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Os transtornos de ansiedade são os problemas mentais que ocorrem

com maior frequência na população em geral, atingindo cerca de 264


milhões de indivíduos em todo o mundo, segundo dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 9,3% da
população possui algum transtorno de ansiedade, tornando nosso país o
líder no ranking mundial. São considerados transtornos de ansiedade os
quadros em que há presença de uma ansiedade acentuada,
comprometendo severamente os processos comportamentais e
psíquicos do indivíduo, além de causar prejuízos significativos em seus
âmbitos familiares, sociais e profissionais.

Entre os fatores psicossociais que intensificam os transtornos de


ansiedade, encontram-se as diversas situações cotidianas que
envolvem perigo ou ameaça, tornando o estado de alerta essencial para
a autodefesa do indivíduo. Porém, quando há a presença do estado
ansioso exagerado, acontece um super dimensionamento da situação
de perigo, tornando a percepção das situações aumentadas. Desta
forma são desencadeadas crenças distorcidas e pensamentos
automáticos disfuncionais que colocam o indivíduo permanentemente
em situação de estresse patológico, interferindo no seu equilíbrio e no
dia a dia.

Já os fatores biológicos incluem a alteração de dois dos


neurotransmissores mais importantes para o controle da ansiedade e as
respostas às situações de estresse: a serotonina e o ácido gama-
aminobutírico (GABA), neurotransmissores inibitórios e que, quando
alterados, implicam em um estado de ansiedade nos indivíduos.

Confira neste guia produzido pela Clínica Plenamente tudo sobre a


ansiedade e os principais transtornos psicológicos: causas, sintomas,
como funciona o tratamento psicológico e psiquiátrico para cada um
deles, além de dicas para manter a saúde mental e o bem-estar em dia.
Boa leitura!
O transtorno de ansiedade generalizada, também conhecido como TAG,
está entre os dez motivos mais comuns de consultas médicas e atinge
mais de 260 milhões de pessoas em todo o mundo. Sua principal
característica é a preocupação excessiva, que pode se manifestar com
diversas intensidades e provocar vários sintomas físicos e psicológicos.

É comum confundirmos a ansiedade considerada normal do dia a dia —


expectativa para um evento ou compromisso profissional, por exemplo
— com o transtorno de ansiedade generalizada, mas quando saber se a
ansiedade que estamos sentindo é patológica (TAG) ou corriqueira? A
principal diferença é que a ansiedade normal geralmente possui uma
causa aparente e não exige grandes esforços para controlá-la, ao
contrário da ansiedade patológica.
É comum confundirmos a ansiedade considerada normal do dia a dia —
expectativa para um evento ou compromisso profissional, por exemplo
— com o transtorno de ansiedade generalizada, mas quando saber se a
ansiedade que estamos sentindo é patológica (TAG) ou corriqueira? A
principal diferença é que a ansiedade normal geralmente possui uma
causa aparente e não exige grandes esforços para controlá-la, ao
contrário da ansiedade patológica.

Entre os principais sintomas do transtorno de ansiedade generalizada,


além da preocupação em excesso, estão: inquietação, dores
musculares, perda de memória, taquicardia, boca seca, cansaço,
dificuldade de concentração, insônia, visão dupla, suor excessivo e
irritabilidade. Na presença de alguns destes sintomas combinados, é
recomendada a visita a um profissional de saúde mental para avaliação
e início do tratamento adequado para cada caso em específico.

O tratamento para o transtorno de ansiedade generalizada, após correta


identificação e diagnóstico é geralmente feito de forma combinada com
psicoterapia e medicamentos para controle e redução dos sintomas. Na
psicoterapia, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é a forma mais
efetiva de tratamento, baseando-se na conceitualização das crenças
disfuncionais.

Já a abordagem medicamentosa inclui antidepressivos e ansiolíticos,


que podem ser recomendados por um psiquiatra dependendo do grau
da ansiedade diagnosticada. É importante que o paciente continue a
frequentar as sessões de Terapia Cognitiva Comportamental mesmo
após os remédios começarem a surtir efeitos, pois o quadro psicológico,
e as distorções cognitivas precisam ser tratadas para estabilizar o
quadro e evitar que os sintomas apareçam novamente.

