Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nádia Castro
Processos de formação
das palavras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, compreenderemos em maior profundidade alguns as-
pectos de morfossintaxe. Em especial, vamos tratar dos processos de
formação de palavras. Esse é um tema relevante para todos aqueles
interessados na estrutura interna das palavras e na compreensão crítica
da língua portuguesa.
Os objetivos do texto estão centrados na classificação da flexão, da
derivação e da composição, entendidas como processos de formação
de palavras em língua portuguesa. Nesse contexto, será igualmente
necessário que reflitamos sobre as contribuições da gramática descritiva,
interpretada como suporte para descrição de tais fenômenos.
Formação de palavras
A língua apresenta mecanismos linguísticos de funcionamento por meio dos
quais se cria a oportunidade de formação de novas palavras. Se pensarmos
no léxico, ou seja, naquele banco de dados de palavras que apresenta certa
regularidade (BASÍLIO, 2004), constataremos que este conjunto fechado
não é suficiente para a designação e a construção dos enunciados em língua
portuguesa. Os falantes têm necessidade de identificar, classificar e nomear
as coisas sobre as quais desejam comunicar algo.
2 Processos de formação das palavras
Flexão
A primeira informação considerar é que, no processo de flexão, são conside-
rados o gênero, o número e o grau dos nomes e a pessoa, o número, o tempo
e o modo dos verbos. Segundo Câmara Jr. (2001), os morfemas flexionais
apresentam-se de maneira regular e sistemática. Portanto, vamos analisar o
que acontece com a flexão nominal e verbal.
Processos de formação das palavras 3
Masculino
De gênero
De nomes e Feminino
pronomes Singular
De número
Plural
Flexão
De modo e tempo
De verbos
De número e pessoa
Figura 1. Flexão nominal e verbal.
Fonte: Adaptada de Margotti (2008).
4 Processos de formação das palavras
O livro.
Aquela caneta.
Este dente cariado.
O livro chato.
A caneta vermelha.
Aquele pijama listrado.
Estudávamos.
Derivação
Com relação à derivação, é preciso considerar os casos em que são utilizados
os sufixos derivacionais, ou apenas sufixos, como processo de formação de
novas palavras e ampliação do léxico. Por exemplo: formiga, formigueiro;
paquerar, paquerador. Nos processos de formação de novos vocábulos por
derivação, os falantes têm liberdade, sem imposição gramatical. Utilizam-se
prefixos e sufixos para formação de novos vocábulos.
Composição
A composição, como processo de formação de palavras em língua portuguesa,
ocorre quando se combinam dois ou mais radicais. Exemplos:
Dedo-duro
Beija-flor
Auriverde
e os arcaísmos, como aquelas palavras que, por falta de uso, deixam de ser
utilizadas por determinada comunidade linguística. Em alguns casos, os
arcaísmos permanecem, demarcando comunidades mais conservadoras.
Conforme a gramática descritiva, os neologismos, ou criações novas, são
inseridos na língua por diversos caminhos. O primeiro deles ocorre por meio
dos elementos que já existem na língua, sendo estes palavras, prefixos ou
sufixos. Eles podem combinar-se e emitir delimitações com significado usual
ou mudança de significado. Como processos formais, temos a composição e a
derivação, mas também os empréstimos. Estes ocorrem por incorporação de
termos de outras línguas — traduzidos ou não — ao português.
Portanto, podemos inferir que a gramática descritiva contribui na descrição
e no registro das variedades linguísticas de certo momento de uma língua.
Trata-se de uma abordagem sincrônica que descreve as unidades existentes
na língua, as categorias linguísticas disponíveis, os tipos de construção que
são possíveis e a função dos elementos. Indica, ainda, as condições de uso
de cada um deles. Dessa forma, a gramática descritiva contribui para que os
falantes compreendam a variedade da língua, não apenas da língua culta.
Sendo assim, o que há de registro oral também é validado por essa abordagem.
Evitando as noções de erro e de acerto, a gramática descritiva identifica
as formas de expressão existentes em determinado tempo, evidenciando,
portanto, que não há língua uniforme.
Leituras recomendadas
LEMOS, M. Mecanismo da flexão verbal e desvios do padrão geral. In: MONTEIRO, J. L.
Morfologia portuguesa. 4. ed. Campinas, SP: Pontes, 2002.
MIOTO, C.; SILVA, M. C. F.; LOPES, R. E. V. Novo manual de sintaxe. Florianópolis: Insular, 2005.
Conteúdo: