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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

CURSO
LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS COM HABILIDADES A FRANCÊS

CADEIRA
LITERATURA

TEMA
CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

Discentes
1. António Paulo Changadeia
2.Céu Agostinho
3.Cezartina Constâncio Mário Manuel Raposo
4.Daina Afonso Langalizai
5.Daniel Samuel Muchava
6.Domingos Mauzinho
7.Emilia Michel
8.Isaquiel Alberto
9.Isabel das dores

CHIMOIO, MARÇO DE 2023

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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

CURSO
LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS COM HABILIDADES A FRANCÊS

CADEIRA
LITERATURA

TEMA
CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

DOCENTE

ROCHA FUREDE

CHIMOIO, MARÇO DE 2023

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Índice
Capitulo I: Introdução........................................................................................................4

1.1.Objectivos....................................................................................................................5

1.2.Geral............................................................................................................................5

1.3.Específicos...................................................................................................................5

1.4.Aspectos Metodológicos.............................................................................................5

Capitulo II: Conotação e Denotação..................................................................................6

2.Contexto entre linguagem e leitura.................................................................................6

2.1.Sentido Conotativo......................................................................................................6

2.2.Sentido Denotativo......................................................................................................7

2.3.A relação denotação-conotação...................................................................................8

2.4.No âmbito da denotação e a sinonímia........................................................................9

2.5.Ambiguidade da conotação e denotação...................................................................10

Capitulo III: Conclusão...................................................................................................11

3.1.Referências Bibliográficas.........................................................................................12

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Capitulo I: Introdução
Ao considerar o meio de comunicação, nosso pensamento automaticamente é
direccionado aos aspectos que envolvem a mídia, assim como a televisão, revista, jornal
e rádio, porém, há outros canais comunicativos que centralizam-se nas significações dos
signos linguísticos.
Assim, quando alguém transmite ou recebe uma mensagem, seja por linguagem oral,
escrita ou não-verbal, é estabelecido um tipo de comunicação. Nesta perspectiva, dentro
da língua, considera-se que um signo é todo elemento portador de significado, por isso,
qualquer recurso utilizado para a expressão consiste em um signo, seja ele definido por
sons, palavras, gestos, símbolos, figuras, cores, notas musicais ou desenhos. Mais
detalhadamente, o signo linguístico apresenta variações de significado que são
denominadas por denotativo ou conotativo.
“Conotações”, da sua obra de introdução à Semântica: brincando com a gramática, Ilari
declara que o seu objectivo é “mostrar que o uso de determinadas palavras e expressões,
além de descrever as realidades de que se fala, cria uma representação do falante, do
ouvinte e da interacção verbal, que pode ser mais ou menos adequada ao momento”.
Logo, a preocupação do autor é identificar os diversos sentidos de um dado item lexical
(palavra ou expressão verbal) que se instaura num determinado contexto, no qual se
inserem o emissor, o receptor e a própria interacção verbal. Percebe-se, pois, que se
trata do uso expressivo das formas gramaticais do léxico − estudo, que caracteriza a
Estilística Morfológica ou Léxica e consequentemente a Estilística Semântica. Ilari
procura contrapor a conotação à denotação, que é vista por ele como “o efeito de sentido
pelo qual as palavras falam ‘neutramente’ (grifo do autor) do mundo”.
A explicitação de alguns dos conceitos básicos da linguística permite a passagem à
análise do conceito de conotação, para o qual propõem um enquadramento teórico inter
disciplinar, por forma a torná-lo apto à intervenção operatória na detecção- -denúncia
dos sistemas semiológicos implicados nos discursos das ciências sociais.

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1.1.Objectivos
1.2.Geral
 Compreender a aplicação da linguagem conotativa e denotativa.

1.3.Específicos
 Definir o conceito de conotação e denotação;
 Descrever os tipos de conotação e denotação;
 Identificar os tipos de conotação e de denotação.

1.4.Aspectos Metodológicos
Como recurso metodológico, informa-se que para o desenvolvimento deste trabalho,
optou-se por um estudo do tipo pesquisa bibliográfica, com característica descritiva.
Consequentemente foram descritos e conceituados os tipos de textos com ênfase nos
géneros e nos aspectos conotativos e denotativos, fazendo uma relação com as
dificuldades de leitura apresentadas pelo aluno, mas que seja justificada pela falta de
conhecimento sobre a complexidade da língua portuguesa, seja ela no processo de
linguagem oral ou escrita, onde também são envolvidas as habilidades de leitura.

