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Módulo 1
FONÉTICA
Método do Português Lógico
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APRESENTAÇÃO
Com essa preocupação bem (e sempre!) presente, fixei-me num ponto que me era
bem claro, familiar, encantador: a sequência lógica da Matemática. Aliás, eu sempre fora
aluno nota dez nessa área do conhecimento. A exatidão, o raciocínio lógico e a possibilidade
de compreensão, nela existentes, fascinavam-me. E eu, agora já como professor, me
questionava: não será possível ensinar o Português como me fora ensinada a Matemática?
Numa prova de que nada é impossível quando se quer intensamente alguma coisa,
sempre inovei nas aulas (bem planejadas, interessantes, surpreendentes, inovadoras!),
no material didático (paralelamente àquele adotado pela escola, eu sempre produzia
também o meu!), na relação com os alunos (aulas dialogadas, envolventes, produtivas!),
na distribuição dos conteúdos (sempre sequenciais, não desprezando nunca os pré-
requisitos!), na fundamentação conceitual (sem admitir que algo fosse assim porque alguém
dissera que assim tinha de ser, mas buscando, com meus alunos, o porquê de cada coisa!)
e na consolidação de uma metodologia própria (algo que facilitasse, de fato, o ensino e a
aprendizagem, envolvendo os alunos e levando-os ao gosto pelo idioma pátrio).
De forma até surpreendente, fui vendo que meus alunos aprendiam mais, estudavam
mais, produziam mais, dedicavam-se mais, gostavam mais, muito mais de minhas aulas. E,
evidentemente, aprendiam mais, muito mais!
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Em conversas abertas, francas e sinceras com meus amigos – sim, porque da satisfação
dos alunos é que se forma a verdadeira amizade com os professores –, fui consolidando
minha antiga expectativa, agora uma convicção: é possível, sim, ensinar o Português como
sempre se ensinou a Matemática, de forma sequencial, lógica, exata, convincente, produtiva,
fácil.
Espero, sinceramente, que meus pósteros – quer professores, quer alunos, quer
simples amantes do símbolo pátrio maior – tirem o máximo proveito desse que será, além de
um indispensável material didático-pedagógico, um novo e retumbante “Independência ou
Morte”, no ensino e na aprendizagem do idioma de Camões, de Assis e de Pessoa!
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OLÁ AMIGO!
Estamos iniciando hoje um enorme projeto, e você haverá de ser nosso grande
parceiro.
Esta é apenas a primeira de uma série de aulas que, no conjunto, englobarão todos os
conteúdos do ensino fundamental e médio e contribuirão para seu sucesso, quer na busca de
uma vaga na universidade, via Enem ou vestibular; quer na conquista de espaço no mercado
de trabalho, via concursos públicos; quer, ainda, na admiração de todos aqueles que o
cercam, em família, no trabalho e em sociedade.
Nessa série de aulas será visto todo o conteúdo – pela primeira vez, do início ao fim dos
conteúdos de Língua Portuguesa – numa sequência lógica extraordinária.
Você verá que, passo a passo, serão vencidos todos os assuntos gramaticais, aplicando-
se, nos subsequentes, tudo aquilo que se aprendeu nos anteriores.
Dessa forma, você se sentirá sempre com os pés no chão, perfeitamente bem
localizado, adequadamente bem instruído e didaticamente muito bem orientado.
Nosso trabalho será, a bem da verdade, uma caminhada que terá dois marcos bem
claros: um ponto de partida e outro ponto de chegada.
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Para esse processo ser exitoso, porém, seu interesse será determinante. Afinal, não
adiantará assistir a uma nova aula se tudo o que já tiver sido visto não estiver muito claro em
sua mente. A sequência lógica será sempre nossa bússola; a aplicação de tudo o que já fora
visto, nosso norte.
Portanto, um futuro brilhante abre-se diante de você, querido amigo. Bastará que
haja vontade inquebrantável de aprender Português de forma sequencial e disposição
irrenunciável de cumprir todas as tarefas paralelas às aulas assistidas.
Foi nessa perspectiva, aliás, que montamos este material. Nele, explanamos melhor e
mais amplamente o conteúdo das videoaulas e, de igual sorte, fornecemos mais exercícios
para a retomada dos conteúdos vistos, para a fixação dos assuntos em estudo e para a
fundamentação, por meio de pré-requisitos, do que ainda virá.
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O PONTO DE PARTIDA
Dando início a uma grande caminhada, convidamos você, amigo, a observar Pois bem, nossa escada, você pode
atentamente a Escada do Português Lógico, que idealizamos e que se segue: ver, possui nove degraus. E cada um deles
leva a outro maior e que resume todos os
anteriores.
Ao topo, pois!
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1º DEGRAU
Fonemas
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1º Degrau / Fonemas
SONS E SINAIS
Esses sons, ou fonemas, são as unidades sonoras mínimas da fala e, como tais, devem
alicerçar nossa maravilhosa caminhada, degrau a degrau, da base ao topo da fantástica
Escada do Português Lógico.
Neste degrau, isto é, no estudo dos sons mínimos da fala, os fonemas, temos de
considerar três aspectos muito importantes e de domínio absolutamente indispensável para
a continuidade dos estudos:
Essa situação, que é uma espécie de regra geral do idioma, deve abranger mais de 95% de
todos os vocábulos com que nos comunicamos em Língua Portuguesa Brasileira.
Identificação prática: bola (retirando-se o “b”, o som passa a ser “ola”; retirando-se o
“o”, o som passa a ser “bla”; retirando-se o “l”, o som passa a ser “boa”; e retirando-se o “a”,
o som passa a ser “bol”). Vê-se, assim, que todos os sinais produzem sons, isto é, cada letra
corresponde a um fonema.
Conclusão: se, retirado qualquer dos sinais, a pronúncia se alterar, será porque todos
eles produzem som.
O fenômeno em que haverá maior número de sons (fonemas) do que de sinais (letras)
ocorrerá somente quando, no vocábulo, existir um “x” com som de “ks”.
Exemplos: fixo (fikso), nexo (nekso), táxi (táksi), sexo (sekso), asfixia (asfiksia)...
Existem dez, mais dez (diferentemente de vinte!) casos em que teremos (ou poderemos
ter) menor número de sons (fonemas) do que de sinais (letras).
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1º Degrau / Fonemas
* Ex-clu-si-vo (nove letras e nove fonemas), ex-cla-mar (oito letras e oito fonemas)...
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1º Degrau / Fonemas
Exemplos:
a) am – la-vam (la-vãu), en-xá-guam (ĕ-xá-guãu)...
b) em – bem (bĕi), en-xá-guem (ĕ-xá-guĕi)...
c) en – pó-len (pó-lĕi), líquen (li-kĕi)...
Exemplos:
a) im – jar-dim (seis sinais e cinco sons), a-le-crim (sete sinais e seis sons)...
b) om – ba-tom (cinco sinais e quatro sons), cu-pom (cinco sinais e quatro sons)...
c) um – a-tum (quatro sinais e três sons), mé-dium (seis sinais e cinco sons)...
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1º Degrau / Fonemas
TEXTOS E TESTES
Deixou tudo mui triste, Talvez puro reflexo Hoje, a saudade asfixia,
Talvez, num simples sinal, Triste e vivendo mui mal Com raça, lendo o jornal,
Ficou o canto da praça, Hoje, acho, nem mais existe, Onde está o táxi da praça?
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
Prolixo: que usa palavras em demasia ao falar ou escrever; que não sabe sintetizar o pensamento.
Nexo: ligação entre duas ou mais coisas; entre situações, acontecimentos ou ideias; coerência.
Reflexo: reação involuntária, sensorial ou motora; resposta breve e involuntária; imagem refletida.
Catedral: igreja principal de uma diocese, onde se encontra o trono episcopal; relativo à cátedra.
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
a) vocábulos táxi e fixo (primeiro verso): maior número de fonemas do que de letras;
b) vocábulos lixo e existe (segundo verso): mesmo número de fonemas e de letras;
c) vocábulos mui e triste (terceiro verso): ambos apresentam cinco letras e cinco fonemas;
d) vocábulos muito e sem (quarto verso): mesmo número de letras e de fonemas;
e) vocábulos num e simples (quinto verso): maior número de letras do que de fonemas.
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
06. Marque a única opção em que o efeito do xis não é o mesmo nas palavras
destacadas:
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
As sementes
Certa vez, um repórter de jornal entrevistou o produtor e, espantado, descobriu que ele
fornecia semente do milho dele aos vizinhos. Surpreso, o entrevistador perguntou:
– Como você pode dividir a melhor semente de seu milho com seus vizinhos, se eles
competem com você?
– Você não sabe o porquê, jovem? Ora, o vento apanha o pólen do milho maduro e o
leva de campo a campo. Se meus vizinhos cultivarem milho inferior, a polinização degradará
continuamente a qualidade do meu milho também. Se eu quero milho bom, tenho de ajudá-
los a também cultivarem milho bom.
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
01. Segundo o texto, o motivo que levou o agricultor a dividir suas sementes foi?
a) O desejo de que seus vizinhos também tivessem grãos de qualidade para competir com ele.
b) O desejo de que a polinização não diminuísse a qualidade de seu próprio milho.
c) O fato de ele ser extremamente caridoso e não querer competir com os vizinhos.
d) A exigência dos vizinhos que o obrigaram a dividir suas sementes com eles.
e) A ostentação do agricultor, que queria mostrar aos vizinhos seu poder de campeão.
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
03. Com o texto, o autor teve a intenção de: 05. O número de sinais e de fonemas dos vocábulos retirados do
texto é coincidente em:
a) Noticiar a reiterada premiação de um agricultor caridoso.
b) Criticar o fato de o produtor dividir as sementes com os a) Entrava.
vizinhos. b) Milho.
c) Mostrar como vivem os agricultores, pessoas simples e c) Feira.
solidárias. d) Onde.
d) Ensinar ao leitor que, para ter sucesso, às vezes precisa-se e) Táxi.
pensar também no sucesso dos outros.
e) Provar ao leitor que, para viver feliz, deve-se, a qualquer
custo, ser sempre o melhor. 06. Marque a opção em que um vocábulo possui o mesmo número
de sinais e de fonemas:
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
a) bolha;
b) iniquidade;
c) tranquilo;
d) infante;
e) infame.
a) beliscar;
b) crescimento;
c) mente;
d) jardim;
e) alheio.
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
04. Marque a única opção em que o número de letras e de fonemas não é o mesmo:
a) altruísmo;
b) cético;
c) gauchesco;
d) niilismo;
e) cooperação.
05. Em qual das opções há menor número de fonemas do que o número de letras?
a) fixamente;
b) asfixiamento;
c) prolixamente;
d) chuviscava;
e) gato.
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1º Degrau / Fonemas / Textos e Testes
07. Marque a opção em que o número de fonemas é coincidente: 10. Marque a opção correta:
a) nexo;
b) fixo;
c) fluxo;
d) reflexo;
e) feixe.
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1º Degrau / Fonemas
GABARITO
Terceiro momento: 01-C / 02-E / 03-C / 04-D / 05-B / 06-C / 24) al-guém – seis – cinco (gu)
07-B / 08-E / 09-E 25) al-guns – seis – cinco (un)
26) nin-guém – sete – cinco (in / gu)
Sexto momento: 01-B / 02-C / 03-D / 04-B / 05-C / 06-A
27) pre-nún-cio – nove – oito (ún)
Sétimo momento: 28) con-va-les-cên-cia – quatorze – onze (on / sc / ên)
29) pin-guim – sete – cinco (in / im)
01) tam-bém – seis – cinco (am)
30) ne-ces-sa-ri-ís-si-mo – quinze – treze (ss /ss)
02) tó-xi-co – seis – sete (x = ks)
03) bo-che-cha – oito – seis (ch / ch)
Oitavo momento: 01-A / 02-B / 03-A / 04-C / 05-D / 06-D / 07-C / 08-A
04) al-gum – cinco – quatro (um)
/ 09-E / 10-B
05) sin-ta-xe – sete – seis (in)
06) ex-ces-si-vo – nove – sete (xc / ss)
07) tan-que – seis – quatro (an / qu)
08) ex-clu-den-te – dez – nove (en)
09) guer-ri-lhei-ro – doze – nove (gu / rr / lh)
10) tan-que-zi-nho – onze – oito (an /qu / nh)
11) lin-gui-ça – oito – sete (in)
12) hu-mi-lha-ção – dez – oito (h = consoante muda / lh)
13) chu-vis-car – nove – oito (ch)
14) qua-se – cinco – cinco
15) tran-qui-li-da-de – treze – doze (an)
16) ex-ce-den-te – nove – sete (xc / em)
17) Jo-a-quim – sete – cinco (qu / im)
18) an-ti-gui-da-de – onze – dez (na)
19) a-guar-den-te – dez – nove (en)
20) fle-xí-vel – oito – nove (x = ks)
21) ba-tom – cinco – quatro (om)
22) tran-qui-la-men-te – quatorze – doze (an / en)
23) ne-nhum – seis – quatro (nh / um)
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1º Degrau / Fonemas
ÚLTIMAS PALAVRAS
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2º DEGRAU
Letras
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2º Degrau / Letras
INÍCIO DE CONVERSA
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2º Degrau / Letras
AS LETRAS
ENCONTROS VOCÁLICOS
Meu bom amigo, você já deve ter percebido que nossa vida é feita de encontros e
desencontros. Falemos, aqui, porém, somente dos encontros, que eles são mais repletos de
fatos bons, de novidades positivas, de sonhos até.
