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TRABALHO INVESTIGATIVO xxxxxxxxxxxxxxxx

TEMA:

TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE BIPOLAR

DOCENTE

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LOBITO, MAIO / 2023


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TRABALHO INVESTIGATIVO xxxxxxxxxxxxx

TEMA:

TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE BIPOLAR

xxxx
Curso : Psicologia
Período: Pos-Laboral

Elaborado Pelo:
xxxxxxxxxxxx

LOBITO, MAIO / 2023

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INDICE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................4
CONCEITO ....................................................................................................................................................5
SINTOMAS, CAUSAS, DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTO .................................................................6
SINTOMAS.....................................................................................................................................................6
Sintomas .....................................................................................................................................................7
Mania .......................................................................................................................................................7
Hipomania ...............................................................................................................................................9
Depressão ..............................................................................................................................................9
CAUSAS ...................................................................................................................................................... 10
DIAGNÓSTICO .......................................................................................................................................... 11
CARACTERIZAÇÃO DA DOENÇA ......................................................................................................... 11
HISTÓRIA. .................................................................................................................................................. 13
FACTORES ETIOLOGIA .......................................................................................................................... 13
TRATAMENTO ........................................................................................................................................... 16
Lítio ...................................................................................................................................................... 17
Medicamentos anticonvulsivantes ............................................................................................ 18
Antipsicóticos .................................................................................................................................. 19
Antidepressivos ............................................................................................................................... 19
Outros tratamentos ........................................................................................................................ 20
Psicoterapia ...................................................................................................................................... 20
Formação e apoio ........................................................................................................................... 20
TIPOS DE TRANSTORNO BIPOLAR .................................................................................................... 22
CONCCLUSÃO .......................................................................................................................................... 24
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ............................................................................................................. 25

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INTRODUÇÃO

O transtorno bipolar (TB) é uma doença mental grave e crônica. É um transtorno


de humor caracterizado por alterações principalmente afectivas que tem duração variada
entre dias, semanas ou até mesmo meses. As principais consequências para o paciente
com transtorno bipolar, são os prejuízos funcionais, como por exemplo; a capacidade do
autocuidado e comportamento e relacionamento interpessoal.

(Miasso etal. 2012).

Sua característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios


de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre
eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e
duração.

As flutuações de humor têm reflexos negativos sobre o comportamento e atitudes


dos pacientes, e a reação que provocam é sempre desproporcional aos factos que
serviram de gatilho ou, até mesmo, independem deles.

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CONCEITO
O transtorno afetivo bipolar, antigamente chamado de psicose maníaco-
depressiva, é uma condição de origem psiquiátrica que se caracteriza por
alterações de humor que vão de um extremo ao outro, com comprometimento da
capacidade funcional. ( Clemente, 2015)

Segundo o nosso relatorio global da organização mundial da saude (oms),


2016 o numero de pessoas com depressão aumentou 18% entre 2005 e 201. Dentro
desse contexto, o transtorno

Bipolar (TB) é uma condição psiquiatrica realtivamente frequente, é uma


doença cronica que afeta entre 1% e 2% da população e representante uma das
principais c ausas de incapacidade do mundo.

O transtorno bipolar (c/d10-f31) é um transtorno psquiatrico que provoca


alterações no comportamento e leva uma pessoa a oscilar entre momentos de
auferia e depressão repentinamente.

Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto nos Homens quanto nas
Mulheres, entre os 15 e os 25 Anos, mas pode afetar também as crianças e pessoas
mais velhas.

É possível que na faze maníaca o portador de (TB) manifeste em torno de 3


sintomas, sendo possível a existência de um numero maior de sintomatologia. (BIN et
al, 2014). Na fase depressiva é muito comum a redução de energia e da actividade,
nesse caso, a sintomatologia mais clássica é o aumento da necessidade de sono /
repouso, a falta de _____

Em ambos os sintomas o paciente tem um risco de suicídio elevado. Na fase


depressiva, o portador de (TB) tende a ter um comportamento mais arredio, tendendo a
sintomas presentes na depressão propriamente dita, já que a depressão é um distúrbio

5
também afectivo sendo comum a diminuição do desejo de alimentar-se, irritabilidade,
ideias de ruina e isolamento (Carvalho, 2012).

O (TB) é acompanhado por um risco de ideação ou consolidação do suicídio. 14 a


59% dos pacientes acometidos por (TB) apresentam ideação suicida, entre 25 e 56% já
tentaram o suicídio ao menos uma vez na vida e, aproximadamente 19% dos pacientes
com (TB) morrem por suicídio. Além do risco de suicídio, o TB é uma das principais
causas de admissão psiquiátrica e de incapacitação (Abreu et al, 2009). As causas
desses pensamentos e tentativas, bem como, de consolidação do suicídio são múltiplas,
cabendo a família e aos profissionais de Saúde estarem atentos aos sinais e buscarem
evitar esse tipo de consequência do transtorno bipolar.

SINTOMAS, CAUSAS, DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTO

SINTOMAS
Depressão: Humor deprimido, tristeza profunda, apatia, desinteresse pelas
actividades que antes davam prazer, isolamento social, alterações do sono e do apetite,
redução significativa da líbido, dificuldade de concentração, cansaço, sentimentos
recorrentes de inutilidade, culpa excessiva, frustração e falta de sentido para a vida,
esquecimentos, ideias suicidas.

Mania: Estado de euforia exuberante, com valorização da autoestima e da


autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora, descontrole ao
coordenar as ideias, desvio da atenção, compulsão para falar, aumento da libido,
irritabilidade e impaciência crescentes comportamento agressivo, mania de grandeza.
Nessa fase, o paciente pode tomar atitudes que reverterão em danos a si próprio e as
pessoas próximas, como demissão do emprego, gastos descontrolados de dinheiro,
envolvimentos afetivos apressados, actividade sexual aumentada e, em casos mais
graves, delírios e alucinações.

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Hipomania: Os sintomas são semelhantes aos da mania, porém, bem mais
leves e com menor repercussão sobre as actividades e relacionamentos do paciente,
que se mostra mais eufórico, mais falante, sociável e ativo do que o habitual.

Em geral, a crise é breve, dura apenas uns poucos dias. Para efeito de diagnóstico, é
preciso assegurar que a reação não foi induzida pelo uso de antidepressivos.

Sintomas

O transtorno afetivo bipolar caracteriza-se por 3 síndromes: mania, hipomania


e depressão.

Mania
A fase maníaca é um período de euforia, extroversão ou irritabilidade, que
dura pelo menos uma semana e são intensos o suficiente para interferir com a vida
pessoal e profissional.

São sintomas de mania:


 Sentir-se eufórico.
 Sentir-se invencível.
 Mania de grandeza.
 Aumento das atividades diárias como forma de gastar o excesso de energia que
sente.
 Nervosismo e ansiedade.
 Dificuldade para dormir.
 Falar muito, muito rápido e sobre vários assuntos diferentes.
 Ficar facilmente irritado.
 Agressividade.
 Sensação que os pensamentos estão muito rápidos; fuga de ideias.
 Querer fazer várias coisas de uma só vez.

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 Praticar atividades arriscadas e ter ações imprudentes.
 Perda do senso crítico.
 Arrogância.
 Ideias delirantes.
Segundo o 5º Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
da Associação Americana de Psiquiatria, para que um episódio de mania seja
diagnosticado, o paciente precisa preencher os seguintes critérios de A a D:

A. Um período claro de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo


ou irritável com aumento anormal e persistente da atividade e da energia, com
duração de pelo menos uma semana e presente a maior parte do dia, quase todos
os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização for necessária).

B. Durante o período da perturbação do humor e do aumento da energia, três


(ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão
presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do
comportamento habitual:

1. Autoestima inflada ou sentimento de grandiosidade.


2. Redução da necessidade do sono (por exemplo, sente-se descansado com
apenas três horas de sono).
3. Mais falante que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou sensação de que os pensamentos estão acelerados.
5. Distraibilidade (a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos
sem importância ou irrelevantes) relatada pelo próprio ou observada por
familiares e amigos.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola
ou sexualmente) ou agitação psicomotora (atividade sem propósito não dirigida
a objetivos).

