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INTRODUÇÃO

A ansiedade é um tema complexo e relevante em nossa sociedade


contemporânea. Sentir ansiedade é uma emoção natural e saudável, comum a todos, que
pode ocorrer diante de situações de incerteza, perigo ou desconforto. No entanto, a
ansiedade torna-se preocupante quando se manifesta de maneira exacerbada,
desproporcional e impacta negativamente a vida quotidiana, caracterizando transtornos
de ansiedade.

A ansiedade é uma antecipação cognitiva de perigos potenciais, uma preparação


do organismo para lidar com ameaças e incertezas. Seu surgimento está ligado a
factores genéticos, neurobiológicos, ambientais e experiências de vida, podendo ser
desencadeada por situações stressantes, traumáticas ou desafiadoras. Os sintomas físicos
incluem taquicardia, sudorese, tremores, boca seca, entre outros, reflectindo a activação
do sistema nervoso autónomo e do eixo HPA.

Os transtornos de ansiedade, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada


(TAG), Transtorno do Pânico e Transtorno de Ansiedade Social, apresentam sintomas
mais intensos que as crises de ansiedade comuns. O diagnóstico e tratamento desses
transtornos requerem uma abordagem multidisciplinar, envolvendo medicamentos,
psicoterapia, mudanças no estilo de vida e práticas de autocuidado.

É importante diferenciar a ansiedade normal da patológica, observando a


duração e intensidade dos sintomas, bem como seu impacto na qualidade de vida.
Medidas preventivas, como actividade física, alimentação saudável, controle da
respiração e gestão do stresse, podem auxiliar na redução das crises de ansiedade. O
suporte psicológico e psiquiátrico é fundamental para o manejo adequado desses
transtornos e para promover o bem-estar mental.

Portanto, compreender a ansiedade, reconhecer seus sintomas e buscar ajuda


especializada são passos essenciais para lidar de forma saudável com essa condição
presente na vida de muitas pessoas. A conscientização, a prevenção e o tratamento
adequado são chave para enfrentar os desafios que a ansiedade pode apresentar,
contribuindo para uma melhoria na qualidade de vida e no equilíbrio emocional.

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OBJECTIVOS
Geral

 Estudar o tema a ansiedade

Específicos

 Definir ansiedade;
 Descrever os tipos de ansiedade;
 Saber as causas e como tratar a ansiedade.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conceitos de ansiedade:

Ansiedade pode ser considerada como uma emoção de alarme que se encontra
associada a sensações de angústia, tensão e insegurança que, quando são frequentes e/ou
intensas e incontroláveis, causando mal estar significativo, conduzem a patologia
(doença). A pessoa que sofre de ansiedade sente-se angustiada, ameaçada, bloqueada e
pode inclusivamente dizer ter “maus pressentimentos”, mesmo sem, muitas vezes,
conseguir identificar o motivo que está a causar esse mal-estar.

A ansiedade pode provocar vários sintomas físicos como arritmia / taquicardia


(alteração no ritmo cardíaco ou do coração), vertigens ou tonturas, boca seca,
dificuldade respiratória (falta de ar), entre outros. Para além destes sintomas físicos, a
ansiedade pode provocar várias alterações psíquicas, como reacções cognitivas
(preocupação excessiva, dificuldades de concentração...), comportamentais (tremores,
paralisação...) e sociais (dificuldades em falar em público, evitamento de eventos
sociais...) que podem afectar a qualidade de vida dos indivíduos. Veja mais informação
em sintomas da ansiedade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ansiedade corresponde a


um dos principais problemas de saúde mental a nível mundial. Praticamente todos nós já
experienciámos ou iremos experienciar ansiedade. Trata-se de uma problemática
comum, mas à qual devemos atribuir especial atenção.

Quem pode ser afectado pela ansiedade:

A ansiedade pode atingir indivíduos de qualquer idade e sexo, inclusivamente


crianças (ansiedade infantil).

Os dados mais recentes da OMS estimam que existam cerca de 264 milhões de
pessoas a sofrer de ansiedade em todo o mundo e indicam que as perturbações de
ansiedade são mais frequentes no sexo feminino, embora também afectem homens.

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Relativamente à idade, a ansiedade pode manifestar-se não só em adultos/jovens
adultos, como também em crianças e em pessoas mais idosas.

