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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA: SEMÂNTICA DO PORTUGUÊS

Título do Trabalho

Tempos Verbais em Portugues

Nome do aluno: Roque Cambi

Tete, março de 2023


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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA: SEMÂNTICA do PORTUGUÊS

Título do Trabalho

Tempos Verbais em Portugues

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de
Geografia na UnISCED.
Tutor:

Nome do aluno: Roque Cambi

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Índice
1. Introdução. ....................................................................................................................................... 4
1.1.1. Objetivos específicos ............................................................................................................... 4
1.2. Metodologias................................................................................................................................ 4
2. Conceitos básicos ............................................................................................................................ 5
2.1. Emprego dos tempos verbais ....................................................................................................... 5
2.1.1. A semântica dos tempos verbais .............................................................................................. 6
2.1.2. O tempo verbal e a função coesiva .......................................................................................... 7
2.2. Principais tempos verbais em Português ...................................................................................... 7
pretérito, presente e futuro ....................................................................................................................... 7
2.2.1. Os tempos verbais .................................................................................................................... 8
3. Conclusão ........................................................................................................................................ 9
4. Bibliografia. ................................................................................................................................... 10

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1. Introdução.
O presente trabalho, aborda sobre a classe dos verbos deve ser compreendida por meio de três
parâmetros: o morfológico, o sintático e o semântico. Nos verbos regulares, por exemplo, há
uma parte invariável (chamada de radical) e uma variável (chamada de desinência). Estas é que
se flexionam, a fim de indicar modo, tempo, número e pessoa. Sintaticamente, o verbo é a
condição de existência de uma oração. Ele é responsável por indicar o sujeito (por meio da
concordância) e os complementos (por meio da regência). Do ponto de vista sintático, o verbo
classifica-se como transitivo (direto, indireto ou direto e indireto), intransitivo ou de ligação.
Tudo isso já foi visto por nós ao longo do curso. Semanticamente, o verbo é a palavra
empregada em uma sentença com a responsabilidade de indicar ações, estados ou fenômenos da
natureza. Também já discutimos esse tópico em estudos anteriores.
Objetivos geral
• Conhecer sobre os tempos verbais.
1.1.1. Objetivos específicos
• Conceituar tempos verbais
• Conhecer Como se indicam os tempos verbais em Português
• Conhecer Quais são os principais tempos verbais em Português
• Saber quando se usa os tempos verbais!
1.2. Metodologias
Para a materialização do presente trabalho, usar-se a o método de pesquisa bibliográfica.

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2. Conceitos básicos
Várias definições sobre tempo são encontradas na literatura e, para iniciar o trabalho
sobre as inserções e o uso dos tempos verbais no português falado, julga-se relevante mostrar
alguns estudos existentes sobre a categoria do tempo, lembrando que se torna impossível
desvinculá-la da categoria aspecto, visto que ambas têm o tempo físico como base referencial.
Inicialmente, apontar-se-ão gramáticos para, a seguir, elencar os lingüistas.
Entre os gramáticos, destacam-se: Ribeiro (1881): “Tempo do verbo é a forma que ele
assume para determinar a época do seu enunciado.” Não faz referência à categoria aspecto.
Pereira (1907): os tempos do verbo são definidos como “as épocas de duração em que se realiza
a ação ou o fato enunciado por ele”. Não faz referência à categoria aspecto. Ali (1964):
Ausência de uma definição para tempo; aborda somente o emprego dos tempos verbais. Não faz
menção ao aspecto. Cunha (1970): “Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o
fato expresso pelo verbo.”
Corôa (1985): “O tempo é uma relação entre três momentos: momento do evento,
momento da fala e momento da enunciação”; apresenta o “aspecto como o que há de não dêitico
na categoria de tempo, sendo uma propriedade apenas da sentença, pois não se refere ao
momento da enunciação”

2.1. Emprego dos tempos verbais


Reportando-se a algumas das gramáticas destacadas, constatou-se em Ribeiro (1881)
serem três as épocas do enunciado: presente, passado e futuro. No geral, o referido autor explica
que o presente indica a atualidade daquilo que o verbo enuncia; o imperfeito representa a
atualidade em relação à época passada do enunciado; o perfeito mostra a reiteração preferida do
enunciado do verbo; o aoristo1 revela, em absoluto, a preteritividade do enunciado do verbo; o
mais que perfeito indica a preteritividade do enunciado do verbo com referência de
anterioridade a uma época passada; o futuro representa simples futuridade do enunciado do
verbo e o futuro anterior evidencia a futuridade do enunciado do verbo com anterioridade a uma
circunstância qualquer.
Ribeiro (1881, p. 280) faz, ainda, um breve estudo sobre “Substituição dos tempos dos
verbos uns pelos outros”, onde se pôde constatar que, já em fins do século XIX, ele mostra,
inclusive por meio de exemplos, que um tempo pode ser empregado por um outro. Em
explicação inicial, mostra que os tempos dos verbos servem para “determinar a atualidade ou os
diferentes graus de anterioridade ou posterioridade do enunciado da sentença”.
A seguir, explicita que o tempo presente do indicativo é empregado, com freqüência, em

