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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

Disciplina: Psicopatologia geral


Tema: Transtorno de ansiedade

Pós-laboral 2º Ano

Sala: 34
Turma: A

Discentes: Docente: Basílio Domingos

Alberto Daniel Comé

Amélia Moises Cumbe

Jorge Vasco ocuane

José Sebastião Matlava júnior

Ofélia Raimundo Mavuianga

Paula da Sandra Maduela

Rosália Bernardo Banze

Teresa Ângela Ufave

Maputo, Março de 2024


Índice
1. Objetivos ................................................................................................................................. 4

1.1.2. Objetivos Gerais ................................................................................................................ 4

1.1.3 Objetivos específicos.......................................................................................................... 4

1.1.4.Introdução........................................................................................................................... 5

2. A complexidade dos transtornos de ansiedade ........................................................................ 6

2.1.Transtorno de ansiedade generalizada................................................................................... 6

2.2.Tipos de transtorno de ansiedade generalizada ..................................................................... 7

2.3.Descrição clínica ................................................................................................................... 8

3.Causas ...................................................................................................................................... 9

3.1.Contribuições biológicas ....................................................................................................... 9

3.2.Comorbidade dos transtornos de ansiedade ........................................................................ 10

3.3.Diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada......................................................... 10

3.4.Tratamento de transtorno de ansiedade generalizada .......................................................... 11

4.Terapia não farmacológica ..................................................................................................... 11

4.2.Principais sintomas dos transtornos de ansiedade ............................................................... 12

4.3.Transtorno de Pânico agorafobia......................................................................................... 12

4.4.Tipos de agorafobia ............................................................................................................. 13

5.1.Causas da agorafobia ........................................................................................................... 15

5.2.Diagnóstico da agorafobia ................................................................................................... 15

5.3.Tratamento da agorafobia.................................................................................................... 16

5.4.Estatísticas ........................................................................................................................... 17

6.Influências culturais ............................................................................................................... 17

6.1.Fobia específica ................................................................................................................... 17

6.3.Descrição clínica ................................................................................................................. 19

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6.4.Causas das fobias específicas .............................................................................................. 19

7.Critérios diagnósticos para fobia específica ........................................................................... 20

7.3.Tratamento .......................................................................................................................... 22

7.4.Estatísticas ........................................................................................................................... 23

8. Transtorno antissocial ............................................................................................................ 23

8.1.Descrição clínica ................................................................................................................. 24

8.1.Sintomas.............................................................................................................................. 24

8.2.Causas ................................................................................................................................. 25

8.3. Estatísticas.......................................................................................................................... 25

8.4. Tratamento ......................................................................................................................... 26

9.Fase de tratamento ................................................................................................................. 26

9.1.Diagnóstico ......................................................................................................................... 27

10.Conclusão ............................................................................................................................. 28

11.Referência bibliográfica ....................................................................................................... 29

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1. Objetivos
1.1.2. Objetivos Gerais
 Compreender a ansiedadee em seus diferentes graus, da normalidade ao transtorno, e suas
implicações para a saúde menta

1.1.3 Objetivos específicos


 Identificar os fatores de risco e principais sintomas do Transtorno de Ansiedade
Generalizada
 Analisar as formas terapêuticas mais efetivas para enfrentamento do Transtorno de
Ansiedade Generalizada.

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1.1.4. Introdução
No presente trabalho iremos abordar sobre Transtorno de ansiedade é complexa e misteriosa, como
Sigmund Freud observou muitos anos atrás. De alguma forma, quanto mais aprendemos sobre ela,
mais intrigante nos parece. A "ansiedade'' é muito mais que um tipo específico de transtorno. É
uma emoção tão envolvida com a psicopatologia, que nossa discussão explora sua natureza geral,
tanto biológica quanto psicológica. A seguir, consideraremos o medo, uma emoção diferente em
certo aspecto, porém claramente relacionada.

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2. A complexidade dos transtornos de ansiedade
A ansiedade é complexa e misteriosa, como Sigmund Freud observou muitos anos atrás. De
alguma forma, quanto mais aprendemos sobre ela, mais intrigante nos parece. A "ansiedade'' é
muito mais que um tipo específico de transtorno. É uma emoção tão envolvida com a
psicopatologia, que nossa discussão explora sua natureza geral, tanto biológica quanto psicológica.
A seguir, consideraremos o medo, uma emoção diferente em certo aspecto, porém claramente
relacionada. O medo está relacionado ao ataque de pânico, o que propomos ser uma ocorrência
quando não há nada a temer e, portanto, em um momento inadequado. Com essas ideias
importantes em mente, vamos focar em transtornos específicos de ansiedade e outros relacionados
a esta emoção.

Ansiedade é um estado de humor negativo caracterizado por sintomas corporais de tensão física e
apreensão em relação ao futuro (American Psychiatric Association, 2013; Barlow, 2002). Nos
humanos, ela pode ser um sentido subjetivo de inquietação, um conjunto de comportamentos
(parecer preocupado, ansioso ou inquieto), ou uma resposta fisiológica originada no cérebro e
refletida no batimento cardíaco elevado e na tensão muscular. Em razão de o estudo da ansiedade
ser difícil em seres humanos, a maioria das pesquisas tem sido realizada em animais. Por exemplo,
poderíamos ensinar a ratos de laboratório que um sinal luminoso significa um choque iminente.
Os animais certamente ficarão ansiosos quando a luz surgir. Eles podem ficar inquietos, trêmulos
e talvez se esconder em um canto. Poderíamos dar-lhes uma droga redutora de ansiedade e observar
a diminuição da ansiedade em reação à luz. Entretanto, a ansiedade experimentada por um rato é
a mesma experimentada por um ser humano? Parece semelhante, mas não sabemos com certeza.
Assim, a ansiedade permanece um mistério; a jornada de descobertas está apenas começando. A
ansiedade está também intimamente relacionada à depressão (Barlow, 2000, 2002; Bro,m &
Barlow·, 2005, 2009; Clark, 2005; Craske et ai., 2009),

2.1.Transtorno de ansiedade generalizada


É um estado de humor negativo caracterizado por sintomas corporais de tensão física e apreensão
em relação ao futuro (American Psychiatric Association, 2013; Barlow, 2002). Nos humanos, ela
pode ser um sentido subjetivo de inquietação, um conjunto de comportamentos (parecer
preocupado, ansioso ou inquieto), ou uma resposta fisiológica originada no cérebro e refletida no
batimento cardíaco elevado e na tensão muscular. Em razão de o estudo da ansiedade ser difícil

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em seres humanos, a maioria das pesquisas tem sido realizada em animais. Ansiedade é um estado
de humor negativo caracterizado por sintomas corporais de tensão física e apreensão em relação
ao futuro (American Psychiatric Association, 2013; Barlow, 2002).

