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1.

INTRODUÇAO
A transição da maternidade que inclui o período de tempo compreendido entre, o
início da gravidez e os primeiros meses após o nascimento do bebé.

Tem tido perspectivas como uma transição desenvolvida à maioria dos indivíduos,
num determinado ponto do seu ciclo de vida. É um período marcado por grandes mudanças
biológicas, sociais e psicológicas.

Neste contexto, apesar do nascimento de um bebé ser um acontecimento


culturalmente celebrado e estar habitualmente associado a sentimentos de alegria e satisfação
(Fonseca e Canavarro, 2013). A maternidade é também um estressor biopsicossocial e as suas
exigências podem precipitar a ocorrência e recorrência de perturbações de saúde mental.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como sendo um estado


completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença e
enfermidade.

No entanto, a saúde mental tem sido considerada uma componente marginal e


negligenciada da saúde reprodutiva. Apesar do seu impacto em termos de doença e
incapacidade a ocorrência dessa enfermidade pode afectar o relacionamento entre mãe-filho
(IBANEZ, 2018).

Para esta organização os programas de saúde reprodutiva devem reconhecer a


importância dos problemas de saúde mental nas mulheres. E incorporar esta dimensão na
prestação de cuidados, neste caso a depressão afecta duas vezes mais as mulheres do que os
homens e é a principal causa de incapacidade entre as mulheres. Os anos reprodutivos (18-44
anos) são um período particular de vulnerabilidade (O'Hara, 2009). No período pós-parto, as
perturbações de humor são as perturbações mais frequentes, nas quais se inclui a Depressão.

1.1 Situação problemática


A depressão pós- parto (Dpp) é considerada como uma doença de maior índice de
ataque vigoroso as puérperas no mundo. Quando não cuidada e acompanhada a tempo gera
consequências e prejuízos, não somente ao nível mental, mas afecta o psicológico social e
familiar, que por sua vez representam a interacção existente entre mãe-bebé e o
desenvolvimento da criança.

Considera-se como uma doença de difícil diagnóstico, na qual pode ser atribuída à
dificuldade das mulheres pela rejeição do bebé, e os problemas vivenciados durante o período
da gravidez. Pela falta de suporte adequado e até desamparo por parte dos profissionais de
saúde.

A Dpp é uma das complicações mais frequente vivenciadas durante o pós-parto e


pode atingir 15% a 20% das puérperas ao nível da população angolana.
(GONÇALVES,SILVA e PRETO 2021)

Dai Questionamo-nos:

Como é prestada a assistência de enfermagem à pacientes com depressão pós-parto na


maternidade do hospital geral de Luanda Durante o Iº Trimestre de 2024?

1.2 Delimitação do Tema

O nosso estudo será realizado na Maternidade do Hospítal Geral de Luanda com as mães que
tiveram os seus bebés dos 0 aos 18 meses.

1.3 Justificativa
A escolha deste tema esta na base de assistência de enfermagem, prestada a pacientes
com depressão pós-parto, como um grave problema de saúde pública que afecta o estado
emocional da mulher, e estima-se em media que 25% das mães que apresentam sintomas de
Dpp no período de 0 à 18 meses após o nascimento do bebé.

A Dpp é uma doença considerada como um quadro depressivo, no qual há vários


factores que levam as mães a não reconhecerem os respectivos bebes.

Este estudo permitirá ter um conhecimento profundo sobre a psicopatologia na


sociedade e na comunidade académica em particular, sobre assistência de enfermagem
prestada a pacientes com depressão pós-parto numa perspectiva descritiva.

1.4 OBJECTIVOS
1.4.1 Objectivo Geral

 Compreender as principais causas da depressão pós –parto na Maternidade do


Hospital Geral de Luanda.

