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Instituto Superior De Transportes E Comunicação

Pronomes Clíticos

Disciplina de Técnicas De
Comunicação

Grupo nro 5

Data: 29 de Setembro de 2016

Turma: C13

Lect

Docentes:
 Dr.Calado Panguana
 Dr.Rossana Malenda
 Dr. Sumbane
Discientes:
 Caimo Chutumia
 Cleria Monica
 Elon Palalane
 Kushbo Panchal
Caimo Chutumia
Cleria Monica
Elon Palalane
Kushbo Panchal

Pronomes Clíticos

Trabalho de Investigação da cadeira


de Técnicas de Comunicação,
dirigido ao Departamento de
Comunicação do Instituto Superior
de Transportes e Comunicações,
como forma de avaliação

Docentes:

 Dra. Rossana
Malenda

 Dr. Calado
Panguana

 Dr. Sumbana

Maputo, Setembro de 2016

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1. Índice:

2.

I. INTRODUÇÃO...............................................................................................................2
1.1. Estrutura do Trabalho...................................................................................................2

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................3


2.1. Pronomes......................................................................................................................3
2.2. Pronomes Clíticos.........................................................................................................3
2.2.1. Tipologia de pronomes clíticos..............................................................................4
I. Clíticos com conteúdo argumental ………………..............………………………….7

II. Clíticos argumentais proposicionais: clítico demonstrativo……………....................8

III. Clíticos quase - argumentais…..........……………………………………………….9

IV. Clíticos com comportamento de afixo derivacional: clítico ergativo/anti


causativo..................................................................................................................................11

V. Clíticos sem conteúdo semântico ou morfo-sintáctico ………………………........12

2.2.2. Padrões de colocação dos clíticos pronominais...................................................11


2.2.2.1. Ênclise ……………………………………………………………………13

2.2.2.2. Mesóclise …………………………………………………………………14

2.2.2.3. Próclise …..…………………………………………………………………15

III. CONCLUSÃO...............................................................................................................15
Referencias Bibliográficas …………………………………………………………………..16

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I. INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende abordar de forma sistemática sobre os
pronomes clíticos, contribuindo assim para a compreensão do uso dos
clíticos pronominais, com maior enfoque na realidade do Português de
Moçambique (PM), que de alguma forma distanciou-se da norma
padrão do Português, que é o Português Europeu (PE).

Este facto denota-se pelo facto do domínio da norma padrão do


português, estar restringida à uma minoria de falantes (a considerada
classe elite), o que faz com que a maioria viole as regras do português
padrão.

No entanto, a educação tem um papel fundamental na melhoria da


qualidade dos falantes da língua portuguesa em Moçambique,
destacando-se desta forma a necessidade de se ensinar através da
norma linguística, que já não se encontra em uso, quer dentro assim
como fora das instituições de ensino.

Esta situação, enfrenta grandes dificuldades pela má formação dos


professores, sendo que eles próprios são falantes não-nativos do
Português (na sua maioria), isso faz com que forneçam modelos
linguísticos fora do nível aceitável na norma padrão do português.

Foi a pensar nisso que, viu-se a necessidade de explicar sobre os


padrões de colocação de clíticos pronominais, de modo a fazer
perceber a importância do mesmo na melhoria da qualidade do
português de Moçambique.

Para alcançar esse objectivo, traçou-se os seguintes objectivos


específicos:

 Definir pronome e pronomes clíticos;

 Apresentar a tipologia dos pronomes clíticos;

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 Abordar sobre a colocação dos clíticos pronominais.

I.1. Estrutura do Trabalho


Do ponto de vista estrutural, o presente trabalho apresenta 3 capítulos,
nomeadamente; o capítulo introdutório que coincide com este, em que
apresenta-se a motivação, e os objectivos que devem ser alcançados ao
longo da pesquisa; no segundo capítulo, o da revisão bibliográfica,
faz-se uma confrontação de pensamentos de alguns autores sobre os
clíticos pronominais; e por fim, apresenta-se as conclusões tiradas ao
longo do estudo.

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


II.1. Pronomes
Segundo VILELA (1995:207), PRO-NOMEM indica a relação existente entre a classe de
palavras e o nome. Mas adiante, o autor refere que “os pronomes encontram a sua
definição no discurso, indicando a pessoas, seres vivos, objectos ou estados de coisas, em
que a relação fixada na materialidade do pronome eh deduzida da conexão da frase, do
texto ou da situação do discurso”.