O transtorno de ansiedade generalizada ocorre quando a pessoa sente nervosismo e preocupação


excessivos em relação a diversas atividades ou acontecimentos. O número de dias em que a pessoa
tem ansiedade é superior ao número de dias em que não tem, por um período de seis meses ou
mais. A causa é desconhecida, embora ela geralmente coexista em pessoas com transtorno
relacionado ao uso de álcool, transtorno depressivo maior ou síndrome do pânico.

 A pessoa fica ansiosa e preocupada com diversos problemas, atividades e situações, e


não apenas com um tipo.

 Para que esse transtorno seja diagnosticado, vários outros sintomas (por exemplo, a
tendência de se cansar facilmente, dificuldade de concentração e tensão muscular)
precisam acompanhar a ansiedade.

 O tratamento envolve uma combinação de medicamentos (normalmente ansiolíticos e,


ocasionalmente, antidepressivos) e psicoterapia.

O transtorno de ansiedade generalizada é um tipo comum de transtorno de ansiedade.


Aproximadamente 3% dos adultos têm esse transtorno anualmente. As mulheres têm o dobro de
probabilidade de sofrer deste transtorno. O distúrbio costuma começar na idade adulta, mas pode
começar em qualquer idade (consulte Transtorno de ansiedade generalizada em crianças).
A ansiedade é complexa e misteriosa, como Sigmund Freud observou muitos anos atrás. De
alguma forma, quanto mais aprendemos sobre ela, mais intrigante nos parece. A "ansiedade'' é
muito mais que um tipo específico de transtorno. É uma emoção tão envolvida com a
psicopatologia, que nossa discussão explora sua natureza geral, tanto biológica quanto psicológica.

2.2.Tipos de transtorno de ansiedade generalizada

 Fobia social Esse tipo de ansiedade se caracteriza pelo medo e ansiedade exagerados em
situações de convívio social, nas quais a pessoa possa se sentir sob avaliação ou
julgamento. A fobia social vai muito além de um medo ou nervosismo em falar em público.

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Pessoas com esse tipo de ansiedade, se sentem constrangidas e desconfortáveis em
situações comuns do dia a dia, como comer, beber ou pedir uma orientação ou informação.
 Síndrome do Pânico A síndrome do pânico é um dos tipos de ansiedade mais comum. É
caracterizado por ataques de pânico e medo espontâneos, repentinos e inesperados. Esses
episódios estão relacionados a crises de ansiedade intensas associados a sintomas físicos,
como: aceleração do batimento cardíaco, falta de ar, sudorese e tremores.
 A agorafobia se caracteriza pelo medo e ansiedade em locais ou situações em que a pessoa
não considera seguros. Nesses casos, acontece uma espécie de insegurança que é
desproporcional ao perigo que realmente pode acontecer.
 Transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado pela junção de pensamentos obsessivos
com compulsões. Essas obsessões podem se manifestar através de ideias, imagens ou
pensamentos que acontecem de maneira repetitiva, gerando ansiedade.
 Estresse pós-traumático Ao passar por um evento traumático, como um assalto, acidente
de trânsito ou a perda de alguém especial, podem ocorrer sintomas de um estresse pós-
traumático, o qual é caracterizado como um tipo de transtorno de ansiedade. Esse
transtorno faz com que a pessoa tenha crises de ansiedade ao relembrar a situação que
causou o trauma, apresentando sintomas, como: falta de ar, taquicardia, sudorese e
sensação de medo constante.

2.3.Descrição clínica
Irene sofria de TAG que é, de muitas formas, a síndrome básica que caracteriza cada transtorno
de ansiedade e transtornos relacionados considerados neste capítulo (Brown, Barlow &
Liebow·itz, 1994). Os critérios do DSM-5 especificam que por no mínimo seis meses a ansiedade
e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) devem existir em mais dias do que não. Além
disso, deve ser difícil desativar ou controlar o processo de preocupação. Isso é o que diferencia a
preocupação patológica do tipo normal que todos sentimos ocasionalmente conforme nos
preparamos para um evento ou desafio futuro. A maioria de nós se preocupa por um tempo, mas
pode deixar o problema de lado e seguir em frente com outra tarefa.

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3. Causas

Na maioria dos transtornos de ansiedade, parece haver uma vulnerabilidade biológica


generalizada. Isso é refletido em estudos examinando uma contribuição genética ao TAG, embora
Kendler et ai. (1995; Hettema, Prescott, Myers, Neale & Kendler, 2005) tenham confirmado que
o que parece ser herdado é a tendência para se tornar ansioso e não o TAG em si. Por muito tempo,
o TAG foi um quebra-cabeças para os pesquisadores. Embora a definição do transtorno seja
relativamente nova, surgida em 1980 no DSM-III, os clínicos e psicopatologistas trabalham com
pessoas com ansiedade generalizada muito antes dos sistemas de diagnóstico terem sido
desenvolvidos. Durante anos, os clínicos achavam que as pessoas ansiosas por motivos
generalizados não tinham focalizado sua ansiedade em nada específico. Assim, essa ansiedade foi
descrita como "flutuante''. Mas, agora os cientistas têm olhado mais de perto e descoberto algumas
diferenças interessantes de outros transtornos de ansiedade. As primeiras pistas das diferenças
surgiram na receptividade psicológica de indivíduos com TAG.

É interessante que esses indivíduos não respondem com tanta intensidade a estressores quanto
aqueles com transtornos de ansiedade nos quais o pânico é mais proeminente. Diversos estudos
descobriram que indivíduos com TAG mostram menos receptividade na maioria das medições
fisiológicas, como batimentos cardíacos, pressão sanguínea, condutância dérmica e taxa
respiratória (Borkovec & Hu, 1990; Roemer & Orsillo, 2013), do que indivíduos com outros
transtornos de ansiedade. Portanto, as pessoas com TAG têm sido chamadas restritores autônomos
(Barlo"' et ai., 1996; Thayer, Friedman & Borkovec, 1996).

3.1.Contribuições biológicas
Evidências crescentes mostram que nós herdamos uma tendência a sermos tensos, irritados e
ansiosos (Barlow et ai., 2013; Clark, 2005; Eysenck, 1967; Gray & McNaughton, 1996). A
tendência ao pânico também parece acontecer em famílias e provavelmente tem um componente
genético que difere um pouco das contribuições genéticas para a ansiedade (Barlow, 2002; Craske
& Barlow, 2013; Kendler et ai. 1995). Como acontece com quase todos os traços emocionais e
transtornos psicológicos, a ansiedade ou o pânico não parecem ser causados por um gene único.
Em vez disso, as contribuições de um conjunto de genes em várias áreas dos cromossomos nos

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tornam vulneráveis quando os fatores psicológicos e sociais certos estão em vigor. Além disso,
uma vulnerabilidade genética não causa ansiedade e/ou pânico diretamente.

