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COMO

SE FAZ?
DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS
COMO
SE FAZ?
DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS

Kallila Barbosa Queiroz de Santana


2021
© Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sa-
nar Ltda. pela Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou
reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob
quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou out-
ros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas
características gráficas, sem permissão expressa da Editora.

Título | Como se faz? Documentos Psicológicos


Editora | Fernanda Fernandes
Projeto gráfico e diagramação| Fabrício Sawczen
Capa | Fabrício Sawczen
Revisor Ortográfico | Karen Duarte
Conselho Editorial | Caio Vinícius Menezes Nunes
Itaciara Lazorra Nunes
Paulo Costa Lima
Sandra de Quadros Uzêda
Silvio José Albergaria da Silva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP)

B238c Barbosa, Kallila.

Como se faz? Documentos Psicológicos / Kallila Barbosa.– 1. ed.– Salvador, BA : Editora Sanar, 2021.
192 p. (Coleção Como se faz?).

Inclui bibliografia.
ISBN 978-65-89822-14-1

1. Atestados. 2. Documentos. 3. Laudos. 4. Preliminares. 5. Psicologia. 6. Registros. I. Título. II. Assunto. III. Barbosa,
Kallila.

CDD 150
CDU 159.9

ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO


1. Psicologia.
2. Psicologia.
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BARBOSA, Kallila. Como se faz? Documentos Psicológicos. 1. ed. Salvador, BA: Editora Sanar, 2021. (Coleção Como se faz?).

Editora Sanar Ltda.


R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office
& Pool, 3ro Andar - Caminho das Árvores CEP
41820-770, Salvador - BA
Tel.: 0800 337 6262
atendimento@sanar.com
www.sanarsaude.com
Autora

KALLILA BARBOSA QUEIROZ DE SANTANA

Mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universi-


dade do Estado da Bahia. Graduada em Psicologia pela Uni-
versidade Federal da Bahia. Professora em níveis de gradua-
ção e pós graduação, escritora, psicoterapeuta, parecerista,
supervisora e mentora profissional, com experiência com
Perícia Psicológica, Assistência Técnica. Perfil @deproposito-
porproposito.
Sumário
1. PRA COMEÇAR............................................................. 9
1. Documentos psicológicos............................................................ 11
2. O lugar do exame........................................................................... 15
3. Mapeamento de solicitação documental | ferramenta........... 17
Referências.......................................................................................... 21

2. PRELIMINARES.......................................................... 23
1. 1º Tempo: Instrumento científico-político................................. 25
2. 2º Tempo: Comunicação da Prestação de Serviços.................. 26
3. Respostas dos Exercícios.............................................................. 52
Referências.......................................................................................... 54

3. DECLARAÇÃO............................................................. 55
1. Abertura.......................................................................................... 55
2. Estrutura.......................................................................................... 57
3. Modelo............................................................................................. 58
4. Dúvidas Comuns............................................................................ 60
Referências.......................................................................................... 61

4. RELATÓRIOS.............................................................. 63
1. Introdução....................................................................................... 63
2. Relatório psicológico..................................................................... 65
3. Relatório multiprofissional.......................................................... 72
4. Dúvidas comuns............................................................................. 78
5. Mapa mental................................................................................... 84

5. PARECER PSICOLÓGICO............................................... 85
1. Introdução....................................................................................... 85
2. Estrutura.......................................................................................... 95
3. Check list......................................................................................... 98
4. Dúvidas comuns............................................................................. 99
Referências........................................................................................102
6. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..........................................103
1. Introdução.....................................................................................103
2. Conceitos.......................................................................................105
3. Planejamento...............................................................................111
4. Dúvidas comuns...........................................................................118
Referências........................................................................................122

7. ATESTADO PSICOLÓGICO............................................123
1. Atestado Psicológico...................................................................123
2. Exercícios.......................................................................................131
3. Estrutura........................................................................................132
4. Dúvidas comuns...........................................................................137
5. Respostas dos exercícios............................................................140
Referências........................................................................................142

