer me machucar.
— Nem ouse colocar os pés fora desse
quarto, Arturo Santiago Cartier. — Seus olhos se
tornam negros.
— Como é que você pretende me impedir?
— Com um clique, eu fecho a tranca da porta, pego
à chave e coloco dentro do meu decote.
— Isso é alguma pegadinha? O que pensa
que tá fazendo? Me trancando aqui não vai me
fazer te perdoar.
— Eu sei, mas ainda assim você não sairá
daqui para ir atrás de vagabunda nenhuma.
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— Você age como uma mulher traída.


Quando o único traído aqui fui eu! Não pense que
pode me impedir de foder quem eu quiser. Saiba
que essa porta, não é nada para mim. — Se levanta
tentando me ameaçar com todo seu tamanho e
músculos. — Me dê essa chave, Verônica.
— Não, eu não vou te dar porra nenhuma. —
Arturo saca uma arma que nem reparei que estava
no coldre de sua calça. Aponta em minha direção,
eu paraliso em choque. Me encosto na parede em
pânico, ele se aproxima colando a arma na minha
cabeça. As lágrimas caem, eu não consigo evitar.
Ele me olha tão frio que me aterroriza.
— Eu te avisei que não estava pra
brincadeira. Eu te falei que você não me conhece.
Você só viu o lado que eu quis te mostrar, mas esse
aqui sou eu, Verônica — acerta um tiro na mesa
atrás de mim.

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— Você não teria coragem de fazer isso


comigo — falo recuperando minha voz.
— Você não sabe do que tá falando — sorri
amargo. Talvez eu devesse te matar de uma vez.
— Você me ama — digo me controlando. —
Você não tem coragem. — A arma quente encosta
na minha pele e me seguro pra não gemer de dor.
— Você não sabe do que sou capaz,
Verônica.
— Você me ama, não vai fazer isso — falo
olhando em seus olhos.
— Você tá se sentindo segura demais, você
acha que ainda sou o tolo que você conheceu?
— Uma vez os papéis estavam invertidos,
Arturo. Era eu que estava, com uma faca em seu
pescoço. Eu poderia ter acabado com sua vida ali,
mas sabe o que me impediu e o que te impede
agora? — Eu vejo um flashback passar por seus
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olhos, mas a arma ainda continua apontada para


mim. Decido confiar em meus instintos.
— O que me impediu naquele dia, Arturo, foi
meu amor por você. Eu jamais conseguiria viver
em um mundo onde você não existe. É esse mesmo
amor que me dá a certeza que você não vai atirar.
— Você não sabe o que tá falando... — Puxo
a arma para meu peito. Toco em suas mãos que
estão frias. Levanto-as junto com a arma apontando
diretamente para o meu coração.
— Você não entende, Arturo — olho triste e
magoada. — Você me tem em suas mãos. Arturo,
me mata, e terminamos com isso de uma vez. Vai,
faça, é muito simples! Porque viver sem você, eu
não consigo. Não aceito uma vida sem você do meu
lado.
— Maldita... Maldita, Verônica!! Maldito o
dia em que te conheci! — Grita. — Eu te odeio! Eu

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te odeio com todas as minhas forças!! — joga a


arma no chão e me beija desesperado. Foi só então,
que voltei a respirar. Arturo me abraça apertado, eu
me permito chorar em seus braços. Sinto meu corpo
tremendo, com seu toque, aquela chama que nunca
se apagou começa a me incendiar. Coloca minhas
mãos no seu pescoço, puxando seu rosto pra mim.
Beijo sua boca com força. Arturo geme me
puxando mais pra ele, me pega no colo, me
carregando até o centro do quarto. Desgruda sua
boca da minha e gemo protestando.
— Tire o vestido, devagar — tremendo de
ansiedade, obedeço, tiro vestido deixando-o cair no
chão. Com um sinal, Arturo ordenou que eu tirasse
o sutiã e a calcinha. Eu estava nua em sua frente!
Por um bom tempo, Arturo ficou parado apenas me
olhando.
— Vire de costas e abra bem as pernas — diz

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com a voz autoritária que, me deixa molhada. Ele


começou sua tortura beijando minha nuca e minhas
orelhas me causando calafrios intensos de prazer.
Suas mãos apertavam meus mamilos com força que
sentia meu corpo tremer.
Suas mãos grossas, foram massageando meu
corpo. Arturo começou a massagear minha boceta.
Seus dedos me invadiam, eu estava muito excitada.
Não demorou muito para eu gozar. Ele percebeu,
pois eu já estava sorrindo se divertindo com o
poder que ele tinha sobre meu corpo.
— Não consegue se controlar, cadelinha?
Mas vai ter que aprender, porque só vai gozar de
novo quando e se eu quiser, entendeu? — A única
coisa que sai são gemidos. Eu não podia negar que
tudo isso me excitava, tudo isso me deixava louca
de desejo, eu queria tudo com ele. Arturo me
torturava... Se impunha... Se divertia com meu

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desespero, eu sabia que isso o agradava. E eu


queria mostrar que era totalmente dele.
Arturo foi mordendo todo meu corpo até
chegar à minha boceta, onde a devorou inteira. Eu
já havia perdido as contas de quantas vezes tinha
gozado. Sua língua judiava da minha intimidade.
Quando menos espero ele me pega no colo,
beijando minha boca e me deitando na cama. Para
depois tirar sua roupa com pressa. Olho todo seu
corpo observando cada canto, cicatriz, cada
tatuagem, é como se quisesse gravar sua imagem
em minha mente. Então, eu vi seu pau duro e
salivei de desejo. Arturo engole em seco ao que
parece ler meus pensamentos. Foi então que é
percebi que... Seria dele pra sempre. Insanamente
eu desejei que ele me possuísse logo.
— Arturo, eu não aguento mais. Queria senti-
lo em mim.

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— Cadelinha apressada. — Ele caminha pelo


quarto sem pressa, serviu-se um copo de uísque. E
bebeu lentamente até o copo ficar vazio. Se serviu
de pedras de gelo e se voltou até mim. Colocou os
cubos de gelo, pelo meu corpo. Enfiando um deles
na minha boceta, senti o frio do gelo derretendo,
em pele, mas estranhamente essa era uma tortura
deliciosa. Arturo ficou me torturando com o gelo,
esperando que eles derretessem em meu corpo se
divertindo com minha angústia. Quando todas as
pedras de gelo derreteram. Ele passou a chupar
minha pele molhada. Arturo deu atenção aos meus
seios, um de cada vez. Sua língua brincava com o
biquinho sensível. O gelo queimava minha pele e
ao mesmo tempo me enlouquecia. E foi então que
percebi que já estava prestes a gozar.
— Está querendo gozar, safada? — enfiou
seu pau na minha boceta com força e gritei com o
susto.
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— Goza, safada. Goza no meu pau. — Não


me controlei e gozei loucamente. Foi intenso.
Diferente, antes mesmo de eu me recompor, Arturo
estava metendo sem dó cada vez mais forte.
— É assim que você gosta, safada?
— Sim. Arturo!! Sim, amor, não para!!
— Goza, Verônica! Goza pra mim. — E
novamente eu atingi um orgasmo intenso. Desta
vez levando Arturo junto comigo. Um gozo
explosivo que nos levou aos beijos se, agarrando.
Como dois animais nos saciando. Uma satisfação
íntima tomou conta de mim. Ele me puxa pra ele
me abraçar, posso sentir seu coração acelerado
assim como meu.
— Eu te amo, Arturo — fecho os olhos
tentando descansar, mas tenho medo de dormir e
quando acordar essa noite foi só um sonho.

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Acordo toda dolorida, parece que um


caminhão passou sobre mim. Abro os olhos com
dificuldade, eu posso sentir a cama já fria. Me
arrepio ao lembrar da última vez que isso
aconteceu. Sento com cuidado. Só então que o vejo
lá parado em frente à janela de costas pra mim.
Seus ombros rígidos, sua postura implacável. Tudo
nele me atrai! Ele parece notar que acordei, pois se
vira olhando para mim. Só de olhar pra ele já sei o
que vai dizer.
— Saia. — Simples assim, com apenas essa
frase ele coloca um fim à minha esperança.
— Você vai me expulsar igual da outra vez?
— pergunto já sabendo a resposta.
— Verônica, isso entre nós dois tem que
acabar. — Balanço a cabeça negando.
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— Você não pode acabar com o que está


dentro de você, Arturo. Você me ama, chega de
lutar contra isso.
— Eu nunca vou poder te perdoar, Verônica.
Eu nunca vou acreditar numa mulher que me usou,
como você fez.
— Eu estava errada, me arrependi. Te peço
perdão, todos merecem uma segunda chance. Eu
estou aqui de coração aberto, implorando que me
perdoe. — Em seus olhos eu posso ver a dúvida, o
medo, a confusão, eu posso sentir a sua luta.
— Eu sinto muito, Verônica. Nada que faça
vai me fazer esquecer o que fez. — Suas palavras
são espadas me cortando.
— Você não precisa esquecer, apenas me dê
uma chance de recomeçar do zero.
— Eu não posso, nunca confiarei em você.
— Não, não, Arturo. Isso está errado, como
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você quer que eu aceite que todo o amor que eu


sinto por você é em vão? — Eu noto que, pela
primeira vez, não posso fazer mais nada. Ele
não vai acreditar em mim, não vai me perdoar.
— Por favor, Arturo. Me diz alguma coisa,
fala pra mim que ainda me ama. Me diz que ainda
resta esperança pra nós dois. — Ele fica paralisado
e me olha, profundamente.
— Sinto muito, eu simplesmente não posso.
— Me levanto recolhendo o resto da minha
dignidade, me vestindo sem olhar para ele. Pois sei
que um mísero olhar as malditas lágrimas que estou
segurando vão cair. Toco minha barriga e penso em
meus filhos, ele jamais vai acreditar que são dele.
Pego a chave do quarto que caiu no chão no meio
de toda a loucura, ontem à noite.
Abro a porta só que antes de sair, mais uma
vez eu olho pra ele. Imploro com o olhar que ele

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me impeça de ir. Arturo me ignora olhando para a


janela. Finalmente saio de lá com o coração
destroçado de dor. Eu fui cambaleando às cegas
para o elevador. Soluços silenciosos me
escapavam, enquanto descia até a saída. O
segurança me lançou um olhar preocupado e se
ofereceu para me arranjar um táxi. O dispensei com
um gesto de mão e caminhei pela noite. O ar morno
soprava no meu rosto. As lágrimas não paravam de
cair, mas eu não me importava.
Transtornada, não prestei atenção que, um
homem que me seguia. Foi quando virei à esquina,
que senti a mão forte segurar meu braço.
— Socorro!! — gritei desesperadamente
assim, que me dei conta do que estava acontecendo.
Entretanto, o meu grito foi abafado por um saco de
pano, na cabeça. Eu tentei lutar, mas com muita
rapidez, fui empurrada para dentro do que parecia

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um carro. Ouvi a porta bater com força. Em


seguida, o veículo se pôs em movimento.

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CAPÍTULO 42 – Delírios
de um Psicopata

“A diferença entre o louco e o psicopata è


que o psicopata faz as coisas em plena
consciência, mas sem nenhuma emoção, e o
louco faz as coisas sem consciência por excesso
de emoção.”

Assim que falei com Verônica, liguei pra


Arturo. Algo me diz que ele tinha alguma coisa a
ver com o atentando contra Amanda e Michael.
Assim que Verônica me explicou o que aconteceu

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entrei em pânico. Um medo assustador tomou conta


de mim. Agora eu já andava de um lado pro outro,
terminando de arrumar as malas e pensando no que
fazer. A cirurgia do meu avô tinha sido um sucesso,
ele já se recupera em casa, estranhamente nenhum
dos dois tem tocado no assunto. Acho que ele quer
fingir que nada aconteceu, mal sabe ele que em
breve terá um bisneto.
— Scott, estava te procurando! — fala
Helena, entrando no meu quarto enquanto eu
termino minhas malas. Ela olha assustada. — Por
que dessas malas?
— Desculpe, Helena, mas aconteceu uma
emergência e vou ter que volta pra Londres hoje.
— Você não pode ir agora! — fala segurando
minhas mãos, estranho a forma como ela parece
nervosa.
— Helena, eu agradeço o que você está

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fazendo pelo meu avô. Você, que mesmo depois de


tantos anos nunca esqueceu o vovô, admiro o
carinho que você tem por ele, mas eu realmente
tenho que ir.
— Mas, Scott, seu avô precisa de você, nesse
momento delicado. — Ela implora e eu sei o
quanto ela ama e se preocupa com ele.
— Sim, mas Amanda precisa mais de mim,
vovô tem você e o Adolpho, ela só tem a mim e ela
e meu filho são prioridades.
— Filho? Seu avô não me contou que você...
— engasga com as palavras, meio confusa.
— Helena, eu não sei o que meu avô anda
contando pra você, mas eu quero que saiba, que
qualquer compromisso que meu avô fez, em meu
nome a você e sua família, não teve meu
consentimento — faço questão de deixar claro. —
Eu amo a minha mulher e nós vamos ter um filho

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em breve. Se você tá hospedada na casa do meu


avô pensando que isso nos aproximaria, sinto
muito, mas realmente está equivocada.
— Scott, assim você me ofende! — Me olha
magoada, visivelmente ofendida. — Você sabe a
quão preocupada eu estive com a saúde do seu avô,
é um absurdo me acusar dessa forma. Não estou
aqui com segundas intenções, que absurdo.
— Desculpa, Helena, to com a cabeça cheia.
— Tudo bem, só espero que não magoe seu
avô com essa sua volta repentina. Pois, você sabe
que o caso dele ainda é delicado, ele ainda precisa
de repouso. Deus nos livre se algo acontecer com
ele, à culpa... — vejo um brilho estranho em seus
olhos. Por um momento, como se ela estivesse
manipulando as palavras, mas logo esqueço isso.
Devo estar muito cansado e vendo coisas, só pode.
— Vou terminar às malas e já falo com ele,

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não se preocupe. — Assim que Helena sai fico


pensativo, foi muito estranha essa reação dela. Aí
tem coisa, meus instintos dizem que algo está
errado, não sei o que, mas sinto algo ruim.
Termino minhas malas e levo tudo pra sala,
sigo em direção ao quarto do meu avô, mas antes
de bater na porta algo me detém. Posso ouvir a voz
de Adolpho lá dentro, eles parecem cochichar sobre
algo, tento ouvir a conversa.
— Acha que ele não percebeu? — pergunta
Adolpho.
— Claro que não, Scott sequer desconfia que
essa cirurgia foi somente uma estratégia pra tirar
ele de perto daquela preta imunda! Mal sabe que já
fui submetido à cirurgia alguns anos atrás.
— Não acha que é muito arriscado o que tá
fazendo? Não é melhor o deixar viver a vida dele
— surpreendo-me com a postura do Adolpho, não

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esperava isso dele.


— E do bem do meu neto que estamos
falando, jamais aceitaria que ele se envolvesse com
aquele sangue ruim. — Debocha, realmente
acredita nisso.
— Mas, vovô, eles se casaram e parecem
felizes juntos, para que fazer tudo isso? Deixa-os
pra lá. — Adolpho insiste.
— Sobre o casamento isso é fácil de ajeitar,
agora ele tá feliz e isso é só o desejo falando. Meu
neto não ama essa mulher, ele é igual a mim e só
não quer admitir, tá enfeitiçado por essa negrinha.
Mas com Helena hospedada aqui, logo ele cairá em
si e verá o que é uma mulher de verdade. Não se
engane, Adolpho, as coisas vão acontecer como
quero, de um jeito ou de outro — decreta.
— Não sei, vovô... Se Scott descobrir ele não
o perdoará e outra, o que garante que a tal Amanda

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não virá atrás dele?