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Capitulo II: Conotação e Denotação
2.Contexto entre linguagem e leitura
A linguagem é fundamental para o sucesso escolar, pois está presente em todas as
disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, pois
utilizam a língua materna no processo de ensino-aprendizagem. Sob este viés, dentre as
várias dificuldades, destaca-se as falhas no processo de leitura e interpretação de textos.
As noções das dificuldades envolvendo os aspectos de leitura e compreensão de um
contexto exposto em um texto estão directamente ligadas ao desempenho escolar,
contudo, o baixo desempenho pode ser ocasionado pelos próprios alunos ou pelos
profissionais que atuam no processo de ensino-aprendizagem, pois, muitos professores
não conseguem entender porque alguns aprendem e outros não (Freitas, 2009).

Para Lima (2002), “É função da escola ampliar a experiência humana, portanto a escola
não pode ser limitada ao que é significativo para o aluno, mas criar situações de ensino
que ampliem a experiência, aumentando campos de significação ”. A dificuldade de
interpretação de textos, considerando os aspectos conotativos e denotativos merece uma
atenção especial no cenário actual para que haja uma efectiva acção no processo de
construção da leitura. Levando em consideração tal afirmativa, cabe à instituição escolar
atender e respeitar as capacidades e os limites dos seus educandos. De acordo com
Barreto (2018), os professores encontram-se normalmente, diante de um grupo de
alunos com diferentes níveis, na área da comunicativo-linguística e devido a isso, as
crianças se diferem quanto aos usos que fazem da linguagem, em função da procedência
geográfica, social e cultural.

2.1.Sentido Conotativo
De acordo com Lima (2002), conotativo é o sentido que se atribui a uma palavra em
função de seu contexto, mas que este não corresponde ao seu significado literal. O
sentido conotativo, também é chamado de conotação, sendo a parte da linguagem
figurada em língua portuguesa. É um recurso muito explorado pela literatura, para dar
mais expressividade às palavras e ampliar seus significados. Por vezes, o sentido
conotativo é responsável por encontrar um novo emprego para os vocábulos. Muitas
gírias são criadas ao conotar uma palavra diferentemente do usual. Como o “lacrou” ou
“arrasou”, de uso frequente na actualidade, e que encontram conotações bem diferentes
das registradas nos dicionários

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Lima (2002) salienta-se que o sentido conotativo é definido como aquele em que a
palavra encontra significado a partir do contexto em que é empregada, é o sentido.
figurado. Enquanto o sentido denotativo é o mesmo que encontramos no dicionário, o
emprego original e literal da palavra.

Segundo Lima (2002), sentido conotativo é o uso figurado, metafórico ou subjectivo da


linguagem. Ou seja, é aquele que proporciona interpretações abstractas que vão além do
sentido real das palavras e das definições que aparecem nos dicionários. Quando
a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu
sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um
novo significado em situações e contextos particulares de uso (Lima, 2002). As palavras
não apresentam um único significado (polissemia).
Exemplos:
 Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal);
 Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado);
 Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado).
 A filha da minha vizinha é uma gata!

2.2.Sentido Denotativo
A linguagem denotativa é mais objectiva, directo ao sentido estreito do vocábulo ou
expressão. Já na linguagem conotativa há mais espaço para interpretações ou
associações. Consequentemente, afirma-se que uma palavra é usada no sentido
denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado original,
independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu
significado mais objectivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes
associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais
literal da palavra (Freitas, 2009).
De acordo com (Freitas, 2009), a denotação tem como finalidade informar o receptor da
mensagem de forma clara e objectiva, assumindo assim um carácter prático e utilitário.
É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução,
bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros. No contexto escolar, o professor
deve estimular os seus alunos para que possam de maneira clara aprender a diferença

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entre os termos conotação e denotação ou sentido figurado e não-figurado, além de
estabelecer relações entre as distintas formas de uso da língua.

Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu significado original,
independentemente do contexto frásico em que aparece (Freitas, 2009).Refere-se ao seu
significado mais objectivo e comum, aquele imediatamente reconhecido. Finalidade:
informar o receptor da mensagem de forma clara e objectiva.
Exemplo:
 Os bombeiros foram chamados pela comunidade para resgatar a gata siamesa de
cima da árvore.

2.3.A relação denotação-conotação


Considerando a denotação como a função representativa da linguagem mais próxima do
real, isto é, a parte da significação da palavra que mais se aproxima de seu sentido
próprio, e a conotação como as possibilidades da palavra de funcionar como
exteriorização (Bechara, 1999).
Psíquica, ou seja, os muitos sentidos de uma palavra, poder-se-ia dizer que a
significação total de uma palavra comporta a denotação e a conotação, o que dá à
palavra um carácter polissémico.
Logo, a conotação, que se faz considerando a denotação, não é exactamente uma criação
particular de um indivíduo, mas a parte plurissignificativa da palavra, cujo significado
preciso se obtém num contexto.
Exemplos:
 O meu gato matou um rato;
 João é um gato. Fiz um gato na instalação eléctrica;
 Reconheci o gato que me assaltou ontem.

Na observação atenta das frases acima, é possível depreender o significado preciso da


palavra “gato” em cada contexto sem grandes dificuldades para um falante activo da
língua portuguesa. É natural que isso se dê em virtude do sentido denotativo (aquele que
é dicionarizado) da palavra “gato”, o qual está presente em todos os outros sentidos
conotativos (Bechara, 1999). Na realidade, todos os sentidos possíveis de uma palavra
fazem parte de sua função representativa da linguagem, pois toda palavra é

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essencialmente polissémica, isto é, todas as palavras constituem-se de um conjunto de
plurissignificações, umas efectivas e outras em potencial.
Assim como “gato”, cujo significado principal e, portanto, dito denotativo é “animal
mamífero doméstico, da família dos felídeos”, do qual se depreendem os outros
significados (por analogia ou por contiguidade ou extensão) muitas outras palavras
apresentam vários usos conotativos efectivos na língua.
Exemplo:
 João é a cabeça do grupo.
 Esta vida madrasta que eu levo...
As conotações por analogia são aquelas em que há uma semelhança entre o sentido que
dela se depreende e o sentido dito denotativo, como se pode verificar em:
“João é a cabeça do grupo”.

Em cabeça, a conotação “líder, chefe ou membro principal do grupo” é semelhante à


denotação “parte superior do corpo dos animais bípedes e a anterior nos outros animais,
onde se situam boca, olhos, narinas, ouvidos e importantes centros nervosos”. Segundo
Bechara (1999), as conotações por contiguidade ou extensão são aquelas em que a
semelhança é menos nítida, por haver apenas uma aproximação do seu sentido com o
sentido denotativo ou por ter sido concebida a partir da extensão lógica de sentidos,
como se verifica em: “Reconheci o gato que me assaltou”. A conotação em “gato”,
como “indivíduo ágil, esperto, veloz, traiçoeiro e assaltante” se depreende a partir da
extensão do sentido de “animal felídeo”, que sugere aquela agilidade e carácter de
esperteza, característicos de um assaltante.
O mesmo se verifica em “Lá vem aquela mala sem alça!”, já que sempre se torna
incómodo e chato carregar uma mala sem alça; e em “Esta vida madrasta que eu
levo...”, “madrasta” conota “pouco carinhosa” ou “má”, pois normalmente não é querida
a mulher que substitui a mãe e, por represália, se torna megera como o é a vida de certas
pessoas.

2.4.No âmbito da denotação e a sinonímia


Em princípio, não há palavras sinónimas como são apresentadas em compêndios
gramaticais, pois cada palavra tem seu significado denotativo particular, o qual pode
apresentar alguns elementos dos que compõem a significação de outras palavras (Lima,

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2002). Daí, algumas palavras apresentarem significados semelhantes aos de outras e,
por isso, serem usadas em um mesmo contexto, como se podem verificar nos seguintes
exemplos:
 João está ficando gordo/barrigudo;
 E a verdade é seu dom de iludir/enganar.”

