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Depressão pós-parto

É uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que acontece logo
após o parto. Raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais agressiva e
extrema da depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto. A depressão pós-parto traz
inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto
afetivo (MS, 2024). Homens podem incorrer nesta condição também
Algumas das possíveis consequências da depressão pós-parto:
1. Impacto na saúde mental da mãe:
● Aumento do estresse: A DPP pode aumentar significativamente o estresse da mãe,
afetando sua capacidade de lidar com as demandas do cuidado com o bebê.
● Isolamento social: Muitas vezes, as mães com DPP se sentem isoladas e têm
dificuldade em se conectar com outras pessoas, incluindo amigos e familiares.
2. Dificuldades na relação mãe-bebê:
● Problemas de vinculação: A depressão pós-parto pode interferir na capacidade da
mãe de estabelecer uma ligação emocional saudável com seu bebê.
● Menos interações positivas: Mães deprimidas podem ter menos interações
positivas com seus bebês, o que pode afetar o desenvolvimento emocional da
criança.
3. Impacto na saúde física:
● Fadiga e exaustão: A DPP pode contribuir para a fadiga extrema e exaustão,
prejudicando a capacidade da mãe de cuidar adequadamente de si mesma e do
bebê.
● Problemas de sono: A qualidade do sono muitas vezes é comprometida, o que
pode piorar a saúde mental e física da mãe.
4. Risco de recorrência em futuras gestações: Mulheres que experimentam depressão
pós-parto têm um risco aumentado de enfrentar a condição novamente em futuras
gestações.
5. Impacto no desenvolvimento infantil:
● Desenvolvimento emocional e cognitivo: A relação mãe-bebê desafiada pela DPP
pode afetar o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança.
● Comportamento infantil: Crianças de mães deprimidas podem ter um maior risco
de desenvolver problemas de comportamento.
6. Risco aumentado de outros transtornos mentais: A depressão pós-parto não tratada pode
aumentar o risco de outros transtornos mentais tanto na mãe quanto na criança.
7. Impacto na qualidade de vida global: A DPP pode ter um impacto significativo na
qualidade de vida geral da mãe, interferindo em várias áreas, como relacionamentos,
trabalho e atividades diárias.

Causas:
Pode estar associada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além de ter
ligação, também, com histórico de outros problemas e transtornos mentais. No entanto, a
principal causa da depressão pós-parto é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do
término da gravidez. Outros fatores que podem causar ou ajudar a provocar a depressão
pós-parto:
● Privação de sono;
● Isolamento;
● Alimentação inadequada;
● Sedentarismo;
● Falta de apoio do parceiro;
● Falta de apoio da família;
● Depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais;
● Vício em crack, álcool ou outras drogas.
No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com
sua própria capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a
criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro(a) estão entre
as causas do problema (MS, 2024).

Fatores de risco:
Os principais fatores de risco são os seguintes:
1. História de depressão ou transtornos de ansiedade: Mulheres que têm uma história de
depressão prévia, transtornos de ansiedade ou outros problemas de saúde mental têm um
risco aumentado de desenvolver depressão pós-parto.
2. História familiar de depressão: Se houver casos de depressão ou outros transtornos de
saúde mental na família da mulher, o risco pode ser maior.
3. Eventos estressantes durante a gravidez: Eventos estressantes durante a gestação, como
complicações médicas, estresse financeiro, perda de emprego ou problemas de
relacionamento, podem aumentar o risco de depressão pós-parto.
4. Falta de apoio social: A falta de apoio emocional e prático durante a gravidez e após o
parto pode ser um fator de risco. Isso inclui o apoio do parceiro, familiares e amigos.
5. Problemas de relacionamento: Dificuldades no relacionamento com o parceiro ou
conflitos interpessoais podem contribuir para a depressão pós-parto.
6. História de abuso ou trauma: Mulheres que têm uma história de abuso físico, emocional
ou sexual têm um risco aumentado de depressão pós-parto.
7. Complicações durante a gravidez ou parto: Complicações médicas durante a gravidez,
parto traumático ou complicações no parto podem aumentar o risco de depressão
pós-parto.
8. Problemas hormonais: Alterações hormonais significativas que ocorrem durante a
gravidez e após o parto podem desempenhar um papel no desenvolvimento da depressão
pós-parto.
9. Isolamento social: Mulheres que se sentem isoladas socialmente ou têm uma rede de
apoio limitada podem estar em maior risco.
10. Estresse adicional após o parto: Fatores como falta de sono, ajustes às demandas do
recém-nascido e preocupações com a parentalidade podem aumentar o estresse e o risco
de depressão pós-parto.