8. LAUDO PSICOLÓGICO................................................143
1. Procedimentos de Coleta de Dados:........................................148
2. A Avaliação Psicológica..............................................................148
3. Meu Método de Elaboração.......................................................153
4. Dúvidas Comuns..........................................................................155
Referências........................................................................................158

9. EXTRAPOLANDO.......................................................159
1. Registros documentais...............................................................161
2. Objetivos da prestação de serviços..........................................167
3. Psicoterapias.................................................................................170
Referências........................................................................................173

10. CONSULTA RÁPIDA....................................................175


1. Documentos Técnicos.................................................................177
2. Demanda documental................................................................178
3. Finalidade documental...............................................................179
4. Fontes de dados para elaboração de Documento
Técnico Psicológico.....................................................................180
5. Declaração....................................................................................181
6. Atestado psicológico...................................................................182
7. Relatórios Psicológico e Multiprofissional..............................183
8. Laudo Psicológico........................................................................184
9. Parecer Psicológico......................................................................185
10. Considerações importantes.....................................................186
11. Registro Documental................................................................188
12. Prontuário Psicológico..............................................................189
CAPÍTULO
PRA COMEÇAR
1
O que você irá ver nesse capítulo:

✓ Documentos psicológicos
✓ O lugar do exame
✓ Mapeamento de solicitação documental | Ferramenta

“Quem elegeu a busca


Não pode recusar a travessia”
Guimarães Rosa.

Começar uma jornada normalmente não é tarefa fácil... Em


começos, há de se tomar decisões, escolher destino, traçar ca-
minho, preparar bagagem, contar com imprevistos. Se com-
prometer. Uma jornada começada tem obstáculo, tem cansaço
e tem respiros, no plural. Tem prazer. Tem orgulho. Tem legado.
Eu não sei em que etapa de sua jornada em psicologia estamos
tendo esse encontro, mas que bom que nos encontramos, que
estamos aqui.
Esse livro é um tanto diferente: ele não se propõe ser um
livro! Sei que pode parecer confuso, mas explico – meu objeti-
vo em uma proposta de Como Fazer documentos psicológicos
foi pegar em sua mão. Construí cada capítulo como conversas
numa caminhada e torço que assim chegue para você. Nem
de longe tenho a intenção de encerrar assuntos, ao contrário:
quero mesmo é abrir possibilidades! Mais que me ocupar sobre
o que eu não disse, fiz questão de focar no que precisava dizer.
É uma caminhada, enquanto você atuar profissionalmente.
9
CAPÍTULO 1

Minha intenção aqui é te fazer par num trecho de sua Jornada,


por vezes tão solitária, enquanto também vou fazendo, de cá,
a minha própria caminhada. E estar junto é muito bom!
Antes de mergulharmos especificamente no tema desse li-
vro, Documentos Psicológicos, quero te convidar a pensar so-
bre a sua escolha profissional, pois acredito que estar aqui não
é apenas sobre um conteúdo novo, uma qualificação ou
capacitação profissional (ou não deveria ser). Você lembra
porque escolheu a Psicologia? Lembra, lá atrás, o que te fazia
brilhar os olhos, o seu e somente seu motivo de querer fazer-se
“psi”? Para te provocar nesses resgates de memória, lanço aqui
algumas perguntas (que usaremos muitas vezes!!):

PERGUNTAS FUNDAMENTAIS

1. Por que você faz o que faz?


2. Para que faz o que faz?
3. Para quem faz o que faz?
4. Quando você faz?
5. Como faz?

Essas não são provocações simples e, se por acaso, elas


não mexeram “aí por dentro”, arrisco dizer que você ficou na
“superfície do pensamento”. E, tudo bem, é escolha. Mas, acre-
dite colega, para que mergulhemos fundo em algo, fazer algu-
mas conexões, investir em resgates são importantes porque
nem sempre estaremos motivados, nem sempre colheremos,
de pronto, frutos desejados. E, estar aqui, revela sobre tempo
de plantio. Te convidar à lembrar de você, de seus motivos é
minha maneira de fazer você vir comigo nessa jornada até o
fim, mesmo que nem sempre tão animada, mas sempre de
propósito.

