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INTRODUÇAO
A transição da maternidade que inclui o período de tempo compreendido entre, o
início da gravidez e os primeiros meses após o nascimento do bebé.
Tem tido perspectivas como uma transição desenvolvida à maioria dos indivíduos,
num determinado ponto do seu ciclo de vida. É um período marcado por grandes mudanças
biológicas, sociais e psicológicas.
Considera-se como uma doença de difícil diagnóstico, na qual pode ser atribuída à
dificuldade das mulheres pela rejeição do bebé, e os problemas vivenciados durante o período
da gravidez. Pela falta de suporte adequado e até desamparo por parte dos profissionais de
saúde.
Dai Questionamo-nos:
O nosso estudo será realizado na Maternidade do Hospítal Geral de Luanda com as mães que
tiveram os seus bebés dos 0 aos 18 meses.
1.3 Justificativa
A escolha deste tema esta na base de assistência de enfermagem, prestada a pacientes
com depressão pós-parto, como um grave problema de saúde pública que afecta o estado
emocional da mulher, e estima-se em media que 25% das mães que apresentam sintomas de
Dpp no período de 0 à 18 meses após o nascimento do bebé.
1.4 OBJECTIVOS
1.4.1 Objectivo Geral
Segundo Scielo (2024) ʻʻpaciente: é aquele que espera ou seja , que deve ter paciência e
esperar pór acções e intervenções dos profissionais de saúde.ʼʼ
Segundo Jus (2024) ʻʻdepressão: é uma doença psiquiátrica que afecta o emocional da
pessoa ,que passa apresentar tristesa profunda ,falta de apetite ,desanimo ,pessimismo ,baixa
autoestima , que aparecem com frequência e podem combinar se entre si.ʼʼ
A DPP pode ser também denominada de depressão puerperal, depressão maternal ou depressão pós-
natal, é uma síndrome psiquiátrica importante capaz de acarretar uma série de consequências
negativas na interação mãe/filho.
DPP é uma expressão do sofrimento e da dor humana, atinge um número significativo de mulheres
no mundo. Também podemos definir a DPP como um transtorno do humor que tem seu início,
normalmente, nas primeiras quatro semanas após o parto, sendo que sua intensidade máxima se dá nos
seis primeiros meses, podendo ser de intensidade leve e transitória ou, ainda, agravar-se até uma
neurose ou desordem psicótica.
Os sintomas da DPP podem surgir em algum outro momento do primeiro ano de vida do bebê e não
necessariamente nas primeiras semanas após o seu nascimento .( MASTELLINI e DA SILVA, 2012)
1.3 Caracterização da Depressão pós –parto
De acordo com organização mundial da saúde( OMS 2014) A depressão foi apontada
como a terceira causa de morbidade no mundo. Resultados de estudos literarios que apontam
mulheres apresentam maiores chance do que os homens para desenvolverem a depressão.
Este fato está ainda mais associado a fase da vida em que se encontra no dever de cuidar de
seus filhos.
A Dpp é definida como transtorno depressivo pós parto ou depressão pós-parto materna
( DPP – M) que afecta mulheres em seu periodo gravidico e ou puerperal, onde ocorre nas 4
primeiras semanas após o parto, tendo normalmente, início durante a gestação, no qual
sofrem de sintomas depressivo semelhantes aos sintomas do transtorno depressivo maior que
afeta a população em geral.
E partindo da ideia de que neste período o organismo feminino produz muito mais
hormônios de que em seu estado normal, e que por parte dela se concentrar na placenta,
na hora do parto a mulher sofreria uma queda considerável do nível hormonal, o que era
considerado um determinante para o início do quadro de depressão. Deste modo, do ponto
de vista médico, a DPP seria resultado de uma grande alteração nos níveis hormonais e do
metabolismo catecolaminas (Santos, 2001) além de fatores genético- hereditários, saúde da
mãe e do filho, e obstétricos (Aliane, Mamede, & Furtado, 2011; Zinga, Phillips, & Born,
2005).
genéticos
físicos,
Químicos,
sociais ou psicológicos.
