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DEPARTAMENTO DE INVESIGAÇAO EM PSICOLOGIA

ANTEPROJECTO PARA O PROJECTO FINAL DE CURSO EM LICENCIATURA


EM PSICOLOGIA

Implementação de consultórios para Intervenção dos Efeitos psicológicos


em jovens dos 18 aos 45 anos de idade, com dores psicossomáticas na
província Huambo.

SAMUEL CHIPEPE CAVALA

TIPO DE TFC : SARTUP

HUAMBO, 2023
DEPARTAMENTO DE INVESIGAÇAO EM PSICOLOGIA

SAMUEL CHIPEPE CAVALA

Implementação de consultórios para Intervenção dos Efeitos psicológicos


em jovens dos 18 aos 45 anos de idade, com dores psicossomáticas na
província Huambo.

Ante-Projecto de fim de curso apresentado ao Instituto


Superior Politécnico da Caála como um dos requisitos
requisito para a obtenção do Grau de Licenciatura em
Psicologia da Saúde

ORIENTADOR: ANTÓNIO AGOSTINHO DOS SANTOS ROSA, MSc

HUAMBO, 2023
Sumário
1.Introdução...............................................................................................................................1
1.2.3. Causas...........................................................................................................................2
 Traumas de infância.....................................................................................................2
 Depressão crónica.........................................................................................................2
 Mudança nos padrões de relacionamento.....................................................................2
 Questões profissionais..................................................................................................2
 Perdas financeiras.........................................................................................................2
 Influência genética.......................................................................................................2
 Luto..............................................................................................................................2
1.2.5. Consequências...............................................................................................................3
. Objecto de investigação........................................................................................................5
1.8. Campo de Investigação...................................................................................................5
1.9. Metodologia da pesquisa.................................................................................................5
1.10. Técnica de Coleta dos Dados........................................................................................5
Origem do termo psicossomática..............................................................................................7
CRONOGRAMA.................................................................................................................12
1 Referencias Bibliografia...................................................................................................14
1.Introdução
1.1 Descrição do problema

A presente investigação é elaborada no âmbito do curso de Licenciatura em psicologia


da saúde pelo Instituto Superior Politécnico da Caála. O estudo para Implementação de
consultórios para Intervenção dos Efeitos psicológicos em jovens dos 18 aos 45 anos de
idade, com dores psicossomáticas na província Huambo.

Sendo assim, As doenças psicossomáticas, cuja origem é de ordem psicológica, são


causadas por um desequilíbrio do estado emocional com consequências directas no
corpo. É assim que, na presente pesquisa, ocupar-me -hei da proposta de Implementação
de consultórios, para Intervenção dos Efeitos psicológicos em jovens com dores
psicossomáticas na província Huambo. Dando respostas significativas em diversas
queixas de dores relacionadas aos sintomas físicos porem sem causas orgânicas ou
patológica.

A psicossomática busca um entendimento da relação mente-


corpo e dos processos de adoecimento sendo que o processo de
somatização consiste na manifestação de conflitos e angústias
por meio de sintomas físicos, ou seja, para eles o termo
psicossomático é entendido como toda perturbação física
resultante de um conteúdo psicológico. (Barbosa, Duarte e
Santos (2012).

A psicossomática categoriza fenómenos psicossomáticos ou somatopsíquicos,


apontando para a génese do transtorno ora no corpo, ora na psique e estabelece as
relações de causa e efeito entre as duas instâncias, ditas como dicotómicas. Essa relação
de causa e efeito, na prática, requer a actuação de dois profissionais: o médico, cabendo
o tratamento do somático e o psicólogo, respondendo pelo tratamento dos efeitos
psicológicos decorrentes da doença, como a depressão, a ansiedade, o medo dos
tratamentos, o medo da morte. Assim, a compreensão das enfermidades passa a ser
tomada em uma dualidade soma e psique (MATTAR et. al., 2016).

O conceito actual da Psicossomática quebrou paradigmas onde a visão


da doença deixa de ser ecológica, como resultado de variáveis do
corpo, interpessoais, individuais e ambientais, passando a ser uma
complexa interacção ao longo do desenvolvimento do indivíduo,
como factores psíquicos, somáticos e ambientais. Isso implica também
que o peso, ou o significado de factores psicossociais pode variar de
pessoa para pessoa em relação a mesma doença (BARBOSA, 2014).

