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Disponível em : https://plataformaintegrada.mec.gov.br/recurso/359573
Orientação e Coordenação
Profª. Drª. Joanneliese de Lucas Freitas
Assessoria Editorial
Lívia Mendes Miyasato
Revisão Ortográfica
Profª. Drª. Vera Aparecida de Lucas Freitas
Ilustrações e Diagramação
Annaluz Emília Strijker
Heloisa Pereira Machado
Agradecimentos especiais
Amanda Sartor
Eduarda Sedrez Schollemberg
Francisco de Souza Filho
Rosana Martins
Sandra Cristina Weller Karpem
Eunice Aparecida Celuppi Casaril
Juliana Bueno
LABORATÓRIO DE PSICOPATOLOGIA
FUNDAMENTAL UFPR
Apresentação
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Sumário
Referências .25
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A morte e o luto infantil:
questões iniciais
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Mitos sobre o luto infantil
A criança é muito
nova e é incapaz de
compreender a morte.
Se a criança não
demonstra tristeza ela
não está enlutada.
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Afinal, o que é o luto?
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Sentimentos como tristeza, culpa, raiva, ansiedade, confu-
são, podem ser comuns e esperados. Entretanto, outros como
alegria e alívio, não tão esperados quando se perde alguém,
também podem estar presentes. Logo, a vivência de cada pes-
soa precisa ser considerada naquilo que é único da relação
perdida. O enlutado não deve ser julgado ou condenado por-
que cada ser humano reage de um jeito à perda.
A criança se enluta?
Sim. Os adultos tendem a olhar a
criança a partir de seu próprio ponto de
vista e, por isso, muitas vezes não com-
preendem que ela vê o mundo de for-
ma diferente. Ainda que a criança tenha
menos formas de entender aspectos da
vida e da morte, a depender da sua ida-
de e nível de desenvolvimento, ela vive
a perda na medida em que não conse-
gue mais se relacionar, tal como antes,
com este alguém que perdeu.
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Mitos sobre o luto infantil
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A perda e a dor são
fenômenos que fazem
parte da vida
Todos irão em algum momento da vida lidar com per-
das, luto e morte. Seja com a morte de algum ente querido, de
alguém conhecido, de um animal de estimação, ao se relacio-
nar com alguém enlutado, por meio de materiais divulgados na
mídia ou de outras formas. As crianças, portanto, entrarão em
contato com essas experiências em algum momento de suas
vidas e os responsáveis podem ajudá-las, desde pequenas, a
como lidar com as perdas.
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irmão morresse e isso aconteceu”) e de abandono (“Me com-
portei mal e minha mãe me abandonou”), por exemplo. Assim,
uma vez que o silêncio provoca a desproteção, é de muito
importante falar sobre a perda, a doença e a morte.
Falar de adoecimento e
morte com as crianças
é gerar sofrimento
desnecessário?
Não. A criança entende que algo está acontecendo, não
ignore ou menospreze sua capacidade de percepção. A criança
percebe o que está acontecendo ao seu redor e sente a perda
na sua vida: o luto infantil existe! É comum que adultos quei-
ram poupar a criança de sentimentos de tristeza ou sofrimen-
tos, porém, o tema da morte não deve ser evitado. Uma vez
que a percepção, os sentimentos ou a confusão da criança são
reais, esses não podem ser ignorados. Esconder a morte da
criança não vai protegê-la do sofrimento, pelo contrário,
pode intensificá-lo. Portanto, a ajude a entender seus senti-
mentos, dúvidas e interpretações sobre os fatos que também
dizem respeito a sua própria vida.
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Quem pode falar com
a criança após uma
perda?
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Quando falar com a
criança?
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Respeite o desenvolvimento da criança.
As crianças nem sempre possuem formas de compreen-
der a morte e a perda tal como os adultos e seu entendimento
muda conforme vão se desenvolvendo, portanto, é importante
respeitar as ferramentas que possuem e se adaptar a elas. Por
um lado, não subestimar sua capacidade de compreender o
que está acontecendo. Por outro, não apressar assuntos rela-
cionados à notícia da morte dos quais a criança se sinta distan-
te e não confiante para conversar com você.
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Respeite o tempo e as vontades da
criança.
Pergunte à criança o que ela gostaria de fazer diante de
uma situação de luto. Faça aquilo que a deixe confortável e
não a apresse para conversar sobre o assunto. Podemos falar
sobre morte, perdas, sofrimentos e tristezas com as crianças,
mas sempre respeitando sua vontade.
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Como falar sobre morte
com crianças?
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Preze por uma comunicação
simples e acessível à criança.
Use uma linguagem objetiva e simples. Evite usar termos
formais como “falecimento” ou “óbito” sem explicá-los para a
criança e, caso necessário, adapte sua linguagem para falar do
assunto. Isso pode ser feito usando desenhos, livros (como O
guarda chuva do vovô, Cabine telefônica do sr. Hirota, Vazio, O
livro do adeus e Menina nina: duas razões para não chorar), mú-
sicas, como Missing You (Saudade; https://bit.ly/2UGA3fi) e até
filmes (por exemplo, Rei Leão, Bambi e Viva - A vida é uma festa).
Além disso, deixe claro que a pessoa não vai mais voltar,
explique a causa da morte e evite metáforas ou eufemismos
(falar em viagens, que a pessoa “bateu as botas”, “está descan-
sando”, “está dormindo para sempre” ou que “Deus levou”).
Isso pode resultar em concepções confusas em relação à mor-
te e à perda. Por exemplo, a criança pode esperar pelo retorno
do falecido, ter medo de dormir ou não compreender a ideia de
finitude das coisas.
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Ofereça um espaço seguro para
que ela possa tirar dúvidas.
Na medida do possível, converse abertamente com a crian-
ça sobre a situação e ofereça espaço para ela tirar dúvidas.
O luto e a morte podem ser um momento em que a criança vai
aprender coisas novas e você pode ser parte de sua rede de
apoio, ajudando-a em suas dificuldades, medos e inseguranças.
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Rituais de despedida
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Realize atividades que ajudem a lidar
com a perda.
Algumas tarefas podem auxiliar a criança a lidar com a
perda, por exemplo, a lembrando do que ela sentia pela pessoa
querida, ajudando-a compreender como ela está se sentindo
no momento ou a entender como viver seu próprio luto. Algu-
mas dessas atividades podem ser: fazer um desenho, escrever
uma carta, fazer uma caixa de lembranças, guardar um objeto
que represente o sentimento que tem pela pessoa perdida ou
qualquer atividade que a criança fazia com a pessoa que fale-
ceu, entre outras.
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Como saber se a criança
precisa de ajuda
profissional?
Em muitos casos, mais do que observar como a criança
está lidando com a perda, é essencial entender como as
pessoas de sua rede de apoio estão. Caso não esteja sendo
possível oferecer suporte à criança, seja tirando suas dúvidas,
estando presente em seu dia a dia, ou mesmo tendo disponibi-
lidade para acolher seus sentimentos, talvez um psicólogo pos-
sa ajudar. Este profissional auxiliará não somente a criança, mas
a família e pessoas próximas a lidar com a situação.
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O luto não é algo a ser completado, com começo,
meio e fim. Lembre-se de que não há uma regra
de como viver essa situação e que cada criança a
experienciará de uma forma própria.
*O que foi discutido aqui pode servir de guia, porém deve ser adaptado
conforme a sua realidade.
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Referências
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