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Morfologia
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Bem vindo(a)!
Já nas unidades III e IV vamos dar continuidade nas classes gramaticais. Na unidade
III vamos conhecer os artigos, pronomes e numerais, bem como o uso das palavras
fóricas, em anáforas e catáforas. Na unidade IV nalizaremos as classes gramaticais
aprendendo sobre advérbios, conjunções, preposições e interjeições.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados
em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e
pro ssional.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo
conhecimento. Nesta unidade estudaremos a morfologia de uma forma didática e
de fácil entendimento, mas sem deixar de conhecer as características do estudo
morfológico, bem como todas as suas peculiaridades.
Bons estudos!
Contribuições históricas
para os estudos de
morfologia
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Falar em morfologia é, antes de tudo, pensar em origem, em começo,
etimologicamente, a palavra vem do grego, morfhê que signi ca ‘forma’ e logos,
‘estudo’, ‘tratado’, em outras palavras morfologia é o estudo da forma.
Antes, porém, o que se tinham eram estudos e pesquisas sobre a língua baseadas
em escritos e, para isso, surge a lologia, ciência responsável pelas análises de
documentos escritos a m de conceituar uma língua, ou seja, ela busca normatizar,
organizar a língua estudada.
@wikipedia
As unidades morfológicas e a
estrutura interna da palavra
As unidades morfológicas ou elementos mór cos compreendem a divisão que se
faz de uma palavra, são elas:
Raiz
Radical
Vogal temática
Tema
A xos: pre xos e su xos
Desinências
Raiz
É o elemento mínimo e primitivo da palavra. Essa palavra pode ser tanto verbo
quanto termos nominais (substantivo, adjetivo, etc.), a raiz NÃO aceita pre xos.
Radical
O radical é a parte xa de uma palavra, ou seja, é o elemento básico e signi cativo
das palavras. Mesmo que raiz e radical se confundam, não são iguais. Vejamos um
exemplo para que seja possível observar essa diferença:
Exemplo de vogal temática nominal: são -a, -e e -o: mesa, livro, artista,
amparo, combate, etc., é importante ressaltar que as vogais temáticas
não são responsáveis em classi car uma palavra quanto ao seu gênero
(masculino ou feminino).
A xos
São elementos que se unem ao radical de uma palavra trazendo novos signi cados.
Podem ser antepostos ao radical, que são os pre xos, ou pospostos ao radical,
chamados de su xos.
Desinências
São os elementos nais das palavras que indicam as exões. As desinências podem
ser verbais ou nominais, quando verbais indicam exões de número (singular e
plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª), tempo (passado, presente e futuro) e modo (indicativo,
subjuntivo e imperativo); quando nominais indicam as exões de gênero (masculino
ou feminino) e número (singular e plural).
Exemplo de desinência nominal:
Estudávamos:
-Estud: radical
Os elementos mór cos são os responsáveis pela classi cação das palavras, por isso,
devem sempre ser analisados com cuidado para que a estrutura interna seja feita de
forma correta e adequada.
Formação das palavras
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Quanto à formação de palavras elas podem ser divididas entre primitivas ou
derivadas. As primitivas, como o próprio nome diz, são aquelas que não derivam de
outras, ou seja, elas existem por elas mesmas dentro da língua portuguesa. Exemplos:
pedra, terra, dente, etc.
Há, ainda, na língua portuguesa, dois processos gerais para a formação das palavras,
que é o que veremos a seguir:
Veja:
Redução
Outra maneira de encontrar o processo de formação de palavras é através da
redução, que é quando há supressão de parte da palavra plena.
Exemplos:
Auto (automóvel)
Moto (motocicleta)
Seu (senhor)
Pneu (pneumático)
Quilo (quilograma)
Foto (fotogra a)
Hibridismo
Ocorre o hibridismo quando há mistura de palavras de línguas diferentes dando
origem a uma nova palavra. Veja:
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Quando falamos em formação de palavras nos deparamos com algumas
características e denominações que, em algum momento, pode nos confundir e
levar a alguma dúvida.
E uma das mais recorrentes é sobre a exão ou derivação. Há diferença entre elas?
Ou para que servem?
Primeiro, vamos veri car o que Rosa (2002) diz sobre a gramática as divisões das
classes gramaticais:
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Como visto anteriormente, a composição ocorre de duas maneiras, por justaposição
e por aglutinação. Neste processo de formação de palavras duas ou mais se unem a
dois ou mais radicais para dar origem a uma nova palavra. Veja:
Gramática
Gramática Gramática
normativa =
descritiva = internalizada =
conjunto de
conjunto de conjunto de regras
regras que
regras que que o falante
devem ser
são seguidas domina
seguidas
é a língua em
situações de uso
busca pelas
obrigação: pelo falante: são
regularidades
assemelha- conhecimentos/usos
da língua:
se à lei linguísticos dos
Regra assemelha-se
jurídica: “é falantes, com regras
à lei da
o que deve implícitas (sem que
natureza: “é o
ser” se tenha
que é”
consciência delas,
muitas vezes)
-expressão
das pessoas
cultas -
regras
baseadas -
apenas na regularidades
modalidade -não existem
escrita - línguas
Língua
critério uniformes -o
literário - critério não é
norma apenas
culta ou literário
variante
padrão ou
dialeto
padrão
-há variáveis
entre
-o que foge padrões de
da boa uso -só é erro
linguagem, o que não faz
Erro
segundo a parte
norma sistemática
culta de nenhuma
variante da
língua
Fonte: Gramáticas normativa, descritiva e internalizada. Educação UOL,
2018, online.