— Não se preocupe, está tudo conectado e
em breve você saberá, não use essa sua cabeça oca
pra pensar besteiras. Não há nada que eu não tenha
dado um jeito. Nunca antes uma negra usou o
sobrenome Breuer Strauss e não será agora que será
manchado! — Antes que eles terminem os absurdos
que estavam dizendo, abro a porta batendo palmas.
Os dois se mostram surpresos e chocados. Olho pro
meu avô horrorizado.
— Parabéns, vovô, me mostrou sua
verdadeira face.
Adolpho fica pálido ao seu lado, eles não
imaginavam que isso pudesse acontecer. — Como
pode ser tão cruel? Me enganou com essa mentira
de cirurgia sendo que nunca esteve doente, não
sabe o quão preocupado eu fiquei, tudo pra quê?
Me tirar de Londres, me afastar da Amanda, da

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minha mulher!! — grito, meu coração se parte com


tudo isso. — Como pode ser tão frio, brincando
com os sentimentos das pessoas assim? O que
pensou? Que nunca descobriria? Pensou o que me
trazendo pra cá, você simplesmente iria me fazer
abandonar Amanda e meu filho? Você só pode
estar louco, nunca me decepcionei tanto com o
senhor.
Vejo o horror em seus olhos ao ouvir sobre
meu filho, mas nada me importa agora, dói saber
que a pessoa que foi meu pai, a quem mais admirei,
poderia me tratar assim, não ligando pra minha
felicidade e quem amo.
— Você não fez isso, Scott, como você pôde?
Jogar nosso nome na lama, contaminar nosso
sangue, nossa família, seu idiota!! — grita com os
olhos queimando em brasas, seu corpo tremendo de
ódio.

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— Vou torcer pra quê meu filho tenha a cor


da minha mulher, vou rezar todos os dias por isso e
saiba que eu irei amá-lo mais ainda se isso
acontecer, estou feliz, eles são tudo pra mim e ouça
bem, nem você e nem ninguém jamais farão
qualquer coisa contra eles, passo por cima de quem
tentar. —Na minha família ninguém toca, jamais.
— Não vou aceitar um neto negro, jamais! —
vocifera.
— Você não percebe, não é mesmo? Você
não tem poder sobre minhas decisões, elas são
minhas, só minhas e de mais ninguém, o que sinto
por Amanda está longe de ser um feitiço, é amor, o
mais puro amor, esse que o senhor não conhece. —
Tenho pena desse ser infeliz e amargurado, agora
vejo que ele é uma pessoa infeliz e nunca mudará,
isso me deixa tão triste. — Eu amo aquela morena
e é com ela que vou ficar, quer você queira ou não!

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Pensei que com o tempo você poderia mudar, com


o bebê você poderia nos aceitar, mas agora vejo
que estava errado, você nunca vai mudar e eu não
quero uma pessoa como você perto do meu filho,
sinto muito com isso, pois somente o senhor sairá
perdendo e sabe o mais triste? Você sequer vai
saber ou entender isso.
— Você não pode fazer isso, não quero você
com aquela vagabunda, me recuso.
— Meça suas palavras ao falar da minha
mulher e lave sua boca pra falar do meu filho, você
não manda em mim, sou um homem há muito
tempo e tomo minhas próprias decisões.
— Você é meu neto, meu herdeiro, tem que
me ouvir, jamais alguém da família se envolveu
com essa gente, jamais manchamos nosso sangue,
nosso nome.
— Eu não me importo com isso, muito

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menos com nosso nome e se ser um Strauss é abrir


mão da mulher que amo, então eu deixo de ser seu
neto com maior orgulho, estou voltando pra
Londres hoje mesmo. Agora eu vejo quem você é,
vovô, tenho vergonha de quem você é, um dia você
disse que eu não seria mais seu neto e hoje eu digo
isso a você, seu neto está morto — afirmo com um
aperto no peito, encerrando uma porta da minha
vida ali. — Não me procure mais, vou viver minha
vida junto com a mulher que amo e meu filho, não
quero um monstro preconceituoso como você perto
da gente. — Não deixo ele responder, saio daquele
quarto devastado. Ainda posso ouvir os gritos dele
me chamando e Adolpho tentando acalmá-lo, mas o
que mais quero nesse momento é sair dessa casa, ir
atrás da minha mulher. Na sala vejo Helena parada
com os olhos arregalados.
— Você sabia não é, Helena? — pergunto
friamente.
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— Desculpe, Scott. — Se mostra triste, mas


não consigo acreditar. — Achei que poderíamos ter
uma chance, sempre fui apaixonada por você desde
a minha adolescência.
— Pois saiba que jamais teria chances
comigo, amo Amanda e é com ela que vou ficar,
fico triste por você me amar e se rebaixar a esse
ponto, esperando migalhas de alguém apaixonado
por outra e participando de uma trama dessas.
Saio de lá decepcionado, triste, magoado,
raivoso, tudo uma miríade de sentimentos e
confusão. Já dentro do avião me sinto mais leve,
calmo e é como se tivesse tirado um peso imenso
das minhas costas, o peso que meu nome carrega.
Sorrio feliz, porque sei que logo estarei com minha
morena e nosso filho. E isso é tudo o que preciso.

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— Meu amor, já estava ficando impaciente


pra que acordasse! — sorrio ironicamente.
— David, o que eu to fazendo aqui? —
pergunta assustada.
— Fica tranquila, você está comigo, por que
tá assim tão agitada?! Sou eu, querida.
— Me solta, me tira daqui, socorro!! — Se
agita nervosa ao perceber que está amarrada, me
olha como se eu fosse louco.
— Calma, meu bem, tô aqui contigo, somos
apenas eu e você! — faço um carinho nela.
— Por que eu to aqui?! — grita desesperada,
ela está me irritando com esses ataques.
— Calma, princesa, a partir de agora será
apenas nós dois — falo rindo.
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— O que você quer comigo?! — insiste


nessas perguntas estúpidas.
— Eu quero tudo, meu amor. Tudo com
você, nós vamos nos casar e formar uma família
juntos. — Finalmente ela vai ser minha! — Agora
que o império Cartier é nosso, podemos ser felizes
com toda essa fortuna à disposição.
— Você tá alucinando, doente, precisa de
ajuda, David, não está falando coisa com coisa!! —
Não ligo pro que ela diz, me aproximo sentindo seu
cheiro, toco sua pele macia. — Não me toque, não
encoste essas mãos imundas em mim.
— Você não gosta que eu te toque por quê?
Pensa que eu me esqueci dos nossos beijos? A
forma como você me amava? Me idolatrava? Eu
sempre fui o seu herói, eu te amo, minha princesa!
— Isso foi antes de saber quem você era!!
Agora eu sei o que é amar, eu amo o Arturo,

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somente ele. — Me olha desafiando.


— Não ouse dizer uma besteira dessas —
afirmo de uma maneira que ela entenda bem o que
estou falando, tola, não me desafie... — Você me
ama, Verônica. Da mesma forma que eu te amo!!
— Amor? Amor? David, isso é amor? Você
tá louco, só pode!! — fica desesperada. — Me
solta, alguém? Socorro!
— Ninguém vai te ouvir, amor, estamos bem
longe.
— Por favor, David, você não tá bem, nós
podemos procurar um médico pra você. Eu te
ajudo, prometo que te acompanho, apenas, me
solte!! — Ela acha que sou burro, que cairia nessa?
— Querida, não há nada de errado comigo —
sorrio. — O que tem de errado um noivo amar tanto
sua noiva? Vou te dar uma oportunidade para se
lembrar do nosso amor.
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— Por favor, não faz isso, me solta, David!


— implora chorando.
— Você não sabe a surpresa que preparei pra
você, estive ansioso esperando que acordasse. —
Me animo só de lembrar o que fiz.
— David, pense no que está fazendo — tenta
apelar. — Se você me deixar ir embora, eu juro que
não conto a ninguém, posso te ajudar, proteger,
então só me solta.
— Amor, como posso deixa você ir? Nós
vamos ser felizes juntos.
— Eu não te amo, seu desgraçado!! — grita e
finalmente consegue me irritar. Merece um castigo.
— Resposta errada, bebê! — acerto um tapa
em seu rosto. — Tá vendo o que me fez fazer,
querida? Olha pro seu rosto, não queria te ver
machucada, ainda mais no dia do nosso casamento,
mas você me obrigou a isso.
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Ela me olha com lágrimas nos olhos, rosto


vermelho.
— Você... Você me bateu, David?! — diz
como se não acreditasse. — Que casamento? Do
que você tá falando?
— Você lembra, meu amor, que
costumávamos fazer planos — relembro.— Eu iria
te esperar na igreja e você entraria de branco linda
pra mim.
— Isso jamais irá acontecer — afirma. —
Alguém vai sentir minha falta! E logo vão estar
aqui atrás de você.
— Acha que não sei que Arturo te odeia? Ele
não te perdoou e nem vai, esquece. — Essa porra tá
acabando com a minha paciência. — Ele pensa que
estávamos juntos desde o começo, no final somos
só nós dois, meu amor — passo as mãos por seu
rosto delicado.

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— Por tantas noites imaginei como seria


entrar no seu corpo e então desfrutar tudo que ele
me roubou!! Só de pensar naquele desgraçado meu
sangue ferve.
— Você sinceramente acha que eu vou
deixar? Você está insano, socorro, socorro! — grita
desesperada, tentando se soltar das amarras.
Penso em dar uma lição nela, mas sou
interrompido pela porta abrindo, deve ser meus
convidados.
— Quietinha, princesa, nós temos convidados
pra nossa cerimônia e tenho certeza que você vai
amar — levanto e a deixo sozinha, sigo até a sala
onde a vejo desacordada, a puta que esperei anos
pra me vingar: Paloma. — Pelo visto não teve
trabalho pra pegar ela.
— Claro que não, foi super fácil, afinal,
sempre fomos amigas. Foi moleza a trazer, sempre

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cumpro o combinado, não esqueça — pego Paloma


no colo, colocando-a com cuidado em uma cadeira,
amarro-a bem, deixando bem presa a cadeira. — Eu
to indo, David, só vim trazer sua encomenda, tenho
planos pra mais tarde, só não se esqueça do nosso
combinado.
— Ninguém te viu, não é mesmo, Carolina?
Não quero a polícia atrás de nós por um erro seu.
— Não confio em ninguém.
— Não se preocupe, fiz tudo como mandou,
ninguém me viu nem entrando e nem saindo.
Relaxa e aproveita a sua noite de núpcias — sorri
provocativa.
— Eu irei. — Assim que ela sai, penso no
que fazer com a loira na minha frente. Em todos
esses anos eu pensei em formas diferentes em me
vingar dessa traíra. Arrancar as unhas dos pés e
mãos, poderia cortar seu rosto e vê-la sangrar até a

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morte. Há várias hipóteses em minha cabeça, mas


pensando bem, a morte da Paloma é o presente da
minha mulher. Matá-la agora vai tirar o prazer da
Verônica, sorrio pensando que talvez eu possa me
divertir só um pouquinho antes de acabar com ela.
Procuro algumas ferramentas e encontro umas
muito úteis. Na garagem dessa casa, com um galão
de gasolina, algumas facas, tesoura, serrote, um
isqueiro. Volto e olho Paloma, que desperdício, se
ela não tivesse feito o que fez... Estaria casado com
Verônica e aproveitando desse corpinho gostosa até
agora. Paloma não precisaria morrer. Pensando
bem, queimar o corpo de Paloma depois que acabar
com ela será mais rápido do que ter o trabalho de
enterrá-la.
Pego uma tesoura de poda enferrujada e me
aproximo do seu corpo, ela continua apagada. Acho
que deve ter sido o clorofórmio, talvez a dose tenha
sido forte demais. Com a tesoura me aproximo do
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seu rosto, começo a cortar o seu cabelo, mecha por


mecha, sem ter qualquer cuidado. Quero apenas me
divertir com seu desespero, quando termino, pego
um espelho grande e coloco de frente a ela. Acerto
um tapa forte em seu rosto pra acordá-la, chega a
arrancar sangue com tamanha força.
— Acorda, vadia!! — Paloma se assusta e
abre os olhos se assustando ao me ver. — A
princesinha acordou — falo debochando.
— David, você tá vivo!! — diz assustada.
— Sim, querida, eu não morri, estou aqui
mais vivo do que nunca e pronto pra lhe fazer pagar
pelo que me fez.
Só então ela parece se dar conta de que está
amarrada, tenta se soltar, mas é em vão. — Tenho
uma coisa pra te mostrar, minha putinha. Tenho
certeza que você vai adorar! — saio da frente do
espelho, Paloma olha pro espelho e se dá conta do

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que fiz com seus cabelos, olha pro chão e vê


suas madeixas loiras todas caídas, seu cabelo todo
destruído.
— Por que fez isso comigo? Seu miserável!
— chora histérica.
— Miserável? Eu era seu amor, lembra? —
beijo sua boca com gosto, ela se debate e então
mordo seu lábio, fazendo sangrar e escorrer.
— Seu porco imundo!! — grita quando me
afasto.
— Você mereceu, vagabunda! — rio dela.
Ela cospe em meu rosto, me encho de fúria e acerto
outro tapa na sua cara. Cortando dessa vez seu
supercílio. — Vadia! Talvez eu deva dar uma
amostra do que irei fazer com você mais tarde,
agora mesmo.
Pego uma raquete e bato com força em suas
pernas, suas coxas, barriga, sempre lembrando ela
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do quanto ela é uma cadela mimada. A vadia grita


tanto que Verônica acaba escutando.
— David!! Quem tá aí? Quem tá gritando!!
— pergunta Verônica me interrompendo. —
Socorro! Tem alguém aqui? Me ajude! — implora.
— Não adianta gritar, meu amor. Ninguém
vai te salvar — deixo Paloma amarrada na cadeira
com sangue escorrendo pelo rosto. Coloco uma
mordaça em sua boca e vou até o quarto onde
deixei Verônica amarrada. Assim que ela me vê, já
se cala com medo. Pego minha arma apontando pra
sua barriga. Ela fica pálida e isso me deixa em
êxtase. Desamarro-a com cuidado, arrastando-a pra
sala de estar onde será a nossa cerimônia.

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Fico fria como uma pedra, a todo momento


eu me lembro das palavras de Michael sobre o
controle emocional ser a chave de tudo. Penso
muito nos meus bebês. David me arrasta até um
cômodo que parece uma sala de estar, no centro
dela um tapete vermelho com pétalas de rosas pelo
chão. Parece um cenário de filme de terror.
— O que é tudo isso? — pergunto apavorada.
— Esse é nosso casamento, meu amor —
sorri insano, seus olhos tem um brilho maníaco,
como se já tivesse perdido sua mente. — Não
gostou da decoração? Nós temos até uma
madrinha! —fala apontando para parede atrás de
mim, onde vejo Paloma amarrada com cordas e
amordaçada, seu cabelo foi todo cortado, seu rosto
está machucado e ela sangra, parece estar muito
mal.

