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Língua Portuguesa:

Morfologia
Verbos: Estrutura e Funcionamento na Língua

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Nelci Vieira de Lima

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Silvia Augusta de Barros Albert
Verbos: Estrutura e
Funcionamento na Língua

• Introdução;
• Categorias Verbais: Número, Pessoa, Modo, Tempo, Voz e Aspecto;
• Tempo;
• Voz;
• A Estrutura Morfológica do Verbo;
• Usos Verbais no Português Brasileiro;
• Teoria das Valências: Outra Perspectiva de Estudo dos Verbos.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Compreender a estrutura morfológica do verbo na Língua Portuguesa;
• Rever o estudo do verbo da perspectiva da gramática tradicional, de maneira crítica e reflexiva;
• Apreender novas perspectivas de estudo do verbo para produção de conhecimento;
• Considerar a teoria das valências como outra perspectiva de estudo dos verbos.
UNIDADE Verbos: Estrutura e Funcionamento na Língua

Introdução
Para iniciarmos o estudo dos verbos, mais uma vez, reforçamos que descrever uma
língua implica distinção entre forma, significado e função. Tendo em vista que forma e
significado são indissociáveis e que a função é determinante para a atuação linguística,
percorreremos nessa unidade a forma, por meio do estudo da estrutura morfológica do
verbo na Língua Portuguesa e avançaremos em nossas reflexões, abordando a função
dos verbos na estrutura da língua e na produção de sentidos na leitura e na escrita. Dessa­
forma, nesta unidade, mais uma vez, propõe-se um estudo morfossintático do verbo.
Tradicionalmente, diz-se que verbo é a palavra que indica estado, ação ou fenômeno
da natureza, mas será que essa definição é suficiente? Vamos observar algumas defini-
ções dadas por gramáticos e linguistas, para ampliar nossa reflexão e, assim, responder-
mos a essa pergunta. Para os gramáticos Celso Cunha e Lindley Cintra (2008, p. 393)
“verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um aconteci-
mento representado no tempo”; já o Prof. Evanildo Bechara (2009, p. 209), importante
gramático da atualidade, define verbo como “unidade de significado categorial que se
caracteriza por ser um molde pelo qual organiza o falar seu significado lexical”. Essa de-
finição do Prof. Evanildo Bechara aponta para o caráter funcional da língua, levando em
conta os atos de fala relacionados com as funções verbais, tendo em vista: o ato de fala,
o conteúdo desse ato, o acontecimento comunicado e os participantes envolvidos nesse
evento de fala. A nosso ver, ao definir o verbo como “molde”, o autor revela o caráter
nuclear do verbo na oração, o que poderá ser comprovado no decorrer desta unida,
inclusive, com a definição descritivista do verbo, tema do próximo parágrafo.
A conceituação defendida pelo linguista e gramático descritivista, Mário Perini (2016,
p. 179), coloca o verbo como elemento chave para a compreensão das construções ora-
cionais no Português Brasileiro. Outra conceituação bastante interessante é dada pelo
linguista Marcos Bagno (2012, p. 509), em sua Gramática Pedagógica do Português
Brasileiro. Segundo esse estudioso, “mais adequado é definir o verbo com base em suas
características sintáticas, semânticas e pragmáticas”, apresentando o seguinte quadro:

Quadro 1 – Definição de Verbo

palavra que dispõe de um radical e de sufixos próprios: radical (raiz +


Morfossintática vogal temática) + sufixo modo-temporal + sufixo número-pessoal:
falássemos = fal- + -a + -sse- + -mos

o verbo expressa os estados de coisas, ou seja, as ações, os estados e os


Semântica eventos de que precisamos dar conta quando falamos ou escrevemos.

“palavra (i) que introduz participantes no texto, via processo de apre-


sentação, por exemplo; (ii) que os qualifica devidamente, via processo
Discursiva de predicação; (iii) que concorre para a constituição dos gêneros dis-
cursivos, via alternância de tempos e modos” (CASTILHO, 2010, p. 396).

Veja só! Já apresentamos quatro definições e ainda temos mais uma! Vamos a ela:
para o linguista Rodolfo Ilari (2014, p. 65):
A história do estudo do verbo é, em grande parte, uma resposta ao pro-
blema de explicar essas flexões. Nas gramáticas tradicionais, essa resposta­

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fala em ‘tempos’, ‘modos’, ‘vozes’, e ‘pessoas’ – uma resposta que dá conta
à sua maneira, da riqueza do paradigma da conjugação verbal em muitas
línguas indo-europeias.
Mas a variedade de formas que compõem o paradigma de conjugação de
um verbo não defectivo é apenas uma das ‘riquezas’ do verbo; o papel
que o verbo desempenha na oração, no discurso e na comunicação é
bem mais complexo do que sugerem aquelas explicações tradicionais.

