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UNIVERSIDADE POSITIVO

NÚCLEO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE PSICOLOGIA

ADILLY BASÍLIO DOS SANTOS


ANNA LUIZA SOARES ROCHE

AS IMPLICAÇÕES DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO NO


DESENVOLVIMENTO INFANTIL

CURITIBA
2017
Adilly Basílio dos Santos
Anna Luiza Soares Roche

AS IMPLICAÇÕES DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO NO DESENVOLVIMENTO


INFANTIL

Trabalho de conclusão de
curso, de Psicologia, 4º ano da
Universidade Positivo.
Orientadora: Profa. Dra. Dhayana I.
Veiga

CURITIBA
2017
Agradecimentos

À nossa orientadora Dhayana Inthamoussu Veiga, que nos orientou e nos

ensinou tanto em tão pouco tempo. Obrigada por todo o suporte que nos ofereceu, pelas

correções, incentivos e amizade.

Aos membros da banca de qualificação, Karina Pinheiro da Silva e Katia

Daniele Biscouto, pelas considerações na qualificação e pelo aceite na defesa.

À esta universidade e seu corpo docente, pela excelência de ensino.

À Dra. Lenira Gaede Senesi, que nos ajudou com o recrutamento de

participantes para a pesquisa, nos indicando algumas de suas pacientes de seu

consultório particular.

Aos nossos pais, Amanda Cristina Kolodji, Fernanda Soares Roche e Enrique

Marques Roche, que sempre acreditaram em nós e nos apoiam em todos os momentos

da vida. Obrigada por todo o amor, incentivo e por serem exemplos de vida a serem

seguidos.

À irmã de Anna Luiza, Mariana Roche, pela amizade única e pelo apoio, não só

esse ano, mas sempre.

Aos nossos namorados, Bruno Murata e Pablo Vaz, por todo o apoio e por

deixarem nossos dias mais leves.

À todas as nossas amigas, pelo suporte em toda essa caminhada e por estarem

presentes nos momentos de alegrias e dificuldades.


Sumário

Resumo..........................................................................................................

Introdução.....................................................................................................2

Método...........................................................................................................8

Participantes................................................................................................8

Local............................................................................................................8

Instrumentos................................................................................................8

Materiais....................................................................................................11

Procedimentos Éticos................................................................................11

Procedimento.............................................................................................12

Procedimento de Análise de Resultados....................................................12

Resultados....................................................................................................14

Análise Geral - BDI, BAI, ISSL e Whoqol-Bref........................................14

Análise Geral e Individual - Inventário Portage Operacionalizado...........19

Comparação de Resultados entre Mães e Bebês........................................25

Discussão......................................................................................................34

Referências...................................................................................................39

Anexos. .........................................................................................................44

Apêndices......................................................................................................50
Resumo

Os sintomas da depressão pós-parto podem interferir em todas as relações


interpessoais, especialmente na interação entre a mãe e seu bebê. Isso ocorre devido a
mães com depressão tenderem a apresentar menor capacidade de estimular seu bebê de
forma mais adequada quando comparadas com mães sem depressão. O objetivo desse
estudo foi avaliar e comparar a presença de sintomas de depressão, ansiedade e estresse
de mães com índices de desenvolvimento de seus bebês. Ao todo participaram
individualmente do estudo nove mulheres, mães, e nove bebês, com idades entre 1 mês
a 11 meses. Foram aplicados os seguintes instrumentos com as mães: Inventário de
Depressão de Beck (BDI) para identificar sintomas de depressão, Inventário de
Ansiedade de Beck (BAI) para identificar sintomas de ansiedade, Inventário de
Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) para avaliar os níveis de estresse e o
Whoqol Bref para avaliar sua qualidade de vida em geral. Para avaliação dos índices de
desenvolvimento dos bebês, foi aplicado o Inventário Portage Operacionalizado por
meio de entrevistas com as mães e observações dos bebês. Os resultados do estudo
mostram, para a maioria das mães, níveis elevados de estresse, diretamente relacionados
ao estresse físico, e índices moderados de depressão e ansiedade. Apenas três
participantes apresentaram ausência de estresse e de sintomas de depressão e ansiedade.
Os resultados referentes à qualidade de vida das mães mostraram-se compatíveis com os
resultados da avaliação de estresse, ansiedade e depressão: verificaram-se prejuízos
elevados nos aspectos físicos, prejuízo moderado nos aspectos psicológicos e níveis
mais elevados de satisfação em relação a relacionamento social e aspectos do meio
ambiente. Em relação ao desenvolvimento dos bebês, verificou-se que todos apresentam
índices muito abaixo do esperado nas áreas de cognição e linguagem, índices abaixo da
média na área de desenvolvimento motor e a grande maioria apresentou índices médios
ou acima da média nas áreas de socialização e autocuidados. Na comparação entre a
avaliação geral das mães e o desenvolvimento dos bebês, observou-se que bebês de
mães com sintomas de depressão e ansiedade apresentam um desenvolvimento melhor
do que bebês de mães com ausência desses sintomas. Conclui-se que, para grande parte
das mães avaliadas, os altos níveis de estresse são os fatores de maior prejuízo A
presente análise não permite, por ora, avaliar a correlação entre as variáveis estudadas.
Futuras analises irão avaliar quantitativamente essa relação.

Palavras-chave: Depressão pós-parto; Ansiedade, Estresse, qualidade de vida,


Desenvolvimento infantil, bebês.
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Puerpério é o nome dado ao período do pós-parto, no qual a mulher vivencia

uma série de adaptações físicas e emocionais. É também nesse período que a mulher se

depara com o confronto entre as expectativas construídas durante a gestação e a

realidade trazida pela chegada do bebê (Emídio & Hashimoto, 2008). A literatura

diferencia três tipos de transtornos do pós-parto: a melancolia da maternidade (baby

blues), a psicose puerperal e a depressão pós-parto. Miller (1997), acredita que o baby

blues seria um estado mais reativo do que um estado depressivo, e parece ser

concomitante a mudanças neurofisiológicas normais no puerpério. Segundo o CID.10

(Classificação Internacional de Doenças), há uma tendência a considerar a psicose

puerperal, juntamente com a Depressão Pós-parto, como um tipo de Transtorno do

Humor, iniciada ou precipitada pelo puerpério. O Manual Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais (DSM-5) não reconhece a depressão pós-parto como um

diagnóstico à parte. As pacientes precisam satisfazer os critérios de um episódio

depressivo maior e os critérios do especificador de início perinatal. Portanto, a definição

é de um episódio depressivo maior com início na gestação ou em até quatro semanas

após o parto. Essa depressão pode se manifestar por um conjunto de sintomas como

irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de

energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade e

sentimentos de incapacidade de lidar com novas solicitações (Schmidt, Piccoloto &

Müller, 2005). Sintomas como irritabilidade e ansiedade muitas vezes são mais

marcantes que o humor deprimido (Gelder, et al, 1996).

O estresse é uma resposta do organismo, que é emitida para reagir frente a algo

que o despertou, podendo ser entendido como fisiológico, psicológico e

comportamental. Quando o organismo fica exposto a situações de estresse, o corpo

passa a gastar mais energia para trabalhar (Cosner, Margis & Picon, 2003). O estresse
3

demonstra ser um dos principais fatores ambientais que predispõem um indivíduo à

depressão. Em aproximadamente 60% dos casos, os episódios depressivos são

precedidos pela ocorrência de fatores estressantes, principalmente de origem

psicossocial (Post, 1992). Estresse na gestação, em geral, está associado a eventos

específicos como enjoos, gravidez não planejada, medo de ganho excessivo de peso no

início da gravidez e medo do parto. A média de eventos estressores durante a gestação é

de cinco eventos por gestante (Esper & Furtado, 2010). Pesquisas apontam que mais de

75% das gestantes apresentam sinais significativos de estresse em algum nível (Segato,

Andrade, Vasconcellos, Matias & Rolim, 2009). Uma pesquisa sobre Estresse na

Gestação e no Puerpério obteve como resultado dados que indicam que a manifestação

de estresse tanto na gestação como no puerpério está relacionada à manifestação de

DPP, sendo que quanto mais avançada a fase de estresse em que a gestante ou a

puérpera se encontrar, maior a probabilidade da mesma apresentar a depressão

(Rodrigues & Schiavo, 2011).

Alguns fatores podem ser mais importantes para a depressão materna, como por

exemplo, o ajustamento psicológico da mulher antes e durante a gravidez. Segundo

O’Hara (1997), quando a mulher vivencia muito estresse na gestação e no parto, e

mulheres que não podem contar com apoio social, têm maiores chances de desenvolver

depressão. Um estudo realizado no município de Pelotas, no estado do Rio grande do

Sul, com 430 mães que tiveram filhos entre outubro e novembro de 2000, tinha como

objetivo avaliar a prevalência e os fatores associados para depressão pós-parto. A

pesquisa obteve como resultado uma prevalência de depressão pós-parto maior entre

mães de nível socioeconômico baixo e de menor escolaridade. Entre os fatores

psicossociais, a preferência pelo sexo da criança, o apoio familiar, e o fato de pensar em

abortar também foram variáveis associadas significativamente com DPP. Os resultados


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apontam para um aumento na chance de ocorrer a depressão pós-parto quando a renda

decresce, sendo que as puerpérias com renda familiar de até um salário mínimo tiveram

maior chance de depressão (Faria, Horta, Moraes, Pinheiro, Silva & Sousa, 2006).

