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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE


Curso de Psicologia

PERCEPÇÃO E TRANSTORNO DO PÂNICO

São Bernardo do Campo


2018
FÁBIA APARECIDA DA SILVA RA.: 299511
GEOVANA DE JESUS ARAUJO RA.: 289795
GIULIA ALVES DE OLIVEIRA RA.: 299509
LAÍS BASTOS SILVA RA.: 296055
MÁRCIA DE JESUS FREITAS RA.:198803
MARIANA GRANZOTTO MEIJOME RA.: 296191
RENATA SAYURI KAWAUCHI RA.: 254760
RODRIGO TERENCIANI HERNANDEZ RA.: 298365
STEFFANE A. PEREIRA MENDES RA.:298363
STEPHANIE SANTOS DA SILVA RA.: 287995
THALITA DE ASSUNÇÃO RA.: 0289883
Turma única - Noturno

PERCEPÇÃO E TRANSTORNO DO PÂNICO

Seminário Percepção e Transtorno do Pânico,


módulo Processos Psicológicos da Universidade
Metodista de São Paulo – UMESP. Docente
responsável: Profª Cesar Roberto Pinheiro

São Bernardo do Campo


2018
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 04
2 DEFFINIÇÕES ...................................................................................................................... 05
2.1 Definição de percepção ....................................................................................................... 05
2.2 Definição do transtorno do pânico ...................................................................................... 05
3 TRANSTORNO DO PÂNICO.............................................................................................. 07
3.1 Aspecto histórico ................................................................................................................ 07
3.2 Causas.................................................................................................................................. 08
3.3 09
Sintomas ..............................................................................................................................
3.3.1 Despersonalização, desrealização e Transtorno do Pânico............................................... 09
3.4 Dificuldades......................................................................................................................... 10
3.5 Aceitação............................................................................................................................. 10
3.6 Cura ..................................................................................................................................... 10
3.7 Aspecto genético.................................................................................................................. 11
3.8 Transtornos associados a síndrome do pânico..................................................................... 11
3.8.1 Estresse............................................................................................................................. 11
3.8.2 Ansiedade e depressão ..................................................................................................... 12
4 RELAÇÃO ENTRE A PERCEPÇÃO E O 13
TRANSTORNO..................................................
4.1 Aspectos neurológicos ........................................................................................................ 13
4.2 Percepção e o transtorno...................................................................................................... 14
5 TRATAMENTOS .................................................................................................................. 15
5.1 Tratamento Psicofármacos................................................................................................... 15
5.1.1 Clomipramina................................................................................................................... 15
5.1.2 Citralopam........................................................................................................................ 17
5.2 Psicoterapias........................................................................................................................ 17
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 20
REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 22
ANEXO A – 25
Caso .....................................................................................................................
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5

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objetivo definir o que é percepção além de conceituar o
transtorno do pânico e seus aspectos genéticos, na visão da psicologia.
De acordo com a American Psychiatric Association (2013), o Transtorno do Pânico
afeta negativamente nossa vida diária em altos níveis de incapacidade social. Muitas visitas ao
médico e ao serviço de urgência podem levar a faltas na escola e no trabalho, além do alto
custo das consultas. Entretanto, a maior preocupação dos especialistas, no que diz respeito
àqueles que sofrem de Transtorno do Pânico, é a baixa qualidade de vida que possuem.
Existem diversos casos de pessoas que sofrem do Transtorno do Pânico e nem ao
menos sabem o que, de fato, está ocorrendo com elas. Muitos indivíduos acabam por procurar
centros médicos de emergência por acreditarem que estão sofrendo doenças físicas devido aos
sintomas corporais causados pelo pânico. E só após fazerem diversos exames, serem
analisados e terem o diagnóstico sem parecer físico, esses indivíduos procuram atendimento
psicológico, seja por indicação feita pelo médico ou por escolha própria.
Existem ainda pessoas que já têm um conhecimento prévio sobre sua saúde mental e
por si só optam pelo auxílio de especialistas na área de psicologia como uma forma de se
sentirem melhor.
Em todos os casos, é de extrema importância que o profissional da área da saúde
mental esteja a par do assunto, pois só assim conseguirá identificar o Transtorno do Pânico e
analisar cada caso oferecendo o melhor tratamento possível ao paciente.
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2 DEFINIÇÕES

2.1 Definição de Percepção

O termo percepção se origina do latim perceptio e significa apropriar-se de algo. A


percepção é a faculdade de conhecer e apreender informações através dos sentidos. Visão,
audição, tato, olfato e paladar coexistem individualmente, entretanto, é função do cérebro
interligar e traduzir as mensagens do meio percebidas pelos nossos sentidos.
A percepção não é algo tangível porque representa a realidade mental do indivíduo e
como ele interpreta o meio. À medida que os indivíduos vivenciam diversas experiências, eles
desenvolvem percepções particulares a respeito das coisas do mundo.
As percepções podem ser formadas a partir daquilo que o indivíduo vivenciou e
aprendeu ou então por experiências vividas pelas pessoas que fazem parte de suas vidas. Seja
por nossas próprias experiências ou por observação de situações alheias, a percepção é muito
particular e apresenta-se em diferentes níveis na vida dos indivíduos.
Estudos de neuroimagem descrevem que a percepção de emoções tende a ser pior em
pacientes com o Transtorno do Pânico. Esses estudos também levantam a hipótese de que os
pacientes com Transtorno do Pânico interpretem os estímulos sociais como extremamente
perigosos e apresentem maior dificuldade em perceber a realidade como ela realmente é em
um momento de crise.