É particularmente importante estar atento aos sinais das crianças, visto que
nestas, quando ainda têm poucos meses ou anos e não conseguem exprimir de forma
clara o que estão a sentir, a ansiedade pode manifestar-se através de birras ou choro.

Que estímulos podem desencadear a ansiedade:

Existem diversos estímulos que podem desencadear os momentos de ansiedade,


tais como problemas físicos/biológicos (ex: alterações hormonais), contexto profissional
(ex: possibilidade de desemprego) ou académico (ex: momentos de avaliação), factores
familiares (ex: divórcio), dilemas pessoais (ex: orientação sexual), situações de infância
(ex: negligência), entre outros, como eventos decorrentes de catástrofes ou incidentes /
acidentes graves.

Cada caso é único e é importante explorar a anamnese (história de vida) da


pessoa para ser possível detectar a origem e os estímulos que fazem surgir esta emoção
negativa de modo a se conseguir intervir adequadamente.

Existe, ainda, o termo de ansiedade positiva, que está associado a períodos de


adaptação e nos motiva a agir ou a procurar mais e melhor no dia a dia. Esta não é, no
entanto, patológica, embora possa originar outros problemas, ou evoluir para patologia
ansiosa, caso o nível de intensidade aumente.

ANSIEDADE, MEDO E STRESS – O QUE OS DISTINGUE


Os conceitos de ansiedade, medo e stress são frequentemente confundidos pelas
suas semelhanças. Contudo, eles não são sinónimos.

A ansiedade é uma antecipação de uma ameaça futura, uma tensão ou


pressentimento que surge sem que, muitas vezes, a própria pessoa consiga inicialmente
indicar um motivo concreto que sustente a angústia sentida.

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Por outro lado, o medo consiste numa resposta emocional a uma ameaça
concreta ou objectiva, real ou percebida (ex: tenho medo de uma cobra que está no meu
caminho porque vi um documentário sobre o veneno de algumas espécies de répteis).

Por fim, o stress encontra-se associado a uma espécie de esgotamento, uma


resposta do organismo quando já não consegue aguentar uma tensão constante (ex:
posso desenvolver uma reação de stress quando estou a trabalhar durante várias semanas
com poucas horas de sono e sobre a tensão de ter de entregar um relatório importante na
empresa).

Distinguir estes conceitos (ansiedade, medo, stress) é somente relevante para se


conseguir intervir adequadamente. No entanto, o que é verdadeiramente importante,
quando sentir tensão ou temor incontroláveis, é pedir ajuda. Um/a profissional pode
ajudar a compreender o que se passa e trabalhar consigo estratégias para conseguir lidar
com o que sente e pensa, ultrapassando da melhor forma algo que, caso não seja alvo de
intervenção, pode gerar outras problemáticas do foro psicológico / psiquiátrico e/ou
físico.

TIPOS DE ANSIEDADE
A Ansiedade pode manifestar-se de diversas formas e devido a vários factores.

Podemos falar de uma ansiedade positiva, que surge como forma de reacção e
adaptação ao que vai acontecendo na vida do indivíduo. Nestes casos, os sintomas são
leves e motivam a pessoa a agir.

Por outro lado, quando os sintomas são severos, vão evoluindo, são frequentes
e/ou incontroláveis, causando mal-estar significativo, então estamos perante um tipo
de ansiedade negativa, que origina patologias como a Perturbação de Ansiedade de
Separação, Mutismo Selectivo, Fobias, Ataques de Pânico, Perturbação de Ansiedade
Generalizada, Perturbações Obsessivas Compulsivas ou Perturbações Relacionadas com
o Trauma e Factores de Stress (exemplo: Perturbação de Stress Pós Traumático). Cada
uma destas patologias possui características específicas e o seu diagnóstico deve ser
sempre realizado por um profissional.

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Por norma, quando estamos perante uma ansiedade patológica, a pessoa
apresenta os sinais de forma crónica, necessitando de aprender a lidar com as sensações,
percebendo o que as pode provocar e como as pode minimizar.

