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Pneumonias na Infância - Adquiridas na Comunidade

(06/02 - Jucilane)

→ Infecções das vias aéreas inferiores


→ RX → Bactéria: consolidação // Vírus: interstício
→ Palavra grega: “inflamação nos pulmões
→ Doença das vias aéreas inferiores gerando processo inflamatório nos alvéolos,
bronquíolos e espaço intersticial
→ Agente infeccioso ou não-infeccioso
→ Pode demorar semanas para desaparecer (Rx do início dos sintomas será muito
parecido com o final dos sintomas, porque a imagem é o processo inflamatório)
→ Agente infeccioso pode ter desaparecido, mas processo inflamatório gerado pelo
organismo pode demorar para desaparecer
→ OMS: 20% da mortalidade anual em < 5 anos
→ AIDPI (Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância) + vacina (hemófilos,
pneumocócica, h1h1, covid e sarampo) = programa para combater as principais doenças
que geram mortalidade na infância, que são diarreia, desnutrição e pneumonia

→ Patogenia:
● Inalação de partículas pequenas imersas no ar, contendo microrganismos
(provenientes de tosses e espirros) que é a mais frequente
● Aspiração de conteúdo gástrico = pneumonia aspirativa (broncoaspiração -
microorganismos do próprio paciente /refluxo + déficit de deglutição)
● Via hematogênica (o que mais acontece no recém nascido, mas é raro)
● Por contiguidade (fígado, pericárdio e gradil costal)

→ Fatores de Risco
● Hospedeiro - idade (menor de 2 meses, qualquer infecção é grave, devido a
imaturidade do sistema imunológico), doenças de base (diabetes, cardiopatia
congênita com cianose, doença falciforme), baixo peso ao nascer, desnutrição,
viroses, imunodeficiência, desmame precoce, < 5 anos, sibilância prévia.
● Ambiente (fumante passivo), poluição, creche
● Socioeconômicos (entendimento e condições de chegar no centro de saúde) - baixa
escolaridade dos pai,
● Agente etiológico → Vírus, bactérias

→ Etiologia
● Vírus: mais prevalente e principal agente em todas as faixas etárias (vírus sincicial
respiratório no RN que causa a bronquiolite principalmente, mas pode causar
pneumonia)
● Bactérias: Streptococcus pneumoniae (o conhecido pneumococo, que é a principal
bactéria), Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus (único que não tem
vacina, por isso sempre é grave)

→ 1 mês de vida: internar e dar ATB para os 2 primeiros, se tiver muita lesão de pele, dar
ATB para 3 também
1. bacilos gram negativo e positivo (enterobactérias)
2. Estreptococo do grupo B
3. Staphylococcus aureus
4. Listeria monocytogenes
5. Vírus: CMV, VSR

→ 1 a 3 meses
1. Chlamydia trachomatis - Eritromicina, Azitromicina (pneumonia atípica, com muita
tosse e sem febre por ex)
2. Streptococcus aureus
3. Vírus:

→ 3 meses a 5 anos
1. Streptococcus pneumonia
2. Haemophilus influenzae não tipável, Moraxella catarrhalis
3. Staphylococcus aureus
4. Vírus:

→ 5 a 15 anos

→ Casos especiais: Associar ATB


● Imunossuprimidos: Pneumocystis jiroveci, S. aureus, Pseudomonas,
Enterobacterias, Aspergillus sp, Candida sp, CMV
● Sd. aspirativa crônica: Anaeróbios (ATB tradicional de pneumo + clindamicina, para
cobrir o anaeróbio)

→ Aspectos clínicos
● IVAS precede a pneumonia: mudança dos sinais e sintomas do quadro viral para
bacteriano
● Quadro clínico mais grave que IVAS: febre mais elevada, prostração mesmo sem
febre (bactéria), tosse mais produtiva
● Pneumonia afebril pouco frequente: < 3 meses (por clamídia, paciente nasceu de
normal)
● Clássica: Tosse + Febre
● Doença respiratória baixa: presença de tosse + aumento da FR
● Taquipnéia
1. Sinal mais importante da pneumonia se tiver tosse (com febre ou nao, pois
pode ser atípica)
2. Se febre, reavaliar após diminuição da temperatura, pois febre causa
taquipnéia (se febre baixar e ainda tiver com taquipneia = pneumonia)
3. Medir a FR com paciente tranquilo e por 1 min
● Segundo OMS a taquipneia depende da idade
1. menor que 2 meses >= 60 irpm
2. 2 a 12 meses >= 50 irpm
3. 1 a 5 anos >= 40 irpm
4. 6 a 8 anos >= 30 irpm
5. maior que 8 anos >= 20 irpm
● Taquipneico mesmo sem febre, pode vir de outras patologias:
1. Asma (sibilo) - 3 inalações com broncodilatador - examinar novamente
2. Bronquiolite
3. Sibilância induzida por vírus
4. Devem ser tratadas com broncodilatador antes da classificação do paciente
em relação à PAC → evita super prescrição de antibióticos e subdiagnóstico
da doença obstrutiva da via aérea inferior

