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NOVA UBM: Universidade Barra Mansa

Disciplina: Tópicos Especiais em Saúde

Professora: Marcela Dupont

Agosto 2023/ 10º Período

Acadêmicas:

Andréa Campos Mazza- 20191000842

Edsandra Dias-

Fabiane-

Jane Moreira- 20191000806

Poliana Souza- 20191001019

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA PERINATALIDADE

1- Introdução:

A psicologia Perinatal é a área de pesquisa e de profissão do psicólogo (a) que


busca compreender e atuar com mulheres e com família que passam pelo
período da gravidez, do parto e do puerpério. No período da gestação é
desenvolvido múltiplas alterações hormonais, provocando inúmeras
perturbações hormonais no corpo da mulher, no entanto o pré-natal psicológico
é um novo conceito de atendimento perinatal direcionado para a humanização
do processo gestacional do parto e da construção da parentalidade.

Conforme Bortoletti: a psicologia perinatal tem como proposito oferecer o


acolhimento e empatia, bem como apoiar as vivencias psicológicas
transformadora desse período. Mães conectadas consigo mesma se conectam
melhor com seus filhos. O processo terapêutico iniciado na gestação, ou até
antes de engravidar, proporciona a mulher a possibilidade de acessar mais
profundamente suas essências e tornar mais consciente das dificuldades que
possa enfrentar com a chegada do filho

Embora pense que a psicologia perinatal se associa para a preparação de um


parto e para a parentalidade, existem outras demandas muito importantes a
serem atendidas, são casos que necessitam de informações e de acolhimento
emocional como a impossibilidade de engravidar, gravidez fruto de estupro,
detecção de anomalias, morte da criança intrauterina, dificuldade de
aleitamento, rejeição explicita dos filhos, mães usuárias de drogas e bebês com
síndrome de abstinência, falta de companheiro ou apoio social, abandono de
bebê e entre outros.

2- O sofrimento da mulher na maternidade:

Vivemos em uma sociedade onde o preconceito e o machismo tem um lugar de


destaque, a mulher em sua maioria, continua sendo a mais afetada, buscando
dar conta de tudo que lhe é imposto, para receber a aprovação da sociedade e
de sua família.

De acordo com Zanello (2018) em culturas sexistas como o Brasil o sofrimento


se manifesta de forma engendrada, em que tornar-se pessoa é atrelado
apenas ser homem ou mulher. Nos homens observam-se mais comumente
preocupações quanto ao seu desempenho no trabalho e na vida sexual,
enquanto na mulher se percebe um maior acúmulo de pressões voltadas a
constituição familiar. Quando a mulher não cumpre com o papel esperado, ela
é punida socialmente, pois se entende que ela está subvertendo a sua
identidade e não cumprindo seu papel de mulher.

Instinto de proteção, dedicação integral, sacrifício, doçura e feminilidade são


características associadas vias cultura ao feminino e, portanto, a função de
maternar (Zanello,2018). A se propor a pensar acerca da ambivalência
existente no processo da maternidade, bem como as frustrações decorrentes
dela. Azevedo (2017) aponta que as mães em sua grande maioria, não se
sente a vontade para expressar suas angústias, embora tenha sido reforçado
que a maternidade é o momento mais esperado do universo feminino, de certa
forma sendo treinada desde a infância para cumprir esse papel, muitas
mulheres não se sentem plenamente satisfeita no exercício da maternidade,
tendo inclusive suas subjetividades anulada em prol de dedicação integral e
amor incondicional reivindicados ao serem reconhecidas não como mulheres,
mas como mãe.

3- A relevância do psicólogo perinatal

A psicologia perinatal, embora mais conhecida por essa nomenclatura, também


pode ser designada psicologia obstétrica, psicologia da maternidade ou
psicologia da gravidez, parto e puerpério, essa área de atuação do psicólogo
ganhou visibilidade no país com a publicação da dissertação de mestrado de
Maria Tereza Maldonado, intitulada “psicologia da gravidez, parto e puerpério”
nos meados da década de 70.

No final da década de 90 iniciou-se uma discussão por um parto e nascimento


mais humanizado, visto que o Brasil nesse momento ainda vivia altas taxas de
cesariana e violência obstétrica. Com a implementação do programa de
Assistência Integral a saúde da Mulher (PAISM) evidenciou-se ações voltadas
para os períodos do pré-natal, parto e puerpério.

Diante disso, lançou-se no ano 2000 o programa de humanização no pré-natal


e nascimento (PHPN) com a intenção de disponibilizar um acompanhamento
de forma central nas necessidades das gestantes. Definiu-se o pré-natal
psicológico (PNP) como uma prática complementar ao pré-natal biomédico
direcionados para atendimentos psicológicos das gestantes, no qual incentiva a
inclusão das famílias nos cuidados desenvolvidos no decorrer do ciclo
gravídico puerperal.

4- Atuações do psicólogo perinatal

O propósito da psicologia perinatal é de promover a saúde global da vida


mental das pessoas e dar o suporte a função parental, psicológica e moral,
como também compreender, acolher dar a base para os pais viverem
plenamente a chegada do filho sem maior transtorno, deixá-los mais
fortalecidos na construção do psiquismo. Uma gravidez por mais que tenha
sido desejada, sempre desperta dúvidas e incertezas e receio em relação as
mudanças de vida.

Além disso considera o impacto emocional da impossibilidade ou dificuldade de


engravidar, nesse caso os casais lidam com uma ferida, ou seja, a frustração
da incapacidade reprodutiva, em razão disso o trabalho do psicólogo é breve e
focal, de modo que oferece aos pacientes apoio, amparo e uma escuta
qualificada e respeitosa em um momento difícil, conturbado e confuso.

O acompanhamento psicológico durante a gestação tornou-se imprescindível


diante dos dados científicos que indicam o risco de adoecimento mental de
mulheres na gestação. Quando o pré-natal psicológico liga as condutas
biomédicas de acompanhamento, previne as doenças, promove a saúde e
torna possível o cuidado integral da mulher.

5- Conclusão

O psicólogo perinatal ao trabalhar com os pais durante o período de


planejamento, gestação, parto e pós-parto, pode contribuir com estratégias de
acolhimento, cuidados, promoção e prevenção de saúde, proporcionar um
acompanhamento da gestação e pós parto, uma escuta especializada e gerar
boas experiências.

A inserção do psicólogo perinatal na equipe interdisciplinar é de grande


relevância para à saúde materna, familiar e pode contribuir como rede de apoio
e mediação a equipe técnica, muitas vezes intercedendo em cuidados
singulares e em situações especiais. Possibilita uma assistência qualificada. O
psicólogo pode promover rodas de conversas com temas que permitam trocas
de informações, expectativas, anseios, inseguranças e reflexões.

Através da formação de grupos para trocas de experiências,


informações especializadas e escuta, se abre a possibilidade do
compartilhamento de experiências e de reflexões. Um novo espaço para
construção de novas percepções, vínculos e a elaboração de vivências
permitindo ressignificações e o fortalecimento pessoal para possíveis
dificuldades.

6- Referências Bibliográficas:

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