Na verdade, o que ocorre nestas frases é uma sinonímia (situação em que há semelhança
(s) semântica (s) entre vocábulos ou estruturas sintácticas), uma vez que nos referidos
contextos os respectivos elementos particulares de significação foram preteridos pelos
elementos comuns dos pares de palavras - significação generalizada (Lapa,1984).
Porém, em outros contextos, tal sinonímia não ocorre ou poderia ser indesejável e criar
frases incoerentes.
Exemplos:
 João não está ficando gordo;
 Ele está ficando barrigudo;
 Você me enganou o tempo todo, pois já era casado.
Nestes exemplos, percebem-se particulares elementos de significação de ordem
intelectiva, o que fez com que um dos vocábulos da série sinonímica (gordo/barrigudo,
enganar/iludir, respectivamente) fosse usado em detrimento do outro.

2.5.Ambiguidade da conotação e denotação


Para Bechara (1999), a ambiguidade diz respeito ao duplo sentido que pode existir em
uma palavra, em uma frase, ou mesmo em um texto inteiro, a depender do ponto de
vista sobre ele. Há dois possíveis sentidos em uma mesma frase, em um mesmo
contexto.
Na polissemia, contextos diferentes é que provocam sentidos diferentes. Conforme
esclarece Fernando Pestana
ʺA duplicidade de sentidos pode decorrer de diversos factores, dentre os quais o autor
trabalha: a distinção entre agente e paciente, o mau uso de pronomes e pronomes
relativos, a má colocação de palavras, a própria polissemia, dentre outrosʺ.

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Capitulo III: Conclusão
Conclui-se com essa pesquisa que o sentido conotativo, também é chamado de
conotação, sendo a parte da linguagem figurada em língua portuguesa é um recurso
muito explorado pela literatura, para dar mais expressividade às palavras e ampliar seus
significados. Por vezes, o sentido conotativo é responsável por encontrar um novo
emprego para os vocábulos. Muitas gírias são criadas ao conotar uma palavra
diferentemente do usual.
A actuação educacional pode exercer um trabalho de reflexão, possibilitando elaboração
acerca do direccionamento das condutas que favorecem a adequação a melhora do
desempenho escolar. Por isso o trabalho pedagógico identifica-se como efectivo quando
consegue envolver o aluno em um contexto linguístico, ou seja, que este possa ter
conhecimento da linguagem oral e escrita, bem como os tipos de textos existentes, que
consequentemente, possibilita descobrir suas habilidades para acreditar em si mesmo ao
se destacar em outras áreas do conhecimento e que necessita da leitura como um
processo em construção. A dificuldade de interpretação de textos, considerando os
aspectos conotativos e denotativos merece uma atenção especial no cenário actual para
que haja uma efectiva acção no processo de construção da leitura. Levando em
consideração tal afirmativa, cabe à instituição escolar atender e respeitar as capacidades
e os limites dos seus educandos.
Como o inventário léxico de cada indivíduo falante é composto de vocábulos
transmitidos na infância com os primeiros contactos com a língua e de vocábulos
adquiridos ao longo das actividades linguísticas no seio da sociedade, a linguagem
(como instrumento de efetivação do sistema de possibilidades de uso, que é a própria
língua) de cada usuário é sempre incompleta e de uma previsibilidade imprevisível. O
aparente paradoxo tem seu respaldo na própria relação denotação−conotação, já que a
conotação se apoia na denotação e depende essencialmente da natureza da coerção
social.

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3.1.Referências Bibliográficas
 Alves, N. (1999).Múltiplas Leituras da Nova LDB - Lei de Directrizes e Base da
Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). 3.ed. Rio de Janeiro: Dunya.
 Barreto, R. (2018).Formação de professores, tecnologias e linguagens:
mapeando novos e velhos (des) encontros. 2002. Disponível em. Acesso em 30
jun 2018.
 Bechara, E (1999).Moderna Gramática Portuguesa. 37. a ed. rev. e ampl. Rio de
Janeiro: Lucerna,
 Freitas, T. (2009). Dificuldade na Leitura e Compreensão da Leitura.
Disponível em: Acesso em 30 Jun 2018.
 Lima, E. S (2002). Quando a criança não aprende a ler e a escrever. São Paulo:
Editora Sobradinho.
 Lapa, R (1984).Estilística da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Académica.
 Melo, G de. (1976).Ensaio de estilística da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Padrão.
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