Depois de tantas definições e citações de linguistas e gramáticos, você deve ter percebido
a importância de compreender o verbo não só em seus aspectos formais, mas também em
relação ao significado e função. Pois bem, começaremos por tratar das categorias verbais,
de maneira similar ao que encontramos na gramática tradicional, acrescida da categoria
“aspecto”, nem sempre abordada nas aulas de língua portuguesa, na escolarização básica.

Categorias Verbais: Número, Pessoa,


Modo, Tempo, Voz e Aspecto
Entre as palavras de inventário aberto, ou seja, aquelas que nos trazem uma ideia men-
tal, o verbo é a que apresenta maior riqueza, pois varia nas categorias de número, pessoa,
tempo, modo, voz e aspecto. Vejamos a especificidade de cada uma dessas categorias:

Número
Trata-se de uma categoria quantificadora, que apresenta o número de participan-
tes no acontecimento comunicado (BECHARA, 2009). Tradicionalmente, por número
compreende-se o singular e plural.
• estudo (singular) – estudamos (plural);
• estudas (singular – estudais (plural);
• estuda (singular) – estudam (plural).

Pessoa
Esta categoria refere-se aos participantes do ato de fala, relacionados aos participan-
tes do acontecimento comunicado (BECHARA, 2009). São três pessoas, relacionadas
com a pessoa gramatical que serve de sujeito do verbo:
• Primeira: aquela que fala – eu estudo (singular) e nós estudamos (plural);
• Segunda: aquela a quem se fala – tu estudas (singular) e vós estudais (plural)1;
• Terceira: aquele(a) (ou aquilo) de quem (ou de que) se fala (o assunto, a pessoa, o
objeto, o fato etc.) – ele, ela estuda (singular) e eles, elas estudam (plural).

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Na língua em uso, na modalidade do Português Brasileiro (PB) o tu corresponde a você e o vós a vocês; no português
de Portugal o tu e o vós mantêm-se em uso coloquial. Um bom exemplo, no PB desse uso é o famoso jingle da Caixa
Econômica Federal, se nunca o escutou, procure-o na Internet e escute. A letra diz assim: “Vem pra Caixa você também,
vem”, o que contraria a norma, uma vez que seria: Vem tu, venha você. Perceba, no entanto, que o efeito melódico não
seria o mesmo se fosse “venha para a Caixa você também, venha” ou, então, “vem pra Caixa tu também, vem”, não é?

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Modo
Os modos verbais são responsáveis por determinar a posição e/ou intencionalidade
do falante em relação à ação verbal. Dessa forma, a ação pode ser considerada pelo
falante como (i.) algo já realizado, algo verossímil; (ii.) algo incerto, algo condicionado ou
desejado; ou ainda, (iii.) a expressão de uma ordem, desejo ou súplica. Os modos verbais
são, respectivamente: Indicativo(i.), Subjuntivo (ii.) e Imperativo(iii.).

Tempo
Diz respeito ao tempo do acontecimento em relação ao momento da fala. Assim, o
enunciado é o momento zero, e o acontecimento pode ser anterior, posterior ou con-
comitante a esse momento zero. Aqui é preciso fazer uma distinção, pois a categoria
verbal de tempo é uma construção linguística do tempo, enquanto o tempo cronológico
é o tempo físico e corresponde a uma dimensão da realidade, que pode ser medido em
horas, dias e semanas.

Linguisticamente, a categoria tempo, em Língua Portuguesa, se divide em presente,


pretérito e futuro, com variações tanto no modo indicativo quanto no subjuntivo. Para
melhor elucidar essa construção linguística do tempo, observe a tabela abaixo:

Tabela 1 – Tempo
Modo subjuntivo Modo Indicativo
Pretérito
Futuro Presente Futuro Pretérito Presente
Imperfeito
• do presente; • perfeito;
• do pretérito. • imperfeito;
• Mais-que-
-perfeito.

A categoria de tempo está associada à categoria de aspecto, que explicaremos mais


à frente.

Voz
Diz respeito aos papéis sintáticos e semânticos dos elementos da sentença em relação
ao verbo. Sintaticamente, temos sujeito e objeto e semanticamente, agente e paciente.
No exemplo a seguir, elucidamos melhor essa categoria:

a) A menina comprou livros novos.


Sujeito Predicado (Verbo transitivo direto + Objeto direto)

b) Livros novos foram comprados pela menina.


Sujeito      Predicado

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Observe que em a o papel sintátido de sujeito é representado pelo arranjo “a meni-
na”. Semanticamente, porém, ela exerce a ação de comprar, assumindo, então, o papel
de agente. Dizemos que a oração expressa na letra a está na voz ativa.

Já em b, temos uma inversão sintática, e o que era representado por objeto em a,


passa a ser sujeito e o que era sujeito passa a ser complemento do verbo. Em b, seman-
ticamente, temos um sujeito paciente, que recebe a ação verbal. Dizemos que a oração
expressa na letra b está na voz passiva.

