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MINHA DEFESA

Bom dia a todos presentes, prezado júri e convidados quero agradecer


a presença de todos especialmente a dos meus Pais e dos meus irmãos
neta etapa muito importante da nossa vida. Para continuar a dar
sustento ao nosso trabalho. Tendo em conta a abrangência do tema, o
estudo delimitou-se no Município de Luanda, precisamente na
Maternidade Augusto Ngangula e na maternidade Lucrécia Paim
sendo um estudo comparativo, foi retirado uma amostra de 100
voluntárias, a fim de se aferir o acompanhamento nas gestantes e
puérperas no nosso pais.
Quanto a metodologia é um estudo de campo onde utilizou-se o
método hipotético-dedutivo, tendo como tipo de pesquisa o expost
factos, e o modelo exploratório descritivo com uma bordagem
quantitativa, o instrumento ou a técnica para a recolha de dados foi um
questionário socio demográfico de auto elaboração estruturado e
composto com 14 itens relacionado com a nossa investigação.
Tivemos como variável independente a falta de conhecimento das
gestantes e dos médicos sobre atenção psicológica e a variável
dependente o acompanhamento psicológico em gestantes e puérperas.
Na definição dos termos aqui apresentando o primeiro sendo
gravidez também chamado de gestação segundo Muniz é todo
período de crescimento e desenvolvimento do embrião dentro da
mulher e ocorre quando a gameta feminino e fecundado pela gameta
masculina. Onde vai ocorrer um processo chamado de nidação,
propriamente o início da gravidez começa com a nidação e termina
com o nascimento do bebe.
segundo Anna Mehoudar ela defini Puerpério resguardo ou
quarentena, como a fase pós-parto em que a mulher experimenta
modificações físicas e psíquicas, O puerpério inicia-se no momento
em que cessa a interação hormonal ente o ovo e o organismo materno.
William James defini Atenção psicológica, como um conceito
estudado na psicologia cognitiva que refere a forma como
processamos informações presentes em nosso ambiente específico.
(GESTAÇAO E DESENVOLVIMENTO DO VíNCULO
AFECTIVO MAE-BEBE-FAMILIA)
1- Falando da gestação e o vinculo afectivo Começo por enfatizar
que A relação entre mãe e filho inicia no período pré-natal e
ocorre através das expectativas que a mãe apresenta sobre o
feto. Porque a mãe e o feto estão em constante interação,
durante a gravidez vão compartilhando sensações, emoções e
sentimentos que são provocados na mãe a partir da descarga
neuro-hormonal de substâncias fisiológicas.

2- Segundo Wilheim 2006, afirma que momentos estressores e de


perturbação emocional podem fazer parte da vida da gestante e
que pode repercutir de maneira negativa no psiquismo do bebe.
Pós o bebe intra-útero registra um nível de memoria de todas a
experiências biológicas vividas no período de gestação. Por isso
que a disponibilidade afetiva da mãe é fundamental para que
ocorra o desenvolvimento psicoafectivo do individuo. porque o
autor relata que a repercussão pode ser reparada quando se
conversa com o bebé, contando experiências do dia a dia da
mãe, cantarolar canções com as quais ira de identificar apos o
nascimento, ter conversas tranquilizantes com o bebé para
restituir a sensação de segurança, otimismo, reforçando o
vínculo de vida de ambos.

3- Segundo Piccinini o vínculo afetivo entre Pai e filho costuma ser,


mas lento, só é consolidando gradualmente apos o nascimento, devido
a este facto e necessário estimular o Pai interagir com o bebé durante a
gestação para favorecer o desenvolvimento do vínculo afetivo entre
ambos. Porque o bebe pode estabelecer o vínculo com quem estiver
próximo da mãe.
(ASPECTOS PSICOLOGICOS DA GRAVIDEZ)
1- Segundo Campos 2012 A característica da gravidez é conhecida
pela modificação da imagem corporal que é causada pela
modificação hormonal na mulher essa modificação hormonal é
uma regra natural e é conhecida globalmente como um
funcionamento orgânico da mulher, só que essa mesma regra
estabelecida por sua vez modifica o funcionamento psicológico
(pensamentos automáticos) e o funcionamento psicológico
influencia o sistema nervoso central (alteração do humor,
insónia, sonolência) e isso vai acontecendo inversamente.