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— David, o que fez com ela? — Me


preocupo.
— Não pensou que eu ia me esquecer dela?
Acha que depois dela ter me entregado eu a
deixaria sair impune? Jamais, bebê, e eu sei que
você a odeia, meu presente de casamento pra você
será a morte dela! — tremi aterrorizada com o que
ele diz.
— David, por favor, fica calmo. Você não
sabe o que tá fazendo, nos deixe sair daqui —
imploro preocupada não somente com meus bebês,
toda via com Paloma também. Já me sinto culpada
o suficiente por tudo que fiz, agora a morte dela...
Aí sim o Arturo nunca vai me perdoar. Preciso dar
um jeito de fugir.
— Querida, assim você me ofende — aponta
a arma novamente em minha direção. — Olha o
que eu trouxe para você, meu amor, esse vestido

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lindo é seu. — Me entrega um vestido de noiva


branco.
— Pensa no que você tá fazendo, você não tá
bem! Nunca vou me casar com você!! Eu já sou
casada.
— Tem certeza disso? — aponta a arma em
minha direção.
— Por favor, David. Você não quer fazer...
— tento apelar aos seus sentimentos, porém ele não
sente nada, não é capaz disso.
— Claro que quero, minha linda — sorri
docemente, o que o deixa ainda mais louco. —
Ande, tire essa roupa e vista o seu vestido.
— Por favor, David!! — suplico aos prantos.
— Se não tirar essa roupa agora e se vestir
logo, terei o prazer de tirar pra você! — Quando ele
fala isso me sobe o pavor, só penso em meus filhos
e tento me controlar pra não acabar os perdendo.
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Eu preciso ser forte. Lembro do meu celular no


bolso da calça e uma esperança cresce dentro de
mim, se conseguir ligar pro Arturo talvez nós
possamos sobreviver a isso.
Com todo o cuidado para não ser vista tiro a
roupa rapidamente e escondo o celular. David está
entretido olhando para Paloma, essa que estava
paralisada, totalmente atônita. O sangue escorre por
seu rosto e ela chora calada. Eu não sei o que esse
psicopata quer. Tento ganhar tempo enquanto o
celular chama o último número discado, que foi o
de Arturo.
Tento, mas a ligação não completa, agora
sinto minhas esperanças acabando.
David volta a olhar pra mim sorrindo ao
constatar que já me vesti.
— David, solte a Paloma, ela não tem culpa
de nada, David, por favor! — apelo, tenho medo

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por ela, pelo que esse louco possa vir a fazer com
ela.
— O que foi, meu amor? Justo você que tanto
detestava essa família. Destruiu cada um deles,
pedindo pra poupar essa vagabunda traidora? —
Um homem que presumo ser um dos capangas do
David entra arrastando um homem com um saco
preto na cabeça. Fico com medo que seja Arturo.
Deus, David é um psicopata, assassino, nos proteja,
proteja meus filhos, por favor, lhe imploro. O
capanga tira o capuz do rosto do homem e
imediatamente reconheço o padre Thomaz. Fico em
pânico.
— Agora sim, querida, está tudo pronto —
bate palmas excitado. — Nós temos madrinha,
padre e o vestido, está tudo perfeito! — Padre
Thomaz está tão amedrontado quanto eu. Ele é
posicionado no centro da sala com uma arma

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apontada pra ele. — Vamos, padre. Dê início à


cerimônia — diz David delirando, nada justifica
tamanha sandice.
— É de livre e espontânea vontade que
você... que — engasga com as palavras. Não tendo
a chance de terminar, pois David acerta um tiro na
janela o assustando.
— Anda, padre — balança a arma. — Estou
ansioso pela nossa lua de mel.
— Verônica Mitchell, aceita David Baker
Simmons como seu legítimo esposo? — balanço a
cabeça confirmando com medo do que ele pode
fazer comigo, com todos nós. — David Baker
Simmons, aceita Verônica Mitchell como sua
legítima esposa, até que a morte os separe?
— A morte é pouco pra nós dois, padre, é
somente o início, a eternidade seria o correto. —
Suas palavras me enchem de asco, me seguro para

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não vomitar.
— Pelo poder investido a mim, eu os declaro
marido e mulher. — Assim que o padre termina de
falar David atira no seu peito.
— Não!! Não, padre Thomas!! — grito
desesperada correndo até ele no chão sangrando. —
O que você fez? Você atirou nele, ele é um padre.
— Deus, ele não merecia isso.
— Não podemos ter testemunhas, ele poderia
abrir a boca e acabar com nossos planos.
— Seu maldito assassino!! — O comparsa
dele apenas olha a cena um tanto assustado. Paloma
tenta se soltar, porém, é em vão. Ouço um novo
disparo, olho para ver de onde vem. E vejo o
homem que ajudou David no chão ao meu lado,
David sorri olhando para a arma, posso ver o brilho
doentio neles, então ele se vira pra Paloma.
— Agora, meu amor, o seu presente — fala
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apontando pra ela e nesse momento aproveito sua


distração pegando a arma do seu comparsa. O
sangue deixa minhas mãos escorregadias e
pegajosas, tenho dificuldade de segurar, e também
estou tremendo. David caminha até Paloma, só que
antes que ele atire nela eu miro em sua cabeça e
atiro, um tiro que deveria ser certeiro só que a arma
falha. E nesse momento David se dá conta do
que eu estava fazendo e se vira novamente pra
mim.
— O que pensa que tá fazendo, sua puta?!
Pensa que vou deixar você atirar em mim? Eu fiz
tudo por nós dois, Verônica!! Só quis o melhor para
gente e olha como você me retribui! — continuo
apontando em sua direção, as lágrimas me cegam
atrapalhando minha visão. — Sua vagabunda, eu te
dei o céu, te fiz uma mulher rica e poderosa. A
Cartier é toda nossa e você tenta me apunhalar!!

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Tento mais uma vez, e a arma continuava


falhando, David caminha até mim, prevejo que esse
será o meu fim. Lembro dos meus milagres, meus
filhos e com a mão livre eu toco minha barriga e
peço perdão por não ter nos salvado.
— Você vai me pagar caro! Eu vou-te foder
tanto a o ponto de te deixar toda arrebentada. Você
vai aprender como tratar o seu marido. Acho que
terei que mantê-la acorrentada, assim aprende a me
obedecer. — No meu último sopro de desespero,
fecho os olhos. E antes que ele me pegue e faça
tudo que está dizendo, atiro e dessa vez a arma
dispara. Ouço o som do baque, seu corpo no chão,
David cai já sem vida com um tiro no olho
esquerdo, a bala atravessou seu crânio formando
uma poça de sangue. Fico em estado de choque,
paralisada sem reação. Eu o matei!! Olho para todo
aquele sangue em minha volta no vestido, minhas
mãos.
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Paloma continua gemendo desesperada,


tremendo sem parar. Olho para ela e acordo do
transe indo até ela, ainda em pânico, meu corpo
está em estado de choque.
— Paloma, ele te machucou? Você tá bem?
— pergunto preocupada, ela não responde, só treme
e chora. Solto seu corpo das amarras, ela grita em
pânico.
— A culpa é minha, a culpa é minha, sou um
monstro, a culpa é minha!! — Ela tem dificuldade
de respirar e eu não sei o que fazer. Lembro do
celular e tento chamar ajuda, mas está sem sinal.
Tento pensar em algo a fazer, contudo, estou tão
aterrorizada que não consigo raciocinar direito. Ela
parece estar tendo uma crise de pânico ou algo
assim, seu corpo todo treme e ela repete sem parar
que a culpa é dela.
— Paloma! Por favor, Paloma, olha pra mim

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— tento acalmá-la. — Paloma! —


grito chacoalhando seu corpo.
— Paloma, nós precisamos sair daqui,
Paloma, por favor!! Paloma, me ajuda, eu não vou
conseguir sozinha. — Me levanto deixando-a
assim, ando pela casa tentando encontrar sinal, mas
nada. No quintal da casa consigo a torre. Então ligo
mais uma vez pra Arturo, ele não atende e penso
em quem pode me ajudar aí me dou conta que não
tenho ninguém, estou sozinha. Amanda não quer
ouvir falar meu nome, Michael se foi, Arturo me
odeia. Eu estou sozinha nessa situação, lembro-me
de Alice, ela pode nos ajudar, não sei o que fazer
com Paloma, tenho medo de que ela piore.
Precisamos sair daqui antes que a polícia chegue.
Ligo para Alice, o telefone toca duas vezes e
estranhamente quem atende é o Guilherme.
— Verônica, por que tá ligando uma hora

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dessas? — pergunta grosso.


— Guilherme, por favor, me ajuda! Eu
preciso de ajuda urgente, eu não tenho a quem
recorrer e Paloma está comigo! — Sei que ele tem
um bom coração e pode me ajudar.
— Onde vocês estão? —
pergunta preocupado.
— Eu não sei, eu não conheço esse lugar —
digo já soluçando.
— Me mande sua localização pelo GPS do
celular.
— Tudo bem, mas não demore, estou com
medo. Paloma não tá nada bem, ela está muito mal.
— Estou indo aí, fique calma — volto
correndo pra dentro preocupada com o estado da
Paloma. É quando a vejo com o galão de gasolina
vazio nas mãos e segurando um isqueiro, fico
preocupada, parece pronta pra incendiar a casa,
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tudo está repleto de gasolina. Sinto o cheiro de gás,


Deus, o que ela pretende fazer? — Paloma, o que
você tá fazendo? — falo.
— Ele vai voltar, preciso dar fim a esse
fantasma de uma vez por todas!! — diz como se
estivesse em transe.
— Paloma, vamos embora. Você precisa de
ajuda, por favor.
— Você não entende, ele vai voltar, vai me
perseguir, ele quer me destruir!! — Ela solta o
isqueiro no chão e em questão de segundos
labaredas de fogo começam a queimar e subir pelas
paredes. Corro em sua direção com rapidez antes
que o fogo me alcance. Paloma está paralisada
olhando o corpo de David queimando. As chamas
estão por todos os lados.
— Vamos, Paloma, vamos!! — Ela não se
mexe, fica parada e eu a puxo pelo braço arrastando

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até a saída. O calor forte e a fumaça dificultam a


nossa respiração, imploro a Deus que nos ajude e
que proteja meus filhos. Quando estava quase sem
esperança consigo arrastar Paloma até a saída,
assim que chegamos ao jardim me jogo no chão,
recuperando o fôlego. O fogo já tomou conta de
tudo. Paloma está parada ao meu lado, em pé
olhando para as chamas sorrindo de maneira
psicótica, agora olhando para ela minha culpa
aumenta, um medo de que ela nunca volte ao
normal, medo de que ela nunca seja quem ela era.
Olho novamente pra casa em chamas e digo em voz
alta:
— Que apodreça no inferno,
David Simmons. — Paloma senta ao meu lado
cansada, a abraço forte, enquanto as chamas
queimam sem parar. O fogo se transforma em
labaredas e logo toda a casa está em um vermelho
vivo misturado com cinzas e preto.
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Abraço fortemente seu corpo, tentando


acalmá-la, ela ainda treme descontroladamente, se
solta escorando em uma árvore para vomitar.
Caindo de joelhos em segundos. Em menos de
trinta minutos Guilherme e Alice chegaram pra nos
ajudar, em choque contei tudo que aconteceu, Alice
ajudou Paloma que ainda parecia aterrorizada, eles
lhe aplicaram um tranquilizante e ela apagou no
carro. Ouvi Guilherme ligando para o médico dela
e fomos os quatro pro hospital. Guilherme foi com
a irmã e Alice, depois de me fazer prometer que iria
ligar para Arturo.
Fui levada para fazer vários exames, quando
constataram que estava bem e meus filhos também,
pude voltar a respirar novamente, as imagens da
noite terrível de hoje ficam passando pela minha
cabeça em choque, lentamente me entrego ao sono
exausta demais para protestar.

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Acordo com o corpo anestesiado, mole, abro


os olhos com cuidado e a claridade quase me cega,
a primeira coisa que vejo é Guilherme em pé,
vestido de médico.
— Ei? Já estava preocupado que você não
acordava, Alice ficou com Paloma, mas deixou um
café pra você — aponta pra uma bancada.
— Obrigada, Guilherme. Eu não sei o que
seria de mim sem vocês — sussurro.
— Eu que tenho que agradecer, aquele
desgraçado do David poderia ter matado minha
irmã se não fosse por você... Serei sempre grato por
isso — diz ele sério.
— Não precisa agradecer, não fiz mais do
que minha obrigação, ainda depois de tudo que

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fiz... — toco a minha barriga com medo.


— Não se preocupe, eles estão bem! — diz
Guilherme olhando para as minhas mãos, já
sabendo o que estou pensando.
— Você já sabe, né? — constato.
— Sim, só não sei se o outro médico já te
explicou a gravidade da situação — mostra receio
no olhar e ao falar.
— Eu já falei com um médico sim, mas eu
não vou desistir de nenhum deles, eles são meus,
meus milagres, minha vida, minha redenção! —
fico emocionada.
— Verônica, eu sei que é uma escolha difícil,
mas podemos manter um dos bebês, só que três é
impossível. O risco para todos vocês é grande
demais, principalmente por causa do seu histórico.
— Eu já tomei minha decisão, Guilherme,
não adianta, se for pra morrer por eles eu morro,
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mas não abro mão de nenhum.


— Eu não posso ver você se matar assim,
Verônica. Escolha um bebê e eu farei de tudo pra
salvá-lo e a você também — pede angustiado,
sorrio pra ele, de todos ele sempre foi o mais doce.
— Eu não aceito, Guilherme. Você não
entende? Esses bebês são minha chance de
felicidade, são meus milagres, eu não vou desistir
de nenhum deles.
— Arturo não vai concordar com isso —
insiste. — Se ele souber o risco que essa gravidez
representa, ele vai te convencer.
— Não ouse falar nada pra ele!! Por favor.
— Verônica, ele é o pai, precisa saber.
— Eu vou contar tudo pra ele, mas nem ele e
nem ninguém vai me convencer a escolher um dos
bebês! — reafirmo convicta, essa é a maior certeza
que já tive em toda minha vida.
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— Tudo bem, Verônica, deixo você falar


com Arturo, converse com ele e juntos tomem essa
decisão. — Depois que Guilherme saiu, com a
ajuda de uma enfermeira tomei um banho, Alice me
trouxe roupas limpas, chorou ao meu lado quando
contei sobre os bebês.
— Verônica, a sua melhor opção é seguir o
que Guilherme falou, o risco de morte é muito alto,
nem mesmo 5% de chance que os três sobrevivam.
Nós só queremos o seu bem.
— Alice, eu já tive uma gestação e quando
perdi meu bebê eu perdi a esperança, não poderia
nem sonhar com isso, a dor era terrível... Agora que
eu estou aqui, grávida... Três pequenos milagres
que aconteceram... Eu vou escolher abortar dois
dos meus filhos? Não! Eu não vou, não posso!!
Eu morro, mas não farei um aborto, porque
5% ainda é esperança e tenho fé que eles vão

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sobreviver. Irei lutar por eles nem que seja a última


coisa que eu faça nessa vida — disse já chorando
junto dela.
Mais tarde, já pronta pra sair, meu telefone
tocou, atendi rapidamente esperançosa ao ver o
número de Arturo chamando.
— Verônica? — fala Arturo receoso.
— Arturo? Amor, eu tentei tanto falar com
você ontem, tanto, tanto.
— Eu sei. Precisamos conversar! — fala duro
e frio.
— Tudo bem, preciso te contar tanta coisa e
te entregar algo também! — fico esperançosa,
quem sabe isso finalmente o faça me perdoar e
podemos enfim ser uma família feliz?!
— Te espero aqui em casa, as seis pode ser?
— Tudo bem, amor, logo estarei ai! — Mal
termino de falar e ele já desligou o telefone, sem
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sequer se despedir. Fico em êxtase com seu


telefonema, Guilherme já deve ter contado o que
aconteceu. Quem sabe agora ele acredite que eu
jamais tive nada com David e que o amo?! Estou
tão ansiosa pra contar sobre os bebês, Deus, Arturo
ficará tão emocionado, enfim poderemos ser
felizes, agora livre das armações do David e com o
tempo tudo que aconteceu será apenas uma
lembrança ruim. Não vejo a hora de ele saber sobre
nossos filhos.

