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The article is an attempt to find answers to current problems related to the integration
of ICTs in teaching and learning processes, especially Whatsapp. We found out on the
place of study, that instead of the ICTs contribute to the students' learning, they often
disturb, which culminate, sometimes, with its prohibition. Therefore, our goal was to
reflect on how ICTs (especially Whatsapp) can contribute to the TLP at the school in
focus. Based on a bibliographic and field study, through an action research, with the
aid of interviews and questionnaires as techniques of data collection and content
analysis and statistical analysis (SPSS), as data analysis techniques. The sample was
347, among teachers, students and school management. The results are very
encouraging, because we realized that the students learned more, since they were
comfortable to put questions to the teachers and they deepened their classes more,
given the elasticity of the strategy. However, some limits are imposed, such as the
difficulty of keeping up with all students and the proliferation of non-class information
in Whatsapp groups, which challenges the teacher to properly plan it’s use.
Introdução
Numa sociedade tecnológica, não será
paradoxal considerar uma educação tecnológica
opcional? (OLIVEIRA, 2002)
O surgimento, desenvolvimento e massificação das tecnologias de informação e
comunicação aceleraram o fluxo das mudanças significativas no plano social e cultural
dos povos, que desde já, tornaram-se digitais. No plano intelectual, com especial
enfoque para a educação, essas mudanças são notórias mesmo a uma considerável
distância, (RICCIERI, 2012). Neste contexto, as práticas lectivas dos professores, em
especial nas escolas secundárias, demandam mudanças significativas, tendo em
conta que o aluno a formar hoje, já se encontra profundamente influenciado por estas
tecnologias. O Whatsapp é uma destas tecnologias que tem marcado profundamente
a vida dos jovens actuais, deste modo, reflectir sobre o modo como esta plataforma
pode contribuir para as suas aprendizagens, não é apenas uma tarefa necessária,
mas oportuna, com vista a desvendar as suas potencialidades e limitações no campo
educativo.
Conforme sabemos, o governo introduziu o uso das TIC no ensino secundário em
2008 e o que se esperava, era que as TIC permitissem a melhoria da qualidade dos
processos de ensino e aprendizagem e de gestão escolar e, promovessem o acesso
à educação, (MINED, 2011: 10-11). Adicionalmente, INDE & MINED (2007: 50)
referem que as TIC’s ao nível Secundário seriam usadas como meio de ensino das
diferentes disciplinas, para encorajar os alunos a usá-las para resolução de problemas
escolares, buscar e sistematizar informações e sua utilização interativa.
Contrariamente a isto, constatamos na escola em análise que ao invés de incentivar-
se os alunos ao uso das TIC’s (em especial o Whatsapp) para resolver seus assuntos
escolares, muitos professores “proibiam” o seu uso na sala de aula, e por vezes, na
escola. Esta constatação levou-nos a questionar “de que modo o Whatsapp pode
contribuir para as aprendizagens dos alunos na escola” de modo a evitar-se o seu
banimento no contexto educativo.
O artigo buscou analisar o modo como o Whatsapp pode contribuir para o ensino e
aprendizagem na escola secundária 29 de setembro da Maxixe. Como objectivos
específicos destacam-se: (i) identificar experiências positivas por parte dos
professores, do uso das TIC no campo educativo; (ii) indicar com base em uma
experiência prática, estratégias que garantam a utilização do Whatsapp de forma
crítica e criativa no processo de ensino e aprendizagem.
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1.Enquadramento Teórico
1.1. Tecnologias de Informação e Comunicação e sua Relação com a Educação
A palavra tecnologia provém do grego, tecnologia – téchne, arte+logos, tratado). É
tida como a teoria geral e estudos especializados sobre os procedimentos,
instrumentos e objetos próprios de qualquer técnica, arte ou ofício; técnica moderna
e sofisticada (AA. VV, 2003:1412).