10
PRA COMEÇAR

“O motivo para você procurar motivo pode ser o


de ser o melhor terapeuta que puder, ajudando
pessoas a serem também melhores que quando
te encontraram pela primeira vez. Eu penso que
esse é um motivo e tanto para que você ouse nas
profundezas e se encontre com seu motivo. Acre-
dite, a motivação para cuidar de pessoas, isso que
você escolheu, deve ser algo muito, muito pessoal
e só em um encontro profundo, você se (re)conec-
tará com o seu porquê1”.

Quando escolho esse caminho de lembrar “por que faze-


mos o que fazemos” faço com que renovemos nossos votos
com nossa escolha de exercício profissional - somos convoca-
dos a honrar nosso compromisso de sermos profissionais ca-
pacitados para as demandas que assumimos – eu e você pro-
metemos agir com ética na colação de grau, lembra? Buscar
ser profissionais melhores é bancar a jornada de investir: em
tempo, em grana, em prática, em supervisão. É arriscar, testar,
ajustar. E vamos cá começar mais uma travessia. Vuuumbora!!!

1. DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS

Vou começar por uma confissão: há anos esperava um novo


conjunto de regras e orientações para elaborar nossos diferen-
tes documentos técnicos! Fui formada na então recém vigên-
cia do Manual de Elaboração de Documentos de 2003, ensi-
nei muitos colegas com base nessa normativa e foram alguns
“rebolados” para manejar furos e lacunas. Em 2019 celebrei a
Resolução CFP nº 04, que logo foi revogada dando lugar à nor-
mativa atual. Ufaa, enfim, novos tempos!
Vou te contar algo sobre mim: sou apaixonada por comuni-
cação. Gente, em todo tempo nós estamos trocando informa-
ções, ideias, saberes, de diferentes e múltiplas formas. Cada um

11
CAPÍTULO 1

tem sua própria forma de se expressar e, particularmente, acho


isso de uma beleza singular. Os diferentes documentos téc-
nicos em psicologia são a nossa forma de dizer, por escrito,
nossos fazeres profissionais e deveríamos usar esse poder,
de propósito, a nosso favor; isso certamente nos diferenciaria!
Mas, ao longo de minha jornada, o que vi foi muito colega ávi-
do por “modelos documentais”, como se pegassem empresta-
do a voz, o estilo de terceiros para comunicar seu fazer. Lembro
de uma frase do Saramago que diz assim:

“No fundo, todos temos necessidade de dizer


quem somos e o que é que estamos a fazer e a
necessidade de deixar algo feito, porque esta vida
não é eterna e deixar coisas feitas pode ser uma
forma de eternidade3”

Quero (e torço!) muito que essa nossa jornada te apoie em


construir, deixar algo feito em que se orgulhe, que seja seu pas-
saporte para bancar seu estilo de comunicação escrita, com
método e técnica necessários para te deixar segura em escre-
ver sobre suas atividades profissionais em psicologia.
Esse nosso papo aqui ao longo dessa obra está baseado na
Resolução CFP 06/2019, nossa resolução de referência, quarta
normativa específica da nossa categoria profissional sobre
elaboração de documentos psicológicos. As resoluções CFP
030/2001, 017/2002 e 007/2003 são as anteriores – a leitura
vale a pena como referência evolutiva do assunto. Gente, nos-
so fazer profissional está condicionado a conhecer e seguir as
orientações normativas de nossa categoria profissional. A não
observância das regras constitui falta ético-disciplinar.
Eu não sei se você sabe, mas documentos psicológicos re-
presentam grande parte de representações contra profissio-
nais de psicologia junto aos Conselhos Regionais, com foco
especial para os Laudos Psicológicos4, última etapa do pro-
cesso de avaliação psicológica. Ora, veja bem, estamos falan-