Já os autores Monteiro et al. (2018), ʻʻrealizaram uma pesquisa com 204 puérperas na faixa
etária entre 18 e 42 anos, onde constataram que cerca de 24,51% dessas puérperas
apresentaram sintomas depressivos e grande risco de desenvolver uma DPP. Eles também
afirmaram que dentre a gama de fatores que podem desencadear ou agravar essa situação,
pode-se destacar o nível socioeconômico e as péssimas condições de moradia.ʼʼ
Nesse contexto, Silva et al., (2020) complementam os seguintes fatores de risco para DPP,
gravidez na adolescência, ser solteira ou separada, gestação indesejada, natimorto
anterior, aborto espontâneo repetido, nuliparidade, falta de suporte familiar, e gravidez
como resultado de violência sexual. Costa et al. (2018) e Silveira et al., (2019) apontam a
DPP como um problema de saúde pública que requer atenção minuciosa dos profissionais
de saúde, pois muitos ainda enxergam a gestação e puerpério como um momento mágico
na vida e esquecem das dificuldades e doenças que podem estar atreladas. Inclusive
Santos et al. (2021) defendem a importância da avaliação da saúde mental nas mulheres
desde a gravidez até o puerpério como forma de prevenção da DPP.
Fatores de risco psicológico/psiquiátrico: Ter histórico de episódios depressivos
pessoais anteriores à gestação (Castro, Place, Billings, Rivera, Frongillo, 2015;
Davey,Tough,Adair,&Bezies,2011;El-Hachemetal.,2014; Figueiraetal.,2011;Martín-
Santosetal.,2012;Moraisetal., 2015; Nunes, & Phipps, 2013; Rodríguez, Pineda,
Álvarez, & Rojas, 2013; Rojas et al., 2010; Rohitkumar et al., 2014; Silva et al.,
2012; Tian Tian et al., 2012; Urdaneta et al., 2011); Presença de estresse na
gestação (Bos et al., 2013; Figueira et al., 2011; Lara, Navarro, Navarrete, & Yle,
2010; Liu, & Tronick, 2013; Martín-Santos et al., 2012; Nunes, & Phipps, 2013;
Rodrigues, & Schiavo, 2011; Silva et al., 2012; Tian Tian et al., 2012); Ansiedade
gestacional (Davey et al., 2011; Figueira et al., 2011; Garfield et al., 2015; Lara et
al., 2010; Rogers, Kidokoro, Wallendorf, & Inder, 2013); Depressão gestacional
(Faisal-Cury, & Menezes, 2012; McMahon et al., 2015; Nunes, & Phipps, 2013;
Turkcapar et al., 2015); História de DPP anterior (Faisal-Cury, & Menezes, 2012;
Kinsey, Baptiste-Roberts, Zhu, & Kjerulff, 2014; Turkcapar et al., 2015); Presença de
antecedentes psiquiátricos pessoais (Masmoudi et al., 2014; Turkcapar et al., 2015;
Zambaldi, Cantilllino, Sougey, & Rennó, 2010); Idealização da maternidade (Arrais,
Mourão, & Fragalle, 2014;
Greinert, & Milani, 2015); Insatisfação com a gravidez (Rohitkumar et al., 2014;
Turkcapar et al., 2015); e História familiar de transtornos mentais (Rojas et al., 2010;
Zambaldi et al., 2010).
2013; Tian Tian et al., 2012; Turkcapar et al., 2015); Desregulação hormonal e de citocinas
inflamatórias (Okun et al., 2011); e da Anemia pós-parto precoce (Alharbi, & Abdulghani,
2014).
Com base na revisão de literatura de Aliane, Mamede e Furtado (2011), depreende-se que
a DPP parece ser o resultado da interação de vários fatores de risco fisiológicos/hormonais,
psicológicos e sociais. Isto sugere a importância da triagem para mulheres que têm esses
fatores de risco para evitar a instalação dessa depressão. Esta detecção deve ser feita no
iní- cio de pós-parto ou então nas consultas pré-natais anteriores. Isto permite um
tratamento adequado para as mães, para a relação mãe-recém-nascido e, mais tarde, para
o equilíbrio psicológico da criança. Portanto, o impacto na vida dos envolvidos requer um
trabalho não só remediativo, mas também preventivo, a fim de evitar este grave transtorno.
Além destes fatores já citados, mães que vivem em um relacionamento conturbado
com o cônjuge, apresentam maiores probabilidades de desenvolver a DPP (Felix et
al., 2008; Dois et al., 2012; Konradt, 2011; Silva et al., 2010; Moraes et al., 2006),
assim como a gravidez não planejada e o uso de Tabaco, álcool e outras drogas
também são fatores que auxiliam no surgimento da depressão.
Da mesma forma, estudos realizados por Morais et al., (2015) pela universidade de
São Paulo comprovaram que o histórico de depressão e ansiedade prediz a
ocorrência da DPP, assim como é confirmado por diferentes trabalhos (Chandran et
al., 2002; Quelopana et al., 2011; Ruschi et al., 2007).
Deste modo, necessita-se do preparo por parte dos profissionais de saúde afim de
promover métodos de prevenção e tratamento da doença e meios de diagnosticar
possíveis mulheres que já se encontra deprimida no período gravídico. Porém,
ainda há dificuldades na realização do diagnóstico, principalmente pelo despreparo
dos profissionais de saúde e a falta de instrumentos adequados para a identificação
de tal transtorno.