Pois bem, quando duas pessoas que se amam encontram-se, daí resulta um encontro
amoroso; quando duas nações que estão em guerra se encontram, daí resulta um encontro
bélico, e assim por diante.
Mas e quando dois ou mais sons vocálicos se encontram, resultará o que precisamente?
Ora, daí resultará um encontro vocálico, logicamente.
Esses encontros vocálicos – dependendo do número de sons vocálicos envolvido neles e
das sílabas onde eles ocorrem – poderão ser de três tipos.
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2º Degrau / Letras
01. Ditongos
Conforme se sabe, o prefixo di (de origem grega: dissílabo, dióxido...), tal qual seu
parceiro bi (de origem latina: bicampeão, bimestral...), significa dois, duas.
Assim, quando se encontram, numa mesma sílaba, isto é, quando pronunciados
num só impulso de voz, dois sons vocálicos formarão um fenômeno fonético denominado
ditongo.
Observando-se atentamente os exemplos acima, será fácil ver que alguns deles têm
pronúncia oralizada, isto é, são pronunciados exclusivamente pela boca (ai, de papai; ei,
de lei; ua, de água); outros, porém, soam com pronúncia nasalizada (ãe, de mamãe; ão, de
contramão).
Daí, exatamente, tem-se a primeira classificação dos ditongos, subdividindo-os em
orais e nasais.
a) Ditongos orais: aqueles pronunciados exclusivamente pela boca (rei / gê-nio / pa-
péis / quei-jo (kei-jo)...).
b) Ditongos nasais: aqueles pronunciados parte pela boca e parte pelo nariz (ma-
mão / le-ão / bo-tões / a-le-mães...).
Atenção!
É hora, aqui, de retomarmos a primeira aula a fim de vermos, nela, casos em que as
vogais e as semivogais surgem disfarçadamente.
Vimos, lá, que as terminações am, em, an e en não roubavam sons. Sim, essas
combinações, em final de vocábulos, formam encontros vocálicos nasais.
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2º Degrau / Letras
Ocorrem ditongos nasais, pois, em vocábulos como estavam (es-ta-vãu), cantem (can-
tẽi), élan (e-lãu), pólen (pó-lẽi)...
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2º Degrau / Letras
Daí, então:
a) Ditongo crescente: aquele formado por semivogal (menos forte) + vogal (mais
forte).
b) Ditongo decrescente: aquele formado por vogal (mais forte) + semivogal (menos
forte).
Exemplos:
a) é-gua: ditongo oral, crescente (semivogal e vogal);
b) sé-rie: ditongo oral, crescente (semivogal e vogal);
c) gê-nio: ditongo oral, crescente (semivogal e vogal);
d) a-foi-to: ditongo oral, decrescente (vogal e semivogal);
e) lou-cu-ra: ditongo oral, decrescente (vogal e semivogal);
f) quei-jo (kei-jo): ditongo oral, decrescente (vogal e semivogal).
Aplicando-se o conteúdo visto no degrau anterior – estudo dos fonemas –, será fácil
identificar as semivogais, pois elas serão representadas sempre por i ou por u.
Exemplos:
a) ma-mãe (ma-mãi): ditongo nasal, decrescente (vogal e semivogal);
b) ma-mão (ma-mãu): ditongo nasal, decrescente (vogal e semivogal);
c) bem (bẽi): ditongo nasal, decrescente (vogal e semivogal);
d) de-ram (de-rãu): ditongo nasal, decrescente (vogal e semivogal);
e) quan-do (quã-do): ditongo nasal, crescente (semivogal e vogal).
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2º Degrau / Letras
O grande cuidado na classificação dos ditongos, pois, ficará por conta da presença de i e u juntos.
Nesse caso, porém, a pronúncia pausada, cuidadosa e atenta solucionará qualquer dúvida.
Exemplos:
a) pos-sui: ditongo oral, decrescente (vogal e semivogal);
b) des-tru-iu: ditongo oral, crescente (semivogal e vogal);
c) mui-to: ditongo nasal, decrescente (vogal e semivogal);
d) fui: ditongo oral, decrescente (vogal e semivogal).
02. Tritongos
Aqui, o prefixo tri, de origem latina – indicando três, triplo –, associa-se ao radical grego tong – que
indica som, tom –, para, juntos, conceituarem o encontro, numa mesma sílaba, de três sons vocálicos –
sempre nesta ordem: semivogal, vogal e semivogal.
Aqui também, observando-se atentamente os exemplos acima, será fácil ver que alguns deles
têm pronúncia oralizada, isto é, são pronunciados exclusivamente pela boca (uai, de quais, Uruguai e
paraguaio); outros, porém, soam nasalizadamente (uão, de saguão e quão; uõe, de saguões).
Daí, exatamente, tem-se a classificação dos tritongos, que se subdividem em orais e nasais.
a) Tritongos orais: aqueles pronunciados exclusivamente pela boca (quais-quer / a-pa-zi-guei /
de-lin-quiu / i-guais...).
b) Tritongos nasais: aqueles pronunciados parte pela boca e parte pelo nariz (sa-guão / quão /
sa-guões...).
Haja vista que a fórmula dos tritongos é fixa – semivogal, vogal e semivogal –, eles não podem ser
classificados em crescentes e decrescentes.
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2º Degrau / Letras
Atenção!
É hora, também aqui, de retomarmos a primeira aula a fim de vermos, nela, casos em
que as vogais e as semivogais surgem disfarçadamente.
Vimos, lá, que as terminações am, em, an e en não roubavam sons. Sim, essas
combinações, em final de vocábulos, formam encontros vocálicos nasais.
Ocorrem tritongos nasais, pois, em vocábulos como enxáguam (en-xá-guãu),
enxáguem (em-xá-guẽi), águam (á-guãu), á-guem (á-guei)...
03. Hiatos
Até aqui, no estudo dos encontros vocálicos, vimos aqueles – ditongos e tritongos – cuja
formação ocorre no interior de uma mesma sílaba.
Agora, estudaremos o encontro de dois sons vocálicos – não importando se vogal ou
semivogal – num mesmo vocábulo, porém em sílabas diferentes.
O nome desse novo fenômeno fonético é hiato, que, do latim hiatus, significa lacuna,
abertura, fenda.
Para entender melhor o que seja hiato, aliás, basta pronunciar os vocábulos ai
(interjeição) e aí (advérbio).
Em ai, ambos os sons vocálicos são expelidos num mesmo impulso de voz, formando,
então, um ditongo. Já, em aí, entre os dois sons vocálicos – expelidos em diferentes
impulsos de voz – é possível perceber uma lacuna, uma pausa, um silêncio, uma fenda, todos
sinônimos de hiato.
Exemplos: hi-a-to / sa-ú-de / chei-o / fei-u-ra / u-ru-guai-o / u-ru-guai-a-nen-se...
Resumindo o que se viu até aqui, no que diz respeito à combinação entre vogais e
semivogais, temos ditongos (dois sons vocálicos – vogal-semivogal ou semivogal-vogal –
numa mesma sílaba); tritongos (três sons vocálicos – semivogal-vogal-semivogal – numa
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2º Degrau / Letras
mesma sílaba); e hiatos (dois sons vocálicos, juntos, num mesmo vocábulo, porém em
sílabas diferentes).
Concluído o estudo acerca da combinação dos sons vocálicos, chegou a hora de vermos
como se comporta a combinação dos sons consonânticos.
Haja vista não interessar, na sequência dos estudos, qualquer divisão nos encontros de
consoantes, bastar-nos-á fixar este conceito de encontro consonantal: encontro de duas ou
mais consoantes, num mesmo vocábulo, independentemente da partição silábica.
Atenção!
Novamente devemos retomar a primeira aula, isto é, o primeiro degrau de nossa
encantadora Escada do Português Lógico, a fim de evitarmos contratempos.
Você deve lembrar que, lá, as vogais a, e, i, o, u, seguidas de m ou n, no meio do
vocábulo e em final de sílabas, sempre roubavam um som.
Pois bem, o m e o n, nesses casos, não deverão ser considerados na formação dos
encontros consonantais, pois serão simples índices de nasalização e formarão outro
fenômeno fonético chamado dígrafo.
Exemplos:
a) cam-po: não existe encontro consonantal;
b) en-can-to: não existe encontro consonantal;
c) som-bra: o encontro consonantal é formado por br apenas;
d) en-con-tro: o encontro consonantal é formado por tr apenas; e
e) con-cor-dân-cia: o encontro consonantal é formado por rd apenas.
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2º Degrau / Letras
Igualmente, os encontros ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç e xc – quando formarem o fenômeno
fonético denominado dígrafo, não serão contados na formação de encontros consonantais.
Exemplos:
a) cha-ve: não existe encontro consonantal;
b) te-lha: não existe encontro consonantal;
c) ni-nho: não existe encontro consonantal;
d) ter-ra: não existe encontro consonantal;
e) mis-sa: não existe encontro consonantal;
f) cres-cer: existe encontro consonantal apenas em cr;
g) es-co-la: existe encontro consonantal em sc;
h) ex-ce-ção: não existe encontro consonantal;
i) ex-clu-si-vo: existe encontro consonantal em xc;
j) ex-cep-cio-nal: existe encontro consonantal apenas em pc;
k) cres-ci-men-to: existe encontro consonantal apenas em cr;
l) as-cen-so-ris-ta: existe encontro consonantal apenas em st; e
m) es-cas-sa-men-te: existe encontro consonantal apenas em sc.
Por fim, há que se buscar, também lá no primeiro degrau, o caso em que uma letra – o
x com som de ks – produzia dois fonemas.
Pois esse também será um caso de encontro consonantal.
Exemplos:
a) fi-xo: encontro consonantal no x;
b) li-xo: não existe encontro consonantal;
c) se-xo: encontro consonantal no x;
d) as-fi-xi-a: encontros consonantais em sf e x; e
e) mu-xo-xo: não existe encontro consonantal.
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2º Degrau / Letras
DÍGRAFOS
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2º Degrau / Letras
TEXTOS E TESTES
Criatividade
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
02. Marque a opção cujo ditado popular não está de acordo com a mensagem do texto:
04. Marque a opção em que a substituição da palavra destacada não altera o significado
da frase original:
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
a) bruscamente (linha 04): onze letras, dez fonemas, dois encontros consonantais e um
dígrafo;
b) caminho (linha 04): sete letras, seis fonemas, um dígrafo vocálico;
c) pensando (linha 04): oito letras, seis fonemas, nenhum encontro consonantal;
d) tamanhozinho (linha 06): doze letras, dez fonemas, dois dígrafos consonantais;
e) mim (linha 05): três letras, dois fonemas, duas consoantes, uma vogal.
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
a) sai (linha 07): três letras, três fonemas, uma consoante, uma vogal, uma semivogal, um
ditongo oral decrescente;
b) correndo (linha 07): oito letras, seis fonemas, três vogais, cinco consoantes, um dígrafo
consonantal, um dígrafo vocálico;
c) cãozinho (linha 08): oito letras, sete fonemas, quatro vogais, quatro consoantes, um
dígrafo consonantal, um ditongo nasal decrescente;
d) cachorro (linha 08): oito letras, seis fonemas, três vogais, três consoantes diferentes,
dois dígrafos consonantais;
e) vai (linha 08): três letras, três fonemas, uma consoante, uma vogal, uma semivogal, um
ditongo oral decrescente.
a) tigre (linha 08): cinco letras, cinco fonemas, duas vogais, três consoantes, um encontro
consonantal;
b) direção (linha 09): sete letras, sete fonemas, três vogais, uma semivogal, três
consoantes, um ditongo nasal decrescente;
c) suas (linha 10): quatro letras, quatro fonemas, duas vogais, duas consoantes, um hiato;
d) traidor (linha 10): sete letras, sete fonemas, duas vogais, uma semivogal, quatro
consoantes, um ditongo oral decrescente;
e) exclama (linha 10): sete letras, sete fonemas, três vogais, quatro consoantes, um
encontro consonantal.
