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Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora

O mundo do encontro
-onde começa o eu
Graduação em psicologia
Disciplina: Psicopatologia Infantil
Período: 5°
Profª. Hila Marins Campos Faria
A imagem idealizada do filho

 Idealização dos pais antes mesmo da


concepção
 Os pais idealizam que os filhos irão
realizar tudo o que não realizaram.
 O narcisismo dos pais fica realizado diante
de filhos normais e perfeitos, que
correspondem às suas expectativas.

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
A imagem idealizada do filho

“ ... Os pais participam de sucessos e


fracassos dos seus filhos, sentem prazer
com os reflexos de sua glória e se sentem
diminuídos por suas falhas” (Cruz, 2012).

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na
gestação, parto e puerpério
Gestação:

 Fase narcísica da mãe, sentimento de


completude.
 Não há gravidez sem história; portanto não
existe gravidez ideal.
 Algumas mulheres vivem um sentimento de
angústia, outras um sentimento de plenitude.

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na gestação, parto
e puerpério

 Primeirametade da gestão: normalmente estão


presentes conflitos associados ao feto e à sua
concepção, ao desempenho dos diversos papeis da
mulher (mãe/esposa/profissional/filha), ao medo
de perder o bebê ou deste ser portador de
problemas, doenças ou malformações. A estas
condições frequentemente associam-se posturas
introversivas, regredidas ou infantilizadas (desejos,
vontade de ser cuidada, refúgio na fantasia).

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na
gestação, parto e puerpério

 Segunda metade da gestação: Percepção dos


movimentos fetais, sendo comuns as
preocupações relacionadas: à condições do
parto e do bebê ao nascer, à capacidade
pessoal para o desempenho do papel
maternal, à manutenção da atração física, ao
medo de perder o carinho do companheiro e à
capacidade laborativa.
Revisão dos conceitos sobre o
desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na
gestação, parto e puerpério

 Retorno a si própria, narcisismo saudável,


investimento maciço no próprio corpo, na
sua imagem. A gravidez é vivida,
consciente ou inconscientemente, como
uma confirmação da identidade sexual da
mulher.

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na gestação,
parto e puerpério

 A iminência do parto aviva uma necessidade de


proteção. A mulher receptiva ao filho é também
aquela que foi maternalizada em sua infância e
que, uma vez adulta, encontra o apoio de um
grupo interessado na chegada de seu filho. A
ocorrência do parto substitui o bebê imaginário
pelo real, preenchendo as expectativas maternas
ou não.

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na gestação,
parto e puerpério
Parto:

 Vivência de perda, momento de fragilidade física e


emocional da parturiente.
 Os progressos da técnica obstétrica levaram a uma
redução da participação ativa da mulher em seu
parto. Também, perdemos de vista a necessidade
de proporcionar-lhe uma segurança afetiva nesse
momento preciso de sua vida.
 FILME: O RENASCIMENTO DO PARTO
Revisão dos conceitos sobre o
desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na
gestação, parto e puerpério
Puerpério:
 A criança que nasce é fantasticamente
vivida de maneira inteiramente diferente
da criança que a mãe carregou e esperou.
 A mulher que viveu a sua gravidez como
um triunfo pode, no parto, ficar mais
exposta do que outra.

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
Aspectos psicológicos da mulher na
gestação, parto e puerpério

Puerpério:

 Marcado por emoções intensas e variadas


que implicam novas transformações
fisiológicas, de relação, ritmo e rotina
familiar.

Revisão dos conceitos sobre o


desenvolvimento infantil
DEPRESSÃO PÓS PARTO
 É uma doença
 Tem tratamento
 Pode se apresentar em diferentes graus
 Se diferencia da tristeza pós-parto

Depressão pós-parto
Sintomas:

 Choro frequente
 Irritabilidade
 Sentimentos de desamparo
 Desesperança
 Incapacidade de lidar com novas
solicitações

Depressão pós-parto
Sintomas:

 Falta de energia e de motivação


 Desinteresse sexual
 Transtornos do sono
 Ansiedade

Depressão pós-parto
 Geralmente tem início no 1° ano do
período pós-parto
 Instala-se lentamente
 Maior incidência entre a 4° e a 8° semana
pós-parto
 Pode durar 6 meses ou mais
 Disfuncional, ou seja, incapacitante,
interferindo no dia a dia

Início e duração
Multideterminada

 Fatores psicossociais

 Deficiência hormonal (queda abrupta dos


elevados níveis de progesterona que ocorre no
corpo da mulher após o parto)

