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Descrição
Propósito
Preparação
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Regência
Identificar as possibilidades de regência verbo-nominal e de
colocação pronominal.
Introdução
Entre as incorreções gramaticais mais comuns, chamam a atenção
os problemas de concordância verbal e nominal, além do uso
inadequado de preposições na sua relação com formas nominais e
verbais. Por isso, é importante lembrar antigas lições sobre sintaxe
da língua portuguesa estudadas na educação básica e retomá-las,
considerando a língua padrão e a gramática normativa, mas sem
deixar de fazer algumas observações sobre a língua em situações
de comunicação nas quais há um distanciamento do padrão ou da
norma culta.
Primeiras palavras
Neste módulo, compreenderemos a concordância verbal e nominal sob
a ótica da gramática normativa, sem desconsiderar a perspectiva da
língua em uso. Em relação à concordância entre o substantivo e o
adjetivo, lembre-se de que o adjetivo varia em gênero e número em
conformidade com o substantivo ao qual ele se refere. Mesmo
distanciados, a relação intrínseca entre os dois impõe ajustes
morfossintáticos, evidenciando a característica combinatória que se
estabelece entre essas categorias.
Reflexão
Reconhecer essa articulação é entender que a construção de uma frase
exige combinação hierarquizada de seus termos, de modo que seus
elementos formem um texto.
fonemas
sílabas
palavras
Exemplo
Muitas meninas bonitas vieram para a minha festa.
Eixo paradigmático
Conceito elaborado por Saussure (1969) que corresponde às relações de
associação mental entre a unidade linguística em determinada posição na
frase e todas as outras que estão ausentes, ainda que pertençam à mesma
classe daquela manifesta e que poderia ser substituída naquele
determinado contexto.
Eixo sintagmático
Para Saussure (1969), as relações entre os sintagmas estão baseadas na
linearidade da língua, ou seja, a noção é que a língua é constituída de
elementos que se sucedem um após o outro na cadeia da fala. Essa relação
entre os elementos é chamada de sintagma. Assim, um termo terá valor
quando for contrastado com o anterior, o posterior ou ambos, porque um
sintagma não pode aparecer ao mesmo tempo que o outro.
Isso faz com que as construções frasais constituam um sistema aberto,
ou seja, não há um número determinado de frases em uma língua. Não é
possível listar todas as possibilidades de construções frasais, à
semelhança do que ocorre com a organização das palavras no interior
de um dicionário.
Observe as frases:
Concordância verbal
O que significa concordar o verbo com o sujeito?
Elipse
Omissão de algum termo.
Exemplo
Note que, embora haja essa possibilidade, a opção por uma ou outra
forma não é gratuita. Existe, portanto, um procedimento enfático relativo
não só à concordância, como também ao próprio deslocamento do
sujeito para depois do verbo.
Com expressões partitivas, que indicam quantidade (“a maior parte de”,
“grande parte de”, “a maioria de”, “boa parte de”), o verbo deve ficar no
singular, concordando com o núcleo do sujeito:
Quantidade
Expressões partitivas que indicam quantidade são:
Saiba mais
Comentário
Uso incorreto
O que é que caiu? Uma pedra, que é retomada pelo pronome relativo
“que”.
O pronome interrogativo
Quantos de nós vão corrigir a prova?
O pronome indefinido
Alguns de nós irão ao comício.
O pronome reto
Quantos de nós iremos à assembleia?
Alguns de nós iremos à assembleia.
Pronome indefinido
Exemplos de pronomes indefinidos:
Tudo;
Nada;
Ninguém.
Verbos impessoais são aqueles que não têm sujeito. Nesse caso, os
verbos ficam na terceira pessoa do singular. Veja a seguir:
Por que isso ocorre? Porque consideramos que a oração tem valor de
substantivo, como nos seguintes exemplos:
Ele é vereador.
Eu sou péssima em cálculo.
Exemplo 1
O verbo “ser” concorda com o predicativo quando este está no
plural e o sujeito é composto por um pronome:
Exemplo 2
Exemplo 3
Concordância nominal
De maneira geral, a regra da concordância, segundo Bechara (1999, p.
543), diz respeito à relação de gênero e número que se estabelece entre
artigo, numeral, pronome adjetivo, adjetivos e particípio (vocábulos
determinantes) com o substantivo ou o pronome (vocábulos
determinados) a que se referem. Casos específicos, que não se
enquadram nessa regra, serão vistos mais adiante.
Situação 1
Quando o adjetivo vem depois de um ou mais substantivos de mesmo
gênero, o adjetivo irá para o plural, concordando com o gênero dos
substantivos:
Situação 2
Se o adjetivo vier depois de um ou mais substantivos e estiver na
função de predicativo, ele irá para o plural, mantendo o gênero
masculino se os substantivos forem de gêneros diferentes:
Situação 3
Quando o adjetivo está anteposto a dois ou mais substantivos, ele
concorda com o mais próximo:
Atenção!
