Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pureza Manjate
Vilma Wate
2º Ano, Regular
Maputo
2023
1
Pureza Manjate
Vilma Wate
Maputo
2023
2
Índice
Introdução.............................................................................................................................................4
Objectivos.............................................................................................................................................5
Metodologia..........................................................................................................................................5
Transtornos da Esfera Afectiva..............................................................................................................6
Sentimentos...........................................................................................................................................7
Teorias dos Sentimentos........................................................................................................................7
Tipos de sentimentos.............................................................................................................................7
Principais Transtornos Afectivos...........................................................................................................7
Depressão..............................................................................................................................................8
Sintomas e causas da Depressão..........................................................................................................10
Diagnóstico e tratamento.....................................................................................................................10
Prevenção e o impacto da Depressão...................................................................................................11
Transtorno Bipolar...............................................................................................................................11
Sintomas e causas do transtorno bipolar..............................................................................................12
Diagnóstico e Tratamento....................................................................................................................13
Transtorno de Ansiedade.....................................................................................................................16
Causas do transtorno de ansiedade e medidas de prevenção................................................................17
Distimia...............................................................................................................................................18
Transtorno Ciclotímico........................................................................................................................19
Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM).....................................................................................20
Transtorno depressivo pós-parto..........................................................................................................22
Transtorno afectivo sazonal (TAS)......................................................................................................23
Outros Transtornos Afectivos Especificados ou Não Especificados....................................................23
Causas e Factores de Risco dos Transtornos Afectivos.......................................................................24
Impacto dos Transtornos Afectivos nos Indivíduos e na Sociedade....................................................26
Considerações finais............................................................................................................................28
Referências bibliográficas...................................................................................................................30
3
Introdução
Os transtornos da esfera afectiva, também conhecidos como transtornos do humor,
constituem um conjunto complexo de condições psiquiátricas que exercem um profundo
impacto no estado emocional e no humor de um indivíduo. Estas condições vão muito além
das flutuações emocionais comuns e podem influenciar significativamente a maneira como
uma pessoa percebe, expressa e lida com suas emoções.
Esta exploração abrangente dos transtornos da esfera afectiva busca aprofundar nosso
conhecimento sobre as causas, sintomas e abordagens terapêuticas associadas a essas
condições. Através dessa compreensão, somos capacitados a oferecer um suporte mais eficaz,
promovendo o bem-estar emocional e a qualidade de vida daqueles afectados por esses
transtornos desafiadores.
4
Objectivos
Constitui objectivo Geral deste trabalho Compreender a natureza e complexidade dos
transtornos afectivos.
Para alcançar este objectivo foram formulados outros três considerados objectivos
Específicos
Metodologia
A metodologia adoptada para atingir os objectivos acima propostos será a seguinte:
Revisão Bibliográfica, que consistira na realização de uma ampla pesquisa bibliográfica em
bases de dados académicas e científicas sobre transtornos da esfera afectiva. Isso inclui
artigos científicos, livros, teses e outros materiais relevantes.
Entrevistas com Especialistas, Entrevistar profissionais de saúde mental, como psicólogos e
psiquiatras, para obter perspectivas clínicas e práticas sobre o diagnóstico e tratamento dos
transtornos afectivos.
Avaliação de Ferramentas de Diagnóstico, Analisar as ferramentas de diagnósticas
utilizadas por profissionais de saúde mental, como o DSM-5, para compreender os critérios e
métodos empregados no diagnóstico de transtornos afectivos.
Com base nos dados e informações obtidos, elaborar recomendações práticas para
profissionais de saúde mental e indivíduos afectados, visando uma abordagem mais eficaz na
compreensão, diagnóstico e tratamento dos transtornos afectivos.
5
Os transtornos da esfera afectiva têm sido extensivamente estudados por diversos autores,
contribuindo para uma compreensão mais aprofundada dessas condições psiquiátricas.
No contexto dos transtornos de ansiedade, autores como Clark e Beck (2011) contribuíram
com a Teoria Cognitiva dos Transtornos de Ansiedade, que explora os padrões de
pensamento disfuncionais associados à ansiedade. Além disso, Barlow (2002) desenvolveu a
Teoria de Modelagem da Ansiedade, que enfatiza a aprendizagem de respostas de medo.
