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Índice
Declaração de Honra ....................................................................................................... v
Lista de siglas e acrónimos ............................................................................................. vi
Lista de Esquemas, Gráficos, Tabelas e Imagens ......................................................... vii
Dedicatória ...................................................................................................................... ix
Agradecimentos ............................................................................................................... x
Resumo ........................................................................................................................... xi
Abstrat ............................................................................................................................ xii
Introdução ......................................................................................................................13
CAPITULO I: ENQUADRAMENTO TEÓRICO ...............................................................21
1.1. Tecnologias de Informação e Comunicação ...........................................................21
1.1.1Ambientes Virtuais de Aprendizagem ....................................................................23
1.1.2.Whatsapp e algumas experiências bem-sucedidas ..............................................24
1.2. Processo de Ensino e Aprendizagem .....................................................................27
1.2.1 A Filosofia de Ensino e Aprendizagem no Século XXI ..........................................31
1.2.2 Pressupostos a observar na Integração das TIC nos Processos de Ensino e
Aprendizagem ................................................................................................................34
1.3.1 Nativos ou emigrantes digitais? .............................................................................39
1.3.1.1. Nativos Digitais ..................................................................................................39
1.3.1.2 Imigrantes Digitais ..............................................................................................40
1.4. As Tecnologias Digitais, Currículo e a Formação Inicial e Contínua do Professor ..42
1.5. Modelos de Integração das TICs no Processo de Ensino e Aprendizagem ............45
1.5.1. Modelo TPCK .......................................................................................................45
1.5.2. Modelo SAMR (Substitution, Augmentation, Modification & Redefinition) ............52
1.5.3. Modelo RAT .........................................................................................................54
1.5.4. Modelo TIM ..........................................................................................................55
1.5.5. Modelo Norteador da Presente Pesquisa .............................................................59
CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................60
2.1. Classificação da Pesquisa......................................................................................60
2.1.1 Quanto ao Tipo/Finalidade ....................................................................................60
2.1.2. Quanto aos objectivos ..........................................................................................60
2.1.3. Quanto à abordagem do problema .......................................................................61
2.1.4. Quanto aos procedimentos ..................................................................................62
2.2. Ciclos da Pesquisa-acção e Técnicas de Recolha e Discussão de Dados .............63
iii
Bibliografia....................................................................................................................122
Apêndice 1 ...................................................................................................................129
Apêndice 2 ...................................................................................................................131
Apêndice 3 ...................................................................................................................133
Apêndice 4 ...................................................................................................................135
Apêndice 5 ...................................................................................................................137
Apêndice 6 ...................................................................................................................138
Apêndice 7 ...................................................................................................................139
Apêndice 8 ...................................................................................................................140
Apêndice 9 ...................................................................................................................142
Apêndice 10 .................................................................................................................144
Apêndice 11 .................................................................................................................145
Anexos
v
Declaração de Honra
Declaro que esta dissertação é produto da minha pesquisa pessoal e das
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente citadas no texto e referenciadas na bibliografia final.
Declaro ainda que a dissertação nunca foi apresentada em nenhuma outra
instituição para obtenção de qualquer grau académico.
Dedicatória
A todos aqueles que procuram noite e dia o melhor dos outros, falo especialmente
dos professores e gestores das escolas. Dedico ainda a todos os alunos, em
especial da Escola Secundária 29 de Setembro da Maxixe.
Dedico ainda este trabalho aos meus filhos (Aica, Layane e Wezo), para que ao lê-lo
encontrem inspiração para continuar com os seus estudos em qualquer momento
das suas vidas.
x
Agradecimentos
Em primeiro lugar a Deus pelo suporte espiritual para a realização desta dissertação.
Em segundo, agradeço ao meu supervisor, Professor Doutor Félix Singo, pela
orientação minuciosa do trabalho.
Agradeço igualmente a todos os professores, alunos e a direção da Escola
Secundária 29 de Setembro pela abertura que demonstraram na implementação
desta pesquisa e pelo seu apoio moral. Ao meu colega Mestre António Geltino, pela
sua colaboração na realização do trabalho de campo. À Direção da Universidade
Pedagógica, por ter-me permitido a continuação dos estudos e ao Instituto de Bolsas
de Moçambique pelo apoio financeiro para custear as despesas do curso.
Por último, mas não menos importante, à minha família, pelo encorajamento, pela
força e muito amparo moral e emocional, especialmente nos dias em que esta etapa
parecia muito cansativa. A todos que directa ou indiectamente contribuíram para o
sucesso desta pesquisa, o meu muito obrigado.
xi
Resumo
Nesta pesquisa procuramos responder à pergunta: de que maneira as Tecnologias
de Informação e Comunicação podem contribuir para a mudança das práticas
lectivas na escola secundária 29 de Setembro da Maxixe? Com objectivo de reflectir
sobre o modo como as TIC’s podem contribuir no PEA, procuramos identificar, com
base em uma pesquisa de campo, as experiências e boas práticas dos professores
no uso das TIC’s e posteriormente, com base numa pesquisa-acção colocar em
prática algumas das experiências dos professores de forma a avaliar sua eficácia
pedagógica. Com base numa pesquisa exploratória e descritiva e uma abordagem
quanti-qualitativa, tivemos auxílio de questionários e entrevistas (Semi-estruturadas),
como técnicas de recolha de dados e; análise do conteúdo e SPSS, como técnicas
de análise de dados. Contamos numa primeira fase, com uma população amostral
de 347 elementos, entre professores, alunos e membros da direcção, baseada em
dois tipos de amostragens: primeiro a probabilística estratificada e em segundo, a
não probabilista intencional ou por cotas. Os dados mostraram que a escola em
análise tem alguns equipamentos informáticos básicos para uma iniciação
tecnológica, contudo, precisa de mais investimentos nesse sentido, especialmente
na provisão de internet, na melhoria das suas infraestruturas (salas de aulas sem
tomadas eléctricas, por exemplo); existe um défice na formação dos professores
para integração tecnológica apropriada, contudo, existem iniciativas encorajadoras
de alguns professores no concernente à utilização pedagógica das TIC’s, como é o
caso do uso do Whatsapp e chamadas de conferência. Da experiência posta em
prática (uso do Whatsapp e Chamadas de conferência), foi possível perceber que os
alunos aprendiam mais e ficavam mais à vontade para colocar dúvidas aos
professores e estes, salientaram que as estratégias facilitavam o aprofundamento
das matérias, o que não seria possível na sala de aula. Não obstante estes aspectos
positivos, é preciso observar, no uso dessas estratégias, a dificuldade de
acompanhamento de todos os alunos, especialmente os que não têm equipamentos
electrónicos, o que exige do professor uma planificação adequada do seu uso, de
maneira a evitar a exclusão de alguns e inclusão de outros. As nossas hipóteses
foram todas, em parte, confirmadas, pois, a formação dos sujeitos da práxis
pedagógica mostrou-se fundamental na integração pedagógica das TIC’s.
Abstrat
In this research we try to answer the question: in what way can Information and
Communication Technologies contribute to the change of teaching practices in the
secondary school 29 de Setembro da Maxixe? In order to reflect on how ICTs can
contribute to the TLP, we tried to identify, based on a field research, the experiences
and good practices of teachers in the use of ICTs and later, based on an action
research we put some of the experiences of the teachers in practice in order to
evaluate their pedagogical effectiveness. Based on exploratory and descriptive
research and a quantitative-qualitative approach, we used questionnaires and
interviews (semi-structured), such as data collection techniques and; content analysis
and SPSS, as data analysis techniques. In the first phase, we had a sample
population of 347 elements, among teachers, students and members of the direction,
based on two types of samplings: first stratified probabilistic and second, intentional
non-probabilistic or per quotas. The data showed that the school in study has some
basic computer equipment for a technological initiation, however, it needs more
investments in this sense, especially in the provision of internet, in the improvement
of its infrastructures (classrooms without electrical outlets, for example); there is a
deficit in teacher training for appropriate technological integration, however, there are
encouraging initiatives by some teachers regarding the pedagogical use of ICTs,
such as the use of WhatsApp and conference calls. It was possible to perceive, from
the experience put into practice (use of WhatsApp and Conference calls), that the
students learned more and were more comfortable to put doubts to the teachers and
these, emphasized that the strategies facilitated the deepening of the subjects, which
would not be possible in the classroom. Notwithstanding these positive aspects, it is
necessary to observe, in the use of these strategies, the difficulty of monitoring all
students, especially those who do not have electronic equipment’s, which requires
from the teacher to plan their use properly, in order to avoids exclusion of some and
inclusion of others. Our hypotheses were all, in part, confirmed, because the training
of the subjects of pedagogical praxis proved to be fundamental in the pedagogical
integration of ICTs.
Introdução
O surgimento, desenvolvimento e massificação das tecnologias de informação e
comunicação aceleraram o fluxo das mudanças significativas no plano social e
cultural dos povos, que desde já, muitas delas, tornaram-se digitais. No plano
intelectual, com especial enfoque para a educação, essas mudanças são notórias
mesmo a uma considerável distância, (RICCIERI, 2012). Neste contexto, as práticas
lectivas dos professores, em especial nas escolas secundárias, demandam
mudanças significativas, tendo em conta que o aluno a formar hoje, já se encontra
profundamente influenciado por estas tecnologias (juventude digital).
Refletir sobre os limites e as potencialidades que as Tecnologias de Informação e
comunicação (TIC) nos oferecem no contexto do processo de ensino e
aprendizagem em Moçambique, em especial na Escola Secundária 29 de Setembro
(ES_29/9), não é apenas uma tarefa necessária, mas oportuna, para dar respostas
às constantes inquietações de professores, especialistas e da sociedade no geral,
sobre o verdadeiro lugar das tecnologias digitais na escola. Encarar o debate sobre
as possibilidades e limitações que as TIC nos oferecem nos processos de ensino e
aprendizagem no Ensino Secundário, em especial na ES_29/9 da Maxixe, é um
caminho andado para o seu uso crítico e consciente; é um passo dado para o
esclarecimento de dúvidas de muitos profissionais da educação sobre a real
possibilidade do uso dessas ferramentas no contexto da sala de aulas, é uma
tentativa de ver resolvidas ou minimizadas, algumas posições totalmente extremistas
de tais profissionais, com especial destaque para os da escola em estudo: por um
lado, daqueles que olham para as TIC’s como verdadeiras ameaças para o ensino
(em especial para relação professor –aluno) e por outro, daqueles que as encaram
como verdadeiras soluções para todos os problemas da educação, e portanto, para
o processo de ensino e aprendizagem (REIS, 1995).
Em suma, esta pesquisa não traz apenas a descrição/discussão das limitações ou
obstáculos criados pela presença destas tecnologias na ES_29/9 da Maxixe (em
especial no processo de ensino e aprendizagem) mas buscou reflexões, práticas e
experiências positivas (potencialidades) da mesma escola, que foram apreciadas
para transformar as TIC’s em “motor de desenvolvimento pedagógico” ou
simplesmente, em recursos profícuos de aprendizagem. Por outras palavras, a
pesquisa pretendia, junto com os professores e alunos, a direção da escola e outros
actores, encontrar estratégias eficazes, através de uma pesquisa-acção, de
14
Origem do Estudo
Nos dias atuais, não nos devemos perguntar se introduzimos ou não as Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC) no processo educativo. Como questiona
OLIVEIRA (2002): numa sociedade tecnológica, não será paradoxal considerar uma
educação tecnológica opcional? Talvez seja por esta razão, que os Governos, em
especial o de Moçambique, têm envidado esforços no sentido de aproximar as
pessoas às tecnologias no contexto educativo. Conforme acrescenta RICCIERI
(2012: 08):
[..] O dever de conhecer e valorizar a comunicação com suas
inovações tecnológicas constitui uma exigência urgente para se
enfrentar os novos modelos de aprendizagem e de formação,
principalmente a intelectual, que surge do atual contexto digital e que
exige usuários críticos e indivíduos livres e responsáveis, capazes de
interagir com a mídia [...]
Nesta óptica, o governo introduziu o uso das TIC no ensino secundário em 2008 e o
que se esperava, era que as TIC permitissem a melhoria da qualidade dos
processos de ensino e aprendizagem e de gestão escolar e, promovessem o acesso
à educação. Esperava-se igualmente que, com a introdução das TIC, pudéssemos
ultrapassar os bloqueios criados pela falta de professores qualificados e promover a
sua capacitação, enriquecer os conteúdos escolares e torná-los mais acessíveis,
bem como aumentar a capacidade de absorção de alunos recorrendo ao ensino à
distância com suporte tecnológico (MINED, 2011: 10-11).