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1.2.Situação Problemática

Várias são as dificuldades para entender o processo de desencadeamento das doenças


psicossomáticas sendo que esse é um dos problemas mais comuns da sociedade
contemporânea e que exige intervenção urgente. Neste contexto motivou-me a formular
a seguinte pergunta de partida: Qual é o impacto das dores psicossomáticas em jovens
dos 18 aos 45 anos de idade, na província Huambo?

1.2.3. Causas

Doenças são entendidas como manifestações do inconsciente, e que necessitam sinalizar


questões mal resolvidas que sobrecarregam o interior. Quase sempre, o problema está
associado à deficiência ou ao excesso de emoções mal canalizadas para a solução dos
conflitos.

A postura, as atitudes e a maneira de enfrentar as adversidades ditam as reações


individuais. Tais factores podem frear ou extravasar as emoções e os sentimentos
negativos mediante para determinadas situações.

Mediante isso, enumeramos algumas questões que podem gerar o desequilíbrio


emocional. Muitos deles são considerados como gatilhos para o desenvolvimento das
doenças psicossomáticas.

 Alteração de Humor
 Estresse
 Traumas de infância.
 Depressão crónica
 Mudança nos padrões de relacionamento
 Questões profissionais
 Perdas financeiras
 Influência genética
 Luto

1.2.4.Síntomas

A manifestação dos sintomas também é complexa, já que variam de suaves, moderados


ou graves, ao passo que podem ser únicos ou de representatividade múltipla. Uma das
características mais marcantes desse quadro clínico é que o indivíduo não consegue
conciliar seus pensamentos e ações, que geralmente oscilam entre o positivo e o
negativo. Por isso, a maioria dos pacientes psicossomáticos deixam-se dominar pelas
emoções negativas que sustentam a falta de motivação para a vida. Sendo que, São
múltiplas as formas que uma doença psicossomática pode se manifestar, através de
sintomas físicos e psicológicos.

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1.2.4. Os sintomas psicológicos mais frequentes incluem:

 Ansiedade;
 Irritabilidade;
 Impaciência;
 Tristeza;
 Falta de interesse nas atividades diárias;
 Exaustão.
 medo descontrolado sobre a gravidade de sintomas que nem representam tanto
risco;
 Tendência a interpretar sensações físicas consideradas normais como um
provável sinal de doença física grave ou incurável;

Os sintomas físicos mais frequentes incluem:

 Dor e queimação no estômago, associado ou não à náuseas e vómitos;


 Constipação e/ou diarreia;
 Sensação de falta de ar e/ou dor torácica;
 Dores musculares;
 Aumento da pressão arterial;
 Aceleração dos batimentos cardíacos;
 Dores de cabeça;
 Alterações na visão Coceira.

1.2.5. Consequências
Ardência ou Formigamento com aparecimento ou não de lesões de pele; Queda
excessiva de cabelo; Insônia; Dor ou dificuldade para urinar; Mudanças na libido;
Dificuldade de engravidar ou alterações do ciclo menstrual

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2. Justificação

Nos últimos dias na província do Huambo no município cede, tem se verificado um


numero elevado de jovens e adultos que apresentam diversas queixas de dores
relacionadas aos sintomas físicos porem sem causas orgânicas, no entanto muitos
profissionais de saúde descartam a possibilidade de uma pessoa estar com uma doença
psicossomática, pois acreditam simplesmente em doenças que tenham causas orgânicas,
porem pedem para os seus pacientes realizarem exames clínicos e os seus resultados não
apresentam nenhuma alteração orgânica de base para patologia, motivo pelo qual levou-
me a desenvolver este projecto.

Enquadra-se neste projecto como um TFC STARTUP, e com este projecto Pretende-
se dar respostas satisfatórias aos pacientes que apresentam queixas relativamente aos
transtornos somataformes, que por sua vez serão conduzidos a novos mecanismos,
motivo pela qual levou – me a desenvolver este tema para Contribuir de forma
estratégica e para possíveis articulações na abordagem de fenómenos psicossomáticos
que ajudará jovens e adultos a obterem tratamento e conhecimentos psicológico mais
assertivo para este transtorno

2.1 OBJECTIVOS

2.1 Objectivo geral: Implementar consultórios para Intervenção dos Efeitos


psicológicos em jovens dos 18 aos 45 anos de idade, com dores psicossomáticas na
província Huambo.