1.4.2 Objectivos Específicos

 Conhecer os sinais e sintomas da depressão pós-parto


 Identificar as principais causas da depressão pós –parto
 Advertir a população com palestras sobre a depressão pós -parto

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


1.1 Definições de Termos e conceitos

Segundo o Conceite. De (2024) a ʻʻassistência: designa-se ao acto de auxiliar uma ou mais


pessoas numa actividadeʼʼ

Segundo Sou enfermagem (2024) ʻʻassistência de enfermagem: é um conjunto de de


cuidados de enfermagem que tem natureza diversa e que se articulam entre si para o melhor
atender o pacienteʼʼ

Segundo Scielo (2024) ʻʻpaciente: é aquele que espera ou seja , que deve ter paciência e
esperar pór acções e intervenções dos profissionais de saúde.ʼʼ

Segundo Jus (2024) ʻʻdepressão: é uma doença psiquiátrica que afecta o emocional da
pessoa ,que passa apresentar tristesa profunda ,falta de apetite ,desanimo ,pessimismo ,baixa
autoestima , que aparecem com frequência e podem combinar se entre si.ʼʼ

Segundo a Biologianet (2024) define:


Parto é um momento no qual ocorre o nascimento do bebê. O parto é o nome dado
ao momento em que o bebê deixa o útero da mulher, finalizando o período de
gestação. Trata-se, por tantonto,do nascimento da criança .o parto pode correr dr
diferentes formas, sento classificado basicamente em parto normal e cesaria.

Segundo Reacomsaúde (2024) define:

Pós-parto o puerperio, ou pós-parto,é o período que se iniciar apos a dequetacao


(saida da placenta) e termina com a primeiras ovulação da mulher . a primeira
ovulação nas mulheres que não amamentam ocorre entre 6 e 8 semanas apos o
nascimento do bebé .nas mulheres que amamentam isso pode acontecer depos de 6
a 8 meses.

Segundo o Ministério da Saúde (2024) ʻʻdepressão pós-parto: é uma condição de profunda


tristeza , desespero e falta de esperança que acontece logo após o parto . raramente ,a situação
pode se complicare evoluir para uma forma mas agressiva e estrema da depressão pós-parto,
conhecida como a psicose pós-parto.ʼʼ

1.2 Depressão pos-parto

A DPP pode ser também denominada de depressão puerperal, depressão maternal ou depressão pós-
natal, é uma síndrome psiquiátrica importante capaz de acarretar uma série de consequências
negativas na interação mãe/filho.

DPP é uma expressão do sofrimento e da dor humana, atinge um número significativo de mulheres
no mundo. Também podemos definir a DPP como um transtorno do humor que tem seu início,
normalmente, nas primeiras quatro semanas após o parto, sendo que sua intensidade máxima se dá nos
seis primeiros meses, podendo ser de intensidade leve e transitória ou, ainda, agravar-se até uma
neurose ou desordem psicótica.

Os sintomas da DPP podem surgir em algum outro momento do primeiro ano de vida do bebê e não
necessariamente nas primeiras semanas após o seu nascimento .( MASTELLINI e DA SILVA, 2012)
1.3 Caracterização da Depressão pós –parto

De acordo com organização mundial da saúde( OMS 2014) A depressão foi apontada
como a terceira causa de morbidade no mundo. Resultados de estudos literarios que apontam
mulheres apresentam maiores chance do que os homens para desenvolverem a depressão.
Este fato está ainda mais associado a fase da vida em que se encontra no dever de cuidar de
seus filhos.

No periodo gravidico/puerperal é considerado um periodo de grandes transformações


biopsicossocial, sendo considerada uma fase de alta fulnerabilidade podendo resultar na
ocorrência transtornos psiquiatrico (zambaldi, Cantillino, Sougey, I Renno Jr, 2010) por se
tratar de um periodo de grande mudanças e reestruturações para a mulher, e por sua
preparação associada aos novos papeis maternos (CARNAVARRO,2009), As exigências
desta fase está ligada a quadros de perturbações da saúde mental. Em razão disto, o periodo
gravidico puerperal pode resultar em perturbações de humor capaz de acarretar no surgimento
da depressão pós-parto.

A depressão pós –parto (DPP) é caracterizada como transtorno depressivo pós-parto, O


qual trata-se do estado depressivo maior que afecta mulheres no periodo da gravidez e ou no
pós-parto.