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narrativas, em lugar do aoristo do indicativo, do futuro do indicativo, do imperfeito do
subjuntivo e do futuro do subjuntivo, conforme nossos respectivos exemplos: 1 - Ao anoitecer
de 20 de abril, os anfitriões abrem as portas da casa, acendem as luzes e aguardam ansiosos os
convidados para o jantar. (= abriram, acenderam e aguardaram); 2 - Todos assistem ao filme
amanhã. (= assistirão); 3 - Se o conheço, não lhe tinha dado atenção. (= se o conhecesse) e 4 -
Se corres, tropeças e cais. (= Se correres).
O estudo destaca que o futuro do indicativo pode ser empregado em lugar do imperativo
presente2 como em Amarás (= ame) a todos seus irmãos!; o perfeito do indicativo em lugar do
aoristo quando se deseja confirmar uma ordem ou intimar: tenho concluído; o aoristo do
indicativo em vez de futuro, por arrojo de linguagem: Vou dizer-lhe e já calou (= calará); o
pretérito mais-que-perfeito do indicativo pelo imperfeito do subjuntivo e do condicional3 : Se tu
houveras (= houvesses) estado aqui, não brigara (= brigarias) com teu irmão. O autor mostra,
também, que o futuro do indicativo é empregado no lugar do presente: Quantos ficarão (ficam)
hoje sem comida! – e o futuro anterior do indicativo em vez do perfeito (indicativo): Quantos
não teriam (tiveram) já realizado o seu sonho?
Pereira (1907) indica que “são três as épocas, indicadas por flexões próprias: o presente,
o passado e o futuro”. Afirma que o presente é único e indivisível e indica o momento em que se
fala; o passado é o momento anterior ao momento da fala e subdivide-se em: pretérito perfeito
quando o fato que se enuncia é acabado ou passado; pretérito imperfeito (tempo de dupla
relação) quando o fato verbal não se enuncia completamente acabado, sendo passado em relação
ao ato da palavra, e presente em relação a uma outra época indicada; pretérito mais que perfeito
(duplo passado), quando é passado em relação ao ato da palavra e, também, em relação a uma
época indicada; o futuro é o tempo posterior ao ato da fala, sendo divisível em futuro imperfeito
ou absoluto, quando o fato verbal ainda não foi realizado e futuro perfeito ou anterior, quando o
fato é futuro em relação ao ato da palavra e passado em referência a uma época posterior.

2.1.1. A semântica dos tempos verbais


Estudos lingüísticos apontam um conceito tripartido de tempo, ou seja, tempo
cronológico, tempo psicológico e tempo gramatical. Entre as diversas definições encontradas,
Corôa (1985) sugere serem as de Santos (1974) as que melhor ordenam explicações e
expressões geradoras de controvérsias. O autor denomina tempo cronológico aquele que se
caracteriza por um ponto em permanente deslocamento para o futuro, tendo duração constante,
uniforme e irreversível. Quanto ao tempo psicológico, afirma ser o que não apresenta duração
constante e uniforme; existe de acordo com o interior do indivíduo e pode parar, acelerar-se e

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retroceder. Finalmente, esclarece ser o tempo gramatical o que é caracterizado em português por
morfemas típicos acrescentados a um radical.
Ao explicar o que é tempo, Corôa (1985, p. 27) afirma que três tipos de teorias, baseadas
em três visões diferentes do mundo, dão resposta a tal pergunta: a) teorias do tempo absoluto,
apoiadas em Newton e Galileu, que afirmam que o tempo existe fora dos eventos. Nela há dois
tipos de entidades temporais irredutíveis que são os “momentos” e os “eventos”, mas a
existência dos “momentos” não depende da existência de “eventos”, b) as teorias de tempo
relacional que têm os “eventos” como único tipo de objeto irredutível e apóiam-se na clássica
definição de Aristóteles “tempo é número de movimento com respeito a ‘antes’ e ‘depois’” e c)
as teorias de tempo relativo que solucionam as controvérsias geradas pelas anteriores e explicam
que existe uma relatividade na percepção dos “eventos”, sendo essas relações diferentes das
relações entre os “eventos”. Mostram também que existem “eventos” com possibilidade de
considerar a sucessão temporal na direção oposta, deixando, portanto, o tempo de ser um
processo irreversível.

2.1.2. O tempo verbal e a função coesiva


Dentre os recursos de seqüenciação parafrástica, destacam-se os tempos verbais
estudados por Weinrich (1974), em sua obra Estructura y función de los tiempos en el lenguaje.
O autor declara que nas línguas estudadas (o francês, o espanhol e o alemão) há, ligadas à
situação comunicativa, três dimensões: a) atitude comunicativa do falante – distinção entre o
mundo comentado e o mundo narrado; b) perspectiva comunicativa – tempos de grau zero (sem
perspectiva) e tempos com perspectiva (prospecção e retrospecção) e c) relevo – 1º e 2º planos,
detectados apenas no mundo narrado.