→ Outros aspectos clínicos:


● Diminuição do apetite
● Irritabilidade
● Apatia
● Dor abdominal
● Distensão abdominal
● Cefaléia
● Vômitos
● Dor torácica
● Gemência
● Hipotermia
● Dispneia
● Cianose
● Meningismo

→ Ausculta pulmonar:
● Estertores finos e grossos
● MV pode estar diminuído: condensação, atelectasias ou derrame pleural
● FTV: consolidação aumentado e no derrame pleural diminuído

→ Avaliação da gravidade
● Pneumonia: estertores crepitantes + taquipnéia
● Pneumonia grave: estertores crepitantes + taquipnéia + tiragem costal
● Pneumonia muito grave: estertores crepitantes + taquipnéia + tiragem costal +
sudorese + cianose e central + palidez + sonolência/agitação + hipoxemia +
Incapacidade de beber + Dificuldade respiratória grave

→ Avaliação da gravidade de acordo com a idade


● < 2 mêses: sempre é grave
● > 2 meses: comorbidades, falha terapêutica, complicações radiológicas, PNM
extensa, dificuldade de acesso a serviço de saúde

→ Exames laboratoriais inespecíficos


● hemograma (pode ter anemia associada que está agravando o quadro)
● eletrólitos, função renal e hepática
● Não são importantes para diferenciação etiológica
● Necessários apenas para pacientes internados
OBS:
1. Leucocitose com desvio à esquerda, ou seja, com desvio as células/leucócitos
jovens - neutrófilo segmentados em grande quantidade (adulto) e neutrófilos bastão
(adulto jovem), mielócito e pró-mielócito (jovens) = acontece na infecção bacteriana
2. Linfocitose e monocitose - mais relacionados à infecção por vírus
3. MAS pode ser que venha tudo normal

→ Provas de atividade inflamatória


● PCR, VHS
● Prolactina (PCT)
➔ Identificação viral e PCT elevada - coinfecção bacteriana
➔ PCT<0,1ng/ml - exclui PAC bacteriana
➔ PCT<0,25ng/ml - baixa probabilidade de PAC bacteriana

→ Exames Laboratoriais Específicos:


● HCM - identifica apenas em 20% das pneumonias, sempre em pacientes internados
(hemocultura negativa não descarta pneumonia bacteriana)
● Pesquisa de vírus respiratório - swab de nasofaringe
● Sorologia para mycoplasma (só se nada estiver funcionando)
● Sorologia para Chlamydia (só se nada estiver funcionando)

→ Radiologia:
● Para confirmar o diagnóstico se estiver com dúvidas (caso difícil),
● Para analisar a extensão do processo
● Em casos de complicações (fibrose cística pode ter pneumonia, difícil pois já se tem
doença de base que pode atrapalhar diagnóstico) → principal complicação de
pneumonia: derrame pleural
● Vírus (mais frequente)
1. Espessamento brônquicos e peribrônquicos (sujeira bilateral, do centro para
a periferia)
2. Infiltrados intersticiais (em todo o interstício)
3. Atelectasias (atelectasia alta - puxa o mediastino, portanto, desvia a traqueia
para o mesmo lado da atelectasia)
● Bactéria
1. Padrão alveolar, segmentar ou lobar
2. Broncograma aéreo
3. Abscesso (complicação)
4. Pneumatoceles (complicação) - ar no interstício e portanto não pode fazer
fisioterapia respiratório para não fazer pneumotórax
5. Espessamento
6. Derrame pleural (complicação) - seio costofrênico não é visível/livre

→ Tratamento ambulatorial
● Antibiótico: 3 a 5 dias após desaparecimento dos sintomas, porém melhor dar 7 dias
no total
● 2 meses a 5 anos: amox (50 mg/kg/dia), se falha amox + clavulanato ou cefuroxima
(30 mg/kg/dia)
● maior de 5 anos: amox ou claritromicina ou azitromicina, se falha amox + clavulanato
ou cefuroxima

→ Cuidados
● Tratar a febre
● Alimentação
● Hidratação
● Sinais de piora - retornar imediatamente
● Reavaliação em 48h

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