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Capítulo I - Introdução

1.1-Problemática
A depressão é uma perturbação do humor que se caracteriza por alterações do
estado de ânimo e que acarreta prejuízos para a vida psíquica e para o funcionamento
comportamental do sujeito. É comum observar a depressão coexistir com outros
transtornos ou doenças fisiológicas. No âmbito das doenças fisiológicas há maior
prevalência de comorbidade com as doenças crónicas, principalmente com HIV-SIDA.
Não é fácil afirmar qual a relação entre a depressão e tal doença crónica, em função das
dificuldades de se determinar qual surgiu primeiro e de que forma uma influência o
outro. No entanto, a combinação entre a depressão e HIV-SIDA nas parturientes é um
facto e merece atenção.
Em Angola, também têm sido visíveis as causas da depressão em parturientes,
portadoras do HIV-SIDA. A história recente da evolução do programa de
acompanhamento de pessoas que vivem esse flagelo, em particular depois de 2010, tem
sido marcada por estratégias divergentes quanto às medidas e beneficiários do referido
programa.
Além disso, a experiência tem demonstrado que o acompanhamento dessas
parturientes, pode ter êxito se encontrarem nos centros de saúde um meio propício ao
seu desenvolvimento. E, neste caso, o meio propício passa pela existência de técnicos
especializados capazes de identificar os factores da depressão nessas mulheres e que
promovam uma real “cultura de participação” que afecte o quotidiano das famílias e da
sociedade, o funcionamento dos diferentes órgãos do centro de saúde, envolvendo toda
sociedade.
Trabalhar este tema, tornou-se importante para nós, pois permitiu-nos
aprofundar mais os conhecimentos sobre a situação especificada fatores determinantes
da depressão pós-parto em puérperas com HIV-SIDA acompanhadas na Maternidade
do Hospital Municipal do Zango em Luanda, dentro do possível, atendendo aos
resultados obtidos nesse aprofundamento, fazer propostas para melhorar a situação.
Para melhor orientarmos o trabalho traçou-se a seguinte pergunta de partida:
Quais são os factores determinantes da depressão pós-parto em puérperas com HIV-
SIDA acompanhadas na Maternidade do Hospital Municipal do Zango em Luanda.

1.2-Justificação e motivação
Justifica-se a escolha desse tema por inserir-se numa tentativa de entender
quais são os factores determinantes da depressão pós-parto em puérperas com HIV-
SIDA acompanhadas na Maternidade do Hospital Municipal do Zango de Luanda e
como é que as mesmas vem estabelecendo relações com o processo psicoterapêutico,
conhecer as diferentes causas internas ou externas, assim como de equacionar o que
poderá ser feito para melhorar acompanhamento e o tratamento desses factores, visto
que estas mulheres gestantes estão inseridas numa zona bastante carente, onde a maioria
delas são proveniente de famílias com baixa renda e uma situação socio-económica
bastante deficitária e com funcionamento conjugal conflituosa.
A presente investigação é importante porque permitiu compreender os factores
determinantes da depressão pós-parto em parturientes com HIV-SIDA, particularmente,
em mulheres acompanhadas na Maternidade do Hospital Municipal do Zango de
Luanda.
A motivação ligada a abordagem desse tema resultou do facto de se ter
acompanhado parturientes nessa condição durante o estágio de Psicologia Clínica e que
suscitou comoção e interesse académico, enquanto mulher e estudante de psicologia.
A presente investigação aportará subsídios importantes para a compreensão dos
factores que trazem tristeza profunda e recorrente em parturientes com HIV-SIDA. A
presente investigação beneficiará as parturientes nessa condição, as respectivas famílias,
os estudantes de psicologia e a comunidade em geral.
Com os resultados poder-se-á resolver o sofrimento relacionado aos factores da
depressão e oferecer-se um ambiente de saúde mental adequado.
Vemo-nos sugeridos a abordar este tema pelo facto de percebermos os factores
determinantes da depressão pós-parto em puérperas com HIV-SIDA acompanhadas na
maternidade.
Por outro lado, é uma pesquisa importante, pelo facto de apresentar-se como
um instrumento de consulta e análise para os estudantes que pretenderem estudar os
factores da depressão em parturientes.
Este estudo tornar-se ainda importante por ser dirigido a um grupo de mulheres
diferem do ponto de vista de estrutura relacional e da patologia.