Gramática internalizada – Como bem nos aponta o próprio nome, trata-se daquela
habilidade de que dispõe o falante desde o momento em que ele começa a se
mostrar apto a exercer os primeiros contatos com a linguagem propriamente dita,
ou seja, desde o momento da aquisição da fala que, estando certo ou errado
segundo os padrões formais, ele possui condições de ordenar suas ideias e expressar
seu pensamento, conferindo assim um sentido lógico ao discurso que profere.
REFLITA
“A palavra é o meu domínio sobre o mundo”
Clarice Lispector
Conclusão - Unidade 1
Nesta unidade foi possível identi car a relação existente entre a lologia, que é a
ciência que estuda os textos escritos com o surgimento da morfologia, parte da
gramática que estuda isoladamente as palavras.
Por m, foi possível perceber como essa classi cação minuciosa é importante para
entendermos o processo de formação das palavras isoladamente para que, quando
necessário, analisadas juntas se entenda o conceito sintático que elas devem
estabelecer de signi cação.
Espero que nas demais unidades possamos continuar focados e prontos para as
anotações, pois vamos conhecer, de fato, as classes gramaticais e como elas
aparecem nos textos e em todo o processo comunicacional.
Leitura Complementar
"Pilhei a senhora num erro!", gritou Narizinho. "A senhora disse: 'Deixe estar que já te
curo!' Começou com o Você e acabou com o Tu, coisa que os gramáticos não
admitem. O 'te' é do 'Tu', não é do 'Você'"... "E como queria que eu dissesse, minha
lha?" "Para estar bem com a gramática, a senhora devia dizer: 'Deixa estar que já te
curo'." "Muito bem. Gramaticalmente é assim, mas na prática não é. Quando falamos
naturalmente, o que nos sai da boca é ora o você, ora o tu; e as frases cam muito
mais jeitosinhas quando há essa combinação do você e do tu. Não acha?" "Acho, sim,
vovó, e é como falo. Mas a gramática..." "A gramática, minha lha, é uma criada da
língua e não uma dona. O dono da língua somos nós, o povo; e a gramática - o que
tem a fazer é, humildemente, ir registrando o nosso modo de falar. Quem manda é o
uso geral e não a gramática. Se todos nós começarmos a usar o tu e o você
misturados, a gramática só tem uma coisa a fazer..." "Eu sei o que é que ela tem a
fazer, vovó!", gritou Pedrinho. "É pôr o rabo entre as pernas e murchar as orelhas..."
Dona Benta aprovou.
Fonte: Monteiro Lobato. Obra Completa. "Fábulas", São Paulo, Editora Brasiliense.
Livro
Filme
Unidade 2
Classes e categorias em
gramáticas de língua
portuguesa
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Prezado(a) aluno(a), seja muito bem-vindo novamente!
Nesta unidade II vamos conhecer três classes gramaticais que nos levarão ao
entendimento do processo de construção de palavras e, posteriormente, frases.
Não há mais como negar que a morfologia está diretamente ligada aos contextos
comunicativos, é preciso conhecer, sim, as classes gramaticais e suas respectivas
classi cações, mas é relevante também o entendimento de que os elementos
frasais se relacionam através de contextos situacionais, ou seja, “tudo depende do
contexto”, e até mesmo a classi cação de uma palavra dependerá do momento e
lugar de fala.
Bons estudos!
Classes e categorias em
gramáticas de língua
portuguesa
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Vimos na unidade I que a lologia é a ciência que estuda os documentos escritos de
uma determinada língua com o objetivo de organizá-la e estabelecer suas normas e
regras.
@freepik
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A língua portuguesa é determinada por normas e regras como já vimos até aqui, no
entanto, sabe-se que além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe falam o português.
Para que todos esses países entre em um consenso sobre as normas da língua
alguns tratados sempre foram estabelecidos, por vezes acordados, outras nem
sempre.
No início do século XX Portugal tentou pela primeira vez formular um acordo geral
ortográ co para Brasil e Portugal, mas sem sucesso, as negociações se estenderam
por anos e até hoje é possível identi car as diferenças que existem em ambos
países. Só anos depois é que as propostas começaram a surtir efeito:
Após tais negociações da década de 1940, tanto o brasil quanto Portugal sofreram
alterações e revisões na sua forma de escrita e as negociações continuaram a andar
em passos lentos:
De fato, no Brasil, o Acordo Ortográ co da Língua Portuguesa que teve sua origem
em 1990 só entrou em vigor em 2009, no começo do ano; Portugal se estendeu por
mais alguns meses e em maio do mesmo ano também passou a vigorar as novas
normas e regras.
Tanto para os brasileiros quanto para
os portugueses, o Novo Acordo foi
impactante, uma vez que se
estabeleceram regras que poderiam
confundir ainda mais alguns
aspectos morfológicos, ortográ cos
e até mesmo sintáticos da língua,
por isso, o acordo apontava um
período de adaptação de três anos
para que a população se acostumar
com as novas regras.
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Atualmente, o Acordo Ortográ co está em vigor e faz parte do dia a dia dos países
de Língua Portuguesa.