2.2 Definição do Transtorno do Pânico

O Transtorno do Pânico é um surto de medo que atinge seu auge em questão de


minutos. O indivíduo vivencia forte medo de morrer ou enlouquecer. Rapidamente sintomas
como taquicardia, sudorese intensa, tremores fortíssimos, falta de ar, sensação de desmaio,
náuseas, calafrios e ondas de calor acometem o indivíduo que, pode ou não, estar vivenciando
uma situação estressante.
Existem dois tipos de ataques de pânico: o esperado e o inesperado. Os ataques
esperados são aqueles em que há sintomas e um desencadeante óbvio, como a experiência de
uma situação estressante. Já os ataques inesperados, como o ataque de pânico durante o sono,
são aqueles que não apresentam sinais antecessores à sua ocorrência. Para que exista o efetivo
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diagnóstico do indivíduo como portador de ataques do pânico inesperados são necessários


ataques súbitos e recorrentes.
O Transtorno de Pânico apresenta-se mais comumente em pessoas do sexo feminino,
na proporção de três mulheres para cada homem. O início dos sintomas ocorre, em geral, na
adolescência e vai até aos 35 anos. A evolução é crônica, com períodos de melhoras e pioras.
Algumas condições médicas mal diagnosticadas podem ser confundidas com um
ataque de pânico. Existem fatores de risco para os indivíduos que nutrem emoções negativas e
têm forte sensibilidade à ansiedade no desenvolvimento do transtorno.
O transtorno do pânico geralmente está associado a outro transtorno mental como, por
exemplo, transtornos de ansiedade, transtornos depressivos e transtorno bipolar.
Estudos recentes mostraram que a combinação de medicamentos antidepressivos e
psicoterapia têm obtido bons resultados e auxiliado na qualidade de vida das vítimas.
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3. TRANSTONO DO PÂNICO

3.1 Aspecto Histórico

Segundo Landeira-Fernandez e Cruz, a ansiedade surge a partir do medo. O medo


pode ser considerado saudável até exceder os parâmetros e tornar-se doentio.
Em 1813, ocorreu a primeira classificação de ansiedade como distúrbio mental. Augustin-
Jacob Landré-Beuvais, um cirurgião francês, descreveu a ansiedade como um transtorno
mental que também apresentava sintomas físicos. A partir de estudos sobre a ansiedade, o
transtorno do pânico foi reconhecido e também analisado.
O termo pânico origina-se da palavra grega panikon e significa susto ou pavor.
Através da Mitologia Grega conhecemos a história do deus Pã. Apesar de ser um deus, Pã não
habitava o cume do Monte Olimpo, vivia no campo ajudando os homens no cuidado dos
animais. Pã era uma criatura assustadora com chifre, barba, pernas de bode e rabo. Esse deus
foi considerado tão feio que ao ser visto por sua mãe pela primeira vez, assustou-a e ela fugiu.
O deus brincava com a própria feiura e usava-a para pregar peças nos humanos. Pã saltava nas
costas das vítimas, apavorando-a e se divertia muito com isso.
Mas qual a relação entre o Pã e a Síndrome do Pânico? Assim como Pã, o pânico ataca
de repente e apavora o homem expondo-o ao medo, ao desconhecido e a desordem interna.
Daí se originaria o termo pânico usado, na contemporaneidade, como medo excessivo e
repetitivo.
Os estudos sobre a síndrome do pânico são recentes porque, por diversas vezes, a
síndrome foi confundida com doenças cardíacas e neurológicas. Os pesquisadores não
compreendiam de onde a síndrome advinha e acreditam se tratar apenas de uma doença física
já que os seus sintomas como falta de ar, taquicardia, suor excessivo e dores no peito são
sintomas físicos muito perceptíveis.
No século XIX, encontramos as primeiras descrições do que hoje chamamos de
Transtorno do Pânico. Jacob Mendes da Costa identificou em alguns soldados da guerra civil
americana os sintomas do que viria a ser conhecido como “síndrome do coração irritável”.
Essa nomenclatura surgiu a partir das crises de ansiedade e taquicardia vividas pelos soldados
durante as batalhas na guerra.
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Mais tarde, a síndrome foi denominada neurastenia cardiocirculatória, a nova


nomenclatura foi utilizada para descrever uma desordem cardíaca funcional sem nenhuma
doença física envolvida.
O psicanalista Sigmund Freud classificou a síndrome como neurose sobrevinda de
ansiedade. Para Freud essa neurose causaria angústia, inibição e contenção, além de
desconforto físico respiratório, digestório e circulatório. Na crise, o indivíduo teria sensações
extremas, todo seu organismo responderia como se estivesse frente a grandes perigosos que
são, na maioria dos casos, imaginários.
Freud entendia que a intensa excitação do sistema nervoso ocorreria por um reflexo
anormal do organismo ligado às recordações. Ao lembrar-se de alguma vivência carregada de
sentimentos, o indivíduo teria uma crise de ansiedade e a convergiria em somatização.
O primeiro histórico de diagnóstico oficial do transtorno do pânico ocorreu em 1980.
Foi publicado pela Associação Americana de Psiquiatria por meio do DSM III (Diagnostic
and Statistical of Mental Disorders, 3rd Edition).
Segundo os estudiosos, a síndrome do pânico tem raízes no inconsciente do indivíduo
e a partir de vivências não elaboradas satisfatoriamente. Ainda não há estudos conclusivos
sobre o tema e há muito mais questionamento do que resoluções. O corpo e a mente humana
causam dificuldades no âmbito de pesquisas, já que, encontramo-nos como o próprio objeto
de estudo.
A ansiedade faz parte da História e da Evolução Humana. Ao sentir medo em uma
situação de perigo, o ser humano caminha para a sua sobrevivência. Entretanto, em excesso,
ela é fonte geradora de angústia e mal-estar físico. Para quem sofre de síndrome do pânico,
tratamento e acompanhamento específico com psicoterapias e, em alguns casos, fármacos, são
fundamentais. Por meio da psicoterapia é possível chegar ao cerne e compreender o que
motiva a síndrome do pânico especificamente em cada indivíduo.