A Dpp é definida como transtorno depressivo pós parto ou depressão pós-parto materna
( DPP – M) que afecta mulheres em seu periodo gravidico e ou puerperal, onde ocorre nas 4
primeiras semanas após o parto, tendo normalmente, início durante a gestação, no qual
sofrem de sintomas depressivo semelhantes aos sintomas do transtorno depressivo maior que
afeta a população em geral.

1.4 Factores que influenciam na depressão pós-parto

Muitos são os factores que podem aumentar a probabilidade do desenvolvimento da


Depressão Pós-Parto em mulheres grávidas ou no período pós- parto. Inicialmente acreditava-
se que as principais causas para o desenvolvimento da Depressão Pós-Parto se dava por
questões biológicas, especialmente hormonais, em virtude das transformações do período
gestacional.

E partindo da ideia de que neste período o organismo feminino produz muito mais
hormônios de que em seu estado normal, e que por parte dela se concentrar na placenta,
na hora do parto a mulher sofreria uma queda considerável do nível hormonal, o que era
considerado um determinante para o início do quadro de depressão. Deste modo, do ponto
de vista médico, a DPP seria resultado de uma grande alteração nos níveis hormonais e do
metabolismo catecolaminas (Santos, 2001) além de fatores genético- hereditários, saúde da
mãe e do filho, e obstétricos (Aliane, Mamede, & Furtado, 2011; Zinga, Phillips, & Born,
2005).

Os transtornos mentais são manifestações clínicas associadas a diversos factores,


sejam eles:

genéticos

físicos,

Químicos,

sociais ou psicológicos.

Podendo afectar qualquer indivíduo, como: criança, idoso, homem e principalmente a


mulher (Arrais et al., 2018).

Factores de risco são eventos ou situações já estabelecidas propícias ao surgimento de


problemas físicos, psicológicos e sociais, que apresentam maior chance de surgir e maior
intensidade no período gravídico-puerperal. Já os fatores de proteção são medidas
preventivas, ou situações já estabelecidas que minimizam impacto dos fatores de risco ou
potencializam as influências positivas que transfor- mam ou melhoram respostas pessoais
(Calvetti, Muller, & Nunes, 2007), no presente trabalho, no período da gravidez e do
puerpério Em concordância com os artigos encontrados para a construção desta revisão
integrativa de literatura, notou-se que há diversos factores de risco que estão associados
ao desenvolvimento da depressão pós-parto.

A gestação e o puerpério são reconhecidos como condições propícias para o


desenvolvimento e/ou exacerbação de problemas na saúde mental, com prevalências
semelhantes de transtornos mentais tanto na gravidez quanto no pós-parto.
Entretanto, acredita-se que o diagnóstico neste período é negligenciado e existem poucas
pesquisas que procuram identificar alterações psicológicas durante gravidez e os desfechos
obstétricos (Costa et al., 2018).
Dos 13 artigos selecionados, observou-se que em um estudo realizado com gestantes na
Atenção básica de Caxias do Sul/ RS, alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento
da depressão pós-parto pode ocorrer ainda na gravidez, pois na gestação a mulher
encontra-se tanto vulnerável aos fatores internos como sentimentos, mudanças corporais e
hormonais, bem como também está exposta a fatores externos que também influenciam,
como instabilidade financeira e histórico de consumo de tabaco e álcool (Dell’Osbel et al.,
2019).

Já os autores Monteiro et al. (2018), ʻʻrealizaram uma pesquisa com 204 puérperas na faixa
etária entre 18 e 42 anos, onde constataram que cerca de 24,51% dessas puérperas
apresentaram sintomas depressivos e grande risco de desenvolver uma DPP. Eles também
afirmaram que dentre a gama de fatores que podem desencadear ou agravar essa situação,
pode-se destacar o nível socioeconômico e as péssimas condições de moradia.ʼʼ

A ansiedade também é um importante fator de risco, os autores Chemello et al., (2021)


trazem eu seu estudo que a ansiedade é um sentimento que faz parte da experiência da
maternidade, assim como de outras experiências humanas. No entanto eles afirmam que
em algumas mulheres, a ansiedade pode manifestar-se de forma exacerbada, podendo ser
por meio de preocupações excessivas, estado de tensão, insatisfação, insegurança,
incerteza e medo. Onde esses excessos podem interferir na disponibilidade da mãe para a
interação com o bebê, trazendo dificuldades e podendo gerar um quadro de DPP (Lima et
al, (2017) reforçam que o ciclo gravídico-puerperal é uma fase da vida da mulher que
precisa ser avaliado com especial atenção por englobar inúmeras modificações físicas,
hormonais, psíquicas e de inserção social, que podem refletir diretamente na saúde
mental.