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CAPÍTULO FINAL – Será


o Fim?

“Após a vingança, o que resta é a dor.”

Foram duas horas de viagem. Mas parece que


demorou mais de um ano para enfim desembarcar
no aeroporto. Peguei um táxi pra ir direto pra casa,
ansioso. Tento ligar para ela novamente, só que o
número cai direto na caixa postal. Morena, o que tá
acontecendo? Sinto que algo muito ruim aconteceu.
Estava quase pedindo pra dirigir já que o taxista era
uma lesma, porém, logo chegamos. Pago a corrida

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e vou até a recepção, o porteiro que me odeia me


olha feio, se ele soubesse que to pouco me fodendo
pra ele, já teria parado com isso. O dia hoje parece
estar uma merda pra mim, até a porra do elevador
está lento, demoro uma década pra chegar até a
porra da cobertura. Fui direto para o apartamento
da Amanda, pego minha chave reserva e abro a
porta e paraliso ao ver várias malas pela sala. O
apartamento parece desmontado, todas as coisas
forram empacotadas, fico assustado. O que tá
acontecendo?
— Scott, você voltou! — diz Amanda
entrando na sala com uma expressão estranha no
rosto.
— Meu amor, senti tanto a sua falta! — digo
me aproximando e abraçando seu corpo, Amanda
fica dura e não corresponde. — Eu vim assim que
soube, por que não me ligou, morena?

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— Eu tentei e como tentei, mas você estava


tão ocupado com Helena que não quis insistir! —
Assim que ela fala, já me dou conta do que tá
acontecendo.
— O que Helena falou pra você, amor?
— Nada de mais, apenas a verdade. — Puta
merda, só falta ela ter acreditado em tudo.
— Amanda, espero que não tenha acreditado
em nada que aquela mulher falou, amor.
— Scott, não precisa explicar, não estou te
cobrando nada.
— Não, eu estou explicando, você é minha
mulher e quero te contar tudo o que aconteceu, não
quero que fique dúvidas entre nós dois. Você tinha
razão, amor, meu avô estava me enganando, ele
nunca esteve doente, tudo não passou de uma
desculpa para me fazer sair de Londres e te deixar!
—noto que ela engole em seco, mas não diz nada.
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Está muito diferente da Amanda que eu conheço.


— Eu já imaginava, contudo, isso não muda
nada! — fala amarga.
— Como não, Amanda? Eu descobri que meu
avô não se importa comigo, fez várias atrocidades e
rompi com ele, vim correndo de volta pra casa
assim que soube do acidente.
— Não foi um acidente, foi um assassinato!
Michael morreu em meus braços!! — Me aproximo
abraçando seu corpo para confortá-la.
— Sinto muito, amor! Eu deveria estar aqui
quando precisou. Não sabe como fiquei preocupado
com você e com nosso filho.
— Sinto muito, Scott, mas não existe mais
filho! Perdi o bebê — fala friamente e sinto como
se tivesse levado uma facada direto no peito. —
Meu amor, não brinque com isso, o que está
dizendo? Nosso filho. Não!! Não!... Isso não pode
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ser verdade! — começo a chorar.


— É verdade, sinto muito, muito mesmo, mas
é verdade.
— Não posso acreditar, uma semana atrás
nós estávamos bem, fazendo planos com nosso
filho seguro dentro de você e agora... — engasgo
com o choro.
— Ele se foi, Scott. — Amanda não parece à
mulher que conheço, algo está errado. Eu sei que a
dor deve ser terrível pra ela, mas não pode ser só
isso.
Choro por horas abraçado a ela. Amanda
parece anestesiada, imagino como deve ser sido
difícil pra ela ouvir que perdeu nosso filho e eu não
estava aqui, não estava ao seu lado, não pude
compartilhar sua dor.
— Me perdoa, meu amor? Me perdoa por não
estar ao seu lado quando mais precisou de mim?
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— Eu te perdoo, Scott, mas um dia serei eu


que terei que de lhe implorar perdão — sussurra.
— Não entendo, tudo estava bem, o que
houve? O que aconteceu?
— Eu não quero falar sobre isso, Scott —
olha pensativa. — Apenas quero esquecer tudo o
que aconteceu.
— Que malas são essas? Por que o
apartamento está desmontado?
— Estou indo embora.
— O quê? — pergunto assustado. — Do que
diabos você tá falando?
— Sinto muito, Scott, mas não dá mais pra
mim. — Suas palavras parecem chamas queimando
minha pele, não consigo acreditar no que estou
ouvindo.

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Foi difícil não correr atrás dela e implorar


que voltasse pra nossa casa, assim que a porta
fechou caí sentado no chão em choque. Não pude
evitar as lágrimas caírem. A amo mais que a mim
mesmo, mas eu não consigo perdoar, não consigo
esquecer o que ela me fez. Toda vez que fecho
meus olhos tudo que vejo é ela naquela prisão
dizendo que fez tudo por amor ao David. Tudo para
vingar aquele miserável, destruiu a mim e minha
família por amor a aquele bosta. A dor é
dilacerante, é como se meu peito estivesse sendo
rasgado ao meio. Preciso esquecer essa mulher,
tirá-la da minha mente e do meu coração. Como é
que se esquece de alguém que se ama? Como é que

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se esquece alguém que nos faz falta e que dói de


mais sua ausência? O que eu faço se eu digo para
ela ir embora, mas por dentro implora pra ficar?
Bebi todo o estoque de uísque do quarto e
não foi o suficiente. Fui para o bar do clube. Não
queria ver ninguém, apenas me anestesiar da dor
que estava sentindo. No canto do bar observei o Lê
Domain, aos poucos o lugar foi ficando vazio
exatamente como eu. Foi de gole em gole que
tentei apagar suas lembranças de mim, mas nada
que eu faça parece resolver. Fecho os olhos e tudo
que vejo são seus olhos cheios de lágrimas,
magoados e feridos.
— Maldita!! Desgraçada!! — falo amargo.
— Ei, cara, vamos embora! Vou te levar pra
casa. — Dimitri aparece do nada como uma
assombração.
— Não vou pra lugar nenhum, não sem ela.

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— Pelo visto você tá muito bêbado mesmo.


— Me puxa pelo braço, tento me soltar, mas me
sinto tonto demais. Sou levado até um carro que
imagino ser de Dimitri, fecho meus olhos e fujo
para as minhas lembranças de um tempo onde eu
era feliz, onde eu não conhecia sua verdadeira face.

Acordei com a cabeça latejando, enjoo, é


início de uma ressaca brava. Estava deitado no sofá
da sala, me sento com dor nas costas. Tento
lembrar a noite de ontem, mas tudo parece em
branco, minhas últimas lembranças são de Verônica
deixando o quarto, depois disso, nada.
— Trouxe café forte para o senhor e um
comprimido — diz Nina com a cara amarrada,
praticamente joga a bandeja no meu colo.
— Nina, como vim parar na sala? —
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pergunto com a garganta ardendo.


— O senhor não lembra, não é?
— Não, Nina, se estou te perguntando é
porque não lembro.
— O seu amigo, aquele lá, o coisa ruim, te
trouxe com outro homem de terno alto e bonito,
depois os dois se foram.
— Tudo bem, deve devem ser Dimitri e
Demetrio, obrigado. Vou tomar um banho e ir
direto pra Cartier.
— E dona Verônica? — pergunta só pra me
irritar.
— Já falei que não quero mais ouvir o nome
dessa mulher nessa casa.
— Só quero saber quando ela volta, também
to preocupada com a saúde dela, vi que ela não
estava bem, desmaiando direto, algo estava errado.

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— Chega, Nina! Não teste minha paciência,


com toda a certeza esses desmaios são mais um
fingimento dela para ganhar a simpatia, até mesmo
dos funcionários, não quero mais ouvir falar
daquela traidora.
— O senhor quem sabe, depois não fala que
não avisei! — subo irritado, se já não bastasse ela
dentro na minha cabeça, agora até os funcionários
intercedem por ela.
Pra onde quer que eu olhe vejo e lembro-me
dela nessa maldita casa, talvez eu deva me mudar
daqui, quem sabe assim eu paro de vê-la por essas
paredes. Lembro-me de como ela ficou arrasada ao
ver Selene e Daniela no quarto comigo. Antes eu
tivesse comendo as duas, quem sabe assim eu teria
ferindo-a um terço do que ela me feriu. Tomei um
banho rápido e fui direto pra Cartier, Scott ainda
não chegou e a empresa está um verdadeiro caos,

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tudo está desmoronando.


Todos os funcionários me olham assustados,
parecem ver um fantasma. Posso reparar em cada
setor o que a falta do meu pulso firme fez com a
empresa, tudo está uma verdadeira bagunça, entro
no andar da presidência já fumegando de raiva.
— Ellie, quero relatório de tudo que
aconteceu na Cartier enquanto eu estive fora, em
duas horas. — Ellie se assusta tanto ao me ver que
quase cai da cadeira. — Espero que não se atrase,
sabe que não tolero atrasos. Duas horas — bato a
porta entrando na minha sala. Tudo continua como
sempre foi, pensei que Verônica teria mudado
alguma coisa, mas pelo visto não.
Depois de revisar com Ellie todo relatório,
pude ver que a ideia que Amanda teve da Cartier,
patrocinar entidades carentes. Ajudou e muito a
melhorar o nome da empresa na mídia,

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fiquei sabendo que Verônica doou a mansão dos


meus pais pra uma ONG e isso me deixou
enfurecido, mesmo Ellie garantindo que com isso
as ações da empresa subiram nove por cento na
última semana. Aquela era a casa dos meus pais e
eu sei que doar a mansão da mamãe foi uma
vingança particular contra ela. Verônica não quis
ajudar entidade nenhuma, sei a cobra que ela é.
Recebo uma ligação urgente do diretor de produção
da Serra Azul e estranho ele estar tão desesperado
pra falar comigo, algo muito importante deve estar
acontecendo.
— Desculpe a insistência na ligação, senhor
Cartier, mas é algo que o senhor precisa saber —
fala Walter.
— O que tá acontecendo na Serra Azul? Não
me diga que os funcionários estão querendo fazer
greve?

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— Não, senhor. Longe disso, na verdade os


funcionários estão comemorando e estão todos
orgulhosos por essa conquista.
— Do que tá falando?
— Senhor Cartier, nós encontramos ontem à
tarde na esteira de coletagem uma gema rara, o
sistema de raio-x encontrou um novo diamante
colorido. Tem e mais de sete anos que a Serra azul
não produz uma pedra como essa, como o senhor
sabe, o último foi o Red Diamond, então esse feito
surpreendeu a todos — fico paralisado com suas
palavras. — Foram mais de três mil quilates
encontrados na Serra Azul desde sua construção,
apenas uma rocha foi colorida.
— Isso é incrível, a cor em um diamante
pode ocorrer por dois motivos diferentes: Através
de impurezas na gema, ou seja, elementos químicos
diferentes que não seja o carbono ou por conta de

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um "defeito" na estrutura atômica! — falo surpreso


demais com a notícia. — Qual o tamanho da gema?
— Ainda não sabemos, senhor, a pedra foi
levada pra lavagem e preferi falar com o senhor
primeiro antes de mandar pra lapidação, como se
trata de uma pedra de grande valor talvez o senhor
queira decidir como será feito todos os processos.
— Você fez bem, nesse caso Scott deveria ir
até aí buscar a gema, como ele não se encontra irei
mandar Ellie, minha secretária e assistente pessoal,
junto com o chefe de segurança da Cartier e sua
equipe. Temo uma tentativa de roubo, por parte de
algum funcionário.
— Quanto a isso, senhor, fiz o procedimento
padrão, assim que ela saiu da lavagem a coloquei
no cofre na ala cinco de onde apenas funcionários
autoridades tem acesso, câmeras de vigilância estão
monitorando 24 horas por dia.

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— Ótimo. Hoje mesmo o jatinho da empresa


desembarca, quero essa pedra aqui na sede da
Cartier o mais rápido possível.
— Senhor Cartier, só mais uma coisa, ela é
verde! Uma tão grande que deixou chocado toda a
equipe de raios-X quanto à de análise geológica.
— Ótima notícia, Walter, saiba que será bem
recompensando pela rapidez e eficiência.
— Não fiz mais que minha obrigação,
senhor.
— Certo — desligo pensando na raridade de
encontrar outro diamante colorido.

— Por favor, Scott, não insista com isso.


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— Não, Amanda. Eu não posso aceitar o que


você tá me pedindo.
— Por favor, não lute contra isso. A decisão
já foi tomada — falo me fingindo de forte,
enquanto por dentro sangro lentamente.
— Não! Tá errado, morena — vejo em seus
olhos o desespero. — Você me ama, eu te amo, nós
vamos juntos superar o que quer que tenha
acontecido, que tenha feito tomar essa atitude.
— Não foi uma coisa qualquer, Scott,
somente me dei conta que não o amo — dói dizer
isso, ainda mais sendo mentiras.
— Não, Amanda, para de fingir, para de
mentir pra mim! — grita.
— O que tínhamos, Scott, não passava de
sexo, foi bom enquanto durou, mas agora chegou
ao fim.
— Eu não acredito no que tá dizendo,
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Amanda, você sabe que o que sentimos um pelo


outro. O que aconteceu que te fez mudar e ideia? —
vejo andar de um lado pro outro, passar as
mãos nos cabelos, tão sem rumo.
— Michael morreu!!
— Eu sei, meu amor, liguei pra Verônica e
ela me disse.
— Não, Scott, você não sabe de nada.
Michael morreu nos meus braços, dizendo que me
amava. — Ele engole seco e sem fala. — Ele me
amava e eu não sabia, me sinto culpada por não ter
correspondido a esse sentimento, não posso ficar
com você e ter uma vida feliz, fingindo que nada
aconteceu, que ele não se foi. Ele era uma parte
minha, uma parte importante que vai pra sempre
fazer falta.
— Amanda, me escuta — pede. — Eu sei
que você tá mexida com sua perda, mas Michael

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não iria querer que você se sacrificasse em sua


memória — engulo nervosa sem saber o que mais
fazer pra convencê-lo que o melhor é ficarmos
separados.
— Eu não o amo mais, Scott, me dei conta
disso quando Michael se foi.
— Para, Amanda, para de se enganar, você
me ama e nós juntos vamos superar tudo isso.
— Chega, Scott, entenda que não existe mais
nós, acabamos assim que você entrou naquele
avião.
— Amanda, eu não sabia. Amor, se soubesse
que algo assim poderia acontecer, jamais teria ido.
— Agora é tarde! Meu voo parte as três,
preciso ir. Eu fiz questão de encaixotar suas coisas
que estavam aqui no meu apartamento, você pode
levar tudo, a maioria das minhas coisas já está no
carro — falo pegando minha bolsa e mala de mão.
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— Amor, por favor, olha pra mim, morena,


não faz isso com a gente, fica comigo — fala
chorando, eu me seguro pra não cair em seus
braços e dizer que tudo ficará bem, mas eu sei
que não dá nada, eu não posso afundar Scott
comigo.
— Por favor, Scott, tenho que ir — peço
quase fraquejando.
— Não faz isso, Amanda. Não me deixe, seja
franca comigo e me explique o que tá acontecendo,
eu já perdi nosso filho e não vou suportar perder
você também. — Nesse momento as lágrimas que
lutei pra não deixar cair caem sem parar, Scott me
abraça apertado e meu corpo estremece de saudade,
minha mente avisa que isso é um adeus.
Olho pro seu rosto coberto por lágrimas
assim como o meu e beijo seus lábios com carinho,
com amor. Scott aprofunda o beijo me puxando pro

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seu colo, meu corpo incendeia com seu toque,


quando dou por mim já estamos nus no tapete da
sala e em nenhum momento paramos de nos beijar.
Ainda choro porque sei que esse é o fim. Eu o amo,
mas não posso protegê-lo, quem sabe um dia eu
não volte a procurá-lo, sem esse medo, sem essa
angústia que tanto me aflige.
— Eu te amo. Amanda, não me deixe, meu
amor, não me deixe. — Scott fala a cada arremetida
que dá dentro de mim, gemo alto implorando por
mais, queria poder congelar o tempo e ficar assim
em seus braços pra sempre. Em êxtase atingimos o
orgasmo, fecho os olhos cansada e acabo dormindo
nos braços de Scott, não sem antes o ouvir dizendo
mais uma vez que me ama.
Horas depois acordei com o corpo dolorido,
ainda deitada no carpete com Scott grudado a mim,
tento me levantar sem o despertar, porque sei que

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será difícil manter minha decisão se ele lutar


comigo novamente. Pego minhas últimas malas,
olho seu rosto perfeito que tanto amo, ele parece
cansado, deve ter pego um voo direto pra cá,
escrevo um bilhete e deixo em cima da mesa de
centro.

