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Vamos conversar

SOBRE LUTO POR


MORTE VIOLENTA?
2022
SUMÁRIO

04 ..........Apresentação
06 ..........Processo de luto
07 ..........Quanto tempo dura o luto?
07 ..........Possíveis reações à perda
08 ..........Rituais de despedida
09 ..........Como ajudar uma pessoa enlutada?
10 ..........O que NÃO dizer a uma pessoa enlutada
11 ..........Luto por morte violenta
12 ..........Identidade
13 ..........Lutos
13 ..........Luto não reconhecido
14 ..........Luto por um(a) filho(a)
15 ..........Luto e gênero: existe diferença entre o
luto do homem e o luto da mulher?
16 ..........Luto por um irmão ou uma irmã
17 ..........Pesar vicário
17 ..........Luto e estigma
18 ..........Luto e datas comemorativas
19 ..........Quando devo procurar ajuda?
20 ..........Trâmites legais após a perda
24 ..........Locais onde buscar ajuda
Apresentação Fevereiro, 2022

Esta cartilha, resultante da parceria entre o Centro de Referência e Apoio à Vítima


de Violência - CRAVI e o Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o luto-
LELu, tem por objetivo facilitar as conversas sobre o luto, entendido como uma
experiência natural que pode acontecer a qualquer pessoa após uma perda por
morte violenta, como por homicídio, suicídio, acidentes.

Nós, as autoras, queremos apresentar informações que facilitem maneiras de


conversar com pessoas que vivem essa situação, assim como indicar locais de
atendimento para quem busca por ajuda profissional.
Somos muito agradecidas à parceria com o CRAVI,
Tivemos a valiosa participação e colaboração de senhoras enlutadas atendidas particularmente na pessoa do psicólogo Bruno Fedri,
pelo CRAVI, que generosamente nos permitiram estar com elas durante seus que acreditou nesta proposta e nos facilitou a execução
encontros grupais, assim nos aproximando da experiência de luto, vivido e da mesma, com a participação (silenciosa) nos grupos.
compartilhado. Elas desejavam mesmo que esta cartilha acontecesse, pois
nasceu da constatação que tinham de que fica difícil falar sobre luto quando as Equipe do LELu
pessoas não querem tocar no assunto. Esta atitude relega a pessoa enlutada a uma
dolorosa experiencia de solidão. Maria Helena Pereira Franco
Maria Carolina Rissoni Andery
Claudia Comaru

“civilizar as pessoas em volta da gente e ajudar as pessoas que infelizmente Fabíola Mancilha Junqueira

vão passar por isso” Vanessa Rigonatti


Bianca Elisa Fogaça Duccini

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Quanto tempo dura o luto?
O luto não segue um tempo pré-definido, não tem que ser
Processo de luto superado, como se fosse um obstáculo na vida da pessoa
enlutada. Cada pessoa vive o processo da forma que
O luto é um processo individual e singular, acontece quando aprendeu e que pode fazer, no convívio com a família e com
uma relação importante é rompida, seja por morte, mudança de a comunidade. Aprendemos por quem e como devemos
endereço, prisão, separação, perda de animais de estimação e outras o luto deve ser vivido. As frases “Já está namorando?” ou
situações em que acontece uma perda. Essa experiência acontece “Você ainda está chorando pela morte dele?” tem som
em movimento, há momentos em que acontece mais sofrimento e de um julgamento e podem indicar que existe uma forma
outros em que a rotina sem aquela pessoa acontece, novas situações correta de viver o luto. Este é um erro! Não há uma forma
aparecem e a relação com a pessoa falecida é estabelecida de correta de viver o luto.
forma diferente, há continuidade no vínculo. Estar enlutado(a) não
é estar sempre triste, cada pessoa vive o luto de sua forma e podem
acontecer ganhos, como pessoa e com novas relações com pessoas Possíveis reações à perda
que eram conhecidas do ente querido que morreu.
As reações à experiência de perda podem trazer: solidão,
medo, raiva, horror, dificuldade de concentração, confusão,
“Eu gosto quando me ligam e perguntam se está tudo bem, as
amigas que ela deixou” esquecimento, tristeza, choro, irritabilidade, dor no peito,
vazio no estômago, descrença, perda ou aumento da fé,
perda de identidade, perda da noção de fazer parte de
um grupo, alteração no sono, questionamento de valores,
exaustão, saudade.
São dolorosas e mostram o movimento que o enlutado faz
para enfrentar a perda e se organizar na nova realidade.