3.2.Comorbidade dos transtornos de ansiedade


A ocorrência de dois ou mais transtornos ao mesmo tempo em um indivíduo é chamada
comorbidade. As altas taxas de comorbidade para transtornos de ansiedade e transtornos
relacionados (e depressão) enfatizam o fato de que todos esses transtornos partilham características
comuns de ansiedade e pânico descritas aqui. Eles também partilham as mesmas vulnerabilidades
- biológicas e psicológicas - de desenvolver ansiedade e pânico Os vários transtornos diferem
apenas no que diz respeito ao que ativa a ansiedade e, talvez, ao padrão de ataques de pânico.
Naturalmente, se cada paciente com um transtorno de ansiedade ou transtorno relacionado também
tiver todos os outros transtornos de ansiedade, haverá menos sentido em distinguir transtornos
específicos. Mas não é o caso, e, embora as taxas de comorbidade sejam altas, elas variam de
transtorno para transtorno (Allen et ai. 2010; Bruce et ai.

3.3.Diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada


 Avaliação de um médico com base em critérios de diagnóstico psiquiátrico padrão

Para que um médico diagnostique o transtorno de ansiedade generalizada, a pessoa precisa sentir
uma preocupação ou ansiedade que

 É excessiva

 Diz respeito a diversas atividades e eventos

 O número de dias em que está presente é superior ao número de dias em que está ausente,
por um período de seis meses ou mais

Além disso, a pessoa precisa apresentar três ou mais dos sintomas a seguir:

 Agitação ou uma sensação de tensão ou nervosismo

 Tendência a cansar-se facilmente

 Dificuldade de concentração

 Irritabilidade

 Tensão muscular
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 Distúrbio do sono

Antes de diagnosticar o transtorno de ansiedade generalizada, o médico realiza um exame físico.


Ele pode solicitar exames de sangue ou outros para ter certeza de que os sintomas não são causa
dos por uma doença física ou uso de um medicamento ou droga.

3.4.Tratamento de transtorno de ansiedade generalizada


O tratamento pode ser diferente de pessoa para pessoa de modo a adaptar-se à sua situação e à
extensão dos seus sintomas. A comunicação verbal e não verbal do paciente com o terapeuta é
muito importante para definir as possíveis opções de tratamento. Deve haver um acompanhamento
regular.

4. Terapia não farmacológica


Dependendo da situação particular do doente, para o tratamento da ansiedade
generalizada podem ser usados métodos como por exemplo:

 Psicoterapia

 Fototerapia (particularmente em países com baixa exposição solar)

 Electroconvulsivoterapia (feita com o paciente anestesiado e inconsciente)

4.1.Terapia farmacológica

Os fármacos de primeira linha no tratamento da desordem de ansiedade generalizada são


os antidepressivos (como os ISRS, SNRI ou ISRSN) e as benzodiazepinas. O médico pode optar
por outros medicamentos consoante a situação do doente ou a sua experiência. Por exemplo

 ISRS - fluoxetina, sertralina, paroxetina, escitalopram ou citalopram


 Inibidor selectivo da recaptação da serotonina e da
noradrenalina - Venlafaxina ou Duloxetina
 Estabilizante de humor - pregabalina ou gabapentina
 Benzodiazepínicos - alprazolam, clonazepam, lorazepam, diazepam
 Anti-histamínicos

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4.2.Principais sintomas dos transtornos de ansiedade
 Transtorno de pânico: ocorre por meio de repetidos ataques de pânico, em que as pessoas
podem ter a sensação de colapso físico ou medo de morte iminente, com palpitações,
taquicardia, suor excessivo, tremores, falta de ar, dor no peito, náusea, calafrios,
formigamentos, ondas de calor, tontura e medo de enlouquecer.
 Agorafobia: sintomas ansiosos (podem surgir como ataques de pânico) ocorrendo quando
a pessoa está em locais dos quais tenha receio de não conseguir escapar, como multidões,
espaços fechados dentro de transportes em movimento etc. Também são possíveis quando
as pessoas estão fora de ambientes que achem controláveis, como suas casas, ou quando
estão em ambientes estranhos e muito amplos. A questão central é o medo de passar mal e
não conseguir socorro adequado, mas pode haver variações desse medo, como a sensação
de falta de controle insuportável..
 Fobia específica: medo irracional de objetos, animais ou situações, como andar de avião,
baratas, cavalos, cachorros e outros animais, facas ou outros objetos que possam ser usados
como armas; quando as pessoas se defrontam com os objetos de sua fobia ou acham que
vão ter que se defrontar, começam a ter sintomas ansiosos.
 Fobia social: sintomas ansiosos surgem quando a pessoa passa por situações que envolvam
algum tipo de desempenho diante de outras pessoas, como ter que falar em público, ter que
escrever com outros olhando, falar com uma pessoa importante etc

4.3.Transtorno de Pânico agorafobia


Agorafobia é uma perturbação de ansiedade caracterizada por sintomas de ansiedade em resposta
a situações que a pessoa percepciona como inseguras ou das quais é difícil escapar. Entre estas
situações estão espaços abertos, tráfego rodoviário, centros comerciais ou qualquer outra situação
em que a pessoa se encontre fora do local de residência. Quando a pessoa se depara com uma
destas situações, o sintoma mais comum é um ataque de pânico. Para que seja diagnosticada
agorafobia, os sintomas devem-se manifestar praticamente sempre que a pessoa se depara com a
situação e os sintomas devem estar presentes durante pelo menos seis meses. As pessoas afetadas
geralmente dão-se a um esforço significativo para evitar as situações. Nos casos mais graves, as
pessoas sentem-se incapazes de sair da própria residência.

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4.4.Tipos de agorafobia
 Claustrofobia Caracterizada pelo medo de estar em ambientes fechados ou “sem
possibilidade” de saída, é uma das fobias mais conhecidas. Voar de avião, entrar em um
elevador, ficar em um cômodo apertado por um tempo e até realizar um exame de
ressonância magnética pode despertar medo, tremores e suor frio.
 Fobia Social A fobia social é outro tipo de fobia cujos sintomas estão associados
à ansiedade, preocupação com o embaraço em ambientes públicos e possibilidade de ter
um ataque de pânico, então, ela não se enquadra na mesma categoria das fobias específicas.
Porém, assim como a agorafobia, merece uma menção por ser uma condição bem comum
na sociedade.
 Tripofobia A tripofobia consiste no medo de imagens e objetos com buracos. O indivíduo
fóbico geralmente tem aversão a favos de mel, plantas com orifícios, esponjas, perfurações
pequenas na madeira, agrupamento de buracos na pele, agrupamento de furos em tecidos e
outras superfícies, e buracos no arroz após o cozimento. Ele sente coceira, formigamento,
taquicardia e pode ficar com tontura ao ver essas imagens.
 Aracnofobia Uma aranha, independente da espécie e tamanho, é capaz de tirar o sossego
de quem tem aracnofobia! O medo está associado a possibilidade de ser picado ou apenas
tocado por uma aranha. Tanto o encontro real quanto imaginário com uma aranha são
capazes de levá-lo ao descontrole emocional.