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
a) sair (linha 12): quatro letras, quatro fonemas, uma vogal, uma semivogal, duas
consoantes, um ditongo oral decrescente;
b) não (linha 12): três letras, três fonemas, uma vogal, uma semivogal, uma consoante,
um ditongo nasal decrescente;
c) estivesse (linha 12): nove letras, oito fonemas, quatro vogais, cinco consoantes, um
encontro consonantal, um dígrafo consonantal;
d) pronta (linha 13): seis letras, cinco fonemas, duas vogais, quatro consoantes, um
encontro consonantal, um dígrafo vocálico;
e) preguiçoso (linha 13): dez letras, nove fonemas, quatro sons vocálicos, cinco sons
consonânticos, um encontro consonantal, um dígrafo consonantal.
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
Encontros
Nº
Vocábulos Ditongos Tritongos Hiatos Consonantais Dígrafos
02. Preencha a planilha que
se segue: a) correndo
b) chão
c) delícia
d) sua
e) iguais
f) bruscamente
g) Deus
h) também
i) atrás
j) cãozinho
k) enganou
l) furioso
m) cachorro
n) maldito
o) tigre
p) em
q) direção
r) traidor
s) quando
t) qual
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2º Degrau / Letras / Textos e Testes
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2º Degrau / Letras
GABARITO
Terceiro momento: 01. E / 02. C / 03. D / 04. E / 05. B / 06. A / 07. B / 08. C /
09. D / 10. A
Quarto momento:
Exercício 01:
46
2º Degrau / Letras / Gabarito
47
2º Degrau / Letras
ÚLTIMAS PALAVRAS
Mas, mais do que isso, quer nos conteúdos teóricos, quer nos
exercícios práticos, há de lhe ter ficado ainda mais clara nossa ideia de
conteúdo sequencial, lógico, coerente, responsável, prático, fácil: é fixar e
aplicar. Sempre!
48
3º DEGRAU
Sílabas
49
3º Degrau / Sílabas
INÍCIO DE CONVERSA
A partir daqui, você verá, por exemplo, que não separaremos os ditongos
e os tritongos, mas separaremos, sempre, os hiatos. Seguirá, pois, nosso
plantar-colher.
50
3º Degrau / Sílabas
AS SÍLABAS
Assunto que retoma (e resume!) o estudo dos fonemas e das letras, o trato das sílabas
precisa ser realizado sob três aspectos fundamentais:
a) número de sílabas;
b) tonicidade; e
c) partição.
ATENÇÃO!
Haja vista nosso próximo assunto – acentuação gráfica –, torna-se urgentemente
necessário distinguir monossílabos tônicos de monossílabos átonos.
1) Monossílabos tônicos: vocábulos de uma só sílaba que têm existência por si sós.
Exemplos: pé, pê (nome da letra), cê (nome da letra), há, mel, sal, pão...
2) Monossílabos átonos: vocábulos de uma só sílaba que não têm existência por si
sós.
Exemplos: me, se, em, de, e, a...
51
3º Degrau / Sílabas
Veremos, no próximo degrau de nossa Escada, que, na acentuação dos monossílabos, a lei
faz referência tão somente aos tônicos e, por conseguinte, não se acentuam os átonos.
Considerando que, em Língua Portuguesa, não existe nenhum vocábulo cuja sílaba tônica seja
anterior à antepenúltima, basta agruparmos aquelas de uma, duas e três sílabas. Depois disso,
juntamos todas as demais, sem nenhum prejuízo de sequencialidade dos estudos, num grupo só.
52
3º Degrau / Sílabas
53
3º Degrau / Sílabas
Como é possível ver pelos exemplos acima, na atividade de separação de sílabas, não
entram em questão os prefixos, os radicais ou os sufixos.
Visto isso, e tão somente para facilitar ainda mais o assunto, faremos uma série de
observaçõezinhas para facilitar a aplicação da regra (única!) da pronunciação:
a) presença de prefixos: não importa!
54
3º Degrau / Sílabas
e) dois fonemas vocálicos no final da palavra: havendo f) Cuidados especiais com a pronúncia e respectiva
acento, não se separam! separação!
Exemplos: Exemplos:
– Na distância (dis-tân-cia) que dói, ele se distancia (dis-tan- – circuito: cir-cui-to – o vocábulo é trissílabo e a vogal tônica
ci-a) da pessoa amada. é o u;
– Por meio de um ofício (o-fí-cio), eu oficio (o-fi-ci-o) as – intuito: in-tui-to – o vocábulo é trissílabo e a vogal tônica é
testemunhas. o u;
– A autópsia (au-tóp-sia), ou autopsia (au-top-si-a), foi – fortuito: for-tui-to – o vocábulo é trissílabo e a vogal
imediata e perfeita. tônica é o u;
55
3º Degrau / Sílabas
TEXTOS E TESTES
Só o tempo entende
Era uma vez uma linda ilha, onde moravam os seguintes sentimentos: a alegria, a tristeza, a
vaidade, a sabedoria, o amor, dentre outros. Um dia avisaram todos os moradores de que a ilha seria
inundada. Apavorado, o amor cuidou que todos os sentimentos se salvassem. Ele falou: “Fujam todos!
A ilha será inundada!”. Todos correram, pegaram seus barquinhos e foram a um morro bem alto. Só o
amor não se apressou, pois queria ficar mais um pouco em sua ilha.
Quando já estava quase se afogando, apressou-se em pedir ajuda. Passava por aí a riqueza. O amor
suplicou-lhe: “Riqueza, leva-me contigo!”. Ela respondeu: “Não posso. Meu barco está cheio de prata e de
ouro, e tu não caberias nele”.
Passou então a vaidade. E o amor pediu socorro: “Oh, vaidade, leva-me contigo!”. A vaidade
respondeu-lhe: “Não posso, tu vais sujar meu barco!”.
Logo atrás vinha a tristeza. “Tristeza, posso ir contigo?”, perguntou-lhe o amor. “Ah, amor, estou
muito triste e prefiro ir sozinha!”. Passa a alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.
Já desesperado, achando que ficaria só, o amor começou a chorar. Passou, então, um barco, com
um velhinho dentro. O idoso gritou: “Sobe, amor, eu te levo!”. E o amor ficou espargindo felicidade.
Esqueceu-se até de perguntar pelo nome do velhinho.
Chegando ao morro, o amor perguntou à sabedoria: “Quem era o velhinho que me trouxe?”. A
sabedoria respondeu-lhe: “O tempo”. “O tempo?”, continuou o amor. “Mas por que só o tempo me
trouxe até aqui?”. E a sabedoria explicou-lhe: “Porque só o tempo é capaz de entender um grande
amor!”.
(Autor desconhecido)
56
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
01. Considerando as afirmações feitas, marque verdadeiro (V) ou falso (F) e assinale a opção
correta:
a) V – F – V – V – F;
b) V – F – F – V – V;
c) V – V – V – V – F;
d) F – F – V – V – F;
e) V – F – V – F – F.
57
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
02. Considerando as afirmações feitas, marque verdadeiro (V) ou falso (F) e assinale a
opção correta:
a) V – F – F – V – V;
b) V – V – F – F – V;
c) V – F – V – F – V;
d) F – V – F – V – F;
e) F – F – V – F – V.
58
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
59
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
a) três parágrafos;
b) quatro parágrafos;
c) cinco parágrafos;
d) há discurso direto em todos os parágrafos;
e) não há discurso direto no texto.
60
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
09. Frases serão reescritas. Marque aquela em que não se manteve a correção
gramatical ou o sentido:
a) “Fujam todos! A ilha será inundada!”. – O amor pediu que todos os sentimentos
fugissem porque a ilha seria inundada.
b) “Riqueza, leva-me contigo!”. – O amor pediu que a riqueza me levasse consigo.
c) “Não posso, tu vais sujar meu barco!”. – A vaidade alegou que não levaria o amor
consigo porque ele sujaria o barco dela.
d) “Tristeza, posso ir contigo?” – Como a tristeza viesse logo atrás da vaidade, o amor
perguntou-lhe se poderia ir com ela.
e) “Mas por que só o tempo me trouxe até aqui?”. – O amor quis saber da sabedoria o
porquê de apenas o tempo o ter levado até o alto do morro.
61
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
11. Se, na frase “Um dia avisaram todos os moradores de que a ilha seria inundada”,
fosse incluída a expressão “o amor”, após “dia”, quantas outras alterações teriam
de ocorrer?
a) uma;
b) duas;
c) três;
d) quatro;
e) cinco.
62
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
12. Em que opção as alterações feitas em frases do texto violaram preceitos gramaticais?
a) “Um dia avisaram todos os moradores de que a ilha seria inundada” (linhas 02 e 03) e “Um dia
avisaram a todos os moradores que a ilha seria inundada”.
b) “Fujam todos! A ilha será inundada!” (linhas 03 e 04) e “Fujam todos! À ilha virá uma enorme
inundação!”.
c) “Todos correram, pegaram seus barquinhos e foram a um morro bem alto” (linha 04) e “Todos
correram, pegaram seus barquinhos e foram a montanha mais alta”.
d) “Quando já estava quase se afogando, apressou-se em pedir ajuda” (linha 06) e “Quando já estava
afogando-se, ele se apressou em pedir ajuda”.
e) “O amor suplicou-lhe: Riqueza, leva-me contigo!” (linhas 06 e 07) e “O amor suplicou-lhe: ´Riqueza,
leve-me com você!´”
13. Marque a opção que contém justificativa correta para o emprego da segunda, da terceira, da
quarta e da quinta vírgulas desta frase: “Era uma vez uma linda ilha, onde moravam os seguintes
sentimentos: a alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, o amor, dentre outros”:
63
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
Na sequência você encontrará os seis parágrafos do texto “Só o tempo entende” com todos os
seus vocábulos separados em sílabas. Observe:
PRIMEIRO PARÁGRAFO
E-ra / u-ma / vez / u-ma / lin-da / i-lha, / on-de / mo-ra-vam / os / se-guin-tes / sen-ti-men-tos: / a
/ a-le-gri-a, / a / tris-te-za, / a / vai-da-de, / a / sa-be-do-ri-a, / o / a-mor, / den-tre / ou-tros. / Um / di-a /
a-vi-sa-ram / to-dos / os / mo-ra-do-res / de / que / a / i-lha / se-ri-a / i-nun-da-da. / A-pa-vo-ra-do, / o /
a-mor / cui-dou / que / to-dos / os / sen-ti-men-tos / se / sal-vas-sem. / E-le / fa-lou: / “Fu-jam / to-dos!
/ A / i-lha / se-rá / i-nun-da-da”. / To-dos / cor-re-ram, / pe-ga-ram / seus / bar-qui-nhos / e / fo-ram / a
/ um / mor-ro / bem / al-to. / Só / o / a-mor / não / se / a-pres-sou, / pois / que-ri-a / fi-car / mais / um
/ pou-co / em / su-a / i-lha.
SEGUNDO PARÁGRAFO
TERCEIRO PARÁGRAFO
Pas-sou / en-tão / a / vai-da-de. / E / o / a-mor / pe-diu / so-cor-ro: / “Oh, / vai-da-de, / le-va / -me
/ con-ti-go!”. / A / vai-da-de / res-pon-deu / -lhe: / “Não / pos-so, / tu / vais / su-jar / meu / bar-co!”.
64
3º Degrau / Sílabas / Textos e Testes
QUARTO PARÁGRAFO
QUINTO PARÁGRAFO
SEXTO PARÁGRAFO
65
3º Degrau / Sílabas
a) primeiro parágrafo;
b) segundo parágrafo;
c) terceiro parágrafo;
d) quarto parágrafo;
e) quinto parágrafo;
f) sexto parágrafo.
GABARITO
Terceiro momento: 01-A / 02-E / 03-D / 04-E / 05-D / 06-B / 07-D / 08-C / 09-B / 10-B / 11-B /
12-C / 13-D
66
3º Degrau / Sílabas
ÚLTIMAS PALAVRAS
À frente, e sempre!
67
4º DEGRAU
Vocábulos
68
4º Degrau / Vocábulos
INÍCIO DE CONVERSA
69
4º Degrau / Vocábulos
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Sim, há de ser confortante pensar que, dos 400.000 vocábulos luso-brasileiros oficiais,
nenhum receberá acento se não se enquadrar em uma das sete regrazinhas, tampouco
qualquer um deles poderá ser grafado sem o devido acento, enquadrando-se em uma delas.
Ora, estima-se que o brasileiro mais culto (cuja identificação não interessa, e ninguém
conseguiria mesmo apurar) tenha domínio sobre aproximadamente 30.000 vocábulos.