"Eu te amo, mas preciso ficar sozinha, me


reencontrar, sei que não irá entender e por isso
eu digo: não me procure. Sua eterna, Amanda."

Saio de lá com o coração despedaçado, eu


preciso protegê-los pra isso tenho que me afastar,
não pude evitar que novas lágrimas caíssem, espero
que um dia ele me perdoe. Sei que fui longe demais
com minha mentira, mas essa era a única forma
dele me deixar partir, se ele soubesse que nosso
filho continua vivo dentro de mim, jamais me

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deixaria ir e eu preciso nos proteger, preciso pensar


na dor da perca, preciso senti-la, acordo durante a
noite gritando por Michael, o trauma da sua morte
está aqui dentro de mim.
Antes de ir ao aeroporto passei em um lugar
primeiro. Paro no portão da casa e toco a
campainha, logo um mordomo vem atender.
— Pois não, senhora — responde ao atender
a porta.
— Gostaria de falar com Suzane — peço.
— A madame mandou que a aguardasse na
sala de visitas — sigo o mordomo até a sala e fico
ansiosa, não gosto dessa casa, não quero que
Vitório me veja aqui, mas foi só pensar nele que a
assombração aparece.
— Amanda? O que tá fazendo aqui? — fala
sorrindo pra mim.
— Vim falar com Suzane. — Como pude um
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dia amá-lo? Me pergunto. — Não se preocupe, será


rápido.
— Meu amor, não sabe o quanto eu sofro por
ter pedido você, não tem um dia que não me
arrependo por ter trocado — fala me olhando com
adoração...
— Vitório, não me importo com isso. Pra
mim você não significa nada, apenas umas...
Lembranças ruins.
— Amor, eu só preciso de uma palavra sua
pra largar tudo e fugir com você, apenas isso. —
Iludido, só pode ser louco.
— Vitório, você não ouviu o que eu disse?
Eu não te amo, na verdade nunca amei, eu estou
feliz agora, estou casada e esperando meu primeiro
filho. Se estou aqui é apenas pra entregar algo a
Suzane. — Suzane escolhe essa hora pra entrar na
sala com seu porte elegante, realmente ela é muito

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bonita, mas por dentro é vazia e seca demais.


— O que faz na minha casa, Amanda? Veio
atrás do meu marido? — diz petulante.
— Não, Suzane. Longe disso, vi você no
enterro do Michael — percebo seus olhos ficarem
apagados e sua postura mudar.
— Eu... não sei do que tá falando! —
gagueja olhando receosa para Vitório.
— Bom, isso não importa, não vim aqui pra
isso, eu apenas preciso te entregar uma coisa. Eu
acredito que o Michael ia querer que ficasse com
você.
Abro minha bolsa e pego o anel de noivado
que encontrei no cofre, as mãos de Suzane tremem
ao pegar a caixa, ela abre com cuidado como se ali
tivesse uma bomba, assim que abre as lágrimas
começam a cair. Ela senta no sofá com a mão na
boca tentando conter o pranto, percebo que é minha
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hora de ir. Saio daquela casa pra nunca mais voltar,


fiz o que deveria ter feito.
Dentro do avião me pergunto se um dia Scott
vai me perdoar, sei que mentir foi cruel da minha
parte, mas só assim para ele não vir atrás de mim...

Saí do hospital muito mais leve. Guilherme e


Alice insistiram para que eu escolha entre um dos
bebês, eu não vou. Tenho certeza que Arturo
quando souber, vai concordar comigo, enquanto
tiver forças, irei lutar.
Antes de voltar para o apartamento passo em
uma loja de bebê no centro, fico encantada com a
quantidade de coisas, tudo tão lindo, tão delicado,
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compro o presente que vou preparar pra Arturo. Eu


não consegui resistir e comprei três macacões,
todos brancos porque ainda não sei o sexo dos
bebês. Saí daquela loja com um sorriso no rosto, até
o sol parece brilhar pra mim. Fui direto para o meu
prédio, fico pensando em como irei contar tudo pra
Arturo, sobre a gravidez, sobre a morte de David,
Paloma, tudo, vou aproveitar e já levar os
documentos onde devolvo tudo que é dele, não
quero deixar margem pra dúvidas de que o amo e
não me importo com seu dinheiro.
Entro no hall do prédio cansada, a noite de
ontem acabou com meu psicológico, ainda tem
Paloma. Como ela deve estar? Alice me garantiu
que ela tá bem, mas isso não me fez deixar de me
preocupar, afinal eu contribuo para seu estado,
aperto o botão do elevador, assim que as portas
abrem vejo um Scott todo amassado com a
aparência preocupada.
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— Scott? — O chamo assustada.


— Onde ela foi? Fala pra mim, Verônica,
você deve saber. — Ele me atropela assim que me
vê.
— Do que você tá falando? Calma, o que
houve? — Me assusto com tudo isso.
— Amanda, Amanda se foi! —
fala desesperado.
— Como assim, Scott? Onde Amanda foi?
— Ela me deixou, Verônica, ela me
abandonou.
— O quê? Eu não to entendendo nada.
— Ela me avisou, mas eu pensei que depois
de nós dois termos feito amor ela não me deixaria.
Ela se foi, Verônica, se foi e só me deixou um
bilhete! — sinto como se tivesse sido apunhalada
pelas costas, não é possível, Amanda não faria isso
comigo. Pego meu celular na bolsa e tento
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novamente falar com ela, o telefone cai direto na


caixa postal.
— Ela não pode ter feito isso comigo, não
sem ao menos se despedir.
— Eu preciso ir ao aeroporto atrás dela —
fala desnorteado, vejo desespero em seus atos.
— Vai lá, Scott, e boa sorte em encontrá-la!
— falo arrasada, mais uma perda na minha vida,
Amanda, minha melhor amiga, não me perdoa e me
culpa pela morte de Michael.
Entro dentro do elevador enquanto Scott
corre desesperado para o aeroporto.
Minha mente fica repassando as palavras de
Amanda no hospital, será que eu sou tão ruim
assim para nem mesmo um adeus receber? Eu
jamais imaginei que isso aconteceria com Michael.
Eu pedi, implorei, que eles fossem embora de
Londres, queria proteger os dois. Michael era
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orgulhoso demais, não aceitava, sempre achou que


era dever dele proteger nós duas. Sento no sofá e
fico pensando no preço dessa vingança, muito mais
do que imaginava. Me destruí no processo e
machuquei pessoas que eu amava. Fico horas
olhando pro vazio pensando na solidão, reparo que
em cima da mesa de centro deixei o computador
que Amanda me entregou e lembro-me de suas
palavras. Michael fez questão que ficasse com esse
computador, deve conter algo importante. Nem
penso duas vezes e ligo ansiosa.
Na tela inicial pediu senha. Penso, penso...
Até me lembrar de uma data marcante na vida de
Michael, o dia em que ele tentou tirar a própria vida
ou como ele mesmo dizia, o dia em que ele
renasceu, dia vinte de março de dois mil e sete . Só
que o computador continua bloqueado, tento de
tudo, tudo mesmo e nada abre, só por desencargo
de consciência coloco o dia em que ele e Amanda
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se conheceram e desbloqueia, fico chocada com


isso. Ao desbloquear vejo uma infinidade de pastas
e programas, e tem duas com o nome de David
Simmons e a outra Cartier.
Ansiosa, abro a que leva o nome de David,
vários anexos abrem na tela e vou lendo, demorei
um pouco para entender do que se tratava. Vários
documentos, provas que compravam que David
forjou a própria morte. Então era isso que Michael
estava trabalhando, vou lendo atenta a todos os
passos de David nos últimos anos, foram todos
rastreados. Michael como sempre só precisava de
uma dica e logo montava todo o quebra-cabeça, ele
vendeu o carregamento de jade para o mercado
negro na Deep Web onde faturou milhões, usou um
hacker pra apagar seus rastros. Todas as provas que
colocariam David em uma prisão perpétua estão
aqui, pena que agora é tarde. Os últimos
documentos são números de uma conta. Estranho
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isso, uma conta em Bariloche na Argentina e pior


está em meu nome, não entendo nada até notar o
valor que foi movimentado nos extratos bancários,
o dinheiro que David roubou da Cartier. Michael
roubou todo o dinheiro do David de volta.
Transferindo tudo pra uma em meu nome. Ele
invadiu o sistema de um banco internacional, não
sei por que me surpreendo, não é a primeira vez
que ele faz isso. Nas pastas ainda tem os extratos
bancários dos últimos seis anos, e pelos inúmeros
dos saques ele levou uma vida de luxo às custas da
Cartier. Eu preciso devolver esse dinheiro pro
Arturo, esse dinheiro é dele, não é certo ficar em
meu nome, mas como não sei a senha dessa conta.
Aproveito para desbloquear o dinheiro
devolvendo pra Arturo, no número da nossa conta
conjunta. E em questão de minutos transfiro todo o
valor pra conta pessoal do Arturo, 17 bilhões de
euros, sei que o desfalque foi de 40, mas esse valor
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já dá pra ajudar a empresa a se reerguer.


Imprimo o comprovante de transferência e
logo em seguida já abro a segunda pasta, aquela
que leva o nome da Cartier. Uma série de
informações é mostrada, detalhes dos últimos
projetos, histórico de funcionários antigos, nada
que me pareça útil. Até me deparar com algo
surpreendente, um documento onde David passa a
parte dele da Cartier para Arturo, eu não consigo
entender a lógica nisso, por que pela data do
documento David já estava preso, por que ele
entregaria a Cartier de bandeja? Mais à frente eu
encontro à reposta, Arturo falsificou um dos
documentos, uma análise de um perito forense
afirma que a assinatura é falsa. Ou seja, Arturo
falsificou os documentos para tomar a parte do
David.
Não entendo porque Michael guardaria algo

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assim, agora já sabendo que David não prestava,


não faz sentido, noto que tem uma anotação com a
seguinte descrição, processo judicial. Cliquei nela e
tenho uma surpresa, um processo judicial em meu
nome contra David, onde eu aparentemente
requeria à parte que me cabia da Serra, já que o
dinheiro pra compra do terreno foi meu. O juiz
decretou que Arturo devolvesse meus 50% da Serra
Azul já que ela não poderia ser do David, que não
pagou por ela. Deus! Michael pensou em tudo,
fecho os olhos e o agradeço, mesmo não estando
aqui está sempre cuidando de mim.
Não acredito que eu sou a legítima dona de
50% da Serra Azul, pela data dos documentos essa
sentença foi recente. Aposto que Michael usou sua
influência pra conseguir isso, ele quis garantir se
caso algo desse errado eu teria uma carta a mais,
quando determinei de ler todos aqueles documentos
já estava chorando, Michael sempre será o meu
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anjo da guarda, sem ele e Mandy não sei o que


seria de mim.
Por fim conecto, coloco os documentos sobre
a Cartier e sobre David pra imprimir, levarei tudo
pra Arturo. Se com isso ele não acreditar em mim,
desisto. Guardo tudo em um envelope e vou pro
banho me preparar pro nosso encontro, no espelho
olho para o meu ventre procurando algo que
denuncie que eles estão aqui. Escolho um vestido
que ressalta o pequeno pontinho, abaixo do meu
umbigo.

Chego à mansão ansiosa, minhas mãos estão


trêmulas. Seguro o embrulho com o presente de
Arturo em uma mão e na outra os documentos da
Cartier, estou ansiosa pra ver a reação dele ao saber
dos bebês, me sinto feliz e confiante como há muito
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tempo não estive. Ando pelo Jardim que leva até a


entrada, tudo nessa casa me lembra de nós dois e
pensar que quando entrei aqui pela primeira vez a
odiei. Desse lugar, agora só tenho lembranças
minhas com Arturo, amo essa casa assim como
amo o dono dela. Eu já imagino Arturo construindo
uma casinha na árvore pros nossos filhos, três
balanços e as crianças correndo pelo quintal atrás
de um cachorro, agora tudo será diferente, o
fantasma já não existe mais, podemos construir
nosso futuro. Entro em casa e paro pra observar a
decoração, foi mais de um ano morando aqui, cada
canto me lembra o que vivemos.
— Dona Verônica, o que a senhora está
fazendo aqui? — pergunta Nina assustada, com a
minha presença.
— Calma, Nina, dessa vez eu e Arturo não
iremos brigar. — Antes que ela responda um

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relâmpago atinge o céu avisando que a chuva irá


cair, trazendo consigo uma tempestade.
— Dona Verônica, acho melhor à senhora
voltar outra hora. Amanhã, pode ser? — diz
nervosa.
— Ah, Nina, não se preocupe. Eu vim pra
ficar, não sabe da novidade que tenho, você vai
ficar tão feliz. Mas primeiro preciso falar com
Arturo.
— Ele não está! — fala aflita, parece que
esconde algo.
— Nina, Arturo marcou comigo hoje e nesse
horário, como ele não tá em casa, se vi o carro dele
lá fora?
— Por favor, dona Verônica volte outra hora,
eu não quero que a senhora sofra e muito menos o
seu Arturo.
— O que tá acontecendo, Nina? O que você
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não quer me falar?