SINAIS E SINTOMAS DA ANSIEDADE


A ansiedade pode surgir sob a forma de diversos sinais e sintomas que se
podem dividir em quatro componentes:

 Reacções físicas: taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), hipertensão


(tensão alta), contracção gástrica (sensação de nó no estômago), dificuldades
respiratórias (falta de ar), boca seca, sudorese (transpiração excessiva), náuseas
ou vómitos, diarreia, dor de cabeça, acufenos (zumbidos nos ouvidos) vertigens
ou tonturas, dores nas costas, sensação de aumento de temperatura (hipertermia
ou “febre emocional”), bexiga hiperativa (distúrbio neuromuscular que provoca,
várias vezes ao dia, uma vontade, instantânea e incontrolável, em
urinar), psoríase (doença crónica de pele que pode provocar, por exemplo,
manchas na pele), alopécia (queda de cabelo ou até as conhecidas “peladas”),
perda ou aumento de apetite, perda ou aumento de peso, alterações no ciclo
menstrual, unhas quebradiças, etc;

 Reacções comportamentais: tremores, bloqueio ou paralisação, estado de


alerta, irritabilidade, tensão nos maxilares, alterações do tom de voz,
hiperatividade motora (ex: caminhar de um lado para o outro), roer as unhas...;

 Reacções cognitivas (alterações no modo como processa a informação):


preocupação excessiva/obsessiva, pensamentos intrusivos negativos,
dificuldades de atenção e concentração, insónias (perturbações de sono, como
dificuldades em adormecer ou acordar várias vezes durante a noite), alterações
de memória, vontade de chorar; maior foco no negativo do que no positivo
(pessimismo generalizado)...;

 Reacções sociais: dificuldades em iniciar ou manter uma conversa, dificuldade


em dizer “não” ou em demonstrar desacordo/desagrado, preocupação excessiva

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com a opinião de terceiros, evitamento ou tentativa de passar constantemente
despercebido/a...

Quanto mais sintomas a pessoa apresentar, e quanto mais frequentes e intensos


forem, mais severa se torna a problemática, podendo gerar complicações graves,
tanto a nível físico como psíquico. Veja mais informação em Severidade da Ansiedade e
Complicações da Ansiedade.

CAUSAS DA ANSIEDADE
Como já foi anteriormente mencionado, a ansiedade pode surgir por diversos
factores e nem sempre a pessoa consegue identificar o motivo que origina a angústia ou
insegurança que sente. Este mal-estar pode ser provocado por estímulos endógenos
(internos) ou exógenos (externos).

Os factores endógenos estão associados a questões biológicas, à própria herança


genética (hereditária) do indivíduo ou a alterações do organismo (ex: alterações
hormonais ou desenvolvimento de doenças).

Por outro lado, os factores exógenos encontram-se ligados aos eventos que vão
ocorrendo ao longo da vida e que podem ser de ordem pessoal (ex: dúvidas sobre
religião, orientação sexual, estilo de vida...), familiar (ex: conflitos, morte...), relacional
(ex: divórcio, recasamento...), profissional (ex: possibilidade de desemprego ou de
promoção) e social (ex: alterações no estatuto socioeconómico).

O que consumimos (comemos, bebemos) pode, também, influenciar episódios


ou perturbações de ansiedade, particularmente no caso de substâncias que alteram a
consciência, como o caso de consumo de bebidas alcoólicas ou outro tipo de drogas.

É importante destacar que raramente existe um único factor responsável pela


ansiedade. São, geralmente, vários os estímulos que se vão interligando e vão criando
um quadro clínico propício às reacções ansiosas.

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SURGIMENTO DA ANSIEDADE
A ansiedade pode ocorrer em qualquer momento do dia, dependendo do
estímulo que a desencadeia.

Certos episódios podem ser desencadeados por elementos surpresa no dia-a-dia,


como um desacato no trânsito. Situações pontuais, como este exemplo da condução,
podem gerar pensamentos intrusivos/negativos e frequentes sensações desagradáveis
que, por sua vez, podem desencadear crises ou perturbações de ansiedade a longo prazo.

Episódios de ansiedade ao acordar ou ao adormecer são, igualmente, comuns.

O início e o final do dia são momentos favoráveis à reflexão e, por isso mesmo,
podem provocar sensações de preocupação excessiva com o que pode acontecer no
futuro, com ou sem motivo concreto ou racional. Pode também acontecer que, devido a
uma noite mal dormida, a pessoa se sinta tensa ao despertar ou ainda se recorde de
pesadelos ocorridos durante a noite, acordando com sensações de desassossego, dores
no peito, falta de ar...