Esta proposta de VILELA, parece ter acolhimento em CUNHA e CINTRA (1999), os


quais, tal como VILELA, propõem uma divisão bipartida dos pronomes: os que
substituem os substantivos designados de pronomes substantivos, e os pronomes
adjectivos que aparecem na posição de determinantes.

Exemplo:

1. Eu não tenho de meu um momento – Pronome Substantivo

2. Meu coração tombou na vida – Pronome Adjetivo

Estes autores destacam seis (6) tipos de pronomes: pessoais, demonstrativos,


possessivos, relativos, interrogativos e indefinidos. Neste trabalho, o que mais
interessam são os pronomes pessoais, visto que por não ser homogénea, subdivide-se em
fortes, fracos e clíticos, esta ultima subclasse, eh o nosso objecto de estudo, que,
dependendo da natureza, ocupam diferentes posições argumentais dos verbos.

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II.2. Pronomes Clíticos
Os clíticos são elementos que compartilham, de um lado, certas propriedades de palavras
independentes, e de outro, certas propriedades de afixos.

Os clíticos pronominais, por exemplo, se comportam sintácticamente como os próprios


argumentos verbais. Fonologicamente, todavia, eles não são capazes de sustentar acento
sozinhos. Sendo assim, eles precisam se agregar a um hospedeiro.

Segundo Duarte (1983:159), citado por MAPASSE (2005) clítico


pronominal é um constituinte da frase que é fonologicamente e
sintácticamente dependente de um verbo, adjacente à esse verbo, e que
é interpretado como sujeito, objecto directo ou indirecto do mesmo.

Cunha e Cintra (1999:78), ainda citado por MAPASSE (2005), definem o clítico pronominal
como sendo o elemento que se combina fonologicamente com as palavras com que não forma
construções morfológicas, ficando a depender do acento dessas palavras e podendo ser
enclítico, proclítico e mesoclítico.

Ainda MATOS (2003:286-287), afirma que os clíticos pronominais


são também designados pronomes átonos ou clíticos especiais e que
correspondem prototipicamente às formas átonas do pronome pessoal
que ocorrem associadas à posição dos complementos dos verbos.
Consoante a pessoa gramatical e a forma casual, a que correspondem,
os clíticos pronominais podem ser não-reflexos e reflexos. Em relação
a função sintática que os clíticos desempenham, esta não se limita a
denotar à pessoa gramatical, podendo também, exibir uma função
predicativa, ou revestir-se de propriedades morfossintáticas
características de alguns sufixos derivacionais.

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Em suma, pronomes clíticos são pronomes pessoais que também podem ser designados por
pronomes átonos (por apresentarem uma só sílaba). Os pronomes clíticos, por sua vez
correspondem às formas átonas do pronome pessoal que ocorrem associadas à posição dos
complementos dos verbos. Por exemplo: «deixa-me em paz!»

Estes pronomes clíticos podem, por sua vez, tomar diferentes posições perante o verbo
dependendo do contexto e da estrutura gramatical. De acordo com a sua posição, estas podem
ser classificadas como enclítico, proclítico e mesoclítico, como ver-se-á em diante.

II.2.1. Tipologia de pronomes clíticos


Segundo Mateus et all (2003:835), citado por, em português, existem
cinco (5) tipos de clíticos especiais, que podem ser: (i) clíticos com
conteúdo argumental, (ii) clíticos argumentais

proposicionais, (iii) clíticos quase argumentais, (iv) clíticos com


comportamento diafixo derivacional e (v) clíticos sem conteúdo
semântico ou morfossintático.

I. Clíticos com conteúdo argumental


Os clíticos com conteúdo argumental podem-se distribuir em dois grandes grupos: (i) os
clíticos argumentais de referência definida: pronominais, que podem ocupar as posições de
acusativos, dativos, na teoria do Caso, e anafóricos que, geralmente, são classificados como
sendo reflexos, recíprocos. (ii) clítico argumental de referência arbitrária: se nominativo

i. Os clíticos com conteúdo argumental de referência definida: pronominais


e anafóricos

Estes clíticos caracterizam-se por saturar os lugares de argumentos internos dos predicados
em que estão alojados.

Exemplos:

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a) Viram-na (acusativo) no jantar do primeiro-ministro.

b) O Paulo pediu-lhe (dativo) um livro.

c) O João e a Maria encontraram-se (recíproco) na Biblioteca da Universidade


Pedagógica.

d) A Joaquina cortou-se. (reflexo)

Os clíticos com conteúdo argumental admitem construções de redobro, assinalando, o


constituinte redobrado, a posição argumental a que o clítico está associado.