70
4º Degrau / Vocábulos
71
4º Degrau / Vocábulos
Regra número 01
72
4º Degrau / Vocábulos
EXERCÍCIO 01
Nº Vocábulos Partição Grafia final
Como destacado anteriormente,
01 Itens
a falta de exercícios impõe-se como
02 Interim
uma das principais falhas no ensino-
aprendizagem da acentuação gráfica. 03 Item
73
4º Degrau / Vocábulos
26 Pudico
27 Umido
28 Pegada
29 Inclito
30 Dessemos
31 Preocupamo-nos
32 Acaro
33 Ingreme
34 Vestibular
35 Miope
36 Sonambulo
37 Tropego
38 Alvaro
39 Punhamo-lo
40 Libido
74
4º Degrau / Vocábulos
Regra número 02
Acentuar-se-ão, com sinal aberto ou fechado, os vocábulos paroxítonos acabados em:
Observações:
1. se o vocábulo, separado em sílabas, apresentar a penúltima delas como tônica (paroxítono, portanto),
há que se verificar imediatamente sua terminação a fim de ver se se encaixa nas previsões acima; e
2. nunca acentue um vocábulo automaticamente, isto é, sem verificar o porquê de ele ter de ser
acentuado. Nesse caso, a lei estabelece claramente quais, dentre todos os paroxítonos – maioria
esmagadora dos vocábulos de nosso idioma –, exigem o emprego do respectivo acento.
75
4º Degrau / Vocábulos
EXERCÍCIO 02 01 Pezinho
02 Textil
Separe os vocábulos que se
03 Garibaldi
seguem em sílabas, circule a sílaba
tônica e, encaixando-se numa das 04 Novel
76
4º Degrau / Vocábulos
26 Hifen
27 Cancer
28 Hifens
29 Venus
30 Ureter
31 Latex
32 Estencil
33 Quorum
34 Hormonios
35 Niquel
36 Iris
37 Lesseis
38 Polen
39 Album
40 Virus
41 Tenues
42 Cintia
43 Mapa-mundi
44 Iandom
45 Decencia
46 Bençãos
47 Radom
48 Canon
49 Sueter
50 Espontaneo
51 Iandons
77
4º Degrau / Vocábulos
52 Albuns
53 Gremio
54 Anus
55 Femur
56 Semen
57 Onix
58 Tuneis
59 Necropsia
60 Autopsia
78
4º Degrau / Vocábulos
Regra número 03
Receberão acento os vocábulos oxítonos acabados em:
Observações:
1. será inútil escrever o vocábulo “Paraná”, por exemplo, acentuando-o graficamente pelo simples fato de ser o vocábulo “Paraná”;
significativo será acentuá-lo pensando no fato de que nenhum oxítono acabado em “á” (ou ás, é, és, ê, ês, ó, ós, ô, ôs, ém, éns e êm
(terceira pessoa do plural) poderá ser grafado sem acento;
2. é muito importante observar que, na sequência das vogais (a, e, i, o, u), o “i” e o “u” não figuram entre as terminações que exigem
acento nos vocábulos oxítonos; e
3. nunca se poderá esquecer de que, nas formas de verbos pronominais, cada parte terá de ser considerada como um novo vocábulo:
estudá-lo-íamos (estudá + lo + íamos: três vocábulos para efeito de acentuação gráfica).
79
4º Degrau / Vocábulos
80
4º Degrau / Vocábulos
22 Paletos
23 Metro (trem)
24 Urubu
25 Gurus
26 Estuda-lo
27 Compreende-lo
28 Demiti-lo
29 Escreve-lo-iamos
30 Consulta-lo-ieis
31 Presidi-la-iamos
32 Capturamo-la
33 Parti-lo-ieis
34 Ataca-lo-ieis
35 Escreve-lo-iamos
36 Conseguimo-lo
37 Apresento-vos
38 Compo-lo-a
39 (Ele) estara
40 (Tu) faras
41 Conserta-lo
42 Construi-lo
43 Permiti-la
44 Refaze-lo
45 Produzi-lo
81
4º Degrau / Vocábulos
Regra número 04
Receberão acento os monossílabos tônicos acabados em:
a) á, ás – pá / pás / já / lá / fá-lo-eis...
d) ó, ós – pó / pós / nó / nós...
Observações:
1. há de se relembrar, de imediato, o que são monossílabos tônicos e monossílabos átonos:
a) tônicos: vocábulos de uma só sílaba e com sentido por si só (pá, pé, lei, só, nu...); e
b) átonos: vocábulos de uma só sílaba e de sentido vazio (me, te, se, com, por, que, mas...).
2. aqui também será inútil escrever o vocábulo “lá”, por exemplo, acentuando-o graficamente pelo simples fato de ser o vocábulo
“lá”; significativo será acentuá-lo pensando no fato de que nenhum monossílabo tônico acabado em “á” (ou ás, é, és, ê, ês, ó, ós, ô,
ôs, éns e êm (terceira pessoa do plural) poderá ser grafado sem acento;
3. é muito importante observar que, na sequência das vogais (a, e, i, o, u), o “i” e o “u” não figuram entre as terminações que exigem
acento nos monossílabos tônicos;
4. nunca se poderá esquecer de que, nas formas de verbos pronominais, cada parte terá de ser considerada como um novo vocábulo: dá-
lo-íamos (dá + lo + íamos: três vocábulos para efeito de acentuação gráfica); e
5. será interessante ter em mente isto: há monossílabos que serão tônicos em algumas frases e átonos noutras.
82
4º Degrau / Vocábulos
83
4º Degrau / Vocábulos
24 Jo (Soares)
25 Jo (figura bíblica)
26 Da-o
27 Da-lo
28 Da-lhe
29 De-o
30 De-lhe
31 Di-lo-as
32 Po-lo-iamos
33 Ve-lo-ieis
34 Da-lo-ieis
35 Fa-lo-iam
36 Tra-lo-as
37 Dar-vos-a
38 Po-lo-a
39 Ve-los-emos
40 Tra-los-iamos
41 Fe-lo
42 Pu-lo
43 Po-lo
44 Po-lo-iamos
45 Fa-lo-ieis
84
4º Degrau / Vocábulos
Regra número 05
Observações:
1. é de extrema necessidade manter cuidado, pois o hábito tenderá levar-nos a acentuar vocábulos como ideia, plateia, heroico,
jiboia, dentre centenas de outros;
2. convém lembrar que, embora esses ditongos só sejam acentuados em oxítonos e monossílabos, a acentuação deles não se justifica
pela mesma regra daqueles, haja vista que a regra dos ditongos abertos persiste;
3. vale destacar que a nova lei só alterou a acentuação nos ditongos abertos éi e ói, pois o dintongo éu já ocorria somente em oxítonos
e monossílabos; e
4. vocábulos como alcalóidico, Méier, destróier, aracnóideo, proparoxítonos ou paroxítonos, continuam com acento nos ditongos
abertos em função de outras regras.
85
4º Degrau / Vocábulos
EXERCÍCIO 05 02 Estrela
08 Alcoois
09 Alugueis
10 Odisseia
11 Estoico
12 Celeuma
13 Moteis
14 Estreia
15 Dodoi
16 Girassois
17 Diarreia
18 Jiboia
19 (Eu) apoio
20 (Tu) apoias
21 (Ele) apoia
22 (Tu) destrois
23 (Ele) destroi
24 (Eles) apoiam
86
4º Degrau / Vocábulos
25 (Eles) destroem
26 Apogeu
27 Ovoide
28 Paranoico
29 Terapeutico
30 Lençois
31 Escarceus
32 Troia
33 Ilheu
34 Epopeia
35 Joia
37 Ateu
38 Europa
39 Europeia
40 Androceu
41 Antineutron
42 Arranha-ceus
43 Cacareu
44 Casareu
45 Chapeuzinho
46 Coliseu
47 Jubileu
48 Leucemico
49 Leucocitos
50 Leuconoide
87
4º Degrau / Vocábulos
51 Alcateia
52 Ameixa
53 Apneico
54 Correia
55 Coreia
56 Traqueia
57 Adenoide
58 Sois (plural de sol)
59 Anti-heroico
60 Meis (plural de mel)
61 Asteroide
62 Boia
63 Destroier
64 Chefoide
65 Alcaloidico
88
4º Degrau / Vocábulos
Regra número 06
Receberão acento o “i” e o “u” dos hiatos desde que:
a) sejam tônicos;
d) sejam orais.
Exemplos: sa-í-da / sa-ís-te / ba-ú / ba-ús...
* Em final de vocábulos, mesmo precedidos de semivogal (ditongos decrescentes) serão acentuados.
Observações:
1. há que se destacar, primeiramente, que a última reforma ortográfica, ao estabelecer que o “i” e o “u”, para serem acentuados, não
poderiam estar precedidos de ditongos decrescentes (semivogal, portanto), não alterou em nada esta regra, haja vista que esse caso
já estava presente no regramento antigo; ele, tão somente, não era obedecido;
2. ante tal previsão, vocábulos como cau-i-la, mao-is-mo, mao-is-ta, Sau-i-pe, fei-u-ra, bai-u-ca, boi-u-no, bo-cai-u-va, não recebem mais
acento;
3. nada impede que o “i” e o “u” estejam pospostos a semivogais se houver outra regra para justificar sua acentuação: chei-ís-si-mo, fei-
ís-simo (proparoxítonos); e
4. a legislação em vigor prevê que, em final de vocábulos, o “i” e o “u” dos hiatos, preenchidos os demais requisitos, poderão estar
precedidos de semivogais: Pi-au-í, tui-ui-ú, tei-ús...
89
4º Degrau / Vocábulos
90
4º Degrau / Vocábulos
26 Ruina
27 Sanduiche
28 Incluir
29 Ruido
30 Bainha
31 Egoista
32 Moinho
33 Casuismo
34 Saude
35 Caique
36 Baiuca
37 Baus
38 Boiuno
39 Ciumento
40 Corruira
41 Bahia
42 Saudade
43 Jau
44 Jesuita
45 Feiura
46 Piaui
47 Ciumeira
48 Balaiada
49 Sairdes
50 Atrai-lo
51 Impedi-lo
91
4º Degrau / Vocábulos
52 Possuiamos
53 Destrui-lo-emos
54 Demiti-lo-ieis
55 Distrai-lo-eis
56 Retribui-lo
92
4º Degrau / Vocábulos
Regra número 07
Receberão acento diferençal os seguintes vocábulos:
a. pôr – forma infinitiva do verbo a fim de diferençar da forma prepositiva “por”; e
b. pôde – forma verbal da terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo a fim de
diferençar da forma verbal “pode”, terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
Observações:
1. existem, na Língua Portuguesa, os verbos diferenciar e diferençar. O primeiro significa alterar, modificar; o segundo, estabelecer
diferenças. Como os acentos de pôr e pôde estabelecem diferenças, não resta nenhuma dúvida de que, num bom vernáculo, são
acentos diferençais; e
2. há que se ter cuidado relativamente a vocábulos que eventualmente estabeleçam diferenças (tem, singular, e têm, plural; história,
substantivo, e historia, verbo; sabia, verbo, sábia, adjetivo, e sabiá, substantivo; detém, singular, e detêm, plural...) e aqueles que a
Lei de Reforma diz serem diferençais.
93
4º Degrau / Vocábulos
EXERCÍCIO 07
94
4º Degrau / Vocábulos
OBSERVAÇÕES FINAIS
a) não se acentuam mais os hiatos ôo, ôos – O voo do urubu e os voos da carruira são
belos;
b) não se acentua mais o hiato êem – Eles veem, leem e creem; então, que deem o crédito
justo;
95
4º Degrau / Vocábulos
TEXTOS E TESTES
Estratégias
Um senhor, já idoso, vivia sozinho nos Estados Unidos. Ele queria virar a terra do jardim
para plantar flores. Mas era um trabalho muito pesado para sua já avançada idade.
Esse homem, então, escreveu a seguinte carta ao filho: “Querido filho: estou triste, pois
não vou poder plantar meu jardim neste ano. Detesto não poder fazê-lo porque sua mãe
adorava flores e esta é a época do plantio. Estou velho demais para cavar a terra. Se você
estivesse aqui, eu não teria esse problema. Mas sei que você não pode me ajudar, pois está
na prisão. Com amor, seu pai”.
Dias depois, o pai recebeu o seguinte telegrama: “Pelo amor de Deus, pai, não escave o
jardim! Foi lá que eu escondi os corpos”.
– Pode plantar seu jardim, pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer. Um beijo.
96
4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
97
4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
02. A maior prova de criatividade do filho está em qual das opções abaixo?
a) nove;
b) dez;
c) onze;
d) oito;
e) sete.
a) três;
b) quatro;
c) cinco;
d) sete;
e) dez.
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4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
a) quatro;
b) cinco;
c) seis;
d) sete;
e) oito.
a) três;
b) quatro;
c) cinco;
d) seis;
e) sete.