Antenor Nascentes
Clóvis do Rêgo Monteiro
Cândido Jucá ( lho)
Carlos Henrique da Rocha Lima
Celso Ferreira da Cunha
SAIBA MAIS
A NGB teve, então, papel primordial na de nição e constituição
gramatical brasileira. Ela foi dividida em três partes, sendo:
ACESSAR
Problemas de classi cação
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Ao pesquisar uma palavra na gramática ou tirar algumas dúvidas sobre determinado
item temos a certeza de que a resposta que encontramos ali será 100% correta e não
haverá possibilidade de equívocos, correto? Depende.
O que ocorre é que após a classi cação da NGB ser instituída e as novas gramáticas
adotarem as 10 classes de palavras como de fato classes de palavras (parece
redundância, mas já explico) alguns problemas de classi cação foram aparecendo, e
não apenas classi cação, mas também de incoerência.
Agora, vamos ver quais são os principais problemas que surgiram na NGB, vejamos:
Classi cação
Começando pelo quesito “classi cação”, a NGB foi incoerente ao classi car a divisão
em 10 partes como “classes de palavras”, a nal o que houve, de fato, foi uma
“classi cação de vocábulos”. E o que isso muda? Muita coisa.
Ou seja, os problemas de classi cação podem -e vão – re etir quando a análise passar
da parte morfológica para a sintática.
Critérios homogêneos
Outro fator determinante e incoerente da NGB, é que ela classi cou adjetivos e
substantivos como classes diferentes, além de que os pronomes passaram a ser
independentes e até mesmo opostos às duas classes citadas. Mas, não se esqueça de
que os substantivos e os adjetivos podem também assumir função de pronomes. E os
numerais, que não são distintos de pronomes e substantivos, passaram a ser
considerados classe gramatical independente. E agora?
Agora, é preciso entender qual é a diferença de classe e função, pois a grande
confusão e problemática da divisão estabelecida pela NGB se dá nessa mistura
quando na verdade não deveria ocorrer.
Logo, o que chamamos de nome não se trata apenas do substantivo, mas também
das funções básicas como o adjetivo ou o advérbio, e além dessa divisão, toda palavra
será:
Em resumo, podemos identi car que os principais problemas de classi cação que
aparecem na NGB são:
Morfologia
A divisão de 10 classes se torna incoerente, pois foi baseada apenas
na signi cação, o que traz duplicidade de sentido pela própria
de nição do que é uma classe.
Classes gramaticais
Há, de fato, apenas duas classes gramaticais, que são nomes e
verbos, as demais são funções.
Pronomes e nomes
A principal diferença entre eles é que os nomes representam,
classi cam, enquanto os pronomes apenas indicam.
Numerais
São nomes e não classes gramaticais.
Classes valenciais
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Em seu livro Gramática de valências (1986), Winfried Busse & Mário Vilela trazem um
conceito diferente do que se tinha, até então, dos verbos. Vejamos o conceito:
@artista em freepik
Avalentes
Possuem sentido completo e não precisam de nada (nenhuma casa) para
complementá-los, como os fenômenos da natureza: amanheceu, trovejou, choveu,
etc.
Monovalentes
Necessitam de complemento para que haja sentido completo, normalmente é um
sujeito que traz essa signi cância.
Exemplo:
Bivalentes
Aqui eles precisam de duas casas, ou seja, dois complementos para que seja feito o
entendimento correto.
Exemplo:
Árvore: sujeito
Produziu: verbo
Frutos: objeto
Trivalentes
Já os verbos trivalentes necessitam de três complementos para que haja sentido, ou
três casas como também são chamadas.
Exemplo:
Prefeitura: sujeito
Enviou: verbo
Ajuda: Objeto direto
Aos desabrigados: destinatário
Substantivo
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Os substantivos, segundo a gramática da língua portuguesa e a de nição da NGB
(Nomenclatura Gramatical Brasileira) são os responsáveis pela designação dos seres,
ou seja, são eles que dão nome às coisas.
Comuns
São aqueles que recebem a denominação de seres da mesma espécie.
Próprios
São aqueles que denominam seres em particular, podem ser nomes de cidades,
estados, países, pessoas, etc.
Concretos
Que dão nome a seres reais ou que há sentido igual para todos, aquilo que a
imagina apresenta como real.
Abstratos
Os substantivos abstratos são aqueles que nomeiam sentimentos, ações, qualidades
ou estados dos seres.
Simples
São aqueles formados por um só radical.
Compostos
São aqueles que se formam com mais de um radical.
Derivados
Os substantivos derivados são aqueles que vieram das palavras primitivas, ou seja,
derivam de outros substantivos.
Coletivos
Os coletivos são aqueles que denominam grupos ou conjunto de seres da mesma
espécie.
Exemplo: rebanho (ovelhas), ramalhete ( ores), cardume (peixes), matilha (cães), etc.
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Exemplo:
Vale lembrar que o grau nos substantivos pode ser usado na sua forma literal ou
podem ainda representar o sentido conotativo das coisas, ou seja, nem sempre será
com a intenção real, mas sim um modo de dizer algo.
Exemplo diminutivo:
Exemplo aumentativo:
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Os adjetivos são aquelas palavras que trazem uma qualidade, característica ou
quali cam os seres em geral.
Bonito, aqui, é um adjetivo quali cador, uma vez que traz uma
qualidade para o substantivo estojo, mas o que é bonito para uma
pessoa, nem sempre é bonito para a outra pessoa, por isso, dizemos que
são palavras que denotam qualidade e a qualidade é passível de
variação de acordo com o princípio do gosto de cada indivíduo.