1.3-Objectivos orientadores
Toda pesquisa deve ter objectivo determinado para saber o que se vai procurar
e o que se pretende alcançar. Deve partir, segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 10), “de
um objectivo limitado e claramente definido, sejam estudos formulativos, descritivos ou
verificação de hipóteses”.
O objectivo torna explícito o problema, aumentando os conhecimentos sobre
determinado assunto. Para Marconi e Lakatos (2008, p. 10), “o objectivo da ciência não
é somente aumentar o conhecimento, mas o de aumentar as nossas possibilidades de
continuar aumentando o conhecimento”.
Os objectivos podem definir “a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser
seleccionado, o material a colectar” (Marconi e Lakatos, 2008, p. 10). Podem ser
intrínsecos ou extrínsecos, teóricos ou práticos, gerais ou específicos, a curto ou a longo
prazo. Os objectivos do nosso trabalho são os seguintes:

1.3.1- Geral
Compreender os factores determinantes da depressão pós-parto em puérperas
com HIV-SIDA acompanhadas na Maternidade do Hospital Municipal do Zango.

1.3.2- Específicos
1. Identificar a exclusão social como factor da depressão em parturientes
acompanhadas nessa maternidade.
2. Descrever os maus-tratos na família como factor da depressão nessas
parturientes.
3. Discutir a solidão e o desespero como factores que influenciam na depressão nas
parturientes no ambulatório na respectiva maternidade.

1.4-Hipóteses
H1- A solidão influencia na depressão em parturientes com HIV-SIDA
acompanhadas na Maternidade do Hospital Municipal do Zango.
H2- Os maus-tratos na família é a causa da depressão em parturientes
portadoras de HIV-SIDA em acompanhamento nessa unidade hospitalar.
H3- A exclusão social contribui na depressão da parturiente acompanhada na
Maternidade do Hospital Municipal do Zango.
H4- A rejeição da gravidez por parte do parceiro está na base da depressão pós-
parto nas parturientes com HIV-SIDA acompanhadas nessa Maternidade do Hospital
Municipal do Zango.

1.5-Metodologia de trabalho
Como metodologia do trabalho, utilizaremos o método hipotético-dedutivo,
numa abordagem do tipo descritivo. Para a recolha das informações, à aplicação dos
questionários, realização de entrevistas, revisão bibliográfica e consulta de alguns
“sites” na Internet. O nosso público-alvo será de 34 separados e amostra de 31 dessas
parturientes.
CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Compreender o processo da depressão pós-parto e as suas consequências


causadas pela mesma não tem sido uma tarefa fácil uma vez que vivenciam diversas
dificuldades começando com as transformações corporais da mulher onde a mesma
sofre um conjunto de manifestações físicas e emocionais até regressar ao seu estado
normal, anterior a gestação. Estas mudanças representam por si só uma vulnerabilidade
psicológica para a mulher podendo constituir-se como factores de riscos para o
desenvolvimento de perturbações psicológicas, como a depressão pós-parto. Esse
capítulo do nosso trabalho apresenta a parte teórica do estudo a que nos propusemos
começando pela definição de termos e conceitos.