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Como ajudar uma amizade com o outro, ao receber ajuda
eu posso perceber os outros vínculos
pessoa enlutada? aos quais estou ligado.

Com apoio e acolhimento, Fale sobre a pessoa que morreu, pode


demonstrando-se presente e com ser difícil e parecer incômodo, mas é
ouvidos abertos para ouvir as histórias importante para a pessoa enlutada
e/ou ajudar com as questões do dia- poder trocar, perceber a importância
a-dia. Demonstre solidariedade e de seu ente querido. Não é preciso
ajuda conforme as suas habilidades: sempre falar alguma coisa, dar apoio
“há algo que eu possa fazer?”; “Estou estando perto e deixando a pessoa
pensando em você. Como você está?”. falar e/ou chorar é uma ajuda!

O luto pode ser um momento de


grande expressão de amor, afeto
e fortalecimento de redes sociais
Rituais de despedida importantes. Ao oferecer apoio, eu
“As pessoas procuram
jeito de fugir do
me coloco na relação de respeito e
assunto”.
Os rituais são importantes, pois indicam que existem formas
de fazermos as despedidas, homenagearmos a pessoa
falecida, de estarmos juntos e levarmos nossa solidariedade
os enlutados. Durante os rituais, a comunidade pode
“Você tem que superar, tem que ir pra frente’. Eu esperava ouvir ‘eu tô
oferecer suporte para o enlutado, demonstrando seu afeto,
aqui pra te ouvir, pra te abraçar. Você pode repetir cinquenta vezes
acolhendo e lembrando momentos da história da pessoa
que eu vou te ouvir”.
que morreu. Além disso, existem rituais específicos, em
diferentes religiões e culturas.

“As pessoas não gostam de escutar essa


“Eu não quero esquecer, eu quero dor. As pessoas não se dispõem a me
que todos lembrem dela” ouvir chorar”.

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O que NÃO dizer a Luto por morte violenta
uma pessoa enlutada O luto por morte violenta (homicídio, suicídio, acidente)
acontece como mudanças abruptas e forçadas no mundo
É importante ter cuidado com o julgamento em relação ao outro. Frases como as
interno e conhecido de cada pessoa. A forma repentina e
descritas abaixo, ouvidas por pessoas enlutadas, devem ser evitadas:
inesperada, sem muitas explicações de como ocorreu a morte,
quebra a fonte de segurança da pessoa, causando mudanças
na sua identidade, no entendimento de quem é. Também

“Você ainda está chorando? “ podem ocorrer mudanças com relação às responsabilidades
já existentes no grupo do qual a pessoa enlutada faz parte,
como a família, o trabalho, amigos, a comunidade religiosa.
“Vai passar, ele/ela errou, não fique assim”

“Você já está namorando?”


“Não estava preparado para isso!!”

“Você ainda fica triste? O Natal precisa voltar a ser alegre” “É uma sensação indescritível”

Ou outras falas que buscam Familiares dizem “nenhum dos nossos


compreender se a pessoa que morreu, estava no lugar e na hora errada”
por morte violenta, havia cometido referindo-se a que escutam, quase
algum ato infracional ou um erro que sempre, que o filho estava no lugar
lhe tenha causado a morte. A escuta errado, com a companhia errada… e
investigativa, para a interpretação da nunca que o problema é da violência
cena do crime, não é sentida como urbana ou das esferas superiores.
suporte e sim como mera curiosidade,
os enlutados sentem-se julgados
pelos comentários paralelos e
comportamentos que visam procurar
o erro na vítima e não na situação
complexa da morte.