3.2 Causas

Causado pela falha na comunicação dos neurotransmissores responsáveis por enviar


informações ao cérebro. O uso de medicamentos pode ser necessário para restabelecer o
equilíbrio psíquico. A síndrome pode surgir por pressões excessivas vividas pelo indivíduo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as crises são mais frequentes em
mulheres, adolescentes e jovens adultos.
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É possível restaurar o equilíbrio psíquico com sessões de psicoterapias e em alguns


casos é necessário o uso de medicamentos.
3.3 Sintomas

Segundo o Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5), o Transtorno do


Pânico é um surto intenso e inesperado que, em minutos, pode chegar ao seu ápice. Suas
vítimas podem apresentar quatro ou mais dos seguintes sintomas:
1. Palpitações, coração acelerado ou taquicardia.
2. Sudorese.
3. Tremores ou abalos.
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
5. Sensações de asfixia.
6. Dor ou desconforto torácico.
7. Náusea ou desconforto abdominal.
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
9. Calafrios ou ondas de calor.
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar
distanciando de si mesmo).
12. Medo de perder o controle ou "enlouquecer".
13. Medo de morrer.

3.3.1 Despersonalização, desrealização e Transtorno do Pânico

Despersonalização e desrealização são sintomas comuns de transtorno de ansiedade


(como citados anteriormente). Mas esses sintomas podem potencialmente aumentar o
sentimento de medo, pânico e ansiedade.
Embora sejam semelhantes, apresentam questões separadas e distintas. E muitas vezes
afetam o pensamento durante o ataque de pânico.
Despersonalização: a maneira mais fácil de entendermos o que seria a
despersonalização é imaginar a seguinte cena: você pode se sentir como se estivesse separado
do seu corpo, como se você estivesse assistindo a você mesmo a certa distância. Durante o
ataque de pânico, esse sentimento é acompanhado por pensamentos e o medo de perder o
contato com a realidade ou com a falta de controle sobre si.
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Desrealização: é descrito como uma desconexão rápida e intensa da realidade a sua


volta. A melhor forma de explicar é como se você fosse transportado subitamente para outro
local que não conhece e também não consegue compreender o todo. Pode ser visto como um
pesadelo do qual não consegue sair.
Sofrer desses sintomas pode ser assustador e perturbador, mas eles não são
considerados perigosos ou fatais.

3.4 Dificuldades

A crise de pânico é o estado mais agudo da condição de ansiedade. Durante a crise,


ocorre uma falha na comunicação entre os neurotransmissores. As informações que chegam
ao cérebro dizem que existe necessidade de o indivíduo reagir a situações de risco extremo e
todo seu organismo se prepara para o combate.
Muitas vítimas do Transtorno do Pânico acreditam que os ataques serão passageiros, e
negam-se a procurar ajuda de um profissional capacitado. Podem ainda sofrer rejeição
familiar e não obter o suporte necessário durante as crises e o tratamento.

3.5 Aceitação

As vítimas do Pânico podem apresentar uma pausa entre os ataques durante certo
período e, em outros momentos, podem ter sintomatologia grave e contínua.
Como já observado, o Transtorno do Pânico pode ser associado a outros transtornos
como depressão e ansiedade. Em adultos atribui-se o desenvolvimento do transtorno às
situações estressantes e fatores sociais, já em crianças a baixa taxa reconhecida do Transtorno
do Pânico pode ocorrer devido à dificuldade em relatar os sintomas, em adolescentes pode
existir pouca abertura para se discutir o assunto o que dificulta ainda mais sua averiguação.
Segundo o DSM- 5, a idade mais tendenciosa para o desenvolvimento do Transtorno
do Pânico é entre 20 e 24 anos, havendo poucas ocorrências durante a infância e após os 45
anos.

3.6 Cura
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Por ainda não ser bem compreendida pelas pessoas e, comumente, ser detectada
apenas como ansiedade, as vítimas da Síndrome do Pânico podem não buscar os recursos e
tratamentos adequados gerando grande sofrimento e pouquíssima qualidade de vida.
Admitir e procurar ajuda de um profissional é o caminho indicado para alcançar
equilíbrio e qualidade de vida. Mesmo que não se tenha encontrado, de fato, uma cura, é
possível conviver e superar as dificuldades do pânico.

