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I CONGRESSO INTERNACIONAL DE SAÚDE MENTAL

DOS CAMPOS GERAIS


Ponta Grossa, 25 a 28 de maio de 2022

A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL DAS MULHERES NO PERÍODO


GESTACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE VÍNCULO ENTRE MÃE E O
BEBÊ

Anna Júlia Schoab Giebeluka1


Edmilson Antonio Ribeiro2
Ana Cristina Proença³
Professora Orientadora: Beatriz de Souza 4

Resumo: A presente pesquisa busca através de uma revisão bibliográfica compreender os


fatores de importância para a saúde mental da gestante e como isso afeta o desenvolvimento
de vínculo entre mãe-bebê, uma vez que o período gravídico é marcado por diversas
mudanças biopsicossociais que esse organismo passa para receber e gestar uma nova vida, e
que por muitas vezes se torna um desafio que pode ocasionar condições desfavoráveis a
saúde mental dessa gestante, podendo afetar o vínculo entre mãe e bebê o qual influenciará
diretamente na saúde mental e qualidade de relacionamentos que essa criança terá no futuro.

Palavras-chave: Saúde mental. Período gravídico-puerperal. Vínculo mãe – bebê.

Introdução

O período gestacional é perpassado por inúmeras alterações biológicas, sociais,


corporais, psíquicas e espirituais na vida de uma mulher, essas mudanças são singulares e
transformam o corpo e a mente desse organismo para receber e gestar outra vida, no entanto,
de uma forma geral, muitos desses “sintomas”, podem ser parecidos e destacados como uma
angústia ou insegurança, ou ainda, a curiosidade em compreender o que está acontecendo
naquele momento.

A gestação pode ser considerada uma fase marcada por um estado de tensão, devido as
grandes mudanças que estão acontecendo, tais fatores podem desencadear condições
maléficas para a saúde mental da gestante, como um desiquilíbrio emocional, o qual pode
acarretar condições como a ansiedade e a depressão, uma vez que a saúde mental dessa
gestante está relacionada ao estado emocional, psicológico e ao bem-estar desse organismo.

1 Cursando Psicologia, IESSA – Faculdade Sant’Anna, annajuliaschoabgiebeluka@gmail.com


2 Cursando Psicologia, IESSA – Faculdade Sant’Anna, edmilsonantr3@gmail.com
³ Cursando Psicologia, IESSA – Faculdade Sant’Anna, anacproenca00@gmail.com
4
Psicóloga Especialista em Educação Especial, ISAL beatrizsouza2509@hotmail.com
A partir disso, essa pesquisa tem como objetivo compreender a importância da saúde
mental das mulheres no período gestacional para o desenvolvimento de vínculo entre a mãe e
o bebê.

Objetivo Geral
Compreender a importância da saúde mental das mulheres no período gestacional para
o desenvolvimento de vínculo entre a mãe e o bebê.

Metodologia

Este trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica, sendo essa uma pesquisa
feita a partir de artigos já existentes cujo cenário aborda o tema saúde mental e gestação, os
dados foram coletados a partir de portais eletrônicos filtrados em pesquisas escritas entre os
anos de 2015 e 2021, utilizando das palavras-chave “saúde mental, período gestacional,
vínculo materno, vínculo mãe-bebê”.

Resultados/Resultados parciais e discussão

A fase gestacional é marcada por diversas transformações, sejam elas psíquicas ou


biológicas, segundo Silva e Colaboradores (2015), a gestação é a fase no qual a mulher espera
durante nove meses por uma vida que ocorreu no enlace de células sexuais, ocorrendo a
cópula, é neste momento que ocorre na mulher distintas transformações diversas nos sistemas
e aparelhos.

Portanto, a gestação é um momento no qual a mulher esta sujeita as mais diversas


mudanças, sendo elas tanto internas como externas, algumas dessas mudanças são no corpo
no aspecto biológico e físico, um desequilíbrio emocional, mudança de humor, e ainda, seus
comportamentos usuais sofrem mudanças, gerando assim diversos conflitos emocionais, e
tudo isso, transpassado por questões sociais e ambientas onde a gestante está inserida, muitas
vezes a identificação desses fatores é dado como um desafio para essas mamães.

