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A
toxina botulínica tem sido usada desde de ligação (c-terminal) e uma cadeia leve (endo-
1970 na oftalmologia e nos últimos 20 peptidase) de aproximadamente 50kDa, ligadas
anos teve seu uso estendido para por uma ligação dissulfeto (Figura 1).
outras áreas, particularmente a dermatologia.
Axônio terminal
SNAP-25
mudanças de temperatura, baixo pH e degrada-
ção enzimática. As bactérias produzem sete Receptor
Nicotínico
tipos diferentes de neurotoxinas: A, B, C, D, E, F, G,
mas apenas os sorotipos A e B estão disponíveis
Músculo
comercialmente.
Figura 2
Curso de Cosmiatria
1
Toxinas botulínicas do tipo A disponíveis no mercado
Primeira aprovação 1989 (US) 1991 (UK) 2005 (Germany) 1993 (China) Coréia do Sul
Serotipo A A A A A
Peso e Uniformidade ~900 kDa 400-900 kDa 150 kDa ~900 kDa ~900 kDa
molecular Homogêneo Heterogêneo Homogêneo Homogêneo Homogêneo
Apresentação
(U/Frasco) 50, 100, 200 300, 500 50, 100 50, 100 50, 100, 200
Proteína
(ng/Frasco) 4.8 (100 U frasco) 4.35 (500 U frasco) 0.6 (100 U frasco) - -
local. Além disso, bloqueia a liberação de neuro- para cada 1 unidade de Botox®. Segundo
transmissores associados à origem da dor. O estudos, o início clínico pode ser mais rápido,
mecanismo presumido para profilaxia de migrâ- mas a duração da ação é semelhante ao Botox®.
nea é o bloqueio de sinais periféricos para o
sistema nervoso central, que inibe a sensibiliza- IncobotulinumtoxinA
ção central.
Xeomin® (Toxina Botulínica Inco) é uma
OnabotulinumtoxinA solução homogênea de 150 kDa BoNTA, purifica-
da por troca iônica e fração de H. Tem proporção
A primeira preparação de BoNTA dispo- de dose de 1:1 com o Botox® em alguns estudos
nível foi o Botox® (Toxina Botulínica Ona), apro- e 1:0,8 em outros.
vado em 1979 pelo FDA para tratamento de
estrabismo. Botox® é um complexo homogêneo Comparando as distintas marcas
de 900 kDa de BoNTA, 150 kDa de proteínas não comerciais, um estudo demonstrou que a
tóxicas, purificadas através da precipitação e Xeomin® tem uma área de difusão semelhante
cristalização do etanol. ao Botox® e portanto, menor que Dysport®.
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Indicações na área da cicatriz, inibição da proliferação de
Indicações clínicas segundo a bula de BOTOX® fibroblastos e TGF-B1;
Rosácea e flushing facial: bloqueiam a
Tratamento de estrabismo e blefaros- liberação de acetilcolina dos nervos periféricos
pasmo associado com distonia, incluindo blefa- do sistema vasodilatador cutâneo, liberação de
rospasmo essencial benigno ou distúrbios do VII mediadores inflamatórios como substância P e
par craniano em pacientes com idade acima de peptídeo relacionado ao gene de calcitonina;
12 anos; Neuralgia pós-herpética: mecanismo
Tratamento de distonia cervical; ainda não elucidado, porém sugerem-se meca-
Tratamento de espasmo hemifacial; nismos centrais e periféricos. Os efeitos periféri-
Tratamento de espasticidade muscular; cos estão relacionado à inibição da liberação de
Tratamento de linhas faciais hipercinéti- neuropeptideo dos nervos periféricos nocicepti-
cas; vos. Além disso, se sugere ação no sistema
Tratamento de hiperidrose focal, plantar, nervoso central através do transporte axonal
palmar e axilar; para o SNC após aplicação periférica;
Tratamento de incontinência urinária Prurido pruriceptivo: age através da
causada por hiperatividade neurogênica do inibição da acetilcolina que participa do prurido
músculo detrusor da bexiga, não tratada adequa- na pele seca em algumas afecções como derma-
damente por anticolinérgicos; tite atópica. Também parece agir bloqueando a
Tratamento da bexiga hiperativa com liberação de moléculas associadas com o pruri-
sintomas de incontinência, urgência e aumento do, como a substância P e CGRP, além de estar
da frequência urinária em pacientes adultos que envolvido na estabilização dos mastócitosduran-
obtiveram resposta inadequada ou intolerantes à te a degranulação;
anticolinérgicos; Pele oleosa: agem através da diminuição
Profilaxia em adultos de migrânea crôni- na produção de sebo na aplicação intradérmica
ca - enxaquecas crônicas e refratárias com através da ação neuromoduladora nos recepto-
comprometimento importante da qualidade de res muscarínicos e no músculo eretor do pelo;
vida e das atividades diárias (laborativas e Hidradenite supurativa: o mecanismo
sociais). ainda não está completamente elucidado, mas
se sugere que sua ação nas glândulas sudorípa-
Outras Indicações ras poderia reduzir a população da flora da pele e
Indicações off label seu potencial inflamatório. Outro mecanismo
sugerido é a prevenção da ruptura e distribuição
Tratamento de cicatrizes hipertróficas: de material folicular para a derme, que poderia
mecanismo ainda não bem definido, parece inibir promover inflamação e a formação de sinus;
a proliferação de fibroblastos derivados dos
tecidos hipertróficos, supressão da expressão do Contra Indicações
TGF-B1, colágeno I e II, alfa actina do músculo
liso e miosina II; História de hipersensibilidade a qualquer
Prevenção de cicatrizes: age através do um dos ingredientes da formulação;
bloqueio da transmissão de acetilcolina dos Infecção no local da aplicação;
nervos periféricos, reduzindo a tensão muscular
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Doença neuropática motora periférica há uma tendência de aumento de benefício alme-
Esclerose lateral amiotrófica; jado. A reavaliação deve ser realizada duas a três
Doenças da junção neuromuscular (ex. semanas após o tratamento.