O desenvolvimento de uma é criança é resultado de uma interação genética-

ambiental com total influência de seus cuidadores (Radke-Yarrow, 1998). Os sintomas

de depressão interferem em todas as relações interpessoais, especialmente no

desenvolvimento da interação entre a mãe e seu bebê (Tronick & Weinberg, 2000), pois

mães deprimidas tendem a apresentar menor capacidade de interagir com a criança de

forma adaptativa, menor capacidade de responder de forma eficiente e direta aos sinais

da criança e estabelecem menos contato físico com sua criança quando comparadas com

mães não deprimidas (Dawson et al., 2000). Crianças filhas de mães com depressão

apresentam também maiores riscos para desenvolverem dificuldades comportamentais,

afetivas, cognitivas e sociais (Brum & Schermann, 2006). Meredith e Noller (2003)

apontaram o fato de que as mães deprimidas apresentam um estilo de apego inseguro,

assim como veem seus filhos como mais difíceis de lidar, mais lentos, exigentes e não

adaptados. Na relação das mães com seus bebês, as mães com DPP mostraram níveis de

hostilidade maior na interação com seus filhos, apresentando maior rejeição, negligência

e agressividade quando lidam com eles. Em interações normais, Field, Healy, Goldstein

e Guthertz (1990) assinalaram que, a mãe cuidadosa modula o próprio comportamento

no sentido de proporcionar ao bebê estimulação adequada, o que caracteriza uma

interação sincrônica. Já a depressão pós-parto contribui para que os comportamentos

afetivos e de atenção da díade mãe-bebê tornem-se assincrônicos, na medida em que a

mãe se encontra afetivamente não-responsiva. Com isso, o bebê tende a experimentar

uma desorganização comportamental, diminuindo o nível de respostas contingentes em

relação à mãe. Essa diminuição, segundo os autores, reflete o aprendizado do bebê de


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que seu comportamento exerce um mínimo efeito no comportamento materno. Essa

reação do bebê, por sua vez, pode aumentar a frustração materna, fazendo com que a

mãe utilize estratégias intrusivas no sentido de obter respostas de seu filho.

De acordo com Bowlby (1997), quando a criança tem um apego estabelecido

com seu cuidador, ela começa a construir uma representação mental do relacionamento,

que se torna um conjunto de expectativas para futuras interações com a mesma pessoa.

Bowlby criou o modelo funcional interno para descrever essa representação mental,

incluindo elementos como confiança (ou a falta dela) de que a figura de apego estará

disponível ou será confiável, a expectativa de rejeição ou afeição, e a convicção de que

essa figura é realmente uma base segura para exploração. O modelo funcional interno

começa a ser formado no final do primeiro ano de vida e se torna cada vez mais

elaborado. Esse modelo, afeta o comportamento da criança, pois futuramente, ela

tenderá a recriar, em cada novo relacionamento, o padrão com o qual ela está

familiarizada (Bee, 2009). As descrições de Bowlby coincidem com formulações

realizadas por Spitz acerca da síndrome de hospitalismo, onde a existência de uma

relação de apego e afeto é necessária para um desenvolvimento de qualidade (Brum &

Schermann, 2004). Segundo Brum e Schermann (2004), Bowlby e Winnicott também

ressaltam a importância das primeiras relações de um bebê com sua mãe para o

desenvolvimento, mesmo havendo divergências em suas teorias. Estar apegado a uma

figura materna (conceito de Bowlby) e ser dependente de uma figura materna (conceito

de Winnicott) são coisas diferentes, mesmo possuindo a mesma base: a relação mãe-

bebê. Bowlby (1969) afirma que existem provas de que a maioria dos bebês a partir dos

três meses de idade respondem à mãe de um jeito diferente em comparação com outras

pessoas. Quando olha para a mãe, um bebê desta idade sorrirá e vocalizará prontamente,

e a seguirá com os olhos por um tempo maior do que quando olha para qualquer outra
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pessoa. Portanto, está presente a discriminação perceptual. Nesse sentido, Bee (1997)

cita que o programa inato das capacidades da criança depende de um ambiente mínimo

esperado, sendo primordial a formação do elo afetivo, e da oportunidade de

entrosamento de comportamentos de apego entre o bebê e seus pais. Quando os pais são

coerentes em seus padrões de cuidados e prestam atenção aos sinais de seu bebê,

acabam oferecendo um ambiente favorável para a criança senti-los como confiáveis e

responsivos às suas necessidades. Por estar assegurado de que suas necessidades físicas

e emocionais serão satisfeitas, o bebê inicia o desenvolvimento do sentimento de

confiança básica e apego, que o conduz à construção da independência. Dessa forma, a

criança começa a utilizar da sua curiosidade, pela base segura formada com seu

cuidador, para explorar o mundo.

Os comportamentos na infância, segundo Bee (2009), são caracterizados por

uma ampla variedade de reflexos, como por exemplo o de sucção, e outros mais

primitivos, que estão presentes no recém-nascido, mas desaparecem no primeiro ano de

vida. As habilidades motoras são apenas rudimentares ao nascimento. As habilidades

perceptuais incluem a capacidade de focalizar os dois olhos; acompanhar objetos de

movimentos lentos com os olhos; discriminar a mãe pela visão, odor e pelo som;

responder a cheiros, gostos e ao toque. Dentro das primeiras semanas de vida os bebês

são capazes de aprender através de associação de estímulos, por consequências

agradáveis e desagradáveis, por categorização de estímulos e por exposição repetida a

estímulos (habituação). O ambiente familiar no qual o bebê está inserido afeta a sua

trajetória evolutiva. Os efeitos benéficos de um ambiente ideal incluem uma variedade

de objetos para o bebê explorar, adultos amorosos, responsivos e sensíveis que falem

com a criança frequentemente e respondam seus sinais (Bradley, 1989). Segundo

Baseggio e Dias (2014), as crianças privadas de afeto no primeiro período do


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desenvolvimento, que pode ser compreendido desde a gestação até aproximadamente

dois anos, resulta em uma menor capacidade de desenvolver uma estrutura psíquica

saudável.

O objetivo do presente estudo consiste em avaliar e comparar a presença de

sintomas de depressão, ansiedade e estresse de mães com índices de desenvolvimento

de seus bebês. O desenvolvimento dos bebês foi avaliado sob cinco áreas específicas,

de acordo o Inventário Portage (Aiello & Albuquerque, 2001): sociabilização,

linguagem, cuidados próprios, cognitivo e motor. A área da socialização refere-se à

assimilação de hábitos de seu grupo social, ou seja, assimilar a cultura que lhe é própria.

É um processo contínuo. A linguagem está associada com a capacidade humana de

aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação. O autocuidado é a ação

que a criança exerce sobre si mesma para cultivar uma boa qualidade de vida e saúde de

uma maneira responsável. A cognição busca verificar se a criança adquiriu os

conhecimentos esperados para sua idade, e envolve alguns fatores como: pensamento,

percepção, memória, raciocínio, entre outros. A área motora avalia a capacidade de

controlar os músculos, mover-se com desenvoltura e progredir com padrões cada vez

mais complexos. Cada uma dessas áreas é avaliada conforme a idade da criança (Aiello

& Albuquerque, 2001).

Há uma grande relevância da escolha desse tema no âmbito social, pois a

identificação de fatores associados ao baixo desenvolvimento infantil de bebês

viabilizaria a condução de intervenções precoces e intensivas nos bebês, além da

intervenção com mães diagnosticadas com depressão durante a sua gestação, ou logo

após o nascimento do bebê, evitando, assim, comprometimentos maiores no

desenvolvimento da criança (Lucion, Manfro & Motta, 2005) e prejuízos futuros (Cho,

Essex, Kalin & Klein, 2002).


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Método

Participantes

Participaram do estudo nove mulheres com idades entre 18 e 40 anos e nove

bebês de ambos os sexos de 1 mês a 11 meses de vida, residentes da cidade de Curitiba.

O nível socioeconômico estimado das participantes variou entre baixo, médio e alto,

porém estimou-se que a maioria delas (cinco mulheres) têm uma renda de nível médio.

Suas profissões, no entanto, também foram diversas. Participaram duas estudantes, duas

advogadas, uma médica, uma que trabalha na área de Recursos Humanos e três que

atualmente não trabalham. O recrutamento de participantes foi feito por conveniência,

por meio da indicação de pacientes de uma médica Ginecologista e Obstetra e por meio

de contatos pessoais das pesquisadoras e pessoas indicadas pelas mesmas. A

participação foi autorizada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –

mãe e bebê (Anexo 1).

Local

A coleta de dados para o estudo ocorreu nas residências de cada uma das

participantes.

Instrumentos

Os instrumentos que foram utilizados no estudo foram: Inventário de Depressão

de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Inventário de Sintomas de


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Stress para Adultos de Lipp (ISSl), Whoqol Bref e o Inventário Portage

Operacionalizado.

