TEORIAS DO TEXTO
TEORIAS DO TEXTO 2
TEORIAS DO TEXTO
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
1.2 Introdução
SUGESTÃO DE LEITURA
FLORES, Valdir do Nascimento. Sobre “A unidade da linguística”, sobre
a linguística e sobre o linguista. Calidoscópio, São Leopoldo: Unisinos, v. 6, n.
3, p. 157-159, set./dez. 2008.
2
Como se trata de uma obra póstuma, referenciamos desta maneira: CLG (Curso de
Linguística Geral), obra organizada pelos discípulos de Ferdinand de Saussure – Charles Bally
e Albert Sechehaye. A referência completa encontra-se na lista final.
TEORIAS DO TEXTO 5
Saussure anunciava sem ênfase uma ciência geral dos sistemas de signos e
somente os manuscritos nos mostram a que ponto ele se preocupou com ela.
Efetivamente, tratava-se de algo completamente diferente de uma nova ciência,
apenas englobante: era toda a relação com o mundo, com o conhecimento, com
o pensamento, que se era obrigado a reconsiderar: em suma, uma filosofia do
espírito, mas a partir da língua, essa abstração material que se funda somente
em si mesma. (NORMAND, 2009, p. 202).
SAIBA MAIS
Pode-se, então, conceber uma ciência que estude a vida dos signos no
seio da vida social; ela constituiria uma parte da Psicologia social e, por
conseguinte, da Psicologia geral; chamá-la-emos de Semiologia. Ela nos
ensinará em que consistem os signos, que leis os regem. Como tal ciência não
existe ainda, não se pode dizer o que será; ela tem direito, porém, à
existência; seu lugar está determinado de antemão. A Linguística não é senão
uma parte dessa ciência geral; as leis que a Semiologia descobrir serão
aplicáveis à Linguística e esta se achará dessarte vinculada a um domínio bem
definido no conjunto dos fatos humanos. (CLG, 2006, p. 24)
3
Saussure não tratava como sintagma e paradigma; quem assim denominou foram seus leitores.
Saussure denominava de eixo das simultaneidades e eixo das sucessões.
TEORIAS DO TEXTO 7
com o aspecto estático da nossa ciência, diacrônico tudo que diz respeito às
evoluções. Do mesmo modo, sincronia e diacronia designarão respectivamente
um estado de língua e uma fase de evolução.” (CLG, 2006, p. 96). Mediante
esses conceitos, é impossível separar sincronia e diacronia. Por isso,
reiteramos, a dicotomia.
IMPORTANTE
LEMBRE-SE
“Não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de
constituir uma língua, vale dizer: um sistema de signos distintos
correspondentes a ideias distintas.” (CLG, 2006, p. 18).
a) verificar o que faz com que um texto seja um texto, ou seja, determinar seus
princípios de constituição, os fatores responsáveis pela sua coerência, as
condições em que se manifesta a textualidade;
b) levantar critérios para a delimitação de textos, já que a completude é uma de
suas características essenciais;
c) diferenciar as diversas espécies de textos.
Recapitulando
Referências
FIORIN, José Luiz; FLORES, Valdir do Nascimento; BARBISAN, Leci Borges. Por
que ainda ler Saussure? In: ______. (Org.). Saussure: a invenção da
Linguística. São Paulo: Contexto, 2013. p. 7-20.
Atividades
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I e II.
d) II e III.
e) todas estão corretas.
Gabarito
1. C
2. B
3. Primeiro princípio: a arbitrariedade do signo, ou seja, o laço que une o
significante ao significado é arbitrário. Segundo princípio: caráter
TEORIAS DO TEXTO 16
Alexandra Feldekircher
4
Müller
Introdução
4
Doutora em Linguística Aplicada - PPGLA/UNISINOS
Mestre em Estudos da Linguagem: Lexicografia e Terminologia - PPGLET/UFRGS. Professora
UNISINOS. Pesquisadora colaboradora do Gruopo Termilex e Semantec – UNISINOS.