miastenia gravis ou síndrome de Lambert-Eaton);
Uso de medicações que interferem com ▐ TOXINA BOTULÍNICA TÓPICA
a transmissão do impulso neuromuscular e que
podem potencializar o efeito da toxina (aminogli- O uso de formulações tópicas de toxina
cosídeos, penicilamina, quinina e bloqueadores botulínica tem sido estudado para tratamento de
do canal de cálcio); área anatômicas que são difíceis de tratar com
Gravidez ou lactação (Droga C). injetáveis ou para pacientes que preferem evitar
injetáveis. Também podem existir papéis da
Reconstituição e Aplicação toxina botulínica tópica como terapia adjunta às
técnicas de injeção hoje conhecidas.
Antes da injeção, deve-se reconstituir
cada frasco de BoNTA com solução de cloreto de Existem potenciais usos da toxina botulí-
sódio a 0,9% esterilizada e isenta de conservan- nica tópica que estão em estudo: tratamento de
tes. Escolher a quantidade adequada de acordo rítides cantais laterais no repouso, áreas que são
com o frasco de diluente na seringa de tamanho mais difíceis de abordar com injetáveis (rítides
apropriado e injetar lentamente o diluente no do lábio superior, linhas cantais laterais, linhas
frasco. Misturar suavemente o BoNTA com a frontais horizontais, rugas cervicais superficiais,
solução salina, rodando o frasco. Registrar a data hiperidrose de couro cabeludo, palmar e plantar).
e a hora da reconstituição no espaço do rótulo. O Além disso, pode ser útil no tratamento de enxa-
BoNTA reconstituído deve ser armazenado em queca. Formulações tópicas ainda não são apro-
uma temperatura entre 2° e 8° C, sendo que deve vadas para uso.
ser descartado caso não seja utilizado em 24h
(Botox®) ou 4h (Dysport®). Estudos mostram
eficácia clínica mesmo após 4 semanas da
reconstituição. Diluições com volumes menores
propiciam uma administração mais precisa.
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EXEMPLOS PRÁTICOS DE DILUIÇÃO
Seringa de 1ml
Graduação de 0,02 em 0,02ml
Seringa cheia = 1 ml
Parcial maior = 0,1 ml
volume ml 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Diluída em 1 ml 2 ml 2,5 ml 3 ml 4 ml
Seringa cheia
100 U 50 U 40 U 33,33 U 25 U
(1 ml)
Parcial maior
10 U 5U 4U 3,33 U 2,5 U
(0,1 ml)
Parcial menor
2U 1U 0,8 U 0,67 0,5 U
(0,02 ml)
volume ml 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 volume ml 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
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IMUNOGENICIDADE
C
omo a toxina botulínica disponível Botulínica Ona ou Toxina Botulínica Abo)
comercialmente contém proteínas não mostrou que menos da metade (44,5%) dos
humanas, essas podem funcionar pacientes eram positivos para anticorpos neutra-
como antígenos e estimular a formação de lizantes usando o ensaio de hemidiafragma do
anticorpos. Dois tipos de anticorpos podem se mouse (MDA) o que indica que, na prática clínica,
formar depois da exposição às neurotoxinas: outros fatores que não a imunogenicidade
neutralizantes e não-neutralizantes. Os neutrali- podem contribuir para a não resposta do trata-
zantes parecem se formar primariamente contra mento.
a cadeia pesada, entretanto anticorpos que se
ligam a epitopos de todas as regiões tem sido A falta de benefício clínico pode ser
observados. Se presentes em títulos suficientes, causada por problemas técnicos, como: dosa-
esses anticorpos podem inibir a atividade biológi- gem inadequada e incapacidade de identificar e
Curso de Cosmiatria
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injeções de "reforço" foram freqüentemente glabelares mostraram que nenhuma das 159
administradas aos pacientes 2-3 semanas após amostras de pacientes avaliados (incluindo 3
a dose inicial, se a primeira dose não tivesse positivas na linha de base) foi MPA (ácido
produzido uma resposta adequada. Dois estudos mercaptopropiônico – método de medicação de
descobriram que os pacientes que desenvolve- anticorpos) positiva para os anticorpos neutrali-
ram não-resposta secundária à Toxina Botulínica zantes após 120 dias de aplicação. Quatro dos
Ona receberam injeções mais freqüentes e/ou 283 pacientes (1,4%) testaram positivo em um
tiveram mais injeções de reforço do que os ou mais pontos de tempo entre o pré-tratamento
pacientes que não desenvolveram resistência. e o pós-tratamento, mas todos foram considera-
dos respondedores. Do mesmo modo, um
Além disso, uma avaliação recente de ensaio aberto de 64 semanas, em que pacientes
amostras de soro de não respondedores secun- virgens de tratamento foram tratados para linhas
dários tanto para Toxina Botulínica Abo quanto glabelares com neurotoxina botulínica recebe-
para Toxina Botulínica Ona A pré-1997 revelou ram quatro ciclos de injeção de 10 ou 20UI de
que maiores proporções de pacientes com Toxina Botulínica Ona demonstrou que nenhum
intervalos de tratamento de 1-2 meses testaram dos 363 pacientes testou positivo para anticor-
positivo para anticorpos neutralizantes em pos neutralizantes em qualquer ponto durante a
comparação com aqueles com intervalos de estudo.