2.2-Objetivos Específicos

 Caracterizar demograficamente jovens e adultos, com dores psicossomáticas na


província Huambo.

 Identificar os factores que levam os jovens e adultos da província do Huambo a


sofrerem de dores psicossomáticas.

 Propor técnicas para minimizar dores psicossomáticas em jovens dos 18 aos 45


anos de idade, com na província Huambo.

 Elaborar uma proposta de directa que permita salvaguardar a saúde Menta

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2.3. Objecto de investigação
Causas e impacto das dores psicossomáticas em jovens na província do Huambo no
município cede
Campo de Investigação

 Município Cede Da província do Huambo

Metodologia da pesquisa.
No decorrer da pesquisa, faremos recurso a pesquisa bibliográfica, com vista a
podermos consultar outras bibliografias que fazem abordagem ao tema em estudo, assim
como a aplicação do procedimento de pesquisa empírica por meio de inquéritos e
entrevistas visando conhecer os qual os alimentos que danificam a cavidade.
Para apresentação de dados pretende-se recorrer ao modelo Qualitativo, onde se analisa
cada situação a partir de dados descritivos, buscando identificar relações, causas,
efeitos, consequências, opiniões, significados, categorias e outros aspectos considerados
necessários à compreensão da realidade estudada e que geralmente, envolve múltiplos
aspectos onde se tem em conta os resultados numéricos, tabelas e gráficos que se
derivam dos inquéritos e questionários. Os métodos científicos a serem utilizados
durante a investigação são: Análise-Síntese, Sistemático estrutural, Histórico -Lógico,
Indução-Dedução, Inquérito, Estatístico.

1.10. Técnica de Coleta dos Dados


A coleta de dados é um processo utilizado para captar informações referente ao
problema proposto geradas por pessoas, e é um método que permite ter um panorama
completo e entender a fundo os resultados do trabalho facilitando assim a análise de
resultados.
Existem várias técnicas de recolha de dados, entre as quais destacamos: os questionários
e as entrevistas, consequentemente para a presente pesquisa optou-se por questionário e
entrevista. O questionário numa pesquisa, é um dos instrumentos de colecta de dados,
sua linguagem deve ser simples e directa a fim de que a pessoa a ser questionada
compreenda com clareza o que está́ sendo perguntado.

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3.1 Contribuições Do Trabalho

A proposta de Implementação de consultórios para Intervenção dos Efeitos


psicológicos em jovens dos 18 aos 45 anos de idade, com dores psicossomáticas na
província Huambo, contribuirá de forma pratica, significativa na promoção da saúde e
prevenção de doença psicossomáticas , nos serviços clínicos a indivíduos saudáveis ou
doentes, em pesquisa e ensino dos profissionais que actuam em hospitais, clínicas e
departamentos académicos como faculdades e universidades.

É importante nesta contribuição saber que O apoio psicológico é o ponto de partida para
minimizar os desajustes emocionais que alimentam a dor física. Como profissional de
psicologia direccionarei condutas para a construção de um novo olhar sobre a
expectativa do paciente em relação aos sintomas físicos gerados por factores
emocionais.

Além de focar em medidas que auxiliem a redução do estresse, o tratamento visa


melhorar a funcionalidade diária em casa, nas relações pessoais, sociais e no trabalho.
Igualmente relevante é ajudá-lo a lidar com as mudanças de pensamento para superar os
desajustes resultantes desses distúrbios.

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4.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. Origem do termo psicossomática

O termo “Psicossomática” surgiu no século XIX quando Heinroth procurou


distinguir os tipos de influência e as suas diferentes direcções ao estudar as relações
entre mente e corpo, criando também a expressão “somatopsiquica” No entanto foi com
Freud que o corpo passou a ter uma representação psíquica, tal como passou a permitir a
representação em si do psiquismo, ou seja, o corpo passou a ser um “palco” onde a
mente podia “encenar” os seus conflitos – foi criado o modelo da conversão histérica.
(Marty, 1993).