— Ah, senhora, volta amanhã e conversa
com ele, por favor, faz isso por mim!
— Onde tá o Arturo, Nina?
— Dona Verônica...
— Ele tá lá em cima, não tá? — pergunto
incisiva já sabendo a resposta. Nem a deixo
responder, subo as escadas de dois em dois
degraus, com pressa demais pra parar. Chego à
porta do quarto e estaco.
Minha respiração fica presa na garganta, não
conseguia me mexer e nem desviar meus olhos,
senti uma dor tão insuportável, mortal.
Nesse momento eu sabia que com a mais
fraca brisa eu iria cair, naquela hora eu vi que era o
meu fim. Meu coração simplesmente já não batia
em meu peito, meus olhos já estavam sem vida e as
lágrimas desciam silenciosamente por meu rosto.
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Tudo parecia em câmera lenta em uma realidade


paralela.
A loira estava nua de quatro na minha cama,
eu poderia reconhecer seu rosto mesmo que se
passassem mil anos, Carolina! A maldita Carolina.
Arturo metia nela e dava tapas fortes e
estalados, fodendo como um animal, a fazendo
sussurrar e gemer alto. Ele de olhos fechados
rosnava a comendo por trás, ele continuou a se
mover com rapidez e força até abrir os olhos e
olhar pra mim, sorrindo cínico da minha dor. Eu
preferia ficar cega a ter visto isso, foi demais pra
mim. Porém, me forcei a ficar e assistir até o fim,
pra destruir por dentro todo sentimento que
restasse.
Me encolhi na parede aterrorizada demais
para me mexer, minhas mãos por instinto
procuraram meu ventre como se assim eu pudesse

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protegê-los da cena que se passava ali.


Eu fiquei no chão por alguns minutos
paralisada vendo tudo, Arturo comendo-a e me
olhando até o Arturo gozar, gritando, olho destruída
até que recuperando minhas forças eu me levanto
sem me importar com a porta que estava aberta, ou
com os ocupantes daquele quarto. Atirei a caixa
com os sapatinhos no chão junto com os papéis e
corri dali o mais rápido que consegui, meu choro
era silencioso, já não raciocinava mais. Nina tentou
me falar alguma coisa, mas eu não ouvi, só queria
sair dali, podia ouvir a voz de Arturo me
chamando, mas acho que era minha cabeça
pregando peças porque ele não viria atrás de mim,
ele está ocupado demais. Chovia muito, mas eu não
me importei com isso, queria que o mundo caísse,
quem sabe assim eu parava de sentir essa dor.
— Verônica, espere, Verônica! — grita

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Arturo segurando meu braço, me impedindo de


continuar. — Verônica, espera, me deixa falar —
olho pra ele com tanto ódio e mágoa.
— Tire essas mãos imundas de mim, seu
desgraçado. — Ele me solta e me olha espantado,
posso ver o arrependimento em seus olhos, mas já
não me importo. — Você nunca mais coloque essas
mãos imundas em mim.
— Verônica, eu não deveria ter feito isso, não
era para você ver aquilo — passa as mãos no rosto,
esfregando nervoso. — Eu agi por impulso, por
favor...
— Justo com ela, Arturo, com Carolina, eu
perdoaria qualquer outra, mas ela? Eu pensei que
não tinha sido só eu que sofri a perda do nosso
bebê. Mas agora vejo que meu filho não foi nada
pra você, estava na nossa cama com a assassina. —
Ele abaixa a cabeça, parece envergonhado. — Você

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queria me ferir? Queria me machucar? Parabéns,


Arturo, você conseguiu! Estou destruída, era isso
que queria? Se vingar? Você conseguiu, não sobrou
nada, não restou nada, e você fez questão de
esmagar os restos.
— Eu, eu...
— Jamais o perdoarei. Você conseguiu,
nunca mais te procurarei.
— Você também me traiu! Quem você quer
enganar, acha que eu não sei que você e David
estão juntos? — vocifera. — Esqueceu tudo que fez
a mim? A minha família? Mesmo que eu foda
Carolina mil vezes, nada irá apagar o que você fez,
as pessoas que destruiu, o quanto me quebrou.
— Eu não sou suja como você, não me
compare a você, Arturo. Eu jamais tive outro
homem além de você, eu sei meus pecados, assumo
eles, não me isento!! — grito chorando. — Eu

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apenas te amei, fiz de tudo pra reparar o meu erro,


conseguir seu perdão. Mas você me fez ver que não
importa nada do que eu tenha feito, você não irá me
perdoar. Não importa o quanto meu coração esteja
sofrendo, Arturo, não se pode amar por dois e hoje
consigo ver isso. Da pior forma possível — falo
triste desolada. Ele não responde, só me olha com
arrependimento, raiva, amor, ódio e traição,
consigo ver em seus olhos que ele não consegue
seguir em frente e dói, como dói, porque é um
ponto final. A chuva cai sobre nós deixando tudo
mais trágico.
— Eu cansei de lutar numa batalha perdida.
Eu desisto de você, desisto de nós dois.
— A dor que você está sentindo agora não é
pior do que a que eu senti, a traição que você sente
não é mais forte que a minha! — Seus olhos
queimam. — Eu teria perdoado, mais fácil você me

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trair com outro homem do que o que você fez. Não


consegue ver a destruição ao seu redor, o que você
causou? Porque você enxerga a sua dor e não a
minha, ou a das pessoas que você destruiu e deixou
no chão sangrando pelo caminho? Me diz,
Verônica! — Não respondo. — Pois é, considere
isso chumbo trocado, não é assim que se diz, meu
amor? — fala irônico.
— Você me dá nojo, Arturo, ainda tem a
coragem de dizer isso...
Um dia, senhor Arturo Santiago Cartier, você
vai se arrepender vai sentir a minha falta e a
saudade vai ser tão grande que vai apertar seu
coração. Vai chorar e cair em si pelo que me fez.
Vai olhar para nossas fotos e vai pedir a Deus para
que ele me traga de volta. Você pode se enganar
fingir que não dói que me esqueceu, mas tudo que
te restara será o vazio. Porque o que nós dois

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vivemos foi inesquecíl. Pode até conhecer novas


pessoas se apaixonar. Mas nada te fará tão feliz
quando eu fiz porque ninguém te amou como eu. E
será nessa hora que vai chorar de saudade minhas!
E vai lembrar que foi você que me expulsou da sua
vida. Vai Lembrar- dos nossos momentos na ilha,
dos meus sorrisos no nosso lago, do meu jeito, de
minhas palavras sinceras ao dizer que te amava. E
você vai se arrepender profundamente, por ter me
deixado partir! Eu serei apenas uma lembrança para
você e sabe por que, Arturo? Porque foi você que
me fez ir. O amor que eu sentia por você era
impossível. Sentia, Arturo, porque eu juro que a
partir de hoje eu deixarei de te amar. Quero que se
lembre de todas as coisas horríveis que me disse e
que elas fiquem marcadas na sua memória, para
que elas sejam a certeza que jamais te perdoarei.

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EPÍLOGO

"Você acredita em vida após o amor?"

Assim que ela saiu, fiquei sem saber o que


sentir, o que fazer. Suas palavras me machucaram
muito. Sei que não preciso esperar para saber que
sentirei sua falta, já estou sentindo. Tento descobrir
que merda deu na minha cabeça para ter tido essa
ideia. Eu queria machucá-la, mas agora me dei
conta da gravidade do que fiz. Me dá até ânsia, não
posso acreditar que fui capaz disso. Fico parado na
chuva vendo-a partir. Meu peito dói, eu sei que a
feri demais. E sei que ela não vai me perdoar! Me

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arrependo de ter deixado as coisas chegarem a esse


ponto. Terminei de quebrá-la. Sei que essa era a
intenção, mas não me preparei para a dor que senti
ao me vingar dela...
Volto para casa, vou até o quarto. Carolina
continua deitada na cama. Cama essa que um dia
foi minha e da minha mulher e que está manchada,
suja, profanada.
Evito olhar para ela, saber o que fiz e o
porquê faz ter nojo de mim, dela, de tudo... Como
pude?! Justo com Carolina. Inferno! Deus sabe a
dor que ela nos causou.
Penso em tomar um banho, esfregar meu
corpo e apagar esse erro de mim. Então depois,
quem sabe, procurar Verônica, para tentarmos
chegar a um acordo. Pedir perdão e ver se consigo
perdoá-la também. Porque ao mesmo tempo em
que sei que não posso viver sem essa mulher,

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também não consigo perdoá-la e esquecer tudo que


me fez. Estou confuso. Talvez... talvez lá no fundo
ela tenha algum sentimento por mim, e eu possa me
contentar com isso. O que não posso é ficar sem
ela. Ela é como o ar que eu respiro; só não sei como
superar tudo.
— Aonde você vai, Arturo? Você não vai
atrás dela, né? — fala Carolina de joelhos na cama,
tentando se aproximar de mim.
— Isso não é da sua conta, não te devo
satisfações!
— É da minha conta sim, olha o que
acabamos de fazer, vai falar que não sentiu nada?
Vamos voltar a ficar juntos. — Quase implora.
— Você é burra, caralho?! Apenas te fodi,
nada mais, te usei pra ferir ela. Você até é uma puta
gostosa, admito. Mas só serve pra isso, molhar o
pau e descartar!

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— Não, Arturo, você não pode dizer isso pra


mim, não depois de tudo que fiz pra estar com
você, está me magoando! — chora.
— O caralho que não posso, tenho nojo de
você!! Fui um imbecil ao te usar pra feri-la.
Pensando bem, era melhor ter pego uma puta
qualquer do que você! Apesar de tudo eu amo
minha mulher e nunca vou esquecê-la! Não importa
quantos corpos eu tiver, será ela que irei amar.
— Seu infeliz! Você me usou, desgraçado!
Eu te amo, te amei tanto e fiz tanta coisa por você!
Nenhuma mulher vai te amar mais do que eu te
amo! — grita com os olhos assombrados, chega a
me dar calafrios.
— Você pode até dizer que me ama! Só que
eu tenho desprezo por você! Você, Carolina, é pior
que os ratos de esgoto, imunda — digo e vejo-a
ficar branca, parecendo um fantasma.

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— Maldito! Tomara que ela nunca te perdoe!


— roga. — Duvido que um dia ela vá voltar a olhar
na sua cara! Depois de hoje, você merece ficar
sozinho, não só merece como vai!
— Some, caralho, vaza da minha casa antes
que te jogue na rua.
Em questão de segundos ela se veste e sai,
batendo a porta na minha cara. Assim que a porta
se fecha eu noto alguns envelopes no chão e uma
caixa branca com um laço. Verônica deve ter
deixado cair quando entrou no quarto. Pego o
embrulho trêmulo de nervoso, algo me diz que é
importante. Deixo os envelopes na penteadeira e
volto a olhar para a caixa, que é simples, mas
delicada, e abro-a ansioso. Envoltos em papel de
seda, encontrei três sapatinhos de bebê, todos
brancos.
Minha mente trabalha para tentar formar uma

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resposta para isso. Tiro um par de sapatos. Deus,


será o que to pensando? Não pode ser... No fundo
da caixa há um cartão:
"Parabéns, papai, estamos grávidos de
trigêmeos!!"
Minhas mãos tremem, uma lágrima cai. Não
é possível! Isso não pode estar acontecendo, não
agora. Trigêmeos? Verônica está grávida de
trigêmeos! Sinto falta de ar e coloco a mão no peito
tentando me controlar. Guilherme garantiu que ela
não poderia engravidar, quer dizer, que haveria
poucas chances, quase inexistentes. Não pode ou
pode? Fico confuso, desnorteado, toco um dos
sapatinhos pensativo.
Será que era isso? Verônica está grávida e
veio me contar? Guardo tudo dentro da caixa.
Preciso encontrá-la, ela não pode brincar comigo
assim. Vai ter que me explicar essa história direito.

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Corro para o banheiro para tomar um banho


rápido, tirar esse cheiro nojento de mim. Fecho os
olhos e vejo a expressão sofrida e triste de Verônica
chorando na porta do quarto. Penso em suas
palavras depois, em nossa briga, e dói, sei que a
machuquei muito. Será que ela está mesmo
grávida? Posso jurar que vi dor nos olhos dela, será
que ela me ama? Não consigo confiar nisso, não
depois de tudo. Por um lado, se ela não me amasse
não estaria sofrendo ou se humilhando tentando se
redimir. A dor que vi em seus olhos não era
fingimento. Me esfrego com força, a água quente
queima minha pele, mas não me importo. Quero
apenas tirar esse cheiro de Carolina de mim.
Lembro de todas as vezes que ela me pediu perdão,
todas as vezes que a humilhei. Nós dois fomos
vítimas das circunstâncias, das ações de David,
porém temos o poder de escolher, e ambos fizemos
nossas escolhas. Filhos... trigêmeos meus e de
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Verônica! O telefone toca sem parar, saio às


pressas para atender, na esperança de que seja
Verônica. Vejo o nome de Dimitri e atendo
imediatamente.
— Já tá sabendo da novidade, meu caro?
— Qual? — Respiro pesadamente. — Olha,
não to num bom momento, depois eu te ligo.
— Tem certeza? Não quer saber sobre seu
ex-sócio, David?
— Lógico que quero, caralho, para de merda
e fala logo.
— David foi encontrado morto ontem pela
madrugada, em uma casa no bairro Clerkenwell; foi
encontrado com um tiro na cabeça e o corpo
carbonizado. Também havia dois outros corpos.
Mandei analisar o DNA dos corpos para termos
certeza que desta vez ele morreu de verdade.
— Isso é bom demais pra ser verdade, ao
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menos uma notícia boa! Aquele filho da puta teve o


que merece.
— Suspeito que sua mulher e sua irmã
estavam metidas nisso. Irei deixar o resto por sua
conta.
Fico sem saber o que pensar, será que
Verônica está envolvida com a morte do David? Se
isso for verdade, ela não o amava? Desligo o
telefone num turbilhão de emoções. Ah, rainha, o
que foi que você fez? Eu preciso falar com ela
agora mais do que nunca.

Fui direto para o apartamento onde Verônica


estava, mas não a encontrei. O porteiro me disse
que ela não apareceu, e comecei a ficar
preocupado. A hipótese da gravidez muda tudo.
No apartamento da Amanda foi a mesma coisa. Ela
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havia viajado e Verônica não estava. Se Verônica


realmente estiver grávida, todo nervoso e estresse
podem afetar meus filhos. Ela ainda saiu sozinha,
andando na chuva... Diabos! Se algo acontecer com
ela e com meus filhos a culpa será toda minha.
Dirijo para a Cartier, Ellie chegou e foi direto
para a empresa, a equipe toda foi chamada. Nosso
melhor mestre em lapidação foi convocado, eu
queria continuar procurando por ela, mas estavam
todos à minha espera, então tive que ir para a
empresa primeiro. Mas, na minha mente, não
conseguia parar de pensar em onde ela poderia
estar.
A reunião foi satisfatória, o diamante era
lindo e será lapidado. Ele é a esperança da Cartier
sair dessa fase ruim. Quando uma pedra como essa
é encontrada, pessoas poderosas do mundo inteiro
pagam fortunas para ser o dono dessa maravilha da

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natureza. Um diamante de 5,03 quilates, que batizei


de Aurora Green, poderá ultrapassar os vinte
milhões de euros, segundo as estimativas iniciais.
Já nos preparamos para o leiloar no final deste mês,
quando é o aniversário da empresa, mostrando que
a Cartier não morreu, e sim está mais forte do que
nunca.
— Esse diamante trata-se do maior diamante
verde de que se tem notícia e, segundo o GIA, se
descreve como VS2 com a lapidação retangular.
Com os cantos cortados será perfeita — fala o
artesão responsável.
— Seu nome vem da cor das Auroras Boreais
do Ártico. Precisamos de todos trabalhando pra
divulgar isso na mídia. — Ainda não tinha voltado
a minha sala após a reunião, quando me lembrei
dos documentos que Verônica deixou junto à caixa,
e antes de sair coloquei no meu paletó.