Nesse contexto, Silva et al., (2020) complementam os seguintes fatores de risco para DPP,
gravidez na adolescência, ser solteira ou separada, gestação indesejada, natimorto
anterior, aborto espontâneo repetido, nuliparidade, falta de suporte familiar, e gravidez
como resultado de violência sexual. Costa et al. (2018) e Silveira et al., (2019) apontam a
DPP como um problema de saúde pública que requer atenção minuciosa dos profissionais
de saúde, pois muitos ainda enxergam a gestação e puerpério como um momento mágico
na vida e esquecem das dificuldades e doenças que podem estar atreladas. Inclusive
Santos et al. (2021) defendem a importância da avaliação da saúde mental nas mulheres
desde a gravidez até o puerpério como forma de prevenção da DPP.
Fatores de risco psicológico/psiquiátrico: Ter histórico de episódios depressivos
pessoais anteriores à gestação (Castro, Place, Billings, Rivera, Frongillo, 2015;
Davey,Tough,Adair,&Bezies,2011;El-Hachemetal.,2014; Figueiraetal.,2011;Martín-
Santosetal.,2012;Moraisetal., 2015; Nunes, & Phipps, 2013; Rodríguez, Pineda,
Álvarez, & Rojas, 2013; Rojas et al., 2010; Rohitkumar et al., 2014; Silva et al.,
2012; Tian Tian et al., 2012; Urdaneta et al., 2011); Presença de estresse na
gestação (Bos et al., 2013; Figueira et al., 2011; Lara, Navarro, Navarrete, & Yle,
2010; Liu, & Tronick, 2013; Martín-Santos et al., 2012; Nunes, & Phipps, 2013;
Rodrigues, & Schiavo, 2011; Silva et al., 2012; Tian Tian et al., 2012); Ansiedade
gestacional (Davey et al., 2011; Figueira et al., 2011; Garfield et al., 2015; Lara et
al., 2010; Rogers, Kidokoro, Wallendorf, & Inder, 2013); Depressão gestacional
(Faisal-Cury, & Menezes, 2012; McMahon et al., 2015; Nunes, & Phipps, 2013;
Turkcapar et al., 2015); História de DPP anterior (Faisal-Cury, & Menezes, 2012;
Kinsey, Baptiste-Roberts, Zhu, & Kjerulff, 2014; Turkcapar et al., 2015); Presença de
antecedentes psiquiátricos pessoais (Masmoudi et al., 2014; Turkcapar et al., 2015;
Zambaldi, Cantilllino, Sougey, & Rennó, 2010); Idealização da maternidade (Arrais,
Mourão, & Fragalle, 2014;

Greinert, & Milani, 2015); Insatisfação com a gravidez (Rohitkumar et al., 2014;
Turkcapar et al., 2015); e História familiar de transtornos mentais (Rojas et al., 2010;
Zambaldi et al., 2010).

A.2) Fatores de proteção psicológico/psiquiátrico: Participar de um Programa de


Pré-Natal com base numa abordagem psicológica (Arrais et al., 2014; Arrais, &
Araujo, 2016; Arrais, Lordello, & Cavados, 2015; Collado, Saez, Favrod & Hatem,
2014; Kozinszky et al., 2012); e ter uma Relação/ligação saudável das gestantes
com suas próprias mães (Bhandari et al., 2012; Miranda et al., 2012).