DIAGNÓSTICO DA ANSIEDADE
Para se realizar um diagnóstico é necessário recolher uma boa anamnese
(história de vida) e explorar os momentos em que a pessoa afirma sentir o mal-estar
associado à ansiedade. Podem ser realizados testes psicológicos e exames físicos para
auxiliar o processo e, também, despistar outras doenças.

O diagnóstico deve ser sempre realizado por um/a profissional de saúde,


preferencialmente da área da saúde mental (psicólogo/a ou psiquiatra).

Deve ser efetuado, ainda, um diagnóstico diferencial, uma vez que a ansiedade
(ou perturbações associadas) pode ser confundida, ou até ocorrer juntamente (situação
designada de comorbilidade), com outras patologias do foro físico ou mental, como o
caso da perturbação depressiva.

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SEVERIDADE DA ANSIEDADE
A ansiedade pode ser sentida em diferentes graus, podendo ser adaptativa ou
patológica.

Quando a ansiedade é uma resposta associada a períodos de adaptação, com


sintomas leves, que motiva a agir, planeando e executando algo, então pode ser
considerada como positiva.

Por outro lado, estamos perante ansiedade patológica quando os sintomas


evoluem e possuem uma severidade elevada, são frequentes e/ou incontroláveis e
causam mal-estar significativo a nível físico, cognitivo, comportamental ou social.

Existem escalas/testes que ajudam a perceber o grau de severidade do


problema. Contudo, é através das queixas que a pessoa apresenta, e das consequências
que os sintomas provocam, que o diagnóstico de perturbação de ansiedade é realizado,
assim como é avaliada a sua gravidade.

A ansiedade, quando patológica, consiste numa das problemáticas mentais mais


comuns na sociedade e, dependendo da sua severidade, pode ser altamente
incapacitante. De acordo com a OMS, as perturbações de ansiedade são classificadas
como o 6º fator que mais origina a perda de saúde não fatal e são uma das 10 principais
causas de Anos Vividos com Incapacidade (YLD – Years Lived with Disability).

A problemática da ansiedade pode, inclusivamente, tornar-se crónica, tornando-


se parte do funcionamento da pessoa e causando-lhe incapacidade elevada nos mais
variados contextos do seu dia-a-dia. Um destes casos é a Perturbação de Ansiedade
Generalizada, que geralmente acompanha a pessoa ao longo de toda a sua vida, embora
com flutuações na gravidade dos sintomas. Nestes casos, a pessoa que sofre de
ansiedade, crónica e incapacitante de alguma forma, pode e deve ser ajudada, através de
tratamento e de estratégias adequadas às suas características.

COMPLICAÇÕES DA ANSIEDADE
A ansiedade pode ser sentida em diversos níveis e possuir diferentes graus de
severidade.

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É importante intervir o mais precocemente possível, de modo a ajudar a pessoa a
compreender o que lhe está a acontecer, assim como o motivo, e ajudá-la a lidar com os
sintomas, tentando diminui-los.

Quando os sinais de ansiedade são ignorados ou o problema não é alvo de


tratamento, a situação pode evoluir, chegando a níveis de gravidade que podem ser
prejudiciais não só para a saúde mental mas também para a saúde física.

Entre as diversas complicações que podem surgir, derivadas de ansiedade,


podemos destacar:

 Perturbações de Ansiedade, Ataques de Pânico, Perturbações Obsessivo-


Compulsivas, Fobias;
 Depressão;
 Dependências de álcool e outras drogas;
 Problemas relacionais que vão afectar os diversos contextos de vida (familiares,
profissionais e sociais);
 Problemas financeiros;
 Diminuição do sistema imunitário com consequente maior probabilidade de
desenvolvimento de infecções;
 Maior probabilidade de existência de doenças respiratórias, cardiovasculares
(que afectam o sistema circulatório – coração, cérebro e artérias, podendo
causar, por exemplo, Acidentes Vasculares Cerebrais – AVC) e metabólicas
(dificuldades no processamento de certos alimentos ou substâncias);
 Suicídio – a ansiedade consiste num factor de risco ao nível do suicídio, não só
devido ao sofrimento causado directamente pelos sintomas mas também pelas
restantes complicações que a ansiedade patológica pode causar na pessoa.