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Abro e vou lendo um por um. Neles,


Verônica me devolve não apenas a Cartier como a
Serra Azul. Há uma cópia de um processo judicial,
uma ação que Verônica moveu contra David, onde
ela ganha em primeira instância o direito a
cinquenta por cento da mina.
Por fim, um último documento no qual
Verônica me entrega esses cinquenta por cento, e
um comprovante de transação bancária; dezessete
milhões de euros foram depositados em minha
conta. Dezessete milhões? Uma parte do dinheiro
desfalcado. Minha cabeça fica confusa. Ela me
disse que devolveria tudo. E não mentiu, dizia a
verdade, e pior, me deu a sua parte, a parte que o
David comprou com o dinheiro dela.
Me sinto um lixo, eu deveria ter acreditado
mais nela. E pensar que ela foi me entregar tudo
isso e eu acabei com qualquer chance que

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tínhamos.
Minha porta abre com tudo, e um furacão
baixinho e loiro passa por ela.
— Seu desgraçado! O que fez com ela? O
que fez com ela?! — grita Alice, minha irmã
bastarda.
— Do que tá falando? Quem te deu
autorização pra falar assim comigo? Ainda mais
para entrar aqui? — pergunto bravo.
— Não preciso de autorização! Eu entro onde
quiser e você, seu infeliz! Eu sei que fez alguma
coisa pra ela, ela não estaria daquela forma se não
fosse você!!
— Eu não sei do que tá falando, bastarda,
mas é melhor você sair daqui, antes que eu me
irrite! — deixo claro o tom de ameaça.
— Não ouse tocar um dedo nela! —
Guilherme fala abraçado a uma mulher e entrando
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na minha sala.
— Então controle ela se não quer que nada
aconteça. — Que vão à merda, todos. — O que é
isso? Uma reunião em família? Já aviso que estou
em um péssimo dia.
— Conta pra ele, Guilherme! Conta pra ele
como ela estava! — grita ela, Guilherme a manda
ficar quieta e nem dou ouvidos para o que Alice
fala, quando reparo na mulher que Guilherme
abraça.
— Paloma?!
Fico em choque, paralisado ao ver o seu
estado. O cabelo cortado, mais magra e com
olheiras profundas, um corte no supercílio e toda
machucada. Parece ter sido espancada, parece um
cadáver sem vida. Me aproximo rápido, abraçando
ela assustado.
— Paloma! Fala comigo. Quem fez isso?! —
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Ela não responde, parece anestesiada, em outro


mundo. — O que aconteceu com ela? Quem fez
isso com você, Paloma? — pergunto novamente. —
Foi o Wallace? Você tem que me dizer, que eu vou
acabar com a raça dele, te juro, irmãzinha.
— Não foi ele — fala Guilherme. — É
melhor você se sentar, Arturo. Eu e Alice temos
que te contar tudo sobre a noite de ontem e sobre os
bebês.
— Ele não merece saber — fala Alice
irritada.
— Ele é nosso irmão, Alice, ele merece
saber.
— Mas você viu como ela estava? — insiste
já chorando.
— Eu sei, mas talvez ainda dê tempo de ele ir
atrás dela! — diz firme. — E é meu irmão, amor,
apesar de tudo ele é a minha família, nossa
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inclusive! — Depois que ele diz isso ela fica quieta.


Guilherme foi narrando tudo o que houve e
eu fiquei paralisado. David, aquele fodido
psicopata, não acredito que Verônica e Paloma
estiveram reféns dele! Queria ter o poder de
ressuscitá-lo, apenas para ter o prazer de acabar
com a raça daquele filho da puta! Minha irmãzinha,
o que aconteceu com ela... Deus, mesmo com tudo
que aconteceu ainda a amo. Lembro dela brincando
de boneca, sempre me seguindo. E Verônica... Não
consigo sequer pensar.
— Verônica atirou nele, Arturo, ela atirou no
David e salvou a Paloma, não sabemos o que seria
dela se ela não tivesse feito isso! Talvez nem ela e
nem Paloma estivessem mais aqui — fico
horrorizado só de pensar, o ódio me corrói e sei que
preciso me desculpar e conversar com ela.
Encontrar um caminho para superar tudo isso, para

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sermos uma família, sermos finalmente felizes.


Ando de um lado para o outro, pensando no que
fazer, até ouvir a voz rouca e abatida de Paloma.
— Carolina.
— O que disse? — Não consegui ouvir.
— Carolina, foi ela que me levou até o David
— fala baixinho, e chora. Sinto dificuldade de
respirar... Não, não é possível... me escoro na mesa
porque sei que nesse momento posso cair no chão,
só com o impacto de suas palavras.
— A Carolina e o David, você tem certeza,
Paloma?
— Tenho, tenho sim, foi ela. — Ela tem o
início de uma crise e Guilherme a ajuda, me
desespero vendo o quanto ela está mal.
— O que eu fiz, o que eu fiz? Ela sequestrou
minha irmã e eu fiz aquilo... Verônica, meus
bebês... — Sinto dificuldade de respirar, parece que
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tudo ao redor está me engolindo.


— Guilherme, Verônica está grávida, o
sequestro teve alguma sequela?
— Você sabe sobre os bebês? — pergunta
Alice espantada.
— Ela me procurou hoje mais cedo. Acho
que ela iria me contar! — Deus, que merda fodida
foi que eu fiz?!
— Arturo, eu sinto muito. — Guilherme
demonstra pesar.
— Por quê? — pergunto confuso.
— A gravidez, Arturo, Verônica não irá
conseguir levar até o fim. Ela até poderia ter uma
chance se escolhesse um dos bebês, mas não todos!
O útero dela não é capaz de aguentar uma gestação
de múltiplos, o colo irá se romper. Nós poderíamos
tentar salvar um bebê, mas três seria inviável.
— Você está dizendo que nós temos que
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escolher um dos nossos filhos e matar os outros?


Que tipo de médico é você?! — olho para ele
horrorizado.
— Desculpa, meu irmão, mas é a única
chance. Não só os bebês correm risco de vida,
como a Verônica também.
— Você entende agora, Arturo? Ela precisa
de você nesse momento, tudo que precisava era do
apoio do pai dos filhos dela. Precisava ver como ela
estava, toda molhada, desesperada, chorava sem
parar. Eu tentei convencê-la a esperar, se acalmar,
mas não, ela não me ouviu! — Alice aponta o dedo
com raiva e a ignoro.
— Onde ela está? Eu preciso falar com ela!
— pergunto desesperado.
— Ela foi embora, Arturo, Guilherme e eu
tentamos convencê-la, mas ela se foi, ela fugiu de
Londres, fugiu de você. — Alice acusa e o chão

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some sob meus pés.


Não espero ela dizer mais nada. Saio da sala
em disparada, meu peito arde e as lágrimas tomam
conta da minha visão. Ela não pode ter fugido! Eu
preciso encontrá-la, nós precisamos conversar.
Acelero pela avenida principal e corro a mais
de cento e vinte por hora. Meu celular toca, mas
ignoro quem quer que possa ser; eu preciso chegar
ao aeroporto antes que ela fuja de mim. As
lágrimas embaçam minha visão, e a imagem dela
com a barriga grande me vem à mente, enquanto eu
a acaricio, sentindo meus filhos mexerem. Faço a
curva em velocidade na avenida Thomás Rilew e,
de repente, sinto um impacto violento em meu
carro. Bati em uma Mercedes vermelha! Sinto uma
dor forte na cabeça e logo depois tudo fica escuro.

UM MÊS DEPOIS
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Estou aqui, sentado à minha mesa,


pensando...
Naquele dia, acordei no hospital e fiquei
sabendo que tinha atropelado duas senhoras com
meu carro. Por sorte ninguém se machucou
gravemente. Com o impacto em minha cabeça,
acabei desmaiando.
Naquele mesmo dia, eu só precisava sair do
hospital para ir atrás dela... mas já era tarde demais.
Verônica não estava na cidade, embora no
aeroporto não houvesse nenhum registro de viagem
em seu nome. Procurei por toda parte, mas ela tinha
simplesmente sumido.
Olho para seu porta-retrato, uma foto que
tiramos no lago, no dia em que fizemos um
piquenique. Sinto tanto a sua falta.
Eu não parei de procurá-la um só dia, cada
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canto dessa cidade foi vasculhado. Revirei o país, e


nada dela, nem mesmo uma pista de onde ela
poderia estar. Eu sei que depois do que fiz ela
jamais vai me perdoar. Me sinto arrasado, morto
por dentro! Não quero apenas seu perdão, quero
meus filhos comigo, poder vê-los, abraçá-los, amá-
los. Minha vida está sendo um inferno sem ela. Já
não nego que sinto sua falta, que preciso dela como
de ar para respirar. Me pergunto por que ela foi
cruel em partir carregando meus filhos... Repasso
palavra por palavra dita. Foi de fato uma praga,
uma maldição; foi como se ela estivesse prevendo o
meu futuro. Tudo o que fiz nesse último mês foi
procurar por ela. Carolina foi presa e, dessa vez,
sem chance de liberdade. Seu julgamento foi
televisionado, e se tornou o escândalo do ano. Ela
gritava transtornada que se vingaria de mim e de
Verônica.
Scott pediu demissão. Até tentei conversar
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com ele, mas foi irredutível. Estava abatido e


magro, e no mesmo barco que o meu: Amanda
tinha fugido dele, assim como Verônica fez
comigo. Nossa amizade se desintegrou, eu sinto
que perdi meu amigo para sempre. Ele me culpa
pelo que aconteceu com Amanda e com Michael.
Provavelmente ele vai voltar para a Alemanha.
Amanda nem mesmo a demissão assinou,
simplesmente desapareceu, deixando a empresa um
caos. Minha vida parece ser dividida em duas
partes: antes e depois de Verônica. Ela entrou em
minha vida e bagunçou tudo. Eu tinha uma vida
perfeita, tranquila, e amava a minha liberdade,
tinha tudo planejado. Mas aquela desgraçada
apareceu e bagunçou tudo, roubou meu coração e
me deixou aqui no vazio. Também não posso negar
que fui feliz ao seu lado; mesmo agora, sabendo de
tudo que ela fez, eu ainda a amo, ainda a quero de
volta.
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A amei com loucura, amei como nunca


pensei ser capaz de amar. Ela foi meu mundo, e
agora, sem ela, me sinto perdido. Minha família,
que um dia talvez pode ter sido considerada
família, hoje são apenas cacos quebrados,
destruídos. Paloma é outra pessoa, está fazendo
tratamento psicológico, e talvez nunca volte a ser o
que era antes. E, para piorar, a mídia decidiu
persegui-la, agravando ainda mais sua situação.
Mamãe não faz outra coisa a não ser cuidar
dela e me culpar. A Verônica ela esqueceu, parece
que a perdoou depois de ter salvo Paloma.
Guilherme e Alice estão noivos e pretendem se
casar no final do ano. Papai voltou ao mundo
perigoso dos jogos e acabou tendo sorte, ganhou
uma grana alta. Mas sei que ele não consegue
deixar de jogar e uma hora a sorte acaba, seu vício
vai acabar o colocando em maus lençóis
novamente.
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E para mim... Bem, só sobrou dor, mágoa,


saudade e desespero. Quando penso que ela está
sozinha e grávida, correndo risco de vida... E pior
que não posso ajudá-la, nem a ela, nem aos meus
bebês... Dá vontade de acabar com a minha vida.
Ela não pegou suas coisas, suas roupas, nada.
Simplesmente desapareceu com a roupa do corpo.
Já estou tão desesperado que vasculhei as nossas
contas conjuntas, todos os cartões em nome dela,
mas não encontrei nada. Ela não tocou em um
centavo do nosso dinheiro. Acordei essa noite de
mais um pesadelo. Nele Verônica estava vagando
pelas ruas, sozinha e perdida, e a culpa era minha!
Eu admito meu erro, mas não tem como repará-lo,
ela sequer me deu essa chance. Tento fechar os
olhos à noite e não lembrar de seus olhos azuis me
acusando, cheios de lágrimas, mas eu não consigo.
Meu peito está pesado. Onde você está, meu
amor?! Fecho os olhos e me lembro do primeiro
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dia em que a vi... Verônica foi a única que havia


passado por todas as etapas da seleção para minha
assistente.
Cheguei na Cartier atrasado naquele dia, meu
humor estava péssimo. Problemas para todos os
lados e ainda tinha que entrevistar a minha futura
assistente.
— Senhor Cartier, que bom que chegou. A
candidata já está em sua sala, senhor ​— diz Suely,
assistente do Scott, que estava cuidando da minha
agenda até colocar alguém no lugar.
Nem respondo. Entro em minha sala, batendo
a porta. Sentada em frente à minha mesa estava ela.
Verônica. Aquela que seria a dona do meu coração.
Eu não tinha visto seu rosto ainda, pois ela estava
de costas para mim, mas mesmo assim eu pude
admirar suas curvas sem ela perceber. Ela vestia
um vestido preto comportado, mas justo em seu

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corpo, os cabelos presos em um coque despojado, e


saltos vermelhos.
— Bom dia, a senhorita deve ser Verônica
Montês — digo me aproximando dela e sentando
em minha cadeira.
— Bom dia, senhor Cartier, é um prazer
conhecê-lo — fala ela, erguendo o rosto e me
oferencendo a mão. Olhei em seu rosto e senti o ar
faltar quando nossas mãos de tocaram. Senti a
adrenalina tomando conta do meu corpo. Verônica
é a mulher mais linda que já tinha visto. Seus olhos
azuis eram tão profundos, e pareciam ler a minha
alma. Meu pau ficou duro feito rocha com o som
delicado da sua voz. Ali naquele momento eu sabia
que precisava tê-la para mim, que faria o que fosse
preciso para conquistá-la.
— O prazer é todo meu, senhorita Montês. —
disse com a voz rouca, embriagado com a sua

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visão.
Verônica sorriu e em seus olhos eu pude ver
uma chama queimando. A partir daí, as coisas
ficaram descontroladas e eu tentei a todo custo
conquista-lá. Mas a mulher vinha fugindo de mim.
Para piorar, Carolina me pressionava cada dia mais
a marcar a data do nosso maldito casamento. Mas
àquela altura eu já não sabia se haveria casamento.
Eu já não ia ao clube; ninguém conseguia me
satisfazer. Não quando minha mente andava
perturbada com a minha maldita assistente.
Verônica fazia questão me torturar com sua
maneira eficiente, sua postura impecável e seus
vestidos justos moldando seu corpo. Foi quando
ficamos presos no elevador da empresa que tudo
desmoronou.
— Senhor Cartier, será que vão demorar
muito para nos tirarem daqui? Tenho claustrofobia.

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— Ela disse, aparentando desconforto.


— Já disse pra me chamar de Arturo.
Verônica, eu não deixarei que nada te aconteça,
confie em mim. — Vejo sua pele se arrepiar e sei
que mexi com ela, sei que ela sente essa química
tremenda entre nós dois. É como se fôssemos
destinados a nos encontrar.
— Senhor, não acho prudente...
— Eu não aguento mais! Eu juro que tentei
me segurar, mas é mais forte do que eu. — Avanço
em sua direção, a erguendo contra a parede do
elevador e, no susto, ela abre a boca para dizer
algo, mas eu sou mais rápido e a beijo, arrancando
gemidos de seus lábios.
Desço, beijando seu pescoço, e mordisco de
leve a base. Ela geme alto e arranha meus braços
por cima do terno. Eu quase gozo nas calças apenas
a beijando. Sua boca é como uma fruta proibida.