Repare que na voz passiva, a estrutura sintática de uso verbal fica assim: Verbo auxi-
liar ser + verbo principal no particípio passado: foram comprados.

Tradicionalmente, temos três vozes verbais: a) Voz ativa; b) Voz passiva; c) Voz reflexiva.

Acima você já viu o funcionamento da voz ativa e da voz passiva, vamos ver agora
um exemplo, a voz reflexiva. Enquento na voz ativa o sujeito pratica a ação e na passiva
recebe a ação, na voz reflexiva o sujeito pratica e recebe ao mesmo tempo a ação verbal,
tendo o sujeito os papeis temáticos de agente e paciente ao mesmo tempo:
• João feriu-se com a faca.

A voz passiva divide-se em duas formas: Voz passiva analítica e voz passiva sintética, ou
voz pronominal.

Aspecto
Trata-se de uma categoria semântica do verbo, que diz respeito ao ponto de vista
sobre o estado das coisas, descrito pelo verbo. Em outras palavras, o aspecto verbal
é a expressão do estado de coisas, representado pelo verbo na perspectiva do falante.
Essa categoria é muito pouco explorada didaticamente, em outras palavras, a tradição
escolar não se ocupa de ensinar aos alunos sobre o aspecto verbal. A categoria de as-
pecto, como dito anteriormente, está ligada à categoria verbal de tempo. Dessa forma, o
aspecto verbal diz respeito ao ponto de vista que o falante tem sobre o processo verbal.
Você entenderá melhor essa relação complexa com exemplos práticos, então vamos lá,
observe os pares de frases.

1. A. Amanda é confusa.
1. B. Amanda está confusa.

Observe que nos exemplos 1. A. e 1. B. há uma oposição. Em 1. A temos um traço


permanente de Amanda, ser conjusa, ou seja, em tempo indeterminado, constante.
Já em 1. B. temos um traço temporário de Amanda, estar confusa, em tempo determinado.

2. A. A professora chegou.
3. B. A professora acabou de chegar.

Observe que tanto as orações dadas no exemplo 2. A, quanto 2. B exprimem fatos


concluídos no passado. No entanto, há uma diferença entre as duas orações. Em 2. A há

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um fato concluído e encerrado: A professora chegou. Sabemos que ela chegou, mas sem
precisar quanto isso ocorreu, ou melhor, em que momento do passodo o fato ocorreu.
Já em 2. B a ação expressa pela perífrase ou locução verbal “acabou de chegar”, situa
temporalmente a ação em um momento anterior muito próximo ao momento temporal
zero, ou seja, o tempo do acontecimento é próximo ao momento zero, que que o enun-
ciado é proferido.

Ainda a respeito do aspecto verbal, vejamos o que diz o linguista e gramático Ataliba
de Castilho (2019, p. 418):

Proporei que o aspecto integra o campo simbólico, e o tempo, o


campo dêitico.
Tempo é uma propriedade da predicação cuja interpretação tem de ser
remetida à situação de fala. É assim que se pode representar a anteriori-
dade, a simultaneidade e a posterioridade. Só podemos entender essas
fatias do tempo tomando como ponto de referência o sujeito falante.
O tempo também depende da noção de intervalo ou de duração entre um
ponto e outro. Por outras palavras, o tempo pressupõe o aspecto, mas
este não pressupõe aquele.

Se retomarmos os exemplos 2. A e 2. B: A professora chegou./A professora aca-


bou de chegar, ficará mais fácil entender essa relação existente entre tempo e aspecto
e compreender o porquê de o tempo sempre pressupor o aspecto, como sugere o
Prof. Ataliba de Castilho. Em 2. A, temos a expressão linguística da categoria verbal
de tempo, visto que a ação de chegar, praticada pela professora ocorreu no passado,
revelado por um ponto de vista ou aspecto de ação encerrada. Já em 2. B temos além
da expressão linguística da categoria verbal de tempo, a categoria de aspecto, ou seja, o
ponto de vista do falante sobre o processo temporal da ação: não foi dito apenas que a
professora chegou, mas que ela havia chegado no instante anterior/quase simultâneo ao
instante da fala: acabou de chegar. Para entendermos ainda melhor essa relação entre
tempo e aspecto, suponha o enunciado: A professora está chegando. Nele revela-se
uma fatia temporal, marcada pelo aspecto, o que quer dizer que revela-se o ponto de
vista do falante sobre o processo da ação verbal: no momento simultâneo ao enunciado,
a professora está já a caminho, chegando, uma ação contínua no tempo.