Exemplo:
Aqui no exemplo citado a palavra terror traz uma classi cação para o
lme, ou seja, é ela que nos dá a ideia do gênero especi co do lme
que está em exibição.
E, diferente do adjetivo quali cador, o adjetivo classi cador é objetivo, ou seja, ele
não muda de pessoa para pessoa, se o lme é de terror, não há como dizer que é de
comédia porque eu acho que é comédia. Ele simplesmente se quali ca como tal.
Os adjetivos são responsáveis pela caracterização das palavras, mas não podemos
confundir uma qualidade com uma classi cação, por isso há essa diferença entre os
dois tipos de adjetivos.
Adjetivos pátrios
Os adjetivos pátrios são aqueles que denotam a nacionalidade, ou seja, o lugar de
origem de uma pessoa ou de um determinado objeto. Por exemplo:
Formação do adjetivo
Os adjetivos podem ser formados por:
Primitivo: são aqueles adjetivos que não derivam de nenhuma outra palavra,
como por exemplo: bom, forte, feliz, etc.;
Derivado: são aqueles adjetivos que derivam de outras palavras, normalmente
substantivos ou verbos, como por exemplo: famoso, amado, carnavalesco, etc.;
Simples: são aqueles adjetivos formados apenas por um elemento, como por
exemplo: brasileiro, escuro, etc.;
Composto: são aqueles adjetivos que são constituídos por mais de um
elemento, como por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, etc.;
Quanto aos gêneros dos adjetivos, eles podem ser uniformes ou biformes. Os
uniformes são aqueles que possuem a mesma forma tanto no feminino quanto para
o masculino, por exemplo:
Leal
Superior
Inferior
Simples
Lilás
Veloz
Otimista
Jovem
Já os biformes são aqueles adjetivos duas formas, ou seja, uma para o masculino e
outra para o feminino. Por exemplo:
Mau/ má
Europeu/ europeia
Alemão/ alemã
Cristão/ cristã
São/ sã
Judeu/ judia
Bom/ boa
Chorão/ chorona
Grau comparativo
Nessa de nição os adjetivos são comparados em qualidade nos quesitos: igualdade,
superioridade e inferioridade.
É possível perceber que os adjetivos recebem classi cações quanto ao seu modo de
caracterizar (quali cador ou classi cador) e quanto às suas formas de exão (gênero,
número e grau) e suas respectivas subdivisões.
Vale lembrar, ainda, que algumas palavras podem desempenhar função de adjetivo
quando inseridas em um contexto de caracterização. Por exemplo:
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A classe gramatical dos verbos talvez seja a que mais nos traz detalhes e uma
verdadeira abundância de informações, possibilidades e maneiras de aplicação. Fato
é que no dia a dia muitas vezes usamos os verbos com os tempos, modos ou formas
nominais misturados e até mesmo não sabemos ao certo se estamos fazendo o uso
correto ou não daquela colocação.
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Tempos verbais
Para o início da nossa organização da estrutura do verbo é preciso entender que eles
podem ser encontrados em três tempos. Sendo:
Parece óbvio e simples delimitar esses três tempos, mas se faz necessário uma vez
que posteriormente nos depararemos com outros tempos verbais, digamos, mais
elaborados e ricos em detalhes.
Modos verbais
Assim como nos tempos verbais, os modos também são três:
Indicativo: algo que nos dá a ideia de certeza;
Imperativo: uma ordem, conselho ou pedido;
Subjuntivo: algo que traz a ideia de possibilidade, do talvez, da hipótese.
Vale lembrar que existe uma situação corriqueira, mas equivocada, do uso do
gerúndio. Quando isso acontece dizemos que há gerundismo, ou seja, uma situação
em que não se deveria ter aplicado o gerúndio e foi.
O gerúndio é uma ação que foi iniciada no presente e ainda não foi concluída.
Exemplo: Estou estudando português.
Aqui, o aluno começou a ação de estudar português, mas ainda não concluiu. Em
termos gerais, é uma ação inacabada e, portanto, cabe o uso do gerúndio. Já
quando se diz:
Há, portanto, uma ação futura e que não deveria ter usado o gerúndio. O correto
seria “Enviarei sua fatura até amanhã” já que a ação ainda não aconteceu. Para essa
situação do uso incorreto do gerúndio temos o gerundismo.
Vozes verbais
As vozes verbais acontecem para mostrar se uma ação está sendo sofrida ou
praticada pelo sujeito. As vozes verbais podem se dividir em:
Passiva: diz-se que aqui o sujeito é paciente, ou seja, ele recebe a ação expressa pelo
verbo.
Re exiva: na voz re exiva há uma ação mútua em que o sujeito é ativo e passivo.
Conjugações
Os verbos dividem-se também nas conjugações, que são:
SAIBA MAIS
Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em exões. Com
efeito, o verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do
discurso, o número, o tempo, o modo e a voz. Ao conjunto ordenado das
exões ou formas de um verbo dá-se o nome de conjugação. O verbo é
a palavra indispensável na organização do período.
REFLITA
“A leitura traz ao homem plenitude, o discurso segurança e a escrita
precisão”.
Francis Bacon.
Conclusão - Unidade 2
Chegamos ao m de mais uma unidade e com ela foi possível aprender como as
classes gramaticais se dividem de acordo com a NGB e as gramáticas tradicionais,
bem como nossa língua pode ser organizada de formas diferentes pela gramática de
valência.