A doença psicossomática foi inicialmente considerada pela psicanálise, como a


expressão simbólica de um conflito psíquico. Entendia-se assim, a patologia somática a
teoria explicativa da conversão histérica. a explicação teleológica da patologia é
insuficiente e incompleta, apesar de algumas perturbações psicossomáticas terem uma
finalidade comunicativa, de apelo, recusa, aviso ou outra” ( Coimbra de Matos2003),

Para a teoria freudiana o sintoma é resultante de um conflito


inconsciente que foi submetido ao recalcamento. Trata-se de
uma patologia de nível funcional, onde o recalcamento falha e
surge o retorno do recalcado que vai causar distúrbios sobre o
corpo imaginário isto é, ao sintoma considerado como funcional,
existe a possibilidade de se lhes atribuir um sentido simbólico
primário, em ligação directa com o insucesso do recalcamento.
(Martins, 1996),

O modelo compreensivo da histeria de conversão ao ser transportado para o


processo de somatização implica a existência de um determinismo inconsciente para a
escolha do órgão, possuindo este um significado simbólico. Para Coimbra de Matos
(2003), o significado simbólico do sintoma não é privilégio da histeria, podendo
revelar-se em algumas doenças psicossomáticas. Mas Freud não reduziu tudo à histeria,
percebeu que essa não era a única forma de somatização.

A denominação de medicina psicossomática, de acordo com seu


campo epistemológico, é um estudo das relações mente corpo com
ênfase na explicação da patologia somática, uma proposta de
assistência integral e uma transcrição para a linguagem psicológica
dos sintomas corporais. (Ekstermam, 1992, p.77)

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As doenças psicossomáticas são causadas por problemas emocionais do indivíduo e
representam a ligação directa entre a saúde emocional e a física. Ou seja, quando o
sofrimento psicológico, de alguma forma, acaba causando ou agravando uma doença
física. Não existe uma causa única para o desenvolvimento de uma doença
psicossomática. Seu desenvolvimento depende de uma predisposição pessoal e
orgânica, em como o corpo e o psicológico interagem e reagem frente a certas
condições e/ou situações de vida. Algumas outras doenças psiquiátricas facilitam o
desenvolvimento da somatização, como depressão, ansiedade e estresse e as situações
que geralmente estão associadas ao seu desenvolvimento incluem:

 Sobrecarga profissional;
 Eventos traumáticos prévios (seja na infância ou na vida adulta);
 Vítimas de violência psicológica, física ou sexual;
 Sofrimento psicológico de qualquer tipo associado à dificuldade de falar sobre o
assunto ou à tendência de se isolar socialmente

A Organização Mundial da Saúde classifica as doenças


psicossomáticas em duas categorias: Transtornos Neuróticos,
relacionados ao estresse e somatoformes (códigos F40 – F48) e
Síndromes Comportamentais Associadas a Distúrbios
Fisiológicos e a Fatores Físicos (códigos F50 – F59). O primeiro
é definido como presença de sintomas físicos que sugerem uma
condição médica geral, porém não são explicados pela mesma,
ou por efeitos de uma substância ou por um transtorno mental. O
segundo tem a presença de um ou mais factores psicológicos ou
comportamentais específicos que afectam uma condição física
ou do funcionamento dos órgãos (NEVES NETO, 2003)

Diagnóstico

Ainda de acordo com o DSM-V, pelo fato da doença psicossomática poder existir em
vários graus, não seria interessante basear o diagnóstico no fato de que os sintomas não
são acompanhados de uma causa médica/fisiológica. Assim, o diagnóstico deve ser
pautado na manifestação de sintomas somáticos perturbadores associados a sentimentos,
comportamentos e pensamentos considerados anormais como resposta ao sintoma.

Outro critério confiável para o estabelecimento do diagnóstico é a preocupação


excessiva com doenças, bem como o entendimento de que os sintomas físicos são
ameaçadores, podendo se tornar fatais. Devido a essa versão pessimista, o paciente tem
maior sofrimento mental e, consequentemente, menos qualidade de vida.

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Diagnostico segundo a OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do CID-10 elucida que a doença
psicossomática pode ser diagnosticada se houver presença de:

 Pelo menos dois anos de sintoma físico que não possuam qualquer explicação;
 Recusa em aceitar a falta de diagnóstico médico para o seu sintoma;
 Grau de comprometimento de convívio social e familiar atribuídos às
consequências do sintoma.