O aspecto pode ser perfectivo, imperfectivo ou iterativo, sendo que os dois primeiros
dizem respeito à face qualitativa do aspecto (CASTILHO, 2019, p. 419), ou dizendo em
outras palavras, dizem respeito a um jogo de oposição de sentidos: fato concluído/fato
não concluído, fato durativo/fato pontual. Já o aspecto iterativo diz respeito à face quan-
titativa da ação verbal, isso quer dizer que diz respeito à ação fracionada no tempo. Você
entenderá melhor esses efeitos de sentido proporcionados por esse jogo de oposição e
também esse caráter fracionado da ação verbal com os exemplos dados a seguir.
• Aspecto perfectivo: Ocorre quando o verbo expressa uma ação pontual, cujo
começo e desfecho coincidem, ou seja, um fato concluído. Ocorrem nesse tipo de
construção os tempos pretérito perfeito e mais-que-perfeito, do modo indicativo.
Exemplo: Ela gastou o salário;
     Ela o amara desde o primeiro instante.

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• Aspecto imperfectivo: Ocorre quando o verbo expressa uma ação não acabada
no tempo, em predicações dinâmicas, em que prevalecem, geralmente, o pretérito
imperfeito e perífrases, ou seja, locuções verbais.
Exemplo: Ela ensinava naquela escola;
A professora começou a ensinar predicação verbal;
A aluna vai continuar lendo o material teórico até o dia da prova.
• Aspecto iterativo: Não se trata de um subtipo novo, é, na verdade, uma quantificação
do imperfectivo e do perfectivo, isto é, uma repetição de uma ação no tempo, ou uma
ação fracionada, que acontece constantemente ou se repetiu em intervalos temporais.
Exemplo: Vestia-se com roupas elegantes, mesmo comprando-nas em brechós;
Naquela época, tomávamos o metrô quase sempre lotado;
Tenho lido o livro sagrado;
Bebericava a tônica, para se distrair e esperar.

Para saber mais sobre as facetas da categoria aspecto verbal e sua relação com a categoria
tempo, proceda a leitura do seguinte artigo.
Disponível em: https://bit.ly/397ATVC

A Estrutura Morfológica do Verbo


Nesta seção, trataremos da estrutura morfológica do verbo, ou seja, de como se dá
sua constituição na Língua Portuguesa. Lembramos, no entanto, que o verbo deve ser
pensado além do radical e das desinências, uma vez que pensar somente sua estrutura
é nos limitarmos à forma, sem pensar no significado e na função.

Você já deve ter percebido que em relação à estrutura, a classe verbal é a que apre-
senta maior diversidade de formas. Se tomarmos, por exemplo, o modo indicativo,
veremos que são mais de trinta formações diversas. Para conferir essa informação,
propomos a você um desafio: Consulte uma gramática ou no link indicado abaixo e
conte na conjugação de um verbo regular, no modo indicativo, quantas formas do mes-
mo verbo você vai encontrar.

Conjugação de verbos, disponível em: https://bit.ly/2MMyHvd

Relembrando a definição morfossintática, o verbo é a palavra que se forma a partir


de: radical + vogal temática + sufixo modo-temporal + sufixo número-pessoal. Sendo
assim, os verbos aceitam morfemas cumulativos, uma vez que suas desinências indicam
dois fatos gramaticais: modo/tempo, pessoa/número.

A estrutura do verbo apresenta, pois, o radical, elemento que traz a sua significação,
acrescida da vogal temática, que indica a que conjugação pertence o verbo, mais soma
de formas mínimas, denominadas desinências, que indicam as flexões do verbo e sina-
lizam na forma verbal as categorias já apresentadas: pessoa, número, tempo e modo.

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UNIDADE Verbos: Estrutura e Funcionamento na Língua

Há na Língua Portuguesa três conjugações verbais caracterizadas pela vogal temática,


são elas:
• Primeira conjugação: verbos que têm vogal temática – a: amar, cantar, estudar,
remar, ficar, etc.;
• Segunda conjugação: verbos que têm vogal temática – e: vender, saber, comer,
correr, etc.;
• Terceira conjugação: verbos que têm vogal temática – i: partir, sorrir, dormir, cobrir, etc.

Na tabela abaixo, é possível observar a fórmula da estrutura verbal, em Língua


­ ortuguesa:
P

Tabela 2
A
V = T (Rd + VT) + F (DMT + DNP)
Verbo = Tema (Radical + vogal temática) +
Flexão (Desinência modo-temporal + desinência número-pessoa)
B
estud a va s
Rd VT DMT DNP
TEMA FLEXÃO
C
estud a va Ø
Rd VT DMT DNP
TEMA FLEXÃO
D
estud á sse mos
Rd VT DMT DNP
TEMA FLEXÃO