Adicionalmente a isso, INDE&MINED (2007: 50) referem que as TIC’s ao nível
Secundário seriam usadas como meio de ensino das diferentes disciplinas, para
encorajar os alunos a usá-las para resolução de problemas escolares, buscar e
sistematizar informações e sua utilização interativa. Contudo, o que pudemos
constatar em algumas escolas da cidade da Maxixe (Escola Secundária 29 de
Setembro, 1o de Maio de Chicuque e Escola Secundária de Chambone, etc.), no
âmbito das práticas pedagógicas, é que, ao invés de incentivar-se os alunos ao uso
das tecnologias de informação e comunicação para resolver seus problemas
escolares, muitos professores “proibiam” os alunos de usarem os celulares (como
também os tablets, Ipad ou mesmo computador pessoal) na sala de aulas, por vezes
até, proibia-se que o aluno trouxesse o celular no recinto da escola. Adicionalmente,
foi introduzido o despacho no 74 do Gabinete do Ministro da Educação e
15
Este posicionamento, por um lado veio fortificar a posição dos professores quanto à
proibição ou desencorajamento do uso das tecnologias digitais no contexto
académico, por outro lado, de alguma forma veio revelar, o culminar de um processo
que não deixava outra alternativa para os agentes da educação. Portanto, manifesta
um certo desconhecimento do potencial educativo das tecnologias de informação e
comunicação ou a incapacidade de tirar proveito destas ferramentas por parte do
professor e outros agentes da educação. Por outro lado, revela uma certa
descontinuidade em relação a esta temática, ou melhor, uma contradição com aquilo
que o mesmo órgão prescrevera anteriormente.
Constatou-se nas escolas acima destacadas, que a maioria dos professores, ainda
se ressente da falta de capacidade de manuseio das TIC, o que de alguma maneira,
provoca ansiedade na hora da sua utilização. Contrariamente ao que se esperava
(um novo posicionamento do professor, uma inovação do ensino no sentido de
mudança do paradigma tradicional de ensino, para uma situação de interatividade,
de colaboração, mediação, ou seja, para um paradigma Construtivista do
conhecimento), observa-se que, as práticas lectivas não só permanecem centradas
no professor, como também as TIC, em nada contribuem para ultrapassar esta
realidade.
O cenário aqui descrito leva-nos à seguinte questão:
De que modo as Tecnologias de Informação e Comunicação podem contribuir
para a mudança das práticas lectivas na Escola Secundária 29 de Setembro?
Como forma de clarificar ainda mais a nossa pergunta de partida, apresentamos a
seguir, algumas perguntas auxiliares ou complementares, com base nas quais
procuraremos direcionar a nossa pesquisa:
crítica do conhecimento?
Que experiências ou boas práticas dos professores no uso das TIC nas aulas
existem/existiram, que possam ser exemplos para a mudança de atitude de
outros professores, alunos e gestores da escola?
De que maneira os professores, gestores e os próprios alunos encaram as TIC
no processo de ensino e aprendizagem (posicionamentos)?
Objectivos
Geral:
Refletir sobre o modo como as TIC podem contribuir no processo de ensino e
aprendizagem no Ensino Secundário Geral, com enfoque para a ES_29/9 da
Maxixe.
Específicos
Identificar experiências ou boas práticas dos professores que possam servir de
exemplos para construir uma base sustentável no uso das TIC no PEA;
Descrever a situação actual do uso das TIC no PEA, especialmente após a
publicação do despacho no 74 atrás referenciado;
Sistematizar opiniões de professores, gestores e alunos no concernente ao uso
das TIC no processo de ensino e aprendizagem;
Indicar com base em uma experiência piloto, estratégias que garantam a
utilização das TIC de forma crítica e criativa no processo de ensino e
aprendizagem;
Hipóteses
A capacitação dos professores e alunos no uso das Tecnologias de informação e
comunicação como recursos de ensino pode contribuir para a mudança das
práticas lectivas na Escola Secundária 29 de Setembro;
A orientação dos professores e alunos, através de um projecto piloto, que
coloque em prática o uso de algumas plataformas de aprendizagem e de
algumas TIC pode reverter o cenário actual de abando a essas ferramentas;
Justificativa
A escolha deste tema representa uma tentativa de buscar respostas aos problemas
actuais relacionados com a integração das TIC nos processos de ensino e
aprendizagem. O estudo resulta das constatações problemáticas e dilemas dos
professores e gestores das escolas e da educação no geral, na utilização das TIC no
17
Linha de Pesquisa
A presente pesquisa enquadra-se na linha sobre Política Educacional em prol da
qualidade, mais especificamente, no âmbito de desenvolvimento curricular. O nosso
objectivo nesta linha é discutir a aplicabilidade de algumas inovações curriculares,
como é o caso das Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino.
Pensamos que reflectindo sobre os limites e as possibilidades/potencialidades das
TIC’s na educação, seria um passo adiante para responder aos desafios actuais da
globalização e da aprendizagem ao longo da vida.
As pesquisas em Tecnologias da educação estão viradas para o desenvolvimento
de saberes que ajudem os professores e os alunos a lidar com sabedoria e
discernimento com as TIC nos processos de aprendizagem. O principal desafio do
século XXI é o de transformar o Homem em um ser capaz de buscar, gerenciar e
utilizar a diversidade de informações disponíveis. Por esta razão, encontrar os
caminhos ou mecanismos didáctico-metodológicos que nos permitam utilizar as TIC
(tanto pelo professor como pelo aluno) nos processos de ensino e aprendizagem
constitui nosso maior desafio rumo ao domínio das ferramentas de participação e
convivência política e socioeconómica no século XXI.
Teorias de Base
Esta pesquisa fundamenta-se em duas teorias básicas: na teoria sócioconstrutiva do
conhecimento, também denominada orientação sociocultural. Esta abordagem
enfatiza a interdependência dos processos sociais e individuais na construção do
conhecimento. Neste sentido, o processo de construção de conhecimento é mediado
pelas ferramentas e pelos cenários do ambiente sociocultural e é através das
interações sociais e das experiências nos vários contextos sociais que as pessoas
se desenvolvem. Os conteúdos do conhecimento são influenciados pela cultura,
que inclui aspectos como a linguagem, as crenças e as competências, (MELO &
VEIGA, 2013: 271).
Foram principais adeptos principais desta abordagem, Bronfenbrenner, Bandura e
especialmente Lev Vygotsky, com a sua teoria de zona de desenvolvimento
proximal, (Idem).
As razões para escolha desta abordagem como fundamento da nossa pesquisa,
residem primeiro, no facto de as tecnologias digitais de informação e comunicação
imporem um certo modelo de relações humanas, um modelo colaborativo, o que
19
O maior desafio do professor vai ser o de conciliar a sua aula com o uso desses
dispositivos ou plataformas digitais, é necessário que os alunos possam ser
ensinados a pesquisar, na aula assim como fora dela. Assim, para reduzir o nível de
distração do aluno com esses aplicativos, é necessário planificar o seu uso, porque
assim, estaremos a conciliar os objectivos da aula com a predisposição à
navegação, à conectividade dos alunos.
Em suma, percebemos com estas pesquisas que a interação professor-aluno
quando feita com base em plataformas virtuais como o Whtatsap, de forma
organizada e planificada é frutífera, na medida em que o aluno se sente à vontade
para colocar as suas preocupações ou dificuldades, e isto abre espaço para que o
professor atenda às dificuldades individuais dos estudantes a qualquer momento.
Contudo, nesta conjuntura é necessário ter em conta que, nem todos os alunos são
portadores de aparelhos digitais móveis. Isto impõe outro desafio à introdução das
tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem, mas isto não é factor
preponderante para que elas não sejam integradas, pelo contrário, a sua integração
27
pode ajudar aqueles que menos convivem com elas, à uma aproximação mais
significativa, evitando, deste modo, a marginalização dos alunos derivada do acesso
e domínio das tecnologias digitais – digital devide2 (DEMO, 2007) e tal como refere-
se LIBÂNEO (2011: 61):
[...] A resistência a uma ampla difusão nas escolas públicas das novas
tecnologias da informação e da comunicação, sob o argumento de
estarem inseridas na lógica do mercado e da globalização cultural,
teria como efeito mais exclusão e mais seletividade social, uma vez
que sua não integração às praticas de ensino impediriam aos alunos
oportunidades de receção e emissão da informação, deixando-os
desguarnecidos diante das investidas de manipulação cultural e
politica, de homogeneização de crenças, gostos e desejos, de
substituição do conhecimento pela informação.
Somos de opinião de que para se evitar essa exclusão, a escola junto com os
professores, deverão fazer um esforço para apoiar aqueles que não podem ter
acesso a essas tecnologias para que a escola não sirva de motor perpetuador das
desigualdades sociais (principalmente advindas da educação), como tem vindo a
acontecer. Até porque como refere a UNESCO (2003: 67-68) a maior parte de
especialistas por ela consultados, estão optimistas quanto às perspectivas que estas
tecnologias abrem aos países em desenvolvimento e pensam eles que será uma
pena não poderem aproveitar a oportunidade que se lhes oferece, para reduzir a
distância que os separa dos países desenvolvido.
Em suma, estamos de acordo com a UNESCO quando refere que os sistemas
educativos devem dar resposta aos múltiplos desafios da sociedade de informação,
na perspetiva de um enriquecimento contínuo dos saberes e do exercício de uma
cidadania adaptada às exigências dos tempos actuais (Idem).
1.2. Processo de Ensino e Aprendizagem
Definir Processo de Ensino e Aprendizagem é na verdade uma tarefa não fácil,
primeiro porque este processo engloba vários aspectos da didática 3 , segundo,
porque existem milhares de definições e perspetivas de entendimento deste
processo.
2 Entendido como sendo a diferença entre aqueles que têm acesso a modernas formas de
tecnologias da informação e comunicação (TIC) e aqueles que não as têm, (UNESCO, 2007: 1)
3Definida como disciplina que estuda o processo de ensino no qual objectivos, os conteúdos, os
métodos e as formas de organização da aula combinam-se entre si, de modo a criar as condições e
os modos de garantir aos alnos uma aprendizagem significativa, (LIBÂNIO, 2011: 91)
28
O mesmo autor (2011:91), refere que o princípio básico que define este processo é o
seguinte: o núcleo do trabalho docente é a relação activa do aluno com a matéria de
estudo, sob a direcção do professor. O processo de ensino consiste numa
combinação adequada entre o papel de direção do professor e a actividade
independente, autónoma e criativa do aluno.
Mais adiante o autor acrescenta que:
(..) o papel do professor, portanto, é o de planificar, selecionar e organizar
os conteúdos, programar tarefas, condições de estudo dentro da classe,
incentivar alunos para o estudo, ou seja, o professor dirige as actividades
de aprendizagem dos alunos a fim de que estes se tornem sujeitos
activos da própria aprendizagem. Não há ensino verdadeiro se os alunos
não desenvolverem suas capacidades e habilidades mentais, se não
assimilarem pessoal e ativamente os conhecimentos ou se não dão conta
de aplica-los, seja nos exercícios e verificações feitos em classe, seja na
prática da vida (idem).
30
Desta feita, DELORS et. al (2003: 186), referem que a discussão sobre a utilização
das tecnologias de informação e comunicação na educação ultrapassa a sua
simples aplicação no contexto pedagógico, mas chamam atenção para o facto de
estas tecnologias estarem gerando uma verdadeira revolução que afecta não
apenas as atividades de produção, mas de modo mais profundo as atividades
ligadas à educação e formação.
Dada esta profunda influência das Tecnologias de informação e comunicação sobre
o fazer educativo e sobre as crianças que passam mais tempo assistindo televisão e
na internet, surge como diz DELORS et.al (op. cit., 154):
[...] que tendo assim perdido a preeminência que tinham na
educação, professores e a escola encontram-se confrontados
com novas tarefas: fazer da escola um lugar mais atraente
para os alunos e fornecer-lhes as chaves de uma
compreensão verdadeira da sociedade de informação.