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Identidade Lutos
A perda de uma pessoa importante muda a maneira pela qual a pessoa enlutada O luto é um processo vivido em diferentes momentos do
enxerga a si e ao mundo; o mundo não volta a ser como era quando o ente querido ciclo de vida; perdas são vividas durante o desenvolvimento
estava vivo. A mudança acontece na identidade individual e coletiva porque, da criança até a idade adulta. São experienciadas perdas
com a perda, mudam também papéis sociais; a pessoa pode ter dificuldade de nas mudanças escolares, períodos da vida em que o corpo
se reconhecer nas novas responsabilidades impostas a ela e ao grupo. Também se modifica e por situações relacionadas a mudanças,
pode ouvir de pessoas próximas que está diferente, quase como desconhecida na separações e mortes de entes queridos. Cada pessoa viverá
sua maneira de viver. essas perdas de uma maneira e não é sempre que o luto
é reconhecido, pode acontecer de a pessoa perceber
mudanças em sua rotina, na forma de enxergar o mundo e
“É difícil ir pra frente sendo que o que você perdeu
a si mesma, e a vivência de uma crise sem que entenda que
é uma parte de você”
vive um luto.

Luto não reconhecido


O luto é considerado não reconhecido quando não é validado
socialmente, de forma que a sociedade e/ou a pessoa enlutada não
reconhecem o sofrimento pela perda. Não há empatia e a expressão
do pesar não é autorizada. Alguns enlutados comentam sobre:

“falta de amparo emocional”


“As pessoas são cruéis com aquilo que a gente sente”.
“O outro não tá pronto pra te ouvir e ser sensível com você,
ter compaixão, mas vai julgar e criticar”.
“É uma luta dentro da luta”

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Luto por momento em que são comunicados
da morte: Instituto Médico Legal,
Luto e gênero: existe
um(a) filho(a) delegacias e departamentos
investigações. Nesses contatos, os
de
diferença entre o luto do
O luto pela perda de um(a) filho(a)
enlutados comentam sentirem-se, homem e o luto da mulher?
ao invés de vítimas da violência,
de qualquer idade, desde a gestação
culpados (mais uma vez) pela morte O homem e a mulher sentem a dor do luto, sofrem e
à vida adulta, é chamado de luto
de seus filhos e, mais grave, sentindo apresentam reações à perda parecidas. Porém, socialmente
parental. É dito como aquele que
que seus filhos foram culpados pela espera-se que as mulheres mostrem mais o sofrimento e os
nunca será esquecido, de maior
própria morte: “mesmo depois de morto, homens mostrem raiva e resolvam questões práticas. Esta
duração e que, em relação à
a vítima tem culpa”. Os enlutados situação deixa o luto do homem como não reconhecido e não
intensidade da dor, causa sofrimento
também sinalizam a falta de empatia leva em conta a relação entre pai e filho(a) e a vivência do
incomparável a qualquer outro tipo
de profissionais da saúde neste luto como de cada pessoa, de forma singular e relacionada ao
de perda e deixa nos pais a sensação
momento. É importante dizer que vínculo que foi rompido.
de vazio. Perder um filho causa uma
cada um da família sentirá essa perda
ameaça à sobrevivência e, quando
à sua maneira. O reconhecimento do luto e acolhimento do sofrimento do
existem outros filhos, é comum os pais
se preocuparem mais, buscarem mais homem é importante para que possa se expressar da forma

proteção em relação a quem ficou, e/ que escolher, para não adoecer. O processo de luto é

ou fiquem ausentes no cuidado com o complexo e difícil tanto para o homem como para mulher.

filho(a) que está vivo.