2- Definição de termos e conceitos

2.1-Conceito de Depressão

Depressão: Segundo Mesquita e Duarte, a depressão é o estado de abatimento


e de melancolia causador de sofrimento. Existem depressões reactivas, as que consistem
numa reacção mais forte, do que da maior parte das pessoas, a acontecimentos
exteriores penosos e depressões endógenas que aparentam ter nascido dentro do
“doente” porque, à primeira vista, parece não haver motivo para sofrimento, (DSM- IV-
TR, 2002).
A depressão é um transtorno do humor grave, que pode ocorrer em todas as
faixas etárias, destacando-se o crescente aumento de casos entre jovens e idosos. Por
motivos que ainda não estão totalmente esclarecidos, a depressão está se transformando
em uma patologia cada vez mais frequente neste século, (DSM -IV-TR, 2002).
Ele “é um transtorno psicológico que se caracteriza principalmente por uma
tristeza recorrente . Entretanto ela não é apenas um estado de tristeza , alguns pacientes
inclusive relatam não apresentar esse sentimento , mas sim a falta de prazer em realizar
as actividades do dia a dia como trabalhar, estudar,” (DSM V, p. 452).
Gestante: ‘‘mulher em período de gestação ou seja que tem em si o embrião
(substativo feminino)’’ (Rodrigues, 2000, p. 45).
Depressão pós-parto : ‘‘caracteriza-se por um episódio depressivo relacionado
com o parto , onde sinas e sintomas como tristeza extrema , ansiedade , sentimentos de
culpa e fracasso , entre outros são muito frequentes’’, (Rodrigues, 2000, p. 45).