Podemos entender, portanto, que o papel do professor não é mais o de fornecer ao
aluno informações que ele as pode ter com ajuda dos meios informáticos, que de
alguma parte, são do seu domínio, mas favorecer a capacidade do aluno dispor,
gerir e interpretar a variedade de informação ao seu domínio. Dito isto de outra
maneira, seria, antes a matéria de ensino era privilégio do professor ou da escola, e
os métodos de ensino punitivos, o seu maior trunfo para manter a atenção e a ordem
dos alunos na sala de aula, pois, como sabemos era difícil ter acesso ao
conhecimento que estava nas mãos do professor (o livro e outras formas de acesso
32
feita, quando esses instrumentos são usados de forma não consciente e não
planificada em outras disciplinas ou áreas de conhecimentos, trazem consequências
desastrosas para o processo de ensino e aprendizagem, o que levou ao Ministério
da Educação, através da circular já citada, a proibir a sua utilização não regrada em
contextos de ensino. Mas como diz DELORS et. al (2003: 190),
[...] A comissão tem uma opinião muito bem clara sobre a
introdução das novas tecnologias de informação e
comunicação nos sistemas educativos: trata-se, a seu ver, de
um desafio decisivo e é importante que a escola e a
universidade se coloquem no centro desta profunda
transformação que afecta o conjunto da sociedade. Não há
dúvidas de que a capacidade individual de ter acesso e de
tratar a informação vai ser um factor determinante para a
integração da pessoa, não só no mundo do trabalho, mas
também no seu ambiente social e cultural. É também
indispensável afim de não aprofundar mais as desigualdades
sociais, que os sistemas educativos ensinem a todos os alunos
o domínio e a mestria destas técnicas.
Parece-nos, pois, nos dias atuais, uma ingenuidade restringir o uso das TIC nos
processos de ensino. É como se estivéssemos numa sociedade agrária e, mesmo
assim, proibir o ensino e a familiaridade com as técnicas e instrumentos de produção
agrária. É preciso perceber que nos dias atuais o nosso aluno mudou, conforme
pudemos realçar no ponto anterior, desta maneira a escola precisa igualmente
dessa mudança. A interatividade permite ao aluno pôr questões, procurar ele
mesmo, informações ou aprofundar certos aspectos de assuntos tratados na aula:
Munidos destes novos instrumentos, os alunos tornam-se
pesquisadores. Os professores ensinam os alunos a avaliar e
gerir, na prática, a informação que lhes chega. Este processo
revela-se muito mais próximo da vida real do que os métodos
tradicionais de transmissão do saber. Começam a surgir na
sala novos tipos de relacionamento (DELORS et.al., 2003:
191)
Por outro lado, o recurso às novas tecnologias constitui ainda, um meio de lutar
contra o insucesso escolar: observa-se, muitas vezes, que alunos com dificuldades
no sistema tradicional ficam mais motivados quando têm oportunidade de utilizar
essas tecnologias e podem, deste modo, revelar melhor os seus talentos (Idem)
Somos de opinião de que a melhor educação na nossa sociedade atual, é aquela
virada à conscientização e responsabilização (no sentido de dotar o sujeito de
responsabilidade) do aluno para a realidade que o encarra. Formar para a
responsabilidade e capacidade de buscar, gerir e utilizar informação através dos
meios tecnológicos. Este é um aspecto muito importante para qualquer sistema de
34
referem que:
[...] as escolas precisam oferecer cursos de treinamento para professores
para ganhar experiência em lidar com os novos dispositivos, tecnologias
modernas e novas abordagens pedagógicas. O apoio técnico deve ser
fornecido nas escolas. Além disso, as escolas devem fornecer aos
professores os recursos necessários de TIC, incluindo hardware e
software. É importante que as escolas cooperem com os professores
fornecendo tempo suficiente para implementar novas tecnologias na sala
de aula.
Já a UNESCO (2007: 7), em alusão sobre às condições para o uso efectivo das
TIC’s na educação, destaca entre outras: um sistema de desenvolvimento
profissional contínuo para professores; professores entusiastas, equipados com as
habilidades necessárias para fazer bom uso de ferramentas de TIC para melhorar a
educação e Currículos apropriados que permitem o uso das TIC no ensino e na
aprendizagem.
Sem dúvidas, a capacitação dos professores em matérias de uso das novas
tecnologias ou das novas tendências pedagógicas, mostra-se um caminho viável
para a integração das TIC’s como recursos de ensino. Por outro lado, é necessária
uma profunda revisão curricular, por forma a adequar as novas tendências
pedagógicas com a necessidade de integração das TIC no seu contexto. Caso isso
não aconteça, infelizmente, como observou RESNICK apud KIRKMAN (2002: 32),
as tecnologias serão usadas simplesmente para reforçar abordagens ultrapassadas
do processo de ensino e aprendizagem.
Enfim, para tirar pleno partido das novas tecnologias, precisamos de repensar
fundamentalmente as nossas abordagens sobre aprendizagem e sobre a educação,
bem como as nossas ideias de como as novas tecnologias podem apoiá-las, (Idem).
Mais do que a seleção de softwares e dispositivos eletrónicos, é necessária uma
especial consideração sobre que aprendizagem se pretende alcançar e como a
tecnologia pode ajudar nesse propósito4.
4http://www.cambridgeinternational.org/images/271191-digital-technologies-in-the-classroom.pdf,
consultado no dia 25/10/17
38
especializada que muitos têm, condições de trabalhos melhores que as das suas
épocas, não conseguem ensinar o aluno para os desafios da sociedade atual. A
resposta pode vir de vários cantos e com vários tons, mas uma coisa é certa, o
nosso aluno mudou e o nosso sistema educativo não seguiu a mesma dinâmica,
conforme, PRENSKEY (2001: 1)5.
O autor refere que a nossa sociedade sofreu profundas transformações, em quase
todos os aspectos, em especial o ontológico, contudo, a escola não seguiu a mesma
linha. A nossa escola continua usando as mesmas formas de ensino (linguagem
gráfica) usadas nos séculos e tempos passados, esquecendo-se que o ser (ente)
mudou e assim mudaram consigo as formas de aprender.
PRENSKEY vai mais longe, ao referir que a estrutura cerebral dos nossos
estudantes mudou fisicamente, e é tão diferente da nossa, isto devido a maneira
como eles crescem6 (Idem). Mais especificamente, ele mostra-nos como os nossos
alunos atuais mudaram, ao introduzir novos termos no vocabulário designativo do
Homem da Sociedade de Conhecimento: Nativos e Emigrantes digitais.
Sobre este assunto, gostaríamos de voltar a tocar no ponto a seguir. Por enquanto,
gostaríamos de nos ater na discussão sobre os aspectos que devem ser assumidos
pela escola, dada esta mudança do nosso aluno.
Antes é necessário perceber que o nosso público alvo (alunos/alunas) é multi-tarefa,
aprende com facilidade em ambientes multimídias, a sua característica principal é a
navegabilidade e aprende mais com os hipertextos que com os textos simples e se
sente e trabalha melhor quando está em rede e através de jogos:
[…] deixe-me destacar alguns dos problemas. Nativos digitais são usados
para receber informações de forma muito rápida. Eles gostam de
processos paralelos e multitarefas. Eles preferem gráficos antes do texto
e não o oposto. Eles preferem acesso aleatório (como hipertexto). Eles
funcionam melhor quando conectados em rede. Eles prosperam na
gratificação instantânea e recompensas frequentes. Eles preferem jogos
a trabalho "sério”7 (PRENSKEY, op. cit., p.2)
5 Our students have changed radically. Today’s students are no longer the people our educational
system was designed to teach
6 our students’ brains have physically changed – and are different from ours – as a result of how they
grew up
7
let me highlight some of the issues. Digital Natives are used to receiving information really fast. They
like to parallel process and multi-task. They prefer their graphics before their text rather than the
opposite. They prefer random access (like hypertext). They function best when networked. They thrive
on instant gratification and frequent rewards. They prefer games to “serious” work.
39
Se partirmos das ideias aqui expressas pelo nosso autor, estaremos de acordo que,
a introdução das tecnologias de informação e comunicação no ensino, é mais do
que uma necessidade, é uma condição para continuarmos a cumprir nosso papel
como educadores, ou então o professor tornar-se-á um espectador de um processo
que ele já se está excluindo. Como questiona OLIVEIRA (2002), numa sociedade
tecnológica, não será paradoxal considerar uma educação tecnológica opcional? Ou
seja, estamos numa altura em as tecnologias digitais de informação e comunicação
se encontram a dominar todas as actividades humanas, a educação devia ser o
instrumento de conscientização por excelência sobre os perigos e as
potencialidades destas tecnologias para o Homem, contudo, o que se verifica em
algumas escolas secundárias (em especial) é uma tentativa de dar as costas, fechar
os olhos sobre esta questão e continuar a caminhar como se a realidade
continuasse a mesma.
Será urgente de quem é de direito, criar mecanismos para as TIC’s não sejam
apenas uma opção metodológica, mas que elas se tornem fonte de debates,
instrução, e verdadeiros recursos de ensino.
Como podemos perceber nas palavras deste autor, os alunos do século XXI não
mudaram apenas de estilo da roupa, nem da sua maneira de andar, mas mudaram
profundamente o modo como aprendem e das ferramentas de aprendizagem. Os
nossos alunos (muitos deles) passaram ou passam suas vidas cercados de
dispositivos electrónicos, dai que hoje preferem passar mais tempo jogando
videojogos, vendo televisão ou nas redes sociais que lendo um livro. Esta nova
forma de estar dos nossos alunos requer novos posicionamentos do professor e da
Escola, como por exemplo: será que a escola atual, em especial no contexto
Moçambicano, está preparada para fazer face a esta nova realidade? Que
consequências virão da resistência ou do não entendimento da necessidade de
migrar a esta nova atmosfera? Conseguirá a escola e os professores lograr
sucessos descurando-se dessa incontornável realidade?
Segundo o autor, estes imigrantes digitais são visíveis nas suas atitudes, como por
exemplo,
8 Today‟s students have not just changed incrementally from those of the past, nor simply changed
their slang, clothes, body adornments, or styles, as has happened between generations previously. A
really big discontinuity has taken place. One might even call it a “singularity” – an event which
changes things so fundamentally that there is absolutely no going back. This so-called “singularity” is
the arrival and rapid dissemination of digital technology in the last decades of the 20th century.
41
Enfim, o nosso foco neste trabalho não é trazer ou falar das características dos
imigrantes digitais, mas refletir para uma questão muito mais profunda, que tem que
ver com o facto de estes nossos instrutores (professores) imigrantes digitais, que
falam uma “língua ultrapassada”, segundo o autor (a da era pré-digital), estarem
focados em ensinar uma geração que fala uma língua totalmente nova, sem antes
verificarem as condições básicas de ensino no século XXI.
O mais intrigante é que os imigrantes digitais pouco apreciam as novas habilidades
dos nativos, que adquiriram e aperfeiçoaram como resultado de longos anos de
interação com a tecnologia. Essas habilidades são estranhas aos imigrantes, que
tiveram seus modos de aprendizagem, de alguma forma, mais lenta, passo a passo
e uma coisa de cada vez, e acima de tudo aprenderam que para aprender, deve-se
estar sério, longe das brincadeiras. Desta forma, os imigrantes digitais não
acreditam que os nativos digitais podem aprender assistindo televisão ou ouvindo
música. Isso tem uma lógica, como diz PRENSKY, eles não desenvolveram esta
habilidade durante os seus anos de formação, por isso, para os imigrantes, a
aprendizagem não pode ser divertida, (Ibid., p.4)
Os nossos professores imigrantes acreditam que os alunos são os mesmos que
sempre foram desde à sua formação e que os métodos que funcionaram para
consigo, funcionarão para com os nativos digitais. Esta é uma presunção que já não
tem enquadramento nos nossos dias.
Uma última consideração deve ser feita. A distinção entre nativo e imigrantes digitais
não tem que ver com a idade, mas com o grau de proximidade que teve ou tem com
as TIC, conforme podemos ler abaixo:
Para inverter esta lógica, adiantam os autores e concordamos com eles, é preciso
compreender o currículo não desvinculado do seu contexto social em que está
inserido, nem das condições em que se desenvolve; sendo, portanto, um objecto
histórico social, GIMENO SACRISTAN (2000) apud RODRIGUES, DE ALMEIDA &
VALENTE (Idem). Segundo DIAS (2010: 56) sendo o currículo uma construção
social, precisa acompanhar a produção de saberes e conhecimentos que emergem
com a inserção das tecnologias no cotidiano. Em outras palavras, o currículo precisa
ser pensado de acordo com o contexto e a situação real dos formandos. Formar um
professor do nosso século numa filosofia de repetição, de cópia e linearidade, é
simplesmente, garantir que a sociedade não evolua e que não haja espaço para que
os sujeitos se expressem de acordo e com as condições de que dispõem.