07. Marque a opção em que o acento indicativo de crase, dadas as alterações, foi usado
incorretamente:
99
4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
08. Marque a opção cuja acentuação dos vocábulos retirados do texto justifica-se pela
mesma regra:
09. Marque a opção cujo vocábulo retirado do texto não foi separado silabicamente de
forma correta:
a) vi-vi-a;
b) nes-sa;
c) plan-ti-o;
d) co-rres-pon-dên-cias;
e) dú-zia.
a) trabalho: oito letras, sete fonemas, três vogais, cinco consoantes, um encontro consonantal e um dígrafo
consonântico;
b) escreveu: oito letras, oito fonemas, três vogais, quatro consoantes, uma semivogal, um encontro consonantal e um
ditongo oral decrescente;
c) seguinte: oito letras, seis fonemas, quatro vogais, um dígrafo vocálico e um encontro consonantal;
d) jardim: seis letras, cinco fonemas, duas vogais, quatro consoantes, um encontro consonantal e um dígrafo vocálico;
e) nenhum: seis letras, quatro fonemas, duas vogais, quatro consoantes, um dígrafo consonantal e um dígrafo vocálico.
100
4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
6) acentuam-se o i e o u dos hiatos, desde que sejam tônicos, estejam precedidos de vogal
(semivogal somente na última sílaba), formem sílaba sozinhos ou com s e sejam orais;
a) 4, 1, 3, 4, 1, 3, 2, 3, 2, 1 d) 4, 1, 3, 4, 1, 3, 3, 2, 2, 1
b) 4, 1, 2, 4, 1, 3, 1, 2, 2, 1 e) 4, 2, 3, 3, 1, 2, 3, 3, 2, 1
c) 4, 2, 3, 4, 2, 3, 3, 1, 2, 1
101
4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
12. Considerando as afirmações feitas, marque verdadeiro (V) ou falso (F) e assinale a
opção correta:
a) F–F–F–F–F–F–F
b) V–V–V–V–V–V–V
c) F–F–V–V–F–V–F
d) F–V–F–V–F–V–F
e) V–V–V–V–V–V–F
14. Marque a única opção em que todos os vocábulos estão acentuados corretamente:
102
4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
103
4º Degrau / Vocábulos / Textos e Testes
EXERCÍCIO FINAL:
Nas frases abaixo, use os acentos exigidos pelas diversas regras de acentuação:
104
4º Degrau / Vocábulos
GABARITO
EXERCÍCIO 01 - Proparoxítonos
105
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
EXERCÍCIO 02 - Paroxítonos
106
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
EXERCÍCIO 03 - Oxítonos
107
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
108
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
109
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
110
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
111
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
01. (02) Na distância que se perde de vista, ele se distancia da mulher amada.
02. (03) Ele detém o impulso porque os adversários igualmente o detêm.
03. (04) Todos têm os direitos que ele tem.
04. (07) Ele, por precaução, deve pôr as barbas de molho.
05. (02) O homem historia a história vivenciada ou aprendida por meio dos livros.
06. (03) O menino sabia que o sabiá cantava.
07. (07) Enquanto pôde fazer o tema, ele o fez; agora, que não pode mais, ele descansa.
08. (02) A mulher sábia sabia tudo sobre acentuação de palavras.
09. (02) Toda pessoa séria seria digna de confiança?
10. (01) O hábito faz com que eu me sinta bem na casa que habito faz anos.
11. (01) Homem consciente não duvida daquilo sobre o qual não tem dúvida.
12. (01) Eu nunca trafego em vias de tráfego intenso.
13. (01) Eu trafico bens lícitos, mas não me envolvo em tráfico de coisas proibidas.
14. (02) Eu negocio com a pessoa que aprecia negócio honesto.
15. (04) Ele vem à escola pelo mesmo motivo que todos vêm.
TEMA DE CASA
Terceiro momento: 01-C / 02-E / 03-A / 04-C / 05-D / 06-B / 07-C / 08-A / 09-D / 10-C / 11-D /
12-A / 13-A / 14-B / 15-E
112
4º Degrau / Vocábulos / Gabarito
EXERCÍCIO FINAL:
Nas frases abaixo, use os acentos exigidos pelas diversas regras de acentuação:
113
4º Degrau / Vocábulos
ÚLTIMAS PALAVRAS
114
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115
Módulo 2
MORFOLOGIA
Método do Português Lógico
1
5º DEGRAU
Estrutura dos vocábulos
2
INÍCIO DE CONVERSA
Meu amigo, meu aliado, meu parceiro, este é, dentre três, o segundo momento
especial de nossa caminhada rumo ao topo da Escada do Português Lógico. Afinal,
das três partes que compõem o conteúdo gramatical – fonética, morfologia e sintaxe
–, já fechamos a primeira delas e, em consequência disso, estamos dando início à
segunda.
Para fazê-lo bem, todavia, e como temos alertado o tempo todo, haveremos de
ter a necessária competência para pôr em prática os conteúdos já estudados. Sim,
a cada acento empregado, a cada translineamento feito, a cada fenômeno fonético
surgido, será sempre fundamental retomar, mesmo que apenas mentalmente, o con-
teúdo já visto, pois não resta qualquer dúvida de que, quem não emprega, não sabe
(ou, no mínimo, esquece) aquilo que pensa já ter aprendido e apreendido.
A partir de agora, na abordagem desta segunda parte da matéria – a morfo-
logia –, serão vistas a estrutura, a formação e a classificação dos vocábulos. Esses
três aspectos das palavras, aliás, darão suporte a tudo aquilo que verdadeiramente
as pessoas não dominam e sempre buscam quando procuram um bom curso de
Português, a estruturação sintática do idioma. E, provando que prosseguiremos na
sequência lógica de nosso estudo, há que se atentar para o fato de que nenhum con-
teúdo sintático – regência verbal e nominal, crase, análise sintática interna e externa,
concordância verbal e nominal, colocação dos pronomes oblíquos átonos, vozes ver-
bais e pontuação – será assimilado sem que essa parte da matéria fique totalmente
sob domínio. Estamos, pois, no momento mais significativo e de mais promissoras
expectativas de todo o nosso trabalho.
Bastante estudo e bom proveito, então!
Prof. Ironi Andrade
3
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
MORFOLOGIA
Como o próprio nome morfologia indica (do grego morphe = morfo = forma + logos =
estudo), esta é a parte do conteúdo gramatical em que se estuda a forma que determinada
matéria pode tomar.
Assim, e de fato, nada mais apropriado do que obter o domínio desta parte da matéria a
fim de compreender como o conteúdo sintático – restante de nosso estudo – estrutura-se.
No caso específico da Língua Portuguesa, podemos definir a morfologia assim: estudo
da estrutura e da formação da palavra, isoladamente, e de sua classificação, na estruturação
frasal.
ESTRUTURA
Estrutura DOS
das palavras VOCÁBULOS
No estudo morfológico, teremos de, primeiro, desvendar os mistérios internos das pala-
vras, isto é, precisamos identificar os elementos que, de existência perceptível, interagem no
interior dos vocábulos, atribuindo-lhes o significado que, na aplicação prática, eles desempe-
nham.
Numa referência grosseira, podemos comparar o estudo da estruturação dos vocábulos
ao desmonte de um objeto qualquer, um relógio, por exemplo. Ao final da desmontagem, ve-
remos um montículo de peças que, combinadas entre si, formam o relógio, dando-lhe forma e
garantindo-lhe a funcionalidade. Pois é isso que ocorre com os vocábulos de que nos valemos,
quer na escrita, quer na fala.
E vamos às partes que compõem essa grande engrenagem chamada estrutura das pa-
lavras.
01. Radical
Parte mínima, significativa e irredutível das palavras.
4
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
Exemplos:
Se, da palavra reestudássemos, fossem retirados o prefixo re, a vogal temática a, a de-
sinência modo-temporal sse e a desinência número-pessoal mos, restar-nos-ia estud, precisa-
mente o radical de estudar, estudante, estudo, reestudo...
Se, da palavra encantamento, fossem retirados o prefixo en, a vogal temática a e o sufi-
xo mento, restar-nos-ia cant, precisamente o radical de canto (era pelo canto, na origem, que
se encantavam pessoas), cantar, cantiga, desencanto, desencantamento...
Se, da palavra desfolhávamos, fossem retirados o prefixo des, a vogal temática a, a desi-
nência modo-temporal va e a desinência número-pessoal mos, restar-nos-ia folh, precisamen-
te o radical de folha, folhagem, folhetim, desfolhar...
Entende-se por vogal temática verbal aquela que, posposta ao radical de um verbo,
indica a conjugação a que ele pertence.
5
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
Exemplos:
a) dominaríamos: a vogal temática a diz que estamos diante de um verbo da primeira
conjugação;
b) leríamos: a vogal temática e diz que estamos diante de um verbo da segunda con-
jugação; e
c) partirmos: a vogal temática i diz que estamos diante de um verbo da terceira con-
jugação.
Já a vogal temática nominal é a aquela que, posicionada entre o radical e o sufixo dos
nomes, tão somente suaviza a pronúncia das palavras.
Exemplos:
a) casamento: a vogal temática a tão somente suaviza a pronúncia.
03. Tema
Dá-se o nome de tema à reunião do radical com a vogal temática.
Exemplos:
a) dominaríamos – radical domin + vogal temática a = tema: domina;
6
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
Nota: por vezes, quando, nos nomes, não há vogal temática, o radical e o tema se con-
fundem.
Exemplos:
a) lealdade – radical = leal / sufixo = dade / tema = radical: leal;
c) desigualdade – radical = igual / prefixo = des / sufixo = dade / tema = radical: igual.
04. Prefixo
Elemento que, anteposto ao radical de certas palavras, tem o objetivo de modificar-lhes
o sentido e, modificando-o, adequá-las à expressão fiel de nossas ideias.
Exemplos:
a) leal e desleal;
b) feliz e infeliz;
c) moral e amoral.
7
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
Exemplos:
a) a, an, gregos = des, in, latinos: anarquia, inativo, desigual, imoral...
05. Sufixo
Elemento que, posposto ao radical de certas palavras, tem o objetivo de modificar-lhes o
sentido e, modificando-o, adequá-las à expressão fiel de nossas ideias.
Exemplos:
a) leal e lealdade;
b) feliz e felizmente;
c) moral e moralmente.
De acordo com nossas necessidades e auxiliados por sufixos, formamos palavras deriva-
das e, como nos prefixos, abastecemos nosso repertório vocabular para a expressão de todas
as nossas ideias.
Conforme o sufixo usado, estendemos o significado das palavras em diversas direções.
Exemplos:
a) caminhada: radical caminh + sufixo indicativo de ação ada;
8
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
Exemplos:
a) brasiliense: brasil = radical + i = vogal de ligação + ense = sufixo;
9
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
07. Desinências
Estruturadas didaticamente em verbais e nominais, as desinências são elementos ter-
minativos de vocábulos cuja função é indicar suas flexões: gênero e número, nos nomes; tem-
po, modo, número e pessoa, nos verbos.
Exemplos:
a) meninos: o = desinência de gênero (masculino); s = desinência de número (plural);
10
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
PREFIXOS LATINOS
PREFIXOS SIGNIFICADOS EXEMPLOS
A-, ab-, abs- ruim, mal, desafetamento abstenção, abdicar...
Ambi- ambiguidade, duplicidade ambíguo, ambivalente, ambidestro...
Ante- anterior, anterioridade, antes antepassado, anteontem...
Aquém- insuficiente, fraco, antes de aquém-objetivos, aquém-fronteiras...
Bem-, bene- bem, excelência, bom benfeitor, beneficência, benéfico...
Bi-, bis- duplicidade, repetição bicampeão, bisavô, bípede...
Cis- aquém de, antes de cisplatino, cisandino...
Dis- negação, fora de ordem, anormal disforme, dissidência, disfonia...
E-, em-, en- sobreposição, introdução empilhar, engarrafar, embainhar...
Extra- exterior, para fora, excesso extraconjugal, extração...
Intra- posição interior, para dentro de intramuscular, intravenoso...
I-, im-, in- negação, mudança ilegal, impossível, incapaz...
Justa- ao lado de justaposição, justalinear...
Per- movimento através de perpassar, perímetro, pernoite...
Pós- ação posterior, depois de pós-datar, póstumo, pós-morte...
Pre-, pré- anterioridade, superioridade pré-natal, predomínio, prejulgar...
Pro-, pró- anterioridade, antes de, intensidade prólogo, prolongar, próclise...
Preter- além de, ao longo de preterintensão, preterir
Re- repetição, retroação reabastecer, regredir, recomeço...
Retro- movimento para trás retroagir, retrospectiva...
Semi- metade, quase semicírculo, semidesenvolvido...
Trans- movimento através de, além de transporte, transamazônica...
Tri- três, triplo, três vezes tricampeão, tríade, tridimensional...
Vice- mudança, troca, sucessão vice-prefeito, visconde...
11
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
RADICAIS LATINOS
RADICAIS SIGNIFICADOS EXEMPLOS
Aristo- melhor, acima de aristocracia, aristodemocracia...
Arqueo- antigo, do passado, arqueologia, arqueografia...
Antos- flor antologia, antosperma...
Atmo- ar, vapor atmosfera, atmômetro...
Auto- mesmo, próprio autoestima, autoajuda, autômato...
Baro- pressão, peso barômetro, barítono...
Biblio- livro biblioteca, bibliografia...