2.2-O processo de gestação

O aconselhamento psicológico é importante no acompanhamento do processo


de gestação. A gestação é o período em que a mulher está vulnerável, exposta à
múltiplas exigências, e vivência um período de reorganização corporal, bioquímica,
hormonal, familiar e social que a faz ficar propensa a uma multiplicidade de
sentimentos (Santos, & Nóbrega, 2005). A ansiedade é um componente emocional que
pode acompanhar todo o período gestacional e é caracterizada por um estado de
insatisfação, insegurança, incerteza e medo da experiência desconhecida (Baptista,
Baptista & Torres, 2006).
Dessa forma, a gestação é um período que envolve grandes mudanças
biopsicossociais, ou seja, há transformações não só no organismo da mulher mas
também no seu bem-estar, o que altera seu psiquismo e o seu papel sociofamiliar. A
intensidade das alterações psicológicas dependerá de factores familiares, conjugais,
sociais, culturais e da personalidade da gestante. Como aponta Soifer (1992) deve-se
levar em conta o facto de ser a gravidez um período que envolve não apenas a mulher
mas também o seu companheiro e o seu meio social imediato.
A mudança do papel social é outro factor importante a ponderar. Durante nove
meses, estará se instalando no casal uma nova identidade. Deixarão de ser apenas filhos
para se tornarem também pais.
Maldonado (1988) ressalta que a gravidez é uma transição que faz parte do
processo de desenvolvimento e envolve a necessidade de reestruturação em várias
dimensões; uma delas é a mudança de identidade e a nova definição de papéis. A
gestação, portanto, compreende uma lenta evolução em nível de transformações.
Em contrapartida, o parto é um processo abrupto, caracterizado por mudanças
rápidas (Chiattone, 2006). A mulher o teme como algo desconhecido, doloroso e
também como momento inaugural de concretização da relação mãe-filho, teme também
o papel de mãe por este ser mitificado e conter a exigência de a mãe ser um modelo de
perfeição. Com todas essas exigências, a gestante chega ao parto, muitas vezes, sem
reflectir sobre seus desejos, possibilidades e suas limitações (Pamplona, 1990).
Maldonado (1988) afirma que situar a gravidez como transição não significa
que o período crítico termine com o parto, pois grande parte das mudanças
maturacionais ocorre após a mulher dar à luz, e, dessa forma, o puerpério deve ser
considerado a continuação do período de transformação, pois implica modificações
fisiológicas assim como da rotina e do relacionamento familiar. Sendo assim,
entendemos que é relevante um acompanhamento psicológico da gestante com o intuito
de possibilitar uma vivência mais equilibrada de todas as emoções e manifestações que
ocorrem durante o ciclo gravídico-puerperal. Nesse sentido, a intervenção em grupo
pode tornar-se um meio eficaz para esse acompanhamento, pois permite a identificação
entre seus membros, o compartilhar de experiências e a troca de informações.
A informação, mesmo clara, objectiva e adequada, não é em si suficiente para a
sensibilização pessoal. Ela passa, necessariamente, pelo crivo das representações
sociais, dos sentidos e dos significados já existentes. Nessa perspectiva, os trabalhos
realizados em grupo podem constituir-se em meios facilitadores para a ocorrência de
reflexão e da tomada de consciência de aspectos importantes envolvidos no dia-a-dia
das pessoas que normalmente passam despercebidos por elas. Busca-se, assim, o
envolvimento das emoções e sentimentos junto às cognições. Além disso, o trabalho
grupal implementado de modo criativo e adequado proporciona uma atmosfera de
aceitação e ânimo para discussão e reflexão sobre novas atitudes perante as questões
apresentadas (Silva, 2002).
Desse modo, o grupo pode ser entendido como espaço de compartilhamento e
co-construção de sentidos. Ao se tomar a produção de sentidos como processo
dialógico, a intervenção grupal tem por objectivo facilitar a emergência de novas
percepções sobre fatos e acontecimentos, a clarificação dos valores e o exercício do
respeito à diferença. É a diferença que permite o encontro e o reconhecimento da
identidade. São esses os pilares para a aprendizagem de novos papéis sociais, inclusive
o de ser mãe. Os grupos possibilitam às gestantes ressignificar a experiência social e
exercitar o respeito a si próprias e ao outro (Silva, 2002).
Concordamos com Martins e Silvério (2004) quando destacam que as
possibilidades de saúde integral na gestação consistem nos recursos individuais e
colectivos que existem no contexto da gestante e do seu bebé, e podem estar
relacionados ao atendimento das suas necessidades, e também quando reiteram que a
promoção da saúde é um processo realizado pelo profissional de saúde junto às
gestantes com vistas a conscientizá-las a fim de que se tornem participantes activas nas
decisões que envolvem a sua gestação e de que promovam transformações das suas
limitações em possibilidades de viver saudável.
Assim, um grupo de suporte a gestantes pode proporcionar discussões que
envolvam vários componentes afectivos, possibilitando um clima de sensibilização para
os aspectos relativos ao ciclo gravídico-puerperal e à subjectivação das informações
bem como uma vivência positiva da gestação, do parto e da maternidade.
Na referida Maternidade, procuramos criar um espaço de reflexão sobre as
diversas mudanças que atravessam a gestação, trocar informações objectivas sobre o
ciclo gravídico-puerperal, proporcionar um espaço grupal de discussão dos diferentes
aspectos que envolvem a gravidez, o parto, o puerpério e os cuidados com um filho
recém-nascido, possibilitar a expressão e o compartilhar de sentimentos e auxiliar na
elaboração dessa situação de vida que pode se tornar problemática quer seja pelas
intercorrências orgânicas, quer pelas subjectivas.

2.3-Noção da Depressão

O termo “depressão”, que em grego se escreve deprimere - de (baixar) e premere


(pressionar), significa “pressão baixa”. É um termo relativamente recente, que somente
foi introduzido no debate sobre melancolia em contextos médicos apenas no séc. XVIII,
(Rodrigues, 2000, p. 45).

Segundo ainda o mesmo autor, a depressão é o estado de abatimento e de


melancolia causador de sofrimento. Existem depressões reactivas, as que consistem
numa reacção mais forte, do que da maior parte das pessoas, a acontecimentos
exteriores penosos e depressões endógenas que aparentam ter nascido dentro do
«doente» porque, à primeira vista, parece não haver motivo para sofrimento, (2000, p.
45).
A depressão é um transtorno do humor grave, que pode ocorrer em todas as
faixas etárias, destacando-se o crescente aumento de casos entre jovens e idosos. Por
motivos que ainda não estão totalmente esclarecidos, a depressão está se transformando
em uma patologia cada vez mais frequente neste século.
A depressão está presente em diversos distúrbios emocionais e, apesar de ser
considerada como um transtorno de humor, ela abrange factores cognitivos,
comportamentais, fisiológicos, sociais, econômicos e religiosos.
De acordo com a OMS a depressão situa-se no quarto lugar entre as vinte
doenças de maior preocupação. A depressão é uma perturbação orgânica que envolve
variáveis biológicas, psicológicas e sociais. Este problema clínico pode manifestar-se
em várias fases da vida do indivíduo. É por isso, que ela é diagnosticável também na
infância, (Zavachi, 2002).