Com Maria Alice Fontes


O Pânico é um dos tipos de Transtorno de Ansiedade em que ocorrem
crises repentinas e frequentes caracterizadas pelo medo e pavor
extremos, acompanhadas de sintomas físicos, que aparecem sem uma
causa aparente. A síndrome do pânico é também conhecida como
ansiedade paroxística episódica, trazendo uma série de mudanças
comportamentais no indivíduo, que fica sempre em alerta, evitando
situações, com receio que uma crise apareça repentinamente. As crises
de ansiedade aguda são marcadas por uma sensação emocionalmente
aterrorizante, onde muitas vezes levam os indivíduos a acreditarem que
vão morrer ou perderem o controle sobre si mesmos.

A primeira crise costuma se manifestar na adolescência e no início da


fase adulta, muitas vezes sem motivo aparente. O episódio pode repetir-
se de forma aleatória, às vezes no mesmo dia ou demorar semanas e
até meses para acontecer novamente. O fato de não saber ao certo
como e quando a crise poderá se repetir, pode fazer com que a pessoa
tenha dificuldade e receio de frequentar lugares fechados ou com muita
gente, com medo de não conseguir sair caso tenha um ataque de
pânico.
Entre os sintomas físicos, estão dores e desconforto no peito, que
muitas vezes são confundidos com os sinais do infarto, além de
palpitações, taquicardia, sensação de sufocamento, náusea, desconforto
ambiental, tontura, onda de calor, tremores, formigamentos e calafrios.
São comuns casos onde os portadores da síndrome do pânico
desenvolvem quadros de depressão, por conta da dificuldade de lidar
com o transtorno no dia a dia.

O tratamento da síndrome do pânico inclui a prescrição de


medicamentos antidepressivos e psicoterapia, principalmente a Terapia
Cognitivo Comportamental, para expor o paciente a situações que
provocam pânico de forma gradual, sistemática e progressiva, até que o
mesmo se sinta dessensibilizado e consiga enfrentar qualquer situação
sem receio.

Geralmente, o tratamento para a síndrome do pânico costuma levar de


seis meses a um ano. Porém, mesmo apresentando melhora no quadro
geral, os pacientes devem aguardar a indicação dos especialistas para
que o tratamento seja concluído de forma adequada e não interrompido
precocemente, o que pode ter como consequência o surgimento de
novas crises no futuro.

O transtorno obsessivo-
compulsivo, conhecido como
TOC, é outro transtorno de
ansiedade que tem como
principal característica a presença
constante de crises recorrentes
de obsessões e compulsões. O
comportamento obsessivo traz
pensamentos impróprios,
desagradáveis, recorrentes e
persistentes, que surgem de
forma indesejada e causam
sentimentos como ansiedade e
sofrimento.
Já as compulsões se caracterizam por comportamentos ou atos mentais
repetitivos, geralmente atrelados à simetria, verificações, contagens,
higiene e outras atitudes que compõem um verdadeiro ritual para os
portadores do TOC, que só conseguem aliviar a ansiedade ao realizarem
esses atos repetidamente. Outros sintomas incluem medo de
contaminação por doenças, distúrbios alimentares, acúmulo de objetos,
presença de tiques e pensamentos agressivos.

Em parte dos casos, os portadores de TOC leve repetem com


frequência as obsessões e rituais, que acabam não interferindo na vida
da pessoa. Porém, em certas situações, os sintomas e atitudes ocupam
muito tempo na vida diária e prejudicam não somente a vida do
indivíduo e sua rotina, mas também a de seus familiares e colegas de
trabalho.

A primeira abordagem recomendada para o tratamento do TOC é a


Terapia na abordagem Cognitivo-Comportamental. O psicólogo irá
buscar, junto ao paciente, confrontar os gatilhos que desencadeiam
obsessões, além de promover a exposição imaginária a situações ou
pensamentos que desencadeiam urgência por compulsões. Na
sequência, é realizada a prevenção de resposta, ou seja, ao se abster do
ritual, o paciente aprende que a ansiedade consegue ser controlada e
os efeitos temidos não ocorrem. Todo o processo inclui a permanente
conceitualização com o paciente – se e como a experiência confirma ou
não suas expectativas. Assim, expondo o paciente progressivamente a
situações e evitando a repetição das compulsões de forma racional, os
episódios tendem a reduzir.