O Inventário de Depressão de Beck (BDI) e o Inventário de Ansiedade de Beck

(BAI) fazem parte da escala Beck. O BDI é usado para avaliar sintomas da depressão e

medir a severidade de episódios depressivos, e pode ser facilmente aplicado em 10 a 15

minutos. O BAI é uma escala de autorrelato que mede a intensidade dos sintomas da

ansiedade e pode ser aplicado em 10 a 15 minutos. BDI e BAI contêm 21 questões. No

BDI, cada questão contém quatro alternativas de resposta e seus escores variam de 0 a

3, enquanto que no BAI, cada item se refere a uma afirmação descritiva da ansiedade

que deve ser avaliado pelo participante com referência a si mesmo, em uma escala de

quatro pontos. A escala reflete níveis de gravidade crescente a cada sintoma, como: 1

absolutamente não, 2 levemente (não me incomodou muito), 3 moderadamente (foi

muito desagradável mas pude suportar), e 4 gravemente (dificilmente pude suportar). Os

itens do BDI são referentes a tristeza, pessimismo, sentimento de fracasso, insatisfação,

culpa, punição, auto aversão, autoacusações, ideia suicida, choro, irritabilidade,

retraimento social, indecisão, mudança na autoimagem, dificuldade de trabalhar,

insônia, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupações somáticas e perda de

libido sexual. Já os itens do BAI se referem a dormência e formigamento, sensação de

calor, tremores nas pernas, incapacidade de relaxar, medo que aconteça o pior,

atordoado ou tonto, palpitação ou aceleração do coração, sem equilíbrio, aterrorizado,

nervoso, sensação de sufocação, tremores nas mãos, tremulo, medo de perder o

controle, dificuldade em respirar, medo de morrer, assustado, indigestão ou desconforto

no abdômen, sensação de desmaio, rosto afogueado e suor (não devido ao calor).

O Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) tem como

objetivo identificar quadros característicos do stress, os tipos de sintomas somáticos ou


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psicológicos existentes e a fase em que a pessoa se encontra: alerta, resistência, quase

exaustão e exaustão. O ISSL pode ser aplicado em 30 minutos em pessoas com faixa

etária a partir de 15 anos. O primeiro quadro do caderno de aplicação (Fase de Alerta)

contém 15 sintomas para assinalar se ocorreu nas últimas 24 horas. O segundo quadro

se refere à fase de resistência e é composta por 16 sintomas presentes na última semana,

enquanto a fase de quase exaustão é diagnosticada com base na frequência dos itens

assinalados na fase de resistência. Já o último quadro, que se refere à fase de exaustão, é

composto por 23 sintomas que tenham sido apresentados no último mês.

O Whoqol-bref, por sua vez, é um instrumento em versão reduzida do Whoqol-

100, criado com o intuito de servir em estudos nos quais a qualidade de vida é apenas

uma das várias variáveis presentes, sem ter necessidade de avaliar todos os aspectos que

o Whoqol-100 avalia. O Whoqol-bref tem como objetivo avaliar a qualidade de vida,

composto por 26 questões, das quais duas são questões gerais de qualidade de vida

enquanto as demais representam cada uma das 24 facetas que compõem o instrumento

original, e cada faceta é avaliada apenas por uma questão. Além disso, o Whoqol-bref

passou a ser composto por quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio

ambiente.

Para avaliação do desenvolvimento dos bebês foi utilizado o Inventário Portage

Operacionalizado (Williams & Aiello, 2001), respondido pela mãe participante sobre o

desenvolvimento de seu filho. O Inventário Portage tem como objetivo avaliar os níveis

de desenvolvimento da criança, levando em consideração cinco áreas: desenvolvimento

motor, autocuidados, cognição, socialização e linguagem. Avalia-se, também, a área de

estimulação infantil, que é específica para bebês de zero a quatro meses. Recomenda-se

aplicação em sessões de até 30 minutos.


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Foi utilizado a Operacionalização da área de Estimulação Infantil do Inventário

Portage com bebês participantes com idade de 0 a 4 meses. Essa área é composta por 45

questões, e para todas as demais áreas citadas foram utilizadas as folhas de resposta para

a faixa etária de 0 a 1 ano. Para essa faixa etária, a área de socialização tem 28 questões,

a área de cognição tem 14 questões, a área de linguagem é composta por 10 questões, a

de autocuidados por 13 e, por último, a de desenvolvimento motor por 45 questões.

Materiais

Para aplicação dos testes e preenchimento da tabela de perguntas, foram usados

lápis, borracha, caneta e pranchetas.

Procedimentos Éticos

A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres

Humanos da Universidade Positivo, sob o número de Protocolo CAAE

70896317.7.0000.0093 (Anexo 2).

A identidade dos participantes foi mantida no mais rigoroso sigilo, e no caso da

exposição dos resultados da pesquisa em congressos científicos ou em qualquer outro

âmbito, nunca será identificado o nome do(a) menor ou outros dados que possam

identificá-lo(a). A participação neste estudo foi voluntária e a participante pôde recusar

a participação dela ou do(a) menor neste estudo, ou retirar o seu consentimento sobre a

participação dele(a) a qualquer momento, sem precisar justificar, e por desejar sair da

pesquisa, ela ou o(a) menor não sofreriam qualquer prejuízo ou repreensão. Embora

improvável, se o (a) menor tivesse desconforto persistente decorrente da pesquisa, o

responsável poderia contatar a qualquer momento os pesquisadores que se

comprometeram a fornecer o suporte necessário.


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Os participantes não tiveram nenhum gasto com a pesquisa, assim como não

receberam nenhum valor em dinheiro por sua participação. Os riscos de sua participação

se restringem aos riscos envolvidos nas possíveis reações emocionais ao responder o

questionário. Para evitar eventuais desconfortos durante a entrevista foram oferecidas

pausas entre a aplicação dos instrumentos. A participação nesse estudo foi voluntária, e

a participante obteve informações adicionais sobre a pesquisa a qualquer momento do

processo. Como benefício da sua participação, além de ter contribuído no

desenvolvimento de um estudo científico, recebeu explicações a respeito dos resultados

das avaliações e recebeu orientações sobre estimulação infantil e encaminhamento

psicológico às mães nos casos avaliados como necessários.

Foi assegurado aos participantes assistência durante toda pesquisa, bem como

lhe foi garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais

sobre o estudo e suas consequências, ou seja, tudo o que quisessem saber antes, durante

e depois da participação.

Procedimento

No dia agendado com cada uma das participantes, as pesquisadoras foram até

suas residências e, antes de dar início à coleta de dados, apresentaram e solicitaram

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta de dados

foi iniciada com a aplicação dos instrumentos da Escala Beck: Inventário de Depressão

de Beck (BDI) e Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), em seguida foi aplicado o

Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSl), o Whoqol Bref e, por

último, o Inventário Portage Operacionalizado.

Procedimento de Análise de Resultados


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A correção das folhas de respostas preenchidas pelas participantes foi realizada

de acordo com o manual específico de cada instrumento. Índices de depressão,

ansiedade, estresse e qualidade de vida das mães foram comparados com os índices de

desenvolvimento dos bebês. Primeiramente foi conduzida uma análise geral das mães

participantes de cada instrumento (número de participantes que apresentaram um

determinado desempenho em cada instrumento) e do desenvolvimento de todos os

bebês (índice de comportamentos apresentados por cada bebê em cada área de

desenvolvimento). Por último, foi feita uma comparação entre os resultados gerais das

díades mães-bebês. Para realizar essa comparação, casos individuais foram agrupados

em casos típicos de acordo com padrões de semelhanças e de diferenças entre os

resultados dos instrumentos aplicados. Os resultados foram comparados por meio de

inspeção visual e por meio dos valores fornecidos por cada instrumento (e.g.,

porcentagem, percentil, médias etc.).


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Resultados

Inicialmente serão apresentados os resultados referentes aos sintomas de

depressão (BDI), ansiedade (BAI), estresse (ISSL) e qualidade de vida (WhoqolBref)

para as participantes mães. Em seguida, serão apresentados os dados referentes ao

desenvolvimento dos bebês, de forma geral e individual, segundo o Inventário Portage

Operacionalizado (Williams & Aiello, 2001). O primeiro conjunto de resultados

apresentados se referirá ao número de participantes que apresentaram desempenhos

semelhantes de acordo com a escala do instrumento. No segundo conjunto de

resultados, serão comparados os desempenhos individuais em cada díade mãe-bebê.

Nos Apêndices 1, 2 e 3 poderão ser vistas a análise individual de cada uma das 9 mães

participantes nos testes referentes à depressão e ansiedade, estresse e qualidade de vida,

além das respectivas figuras que apresentarão esses dados.

Análise Geral - BDI, BAI, ISSL e Whoqol Bref

A Figura 1 apresenta os resultados referentes à quantidade de mães participantes

do estudo que pontuaram escores mínimo, leve, moderado e grave de depressão, de

acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI).


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Figura 1. Apresenta os dados referentes à quantidade de mães


participantes do estudo que receberam escore mínimo, leve, moderado e
grave de depressão, de acordo com a escala do Inventário de Depressão
de Beck (BDI).

Do total de 9 mães participantes, 6 apresentaram algum grau de depressão

segundo a escala BDI (Beck, Steer & Brown, 2001) e 3 não apresentaram sintomas de

depressão. Quatro participantes apresentaram um grau moderado de depressão (M2,

M4, M5 e M9), o que significa que a presença de sintomas ocorre em um nível

expressivo, o qual deve ser tratado o mais brevemente possível; Duas participantes

apresentaram grau leve de depressão (M1 e M6), o que indica que sintomas existem em

sua vida no momento e deve ser analisado, porém sem gerar, por ora, prejuízos e

sofrimento mais acentuados; Três participantes (M3, M7 e M8) não apresentaram

sintomas de depressão.