É comum os pais e as mães


perguntarem-se “como vou enfrentar “Tenho dificuldade de saber como enfrentar meu luto, entender o que vem
meu luto?”. A sensação de estarem pela frente. Porque o que vem é avassalador”;
sós é vista como “as pessoas não
se dispõem a me ouvir chorar...”,
“Hoje em dia eu queria ter a capacidade de encostar na pessoa e ela sentir
como uma dor “avassaladora” e
exatamente o que estou sentindo” (falas de um homem que perdeu o filho)”
“indescritível”. Em casos de perdas
por morte violenta, muitos pais e
mães enlutados relatam que sofrem “Falam que tem um tempo para o luto, mas o nosso vai ser eterno”
com o despreparo dos profissionais
que precisam entrar em contato no

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Pesar vicário
Além da experiência do luto, é possível também
experimentar o sentimento de perda por situações
Luto por um irmão ocorridas com outras pessoas com as quais não se

ou uma irmã possui relação próxima, é o chamado pesar vicário.


Reportagens na mídia e histórias contadas podem
despertar sentimentos de tristeza e angústia,
Luto por um irmão ou irmã é chamado de luto fraterno. É um processo
revivendo lembranças da perda do ente querido.
de luto vivido pela perda de uma pessoa com quem o(a) enlutado(a)
Este é um movimento natural, que pode ser acolhido
divide histórias familiares e ambientes de moradia. O luto fraterno tem
e cuidado.
diferentes características de acordo com a idade em que aconteceu
a perda: quando é uma criança que perde um irmão ou irmã, como
consequência podem acontecer mudanças no comportamento dela
por medo de uma nova perda, como também uma maior dependência
da criança e preocupação dos pais. O luto pode não ser reconhecido Luto e estigma
quando as pessoas demonstram uma maior preocupação com os pais,
deixando de lado o irmão ou irmã enlutado por acreditarem que a O processo de luto por morte violenta

criança não entende o que se passa. Quando é uma pessoa adulta, a pode ser vivido em meio a comentários

perda diz respeito a alguém da mesma geração e podem acontecer e olhares estigmatizados que marcam,

mudanças na forma de olhar a própria vida, trazendo medo, além de rotulam e fazem parecer errado o

pensamentos relacionados à própria morte. Trata-se de uma perda que, sofrimento da pessoa enlutada, de

no decorrer do desenvolvimento da pessoa, precisa ter espaço para ser forma que o luto não é reconhecido e

falada, sendo possível dar continuidade ao vínculo que, embora perdido a pessoa enlutada não recebe apoio de

em presença física, possa ser mantido na história de vida. sua rede.

Por exemplo: situações em que se tenta


“ A gente é cobrado a esquecer. Eu quero lembrar, quero que falem encontrar o erro da pessoa que morreu,
dela, eu quero lembrar. Ela não vai ser esquecida” vítima de situação violenta, como
explicação e afirmação sobre a morte.

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Luto e datas
comemorativas
As datas comemorativas costumam ser situações em que a
dor do luto é revivida ou relembrada ou renovada, pois são
momentos nos quais as lembranças e os costumes anteriores à
perda são lembrados e a falta do ente querido é escancarada;
como se a ferida quase cicatrizada, ou cicatrizada com a
adaptação à perda do ente querido, se abrisse novamente
e precisasse ser cuidada. Nesses momentos é importante o
cuidado consigo, ao mesmo tempo em que pode ser possível
Quando devo
aproveitar a festividade mesmo que pareça faltar alguma procurar ajuda?
coisa (pessoa, ritual).
É importante buscar ajuda quando você perceber
que está difícil lidar com a perda sozinho(a), as
atividades do dia a dia não estão conseguindo ser
feitas. Você não precisa enfrentar tudo sozinho
ou sozinha. Pode ser importante e cuidadoso
buscar ajuda para entender o que está sentindo
e/ou como executar algumas ações relacionadas
à perda de seu ente querido ou outras atividades
da sua vida.