RAMAL (2002), BAKHTIN (1988) e LÉVY (1999) citados por DIAS (2010: 60-61)
apontam para a construção de um currículo que entre outras, assuma um caracter
de metamorfoses (ou seja, um currículo que se transforma segundo as
necessidades, o momento, o contexto e os interesses dos alunos e objectivos dos
educadores); Interconexão (onde a organização do currículo seja fractal, ou seja,
qualquer parte da rede mesmo separada, contém uma nova rede e se integra a um
modo complexo – nesse sentido aprender se parece com navegar); Exterioridade
(um currículo que funciona através de um diálogo permanente com o exterior, ou
seja, onde aprender é deslocar-se na rede e para além da rede); Hipertextualidade (
significaria um currículo constituído por grande variedade de textos, verbais e não-
verbais. Haveria integração das diversas mídias, articuladas com os conteúdos na
produção, negociação e na interpretação de sentidos. Desta maneira, aprender seria
construir hiperlinks) etc.
45
Para MISHRA e KOEHLER, mais do que nos abstermos nessas práticas, o nosso
principal foco no concernente à integração das TIC, seria estudar como a tecnologia
é usada nas escolas. A base da sua teoria reside na compreensão de que o ensino
é uma actividade altamente complexa que tem na base vários tipos de
conhecimentos, ou seja, para estes autores, a experiência do ensino depende do
acesso flexível a sistemas de conhecimento que são fundamentais para o ensino,
incluindo o conhecimento do pensamento e da aprendizagem dos alunos e o
conhecimento do conteúdo.
Segundo SHULMAN (1987) citado por MISHRA & KOEHLER (op. cit., p.1021), o
conhecimento do conteúdo e o conhecimento pedagógico não devem ser duas
dimensões divergentes na formação dos professores, tal como tem vindo a
acontecer. O resultado deste distanciamento é a produção de programas de
formação de professores que ora enfatizam o conhecimento do conteúdo, ora o
conhecimento pedagógico, como duas áreas separadas. Para tratar desta dicotomia,
ele propôs a noção do PCK (Pedagogy and Content Knowledge).
P C
Fonte: Adaptado de Mishra & Koehler (2006:1022)
O PCK representa, não uma simples intersecção destes dois conhecimentos, mas,
uma verdadeira compreensão de como os conteúdos particulares devem ser
pedagogicamente organizados, adaptados e representados para a instrução do
aluno, (Idem). O cerne do PCK está no modo como um determinado assunto
(conteúdo) pode ser transformado para o ensino. Isto ocorre quando o professor
interpreta o conteúdo e encontra maneiras diferentes de torna-lo acessível aos
alunos, através por exemplo, de demonstrações e formulações do mesmo
(ilustrações). Mesmo assim, MISHRA & KOEHLER acham insuficientes estes
47
Conhecimento
T Conhecimento Tecnológico
Pedagógico (TPK)
Tecnológico do
Conteúdo (TCK)
C P
Conhecimento Tecnológico e
Pedagógico do conteúdo
Conhecimento Pedagógico
(TPCK)
do Conteúdo (PCK)
aluno. Como referem MISHRA & KOEHLER (op. cit., p.1027) Este conhecimento
inclui saber quais abordagens de ensino se encaixam no conteúdo e, da mesma
forma, saber como os elementos do conteúdo podem ser organizados para um
melhor ensino. Mais adiante, os autores referem que:
O PCK está preocupado com a representação e formulação de conceitos,
técnicas pedagógicas, conhecimento do que torna os conceitos difíceis
ou fáceis de aprender, conhecimento do conhecimento prévio dos alunos
e teorias da epistemologia. Também envolve conhecimento de
estratégias de ensino que incorporem representações conceituais para
abordar as dificuldades dos alunos e os equívocos e promover uma
compreensão significativa, (Idem).
11Disponivel em:
https://www.researchgate.net/file.PostFileLoader.html?id=57a3602596b7e4239a12b9a1&assetKey=A
S%3A391384621174785%401470324773260, consultado no dia 9/01/2018
55
A outra entrevista será dirigida ao delegado das TIC com o objectivo de apurar as
principais TIC existentes na escola; a sua visão quanto à predisposição dos colegas
no uso dessas tecnologias no âmbito de ensino e aprendizagem. Importa salientar
que esta técnica foi auxiliada pela observação directa.
Por outro lado, o inquérito por questionário foi dirigido aos alunos e aos professores
para perceber destes, como encaram ou qual é o seu posicionamento quanto à
utilização das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem. O objectivo principal
destes instrumentos era diagnosticar a situação do uso das tecnologias e
compreender melhor as impressões e o nível motivacional dos nossos inqueridos
sobre a utilização daquelas ferramentas no contexto educativo.
b) Formulação do objectivo estratégico de acção para resolver a problemática
(desenho estratégico). Neste ciclo, com base nas informações obtidas do ciclo
anterior, formarmos grupos que conduziram a investigação. Dos grupos
formados, destacam-se:
Seminário Central (constituída pelo pesquisador e alguns professores), cuja
função principal foi a de discutir junto com todos os participantes as
estratégias adoptadas para a utilização das TDIC na aula; o andamento das
actividades dos grupos de trabalho, bem como dar suporte necessário aos
mesmos.
Grupos de Trabalho (professores e alunos) que implementaram as
estratégias saídas do Seminário Central, sob orientação do mesmo,
(THIOLLENT, 1998: 58-59).
c) Implementação e Avaliação das Estratégias de Acção;
Este ciclo consistiu basicamente na acção, ou seja, na consumação das estratégias
que garantiram a utilização das TDIC de forma crítica e criativa no processo de
ensino e aprendizagem. Destas estratégias estão dentre outras as seguintes:
Infoalfabetização, que consistiu na “capacitação” de professores e alunos
envolvidos na pesquisa, em matérias de educação tecnológica e para a
utilização de celulares ou computadores para o âmbito educativo (Vide o
plano de formação nos apêndices).
Utilização de algumas plataformas virtuais como Whatsapp e chamadas de
conferência (conforme a escolha dos envolvidos e da sua viabilidade) para a
efetivação de algumas aulas com professores de diversas áreas disciplinares:
Matemática, Português, Biologia, Química, Geografia, História, etc.
65
2.3.2. Amostragem
Dada a especificidade do modelo da nossa pesquisa (pesquisa-acção), a nossa
amostra foi constituída por dois tipos básicos de amostragens: a primeira foi a)
amostragem probabilística estratifica, que consiste em dividir a população em
função de determinadas características relevantes, divisões essas que constituem
Estratos (RAMOS & NARANJO (2014: 217-218). Nesse sentido, cada estrato foi
tratado como uma população separada e em cada um realizou-se uma amostragem
aleatória, (Idem). Contudo, para o caso da Direcção da escola, dado o seu número
reduzido, foi considerada a totalidade do estrato (2 membros), o que indica uma não
proporcionalidade neste grupo.
A razão de escolha desta amostragem assentou na procura de maior
representatividade possível dos elementos da população, dado o elevado número do
nosso universo. Por outro lado, esta amostragem visava responder basicamente aos
primeiros três objectivos do nosso trabalho, que são mais de cunho exploratório-
descritivos. Sendo assim, a amostra para este primeiro tipo foi de 347 elementos,
dos quais 333 alunos, 12 professores e 2 membros da direção da escola, segundo
os cálculos a seguir:
Segundo BARBETTA (1998:58-59) para o cálculo de amostra entram em jogo os
seguintes elementos:
N – Tamanho (número de elementos) da população;
67
1
= 400
0,0025
N.𝑛
Portanto, o nosso tamanho da amostra (n) foi dado pela fórmula n =N+𝑛0 ;
0
2535.400
n= 2535+400, n = 345 ou seja, a nossa amostra para população total de 2535 seria de
da amostra para cada substrato (estrato) vai ser igual ao universo de cada estrato
multiplicado pela taxa de estratificação (0.136), conforme a tabela a seguir:
Tabela 4:Amostra do primeiro grupo
Conforme podemos ver, a nossa amostra para a população de 2535 seria de 345
elementos, contudo, devido aos membros da direção cuja participação na pesquisa
é relevante, e o cálculo da sua estratificação não atingiu um (1) elemento, foram
considerados os dois elementos existentes (conforme já referimos anteriormente),
totalizando assim 347 elementos para além de 345.
68
Secção I
3.1. Localização e Breve Historial da Escola
A Escola Secundária 29 de Setembro (ES_29/9) localiza-se a 400m a ocidente da
cidade de Maxixe. Limita-se a norte pela estrada que vai a vila de Homoine, Igreja
Católica – Sagrada Família e a Sul pelo mercado municipal e a Leste pela Av.
70
uma mudança pedagógica, se, ao mesmo tempo, não são introduzidas ideias e
ferramentas adequadas. Com este pensamento do autor podemos entender que a
escola precisa de materiais tecnológicos diversificados e em bom estado de
conservação e atualização para aventurar-se no seu uso pedagógico.
Neste aspecto, SANCHO & HERNANDEZ (op.cit.p.27) ao abordarem os sete
axiomas para converter as TIC em motor de inovação pedagógica, salientaram que
uma das primeiras condições para fazer da escola um lugar comprometido com o
uso pedagógico das TIC, era a infraestrutura tecnológica adequada, entendendo por
isto, a capacidade da escola prover todos materiais informáticos, salas de aulas
preparadas com corrente eléctrica e outras condições adequadas para o uso não
esporádico das TIC no domínio pedagógico.
Quanto à adesão dos colegas (professores) no uso dessas ferramentas no PEA, o
delegado referiu que havia muita adesão, contudo, essa adesão verificava-se mais
para a vertente administrativa do PEA (planificação, pautas, etc.) e que poucos
usavam essas ferramentas na sala de aulas.
Os principais constrangimentos apontados pelo nosso entrevistado relacionam-se
com a falta de internet na escola para a comunidade escolar e principalmente para
as aulas de TIC, falta de incentivos por parte da Direcção para o uso das TIC na sala
de aulas, receios de mudança por parte de muitos professores, bem como a
exigência de cadernetas em formato físico aos professores pela Direcção da Escola,
o que segundo o nosso informante, tem desencorajado muitos a usar as TIC (Vide
apêndice 2).
Quanto ao despacho no 74 de/GM/MINEDH/2016, a directora pedagógica, em
concordância com o director da escola, referiu que tinha o conhecimento da matéria
do referido instrumento e que o posicionamento da escola era o de abertura para
que os professores, junto com seus alunos, usassem as TIC na sala de aulas, sem
prejuízo das orientações patentes no mesmo documento. Do ponto de vista de
organização, políticas ou estratégias de utilização das TIC na sala de aulas, antes e
depois da publicação do referido despacho, não há muita diferenciação. A escola
através das aulas de TIC (TIC como disciplina) procura impulsionar e incentivar o
uso delas pelos alunos na sua vida académica; por outro lado, a escola tem levado
alguns professores (especialmente os de TIC) às capacitações, para além de cobrar
também as cadernetas aos professores em formato electrónico (Vide apêndice 1).
72
Na entrevista com o Director da escola, este referiu que a escola era a favor do uso
das TIC no processo de ensino, e ficamos sabendo dele, da existência de grupos de
Whatsapp’s de algumas disciplinas como: Clube de biologia, de Química,
Matemática; Comité de Olimpíadas; Grupo das ZIP (esta era usado para partilha de
experiências e troca de informações entre escolas da mesma ZIP); Grupo do
colectivo da Direção da Escola; Grupo de directores das Escolas Secundárias de
Inhambane para além do grupo da Direcção Provincial da Educação. Estes últimos
grupos, serviam mais para troca de informações ou partilha de novas disposições
aprovadas inerentes ao funcionamento da organização escolar ao nível da província,
distrito e cidade (TIC’s no âmbito de gestão).
Paralelamente ao que referiu o delegado das TIC’s, quanto às dificuldades
encarradas na escola, o director reafirmou as dificuldades na provisão de internet na
escola para professores e alunos, o que de algum modo inviabiliza algumas
experiências lectivas com base nesta potencial ferramenta.