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7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para
conseqüências dolorosas (por exemplo, engajar-se em compras desenfreadas,
indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo
acentuado socialmente e profissionalmente, ou haver necessidade de hospitalização
a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existência de
pensamentos com características psicóticas.

D. A perturbação do humor não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma


substância (por exemplo, abuso de drogas, medicamentos ou outros tratamentos) ou
a outra condição médica.

Hipomania

A hipomania é uma forma de mania mais branda, com menor duração e sem grandes
prejuízos às atividades diárias. Os sintomas são os mesmos, eles apenas surgem de
forma mais leve.

Os critérios para o diagnóstico da hipomania são semelhantes ao da mania,


porém, existem as seguintes diferenças:

 A duração dos sintomas é de no mínimo 4 dias, em vez de 7.


 O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado
no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização.
Também não há características psicóticas.

Depressão

Os sintomas da fase depressiva do transtorno bipolar são semelhantes aos da


depressão unipolar, também chamada de depressão major.

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São sintomas de depressão:

 Tristeza na maior parte do dia, quase todos os dias.


 Perda do interesse pelas atividades do dia-a-dia.
 Alterações significativas do apetite e/ou do peso (perda ou ganho de mais de 5%
do peso corporal em um mês).
 Insônia ou sono excessivo.
 Agitação ou letargia.
 Fadiga ou falta de energia persistente.
 Sentimentos de inutilidade ou culpa (que podem ser delirantes).
 Incapacidade de concentração e indecisão.
 Pensamentos recorrentes sobre morte ou suicídio.
O paciente com depressão apresenta pelo menos 5 dos 9 sintomas citados
acima, sendo os dois primeiros os mais importantes. Os sintomas precisam estar
presentes durante um período mínimo de duas semanas e representam um a nítida
mudança em relação ao humor habitual.

CAUSAS
Ainda não foi determinada a causa afetiva do transtorno bipolar, mais já se sabe
que fatores genéticos, alterações em certas áreas do Cérebro e nos níveis de vários
neurotransmissores estão envolvidos.

Da mesma forma, já ficou demostrado que alguns eventos podem precipitar a


manifestação desse distúrbio do humor nas pessoas geneticamente predispostas. Entre
eles, destacam-se: Episódios frequentes de depressão ou inicio precoce dessas crises,
puerpério, estresse prolongado, remédios inibidores do apetite (anorexígenos e
anfetaminas) e disfunções da tireoide, como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.

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DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do transtorno bipolar é Clínico, baseado no levantamento da
história e no relato dos sintomas pelo próprio paciente ou por um amigo ou familiar. Em
geral, ele leva mais de dez anos para ser concluído, porque os sinais podem ser
confundidos com os de doenças como esquizofrenia, depressão maior, Sindrome do
pânico, distúrbios da ansiedade. Dai a importância de estabelecer o diagnóstico
diferencial antes de propor qualquer medida terapêutica.

DIAGNÓSTICO

O DSM-5 apresenta o transtorno bipolar e transtornos relacionados


separadamente dos transtornos depressivos – colocando-o entre os capítulos que
abordam os transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos e o
capítulo sobre os transtornos depressivos – em consideração ao seu lugar como “ponte”
entre essas duas classes diagnósticas, no que se refere à sintomatologia, história
familiar e fatores genéticos. O DSM5 inclui os seguintes diagnósticos: transtorno bipolar
tipo I, transtorno bipolar tipo II, transtorno ciclotímico, transtorno bipolar e transtorno
relacionado induzido por substância/medicamento, transtorno bipolar e transtorno
relacionado devido a outra condição médica, outro transtorno bipolar e transtorno
relacionado especificado, e transtorno bipolar e transtorno relacionado não especificado.