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Trâmites legais após a perda B - Velório e sepultamento

Com o atestado de óbito e documentos da pessoa falecida, o familiar ou pessoa


Os trâmites legais são os procedimentos que devem ser feitos após a perda do
responsável deve procurar uma agência funerária municipal ou casa funerária
ente querido e variam de acordo com cada município. Em geral são:
para contratar o serviço de velório e enterro ou cremação (para essa ação dois
médicos deverão assinar o atestado de óbito e em caso de morte violenta, é
A - Emissão de declaração o Atestado de Óbito. Se houver o
necessária também a apresentação de uma autorização judicial).
de óbito/morte acompanhamento de um médico
da família, ele pode providenciar o
Deve-se ter em mãos os documentos (da pessoa falecida):
Há mais de uma forma de essa Atestado de Óbito.

declaração ser feita, está ligada


- morte não natural (acidental, • Atestado de óbito
a forma e o local em que a morte
por causas externas: quedas, • Cédula de Identidade;
aconteceu:
atropelamentos, afogamentos, • Certidão de Nascimento (em caso de falecidos menores)

- hospital: documento fornecido homicídios, suicídios caracterizam ou Certidão de Casamento;


pelo próprio serviço e o médico do mortes violentas), será necessário • Carteira Profissional;
paciente é quem faz o preenchimento aguardar o fim de todo o trabalho de • Título Eleitoral;
perícia e investigação que envolva
• Certificado de Reservista;
- em domicílio: a família precisará o corpo, o que inclui a necropsia no
• CPF;
ir até uma delegacia para fazer o Instituto Médico Legal (IML).
• Cartão do INSS;
boletim de ocorrência (B.O.) e o(a)
• PIS/PASEP
delegado(a) ou um(a) investigador(a) - morte em Via Pública: se foi morte

irá ao local para certificar como a natural o corpo é encaminhado


ao hospital municipal e a família Com os documentos apresentados no serviço funerário, o funcionário deste
morte ocorreu.
deverá comparecer para retirar a local procederá ao registro de óbito com todos os dados do falecido e o anexará

- morte natural (envelhecimento, declaração de óbito. Se foi morte ao atestado de óbito para envio ao Cartório de Registro Civil do distrito onde

doença, sem contribuição externa), não natural/acidental (por causas ocorreu a morte. Após a emissão do registro de óbito é entregue um protocolo ao
o corpo é encaminhado ao Serviço externas: Quedas, atropelamentos, declarante para a retirada da certidão de óbito em cartório após 5 dias úteis. A
de Verificação de Óbito (SVO), um afogamentos, homicídios, suicídios
partir da efetivação do registro de óbito a equipe da funerária realiza a remoção
órgão da Secretaria da Saúde, ou caracterizam mortes violentas),
do corpo, na residência, IML ou hospital.
Instituto Médico Legal (IML), um deverá ser registrado o Boletim de

órgão da Secretaria de Segurança Ocorrência na Delegacia de Polícia.

Pública do Estado, para ser feita a Após a liberação da polícia técnica,

necropsia, uma análise criteriosa o corpo será encaminhado ao IML,

para estabelecer a causa específica e então a família poderá retirar a

da morte e, em seguida, será emitido declaração de óbito

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C - Dispensa de pagamentos e taxas funerárias E - Documentos e contas da pessoa falecida