De princípio tecnologia é tudo aquilo que foi criado pelo ser humano para satisfazer
as suas necessidades, desde o ferro de engomar, eletricidade, comboio, até o simples
alfinete. No campo das pesquisas sobre tecnologias no contexto educativo, termos
como tecnologias de informação (TI), tecnologias de informação e comunicação (TIC)
e tecnologias digitais (TD) perfazem os estudos de vários autores, como esclarece
SALAVATI (2016: 7-8)
De alguma forma as diferenças entre os termos mencionados não são muito notórias,
contudo, tem se usado os termos TI e TIC como aquelas tecnologias tradicionais, que
incluem livros impressos, quadros pretos e brancos, papel, caneta e giz. E as
tecnologias digitais (de informação e comunicação) como sendo aquelas tecnologias
mais avançadas, que englobam a internet, vídeo digital, sistemas operacionais,
softwares, navegadores da Web, programas de email e processadores de texto, etc.,
(Idem). O uso do termo TIC neste artigo deve ser entendido como a menção aos
últimos avanços tecnológicos, ou seja, como sinónimo de tecnologias digitais, tidas
como os meios informáticos e os conhecimentos com eles relacionados, com vista a
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To be truly fluent in a foreign language, you must be able to articulate a complex idea or tell an
engaging story; in other words, you must be able to “make things” with language. Analogously, being
digitally fluent involves not only knowing how to use technological tools, but also knowing how to
construct things of significance with those tools,
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ou seja, vemos nesta fraqueza, uma potencialidade, na medida em que se pode partir
dos erros cometidos pelos alunos no grupo, e introduzir lições correspondentes de
aprendizagem sobre eles.
Outra pesquisa no âmbito do uso do Whatsapp foi de Sansão Albino Timbane,
Margarete Axt e Evandro Alves, cujo título da sua publicação consta como: o celular
na escola: vilão ou aliado? Importa salientar que esta foi realizada no contexto
moçambicano. Seus resultados mostram que
(..) a utilização destes aplicativos pelos professores com os seus
alunos em contexto de aprendizagem escolar possibilitou o
acesso a um volume maior de informações o qual não seria
possível em sala de aula convencional, promoveu o debate das
dúvidas dos alunos através da comunicação instantânea
individual e no grupo de bate-papo, favoreceu a socialização
dos alunos e proporcionou um aumento significativo das suas
aprendizagens cognitivas, técnicas e éticas. Aqui o uso do
celular em contexto escolar revelou-se um aliado da
aprendizagem, (TIMBANE, AXT & ALVES, 2015: 769).
Estas constatações de alguma forma demonstram que o uso racional (planificado e
organizado) das tecnologias digitais pode trazer ganhos no processo de educação dos
jovens actuais, muitos deles nativos digitais. Sendo assim, o maior desafio das
escolas é a planificação curricular destes dispositivos de ensino do nosso século. Não
podemos continuar a fazer a educação como ela foi feita a milhões de anos atrás.
Em suma, neste novo modelo de ensino a aprendizagem deve ser activa, resultado da
actividade cognitiva do aluno, sobre os aspectos mais relevantes da vida social, para
que ela seja mais significativa possível. Diríamos mesmo, nas palavras de SANCHO
& HERNANDEZ (2006), que a missão da escola e do ensino, é a de investir na
capacidade do aluno de adquirir sua própria educação, o que significa fazer do aluno
um ser independente, com capacidades de aprender a aprender, como requisito da
aprendizagem ao longo de toda a vida, (DELORS et. al, 2003).
Conforme podemos perceber da tabela, mais de 66% dos professores não tiveram
nenhum tipo de formação ou capacitação para o uso das TIC, o que de certa forma,
pode não contribuir para o seu uso.
Lembremos que, conforme sustenta DE PABLOS (2006: 73), a formação pedagógica
dos professores se converte num dos factores-chave para o uso das TIC como uma
oferta pedagógica útil. Sem esta formação, as tecnologias não passam de simples
ferramentas sem proveito no PEA.
2.2. Experiências do uso das TIC no Processo de ensino e aprendizagem
(professores e alunos)
Neste ponto, pretendíamos reunir todas as experiências dos professores e alunos no
tocante ao uso das TIC nas actividades lectivas.
a) Professores
De acordo com o gráfico abaixo, podemos destacar que muitos são os recursos
tecnológicos usados pelos professores, com destaque para as redes sociais
(Whatsapp/facebook) com 50% de votos, em seguida, o computador e a internet, o
projector e o quadro interativo, aprecem como recursos auxiliares em segundo lugar,
com uma média percentual de aproximadamente 42% e em terceiro lugar, aparecem
as chamadas de conferências, com uma percentagem de 23%.
Gráfico 1: Recursos tecnológicos usados pelos professores no PEA
8 6
6 5 5 5
4 3
2 41.67% 41.67% 50.00% 41.67% 25.00%
0
Redes sociais
Computador e Chamadas de
Projector (whatsapp/Faceboo Quadro Interativo
internet conferência
k)
Nr. De casos 5 5 6 5 3
percentagem 41.67% 41.67% 50.00% 41.67% 25.00%
a) Alunos
Questionados os alunos se usavam as TIC com seus professores no PEA, 72.1%
afirmou que usava e os restantes 27,9 % referiram que não usavam, conforme indicam
os resultados da tabela a seguir.