Sentimentos
Segundo Ribeiro, Os sentimentos são informações que todos seres biológicos são capazes de
sentir nas diferentes situações que vivenciam, todo ser é dotado de sentimentos e eles são
diferentes entre si.
Tipos de sentimentos
Primários/ Inatos – Envolvem todas as necessidades profundamente naturais dos seresanimais.
emocional de um indivíduo. Estes distúrbios vão além das flutuações emocionais comuns e
envolvem alterações substanciais e muitas vezes duradouras no estado emocional, na
expressão de sentimentos e na regulação do afecto.
Depressão
A depressão é um transtorno caracterizado por uma persistente sensação de tristeza,
desesperança, perda de interesse ou prazer em actividades quotidianas. Pode ser
acompanhada de sintomas físicos como fadiga, alterações no sono e apetite, e dificuldade de
concentração.
Sigmund Freud foi um dos pioneiros na exploração dos aspectos psicológicos da depressão,
ou como ele a chamava, "melancolia". Sua associação da depressão com a experiência de
perda e luto foi uma contribuição seminal para a compreensão dessa condição.
Além disso, Freud também enfatizou a importância da resolução do luto como um passo
crucial para a recuperação da depressão. Ele destacou que permitir que os sentimentos de
perda e dor sejam processados e, eventualmente, integrados ao eu é essencial para superar a
melancolia. A perspectiva de Freud sobre a depressão influenciou profundamente a teoria e a
prática da psicologia e da psicoterapia. Suas ideias ainda são objecto de estudo e discussão, e
continuam a ser uma parte fundamental do campo da psicologia clínica.
Para Lacan (1981), a depressão é vista como uma resposta complexa à falta ou à perda de um
objecto de desejo. Ele enfatizava a importância do objecto a, que representa o objecto de
desejo primordial, muitas vezes inatingível e idealizado. Quando esse objecto é percebido
como perdido ou inacessível, pode desencadear um estado de depressão.
Além disso, Lacan também introduziu o conceito de "falta no Outro", referindo-se à sensação
de ausência ou vazio que surge quando o sujeito percebe que o Outro (a figura de autoridade,
como os pais, por exemplo) não pode fornecer plenamente o que é desejado.
Por tanto a depressão é uma condição de saúde mental que afecta milhões de pessoas em todo
o mundo. Ela é caracterizada por uma persistente sensação de tristeza, desesperança e falta de
interesse ou prazer na maioria das actividades do dia a dia. A depressão não é apenas uma
tristeza passageira; é um transtorno de humor que pode interferir significativamente na
qualidade de vida, nas relações interpessoais e no funcionamento diário.
9
A depressão pode ser desencadeada por uma combinação de factores biológicos, genéticos,
psicológicos e ambientais. Eventos de vida estressantes, trauma, histórico familiar de
depressão, Transtornos psiquiátricos correlatos, Ansiedade crónica e desequilíbrios químicos
no cérebro são todos factores que podem desempenhar um papel.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da depressão é geralmente feito por profissionais de saúde mental, como
psicólogos e psiquiatras. Eles utilizam critérios específicos do Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para determinar se alguém atende aos critérios
para o transtorno depressivo.
Por tanto O tratamento com medicamentos (terapia farmacológica) deve ser orientado por um
psiquiatra e depende da gravidade da depressão. Alguns exemplos de antidepressivos que
podem ser indicados pelo médico são: Inibidores selectivos da receptação de serotonina
(ISRS) como sertralina, fluoxetina, paroxetina ou citalopram; Antidepressivos tricíclicos
como imipramina, amitriptilina ou nortriptilina; Moduladores e estimuladores da serotonina
como vortioxetina, nefazodona ou trazodona; Inibidores da recaptação de serotonina e
norepinefrina (ISRSN) como venlafaxina, duloxetina ou desvenlafaxina; Inibidores seletivos
da recaptação de noradrenalina e dopamina como bupropiona; Antidepressivos atípicos como
mirtazapina ou mianserina; Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) como tranilcipromina,
moclobemida, fenelzina, selegilina ou isocarboxazida.