A Figura 2 apresenta os dados referentes ao número de mães participantes do

estudo que pontuaram escores mínimos, leve, moderado e grave de ansiedade, de acordo

com a escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI).


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Figura 2. Apresenta os dados referentes à quantidade de mães


participantes do estudo que receberam escore mínimo, leve, moderado e
grave referentes a ansiedade, de acordo com a escala do Inventário de
Ansiedade de Beck (BAI).

As mães participantes do estudo apresentaram, de forma geral, índices

moderados, leves e mínimos de ansiedade. Três participantes com grau moderado de

depressão apresentaram grau semelhante de ansiedade (M2, M4 e M5), indicando que

sintomas de ansiedade estão presentes na sua vida atualmente. M1 apresentou grau

moderado de ansiedade e leve de depressão. Duas mães (M6 e M9) apresentaram grau

leve para sintomas de ansiedade, o que indica prejuízo e sofrimento menos expressivos,

porém presentes em suas vidas. As outras três mães (M3, M7 e M8) também

apresentaram grau de ansiedade semelhante ao seu grau de depressão, sendo ele

mínimo, o que significa que não havia sintomas de ansiedade na vida dessas mães.

A Figura 3 apresenta os dados referentes ao número de mães participantes da

pesquisa que receberam como resultado para a avaliação de estresse, segundo o

Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL), níveis de alerta,

resistência, quase exaustão e exaustão, além daquelas que não apresentaram nenhum

sinal de estresse.
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Figura 3. Apresenta o número de mães participantes por nível de estresse,


segundo o Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL),
níveis de alerta, resistência, quase exaustão e exaustão.

De forma geral, a maioria das participantes, 5 de 9, apresentaram sinais de

estresse em fase de exaustão (M1, M2, M5, M6 e M9), segundo o ISSL (Lipp, 2005). A

Fase de Exaustão é caracterizada como a fase mais prejudicial do estresse. Identificou-

se que participante M4 encontrava-se na Fase de Resistência, que é caracterizada como

a fase em que o organismo entra em ação para impedir o desgaste total de energia,

quando se resiste aos estressores ou se tenta, inconscientemente, reestabelecer o

equilíbrio que existia anteriormente. É comum que a produtividade de um indivíduo que

se encontre na fase de resistência caia dramaticamente (Lipp, 2005). Nenhuma

participante mostrou estar na Fase de Alerta nem de Quase Exaustão. Três das nove

participantes (M3, M7 e M8), indicaram não apresentar sintomas de estresse. Tais

participantes, da mesma forma, não apresentaram sintomas de depressão e ansiedade

nas escalas BDI e BAI, respectivamente. Esse conjunto de resultados revela uma forte

relação entre os resultados dos instrumentos usados, demonstrada pela correspondência

direta entre níveis baixos ou moderados de depressão, ansiedade e estresse.


18

A Figura 4 apresenta os resultados referentes à qualidade de vida das

participantes em cada domínio específico da escala Whoqol-Bref (Whoqol Group,

1998). Os resultados de cada domínio variaram entre “necessita melhorar”, “regular”,

“boa” e “muito boa”.

Figura 4. Escores de Qualidade de Vida das participantes-mães divididos


em cinco domínios específicos, de acordo com a escala Whoqol Bref. Os
resultados de cada domínio variaram entre “necessita melhorar”,
“regular” e “boa”.

De maneira geral, os resultados do Whoqol Bref revelam que as participantes

apresentam índices de qualidade de vida predominantemente regulares ou inferiores

(“necessita melhorar”). Em relação ao domínio físico, a grande maioria das mães, 7 de 9

participantes (M1, M2, M3, M5, M6, M8 e M9) “necessitam melhorar” sua qualidade

de vida, de acordo com a escala utilizada, enquanto duas participantes (M4 e M7)

demostraram ter uma qualidade de vida regular. Para este domínio, nenhuma mãe

apresentou resultado bom ou muito bom. Sobre o domínio psicológico, por sua vez, seis

participantes (M1, M3, M5, M6, M7 e M8) apresentaram uma qualidade regular, três

participantes (M2, M4 e M9) demonstraram que necessitam melhorar sua qualidade de


19

vida e nenhuma apresentou resultados bons ou muito bons. Em relação ao domínio

social, duas participantes (MI e M7) apresentaram ter uma qualidade de vida boa,

enquanto seis (M2, M3, M5, M6, M7 e M8) apresentaram ter uma qualidade regular e

uma (M9) que necessita melhorar.

Nenhuma participante teve como resultado uma qualidade de vida muito boa

neste domínio em específico. No domínio ambiental, o resultado foi igual ao do

domínio social. Duas (M7 e M8) demonstraram ter uma boa qualidade de vida,

enquanto seis (M1, M3, M4, M5, M6 e M9) apresentam ter uma qualidade regular e

uma participante (M2) que precisa melhorar.

A Tabela 1 apresenta os escores obtidos por cada mãe participante de acordo

com o inventário aplicado.

Mães BDI BAI ISSL WHOQOL-BREF


M1 Leve Moderado Exaustão Média Regular
M2 Moderado Moderado Exaustão Média Necessita melhorar
M3 Mínimo Mínimo Sem estresse Média Regular
M4 Moderado Moderado Resistência Média Regular
M5 Moderado Moderado Exaustão Média Necessita melhorar
M6 Leve Leve Exaustão Média Regular
M7 Mínimo Mínimo Sem estresse Média Regular
M8 Mínimo Mínimo Sem estresse Média Regular
M9 Moderado Leve Exaustão Média Necessita melhorar

Tabela 1. Escores obtidos por cada participante, separados pelos quatro inventários

aplicados.

Análise Geral e Individual - Inventário Portage Operacionalizado

Em relação aos resultados referentes ao desenvolvimento dos bebês, a Figura 5

apresenta os dados da escala Portage de Desenvolvimento Infantil (Williams & Aiello,

2001), com seis crianças de três meses a um ano de idade. Nessa figura foram avaliados
20

cinco componentes específicos, que são: socialização, cognição, linguagem,

autocuidados e desenvolvimento motor. A porcentagem representa o escore referente

aos comportamentos que cada um dos bebês apresentou em cada um dos componentes

da escala.

Figura 5. Porcentagem de comportamentos indicados em componentes da escala


Portage de Desenvolvimento Infantil, com seis crianças de três meses a um ano de
idade. Foram avaliados cinco componentes: socialização, cognição, linguagem,
autocuidados e motor. A porcentagem representa o escore que cada um dos bebês
apresentou nas respectivas questões.

O primeiro componente da Figura 5 representa a socialização. Nessa área de

desenvolvimento, três crianças (B6, B8 e B9) apresentaram escore de 69, 67 e 71%,

representando um bom desenvolvimento. Duas (B1 e B5) apresentaram um escore de

100 e 82%, o que significa que as mesmas apresentam um desenvolvimento muito

próximo do que era esperado para a idade delas, e uma (B4) com 25%, sinalizando que
21

essa criança está com um baixo desenvolvimento nessa área e longe do esperado para

sua idade. No segundo componente, que representa a cognição, as três crianças (B6, B8

e B9) tiveram escore de 28, 21 e 21%, isto é, a maioria da amostra apresentou um

desenvolvimento considerado baixo. B1 apresentou escore de 92%, sendo o bebê com a

área de cognição mais próxima do que era esperado da sua idade, assim como uma B5

que apresentou índices de 42%, estando na média. B4 obteve 14%, sinalizando que o

escore está muito abaixo e que requer uma atenção especial nessa área. O

desenvolvimento da linguagem, que é representado no terceiro componente da Figura 5

é o componente no qual a média geral dos participantes foi mais baixa, exceto para B1.

Quatro bebês (B5, B6, B8 e B9) apresentaram escore de 30, 30, 20 e 30%, enquanto que

B1 apresentou escore de 80%, e B4 não pontuou nesse quesito, o que significa que seu

desenvolvimento nessa área é muito inferior ao esperado.

O quarto componente da Figura 5 representa autocuidados. Nessa área de

desenvolvimento, três participantes (B6, B8 e B9) obtiveram resultados 53%, 53% e

46%, o que indica que seu desenvolvimento nessa área é médio. B1 apresentou escore

elevado de 100%, considerado o melhor possível, pois é exatamente o que era esperado

para sua idade, e B5 com desenvolvimento acima da média, com resultado de 61%. B4

obteve escore de 15%, considerado um desenvolvimento muito baixo.

No quinto e último componente, que representa o desenvolvimento motor, dois

participantes (B8 e B9) apresentaram escores baixos, de 37% e 20%. Assim como para

as demais áreas, B1 apresentou desempenho elevado na área motora, de 80%. B5

apresentou índice acima da média, de 71%. Além disso, B6 apresentou escore médio de

40% e B4 com 4%, o que demonstra que seu desenvolvimento motor está muito abaixo

do esperado e que esta é uma área que requer maior estimulação.


22

A Figura 6, por sua vez, apresenta os dados referentes à escala Portage de

Desenvolvimento Infantil (Williams & Aiello, 2001), com três crianças de zero a três

meses de idade. Nessa figura foi analisado um componente: a estimulação infantil. A

porcentagem representa o escore que cada um dos bebês apresentou nas respectivas

questões, sendo o máximo 100%.