A.3) Fatores de risco suporte social/relações interpessoais: Baixo apoio social e


familiar (Bos et al., 2013; Figueira et al., 2011; Guedes et al., 2011; Kathree,
Selohilwe, Bana, & Peterson, 2014; Martín-Santos et al., 2012; Nunes, & Phipps,
2013; Rojas et al., 2010; Turkcapar et al., 2015; Urdaneta et al., 2011); Conflito e
insatisfação conjugal (Guedes et al., 2011; Kathree et al., 2014; Lara et al., 2010;
Masmoudi et al., 2014; Morais et al., 2015; Wu et al., 2014); Falta de apoio do
parceiro (Guedes et al., 2011; Lara et al., 2010; Rodríguez et al., 2013; Silva et al.,
2012; Urdaneta et al., 2011); Falta de apoio social no puerpério (Figueira et al.,
2011; Kim, Connolly, & Tamim, 2014; McMahon et al., 2015); Exposição à violência
por parceiro íntimo no ciclo gravídico puerperal (Castro et al., 2015; Turkcapar et al.,
2015) e Conflito familiar (Al Hinai, & Al Hinai, 2014).

A.4) Fatores de proteção suporte social/relações interpessoais: Percepção de


suporte social durante a gravidez (Konradt et al., 2011; Kozinszky et al., 2012);
Apoio social no puerpério (Dantas, Araújo, Paulino, & Maia, 2012); e Relações
sociais positivas (Bhandari et al., 2012).

B.1) Fatores de risco e de proteção sociodemográficos/ contextual: Idade materna


(Al Hinai, & Al Hinai, 2014; Garfield et al., 2015; Janssen, Heaman, Urquila,
O’Campo, & Thiessen, 2011; Nunes, & Phipps, 2013; Wu et al., 2014); Baixo status
de escolaridade (Rodríguez et al., 2013; Tian Tian et al., 2012); Desemprego ou
subemprego (Al Hinai, & Al Hinai, 2014; Greinert, & Milani, 2015; Tian Tian et al.,
2012); Ser solteira (Garfield et al., 2015; Rogers et al., 2013; Zaconeta, Queiroz,
Amato, Motta, & Casulari, 2013).

B.2) Fatores de proteção sociodemográficos/contextual: Alto status de escolaridade


(Urdaneta et al., 2011).

C.1) Fatores de risco físico/hormonal: História de síndromepré-


menstrual(Moraisetal.,2015;Sylvénetal.

2013; Tian Tian et al., 2012; Turkcapar et al., 2015); Desregulação hormonal e de citocinas
inflamatórias (Okun et al., 2011); e da Anemia pós-parto precoce (Alharbi, & Abdulghani,
2014).

C.2) Fatores de risco físico/obstétrico: Complicação/ intercorrência médica na gestação


(Figueira et al., 2011; Urdaneta et al., 2011; Zambaldi et al., 2010); Gravidez não planejada
(Castro et al., 2015; Rojas et al., 2010; Turkcapar et al., 2015); Gravidez indesejada
(Kathree et al., 2014; Masmoudi et al., 2014; Nunes, & Phipps, 2013); Parto cesariano
(Urdaneta et al., 2011); História de aborto espontâneo (Kinsey et al., 2014; Zambaldi et al.,
2010); Não amamentar até as oito semanas do pós-parto (Davey et al., 2011), Parto vaginal
(Zambaldi et al., 2010); Falta de acompanhamento pré-natal ginecológico (Rodríguez et al.,
2013); Problemas no parto atual (Rohitkumar et al., 2014), Intimate partner violence (IPV)
moderada ou grave durante a gravidez (Castro et al., 2015).
C.3) Fatores de proteção obstétricos: Analgesia de parto (Ding, Wang, Qu, Chen, & Zhu,
2014); Amamentação contínua (Ding et al., 2014) e Parto via vaginal (Urdaneta et al., 2011).