2- Por isso que A gravidez e o parto consequentemente apresentam


efeitos fisiológicos, (imagem corporal alterada)
endocrinológicos ( alterações hormonais aumento de estrogénio
e progesterona) e sobre tudo o mais importante o psicológico
por isso que na gravidez diferentes reações emocionais surgem e
Segundos Da Cunha 2012 são: medo, ansiedade, insegurança,
duvidas, alegrias, decisões por isso que todos esses sintomas e
fantasias que ocorrem durante o período gravídico necessitam de
ser abordadas no espaço específico para a prevenção e alívio de
questionamentos e vivencias mais emergentes na mulher.
(A IMPORTANCIA DO ATENDIMENTO PSICOLOGICO AS
GESTANTES E PUERPERAS/ PROMOÇAO E PREVENÇAO DA
SAUDE DURANTE A GESTAÇAO E PUERPERIO)
Neste contexto o trabalho do psicólogo focaliza-se em virtude da
evolução do período gravídico, ou seja, independentemente da dor, a
acção do psicólogo é no sentido de minimizar o impacto da gravidez
na qualidade de vida da mulher, tendo ele como meta a recuperação da
aquisição da consciência na mulher na valorização de todas consultas
que devem ser feitas
Por isso que Angerami 2002, afirma que o trabalho do psicólogo com
o paciente resume-se na:
a) Atenuação ou supressão da ansiedade depressão e estresse (a
ansiedade na gravidez ela surge geralmente pelo processo de
hospitalização, pelo facto de estar separada da família, o medo
de não conseguir levar a termo a gestação.

b) Adaptação do paciente à doença e às novas limitações (aqui o


psicólogo acompanha a paciente e trabalha na estimulação de
comportamentos novos e adaptativos na gravidez.

c) Adaptação da gestante as consultas ( só será possível com a


conscientização da gestante a cerca da sua condição actual e a
necessidade de tratamento o, porque A tranquilidade da
gestante, o bom estado emocional, são condição essencial para a
manutenção do tratamento)

d) Melhoria da auto-estima (a identidade constrói-se a partir de


um corpo íntegro e completo, e que uma situação de doença
coloca sob ameaça essa visão. o psicólogo aqui vai actuar no
sentido de o paciente melhorar e recuperar a sua auto-estima; o
que pode ser facilitado por um vínculo terapêutico que vai
auxiliar na readaptação à nova vida e a nova imagem corporal, a
atração pessoal e o desenvolvimento da autoconfiança.
e) Apoio e orientação a família (sabemos nós que A família é um
sistema com regras e estrutura próprias e definidas. Uma
modificação em qualquer de seus membros necessitará de
imediata reestruturação e redefinição dos papéis para integrar a
novidade. O psicólogo actuará, pois, fornecendo apoio e
orientação à família.

(PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE PSÍQUICA


DURANTE A GESTAÇÃO E DO PUERPÉRIO ATRAVÉS DA
PSICOLOGIA)
Segundo os autores Da Cunha e Benevides, testificam que o psicólogo
detém um conhecimento teórico e pratico em intervenção precoce e
tais práticas devem ser mais incentivadas nas maternidades publicas,
privadas, consultórios, e em unidades de saúde pois a mutualidade
entre a psicologia e intervenção precoce durante a gestação ocorre, em
grande parte, devido ás demandas próprias da profissão. (facilidade de
laço com o paciente, o trabalho de escuta e acolhimento que são
qualidades do psicólogo.)
O autor Santos 2012, realça que o acompanhamento da gravidez visa
assegurar o bem-estar materno e fetal, também a sua preparação para o
parto e pós-parto e o exercício da maternidade, e a interação com o
recém-nascido que se iniciam nesse período e vão sendo construídas
durante a vida.
(RESULTADOS DAS HIPOTESES)
quanto aos resultados sociodemográficos, conseguimos entrevistar
100 mulheres com idades compreendidas dos 17 aos 41 anos de idade,
a tabela nos mostra que:
- 30% das gestantes e puérperas estão na classe dos 17-21 anos de
idade de ambas maternidades.
- 26.6% na classe dos 22-26 anos de idade.
- 21.1% na classe dos 27-31 anos de idade.
- 12,2% na classe de 37- 41.
Os ilustres jurados podem estar a se questionar se não há uma
diferença entre a percentagem vista que é um estudo comparativo
entre gestantes e puérperas, podemos a firma que sim há uma
diferença mínima de percentagem sendo 10% nos resultados, visto que
podemos também constatar nas tabelas acima.
Dando continuidade, quando ao estado civil e habilitações literárias
das gestantes e puérperas de ambas maternidade:
Aqui destacamos o número elevado de gestantes e puérperas que estão
frequentando ensino superior mostrando um avanço escolar tendo
como percentagem 14,4%, evidenciamos também que o número de
mulheres que não vivem com os maridos e preocupante que faz um
percentual de 25,5%, acreditamos que esse facto pode influenciar no
surgimento de transtornos psicológicos, porque a gestação deve ser
acompanhada pelo esposo, para maior qualidade de vida da gestante e
do seu bebé.

Quanto a interpretação dos resultados no primeiro obejectivo nós


questionamos se as gestantes e puérperas sabem da importância da
atenção psicológica em todas as fases em que se encontram, de acordo
com a tabela dos resultados verificou-se que:
44% das gestantes de ambas maternidades afirmaram que têm o
conhecimento sobre a importância da atenção psicológica em todas as
fases de gestação, e 56% não têm o conhecimento sobre a importância
da atenção psicológica.
Nas puérperas os resultados demonstram que 55% têm o
conhecimento sobre a importância da atenção psicológica em todas as
fases gravídico-puerperal.
os nossos resultados aqui fundamentam a pesquisa de Bortoletti que
numa amostra de 654 gestantes concluíram que muitas mulheres no
estado de gestação não têm a noção da importância do
acompanhamento psicológico durante a gravidez.
Logo a nossa hipótese foi rejeitada, por parte das gestantes uma vez
que havíamos referido que todas mulheres sabem da importância do
acompanhamento psicológico em fases de gestação e pós-parto,
porque a nossa pesquisa maior parte demostrou não terem
conhecimento sobre a importância do acompanhamento psicológico,
mas nas puérperas o nosso objectivo é alcançado porque a maior parte
têm o conhecimento sobre a importância da atenção psicológica em
todas as fases.