2.2. Principais tempos verbais em Português


pretérito, presente e futuro
Os tempos verbais são recursos da gramática que indicam o momento da fala de alguém.
Eles podem exprimir passado, presente e futuro por meio do verbo. Assim, ajudam o
interlocutor a indicar, na fala, se algo já ocorreu, acontece no momento em que se fala ou ainda
vai ocorrer.
Para tanto, os tempos verbais são auxiliados pelos modos verbais que dividem-se em:
Indicativo, Subjuntivo e Modo Imperativo.
Os tempos e modos verbais são auxiliados, ainda, pelos tempos primitivos e derivados.
Os tempos primitivos englobam o presente do indicativo, pretérito perfeito do indicativo e
infinitivo impessoal.
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Os tempos derivados formam-se a partir dos primitivos, sendo eles: imperativo
afirmativo, imperativo negativo, pretérito do indicativo mais que perfeito, pretérito imperfeito
do subjetivo, futuro do subjuntivo, futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do
indicativo, pretérito imperfeito do indicativo, gerúndio e particípio.

2.2.1. Os tempos verbais


1. Presente: expressa que um fato ocorre no momento da fala.
Exemplo: Agora Ana descansa.
2. Pretérito: é a referência a algo que aconteceu antes da fala. Divide-se em perfeito (simples e
composto) e imperfeito.
2.1. Perfeito simples: anuncia que um fato começou em um momento anterior ao da fala e que
foi totalmente concluído.
Exemplo: Laura limpou a casa.
2.2. Perfeito composto: indica que um fato começou em um momento anterior ao da fala, ficou
sem conclusão mas o fato se prolonga até o momento presente da fala.
Exemplo: Pedro tem estudado muito para a prova.
2.3. Mais-que-perfeito: faz referência a um fato que ocorreu antes de outro já ter terminado.
Exemplo: Quando você chegou, sua mãe já tinha saído.
2.4. Imperfeito: quando expressa um fato ocorrido, mas que não foi completamente terminado.
Exemplo: Márcia assistia filme quando seu filho a chamou.
3. Futuro: é a referência ao que ainda não ocorreu ou não foi realizado.
3.1. Futuro do pretérito simples: indica que algo pode ocorrer posteriormente a um determinado
fato passado.
Exemplo: Se eu tivesse dinheiro, reformaria a casa.
3.2. Futuro do pretérito composto: expressa que um fato poderia ter ocorrido posteriormente a
um fato do passado.
Exemplo: Se você não tivesse comprado supérfluos, teria dinheiro para viajar.
3.3. Futuro do presente simples: faz referência a algo que deve ocorrer em um futuro próximo
ao momento da fala.
Exemplo: Luana viajará amanhã.
3.4. Futuro do presente composto: expressa um fato que deve ocorrer após o momento da fala,
mas concluído antes de outro fato futuro.
Exemplo: Antes de terminar o expediente, Murilo já estava pronto para deixar o recinto.

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3. Conclusão
Chegado ao termino do presente trabalho pode-se conluir que, o verbo é composto por duas
partes fundamentais: radical e desinências. A primeira é a parte invariável (e que carrega a
essência semântica do verbo); a segunda é variável (responsável por indicar as flexões do
verbo). Compare, por exemplo, compro e compramos. Note que, nos dois verbos, há uma parte
invariável (compr-) e uma parte variável (-o e -mos).
Aspectos flexionais: podemos apontar que existem verbos regulares (o radical não sofre
variação quando conjugado; ex.: vender), irregulares (o radical sofre variações quando
conjugado; ex.: ser), defectivos (que não são conjugados em todas as pessoas; ex.: abolir, que
não possui primeira pessoa do singular do presente do indicativo), abundantes (que apresentam
mais de uma forma para o mesmo verbo; ex.: particípio do verbo imprimir, que pode ser
imprimido ou impresso) e pronominais (verbos que existem mediante a presença de um
pronome oblíquo átono; ex.: arrepender-se).

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4. Bibliografia.

SHEPHERD, D. Portuguese speakers. In: SWAN, M.; SMITH, B. Learner English: a teacher's
guide to interference and other problems. Cambridge: Cambridge University Press, 2nd Edition,
2001. Chapter 7, pp. 113-128.

PAYNE, T. Understanding English grammar: a linguistic introduction. Cambridge: Cambridge


University Press, 2011.

QUIRK, R. S. Comprehensive grammar of the English language. London: Longman, 1985.


TRAVAGLIA, L.C. O aspecto verbal no português: a categoria e sua expressão. Uberlândia:
U.F.U., 5ª edição, 2014.

VAN ASSCHE, E.; DUYCK, W.; BRYSBAERT, M. Verb processing by bilinguals in sentence
contexts: the effect of cognate status and verb tense. Studies in Second Language Acquisition. n.
35. p. 1-23, 2013.

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