2.3.1-Factores da depressão
No acompanhamento de parturientes com HIV-SIDA na Maternidade do
Hospital Municipal do Zango…. Fez perceber que existem, efectivamente, alguns
factores que são considerados como de risco e podem influenciar o prognóstico da
evolução e tratamento da doença , nomeadamente factores de risco temperamentais ,
ambientais , genéticos e fisiológicos modificadores de curso. A depressão pode ser
causada por estímulos endógenos (relacionados com o próprio indivíduo) ou por
estímulos exogénos (relacionados com as divervas circunstâncias adversas que rodeiam
o indivíduo), podendo ser considerada como uma patologia, (Barlow, 1999).
Pessoas que apresentam níveis elevados de neuroticismo (afetividade negativa)
encontram-se mais suscetíveis a desenvolver episódios depressivos como resposta as
situações adversas da vida, (Barlow, 1999).
Os factores de risco ambientais relacionam-se com as experiências adversas ou
potencialmente traumáticas , sejam na infância ou na idade adulta potencialisando o
aparecimento da depressão, (Barlow, 1999).
Os factores genéticos e fisiológicos remetem-nos para o factor da
hereditariedade e para as questões neurobiológicas . Sabe-se que os familiares de
primeiro grau de individuos com depressão possuem 2 a 4 mais probabilidade de
desnvolver , igulmente a doença.
Adicionalmente , quando no nosso cerébro existe um desequilibrio na produção
de neurotransmissores como noradrenalina , serotonina e dopamina (responsáveis pela
sensação de bem-estar e motivação) a probabilidade do desenvolvimento de depressão
aumenta . Cada pessoa é única e é fundamental explorar a anamnese (história de vida)
do indivíduo para ser possível intervir adequadamente, (Barlow, 1999).
Depressão pós-parto: A depressão pós-parto é caracterizada por uma série de
sintomas e sinas que surgem nos 1 ou 30 dias depois do nascimento do bébé podendo
durar meses até mesmo anos caso não seja tratada.
Não existindo um tempo pré-definido para o tratamento da depressão , assim algumas
pessoas melhoram após alguns meses, já outras precisam tratar durante anos . Isso
normalmente depende da causa e da gravidade da doença ,além da possibilidade e da
vontade da pessoa em seguir o tratamento correctamente, (Barlow, 1999).
Assim a depressão pós-parto é uma condição reconhecida como importante
causa de morbidade materna , com grande relevância no âmbito da saúde, (Barlow,
1999).
Ela pode estar associada a factores físicos , emocionais ,estilo e qualidade de vida alem
de ter ligação também com históricos de outros problemas e transtornos mentais.
No entanto a principal causa da depressão pós-parto é o enorme desequílibrio de
hormonios em decorrência do término da gravidez . Tristeza maternal também
conhecida como baby blues ou blues puerperal, pode atingir até 80% das parturientes.
Diferentemente da depressão pós-parto a tristeza maternal não é considerada doença
muito pelo contrário ela é considerada benigna , pois não incapacita a mãe de prestar
atenção e cuidados ao bébé e em geral não provoca prejuízos na rotina diária de quem a
vive.
Capítulo III – Metodologia

3.1-Tipo de pesquisa
Tendo em atenção o objectivo do estudo, usou-se a pesquisa descritiva. Ela
visa a proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito ou
construindo hipóteses sobre ele, (Prodanov e Freitas, 2013).
Ela procurou-se proporcionar maior familiaridade com o problema relacionado
aos factores da separação relacionados com insucesso escolar de alunos, pois o mesmo
fenómeno pode desenvolver os factores da depressão pós-parto em puérperas com HIV-
SIDA acompanhadas na maternidade.