Bio- vida biologia, biodiversidade...
Caco- mau, mal, defeituoso cacofonia, cacoete...
Cali- bonito, belo, gracioso caligrafia, calígrafo...
Carpo- fruto carpófilo, pericarpo...
Céfalo- cabeça acéfalo, cefaleia...
Cito- célula Citologia, citoplasma...
Copro- fezes, excrementos... coprófago, coprologia
Cosmo- mundo cosmonauta, microcosmo...
Crono- tempo cronômetro, anacrônico...
Entero- intestino enterozoário, disenteria...
Etno- povo étnico, etnia...
Filo-, filia- amigo, amizade filantropia, filósofo...
Flama- fogo inflamável, flamante...
Fono- som, voz fonética, telefone...
Gastro- estômago gastrite, gastronomia...
Hemo- sangue hemorragia, hemodiálise...
Hidro- água hidratação, hidrômetro...
Hipo- cavalo / abaixo de hipódromo, hipotermia...
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5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
13
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
PREFIXOS GREGOS
PREFIXOS SIGNIFICADOS EXEMPLOS
Aero- ar aerodinâmica, aeroespacial...
Agro- campo agricultura, agronomia...
Antropo- homem antropologia, filantropia...
Homo- igual, mesmo homofobia, homossexual...
Idio- próprio ideologia, idioma...
Macro-, megalo- grande, longo megaoperação, megalomania...
Meso- meio meiose, mesóclise...
Micro- pequeno, mínimo microscópico, micro-organismo...
Mono- um, uma monossílabo, monocultura...
Necro- morto, morte necrologia, necropsia...
Nefro- rim, renal nefrologia, nefrite...
Odonto- dente odontologia, periodontia...
Oftalmo- olho oftalmologista, oftalmoscópio...
Onto- indivíduo, ser humano ontologia, ontogenia...
Orto- correto ortografia, ortodontia...
Pneumo- pulmão pneumologista, pneumonia...
14
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
RADICAIS GREGOS
RADICAIS SIGNIFICADOS EXEMPLOS
Acro- alto acrópole, acrocéfalo...
-agogo que conduz pedagogo, pedagogia...
Cardi- coração cardiologista, cardiopatia...
Deca- dez decâmetro, decacampeão...
Enea- nove eneassílabo, eneacampeão...
Entero- intestino enterografia, entérico...
Fito- planta fitologia, fitoide...
Fisio- natureza, origem, formação fisiologia, fisiológico...
Gero- velho, idoso geriatria, gerontologia...
Gimno- nu, despido gimnofobia, gimnocéfalo...
Hialo- vidro, lente, pedra transparente hialino, hialografia...
Hiero- sagrado hieróglifo, hierodrama...
Holo- todo holística, holofote...
-latria adoração idolatria, idólatra...
Leuco- branco leucócito, leucemia...
Melano- preto, escuro, negro melanina, melanocéfalo...
-mero parte, porção isômero, telômero...
Neo- novo neolatino, neorromântico...
Onico- unhas, garras onicofagia, onicófago...
Oniro- sonho onírico, onirocrisia...
Pepsis- digestão pepsinas, dispepsia...
Quilo- mil quilômetro, quilograma...
Quiro- mão quiromancia, quiromante...
Rino- nariz, focinho rinite, rinoceronte...
Rizo- raiz rizotônico, rizomorfo...
-scopia ato de ver datiloscopia, datiloscopista...
15
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos
Nota: impressiona a frequência com que nossos alunos queixam-se de que possuem boas
ideias, mas, na hora de pô-las no papel, faltam-lhes palavras. Perguntamos-lhes, então, se
dominam os principais prefixos e radicais, latinos e gregos, e a resposta é sempre a mesma: o
que é isso, professor? De igual sorte, não são raras as lamentações em relação à dificuldade de
assimilação de conteúdos durante os períodos de estudos. Aqui, também, sem qualquer som-
bra de dúvidas, a compreensão daquilo que se lê – sobretudo em assuntos técnicos – é sempre
mais fácil e maior a quem tem algum domínio sobre essa parte do conteúdo idiomático.
16
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
Os três amigos
Era uma vez um homem que tinha três amigos. A todos dedicava-lhes grande
interesse e não os esquecia um só momento.
Um dia ele foi chamado ao Tribunal, perante o Grande Juiz.
Na incerteza do que lhe poderia acontecer, procurou, assustado, o primeiro ami-
go e pediu-lhe auxílio.
– Nada posso fazer em teu favor, respondeu o amigo. Pagarei apenas as despesas
de tua viagem.
O homem recorreu ao segundo. Esse lhe disse:
– Tenho muito medo desse Juiz que vai decidir sobre teu destino. Só posso levar-
te até a porta do Tribunal.
Diante do embaraço em que se achava, apelou ao único amigo que lhe restava.
Esse atendeu-lhe, sem hesitar, o pedido. Acompanhou-o até o Juiz e esforçou-se, com
dedicação e carinho, pela absolvição.
Esses homens eram: o primeiro, o dinheiro; o segundo, a família; o terceiro, as
boas ações.
Quando o homem morre e é levado ao tribunal de Deus, o dinheiro não o
acompanha; a família leva-o só até o cemitério; as boas ações é que vão até o Supremo
Julgador.
Léon de Tolstoy
17
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
Era uma vez: expressão que indica tempo indeterminado, que não se sabe ou não inte-
ressa quando...
Um dia: expressão que indica tempo indeterminado, que não se sabe ou não interessa
quando...
Tribunal: local onde magistrados desempenham seus cargos.
Juiz: magistrado que administra a justiça, pessoa que julga.
Embaraço: dificuldade, perturbação de espírito, dúvida, hesitação, obstáculo.
Absolvição: ato de absolver, livrar, inocentar, descriminar.
Cemitério: terreno em que se enterram os mortos, campo-santo.
18
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
a) ...o ser humano deve preservar suas amizades, pois nada há mais importante que
os amigos;
b) ...em dificuldades, há que se recorrer sempre aos amigos;
c) ...a Deus interessam mais as ações praticadas do que os bens ou as companhias
conquistados;
d) ...todos que se envolvem com a justiça passam por dificuldades;
e) ...no Tribunal de Deus, dinheiro, família e boas ações se equivalem.
a) “Era uma vez um homem que tinha três amigos.” (linha 01) e “Havia um homem
que tinha três amigos”;
b) “A todos” (linha 01) e “Aos três”;
c) “os” (linha 02) e “três amigos”;
d) “Um dia ele foi chamado ao Tribunal” (linha 03) e “Ele foi chamado ao Tribunal
uma vez”;
e) “perante o Grande Juiz” (linha 03) e “na presença de Deus”.
19
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
04. Frases serão reescritas. Marque aquela em que a alteração criou condições para a prática
da crase:
05. Pluralizando-se amigo, linha 11, quantas outras palavras, no parágrafo, sofreriam
alteração?
a) cinco;
b) seis;
c) sete;
d) oito;
e) nove.
20
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
06. Frases serão reescritas. Marque aquela cujo sentido não foi alterado:
a) Era uma vez um homem que tinha três amigos (linha 01). – Um homem tinha três
amigos uma vez.
b) A todos dedicava-lhes grande interesse e não os esquecia um só momento (linhas
01 e 02). – Todos dedicavam-lhe grande interesse e não o esqueciam um só mo-
mento.
c) Um dia ele foi chamado ao Tribunal, perante o Grande Juiz (linha 03). – Ele foi cha-
mado, um dia, ao Tribunal, pelo Grande Juiz.
d) Na incerteza do que lhe poderia acontecer, procurou, assustado, o primeiro ami-
go e pediu-lhe auxílio (linha 04 e 05). – Procurou, assustado, e na incerteza do que
lhe poderia acontecer, o primeiro amigo, pedindo-lhe auxílio.
e) Pagarei apenas as despesas de tua viagem (linha 06 e 07). – Apenas pagarei as
despesas de tua viagem.
07. Observe:
21
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
08. Marque a opção que apresenta só vocábulos – todos retirados do texto – que contêm
prefixos:
a) interesse / incerteza;
b) assustado / respondeu;
c) recorreu / incerteza;
d) respondeu / apenas;
e) despesas / embaraço.
09. Marque a única opção cujo vocábulo retirado do texto não apresenta sufixo:
a) três;
b) tribunal;
c) dedicação;
d) absolvição;
e) julgador.
10. Marque a opção cujo radical dos vocábulos retirados do texto foi destacado erradamente:
a) amigo (am);
b) dedicava (dedic);
c) interesse (interess);
d) esquecia (esquec);
e) tribunal (tribun).
22
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
11. Em qual das opções a vogal temática dos vocábulos retirados do texto foi destacada erra
damente?
12. Marque a opção cujo vocábulo retirado do texto não apresenta desinência verbal:
13. Marque a opção em que o vocábulo retirado do texto não se formou por derivação prefixal:
23
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Textos e testes
a) dedicava (linha 01): dedic (radical); a (vogal temática); dedica (tema); va (desinência
verbal);
b) incerteza (linha 06): cert (radical); in (prefixo); e (vogal temática); incerte (tema);
c) respondeu (linha 07): respond (radical); e (vogal temática); responde (tema);
d) recorreu (linha 08): corr (radical); e (vogal temática); recorre (tema); re (prefixo);
e) decidir (linha 07): decid (radical); i (vogal temática); decidi (tema); r (desinência
verbal).
15. Nos vocábulos momento, respondeu e decidir, retirados do texto, podem ser destacados,
respectivamente:
24
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Questões de provas
QUESTÕES DE PROVAS
a) desinência;
b) radical;
c) tema;
d) afixo;
e) consoante de ligação.
04. Marque a opção em que o fonema destacado não funciona como vogal temática:
a) encantÁssemos;
b) procurÁveis;
c) gelAdeira;
d) cadeirAda;
e) termÔmetro.
a) mand – radical;
b) manda – tema;
c) va – desinência verbal;
d) mos – desinência verbal;
e) s – desinência nominal de número.
06. Marque a opção que não reúne vocábulos provindos de um mesmo radical:
26
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Questões de provas
a) ônibus;
b) vírus;
c) todos;
d) pires;
e) lápis.
08. Considerando as significações de nove ângulos, governo de poucos, som agradável e dor
de cabeça, escolha a opção correta:
a) segredo;
b) curiosidade;
c) força;
d) verbo;
e) alheia.
27
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Questões de provas
10. Assinale a opção em que nem todas as palavras possuem o mesmo radical:
a) prefixo, radical;
b) sufixo, radical;
c) radical, sufixo;
d) prefixo, radical, sufixo;
e) radical, consoante de ligação, sufixo.
12. Em qual das opções aparecem dois prefixos dando ideia de negação?
a) impune, acéfalo;
b) pressupor, ambíguo;
c) anarquia, decair;
d) importar, soterrar;
e) ilegal, refazer.
28
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Questões de provas
a) inadequado;
b) infeliz;
c) ingrato;
d) destratado;
e) desbravar.
a) caco – pedaço;
b) eu – bom, suave;
c) cis – do lado de cá;
d) trans – através de;
e) onto – ser humano.
29
5º Degrau / Morfologia / Estrutura dos vocábulos / Gabarito
GABARITO
Terceiro momento: 01-E / 02-C / 03-D / 04-C / 05-D / 06-D / 07-B / 08-C / 09-A / 10-B / 11-C /
12-D / 13-A / 14-B / 15-D
Questões de provas: 01-B / 02-B / 03-E / 04-E / 05-E / 06-B / 07-C / 08-B / 09-E / 10-B / 11-E /
12-A / 13-E / 14-A / 15-B
30
5º Degrau / Morfologia
ÚLTIMAS PALAVRAS
31
5º DEGRAU
Formação dos vocábulos
32
5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos
INÍCIO DE CONVERSA
33
5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos
1. Processo de derivação
O processo derivativo é aquele que, partindo de um único radical, nós alteramos ou
acrescentamos sentidos às palavras de modo que elas representem, tanto quanto possível,
com exatidão nossas ideias.
Essa derivação poderá ser:
1.1 Prefixal
Partindo de uma palavra de domínio prévio, antepõe-se-lhe um elemento prefixal, atri-
buindo-lhe o sentido novo de que precisamos para a representação exata de nossa forma de
pensar.
Exemplos: in + feliz = infeliz / super + fácil = superfácil / infra + estrutura = infraestrutu-
ra.
1.2 Sufixal
Partindo de uma palavra de domínio prévio, antepõe-se-lhe um elemento sufixal, atri-
buindo-lhe o sentido novo de que precisamos para a representação exata de nossa forma de
pensar.
Exemplos: feliz + mente = felizmente / fácil + inho = fácilzinho / estrutura + ção = estru-
turação.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos
Nota: para se encaixar neste processo derivativo, há necessidade de que, retirando quer
o prefixo, quer o sufixo, quer o prefixo e o sufixo, a parte restante mantenha significado:
infeliz, felizmente, feliz; desleal, lealdade, leal.