CARACTERIZAÇÃO DA DOENÇA
O humor elevado ou irritável pode ser classificado como mania ou hipomania,
dependendo de sua gravidade e da presença de sintomas psicóticos. Classifica-se como
mania o estado severo de humor elevado ou irritabilidade, associado ou não a sintomas
psicóticos, que provocam alterações no comportamento e na funcionalidade do
indivíduo. A duração do estado de mania deve ser de no mínimo uma semana, estando
o humor elevado ou irritabilidade presente na maior parte do dia, quase todos os dias. O
critério de duração mínima é dispensável se a hospitalização se fizer necessária. Na
hipomania as elevações de humor e os distúrbios comportamentais/funcionais são
menos graves e com duração mais breve que o estado de mania (quatro dias

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consecutivos), o que geralmente não coloca a pessoa perante atenção médica. No
entanto, a hipomania pode progredir para a mania.1 Cabe destacar que a presença de
sintomas psicóticos é sempre indicativa de quadro grave e, ainda que os demais
sintomas de ativação não sejam tão proeminentes, automaticamente descarta a
possibilidade de episódio hipomaníaco. Este é um engano cometido com frequência na
clínica psiquiátrica, principalmente entre profissionais menos experientes. De modo
semelhante ao Transtorno Depressivo, apesar da variação no humor ser um aspecto
marcante no Transtorno Bipolar, existem muitos outros aspectos que devem ser
considerados.

A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais


(DSM-5) apresenta uma lista de sintomas que, combinados à elevação do humor ou
irritabilidade, caracterizam um Episódio de Mania ou Episódio Hipomaníaco, conforme
detalhado nas tabelas 1 e 2.3 No polo oposto, os quadros de depressão do TB, também
chamados de Episódio Depressivo Maior, são caracterizados pelo humor deprimido ou
perda de interesse/prazer por quase todas as atividades durante pelo menos duas
semanas.

Além disso, o indivíduo pode apresentar perturbações nas funções vegetativas,


incluindo: alterações no apetite ou peso, no padrão de sono e atividade psicomotora;
diminuição da energia; sentimento de culpa e/ou desvalia; dificuldade para pensar ou
concentrar-se ou tomar decisões; pensamentos recorrentes sobre a morte, ideação,
planos ou mesmo tentativas suicidas.

O especificador “com características mistas” se aplica a situações em que


ocorrem durante a vigência de um episódio maníaco, hipomaníaco ou depressivo pelo
menos três sintomas relacionados ao polo oposto de humor. Em função do prejuízo
acentuado e da gravidade clínica da mania plena, o DSM 5 recomenda adotar o
diagnóstico de episódio.

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HISTÓRIA.
A base do conceito moderno da “insanidade maníaco-depressiva” remonta a meados do
século XIX, quando o psiquiatra/neurologista francês Jules Baillarger descreveu um novo tipo de
insanidade, denominada “la folie à double forme” (forma dual de insanidade), cuja principal
característica era a ocorrência de episódios de mania e depressão em um mesmo paciente.7 Na
mesma época, acusando Baillarger de plágio, outro psiquiatra francês, JeanPierre Falret,
publicou um artigo em que descreveu praticamente o mesmo transtorno, o qual chamou de “la
folie circulaire” (insanidade circular).7,8 A despeito das similaridades, cabe notar que o conceito
de Farlet se diferia do anterior na medida em que considerava “os intervalos lúcidos” entre as
fases de mania e depressão, mesmo que elas estivessem separadas por um longo período de
tempo.9 Esses conceitos foram aprimorados pelo psiquiatra alemão Emil Kraepelin, que estudou
o curso natural da doença e distinguiu as psicoses em dois grandes grupos: demência precoce e
insanidade maníaco-depressiva.

10 As classificações atuais dos transtornos mentais, ainda são baseadas na


categorização de Kraepelin, que enfatizou a importância do quadro clínico e do curso longitudinal
das doenças.

FACTORES ETIOLOGIA
O TB é um transtorno complexo e multideterminado, causado pela interação de
fatores genéticos e ambientais.15 Estudos com gêmeos indicaram que os transtornos do
espectro bipolar são hereditários, com incidência superior a 80% em gêmeos idênticos,
caindo para 6% em parentes de primeiro grau.