3.7 Aspecto genético

O comportamento humano é produto da atividade encefálica, e o encéfalo é o produto


de dois fatores que interagem: a hereditariedade e o ambiente (Bear, 2002, p.676).
Quando pensamos a respeito da síndrome do pânico existe forte tendência genética
relacionada ao transtorno. Cerca de 28% a 43% dos casos manifestos de TP correspondem a
um padrão familiar. Pessoas cujos pais apresentem o transtorno manifesto possuem oito vezes
mais chances de igualmente desenvolver o transtorno. Os estudos ainda não conseguiram
apontar com exatidão quais são os genes responsáveis pelo desencadear do transtorno,
entretanto, os pesquisadores têm levantado hipóteses sobre alguns genes envolvidos no
processo de Transtorno do Pânico.
Como já citado anteriormente, o pânico pode ser desencadeado por uma situação
ameaçadora vivida na infância ou na vida adulta do indivíduo podendo manifestar-se quando
não há amparo e tratamento para essas situações. Há grande preocupação em torno de quais
comportamentos, hábitos alimentares e estilos de vida que poderiam servir de gatilho para que
fatores desencadeadores culminassem em crises de pânico.
Estudos demonstram, entretanto, que hábitos saudáveis de vida como uma boa
alimentação, a prática de exercícios físicos e sono adequado podem influenciar positivamente
e auxiliar no silenciamento de genes que desencadeariam as crises de pânico.

3.8 Transtornos associados a síndrome do pânico

3.8.1 Estresse

Há quatros séculos surgia a palavra estresse e seu significado era de aflição,


adversidade. E com o passar dos anos seu significado foi se alterando, atualmente é sinônimo
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de esforço extra a que o organismo é submetido quando precisa passar por uma situação de
sofrimento ou mal-estar.
Nas últimas décadas, as mudanças sociais obrigaram os homens a adaptações em todas
as áreas da vida, as ansiedades, angústias, pressões e conflitos foram incorporados à vida
moderna. E o estresse disparou na população mundial. O estresse em excesso nos leva a
predisposição de diversas doenças, tanto físicas quanto psicológicas. O estresse pode levar a
problemas psiquiátricos graves como depressão e ansiedade.
A sociedade está em uma situação cada vez pior, e a consequência é o aumento do
estresse com a diminuição drástica da qualidade de vida e tudo isso está relacionado a
contribuição para a Síndrome do Pânico.
A cada dia o indivíduo se depara com grande número de situações cujo potencial
estressor é função da própria situação e do próprio indivíduo.
Os fatores deste contexto podem ser definidos como aqueles originados do ambiente
em que o indivíduo vive; ambiente esse que pode variar de amplitude. Essas variações podem
ser consideradas como as condições de vida em termos de padrões morais e sociais, política
empresarial, condições econômicas, segurança etc.
A ansiedade pode surgir a partir de pensamentos, sentimentos ou acontecimentos da
vida em geral. Se essa tensão e preocupação durar mais de um mês, ela passa a ser
considerada como uma reação ao estresse mantido por longo tempo.

3.8.2 Ansiedade e depressão

Os quadros de ansiedade e depressão não são quadros opostos, na verdade nota-se que
uma porcentagem das pessoas que apresentam transtornos de ansiedade acaba desenvolvendo
um quadro de depressão.
Em pessoas que apresentam transtorno de depressão, nota-se também a presença da
ansiedade como um dos sinais desse transtorno. Entre outros sinais estão o pessimismo, a
sensação de “vazio”, constante sentimento de tristeza, culpa e entre outros.
A ansiedade causada pelo estresse, no caso do Transtorno do Pânico, pode ocorrer
devido ao medo de viver alguma situação. As pessoas que no caso sofrem com a síndrome do
Pânico, devido a esse medo das situações e essa ansiedade podem acabar se isolando de
alguns meios a fim de evitar esses sentimentos.
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Nota-se que os efeitos do transtorno levam quem sofre do mesmo, nos casos mais
graves, a uma incapacidade de lidar com os fatores externos, causando um prejuízo grave no
convívio social, podendo desenvolver nesses casos quadros de depressão.