No segundo obejectivo nós verificamos se as gestantes e puérperas


têm efeito o acompanhamento psicológico de forma regular ou
periódica. Quanto aos resultados constatou-se que apenas 34,5% das
gestantes de ambas maternidades referiram já haviam feito a consulta
de acompanhamento psicológico, e nas puérperas temos 39,5% que
fazem a consulta de acompanhamento psicológico.
Um dos factos que muito chamou a nossa atenção e muito
preocupante é o número da percentagem das gestantes e puérperas
com maior atenção na maternidade Augusto Ngangula que não fazem
a consulta de acompanhamento psicológico, perfazendo um total de
60,5%.
Nos estudos de Dourado e Pelloso 2007, sobre o acompanhamento
psicológico das consultas resumiram que só 10% das gestantes foram
acompanhadas em consulta de psicologia e 90% limitaram-se a fazer a
consulta de obstetrícia. Esta intercorrência pode influencia na
educação da gestante sobre o acompanhamento psicológico, e os
nossos resultados atestem o mesmo porque verificou-se que 76% das
mulheres no estado de gestação e 60% das puérperas não tem o
acompanhamento psicológico.
Concordamos com Fiorini 2004 que refere que o acompanhamento
psicológico pré e pós-parto é um seguimento psicoterápico na
modalidade de psicoterapia breve que visa oferecer apoio continuo a
gestantes com objetivo de auxiliar e na resolução de dificuldade e
conflitos e de risco psicossociais.
No terceiro objectivo aferimos se os médicos recomendam o
acompanhamento psicológico. Quanto as transferências das gestantes
e puérperas por parte dos médicos e outros profissionais a tabela
mostra que 40% das gestantes afirmaram que os médicos as
recomendaram a fazer a consulta de psicologia e nas puérperas 55%
afirmaram que os médicos e outros profissionais de saúde as
recomendam a fazer a consulta de psicologia nós aqui parabenizamos
e destacamos a maternidade Lucrécia Paim porque o numero de
recomendação é satisfatórios em relação a maternidade augusto
Ngangula apesar da fraca oferta para este serviço e a carência de
psicólogos.
Notamos também que a maternidade augusta Ngangula desconhecem
a importância do acompanhamento psicológico, e tem contribuído
para a fraca adesão das gestantes e puérperas as consultas de
psicologia.
O nosso resultado corrobora com a pesquisa de Camarneiro 2010,
onde referiram que 88% das gestantes nunca foram lhes recomendado
a fazer a consulta de psicologia e desconhecem o mesmo.
Mas concordamos com o Fiorini 2004 que afirma que a consulta
psicológica pré-natal deve ser oferecida a gestante em cada trimestre
da gravidez cujo objectivo e esclarecer dúvidas e oferecer informações
na perspectiva da promoção da saúde mental.
Concluímos que os serviços de psicologia, numa perspectiva
interdisciplinar, no campo da saúde obstétrica é ainda um trabalho
desafiador e envolve reavaliações constantes.
enquanto parte da equipa, o psicólogo contribui nos diferentes saberes
e favorecendo o diálogo e trocas de informações entre os pacientes e
profissionais.
As intercorrências no período gravídico-puérperal fragilizam a mulher
e sua família e conduzem, muitas vezes, ao sofrimento psíquico, e
oferecer atendimento psicológico possibilita à gestante elaborar e
refletir acerca das estratégias diante de sua condição clínica.

Após a análise e discussão dos resultados do trabalho de campo


realizado, maternidade do Augusto Ngangula e Lucrécia Paim,
podemos concluir o seguinte:

 Mais da cinquenta por cento das gestantes de ambas maternidades,


não têm conhecimento sobre a importância do acompanhamento
psicológico em todas fases de gestação, e boa parte das puérperas
sabem sobre a importância do mesmo. Resultados expostos na tabela
número 02 relacionados com o primeiro objectivo.

 Em ambas maternidades foi possível verificar que, a maior parte das


gestantes e puérperas têm acompanhamento psicológico, questão
relaciona com o segundo objectivo, tabela número 03. Em conversa
com as que têm feito as consultas de psicologia cliníca relataram que
as mesmas consultas são irregulares, facto que conseguimos constatar
na prática.

 Quanto ao encaminhamento para consulta de psicologia por parte


dos médicos e outros profissionais de saúde constatou-se que, 40%
das gestantes das maternidades, citadas não lhes foi recomendado a
consulta de psicologia, mais boa parte das puérperas afirmaram que
lhes foi recomendado fazer a consulta de psicologia.
Facto relacionado com o terceiro objectivo tabela número 04.

Este estudo, permitiu-nos compreender que, a actuação do psicólogo


envolve acções terapêuticas e preventivas e são voltadas,
principalmente, aos aspectos emocionais e relacionais, tendo em vista
as importantes transformações ocorridas na mulher e na família no
período gravídico- puerperal. Ressignificar experiências difíceis
representa uma possibilidade de melhorar a qualidade de vida entre as
pessoas envolvidas.

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