Sintomas:
Os sintomas típicos da depressão pós-parto são melancolia intensa/desmedida,
desmotivação profunda diante da vida, ausência de forças para lidar com a rotina e muita tristeza,
acompanhada de desespero constante (MS, 2024). Temos ainda os seguintes:
1. Tristeza persistente ou sensação de vazio: Sentir-se triste, desesperançosa ou vazia,
mesmo quando há razões aparentes para se sentir feliz.
2. Choro frequente: Chorar sem motivo aparente ou devido a pequenas coisas que
normalmente não causariam lágrimas.
3. Mudanças no apetite: Perda ou ganho significativo de peso, devido a mudanças no
apetite. Algumas mulheres podem perder o interesse na comida, enquanto outras podem
usar a comida como uma forma de conforto.
4. Distúrbios do sono: Dificuldade em dormir, mesmo quando o bebê está dormindo, ou,
inversamente, um desejo excessivo de dormir.
5. Fadiga persistente: Sentir-se cansada o tempo todo, independentemente do descanso, e ter
dificuldade em encontrar energia.
6. Sentimentos de culpa ou inadequação: Sentir-se inadequada como mãe, com pensamentos
negativos sobre a capacidade de cuidar do bebê.
7. Irritabilidade ou raiva: Experimentar irritação, frustração ou raiva, muitas vezes sem
motivo aparente, ou ter uma baixa tolerância para o estresse.
8. Dificuldade de concentração e tomada de decisões: Dificuldade em se concentrar em
tarefas diárias e tomar decisões, mesmo as pequenas.
9. Perda de interesse ou prazer nas atividades: Perda de interesse em atividades que antes
eram consideradas agradáveis ou prazerosas.
10. Isolamento social: Retirar-se de amigos, familiares e atividades sociais, evitando
interações sociais.
11. Medos irracionais em relação ao bebê: Ter medos excessivos sobre a segurança e o
bem-estar do bebê, muitas vezes levando a comportamentos obsessivos.
12. Pensamentos suicidas ou de morte: Em casos mais graves, algumas mulheres podem ter
pensamentos sobre morte ou suicídio.

Diagnóstico:
O diagnóstico da depressão pós-parto é predominantemente clínico, baseando-se na
observação de sintomas e circunstâncias específicas. Este transtorno é categorizado como um
subtipo da depressão maior, e para ser identificado como tal, os sintomas devem manifestar-se
até quatro semanas após o parto. Durante a avaliação clínica individual, o médico psiquiatra pode
diferenciar entre a depressão pós-parto, a depressão e outros transtornos mentais com sintomas
semelhantes. Adicionalmente, para discernir entre casos de curto prazo e formas mais graves de
depressão, profissionais especializados, como psiquiatras, podem solicitar a realização de
questionários de triagem de depressão e exames de sangue para investigar possíveis disfunções
da tireoide ou outros desequilíbrios hormonais no organismo (MS, 2024).

Prevenção:
Segundo o Ministério da Saúde (2024), a melhor forma de prevenir a depressão
pós-parto é cuidar de si mesma e da saúde mental. Entre as condutas a serem tomadas estão:
● Peça ajuda de outras pessoas para que você consiga dormir bem, manter uma alimentação
saudável, fazer exercício físico e receber apoio na medida do possível;
● Arranje tempo de qualidade para si mesma(o);
● Mantenha pensamentos positivos, sempre;
● Evite o isolamento;
● Fique longe de cafeína, álcool e outras drogas ou medicamentos, a menos que
recomendado pelo seu médico;
● Se você está preocupado com a depressão pós-parto, faça seu primeiro check-up
pós-natal o mais breve possível após o parto.

Tratamento:
O tratamento para depressão pós-parto é abrangente e pode incluir uma combinação de
intervenções médicas, psicoterapia, suporte social e mudanças no estilo de vida. O
acompanhamento adequado por profissionais de saúde é essencial. Algumas opções de
tratamento incluem:
1. Psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental - TCC): A terapia individual ou em
grupo pode ajudar a mulher a compreender e lidar com os sentimentos associados à
depressão pós-parto. A TCC é frequentemente utilizada para identificar padrões de
pensamento negativos e desenvolver estratégias para enfrentá-los.

2. Medicação: Em casos mais graves, medicamentos antidepressivos podem ser prescritos.


Geralmente, os antidepressivos são considerados seguros durante a amamentação, mas é
fundamental discutir os riscos e benefícios com o médico.
3. Apoio social: O suporte emocional de amigos, familiares e grupos de apoio pode ser
crucial. Compartilhar experiências com outras mulheres que passaram por situações
semelhantes pode fornecer um senso de compreensão e validação.
4. Acompanhamento médico regular: Consultas regulares com um médico ou psiquiatra são
essenciais para monitorar o progresso, ajustar a medicação, se necessário, e fornecer
apoio contínuo.
5. Estilo de vida saudável: A adoção de hábitos de vida saudáveis, como uma dieta
equilibrada, exercícios regulares e uma boa qualidade de sono, pode ajudar a melhorar o
bem-estar emocional.
6. Participação do parceiro: Envolver o parceiro no processo de tratamento é crucial. O
apoio emocional e prático do parceiro pode ter um impacto positivo significativo.
7. Atividades relaxantes: Incorporar atividades relaxantes, como yoga, meditação ou
massagens, pode ajudar a reduzir o estresse e promover o equilíbrio emocional.
8. Monitoramento da saúde hormonal: Em alguns casos, especialmente se houver suspeita
de desequilíbrios hormonais, o médico pode realizar exames para avaliar a função da
tireoide e outros hormônios.

Referência:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Depressão pós-parto, 2018. Página inicial. Disponível em:
<https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao-pos-parto>. Acesso em: 06
de mar. de 2024.

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