REFERÊNCIAS
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integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, 5(11),
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de Jesus Silva, M. M., Lima, G. S., dos Santos Monteiro, J. C., & Clapis, M. J.
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Lima, M. D. O. P., Tsunechiro, M. A., Bonadio, I. C., & Murata, M. (2017). Sintomas
depressivos na gestação e fatores associados: estudo longitudinal. Acta
Monteiro, K. A., Godoi, B. D. N., Toledo, O. R., David, F. L., Avelino, M. M., & Moraes, E. V.
D. (2018). Evidências de sintomatologia depressiva no pós-
Santos, D. F., Silva, R. D. P., Tavares, F. L., Primo, C. C., Maciel, P. M. A., Souza, R. S. D.,
& Leite, F. M. C. (2021). Prevalência de sintomas depressivos
pós-parto e sua associação com a violência: estudo transversal, Cariacica, Espírito Santo,
2017. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 30.
USP, 55.
Silva, V., Ferreira, C., Basílio, A., Ferreira, A. B., Maia, B., & Miguelote, R. (2019).
Sintomatologia depressiva no termo da gestação, em mulheres de baixo
Silveira, M. S., Galvão, L. P. L., Gurgel, R. Q., Barreto, I. D. C., & Vargas, M. M. (2019).
Ansiedade e depressão na morbidade materna grave e near
miss. Psicologia: teoria e pesquisa, 35. Souza, M. T. D., Silva, M. D. D., & Carvalho, R. D.
(2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Eins
Para Silva e Botti (2005, cit por Oliveira, 2014), depressão pós-parto é uma patologia
derivada de factores relacionados ao sofrimento biopsicossocioespiritual, muitas vezes não
controlada. Actuando de forma implacável ao seu surgimento tendo como principais factores
de risco a menor idade da mãe, ser solteira ou divorciada, condições socioeconômicas,
eventos estressantes nos últimos 12 meses, histórias de transtornos psiquiátricos prévios e
gravidez indesejada.
A puérpera estiver neste quadro de profunda depressão, não irá conseguir oferecer os
cuidados básicos e ao acolhimento necessário para seu bebê, este também entrará em
depressão. Sendo percebido através da falta de brilho no olhar, dificuldade de sorrir,
diminuição do apetite, vômito, diarreia e dificuldade em manifestar interesse pelo
que quer que esteja ao seu redor. Consequentemente, haverá uma tendência maior em
adoecer ou apresentar problemas na pele, mesmo que esteja sendo cuidado
(NONACS; COHEN, 1998. Cit por OLIVEIRA, 2014. P.9).
Segundo Schwengber e Piccinini (2003, cit por Oliveira), existe um tipo de transtorno que
afecta cerca de 60% das mulheres entre o terceiro e quinto dia após o parto, é o chamado
baby blues ou tristeza materna. Esse transtorno se caracteriza por sintomas depressivos leves,
choro fácil, ansiedade, aumento e fadiga desinteresse (WENDER et al. 2002).
O DSM-V considera outros critérios de diagnóstico para a depressão pós-parto, como a uma depressão menor,
que é semelhante à depressão maior em termos de sintomatologia, mas requer a confirmação de dois a cinco
sintomas depressivos ou o sofrimento e limitação no funcionamento habitual em virtude a um acontecimento
indutor de estresse (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTASTÍSTICO DE DOENÇAS MENTAIS, 2014).
O estresse durante a gestação também pode causar complicações no parto além de ser um indicativo da
manifestação da DPP (Diego et al., 2006. Cit por Alves, 2021). Por estar relacionado a eventos particulares,
como gravidez não planejada, ganho de peso e enjoos, o esstresse interfere agravando o quadro de ansiedade na
gravidez, ainda mais se houver casos de violência doméstica, uso de drogas, e complicações no pré-natal
(Segatoet al., 2009. Cit por Alves 2021).
ACTUAÇÃO DO ENFERMEIRO DIANTE PUEPURA
Baseando-se muitas vezes na falta de experiência ou mesmo de habilidade para lidar
com estas situações muitos dos profissionais, apresentam dificuldades em
acompanhar as gestantes desde o início do período gestacional até após o nascimento
de seu bebé, como também, de oferecer o suporte e a assistência devida a essas
mulheres que muitas vezes encontram-se aflitas e desamparadas. Esta dificuldade de
um diagnóstico identificando a DPP transforma em um transtorno também para os
familiares e pela própria puérpera, por não conseguir compreender direito o que esta
acontecendo (OLIVEIRA. 2014, P.9).