4 RELAÇÃO ENTRE A PERCEPÇÃO E O TRANSTORNO

4.1 Aspectos neurológicos

Quando enfrentam uma situação perigosa, os seres humanos produzem grandes


quantidades de hormônios. Os hormônios, como a noradrenalina são responsáveis por elevar a
respiração e acelerar o coração. Quando sofre um ataque de pânico, o indivíduo sente
intensamente as sensações de enfretamento, mesmo que não haja um grande perigo a ser
encarado, seu corpo o prepara para isso.
A memória tem função estrutural nos ataques de pânico. Quando enfrenta uma crise, o
sistema de defesa faz uma associação entre aquilo que a pessoa sentiu inicialmente e o próprio
ataque do pânico. É elaborada assim, uma memória de pareamento. Aos primeiros sinais de
desconforto, a pessoa é levada rapidamente ao ataque do pânico através de condicionamentos.
A amígdala é responsável por perceber as emoções de medo e avisar ao corpo que
aquele é o momento de proteger-se. Diferentemente dos outros animais, os seres humanos têm
a capacidade de prever perigos o que os torna mais temerosos e precavidos.
Toda vez que nos deparamos com sensações carregadas de memórias negativas, as
amígdalas nos alarmam, temos a sensação de pavor e não conseguimos analisar friamente o
que acontece. Rapidamente, as amígdalas respondem aos estímulos externos e nos levam a
grandes sofrimentos físicos e emocionais. Além dos medos aprendidos, existem nos genes
humanos, medos gravados ao longo de nossa evolução histórica, como o temor por cobras,
por exemplo.
Aqueles que sofrem de ataques de pânico não temem todas as coisas como,
erroneamente, costuma-se pensar. Esses indivíduos, na realidade, apresentam constante estado
de alerta e reações fisiológicas que provocam sofrimento intenso. O diálogo entre seu cérebro
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e seus pensamentos não ocorre de forma adequada e acabam por vivenciar crises severas de
pânico.
O transtorno do pânico também ocorre devido a um mau processamento das
amígdalas, porém, nesse contexto, o indivíduo gerencia erroneamente seu mundo interior. O
indivíduo percebe que, em seu organismo, ocorre aceleração de seu coração, transpiração e
respiração ofegante o que lhe gera ansiedade intensa e, por perceber-se passando mal, teme
sua morte e desencadeia as crises de pânico.
Alguns estudos de neuroimagem realizados em pacientes com Transtorno do Pânico
constataram um volume reduzido nos lobos temporais e na amígdala. Mas esses estudos
foram pouco conclusivos devido à dificuldade de encontrar paradigmas válidos para esse
transtorno.
Segundo Salum (2009), cabe assinalar que além de se dedicar ao estudo das heranças
de genes específicos conferindo risco para psicopatologia psiquiátrica, a psiquiatria atual tem
se voltado para o estudo da epigenética, isto é, o estudo de processos celulares chaves que
integram diversos estímulos ambientais para exercer mudanças potentes e, muitas vezes, de
longa duração na expressão gênica por meio da regulação da estrutura da cromatina, ou seja,
“escolhendo o que irá ser codificado do código genético”. Espera-se que os avanços em
estudos de epigenética sejam a chave para o entendimento de diversos transtornos com
etiologia multifatorial e complexa como o Transtorno do Pânico.

4.2 Percepção e o transtorno

Como vimos, todos seres humanos nascem com mecanismos de defesa que são
respostas fisiológicas adquiridas acionados a partir da percepção para lidar com situações de
estresse, ansiedade, medo e até os perigos. Por meio da consciência, ou seja, o monitoramento
e controle do ambiente partindo dos cinco sentidos e das informações providas por eles são
selecionados pela atenção seletiva alguns estímulos que formarão uma avaliação da percepção
de controle sobre os eventos do meio e do indivíduo.
Eventos esses que, segundo um artigo escrito por psiquiatras, (MARGIS; PICON;
COSNER; SILVEIRA, 2003) quando identificados como alerta causam um aumento geral da
ativação do organismo a partir da amígdala, das substâncias químicas neurotransmissoras e do
sistema septo-hipocampal, o qual realiza a junção das informações trazidas pelos órgãos
sensoriais com as memórias armazenadas no Sistema Nervoso Central (SNC) e os planos de
ação gerados pelo córtex pré-frontal da amígdala e das substâncias químicas. No SNC estão
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os neurônios que produzem o neurotransmissor noradrenalina, essas células quando


estimuladas por estresse e afins provocam reações cardiovasculares que funcionam como um
alerta e ativando as funções de atenção e monitoramento preparando o organismo para a
situação. A serotonina também exerce grande influência no controle de defesa pois facilita as
reações de defesa da amigdala ativada pelo alerta de perigo, funciona como uma forma de
adaptação e permite que o indivíduo tome estratégias adequadas a situação.
Portanto, as repostas do organismo em situações ameaçadoras são direcionadas a partir
de três eixos: O eixo neural, o qual se ativa rapidamente em uma situação de estresse.
Proporcionando a ativação do sistema nervoso periférico autônomo; O eixo neuroendócrino,
que é mais lento em sua ativação e necessita de condições irregulares mais longas, provoca a
secreção de adrenalina e noradrenalina; O eixo endócrino que se caracteriza por uma liberação
mais lenta de substâncias e por efeitos mais duradouros que os outros e necessita de que a
situação de alerta seja mais longa.
O organismo e suas reações funcionam bem e há uma fácil adaptação quando o
indivíduo é saudável e fisiologicamente equilibrado. Os transtornos de ansiedade, sobretudo o
transtorno do pânico são exemplos de desequilíbrios nos sistemas. A síndrome do Pânico
apresenta uma anormalidade no sistema noradrenérgico, havendo uma liberação aguda da
substância no organismo gerando o desequilíbrio, já com a serotonina acontece o contrário e
há um déficit desse neurotransmissor.
Presumivelmente os ataques de pânico se dão quando estão diante de uma situação
estressante que exige do organismo do paciente uma adaptação, porém diferente dos que não
possuem este diagnóstico, os pacientes não têm uma percepção de controle comum, sentem-se
controlados pelo acaso, e com muito mais frequência há situações que tornam-se estressantes
e geram pânico, sendo assim imprevisível os surtos em questão e isso transforma-se em mais
um motivo para o desequilíbrio, já que não sabem com exatidão quando haverá outra
manifestação do transtorno.
Por esse motivo os indivíduos diagnosticados tendem a isolar cada vez mais em
ambientes em que se sentem potencialmente seguros e deixam de interagir socialmente.
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5 TRATAMENTOS

Avaliação clínica e laboratorial deverá ser realizada para o diagnóstico preciso. Após o
diagnóstico estabelecido, o paciente deverá ser informado sobre os tipos de tratamentos
existentes.
A opção pelo tratamento farmacológico, psicoterápico ou a combinação dos dois
dependerá da avaliação de fatores como o grau interferência na vida do paciente.
A Prática de exercícios físicos, técnicas de relaxamento, acupuntura ou yoga podem
ajudar no tratamento natural.
Desafiar os próprios limites com novos afazeres todos os dias. Remédios
recomendados pelos especialistas, pois eles o ajudam a se amenizar as crises de
pânico/ansiedade espontâneas tais como: Alprazolam, citralopam ou clomipramina.
Calmantes naturais, como o maracujá podem ajudar no tratamento da ansiedade, depressão,
nervosismo, agitação e inquietação.