No nível A, é possível observar a articulação entre os morfemas verbais na cadeia


sintagmática, ou seja, onde um conjunto de unidades se articulam para formar uma
palavra. O morfema radical é o que carrega a noção lexical da palavra, ou seja, a carga
semântica da palavra, no caso dos exemplos dados em A, B, C e D, temos o mesmo
morfema radical: estud. Em todos os exemplos, ao radical junta-se a vogal temática e
em seguida morfemas modo-temporais e de número-pessoa. Ao comparar os exemplos,
podemos observar um princípio básico da análise mórfica: o princípio de comutação,
advindo da fonologia, mas que também se aplica à morfologia. Esse princípio indica a
possibilidade de substituição de unidades mínimas por elementos diferentes, o que con-
tribui para uma mudança parcial no conteúdo. Assim, em B e C, por exemplo, ­temos
a formação de estudavas e estudava, respectivamente: segunda e terceira pessoas do
singular, do pretérito imperfeito, do modo indicativo. Observe que em C, estudava,
ocorre um morfema zero, indicado pelo sinal Ø, em D, na mesma posição temos o s,
ambos indicativos de número-pessoa. Já se compararmos C e D, temos a comutação na
posição do va pelo sse, que indica a substituição do tempo e modo verbal, do pretérito
imperfeito do indicativo para o pretérito imperfeito do subjuntivo. Temos também na
posição indicadora de número pessoa a oposição entre Ø e mos.

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Quanto à flexão, o verbo pode ser regular, irregular, defectivo e abundante. Os verbos
regulares são aqueles que obedecem a um paradigma de conjugação, não sofrendo altera-
ções no radical e desinências (chamadas também de “terminações”). Os verbos irregula-
res são aqueles que sofrem alterações no radical ou nas terminações ao serem conjugados.

Já os verbos defectivos são aqueles que não podem ser conjugados em todos os tem-
pos e modos, ou seja, possuem conjugação incompleta. Quer um exemplo? Então, tente
conjugar os verbos abolir e banir na primeira pessoa do singular do modo indicativo.
Logo você perceberá que essas formas verbais não existem na língua: eu bano, eu abolo.
No entanto, temos as duas formas na primeira pessoa do plural: abolimos e banimos.

Para se aprofundar nas formas de conjugação verbal e compreender como se com-


portam os verbos de conjugação simples, composta e os verbos reflexivos consulte a
“Nova gramática do português contemporâneo”, de Celso Cunha e Lindley Cintra,
2009, publicada pela editora Lexicon, e disponível em nossa biblioteca digital.

A seguir, apresentamos tabelas com o paradigma clássico de conjugação dos verbos


regulares, no Modo Indicativo, conforme apresentado na Gramática Tradicional e tam-
bém algumas conjugações de verbos irregulares, outros paradigmas. Mais à frente nesta
unidade, na seção que trata dos usos verbais na Língua Portuguesa, você verá que al-
guns linguistas questionam a eficiência destes paradigmas para a descrição do Português
Brasileiro contemporâneo. Por ora, vamos observá-las, a fim de perceber a estrutura
interna do verbo regular e como se dão as alterações nos verbos irregulares.

Paradigmas de conjugação (1ª; 2ª e 3ª conjugações)


Tabela 3 – Verbos regulares: Modo Indicativo
1ª conjugação (AR) – Amar – cantar – falar – sonhar - pular
Pretérito Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro do
Presente
perfeito imperfeito que-perfeito presente pretérito
-o - ei - ava - ara - arei - aria
- as - aste - avas - aras - arás - arias
-a - ou - ava - ara - ará - aria
- amos - amos - ávamos - áramos - aremos - aríamos
- ais - astes - áveis - áreis - areis - aríeis
- am - aram - avam - aram - arão - ariam
2ª conjugação (ER) - Vender / prender/ compreender
Pretérito Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro do
Presente
perfeito imperfeito que-perfeito presente pretérito
-o -i - ia - era - erei - eria
- es - este - ias - eras - erás - erias
-e - eu - ia - era - erá - eria
- emos - emos - íamos - êramos - eremos - eríamos
- eis - estes - íeis - êreis - ereis - eríeis
- em - eram - iam - eram - erão - eriam

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3ª conjugação (IR) - Partir / permitir/ subir


Pretérito Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro do
Presente
perfeito imperfeito que-perfeito presente pretérito
-o -i - ia - ira - irei - iria
- es - iste - ias - iras - irás - irias
-e - iu - ia - ira - irá - iria
- imos - imos - íamos - íramos - iremos - iríamos
- is - is - íeis - íreis - ireis - iríeis
- em - iram - iam - iram - irão - iriam

A seguir, alguns exemplos de conjugações de verbos irregulares, para que você per-
ceba as mudanças no radical tanto entre as pessoas de um mesmo tempo quanto entre
os diferentes tempos do modo indicativo:

Tabela 4 – Verbos irregulares: Modo Indicativo


Presente do Pretérito Perfeito Pretérito Mais-que- Presente do
indicativo do indicativo perfeito do indicativo subjuntivo
caibo, cabes, cabe, coube, coubeste, coubera, couberas, caiba, caibas, caiba
Verbo Caber cabemos, cabeis, cabem coube, coubemos, coubera, coubéramos, caibamos, caibais, caibam
coubestes, ­couberam ­coubéreis, couberam
Digo, dizes, diz, Disse, disseste,
Verbo Dizer dizemos, dizeis, dizem disse, dissemos,
dissestes, disseram
Creio, crês, crê, cremos, Cri, creste, creu, cremos,
Verbo Crer credes, creem crestes, creram

É importante saber que a tradição escolar sempre dispensou bastante tempo com o
ensino das flexões verbais, porém, atualmente, para um estudo completo dos verbos é
preciso pensar não só nas formas, mas também nos usos verbais que fazemos dessas
formas e o quais significados esses usos imprimem aos enunciados. Pensando nisso,
abordamos nas próximas seções questões referentes ao uso das formas verbais no Por-
tuguês Brasileiro (PB). Além disso, apresentamos estudos do verbo, que vêm sendo de-
senvolvidos principalmente por linguistas que trabalham de uma perspectiva descritiva,
visando a construir uma gramática descritiva do Português Brasileiro, como é o caso
dos autores e estudiosos Mário Perini, Rodolfo Ilari, Ataliba de Castilho, entre outros.
Dessa perspectiva, estudaremos a teoria das valências aplicada ao estudo dos verbos,
sobretudo em Perini (2016).

Usos Verbais no Português Brasileiro


Na seção anterior, você observou o paradigma clássico de conjugação verbal dos ver-
bos regulares, apresentado pela Gramática Tradicional, e observou também a variação
sofrida no radical de alguns verbos irregulares. Agora, vamos tratar de e refletir sobre os
verbos na língua em uso, no Português Brasileiro atual.

Bem, para refletir sobre os verbos na língua em uso, vamos começar pensando nas
formas verbais do futuro do presente, do Modo Indicativo. Para isso, procure pensar nos

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usos que você faz da língua, pensando em contextos informais de comunicação: você
costuma usar formas como “irei ao shopping hoje, depois do trabalho” ou “vou ao sho-
pping hoje, depois do trabalho”?; você usa “nós viajaremos nas próximas férias” ou “nós
vamos viajar nas próximas férias”?; ou ainda, “passarei no mercado hoje e comprarei as
frutas que estão faltando” ou “vou passar no mercado hoje e comprar as frutas que estão
faltando”? E aí? Você deve ter percebido que, comumente, em contextos informais de
comunicação, fazemos mais uso de perífrases, ou locuções verbais, do que das formas
do futuro de presente. Pois é, há estudos que comprovam que o futuro perifrástico, ou
seja o uso de locuções verbais para construir o futuro, é muito mais comum no uso do
Português Brasileiro atual. Para saber mais sobre isso, indicamos duas leituras:

Perífrase: é um recurso que consiste na troca de uma expressão mais curta por outra mais
longa. Assim, uma conjugação perifrástica é aquela que utiliza mais de um verbo para ex-
pressar a ideia, ou seja, é o mesmo que uma locução verbal.

O artigo, cujo link você encontra a seguir, apresenta, além de discussões teóricas, uma análi-
se do futuro do presente em textos de alunos do Ensino Médio: https://bit.ly/3nrYoxM

O linguista Marcos Bagno, em sua Gramática Pedagógica do Português Brasileiro,


discute amplamente essa questão do paradigma de conjugação verbal clássico e dos
usos verbais no Português Brasileiro moderno. Para ele, o paradigma clássico está muito
distante de uma descrição real do Português Brasileiro (PB). O autor apresenta, então, a
seguinte tabela de conjugação verbal, que reproduzimos a seguir:

Tabela 5
A B C D
eu FALO eu FALO eu FALO eu FALO
VARIEDADES URBANAS OU RURAIS
DE MENOR PRESTÍGIO SOCIAL

tu Tu/você tu FALAS
VARIEDADES URBANAS DE
MAIOR PRESTÍGIO SOCIAL

você ele/ela
ele/ela FALA a gente FALA tu/você você
nós nós ele/ela FALA ele/ela FALA
a gente a gente a gente
eles/elas nós nós FALAMOS
vocês FALA [M] vocês FALAMO[S]
eles/elas eles/ elas FALA [M] vocês
eles/elas FALAM

Fonte: Adaptada de BAGNO, 2012, p. 539

Observe que a tabela é dividido em quatro colunas: A – B – C – D. Cada coluna é


subdividida em pessoa verbal e forma verbal usada para essa pessoa. Abaixo da tabela
há uma seta pontilhada que corre em duas direções, sendo que à esquerda temos as
variedades urbanas ou rurais de menor prestígio social e à direita temos as varieda-
des urbanas ou rurais de maior prestígio social. Essa seta pontilhada representa um