Figura 6. Porcentagem de comportamentos do Componente de estimulação para


participantes com 0 a 3 meses de idade, segundo escala do Inventário Portage
Operacionalizado de Desenvolvimento Infantil (Williams & Aiello, 2001).

Entre as três participantes B2, B3 e B7 com idades entre 0 a 3 meses, apenas B2

apresentou índice elevado, de 86%, que está bem próximo do que era esperado para sua

idade. B7 apresentou desempenho médio de 60% e B3 apresentou desempenho de 15%,

considerado um desenvolvimento muito baixo para sua faixa etária.

Na Tabela 2 será representada a análise individual de cada bebê, referentes à

escala Portage de Desenvolvimento Infantil (Williams & Aiello, 2001). Cada bebê

participante teve cinco componentes avaliados sobre seu desenvolvimento, sendo estes a
23

socialização, a cognição, a linguagem, o autocuidado e o desenvolvimento motor. No

entanto, três dos nove participantes totais têm idade de zero a três meses, e por isso sua

avaliação foi feita de forma diferente. Para esses três bebês (B2, B3 e B7), o único

componente avaliado sobre seu desenvolvimento foi o de estimulação infantil.

Bebês Socialização Cognitivo Linguagem Autocuidados Motor Estimulação

B1 Muito Alto Muito Alto Muito Alto Muito Alto Muito -


Alto

B2 - - - - - Muito Alto

B3 - - - - - Muito Baixo

B4 Baixo Muito Muito Muito Baixo Muito -


Baixo Baixo Baixo

B5 Muito Alto Médio Baixo Alto Alto -

B6 Alto Baixo Baixo Médio Médio -

B7 - - - - - Alto

B8 Alto Baixo Baixo Médio Baixo -

B9 Alto Baixo Baixo Médio Baixo -

Tabela 2. Apresenta os escores obtidos por cada bebê individualmente segundo a Escala Portage
de Desenvolvimento Infantil. Foram avaliadas cinco áreas de desenvolvimento, sendo elas:
socialização, cognição, linguagem, autocuidado e desenvolvimento motor. O menor resultado de
escore possível era zero, e o maior 100%.

B1 tem onze meses de vida e, segundo a escala Portage, seu desenvolvimento

está de acordo com o que é esperado para a sua idade. Na área de socialização, este bebê

teve um escore de 100%, assim como na área de autocuidados. Isso quer dizer que seu

desenvolvimento está excelente e dentro do esperado. Em relação a cognição, seu escore

foi de 92%, significando que seu desenvolvimento nesse componente também está

muito bom e dentro do esperado para a sua faixa etária. Nas áreas que avaliam

linguagem e desenvolvimento motor, esse participante obteve escore equivalente a 80%,


24

que significa que seu desenvolvimento nessas duas áreas também está muito bom. O B2

tem idade abaixo de três meses e apenas a área referente a estimulação infantil foi

avaliada. Obteve escore de 86% na área de estimulação, o que significa que seu

desenvolvimento está muito bom para essa área e dentro do esperado para a sua idade.

B3, por sua vez, tem um mês e seu escore para estimulação infantil foi de apenas 15%.

Isso quer dizer que o desenvolvimento desse participante está muito abaixo do esperado

e requer uma atenção especial nessa área. B4 tem quatro meses de idade e seu

desenvolvimento, de acordo com a escala Portage de Desenvolvimento Infantil

(Williams & Aiello, 2001), não se encontra dentro do esperado para sua idade. Na área

de socialização, seu escore foi de 25%, que significa que o desenvolvimento está baixo.

Já nas áreas que avaliam cognição, autocuidados e desenvolvimento motor, seus

resultados demonstram que o desenvolvimento desse bebê está muito abaixo do

esperado e que ele necessita de uma atenção especial nessas quatro áreas. Para

cognição, seu escore foi 14%, enquanto para autocuidados foi 15% e para

desenvolvimento motor foi 4%. Essa criança não apresentou porcentagem na área de

linguagem, ou seja, seu escore foi 0. Isso significa que a mesma não apresenta nenhum

desenvolvimento nessa área, nem o mínimo esperado. B5 tem 8 meses de idade e seu

desenvolvimento encontra-se muito bom apenas na área de socialização, pois seu escore

obtido nesta área foi 82%. Nas áreas de autocuidado e desenvolvimento motor, no

entanto, ele apresenta um bom desenvolvimento, com escores de 61% e 71%,

respectivamente. Na área de cognição esse bebê tem um desenvolvimento mediano, já

que seu escore foi de 42%. Na área de linguagem, no entanto, ele apresenta um baixo

desenvolvimento, com escore de 30%.

O participante B6 tem cinco meses de vida e apresenta um desenvolvimento

bom para sua idade somente na área de socialização, com escore de 69%, enquanto nas
25

áreas de autocuidados e desenvolvimento motor, seu desenvolvimento está de nível

médio. Seus escores nessas duas respectivas áreas foram de 53% e 40%. Já na área de

cognição seu escore foi de 28%, enquanto na área de linguagem foi 30%. Isso significa

que, para essas duas áreas, seu desenvolvimento está baixo. B7 tem 1 mês de vida e,

assim como o bebê 2 e o bebê 3, a única área do seu desenvolvimento que foi avaliada

foi a de estimulação infantil, por causa da sua idade. O escore obtido por ele foi de 60%,

que significa que seu desenvolvimento nesta área está bom para sua idade. B8 tem cinco

meses de idade e também teve as cinco áreas de desenvolvimento avaliadas. Em relação

a socialização, seu desenvolvimento está bom, e o escore obtido foi de 67%. Apenas

para a área de autocuidados que esse participante apresentou um nível médio de

desenvolvimento, com escore de 53%. No entanto, para as áreas de cognição, linguagem

e desenvolvimento motor, esse bebê demonstra estar com um desenvolvimento baixo

para sua idade, já que seus escores foram de 21%, 20% e 37%, respectivamente. B9 por

sua vez, também tem cinco meses de idade. No entanto, apenas para a área de

socialização que seu resultado obtido diz que seu desenvolvimento está bom para sua

idade, de valor 71%. Na área de autocuidados ele obteve escore de 46% e apresenta um

desenvolvimento mediano. Já nas áreas de cognição, linguagem e desenvolvimento

motor, seus escores representam um baixo desenvolvimento para sua faixa etária, e

foram de valores 21%, 30% e 20%, respectivamente.

Comparação de Resultados entre Mães e Bebês

A comparação entre os resultados obtidos pela mãe, com os resultados obtidos

pelo bebê foi separada em três padrões. O primeiro padrão refere-se a mães que

apresentaram ansiedade e depressão moderados, indícios de estresse, qualidade de vida

prejudicada principalmente no domínio físico e bom desenvolvimento do bebê. O

segundo padrão agrupa mães que não apresentam depressão, ansiedade e estresse.
26

Apresentam qualidade de vida prejudicada no domínio físico e desenvolvimento do

bebê entre baixo e regular. No terceiro padrão as mães possuem ansiedade leve. Uma

delas apresenta depressão moderada e a outra depressão leve. Ambas apresentaram

estresse na fase de exaustão, e qualidade de vida prejudicada no domínio físico. Os

desenvolvimentos dos bebês estão entre baixo e regular.

A Figura 7 representa o primeiro padrão de comparação. Os resultados da M2

apresentam níveis de depressão e ansiedade moderados, com estresse na fase de

exaustão que é a fase mais grave. Está com a qualidade de vida prejudicada,

principalmente no domínio de qualidade de vida física. Seu melhor domínio foi o de

relações sociais, porém, mesmo assim foi avaliado como regular. O desenvolvimento do

B2 segundo a Escala Portage, na área de Estimulação, foi muito próximo ao

desenvolvimento ideal. Em uma escala de 0 a 100%, o bebê atingiu 86%.

A M5 apresentou o mesmo padrão da M2. Níveis de depressão e ansiedade

moderados, com estresse na fase de exaustão. Está com a qualidade de vida prejudicada,

sendo classificada como regular em três dos quatro domínios. Sua pior classificação foi

no domínio físico. O desenvolvimento do B5 segundo a Escala Portage, foi acima da

média (50%) em três das cinco áreas de desenvolvimento. Sua melhor área

desenvolvida foi a socialização (82%), e suas áreas abaixo da média foram em

linguagem (30%) e cognição (42%).

A M1 apresentou depressão e ansiedade moderadas, com estresse na fase de

exaustão, considerada a mais grave. Sua qualidade de vida está prejudicada no domínio

físico, e regular e boa nos outros três domínios. O desenvolvimento do B1, segundo a

Escala Portage de desenvolvimento, foi o melhor desenvolvimento de todos os bebês.


27

Todas as áreas ficaram acima de 80%. Seu melhor desempenho foi em socialização

(100%) e autocuidados (100%), e o menor em linguagem (80%) e motor (80%).


28
29

Figura 7. Apresenta a comparação entre o resultado do Inventário Portage aplicado com o B2 e dos inventários aplicados com a M2 (BDI, BAI, ISSL e
Whoqol Bref).
30

O segundo padrão será demonstrado a partir da Figura 8 de comparação. Refere-

se à M3 e B3. Essa mãe apresenta depressão e ansiedade classificadas como mínimas,

ou seja, sem indícios da presença de qualquer uma das duas. Não apresenta estresse em

nenhuma das quatro fases. Sua qualidade de vida está prejudicada, principalmente no

domínio físico. Os outros domínios foram classificados como regular. O

desenvolvimento B3 segundo a Escala Portage, na área de estimulação, foi muito longe

do que era esperado para sua idade. Em uma escala de 100%, seu bebê atingiu apenas

15%.