5.1 Tratamento Psicofármacos

Os Psicofármaco para o transtorno do pânico são da classe ISRS (inibidores seletivos


de recaptação da serotonina) são uma classe de medicamentos antidepressivos presentes no
mercado desde o final da década de 1980. Segundo Rangé (2001) os ISRS são as primeiras
opções, em segunda opção estão as drogas por possuir efeitos colaterais como a dependência.
Segue abaixo alguns fármacos mais utilizados no tratamento de transtorno do pânico:

5.1.1 Clomipramina
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È um antidepressivo tricíclico com ações complexas sobre o sistema nervoso central,


seus efeitos são específicos e potentes na inibição da recaptação da noradrenalina e da
serotonina, bem como potentes efeitos anticolinérgicos, anti-histaminérgicos e, único entre os
antidepressivos tricíclicos com efeitos antidopaminérgicos. A clomipramina é o mais potente
inibidor da recaptação da serotonina com efeitos antimuscarínicos, essa droga pode apresentar
efeitos como: disfunções sexuais como inibição do orgasmo, disfunção erétil e diminuição do
desejo sexua; visão borrada; boca seca; guanho de peso; constipação intestinal e retenção
urinária, que se devem ao bloqueio dos receptores muscarínicos de acetilcolina.

5.1.2 Citralopam

É um composto que trata e previne as recaídas, é um inibidor seletivo de recaptação de


serotonina, é uma medicação com poucos ou leves efeitos colaterais pois atua muito na
recaptação da serotonina e pouco sobre outros neurotransmissores. É eficaz para tratamentos
como depressão, transtorno do pânico, transtorno afetivo bipolar.

Entre outros medicamentos que podem ajudar no tratamento.

5.2 Psicoterapias
Terapia Cognitivo-Comportamental: a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode
ser utilizada como uma alternativa para casos onde o tratamento psicofarmacológico não
funciona muito bem ou como complemento ao tratamento.
A TCC é a terapia com resultados mais consistentes para o Transtorno do Pânico, pois
apresenta boa aceitabilidade e aderência, rápido inicio de ação e uma boa relação de custo-
efetividade.
O objetivo básico da TCC é o descondicionamento das sensações físicas causadas pelo
Transtorno do Pânico.
O primeiro passo do psicólogo é realizar uma avaliação geral das ocorrências dos
ataques de pânico (situações ou ambientes que desencadeiam, assim como a frequência e
pensamentos disfuncionais). Após identificar estas ocorrências, o passo seguinte é informar ao
paciente o seu quadro clínico, a importância do tratamento e os métodos que serão utilizados.
Dessa forma, a relação de confiança entre psicólogo e paciente é estabelecida. O paciente se
sentirá amparado e acolhido, sendo assim a adesão ao tratamento é facilitada, e aumenta as
chances de sucesso do tratamento.
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Os ataques de pânico são desencadeados através de interpretações distorcidas e


catastróficas dos sintomas corporais.
Após o primeiro ataque, o indivíduo tende a ficar mais sensível, apreensivo e com
medo das sensações associadas ao ataque. Esse sentimento de apreensão e medo força o
indivíduo a uma hipervigilância sobre o comportamento, e ele passa a evitar situações que
possivelmente poderá desencadear os sintomas ou então lugares que já foram cenários de
ataques anteriores; o que limita a interação social da pessoa.
A TCC é uma terapia eficaz contra a hipervigilância dos sintomas e corrige a
interpretação distorcida das situações.
Essa terapia pode ser iniciada em qualquer fase do tratamento, além de interagir com o
tratamento medicamentoso.
A TCC utiliza alguns recursos como técnica: psicoeducação, técnicas para lidar com a
ansiedade (relaxamento muscular e respiração abdominal ou diafragmática), reestruturação
cognitiva para identificar e corrigir distorções no pensamento, exposição interoceptiva, no
intuito de que o paciente aprenda a lidar com os sintomas físicos do ataque de pânico, e
exposição in vivo, a fim de estimulá-lo a enfrentar as principais situações que teme por medo
de passar mal e não encontrar saída ou ajuda (Salum...)
Psicoeducação: É através de informações sistemáticas, estruturadas e didáticas sobre o
transtorno e seu tratamento, que o indivíduo irá enfrentar as situações e questões práticas
colocadas pelo transtorno. A psicoeducação é aplicada nas primeiras sessões.
Técnicas de relaxamento e exposição: as técnicas de relaxamento e de respiração são
utilizadas na terapia para o transporto do pânico. Elas consistem basicamente em ajudar o
indivíduo a diminuir a tensão durante os ataques de pânico, além de proporcionar a sensação
de controle sobre o próprio corpo.
O importante é fazer com que as técnicas de respiração se tornem um hábito de vida e
não se preocupar com a respiração apenas durante a crise. Quanto mais consciente o indivíduo
for com a respiração, maior será sua capacidade de lidar com as situações do dia a dia, e
menor será a chance de ter uma crise de ansiedade.
A técnica de exposição consiste em reproduzir os sinais mais comuns de uma crise se
ansiedade (taquicardia e falta de ar). O indivíduo será exposto a esses sinais e então se
promove a extinção do condicionamento interoceptivo, isso quer dizer que o indivíduo deixa
de fazer a associação dos sintomas com o ataque de pânico. Ele passa a interpretar essas
sensações de uma forma mais realista.
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Reestruturação cognitiva: reestruturação cognitiva é a técnica utilizada para ensinar os