Nos casos mais graves, pode-se associar a TCC com medicamentos


prescritos por um psiquiatra, para evitar evoluir para um início de
depressão, fobia social ou transtorno de ansiedade generalizada. Nos
casos extremos, quando o TOC atinge um nível bastante avançado, os
momentos de crise podem lembrar psicose ou esquizofrenia, pelo grau
de incapacidade que a pessoa demonstra durante os episódios.
O Transtorno do Estresse Pós Traumático é caracterizado por um
conjunto de sinais físicos e psicológicos que acontecem em decorrência
da vivência de um episódio traumático, que envolva ameaça à sua
própria vida, ou a vida de pessoas próximas. Por exemplo: ter sofrido um
assalto violento, sequestro, catástrofes naturais, ou ter sido envolvido
em alguma forma de abuso.

Quando se recorda do fato, a pessoa com Transtorno do Estresse Pós


Traumático chega a reviver as mesmas sensações de dor e sofrimento
do episódio, causadas pelo desencadeamento de alterações
neurofisiológicas e mentais. Essas recordações, conhecidas como
revivescência, podem se tornar frequentes e atingem cerca de um em
cada cinco pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas em
episódios traumáticos.
Além da revivescência, que traz pensamentos recorrentes e intrusivos
sobre o trauma e pesadelos, os sintomas do Estresse Pós Traumático
incluem dores de cabeça, dificuldade de concentração, irritabilidade,
hipervigilância, distúrbios do sono e taquicardia.

O tratamento do Estresse Pós Traumático é feito com acompanhamento


de psicólogos e psiquiatras, onde a Terapia Cognitivo-Comportamental
pode ajudar através de técnicas de dessensibilização, enquanto o
psiquiatra pode recomendar o uso de medicamentos para aliviar os
sintomas.

Com Maria Alice Fontes

É normal sentir-se nervoso em algumas situações sociais, como por


exemplo ir a um encontro ou fazer uma apresentação em público. Mas
no Transtorno de Ansiedade Social, qualquer interação cotidiana pode
causar ansiedade e constrangimento significativos, devido ao medo de
ser avaliado ou julgado negativamente pelos outros. Por conta dessa
ansiedade excessiva com a interação social, as pessoas por vezes
vivenciam como uma fobia e evitam o contato, pensando de forma
equivocada e negativa que elas estão sendo rejeitadas e até humilhadas
quando interagem socialmente.

No Transtorno de Ansiedade Social, o medo e a ansiedade podem levar


à evitação de qualquer situação de exposição, o que frequentemente
atrapalha a vida. O estresse severo pode afetar seus relacionamentos,
rotinas diárias, trabalho, escola ou outras atividades.
A manifestação de sintomas físicos incluem a tontura, suor excessivo,
tensão muscular e calor repentino, enquanto os sintomas emocionais
são caracterizados por ataques de pânico, nervosismo em excesso e
ciclos emocionais negativos. Geralmente, os sintomas do Transtorno de
Ansiedade Social têm início na infância e ficam mais evidentes na
adolescência; quando não tratados, podem atingir a vida adulta,
refletindo de forma negativa no campo profissional e afetivo.

A longo prazo, a ansiedade social pode causar a ruptura de laços


afetivos como amizades de longa data e relações familiares. Além disso,
a dificuldade de interagir com outras pessoas prejudica diretamente o
desempenho profissional, pois as habilidades sociais são imprescindíveis
para se alcançar objetivos profissionais consistentes.

