Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CADEIRA: TÉCNICA DE EXPRESSÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

NIVEL 1: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

3º GRUPO

PRONOMES ÁTOMOS, CLÍTICOS E SUAS POSIÇÕES DENTRO DA FRASE

MOCUBA

2024
Discentes:

Natalia José João

Jamilo Hermínio Angorete

Fernanda Gilberto Baltazar

Suzana Armando

Moises Manecas

PRONOMES ÁTOMOS, CLÍTICOS E SUAS POSIÇÕES DENTRO DA FRASE

Trabalho de carácter avaliativo feito no


âmbito da cadeira de Técnica de Expressão em
Língua Portuguesa a ser entregue á docente:
Msc. Neuma T. R. Xavier

MOCUBA

2024
Índice
Pag.
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................4

II. OBJECTIVOS..................................................................................................................5

1. Objectivo Geral:..................................................................................................................5

2. Objectivos Específicos:.......................................................................................................5

III. METODOLOGIA............................................................................................................5

IV. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................6

1. Pronomes Átonos.................................................................................................................6

1.2. Pronomes clíticos.............................................................................................................6

1.3. Posições dentro da frase: Colocação pronominal (Clitização: Próclise, ênclise e


mesóclise)...................................................................................................................................6

1.3.1. Próclise.........................................................................................................................7

1.3.2. Ênclise..........................................................................................................................9

1.3.3. Mesóclise....................................................................................................................10

1.4. Colocação pronominal nas locuções verbais.................................................................11

V. CONCLUSÃO...................................................................................................................12

VI. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...............................................................................13


I. INTRODUÇÃO

Os pronomes átonos e os pronomes clíticos desempenham papéis fundamentais na


estrutura e na comunicação da língua portuguesa. Ao longo dos anos, esses elementos
linguísticos têm sido objecto de estudo e análise por linguistas, professores e estudantes,
devido à sua importância na construção da gramática e na compreensão do funcionamento da
língua.

Os pronomes clíticos são pronomes pessoais que também podem ser designados
pronomes átonos ou clíticos especiais. Os pronomes pessoais denotam a pessoa gramatical das
entidades participativas no acto comunicativo. Os pronomes clíticos, por sua vez,
correspondem às formas átonas do pronome pessoal que ocorrem associadas à posição dos
complementos dos verbos'

Neste trabalho, exploraremos os conceitos de pronomes átonos e pronomes clíticos,


examinando suas definições, características e funções dentro da sintaxe da língua portuguesa.
Além disso, discutiremos as diferentes posições que esses pronomes podem ocupar dentro da
frase, destacando a próclise, a ênclise e suas aplicações em diversos contextos linguísticos.
Por meio desta análise, buscamos fornecer uma compreensão abrangente desses elementos
linguísticos essenciais, contribuindo para uma melhor compreensão e utilização da língua
portuguesa.

4
II. OBJECTIVOS
1. Objectivo Geral:
 Analisar os conceitos de pronomes átonos e pronomes clíticos, examinando suas
definições, características e funções dentro da sintaxe da língua portuguesa
2. Objectivos Específicos:
 Conceituar pronomes átonos e pronomes clíticos;
 Diferenciar os pronomes átonos e pronomes clíticos;
 Descrever o processo de pronominalização, posição dos pronomes átonos.

III. METODOLOGIA

Quanto aos procedimentos de pesquisa, fez-se o uso da pesquisa bibliográfica,


desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente por livros e artigos
científicos (Gil, 1999:65). A pesquisa bibliográfica foi fundamental, pois a partir desta
técnica, foi possível formular a pesquisa, com base em livros, teses, e estudos feitos a respeito
do assunto.

"A pesquisa bibliográfica consiste na busca, seleção e análise crítica da literatura existente
sobre um determinado tema, fornecendo o embasamento teórico para o estudo" (Prodanov &
Freitas, 2013, p. 32).

No tocante ao método de pesquisa, usou-se a pesquisa qualitativa, que é uma abordagem


que busca compreender e interpretar fenômenos complexos a partir da perspectiva dos
participantes envolvidos. Segundo Creswell (2013), a pesquisa qualitativa envolve a coleta de
dados descritivos, como observações, entrevistas e análise de conteúdo, e busca explorar as
experiências, percepções e significados atribuídos pelos indivíduos.

Em suma, para a elaboração do presente trabalho recorreu-se à manuais que abordam


sobre o tema, revisões bibliográficas, que consistiu na consulta de livros, obras e artigos
versados na internet e que os mesmos constam na bibliografia final.

5
IV. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. Pronomes Átonos

Os pronomes átonos são também conhecidos como pronomes oblíquos átonos. São
aqueles pronomes que não possuem tonicidade própria e que se ligam a verbos, nomes,
adjetivos ou advérbios. Os pronomes átonos em português são: me, te, se, o, a, nos, vos, os,
as, lhe, lhes.