pacientes a substituir, de forma sistemática, os pensamentos distorcidos por pensamentos mais
realistas e práticos.
O indivíduo é incentivado a propor alternativas e também aprende a analisar seus
pensamentos como uma hipótese e, posteriormente, confrontá-lo com a realidade, dessa forma
reduz o caráter catastrófico dos mesmos.
Terapia Psicanalítica: o transtorno do pânico não é tratado pela psicanálise por não ser
considerado uma doença.
A psicanálise analisa e investiga o passado do indivíduo, principalmente a infância, em
busca da causa para tratar o “sintoma”. É considerado um tratamento muito longo, mas tende
a ser eficaz, porém é necessário combiná-la com o uso de fármacos.
Mesmo após o controle das crises, os sintomas não desaparecem; e é a psicanálise que
irá explora-los.
21

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitas vezes, aqueles que sofrem do Transtorno do Pânico, seja devido ao grande
sofrimento que sentem ou então por ansiarem um resultado rápido, optam por fazer uso de
medicação para tratar e aliviar-lhes os sintomas, que pode ser eficaz, porém o ponto principal
é deixado de lado: a causa emocional.
O agente emocional gerador de sofrimento deve ser encontrado para que a pessoa
consiga entender, de fato, o porquê de sentir o que sente e as formas de superar. Portanto, é
necessário que busque a psicoterapia, pois só um profissional especializado na área
conseguirá entender as causas e buscar a melhor forma de tratar tanto os sintomas
psicológicos quanto, apresentar-lhes técnicas para aprender a lidar com os sintomas físicos.
Deve-se levar em consideração que, raramente o transtorno ocorre na ausência de
outra psicopatologia. Ou seja, grande parte da vida da pessoa é focada nesse transtorno, e
acompanhada por outros malefícios. Mesmo que existam exceções de indivíduos sem
recaídas, é possível àqueles que sofrem com o transtorno conquistarem maior e melhor
qualidade de vida.
O ambiente e as características particulares dos indivíduos podem interferir para a
pessoa desenvolver ou não crises de pânico. Qualquer pessoa pode passar por uma situação
que cause extrema ansiedade e seja o ponto inicial para que o transtorno se desenvolva. Sendo
assim, todos aqueles que apresentem maior dificuldade para lidar com a ansiedade devem
buscar ajuda na psicoterapia.
O psicólogo tem como objetivo o estudo, análise, diagnóstico, auxílio e tratamento do
sofrimento psíquico, onde estão inseridos os transtornos psicológicos em geral. Na
psicoterapia especializada, por exemplo, aparecem diversas técnicas de relaxamento e
descobre-se qual é a origem das crises, promovendo soluções para a ansiedade excessiva e
formas de lidar com ela, o paciente aprende a se controlar em momentos de crise ou superar
traumas e exercitar a paciência.
Uma abordagem usada pelos especialistas é a Terapia Cognitivo Comportamental que
identifica e muda os padrões distorcidos de pensamento causadores de ansiedade através de
exposição às situações que levam a pessoa a ter um ataque de pânico. O indivíduo é treinado a
identificar os pensamentos que causam desequilíbrio e aprende a monitorá-los em busca de
pensamentos mais precisos. A terapia de exposição também tenta reduzir a reação aos
causadores de um ataque. É uma terapia indicada para tratar fobias específicas, como o medo
22

de altura, por exemplo. Faz-se o uso do nosso corpo e da sua capacidade em se adaptar ao
medo para diminuir as chances desses causadores serem gatilhos para crises. Sugere-se ao
paciente que reconheça os lugares, as situações e os pensamentos que causam ansiedade a
partir daí ele deverá junto ao profissional de psicologia ressignificar, elaborar e modificar-se
para que os gatilhos não sejam mais um problema.
23

REFERÊNCIAS

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http://revista.fmrp.usp.br/2017/vol50-Supl-1/Simp6-Caracteristicas-basicas-do-transtorno-do-
panico.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2018.
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ANEXO A- Caso

Caso de um paciente que apresentou o transtorno apresentado pela psicóloga Helene