tratamento de 4-13 meses. Estes resultados
sugerem que os intervalos de injeção de neuroto- AbobotulinumtoxinA
xina botulínica mais curtos (ou seja, <2 meses de
intervalo) podem aumentar o risco da formação A informação de prescrição de Toxina
de anticorpos neutralizantes e não-resposta ao Botulínica Abo (Dysport®) relata uma análise dos
tratamento. Como resultado, os intervalos de ensaios de Fase III de 1.554 indivíduos que
injeção mais longos (com base na duração espe- tiveram até nove ciclos de tratamento de 250 U
rada do efeito clínico e para diminuir o risco de para linhas glabelares. Dois indivíduos (0,13%)
formação de anticorpos neutralizantes) foram testaram positivo para anticorpos de ligação na
adotados como prática clínica padrão. linha de base por triagem inicial via RIPA
(radioimunoprecipitação) e 3 mais testados
▐ IMUNOGENICIDADE X USO ESTÉTICO positivos após o tratamento; nenhum foi positivo
para anticorpos neutralizantes pela MPA (ácido
OnabotulinumtoxinA mercaptopropiônico – método de medicação de
anticorpos), nem nenhum desses pacientes
As doses de Toxina Botulínica Ona (Boto- mostrou eficácia reduzida. Dois dos cinco
x®) para tratamentos com fins estéticos é geral- estudos publicados nos Estados Unidos que
mente menor e realizada em aplicações menos apoiam o desenvolvimento clínico de Toxina
frequentes quando comparadas àquelas utiliza- Botulínica Abo para linhas glabelares relataram
das para aplicações clínicas. Uma análise dos sobre imunogenicidade. Nenhum dos pacientes
dados de dois estudos idênticos randomizados, (N = 1968) que recebeu ≤6 injeções de 50 U de
duplo-cegos, controlados por placebo de onabo- Toxina Botulínica Abo durante um período de 13
tulinumtoxina A (20 U) em pacientes com linhas a 17 meses desenvoveu anticorpos.
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IncobotulinumtoxinA show (enfraquecimento do músculo orbicular
dos olhos);
Um ensaio aberto de Fase III de Toxina Ptose labial (enfraquecimento dos eleva-
Botulínica Inco (Xeomin®) para o tratamento de dores do lábio ao tratar "bunny lines”).
linhas glabelares mostrou que nenhum paciente
(0/105) desenvolveu anticorpos neutralizantes Efeitos adversos relacionados à técnica:
Terço inferior da face
durante o período de estudo de 84 dias testado
Assimetria;
por um imunoensaio de fluorescência seguido
Insuficiência motora oral (diminuição da
pelo MDA (Dialdeído malônico).
capacidade de elevar ou baixar o lábio);
Mal funcionamento do suporte muscular
▐ EFEITOS COLATERAIS
da face inferior;
Disfagia (ao tratar o platisma);
De acordo com a experiência clínica,
Fraqueza cervical (ao tratar o platisma);
revisões retrospectivas e meta análises, a toxina
Boca seca (ao tratar o platisma).
botulínica tipo A é segura e tem excelente perfil
de tolerabilidade em aplicações estéticas e
Efeitos adversos graves (raros):
terapêuticas.
Reação de hipersensibilidade imediata
(urticária, prurido, rash);
Efeitos adversos de duração limitada:
Dispnéia;
Queimação ou dor durante a injeção;
Exacerbação da asma;
Edema e eritema no local da aplicação;
Edema de partes moles;
Cefaléia leve, localizada e transitória;
Equimoses;
Tratamento de ptose palpebral:
Edema palpebral.
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ANATOMIA PARA TOXINA BOTULÍNICA E TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
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Figura 3
Imagem retirada do artigo Trindade de Almeida AR,, Martins da Costa Marques ER, Kadunc BV. Rugas glabelares: estudo piloto
dos padrões de contração. Surg Cosmet Dermatol. 2010;2(1):23-8.
da boca. Se indevidamente relaxados pela toxina sistema, apresentando rugas do TIPO I, II ou III -
botulínica na região palpebral, podem causar A ou B1, B2 e/ou B3, de acordo com as possíveis
assimetrias indesejáveis na região perioral. A combinações. A aplicação inicial foi feita em três
partir das observações dos detalhes anatômicos pontos no caso dos pacientes tipo I, em 2 pontos
tal, Bhertha M. Tamura e Marina Yodo desenvol- tratavam de pacientes do tipo III, utilizando-se
veram a seguinte classificação das rugas da 2-3 unidades da substância em cada ponto. Caso
TIPO I – rugas laterais ao canto externo do olho, local de inserção dos músculos zigomáticos,
estendendo-se da sobrancelha até arco zigomá- tendo sido a substância aplicada superficialmen-
tico. te.
TIPO III – presença de rugas exclusivamente na do músculo orbicular orbital for realizada. Isso
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TÉCNICAS DE APLICAÇÃO - PERIORBICULAR
3-5U
3-5U
3mm 3mm
0,5-1U 0,5-1U 0,5-1U 0,5-1U
0,5-2U 0,5-2U
Figura 5
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participam da elevação da pápebra superior. O Padrão total: Tipo mais frequente. As
bloqueio desses músculos pode ocasionar ptose rítides horizontais presentes no centro da fronte
palpebral (Figura 4 e Figura 5). avançam lateralmente além da linha mediopupi-
lar, até o final da cauda das sobrancelhas. Para
esses pacientes são sugeridos pontos de aplica-
ção ao longo de toda a musculatura, com doses
maiores na região central e menores nas laterais.