1.2. Pronomes clíticos

Segundo a Gramática da Língua Portuguesa (Editorial Caminho), de M.ª Helena Mira


Mateus et al., os pronomes clíticos são pronomes pessoais que também podem ser designados
pronomes átonos ou clíticos especiais. Os pronomes pessoais denotam a pessoa gramatical das
entidades participativas no ato comunicativo. Os pronomes clíticos, por sua vez,
correspondem às formas átonas do pronome pessoal que ocorrem associadas à posição dos
complementos dos verbos.

Os pronomes clíticos são um tipo específico de pronome átono que se liga diretamente
ao verbo da frase, geralmente antes do verbo. Eles desempenham funções de objecto directo,
objecto indireto ou objecto reflexivo. Os pronomes clíticos em português são: me, te, se, o,
a, nos, vos, os, as, lhe, lhes.

1.3. Posições dentro da frase: Colocação pronominal (Clitização: Próclise, ênclise e


mesóclise)

6
Colocação pronominal é a parte da gramática normativa que nos mostra quando o
pronome oblíquo átono deve ser colocado antes, no meio ou depois do verbo. A colocação ou
o uso dos pronomes oblíquos átonos ou clíticos me, te, se, nos, lhe(s), o(s) e a(s) em relação
verbo, obedece a determinadas orientações e/ou regras.

Segundo Cunha e Cintra (1990), em uma oração, o pronome oblíquo átono pode ocupar
três posições em relação ao verbo, onde cada uma dessas posições pronominais recebe as
seguintes classificações: próclise, ênclise e mesóclise.

1.3.1. Próclise

Consíste em colocar o pronome oblíquo átono ou pronome clítico antes do verbo, ou seja,
quando o pronome oblíquo átono vem antes do verbo. Pode acontecer nos casos:

1) Palavras com sentido negativo sempre irão atrair o pronome para junto de si,
colocando-se na posição anterior ao verbo.

Exemplos:

1. Não te quero aqui.


2. Ninguém me faltou com o respeito.
3. Nada me deixa tranquila quando penso nele.

2) Os advérbios talvez, ontem, aqui, ali e agora atraem o pronome.

Exemplos:

1. Se falar com ela talvez se conheça a realidade.


2. Ontem me disseram que não poderia frequentar as aulas.

3) Os pronomes relativos (quem, qual, que, cujo, onde, quando) pedem o uso de próclise.

Exemplos:

1. A sua mãe que me disse isso.


2. O caso ao qual me referi está sendo noticiado na TV.

4) Pronomes indefinidos (alguém, quem, algum, qualquer, cada qual, pouco, vários )
atraem o pronome para junto de si.

Exemplos:

1. Quem te disse isso?


7
2. Alguém me contou.

5) Pronomes demonstrativos (isso, aquilo, aquele, aquela, esta, este, esse, essa ) pedem o uso
de próclise.

Exemplos:

1. Isso me alegrou muito!


2. Aquilo me mostrou que não devo confiar em você.
3. Esse me agrada.

6) Quando a preposição em aparece seguida de gerúndio o uso da próclise é obrigatório.

Exemplos:

1. Em se tratando de gastronomia, a comida baiana é ótima!


2. Em se plantando tudo dá.
3. Em se tratando de beleza, ele é campeão.

7) As conjunções subordinativas ( quando, se, como, porque, logo que, conforme,


quando, embora, logo, etc.) pedem o pronome junto de si.

Exemplos:

1. Devemos rever nossos actos conforme lhe disseram.


2. Ela sorriu logo que o viu.
3. Ela partiu quando lhe contaram sobre o acidente dos pais.

8) Em frases interrogativas.

Exemplo: Quanto me cobrará pela tradução?

9) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).

Exemplos:

1. Deus o abençoe!
2. Macacos me mordam!
3. Deus te abençoe, meu filho!

10) Com formas verbais proparoxítonas

8
Proparoxítonas: palavras cuja antepenúltima sílaba é tônica. As sílabas tônicas são as faladas
com mais intensidade. Por exemplo, árvore, cálida, fétido etc.

Exemplo: Nós o censurávamos.

1.3.2. Ênclise

Consíste em colocar os pronomes ablíquos átonos ou clíticos depois do verbo, ou seja,


quando o pronome oblíquo átono vem depois do verbo e ocorre nos seguintes casos:

Atenção: não se deve iniciar orações com pronomes oblíquos átonos.

Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.

Exemplos:

1. Tornarei-me....... (errada)
2. Tinha entregado-nos..........(errada)

Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.

Exemplos:

1. Entregar-lhe (correcta)
2. Não posso recebê-lo. (correcta)

Outros casos:

Exemplos:

1. Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.


2. Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
3. Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
4. Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.

OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atractiva, ocorrerá a próclise,


conforme foi elucidado no processo anterior (próclise):

1. Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.


2. Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.

A ênclise ocorre quando:


9
1) O verbo iniciar a oração.

1. Exemplos:
2. Diga-me o que pensas sobre o caso.
3. Convidaram-me para ser madrinha no casório.

2) O verbo estiver no infinitivo.

Exemplo:

1. Quero convidar-te para o meu aniversário.


2. Passaram a cumprimentar-se mutuamente.

3) O verbo estiver no imperativo afirmativo.

Exemplos:

1. Sigam-me, por favor.


2. Sente-se no sofá.

4) O verbo estiver no gerúndio.

Exemplo: A menina desatenta argumentou fazendo-se de boba.

5) Quando houver pausa antes do verbo ou vírgula.

Exemplos:

1. Se não for muito tarde, encaminho-me à empresa agora.


2. Se não for incômodo, retorno-te às 16 horas.
1.3.3. Mesóclise

Na mesóclise o pronome fica no meio do verbo, ou seja, quando o pronome oblíquo


átono vem no meio do verbo e essa colocação pronominal ocorre nos seguintes tempos
verbais: quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, ...) ou
no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, ...)

Exemplos:

1. Convidar-me-ão para a festa.


2. O concurso realizar-se-á no próximo domingo.
3. Convidar-me-iam para a festa.
4. Far-lhe-ei uma proposta de trabalho.
10
N:B:Se houver uma palavra atractiva, a próclise será obrigatória.

Exemplo: Não (palavra atractiva) me convidarão para a festa.

1.4. Colocação pronominal nas locuções verbais

Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.

a) AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra
atractiva, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.

Exemplos: Havia-lhe contado a verdade. (ocorre a ênclise em relação ao verbo auxiliar)

Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade. (ocorre o processo da próclise em
relação ao verbo auxiliar)

b) AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atractiva, o pronome


oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.

Infinitivo

Exemplos:

1. Quero-lhe dizer o que aconteceu.


2. Quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio

Exemplos:

1. Ia-lhe dizendo o que aconteceu.


2. Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
c) Se houver palavra atractiva, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou
depois do verbo principal.

Infinitivo

Exemplos:

1. Não lhe quero dizer o que aconteceu.


2. Não quero dizer-lhe o que aconteceu.

11
Gerúndio

Exemplos:

1. Não lhe ia dizendo a verdade.


2. Não ia dizendo-lhe a verdade.
V. CONCLUSÃO

Em conclusão, os pronomes átonos e os pronomes clíticos desempenham um papel


crucial na estrutura e na comunicação da língua portuguesa. Ao longo deste trabalho,
exploramos suas definições, características e funções, destacando sua importância na
gramática e na sintaxe da língua. Além disso, examinamos as diferentes posições que esses
pronomes podem ocupar dentro da frase, compreendendo a próclise e a ênclise em diversos
contextos linguísticos.

Há três tipos de colocação pronominal: próclise, ênclise e mesóclise.

 Próclise: quando o pronome oblíquo átono é colocado antes do verbo.


 Ênclise: quando o pronome oblíquo átono é colocado depois do verbo.
 Mesóclise: quando o pronome oblíquo átono é colocado no meio do verbo.

Ao entendermos e dominarmos esses elementos linguísticos, somos capazes de aprimorar


nossa habilidade de expressão e compreensão no idioma, contribuindo para uma comunicação
mais eficaz e precisa. Esperamos que este trabalho tenha proporcionado uma visão abrangente
e esclarecedora sobre os pronomes átonos e os pronomes clíticos, incentivando uma maior
exploração e estudo desses aspectos fundamentais da língua portuguesa.

12
VI. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GIL, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. Editora Atlas. Pag 65

PRODANOV, C. C., & FREITAS, E. C. (2013). Técnicas de pesquisa em saúde. In:


Metodologia do Trabalho Científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho
acadêmico (2nd ed., pp. 25-54). Novo Hamburgo: Feevale.

CINTRA, Lindley; CUNHA, Celso. Nova gramática do Português Contemporâneo. 15ª ed.
Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1990.

Disponível em: https://www.google.co.mz – infoescola.com/portugues/colocacao-pronominal-


proclise-mesoclise-enclise. Acessado a 26 de Junho de 2017.'Manuel Said Ali, Dificuldades
da Língua Portuguesa, 1908;

CINTRA, Lindley; CUNHA, Celso. Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984;

BECHARA, Evanildo, Moderna Gramática Portuguesa, 1999);

in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa,


https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/pronomes-cliticos-definicao/32576
[consultado em 27-03-2024]

13

Você também pode gostar