A M7 apresentou o mesmo padrão que a M3. Depressão e ansiedade

classificadas como mínimas, sem apresentar indícios de estresse em nenhuma das

quatro fases. Sua qualidade de vida teve o escore mais baixo no domínio físico. O

desenvolvimento do B7 segundo a Escala Portage, na área de estimulação, foi acima da

média (50%), classificando-se com 60%.

A M8 apresentou depressão e ansiedade classificadas como mínimas, sem

indícios de estresse em nenhuma das quatro fases. Sua qualidade de vida teve escore

mais baixo no domínio físico. O desenvolvimento do B8 segundo a Escala Portage,

ficou acima da média (50%) em apenas dois dos cinco componentes. Sua pontuação

mais alta foi na área de socialização, e suas pontuações mais baixas foram em

linguagem (20%) e cognição (21%).


31

Figura 8. Apresenta a comparação entre o resultado do Inventário Portage aplicado com o B3 e dos inventários aplicados com a M3 (BDI, BAI, ISSL e
Whoqol Bref).
32

O terceiro padrão de comparação será representado pela Figura 9. A M6

apresenta depressão e ansiedade classificadas como leve, com estresse na fase de

exaustão, que é a mais grave. Sua qualidade de vida está prejudicada, principalmente no

domínio físico, que teve o escore mais baixo. Os outros domínios foram classificados

como regulares. O desenvolvimento do B6, segundo a Escala Portage de

desenvolvimento, ficou acima da média em apenas dois dos cinco componentes. Sua

área melhor desenvolvida foi a de socialização (69%), e suas áreas menos desenvolvidas

foram cognição (28%) e linguagem (30%).

A M9 só difere da M6 na classificação da depressão, que foi considerada

moderada. Apresentou ansiedade leve, com estresse na fase de exaustão. Sua qualidade

de vida está prejudicada, apresentando escores muito baixos nos quatro domínios,

principalmente no de relações sociais, físico e psicológico, que apresentaram a mesma

pontuação. Os outros domínios foram classificados como regulares. O desenvolvimento

do B9, segundo a Escala Portage de desenvolvimento, apresentou um melhor

desenvolvimento na área de socialização (71%), e menor na de cognição (21%), motora

(20%) e linguagem (30%).


33
34

Figura 9. Apresenta a comparação entre o resultado do Inventário Portage aplicado com o B6 e dos inventários aplicados com a M6 (BDI, BAI, ISSL e
Whoqol Bref).
35

Discussão

O objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar a presença de sintomas de

depressão, ansiedade e estresse de mães com índices de desenvolvimento de seus bebês

Para isso, foram utilizados quatro inventários que permitiram identificar indícios de

depressão nessas mães, sendo eles: Inventário de Depressão de Beck (BDI) para

identificar uma possível depressão, o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) para uma

possível ansiedade, Inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp (ISSL) para

avaliar os níveis de estresse dessa mulher, e o Whoqol Bref para visualizar sua qualidade

de vida em geral. Para avaliar a qualidade de desenvolvimento do bebê, foi utilizado o

Inventário Portage Operacionalizado. A partir dos resultados obtidos nos cinco

inventários, foi feita uma análise geral dos resultados dos 18 participantes.

Posteriormente, foi realizada uma análise individual do desempenho de cada um em

cada instrumento específico. A comparação entre os resultados obtidos pelas mães com

os resultados obtidos pelos bebês forneceu os dados necessários para responder à

questão central da pesquisa.

Era esperado como resultado que a qualidade de vida das mães fosse prejudicada

em função de índices mais elevados de depressão e uma relação consistente entre a

depressão da mãe com uma má qualidade de desenvolvimento de seu bebê. No entanto,

o que foi visto é que, no geral, para as mães que participaram do estudo, os sintomas

que estão mais graves são os de estresse, e não os de depressão. Nenhuma mãe

apresentou um nível grave de depressão, porém os bebês filhos de mães com grau

moderado deste transtorno não apresentaram um desenvolvimento defasado, em alguns

casos, como os de M2 e M5, o desenvolvimento do bebê esteve mais elevado do que no

caso de M3 em que não houve a presença de qualquer sintoma de depressão, ansiedade

e estresse, porém seu bebê apresentava desenvolvimento muito abaixo do esperado. Já


36

os bebês das mães que obtiveram como resultado nível mínimo ou leve de depressão,

apresentaram estar com desenvolvimento regular, baixo ou muito baixo. Isso significa

que, no presente estudo, a presença de sintomas de depressão, ansiedade e estresse nas

mães não foi preditiva de prejuízo sobre o desenvolvimento dos bebês.

Das 9 participantes do estudo, 3 (M2, M4, M5) possuem uma renda estimada

baixa, e dessas três, todas apresentam indícios de depressão e ansiedade moderados,

com estresse na fase de resistência ou exaustão. Segundo um estudo realizado por

Moraes et al (2006), há uma prevalência de depressão pós-parto maior entre mães de

nível socioeconômico baixo e de menor escolaridade. Os resultados apontam para um

aumento na chance de ocorrer a depressão pós-parto quando a renda decresce, sendo

que as puérperas com renda familiar de até um salário mínimo tiveram maior chance de

depressão.

A presença de estresse foi um elemento comum entre 6 das 9 participantes (M1,

M2, M4, M5, M6 e M9) havendo uma predominância na Fase de Exaustão. Pesquisas

apontam que mais de 75% das gestantes apresentam sinais significativos de stress em

algum nível (Segato, Andrade, Vasconcellos, Matias & Rolim, 2009). Dados indicam

que a manifestação de stress tanto na gestação como no puerpério está relacionada à

manifestação de depressão pós-parto, sendo que quanto mais avançada a fase de stress

em que a gestante ou a puérpera se encontrar, maior a probabilidade da mesma

apresentar a depressão (Rodrigues & Schiavo, 2011). Segundo o Inventário de Sintomas

de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), utilizado na pesquisa, o estresse se desenvolve

em quatro fases: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão. Se o estressor presente

na vida da pessoa for contínuo e ela não possuir estratégias para lidar com esse estresse,

seu organismo exaure a reserva de energia adaptativa, e então a exaustão é manifestada


37

(Lipp & Malagris, 2001). Mais da metade das participantes do estudo apresentaram o

estresse já na fase de exaustão.

Os dados fornecidos pelos inventários aplicados, demonstram que, em geral,

bebês de mães deprimidas e ansiosas apresentam um desenvolvimento melhor do que

bebês de mães não deprimidas e não ansiosas. Em interações normais, Field, Healy,

Goldstein e Guthertz (1990) assinalaram que a mãe que é cuidadosa modula seu próprio

comportamento a proporcionar ao seu filho uma estimulação adequada, o que é

caracterizado como interação sincrônica. Já a depressão pós-parto contribui para que os

comportamentos de atenção e afetivos da relação mãe-bebê tornem-se assincrônicos, na

medida em que essa mãe se encontra afetivamente não responsiva. As três mães com

indícios de depressão e ansiedade do estudo, não se mostraram afetivamente não

responsivas, pois seus bebês apresentaram um desenvolvimento próximo ao que era

esperado, o que significa que estão sendo estimulados. O fato dos bebês filhos de mães

não deprimidas apresentarem um desenvolvimento regular e baixo, pode estar

correlacionado com o fato de as mesmas apresentarem baixa qualidade de vida física.

Além disso, pode-se levantar como hipótese que os níveis de depressão e ansiedade

mais elevados nos casos das mães do presente estudo podem estar muito mais

diretamente associados à Fase de Exaustão avaliada pelo ISSL, dado que a exposição

crônica a estresse pode provocar quadros de depressão (Rodrigues & Schiavo, 2011).

A baixa qualidade de vida no domínio físico foi o único fator comum entre todas

as participantes. No instrumento que avalia qualidade de vida (Whoqol Bref) utilizado

no estudo, a média geral das participantes nos quatro domínios (físico, psicológico,

social e ambiental) ficou entre regular e baixa. Porém, o domínio que se sobressaiu foi o

físico, onde oito das nove participantes obtiveram seu pior desempenho. Segundo o

Whoqol Bref, o domínio físico engloba três aspectos da vida da pessoa: dor e
38

desconforto, energia e fadiga, sono e repouso. A dor está relacionada com a

incapacidade em controlar a mesma. A falta de energia engloba o cansaço e suas

consequências, depressão e esforço excessivo. A última questão envolve problemas para

dormir, de qualquer natureza, e incapacidade de relaxar. A qualidade de vida nesse

aspecto pode estar prejudicada pelo fato do bebê demandar muita atenção e a mãe estar

sobrecarregada de atividades diárias para realizar, desencadeando a falta de energia e

cansaço. A dificuldade para dormir também pode estar relacionada com o bebê, que

acorda durante a noite para mamar, ou chorando, interferindo na qualidade desse sono.

A preocupação se o bebê está bem ou precisando de algo pode contribuir para a

incapacidade de relaxar.