Músculo
Elevador da Padrão medial: Segundo tipo mais
Pálpebra
Superior frequente. As rítides horizontais se concentram
na região central da fronte, geralmente contidas
entre as linhas mediopupilares. Quando se
Figura 4 utilizam três pontos, a marcação configura um
triângulo invertido. Sugere-se evitar aplicação
Linhas horizontais da fronte fora da área citada, devido ao risco de causar ou
acentuar a ptose das sobrancelhas.
O músculo frontal se origina da gálea
aponeurótica próximo à sutura coronal e se Padrão lateral: As rítides horizontais
direciona ínfero-medialmente. As fibras desse predominam nas laterais da fronte, a maioria
músculo se entrelaçam com as fibras do arco após a linha mediopupilar. Ocorrem em menor
supraciliar, com o próceros, corrugador e orbicu- quantidade e intensidade, estando até mesmo
lar dos olhos. Repetidas contrações se associam ausentes em alguns casos, na região frontal
à formação de rugas horizontais na pele sobreja- medial. Para esses pacientes sugere-se pontos
cente. Conforme a disposição predominante das de aplicação nas regiões laterais, com doses
linhas hipercinéticas, três padrões distintos de baixas, para não comprometer o movimento da
contração frontal foram identificados e classifi- cauda da sobrancelha. Geralmente não é neces-
cados: total, medial e lateral (Figura 7). sário aplicação de pontos na região central.
Figura 6
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DIFERENTES PADRÕES DE CONTRAÇÃO DA FRONTE
Figura 7
Curso de Cosmiatria
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Sabendo se que o músculo frontal é o único criadas por três músculos: frontal (fibras inferio-
elevador do terço superior da face, sendo funda- res), próceros e corrugadores (Figura 8). As
mental no posicionamento das sobrancelhas, fibras súpero-mediais do orbicular (também
recomenda-se que a aplicação respeite o espaço conhecido como depressor do supercílio) estão
de 1,5cm acima da sobrancelha, na linha medio- entremeadas com as fibras do frontal e do próce-
pupilar, para evitar ptose da pálpebra superior ros. Esse músculo traciona o supercílio medial e
caso atinja o músculo elevador da pálpebra inferiormente, produzindo rítides verticais na
(Figura 4 e 5). fronte. O músculo próceros se origina no osso
nasal e na porção superior da cartilagem nasal
Ao realizar o tratamento do terço supe- lateral. Suas fibras se direcionam verticalmente
rior da face, é sempre importante atentar ao margeando as fibras do frontal, com algumas
posicionamentos dos supercílios. Um arco delas ancorando na pele na área do radix e da
lateral na sobrancelha é característico do padrão glabela.
da fronte feminina (formato em "asa de gaivota").
Este arco pode ser acentuado em pacientes do A atividade muscular provoca linhas
sexo feminino, aplicando uma pequena quantida- hipercinéticas perpendiculares à direção de
de de toxina lateral à linha médio-pupilar ou contração dos músculos, formando rugas inesté-
elevando este ponto de injeção 1 cm acima com ticas horizontais, verticais e oblíquas. De acordo
relação àqueles aplicados na área média e com o movimento predominante, cinco padrões
central. Muitas vezes desejável nas mulheres, distintos de contração glabelar foram identifica-
essa conformação deve ser evitada em homens. dos e classificados (Figura 9).
A face feminina ideal exibe uma fronte suave
com sobrancelhas arqueadas, enquanto a face Padrão “V” – Tipo mais frequente.
masculina ideal exibe uma sobrancelha horizon- Observam-se aproximação e depressão da parte
talizada (Figura 6). medial dos supercílios, em intensidade muito
superior à do padrão em “U". Além de maior força
Sobrancelhas masculinas são geralmen- muscular dos corrugadores e do próceros, existe
te mais planas em contorno e normalmente não também a participação importante da parte
se elevam tanto ao longo da borda orbital em medial do orbicular. Esses pacientes necessitam
comparação com a sobrancelha feminina. Em de doses maiores de toxina e de mais pontos de
homens, a aplicação de neurotoxinas nas linhas aplicação, sendo mais bem abordados em
da fronte deve preservar uma posição mais baixa modelo de sete pontos. As doses maiores são
das sobrancelhas e um arco mais plano. O levan- concentradas no próceros e nos corrugadores.
tamento excessivo das sobrancelhas e a corre-
ção total da fronte e das linhas periorbitárias não Padrão “U” – Segundo tipo mais
são desejáveis. comum. Durante a contração, os pacientes
exibem predominância de aproximação e
Linhas Glabelares depressão discretas da glabela, com movimento
resultante formando a letra “U”. Ocorre simulta-
A glabela constitui o espaço localizado neamente elevação da cauda dos supercílios. Os
entre as duas sobrancelhas. Essas linhas são músculos mais envolvidos são os corrugadores
Curso de Cosmiatria
14
e o próceros. O tratamento seria feito usando o Padrão “Ômega” – Os movimentos
clássico modelo de cinco pontos, com as doses- predominantes são de aproximação e elevação
-padrão. medial da glabela, formando a letra grega
ômega. Ocorre simultaneamente depressão
Padrão “Setas convergentes” – Ocorre lateral dos supercílios. Os músculos dominantes
principalmente aproximação das sobrancelhas, são os corrugadores, a parte medial dos orbicu-
com pouca ou nenhuma depressão ou elevação lares e o frontal, com pouca ou nenhuma contra-
medial ou lateral. O movimento final resultante é ção do próceros.