12
PRA COMEÇAR

do de um documento privativo de nossa categoria, já que ele


é condicionado a um processo que só nós podemos, por lei
(Lei 4119/1962), realizar: deveríamos fazer com primor! Mas
a jornada ainda é longa.
Quando falamos de documentos psicológicos precisamos
entender que ele deve ser encarado como um instrumento
de comunicação escrita de nossa prestação de serviço. E,
quando solicitado, precisamos garantir que essa comunicação
cumpra a demanda e atinja a finalidade a que se propõe (isso
não significa contemplar o desejo de quem solicita). Aliás, essa
casadinha demanda-finalidade, que muitas vezes chamo de
‘díade’, é f-u-n-d-a-m-e-n-t-a-l para que elaboremos qualquer
documento escrito. Lá na frente vamos aprofundar esse
papo com uma ferramenta específica de Mapeamento de So-
licitação Documental. Mas preciso muito que tenha em seu
campo de visão que não há como seguir sem esse tripé:

Demanda Finalidade Destinatário

Aqui, o que farei agora é te dar uma visão geral, a partir de


um esquema, como se estivéssemos sobrevoando o terreno.
Ao longo de nossa jornada aqui, vamos aprofundar cada um
dos pontos, construindo cada vez mais seu conhecimento com
intimidade e confiança na elaboração. Vuumbora!

13
CAPÍTULO 1

Sistematiza uma Documentos Elaborado por


conduta profissional Psicológicos solicitação

Em processo ou Instrumento de Quem pode solicitar:


finalizado comunicação escrita • usuária(o) do serviço
de Psicologia;
• seus responsáveis
legais;
Sustentado por três Princí- • uma(um) profissio-
pios Fundamentais: nal específico;
• Princípios de Linguagem; • equipes multidisci-
• Princípios Técnico cientí- plinares;
ficos; • autoridades;
• Princípios Éticos. • produto de um
processo de avaliação
psicológica.

Modalidades de
Documentos

Relatório Atestado Laudo


Parecer
Declaração Psicológico e/ou Psicológico Psicológico
Psicológico
Multiprofissional

Não condicionados à Condicionados à


processo de Avaliação processo de Avaliação
Psicológica Psicológica

14
CAPÍTULO 1

1. O que o solicitante quer informar com o docu-


mento (demanda)?
Pense no conteúdo do documento, certo? O que se
quer dizer, informar? Para que você tenha um posicio-
namento técnico sobre esse conteúdo, precisará fazer
avaliação psicológica?

2. Para que se quer informar o descrito no item 1


(finalidade)?
O desejo de informar sobre o conteúdo é para que?
O que o sujeito supões de beneficio com esse compar-
tilhamento? Quem receberá essa informação (qual o
papel e o poder decisório)?

3. Por que se quer informar o descrito no item 1


(motivo)?
O que motiva o sujeito a querer informar o descrito
no item 1?

4. Qual o caminho para cumprir demanda-finalida-


de (como fazer)?
Você já tem os dados necessários para realização
do documento? Precisará produzir diagnóstico? Qual
o melhor caminho para atender a solicitação?