TRATAMENTO DA ANSIEDADE
Como vimos até ao momento, a ansiedade pode manifestar-se de diversas
formas e a sua etiologia (origem) pode ser variada. Por isso mesmo, não existe um
único caminho para controlar a ansiedade, mas sim vários que devem ser avaliados
mediante as características evidenciadas em cada caso.

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Por vezes, alterações nos hábitos do dia a dia permitem-nos lidar melhor com a
ansiedade e podem minimizar ou conduzir ao desaparecimento do problema. Em outros
casos, o combate à ansiedade passa por uma intervenção mais especializada.

A psicoterapia ou acompanhamento psicológico pode ajudar numa melhor


compreensão do problema e na forma como este é encarado, promovendo ainda a
aquisição e o treino de estratégias para minimizar os sintomas que a pessoa
apresenta.

Paralelamente, pode ser necessário o recurso a medicamentos (ou remédios),


particularmente ansiolíticos ou benzodiazepinas (comummente designados calmantes),
com o intuito de diminuir a sintomatologia no momento, principalmente nos casos mais
agudos. Contudo, as benzodiazepinas possuem um risco elevado de dependência, pelo
que o seu uso deve ser controlado e sempre mediante prescrição médica. Deve ainda ser
destacado, e seguindo as indicações da Direção Geral de Saúde (GDS), que a
farmacoterapia não deve ser encarada como uma solução por si só, visto que não aborda
a origem do problema, apenas atua ao nível dos sintomas no momento e não dota a
pessoa de ferramentas para lidar com as situações ansiogénicas (que induzem
ansiedade). Assim sendo, nos casos em que a medicação é necessária, e prescrita, esta
deve ser, idealmente, complementada com psicoterapia (terapia combinada:
psicoterapia + farmacoterapia).

Para além da psicoterapia combinada com a farmacoterapia clássica associada a


benzodiazepinas, outros suplementos têm vindo a ser estudados para atacar a ansiedade.

Défices (falhas) de vitaminas do complexo B têm vindo a ser associados a


depressão e ansiedade. Nestes casos, quando existe défice de vitamina b, a toma destes
suplementos revela-se eficaz no combate aos sintomas da ansiedade e da depressão. No
entanto, estudos recentes indicam que na população geral (sem défice de vitamina b), os
suplementos deste complexo não produzem efeitos significativos, pelo que só devem ser
tomados quando prescritos pelo/a médico/a e no caso de existir efetivamente défice
dessa vitamina.

Como já vimos, problemas no sono podem ser um sintoma de ansiedade e


podem, também, ser factores de manutenção da ansiedade, visto que noites mal

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dormidas originam sensações de tensão e irritabilidade. Neste sentido,
a melatonina pode ajudar.

A melatonina é um antioxidante que o nosso corpo produz durante a noite e nos


ajuda a desfrutar de uma noite tranquila. Alterações nos níveis de melatonina podem
causar perturbações no sono que vão, consequentemente, gerar ansiedade. Assim, nos
casos em que existem efectivamente insónias, a toma de melatonina pode agir contra a
ansiedade atacando esse sintoma específico.

ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR / LIDAR COM A ANSIEDADE


Existem alguns comportamentos e atitudes simples que podem ser colocados
em prática no sentido de prevenir ou de lidar com a ansiedade.

Deixamos-lhe as seguintes dicas que pode fazer no seu dia a dia:

 Dedique tempo a actividades que lhe proporcionem prazer (ex: ler um livro,
desenhar/pintar, ouvir música relaxante, ...);

 Foque-se no que o seu dia teve de positivo;

 Desfrute de momentos de descanso ao longo do dia e de um sono


suficientemente reparador;

 Crie um momento diário de reflexão e relaxamento, onde, num local em que se


sinta confortável, possa escutar música, de olhos fechados, enquanto se foca na
sua respiração, por exemplo.