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UNIDADE Verbos: Estrutura e Funcionamento na Língua

continuum de usos, ou seja os usos diversos podem ser realizados por um mesmo fa-
lante, dependendo da situação comunicativa e do registro de língua que escolhe realizar
ao vivenciá-la. Na coluna A temos a forma verbal fala que pode ser usada na posição de
todas as pessoas verbais; em B, temos a possibilidade de assumir a forma plural falam
ou não para as pessoas verbais vocês, eles e elas, para todas as outras pessoas perme-
nece o uso de fala. Em C, note que temos a possiblidade do uso da forma falamo ou
falamos para a pessoa verbal nós. Somente a coluna D se mostra de acordo com aquilo
que é prescrito pela norma linguística.

Segundo o linguista, esse quadro não esgota as possibilidades descritivas da conjuga-


ção verbal no PB, no entanto, podemos observar que se aproxima mais dos usos reais
da língua. Você concorda com isso, não é mesmo? Quantas vezes vimos (e ouvimos)
as pessoas (as mais escolarizadas ou não) usarem, não só em conversas coloquiais mas
também em situações de comunicação com o público, o “nós vimo”, “nós sabe”... Além
disso, nas regiões e cidades em que se usa o “tu”, como na região Sul do Brasil e cida-
des como Santos, não se costuma usar a forma de 2ª pessoa do singular e sim a de 3ª
pessoa do singular com o tu: “tu vai; tu chega”. Esse uso do tu é, pois, uma importante
marca de variação linguística no PB. Os puristas consideram uma ofensa à gramatica da
língua, no entanto, são formas de usar o verbo que cada vez mais se incorporam, prin-
cipalmente, no falar do PB. É importante saber e acompanhar esse processo da língua
para evitar o preconceito linguístico, não é mesmo?

Deve-se observar, ainda, o uso do “a gente” e do “você” muito comum no PB, no


lugar do ‘nós’ e do ‘tu’. Enunciados como “A gente vai ao shopping” ou mesmo “A gente
vamos a shopping” são comuns na língua, sendo a segunda uma silepse de pessoa ou
figura de construção, quando a concordância se dá pela ideia: a gente é igual a duas ou
mais pessoas. Em relação ao uso do tu e do você, é possível observar que no PB há uma
inversão nos usos. Um exemplo disso está no jingle da Caixa Econômica Federal, que
diz: “vem pra caixa, você também, vem.” Observe que segundo a norma culta, temos a
seguinte conjugação: Vem tu, venha você, mas no jingle o uso é da forma vem sendo
usada com você. Para pensar como esse uso é comum, para nós brasileiros, basta inver-
ter e cantar: Venha pra Caixa você também, venha ou vem pra Caixa tu também,
vem. E aí? O que achou? Estranho, não? A melodia não seria a mesma, não é? Isso sig-
nifica que, ao menos no uso, já está sedimentada essa mudança e há uma aceitação dos
falantes do PB. Também se nota o desuso da conjugação em segunda pessoa do plural,
“vós”. Atualmente, encontramos o “vós” apenas em textos bíblicos e orações religiosas,
como nestes exemplos:

“Vós sois o sal da terra [...] Vós sois a luz do mundo [...]”, trecho do Evangelho de
Mateus. O uso do vós também pode aparecer em textos jurídicos ou em documentos
oficiais, mas é preciso ressaltar que há um movimento de simplificação desses textos,
tornando-os mais facilmente compreensíveis pelos cidadãos comuns, e esse movimento,
como é previsível, afasta os usos pronominais que não atendem ao Português Brasileiro.

Como você deve ter observado, nesta seção, o modelo clássico de conjugação verbal,
apresentado pela Gramática Tradicional, já não é suficiente para descrever os usos ver-
bais na Língua Portuguesa. Sendo assim, é preciso adotar uma postura investigativa e
reflexiva diante da língua a fim de questionar a forma, função e significado dessa classe
gramatical aberta: os verbos.

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Na próxima seção, veremos outra perspectiva de estudo do verbo: a Teoria das
valências. Você verá como estudar os verbos é primordial tanto para a compreensão
da estrutura morfossintática da língua quanto para subsidiar a produção de sentidos na
leitura e na escrita.

Teoria das Valências: Outra


Perspectiva de Estudo dos Verbos
Você já deve ter percebido que é possível estudar a classe gramatical dos verbos
de perspectivas diversas. Podemos estudar os verbos a partir dos seus aspectos mor-
fológicos, sintáticos e semânticos, a partir de um ângulo dos estudos da Gramática
Tradicional ou a partir de um viés descritivo, que visa a descrever os usos que se faz
dos verbos na língua.