Algo bem comum nesse contexto é a dificuldade (em alguns casos, impossibilidade) de
conciliar seus pensamentos e acções, que geralmente oscilam entre o positivo e o
negativo. Logo, grande parte dos pacientes psicossomáticos são tidas como pessoas
pessimistas, que se deixam dominar pelas emoções negativas, se distanciando do que
realmente o motiva.

É um diagnóstico que não pode ser feito da noite para o dia, visto que envolve a
contribuição técnica de médicos, psiquiatras, psicólogos e diversos outros profissionais
de saúde que são envolvidos em cada caso. Sendo assim, cabe aos profissionais a
observação atenta da manifestação de qualquer tipo de sintoma, bem como
acompanhamento psicoterapêutico.

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Concepções e Modelos em Psicossomática

Os princípios psicossomáticos, teriam suas hipóteses alicerçadas na inter-relação entre o


corpo fisiológico e o corpo erótico através da subversão libidinal, o corpo erótico surge
do corpo biológico, mantendo constantemente uma relação de dependência,
influenciando e intervindo “ao nível da relação orgão-junção. (Cardoso, 1995, p.22).

Dejours (1988 cit Cardoso, 1995) utilizou esta designação “subversão libidinal” para se
referir à aquisição de algo que, além de não ser definitivo, não se completaria jamais,
acarretando assim um “confronto constante entre corpo erótico e corpo biológico”
(Cardoso, 1995, op. cit.). De acordo com essa concepção, não faz sentido algum separar
doença orgânica e doença mental uma vez que as sumatizações, nas duas, correspondem
a uma somatização cerebral, designada habitualmente por psicoses. Portanto, a escolha
do órgão, nessa concepção, “dependeria das vicissitudes da subversão libidinal e da
construção do corpo erótico, ancorado nas funções bio-endócrinas como nas motoras e
cognitivas”(Cardoso, 1995, op. cit.).

Ao pensar o somático, Sami-Ali, partindo de uma análise crítica do


modelo psicanalítico, propõe um modelo multidimensional em
psicossomática. Para ele, o “ponto mais fraco da psicanálise de Freud
e dos autores que se seguiram é a extensão, é a extrapolação teórica e
especulativa, sem limites, dos modelos da psicopatologia aos
fenômenos orgânicos, biológicos, históricos, sociais, etc...” Diz ainda
que é uma ilusão, pensar que seja possível chegar a uma compreensão
de todos os “funcionamentos individuais, grupais, biológicos e
históricos”, partindo de um só e único modelo - a patologia freudiana.
E que para chegarmos a uma compreensão dos fenómenos
psicossomáticos é necessário que nos livremos dessa ilusão. (Sami-
Ali, 1987, p.158).

A patologia orgânica, conforme a perspectiva desse autor, “não pode ser integrada num
modelo histórico, nem no modelo da neurose atual e nem no modelo da psicose”, uma
vez que tudo é relacional, isto é, o problema da patologia orgânica deve ser visto
globalmente a um funcionamento regido em primeiro lugar pelos ritmos biológicos,
sendo que nesses ritmos há sempre “alternância entre dois estados fundamentais, o
sonho e a vigília, que são regidos por qualquer coisa que se encontre além ou aquém do
psíquico” (Sami-Ali, 1987, op. cit.). A partir dessa perspectiva Sami-Ali coloca que
toda a questão psicossomática deve ser considerada na relação onde não haja “dum lado
o psíquico e do outro do orgânico”. O que realmente existe é “qualquer coisa que
reenvia a uma relação original, existente antes do nascimento e depois do nascimento.
Está-se em relação desde a concepção” (Sami-Ali, 1987, op. cit.)