Exemplo:

a) Só a viram a ela no jantar do primeiro-ministro.

b) O João e Maria encontraram-se um com o outro em Moatize, na passagem do ano.

c) O Estêvão deixou-lhes ver o filme a eles mas não a elas.

d) A Joaquina cortou-se a si própria.

Uma outra característica de clíticos argumentais que merece ser realçada neste trabalho
relaciona-se com o facto de ser possível, em frases com extracção simultânea de clítico,
recuperar o argumento não realizado, sem que a frase seja sentida como um caso de Objecto
nulo, como as estruturas a seguir ilustram:

Exemplo:

a) A Ana mandou-o [-] comprar os bilhetes e [-] marcar o restaurante.

b) Acho que eles se conhecem [-] e encontram [-] regularmente na Faculdade.

c) A Ana deixou-lhes ler o livro [-] e ver o filme [.]

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ii. Clíticos argumentais de referência arbitrária

Segundo Mateus et all (2003:836) chamam-se nominativo ao que Cunha & Cintra (1999)
designam por clítico de sujeito indeterminado. Este tipo de clítico é usado frequentemente
para fazer com que o sujeito seja indeterminado. Ou seja, nas frases em que se usa este tipo
de clítico não é possível determinar, com precisão, o sujeito da frase, daí a noção de
referência arbitrária estar associada a este tipo de clítico.

Exemplo:

a) Diz-se que os presos foram assassinados.

b) A questão está naquilo em que se acredita.

Contrariamente àquilo que acontece com os clíticos com conteúdo argumental, que aceitam
construções de redobro, o se-nominativo não aceita a construção de redobro de clítico.

Veja-se, por exemplo, o contraste nas frases que se seguem, em que mostramos que na frase
em a), o clítico não aceita ser redobrado enquanto na frase em b) o clítico aceita ser
redobrado.

a) Alguém aluga-se casas.

b) Alguém corta-se a si mesma.

II. Clíticos argumentais proposicionais: clítico demonstrativo


O pronome invariável o, correlato do demonstrativo isso, está entre os clíticos pronominais e
denota situações e estados de coisas. Ocorre com verbos que seleccionam frases por objecto
directo.

Exemplo: Que a Maria era culpada pela morte do pai, ele não o declarou abertamente.

Este pronome surge igualmente em estruturas de complementação, como um predicador

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verbal, desempenhando o papel de núcleo das orações pequenas seleccionadas pelo verbo.

Exemplo:

a) Umas malandras, estas crianças sempre o foram.

b) O Paulo está na escola e a Maria também o está.

III. Clíticos quase - argumentais:


Os clíticos com características quase-argumentais podem ser agrupados em dois grupos: (i)
o se passivo, que possui um estatuto argumental e funcional e (ii) clíticos referenciais não
associados à grelha argumental do verbo: dativo ético e dativo de posse.

i. Clítico com estatuto argumental e funcional: o se passivo

O se-passivo tem por referente uma entidade arbitrária identificada com o chamado “agente
da passiva”. O se passivo, tal como o se-nominativo, não admite surgir em construções de
redobro.

Exemplo:

a) Venderam-se hoje muitos livros na feira do livro.

b) Venderam-se hoje muitos livros por alguém na feira do livro.

No entanto, admite interpretações de extracção simultânea de clíticos, como por exemplo:

I. Já hoje se venderam e compraram muitos livros na feira do livro.

Para além dessas características, o se passivo acumula as funções tipicamente atribuídas ao

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morfema passivo – bloqueia a atribuição de relação temática à posição de argumento externo
e de Caso acusativo ao argumento interno do verbo. Esta característica faz com que este
pronome clítico se aproxime do afixo do particípio passado inacusativo nas estruturas
passivas e nas estruturas de particípio absoluto.

Exemplo:

a) Foram vendidos muitos livros hoje (por alguém).

b) Comprados muitos dos livros pelo público que ocorrera à feira, o negócio parecia
correr de feição.

ii. Clíticos referenciais não-associados à grelha argumental

Vilela (1995:334) diz que existem complementos que são introduzidos pela preposição a,
que podem ser anaforizados pelo pronome lhe, e que não podem ser considerados de OIs,
por serem designados, tradicionalmente, de datuus possessiuu e datuus ethicus.

O dativo de posse designa partes do corpo de pessoa, ou que são algo ligado a um acto ou o
seu resultado, ou seja, e como sugere o próprio nome, o dativo de posse designa uma relação
de posse inalienável, assumindo, deste modo todas as pessoas gramaticais. O SN em que
ocorre o dativo de posse pode ainda, para além da preposição a, ser introduzido pela
preposição de, como se pode depreender nos exemplos seguintes:

Exemplo:

a) Os olhos doem ao Manuel.

b) Doem-lhe os olhos.

c) Ela amarrou os cabelos à filha.

d) Ela amarrou os cabelos da filha.

e) Ela amarrou-lhe os cabelos.

f) Ele agarrou na mão da criança.