Tabela 5:Participação dos professores em programas de formação para o uso das TIC
Conforme podemos perceber da tabela, mais de 66% dos professores não tiveram
nenhum tipo de formação ou capacitação para o uso das TIC, o que de certa forma,
pode não contribuir para o seu uso.
Lembremos que, conforme sustenta DE PABLOS (2006: 73), a formação
pedagógica dos professores se converte num dos factores-chave para o uso das TIC
como uma oferta pedagógica útil. Sem esta formação, as tecnologias não passam
de simples ferramentas sem proveito no PEA.
73
Sem uma formação pedagógica dos professores para o uso das TIC, pode-se agora
entender porque muitos deles, conforme vimos acima, usem-nas apenas no domínio
administrativo do PEA (planificação, elaboração de pautas, etc.), pois, usar as TIC
como estratégia didáctico-pedagógica passa pelo conhecimento não apenas do
conteúdo, nem do seu domínio pedagógico, mas, mais importante, pelo
conhecimento tecnológico do mesmo, conforme, explicamos anteriormente no
modelo TPCK (MISHRA & KOEHLER, 2006).
Sendo assim, a escola precisa focar-se na formação dos seus professores, para o
uso pedagógico das TIC, se pretende alcançar um nível satisfatório de utilização das
ferramentas no campo didático.
É mister recordar que, a educação e a tecnologia caminham e devem caminhar de
mãos dadas, pois, não pode existir tecnologia sem a educação e nem esta sem a
outra. A educação serve para transmitir todo património tecnológico (material e não
material, crenças, hábitos, ideologias, etc) produzido pelo Homem ao longo dos
tempos, e sendo assim, esta tecnologia tem ajudado nessa missão da educação
(KENSKI, 2007). Mas como se sabe, a educação não é a transmissão de informação
nem a sua reprodução. Educação é colocar o estudante ao serviço da produção e
comunicação da informação de forma reflexiva. Assim, para que as TIC sirvam de
aliado neste processo é necessário que as pessoas envolvidas (professor, aluno e
os demais intervenientes do PEA), não apenas saibam acessar e transmitir
informações (na Web) com base nelas, mas produzir, criar e compor diversidade de
informações usando essas tecnologias, o que chamam de fluência digital, PAPERT
AND RESNICK (1995) Apud KIRKMAN et al (2002:33).12
A fluência digital aparece como requisito preponderante quando a educação opta por
um paradigma que se afasta da simples transmissão de informações, ou seja, para
ensinar o aluno a buscar, criar e transformar informações com base nas TIC, é
necessário que se invista na capacidade dos professores de manipular as
tecnologias, de transformar o banal, o impensável em recursos potenciais de
aprendizagem. Neste sentido, as universidades e os institutos de formação de
12
To be truly fluent in a foreign language, you must be able to articulate a complex idea or tell an
engaging story; in other words, you must be able to “make things” with language. Analogously, being
digitally fluent involves not only knowing how to use technological tools, but also knowing how to
construct things of significance with those tools, PAPERT AND RESNICK (1995) Apud KIRKMAN et.
al (2002:33)
74
3.2.3 Incentivo dos alunos pelos professores no uso das TIC no PEA
Neste ponto pretendíamos perceber se os professores incentivam e como é que
incentivam os alunos no uso das TIC. Pela informação abaixo percebe-se que a
cadeira de TIC, vem sendo o meio mais privilegiado (curricularmente) de contacto
entre o conhecimento tecnológico e o aluno, conforme nos mostra a tabela abaixo.
Percentagem
Respostas Frequência Percentagem válida
Válido Sim 333 100.0 100.0
Fonte: O autor com base nos dados do SPSS
TIC para as actividades lectivas. Recordemos que, segundo UNESCO (2011: 8),
a integração bem-sucedida das TIC na sala de aula dependerá
da capacidade dos professores de estruturar o ambiente de
aprendizagem de novas maneiras, fundir novas tecnologias
com uma nova pedagogia, desenvolver salas de aula
socialmente ativas, incentivar a interação cooperativa, a
aprendizagem colaborativa e o trabalho em grupo. Isso requer
um conjunto diferente de habilidades de gerenciamento de sala
de aula13.
160
140
150
120
100 116
80
60 77
40
20 23% 45% 35% 14 4% 10 3%
0
Temos grupos de Os professores
whatsapp, Incentivam-nos a explicam a Mandam trabalhos
Usamos chamadas
facebook onde usar internet ou a importancia das para enviar por
de conferências
discutimos materia digitar trabalhos TIC para email
de aulas investigação
Nr de casos 77 150 116 14 10
percentagem 23% 45% 35% 4% 3%
13 The successful integration of ICT into the classroom will depend on the ability of teachers to
structure the learning environment in new ways, to merge new technology with a new pedagogy, to
develop socially active classrooms, encouraging co-operative interaction, collaborative learning and
group work. This requires a different set of classroom management skills.
77
Como vimos acima, cerca de 20.7% dos alunos referem, segundo os dados, que
seus professores não os incentivam para o uso dos recursos tecnológicos para sua
aprendizagem. Questionados sobre os possíveis motivos deste não incentivos,
destacaram: 52.2% (dos 69) aponta para a necessidade de se evitar
desconcentrações dos alunos e em seguida, 36.2%, aponta para a proibição do uso
das TIC na escola e a necessidade de uso de livros físicos como razões para o não
incentivo, conforme o gráfico abaixo:
Grafico 2: Razões do não incentivo dos alunos para o uso das TIC
40
36
35
30
25 25
25
20
15
10
6
5 2
52.2% 8.7% 36.2% 36.2% 2.9%
razoes
0
Para evitar a Porque incentivam-nos a
Porque eles tambem não Porque é proibido na
desconcentraçao dos ler mais Livros fisico e Sem Resposta
usam escola
alunos não ir a internet
Nr de Casos 36 6 25 25 2
Percentagem 52.2% 8.7% 36.2% 36.2% 2.9%
muitos emigrantes, dai o seu ensino não ser apreciado pelos alunos, contrariamente
à aquele dos que auxiliam-se de técnicas e ferramentas tecnológicas digitais para o
ensino.
correcta, pelo facto de manter a ordem na sala de aulas e por outro lado, 9.3%
acredita que o despacho desmotiva o uso das TIC no processo lectivo.
Tabela 9:Opinião dos professores e alunos quanto ao despacho no 74
de/GM/MINEDH/2016
a) Professores
De acordo com o gráfico abaixo, podemos destacar que muitos são os recursos
tecnológicos usados pelos professores, com destaque para as redes sociais
(Whatsapp/facebook) com 50% de votos, em seguida, o computador e a internet, o
projector e o quadro interativo, aprecem como recursos auxiliares em segundo lugar,
com uma média percentual de aproximadamente 42% e em terceiro lugar, aparecem
as chamadas de conferências, com uma percentagem de 23%.
Gráfico 3: Recursos tecnológicos usados pelos professores no PEA
7
6
6
5 5 5
5
4
3
3
10
9
9
8
7
6
Gráfico 4: Resultados
5 obtidos com uso das diversas estratégias
4 tecnológicas no PEA
4
3 3
3
2
75.0%
1 25.0% 33.3% 25.0%
0
Muitos não participam
Facil assimilação da Gratificante, pois houve devido aos seus
materia pelo aluno maior participação dos dispositivos que sao Outros
atraves da ilustração alunso incompativeis com as
redes socias
Nr de casos 9 3 4 3
% 75.0% 25.0% 33.3% 25.0%
81
chamaríamos de aspectos pouco positivos (33.3%) do uso das TIC no PEA, a falta
de participação de muitos alunos, especialmente aqueles que não têm dispositivos
compatíveis com o recurso que se está a usar, em especial para o Whatsapp, como
demonstra o gráfico abaixo:
Fonte: o autor com base nos dados do campo
Do exposto, é preciso salientar que, no uso das TIC na escola é preciso ter em
conta, de forma particular, as desigualdades sociais dos alunos, pois, como escreve
SELWYN (2008: 817), não podemos ver a sociedade contemporânea oferendo os
mesmos benefícios para todos; nesta era globalizada e centrada na tecnologia,
indivíduos e grupos, organizações e países podem ser tão conectados ou isolados,
tão beneficiados ou desfavorecidos como antes. Do mesmo modo, na escola,
precisamos prestar atenção para os menos favorecidos, pois, como vimos, a
tecnologia pode incluir assim como excluir. Nesse aspecto, é preciso que a escola e
os professores tenham claras as estratégias para permitir que todos os alunos
participem de igual maneiras nas dinâmicas do ensino.
b) Alunos
Questionados os alunos se usavam as TIC com seus professores no PEA, 72.1%
afirmou que usava e os restantes 27,9 % referiram que não usavam, conforme
indicam os resultados da tabela a seguir.
Tabela 10: uso das TIC no PEA entre alunos e professores
180
161
160
140 128
120
100 88 93
80
60
40 23
21
20
48.3% 38.4% 26.4% 6.3% 6.9% 27.9%
0
Projectores e Whatsapp ou Quadro Chamadas de
Email N/A
computador Facebook Interativo Conferência
Nr de Casos 161 128 88 21 23 93
% 48.3% 38.4% 26.4% 6.3% 6.9% 27.9%
Gráfico 6: Opinião dos alunos sobre sua aderência e dos professores no uso das TIC após
a publicação do despacho
b) Segundo os professores
Aos professores procuramos directamente saber, se ainda usavam as TIC na sala
de aulas após a publicação do despacho 74 ou não. As respostas a esta pergunta
foram sistematizadas na tabela 11.
Tabela 11: Uso das TIC pelos professores após a publicação do despacho
mostra que alguns (por sorte a maioria neste caso) professores, têm o entendimento
adequado do despacho, mas por outro, ainda existe uma margem significativa deles
que não entendeu a verdadeira intensão do despacho, ou por outras razões,
preferem o não uso das TIC (a não formação por exemplo que vimos acima, a
resistência às mudanças, a ansiedade no uso das ferramentas tecnológica no
âmbito lectivo, etc.)
A reversão deste fenómeno, passa necessariamente pela formação e/ou
capacitação dos professores no uso didáctico das TIC, como temos vindo a referir.
É sabido que maior parte dos professores no ensino secundário passou pelas
universidades, mesmo assim, muitos não tiveram nos seus currículos de formação
um contacto suficiente e significativo do uso das TIC para leccionação. Sendo assim,
cabe à escola na sua responsabilidade para com o cumprimento dos objectivos
estratégicos da educação, melhorar o ambiente de utilização das TIC no PEA,
através de programas de capacitação ou formações contínuas e incentivos no uso
didactico das TIC.
Na sequência da mesma pergunta acima, procuramos perceber ainda, que tipo de
ferramentas tecnológicas os professores privilegiam após a publicação do despacho.
A tabela a seguir, representa de forma muito clara as respostas a esta pergunta.
Tabela 12:Tipologias de TIC usadas pelos professores após a publicação do despacho
informação nelas veiculadas, porque como se refere a UNESCO (2005: 163), não há
duvida de que a capacidade individual de ter acesso e de tratar a informação vai ser
um factor determinante para a integração da pessoa, não só no mundo do trabalho,
mas também no seu ambiente social e cultural.
Sendo assim, a capacitação de todos alunos para a utilização consciente e
responsável das redes sociais e não só, pode constituir-se como uma estratégia
preponderante, não apenas para o domínio dessas ferramentas, mas também como
estratégia de não aprofundar mais as desigualdades sociais entre os alunos (Idem).
O domínio e mestria dos alunos e professores no uso das TIC é a garantia de que os
resultados de ensino sejam mais encorajadores e não dividam tanto as opiniões, tal
como se pode ver no gráfico a seguir.