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Tudo é diferente, sinto meu coração acelerar; eu a


quero para mim, ela precisa ser minha.
Preciso me enterrar nela, sentir sua bocetinha
quente ao meu redor, me apertando. Não aguento
mais e esfrego meu pau nela, e Verônica geme
excitada.
— Nós não podemos — fala com a voz
trêmula enquanto olha intensamente em meus
olhos.
— Podemos sim, Verônica. Você me quer
assim como eu te quero. Verônica, chega de lutar
contra o que estamos sentindo.
— Eu nunca estive com um homem — fala
me olhando envergonhada.
— Como isso é possível? Uma mulher
gostosa como você... — pergunto totalmente
afetado com a sua confissão.
— Eu prometi me entregar apenas àquele que
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fosse dono do meu coração, àquele que fosse meu


marido. E outra, senhor Cartier, o senhor está
noivo. Não posso me entregar a um homem que
pertence a outra.
Sou dispersado das minhas lembranças com
Ellie entrando na minha sala.
— Senhor Cartier, um motoboy entregou este
envelope pro senhor, não tem remetente.
— Tudo bem, Ellie — pego o envelope, o
abro e começo a ler sem acreditar: um pedido de
divórcio. Verônica entrou com o maldito divórcio!
Fico sem chão ao ler sua assinatura no papel,
ela quer se divorciar. No documento, ela
simplesmente abriu mão de tudo, dos nossos bens,
de pensão, tudo. Primeiro ela faz eu me apaixonar
por ela e depois me deixa assim, sem falar nada!
Me manda apenas o divórcio.
Uma pequena carta cai do envelope quando
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vou guardar o maldito pedido de divórcio.


Reconheço a letra de Verônica, e começo a ler a
bendita carta ansioso, esperando encontrar alguma
pista que me leve até ela.

"Querido Arturo,
Eu não sabia por onde começar, mas acho
que do princípio será melhor. Demorei esse mês
para te escrever, porque depois do que vi precisei
me reerguer. Eu não sabia se teria a chance de te
falar essas coisas. Por conta disso optei por uma
carta, eu queria de verdade que tudo fosse
diferente. Arturo, eu queria poder voltar atrás, em
tantas coisas, não ter nunca começado essa
vingança. Eu sinto muito. Sinto muito por ter te
machucado, por ter te enganado, por ter usado seu
amor por mim como arma contra você, contra sua
família. Sinto muito por tê-los atingido. Eu sinto

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muito por ter sabotado sua empresa, sinto muito


que você esteja sofrendo, e sinto muito que
indiretamente eu também tenha contribuído para o
nosso fim. Mas saiba que jamais imaginei que você
era inocente. Fui enganada assim como você, fui
vítima de alguém que eu acreditava amar e que
usou isso ao seu favor. Me usou em uma rede de
mentiras e destruições.
Eu posso ter entrado nesse casamento com as
piores intenções, mas tudo mudou. Eu me
apaixonei perdidamente por você, como não
poderia, não é mesmo? Você conquistou cada
pedacinho meu, com seu carinho, com seu amor.
Como não cair de amores por você, se você,
Arturo, era mais do que eu sequer poderia sonhar.
Estou te mandando o pedido de divórcio porque
esta é a última coisa que lhe devo: sua liberdade.
Estou colocando um ponto final nessa história que
começou toda errada. Quero que seja feliz com
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Carolina, ou qualquer uma que você escolher.


Agora, irei atrás da minha felicidade, em busca de
me encontrar. Eu vou lutar pelos nossos milagres,
irei lutar até meu último suspiro por eles.
Fui sua de corpo, alma e coração. Mas
estava cega demais pra voltar atrás, não só por
David, mas por todos que morreram naquela
cadeia. Me perdoe, mas todas as provas apontavam
para você e eu fui burra por acreditar. Esse foi o
meu maior erro! Eu jamais vou deixar de te amar,
Arturo. Você pode não acreditar, mas me destruiu
ver você sendo preso. Até cogitei a ideia de fugir,
só nós dois, fugir de todo esse maldito passado.
Mas então, outra vez fui enganada e agi por
impulso, e fui até a prisão. Menti pra você ao dizer
que não te amava, que te odiava. Quando descobri
toda a verdade era tarde demais. Eu sabia que
você não me perdoaria, entretanto eu ainda tinha
esperança, esperança que você veria a sinceridade
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de minhas palavras. Que perceberia que fui uma


vítima também. Logo depois que descobri sobre
nossos filhos, cheguei a pensar que eles eram um
sinal de Deus de que tudo daria certo, de que enfim
nós ficaríamos bem, mas eu estava errada. Seu
coração parece impossível pra mim, mas Deus
sabe que o meu é todo seu. Eu te amarei por mil
anos, talvez mais. Te amarei mesmo sabendo que o
nosso destino seja, ficarmos separados. Não se
culpe por não termos dado certo, a culpa não foi
somente sua, muito menos somente minha, ambos
culminamos para o desastre. Nunca se esqueça de
que eu te amei. Sempre fui sua rainha. Sempre
guardarei comigo todos os nossos momentos e,
quando chegar a hora de você conhecer seus filhos,
se eu conseguir aguentar até o final, eu prometo
que irá conhecê-los. Só não me peça para ficar aí e
ver você com quem estiver, isso me mataria. Nesse
momento nossos filhos precisam de mim e é neles
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que estou pensando.

Te amo, Arturo".

— Maldita Verônica...

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NÃO PERCA A
IRRESITÍVEL SEQUÊNCIA DE
ENTRE O AMOR E A VINGANÇA

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ENTRE O AMOR E A
DOR

Me preparo para a chegada dos meus três


anjos. Em um dos ultrassons descobri serem duas
meninas e um menino. Chorei de alegria por horas
quando soube os sexos, queria que Arturo estivesse
ali comigo. Mas essa foi uma escolha minha e,
contrariando todas as expectativas dos outros
médicos, a muito custo e sofrimento consegui levar
a gravidez até aqui. Encontrei um médico que
arriscou fazer uma cerclagem uterina em uma
grávida de múltiplos e com apenas dois meses de
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gestação. Foi um verdadeiro milagre, mas o doutor


Antoni Torres, ele foi o único que não achou
loucura da minha parte levar a gravidez até o fim,
fez de tudo para ajudar a salvar a vida dos meus
filhos, e junto com sua equipe conseguiram fazer o
milagre de manter minha gravidez até aqui. Está
sendo uma luta, mal posso sair da cama. O medo é
terrível que o peso sobre a minha barriga rompa o
frágil colo do útero, assim fazendo com que os
bebês nasçam antes da hora. Fui proibida de fazer
várias coisas como caminhar ou pegar peso, e me
sinto uma completa inválida. As dores são terríveis,
mas isso era esperado, são consequências do
procedimento. E ainda tem a terapia com a doutora
Reyes, recomendada por meu médico, porque
infelizmente eu estava entrando em depressão após
o fim trágico do meu casamento. Eu estava caindo
em espiral, num sofrimento sem fim, mas com a
ajuda de Claudia comecei a melhorar.
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O tratamento com ela foi a melhor coisa que


fiz. Claudia me mostrou que a culpa de tudo que
aconteceu não foi apenas minha; ela me ajudou a
refletir sobre tudo que eu vivi, tudo que aconteceu.
E se tornou minha única amiga aqui. E também tem
a Dulce, que tem sido uma segunda mãe para mim,
sem ela não teria conseguido chegar até aqui na
gravidez. Ela cuida da casa e me ajuda em tudo, se
não fosse por ela eu teria que ficar internada até os
bebês nascerem, mas com ela aqui meu médico se
sentiu mais seguro e me deixou em repouso em
casa. Andrade, meu motorista, me leva aonde
preciso ir, já que não posso dirigir em hipótese
nenhuma.
Ao chegar em casa, Andrade me ajuda a
sentar no sofá. Mal sento e Dulce já entra na sala.
— Dona Verônica, vai precisar de ajuda pro
banho? — pergunta Dulce, como uma mãe, me

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cercando.
— Odeio quando me chama assim, me sinto
mais velha do que sou. Sabe que você é mais que
uma empregada pra mim, está sendo uma segunda
mãe, então me chame de Verônica, por favor —
peço.
— Desculpe, querida, é a força do hábito!
Quer que eu prepare sua banheira?
— Eu queria era poder tomar banho sozinha,
não ser tão dependente — resmungo.
— Dona Ve... Ou melhor, Verônica, logo isso
vai passar. Sabe o perigo que seria você escorregar
no boxe do banheiro sem ninguém pra te ajudar?
Esses anjinhos são preciosos demais e requerem
muito cuidado.
— Será que é egoísmo da minha parte ficar
ansiosa pra eles nascerem logo?
— Claro que não, querida, é completamente
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normal; toda mãe fica ansiosa pra chegada dos


filhos, ainda mais no seu caso. Esses são presentes
enviados por Deus pra alegrar sua vida e logo eles
estarão em seus braços para amá-los mais que tudo
nesse mundo. O amor de mãe é maior do que tudo
que se possa imaginar, é inigualável, infinito.
— Eu já os amo tanto... daria tudo por eles,
são minha vida.
— Espere até ver seus rostinhos, então saberá
o que é o amor de mãe.
Depois de tomar banho e me vestir com a
ajuda de Dulce, entrei no carro ansiosa por mais um
ultrassom. Quero logo poder ver os três, adoro
quando estão abraçados na barriga ou quando um
chupa o dedo do outro, é incrível ver a ligação que
eles já têm mesmo dentro da barriga. Nunca irei me
arrepender da minha decisão, jamais poderia ter
escolhido apenas um deles.

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Passamos pela Avenida Del Alberche e vou


admirando a paisagem, o clima da Espanha é bem
mais caloroso que Londres, o sol sempre brilha por
aqui, mas infelizmente não conheço muito. Mal
saio de casa, minha rotina tem sido casa e hospital.
Das poucas vezes que saí fui apenas em lojas para
bebês, mas não consegui caminhar nem dez
minutos, que as dores já me tomaram. Também vou
ao consultório de Claudia, e agora minha vida se
resume a compras online para os meus bebês.
Assim que Andrade faz uma curva à direita e
para no sinal vermelho, um carro prata em alta
velocidade dispara em nossa direção. Fico em
pânico, assustada, alguns pedestres estão na faixa
nesse momento. Nós não pudemos fazer nada, foi
tudo muito rápido. Quando percebo, somos
atingidos pelo carro a nossa esquerda, e sinto o
impacto dos airbags acionados. Posso sentir meu
corpo dolorido. Coloco as mãos na barriga
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apavorada quando sinto a primeira pontada e grito


desesperada por Andrade, mas ele parece
desacordado. Por sorte o carro não parece muito
destruído, nosso carro é um modelo muito seguro,
mas mesmo assim fico em pânico. Toco minha
barriga e faço uma prece. Não, meus filhos não, eu
não posso perdê-los, Deus não permita isso. Do
lado de fora uma multidão se forma ao redor do
carro prata, que parece destruído; duvido que
alguém dentro dele tenha sobrevivido. Grito para
alguém me ajudar. Minhas pernas estão presas
pelas ferragens e o cinto de segurança machuca
minha barriga inchada de sete meses.
— Por favor, alguém!... Alguém me ajuda,
por favor! — grito desesperada. A dor é terrível; eu
noto o sangue escorrendo por minhas pernas e grito
ainda mais, desesperada por ajuda.
— Socorro, socorro!... Por favor, alguém...

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alguém me ajude!... Meus bebês... — Ouço o grito


de um homem desesperado. Ele, assim como eu,
grita por ajuda. Tento olhar para fora, mas não
enxergo quase nada. Vejo que ele segura uma
mulher nos braços e chora, ele não me nota. – Por
favor, me ajude. – Peço em pânico, mas os curiosos
não se mexem para me ajudar. Todos apenas
observam a cena. – Um médico, por favor –
imploro.
Uma mulher parece chamar o socorro. Não
sei, mas tenho medo que seja tarde demais.
— Por favor, me ajudem! Meus filhos... —
Quando digo isso, o homem que estava com a
mulher nos braços para e parece me notar, seus
olhos me encontram e vejo lágrimas caindo deles;
está desesperado, os olhos vermelhos, sujo de
sangue. Eu vejo a dúvida em seu olhar, ele sabe que
preciso de sua ajuda, mas parece com medo de

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deixar a mulher. Reparo que ela parece estar morta,


a quantidade de sangue que sai de sua cabeça é
muito grande para que ela possa sobreviver; já
parece sem vida e isso me assusta. Ele fica
agarrado ao corpo morto dela, beijando seu rosto,
sussurrando, falando que a ama, chorando e
tremendo. Penso em meus filhos
— Por favor, meus bebês... — Peço e até que
enfim ele se move e vem até mim, solta o cinto
com cuidado e tira minhas pernas das ferragens.
— O que está sentindo? — pergunta me
olhando preocupado.
— Meus bebês... — suplico num sussurro.
— A ajuda já deve estar chegando, precisa se
acalmar. Não se mexa, por favor.
— Meus filhos, eu tô com medo — choro
desesperada.
— Eu não vou te deixar sozinha. — Ele fica
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ao meu lado, mas dos seus olhos não param de cair


lágrimas; ele ainda olha para o corpo sem vida da
mulher e parece não acreditar no que está
acontecendo.
Menos de dois minutos depois a ambulância
chega, o corpo da mulher que estava com ele foi
levado. Ela estava realmente morta e eu pude ver a
dor terrível que ele estava sentindo, era de partir o
coração. Não soltei suas mãos um segundo, por um
lado com medo e por outro para lhe dar conforto,
nem mesmo quando os médicos me levaram para
dentro da ambulância.
— Por favor, salvem meus bebês — imploro
aos paramédicos da ambulância. O homem que
estava comigo entrega minha bolsa, que nem tinha
notado que ele tinha pegado. Reluto em soltar sua
mão, algo nele me traz conforto, me é familiar, mas
então sou levada ao centro cirúrgico. As dores são

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terríveis, estou em pânico. Como queria Arturo


aqui comigo. Deus, eu não sou forte o bastante, se
alguém me disser que os perdi, não vou aguentar,
vou morrer. – Imploro rezando, choro alto com
medo, descontroladamente.
— Por favor, não me deixem perder meus
filhos!
Todos ao meu redor me olham com pena e
isso me assusta, sinto que a situação é pior do que
aparenta e por isso peço — Chamem o doutor
Torres! — aos prantos. Uma enfermeira tenta me
acalmar, mas nada que ela diga parece funcionar;
só ficarei calma com meus bebês seguros. Em um
ato de desespero, com medo que algo me aconteça
e eu não tenha quem cuidar dos meus filhos, peço
que alguém me traga um telefone. A dor é intensa,
mas meu médico já foi chamado. Choro porque sei
que meus filhos estão muito pequenos, ainda não é

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a hora, sete meses não são o suficiente. Uma


enfermeira me traz um telefone e eu disco seu
número que sei de cor, posso até guardar mágoas,
mas nesse momento nada disso importa, apenas
Arthur, Safira e Cristal. O telefone chama e a cada
toque uma nova dor me atinge... Começo a ficar
ofegante, o suor escorre pelo meu corpo. Quando já
estava quase desistindo, ele atende.
— Alô? — fala um Arturo seco e mal-
humorado, com a voz estranha. Parece bêbado,
talvez.
— Arturo? — falo trêmula, ofegante.
— Verônica, é você?...

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