1.4 Parassintética
Pouquissimamente diferente da derivação prefixal e sufixal, na parassíntese também se
acrescem, simultaneamente, prefixo e sufixo com o objetivo de criar palavra nova. Aqui, toda-
via, retirado qualquer desses elementos, o sentido do novo vocábulo se esvai.
Exemplos: en + trist + ecer = entristecer (não existe entriste, tampouco tristecer) / des
+ alm + ado = desalmado (não existe desalma, tampouco almado).
1.5 Regressiva
A derivação regressiva ocorre quando a palavra nova é formada mediante supressão
de fonemas, considerando a antiga que lhe dá origem. Por este processo, formam-se os cha-
mados substantivos deverbais, isto é, substantivos que derivam regressivamente (mediante
supressão de fonemas) de verbos.
Exemplos: caça (de caçar) / pesca (de pescar) / combate (de combater), choro (de chorar).
1.6 Imprópria
É chamada imprópria a derivação mediante a qual se altera a classe gramatical de
determinado vocábulo. Este fenômeno é domínio necessário na medida em que afeta vários
assuntos sintáticos.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos
Exemplos:
a) Um não (substantivo) mantém-se (ênclise) negativo enquanto não (advérbio) se
altera (próclise) seu significado.
b) Meu porquê (substantivo) manteve-se (ênclise) intocado porque (conjunção) se
constatou (próclise) a correção de seu uso.
c) Cantar (substantivo) é viver (adjetivo).
2. Processo de composição
Conforme destacado na introdução ao capítulo formação das palavras, há dois proces-
sos segundo os quais formamos vocábulos novos a fim de conseguirmos expressar todas as
nossas ideias: a derivação e a composição.
Trinchado, com conceitos e exemplos, o primeiro (derivação), vejamos agora como se
compõem novos vocábulos a partir da composição.
Enquanto, no processo derivativo, se parte de um único radical, no composicional,
agrupam-se dois ou mais radicais a fim de se alterar ou acrescentar sentidos às palavras de
modo que elas representem, tanto quanto possível, e com exatidão, nossas ideias.
Essa composição poderá ser de dois tipos:
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos
Nota: o texto da última Reforma Ortográfica – janeiro de 2009 – é claro: “Certos compos-
tos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglu-
tinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.
Fica evidente, assim, não ser obrigatoriamente necessário o emprego do hífen nos com-
postos por justaposição.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
As Palavras
Rubem Alves
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Textos e testes
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Textos e testes
a) era, em muito, ignorante e nem imaginava que as palavras pudessem ser pobres;
b) era um pouco ignorante e demonstrou que lia pouco, pois nem sabia que as pa-
lavras eram pobres;
c) era leitor assíduo, pois lia, em média, dois livros por semana;
d) era um verdadeiro filósofo, pois refletia muito sobre a pobreza das palavras;
e) era extremamente sábio e descobriu, por si só, que as palavras eram pobres.
04. É conhecidíssima a teoria segundo a qual todo texto é uma tentativa frustrada de
se dizer alguma coisa. Várias vezes isso fica claro em As Palavras. Marque, dentre as
passagens destacadas abaixo, a única que não se associa a esse fato:
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Textos e testes
05. Assinale, dentre as palavras sugeridas, aquela cujo emprego não fere os preceitos da
sinonímia:
a) Eu me sentei à mesa.
b) Ele estava no telefone.
c) O motorista adormeceu no volante.
d) Sentei-me no computador e resolvi fazer um pequeno dicionário.
e) Ele parou na porta e falou a todos os presentes.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Textos e testes
a) computador;
b) dicionário;
c) profundamente;
d) formalidade;
e) qualquer.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Textos e testes
09. Assinale a opção que apresenta um vocábulo formado pelo processo de derivação
prefixal:
a) gramaticais;
b) filosóficas;
c) engraçar;
d) importantes;
e) entender.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Questões de provas
QUESTÕES DE PROVAS
a) combinação de dois ou mais radicais, que sofrem alteração na sua forma fonoló-
gica: perna + longo = pernilongo;
b) combinação de dois ou mais radicais, os quais não sofrem alteração na sua forma
fonológica, ou seja, não há mudança nos fonemas originais: amor + perfeito =
amor-perfeito;
c) processo de criação de novas palavras para atender às necessidades de expres-
são dos falantes: deletar, por exemplo;
d) processo de utilização de palavras de outras línguas, que se incorporam à nossa
com o passar do tempo e em virtude do uso reiterado: shopping é um exemplo
disso;
e) processo pelo qual se forma uma nova palavra por eliminação de parte de outra
já existente: Floripa por Florianópolis.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Questões de provas
04. Endurecer, repensar, dito (s) e combate são formadas pelo processo de derivação:
a) aglutinação;
b) justaposição;
c) sobreposição;
d) justaposição e aglutinação;
e) aglutinação e justaposição.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Questões de provas
a) prefixal e sufixal;
b) parassintético e sufixal;
c) por justaposição e por aglutinação;
d) prefixal e parassintético;
e) regressivo e sufixal.
07. Na frase O girassol da vida e o passatempo do tempo que passa não brincam nos
lagos da lua, temos:
08. Marque a opção em que aparece um vocábulo formado pelo processo de derivação
prefixal e sufixal:
a) interesse;
b) tribunal;
c) respondeu;
d) incerteza;
e) despesas.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Questões de provas
a) aguardente, planalto;
b) amor-perfeito, passatempo;
c) madrepérola, cachorro-quente;
d) guarda-roupas, pernilongo;
e) bem-me-quer, girassol.
10. Marque a única opção cujo vocábulo não é formado pelo processo de aglutinação:
a) aguardente;
b) planalto;
c) beija-flor;
d) embora;
e) pernilongo.
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5º Degrau / Morfologia / Formação dos vocábulos / Gabarito
GABARITO
Terceiro momento: 01-D / 02-E / 03-D / 04-A / 05-E / 06-A / 07-C / 08-E / 09-C / 10-A
Questões de provas: 01-B / 02-D / 03-D / 04-E / 05-A / 06-B / 07-A / 08-D / 09-A / 10-C
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5º Degrau / Morfologia
ÚLTIMAS PALAVRAS
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5º DEGRAU
Classificação dos vocábulos
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos
INÍCIO DE CONVERSA
Meu amigo, meu aliado, meu parceiro, que momento o atual! Sem nenhum medo
de errar, eu garanto: nunca, em toda sua vida, e independentemente de seu nível ou
campo de conhecimento, você estudou algum assunto que lhe pudesse acrescentar tanto
quanto este que se inicia.
Com a experiência de mais de 45 anos de magistério na área de Língua Portugue-
sa, de quase 30 anos de elaboração de provas a concursos públicos e vestibulares, além
da montagem de dezenas de apostilas em cursos pré-vestibulares e de preparação a
concursos, não me resta qualquer resquício de dúvida: enquanto não for revisto o ensino
das classes gramaticais, ninguém progredirá no aprendizado do idioma pátrio!
Afinal, é aqui que se lançam as bases para a compreensão de todos os assuntos
sintáticos: regência verbal, regência nominal, crase, análise sintática interna, análise sin-
tática externa, concordância verbal, concordância nominal, vozes verbais, colocação dos
pronomes oblíquos átonos e pontuação.
Num exercício de lógica, releia o parágrafo anterior e faça-se esta pergunta: são
ou não são os conteúdos sintáticos meu grande entrave na compreensão da Língua Por-
tuguesa? A resposta, com absoluta certeza, seria tão óbvia quanto a pergunta: são!
Na esteira desse raciocínio, encaminho-lhe outra pergunta e dou-lhe, de pronto,
outra resposta: você conhece o porquê dessa sua dificuldade? Simplesmente porque você
decorou muita coisa e não aprendeu praticamente nada acerca das classes gramaticais!
Então, prepare-se, meu amigo, meu aliado, meu parceiro de estudos: inicia-se aqui
uma verdadeira revolução no estudo, na compreensão e na aprendizagem do seu, do
meu, do nosso idioma pátrio!
Bons estudos e sucesso!
Prof. Ironi Andrade
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos
Embora se faça, talvez, desnecessário retomar a sequência lógica com que nosso estudo
está-se desenvolvendo, nunca, também, será demais reavivar a memória.
Vencida a fonética – parte da gramática que se ocupa do estudo dos sons: fonemas, le-
tras, sílabas e acentuação gráfica –, entramos na morfologia.
Nela, que estuda a estrutura, a formação e a classificação das palavras, já vencemos duas
das três etapas: trinchamos a estrutura e a formação dos vocábulos.
Ora, depois de conhecermos as partes que compõem os vocábulos – radical, vogal temá-
tica, prefixo, sufixo, vogal e consoante de ligação e desinências – e os processos segundo os
quais eles se formam – derivação e composição –, é hora de classificá-los, encaixando-os nas
classes gramaticais.
a) substantivo; f) verbo;
b) artigo; g) advérbio;
c) pronome; h) preposição;
d) numeral; i) conjunção; e
e) adjetivo; j) interjeição.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos
Dessas, seis são variáveis, isto é, flexionam-se, em gênero (masculino e feminino), em nú-
mero (singular e plural), em grau (aumentativo e diminutivo, para o substantivo; comparativo
e superlativo, para o adjetivo); em modo, tempo, pessoa e número, para o verbo:
a) substantivo;
b) artigo;
c) pronome;
d) numeral;
e) adjetivo; e
f) verbo.
As outras quatro, por sua vez, são invariáveis, ou seja, não aceitam flexão em gênero,
número ou grau:
a) advérbio;
b) preposição;
c) conjunção; e
d) interjeição.
Convém lembrar que essa classificação é importantíssima, pois, numa visão moderna e
atualizada do idioma, há que se desconsiderarem as listas de substantivos, adjetivos, verbos,
advérbios, e assim por diante. Não há, por exemplo, nenhum vocábulo da Língua Portugue-
sa – mulher, amor, bonito, feio, cantar, amar, sim, não, nunca, jamais, pois, já, oh... – que seja
sempre substantivo, adjetivo, verbo, ou, então, que nunca possa pertencer a uma determinada
classe. Cada caso é sempre um caso, e as classes só poderão ser determinadas nos casos con-
cretos.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos
O que ocorre, para citarmos apenas dois exemplos, com palavras como bastante e meio,
que rotineiramente oferecem dúvidas quanto a seu correto emprego, é simples: empregadas
como qualquer uma das seis primeiras classes, flexionar-se-ão; mas, empregadas como qual-
quer uma das últimas quatro, não.
Exemplos:
Bastantes (pronome) meninas, bastante (advérbio) interessadas, colheram ensinamen-
tos bastantes (adjetivo) da experiência realizada.
Meio (advérbio) confusas, as meninas usaram meias (adjetivo) palavras e não convence-
ram as colegas meio (advérbio) desconfiadas que as escutavam.
É vital, pois, relembrar que de nada valerá a pretensão futura de desbravar qualquer
assunto sintático – regência verbal, regência nominal, crase, análise sintática interna, análise
sintática externa, concordância verbal, concordância nominal, colocação pronominal, vozes
verbais ou pontuação – sem as habilidades necessárias para a correta identificação das classes
gramaticais.
Observe, no primeiro exemplo:
1° bastante: sendo pronome, será variável, na concordância nominal, e será adjunto ad-
nominal, na análise sintática interna.
2° bastante: como é advérbio, na classe, será invariável, na concordância nominal, e será
adjunto adverbial, na análise sintática interna (todo advérbio, na análise morfológica, funciona-
rá como adjunto adverbial na análise sintática interna).
3° bastante: como, na análise morfológica, é adjetivo, será variável, na concordância
nominal, e exercerá a função de adjunto adnominal, na análise sintática interna (o adjetivo, na
morfologia, ou será adjunto adnominal, ou será predicativo, na análise sintática interna).
Da mesma forma:
1° meio: em sendo advérbio, na classe, será invariável, na concordância nominal, e fun-
cionará como adjunto adverbial, na análise sintática interna. Acaso seja uma locução adverbial
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos
– duas ou mais palavras com valor de um advérbio – o examinador poderá cobrar, na hora da
prova, como simples advérbio, ou como locução adverbial, ou como adjunto adverbial, ou, ain-
da, como oração subordinada adverbial.
2° meio: em sendo adjetivo, na classificação das palarvas, será variável, na concordância
nominal, e funcionará como adjunto adnominal, na análise sintática interna (acaso seja uma lo-
cução adjetiva – duas ou mais palavras com valor de um adjetivo – o examinador poderá cobrar
como adjetivo, ou locução adjetiva, ou adjunto adnominal, ou oração subordinada adjetiva, na
hora da prova, que serão tudo a mesma coisa).