de aproximação horizontal. Os músculos envolvi-
dos são os corrugadores e a parte medial dos A melhor abordagem para esses casos
orbiculares, e o esquema de aplicação deve ser consiste em injetar toxina nos corrugadores e
mais horizontal, focando nos músculos envolvi- orbiculares das pálpebras e na parte medial do
dos. Não existe necessidade de pontos de aplica- músculo frontal, com doses maiores nos corru-
ção no próceros ou no frontal. gadores e menores nos pontos do frontal e dos
Figura 8
Curso de Cosmiatria
15
DIFERENTES PADRÕES DE CONTRAÇÃO DA GLABELA
Almeida e cols. (2012)
Figura 9
Curso de Cosmiatria
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Doses recomendadas para o tratamento do Terço Superior da face
Consensus Recommendations and Expert Panel Opinions Regarding OnabutulinumtoxinA Treatment of the Upper Face
Typical Typical
Preferred OnabotulinumtoxinA Total Dose of
Indication Target Muscle Injection Level Injection Points (n) Dose per Injection Point Onabotulinumtoxina
Lateral canthal lines Orbicularis oculi; uppermost Intracutaneous 1 to 5 per side 1 to 4 U 6 to 15 U per side;
injection point can also doses as low as 4 U
Curso de Cosmiatria
provide brow elevation may be appropriate
for some patients
Tabela 2: Plastic and Reconstructive Surgery • March 2016 • Volume 137, Number 3 • Global Consensus: Botulinum Toxin Type A
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orbiculares. O próceros dispensa tratamento ou músculo elevador do lábio superior e asa nasal
recebe apenas dose mínima. não podem ser completamente paralisadas.
ômega invertida. Os músculos envolvidos são encurta o lábio superior e abaixa a ponta do nariz
principalmente o próceros, o depressor do super- durante o sorriso. Pode-se tratar esse músculo
cílio, a parte interna dos orbiculares das pálpe- naqueles casos em que os pacientes se queixam
bras e talvez o nasal, apesar de não se configurar de queda da ponta nasal ao movimento (quando
músculo glabelar. Nesse grupo existe menor sorriem). O tratamento tem o objetivo de enfra-
participação dos corrugadores. quecer esse músculo e elevar a ponta nasal. Para
tal, esse tratamento é realizado através da aplica-
O tratamento mais adequado é feito com ção de, normalmente, 2UI de BoNTA, aplicadas
Curso de Cosmiatria
18
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - “BUNNY LINES”
Figura 10
Curso de Cosmiatria
19
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - ABAIXADOR DO SEPTO NASAL
2U
Figura 11
Curso de Cosmiatria
20
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - SORRISO GENGIVAL
2~5U 2~5U
Figura 12
Curso de Cosmiatria
21
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - AMPLITUDE DE SORRISO
2 cm da
asa nasal
2U 2U
Figura 13
Curso de Cosmiatria
22
Doses recomendadas para tratamento do Terço Médio da face
Consensus Recommendations and Expert Panel Opinions Regarding OnabutulinumtoxinA Treatment of the Midface
Typical Typical
Preferred OnabotulinumtoxinA Total Dose of
Indication Target Muscle Injection Level Injection Points (n) Dose per Injection Point Onabotulinumtoxina
Infraorbital rhytides Orbicularis oculi Intracutaneous 1 to 3 per side; 0.5 to 2 U 0.5 to 2 U per side
microdroplet technique
may be beneficial
Eye opening Orbicularis oculi Intracutaneous 1 per side; midpupillary 0.5 to 1 U 0.5 to 1 U per side
(lowering of line
inferior ciliary margin)
Curso de Cosmiatria
Nasal tip elevation Depressor septi nasi Intramuscular; 2 to 6 U 2 to 6 U
often ancilary to fillers
Nasal oblique lines Nasalis; levator labii Intramuscular 2 to 4 U 4-8 U; doses as high
(bunny lines) superiors alaeque nasi as 10 U may be
and depressor nasi appropriate for some
septi should also be patients
considered
Excessive gingival show Convergence of levator labii Intramuscular 0.5 to 2 U 1 to 4 U; doses as high
(gummy smile) superioris alaeque nasi as 8 U may be
and zygomaticus minor appropriate for some
with insertion of levator patients
labii superioris
Tabela 3: Plastic and Reconstructive Surgery • March 2016 • Volume 137, Number 3 • Global Consensus: Botulinum Toxin Type A
23
está posicionado médio-superiormente e o asa nasal), terceira camada (elevador do lábio
zigomático menor lateralmente. superior, depressor do lábio inferior e porção
profunda do orbicular da boca). A camada
Pode ser classificado em anterior, profunda corresponde à quarta camada e é
quando causado pela hiperatividade do músculo composta pelo elevador do ângulo oral, mento-
elevador da asa nasal e do lábio superior, poste- niano, porção profunda do zigomático maior e
rior, quando causado pela hiperatividade dos bucinador.
músculos zigomáticos, misto, quando anterior e
posterior ou assimétrico (Figura 13). Os músculos faciais na região perioral
mais comumente abordados com toxina botulíni-
A injeção de BoNTA pode diminuir a sua ca são o orbicular da boca e o depressor do
elevação, corrigindo o sorriso gengival. O ponto ângulo oral.