5
“ciência da linguagem verbal humana” (Koch in Mussalin e Bentes, 2005, contracapa).
TEORIAS DO TEXTO 17
pode ser muito curto ou muito extenso, entendendo-se que o falante se comunica por
meio dele.
Também nessa perspectiva, cabe destacar que esse marco histórico nos
estudos linguísticos permite ainda a afirmação de que, a partir de muita reflexão
teórica, nasce uma nova perspectiva de ensinar e aprender língua em que não mais se
adota a gramática da palavra e da frase para o ensino e a aprendizagem, mas, sim, a
Linguística do Texto.
Sem dúvida, o surgimento dos estudos sobre o texto faz parte de um
amplo esforço teórico, com perspectivas e métodos diferenciados, de
constituição de um outro campo (em oposição ao campo construído
pela Linguística Estrutural), que procura ir além dos limites da frase,
que procura reintroduzir, em seu escopo teórico, o sujeito e a
situação comunicação, excluídos das pesquisas sobre a linguagem
pelos postulados dessa mesma Linguística Estrutural – que
compreendia a língua como sistema e como código, com função
puramente informativa. (Bentes in Mussalin e Bentes, 2005, p. 245).
6
É importante destacar que não há uma ordem cronológica no surgimento desses três
momentos, em especial entre o primeiro e a elaboração de gramáticas tradicionais, as quais
surgiram com os teóricos Lang (1971, 1972), Dressler (1972, 1977), Dijk (1972, 1973) e Petöfi
(1972, 1973, 1976). (Bentes in Mussalin e Bentes, 2005, p. 249).
TEORIAS DO TEXTO 18
sequências de enunciados, indo destes para o texto. Segundo Fávero e Koch (2008, p.
13), “seu principal objetivo é o de estudar os tipos de relação que se podem
estabelecer entre os diversos enunciados que compõem uma sequência significativa”.
b) Construção de gramáticas textuais: surge com o intuito de reflexão sobre alguns
fenômenos da linguagem incapazes de ser explicados pela gramática do enunciado; e
como um conjunto de regras que regem a construção do texto. Nesse sentido, o que
dá autoridade a esse momento na LT é o fato da existência da descontinuidade entre
enunciado e texto, uma vez que entre ambos há uma diferença de ordem qualitativa e
não puramente quantitativa. Nesse contexto, o texto é tomado como “muito mais que
uma simples sequência de enunciados, a sua compreensão e a sua produção derivam
de uma competência específica do falante – a competência textual – que se distingue
da competência frasal ou linguística em sentido estrito.” (Fávero e Koch, 2008, p. 14).
Nesse âmbito da gramática textual, o falante tem um papel fundamental, recebendo
total atenção, possuindo, de acordo com Charolles (1989 in Mussalin e Bentes, 2005,
p. 250), três capacidades textuais básicas: a formativa (permite formar textos e/ou
analisá-los e classificá-los em “bons” ou “maus”), a transformativa (possibilita
transformar – resumo, paráfrase e reformulação - um texto e avaliar esta atividade) e a
qualificativa (permite a identificação de tipos de texto: narração, descrição,
argumentação etc. e criação de um tipo particular).
c) Teoria do texto: parte da necessidade da observação dos textos no seu contexto
pragmático, ou seja, o contexto toma lugar de destaque nesse momento da LT e é
entendido como um conjunto de condições da produção, da recepção e da
interpretação do texto. Logo, o foco é o texto e os seus elementos constitutivos e o
contexto. Para a construção das teorias do texto, contribuíram significativamente a
teoria dos atos de fala, a lógica das ações e a teoria lógico-matemática dos modelos.
Além disso, a observância da pragmática no escopo teórico causou divergências de
posicionamentos. Com ela, a pragmática, observa-se o ato de comunicação (Schmidt)
como uma forma de interação social, sendo a competência comunicativa a
competência empírica de base que integra a LT e não mais a competência textual.