A Prevenção da Depressão Embora alguns tipos de depressão possam ser causados por mau
funcionamento do cérebro e não possam ser evitados, existem boas evidências de que a
depressão pode ser prevenida com bons hábitos de saúde, Isso inclui:
Transtorno Bipolar
O transtorno bipolar, anteriormente conhecido como psicose maníaco-depressiva, envolve
mudanças extremas no humor, oscilando entre episódios de mania (euforia, energia
11
O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental caracterizada por mudanças extremas
de humor, que incluem episódios de mania (ou hipomania) e depressão. Essas mudanças de
humor podem afectar significativamente o funcionamento diário e a qualidade de vida de
uma pessoa.
O transtorno bipolar é conhecido por seus episódios distintos de mania e depressão. Durante
os episódios de mania, uma pessoa pode se sentir extremamente energizada, eufórica e
impulsiva. Pode haver uma diminuição na necessidade de sono, pensamentos acelerados e
comportamentos de risco.
Nos episódios depressivos, os sintomas são semelhantes aos de outros tipos de depressão,
como tristeza profunda, falta de energia, dificuldade de concentração, alterações no apetite e
no sono, entre outros. Existem 3 subtipos do transtorno bipolar a destacar:
Transtorno Bipolar Tipo I: Caracterizado por episódios maníacos completos, muitas vezes
acompanhados por episódios depressivos.
Transtorno Bipolar Tipo II: Envolve episódios de hipomania (uma forma menos grave de
mania) e depressão maior.
Ciclotimia: Uma forma mais leve de transtorno bipolar, marcada por flutuações de humor
menos intensas, mas ainda assim significativas.
Episódios de Hipomania:
- São semelhantes aos episódios maníacos, mas menos intensos e com menor impacto nas
actividades diárias.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito por um profissional de saúde mental, geralmente através de uma
avaliação clínica abrangente e entrevistas.
13
O diagnóstico do transtorno bipolar começa com uma avaliação clínica abrangente realizada
por um profissional de saúde mental. Isso pode ser um psiquiatra, psicólogo clínico ou
terapeuta especializado em saúde mental. O profissional irá obter um histórico médico
completo, incluindo informações sobre a saúde mental, histórico familiar de transtornos do
humor e qualquer uso de substâncias.
É crucial distinguir o transtorno bipolar de outras condições que podem ter sintomas
semelhantes, como depressão unipolar, transtorno de ansiedade ou outros transtornos do
humor.
Gerenciamento de Crises, Fornece habilidades para lidar com momentos de crise e prevenir
a escalada de sintomas.
14
Dieta Equilibrada, Uma alimentação saudável e balanceada contribui para o bem-estar físico
e emocional.
Sono Adequado, Estabelecer uma rotina de sono consistente e garantir horas suficientes de
descanso é essencial.
O suporte Social também é importante para incentivar o paciente a construir e manter uma
rede de apoio sólida, envolvendo familiares, amigos e grupos de apoio, pode ser fundamental
para o sucesso do tratamento.
Com isso queremos dizer que tratamento do transtorno bipolar é altamente individualizado.
Cada pessoa pode responder de forma diferente às abordagens terapêuticas, e os planos de
tratamento devem ser ajustados conforme a necessidade. A colaboração entre profissionais de
saúde mental e o paciente é essencial para um manejo eficaz do transtorno bipolar.
Transtorno de Ansiedade
Embora seja mais conhecido por seus sintomas relacionados à ansiedade, o transtorno de
ansiedade também está associado a alterações no humor. Pessoas com esse transtorno podem
experienciar irritabilidade, agitação e sentimentos de apreensão constante.
Os indivíduos com transtornos de ansiedade podem apresentar sinais de alerta que reflectem
uma preocupação excessiva e constante. Eles podem evitar situações que consideram
ameaçadoras, o que pode levar a ausências escolares ou isolamento social. Sintomas físicos
como palpitações, suor excessivo, tremores e falta de ar podem surgir em momentos de
ansiedade aguda. Esses sintomas podem ser tão intensos que interferem na capacidade do
aluno de se concentrar em tarefas académicas. Além disso, eles podem apresentar
dificuldades em se comunicar, especialmente em situações de interacção social.