 A meditação e o mindfulness (“atenção plena” – técnica associada a meditação,


onde existe o foco no momento presente, no “aqui e agora”, que tenta promover
uma vida mais pacífica e satisfatória) têm vindo a ser cada vez mais validados
como possíveis estratégias complementares no tratamento da ansiedade e na
prevenção de sintomas ansiosas;

 Adopte, dentro do possível, um estilo de vida não sedentário, com exercícios


físicos adequados às suas características pessoais. Alguns exercícios não
tradicionais têm vindo a ser cada vez mais utilizados para prevenir ou ajudar a

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combater a ansiedade, como a prática de: Yoga – treino das posturas do corpo,
do controlo da respiração e da meditação; Pilates – foca-se na estabilidade, no
equilíbrio, promovendo a força muscular, a melhoria das posturas corporais e o
controlo da respiração. Ressalva-se, contudo, que tanto a prática de yoga como a
de pilates não devem ser encaradas como uma estratégia isolada, mas sim como
complementos ao tratamento, nos casos patológicos.

 Prefira alimentos ricos em ómega 3 (como salmão, atum, frutos secos...),


alimentos que contenham vitaminas do complexo b (como arroz e pão integral,
aveia, espinafres...) e que promovam sensações de calma, como chá de extracto
de camomila; Por outro lado, evite, substâncias como a cafeína (café, chá
preto...), alimentos ou bebidas ricos em açúcar ou bebidas alcoólicas;

 Não esconda ou ignore o que está a sentir. Peça ajuda, invista em si. Um/a
profissional pode ajudar!

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CONCLUSÃO
Por tanto, podemos concluir que, a ansiedade desempenha um papel
significativo na interacção com a cognição, impactando diversas funções cognitivas,
desde a percepção até a atenção, aprendizado e função executiva. A ansiedade se
manifesta de formas variadas, trazendo tantos efeitos adaptativos quanto mal
adaptativos sobre o desempenho cognitivo.

Os transtornos de ansiedade e a ameaça de choque apresentam mecanismos


semelhantes associados à aversão ao dano, influenciando múltiplos níveis cognitivos,
como percepção, atenção, aprendizagem e função executiva 2. A ansiedade pode
melhorar a detecção e evitação de perigos, mas também pode prejudicar funções como a
memória de trabalho, mostrando um equilíbrio delicado entre a adaptabilidade e a mal
adaptabilidade dos mecanismos cognitivos em estados ansiosos3.

A interacção entre ansiedade e cognição demonstra que a ansiedade induzida


pela ameaça de choque pode melhorar o controle da atenção, favorecendo a inibição de
respostas erradas, enquanto a ansiedade patológica e disposicional pode levar a deficits
de controle tensional e distração4. Portanto, compreender essas nuances na relação entre
ansiedade e cognição é essencial para identificar caminhos terapêuticos mais eficazes e
promover o bem-estar mental de indivíduos afectados por transtornos de ansiedade.

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CONCLUSÃO

1. Scarre, Chris. Chronicle of the Roman Emperors. [S.l.: s.n.] ISBN 978-5-00-
050775-9
2. ↑ Seligman, M.E.P.; Walker, E.F.; Rosenhan, D.L. Abnormal psychology. [S.l.:
s.n.][falta página]
3. ↑ Davison, Gerald C. Abnormal Psychology. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-470-84072-
6
4. ↑ Allen AJ, Leonard H, Swedo SE. Current knowledge of medications for the
treatment of childhood anxiety disorders. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry
1995;34:976-86.
5. ↑ Swedo SE, Leonard HL, Allen AJ. New developments in childhood affective
and anxiety disorders. Curr Probl Pediatr 1994;24:12-38
6. ↑ CASTILLO,Ana Regina GL et al. Transtorno de ansiedade. Revista Brasileira
de Psiquiatria,São Paulo,v.22, s.2,2000.
7. ↑ American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-89042-555-8
8. ↑ Bouras, N.; Holt, G. Psychiatric and Behavioral Disorders in Intellectual and
Developmental Disabilities. [S.l.: s.n.][falta página]
9. ↑ Swedo, Susan E.; Leonard, Henrietta L.; Allen, A.J.; Swedo, Susan E.;
Leonard, Henrietta L.; Allen, A.J. (janeiro de 1994). «New developments in
childhood affective and anxiety disorders». Current Problems in
Pediatrics. 24 (1): 12–38. ISSN 0045-9380. doi:10.1016/0045-9380(94)90023-x

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