O surgimento e a evolução do TB são possivelmente influenciados pelo trauma


precoce, por eventos aversivos significativos da vida e pelo uso indevido de álcool e
drogas. O aparecimento da doença pode ser particularmente influenciado pelo estresse
sofrido no final da adolescência, mas os primeiros episódios de mania podem se
manifestar ao longo de toda a vida.

Foi demonstrado que o risco de desenvolver TB-II é maior entre familiares de


pessoas com a doença. Em contraste, o desenvolvimento do TB-I e do Transtorno

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Depressivo Maior tende a ter menos relação com a genética. Os fatores genéticos
podem ainda influenciar a idade de início do Transtorno Bipolar.

Os principais fatores de risco conhecidos são:

 História familiar.
 Períodos de elevado estresse, como a morte de um ente querido ou outro
evento traumático.
 Abuso ou maus-tratos na infância.
 Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
 Uso de drogas, incluindo maconha e cocaína.
Fatores de Risco e Prognóstico

Ambientais. Transtorno Bipolar é mais comum em países com pessoas com renda
elevada do que com renda mais baixa (1,4 vs. 0,7%). Pessoas separadas, divorciadas
ou viúvas têm taxas mais altas de Transtorno Bipolar tipo I do que aquelas casadas ou
que nunca casaram, mas o sentido em que a associação se modifica não é clara.
Genéticos e fisiológicos. História familiar de Transtorno Bipolar é um dos fatores de risco
mais fortes e mais consistentes para transtornos dessa categoria. Há, em média, risco
10 vezes maior entre parentes adultos de indivíduos com transtornos bipolar tipo I e tipo
II.
A magnitude do risco aumenta com o grau de parentesco. Esquizofrenia e
Transtorno Bipolar provavelmente partilham uma origem genética, refletida na
coagregação familiar de esquizofrenia e Transtorno Bipolar. Modificadores do curso.
Depois que uma pessoa teve um episódio maníaco com características psicóticas, há
maior probabilidade de os episódios maníacos subsequentes incluírem características
psicóticas.
A recuperação incompleta entre os episódios é mais comum quando o episódio
atual está acompanhado de características psicóticas incongruentes com o humor.

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Questões Diagnosticas Relativas à Cultura Há poucas informações sobre diferenças
culturais específicas na apresentação do Transtorno.

FACTORES DE PROTEÇÃO

Como ajudar um portador de transtorno?

A comunicação entre a família e o médico assistente é essencial, especialmente


para reportar suspeita de ideias de suicídio e desesperança. Também se deve
compartilhar com outros membros da família o cuidado com o paciente além de se
estabelecer algumas regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como
retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania; auxiliar a manter boa
higiene de sono.

A família pode precisar também de acompanhamento psicoterápico, por duas


diferentes razões: primeira, porque o distúrbio pode afetar todos que convivem
diretamente com o paciente; segunda, porque precisa ser orientada sobre como lidar no
dia a dia com os portadores do transtorno. Pois para aumentar o sucesso do tratamento
é preciso esclarecer ao paciente e familiares os sintomas da doença, suas causas, como
ela pode seguir durante a vida da pessoa, quais os riscos, que atitudes tomar durante a
depressão e na mania e, como se preparar para as recorrências.

Na orientação acerca da doença também deve ser abordado o preconceito (por


exemplo, evitar dizer que o paciente está “louco”); solucionar dúvidas e compreensões
ajuda a diminuí-lo, mas só o tempo poderá eliminá-lo de vez. Infelizmente pacientes e
famílias sofrem durante anos acumulando ressentimentos, queda do poder aquisitivo,
atraso na formação, antes da aceitação do diagnóstico e do tratamento.

Outra questão a ser aprendida é como lidar com uma nova crise. Cuidar da
decepção, da frustração, da desesperança e prevenir consequências agravantes são
fundamentais na recuperação do portador.