Diante destas manifestações que ocorrem nesta fase da gestação Pirrelli, Zambaldi,
Cantilino & Sougey (2016) esclarecem que, o vínculo que se estabelece entre mãe e bebê, são
carências psíquicas e corporais dele, e que irão proporcionar ao bebê, aconchego e segurança.
Podemos compreender, portanto, que a mãe é fonte mais segura para a criação das
vinculações iniciais e que essa relação refletirá posteriormente nas relações da criança com o
meio, sendo assim, a saúde psíquica da criança recebe influência direta na qualidade do
vínculo entre eles estabelecido.

Esse vínculo não ocorre de forma imediata, mas sim de forma expansiva e gradual,
desenvolvendo-se desde as primeiras semanas da gestação, até o momento do pós-nascimento
do bebê, onde esse é considerado como um período no qual o sofrer psíquico pode
desencadear uma depressão, dando origem então à DPP (depressão pós-parto), que evidencia-
se de uma forma intensa e variável, sendo um fator dificultoso para a formação segura de um
vínculo entre mãe-bebê, podendo então interferir futuramente nos seus convívios interpessoais
(Moura, Pedrão, Souza & Boaventura, 2015).

Tais condições surgem e se desenvolvem no período gestacional, não são


sistematizadas e específicas do período puerperal pós-parto, segundo Lima & Colaboradores
(2017), é preciso que haja um reconhecimento antecipado de sinais depressivos diante da
gestação, pois proporcionará uma ajuda para análise de risco e urgência de encaminhamento,
oferecendo ações adequadas e soluções materno-infantil próprios.

Lima e Colaboradores (2017), ressaltam que ter um apoio social durante a vivência é
essencial para amortecer tais acontecimentos que há no dia a dia, ainda mais no período que
há transformações psicossociais, como também fisiológica, que é o fato da gravidez.

Considerações finais

Os resultados obtidos nos mostram que o período gestacional sofre alterações


biológicas, psíquicas, sociais e corporais, e que essas alterações influenciam diretamente os
comportamentos e sentimentos da gestante, intervindo assim na formação e qualidade do
vínculo entre a mãe e o bebê. Nos foi constatado ainda que esse vínculo não é imediato no
pós-parto, mas que o mesmo se constrói de uma forma gradativa no período gestacional e é
consolidado no período puerperal através das necessidades que o bebê demonstra a mãe.

É a partir das carências e necessidades que o bebê vive que se estabelece e consolida o
vínculo maternal, ainda, esse vínculo está ligado ao apoio social que a gestante recebe em
período conflituosos, rodeados de angústias e inseguranças, uma rede de apoio a gestante é
imprescindível, pois assim ela se sentirá amparada pelos seus pares, e desenvolverá assim o
vínculo necessário com o bebê, permitindo assim qualidade as futuras relações que ele
desenvolverá.

Referências

Carosio, A. A., Porto M. A. (2021). Transtornos mentais em mulheres no período


gestacional: Uma revisão de literatura. Revista Interciência – IMES Catanduva - V.1, Nº6,
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Lima, M. O. P., Tsunechiro, M. A., Bonadio, I. C., & Murata, M. (2017). Sintomas
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Marques, A. C. M., Souza L. F. (2019). Gestação e seus fatores emocionais. Centro


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Moura, V. F. S., Pedrão L. J., Souza, A. C. S., & Boaventura, R. P. (2015). A depressão em
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http://pepsic.bvsalud.org/pdf/smad/v11n4/pt_08.pdf baixado em: 10/05/2022 às 09:20.

Pirrelli, J. G. A., Zambaldi, C. F., Cantilino, A., & Sougey, E. B. (2016). Instrumentos de
avaliação do vínculo entre mãe e bebê. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rpp/v32n3/0103-0582-rpp-32-03-0257.pdf baixado em 12/05/2022
às 14:35.

Silva, L.B., Pessoa, F. B., Pessoa, D. T. C., Cunha, V. C. M., Cunha, C. R. M., & Fernandes,
C. K. C. (2015). Análises das mudanças fisiológicas durante a gestação: Desvendando
mitos. Revista Faculdade de Montes Belos (FMB), 8, (1), pp. 1-16. Disponível em:
http://revista.fmb.edu.br/index.php/fmb/article/view/11/0. Baixado em 11/05/2022 às 13:40.

Steen, M. F., Amorim, A. (2019). Bem-estar e saúde mental materna. Acta Paulista de
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