Você está na página 1de 43

Dr Lucas Marage, MD

Sumário
1. ntrodução 12. Classificação
2. Historial 13. Quadro Clinico e
3. Definição 14. Diagnóstico
4. Epidemiologia 15. Tuberculose relacionada ao
5. Etiologia HIV
6. Factores de risco 16. Tratamento
7. Transmissão e 17. Complicações
8. Contagiosidade da 18. Prognóstico
tuberculose 19. Prevenção
9. Virulência do BK
20. Referências Bibliográficas
10. Fisiopatologia
Introdução
• A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que pode ser
causada por qualquer uma das sete espécies do Complexo
Mycobacterium tuberculosis.
• A etiologia mais importante é o M. tuberculosis,
• Tem preferência pelo parênquima pulmonar e a transmissão de
pessoa a pessoa através da inalação de partículas de aerossol
contaminadas produzidas pela tosse, espirro ou fala do
paciente bacilífero
Anatomia e Fisiologia de Pulmão
Definição
• A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa de
amplitude mundial, causada pelos membros do género
Mycobacterium.

• A Tuberculose (TB) é uma doença que acomete principalmente


os pulmões.
Historial
• Existem indícios arqueológicos sugestivos de tuberculose óssea
no período neolítico (5.000 a.C. a 4.000 a.C.).
• Na história escrita, os primeiros relatos encontrados na Índia
datam de 700 a.C.
• Hipócrates, o famoso médico grego, denominou a doença de
phithisis, termo que significa “derreter” (ou “esvair”), dando a base
etimológica para o radical “tisio”.
• Aristóteles descreveu pela primeira vez sua natureza contagiosa,
• Descoberta do agente etiológico por Robert Koch, no século
XIX(1882): o Mycobacterium tuberculosis, ou Bacilo de Koch (BK).
Epidemiologia
• 10 milhões, 1.6 milhões de óbitos devidos à Tuberculose;
• 9% de novos casos de Tuberculose aconteceram em pacientes
com HIV (72% deles em África);
• Apesar de ser uma doença curável, a Tuberculose é uma das
primeiras causas de doença e óbito globalmente;
• A Tuberculose é a primeira causa de morte entre os pacientes
com HIV,
• A ocorrência de nov as infecções por Tuberculose tem
aumentado de forma dramática nos últimos 10-15 anos;
• Moçambique forma parte dos países com uma taxa de
inc idênc ia de Terc ulose m ais elev ada do m undo ( 5 5 1
casos/100.000 habitantes);
• Estima-se que Moçambique teve aproximadamente 162.000
novos casos de Tuberculose em 2018; e notif ic ados 93 546
casos (58% dos casos estimados).
Agente Etiológico
• A tuberculose humana é causada por cinco espécies de
b ac té ri as p e r te nc e nte s ao c o m p l e x o Myc ob ac te ri um
tuberculosis.
 Mycobacterium. tuberculosis;
 Mycobacterium . bovis;
 Mycobacterium . africanum;
 Mycobacterium. microti;
 Mycobacterium . canetti;
Factores de Risco
• Condições sociais, incluindo as migrações por trabalho as
infraestruturas de saúde deficientes;
• Condições ambientais incluindo os bairros urbanos superlotados;
• A epidemia de HIV;
• Alcoolismo e o Tabagismo;
• Desnutrião;
• Imunodepressão;
• Indivíduos que entraram em contacto com tuberculosos activos;
• Gestantes;
• Idade extrema(crianças e Idosos);
• Pacientes com historia de tuberculose antiga.
Transmissão da tuberculose

• A transmissão da tuberculose dá-se pela inalação do bacilo,


eliminado em gotículas respiratórias, as gotículas de Flugge.
• As partículas maiores depositam-se no chão, as menores
formam núcleo de Wells.
Contagiosidade
• Da extensão da doença;
• Da presença de eventos que favoreçam a eliminação de
secreções respiratórias;
• De condições ambientais; e
• Do tempo de exposição entre o doente e o contactante.
Virulência do BK
• Foram identif icados genes bacterianos que contribuem para a
virulência da Micobateria como gene Katalase Peroxidase
(katG), Early Secretory Antigen 6 (ESAT6) , Culture Filtrate
Protein 10 (CFP-10);

