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Região Acadêmica I

◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Escola Superior Pedagógica do Bengo
DEPARTAMENTO DE ENSINO, INVESTIGAÇÃO EM LETRAS MODERNAS

LINGUAGEM E METALINGUAGEM:
APLICAÇÃO EM SEMÂNTICA

Trabalho apresentado à disciplina de Semântica da


Língua Portuguesa no curso de Ensino da Língua
Portuguesa, orientado pelo Docente Gaudêncio
Kimuenho.

Grupo nº 04

Sala nº 08

Período: Pós-Laboral

Ano Académico 3º

Caxito / 2022
Escola Superior Pedagógica do Bengo
DEPARTAMENTO DE ENSINO, INVESTIGAÇÃO EM LETRAS MODERNAS

INTEGRANTES DO GRUPO

Nº Nome Completo Classificação

1 Analdina de Oliveira da Conceição


2 Emília Ngola Manuel
3 Laurindo Octávio Chipande
4 Manuel Salvador Pascoal
5 Marcelino Eduardo Narciso
6 Ndilipangue Penovanu Chungo

Trabalho apresentado à disciplina de Semântica da


Língua Portuguesa no curso de Ensino da Língua
Portuguesa, orientado pelo Docente Gaudêncio
Kimuenho.

Caxito / 2022
INDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................2

I – LINGUAGEM E METALINGUAGEM......................................................................3

1.1 - Linguagem e Metalinguagem: Conceitos..............................................................3

1.2 - Teorema de Tarski (Teorema – T).........................................................................3

1.3 - Metalinguagem e Modo de Operar da Actividade Metalinguística.......................4

1.4 - O Uso, a Menção, a Língua Objecto e a Metalinguagem......................................4

CONCLUSÃO...................................................................................................................6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................7
INTRODUÇÃO

Quando dizemos que o falante tem conhecimento semântico, queremos dizer que ele
sabe em que condições uma sentença qualquer de uma língua pode ou não ser
verdadeira. Um semanticista procura desvendar esse conhecimento, construindo uma
teoria do significado. Para tal empreendimento, ele utiliza o que se denomina
metalinguagem, que é o tema abordado no presente trabalho, entretanto, procuramos
entender primeiramente a linguagem e metalinguagem partindo dos seus conceitos.

No entanto, para a efectivação da nossa pesquisa usamos o método bibliográfico, que


nos permitiu entender os conceitos, o modo de operar e o uso da metalinguagem, bem
como algumas breves considerações da teoria de Tarski.

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I – LINGUAGEM E METALINGUAGEM

1.1 - Linguagem e Metalinguagem: Conceitos

Segundo (Pinto, Coelho, Cabral, & Ribeiro, 2016), metalinguagem é o uso de uma
linguagem para falar dela própria. Por exemplo, para os mesmos autores, as gramáticas
usam a metalinguagem, pois lançam mão da língua para descrever ou explicar
fenómenos da própria língua.

(leite, 2010) cita Mattoso Câmara (1977, p.39) que conceitua a linguagem como sendo a
faculdade que tem o homem de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema
de sons vocais chamado língua, que os organiza numa representação compreensiva em
face do mundo exterior objectivo e do mundo subjectivo interior.

1.2 - Teorema de Tarski (Teorema – T)

Segundo (Oliveira, Basso, Souza, Taveira, & Gritti, 2012) a maneira mais usual na
Semântica de descrever o fato de que o falante sabe em que condições uma sentença é
verdadeira é utilizar o famoso Teorema-T1, a partir do esquem-T:

Esquema-T: p é verdade na língua X sse q

Os autores trazem, como exemplo, a sentença ‘Tá chovendo’ e explicam que é


verdadeira em Português Brasileiro se e somente se (abreviado sse) está chovendo no
momento em que a sentença é proferida. Explicam ainda que uma sentença-T pode
parecer trivial, mas ela não é, e é preciso entender o que está por trás dela. Uma
sentença-T expressa um conhecimento: o conhecimento sobre o significado da sentença.
A impressão de trivialidade se explica porque tanto a língua-objecto, aquela que
queremos explicar (e que sempre aparece marcada formalmente, através das aspas
simples), quanto a metalinguagem, a linguagem que utilizamos para explicar a língua-
objecto, isto é, para estabelecer as condições em que o mundo deve estar para que a
sentença seja verdadeira, são o português. (Oliveira, Basso, Souza, Taveira, & Gritti,
2012)

1
Teorema da indefinibilidade de Tarski, declarado e aprovado por Alfred Tarski em 1936, é um
importante resultado limitativo em lógica matemática, os fundamentos da matemática, e em semântica
formal.

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1.3 - Metalinguagem e Modo de Operar da Actividade Metalinguística

Vale acrescentar, na perspectiva de (Flôres, 2011), que o estruturalismo ainda que não
defendesse, acirradamente, o ponto de vista da lógica, o acatou. Até porque Saussure
teorizou a respeito da língua enquanto sistema, deixando de lado a história e o sujeito, o
que se comprova por meio das dicotomias sincronia/diacronia e língua/fala e a opção do
autor pelo enfoque da langue, sincronicamente. Explica-se, então, ter ganhado destaque,
em linguística, a posição de Jakobson, que propôs o estudo das funções da linguagem,
de modo imanente, internamente à língua, aos textos.