5
5
4
4
3
3
2 2
2
1
33.3% 41.7%
16.7% 25.0% 16.7%
0
A experiencia é
Permite bom
desafiante pois Incentiva os
nivel de Facil interaccao
muitos alunos
rendimento alunos para N/A
desconhecem o com os alunos
pedagogico dos aprendizagem
real valor das
alunos
Redes sociais
Nr de casos 2 3 4 2 5
% 16.7% 25.0% 33.3% 16.7% 41.7%
a) Professores
Gráfico 8: dificuldades encarradas pelos professores no uso das TIC
5
5
4
4
3
3
2 2
2
1 1
1
41.7% 33.3%
25.0% 16.7% 16.7%
8.3% 8.3%
0
Dificuldades
relacionadas
com Falta de Dificuldades na
Tenho A proibição do
Infraestrutura da habilidades e Alguns Alunos Gestāo do
Requerem altos Dificuldades uso de celular
escola(falta de meios de alguns fazem mau uso tempo, pois,
custos técnicas no uso na Sala de
internet, alunos para o das TIC este é muito
das TIC aulas
tomadas nas uso de TIC reduzido
salas de aulas,
etc)
Nr de Casos 5 3 1 1 2 4 2
% 41.7% 25.0% 8.3% 8.3% 16.7% 33.3% 16.7%
eléctrica, Internet, etc.,) fará muita diferença quando o assunto é o uso das TIC no
contexto de ensino e aprendizagem. Em muitos países (já avançados no uso das
TIC) este é o primeiro elemento a ser acautelado, pois, em nada vale a formação de
professores e alunos, sem os recursos nem condições devidas para a materialização
do que aprenderam. Sendo assim, a infraestrutura tecnológica adequada é a
condição primeira para a integração tecnológica na escola (SANCHO, 2006).
É sabido pois, que o nosso país e em especial as nossas escolas, carecem de
recursos de vária ordem, neste sentido, apesar dos esforços do governo para sanar
essas dificuldades, a infraestrutura tecnológica e o seu estado de conservação em
muitas escolas (em especial na escola em estudo), não são muito significativos. A
segunda e terceiras dificuldades apontas pelos professores, são discutidas a seguir
no ponto a seguir, referente às dificuldades encarradas pelos alunos.
a) Segundo os Alunos
Gráfico 9: Dificuldades encarradas pelos alunos no uso das TIC
140
130
120 114
100
80 76
64
60
60
40 32
27
19
20
14
To be truly fluent in a foreign language, you must be able to articulate a complex idea or tell an
engaging story; in other words, you must be able to “make things” with language. Analogously, being
digitally fluent involves not only knowing how to use technological tools, but also knowing how to
construct things of significance with those tools
15 In the years ahead, digital fluency will become a prerequisite for obtaining jobs, participating
deve saber usar as TIC apenas para transmitir informações, mas produzir novas.
Nesta linha de pensamento, SANCHO (2006: 31) fala de investimento na
capacidade de o aluno adquirir sua própria educação, o que significa que a escola
deve abandonar a ideia de que um bom aluno é aquele que tem bons resultados nos
exames, para olhar a qualidade das aprendizagens feitas de forma autónoma pelo
aluno. portanto, as TIC devem potenciar a autonomia do aluno para que ele possa
gerenciar a sua própria educação (educação ao longo da vida).
Em síntese, a escola deve reorganizar-se e questionar-se sobre que impactos está a
ter a actual integração tecnológica, do ponto de vista da sua contribuição para
fluência digital do aluno e do professor e de que maneira esta fluência tem ajudado
na construção das aprendizagens dos alunos e na organização do ensino pelo
professor.
A “proibição” do uso das TIC na escola foi igualmente apontada como sendo uma
barreira pelos alunos. A nossa leitura sobre este aspecto é a de que, esta
presunção dos estudantes tenha que ver com a compreensão equivocada do
despacho já referido neste trabalho ou ainda, este entendimento dos alunos pode
resultar da forma como a notícia e o alcance desta medida (do despacho) foram por
muitos (professores, directores de escolas e a sociedade no geral) considerados
como uma medida proibitiva e, de alguma forma, muitos professores terem-se
mostrado demasiadamente aversivos ao uso das TIC na escola e em especial na
sala de aula.
Outras dificuldades apontadas pelos alunos como a falta de acesso à internet e
dispositivos electrónicos como celulares, computadores, etc., fazem parte de maior
parte da população moçambicana e infelizmente, isto poderá continuar por alguns
tempos, pois, como sabemos, isto não depende apenas do aluno ou da escola, mas
de uma toda conjuntura socioeconómica do País em geral. Resolver estas questões
vai ser ou deve ser o principal desafio dos países em via desenvolvimento para que
possam permitir igualdade de oportunidades de aprendizagem e evitar a dita digital
devide, entendida como sendo a lacuna entre indivíduos, famílias, empresas e áreas
geográficas em diferentes níveis socioeconômicos, tanto em relação às suas
oportunidades de acesso às tecnologias de informação e comunicação (TIC’s)
90
quanto ao uso da Internet para uma ampla variedade de atividades16 (OECD, 2001:
5)
Se não nos precavermos sobre a brecha digital, sobre esta nova ordem das coisas,
jovens e adultos na idade laboral poderão ver suas espectativas frustradas, pois,
como referiu RESNICK (Idem) acima, nos próximos tempos, toda estrutura social
estará consubstanciada ou enraizada numa lógica tecnológica: os negócios,
empregos, relações sócias, etc., vão requerer o domínio profundo das TIC (TINIO,
2002: 6-7), ou seja, a fluência digital (tida como uma das principais competências do
século XXI) e quem estiver longe desta realidade estará numa verdadeira
desvantagem em relação aos outros.
Não obstante as imensas dificuldades pelas quais a escola vai se deparando,
especialmente no uso das TIC, é possível reduzir os índices de falta de meios
informáticos dos alunos e evitar cair no seu impacto negativo. Neste sentido, deve-
se contar muito com ajuda dos professores, estes devem procurar criar na turma, um
espírito de colaboração, de entreajuda dos alunos, através da criação de grupos de
estudos, onde aqueles que têm recursos electrónicos estudam com os que não os
têm. Sendo assim, mesmo nos grupos de Whatsapp ou Facebook, a interação seria
basicamente em grupo, as ideias compartilhadas seriam do grupo e poucas do
indivíduo, isto permite que ninguém fique fora dos debates da turma. Não se quer
aqui subestimar as ideias individuais (essas são importantes e devem sempre
existir), mas dar espaço para que os menos favorecidos possam ser ouvidos e
participem das dinâmicas do PEA, principalmente nos ambientes virtuais.
16 As used here, the term “digital divide” refers to the gap between individuals, households,
businesses and geographic areas at different socio-economic levels with regard both to their
opportunities to access information and communication technologies (ICTs) and to their use of the
Internet for a wide variety of activities.
91
Secção II
3.5. Estratégias de utilização das TIC no processo de ensino e aprendizagem
Esta segunda secção visa essencialmente reflectir sobre as possíveis estratégias de
utilização das TIC no campo de ensino, especialmente na lecionação. Como forma
de discutir e avaliar a viabilidade de tais estratégias, foi feita uma experiência de uso
de algumas dessas estratégias, dentre várias disponíveis, com vista a analisar sua
aplicabilidade, suas potencialidades e seus limites.
17
Definitions of blended learning range from the very broad where practically any learning experience
that integrates some use of ICTs qualifies, to others that focus on specific percentages of online
curriculum and face-to-face instruction. Most people agree that blended learning combines teaching
and learning methods from both face-to-face, mobile and online learning and that it includes elements
of both synchronous and asynchronous online learning options.
18 “Blended learning should be viewed as a pedagogical approach that combines the effectiveness
and socialization opportunities of the classroom with the technologically enhanced active learning
possibilities of the online environment, rather than a ratio of delivery modalities.”
94
Frequência Percentagem
Válido Boa 25 55.6
Muito Boa 20 44.4
Total 45 100.0
Fonte: o autor com base nos dados do campo (SPSS)
Conforme se vê na tabela acima, a experiência foi avaliada de boa (56%) a muito
boa (44%), o que significa que, de algum modo, ela foi marcante nos estudos dos
alunos. Na mesma linha, dos três professores questionados, dois apontaram que a
experiência foi muito boa (7-10) e um avaliou-na de suficiente (0-5).
19 “Facebook creates a positive and active learning atmosphere that promotes collaboration, social
interaction with peers, gurus and professionals, and freedom to learn without time and physical
boundaries”
95
40
35
35
30
25
20
16
15
10 7
4
5
78% 9% 36% 16%
0
Facilidade de troca de Fortificação do espirito de Abertura para colocação Maior interação da turma
informações e opiniões grupo de dúvidas a turma no tratamento da matéria
entre colegas da aula
Valor %
20
[…] Combination of medium like videos, pictures and voice notes along with constant availability of
facilitator and learning anytime anywhere, has made WhatsApp a new and convenient tool for
teaching learning activity. M-learning increases the flexibility of accessing a variety of resources for
learning independently at anytime and anywhere […]
98
Existem, sem dúvidas, grandes ganhos das lições feitas com base no Whatsapp,
contudo, o verdadeiro ganho advém do modo como usamos e é papel do professor
velar sobre os aspectos didácticos da mediação de qualquer conteúdo. Aliado a isto,
está a necessidade de garantir a participação de todos alunos da turma nos debates
ou trabalhos da disciplina.
É sabido, pois, que o uso das TIC, em especial as plataformas moveis, que exigem
que os alunos e professores tenham aparelhos informáticos como telefones, tablets
e outros, acarreta custos para os usuários, muitas vezes custos indisponíveis para
certas camadas socias. Como referimos anteriormente, este aspecto não
acautelado, principalmente quando se pretende fazer destas TIC, recursos de
mediação didática, pode levar à inclusão de uns e exclusão de outros. Uma saída
encontrada aquando da nossa experiência, foi a criação de grupos na sala de aulas,
ou seja, grupos dentro do grupo central do Whatsapp.
Na experiência feita, os grupos estavam constituídos de alunos com telemóveis ou
tablet e aqueles que não os tinham, havendo apenas um representante do grupo
(aquele responsável por postar informações do grupo). Isto permitiu que os que não
tinham os equipamentos eletrónicos pudessem participar igualmente nos debates e
resolução de exercícios ou trabalhos orientados pelo professor (Vide a imagem 3
abaixo), por um lado. Por outro, esta estratégia fortificou o espírito de estudo em
grupo e o sentimento de pertença ao grupo maior, não obstante este aspecto, não
ter sido profundamente percebido pelos alunos.
99
21
BANSAL and JOSHI (2014) examined college of education students’ experiences of WhatsApp
mobile learning and found that the use of WhatsApp increased students’ social interactivity with each
other and with the instructor, and this facilitated collaborative learning. In addition, the authors found
that students had positive attitudes toward the use of WhatsApp in their leaning. BERE (2013) found
that WhatsApp could be useful to “create alternative dialogic spaces for student collaborative
engagements in informal contexts, which can gainfully transform teaching and learning”. TANG AND
HEW (2017) reported that WhatsApp had been used in different academic disciplines to support
students’ learning.
102
Esta limitação foi também constatada pelos próprios alunos (71%) e professores
quando questionados sobre os aspectos negativos encarrados durante a experiência
do uso do Whatsapp, conforme se vê no gráfico a seguir:
Gráfico 11:alguns aspectos negativos do uso do Whatsapp nas aulas
35 32
30
25
25
20
15
10
5 56% 71% 1 2%
0
Pouca interação dos colegas na Introdução de assuntos não Fraca satisfação de dúvidas por
aula referentes à aula parte do professor
Valor %
seja, em nossa opinião, ele é usado de forma esporádica por alguns professores
“ousados” e não chega a constituir uma filosofia de toda escola. De seguida, a
limitação pode estar relacionada ainda, à falta de conhecimentos e habilidades por
parte do aluno, sobre o uso do Whatsaap para apoiar as suas aprendizagens 22
(Idem).
De seguida, existe a perceção ainda, por parte dos alunos e professores, de que a
estratégia não permitiu muita interação de todos os alunos (56%). Isto está
relacionado em parte, como referiram os professores (e já ressaltamos acima) às
limitações financeiras (falta de megabytes) ou falta de equipamentos eletrónicos de
alguns alunos, o que culminou, como dissemos, na estratégia de criação de grupos
de estudos. Por outro lado, há um entendimento por parte dos professores de que
alguns alunos não são sérios no que concerne aos aspectos escolares, o que
também pode ser interpretado como fraca predisposição do professor em motivar os
alunos aos estudos.
Uma outra limitação aferida foi a atitude de muitos professores de fazer do whatsapp
simplesmente como uma ferramenta de divulgação de informações, eventos
escolares, exames, (não obstante alguns anúncios ou eventos serem de
responsabilidade cívica) desperdiçando sobremaneira, as diversas possibilidades de
tornar a plataforma um recurso de discussão e debate de ideias do currículo (recurso
de ensino), conforme mostram as imagens abaixo:
22
Student’s limited use of WhatsApp for educational purposes can be attributed to the lack of formal
integration of WhatsApp in their learning, and their lack of knowledge and skills on how to use
WhatsApp to support their learning.