O desempenho académico pode ser afectado, pois a ansiedade pode prejudicar a capacidade
de realizar testes ou apresentações em público.
Um professor identificando um aluno com transtornos de ansiedade deve aplicar técnicas de
Gerenciamento de Ansiedade, como por exemplo Ensinar aos alunos técnicas práticas, como
exercícios de respiração profunda e visualização, para reduzir os sintomas de ansiedade
quando eles surgirem. Oferecer adaptações durante avaliações, como tempo extra, ambientes
silenciosos ou a oportunidade de fazer a avaliação em etapas, para reduzir o estresse e a
ansiedade durante os teste. O ambiente de Sala de Aula deve ser positivo, onde os alunos se
sintam seguros para fazer perguntas, expressar preocupações e compartilhar suas opiniões
sem medo de julgamento.
Deve se estabelecer rotinas para reduzir a incerteza, ajudando os alunos a saberem o que
esperar durante o dia lectivo. E também a colaboração com Profissionais de Saúde Mental é
importante para fornecer terapia cognitivo-comportamental para ensinar estratégias de
enfrentamento eficazes.
16
− Factores Genéticos e Histórico Familiar, Pessoas com histórico familiar têm maior
probabilidade de desenvolvê-lo, isto é, a componente genética influencia a
susceptibilidade.
− Desequilíbrios nos Neurotransmissores, a Serotonina e noradrenalina desempenham
papel importante no desenvolvimento.
− Experiências Traumáticas, Abuso, acidentes ou eventos estressantes podem
desencadear o transtorno.
− Estresse Crónico, Pressão no trabalho, problemas financeiros, conflitos interpessoais
contribuem.
− Propensas à Preocupação, Indivíduos com tendências ao perfeccionismo têm maior
risco.
− Condições Médicas, Problemas cardíacos, doenças crónicas, desequilíbrios hormonais
podem desencadear ou piorar.
− Identificação de Factores de Risco, Conhecer e estar ciente dos factores de risco, como
histórico familiar.
− Estilo de Vida Saudável, Alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares, padrão
de sono adequado.
− Gerenciamento do Estresse, Aprender técnicas de gerenciamento de estresse, como
meditação, exercícios de relaxamento, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver
ansiedade.
− Estilo de Vida Saudável, Manter uma dieta equilibrada, fazer exercícios regularmente e
garantir um sono adequado são fundamentais para promover a saúde mental.
− Evitar Substâncias Tóxicas, O uso excessivo de álcool, drogas ilícitas e cafeína pode
desencadear ou agravar a ansiedade. Evitar essas substâncias é importante.
− Terapia e Aconselhamento, Participar de terapia, como a terapia cognitivo-
comportamental (TCC), pode ajudar a desenvolver habilidades de enfrentamento e
prevenir a ansiedade.
− Identificação Precoce, Reconhecer os sintomas iniciais de ansiedade e procurar ajuda
profissional quando necessário é crucial para prevenir o agravamento do transtorno.
17
Distimia
O Transtorno Depressivo Persistente (TDP), anteriormente conhecido como Distimia, é uma
condição de saúde mental caracterizada por um estado crónico de tristeza e desânimo.
Diferencia-se da depressão major pela duração prolongada e pela intensidade menos grave
dos sintomas. Esta condição pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e no
funcionamento diário dos indivíduos afectados.
As causas exactas da Distimia ainda não são totalmente compreendidas, mas factores
genéticos, desequilíbrios neuroquímicos, eventos traumáticos e experiências adversas na
infância podem desempenhar um papel no seu desenvolvimento.
Contudo, o Transtorno Depressivo Persistente, embora menos intenso que a depressão major,
pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos afectados. O
diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para melhorar o prognóstico e a
qualidade de vida dos pacientes. A abordagem terapêutica deve ser personalizada, levando
em consideração as necessidades individuais de cada paciente.
Transtorno Ciclotímico
O transtorno ciclotímico é caracterizado por oscilações crónicas de humor que não são tão
intensas como os episódios maníacos ou depressivos completos. Os sintomas são menos
graves, mas podem ser persistentes.