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g) Ele agarrou-lhe na mão.

Como se pode depreender, o dativo de posse está associado a uma posição de argumento ou
de adjunto de um complemento do predicado.

Dativo ético substitui um actante que está fora da frase, mas que tem interesse na acção
implicada no significado do verbo. Realiza-se, quase sempre, pelas formas pronominais
relativas às pessoas que participam na enumeração: a 1.ª ou 2.ª pessoa. O contexto, a
situação, o acto comunicativo repõem a interpretação da entidade interessada na acção e
podem coocorrer com um OI. Este pronome ocorre, geralmente, em frases exortativas,
designando uma entidade que pode ser considerada como Beneficiário.

Exemplo꞉

a) Não me subas a escada a correr, que ainda me ficas doente!

b) Ele sempre te saiu marau!

c) Conta-me bem essa história aos jornalistas e verás o que sucede!

IV. Clíticos com comportamento de afixo derivacional: clítico ergativo/anti


causativo
Este tipo de clítico exibe uma forma idêntica à dos pronomes anafóricos reflexos. É também
designado de ergativo ou anticausativo. Esta designação deve-se ao facto de a sua ocorrência
inibir a presença do argumento externo do verbo a que se associa, argumento externo esse
que deteria normalmente as relações temáticas de causador ou de agente.

A sua função é fundamentalmente a de ‘descausativar’ o verbo principal a que se associa,


comportando-se, deste modo, como um sufixo derivacional incausativo.

Exemplo:

a) O barco virou-se.

b) A tempestade virou o barco.

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c) Enervei-me com a situação.

d) Aquela situação enervou-nos

Este pronome aproxima-se do se passivo, diferido deste por não apresentar um valor
argumental, podendo, deste modo, coocorrer com um adjunto, explicitando a causa externa
do evento denotado pelos verbos seguintes.

Exemplo:

a) O barco virou-se por causa de /com a tempestade.

b) Nós enervámo-nos por causa de/ com aquela situação.

V. Clíticos sem conteúdo semântico ou morfo-sintáctico


Designam-se como casos de clítico inerente às formas do pronome reflexo que não estão
associadas a qualquer posição argumental ou de adjunto e em que o clítico não pode ser
interpretado como uma partícula ‘destransitivadora’, como꞉

a) O Rafael apaixonou-se por uma mulher encantadora.

b) Rio-me às gargalhadas das graças desse cómico.

Este pronome não afecta a estrutura argumental do predicador verbal e não pode ser
redobrado ( i) e ii) ), podendo, consoante a tipologia de predicados, ocorrer opcional ou
obrigatoriamente: ( 1) e 2)) :

i. Rio-me a mim próprio/por mim próprio às gargalhadas das graças desse


cómico.

ii. O Rafael apaixonou-se a si próprio/ por si próprio por uma mulher

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encantadora.

I. Rio-me às gargalhadas das graças desse cómico.

II. Rafael apaixonou por uma mulher encantadora.

II.2.2. Padrões de colocação dos clíticos pronominais


Segundo CÉSAR, G. (2014:27), encontramos, em português, dois padrões principais de
colocação de clíticos: a ênclise e a próclise. Para além destes padrões, podemos, em
Português, encontrar ainda a posição mesoclítico, que é considerada por MATEUS et. alii
(2003: 865) como sendo como um dos traços de sobrevivência de uma gramática antiga, que
consiste na colocação alternativa à ênclise nas formas de futuro e condicional exigida no
português padrão.

II.2.2.1. Ênclise
Em gramática, denomina-se ênclise a colocação dos pronomes
oblíquos átonos depois do verbo. É usada principalmente nos casos:

 Quando o verbo inicia a oração (a não ser sob licença poética, não se devem

iniciar orações com pronomes oblíquos

Exemplo:

a) Entregaram-me as camisas.

b) Comenta-se que ele deverá receber o prémio.

 Quando o verbo está no imperativo afirmativo;

Exemplo:

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a) Alunos, comportem-se.

b) João, faça-te presente.

 Quando o verbo está no infinitivo impessoal;

Exemplo:

a) Convém contar-lhe tudo.

b) Vou fazer-te um doce gostoso.

 Quando o verbo está no gerúndio (sem a preposição em)

Exemplo:

a) Saiu deixando-nos por instantes.

b) Facilitou o meu trabalho, entregando-lhes os testes.

