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DO
INGLÊS
Lucas Schenoveber
dos Santos Junior
UNIDADE 3
Spelling and semantics:
homographs, homophones,
conversion, hyponyms
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A Língua Inglesa é conhecida por possuir palavras, ao mesmo tempo,
muito semelhantes e completamente diferentes — similares em ortografia
e sons, mas que diferem em significados.
Neste capítulo, você estudará como os conhecimentos ortográficos
e semânticos são importantes tanto para escrever textos como para
interpretá-los.
Você conhecerá, ainda, as relações semânticas de homografia, homo-
fonia, conversão e hiponímia, como elas podem estar relacionadas umas
às outras e ligadas à ortografia da Língua Inglesa, bem como exemplos
de sua aplicação para produzir efeitos de humor em textos escritos.
Mom said she had a moose chocolate for dinner last night.
Imagine que a frase anterior acabou de chegar em seu celular. Ela lhe causa
algum estranhamento? Se a resposta for não, leia novamente atentando-se à
ortografia de cada palavra, mas caso a resposta seja positiva, você certamente
não compreendeu o porquê da palavra moose nessa frase, porque um “alce de
chocolate” deve ser uma iguaria. Esse exemplo pode ser analisado de duas
formas: basta considerar que o emissor errou a ortografia da palavra mousse
e escreveu moose, nesse caso, há um problema de spelling talvez por falta
de atenção ou pela velocidade da digitação. Já do ponto de vista semântico,
compreende-se que o erro está no sentido da mensagem e foi causado pelo
fato de que moose é homófono de mousse e compartilham a mesma pronúncia,
mas seus significados são completamente diferentes.
Os estudos que descrevem as propriedades ortográficas e semânticas
das palavras datam do início da linguística moderna. Linguistas como D.W.
Cummings defendem a ideia de que a ortografia é moldada por três grandes
forças: fonética, semântica e etimologia (CUMMINGS, 1988). Quanto à força
semântica, os estudos entre esta e a ortografia podem ser organizados da
seguinte forma:
Homographs
Neste exemplo, você pode perceber que a ortografia das palavras bow1 e
bow2 é a mesma. Já em termos de pronúncia, elas apresentam divergência, em
que bow1 recebe a pronúncia /boʊ/, e a palavra bow2 tem a pronúncia /baʊ/.
Quanto ao significado, bow1 e bow2 são diferentes. Na primeira frase,
o falante comenta sua intenção de usar o cabelo penteado de uma forma e,
nesse contexto, compreende-se que a palavra bow1 significa laço (cabelo
amarrado com um laço). Já na segunda frase, bow2 aparece no título da mú-
sica na expressão take a bow, que faz referência a um tipo de cumprimento
típico de países da Ásia, por exemplo, China e Japão. É também conhecido
como o cumprimento feito pelos artistas para agradecer ao público após uma
apresentação, assim sendo, bow2 significa curvar-se.
Homophones
Na primeira frase, pode-se inferir que a palavra bow refere-se a uma parte
do navio, se você já tiver visto a famosa cena do filme Titanic, e tal inferência
4 Spelling and semantics: homographs, homophones, conversion, hyponyms
Sophisticated diners in Europe and North America know that skate is wonder-
fully delicious.
Conversion
1. Instância da ação
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Hyponyms
Hiponímia é a relação semântica entre duas (ou mais) palavras de forma que
o significado de uma palavra contém ou inclui o significado de outras — em
linhas gerais, pode-se dizer que a palavra cujo significado está inserido em
outras se trata de um termo geral. Linguistas como George Yule referem-se a
esse termo como superordinate, pois ocupa um lugar mais elevado. Já aquelas
que incluem o significado de um superordinate são chamadas de hyponyms
(YULE, 2006).
A partir das palavras red e scarlet, pode-se estabelecer uma relação se-
mântica de hiponímia entre elas. Veja os exemplos a seguir:
Red
Red ocupa o lugar mais alto por ser um termo geral, ou superordinate,
porque significa vermelho (cor). Já as palavras scarlet, blood, burgundy e
magenta são hyponyms de red, pois todas incluem o significado da palavra red.
Nesse tipo de relação semântica, é possível também estabelecer que scarlet é
co-hyponym de blood, pois ambas compartilham do mesmo superordinate (red).