O mesmo, entretanto, não aconteceu com outros teóricos que continuaram a discutir o
conceito de metalinguagem, problematizando-o. Por exemplo, Coupland e Javorski
(1998) citado por (Flôres, 2011) se perguntaram de início o que seria do uso linguístico
sem sua dimensão metalinguística, definindo metalinguagem como a linguagem usada
para descrever a linguagem, acrescentando, porém, que a linguagem (ou a língua) a que
se referem não pode ser tomada isoladamente em si e por si mesma, como o preconizou
Saussure. Na óptica desses autores, o sistema não depende do falante – quem é ele, o
que faz, a quem se dirige, onde vive e assim por diante - nem do uso que ele faz da
linguagem. Nesse caso, a linguagem não é considerada tão inocente e
descompromissada, assim, até porque a sua dimensão metalinguística, de fato, gerência
a interacção social, sendo responsável por seus resultados e efeitos (Coupland;
Jaworski, 1998) citado por (Flôres, 2011).

1.4 - O Uso, a Menção, a Língua Objecto e a Metalinguagem

A diferença entre uso e menção de uma sentença também ajudará a compreender as


noções de semântica e pragmática. Para entendermos essa diferença, (Cançado, 2008)
sugere primeiramente que vejamos o significado da palavra significado. Certamente, o
significado em teorias semânticas não é tão abrangente quanta o usa que se faz na
linguagem quotidiana. Observaremos as sentenças abaixo:

(6) a. Qual o significado de ser um homem?


b. Qual o significado de “ser um homem”?

Qual das sentenças acima trata a palavra significar do ponta de vista semântico?

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Certamente, a sentença (b) é a adequada. A outra diz respeito a questões metafísicas. É
fácil justificar essa resposta. A semântica segundo (Cançado, 2008) preocupa-se com o
significado de sentenças e de palavras como objectos isolados e, portanto, a resposta de
(6b) estaria ligada somente à relacção entre as palavras da expressão destacada ser um
homem. Poderíamos responder, por exemplo, dizendo que "ser um homem” quer dizer
ser humano, do sexo masculino, de uma determinada idade adulta".

Percebemos que a resposta do significado para ser um homem, em (6b), não vai variar
de conteúdo de acordo com quem a responde ou de acordo com o contexto. Qualquer
falante do português aceitaria a resposta dada acima como sendo boa. Já a questão em
(6a) terá uma resposta que vai variar com o contexto: se a pergunta for feita a um
filósofo, teremos uma resposta; se for feita a um homem do campo, certamente será
outra. Para o filosofo, ser um homem pode implicar questões de ordem existencial, etc.;
para um homem do campo, pode significar simplesmente questões de ordem prática,
como aquele que sustenta a casa, etc. Chamaremos, pois, a expressão destacada ser um
homem, da sentença (6b), de menção, e a expressão ser um homem da sentença (6a), de
uso. Fica clara, pois, que o objecto de estudo da semântica é a menção das sentenças e
das palavras isoladas de seu contexto; e o objecto de estudo da pragmática é o uso das
palavras e das sentenças inseridas em determinado contexto.

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CONCLUSÃO

Entendemos que para os linguistas é muito difícil o trabalho que tem em usar a língua
para descrever seu objecto de estudo - a própria língua. Pois, a noção de
metalinguagem, como conseguimos perceber, é o uso de uma linguagem para falar dela
própria e, contudo, fazemos uso dela em muitas situações corriqueiras e nos deparamos
com ela diversas vezes no quotidiano, na escola, ao usarmos a matemática para entender
física ou química, ou mesmo para entendermos geometria – ou seja, usamos a
matemática para descrever o espaço, fala-se do espaço pela matemática.

Além do modo de operar e o uso da metalinguagem, vimos também que o esquema-T,


que é a maneira mais comumente empregada pelos semanticistas para exibir as
condições de verdade das sentenças e separar a linguagem-objecto da metalinguagem.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cançado, M. (2008). MANUAL DE SEMÂNTICA NOÇOES BÂSICAS E EXERCICIOS


(2 ed., Vol. 2). Belo Horizonte: UFMG.

Flôres, O. C. (2011). (Meta)Linguagem. São Paulo: Pelota.

leite, J. E. (2010). Fundamento da Linguistica .

Oliveira, R. P., Basso, R. M., Souza, L. M., Taveira, R., & Gritti, L. L. (2012).
Semântica: 6º Grau. Florianópolis : LLV/CCE/UFSC.

Pinto, D. C., Coelho, F. A., Cabral, M. P., & Ribeiro, R. M. (2016). Introdução à
semântica Volume Único. Rio de Janeiro: Fundacção Cecierj.

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