Causa
 Não aceitação da gravidez
 Problemas nas relações interpessoais e na
interação social
 Problemas familiares
 Conflito conjugal
 Antecedentes depressivos
 História de doença mental
 Suporte social precário

Elementos associados
 Eventos de vida estressantes
 Alto nível de sofrimento psicológico
 Gravidez na adolescência (idade
= ou menor de 16 anos)
 Personalidade (ex: introversão)

Elementos associados
 Insatisfação com o desenvolvimento do
bebê
 Insatisfação com o desempenho materno
 Dificuldades de manejo com o bebê –
negligência, baixa qualidade do vínculo
mãe e bebê
 Conflitos familiares e conjugal

Efeitos nocivos
 Agressão materna
 Pensamento e comportamento infanticida
 Comprometimento psicológico do parceiro
 Fadiga

Efeitos nocivos
 Assistência psicológica (individual, grupo
e/ou familiar)
 Medicamentoso (antidepressivos)
 Hormonal

Tratamento
 Joana

(FELICE, E.M. A depressão puerperal: um desafio para o


profissional da saúde mental. In: LANGE, E.S.N. (org.).
Contribuições à Psicologia Hospitalar: desafios e
paradigmas. P.186-195. São Paulo: vetor, 2008.)

Caso clínico
 Síndrome de tristeza pós parto (“Blues
puerperal” ou “Baby Blues”)

 Psicose Puerperal

Diagnóstico diferencial
 Normal, passageiro
 Maior incidência com relação à Depressão
Pós parto (aproximadamente 50%)
 Tem início, em geral, no 3° dia após o
parto e dura de 1 semana a 15 dias
 Sintomas: Choro, ansiedade, fadiga,
preocupações excessivas com o bebê

Tristeza puerperal
 Quadro psicopatológico bastante grave
 Início rápido e os sintomas se instalam já
nos primeiros dias, até duas semanas do
pós-parto.
 Sintomas:Os sintomas iniciais são
euforia, humor irritável, logorreia, agitação
e insônia. Aparecem então, delírios, ideias
persecutórias, alucinações e comportamento
desorganizado, desorientação, confusão
mental, perplexidade e despersonalização.

Psicose puerperal
 Baixa incidência: 1 a 2/1000 partos
 Situação de risco para a ocorrência de
infanticídio - geralmente ocorre quando
ideias delirantes envolvem o bebê, como
ideias de que o bebê é defeituoso ou está
morrendo, de que o bebê tem poderes
especiais ou de que o bebê é um Deus ou
um Demônio.

Psicose puerperal
 Fatores de risco:complicações obstétricas e
antecedentes pessoais ou familiares de
transtornos psiquiátricos, sobretudo outros
transtornos psicóticos.
 Prognóstico: 20% têm remissão completa do
quadro e não apresentam recorrências.
Estudos sugerem que há recorrência de
novo episódio em 18% a 37% das mulheres
e que pode haver episódio subsequente, fora
do pós-parto, de algum transtorno psicótico
ou afetivo em 38% a 81% das mulheres.

Psicose puerperal
 Tratamento: Medicamentoso
(antipsicóticos), eletroconvulsoterapia
(ECT) e psicoterapia.

Psicose puerperal
Caso Psicose pós-parto: “Achei que tivesse
assassinado minha bebê”.

(Folha de São Paulo, 21/03/2017)


BRASIL. Ministério da Saúde. Pré Natal e Puerpério: Atenção
qualificada e humanizada. Brasília: MS, 2006. 152 p. Disponível
em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_n
atal_puerperio_3ed.pdf >

CANTILINO, A, et al. Transtornos psiquiátricos no pós-parto.


Rev Psiq Clín. V.37, N°6, p.278-84, 2010.

CRUZ, M.L.C.M. A angústia da perda do filho idealizado. In:


CRUZ, M.L.C.M.; SANTOS, E.A.R.; SOUZA, D.A. Crianças com
necessidades especiais: importância da intervenção essencial
para o desenvolvimento emocional e afetivo. Curitiba: Juruá,
2012.

Referências
FELICE, E.M. A depressão puerperal: um desafio para o profissional
da saúde mental. In: LANGE, E.S.N. (org.). Contribuições à
Psicologia Hospitalar: desafios e paradigmas. São Paulo: vetor,
2008.

QUAYLE, J.M.B.R. Gestantes de alto risco: a atuação do psicólogo.


In: ISMAEL, S.M.C. A prática psicológica e sua interface com as
doenças. 2 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.

TRUCHARTE, F.A.R. & KNIJNIK, R.B.K. Estudos psicológicos do


puerpério. In: Camon, V.A.A. (org.) Psicologia hospitalar: teoria
e prática. 2° ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

Referências

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