10
A PERSONALIDADE E SUA RELAÇÃO COM DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS

Quando se fala em personalidade, sabe-se em um primeiro momento que ela é definida pelas
características marcantes de uma pessoa. A teoria que se faz presente até mesmo pelo senso
comum é a de Carl Jung, quando em seus estudos sobre a personalidade definia os tipos
psicológicos entre extrovertida e introvertida. Por um lado, a extroversão pode ser definida
como uma característica de um sujeito que dispõe de uma energia psíquica voltada ao mundo
exterior, por exemplo: ser comunicativo, simpático ou ter facilidade na convivência social. Por
outro lado, a introversão é uma característica de um sujeito que dispõe de uma energia psíquica
voltada para si mesmo, por exemplo: os introvertidos tendem a evitar multidões ou ligações
telefónicas são introspectivos e acabam pensando muito antes de falar. Claro que existem dados
muito mais amplos e precisos no que se refere às teorias de personalidade. Na maioria das
vezes, são dados que tendem a determinar a definição, estrutura e desenvolvimento da
personalidade (Feist, Feist & Roberts, 2015).

Entre 1991 e 1994, o psicólogo Hans Eysenck, criador do modelo PEN, apontava em seus
estudos uma ligação dos traços da personalidade com uma desordem física, até definir que a
personalidade com tendência a doenças psicossomáticas poderia ser identificada por meio de
seus traços, ou seja, das características do sujeito (Silva, 2013).

Segundo Mello Filho & Burd et al. (1992), a psicossomática é apresentada em três fases: A
inicial ou psicanalítica, que tem como foco a gênese inconsciente das enfermidades. A
intermediária ou behaviorista, que em seus achados traz um grande estímulo aos estudos sobre o
estresse. Por último, a atual ou multidisciplinar, que aponta uma atividade de interação e de
interconexão entre profissionais de saúde
(Ramos, 2006).

11
CRONOGRAMA
MESES
ACTIVIDADES Jan Fev Março Abril Maio Junh Julh Ago Set
Concepção do
Projecto
Fundamentação
Teórica
Revisão da literatura
Sistematização
Definição do método
de Investigação
Aplicação dos
métodos e técnicas de
investigação
Análise dos resultados
Compilação e
estratégia da versão de
relatório
Entrega de Trabalho
Defesa

ESTIMATIVA DE CUSTOS.

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CUSTO
Nº DESIGNAÇÃO QUANTIDADE TOTAL
UNITÁRIO
1 Beca 1 34.500,00 34.500,00
2 CDs 4 200,00 800,00
3 Comparticipação 1 300.000,00 300.000,00
4 Decoração da sala 1 10.000,00 10.000,00
5 Deslocamento -- 25.000,00 25.000,00
Fotocopias dos
6 - 30.000,00 30.000,00
inquéritos
7 Pendrive 1 3.500,00 3.500,00
9 Saldo internet Unitel 2 20.000,00 20.000,00
Impressão e
10 6 15.000,00 90.000,00
encadernamento
Total 513.800,00

13
1 Referencias Bibliografia
Eysenck, H. J. (1992) Psychosocial factors, cancer, and ischaemic heart disease. British
Medical
Journal; 305:457 Link: https://www.bmj.com/content/bmj/305/6851/457.full.pdf
Feist, Jess, Feist, Gregory J. & Roberts, Tomi-Ann. (2015) Teorias da Personalidade. 8ª
edição
Porto Alegre: AMGH.

Sami-Ali. (1993) Corpo Real. Corpo Imaginário Artes Médicas. Porto Alegre, 1993.

Eksterman, Abram (1992). Psicossomática: o diálogo entre a Psicanálise e a medicina.


IN: Psicossomática Hoje. Mello Filho, J. de, Artes Médicas. Porto Alegre, 1992.

Alexander, Franz (1989). Medicina Psicossomática. Artes Médicas. Porto Alegre, 1989.

Chrousos, G. P. MD e Gold, P. W. MD. (1993) Os Conceitos e Distúrbios do Sistema


de Estresse. Suplemento JAMA, Jan, Fev, Vol III nº. 1: 479-491.

Sami-Ali. (1992) Pensar o Somático. Imaginário e Patologia Guide-Artes Gráficas


Ltda.

Referências futuras

MARTY, P. A psicossomática do adulto. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. MARTY, P.


Mentalização e psicossomática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.
American Psychiatric Association.. (2014) Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed.

Anastasi A & Urbina S. (2000) Testagem Psicológica. 7a edição. Porto Alegre: Artes
Médicas.

Cohen, S., & Herbert, T. B. (1996). Health psychology: Psychological factors and
physical disease from the perspective of human psychoneuroimmunology. Annual
Review of Psychology, 47, 113–142. https://doi.org/10.1146/annurev.psych.47.1.113

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