Vale lembrar que tais diferenças sempre existiram e que não uma verdade absoluta
no que diz respeito ao estudo da Língua Portuguesa, o que há, de fato, são maneiras
diferentes de se de nir e interpretar a mesma situação.
Seria um grande equívoco da nossa parte a rmar que essa ou aquela está certa ou
errada, uma vez que estamos falando de um organismo vivo e social e passível de
mudanças.
Assim como os acordos ortográ cos com Portugal e os demais países de língua
portuguesa levaram anos para entrar em concordância (e de fato nunca entrou 100%)
é possível entender como a diversidade da língua é vasta e as possibilidades de
aplicação também.
Filme
Acordo ortográfico. INSTITUTO DE LINGUÍSTICA TEÓRICA E COMPUTACIONAL, 2019
online. Disponível em <http://www.porta Ida ling ua portug uesa.org/acordo.php>.
Acesso em: 23jan. 2020
BASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. 8 ed. São Paulo: Ática, 2007. Disponível em:
http://fcv.bv4.d ig ita Ipages.com.br
Pereira, Regina Celi; Roca, Pilar (orgs.). Linguística Aplicada: um caminho com
diferentes acessos. São Paulo: Contexto, 2009. Disponível em:
http://fcv.bv4.d ig ita Ipages.com.br
falado no Brasil: vol. VI: a construção morfológica da palavra. São Paulo: Contexto, 2015.
Disponível em: http://fcv.bv4.digita1pages.com.br
falado no Brasil: vol. VI: a construção morfológica da palavra. São Paulo: Contexto, 2015.
Disponível em: http://fcv.bv4.digita1pages.com.br
ROSA, Maria Carlota. Introdução à morfologia. 6 ed. São Paulo: Contexto, 2011.
Disponível em: http://fcv.bv4.digita1pages.com.br
Unidade 3
Palavras fóricas e a
referenciação situacional e
textual
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vamos conhecer outras classes gramaticais
baseadas na divisão da gramática tradicional segundo a Norma Gramatical
Brasileira (NGB).
Antes, porém, vamos conhecer as palavras fóricas e em que situações elas podem
ser usadas e como o contexto situacional interfere na signi cação do texto nal.
Veremos como se dividem os pronomes e quais são suas características especí cas,
além dos artigos e numerais, classes gramaticais denominadas também segundo a
NGB.
Bons estudos!
Palavras Fóricas e a
Referenciação Situacional
e Textual
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
As palavras fóricas na língua portuguesa são aquelas usadas para chamar a atenção
dentro do contexto textual. Em outras palavras, elas servem para evidenciar algo que
já foi dito ou que se pretende dizer.
Anafóricas
As palavras anafóricas ou termos anafóricos, podem ser entendidos
como aqueles que servem para retomar uma informação que já
apareceu no texto.
Por exemplo:
Catafóricas
As palavras catafóricas, ou termos catafóricos, são aqueles que agem de
forma oposta à das anafóricas. Aqui, elas sugerem algo que ainda não
apareceu no texto. Veja o exemplo:
O termo grifado é catafórico, pois antecipa algo que ainda não foi dito
no texto
A classe gramatical dos artigos é uma das mais simples da língua portuguesa, ela é
responsável apenas por classi car apenas oito itens e que são facilmente entendidos
no contexto comunicacional.
Vamos conhecer neste primeiro momento o artigo de nido que, como o próprio
nome diz trata-se daquele artigo que de ne com precisão o substantivo que o
precede.
O A
OS AS
Os artigos de nidos são utilizados quando se deseja mostrar com precisão de qual
objeto ou de qual pessoa está a evidência dentro de um contexto situacional.
Vejamos os exemplos:
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Pronome: Pessoal,
Possessivo e
Demonstrativo
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Pronome pessoal
A classe dos pronomes é uma das mais importantes, embora todas elas tenham
suas funções e importância dentro do contexto situacional.
Pronome pessoal;
Pronome possessivo;
Pronome demonstrativo;
Pronomes inde nidos;
Pronomes relativos;
Pronomes interrogativos.
Aqui nos atentaremos, a priori, com os pronomes pessoais, pois são eles que
substituem os substantivos (ou os determinam) e representam as pessoas do
discurso.
PRON.
PESSOAS PRON. PESSOAIS PRON. PESSOAIS
PESSOAIS
DO DO CASO DO CASO OBLIQUO
DO CASO
DISCURSO OBLIQUO ATÔNO TÔNICO
RETO
Fonte: a autora.
Em regra, os pronomes pessoais se dividem em dois: os retos e os oblíquos. No caso
dos pronomes pessoais do caso reto a norma diz que eles devem funcionar como os
sujeitos da oração, enquanto os oblíquos funcionam como objetos ou
complementos.
Exemplo:
Eu te admiro
Nós o amamos
Ela me chamou
Tônicos: esses pronomes são assim chamados por sempre serem precedidos
por preposições, normalmente as reposições a, para, de e com. Logo, eles
exercem função de objeto indireto da oração e sua acentuação tônica forte.
Átonos: esses pronomes são assim chamados porque não são precedidos de
preposição e sua acentuação tônica é fraca.
Pronome possessivo
Os pronomes possessivos são aqueles que se referem às pessoas do discurso, tanto
no singular quanto no plural, atribuindo-lhes a posse de algo, por isso, são chamados
de possessivos.