de aplicação para correção do sorriso gengival
anterior é realizado 1cm de distância lateral e O músculo orbicular da boca tem forma-
abaixo da porção lateral de ambas as asas to circular, forma um esfíncter em torno da boca
nasais e a dose utilizada varia de 3-5UI (Figura e funciona franzindo os lábios, além de participar
12). Para tratamento do sorriso gengival poste- da competência oral. Sua contração excessiva
rior marca-se um ponto 2 cm lateralmente à asa pode contribuir para a formação de linhas
nasal, utilizando-se 2 a 5UI por ponto. verticais no lábio superior, conhecidas como
“código de barras”. Quando essa região é tratada
▐ TERÇO INFERIOR DA FACE com toxina botulínica, um apagamento dessas
rítides pode ser alcançado, além de uma eversão
Região Perioral dos lábios. Para o tratamento dessa região, 4-6
pontos são recomendados, com 3 pontos sime-
Os músculos que controlam essa região
tricamente distribuídos no lábio superior e, se
estão localizados ao redor do músculo orbicular
necessário, 2 pontos no lábio inferior (Figura 14).
da boca e formam um total de 24 músculos.
A aplicação deve ser realizada na borda do
Consistem de cinco elevadores (elevador do
vermelhão e paralelas aos lábios. Os pontos
lábio superior e da asa nasal, elevador do lábio
laterais devem ter distância mínima de 1,5cm do
superior, zigomático menor, zigomático maior e
ângulo da boca, na linha que cruza o vermelhão
elevador do ângulo oral), três depressores
do lábio e a linha vertical externa da asa nasal. Os
(depressor do ângulo oral, depressor do lábio
pontos mediais devem ser aplicados a uma
inferior e platisma), dois músculos laterais que
distância de 1mm do filtro. A dose total utilizada
retraem o ângulo da boca (risório e bucinador) e
varia muito na literatura, mas costuma-se utilizar
o músculo mentoniano. O entrelaçamento dos
entre 4-12 UI, com 1-2 UI por ponto. Essa dose
músculos no modíolo é dividido em 4 camadas,
depende da força muscular, da quantidade das
compostas por três camadas superficiais e uma
linhas hipercinéticas e do grau de elastose. A
profunda. A camada superficial é dividida em
aplicação deve ser perpendicular à pele e
primeira camada (depressor do ângulo oral,
intramuscular. Sugerimos para essa região a
risório, porção superficial do orbicular da boca e
aplicação de Microbotox, com doses baixas para
zigomático maior), segunda camada (platisma,
evitar complicações e assimetrias.
zigomático menor e elevador do lábio superior e
Curso de Cosmiatria
24
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - MÚSCULO ORBICULAR DA BOCA
1~2U 1~2U
Figura 14
Curso de Cosmiatria
25
Antes do tratamento, os pacientes boca, orbicular da boca, depressor do ângulo da
devem ser informados que podem evoluir com boca e depressor do lábio inferior. Por isso, a
dificuldade na pronúncia da letra P, beber com aplicação em local inadequado nessa área pode
canudo e tocar instrumentos de sopro. Normal- levar à alteração da expressão facial, fonação e
mente se inicia com a menor dose possível e é assimetria facial.
preferível complementar o tratamento na revisão
ao invés de aplicar uma dose muito alta na
primeira sessão resultando em uma paralisia Para realizar a aplicação no local correto,
excessiva do músculo. solicita-se ao paciente que realize o abaixamento
do ângulo da boca para a exata localização do
O depressor do ângulo oral tem forma músculo depressor do ângulo oral e para evitar a
triangular, se origina na linha oblíqua da mandí- aplicação no músculo depressor do lábio inferior.
bula onde suas fibras convergem com as fibras A injeção deve ser realizada em dois pontos, um
do depressor do lábio inferior. Sua inserção é no em cada lado. Esses pontos devem ser discreta-
modíolo, onde se entrelaça com os músculos mente mais mediais à linha da junção entre o
orbicular oral e risório. sulco nasolabial e o ângulo da mandíbula. Uma
dose total de 2-4UI é recomendada, com 1-2UI
A denervação deste músculo pode por ponto (Figura 15).
diminuir a tração descendente dos cantos da
boca, aliviando esses sulcos. O elevador do ângulo oral pode ser afeta-
do quando a dose injetada é muito grande ou
Bravo et al descreveram um padrão de
quando os pontos de injeção ficam muito próxi-
contração desse músculo, baseado em fotos de
mos ao ângulo da boca, resultando em efeitos
uma população. Para objetivas a classificação,
adversos como assimetria da boca ou dificulda-
foi traçada uma linha horizontal ao longo das
de na fala.
comissuras:
Curso de Cosmiatria
26
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - DEPRESSOR DO ÂNGULO ORAL
2~4U 2~4U
Figura 15
Curso de Cosmiatria
27
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - MENTO
2~4U 2~4U
Figura 16
músculo orbicular da boca. Esse músculo eleva o podem ser observadas como linhas verticais
mento, evertendo o lábio inferior. Com o envelheci- desde a mandíbula até a região cervical ao falar
mento facial e perda de gordura subcutânea, sua ou mesmo ao repouso. Normalmente o platisma
ação pode produzir um ondulamento na pele do traciona para baixo o modíolo, os cantos da boca
queixo. Este músculo pode ser tratado com e do mento inferior, tracionando para baixo o
toxina botulínica para suavizar a aparência de terço inferior da face. O platisma se origina da
ondulações, geralmente com 2 pontos de injeção fáscia dos músculos deltoide e peitoral maior, se
mais centrais e no plano intramuscular. As doses estende acima da clavícula e cobre toda a região
iniciais típicas são entre 5-10 UI. Deve-se realizar cervical e o terço inferior da face.
a injeção próxima à linha média e mais profunda-
mente para evitar a difusão para o músculo Este tratamento deve ser recomendado
depressor do lábio inferior, localizado mais super- para pacientes que têm indicação de melhora no
ficialmente (Figura 16). contorno mandibular.