Nesta seção trataremos da teoria das valências, que considera o verbo a chave para as
construções oracionais em português. Essa teoria, que implica estudar o verbo de uma
outra perspectiva, é adotada por inúmeros estudiosos, mas vamos nos basear, sobretudo,
em Mário A. Perini, autor da Gramática descritiva do português brasileiro, publicada
em 2016, pela Editora Vozes. Tal obra está disponível em nossa biblioteca digital e você
pode consultá-la, para se aprofundar nos estudos da morfologia. É importante ressaltar
que embora esta perspectiva de estudo esteja mais relacionada ao eixo sintagmático da
língua, nos interessa abordá-la nesta unidade da disciplina, ainda que brevemente, a fim
de percebermos a importância do verbo na Língua Portuguesa.

Perini (2016, p. 179) defende que o verbo é a chave para a descrição das orações em
Língua Portuguesa, porque a partir dele é possível prever as lacunas da oração. Para o
autor, descrever as orações possíveis da língua é parte fundamental para a descrição “de
grande parte da estrutura gramatical da língua”.

Se na Teoria das valências o verbo é a chave, vamos fazer um exercício para que você
depreenda a partir dos verbos elencados abaixo as possibilidades de preenchimento
das lacunas:

alguém

pessoa amar livro(s)

viajar
pedalar

Figura 1

19
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UNIDADE Verbos: Estrutura e Funcionamento na Língua

pessoa sorrir

Figura 2

a
algo
alguém

pessoa dar
as boas a
vindas alguém

Figura 3

No primeiro exemplo, o verbo amar nos faz prever um sujeito experienciador, que
ama algo, alguém ou ainda que ama alguma praticar alguma ação, como viajar, pedalar,
etc., duas lacunas, então. Já o segundo exemplo traz um verbo que prevê apenas uma
lacuna, a do sujeito. No exemplo 3, por sua vez, temos um verbo que prevê três lacunas:
um sujeito disposto a oferecer algo a outra pessoa.

De acordo com Penini (2016, p. 179), “cada verbo pode ocorrer em um conjunto
bem delimitado de construções, e esse conjunto de construções é o que chamamos de
valência do verbo”.

Não entraremos aqui nas subclassificações verbais feitas a partir da teoria das valên-
cias, porque não é esse o nosso intuito nesta disciplina, porém acreditamos ter alcan-
çado nosso objetivo que foi mostrar que o funcionamento do verbo na língua vai além
do que propõe os estudos da Gramática Tradicional. Desta forma, esperamos que você
tenha construído novos conhecimentos e refletido sobre outras possibilidades de estu-
do dos verbos no Português do Brasil e, consequentemente, sobre novas maneiras de
aplicá-las em sala de aula com seus futuros alunos.

Contamos com seu empenho e proatividade para aproveitar ao máximo o que essa
disciplina tem a ofercer à sua formação docente e a seu desenvolvimento como estudio-
so e pesquisador da língua. Por isso, siga direto para o material complementar e apro-
funde seus conhecimentos recém-construídos!

Lembre-se de interagir com seu(sua) tutora e professor(a), sobretudo nas webconfe-


rências síncronas!

Até a próxima!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Palavras de Classe Aberta
Acesse em nossa biblioteca digital a obra “Palavras de Classe Aberta”, de autoria
de Rodolfo Ilari, que compõe o Volume III, da Gramática do Português Culto falado
no Brasil, sob a coordenação do Prof. Ataliba de Castilho, e leia o capítulo “O Verbo”,
que se inicia na página 65.
A construção morfológica da palavra
Acesse em nossa biblioteca digital a obra “A construção morfológica da palavra”
e leia o capítulo de autoria do Prof. Luiz Carlos Travaglia, intitulado “Flexão verbal,
texto e discurso”.
Gramática descritiva do português brasileiro
Acesse em nossa biblioteca digital a obra “Gramática descritiva do português
brasileiro”, de Mário A. Perini, e leia o capítulo 13, intitulado “Valência”.

Vídeos
Português – Verbo – Aula 2 – Gramática de Valência
https://youtu.be/oTUuvR_MgPU

Leitura
Um Estudo funcional dos verbos em português: dinamicidade e estatividade contextuais
https://bit.ly/3oBUYKp

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UNIDADE Verbos: Estrutura e Funcionamento na Língua

Referências
BASÍLIO, M. Teoria Lexical. 8ªed. São Paulo: Ática, 2007. (Coleção princípios). (e-book)

MATTOSO CÂMARA JR., J. Estrutura da Língua Portuguesa. 37. ed. Petrópolis:


Vozes, 2005.

NEVES, M. H. M. Texto e gramática. São Paulo: Contexto, 2006. (e-book)

ROSA, M. C. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto, 2000. (e-book)

SAUTCHUK, I. Prática de morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo)


sintática. São Paulo: Manole, 2010. (e-book)

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