O verbo que compõe um conversion pair pode ser polissêmico. No par dust e to dust,
o verbo pode tanto significar a remoção da poeira de um objeto ou lugar (Dust the
book shelves), como significar polvilhar (Dust the cake with icing sugar).
A hiponímia, por sua vez, representa uma relação de hierarquia entre termos
mais e menos específicos, por exemplo, as palavras flower e rose:
An X is a type/kind of Y
Essa fórmula foi desenvolvida pelo linguista David Alan Cruse em estudos
sobre a semântica lexical. Para o autor, X e Y representam espaços que podem ser
preenchidos por termos que se relacionam lógica ou gramaticalmente (CRUSE,
1989). Aplicando a fórmula nas palavras flower e rose, tem-se o seguinte:
O exemplo “How was your date?” pode variar de contexto, o que implica
em diferentes sentidos para a forma date. Imagine a seguinte situação: você
volta de um encontro (romântico) quando alguém lhe pergunta: “How was your
date?”, como você responde? A que o interlocutor se refere? Aqui, se instala a
ambiguidade, pois date pode tanto significar o encontro (evento) do qual você
retornou como a pessoa com quem você estava nesse encontro.
Agora imagine outra situação: alguém lhe diz a seguinte frase I had a date
last night. Certamente você associará date ao significado “encontro”, mas há
a possibilidade de ocorrer a ambiguidade lexical pelo fato de que essa palavra
também significa tâmara (fruta). Logo, dependendo das circunstâncias de uso,
Spelling and semantics: homographs, homophones, conversion, hyponyms 11
a frase I had a date last night pode ser “Eu tive um encontro noite passada”
ou “Eu comi uma tâmara ontem à noite”.
A semântica estuda não apenas o significado das palavras, mas também
as relações de significado que estabelecem entre si, bem como se interessa
pela relação entre as palavras e a realidade extralinguística. Ao relacionar as
propriedades semânticas, é possível compreender como essas relações são
estabelecidas. Você estudou nesta seção que, embora as relações de hiponímia
se difiram das de sinonímia pela questão de hierarquia, em que uma palavra
não é sinônima da outra, mas, sim, incorpora parte do seu significado (rose/
flower), as palavras não estabelecem apenas um tipo de relação semântica
entre si. Você estudou, também, que a ambiguidade lexical pode ser causada
tanto por palavras homônimas como polissêmicas.
O estudo semântico não se restringe a apenas uma propriedade, pois a mesma palavra
pode estabelecer diversas relações semânticas. A palavra bank, por exemplo, pode ser
estudada na homonímia sendo bank (margem do rio) homônima de bank (instituição
financeira). Já mammal, quando estudada na hiponímia, é considerada superordinate de
palavras como dog, cat, cow, zebra, mas pode também ocupar o lugar de co-hyponym
do superordinate animals.
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Fonte: Baker (1992, p. 15).
https://goo.gl/IP3jfp.
Spelling and semantics: homographs, homophones, conversion, hyponyms 15
Atenção duplicada? Não! Triplicada! Algumas palavras podem ter sons muito parecidos,
mas significar coisas diferentes.
We need to buy more sugar.
After work I`ll drop by your house.
She said bye and waved.
ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005. 200 p.
(Na Ponta da Língua, 13).
BAKER, M. In other words: a coursebook on translation. New York: Routledge, 1992. 304 p.
CRUSE, D. A. Lexical semantics. New York: Cambridge University Press, 1986. 310 p.
CUMMINGS, D. W. American English spelling: an informal description. Baltimore: Johns
Hopkins University Press: 1988. 555 p.
MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Orgs.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 8.
ed. São Paulo: Cortez, 2012. 312 p.
YULE, G. The study of language. 3rd. ed. rev. & upd. New York: Cambridge University
Press, 2006. 273 p.
Leituras recomendadas
CANÇADO, M. Manual de semântica: noções básicas e exercícios. São Paulo: Contexto,
2012. 192 p.
DAVIS, A.; ELDER, C. The handbook of applied linguistics. Malden; Oxford; Carlton: Blackwell
Publishing, 2004. 866 p. (Blackwell handbooks in linguistics, 17).
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