O termo "ciclotimia" foi cunhado por Karl Kahlbaum no século XIX para descrever estados
de ânimo alternantes. Actualmente, é classificada no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5) como um Transtorno do Humor do Espectro Bipolar.
Os ciclos de humor na ciclotimia ocorrem com mais frequência do que no transtorno bipolar,
muitas vezes com duração de semanas a meses.
Por tanto o transtorno Ciclotímico é uma condição psiquiátrica complexa que requer uma
abordagem abrangente para o diagnóstico e tratamento eficaz. A compreensão dos aspectos
clínicos, factores de risco e intervenções terapêuticas é fundamental para fornecer o suporte
necessário aos indivíduos afectados por esta condição.
A) Sintomas Emocionais:
- Irritabilidade
- Depressão
20
- Ansiedade
B) Sintomas Físicos:
- Fadiga extrema
- Distensão abdominal
- Sintomas gastrointestinais
C) Sintomas Cognitivos:
- Dificuldade de concentração
- Sentimentos de desesperança
d) Sintomas Comportamentais:
- Isolamento social
O TDPP pode afectar a capacidade da mãe de cuidar de si mesma e do bebé, o que pode ter
um impacto significativo na dinâmica familiar. Factores de risco para o desenvolvimento do
TDPP incluem histórico de depressão ou outros transtornos mentais, mudanças hormonais e
biológicas durante a gravidez e após o parto, altos níveis de estresse, falta de apoio social e
eventos estressantes na vida da mãe, assim como complicações durante a gravidez ou no
processo de parto.
Com o apoio adequado, as mulheres com TDPP podem se recuperar e desfrutar de uma
maternidade saudável e gratificante. Buscar ajuda é um sinal de força e uma etapa importante
para a recuperação.
22
Essa condição é caracterizada por um padrão sazonal consistente, com os sintomas surgindo
em uma estação específica do ano, geralmente no outono ou inverno. Os sintomas incluem
tristeza persistente, perda de interesse em actividades que normalmente traziam prazer,
alterações no sono e apetite, falta de energia, dificuldade de concentração e, em casos mais
graves, pensamentos de morte ou suicídio. Algumas pessoas com TAS experimentam um
aumento no apetite, especialmente por alimentos ricos em carbohidratos, o que pode levar a
ganho de peso.
O TAS é mais comum em áreas geográficas mais distantes do equador, onde há uma variação
sazonal mais pronunciada na quantidade de luz solar. Factores como histórico familiar de
TAS e desequilíbrios nos níveis de neurotransmissores, como a serotonina, também podem
aumentar o risco de desenvolver a condição.
O tratamento do TAS pode envolver terapia de luz, onde a pessoa é exposta a uma luz
artificial brilhante, terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicação
antidepressiva. A terapia de luz, em particular, é altamente eficaz e envolve a utilização de
uma luz especial projectada para imitar a luz natural do dia.
Em conclusão, o Transtorno Afectivo Sazonal é uma condição de saúde mental que está
directamente ligada a variações sazonais e pode ter um impacto significativo na qualidade de
vida. Com o tratamento adequado, incluindo terapia de luz, terapia cognitivo-comportamental
e, em alguns casos, medicação, é possível aliviar os sintomas e melhorar o bem-estar geral
das pessoas afectadas por essa condição. É fundamental buscar ajuda profissional ao
enfrentar o TAS para receber o suporte necessário durante os períodos de sintomas.
Teóricos como Beck (1967) têm ressaltado a importância dos padrões de pensamento
disfuncionais na etiologia da depressão. Estresse crónico, conflitos interpessoais e eventos
traumáticos também têm sido associados ao desenvolvimento de Transtornos Afectivos
(Hammen, 2005).
Doenças médicas crónicas (Merikangas et al., 2011), desregulação hormonal (Young et al.,
2014), isolamento social (Cacioppo et al., 2006) e histórico de outros transtornos mentais
(Kessler et al., 2005) também são factores de risco relevante.
25
Autores como Aaron T. Beck (Beck, 1967) e Martin E.P. Seligman (Seligman, 1975)
destacam que a depressão pode levar a uma visão distorcida e negativa de si mesmo, do
mundo e do futuro. Essa perspectiva pessimista afecta a forma como os indivíduos percebem
e experimentam a qualidade de vida.