Para além da competência comunicativa, Petöfi também introduz uma abordagem que
engloba os estudos da sintaxe, da semântica e da pragmática já referida por outros
autores. Atualmente, observa-se que o desenvolvimento geral da LT, inspirado em
grande parte na teoria gerativa, dá-se num enfoque mais amplo, mais substancial e
interdisciplinar (Fávero e Koch, 2008, p. 17). Em resumo, a teoria do texto busca
“investigar a constituição, o funcionamento, a produção e a compreensão dos textos
em uso.” (Bentes in Mussalin e Bentes, 2005, p. 251).
TEORIAS DO TEXTO 19
Na mesma linha, Marcuschi, 2008, p. 75, de uma maneira geral, afirma que as
diversas vertentes da LT hoje aceitam as seguintes posições:
- A LT é uma perspectiva de trabalho que observa o
funcionamento da língua em uso e não in vitro.
- A LT se funda numa concepção de língua em que a preocupação
maior recai nos processos (sociocognitivos) e não no produto.
- A LT não se dedica ao estudo das propriedades gerais da língua,
como o faz a linguística clássica.
- A LT dedica-se aos domínios mais flutuantes ou dinâmicos [...]como
a concatenação de enunciados, a produção de sentido, a pragmática,
os processos de compreensão, as operações cognitivas, a diferença
entre os gêneros textuais, a inserção da linguagem em contextos, o
aspecto social e o funcionamento discursivo da língua. Trata-se de
uma linguística da enunciação em oposição a uma linguística do
enunciado ou do significante.
- A LT tem como ponto central de suas preocupações atuais as
relações dinâmicas entre a teoria e a prática, entre o processamento
e o uso do texto.”
um conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto e não
apenas uma sequência de frases. Os sete fatores apresentados pelos autores são
coerência, coesão, informatividade, situacionalidade, intertextualidade,
intencionalidade e aceitabilidade7.
Circuito Fechado
Ricardo Ramos
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água,
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água
fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,
abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta,
blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas,
quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo.
Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes,
telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de
anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes,
xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia,
água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo.
xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água.
Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo,
telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves,
lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras,
xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro.
Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis,
prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e
7 Dentre os sete padrões ou fatores, os que têm um desdobramento maior são os dois
primeiros de modo que se constituem em um capítulo à parte, o qual vem na sequência deste.
Para aprofundar o assunto, sugere-se a leitura de livro Lutar com palavras: coesão e coerência,
de Irandé Antunes (2005).
TEORIAS DO TEXTO 22
caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro,
fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó,
gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres,
copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo.
Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias,
calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
Fonte: Os melhores contos brasileiros e 1973. Porto Alegre: Editora Globo, 1974, pp. 169-
175.
iii) A informatividade tem uma relação direta com a quantidade de informação nova
que o autor do texto vinculará tendo em mente o seu interlocutor. Quanto mais
informativo for o texto, menos previsível e mais atraente ele será. Contudo, a
densidade terminológica a ser explicitada no texto deverá ser dosada pelo autor para
que o interlocutor possa acompanhar o sentido pretendido. Isso fica mais fácil de ser
percebido, se for imaginado uma aula de produção textual para o Curso de Engenharia
de uma universidade. Ao empregar-se a terminologia da área da Linguística e da LT
com os futuros engenheiros sem que haja uma aproximação semântica do léxico
especializado com o nível de conhecimento da área que eles possuem, o resultado
poderá ser comprometedor, pois eles não dominam noções como Linguística, gênero
textual, coesão, elementos de textualidade etc.
iv) A situacionalidade pode ser entendida nos estudos do texto como o conjunto de
fatores que tornam um texto relevante para um determinado momento numa dada
situação de comunicação real ou passível de ser reconstituída. Este fator tem uma
relação muito forte com a noção de contexto, que pode ser entendido tanto como o
contexto situacional quanto histórico8. É a adequação do texto à situação
8
“O papel do contexto – situacional e histórico – é fundamental, portanto, tanto no processo de
produção de texto, quanto no de recepção, pois reúne todos os tipos de conhecimentos
TEORIAS DO TEXTO 23
Fonte: Salzano, Francisco. Estamos mudando? In: Revista Ciência Hoje. 27 de outubro
de 2012. p. 298.
arquivados na memória dos falantes, que devem ser mobilizados por ocasião do intercâmbio
verbal: o conhecimento linguístico propriamente dito , o conhecimento de mundo e o
conhecimento interacional”. (Costa e Salces, 2013, p. 46).