No Inventário Portage houve um padrão, onde em todos os resultados do teste

analisados individualmente tiveram um declínio de desempenho na área de cognição e

linguagem. O mesmo aconteceu em uma pesquisa sobre Avaliação do Desenvolvimento

Geral de Crianças de Um a Cinco Anos de Idade Contaminadas por Chumbo, que

utilizou o Inventário Portage como instrumento. A análise de resultados apontou que as

crianças, independente da faixa etária, apresentaram desempenho acima do esperado em

desenvolvimento motor e socialização, porém, apresentaram defasagens importantes em

cognição e linguagem (Rodrigues & Carnier, 2007). Outro estudo sobre a avaliação do

crescimento e desenvolvimento de crianças por meio do Inventário Portage

Operacionalizado obteve resultados insatisfatórios na área da linguagem (Fell, Gomes,

Gonçalves, Prado, Salmazo, Santos & Silva, 2012). O mesmo ocorreu com a área de

cognição. De acordo com a distribuição igualitária da amostra na área da cognição há

uma dificuldade em analisar testes cognitivos, pois estes sempre divergem quanto aos

seus resultados e dificilmente é possível quantificar os mesmos devido ao caráter

multifatorial da inteligência (Barreto & Gil, 2004).


39

A questão central da pesquisa consistia em avaliar se bebês de mães deprimidas

apresentam um desenvolvimento inferior aos bebês de mães não deprimidas. Pode-se

concluir, a partir dos resultados, que o fato das mães estarem deprimidas não

contribuíram para um mal desenvolvimento da criança. Os resultados apresentaram o

contrário, os bebês de mãe não deprimidas se mostraram menos desenvolvidos do que

os outros. A explicação para a ocorrência desse fenômeno é um assunto que pode ser

estudado em estudos futuros, além da investigação mais a fundo a relação da presença

do estresse com a defasagem do desenvolvimento infantil. Futuras análises estatísticas

poderão auxiliar na demonstração das correlações aqui mencionadas e avaliadas por

meio de inspeção visual.


40

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45

Anexos

Anexo 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) – mãe e bebê

Prezada senhora_____________________________________________________

Somos Adilly Basílio dos Santos e Anna Luiza Roche, estudantes do curso de
graduação de Psicologia da Universidade Positivo– PR, e estamos realizando um estudo
intitulado: “IMPLICAÇÕES DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL”, sob supervisão da professora Dra. Dhayana
Inthamoussu Veiga (CRP 08–22.917), cujo objetivo é avaliar se existe correlação entre
a presença de indícios de depressão pós-parto na mãe e o desenvolvimento do bebê. Sua
participação envolverá a aplicação dos instrumentos: Beck Depression Inventory (BDI)
para identificar sintomas de depressão, o Beck Anxiety Inventory (BAI) para identificar
sintomas de ansiedade, Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL)
para avaliar o nível de estresse, o Whoqol Bref para avaliar a qualidade de vida de
maneira geral e responder, o Inventário Portage Operacionalizado para o
acompanhamento do desenvolvimento do bebê e um questionário semanal (aplicado por
no máximo 4 semanas) sobre comportamentos e situações de rotina na relação mãe-
bebê. Todos os instrumentos serão aplicados em sua residência, de modo que a senhora
e seu bebê não precisarão se deslocar para participar. Caso assim o deseje, o estudo
poderá ser realizado no Centro de Psicologia da Universidade Positivo.
Como participante você está sendo informada que sua identidade será mantida
no mais rigoroso sigilo e que, no caso da exposição dos resultados da pesquisa em
congressos científicos ou em qualquer outro âmbito, nunca será identificado o seu nome
ou outros dados que possam lhe identificar. Os participantes não terão nenhum gasto
com a pesquisa, assim como não receberão nenhum valor em dinheiro por sua
participação.

Os riscos de sua participação se referem ao possível cansaço devido à aplicação


dos instrumentos, possíveis constrangimentos, desconfortos ou mobilização emocional
(tais como sentimentos de culpa e tristeza) ao responder os questionamentos
provenientes dos instrumentos padronizados e do questionário de rotina. Para minimizar
os riscos de cansaço e desconforto prolongado, serão oferecidas pausas entre os
questionamentos ou o espaçamento das aplicações em um maior número de encontros.
Essas pausas também contribuirão para a redução do risco de maior mobilização
emocional. Caso a aplicação dos instrumentos revele aspectos que a senhora não queira
abordar ou não se sinta preparada para falar, sua participação será imediatamente
interrompida, sem que sofra quaisquer prejuízos decorrentes da interrupção de sua
participação. Caso seja necessário, as pesquisadoras irão oferecer pronto atendimento
46

psicológico sob supervisão da Profa. Orientadora Dhayana I. Veiga (CRP08-22.917) e


irão encaminha-la para atendimento psicoterápico no Centro de Psicologia da
Universidade Positivo. Os benefícios da sua participação, além de contribuir no
desenvolvimento de um estudo científico, se referem a receber ao final do estudo
explicações completas a respeito dos resultados de todos os inventários e,
adicionalmente, as pesquisadoras irão fornecer orientações à senhora e companheiro ou
familiares sobre estimulação precoce de bebês e sobre gerenciamento de estresse e serão
dadas informações sobre depressão pós-parto, seu diagnóstico e tratamento.

É assegurada a você assistência durante toda pesquisa, bem como lhe é garantido
o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas
consequências, ou seja, tudo o que você queira saber antes, durante e depois da
sua participação.

A senhora foi orientada quanto ao teor de todo o aqui mencionado e


compreendeu a natureza e o objetivo do já referido estudo, portanto, manifesta seu
livre consentimento em participar, estando totalmente ciente de que não há
nenhum valor econômico, a receber ou a pagar, por sua participação. Declaro que
recebi duas vias deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido com todas as
páginas assinadas e rubricadas por mim e pelas pesquisadoras, sendo que uma via
permanecerá comigo e outra com as pesquisadoras. Estou ciente que as pesquisadores
que leram com você este termo de consentimento chamam-se Adilly Basílio dos Santos
(adii_bs@hotmail.com, Celular: 99775-5726) e Anna Luiza Roche
(rocheannaluiza@gmail.com, Celular: 996300957), orientadas pela Profa. Dhayana
Inthamoussu Veiga (CRP08-22917, dhay.veiga@gmail.com, Celular: 991697725).

Curitiba, _____ de ____________________ de 2017.

___________________________________________

Assinatura do Participante

___________________________________________

Adilly Basílio dos Santos (Pesquisadora)

___________________________________________

Anna Luiza Roche (Pesquisadora)

__________________________________________

Profa Dra. Dhayana Inthamoussu Veiga (Pesquisadora orientadora)

Em caso de denúncia ou qualquer tipo de reclamação sobre este estudo devo entrar em contato com
o Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade Positivo através do telefone (41) 3317-3260 ou do
email cep@up.edu.br ou com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa através do telefone (61)
3315-5878 ou do e-mail conep@saude.gov.br . COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM
PESQUISA –
47

CONEP http://conselho.saude.gov.br/
48

Anexo 2
49
50
51
52

Apêndices

Apêndice 1

Análise Individual – BDI e BAI

Os resultados dos testes obtidos pelas participantes mães foram analisados

separadamente. Primeiramente serão apresentados os escores dos testes Inventário de

Depressão de Beck (Beck, Steer & Brown, 2001) e Inventário de Ansiedade de Beck (Beck,

2001) das nove participantes individualmente, sendo que os gráficos que ilustrarão estes

resultados serão os mesmos para os dois testes, pois tanto o instrumento que avalia depressão

quanto o que avalia ansiedade fazem parte da mesma escala de avaliação, que é a escala Beck.

A Figura 10 apresenta os resultados de M1 no BDI e BAI. A participante obteve grau

leve de depressão, com pontuação de valor 14. Isso significa que ela apresenta sintomas de

depressão, porém ainda não de maneira tão preocupante. Já em relação à ansiedade, esta mãe

apresenta um grau moderado deste sintoma. Seu escore foi 20 para esse fator. Com isso, pode-

se afirmar que sintomas de ansiedade estão existentes em sua vida atualmente.

Figura 10. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M1, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.
53

A Figura 11 apresenta os resultados de M2 no BDI e BAI, onde apresentou grau

moderado para ambos inventários. Tanto no BAI quanto no BDI seu escore foi de valor 24,

que significa que há sintomas de depressão e ansiedade que deverão ser tratados o quanto

antes.

Figura 11. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M2, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.

A Figura 12 apresenta o resultado de M3 no BDI e BAI. A participante, por sua vez,

apresentou baixos valores para depressão e ansiedade. Para depressão, seu escore foi 1,

enquanto para ansiedade foi 3. Essa pontuação significa que ela apresenta um grau mínimo

para ambos depressão e ansiedade, e que os sintomas dos mesmos estão ausentes para M3.
54

Figura 12. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M3, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.

A Figura 13 apresenta o resultado de M4 no BDI e BAI. Ela obteve resultado

moderado em ambos. No BDI, ela obteve pontuação de valor 27, enquanto no BAI a

pontuação foi 21.

Figura 13. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M4, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.
55

A Figura 14 apresenta o resultado de M5 no BDI e BAI. A participante, apresentou

índices moderados para depressão e ansiedade. Para depressão, seu escore foi 27, enquanto

para ansiedade foi 21.

Figura 14. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M5, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.

A Figura 15 apresenta o resultado de M6 no BDI e BAI. Apresentou resultados leves

de depressão e ansiedade. No teste que avalia o primeiro transtorno, seu escore foi 13,

enquanto no teste que avalia o segundo transtorno, foi 14. Essas pontuações, de acordo com a

Escala Beck, significam que esta mãe apresenta sintomas de depressão e ansiedade, mas não

suas manifestações ainda não são preocupantes.