Resposta do Hospedeiro
• Macrófagos, monócitos e linfócitos.
Fisiopatologia
• O risco de desenvolver a doença depende de factores
endógenos, como as defesas inatas inmunológicas e não
inmunológicas e da eficácia funcional da imunidade celular;
• Os bacilos são inalados e cerca de 90% são retidas nas vias
aéreas superiores e eliminadas por células ciliares da mucosa;
• 10% alcançam os alvéolos:
• Ativação macrófagos e fagocitose da Mycobacterium.
Mecanismos de Desenvolvimento da
Doença
• Quatro eventos podem acontecer:
• Eliminação: o bacilo inalado pode ser fagocitado e destruído por
macrófagos alveolares,
• Infecção latente: bacilos não são eliminados, eles se proliferam
no interior dos macrófagos, leva a reação inf la matória local
forma o granuloma no pulmão é chamado de foco de Ghon, e
apartir da circulação sanguinea podem alojar em diferentes
órgãos .
• Tuberculose primária: Em 5% dos pacientes, a resposta
imunológica não é suf ic iente para impedir a proliferação do
Bacilo de Koch (BK) e a tuberculose primária, também
conhecida como da criança, pode se desenvolver.
• Reativação endógena: resulta da reativação lenta e progressiva
de bacilos que se encontravam quiescentes.
Classificação
 Quanto a localização Anatomica
• Pulmonar
• Extra Pulmonar
 Quanto a fisiopatologia  Quanto a resposta ao
• Infeção primaria; tratamento
• Infecção Secundaria • Tuberculose simples;
(Reativação endógena); • Tuberculose Multiplo Droga
• Reativação exógena. Resistente (TBMDR);
• Tuberculose Extremamente
(TBDXR)
Quadro Clínico
• Gerais: • Locais:
 Febre persistente por mais • Tosse por mais de 2 semanas
de 2 semanas; • Espectoração;
 Perda de peso; • Falta de ar; e
 Sudorese nocturna; • Hemoptise.
 Anorexia; • Outros: História de contacto
 Astenia.
Diagnóstico
• Clínica (Anamnese );
• História da doença actual;
• Antecedentes patológicos;
• Antecedentes familiares;
• Historia psico-social;
• Exame físico
Diagnóstico Diferencial
• COVID 19;
• Pneumonia
• Sarcoidose;
• Sidrome de Loffler;
• Abcesso pulmonar;
• Micose pulmonar;
• Cancer do pulmão;

22
Meios Auxiliares de Diagnóstico
• Baciloscopia,
• Prova ou reacção tuberculínica(PPD)/Mantoux;
• Exames moleculares como Genexpert Mycobacterium
Tuberculose/Rifampicina (RIF),
• Line Probe Assay (LPA) e
• Cultura.

• Outros Exames
• Hemograma;
• Hemoculturas;
• TB LAM; e
• Exame histológico.
• Exames de Apoio:
• Rx Tórax;
• Ecografia;
• TAC / RNM;
• VS (velocidade de sedimentação); e
• ADA (adenosina desaminase).
Como interpretar os resultados do
GeneXpert?
Como interpretar os resultados do
GeneXpert?
TB presente, não foi possível detectar resistência a
rinfampicina
Confirmação bacteriológica
4. O LPA (Line Probe Assay) é um teste baseado em PCR que detecta DNA
do M. Tuberculosis;
• É usado em amostras BK+ ou em amostras de Cultura+

• Permite avaliar a resistência do M. tuberculosis aos fármacos;


• Detecta resistência à Rifampicina (Rif) e izoniazida (INH) (LPA 1ª Linha) às
fluoroquinolonas e aminoglicósidos (LPA 2ª Linha);

• É feito nos laboratórios de referência do país (Nampula, Sofala e Maputo);

• Tempo de demora curto (5 dias) desde a recepção das amostras.


Teste de Sensibilidade de Tuberculina
• 5U de PDD ID, resultado 48h • Ate 5 m m e m g e ral e
-72h. c o n s i d e ra d o r e s u l t a d o
negativo
• > /=5 a 9 m m ( HI V + ; RX d o
torax anormal, contacto com
T u b e r c u l o s e ;
Imunossupressão);
• >/=10mm( usuarios de droga
IV, prisioneiros, lar de idosos
ou hospitalizados);
• >/= 15mm jovem e saudavel
29
Raio X de Tórax
Cont.
Tuberculose relacionada ao HIV
• A infecção pelo HIV não so aumenta a susceptibilidade do
hospede, como tambem favorece a progressão da tuberculose
activa
• As manifestações clínicas da tuberculose em um pacienete
seropositivo variam em relação com o grau de imunodepressão
1. febre e sintomas respiratórios com mais de 7-10 dias de
evolução
2. Febre e adenopatias periféricas
3. Febre e sindrome meningeo
4. febre de causa desconhecida a prova de tuberculina é positiva
quando maior ou igual a 5mm