TEORIAS DO TEXTO 24
Fonte: Aires da Mata Machado Filho. Grande Coleção da Língua Portuguesa. Urupês,
Edinal. 1 edição.
Recapitulando
9
A Lexicografia é entendida como a arte ou a ciência de fazer e estudar dicionários.
TEORIAS DO TEXTO 25
também que, este capítulo de livro, não dá conta de todos os aspectos que envolvem
a LT e a sua vertente mais atual10.
b) texto: não mais como algo pronto e acabado, mas como um processo em
construção; um todo de sentido e não um amontoado de frases.
10
Há uma perspectiva toda do interacionismo sociodiscursivo que vai olhar fortemente para a
questão dos trabalhos com textos na perspectiva de gêneros textuais, tornando-se uma
abordagem independente da LT (Joaquim Dolz, Schneuwly e Dolz (Suíça), Jean-Paul
Bronckart (Suíça), Ana Maria de Mattos Guimarães (Brasil), entre outros).
TEORIAS DO TEXTO 26
Referências
FÁVERO, L.L.; KOCH, I.V.. Linguística textual: introdução. São Paulo. Cortez, 2002.
KOCH, I. V. e ELIAS. V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto, 2007.
KOCH, I. G.V. Referenciação e orientação argumentativa. In: MORATO, E. M.;
BENTES, A. C. & KOCH, I. V. Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005.
KOCH, I.G.V. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
KOCH, I.G.V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.
Atividades
Fonte: Joaquim Salvador Lavado. (QUINO) Toda Mafalda, Martins Fontes, 1991.
11
Débora Facin
3.1 Introdução
11
Doutoranda em Letras pela Universidade de Passo Fundo; Mestre em Letras pela
Universidade de Passo Fundo; bolsista Capes; facindebora@gmail.com
TEORIAS DO TEXTO 29
O show
O cartaz
O desejo
O pai
O dinheiro
O ingresso
O dia
A preparação
A ida
O estádio
A multidão
A expectativa
A música
A vibração
A participação
O fim
A volta
O vazio
SAIBA MAIS
Inimigos
Luís Fernando Veríssimo
TEORIAS DO TEXTO 32
LEMBRE-SE
Remissão para trás: ANÁFORA
Exemplo: O menino caiu da escada. Ele quebrou a perna. (anáfora)
Remissão para frente: CATÁFORA
Exemplo: Ele é um grande representante da música brasileira, Caetano
Veloso! (catáfora)
Marcuschi (1983 apud KOCH; TRAVAGLIA, 2011, p. 25) defende que “há
textos sem coesão, mas cuja textualidade ocorre em nível de coerência.”
Assim como podem existir sequências muito bem construídas em termos de
coesão, mas sem coerência para o leitor – ou por desconhecimento do assunto
tratado no texto, ou por não conseguir estabelecer sentido entre os
enunciados, entre outros motivos.
Intenção do autor + texto com sinalização para que o leitor possa ativar
conhecimentos tidos como compartilhados e situar-se no quadro delineado pelo
autor.
Recapitulando
Referências
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e
redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2002.
KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. 22. ed. São Paulo: Contexto, 2012.
KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Carlos. Texto e coerência. 13. ed. São
Paulo: Cortez, 2011.
Atividades
Gabarito
1) D
2) Sequenciação parafrástica; há recorrência do tempo verbal no
pretérito imperfeito.
3) “Até que”, “interrompeu”: porque há mudança de tempo verbal
e de ação.