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TRATAMENTO
 Medicamentos

 Psicoterapia

 Formação e apoio

Na mania ou depressão grave, a hospitalização é em geral necessária. Mesmo


quando a mania é menos grave, talvez seja necessário internar a pessoa no hospital
se ela tiver comportamento suicida, tentar ferir a si própria ou a outros, não conseguir
cuidar de si mesma ou tiver outros problemas sérios (por exemplo, o transtorno por uso
de álcool ou outros transtornos por uso de substâncias). A maioria das pessoas com
hipomania podem ser tratadas sem internações. É mais difícil tratar pessoas com um
ciclo rápido. Sem tratamento, o transtorno bipolar é recorrente em quase todas as
pessoas.

O tratamento pode incluir

 Medicamentos para estabilizar o humor (estabilizadores de humor), como, por


exemplo, o lítio e alguns medicamentos anticonvulsivantes

 Medicamentos antipsicóticos

 Determinados antidepressivos

 Psicoterapia

 Formação e apoio

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 Eletroconvulsoterapia que, às vezes, é usada quando os estabilizadores de
humor não aliviam a depressão
 Fototerapia, que pode ajudar no tratamento do transtorno bipolar sazonal (que
tem algumas características em comum com o transtorno afetivo sazonal)
Lítio
O lítio pode reduzir os sintomas da mania e da depressão. O lítio ajuda a evitar
variações de humor em muitas pessoas com transtorno bipolar. Uma vez que o lítio
demora entre quatro a dez dias para fazer efeito, um medicamento que age mais
rápido, como um anticonvulsivante ou um medicamento antipsicótico mais recente (de
segunda geração) costuma ser administrado para controlar atividades e pensamentos
agitados. As pessoas com histórico familiar de transtornos bipolares típicos têm mais
propensão a apresentar resposta ao lítio.

O lítio pode ter efeitos colaterais. Ele pode causar sonolência, confusão,
tremores involuntários, espasmos musculares, náusea, vômito, diarreia, sede, excesso
de urina e ganho de peso. Em geral ele piora a acne ou a psoríase da pessoa. No
entanto, esses efeitos colaterais costumam ser temporários e o médico pode, com
frequência, reduzi-los ou aliviá-los ajustando as doses. Às vezes, o lítio deve ser
interrompido devido aos efeitos colaterais, que depois desaparecem.

O médico monitora o nível de lítio no sangue através de exames de sangue


regulares, porque se o nível estiver muito alto, os efeitos colaterais são mais prováveis.
O uso prolongado do lítio pode causar baixos níveis de hormônio tireoidiano
(hipotireoidismo) e pode prejudicar a função dos rins. Portanto, a função da tireoide e
dos rins deve ser monitorada por meio de exames de sangue regulares e a menor dose
eficaz deve ser usada.
A toxicidade pelo lítio ocorre quando o nível de lítio no sangue está muito
elevado. Ele causa dores de cabeça persistentes, confusão mental, sonolência,
convulsões e arritmias cardíacas. Há mais propensão de ocorrer toxicidade em:
 Pessoas mais velhas

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 Pessoas com função renal prejudicada

 Pessoas que perderam muito sódio através de vômitos, diarreia ou uso de


diuréticos (que fazem com que os rins excretem uma quantidade maior de sódio e
de água na urina)

Quando uma mulher estiver tentando engravidar, ela deve parar de tomar lítio,
pois ele pode causar, ainda que raramente, malformações cardíacas no feto em
desenvolvimento.

Medicamentos anticonvulsivantes
Os medicamentos anticonvulsivantes valproato e carbamazepina agem como
estabilizadores de humor. Eles podem ser usados para tratar a mania quando ela
ocorre pela primeira vez ou para tratar a mania e a depressão quando elas ocorrem
juntas (estado misto). Ao contrário do lítio, esses medicamentos não prejudicam os
rins. Contudo, a carbamazepina pode reduzir bastante a quantidade de células
vermelhas e brancas do sangue. Raramente, o valproato prejudica o fígado
(principalmente em crianças), ou prejudica gravemente o pâncreas. Com um
monitoramento atento pelo médico, esses problemas podem ser detectados em tempo.
O valproato normalmente não é receitado para mulheres com transtorno bipolar se
estiverem grávidas ou em idade fértil, porque o medicamento parece aumentar o risco
de defeitos congênitos cerebrais ou da medula espinhal (defeitos do tubo
neural), transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e de autismo no feto. O
valproato e a carbamazepina podem ser úteis, especialmente quando as pessoas não
respondem a outros tratamentos.
Às vezes, a lamotrigina é usada para ajudar a controlar as alterações de humor
e tratar a depressão. A lamotrigina pode causar uma erupção cutânea séria.
Raramente, a erupção cutânea provoca a síndrome de Stevens-Johnson que causa
risco à vida. As pessoas que estão tomando lamotrigina devem estar atentas ao
surgimento de novas erupções cutâneas (especialmente na área ao redor de reto e dos
genitais), febre, glândulas inchadas, feridas com bolhas na boca ou nos olhos e