Segundo GOMES, C. (s\d), o uso da ênclise do verbo no futuro e no particípio não está
correcto.

Exemplos:

 Tornarei-me…… (Errado)

 Tinha entregado-nos….. (Errado)

II.2.2.2. Mesóclise
Em gramáica, denomina-se mesóclise a colocação do pronome oblíquo atono no meio do
verbo. É usada principalmente quando o verbo está:

 No futuro do presente

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Exemplo:

a) Convidar-me-ão para a festa.

b) Entregar-me-ão os testes hoje logo que chegar.

 No futuro do pretérito do indicativo.

Exemplo:

a) Falar-vos-ia sobre o assunto, se estivessem todos.

b) Devolver-me-iam a carteira se eles soubessem onde vivo.

II.2.2.3. Próclise
Em gramatica, denomina-se próclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos antes do
verbo. É usada principalmente nos seguintes casos:

 Palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de


modo algum.

Exemplos:

a) Nada me perturba.

b) Ninguém se mexeu.

c) De modo algum me afastarei daqui.

d) Ela nem se importou com os meus problemas.

 Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora,


logo.

Exemplos:

a) Quando se trata de comida, ele é um “expert”.

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b) É necessário que a deixe na escola.

c) Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.

 Advérbios

Exemplos:

a) Aqui se tem paz.

b) Sempre me dediquei aos meus fãs.

c) Talvez o veja na discoteca.

Nota: Se houver virgula advérbio, esta (o advérbio) deixa de atrair o


pronome.

Exemplo: Aqui, trabalha-se.

 Pronomes Relativos, Demonstrativos, Indefinidos

Exemplos:

a) Alguém me chamou? (indefinido)

b) A pessoa que me ligou era minha chata. (relativo)

c) Isso me traz muita tortura. (Demonstrativo)

 Em frases interrogativas

Exemplo: Quanto me cobrará pelo trabalho?

 Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo)

Exemplos:

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a) Macacos me mordam

b) Deus te abençoe, meu filho.

 Com verbo no gerúndio antecedido de proposição em

Exemplos:

a) Em se tratando de beleza, ele é campeão.

b) Em se plantando, tudo dá.

 Com formas verbais proparoxítonas

Exemplo: Nós o censurávamos.

III. CONCLUSÃO

Terminado o estudo, pode-se concluir que existem três padrões de


colocação dos clíticos pronominais, que dependem da posição e que
são colocados, sendo eles a Ênclise, a Mesóclise e a Próclise. No
entanto, no Português Brasileiro, a forma padrão de colocação dos
clíticos é a Proclítica, e no Português Europeu, o padrão de colocação é
Enclítica.

É importante referenciar que tecnicamente, não existe o “Português de


Moçambicano” (PM), mas, com o nível de diferença que se nota do
português brasileiro e do europeu, o português moçambicano aparenta
existir.

O PM é somente um dialeto do português europeu, porém, nota-se que


neste mesmo PM, não se segue à risca à norma padrão do PE, e é

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importante referir que a língua oficial moçambicana é o PE, e deve ser
usada conforme as normas e regras já estabelecidas.

REFERȆNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CEREJA, W. R., & MAGALHÃES, T. C. (s.d.). Português Linguagens - 9º ano. Atual


Editora.
CUNHA, C. & L. CINTRA (1992). «Pronomes reflexivos e recíprocos». In: CELSO, Cunha
e CINTRA, Lindley (1992). Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa, 9.ª edição,
Edições João Sá da Costa, capítulo 11, pp. 281-283

DUARTE, I. & G. MATOS (1994). “A Colocação Dos Clíticos em Português Europeu e a


Hipótese Minimalista”. In: Actas do X Encontro Nacional da Associação Portuguesa de
Linguística, Évora, APL, 1994, pp. 177-192

FONSECA, Paula (2010). Os verbos pseudo-reflexos em Português Europeu. Porto:


Universidade do Porto.

19
MAPASSE, Ermelinda Lúcia (2005). Clíticos Pronominais em Português de Moçambique.
Lisboa: Universidade de Lisboa.
MARTINS, Ana Maria (2013). A posição dos pronomes pessoais clíticos. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian.
MATEUS, Maria Helena et al. (2003). Gramática da Língua Portuguesa. 5 ed. Lisboa:
Editorial Caminho.

VILELA, M. (1992). Gramática de Valências – Teoria e Aplicação. Coimbra, Livraria


Almedina

VILELA, M. (1992). Gramática de Valências – Teoria e Aplicação. Coimbra, Livraria


Almedina.

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