4) E
5) A
Débora Facin12
4.1 Introdução
12
Doutoranda em Letras pela Universidade de Passo Fundo; Mestre em Letras pela
Universidade de Passo Fundo; bolsista Capes; facindebora@gmail.com
TEORIAS DO TEXTO 42
Vejamos um exemplo:
4.3.1 Coesão
Por exemplo:
IMPORTANTE
4.3.2 Coerência
Lembre-se:
4.3.3 Intencionalidade
Exemplo:
TEORIAS DO TEXTO 48
4.3.4Aceitabilidade
Por exemplo:
“Você não vai mais sair daí?” (fala da mãe para o filho que está no
banheiro)
Com essa pergunta, sabemos que o filho está no banho há tempo e que
a mãe deseja que ele saia por algum motivo – por estar atrasado, talvez. Ao
questioná-lo, a mãe espera que o filho, no mínimo, aceite o enunciado e se
apresse no banho. O enunciado não precisa ser compreendido literalmente, já
que a mãe não espera uma resposta, e sim uma atitude.
4.3.5 Situacionalidade
4.3.6 Intertextualidade
SAIBA MAIS
4.3.7 Informatividade
4.4 Recapitulando
Referências
KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Carlos. Texto e coerência. 13. ed. São
Paulo: Cortez, 2011.
Atividades
Disponível em:
<https://www.google.com.br/search?q=tiras+de+radicci&biw=1366&bih=667&source=
lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI9M2lio3SxwIVCEOQCh3ilgZ9#imgrc=E
KJN1Xjsh4ijEM%3A>.
( ) Atividade interpretativa.
Gabarito
1) D
2) 1–1–2–2–2–1
3) 2–1–4–3
4) Importante destacar os princípios de situacionalidade, intencionalidade
e aceitabilidade. Isso se justifica em razão de Veja e Carta Capital
comportarem em seus conteúdos perfis ideológicos antagônicos.
Enquanto a Veja configura-se como uma revista direcionada ao público
de direita, conservador, a Carta Capital encontra-se num universo de
esquerda. Como a situacionalidade é diferente, o modo de produção
dos textos também será. Enquanto Veja tem a intenção de divulgar a
figura de Bento XVI como vítima, Carta Capital ironiza a decisão.
Considerando o perfil do público leitor de cada uma delas, as
informações são coerentes e aceitáveis porque estão de acordo com a
situação.
5) E
5 Enunciação e linguística
Débora Facin 13
5.1 Introdução
13
Doutoranda em Letras pela Universidade de Passo Fundo; Mestre em Letras pela
Universidade de Passo Fundo; bolsista Capes; facindebora@gmail.com
TEORIAS DO TEXTO 56
Ele nos diz que é somente questão de “ir além” no estudo da significação; de
fato, pode-se pensar que ele vai para outro lugar: retoma a uma fenomenologia
que um estruturalismo metodológico não tinha abarcado, dá abertura a
descrições que integram os traços da subjetividade nos enunciados e sua
presença ativa em toda enunciação. Nunca abandonar a língua, em sua matéria
significante, suas estruturas comuns, seu aparelho “semiótico”, mas conciliar
esse gesto saussuriano com a singularidade subjetiva, a comunicação sempre
situada, o “acontecimento evanescente” que é todo enunciado, analisar “o
semântico”; essa era a proposta de Benveniste. (NORMAND, 2009, p. 202, grifos
nossos).
E continua:
partes numa estrutura que explica os seus elementos. Tudo aí é tão necessário
que as modificações do conjunto e do pormenor se condicionam reciprocamente.
(BENVENISTE, 2005, p. 59, grifo do autor).
SUGESTÃO DE LEITURA
IMPORTANTE
SAIBA MAIS
5.4 Recapitulando
Referências
Atividades
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV.
e) I e II.
4) Ao longo deste capítulo, vimos que há duas maneiras de ser língua: pelo
semiótico e pelo semântico. Sobre essas duas formas de ser língua,
assinale a alternativa correta.
TEORIAS DO TEXTO 66
a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) III e IV.