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inchaço dos lábios ou língua. Elas devem relatar esses sintomas ao médico. Para
reduzir o risco de desenvolvimento desses sintomas, o médico deve seguir
cuidadosamente o cronograma recomendado para aumento de dose. A administração
do medicamento é iniciada em dose relativamente baixa, que é aumentada muito
lentamente (ao longo de um período de semanas) até a dose de manutenção
recomendada. Se as doses forem interrompidas por três dias ou mais, o cronograma
de aumento gradual da dose deve começar novamente.
Antipsicóticos
Episódios súbitos de mania são cada vez mais tratados com antipsicóticos de
segunda geração, porque eles agem com mais rapidez e o risco de efeitos colaterais
graves é menor do que com outros medicamentos usados para tratar o transtorno
bipolar. Esses medicamentos incluem o aripiprazol, a lurasidona, a olanzapina, a
quetiapina, a risperidona, a ziprasidona e a cariprazina.

No caso de depressão bipolar, alguns medicamentos antipsicóticos podem ser


a melhor escolha. Alguns são administrados junto com um antidepressivo.
Os efeitos colaterais de longo prazo dos medicamentos antipsicóticos incluem
ganho de peso e a síndrome metabólica. A síndrome metabólica é o excesso de
gordura no abdômen com redução da sensibilidade aos efeitos da insulina (resistência
à insulina), níveis altos de açúcar no sangue, níveis de colesterol alterados e
hipertensão arterial. O risco dessa síndrome pode diminuir com aripiprazol e
ziprasidona.

Antidepressivos

Às vezes, determinados antidepressivos são usados para tratar depressão grave


em pessoas com transtorno bipolar, mas seu uso é controverso. Portanto, esses
medicamentos são usados somente por curtos períodos, e são normalmente
administrados junto com um medicamento estabilizador de humor ou um medicamento
antipsicótico atípico.

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Outros tratamentos
A eletroconvulsoterapia (ECT, às vezes chamada de “terapia de choque”) às
vezes é utilizada para tratar depressão e mania resistentes ao tratamento.

A fototerapia, pela qual a pessoa olha para luzes fortes que simulam a luz solar,
pode ser útil no tratamento do transtorno sazonal (com depressão de outono/inverno e
hipomania de primavera/verão) ou outros tipos de transtorno bipolar não sazonal do
tipo I ou II. Ela é provavelmente mais útil quando usada para complementar outros
tratamentos.

A estimulação magnética transcraniana, pela qual um dispositivo aplica um


campo magnético inofensivo na cabeça, utilizada para tratar depressão grave e
resistente, também demonstrou ser eficaz no tratamento da depressão bipolar.

Psicoterapia

A psicoterapia costuma ser recomendada para pessoas que tomam


medicamentos estabilizadores do humor, sobretudo para ajudá-las a seguir o
tratamento.

A terapia em grupo muitas vezes ajuda a pessoa, seus parceiros ou parentes, a


entender o transtorno bipolar e os seus efeitos.

A psicoterapia individual pode ajudar a pessoa a aprender a enfrentar melhor os


problemas da vida cotidiana.

Formação e apoio
Aprender sobre os efeitos dos medicamentos usados para tratar o
transtorno pode ajudar a pessoa a tomá-los de acordo com a receita médica. A pessoa
pode resistir em tomar os medicamentos, porque ela acredita que esses medicamentos
a tornam menos alerta e criativa. Contudo, uma diminuição da criatividade é
relativamente pouco comum, porque os estabilizadores de humor normalmente ajudam

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a pessoa a atuar melhor no trabalho, na escola e nos relacionamentos e objetivos
artísticos.