Vale lembrar que cada pessoa do
discurso tem seu pronome
possessivo especí co, mas na
oralidade muitas vezes há uma
confusão do uso de terceira pessoa
do discurso com os pronomes
relativos à segunda pessoa.
@freepik
PESSOA M.S.P/F.S.P.*
Fonte: a autora.
Pronome demonstrativo
Outro pronome que usamos bastante no dia a dia é o pronome demonstrativo, mas
assim como algumas palavras da língua portuguesa, os pronomes demonstrativos
são usados de forma equivocada várias vezes.
Eles indicam o lugar, a posição ou até mesmo a identidade dos seres fazendo
sempre referência às pessoas do discurso.
Fonte: a autora.
Espaço
Em relação ao pronome demonstrativo com ideia espacial, temos:
Este: quando o objeto está perto da pessoa que fala (eu, nós).
Esse: quando o objeto está perto da pessoa com quem se fala (você, tu).
Exemplo: Esse caderno aí é do João. (perto do receptor da mensagem).
Aquele: quando o objeto está longe da pessoa que fala e da pessoa com quem se
fala.
Tempo
Relativo ao tempo, temos os pronomes demonstrativos com situação temporal
assim:
Exemplo: Esse ano que passou foi muito produtivo (passado recente)
Aquela época nos divertíamos muito no sítio do meu avô (passado remoto)
Texto
Outra situação em que se pode usar o pronome demonstrativo é no texto, e talvez
seja esse (ou este?) o que mais temos di culdade. Observe:
Exemplo: Fernando Pessoa escreveu este verso: "Tudo vale a pena se a alma não é
pequena".
Exemplo: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena." Esse verso é de Fernando
Pessoa.
A Quanti cação e a
Identi cação
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Quando se fala em quanti cação logo nos vem à mente os cálculos matemáticos, e
parece que isso nada tem a ver com a gramática da língua portuguesa, não é?
Aparentemente, pode até não ter, mas não podemos nos esquecer de que os
numerais fazem parte das classes gramaticais também.
A diferença é que eles são utilizados em língua portuguesa de forma escrita por
extenso, enquanto na matemática os numerais são expressos através dos
algarismos.
@freepik
Além dos numerais temos ainda a classe dos artigos inde nidos que podem se
confundir durante a escrita, a nal o artigo de nido, masculino, singular é UM, e o
número cardinal é UM também.
Então, como saber de qual das duas classes gramaticais estamos nos referindo? A
resposta é bem simples, basta observar o contexto em que está inserida.
Exemplo:
Um garoto me disse que estava procurando por você. (artigo inde nido,
qualquer garoto).
Um menino e uma menina devem se dirigir ao teatro para a avaliação. (um e
uma são numerais, quantidades especí cas).
REFLITA
“A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para
depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para
fazer um só livro”.
Samuel Johnson.
UM UMA
UNS UMAS
Os artigos inde nidos podem ser utilizados em situações em que não se pode ou
não se deseja especi car algo ou alguém.
Exemplo:
@freepik
Pronome Inde nido e
Numerais
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Pronome inde nido
Os pronomes inde nidos são bem especí cos, eles se referem à terceira pessoa do
discurso, mas a sua ideia será sempre de algo vago, impreciso, indeterminado.
PRONOMES INDEFINIDOS
Numerais
A classe gramatical dos numerais é dividida em quatro e compreende:
Numerais cardinais
São os mais usados nosso dia a dia e mostram a quantidade exata dos seres - um,
dois, três, quatro.
Numerais ordinais
São os numerais que indicam ordem e normalmente são utilizados em
classi cações de concursos, atividades e tudo o que exige classi cação – primeiro,
segundo.
Numerais multiplicativos
São os numerais que demonstram aumentos proporcionais de determinada
quantidade - dobro, triplo, quinto.
Numerais fracionários
Assim como os multiplicativos indicam aumento proporcional, os fracionários
indicam diminuições proporcionais, frações ou divisões – terço, meio, metade.
O que é um número?
O que é um numeral?
Cardinal
Ordinal
Multiplicativo
Fracionário
O que é um algarismo?
ACESSAR
Conclusão - Unidade 3
Os pronomes devem ainda ser usados, de acordo com a função de cada um deles,
como sujeito da oração ou complementos.
Livro
Filme
Unidade 4
A junção
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Chegamos à última unidade da nossa apostila e para quem gosta de estudar a
língua portuguesa deve estar se perguntando se veremos ainda alguns recursos
expressivos ou mais ferramentas para construção textual.
Sim, nesta unidade vamos conhecer a coesão e a coerência textual e como elas se
relacionam de modo a formar um texto de fácil entendimento e sem gerar
equívocos na interpretação.
Mas antes, nalizaremos a apostila com os tópicos deste módulo com as classes
gramaticais que ainda não vimos para que seja completa nossa análise morfológica
de acordo com a NGB.
Espero que você desfrute de bons momentos de estudo e aprendizado nesta quarta
unidade. Vamos lá?!
Junção e Preposições
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A junção
As classes gramaticais que veremos nesta unidade são as que podem ser
compreendidas como “as de junção”, em termos gerais isso signi ca dizer que uma
junção é uma conexão, uma união.
Mas como unir informações? Quais são os conectivos que devemos usar para que
essa união seja, gramaticalmente, correta?
Bom, a partir de agora vamos conhecer essas palavras que fazem toda a diferença
na hora de construir a maior unidade de comunicação, que é o texto.