32
Tratamento
• Politica Direta Observacao do Tratamento (DOT) e em Dose fixa
combinada (DFC);
• 6 meses de Tratamento( 2 meses Fase Intensiva e 4 meses
Fase de Manutenção);
Classificaão dos Casos de TB:
Caso novo: adultos e crianças nunca antes tratados para TB ou
tratados por menos de 1 mês.
Casos previamente tratados: adultos e crianças que já receberam
tratamento para TB por pelo menos 1 mês
DOSES/KG DE PESO EM ADULTOS

Farmaco Dose em mg/kg Intervalos de


de peso doses em
mg/Kg
Rifampicina (R) 10 8-12
Isoniazida (H) 5 4-6
Pirazinamida (Z) 25 20-30
Etambutol (E) 15 15-20
Regime de 1ª Linha para adultos e criança
s >25kg
Fase Intensiva, PESO PRÉ-TRATAMENTO EM KG
diário durante 2 meses 25-39 40-54 55-70 > 70
com
2 3 4 5
4DFC (HRZE)
(75mg + 150mg + 400mg
+ 275mg)
Fase de Manutenção, 2 3 4 5
diário durante 4 meses
com
2DFC (HR)(75mg +
150mg)
Tratamento Coadjuvante
• Corticoides:
• Prednisolona 0,5-1mg/kg durante 4 semanas;
• Piridoxina 50mg/dia.
Efeitos Adversos dos Medicamentos
• HRZE-Náusea, Vómitos, Dor abdominal/Gastrite;
• I-Neuropatia periférica(Dor, formigueiro nos pés);
• R- Urina vermelha ou alaranjada;
• HRZE-Prurido/Erupção cutânea; Icterícia (hepatite);
• E-Neurite óptica (perda da capacidade de distinguir cores verde
vermelho, Diminuição de AV);
• R-Púrpura (diminuição das plaquetas e sangramento associado);
Segunda linha
Casos de recaida ou abandono- recomenda-se solicitar um teste que
permita determinar existência ou não de tuberculose resitente.
• Em caso de Resistência a rifampicina devera fazer tratamento de
Tuberculose resistente
• Se não evidencia Resistência a rifampicina- 1 linha
• 2. Falência de tratamento
• 3. pacientes com contacto com Tuberculose Multiplo Droga Resistente TB
-MR/Extremamente Resistente XR
• Bedaquilina
• Linezolida
• Levofloxacina
• Clofasemina
• Cicloserina
Seguimento

Dia 53: colher


amostra para
BK de
controle

Negativo Positivo

Iniciar Prolongar a fase


2DFC intensiva(mais 1
mês) e pedir cultura

5 mês pedir
BK de
controle

Negativo: Positivo: Iniciar


curado tratamento
para TB-MDR;
pedir cultura
Complicações
• Derrame Pleural;
• Empiemas;
• Pneumotórax;
• Abcesso pulmonar;
• Atelectasia; e
• Enfisema.
Prognóstico
• Antes do advendo da quimioterapia a Tuberculose era fatal;
• 33% moriam no periodo de 1 ano apos o diagnostico;
• Mais de 50% em 5 anos;
• Cerca de 65 dos sobre viventes 60% sofriam remissão;
• Restante excretava o bacilo.
Prevenção
 Primaria:  Prevenção Terciaria
• Vacinação Bacillus Calmette-Guerin
(BCG); • Tratamento da complicações
• Educação Sanitária;
• Evitar permanência de muita gente em e sequelas da Tuberculose
locais fechados;
• Uso de mascara para os doentes e
 Prevenção Quaternária
Etiqueta da tosse;
• Profilaxia com isoniazida.
• Adequado diagnostico e
 Secundária: tratamento de modo a evitar
• Rastreio e tratamento de casos de iatrogenia.
Tubrculose;
• Tratamento e seguimento adequado
dos doentes;
• Rastreio de contactos e nos indivíduos
com factores de Risco;
Referências Bibliograficas
1. Harrison, Principios de Medicina Interna, 20a edicion, McGraw
-Hill, 2018, Mexico.
2. MISAU Protocolos Nacionais, Avaliação e Manejo de
Pacientes Com TB; 2019.
3. Egidio Langa et all; Manual de Baciloscopia da Tuberculose,
Maputo, 2012.
4. Madscap.com.us

Você também pode gostar