O médico ou terapeuta pode conversar com a pessoa sobre as


consequências das suas ações. Por exemplo, se a pessoa estiver propensa a
excessos sexuais, ela recebe informações sobre como as suas ações podem afetar o
seu casamento e sobre os riscos à saúde devido à promiscuidade, particularmente a
AIDS. Se a pessoa tende a ser financeiramente extravagante, ela pode ser
aconselhada a deixar as suas finanças a cargo de um parente de confiança.

É importante que as pessoas da família entendam o transtorno bipolar, estejam


envolvidas no tratamento e ofereçam seu apoio.

Grupos de apoio podem ajudar, ao oferecer um fórum no qual as pessoas


podem compartilhar experiências e sentimentos comuns.
Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o
uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do
consumo de substâncias psicoativas, (cafeina, anfetaminas, álcool e cocaína, por
exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução
dos níveis de estresse.

De acordo com o tipo, gravidade e evolução da doença, a prescrição de


medicamentos neurolépticos, antipsicoticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e
estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, tem-se mostrado útil
para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises. A
associação de lítio com antidepressivos e anticonvulsivantes tem demostrado maior
eficácia para prevenir recaídas. No entanto, os antidepressivos devem ser utilizados com
cuidado, porque podem provocar uma guinada rápida da depressão para a euforia, ou
acelerar a incidência das crises.

A psicoterapia é outro recurso importante no tratamento da bipolaridade, uma vez


que oferece suporte para o paciente superar as dificuldades impostas pelas
características da doença, ajuda a prevenir a recorrência das crises e, especialmente,

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promove a adesão ao tratamento medicamentosa que, como ocorre na maioria das
doenças crônicas, deve ser mantido por toda a vida.

TIPOS DE TRANSTORNO BIPOLAR

De acordo com o DSM.IV e o CID-10, (manuais internacionais de classificação


diagnóstica), o transtorno bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos:

 Transtorno bipolar Tipo I


O portador do distúrbio apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias,
e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses. Tanto
na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas
mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os
relacionamentos familiares, afetivos e sociais, como também o desempenho profissional,
a posição econômica e a segurança do paciente e das pessoas que com ele convivem.
O quadro pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar por causa do risco
aumentado de suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas.

 Transtorno bipolar Tipo II

Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado mais


leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo maior
para o comportamento e as atividades do portador.

 Transtorno bipolar não especificado ou misto

Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, mas não são suficientes nem
em número nem no tempo de duração para classificar a doença em um dos dois tipos
anteriores.

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 Transtorno ciclotímico

É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor,
que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania e de
epressão leve que, muitas vezes, são entendidos como próprios de um temperamento
instável ou irresponsável.

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CONCCLUSÃO

De acordo com os aspectos abordados, a existência de declínios nas


funções cognitivas e também nas funções executivas tende a agravar-se com o passar
do tempo e com a frequência em que se manifestam os episódios do TB. Tal prejuízo
cognitivo, presente mesmo nas fases de remissão, afeta a capacidade de autonomia do
paciente, sendo uma das principais causas que influem negativamente na adesão ao
tratamento.

O Transtorno Bipolar é um transtorno mental grave e com muitos riscos, mas esse
transtorno não deve incapacitar o paciente e, não o faz ser menos merecedor de
cuidados, porém, para cuidar de alguém com transtorno bipolar, que é um transtorno
mental grave, é preciso ter conhecimentos específicos acerca da patologia, dos riscos,
do diagnóstico e do cuidado que deve ser prestado a essa pessoa.

Assim, é necessário desenvolver técnicas de cuidados e que promovam


conhecimentos para a população no intuito desses pacientes receberem o cuidado
necessário a ponto de terem os riscos e consequências da doença minimizados .

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REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

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tentativas de suicídio no transtorno afetivo bipolar tipo I: uma atualização para o
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