Goodwin e Jamison (2007) explicam que o transtorno bipolar pode resultar em flutuações
extremas de humor, influenciando directamente o funcionamento diário dos afectados.
Episódios de mania podem levar a comportamentos impulsivos, enquanto episódios
depressivos podem resultar em um sentimento de desesperança e inactividade.
Os Transtornos Afectivos não apenas afectam os indivíduos, mas também têm implicações
profundas na sociedade em geral.
Greenberg et al. (2015) e Wang e Simon (2006) analisam os custos económicos associados
aos Transtornos Afectivos. Isso inclui despesas directas com tratamentos médicos e
terapêuticos, bem como os custos indirectos relacionados à perda de produtividade no
trabalho e absenteísmo.
Autores como Patrick W. Corrigan e Bruce G. Druss (Corrigan et al., 2014) destacam o
impacto social dos Transtornos Afectivos devido ao estigma associado à saúde mental. A
discriminação pode dificultar a busca de ajuda e a participação plena na sociedade.
A crescente demanda por serviços de saúde mental devido à prevalência dos Transtornos
Afectivos pode sobrecarregar os sistemas de saúde, como argumentado por Kessler e Wang
(2006). Isso pode resultar em filas de espera e dificuldades no acesso a tratamentos.
Considerações finais
os Transtornos Afectivos representam um conjunto diversificado de condições de saúde
mental, cada uma com suas próprias características distintivas e impactos específicos na vida
dos indivíduos. Desde o Transtorno Depressivo Persistente, caracterizado por uma persistente
tristeza, até o Transtorno Afectivo Sazonal, influenciado pelas variações sazonais, essas
condições podem ter um efeito profundo na qualidade de vida e no funcionamento diário dos
afectados.
Referências bibliográficas
BARLOW, D. H. Ansiedade e seus Transtornos: A Natureza e o Tratamento da Ansiedade e
Pânico. Guilford Press. 2002.
BECK, A. T. Depressão: Aspectos Clínicos, Experimentais e Teóricos. Harper & Row. 1967.
BECK, A. T.; RUSH, A. J.; SHAW, B. F.; EMERY, G. Terapia Cognitiva da Depressão.
Guilford Press. 1979.
KENDLER, K. S. et al. A estrutura dos fatores de risco genéticos e ambientais para seis
transtornos psiquiátricos principais em mulheres. Arquivos de Psiquiatria Geral, 57(10), 899-
907. 2000.
YOUNG, E. A.; KORSZUN, A.; MIROFF, Y. Diferenças de gênero nos efeitos da infância
abusada na função do eixo HPA em adultos. Psiquiatria Biológica, 52(9), 896-906. 2002.
Anexos e apêndices
32
Nome do entrevistado…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….
Data……./……./…….
Introdução
1. Apresentação e Contextualização:
Histórico Profissional
Abordagem Terapêutica
Avaliação Diagnóstica
- Quais métodos e ferramentas você utiliza para conduzir uma avaliação diagnóstica de
transtornos afectivos? Como você determina o diagnóstico e a gravidade do transtorno em
seus pacientes?
- Como você costuma adaptar suas intervenções para atender às necessidades de alunos com
transtornos da esfera afectiva em contextos educacionais? Que estratégias específicas você
recomenda para apoiar o desenvolvimento académico e emocional desses alunos?
- Como você aborda a colaboração com educadores para apoiar alunos com transtornos da
esfera afectiva? Que tipo de informações ou estratégias você compartilha com a equipe
educacional?
- Que tipo de orientações ou estratégias você costuma oferecer aos educadores para melhorar
o ambiente de aprendizagem para alunos com transtornos da esfera afetiva? Como os
educadores podem ser aliados eficazes no suporte a esses alunos?
Desafios Enfrentados
- Quais são os principais desafios que você encontra ao trabalhar com indivíduos que têm
transtornos da esfera afectiva? Como você lida com esses desafios em sua prática?
- Quais aspectos do seu trabalho com transtornos da esfera afetiva você considera mais
gratificantes? Poderia compartilhar uma experiência positiva ou um momento de realização
profissional nessa área?
Conclusão