Tabela 2: uso das TIC no PEA entre alunos e professores
180 161
160
140 128
120 93
100 88
80
60
40 21 23
20 48.3% 38.4% 26.4% 6.3% 6.9% 27.9%
0
Projectores e Whatsapp ou Quadro Chamadas de
Email N/A
computador Facebook Interativo Conferência
Nr de Casos 161 128 88 21 23 93
% 48.3% 38.4% 26.4% 6.3% 6.9% 27.9%
Parte II
2.3. Potencialidades e limites uso do Whatsapp no processo de ensino e
aprendizagem
Importa, pois, mencionar que foram inclusos para esta experiência, primeiramente, os
professores de química (1), biologia (1), história (1), inglês (1) e filosofia (1). Com o
desenrolar da pesquisa, fomos encarando dificuldades de acompanhamento
pormenorizados dos grupos, o que nos fez reduzir a amostra para dois professores
(biologia e inglês).
A escolha desses professores teve como critérios, primeiro a predisposição de cada
um de participar da pesquisa e de seguida, a necessidade de diversificação das
disciplinas, para que pudéssemos colher de diferentes áreas disciplinares, possíveis
especificidades a ter em conta na aplicação das ferramentas tecnológicas escolhidas.
Para o alcance dos nossos objectivos, apostamos na sensibilização dos professores
e alunos escolhidos, através de algumas sessões de debate (Infoalfabetização), sobre
as potencialidades de algumas plataformas (Youtube, Google+, Whatsapp, Facebook,
etc.) e alguns equipamentos tecnológicas (celular, computador, quadro interativo) no
âmbito do processo de ensino e aprendizagem.
Da experiência prática efectuada notamos, conforme o gráfico a seguir:
Gráfico 3: alguns aspectos positivos do uso do Whatsapp nas aulas
40 35
30
20 16
7
10 4
78% 9% 36% 16%
0
Facilidade de troca de Fortificação do espirito de Abertura para colocação de Maior interação da turma
informações e opiniões grupo dúvidas a turma no tratamento da matéria
entre colegas da aula
Valor %
3como sendo uma abordagem pedagógica que combina as oportunidades de eficácia e socialização
da sala de aulas com as possibilidades de aprendizagem online
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Que uma grande percentagem dos alunos (78%) admite que a estratégia facilitou a
troca de informações e de seguida, possibilitou a abertura para a colocação de
dúvidas à turma (36%), para além de permitir maior interação dos alunos no
tratamento da matéria da aula (16%). Estas constatações estão relacionadas ao que
anteriormente referimos, ao facto de as redes sociais, em especial o Whatsapp
possibilitar uma “liberdade” ao aluno, a sensação de não estar dentro das quatro
paredes da escola (muitas vezes opressiva), deixa o aluno mais a vontade; essas são
algumas características da aprendizagem digital, também chamada de conectivismo
ou aprendizagem em rede (SANTOS, MOREIRA & PEIXINHO, 7-8).
Relativamente aos professores, a esta pergunta, referiram que a estratégia permitiu o
aprofundamento de vários assuntos, o esclarecimento de muitas dúvidas e o
desenvolvimento das capacidades discursivas nos alunos, conforme constatou
também, EKAHITANOND (2018). A estas potencialidades, acrescenta-se mais uma
(ao nosso ver), a participação de muitos estudantes (pelo menos aqueles com
smartphones) nos debates.
Com base em análise de conteúdo dos grupos, notamos por exemplo, na disciplina
de inglês, que o professor facilmente fazia retificações linguísticas dos discursos dos
alunos. Portanto, os erros cometidos pelos alunos serviam de base para correções
(no sentido positivo) ou recapitulações. Isto permite, na óptica de EKAHITANOND
(2018), o aprimoramento da capacidade crítica dos alunos, através da leitura dos
discursos dos colegas e dos feedbacks do professor. Já na disciplina de biologia
notamos que os intervenientes se sentiam à vontade para a introdução de discursos
multimídia (vídeo, voz, imagens e textos) nas suas explicações, o que eleva bastante
a possibilidade de comunicação e de entendimento da matéria pelos intervenientes.
No tocante às limitações da plataforma, há que destacar: a proliferação de
informações pouco relevantes/desnecessárias para os interesses do grupo, ou seja,
alguns alunos usavam essa plataforma simplesmente para conversas banais (71% de
alunos); dificuldades de acompanhamento de todos os alunos, principalmente aqueles
desprovidos de recursos eletrónicos compatíveis com Whatsapp, o que desafia o
professor a planificar adequadamente o uso desta plataforma nas aulas.