Qual documento melhor atende a solicitação:


_______________________________________

18
PRA COMEÇAR

REFERÊNCIAS

1. Barbosa, Kallila (coord.). 101 Ferramentas terapeuticas em Psico-


logia. Salvador: Sanar, 2019.
2. Cortella, Mario. Porque fazemos o que fazemos. São Paulo:> Pla-
neta, 2016.
3. Saramago, José. La Provincia. 1997.
4. Shine, Sidnei. Andando no fio da Navalha: riscos e armadilhas na
confecção de laudos psicológicos para a Justiça. São Paulo, 2009.
5. Foucault, Michael. Vigiar e punir: história da violência nas prisões.
Petropolis, RJ: Vozes, 1983.
6. Lourenço, Arlindo; Ortiz, Marta; Shine, Sidney. Produção de do-
cumentos em Psicologia: prática e reflexões teórico-criticas. São
Paulo: Vetor Editora, 2018.
7. Barbosa, Kallila (coord.). 101 Ferramentas terapeuticas em Psico-
logia. Salvador: Sanar, 2019.

21
CAPÍTULO 2
PRELIMINARES

O que você irá ver nesse capítulo:

✓ 1º Tempo: Instrumento científico-político


✓ 2º Tempo: Comunicação da Prestação de Serviços
Parte I |"Considerandos"
Parte II | Princípios fundamentais
✓ Respostas dos Exercícios

Confesso que foi difícil nomear esse capítulo, já que, por se


tratar de um livro para profissionais de psicologia sobre como
fazer diferentes documentos técnicos escritos, provavelmente
você está ávida para saber o principal: elaborar qualquer um
dos documentos descritos em nossa resolução de referência
sobre o assunto! Mas calma aí, pois a gente precisa começar
com algo que antecede “o principal”, que metaforicamente
chamo de “o topo da pirâmide” e aprofundar nas camadas que
sustentam o topo, desde a base, os fundamentos e é por isso
que estamos aqui nas preliminares! Quando somos demanda-
das a produzir um documento, a ponta da pirâmide, teremos
que “mergulhar”, aprofundar, acessar todas as camadas que
compõem a pirâmide ou ela não se sustentará. Vamos a um
esquema para ilustrar o que estou falando:

23
CAPÍTULO 2

Documento

Metodologia e
Ancoragem Teórica

Normas
regulamentadoras

Código de Ética
Profissional

Chamar esse momento do livro de Preliminar dá a dimen-


são de toda essa prévia, essas camadas super importante e
necessária para nos preparar para a produção documental
propriamente dita e é exatamente isso que nós vamos fazer
aqui nesse capítulo, em dois tempos: refletir sobre o lugar e
papel dos documentos emitidos por profissionais de psico-
logia, entendendo esses materiais através de suas dimensões
científico-política e estudar os Considerandos e os Princípios
Fundamentais: os Princípios de Linguagem formal escri-
ta, os Princípios Técnico-científicos e os Princípios Éticos
descritos na nossa resolução CFP 06/2019¹, esse conjunto de
orientações e regras para a produção documental por profis-
sionais da psicologia como instrumento de comunicação de
nossa prestação de serviço.

1º Tempo: 2º Tempo:
Instrumento Comunicação da
científico-político Prestação de Serviço

Eu sugiro fortemente que você não pule essa parte, mesmo


estando com vontade - o que vamos ver aqui são os pilares
de qualquer bom documento técnico: no primeiro tempo, o

24
PRELIMINARES

Mesmo depois desse esquema para ratificar sobre nossa


atuação profissional independente de que área estejamos fa-
lando, quero marcar aqui com você outras considerações im-
portantes. Veja que foi usada diversidade para qualificar os
conhecimentos, técnicas e procedimentos de nossas presta-
ções de serviços, obviamente que devidamente reconhecidos
pela comunidade científica. Aqui deixo bem claro que não há
delimitação em relação à abordagem teórica, mas implicita-
mente a sua competência de manejo. Se ligou?