 Acrofobia O medo irracional de altura pode ser desencadeado em múltiplas situações:


rodas-gigantes, edifícios ou arranha-céus, escadas, pontes, sacadas, parapeitos, mirantes e
trilhas em locais altos. A pessoa fóbica se imagina caindo, por isso, procura se distanciar
de ambientes situados nas alturas, principalmente porque sente tontura e teme não
conseguir controlar o seu equilíbrio. Ao atravessar um viaduto ou ponte, ela também pode
ficar nervosa com a possibilidade de desmoronamento da construção.
 Nictofobia Um dos medos mais comuns entre as crianças é o medo do escuro. Os pequenos
têm imaginação fértil, então imaginam que seres não identificados habitam na escuridão.
Com o amadurecimento, esse medo costuma desaparecer, mas, em alguns casos, ele se
transforma em uma fobia. Aerofobia Como o nome indica, esse tipo de fobia está ligado
ao medo de voar. Não é raro encontrar pessoas angustiadas nos pontos de embarques dos

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aeroportos e dentro de aviões, rezando e se segurando nos assentos. Em suas cabeças, o
avião pode cair a qualquer momento ou uma turbulência intensa pode atingi-lo durante a
viagem.
 Hemofobia O medo irracional ou exagerado de ver sangue é chamado de hemofobia. A
pessoa fóbica não consegue ver pontos vermelhos nem mesmo em pequenos ferimentos
em sua pele que já fica agitada. Quando alguém se machuca a ponto de sair uma quantidade
considerável de sangue (mesmo que não seja grave),

5. Descrição clínica

No DSM-IV, o transtorno de pânico e a agorafobia foram integrados em um transtorno chamado


transtorno de pânico com agorafobia, mas os investigadores descobriram que muitas pessoas
experienciavam transtorno de pânico sem desenvolver O interesse. agorafobia e algumas pessoas
desenvolviam agorafobia na ausência do transtorno de pânico (Wittchen, Gloster, Beesdo-Baum,
Fava & Craske, 2010). Na maioria das vezes, no entanto, eles aparecem juntos, então nós
discutiremos ambos os transtornos nesta seção.

No TP, a ansiedade e o pânico são combinados em uma relação intricada que pode se tornar tão
devastadora para Muitas pessoas que têm ataques de pânico não necessariamente desenvolvem o
transtorno de pânico. Para se enquadrar nos critérios do transtorno de pânico, uma pessoa deve
experimentar um ataque de pânico inesperado e desenvolver ansiedade substancial pela
possibilidade de ter outro ataque ou por implicações do ataque ou de suas consequências. Em
outras palavras, a pessoa deve pensar que cada ataque é sinal de morte iminente ou de
incapacitação. Alguns indivíduos não relatam preocupação sobre outro ataque, mas mudam o
comportamento de maneira que indica a angústia que os ataques lhes causam. Eles podem evitar
ir a certos lugares ou deixar de lado as obrigações domésticas por medo de que venha a ocorrer
um ataque se forem muito ativos. O termo agorafobia foi cunhado em 1871 por Karl Westphal,
um médico alemão, e, no grego original, refere-se ao medo do mercado. Esse é um termo muito
apropriado porque a ágora, o mercado público grego, era um lugar muito cheio em que havia muito
alvoroço. Uma das áreas mais estressantes para os indivíduos com agorafobia atualmente são os
centros comerciais, as ágoras modernas.

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5.1.Causas da agorafobia
Causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Em muitos casos, a condição é
comum na família. A agorafobia pode ter origem em acontecimentos como a morte de um pai ou
um ataque violento. O DSM-5 classifica a agorafobia como uma fobia pertencente ao grupo
das fobias específicas e fobias sociais. Entre outras condições que manifestam sintomas
semelhantes estão a perturbação de ansiedade de separação, perturbação de stresse pós-
traumático, perturbação depressiva major. As pessoas afetadas apresentam um risco acrescido
de depressão e perturbação por abuso de substâncias

5.2.Diagnóstico da agorafobia
 Avaliação de um médico com base em critérios de diagnóstico psiquiátrico padrão

O médico diagnostica a agorafobia quando o medo, a ansiedade ou a esquiva dura seis meses ou
mais e inclui, pelo menos, duas das situações a seguir:

 Usar transporte público

 Estar em um espaço aberto, como em um estacionamento ou em uma feira ao ar livre

 Estar em um espaço fechado, como uma loja ou cinema

 Esperar em uma fila ou estar em uma multidão

 Estar sozinho fora de casa

Os temores precisam envolver a preocupação em ter dificuldade em escapar ou com o fato de que
não haverá ajuda disponível se a pessoa ficar em pânico ou incapacitada.

Além disso, todos os quesitos a seguir devem estar presentes:

 Os sintomas são quase sempre desencadeados pelas mesmas situações

 A pessoa modifica seu comportamento para evitar a situação ou precisa de um


acompanhante para conseguir suportá-la

 Os sintomas são desproporcionais ao perigo verdadeiro

 Os sintomas causam angústia significativa ou prejudicam o desempenho de atividades de


modo significativo

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 Os sintomas não são causados por outro transtorno mental, tais como ansiedade social, nem
por um problema de saúde geral, como a doença intestinal inflamatória

5.3.Tratamento da agorafobia
 Terapia de exposição

 Terapia cognitivo-comportamental

 Às vezes, antidepressivos denominados inibidores seletivos de recaptação da serotonina


(ISRSs)

Se a agorafobia não for tratada, sua gravidade geralmente vem e vai e pode até mesmo desaparecer
sem tratamento formal, talvez porque a pessoa usa sua própria forma de terapia de exposição, se
expondo a si mesma repetidamente à situação que desencadeia seus medos até o medo passar. Por
sua vez, outras pessoas já não se queixam mais sobre os sintomas de agorafobia, porque
aprenderam a evitar as situações (por exemplo, viajar de avião ou multidões) que desencadeiam a
ansiedade. No entanto, simplesmente evitar as situações pode limitar significativamente a vida da
pessoa. Uma vez que, inicialmente, os tratamentos costumam aumentar a ansiedade, o tratamento
da agorafobia (e outros transtornos de ansiedade) frequentemente inclui aprender estratégias de
relaxamento.