104
5
4
38%
24%
13%
11%
2
9%
4%
Questionados sobre os aspectos que devem ser observados para tirar melhor
proveito do Whatsapp e de outras TIC, os alunos dividem-se em opiniões. Para
alguns devia-se incrementar o uso do Whatsapp em todas as disciplinas (27%) e
parar-se de publicar assuntos desnecessários nos grupos e focar-se em matérias da
aula (27%); de seguida, alguns acham que os conteúdos deviam ser mais atrativos e
transversais de modo a despertar atenção dos que querem aprender, conforme
mostra o gráfico abaixo:
Gráfico 13:Opiniões dos alunos sobre os aspectos a ter em conta no uso do Whatsapp e
outras TIC
14
12
12 12
10
8
6
6
4 5 5
2 3 7%
2 4% 27% 27% 13% 11% 11%
0
Os conteudos
Devia-se parar deviam ser Deve-se ter
Devia-se
de publicar mais atrativos Maior atenção à
aumentar o
Implementar assuntos e transversais colaboraçāo participacao
uso do
normas de uso Sem resposta desnecessário de modo a por parte do dos que não
whatsapp em
do whatsapp s e focar nos despertar professor e tem
todas
assuntos da atenção de alunos equipamentos
disciplinas
aula quem quer electrónicos
aprender
Valor 2 3 12 12 6 5 5
% 4% 7% 27% 27% 13% 11% 11%
23
http://www.mcel.co.mz/Portal_Website/Index.jsf?Id=faed8218-d762-424e-aebe-f8e05e3e5d21)
108
sentimos mais uma vez que os alunos, longe do professor interagem com mais
facilidade. Isto é comprovado pelos dados abaixo apresentados, resultado da análise
feita a questionários dirigidos, posteriormente, aos alunos que participaram desta
experiência, conforme se vê na tabela abaixo:
Tabela n o 15: pontuação da experiência do uso das chamadas de conferências (0-10)
Frequência %
Válido suficiente 2 6.3
Boa 14 43.8
Muito Boa 16 50.0
Total 32 100.0
Fonte: o autor com base nos dados do SPSS
A segunda e terceira sessão foram realizadas com 6 grupos de 5 elementos cada,
onde debateram-se os temas: o acto e a potência e a essência e a existência,
respetivamente. Foram duas sessões muito bem discutidas, onde os alunos
mostravam muito interesse pela compreensão dos aspectos em debate. Estes
colocavam dúvidas, davam suas opiniões e por vezes saíam do foco na tentativa de
explicar suas posições. Auscultados os estudantes sobre estas experiências do uso
das CCf na aprendizagem, pronunciaram-se nos seguintes termos:
Gráfico 14:aspectos positivos do uso das chamadas de conferência
20 18
18
16
14 12
12
10
8 6
6
4 2
2 56% 19% 38% 6%
0
Facilidade de troca de Abertura para colocação Maior interação da turma Outros
informações e opiniões de dúvidas a turma no tratamento da matéria
entre colegas da aula
valor %
Frequência Porcentagem
Válido Replicadas 32 100%
Fonte: o autor com base nos dados do SPSS
As razões apontadas pelos alunos como justificação da necessidade de se replicar a
experiência estão relacionadas, segundo eles, com o facto de a estratégia ajudar
seus colegas, mesmo os mais acanhados a darem ideias durante a aula 24 (25%); o
facto de a mesma ajudá-los a interagir muito entre colegas (25%) e a necessidade
de ver todas as turmas a usufruir da mesma experiência (25%). Alguns estudantes
(6%) consideram que a estratégia lhes ajuda a estudar em grupo e a apresentar
dúvidas, mas por outro lado, existem aqueles que não justificaram a necessidade de
replicar a experiência, conforme se pode ver no gráfico abaixo.
24 Passive learners become more engaged and motivated in learning on such an asynchronous
platform. Its default structure enables teachers to easily design and manage an interesting online
course (EKAHITANOND, 2018: 686).
111
9 8 8 8
8
7 6
6
5
4
3 2
2
1 25% 25% 19% 6% 25%
0
Porque ajuda muito Poque ajuda-nos a Porque nem todas as Porque ajuda-nos a sem resposta
os alunos, mesmo os interagir muito com turmas tem privilégio estudar em grupo e
calmos quando sao colegas de usar as CC apresentar duvidas
CCf dão ideias
Valor %
30
25
24
20
15
10
8
5
25% 2 6% 75%
0
Pouca interação dos colegas na Introdução de assuntos não Dificuldades técnicas
aula referentes à aula
Valor %
(25%) e assim como o uso das chamadas de vídeos (19%) e finalmente, aceitar-se o
uso do telemóvel na sala de aulas (6%), conforme o gráfico abaixo:
Gráfico 17: Opinião dos alunos sobre os aspectos a ter em conta no uso das CCf e outras
TIC
18
16
14 16
12
10
8
6 8
4 6
2 25% 19% 2 6% 50%
0
Todas as turmas deviam Usar videos chamadas Aceitar-se o uso do Sem resposta
usar as CC e as TIC Telefone na sala de
aulas
Valor %
Conclusão
Terminamos nossa reflexão com a convicção de que vivemos numa fase de
mudança de mentalidades com o consequente impacto nos processos de
aprendizagem. Sendo assim, são necessárias metodologias novas, mentalidades
abertas e práticas pedagógicas alternativas para aprender, ensinar e, mais
importante, aprender a aprender (SANTOS, MOREIRA & PEIXINHO, 259).
Recordamos ao leitor que a origem deste estudo esteve relacionada, por um lado,
com a permanência das práticas pedagógicas dos professores no processo de
ensino, o que para nós era um pouco inadequado numa sociedade de conhecimento
(aquela caracterizada pelo abundante uso das TIC em todos sectores de actividades
humanas). Por outro, a presença das TIC’s (celulares, ipod, walkman, laptops, redes
sociais, etc.) no recinto escolar mostrava-se prejudicial aos processos de ensino e
aprendizagem, o que deixava os professores e a direção da escola sem outra
alternativa, senão proibi-las ou ao menos procurar formas de regulá-las. Estas
constatações levaram-nos a desenhar esta pesquisa que visava fundamentalmente
encontrar alguns caminhos de como as TIC’s podiam contribuir para a mudança das
práticas lectivas na escola em análise, pois, o nosso entendimento é o de que,
conseguir um sucesso educativo dos jovens de hoje (nativos digitais) é necessário
aliar os processos pedagógicos às ferramentas tecnológicas da actualidade.
Adicionalmente, com base na pesquisa bibliográfica, percebemos que nos dias
actuais, não basta ao professor o conhecimento pedagógico e do conteúdo, mas um
terceiro é imprescindível, o conhecimento tecnológico. Caberá ao professor o
entendimento de que o simples uso da tecnologia na sala não é suficiente para uma
integração tecnológica significativa. Mas é necessário que a pedagogia, a
tecnologia, o conteúdo e acrescentamos o contexto, interajam entre si para produzir
uma experiência educativa mais marcante. Esta constatação advém do facto da
necessidade de aliar a conectividade (predisposição para se conectar de muitos
nativos e imigrantes digitais) aos processos lectivos.
Numa outra vertente, com base em questionários dirigidos aos alunos e professores
e entrevistas semiestruturadas dirigidas à direcção da escola e ao delegado da
disciplina de TIC, foi possível fazer uma resenha do estágio de utilização das TIC na
escola Secundária 29 de Setembro. Desta resenha consta que a escola conta com
32 computadores, dois quadros interativos, um aparelho televisivo para professores
e um projector avariado e não tem uma rede de banda larga (internet). De um modo
115
geral esta quantidade de acervos informáticos é insuficiente para uma escola com
aproximadamente 2500 alunos e 83 professores, ou seja, a escola carece de uma
infraestrutura tecnológica adequada, porém, a mesma tem se desdobrado para que
este material sirva principalmente aos interesses da instituição, com especial
destaque para a disciplina das TIC’s. Foi igualmente possível constatar que a
disciplina das TIC é a única estratégia encontrada pela escola para aproximar os
alunos ao uso das TIC, não obstante alguns professores, por iniciativa própria
usarem as TIC nas suas disciplinas. Na mesma senda, poucos professores tiveram
formação para o uso das TIC no processo de ensino e aprendizagem, dos 12
inqueridos, apenas quatro (33%) tiveram algum tipo de capacitação para o uso no
PEA.
Estes dados mostram que é necessário um esforço por parte da escola para a
formação dos professores para o uso pedagógico das TIC, pois, sem ela nenhuma
utilização satisfatória das mesmas é possível.
Sobre o incentivo dos alunos para o uso das TIC por parte dos professores, 264
(79%) dos 333 inqueridos referiram que seus professores os incentivavam, através
da discussão da matéria da aula nos grupos de Whatsapp e facebook e outros
através de incentivo à digitação de trabalhos de casa e uso da internet e mais
surpreendentemente através das chamadas de conferência. Existe ainda, a
perceção de alguns professores (aqueles que não incentivam o uso das TIC’s) de
que a escola proíbe o uso das TIC e outros preferem que o aluno tenha mais
contacto com material físico. Deste pronunciamento, conclui-se que existem no
mesmo recinto escolar duas alas, uma mais ávida e motivada para o uso das
ferramentas tecnológicas no ambiente pedagógico e outra, pouco receosa e céptica.
Em conversa com o delegado da disciplina das TIC percebeu-se que os professores
fazem mais uso das TIC para questões administrativas do PEA, como a elaboração
de pautas, planos analíticos, etc., dado que é da exigência da direcção da escola.
Em conversa com a Directora pedagógica e Director da Escola, pudemos perceber
que a escola tem conhecimento da matéria do despacho no 74
de/GM/MINEDH/2016, e o posicionamento da escola é o de abertura para que os
professores junto com seus alunos encontrem formas de uso das TIC’s nas aulas,
sem o prejuízo do estabelecido no despacho. Foi do Director que soubemos da
existência na escola, de grupos de Whatsapp de biologia, química, matemática e
comité das olimpíadas; grupo das ZIP (Zona de Influência Pedagógica), grupo do
116
colectivo da direcção da escola, entre outros. Isto mostra que a escola tem um
histórico muito forte no uso do Whatsapp, com especial destaque para gestão
administrativa. Algo pouco comum que constatamos, foi o uso do mesmo grupo de
Whatsapp por todos os professores da mesma disciplina (por exemplo o cube de
biologia), o que revela que os grupos eram mais usados para transmissão e troca de
informações e de vez em quando, para resolução de problemas mais exigentes da
disciplina (exames dos anos anteriores, preparação dos exames, etc.,).
No que concerne ao despacho no 74 de/GM/MINEDH/2016, vimos que tanto os
alunos como os professores inquiridos, na sua maioria, 83% e 58% respectivamente,
tinham conhecimento do teor do despacho. O seu posicionamento perante esta
medida foi o de que ela é justa, pois, vem disciplinar o uso as TIC na sala de aulas.
Antes da experiência por nós realizada (do uso do Whatsapp e chamadas de
conferência) e antes da publicação do despacho n o 74, percebemos que alguns
professores já faziam uso de algumas redes sociais nos moldes descritos acima,
usavam ainda os quadros interativos, computadores e projector, bem como as
chamadas de conferência. Após a publicação do despacho, a aderência ao uso das
TIC’s é avaliada pela maioria de alunos inqueridos de razoável (30%) à fraca (32%),
enquanto que os professores, 58% deles referiram que continuam usando,
contrariamente a 42% que abandonaram seu uso (pelo menos pedagógico). Isto
mostra-nos que uma maioria não muito significativa (58%) entendeu os propósitos
do despacho e por isso continuam usando as TIC’s no contexto pedagógico. Mesmo
sabendo que maior parte dos professores do ensino secundário tem o nível superior,
é importante que a escola através de programas de formação dê incentivos aos
professores para que eles sejam digitalmente fluentes e assim usem as TIC’s sem
nenhuma ansiedade ou dificuldade.
Do ponto de vista das experiências mais marcantes identificadas na ES_29/9, há
que destacar o uso das redes sociais (especialmente o Whatsapp) e as chamadas
de conferência, o que de certo ponto demonstra a grande influência que estas redes
têm no domínio das actividades humanas.