3.2-Tipo de abordagem de pesquisa


Consiste na determinação do paradigma em que se enquadra a pesquisa que se
realiza. A pesquisa baseou-se na abordagem quantitativa tendo em conta o objecto de
estudo.
Pesquisa quantitativa: “os estudos quantitativos admitem que tudo pode ser
quantificável, isto é, que é possível traduzir em números as opiniões e as informações
para, em seguida, poderem ser classificadas e analisadas. Visam a apresentação e a
manipulação numérica de observações com vista à descrição e à explicação do
fenómeno sobre o qual recaem as observações”, (Fortin, 2003, p. 103).
O método de investigação quantitativo tem por finalidade contribuir para o
desenvolvimento e validação dos conhecimentos ligados à separação dos pais como
factor influenciador do insucesso escolar dos filhos, oferecendo também a possibilidade
de generalizar os resultados, de predizer e de controlar este fenómeno nas diferentes
crianças que vivem a situação.

3.3-Método de pesquisa
Para fundamentar esta pesquisa foi seleccionado o método hipotético-dedutivo,
pois ele permitirá formular hipóteses para expressar as dificuldades do problema dos
factores de depressão pós-parto em parturientes com HIV-SIDA, de onde deduziram-se
as consequências que foram testadas e confirmadas.

3.4-Técnicas e instrumentos de recolha de dados


Técnica segundo Lakatos (2008, p. 25) “é um processo de que se serve a
ciência”. De acordo com os objectivos desse trabalho, utilizaram-se as seguintes
técnicas de recolha de dados:
Inquérito por questionário: consistir em fazer perguntas à parturientes com
depressão pós-parto, afim de colher as informações que serão submetidas a análise e
interpretação no sentido de tirar as suas próprias conclusões. O questionário é muito
importante num trabalho de pesquisa científica pois permite ao pesquisador recolher
dados acerca do tema em estudo, sobre uma população significativamente ampla e que
não pode ser abordada através do questionário. No contexto desse trabalho construiu-se
um questionário composto por perguntas fechadas que será aplicado a amostra
seleccionada para tal.
Observação: é uma das técnicas que permite perceber directamente a
problemática da depressão pós-parto em parturiente com HIV-SIDA. Os resultados
desta técnica permitirá formular as hipóteses deste trabalho.
Procedimentos estatísticos: consiste na ordenação, análise e interpretação dos
dados apresentados nas diferentes tabelas que confirmaram as hipóteses levantadas
sobre a solidão, baixo auto-estima, exclusão social e maus-tratos na família. Assim com
base nas percentagens dos diversos quadros apresentados conseguiu-se tirar as
conclusões parciais resumidas na parte conclusiva deste trabalho.
Consulta documental: a pesquisa documental, devido a suas características,
pode ser confundida com a pesquisa bibliográfica. Gil (2008) destaca como principal
diferença entre esses tipos de pesquisa a natureza das fontes de ambas as pesquisas.
Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições de
vários autores sobre a depressão pós-parto em mulheres com HIV-SIDA, a pesquisa
documental baseia-se em materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou
que podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da pesquisa. No caso concreto
da pesquisa que se fez, serviu-se das fichas de atendimento médico para se compreender
o fenómeno da depressão pós-parto em parturientes com HIV-SIDA.