A terapia de exposição ajuda mais de 90% das pessoas.

A terapia cognitivo-comportamental também pode ser eficaz. Ao ser tratada com esse tipo de
terapia, a pessoa aprende a:

 Reconhecer em que momento seus pensamentos estão distorcidos

 Controlar os pensamentos distorcidos

 Modificar seu comportamento adequadamente

É possível que tomar um ISRS seja benéfico para pessoas com agorafobia. Embora os ISRSs sejam
considerados antidepressivos, eles também podem funcionar bem para alguns tipos de transtorno
de ansiedade

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5.4.Estatísticas
O transtorno de pânico (TP) é muito comum. Aproximadamente 2,7% da população cumpre com
os critérios para TP durante um período de um ano (Kessler, Chiu et ai. 2005; Kessler, Chiu, Jin
et ai. 2006) e 4,7% os cumpre em algum ponto durante suas vidas, dois terços sendo mulheres
(Eaton, Kessler, Wittchen & Magee, 1994; Kessler, Berglund et ai. 2005). Outro grupo menor
(1,4% em algum ponto durante suas vidas) desenvolve agorafobia sem nunca ter tido um completo
ataques de pânico. No geral, o surgimento do transtorno de pânico ocorre nos primeiros anos da
vida adulta, do meio da adolescência até aproximadamente os 40 anos. A idade média de início é
entre 20 e 24 anos (Kessler, Berglund et ai. 2005). Sabe-se que os pré-adolescentes experimentam
ataques de pânico inesperados e ocasionalmente transtorno de pânico, embora isso seja bastante
raro (Albano, Chorpita & Barlow, 1996; Kearney, Albano, Eisen, Allan & Barlow, 1997). A
maioria dos ataques de pânico iniciais não esperados começa na puberdade ou após essa fase. Além
disso, muitas crianças pré-púberes examinadas por clínicos gerais têm sintomas de hiperventilação
que podem muito bem ser ataques de pãnico.).

6. Influências culturais
O transtorno de pânico existe por todo o mundo, embora sua expressão possa variar de lugar para
lugar. A prevalência de taxas para o transtorno de pânico foi notavelmente semelhante nos Estados
Unidos, no Canadá, em Porto Rico, na Nova Zelândia, na Itália, na Coreia e em Taiwan, com
somente Taiwan mostrando taxas um pouco mais baixas (Horwath & Weissman, 1997). A taxa e
os tipos de sintomas dos ataques de pânico entre os alunos de uma universidade iraniana são
semelhantes entre os alunos de universidades ocidentais (Nazemi et ai. 2003).

6.1.Fobia específica
É um tipo de perturbação da ansiedade caracterizado por medo ou aversão persistente a um objeto
ou uma situação. Nomeadamente, chegam a causar um tal medo esmagador e debilitante desse
algo, que leva a que o indivíduo fóbico organize a sua vida baseado na evicção daquilo que lhe
causa esse medo. As fobias geralmente causam o aparecimento súbito de medo e estão presentes
por mais de seis meses. A pessoa afetada exerce grandes esforços para evitar a situação ou o objeto,
geralmente a um grau superior em relação ao perigo real do próprio objeto ou situação. Quando
não é possível o objeto ou a situação serem evitados, a pessoa afetada apresenta sinais acentuados
de aflição. No caso de fobia ao sangue ou a ferimentos pode ocorrer desmaio, e no caso

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de agorafobia são comuns ataques de pânico. Geralmente, um indivíduo apresenta fobias a diversos
objetos ou situações.

O desenvolvimento de Fobias pode estar ligado à interação entre fatores genéticos e ambientais, a
condicionamentos, a eventos negativos relacionados a uma situação ou objeto, a mudanças no
funcionamento do cérebro ou a experiências traumáticas vividas na infância. Por isso, crianças
e jovens são suscetíveis a apresentar esse tipo de transtorno.

6.2.Fobia de sangue-injeção-ferimentos

 Fobia situacional são caracterizadas pelo medo de transporte público ou de lugares


fechados são chamadas fobias situacionais. A claustrofobia, medo de lugares fechados
pequenos, é situacional, assim como a fobia de avião. De início, os psicopatologistas
pensaram que a fobia situacional era semelhante ao transtorno de pânico e agorafobia. A
fobia situacional, bem como o transtorno de pânico e agorafobia, tende a aparecer no meio
da adolescência até os 20 e poucos anos (Craske et ai. 2006; LeBeau et ai. 2010).
 Fobia de ambiente natural Algumas vezes, pessoas muito jovens desenvolvem medo de
situações ou acontecimentos que ocorrem na natureza. Esses temores são chamados fobias
de ambiente natural. Os principais exemplos são altura, tempestade e água. Esses medos
também parecem caminhar juntos (Antony & Barlow, 2002; Hofmann et ai. 1997): se você
teme uma situação ou acontecimento relacionado a, por exemplo, águas profundas, é
provável que tema também tempestades.
 Fobia de animal O medo de animais e insetos é denominado fobia de animais. Uma vez
mais, esse medo é comum, mas torna-se fóbico se houver uma interferência grave na vida
da pessoa.
 A acrofobia é caracterizada pelo medo irracional de altura e pode ser causada por diversos
fatores, como instinto de sobrevivência exacerbado e experiências traumáticas. Uma
pessoa que caiu de um lugar alto ou presenciou um acidente envolvendo queda livre, por
exemplo, tem grandes chances de desenvolver esse tipo de fobia. Os indivíduos que sofrem
desse transtorno costumam apresentar sintomas físicos e emocionais intensos quando estão
em locais altos, como vertigem, tremor e pânico. Nos quadros mais graves, o acrofóbico
não consegue subir escadas, morar em prédios, entrar em elevadores ou dirigir sobre pontes

18
6.3.Descrição clínica
Uma fobia específica é um medo irracional de um objeto ou de uma situação específica que
notadamente interfere na capacidade funcional de um indivíduo. Em versões anteriores do DSM,
essa categoria era chamada fobia "simples" para distingui-la da condição mais complexa da
agorafobia, mas hoje reconhecemos que não há nada simples em relação a esse transtorno. Muitos
podem ter medo de algo que não é perigoso, como ir ao dentista, ou ter um medo exagerado de
algo que é apenas um pouco perigoso, como dirigir um carro ou viajar de avião. As pesquisas
indicam que medos específicos de uma variedade de objetos ou situações ocorrem na maior parte
da população (Myers et ai. 1984). No entanto, a grande frequência dos medos, mesmo os graves,
faz as pessoas banalizarem o transtorno psicológico conhecido como fobia específica. Essas fobias
podem ser extremamente incapacitantes, como vimos no caso de Judy. Para pessoas como John
Madden, por outro lado, as fobias são um incômodo, às vezes extremamente inconveniente, mas
que não as impedem de se adaptar à vida administrando a fobia de alguma forma. No interior de
Nova York e da Nova Inglaterra, certas pessoas têm medo de dirigir na neve. Algumas chegaram
à nossa clínica tão fóbicas que, durante o inverno, estavam prontas para mudar-se daquelas regiões,
mudar de emprego e de vida e ir para o sul.