Na situação 1:
Se o adjetivo vier depois de um ou mais substantivos de gêneros
diferentes e você optar pelo plural, o adjetivo deverá ir para o masculino
plural:
Casos especiais
O adjetivo em função de predicativo, em expressões como “é bom”, “é
necessário” e “é proibido”, vai concordar com o sujeito quando este
estiver determinado:
Saiba mais
As palavras “mesmo” e “só” podem funcionar como advérbios e, nesse
caso, ficam invariáveis:
Adjetivos Advérbios
Exemplos.
Quadro: Ealaborado por Valéria Campos Muniz.
Como você deve ter notado, o sentido da frase é de que ela está um
pouco chateada.
Caso 1
Quando a palavra “possível” forma a expressão “o possível”, ela fica
invariável:
Caso 2
Em expressões superlativas – “o mais possível”, “o menos possível”, “o
melhor possível”, “o pior possível” –, a palavra “possível” também fica
invariável:
Atenção!
Embora algumas pessoas digam “Hoje tenho menas coisa para fazer”, a
palavra “menas” não existe!
Uso incorreto
Exceção 1
Exceção 2
Exceção 3
Exceção 4
um/uma.
dois/duas.
numerais a partir de duzentos (duzentas, trezentas, até
novecentas).
Palavras finais
Como você pôde perceber até aqui, há várias regras, detalhes e
exceções envolvendo a concordância verbo-nominal. Mais do que
memorizar essas regras gramaticais, é importante internalizá-las por
meio da leitura atenta de uma diversidade de textos, da prática da
escrita (sempre com consulta à gramática quando houver alguma
dúvida) e da resolução de exercícios.
video_library
Concordância verbo-nominal
Veja a seguir uma demostração com a aplicação das regras gramaticais
sobre concordância verbo-nominal.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Questão 2
2 - Regência
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as possibilidades de regência verbo-
nominal e de colocação pronominal.
As preposições
Na língua portuguesa, as palavras, no interior da oração, instituem
correlações de interdependência morfossintática.
Termo regido
É o termo subordinado, dependente.
Termo regente
É o termo que rege o termo dependente.
Exemplo 1 expand_more
Exemplo 2 expand_more
Regência verbal
Você já percebeu a relação da regência verbal com a transitividade
verbal? Lembra-se de que a transitividade está relacionada à exigência
ou não de um complemento para integrar o sentido do verbo? É aí que a
regência entra. Vejamos:
Nesse caso, dizemos que ele é um verbo intransitivo. Cabe ressaltar que,
segundo Cunha e Cintra (2008, p. 531), esses verbos figuram em menor
número na língua.
Exemplo 1
A imigrante era proveniente da Venezuela.
Exemplo 2
Os alunos iriam para o Museu de Arte Moderna depois da aula.
Assistir
Este verbo tem mais de um significado. Quando utilizado no sentido de
ver, ele vem acompanhado da preposição a:
Atenção!
Uso incorreto
Uso incorreto
Obedecer
Preferir
O verbo “preferir” aceita dois complementos: um sem preposição e outro
com.
Eu prefiro frio.
Elas preferem quente.
O menino preferia bola a carrinho.
Maria preferia matemática a português.
Ele preferia ir à escola a ficar em casa.
Saiba mais
Na linguagem coloquial, é comum intensificar o verbo:
Uso incorreto
Uso incorreto
Lembrar
Quando é pronominal (junção da partícula “se”), este verbo se torna
transitivo indireto e é utilizado com o sentido de recordar. Quem se
lembra, se lembra de algo:
Saiba mais
O verbo “lembrar” ainda pode ser bitransitivo, isto é, quando ele
necessita de dois complementos:
Esquecer
Saiba mais
Uso incorreto
Chegar
de chegar
de movimentar
de alcançar
A encomenda chegou.
O presidente chegou.
Informar
Quem informa, informa alguém de algo:
Atenção!
Tome cuidado para não usar os dois complementos sem preposição
(“Ela informou-o os resultados parciais da eleição”) ou com preposição
(“Ela informou-lhes sobre os resultados das eleições”). Quando o verbo
“informar” é utilizado com dois complementos, um tem de ser direto
(sem preposição) e o outro, indireto (com preposição). Nesses casos, as
frases corretas seriam:
Uso incorreto
Implicar
Uso incorreto
Uso incorreto
Saiba mais
“Ir ao encontro de” significa que duas coisas vão “na mesma direção”,
que há uma concordância entre elas: “Sua opinião ia ao encontro da
minha” (ou seja, pensávamos parecido).
Exemplo 1 expand_more
Exemplo 2 expand_more
Visar
No sentido de almejar, de ter em vista, ele é utilizado como transitivo
indireto com a preposição “a”:
Atenção!