56

Figura 15. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M6, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.

A Figura 16 apresenta o resultado de M7 no BDI e BAI. A mesma obteve grau

mínimo para ambas as variáveis. Escore 2 para depressão e 1 para ansiedade. Portanto essa

mulher não apresenta nenhum sinal dos transtornos.

Figura 16. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M7, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.
57

A Figura 17 apresenta o resultado de M8 no BDI e BAI. A mesma obteve grau

mínimo para ambas as variáveis. Escore 6 para depressão e zero para ansiedade. Portanto essa

mulher não apresenta nenhum sinal dos transtornos.

Figura 17. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M8, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.

A Figura 18 apresenta o resultado de M9 no BDI e BAI. A participante obteve escore

de 23 para depressão e 18 para ansiedade. Isso significa que ela apresenta um grau moderado

no primeiro transtorno e grau leve no segundo, e que os sintomas existentes de depressão

deveriam ser tratados o quanto antes.


58

Figura 18. Escores obtidos de acordo com a escala do Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e da escala do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pela M9, evidenciando os níveis
mínimo, leve, moderado e grave.

Apêndice 2

Análise Individual - ISSL

Mãe Sem Alerta Resistência Quase exaustão Exaustão


estresse

M1 X

M2 X

M3 X

M4 X

M5 X

M6 X

M7 X

M8 X

M9 X

Tabela 3. A tabela apresenta os resultados obtidos por cada mãe participante no Inventário de
Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL), que avalia se o adulto se encontra em um
momento de estresse e a fase em que ele se enquadra que pode ser a fase de alerta, resistência,
quase exaustão e exaustão.
59

Analisando a Tabela 3, cinco (M1, M2, M5, M6 e M9) das nove participantes

apresentaram sinais de estresse em fase de exaustão. Segundo o ISSL (Lipp, 2005), a fase de

Exaustão é caracterizada como a fase mais prejudicial do estresse. Identificou-se que a

participante M4 encontrava-se na Fase de Resistência, que é caracterizada como a fase em que

o organismo entra em ação para impedir o desgaste total de energia, quando se resiste aos

estressores ou se tenta, inconscientemente, reestabelecer o equilíbrio que existia

anteriormente. É comum que a produtividade de um indivíduo que se encontre na fase de

resistência caia dramaticamente. Nenhuma participante mostrou estar na Fase de Alerta nem

de Quase Exaustão. Três das nove participantes (M3, M7 e M8), indicaram não apresentar

sintomas de estresse. Tais participantes, da mesma forma, não apresentaram sintomas de

depressão e ansiedade nas escalas BDI e BAI, respectivamente. Esse conjunto de resultados

revela uma forte relação entre os resultados dos instrumentos usados, demonstrada pela

correspondência direta entre níveis baixos ou moderados de depressão, ansiedade e estresse.


60

Apêndice 3

Análise Individual - Whoqol-Bref

Nesta parte da análise, serão apresentados os resultados que cada mãe participante

obteve em relação a sua qualidade de vida, de acordo com a escala Whoqol-Bref (Whoqol

Group, 1998), que avalia a sua qualidade de vida em quatro domínios específicos, que são o

domínio físico, o domínio psicológico, o domínio social e o domínio ambiental.

A Figura 19 apresenta o resultado de M1 no Inventário Whoqol Bref. Para o domínio

físico, seu escore foi de 2,57, o que significa que ela necessita melhorar nessa área. No

domínio psicológico, por sua vez, apresentou escore 3, que demonstra que a qualidade de vida

da mesma está regular neste quesito. Em relação ao domínio social, sua qualidade de vida está

boa, apresentando escore de 4,3, enquanto o domínio ambiental encontra-se regular, com

pontuação de 3,6.
61

Figura 19. Apresenta os resultados que a M1 obteve em relação a sua qualidade de


vida, de acordo com a escala Whoqol-Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu
Escore (entre zero e cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico,
domínio psicológico, domínio social e domínio ambiental.

A Figura 20 apresenta o resultado de M2 no Inventário Whoqol Bref. Em relação ao

domínio físico obteve pontuação de 2,1, o que significa que esta é uma área que ela precisa

melhorar em sua vida. O domínio psicológico também necessita melhora, com escore obtido

de 2,5. Já o domínio social encontra-se regular, com valor de escore 3. O domínio ambiental,

no entanto, é outra área que necessita melhoria, pois seu resultado foi de 2,75.
62

Figura 20. Apresenta os resultados que a M2 obteve em relação a sua qualidade de


vida, de acordo com a escala Whoqol-Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu
Escore (entre zero e cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico,
domínio psicológico, domínio social e domínio ambiental.

A Figura 21 apresenta o resultado de M3 no Inventário Whoqol Bref. A

participante precisa melhorar apenas em relação ao seu domínio físico, onde seu escore

obtido foi de 2,5. As outras três áreas, o domínio psicológico, o domínio social e o

domínio ambiental encontram-se em nível regular, tendo pontuações respectivas de 3,1,

3,6 e 3,3
63

Figura 21. Apresenta os resultados que a M3 obteve em relação a sua qualidade de vida, de
acordo com a escala Whoqol Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu Escore (entre zero e
cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico, domínio psicológico, domínio
social e domínio ambiental.

A Figura 22 apresenta o resultado de M4 no Inventário Whoqol Bref. Demonstra ter,

através de seus resultados, uma qualidade de vida regular nos domínios físicos, social e

ambiental. O domínio psicológico, no entanto, ela necessita melhorar, já que seu escore foi de

2,5. Para o domínio físico sua pontuação foi 3, para o domínio social foi 3,6 e para o

ambiental foi 3,3.


64

Figura 22. Apresenta os resultados que a M4 obteve em relação a sua qualidade de vida, de
acordo com a escala Whoqol Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu Escore (entre zero e
cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico, domínio psicológico, domínio
social e domínio ambiental.

A Figura 23 apresenta o resultado de M5 no Inventário Whoqol Bref. A participante

mantém um padrão de qualidade de vida regular em quase todas as áreas avaliadas, sendo que

apenas o domínio físico teve resultado que demonstra que está precisando melhorar. Neste

domínio sua pontuação foi de 2,2, enquanto nos domínios psicológico, social e ambiental seus

escores foram de 3,3,3 e 3,1 respectivamente.


65

Figura 23. Apresenta os resultados que a M5 obteve em relação a sua qualidade de vida, de
acordo com a escala Whoqol Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu Escore (entre zero e
cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico, domínio psicológico, domínio
social e domínio ambiental.

A Figura 24 apresenta o resultado de M6 no Inventário Whoqol Bref. Sua qualidade de


vida encontra-se regular em todos os domínios, exceto para o domínio físico, que ela necessita
melhorar. Sua pontuação para o domínio que precisa de melhora foi de 2,8, enquanto para os
domínios que se encontram regulares, que são os domínios psicológico, social e ambiental,
seus escores foram de 3,6, 3,3 e 3,1, respectivamente.
66

Figura 24. Apresenta os resultados que a M6 obteve em relação a sua qualidade de vida, de
acordo com a escala Whoqol Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu Escore (entre zero e
cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico, domínio psicológico, domínio
social e domínio ambiental.

A Figura 25 apresenta o resultado de M7 no Inventário Whoqol Bref. A participante

não demonstrou que precisa melhorar em sua vida nenhuma das áreas avaliadas. Os domínios

físico e psicológico encontram-se regulares, com pontuações de 3,1 3 3,3, respectivamente. Já

os domínios social e ambiental estão com uma boa qualidade, com escores respectivos de 4,3

e 4,2.

Figura 25. Apresenta os resultados que a M7 obteve em relação a sua qualidade de vida, de
acordo com a escala Whoqol Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu Escore (entre zero e
cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico, domínio psicológico, domínio
social e domínio ambiental.

A Figura 26 apresenta o resultado de M8 no Inventário Whoqol Bref. Demonstrou que

necessita melhorar apenas em relação ao domínio físico de sua qualidade de vida, já que sua

pontuação nesta área foi de 2,8. Já os domínios psicológico e social encontram-se regulares,
67

com escores respectivos de 3,8 e 3,6, enquanto o domínio ambiental obteve valor de 4,2, o

que significa que a qualidade de vida desta participante está boa nesse domínio em especial.

Figura 26. Apresenta os resultados que a M8 obteve em relação a sua qualidade de vida, de
acordo com a escala Whoqol Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu Escore (entre zero e
cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico, domínio psicológico, domínio
social e domínio ambiental.

A Figura 27 apresenta o resultado de M9 no Inventário Whoqol Bref. A participante

obteve como resultado valores que significam que ela necessita melhorar sua qualidade de

vida em três domínios, sendo eles o físico, o psicológico e o social. Seus escores obtidos para

esses domínios foram de 2,8, 2,8 e 2,3, respectivamente. Para o domínio ambiental, no

entanto, ela obteve como pontuação um escore de 3,2, o que demonstra que sua qualidade de

vida neste domínio em específico encontra-se regular.


68

Figura 27. Apresenta os resultados que a M9 obteve em relação a sua qualidade de vida, de
acordo com a escala Whoqol Bref. É feita uma avaliação, a partir de seu Escore (entre zero e
cinco), de quatro domínios específicos, que são: domínio físico, domínio psicológico, domínio
social e domínio ambiental.
69

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