Gabarito
1) C
2) D
3) E
4) A
5) B
14
Débora Facin
14
Doutoranda em Letras pela Universidade de Passo Fundo; Mestre em Letras pela
Universidade de Passo Fundo; bolsista Capes; facindebora@gmail.com.
TEORIAS DO TEXTO 67
6.1 Introdução
A universalidade dessas formas e dessas noções faz pensar que o problema dos
pronomes é ao mesmo tempo um problema de linguagem e um problema de
línguas, ou melhor, que só é um problema de línguas por ser, em primeiro lugar,
um problema de linguagem. É como fato de linguagem que o apresentamos aqui,
para mostrar que os pronomes não constituem uma classe unitária, mas espécies
diferentes segundo o modo de linguagem do qual são os signos. Uns pertencem à
sintaxe da língua, outros são característicos daquilo a que chamaremos as
“instâncias do discurso”, isto é, os atos discretos e cada vez únicos pelos quais a
língua é atualizada em palavra por um locutor. (BENVENISTE, 2005, p. 277, grifo
nosso).
E o que seriam esses atos discretos? São atos singulares, óbvios, porque
todo enunciado se atualiza por um locutor que se apropria da língua e passa a
assumir o papel de sujeito do discurso. Como poderíamos pensar a história
hoje, por exemplo, sem a atualização de um locutor? Como ela sobreviveria?
TEORIAS DO TEXTO 69
SAIBA MAIS
Em resumo,
TEORIAS DO TEXTO 71
DICA DE LEITURA
aquilo que ele engendra; ela legitima um enunciado que, por sua vez, deve
legitimá-lo, estabelecendo que essa cenografia onde nasce a fala é
precisamente a cenografia exigida para enunciar como convém [...]”
(MAINGUENEAU, 2011, p. 87-88, grifo do autor).
SAIBA MAIS
6.4 Recapitulando
Referências
Atividades
a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) III e IV.
e) II, III e IV.
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I e II apenas.
d) I e IV apenas.
e) I e III apenas.
Gabarito
1) C
2) A
3) B
4) E
5) D
Débora Facin15
7.1 Introdução
15
Doutoranda em Letras pela Universidade de Passo Fundo; Mestre em Letras pela
Universidade de Passo Fundo; bolsista Capes; facindebora@gmail.com
TEORIAS DO TEXTO 79
SAIBA MAIS
Ele responde:
- Estou aqui.
Neste caso, o advérbio “aqui” não tem a mesma espacialização para os
dois. Não sabemos onde se encontra o namorado; sabemos que ele está
conectado via WhatsApp, o que não é suficiente para a tranquilidade da
moça, já que ela quer saber exatamente onde ele se encontra, em qual festa,
em que lugar específico. Para o namorado, o lugar enunciativo “aqui”
corresponde ao lugar virtual onde os dois conversam; para ela, a obviedade
dessa informação não é suficiente. A incerteza provocada pelo advérbio cria
efeitos de sentido diferentes para ambos: para ela, a desconfiança; para ele,
a impossibilidade de não poder dizer onde está no momento.
LEMBRE-SE:
IMPORTANTE
PARA REFLETIR
7.3 Recapitulando
Referências
TEORIAS DO TEXTO 85
Atividades
a) Aula.
b) Escola.
c) Lado de fora.
d) Seguindo.
e) Aqui.
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I e III.
Gabarito
1) D
2) E
3) A
4) B
5) B
Introdução
16
Doutoranda em Estudos da Linguagem com ênfase em Teorias do Texto e do
Discurso pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS). Professora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).
TEORIAS DO TEXTO 89
Para a AD:
Diante disso, Orlandi (2001, p. 78) salienta que o analista deve propor
um dispositivo teórico-analítico, a partir do qual ele possa explicitar (tornar
visíveis) “os gestos de interpretação que textualizam a discursividade” e, em
seguida, possa interpretar os resultados dessa análise. Assim, o analista
trabalha nos limites entre a descrição e a interpretação e cabe a ele
atravessar o “efeito de transparência” da linguagem e da literalidade do
sentido, para mostrar que os sentidos sempre podem ser outros.