Para pessoas como John Madden, por outro lado, as fobias são um incômodo, às vezes
extremamente inconveniente, mas que não as impedem de se adaptar à vida administrando a fobia
de alguma forma. No interior de Nova York e da Nova Inglaterra, certas pessoas têm medo de
dirigir na neve. Algumas chegaram à nossa clínica tão fóbicas que, durante o inverno, estavam
prontas para mudar-se daquelas regiões, mudar de emprego e de vida e ir para o sul. Essa é uma
maneira de lidar com a fobia. No final deste capítulo, abordaremos outras formas. A principal
característica em comum entre Judy e John Madden é o critério do DSM-5 do medo acentuado e
ansiedade sobre um objeto específico ou situação. Ambos reconheceram que seu medo e ansiedade
eram desproporcionais a qualquer perigo real. Eles passavam boa parte do tempo evitando
situações em que a resposta fóbica pudesse ocorrer

6.4.Causas das fobias específicas


Em geral, as fobias específicas têm início após um evento traumático envolvendo o estímulo
fóbico, como, por exemplo, ficar preso em um elevador. Elas também podem se desenvolver a

19
partir de relatos de outras pessoas, o que indica que não é necessário ter passado por situações
relacionadas ao estímulo fóbico em si para temê-lo.

Há também a possibilidade de uma fobia específica se iniciar após um ataque de pânico em uma
situação inesperada, como dentro de um ônibus, gerando um medo irracional de pegar o ônibus
novamente. Também pode dar origem a uma fobia a transmissão de informações em demasia,
como noticiários com ampla cobertura de acidentes aéreos, por exemplo.

Muitas pessoas não sabem relatar porquê sua fobia começou. A fobia costuma ter início na
infância, entre os 7 e 11 anos de idade. Contudo, fobias específicas situacionais costumam começar
mais tarde. Fobias de animais, ambiente natural e sangue-injeção-ferimentos se iniciam na
infância, e podem apresentar recidivas e remissões durante a adolescência

7. Critérios diagnósticos para fobia específica


 Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas,
animais, tomar uma injeção, ver sangue).
 O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente pro- voca uma resposta imediata de
medo ou ansiedade.
 O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou
sofrimento.
 O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou
situação específica e ao contexto sociocultural.
 O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis
meses.
 O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
 A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental,
incluindo medo, an- siedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico
ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados
a ob- sessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos
traumáticos (como no transtorno de estresse pós-traumático); separação de casa ou de
figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou situações sociais
(como no transtorno de ansiedade social

20
7.1.Sintomas de fobias específicas

 Medo vivenciado na fobia é intenso e está relacionado apenas ao estímulo fóbico (objeto
ou situação temidos pela pessoa);

 A pessoa pode sofrer com ansiedade quando há a antecipação da presença do estímulo


fóbico;

 O medo da pessoa pode assumir a forma de um ataque de pânico, que desencadeia sintomas
como palpitações, suor excessivo, tremores, falta de ar, calafrios, entre outros;

 A fobia ocorre em quase todas as vezes que a pessoa entra em contato com o estímulo
fóbico. Pessoas que vivenciam medo ou ansiedade ocasionalmente na presença do estímulo
fóbico não são diagnosticadas com fobia específica;

 O grau do medo e ansiedade pode ser variável a cada novo encontro com o estímulo fóbico.
Algumas vezes o paciente pode ter um ataque de pânico, outras pode ter apenas uma
ansiedade antecipatória, mas o sentimento de medo e ansiedade sempre está lá;

 Em crianças, os sintomas incluem choro, ataques de raiva, imobilidade ou comportamento


de agarrar uma pessoa (geralmente o responsável);

 A pessoa tem a tendência de evitar o contato com os estímulos fóbicos, exibindo um


comportamento chamado de evitação ativa. O indivíduo fará de tudo para evitar as
situações que provocam a fobia e, caso não consiga, a consequência é uma ansiedade
intensa.

7.2.Fatores de risco

Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento de fobias específicas. Entre eles estão:

 Temperamento: Pessoas com alta tendência de pensar e esperar pelo pior (neuroticismo)
ou que costumam inibir comportamentos têm uma tendência maior para desenvolver
fobias;

 Ambientais: Superproteção, perda e separação parentais, abuso físico ou sexual, além de


encontros traumáticos com o estímulo fóbico são fatores ambientais que auxiliam no
desenvolvimento de fobias específicas;

21
 Genéticos e fisiológicos: Pessoas com parentes de primeiro grau que sofrem de alguma
fobia específica têm uma probabilidade maior de desenvolver uma fobia específica da
mesma categoria que seu parente. Se o pai tem fobia de insetos, o filho tem mais chances
de ter fobia de aranhas, por exemplo, do que outros tipos de fobias. Além disso, pessoas
com fobia de sangue-injeção-ferimentos são propensas ao desmaio na presença dos
estímulos fóbicos, o que pode indicar fatores fisiológicos envolvidos na fobia.

7.3.Tratamento
Tratamento Embora o desenvolvimento das fobias seja relativamente complexo, o tratamento é
bastante objetivo. Quase todos concordam que as fobias específicas exigem exercícios baseados
em expo- sição estruturada e consistente (Barlo,v, Moscovitch & Micco, 2004; Craske et ai., 2006).
Entretanto, a maioria dos pacientes que se expõem ao que temem deve estar sob supervisão
terapêutica. Os indivíduos que tentam conduzir os exercícios sozinhos fazem demais em muito
pouco tempo e deixam-se vencer, fugindo da situação, o que pode fortalecer a fobia. Além disso,
se temem ter outro ataque de pânico inesperado em determinada situação, é útil que sejam
encaminhados à terapia como na maneira descrita para o transtorno de pânico (Antony, Craske, &
Barlo,v; 2006; Craske et ai., 2006). Para ansiedade de separação, os pais muitas vezes são incluídos
para ajudar a estruturar os exercícios e também para tratar sua reação à ansiedade da criança
(Choate, Pincus, Eyberg & Barlow, 2005). Mais recentemente, um programa de uma semana
intensiva para meninas com idades entre 8 e 11 anos desenvolvido em uma de nossas clínicas em
que as elas dormiam na clínica provou-se altamente bem sucedido (Pincus, Santucci, Ehrenreich
& Ryberg, 2008; Santucci, Ehrenreich, Trosper, Bennett & Pincus, 2009). Por fim, nos casos de
fobia de sangue-injeção-ferimentos, em que o desmaio é uma possibilidade real, exercícios de
exposição gradual devem ser feitos de maneira muito específica. Os indivíduos devem tensionar
vários grupos musculares durante os exercícios de exposição para manter sua pressão arterial
suficientemente elevada para completar a prática (Ayala, Meuret & Ritz, 2009; Ost & Sterner,
1987). Novas soluções tornam possível tratar muitas fobias específicas, incluindo fobia de sangue,
em uma única sessão, levando aproximadamente de duas a seis horas (veja, por exemplo, Antony
et ai. 2006; Craske et ai. 2006; Hauner, Mineka, Voss & Paller, 2012; Ost, Svensson, Hellstrom &
Lindwall, 2001). Basicamente, o terapeuta passa a maior parte da sessão com o indivíduo,
trabalhando com exercícios de exposição com o objeto ou situação fóbicos