Curso de Cosmiatria
28
Ausência de força: paciente não possui toxina botulínica para os músculos mais profun-
feixes platismais ao contrair o músculo dos do pescoço podem causar disfagia, disfonia,
Força lateral: paciente contrai apenas os disartria ou dificuldades respiratórias.
feixes platismais laterais
Força central: paciente contrai os feixes Colo
platismais centrais
Força total: paciente contrai todos os A maior parte dos músculos da região
feixes plastimais. do colo são a parte caudal do platisma e as fibras
mediais do peitoral maior. Para identificá-los
Essa técnica de tratamento do plastisma pode-se solicitar ao paciente que cruze os
permite a redefinição da mandíbula e o levanta- braços. Uma dose total de 25-40 UI é recomenda-
mento dos ângulos da boca. Sugerem-se da é aproximadamente 2-3 UI por ponto. Os
injeções diretas e mais superficiais nas bandas pontos devem ser posicionados na forma em “V"
em 3-5 locais a intervalos de 1 cm ao longo do e o número de pontos de injeção depende da
músculo (Figura 17). Uma variabilidade significa- quantidade e da distribuição das rítides (Figura
tiva na dose foi relatada na literatura, com 18). As injeções devem ter uma profundidade
recomendações de consenso com média de aproximada de 4mm e devem ser administradas
30-40 unidades e variando com base no número com a agulha em uma orientação perpendicular.
de bandas e massa muscular. A difusão da O tratamento deve ser evitado em pacientes
2~3U
2U
1U
Figura 17
2~4U 2~4U
Curso de Cosmiatria
29
cujas rítides são causadas pela gravidade ou são tuberosidade massetérica na superfície externa
consideradas “rugas do sono”, pois essas do ramo mandibular. A porção média se origina
normalmente não apresentam uma melhora da superfície profunda dos 2/3 anteriores do
significativa com esse tipo de tratamento. Essa arco zigomático e da borda inferior. Essa técnica
área normalmente é bastante segura para a é utilizada para tratamento de bruxismo em
aplicação e efeitos adversos incluem hematoma, doses maiores e afinamento do terço inferior em
eritema e dor na aplicação. doses menores.
2~3U 2~3U
Curso de Cosmiatria
30
profundo e as artérias temporais profundas mais protusa. A aplicação de quantidade excessi-
anterior e posterior estão distribuídas nessa va pode levar a uma face esqueletizada.
área. Esse músculo age elevando a mandíbula e
fechando a boca, também mantém a tensão
contra a gravidade e a boca na posição fechada.
São injetadas de 20-40 UI no músculo e divididas
em 4 a 6 partes (Figura 20). O local de injeção é a
porção superior do temporal, pois essa área é a
4~5U
4~5U
4~5U
Figura 19
Depressor anguli oris Depressor anguli oris Intramuscular 1 to 2 per side 2U 2 to 4 U per side; som
overactivity panelists limit dose
to 2 U pe side
Mentalis overactivity Mentalis Intramuscular 1 to 4 per side 2 to 3 U 4 to 10 U
Tabela 4: Plastic and Reconstructive Surgery • March 2016 • Volume 137, Number 3 • Global Consensus: Botulinum Toxin Type A
Curso de Cosmiatria
31
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - HIPERTROFIA TEMPORAL
3~5U
3~5U
3~5U
3~5U 3~5U
Figura 20
Curso de Cosmiatria
32
EXEMPLOS PRÁTICOS DE DILUIÇÃO: MICROBOTOX
Enfraquecimento Paralisação
Difusão
muscular do músculo
BOTOX Clássico
Epiderme
Pele
Derme
Camada
superficial
Músculo PARALISADO
Camada
profunda
Figura 21
Figura 22
1 UI 2 U de Botox* 6 U de solução*
0,01 ml
1/4 UI 1/4 UI
0,0025 ml
0,0025 ml
Curso de Cosmiatria
33
volumes de injeção evitam a difusão indesejada dária. A hiperhidrose secundária pode ter como
da solução em músculos mais profundos, man- causa medicações ou problemas de saúde sistê-
tendo assim mais função muscular para dar uma micos e normalmente é generalizada. Se houver
aparência natural. Isto é especialmente útil na a suspeita de secundária, hemograma, glicemia
região da fronte e pálpebras inferiores, onde a de jejum e função de tireóide devem ser solicita-
dosagem tradicional de Toxina Botulínica e o dos. Possíveis causas de hiperhidrose secundá-
tamanho da gota levam frequentemente a uma ria: doenças febris, alterações endocrinológicas
testa rígida imóvel ou a pálpebras inferiores ou metabólicas, alterações neurológicas, doen-
inanimadas. ças respiratórias, uso de medicações (antide-
pressivos, antieméticos) abuso de substâncias
Hiperidrose (abstinência, consumo de álcool), doenças
neoclássicas, ansiedade stress. Os critérios
A sudorese é uma resposta fisiológica diagnósticos são os mesmos já citados anterior-
ao aumento da temperatura corporal e é contro- mente.