Com base na revisão de literatura de Aliane, Mamede e Furtado (2011), depreende-se que
a DPP parece ser o resultado da interação de vários fatores de risco fisiológicos/hormonais,
psicológicos e sociais. Isto sugere a importância da triagem para mulheres que têm esses
fatores de risco para evitar a instalação dessa depressão. Esta detecção deve ser feita no
iní- cio de pós-parto ou então nas consultas pré-natais anteriores. Isto permite um
tratamento adequado para as mães, para a relação mãe-recém-nascido e, mais tarde, para
o equilíbrio psicológico da criança. Portanto, o impacto na vida dos envolvidos requer um
trabalho não só remediativo, mas também preventivo, a fim de evitar este grave transtorno.

Portanto, o conhecimento dos fatores de risco e de proteção da DPP é importante para o


planeja- mento e execução de ações preventivas, como o PNP, uma vez que, a intervenção
precoce, utilizando uma estratégia psicoterapêutica específica para gestantes, pode resultar
em uma redução significativa na sinto- matologia depressiva. Dessa forma, sabendo-se que
a promoção da integridade biopsicossocial da gestante pode ser assegurada por meio de
um acompanha- mento cuidadoso das mães, o trabalho do PNP mos- tra-se como um
recurso privilegiado de atenção inte- gral à gestante e sua família (Arrais, & Araujo, 2016).

FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS; baixa escolaridade, baixa renda, pouca idade,


mães desempregadas, solteiras e ter muitos filhos. Estudos realizados por
Chandran, Tharyan, Muliyil e Abraham (2002) em uma zona rural na Índia também
comprovaram que a baixa renda é considerada um sério fator de risco para a DPP.
O que pode se explicar segundo Segre et al. (2007), sobre os efeitos da baixa renda
familiar e a incidência de DPP, são principalmente por seu nível de estresse,
decorrentes de dificuldades financeiras, provenientes do pouco acesso a saúde,
educação e moradia.

Estudos de Morais et al., (2015) realizados na universidade de São Paulo, efetuada


com amostras de gestantes cujos partos ocorreram de dois tipos de hospitais: o
público e o privado, obtiveram grandes diferenças em seus resultados. A
prevalência maior de DPP foi apresentada em mães onde o parto foi realizado em
hospitais públicos, quando comparado às mães em que o parto foi realizado em
hospitais privados. Resultou também com este estudo que a escala das mães cujo
parto foi realizado em hospital público, possuem menor apoio social, menor
proporção de emprego das mães e menor número das mães que vivem com o pai
do bebê.

Ainda conforme esta pesquisa, o ano de escolaridade das mães indicavam se a


ocorrência de DPP seria maior ou menor, sendo que a presença de sintomas
depressivos era menor em mães com escolaridade mais alta, e maiores em mães
com baixa escolaridade (Morais et al., 2015). Afirmando, deste modo, quanto menor
o nível de escolaridade, maiores são as apresentações dos sintomas depressivos
no período gravídico e/ou puerperal, assim como Ruschi et al., (2007) já haviam
analisado.

Além destes fatores já citados, mães que vivem em um relacionamento conturbado
com o cônjuge, apresentam maiores probabilidades de desenvolver a DPP (Felix et
al., 2008; Dois et al., 2012; Konradt, 2011; Silva et al., 2010; Moraes et al., 2006),
assim como a gravidez não planejada e o uso de Tabaco, álcool e outras drogas
também são fatores que auxiliam no surgimento da depressão.

FATORES PSICOSSOCIAIS: Fatores como a vulnerabilidade social também podem


desencadear a DPP. Desta forma, a classificação socioeconomicamente baixa tem
demostrado associação significativa com a ocorrência de depressão pós-parto,
assim como não viver com o parceiro (DDS, Schwengber; CA, Piccinini, 2003;
Vesga Lopez et al., 2008).

Da mesma forma, estudos realizados por Morais et al., (2015) pela universidade de
São Paulo comprovaram que o histórico de depressão e ansiedade prediz a
ocorrência da DPP, assim como é confirmado por diferentes trabalhos (Chandran et
al., 2002; Quelopana et al., 2011; Ruschi et al., 2007).