22
7.4.Estatísticas
Os medos específicos ocorrem na maioria das pessoas. Os mais comumente encontrados na
população são categorizados por Agras, Sylvester e Oliveau (1969). Não é de surpreender que o
medo de cobras e de altura está próximo do topo. A proporção entre os medos comuns é
esmagadoramente maior no sexo feminino, com algumas poucas exceções, segundo os dados dos
autores. Entre essas exceções está o medo de altura, para o qual a proporção entre os sexos é
praticamente igual. Poucas pessoas que relatam medos específicos se qualificam como fóbicas,
mas, para aproximadamente 12,25% da população, seus medos se tornam graves o suficiente para
ganhar o rótulo de "fobià'. Durante um período de um ano, a prevalência é de 8,7% nas pessoas
em geral (Kessler, Berglund et ai. 2005), mas de 15,8% em adolescentes (Kessler et ai., 2012).
Essa é uma porcentagem muito alta, fazendo da fobia específica um dos transtornos psicológicos
mais comuns nos Estados Unidos e em todo o mundo (Arrindell et ai. 2003b). Assim como para
os medos comuns, a proporção de sexo de quatro para um para fobias especificas é
esmagadoramente feminina, o que também é bastante consistente em todo o mundo (Craske et ai.
2006; LeBeau et ai. 2010).

8. Transtorno antissocial
É um transtorno de personalidade descrito no DSM-V, caracterizado pelo comportamento
impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais e indiferença ou desrespeito pelos
direitos e pelos sentimentos dos outros. Frequentemente o indivíduo demonstra também
baixa consciência ou sentido de moral associado a um histórico de problemas legais e
comportamentos agressivos ou impulsivos. Na classificação internacional de doenças (CID), é
chamado de transtorno de personalidade dissocial Costuma-se distinguir o conceito de distúrbio
da personalidade antissocial do conceito de psicopatia. Muitos pesquisadores argumentam que a
psicopatia é um distúrbio que se sobrepõe ao TPA, mas é distinto deste. Na população em geral,
as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre
presidiário

O Transtorno de Personalidade Antissocial é mais comum em homens do que em mulheres e a


maioria dos pacientes apresenta também uma tendência ao uso de substâncias ilícitas. A incidência
relatada varia, mas provavelmente é de 1 a 3,6% da população em geral, e há um forte componente
hereditário. A prevalência diminui com a idade, sugerindo que os pacientes podem aprender ao

23
longo do tempo a mudar seus c As pessoas que sofrem desse transtorno, também conhecido como
sociopatia, têm um padrão de comportamento que desrespeita e viola os direitos dos outros. Essa
falta de interesse no bem-estar de outras pessoas traz prejuízos para os pacientes, que muitas vezes
tomam atitudes irresponsáveis, impulsivas e até criminosas.

8.1.Descrição clínica
O transtorno de ansiedade social é mais do que vergonha exagerada (Bogels et ai., 2010; Hofmann
et ai., 2009). Os casos aqui descritos são típicos de muitos que aparecem de vez em quando na
imprensa ao longo dos anos. Problema precisam esperar até que um banheiro privado esteja
disponível, uma tarefa difícil às vezes. O que esses exemplos têm em comum é que o indivíduo
fica muito ansioso somente enquanto outros estiverem presentes e talvez assistindo e, de algum
modo, avaliando o seu comportamento. Este é verdadeiramente o transtorno de ansiedade social,
porque as pessoas não têm dificuldade para comer, escrever ou urinar se estiverem sozinhas.
Somente quando há outras pessoas observando é que o comportamento se deteriora

8.1.Sintomas
Pessoas com o Transtorno da Personalidade Antissocial são mentirosas, manipuladoras,
impulsivas, irresponsáveis e até violentas. Desrespeitam e violam os direitos dos outros e não
sentem remorso por isso, além de terem dificuldade para seguir planos e normas.Esses
comportamentos começam a aparecer na adolescência, antes dos 15 anos, mas, como é necessário
ser maior de idade para ser diagnosticado como antissocial, os episódios nessa época são chamados
de Transtornos de Conduta. O adolescente que apresenta esse tipo de comportamento tem mais
chances de desenvolver o transtorno na vida adulta. Isso não quer dizer que ele necessariamente
desenvolverá a doença, mas é preciso ficar atento.

 Falta de entendimento do que é certo e errado;


 Mentiras constantes para tirar proveito pessoal;
 Insensibilidade em relação aos sentimentos dos outros;
 Desrespeito e violação dos direitos de outras pessoas;
 manipulação;
 Arrogância e senso de superioridade;
 Problemas constantes com a lei, incluindo atos criminosos

24
 Desonestidade;
 Impulsividade;
 Incapacidade de seguir planos;
 Falta de empatia e remorso;
 Irritabilidade e comportamentos violentos;
 Relacionamentos superficiais;
 Tomada de riscos desnecessários;
 Incapacidade de considerar consequências negativas antes de tomar atitudes ou de aprender
com os erros;
 Falta de responsabilidade financeira e incapacidade de se manter em um emprego.

8.2.Causas
Segundo Sidman (1995), indivíduos antissociais aprendem a comportar-se dessa forma à medida
que seus atos produzem como consequência a remoção ou a eliminação de eventos perturbadores,
ameaçadores ou perigosos, de forma que ele consiga livrar-se, fugir, esquivar-se ou diminuir a
frequência ou a intensidade de uma estimulação considerada negativa. Quando os agentes
punidores (geralmente os pais e o Estado) não estabelecem limites e consequências eficientes,
consistentes e claros com aviso prévio para os comportamentos transgressores, eles tendem a
continuar. Estudos mostram que esses comportamentos vão se agravando com a transição da
infância para a adolescência de forma que agressividade excessiva na infância é um preditor de
agressividade na adolescência e associado positivamente ao uso de drogas e deliquência e mesmo
na idade adulta.