Nesta experiência optamos por criar pequenos grupos dentro de cada turma e cada
grupo devia ter um representante com um aparelho compatível com a plataforma, e
deste modo, o grupo seria responsável pelas interações no grupo maior da turma, e
pouco individualmente. Isto permitiu, de certa forma, a fortificação do trabalho em
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Considerações finais
Terminamos nossa reflexão com a convicção de que vivemos numa fase de mudança
de mentalidades com o consequente impacto nos processos de aprendizagem. Sendo
assim, são necessárias metodologias novas, mentalidades abertas e práticas
pedagógicas alternativas para aprender, ensinar e, mais importante, aprender a
aprender (SANTOS, MOREIRA & PEIXINHO, 259).
O Whatsapp é sem duvidas, uma das alternativas que podem contribuir para o
sucesso do processo de ensino e aprendizagem, deste que as práticas e modelos de
ensino também sejam repensados. Vivemos numa era da sociedade de
informação/conhecimento e o grande desafio da escola do século XXI, não é muito
ensinar o aluno a aprender, mas aprender a aprender (DELORS, 2003), o que significa
doptar o aluno de independência, da capacidade de buscar, guardar, transformar e
divulgar o conhecimento e não mais memoriza-lo. Ou seja, a função principal da
escola neste seculo, é de ensinar o aluno a lidar com as tecnologias de informação e
comunicação para sua aprendizagem, e o Whatsapp é sem dúvidas, a tecnologia mais
presente na vida dos jovens. Da experiência que tivemos, notamos algumas
potencialidades como é o caso da facilidade de troca de informações entre os
intervenientes da práxis pedagógica, abertura na colocação de dúvidas e
aprofundamento das matérias da aula (presencial). Com o Whatsapp, os limites
temporais e espaciais já não fizeram muito sentido, pois, os alunos podiam interagir
com o professor ou entre eles a qualquer hora que pudessem.
No uso desta plataforma, há que ter em conta, a dificuldade de acompanhamento de
todos, a incidência no grupo de assuntos desnecessários nos grupos. Isto, impõe aos
professores, por um lado, um cuidado redobrado aos mais necessitados, uma
planificação do uso dos recursos tecnológicos nas aulas será necessária, para garantir
a participação de todos nos debates e/ou sessões de aprendizagem. Por outro, que a
escola integre formalmente o uso destes tipos de plataformas nas aprendizagens dos
alunos, de forma a evitar o seu uso esporádico por aqueles professores mais
“ousados” e consequentemente a sua desvalorização pelos alunos, conforme
constatou GASAYMEH (2017).
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Referencias bibliográficas
1. A.VV. Dicionário Universal de Língua Portuguesa, 3a ed., Maputo: Moçambique
Editora, Lda, 2003
dia 14/04/2017
11. LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? – Novas exigências
educacionais e profissão docente, 13a ed., São Paulo: Cortez editora, 2011
13. PRENSKY, Marc. Digital natives, Digital Immigrants, Part 1, NCB University Press, Vol.9,
no 5, September/October, 2001. Disponível em
http://www.emeraldinsight.com/doi/pdfplus/10.1108/10748120110424816 ,consulta
do no dia 26/04/2017
14. RICCIERI, Pina. Formação ao Alcance de Um Clique: Comunicação Digital – Desafios e
Oportunidades, 1a ed., São Paulo: Paulinas, 2012
15. SALAVATI, Sadaf. Use of digital Technologies in education – the complexity of teacher’s
everyday pratice, Sweden: Linnaeus University Press, 2016. Disponível em:
https://www.diva-portal.org/smash/get/diva2:1039657/FULLTEXT01.pdf,
consultado em 03/10/2017
16. SANCHO, Juana Maria & HERNÁNDEZ, Fernando Tecnologias para Transformar a
Educação, Porto Alegre: Artmed, 2006
17. SANTOS, Arnaldo; MOREIRA, Lúcia & PEIXINHO, Filipe. Projectos de e-learning –
inovação, implementação e gestão, Lisboa: LIDEL-edições técnicas, dezembro de 2014
18. TIMBANE, Sansão Albino, AX, Margarete & ALVES Evandro. O Celular na Escola: Vilão
ou Aliado! Nuevas Ideas en Informática Educativa TISE, 2015. Disponível em:
http://www.tise.cl/volumen11/TISE2015/768-773.pdf, consultado em 06/10/17