lada pelo sistema nervoso simpático. Normal-
mente esse sistema utiliza a norepinefrina para Na hiperhidrose primária, nem o número,
ativar receptores adrenérgicos nos tecidos nem a densidade nem o tamanho das glândulas
periféricos. A sudorese é uma exceção. Os recep- écrinas é anormal, existindo hiperatividade das
tores muscarínicos das células claras das fibras cólinérgícas simpáticas pós-ganglionares
glândulas écrinas são ativados pela acetilcolina que inervam as glândulas. Por isso, a toxina botu-
dos neurônios pós ganglionares, estimulando a línica é uma opção terapêutica. Ela inibe a libera-
liberação de suor. A distribuição das glândulas ção pré-sináptica e se liga aos receptores na
écrinas difere na pele. As maiores concentrações membrana pós-sináptica, impedindo a transmis-
estão localizadas nas palmas, solas e fronte. são. O tratamento é considerado off label e
Elas tem como função secretar uma solução possui duração de até 6 meses.
hipotônica para termorregulação e evaporação e
estão localizadas na derme/tecido subcutâneo. Critérios diagnósticos para hiperhidrose primá-
A hiperhidrose é definida pelo excesso de suor, ria focal:
além do necessário para a termorregulação
Sudorese excessiva visível e focal com
fisiológica e homeostase. A quantia considerada
no mínimo 6 meses de duração e sem causa
“excessiva" não está bem definida e varia entre
aparente.
os indivíduos. A hiperhidrose pode ser classifica-
da como focal ou generalizada. A generalizada No mínimo duas das seguintes características:
normalmente tem uma causa (origem secundá-
ria). A focal pode ter uma causa secundária, bilateral e relativamente simétrica;
Curso de Cosmiatria
34
Para identificar a área a ser tratada,
pode-se realizar o teste do iodo-amido. Aplica-se
uma solução de iodo líquido na área e logo após
breve secagem, cobre-se peneirando pó de
amido (maizena) na região (Figura 25). A área
que permanece com coloração marrom-arroxea-
da é a área a ser tratada.
Hiperidrose Axilar
Curso de Cosmiatria
35
MÚSCULOS FACIAIS
m. próceros
m. frontal
m. corrugador
m. orbicular
m. temporal
(palpebral)
m. orbicular
(orbitário)
m. abaixador
do supercílio
m. elevador
do lábio
superior
m. elevador do m. zigomático
cantor da boca menor
m. orbicular
da boca
m. depressor do
ângulo da boca m. zigomático
maior
m. mentoniano
m. depressor do
lábio inferior
Figura 28
Curso de Cosmiatria
36
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Curso de Cosmiatria
37
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Em relação ao uso da toxina botulínica tipo A na Sobre uso de toxina botulínica e ptose palpe-
face, assinale a alternativa CORRETA. bral:
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▐ QUESTÃO 5 (TED 2013) da acetilcolina.
Sua ligação e ação na placa motora
O uso da toxina bolulínica na hiperidrose axilar pré-sináptica dura em média 48 horas.
está fundamentado na ação:
direta no bloqueio de terminações nervo-
sas colinérgicas das glândulas apócrinas ▐ QUESTÃO 8
indireta nas terminações nervosas
adrenérgicas que regulam a secreção écrina O que é o microbotox e como se faz sua diluição?
indireta nas terminações nervosas das
glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas Microbotox é a aplicação da toxina botu-
direta nas glândulas sudoríparas écrinas línica na sua diluição habitual mas aplicado mais
que respondem a estímulos colinérgicos e superficialmente, intradérmico.
adrenérgicos Microbotox é a aplicação da toxina botu-
línica mais diluída, normalmente com diluição de
▐ QUESTÃO 6 (TED 2012) 1:4, nas camadas mais superficiais da pele, com
o objetivo de alcançar a camada superficial de
A formação de anticorpos neutralizantes indu- músculos que se localizam logo abaixo da
zidos pela toxina botulínica, que pode levar a derme.
falha terapêutica, estaria associada: Microbotox é a aplicação da toxina botu-
línica mais concentrada nas camadas mais
à quantidade de proteína contida na sua superficiais da pele, com o objetivo de alcançar a
formulação camada superficial de músculos que se locali-
à quantidade de toxina e doses baixas zam logo abaixo da derme.
aplicadas com curto intervalo de tempo Microbotox refere-se à aplicação da
ao uso intradérmico em doses baixas e toxina botulínica mais diluída profundamente,
com curto intervalo de tempo intramuscular.
a indivíduo com predisposição genética
e doses acumulada ▐ QUESTÃO 9
Curso de Cosmiatria
39
aplicação de toxina botulínica na porção pré tes de meia idade diferem nas quantidades e
tarsal do músculo orbicular dos olhos: profundidade de aplicação de toxina botulinica:
Jovens usam mais quantidades e aplica-
amplitude do sorriso ções profundas
flacidez palpebral e edema matinal Jovens usam pouca quantidade e aplica-
palpebral ções profundas
posicionamento do supercílio Pacientes de meia idade usam mais
participação do músculo abaixador do quantidade e aplicações mais superficiais
supercílio na contração glabelar
▐ QUESTÃO 13
▐ QUESTÃO 11
Durante o bloqueio das indesejadas bunny lines, Paciente queixa que não respondeu ao trata-
qual o efeito indesejado ocorrido quando ocorre mento com botox. Qual a principal causa?
lateralização da injeção:
Produção de anticorpos neutralizantes.
Ptose palpebral - bloqueio do músculo Uso da mesma marca de toxina botulíni-
elevador da pálpebra superior ca muitas vezes.
Diminuição da amplitude do sorriso - Uso de baixas doses e/ou mau armaze-
bloqueio do músculo risório namento.
Efeito da "prateleira" - bloqueio dos Lote ruim do produto.
músculos zigomáticos
Queda do lábio superior - bloqueio do
músculo elevador do lábio superior e asa nasal
▐ QUESTÃO 12
▐ QUESTÃO 13
Curso de Cosmiatria
40