Atualmente, várias gramáticas e dicionários já registram o verbo “visar”
como transitivo direto:
Chamar
No sentido de “pedir que alguém venha”, este verbo é transitivo direto,
ou seja, seu complemento não tem preposição:
sentido de qualificar
Agradar
Aspirar
No sentido de “inspirar”, é transitivo direto, ou seja, o complemento não
vem acompanhado de preposição. Veja as frases a seguir:
Atender
Aceita tanto complemento com preposição, como sem preposição,
estando as duas formas corretas:
Constituir
Pode ter vários sentidos, mas todos eles são construídos com
complementos sem preposição:
Relembrando
Custar
Em seu sentido usual, relativo a preço, ele é intransitivo:
Pode ainda esse verbo ter o sentido de que algo é difícil. Nesse caso, é
bom ressaltar, a gramática normativa condena o uso como verbo
pessoal: “Eu custei a entender a matéria”.
Uso incorreto
Uso incorreto
Custou-me entender a matéria.
Nesses dois exemplos, a oração que vem depois tem a função de sujeito
do verbo “custar”.
Pagar
Prevenir
Veja o quadro a seguir:
Querer
Quando utilizado no:
sentido de desejar
Saiba mais
Os pronomes oblíquos “o, a, os, as” (= ele, ela, eles, elas) assumem
sempre a função de objeto direto, ou seja, representam complementos
do verbo sem preposição.
Exemplo: “Eu dei-lhe um presente” > “Eu dei um presente a ela” (quem
dá, dá alguma coisa a alguém).
Regência nominal
Ela diz respeito à relação que se estabelece entre os nomes e seus
complementos – mais precisamente, entre os substantivos, adjetivos,
advérbios e os complementos. Essa relação é intermediada por uma
preposição.
library_books Acessível
library_books Alheio
library_books Amor
library_books Capacidade
library_books Capaz
library_books Consciente
library_books Contrário
library_books Descontente
library_books Essencial
library_books Grato
library_books Inveja
library_books Junto
library_books Necessário
library_books Necessidade
library_books Obediência
“El d i b diê i i”
“Ele devia obediência a seu pai”.
library_books Parecido
library_books Preferência
library_books Preferível
library_books Próximo
library_books Querido
“El id t d d t ”
“Ela era querida por todos da turma”.
library_books Relação
library_books Necessidade
library_books Satisfeito
library_books Semelhante
library_books Suspeito
library_books Tentativa
library_books Único
Uso incorreto
Dica
Colocação pronominal
Contextualização
Embora a língua portuguesa ofereça certa mobilidade para a construção
da frase, o que nos permite mexer com a posição dos termos em seu
interior, há determinadas colocações a que devemos obedecer, por
exemplo, o artigo, que sempre tem de preceder o substantivo: o certo é
“o país”, e não “país o”.
Próclise
Ênclise
Mesóclise
Próclise
Há determinadas palavras que exercem atração sobre o pronome,
trazendo-o para perto de si. Veremos tais palavras a seguir:
4. Pronome relativo: “A pessoa que lhe contou essa mentira foi a Maria”.
Atenção!
Ênclise
Não se inicia frase com pronome oblíquo. Por isso, o adequado é:
Dá-me seu número.
Encontre-me na esquina.
Uso incorreto
“Encontre-me na esquina”
(“Encontre comigo na esquina”).
Saiba mais
Mesóclise
Cada vez menos frequente na língua escrita, a mesóclise ainda é
encontrada em:
Dá-lo-emos o brinquedo.
Ele emprestá-lo-á o computador.
Atenção!
Colocação pronominal
Exemplo
Situação 2
Situação 3
Situação 4
Saiba mais
Nos verbos terminados em “r”, “s”, “z” + “o, a, os, as”, cortam-se essas
letras e se acrescenta um “l” ao pronome: “lo”, “la”, “los, “las”.
Nos verbos terminados em “m”, “ão”, “õe” + “o, a, os, as”, não se corta
letra nenhuma, apenas acrescenta-se um “n” ao pronome = “no”, “na”,
“nos”, “nas”.
Regra Exemplo
Comentário
Questão 1
Questão 2
Considerações finais
Revisitamos neste conteúdo os conceitos relativos à concordância, à
regência e à colocação pronominal. Por isso, registramos e analisamos
o comportamento morfossintático dos determinantes em relação aos
termos determinados, como também as implicaturas decorrentes da
relação entre verbo, sujeito e complementos, percebendo o movimento
das palavras que compõem o texto como semelhante ao da trama de
um tecido. Ou seja, tudo está intrinsicamente relacionado.
headset
Podcast
Aqui você vai ouvir os comentário e exemplos das principais
dificuldades gramaticais envolvendo a concordância verbal,
concordância nominal, regência verbal e nominal e colocação
pronominal.
Explore +
Assista ao vídeo “Produção de texto e comunicação II: concordância
verbal e nominal”, no canal da Univesp no YouTube.
Evanildo Bechara.
Referências
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2. ed. São
Paulo: Publifolha, 2008.
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