Na oralidade, no contexto
comunicativo do cotidiano ,
fazemos essas construções de
maneira natural e sem nos
preocupar muito com o que
estamos escolhendo para construir
frases e demonstrar os sentimentos.
@freepik
Quando essa ideia precisa ser passada para o papel, de forma clara, coesa e
convincente, adotamos elementos de conexão que, juntos e empregados da
maneira correta, nos darão a ideia que se deseja transmitir.
Por isso, nos tópicos seguintes você encontrará quando e quais conectivos usar em
determinadas situações, seja em pequenas orações ou em períodos, parágrafos e
até mesmo em um texto como um todo.
Preposições
A preposição é uma das classes gramaticais invariáveis, ou seja, que não se altera no
contexto em que está inserido, por isso, sua principal função é o de unir, conectar
um termo dependente a um termo principal para que ambos se completem em
signi cação e sentido.
Existe, na língua portuguesa, alguns tipos de preposições e suas nalidades são bem
delimitadas, listei algumas para exempli car, mas elas não se limitam a isso, basta
pensar e interpretar “que tipo de conexão estou fazendo nessa frase?”, aí a resposta
será fácil de encontrar. Veja a seguir alguns exemplos bem práticos:
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Assim como as preposições, a classe gramatical das conjunções é formada também
por palavras invariáveis e que conectam, ligam. Mas, a diferença básica entre as
preposições e as conjunções é que aqui elas vão ligar orações, ou palavras da
mesma oração.
Se nas preposições tínhamos alguns tipos que deveria ser analisado de acordo com
o contexto em que estavam inseridas, aqui nas conjunções não será diferente, o que
ocorre aqui é que as conjunções são bem delimitadas e dividas em cinco tipos
especí cos nas conjunções coordenativas e dez tipos nas subordinativas. Vamos
conhecê-las:
Conjunções coordenativas
São as conjunções que unem orações de sentido inteiro.
Conjunções Aditivas
Nas conjunções aditivas temos um elemento simples e fácil de identi car, que é o
elemento de soma. Se o próprio nome diz ser “aditiva” é porque em sua
característica há a ideia de adição de pensamentos. São elas: e, nem, não só, mas
também, não só, como também.
Conjunções Adversativas
Assim como na anterior, seu nome também é bem claro, as adversativas trazem a
ideia de oposição, contraste, compensação de pensamentos. São elas: mas, porém,
contudo, entretanto, no entanto, todavia.
Conjunções Alternativas
As alternativas também são fáceis de se identi car, elas dão a ideia de escolha de
pensamentos. São elas: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja.
Conjunções Conclusivas
As conclusivas transmitem a ideia de nal, conclusão de pensamento. São elas: logo,
por isso, pois (quando vem depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
Exemplo: Gosto muito de dormir, por isso, estou indo deitar neste momento.
Conjunções Explicativas
As conjunções explicativas são aquelas que trazem a ideia de razão, motivo. São elas:
que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, por conseguinte.
Conjunções subordinativas
São as conjunções que unem orações de sentido dependente uma das outras.
Causal
Traz a ideia de causa e suas principais conjunções são: porque, pois, como,
porquanto, etc. Exemplo: João começou a chorar porque sua irmã o ofendeu.
Comparativa
Essa conjunção tem como função iniciar uma oração que estabelece uma
comparação com uma segunda oração. As principais conjunções são: como, qual,
que, do que, bem como, assim como, etc.
Condicional
Traz a ideia de suposição. As principais conjunções são: se, caso, contanto que, desde
que, salvo se, a menos que, dado que, a não ser que, sem que, etc.
Conformativa
A conjunção conformativa traz a ideia de acordo, uma conformidade. As principais
conjunções são: conforme, como (=conforme), consoante, segundo, etc.
Concessiva
Indica uma ideia de contradição, mas há a possibilidade de o fato acontecer. As
principais conjunções são: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, se
bem que, por mais que, por menos que, apesar de que, etc.
Consecutiva
Traz a ideia de consequência. As principais conjunções são: que, de modo que, de
forma que, de sorte que.
Exemplo: Ele estava tão a ito que não conseguia parar de chorar.
Final
Traz a ideia de um m, um propósito, uma nalidade. As principais conjunções são:
porque, que, para que, a m de que, etc.
Proporcional
Traz a ideia de algo que aconteceu ao mesmo tempo que o outro, ou que ainda vai
ocorrer. As principais conjunções são: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais ou quanto menos, etc.
Temporal
Traz a ideia de condição de tempo. As principais conjunções são: quando, apenas,
logo que, assim que, antes que, sempre que, etc.
Integrante
Traz a ideia de um complemento ao sentido da outra oração. São elas: que (com
ideia de certeza), se (quando há dúvida, incerteza).
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A classe gramatical dos advérbios é uma das que mais encontramos expressões e
possibilidades de interpretação. Além dela ser dividida em vários aspectos, ela nos
dá a ideia de circunstância, modi cando o sentido do verbo, do adjetivo e até
mesmo do próprio advérbio.
A priori, vamos conhecer os tipos de advérbios que podemos encontrar nas orações
e períodos:
Quadro 1: Tipos de Advérbios
Lugar:
aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá,
acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
nenhures, adentro, afora, alhures, embaixo, externamente, a distância, etc.
Tempo:
Modo:
A rmação:
Negação:
Dúvida:
Intensidade:
Exclusão:
apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só,
unicamente.
Inclusão:
Fonte: a autora.
Advérbios Interrogativos
São aquelas palavras usadas para fazer uma pergunta, seja ela direta ou indireta.
Figura 1: interjeições
Fonte: vectorhight.
Elas podem expressar a ideia de:
Admiração
Advertência
Afugentamento
Alegria ou Satisfação
Alívio
Animação
Aplauso
Dor
Dúvida
Espanto
Medo
Silêncio
Quadro 2: Interjeições
Fonte: a autora.
Marcadores de Coerência /
Coesão Discursiva
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A coesão e a coerência, dentro do contexto comunicativo, são extremamente
importantes para que haja compreensão da mensagem que se deseja transmitir.
Roman Jakobson foi um proeminente linguista russo que elaborou essa teoria
procurando explicar de forma prática a comunicação, visto que os sistemas
computacionais que começavam a aparecer na época precisavam aprender a
reconhecer, por exemplo, mensagens enviadas entre países inimigos. (PEREIRA,
2018, p.5)
Essa relação entre as palavras escolhidas (de todas as classes gramaticais) é que nos
traz a coesão dos elementos, mas para que isso aconteça é preciso escolher
corretamente os conectivos (sejam as conjunções, os pronomes ou os advérbios).
Já a coerência é marcada em relação ao texto como um todo. A relação que se
estabelece entre os parágrafos e o que está explicitado no contexto, seja ele com as
informações internas ou externas do texto em si.
Coesão Referencial
Como já visto anteriormente, aqui se encaixam a anáfora e a catáfora. Esses termos é
que trazem a conexão entre os itens textuais retomando ou introduzindo ideias. Os
principais mecanismos da coesão referencial acontecem quando temos a elipse e a
reiteração.
OBS: aqui um elemento foi repetido para enfatizar o que se queria dizer.
Coesão Sequencial
É a maneira como o tempo do texto foi organizado de forma a não gerar dúvidas ou
duplo sentido.
Bernardo é, com certeza, a melhor opção para o cargo. Além disso, conhece os
clientes da empresa.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Após conhecermos todas as classes gramaticais e ainda os recursos de coesão e
coerência, é importante falarmos sobre os mecanismos de expressividade ou os
recursos de expressividade.
Como o próprio nome diz, trata-se de elementos que nos ajudam a construir um
texto mais próximo da realidade com o objetivo de demonstrar a expressão que, na
oralidade, conseguimos alcançar com entonação vocal e até mesmo expressões
faciais, gestuais e corporais.
No texto escrito temos alguns elementos que nos ajudam nessa construção, são as
Figuras de Linguagem. Elas são responsáveis pela linguagem conotativa, ou seja,
aquela que não é representada no seu sentido real, mas sim no seu sentido gurado
e contextualizado.
As guras de linguagem se
subdividem em três tipos: guras
de palavras, guras de sintaxe (ou de
construção) e guras de
pensamento.
@freepik
Figuras de palavras
Metáfora: transferência de signi cados: A Amazônia é o pulmão do mundo;
Comparação: bem parecido com a metáfora, mas a diferença é que sempre vai
existir um comparativo expresso pelo “como, tal qual”: Você é alto como o seu
pai era.
Metonímia: uso de uma palavra pela outra: Eu amo ler Machado de Assis.
Sinestesia: mistura dos sentidos: Sua voz é doce e aveludada.
Figuras de Pensamento
Antítese: palavras opostas na mesma construção: Ela estava entre a vida e a
morte.
Paradoxo: ideias opostas na mesma construção: Estou sonhando
acordado com o dia da minha formatura.
Eufemismo: amenizar uma notícia triste: Ele partiu para junto de Deus.
Ironia: quando se diz algo querendo dizer o oposto: eu achei linda roupa,
amiga.
Hipérbole: exagero exacerbado: Eu morri de tanto comer naquele rodízio.
Personi cação: dar vida a seres inanimados: O mar está calmo hoje.
Gradação: sentido de sequência de acontecimentos: O sentimento
foi mudando, diminuindo, desaparecendo.
Fonte: a autora
REFLITA
“Os lugares-comuns, as frases feitas, os bordões, os narizes-de-cera, as
sentenças de almanaque, os rifões e provérbios, tudo pode aparecer
como novidade, a questão está só em saber manejar adequadamente
as palavras que estejam antes e depois”.
José Saramago.
Conclusão - Unidade 4
Além das classes, foi possível, ainda, conhecer recursos de expressividade que usamos
em vários tipos de textos para evidenciar o que queremos passar para o leitor, seja em
sentimentos, emoções ou mesmo com o objetivo de demonstrar algo que se quer
dizer.
Espero ter contribuído para a sua formação e que as dúvidas tenham sidos sanadas a
respeito das classes gramaticais, principalmente sob a ótica da morfologia.
Livro
Filme
Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a),
Neste material, busquei trazer para você as de nições das classes de palavras sob o
estudo da morfologia, baseada na NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira). Para
isso, apontei as di culdades encontradas em relação às incoerências que é possível
encontrar nas gramáticas (lembrando que há vários tipos de gramáticas), mas
evidenciando como esse processo é natural e pode, até mesmo, ser enriquecedor
quando olharmos para a perspectiva de que a língua nos traz inúmeras
possibilidades de aplicação.
Espero que as dúvidas tenham sido sanadas e que todas as informações tenham
chegado até você de maneira didática e possível de compreensão.