Pesquisa bibliográfica: estudo sistematizado desenvolvido com base em


material publicado em livros, revistas, jornais, redes electrónicas, isto é, material
acessível ao público em geral. Fornece material instrumental analítico para qualquer
tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesmo. Para desenvolver esse
trabalho foram utilizados livros de psicologia geral e de medicina geral, psicologia do
desenvolvimento e psicologia da família, psicopatologia, bem como a literatura ligada a
depressão pós-parto e aquela que aborda as questões relacionadas aos factores da
depressão pós-parto nessa mulheres.
No presente trabalho, foi utilizada pesquisa bibliográfica para conceitos e
teorias sobre a depressão e noções de HIV-SIDA. Inclui-se também a pesquisa de
campo, com aplicação de questionário à parturientes com HIV-SIDA.
O instrumento é conceituado por Vergara como a forma de obter os dados para
responder ao problema, devendo, portanto, correlacionar os objectivos aos meios em
que deseja alcançá-los, (Vergara, 2000). Tendo em conta a problemática construída,
escolheram-se os seguintes instrumentos:
a. Protocolo do questionário relacionado aos factores da depressão pós-
parto.
b. Obras literárias sobre a depressão e etiologia de HIV-SIDA.
c. Material de digitação e impressão do texto.

3.5- População e Amostra

Para este estudo a população deve consistir em 34 parturientes. A amostra


desse estudo deve consistir em 30 das respectivas mulheres. Esta amostra seleccionada
servirá de base para aplicação do questionário de inquérito.
De acordo com Marques (2003), amostragem é percebida como um conjunto
de operações que permite a escolha de um grupo de sujeitos. Já Amostra na visão de
Lakatos (2008) amostras é uma parcela convenientemente seleccionada do universo
(população), é um subconjunto do universo”. Assim, quando se fala de amostra, trata-se
do subconjunto extraído da população total sobre o qual se realiza a investigação.

d. A definição do modelo de amostragem utilizado


Nessa pesquisa optou-se por amostras aleatórias simples onde cada parturiente
com sinais e sintomas da depressão acompanhadas na Maternidade do Hospital Municipal
do Zango. A amostragem aleatória simples é o procedimento básico da amostragem
científica. Podemos dizer mesmo que todos os outros procedimentos adoptados para
compor amostras são variações deste, (Prodanov e De Freitas, 2013).

e. Variáveis de pesquisa
Outros elementos que pretendemos usar para direcionar a nossa pesquisa são as
variáveis. Mais concretamente as variáveis independentes, dependentes e socio-
demográficas.
A variável independente: é o parto que é independente da ocorrência ou não
do parto.
A variável dependente: são os factores da depressão pós-parto, pois, devem-
se como consequência da depressão pós-parto.
As variáveis sócio-demográficas: são características sociais da população
alvo da nossa pesquisa. Tais como: sexo, faixa etária, ocupação, classe, etc.
3.6-Procedimentos de pesquisa
Para levar-se a cabo este estudo, procedeu-se da seguinte forma:
- Antes de mais, fez-se uma série de observações sobre a condição da gestante
com HIV-SIDA nessa Maternidade. Partindo destas observações pensou-se em
realizar um estudo científico.
- A identificação deste tema permitiu contactar o professor orientador com
quem se discutiu a sua viabilidade.
- Após a aprovação do tema procedeu-se a localização da bibliografia que
articula com o tema, elaborando para o efeito as fichas de consulta da bibliografia a fim
de consignar as informações desejadas.Os materiais para poder adquirir uma
bibliografia mais adequada para a realização deste estudo.

4- RECURSOS

O custo que o projecto irá acarretar, consubstancia-se pela presença do


orientador, variados livros que compõe a bibliografia básica e complementar da
monografia, valor monetário estimado, tanto pela coordenação quanto para aquisição do
material de apoio, fotocópias e tinteiros da impressora. O financiamento advirá
totalmente dos recursos pessoais.

5. CRONOGRAMA
O cronograma deve demonstrar a adequação do projecto ao tempo disponível
para realizá-lo. É um importante elemento da verificação da exequibilidade. Ela pode
ser representada por meio de tabela, como no exemplo a seguir.

Ano 2021/2022
Meses
ACTIVIDADES
Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março
Organização da
bibliografia
Definição do tema
Elaboração de
fichas de leitura
iniciais
Recolha de dados
no campo (aplicação
do questionário)
Informatização e
organização final da
monografia
Revisão e entrega
da monografia

BIBLIOGRAFIA PROVISÓRIA

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