Pela Lei 11.083/ 91, é concedida aos moradores da cidade de São Paulo que não É importante encerrar os documentos e contas do falecido para que não seja usado
tenham condições de pagar as despesas do funeral, a gratuidade dos meios e por outra pessoa: cancelar RG e Carteira de Motorista (CNH); Título de eleitor;
procedimentos necessários ao sepultamento. Para que obtenha dispensa, é Cadastro de Pessoa Física (CPF) e encerrar conta no banco.
necessário que comunique à agência funerária, que informará qual o procedimento
para que seja garantida a gratuidade no sepultamento. Não é necessária a Os Cartórios de Registro Civil, após a emissão da Certidão de Óbito, enviarão
apresentação de atestado de pobreza, basta apenas que ela seja declarada pelo comunicação aos órgãos emissores, para o cancelamento dos devidos documentos;
interessado.
Para cancelar o CPF, o/a familiar ou responsável precisa ir a uma unidade de
No Estado de São Paulo há também o auxílio funeral concedido aos servidores atendimento da Receita Federal e, mediante a apresentação da Certidão de Óbito,
embasado na Lei nº. 10.261, de 28 de outubro de 1968. o CPF do falecido e um documento de identidade, solicitar o cancelamento. Se a
pessoa falecida for dona de alguma propriedade, precisa ser feita a transferência
Além disso, conforme Lei 11.479/ 94, regulamentada pelo Decreto 35.198/ 95, a para um CPF provisório até que se resolva a transição de nomes e depois haja o
família da pessoa que tiver doado algum órgão para fins de transplante médico cancelamento do documento.
poderá se beneficiar da dispensa do pagamento de algumas taxas, emolumentos e
tarifas do funeral. Para isso, na contratação do funeral, a família deverá apresentar Para encerramento de conta bancária, deve-se entrar em contato com o banco
o comprovante de doação de órgãos do falecido, bem como da imediata em que o falecido mantinha contas e solicitar, com a apresentação da Certidão de
comunicação do óbito à instituição médica habilitada em receber os órgãos. Óbito e documentos de Identidade, seu encerramento assim como o de eventuais
cartões de crédito/débito. Os valores que restarem depositados nessas instituições
serão incluídos no espólio para posterior destinação.
Quando o falecido é segurado do INSS, é obrigatória a comunicação ao órgão.
D - Emissão de certidão de óbito Caso a família ou o inventariante não venha a informar, poderá responder por
crime de estelionato.
Após o sepultamento ou cremação deve-se providenciar a Certidão de Óbito no
registro do óbito no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais do distrito onde
ocorreu o falecimento. F - Inventário

O Serviço Funerário, depois de colher os dados com os documentos apresentados, No prazo de 60 dias após a morte, deve ser feito um levantamento de todos os
encaminha para o cartório a declaração de óbito e um familiar ou responsável bens que o falecido deixou. Após esse prazo, se não tiver sido feito, é cobrada
recebe o protocolo para retirar a Certidão de Óbito no Cartório de Registro Civil multa e não poderá ser feita a divisão dos bens.
do distrito após 5 (cinco) dias úteis Esse documento pode ser feito no Fórum (forma judicial) ou no Cartório de Notas
(forma extrajudicial)

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Locais onde buscar ajuda
Você não precisa passar por isso sozinho/sozinha, talvez seja bom conversar com
amigos(as), família, professores, sua comunidade religiosa ou profissional.

Serviços Públicos:

Unidade Básica de Saúde (UBS)


Estratégia de Saúde da Família (ESF/NASF)
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Serviços que oferecem atendimento psicológico gratuito ou por um valor


acessível, na cidade de São Paulo:

Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto (da PUC-SP)


Mais informações no site: www.pucsp.br/clinica/modalidades/lelu.html
Telefone: 11- 3862-6070

Vita Alere - Atendimento especializado à ocorrência de suicídio.


www.vitaalere.com.br/

4 Estações Instituto de Psicologia - Atendimento especializado em luto


www.4estacoes.com/

Esperamos que a leitura desta cartilha


Mapa Saúde Mental - Listagem dos serviços que oferecem apoio psicológico
gratuito. www.mapasaudemental.com.br tenha lhe oferecido informações úteis
e que tenha sido esclarecedora sobre
o processo de luto. Se possível, leve-a
para grande número de pessoas, para
que tenham acesso a se beneficiem
deste trabalho.
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Realização:

Capa, diagramação e design:

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