Há, ainda, segundo Orlandi (2010), outros fatores que fazem parte das
condições de produção do discurso, como a memória discursiva e o
interdiscurso. Passemos a esses conceitos.
Assim, percebe-se que os sentidos não estão nas palavras em si, mas na
sua relação com a exterioridade, com as condições de produção. Dito de
outro modo, o sentido “é determinado pelas posições ideológicas colocadas
em jogo no processo sócio-histórico em que as palavras são produzidas”, ou
seja, “em relação às formações ideológicas nas quais essas posições se
inscrevem.” (ORLANDI, 2007, p. 42-43).
TEORIAS DO TEXTO 95
Recapitulando
Referências
Atividades
www.conexaojornalismo.com.br
(B) Homem morre após ser atropelado por carro do filho de Ivo
Pitanguy
Estadão, 21/08/2015
www.estadao.com.br
g1.globo.com/globo-news
9. Sujeito e discurso
Carolina Knack17
Introdução
17
Doutoranda em Estudos da Linguagem com ênfase em Teorias do Texto e do
Discurso pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS). Professora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).
TEORIAS DO TEXTO 99
Essa breve análise demostra que o sujeito formula seu dizer a partir de
suas identificações ou contraidentificações ideológicas, isto é, no seio de
determinadas formações ideológicas, que se materializam nas FDs,
determinadas pelas posições ideológicas colocadas em jogo. O sujeito, nesse
jogo, ocupa determinada posição, designada posição-sujeito.
18
Disponível em: < http://oferrao.atarde.uol.com.br/?m=201306&paged=2>. Acesso em: 15 ago. 2015.
TEORIAS DO TEXTO 101
que utilizou o aumento das passagens de ônibus como pretexto para ir às ruas,
sem uma unidade de reivindicação, ou que apenas “entrou na onda” das
manifestações.
Recapitulando
Referências
Atividades
a) Sujeito e autor possuem a mesma definição sob o ponto de vista da AD: ser
no mundo (ser empírico) que produz um texto oral ou escrito.
b) Sob o ponto de vista da AD, se o texto não possui um autor específico, cujo
nome esteja explicitamente indicado, não é possível imputar uma autoria a
ele.
Resposta correta: D
Débora Facin19
10.1 Introdução
19
Doutoranda em Letras pela Universidade de Passo Fundo; Mestre em Letras pela
Universidade de Passo Fundo; bolsista Capes; facindebora@gmail.com
TEORIAS DO TEXTO 106
LEMBRE-SE
LEMBRE-SE
Talvez seja possível defender que boa parte de nossas atividades discursivas
servem para atividades de controle social e cognitivo. Quando queremos exercer
qualquer tipo de poder ou de influência, recorremos ao discurso. Ninguém fala só
para exercitar as próprias cordas vocais ou os tímpanos alheios. Na realidade, o
meio em que o ser humano vive e no qual se acha imerso é muito maior que seu
ambiente físico e contorno imediato, já que está envolto também por sua
história e pela sociedade que (o) criou e pelos seus discursos (MARCUSCHI, 2008,
p. 162-163).
SAIBA MAIS
NÃO ESQUEÇA
TEORIAS DO TEXTO 112
10.4 Recapitulando
Referências
Atividades
( ) conversa telefônica
( ) poesia lírica
( ) artigo científico
( ) bilhete
( ) receita médica
( ) ensaio filosófico
Gabarito
1) B
2) C
3) 1–2–2–1–1–2
4) Importante observar que a tira se constrói a partir de dois universos
discursivos: da ficção e da realidade. Como o gênero reflete a realidade
dos indivíduos, no contexto da tira, “salada de brócolis e jiló” são
ressignificados no contexto dos mais temidos monstros, deixando de
fazer parte do discurso comum. Essa ressignificação só é possível
porque culturalmente as crianças não apreciam esse tipo de alimento.
5) C