Shinohara (2005).
João tinha pouco mais de 40 anos e foi encaminhado para terapia por estar
apresentando ataques de pânico recorrentes, ansiedade sobre a possibilidade de ocorrerem
novamente em situações em que não tenha a quem pedir ajuda, e preocupação com as
possíveis consequências deles para a sua saúde e vida em geral. Vinha se submetendo a outra
psicoterapia sem resultados, tomava remédios homeopáticos e começou a praticar yoga.
No início da avaliação de seu caso, apresentava 1 ou 2 ataques diários com intensidade
variando de 4 a 8, numa escala de avaliação subjetiva. Os sintomas mais frequentes relatados
eram sudorese, sufocamento, tonteira, desconforto no peito, dificuldade de respirar, ondas de
frio ou calor, medo de morrer ou perder controle. No Inventário Beck de Ansiedade, assinalou
todos os itens com muito forte ou moderado, num total de 40 pontos.
Sua história de vida começou com uma infância “sem grandes problemas”, sendo uma
criança levada, que brigava na rua ou na escola quando via injustiças, que tinha muitos
amigos e diversão. Descrevia a mãe como “complicada”, já que sentia que não podia contar
com ela devido às suas instabilidades. Relatou conflitos frequentes e graves com a autoridade
do pai. Os pais se separaram durante a sua adolescência, ele ficou morando com o pai que
logo o “convidou” para ir morar sozinho.
Ia se “virando”, dando conta como podia, arranjando trabalhos como artista. Tinha
uma vida agitada com muitos amigos e festas, e não se preocupava com o futuro, como se
tudo sempre tivesse jeito.
Seu talento e as oportunidades lhe garantiram sucesso e reconhecimento profissional.
Sempre se viu como alguém que conseguiu as coisas por mérito próprio, e curtiu intensamente
ser conhecido a nível nacional.
Dedicava-se também ao esporte e jogava vôlei de praia quase que diariamente. Casou-
se depois dos 30 anos e falava de uma relação relativamente satisfatória com a mulher e dois
filhos.
A história de seus problemas atuais começou quando com a idade e com o sucesso
diminuindo, seu ritmo de vida mudou. Passou a se sentir mais dependente e inseguro, sua
mulher começou a exigir que recuperasse as atividades, que pelo menos dividisse as despesas
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ou ajudasse em casa. As brigas aumentaram a pressão e detonaram insatisfação com o


casamento, chegando a pensar se não acabariam se separando.
O primeiro ataque aconteceu durante uma corrida na praia com os amigos, sob sol
forte e quando ele estava gripado. Foi parar no pronto-socorro e, a partir daí, fez todos os
exames médicos que atestaram uma saúde perfeita. A ocorrência de outros ataques o levou a
limitações progressivas.
Suas crenças eram de que algo muito grave estava acontecendo com ele e que ele não
sabia o que fazer para sair dessa situação e voltar a viver. Portanto, para ele era como se
estivesse acabado e fadado a passar seus dias vigilante e restrito.
Para não passar mal tinha que evitar uma série de atividades que provocavam
sensações corporais. Não podia brincar com os filhos, se movimentar muito, se cansar,
discutir, ter relações sexuais, sentir nem muito calor nem muito frio, entrar em lugares cheios
ou com filas, ter pressa, nem comer muito, principalmente comidas pesadas. Ficava, nos
últimos meses, a maior parte do dia em casa, de preferência no quarto.
As crenças identificadas em seus registros foram “Tomar banho após as refeições ou
comer muito determinadas comidas pode dar derrame ou matar”; “Praticar esportes vai acabar
com a minha energia”; “Estar com pessoas provoca taquicardia”; “Entrar em água gelada
causa paralisia”; “Resfriados ou gripe vão acabar comigo”; “Ejacular consome toda a energia
do meu organismo”; “Tirar sangue pode me matar” e “Suar é mau sinal pois me leva a perder
o controle”. Pensando desta forma ficava compreensível seu nível de ansiedade.
Começaram por explicar a ele sobre o que é a ansiedade, o quanto pode ser
desagradável, mas não perigosa, o que é transtorno de pânico, como a terapia cognitiva
trabalha e porque funciona. Conforme ele ia encontrando sentido para o que acontecia com
ele, suas expectativas positivas aumentaram, seu humor melhorou e a adesão colaborativa foi
significativa.
Usaram algum tempo das primeiras sessões para que ele aprendesse o relaxamento e a
respiração diafragmática. Não foi difícil para ele, já que tinha experiência com a yoga, e
também foi dedicado nos exercícios em casa.
A avaliação e questionamento de seus pensamentos automáticos e de suas crenças
sobre o perigo das sensações, sua incapacidade em lidar com elas e sua impotência diante da
vida onde coisas inesperadas acontecem, foi essencial para que ele pudesse se sentir pronto
para aceitar as exposições que planejaram juntos.
No consultório, eram provocadas sensações corporais como taquicardia (correndo sem
sair do lugar), tontura (hiperventilando), suor (desligando o ar condicionado). As outras
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sensações vinham como num pacote à medida que estas eram provocadas. Ele as avaliava
como extremamente desagradáveis, porem permanecia na situação e aproveitava para treinar
formas para lidar com os pensamentos antigênicos e catastróficos. Gradativamente se dispôs a
realizar as exposições em casa.
Conforme ganhava confiança, combinaram as situações que poderiam voltar a ser
experimentadas no seu dia a dia. A primeira vez que ele almoçou um cozido, sua comida
predileta, foi impactante! Ir à praia, correr com os filhos, sair com os amigos, rir, subir
escadas, andar de bicicleta, foram voltando a fazer parte da sua rotina.
Depois de quatro semanas, os ataques tinham reduzido para a metade e nos próximos
meses, progressivamente, até zerar no final do terceiro mês. Seu Inventário Beck de
Ansiedade reduziu para 11 pontos. Após o quarto mês, aceitou novo trabalho que exigia
esforço físico em cena, exposição pública, viagens frequentes, altas expectativas e exigências
dos outros.
As sessões seguintes foram dedicadas a manutenção destes ganhos e à discussão sobre
outras áreas de sua vida. João quis falar sobre seu relacionamento conjugal, que vinha
melhorando, mas que precisava ser revisto. Trabalharam sua assertividade, principalmente
com os amigos, já que acabava não sabendo lidar com eles e com os pedidos que não sabia
negar. Discutiram alternativas para o stress inevitável no seu tipo de atividade profissional, e
para sua raiva diante de injustiças

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