O stress durante a gestação também pode causar complicações no parto além de


ser um indicativo da manifestação da DPP (Diego et al., 2006). Por estar
relacionado a eventos particulares, como gravidez não planejada, ganho de peso e
enjoos, o stress interfere agravando o quadro de ansiedade na gravidez, ainda mais
se houver casos de violência doméstica, uso de drogas, e complicações no pré-
natal (Segatoet al., 2009).
Embora a DPP ter sido associada as mudanças biológicas e hormonais do período
gravídico, tem sido crescente o número de estudos da literatura cientifica que vem
reconhecendo que fatores de risco mais associados à Depressão Pós- Parto são
fatores de cunho psicossocial. Assim como fatores psicológicos, sociodemográficos,
e biológicos também são considerados fatores de risco associado à DPP.

A depressão pós-parto possui maior risco de se desenvolver em pessoas mais


vulneráveis tanto socialmente como economicamente, sendo normalmente
detectada em pessoas de baixa renda, desempregadas, sem apoio do companheiro
e/ou da família, sendo este perfil encontrado em pessoas com maior dificuldade de
acesso a saúde.

A depressão pós-parto configura-se em um transtorno de humor assim como o


transtorno depressivo maior, que traz consigo consequências para a relação mãe e
filho capaz de deixar sequelas por um longo tempo, principalmente no
desenvolvimento do bebê.

Deste modo, necessita-se do preparo por parte dos profissionais de saúde afim de
promover métodos de prevenção e tratamento da doença e meios de diagnosticar
possíveis mulheres que já se encontra deprimida no período gravídico. Porém,
ainda há dificuldades na realização do diagnóstico, principalmente pelo despreparo
dos profissionais de saúde e a falta de instrumentos adequados para a identificação
de tal transtorno.

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Ansiedade e depressão na morbidade materna grave e near

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(2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Eins

CAUSAS DA DEPRESÃO PÓS-PORTO


A gravidez é considerada um período muito especial para a gestante e para todo o seu
contexto familiar. Nesta fase a gestante passa por grandes transformações que
ocorrem em aspectos fisiológicos e psicológicos podendo causar oscilações
emocionais como medo, insegurança, dúvidas, assim como estado eufórico, que em
desequilíbrio colabora para o aparecimento de sintomas da depressão pós-parto
(ALVES. 2021, P.10).

Para Silva e Botti (2005, cit por Oliveira, 2014), depressão pós-parto é uma patologia
derivada de factores relacionados ao sofrimento biopsicossocioespiritual, muitas vezes não
controlada. Actuando de forma implacável ao seu surgimento tendo como principais factores
de risco a menor idade da mãe, ser solteira ou divorciada, condições socioeconômicas,
eventos estressantes nos últimos 12 meses, histórias de transtornos psiquiátricos prévios e
gravidez indesejada.

A puérpera estiver neste quadro de profunda depressão, não irá conseguir oferecer os
cuidados básicos e ao acolhimento necessário para seu bebê, este também entrará em
depressão. Sendo percebido através da falta de brilho no olhar, dificuldade de sorrir,
diminuição do apetite, vômito, diarreia e dificuldade em manifestar interesse pelo
que quer que esteja ao seu redor. Consequentemente, haverá uma tendência maior em
adoecer ou apresentar problemas na pele, mesmo que esteja sendo cuidado
(NONACS; COHEN, 1998. Cit por OLIVEIRA, 2014. P.9).

Segundo Schwengber e Piccinini (2003, cit por Oliveira), existe um tipo de transtorno que
afecta cerca de 60% das mulheres entre o terceiro e quinto dia após o parto, é o chamado
baby blues ou tristeza materna. Esse transtorno se caracteriza por sintomas depressivos leves,
choro fácil, ansiedade, aumento e fadiga desinteresse (WENDER et al. 2002).

Apesar da DPP está relacionada a algumas mudanças biológicas e hormonais devido


à gravidez e o parto, ela também pode estar relacionada a outros factores, como por
exemplo, factores psicológicos, sociais, relação familiar, factores relacionados à
criança e outros. Estes aspectos interferem na saúde da gestante possibilitando que a
mesma esteja mais vulnerável a várias condições durante a gestação (ALVES, 2021,
P. 10).