No referente aos constrangimentos encarrados pelos professores e alunos no uso
das TIC nas aulas, foram destacados os seguintes: a falta de internet na escola, a
falta de tomadas eléctricas nas salas de aulas, falta de habilidades para o uso das
TIC’s, insuficiência de equipamentos informáticos ou quando existem, o seu estado
de conservação e atualização não é dos melhores. Isto significa que, por um lado, é
117
pequenas iniciativas de integração das TIC’s nos processos pedagógicos, para que
os professores não se sintam à margem das práticas comuns vigentes na escola. A
tudo que já referimos, acrescentamos mais um “condimento” não menos importante,
a formação do professor e do aluno para o uso pedagógico das TIC’s. Como
pudemos ver ao longo do trabalho, parte dos constrangimentos do uso das TIC’s no
PEA derivam do fraco domínio do seu uso (especialmente pedagógico). Fomos
percebendo que algumas dificuldades (técnicas) foram diminuindo devido às
sessões de sensibilização e capacitação dos professores e alunos em matérias de
uso das TIC’s no PEA, o que em parte confirma a nossa 1a hipótese, segundo a qual
“a capacitação dos professores e alunos no uso das Tecnologias de informação e
comunicação como recursos de ensino pode contribuir para a mudança das práticas
lectivas”. Estamos convictos de que a experiência e o acompanhamento que demos
aos alunos e professores irá despertar (conforme vimos ao longo do trabalho) não
apenas aos que estiverem directamente implicados na pesquisa, mas a toda
comunidade, a necessidade de mudança das práticas convencionais de ensino. Isto
confirma, igualmente, a 2a hipótese do nosso trabalho, pois, com o trabalho posto
em prática percebemos que havia muita entrega por ambas as partes para o uso das
TIC’s nas práticas pedagógicas. Acreditamos que um trabalho contínuo deste
género por parte da direcção da escola ou outras entidades vai incentivar muitos a
pautarem pelas práticas actuais de ensino (aquelas que aliam as TIC’s como
verdadeiros recursos de ensino).
Sugestões e pistas para futuras investigações.
Para o ensino secundário sugerimos que o uso das plataformas aqui descritas e
outras possíveis redes sociais (como facebook, Twitter, Google classroom ou
Google+, etc.) fossem inseridas num modelo blended-learning, ou seja, aquele
modelo que agrupa duas realidades: presencial e virtual, e que uma não coloque em
causa a outra. Isto permitirá conforme vimos ao longo da nossa experiência, a
“elasticidade” da sala de aulas, o bloqueio dos limites temporais da aula e uma
maximização das oportunidades de contacto e aprendizagem entre o aluno e o
professor;
Somos de opinião ainda que, os professores procurassem na medida do possível
aproximar os seus alunos ao uso pedagógico das TIC’s, pois, só desta maneira
podemos reduzir o uso irresponsável dos mesmos e ampliamos as possibilidades de
o aluno resolver os seus problemas sociais a partir do uso que fará dessas
120
tecnologias. Para isso, é crucial que o professor entenda que o futuro dos alunos do
nosso tempo é o domínio das ferramentas de tratamento da informação e sendo
assim, aliar a educação às TIC’s não deve ser entendido como mero capricho, mas
uma necessidade premente;
A isto, acrescenta-se a sugestão de, na cadeira de TIC (disciplina do currículo do
ESG) se aborde temas relacionados com as redes sociais e sua influência na
aprendizagem, para que os alunos deixem de vê-los como simplesmente
ferramentas de diversão;
À direcção da escola e aos professores sugerimos que, a partir de experiências
positivas de alguns professores, se repliquem tais experiências para toda
comunidade escolar, através de encontros de capacitação ou reflexão das práticas
pedagógicas ou outros eventos similares; esta será com certeza, uma maneira de
valorizar as iniciativas pessoais e incentivar uma cultura de criatividade e reflexão no
seio da escola;
Será ainda da responsabilidade da direcção da escola, criar condições (materiais e
outras) como a provisão de internet, computadores, etc., principalmente para os
alunos das camadas sociais desfavorecidas, de modo que estes tenham um lugar
onde possam ter acesso à informação e desta forma, a escola deixará de funcionar
como um mecanismo de exclusão social;
Caberá ainda à direcção da escola, a criação de parcerias com instituições do
ensino superior ou não, de modo que alguns professores possam frequentar cursos
de reciclagem, por forma a adequar suas práticas pedagógicas aos modelos
filosóficos de ensino da actualidade;
Como pistas para futuras pesquisas, propomos que, ao contrário desta pesquisa que
foi de âmbito mais geral, se centrasse no estudo de certas redes sociais na
leccionação de certas disciplinas em concreto, com vista a verificar sua eficácia
especifica. Assim, por exemplo, mais pesquisas podiam focalizar o uso do facebook
no nosso contexto escolar na leccionação de uma disciplina especifica, dada a
popularidade desta ferramenta; por um lado, por outro, estudos mais práticos que
avaliam o impacto das redes sociais na motivação e desempenho pedagógico dos
alunos seriam mais viáveis.
Estudos alargados, relacionados com o nível de utilização das TIC’s nos processos
de ensino e aprendizagem após a publicação do despacho no 74
de/GM/MINEDH/2016, nas escolas secundárias seriam pertinentes, de modo avaliar
121
Bibliografia
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e ouvir. 2a ed., Petrópolis: Editora Vozes, 2004
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33. LÜDKE, Menga & ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens
Qualitativas, 2a ed., Rio de Janeiro: EPU, 2015
34. MARCONI, Maria de Andrede & LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica, 6a
ed., São Paulo: Editora Atlas S.A, 2011
35. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos,
resenhas, 5a ed., São Paulo: Editora Atlas S.A, 2003
43. PILETTI, Claudino. Didáctica Geral, 23a ed., São Paulo: editora ática, 2004
44. PRENSKY, Marc. Digital natives, Digital Immigrants, Part 1, NCB University
Press, Vol.9, no 5, September/October, 2001. Disponível em
http://www.emeraldinsight.com/doi/pdfplus/10.1108/10748120110424816,consult
ado no dia 26/04/2017
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Curriculum, 2013. Disponível
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Technology%20Integration%20Frameworks%20for%20the%20K-
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https://llk.media.mit.edu/papers/mres-wef.pdf, consultado em 17/06/2018
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Desafios e Oportunidades, 1a ed., São Paulo: Paulinas, 2012
50. RODRIGUES, Alessandra; DE ALMEIDA, Maria Elizabeth & VALENTE, José
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de pós-graduação à escola, Universidade do Minho: Revista Portuguesa de
127
66. WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação, 10a ed., Lisboa: Editorial Presença,
2009
129
Apêndice 1
__________________________________________________________________________
________
131
Apêndice 2
__________________________________________________________________________
______
8.Quais são os principais constrangimentos no uso das TIC que a escola enfrenta.
__________________________________________________________________________
__
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________Fim
133
Apêndice 3
25Por Tecnologia aqui, se entendem os computadores, celulares, plataformas virtuais como whatsap,
facebook, youtube, quadros interativos, projectores, etc. que podem facilitar ou viabilizar o PEA na
aula e fora dela.
134
6. Que constrangimentos encarra no uso das TIC na sala de aulas ou fora dela
___________________________________________________________________
___
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
____________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__ Fim
135
Apêndice 4
b) a medida não é correcta, pois, desmotiva o uso das TIC nas aulas ____
c) outra
__________________________________________________________
______________________________________________________________
___
6. Após a publicação do referido despacho, como é que avalia a aderência dos
alunos e professores no uso das TIC nas aulas?
a) E Fraca porque quase ninguém usa TIC na aula______
b) A aderência é razoável porque nem todos alunos e professores usam as
TIC_____
c) é Boa porque na escola quase todos usam as TIC ____
d) Muito Boa porque todos usam as TIC_____
e) péssima, porque todos somos proibidos de usar as TIC na Escola_____
f) outra avaliação
____________________________________________________
______________________________________________________________
___
7.Que dificuldades você encarra para o uso das TIC nas aulas
a) Falta de conhecimento no uso das TIC_____
b) Não tenho acesso a internet_____
c) Proibição do Uso das TIC na Sala______
d) Na Escola não tenho acesso a internet nem computador____
e) Outras
________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
______
Fim
137
Apêndice 5
Avaliação da Experiência
No Final desta experiência, o professor e os alunos responderão a um questionário
para deixarem a sua opinião sobre a experiência pela qual passaram, assim como a
sua opinião sobre os aspectos positivos e negativos derivados do uso da plataforma
em causa no processo de ensino e aprendizagem.
Questionário dirigido aos alunos que participaram da experiência do uso do Whatsapp no PEA
O presente questionário pretende obter suas opiniões sobre a experiência do
whatsapp em que esteve envolvido(a). O seu objectivo principal é identificar as
potencialidades e/ou lacunas observadas ou sentidas no uso desta plataforma no
processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, pedimos a sua total colaboração!
Classe _________ Turma __________
1. Da experiência que viveu do uso do Whatsapp nas aulas, dê uma pontuação
de 0 a 10
a) 0 – 5 (___) [suficiente]
b) 5 -7 (___) [Boa]
c) 7-10 (___) [Muito boa]
2.Da Experiência que esteve envolvido(a), destaque os aspectos positivos que
mais te marcaram.
a) Facilidade de troca de informações e opiniões entre colegas (___)
b) Fortificação do espírito de grupo (___)
c) Abertura para colocação de dúvidas a turma (___)
d) Maior interação da turma no tratamento da matéria da aula (____)
e) Outro(s),
Indique______________________________________________________
___________________________________________________________________
___
3. Da Experiência que esteve envolvido(a), destaque os aspectos negativos
que te marcaram.
a) Pouca interação dos colegas na aula (____)
b) Introdução de assuntos não referentes à aula (____)
c) fraca satisfação de dúvidas por parte do professor (____)
d) Outro (s), indique
_____________________________________________________
___________________________________________________________________
___
___________________________________________________________________
___
4. Acha que a experiência pela qual passou, devia ser replicada ou evitada
para os outros alunos?
a) Replicada (____) b) Evitada (____)
b) justifique sua escolha.
__________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
______
5.Que aspectos achas que deviam ser observados para aproveitar melhor o
Whatsapp e outras TIC no processo de ensino e aprendizagem?
___________________________________________________________________
139
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________
Apêndice 7
Questionário dirigido aos alunos que participaram das chamadas de conferência
no PEA
___________________________________________________________________
____________________Fim
O presente questionário pretende obter suas opiniões sobre a experiência do uso das
Chamadas de Conferência em que esteve envolvido(a). O seu objectivo principal é
identificar as potencialidades e/ou lacunas observadas ou sentidas no uso dessa plataforma
no processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, pedimos a sua total colaboração!
Classe _________ Turma __________
1. Da experiência que viveu, do uso das chamadas de Conferência nas aulas,
dê uma pontuação de 0 a 10
a) 0 – 5 (___) [suficiente]
b) 5 -7 (___) [Boa]
c) 7-10 (___) [Muito boa]
2.Da Experiência que esteve envolvido(a), destaque os aspectos positivos que
mais te marcaram.
f) Facilidade de troca de informações e opiniões entre colegas (___)
g) Abertura para colocação de dúvidas a turma (___)
h) Maior interação da turma no tratamento da matéria da aula (____)
i) Outro(s),
Indique______________________________________________________
___________________________________________________________________
___
3. Da Experiência que esteve envolvido(a), destaque os aspectos negativos
que te marcaram.
a) Pouca interação dos colegas na aula (____)
b) Introdução de assuntos não referentes à aula (____)
c) fraca satisfação de dúvidas por parte do professor (____)
d) Dificuldades técnicas (______)
e) Outro (s), indique
_____________________________________________________
___________________________________________________________________
___
___________________________________________________________________
___
4. Acha que as chamadas de conferência deviam ser replicadas ou evitadas
para outras turmas?
a) Replicadas (____) b) Evitadas (____)
140
___________________________________________________________________
___
4. Acha que o uso de Whatsaap na leccionação devia ser replicado ou evitado
para outras turmas?
a) Replicado (____) b) Evitado (____)
b) justifique sua escolha
_________________________________________________
___________________________________________________________________
__
___________________________________________________________________
__
5.Que aspectos acha que deviam ser observados para aproveitar melhor a
plataforma Whatsapp e outras TIC no processo de ensino e aprendizagem?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
____________Fim
142
Apêndice 9
aprendizagem?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
____________Fim
144
Apêndice 10
Apêndice 11
Procedimentos para efectuar chamadas em conferência na operadora Mcel