O tratamento psicológico indicado para a Ansiedade Social consiste em


promover situações de exposição progressiva e trabalhar as crenças
distorcidas que os pacientes trazem, para ajudar os indivíduos a
enfrentarem seus bloqueios para se expor socialmente.
A Terapia Cognitivo Comportamental é uma abordagem muito eficiente
nestes casos, onde o terapeuta encoraja o paciente a enfrentar as
situações que lhe causam desconforto. Essas situações incluem festas,
reuniões sociais, fazer apresentações ou até mesmo entrar em um
elevador lotado. Quando não tratada, a ansiedade social desenvolvida
na adolescência pode trazer consequências durante a vida adulta, como
aumento no risco de abuso de álcool, drogas e maior chance de
desenvolver depressão. Entretanto, os índices de eficiência para o
tratamento psicológico deste transtorno são excelentes, apresentando
ótimos resultados e melhoria significativa na qualidade de vida dos
pacientes.

Em praticamente todos os transtornos de ansiedade e de saúde mental,


os bons hábitos como atividades físicas, alimentação balanceada e
crenças positivas contribuem significativamente para a redução dos
sintomas e eficácia dos tratamentos. Confira a seguir os principais
hábitos que vão fortalecer sua saúde mental e promover uma incrível
melhora no sentimento de bem-estar:
esse hábito ajuda na
liberação de hormônios como a serotonina, um neurotransmissor que
influencia diretamente no humor e bem-estar, e a endorfina, substância
natural produzida pelo cérebro após os exercícios, que promovem
sensações de relaxamento e satisfação.

quando nos privamos de um


sono de qualidade — geralmente quando dormimos menos de sete
horas ou acordamos diversas vezes durante a noite —, nosso cérebro
sente os efeitos e deixa de responder adequadamente às situações
estressantes do dia a dia.

aposte em alimentos que contenham


nutrientes como magnésio, ômega-3 e triptofano, que ajudam o
organismo na produção de serotonina, já citada anteriormente como
hormônio responsável pela sensação de bem-estar.

cerca de 10 a 20 minutos diários de exposição ao


sol no horário das 10 às 16 horas já são suficientes para sintetizar a
vitamina D no organismo, que possui uma função primordial no combate
à depressão.

manter seus laços com


familiares, amigos e colegas de trabalho contribui significativamente
para reduzir os níveis de estresse no organismo e melhorar a qualidade
de vida por meio das interações sociais.

a prática milenar da meditação e as


técnicas de mindfulness (atenção plena) promovem benefícios incríveis
para a saúde mental, pois nos ajudam a manter o foco no aqui e agora,
afastando os pensamentos ansiosos e outras instabilidades emocionais.
Além disso, a prática regular de meditação é capaz de reduzir os níveis
de cortisol (hormônio do estresse) no organismo, tornando o indivíduo
menos propenso a desenvolver transtornos psicológicos.
Desde 2001, a Plenamente existe com o propósito de promover saúde
mental e auxiliar na construção de uma vida plena.

Fundada pela Dra. Maria Alice Fontes com o objetivo de oferecer


atendimento em saúde mental com ética e qualidade, a Plenamente
oferece um espaço seguro e de escuta qualificada para atender adultos,
adolescentes, crianças e seus familiares.

Nossa missão é oferecer atendimento multidisciplinar e informação na


área de saúde mental. Contamos com uma equipe de psicólogos,
psiquiatras, pedagogos e fonoaudiólogos altamente qualificados e
dedicados. Nossa equipe segue treinamentos continuados dentro da
linha Cognitiva Comportamental. Todos os tratamentos na Plenamente
começam com uma ampla avaliação para identificar objetivos e o
caminho a ser trilhado.
Acreditamos que um bom atendimento em saúde mental deve ter
objetivos específicos, mensuráveis, alcançáveis, realistas e dentro de um
tempo determinado. O progresso de cada caso é avaliado
constantemente para garantir os melhores resultados.

Estamos sempre à disposição para lhe ajudar a conquistar qualidade de


vida, por meio do desenvolvimento de uma mente plena e saudável.

Nossos serviços são regulamentados pelo Conselho Regional de


Psicologia (CRP/SP: 3605/J).

"Nós promovemos ferramentas essenciais para que as pessoas possam se


conhecer melhor, aprender a acolher suas emoções, ter mais amor próprio
e desenvolver resiliência para viver plenamente seus propósitos.“

Diretora da Clínica Plenamente


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