O DSM-V considera outros critérios de diagnóstico para a depressão pós-parto, como a uma depressão menor,
que é semelhante à depressão maior em termos de sintomatologia, mas requer a confirmação de dois a cinco
sintomas depressivos ou o sofrimento e limitação no funcionamento habitual em virtude a um acontecimento
indutor de estresse (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTASTÍSTICO DE DOENÇAS MENTAIS, 2014).

Factores como ter tido episódios de depressão anterior a gestação, sentimentos de


baixa auto-estima, vivências de situações estressantes, ansiedade gestacional são
considerados factores de risco para a DPP. Estudos apontam que mulheres que já
tiveram depressão anterior, possui risco 50% maior de desenvolver depressão no
puérpero (Faisal, 2012 cit por Alves 2021, p. 19).

O estresse durante a gestação também pode causar complicações no parto além de ser um indicativo da
manifestação da DPP (Diego et al., 2006. Cit por Alves, 2021). Por estar relacionado a eventos particulares,
como gravidez não planejada, ganho de peso e enjoos, o esstresse interfere agravando o quadro de ansiedade na
gravidez, ainda mais se houver casos de violência doméstica, uso de drogas, e complicações no pré-natal
(Segatoet al., 2009. Cit por Alves 2021).
ACTUAÇÃO DO ENFERMEIRO DIANTE PUEPURA
Baseando-se muitas vezes na falta de experiência ou mesmo de habilidade para lidar
com estas situações muitos dos profissionais, apresentam dificuldades em
acompanhar as gestantes desde o início do período gestacional até após o nascimento
de seu bebé, como também, de oferecer o suporte e a assistência devida a essas
mulheres que muitas vezes encontram-se aflitas e desamparadas. Esta dificuldade de
um diagnóstico identificando a DPP transforma em um transtorno também para os
familiares e pela própria puérpera, por não conseguir compreender direito o que esta
acontecendo (OLIVEIRA. 2014, P.9).

É importante que a gestante possa expressar livremente seus temores e ansiedades, e um


Enfermeiro bem treinado pode dar assistência e orientação, desde o acolhimento até o
puérpero juntamente com o acompanhante de sua própria escolha e confiança (OLIVEIRA,
2014).

A enfermagem tem o papel fundamental na detecção e prevenção, levando uma


manutenção e promoção durante o ciclo gravídico/puerperal. Estimular a
compreensão da mulher e do companheiro, bem como nas emoções e sentimentos
provenientes deste período, ou seja, somando esforços na detecção e prevenção para
um tratamento adequado na DPP, que irão traduzir no exercício materno saudável e
essencial ao desenvolvimento futuro no relacionamento entre o binômio mãe-bebê
(OLIVEIRA, 2014 P. 15).

Durante o puerpério, a equipe de enfermagem deve garantir estratégias de enfrentamento e


adaptação ao momento da maternidade, oferecendo suporte profissional, para que as
informações importantes precisam ser repassadas em um tempo curto, tanto no momento da
internação ou em seu retorno para a consulta de enfermagem, ficando atenta às mudanças
ocorridas com a gestação e a readaptação à sua vida normal (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2006 cit por OLIVEIRA).

Desse modo, cabe ao enfermeiro verificar as mínimas alterações seja no humor ou na


integridade física. O bem-estar da mulher no final da gravidez, evidenciando-se menor
ocorrência de problemas psicológicos e de depressão no período pós-parto. As gestantes, para
assim tentar prevenir a problemas futuros e garantir a detecção e prevenção precoce dos
transtornos psíquicos puerperais, neste caso a DPP. A utilização da escala de rastreamento
EDPS auxiliaria na identificação de traços depressivos desde o início do ciclo
gravídico/puerperal (OLIVEIRA, 2014, P. 16).

Além disso, devem envolver a acção conjunta de uma equipe multidisciplinares


compostas por diferentes profissionais da área da saúde e saúde mental na prestação
de cuidados à mulher em seu período perinatal na prevenção e no tratamento da DPP,
favorecendo uma abordagem biopsicossocial (Horowitz & Goodman,2005 cit por
Alves, 2021. P. 22).

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