8.3.Estatísticas
Até 12, l % da população geral sofre de transtorno de ansiedade social em algum momento de
suas vidas (Kessler, Berglund et ai. 2005). Em um período de um ano, a prevalência é de 6,8%
(Kessler, Chiu et ai., 2005) e 8,2% em adolescentes (Kessler et ai., 2012). Esse transtorno perde
apenas para a fobia específica como transtorno de ansiedade prevalente, afligindo mais de 35
milhões de pessoas nos Estados Unidos, com base nas estimativas populacionais atuais. Muito
mais pessoas são tímidas, mas não o suficiente para enquadrarem-se nos critérios da fobia social.
Ao contrário de outros transtornos de ansiedade predominantes em mulheres (Hofrnann et ai. 2009;
Magee et ai., 1996), a proporção para o transtorno de ansiedade social é quase 50:50 entre os sexos

25
(Hofmann e Barlow, 2002; Marks, 1985). No geral, 45,6% das pessoas que sofrem do transtorno
procuraram ajuda profissional em um período de 12 meses (Wang et ai., 2005). Ele geralmente
começa na adolescência, com um pico de surgimento por volta dos 13 anos (Kessler, Berglund et
ai. 2005). Esse transtorno também tende a ser mais prevalente em pessoas jovens (18-29 anos), de
baixa escolaridade, solteiras e de baixo nível socioeconómico. A prevalência entre os indivíduos
com mais de 60 anos é menor que a metade da taxa mencionada anteriormente (6,6%) para
indivíduos entre 18-29 anos (13,6%) (Kessler, Berglund, et ai., 2005). Considerando-se as
dificuldades de encontrar pessoas, não é surpreendente que uma porcentagem maior dos indivíduos
com fobia social seja composta por solteiros em comparação à população geral.

8.4.Tratamento
As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de transtornos de personalidade
são os neurolépticos, antidepressivos, lítio, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e
psicoestimulantes. Porém tratamentos medicamentosos revelaram ser ineficazes no tratamento de
psicopatia, apesar de poucos estudos terem sido realizados adequadamente. Mesmo com poucos
testes, sais de lítio são usados frequentemente no tratamento de pacientes psicopatas, pois podem
levar a uma redução nos comportamentos impulsivos, explosivos e na instabilidade emocional.
Seus principais efeitos colaterais são sedação, tremores e problemas motores.

Há indicativos de que a terapia cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no


tratamento de transtornos de personalidade antissocial. A American Psychiatric
Association considera a terapia analítico-comportamental como o tratamento de regulação afetiva
mais eficaz e empiricamente suportado para transtornos de personalidade.

Psicoterapias com pacientes com personalidade violenta em liberdade condicional reduziram os


índices de reincidência para 20 e 33% comparado com 40 a 52% dos grupos controles. Os autores
concluem que a personalidade dos pacientes não mudou, porém eles aprenderam a controlar
melhor seus impulsos e pensarem mais nas consequências de seus atos.

9. Fase de tratamento
Quando usados em indivíduos que sofrem de TAS (ou transtorno de pãnico), a DCS é administrada
aproximadamente uma hora antes do ensaio de exposição ou extinção, e o indivíduo não toma a
droga de forma continua. Por exemplo, Michael Otto et ai. Em uma de nossas clínicas (Otto et ai.,

26
2010), fizeram uma intervenção cognitivo-comportamental em pacientes com transtorno de pânico
com e sem a droga ( ou seja, um grupo recebeu a droga e outro grupo recebeu um placebo, e nem
os pacientes nem os terapeutas sabiam qual grupo estava recebendo a droga e qual não estava,
configurando um experimento duplo- -cego). As pessoas que receberam o medicamento
melhoraram significativamente mais durante o tratamento do que aquelas que não receberam a
droga. Isto é particularmente notável porque os sinais temidos por pessoas com transtorno de
pânico são sensações flsicas, e a droga DCS ajudou a extinguir a ansiedade desencadeada por
sensações como frequência cardíaca ou respiração aumentadas. Stefan Hofmann et ai. {2006)
encontraram um resultado semelhante com o transtorno de ansiedade social. Uma extensão recente
desse estudo mostrou que a DCS foi associada a uma taxa 24% a 33% mais rápida de melhoria na
gravidade dos sintomas e de remissão em relação ao placebo durante um ciclo completo de doze
semanas de intervenção de terapia cognitivo-comportamental (TCC). No entanto, a DCS não
melhorou as taxas de resposta e de remissão da intervenção TCC, em comparação com o placebo
{Hofrnann et ai., 2013).

9.1.Diagnóstico
Esse transtorno da personalidade pode dar os primeiros sinais ainda na adolescência, por meio de
alguns comportamentos agressivos e falta de empatia. No entanto, para ser diagnosticado, o
indivíduo precisa ter mais de 18 anos e se encaixar em, pelo menos, três dos seguintes critérios:

 Incapacidade de adequação a normas sociais;

 Impulsividade ou incapacidade de seguir planos;

 Agressividade e irritabilidade;

 Enganar, mentir e ludibriar outros com objetivo de ganhos pessoais;

 Ser irresponsável com a segurança própria ou de outros;

 Ausência de remorso e

 Incapacidade de se manter em empregos e de honrar compromissos financeiros.

27
10. Conclusão
No presente trabalho A partir da revisão bibliográfica realizada, foi possível observar que a
ansiedade é um fenômeno que afeta muitas pessoas, em diferentes graus e intensidades. A
ansiedade normal é uma resposta natural do organismo a situações de estresse e pressão, mas
quando se torna excessiva e interfere na vida cotidiana, pode ser considerada um transtorno de
ansiedade. A compreensão da ansiedade em seus diferentes níveis é fundamental para prevenir e
tratar transtornos mentais e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Os fatores de risco
associados à ansiedade incluem genética, histórico familiar, traumas, estresse e fatores sociais e
culturais. Por outro lado, existem várias terapias e tratamentos eficazes para lidar com a ansiedade,
que incluem a terapia cognitivo-comportamental, a terapia de exposição, o relaxamento muscular
progressivo, a medicação e outras abordagens.

28
11. Referência bibliográfica
BERNIK MA. Benzodiazepínicos: quatro décadas de experiência. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, p. 45-57. 1999.

COATES V, BEZNOS GW, FRANÇOSO LA. Medicina do adolescente. 2a ed. rev. e ampl. São
Paulo: Sarvier; 2003.

GOODWIN RD, ROY-BYRNE P. Panic and suicidal ideation and suicide attempts: results from
the National Comorbidity Survey. Depress Anxiety. 2006;23(3):124- 132. MARCELLI D,
BRACONIER

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