CONSIDERANDO que a(o) psicóloga(o) deve atuar com au-


tonomia intelectual e visão interdisciplinar, potencializando
sua atitude investigativa e reflexiva para o desenvolvimento
de uma percepção crítica da realidade diante das demandas
das diversidades individuais, grupais e institucionais, sendo
capaz de consolidar o conhecimento da Psicologia com
padrões de excelência ética, técnica e científica em favor dos
direitos humanos;

Quero fazer algumas perguntas para você, com o objetivo


de ampliar sua reflexão acerca dos conceitos super importantes
trabalhados nesse “considerando”. Minha sugestão é que você
pare um tempo para responder essas questões, entender suas
representações mentais em relação às expressões expostas*:

1. Para você, o que significa autonomia intelectual?


2. O que é ter uma visão interdisciplinar?

Sugiro que, depois de responder essas questões, você ex-


plore outros saberes, pesquise, considere outros entendimen-

* Não temos uma resposta certa, o objetivo aqui é que seja um gatilho para você pen-
sar sobre essas dimensões já que elas, inclusive, justificam a nossa norma de referência
e deveriam embasar nossa prática profissional.
31
CAPÍTULO 2

tos além do seu. Isso fará com que amplie sua percepção con-
ceitual e fortaleça sua concepção de saber. Continuemos.

CONSIDERANDO que a(o) psicóloga(o) deve: construir argu-


mentos consistentes da observação de fenômenos psicológi-
cos; empregar referenciais teóricos e técnicos pertinentes em
uma visão crítica, autônoma e eficiente; atuar de acordo com
os princípios fundamentais dos direitos humanos; promo-
ver a relação entre ciência, tecnologia e sociedade; garantir
atenção à saúde; respeitar o contexto ecológico, a qualidade
de vida e o bem-estar dos indivíduos e das coletividades,
considerando sua diversidade;

Aqui temos informações extremamente relevantes em rela-


ção ao que se espera de nossa atuação profissional. Esquema-
tizemos então o que diz aqui nosso considerando em questão.
A profissional da psicologia deve:

1. Construir argumentos consistentes da _______________


______________________;
2. Empregar ________________________ pertinentes
em uma visão ____________, ___________ e
______________________;
3. Atuar de acordo com os ___________________________
dos direitos humanos;
4. Promover a relação entre __________,
________________ e ________________;
5. Garantir atenção à _______________;
6. Respeitar o contexto ______________, a
____________________ e o __________________
dos indivíduos e das coletividades, considerando sua
__________________.

32
CAPÍTULO 10

2. DEMANDA DOCUMENTAL

Há necessidade de fazer constar informações técnicas da pessoa, grupo


ou organização atendida?

Sim Não

As informações necessárias
As informações necessárias
para embasar a construção do
versam sobre a rotina da
documento já constam em seus
prestação de serviços?
registros documentais?

Não, precisarei Sim Não Sim


realizar Avaliação
Psicológica
Relatório Declaração
Psicológico

Levando em consideração
Apresentação de análise técnica
a finalidade e demanda
sem informações de um sujeito,
documental, faz-se necessário
grupo ou organizações?
expor o raciocínio psicológico?

Sim Não Sim Não

Laudo Atestado Parecer Volte para o


Psicológico Psicológico Psicológico início, algo
você deixou
passar!

178
CONSULTA RÁPIDA

3. FINALIDADE DOCUMENTAL

1. Registro de informações sobre a rotina


da prestação de serviço (em andamento ou Declaração
finalizado);

2. Informar sobre condições psicológicas;


3. Justificar faltas e impedimentos;
4. Justificar estar apto ou não para atividades Atestado
específicas; Psicológico
5. Solicitar afastamento e/ou dispensa,
subsidiada na afirmação atestada do fato;

6. Posicionamento técnico sobre a prestação


de serviços psicológicos (em andamento ou
finalizado);
Relatórios
a. Informar;
(Psicológico ou
b. orientar; Multiprofissional)
c. recomendar;
d. Encaminhar;
e. Intervir.

7. Apoiar decisões relacionadas ao contexto


em que surgiu a demanda a partir de Laudo
posicionamento técnico indicativo ou Psicológico
conclusivo;

8. Apresentação de uma análise técnica; Parecer


9. Análise de um documentos psicológico. Psicológico

179

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