3° meio: como é advérbio, na classe, será invariável, na concordância nominal, e funcio-
nará como adjunto adverbial, na análise sintática interna. Acaso seja uma locução adverbial
– duas ou mais palavras com valor de um advérbio – o examinador poderá cobrar como sim-
ples advérbio, ou como locução adverbial, ou como adjunto adverbial, ou, ainda, como oração
subordinada adverbial, na hora da prova.
Ocorre, então, e como se pôde ver, um encadeamento perfeito entre classes gramaticais
e conteúdos sintáticos. Ante essa realidade, a conclusão é óbvia: dificuldade ou desconheci-
mento da análise morfológica inviabiliza a compreensão de toda a sintaxe.
Assim, e cada vez mais, o domínio de qualquer conteúdo novo representará um novo
plantio cuja colheita dar-se-á num novo colher-plantar.
Importantíssimo: na listagem dos conteúdos programáticos de Língua Portuguesa de
praticamente todos os concursos – públicos, Enem, vestibulares –, aparece a expressão mor-
fossintaxe, que a maioria dos candidatos sequer sabe que existe, menos ainda do que se trata.
Ora, ora, é justamente essa correspondência demonstrada e existente entre cada classe gra-
matical – morfologia – e suas respectivas funções em todos os conteúdos sintáticos – sintaxe:
morfossintaxe.
Com esse espírito, e de cabeça bem erguida e aberta, iniciemos o estudo de cada uma
das dez classes gramaticais.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
SUBSTANTIVO
Nesse caso, temos o substantivo menino (determinado pelo artigo o) e modificado pelos
adjetivos estudioso e cansado.
Mas observe:
O estudioso parece menino.
Agora, determinado pelo artigo, estudioso é substantivo e seu modificador, menino,
adjetivo.
Conclusão: nem menino, nem estudioso são substantivo ou adjetivo por seus signifi-
cados, mas, sim, pelo tipo de frase em que foram empregados. Logo, nada de listas disso ou
daquilo!
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Pode-se observar, no exemplo acima, o vocábulo bonito, que ponteia praticamente todas
as listas exemplificativas de adjetivos, como um autêntico substantivo, pois está determinado
pelo artigo (o) e modificado pelo adjetivo (feio).
Ademais, na inversão dos papéis (O feio parecia-me bonito.), invertem-se também as
classes gramaticais: feio passa a substantivo e bonito, a adjetivo. Não são, pois, e de fato, os
vocábulos, em si, que determinam as classes, mas a função deles nos casos concretos.
Na frase acima, em vez de três, há somente um verbo. Temos, nela cantar como subs-
tantivo (determinado pelo pronome meu) e viver como adjetivo (modificador do substantivo
cantar).
Mas observe:
Meu viver é cantar.
Já, nesse caso, viver é substantivo (determinado pelo pronome meu) e cantar é adjetivo
(modificador do substantivo viver).
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Veem-se, aí, o substantivo homens (determinado pelo numeral dez) e o adjetivo mulhe-
res (modificador do substantivo).
Mas observe:
Dez mulheres pareciam homens.
Agora, mulheres, antes adjetivo, é um autêntico substantivo (determinado pelo numeral
dez) e homens, antes substantivo, agora autêntico adjetivo (modificador do substantivo mu-
lheres).
Há que se raspar do cérebro, pois, toda e qualquer lista em que se nomeiem verbos, adje-
tivos, substantivos, pronomes, e assim por diante. Inteligentíssimo, no estudo do substantivo,
será trabalhar com determinantes (artigo, pronome e numeral) e determinado (substantivo);
modificador (adjetivo) e modificado (substantivo).
Afinal, na sintaxe, será fácil compreender que, em termos de concordância, o acessório
(determinantes e modificadores) sempre seguirá o principal (concordando com ele) e, na aná-
lise sintática, os determinantes serão sempre adjuntos adnominais e o modificador, ora (junto
do substantivo) adjunto adnominal, ora (separado dele) predicativo.
Continue observando:
58
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
O quê classifica-se como substantivo desde que se faça acompanhar de artigo, pronome
ou numeral.
O se preocupar-me-á só se me for difícil determinar sua classe gramatical.
Nessa construção, não e jamais, listados como advérbios de negação pelas gramáticas
tradicionais, apresentam-se como genuínos substantivos (determinados pelo artigo indefini-
do um) e, como substantivos, eles perdem o poder atrativo sobre o pronome oblíquo átono
me, inviabilizando a próclise.
Observe-se que bonitão, aumentativo de bonito, foi flexionado corretamente, pois, de-
terminado pelo artigo, é substantivo. Enquanto isso, bonito, modificador do verbo falar, é
advérbio. Então, e de fato, adeus listas!
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Armadilha de concursos, a colocação do pronome oblíquo átono (me), nesse caso, está
corretíssima. Afinal, não e jamais, determinados por pronomes (este e aquele) são autên-
ticos substantivos e, como tais, não exercem poder atrativo sobre o oblíquo, inviabilizando,
assim, a prática da próclise.
g) O para, na frase escrita no quadro, não tinha função sintática, pois era uma pre-
posição.
Vemos, agora, o para, que ora é rotulado de verbo, ora aparece como exemplo de pre-
posição, na genuína condição de substantivo (determinado pelo artigo).
Observações:
1ª) ao invés de decorarmos listas absurdas e sempre duvidosas de substantivos, será
infinitamente mais prático, inteligente, correto e lógico aprendermos a identificá-los
nos casos concretos (nas frases);
2ª) para reconhecê-los, sem o ranço das listas inúteis, temos de sempre lembrar que
qualquer vocábulo da Língua Portuguesa, uma vez determinado por artigo, pronome,
numeral, ou, então, modificado por adjetivo, será substantivo;
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
3ª) para não causar confusão, porém, é preciso destacar que, como classes que são (as
demais são subclasses, pois só existem a partir da existência deles), o substantivo e
o verbo, se vierem determinados ou modificados, tanto melhor, mas independem de
determinantes ou modificadores para serem classificados como tais; e
4ª) diante dessas constatações, podemos inferir que qualquer vocábulo desacompanha-
do de determinante ou de modificador será verbo ou substantivo. Veja os exemplos
que se seguem:
a) Comi frutas.
Ora, não existe, nessa frase, qualquer determinante ou modificador. Diante disso, e por
lógico, ou essas palavras são verbo ou substantivo. Como a primeira delas (comi) contém a ideia
de ação, é verbo; a segunda (frutas), justamente por não ser verbo, só pode ser substantivo.
Aqui temos cinco vocábulos e, em dois deles, há ideia de ação (alugo e vendo). Isso, natu-
ralmente, nos remete à ideia de verbos. Entre os segmentos verbalizados (orações), proceden-
do à união, à ligação, à junção de uma oração com a outra, está a conjunção (e). Restam-nos,
assim, as palavras casas e apartamentos. Considerando que elas não estão determinadas,
tampouco modificadas, e não são verbos, resta-lhes a denominação de substantivos.
Novamente estamos diante de uma frase composta por cinco palavras. Uma delas (e) faz
a junção do vocábulo boi com o vocábulo vaca e, por fazer essa junção, chama-se conjunção.
Outra delas, flexionada em tempo, modo, número e pessoa (produzem) é verbo. Restam, ago-
ra, as palavras boi, vaca e carne que, despidas de determinantes e, também, de modificado-
res, funcionam como substantivos.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Observações:
1ª) é imperiosamente urgente despojar-se de toda e qualquer lista que trate de classes de
palavras, pois somente os casos concretos (as frases: quinto degrau da Escada) pode-
rão caracterizá-las;
2ª) urge que, em vez de se falar em expressões substantivadas, se nomeiem logo as ver-
dadeiras classes gramaticais; e
3ª) aprende-se mais facilmente e melhor quando se trabalha, sem disfarces, com a mor-
fossintaxe, e será o que faremos daqui para o futuro.
Exercício 01:
Nas frases que se seguem, faça um círculo nos substantivos:
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
1. Classificação
De acordo com a forma com que se apresentam, os substantivos obedecem a uma clas-
sificação que já é histórica na gramática tradicional.
1.1 Próprio
Substantivos próprios são aqueles que, dentro de uma determinada espécie, nomeiam,
de forma especificada, cada um dos seres que dela fazem parte. Daí vêm os nomes das pes-
soas, dos municípios, dos estados, dos países, dos continentes, rios, e assim por diante.
Exemplo:
Jesualda saiu de Passo Fundo, foi à Paraíba e, depois, à Europa, onde conheceu o rio
Reno. Casada com Eufrosino, ela deu à luz três filhos: Andrezinho, Virgulino e Anastácio.
1.2 Comum
Substantivos comuns, ao contrário dos próprios, têm por finalidade nomear todos os
seres dentro de uma determinada espécie.
Exemplo:
Jesualda é uma mulher; Passo Fundo, uma cidade; Paraíba, um estado; Brasil, um país;
Europa, um continente; Reno, um rio; Eufrosino, um homem...
1.3 Concreto
O substantivo concreto serve para designar seres cuja existência é garantida por eles
próprios, isto é, independem de outros seres para existirem. Ele designa pessoas, objetos, ani-
mais, vegetais, minerais, lugares que existem no mundo real ou, então, que nossa mente os faz
como tais.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exemplo:
Uma escrivaninha, uma cadeira e um computador era tudo o que existia na sala da
secretária do empresário que caçava sereias, lobisomens e até o diabo.
1.4 Abstrato
Contrastando com o concreto, o substantivo abstrato designa seres cuja existência de-
pende de outros seres, isto é, diferentemente do substantivo concreto, o abstrato não tem
existência própria.
Exemplo:
A eficiência na profissão é indicada pela felicidade de quem executa sua atividade pro-
fissional baseado no amor, na dedicação, no esmero e na competência.
1.5 Simples
Formado por apenas um radical, o substantivo simples é aquele que não passou pelo
processo de composição, quer por justaposição, quer por aglutinação.
Exemplo:
O amor pelo dinheiro não conduz à felicidade, mas é indispensável ao bem-estar do
florista, do guarda-noturno, do professor, do guarda-livros e do eletricista que, no planalto,
consome aguardente.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
1.6 Composto
Enquanto o substantivo simples não passou pela composição, quer por justaposição,
quer por aglutinação, o composto forma-se a partir desse processo: dois ou mais radicais,
aglutinados ou justapostos, formam um novo vocábulo.
Exemplo:
O amor pelo dinheiro não conduz à felicidade, mas é indispensável ao bem-estar do
florista, do guarda-noturno, do professor, do guarda-livros e do eletricista que, no planalto,
consome aguardente.
1.7 Primitivo
Substantivo primitivo é aquele que, formado por um só radical, não se submeteu a ne-
nhum dos processos de derivação.
Exemplo:
Os livros da livraria e o jornal dos jornalistas continham um sinal deixado pelo rato
preso na ratoeira e pelo caminhão do peão, que não entendia nada de motor, mas era o mo-
torista da peonada.
1.8 Derivado
Já o substantivo derivado, embora também se forme a partir de um só radical, submete-
-se ao processo de derivação. Ele é resultante de um primitivo.
Exemplo:
Os livros da livraria e o jornal dos jornalistas continham um sinal deixado pelo rato pre-
so na ratoeira e pelo caminhão do peão, que não entendia nada de motor, mas era o motoris-
ta da peonada.
65
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
1.9 Coletivo
Reconhece-se como coletivo o substantivo que, a partir de uma forma simples, designa,
ora um grupo de seres de uma mesma espécie, ora um grupo de espécies de diferentes seres.
Exemplo:
A boiada (bois) descansava no arvoredo (árvores) e era observada por um bando (crian-
ças, aves, bandidos) que conduzia outra manada (bois, cavalos, elefantes) e foi atacada por um
enxame (abelhas).
Observação:
Não se haverá de pensar que determinado substantivo pertença a um tipo único dentro
dessa classificação, que é geral.
Exemplos:
O boi pastava tranquilamente.
• boi: substantivo comum, concreto, simples e primitivo.
66
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exercício 02:
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
03. Se os vocábulos que se seguem fossem substantivos, em qual opção haveria somente
abstratos?
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
04. Enumere:
69
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
2. Gênero
Quando, em casos concretos (nunca se deve aceitar, em provas, qualquer gabarito que
solicite gênero, número ou grau de vocábulos soltos, simplesmente listados!), identificamos
um substantivo, logo vemos se ele aceita flexão para indicar masculino e feminino.
Exemplos:
a) Um não daquele menino parece um sim.
Nesse caso, temos três substantivos: não (determinado pelo artigo), menino (determi-
nado pelo pronome) e sim (determinado pelo artigo).
Evidentemente que os substantivos não e sim não aceitam flexão em gênero, mas me-
nino possui a forma feminina menina.
Aqui podemos identificar facilmente quatro substantivos: cavalo (determinado pelo pro-
nome), cachorro (determinado pelo pronome), patrimônio (determinado pelo artigo) e estan-
cieiro (determinado pelo artigo: do = de + o).
Deles, três (cavalo, cachorro e estancieiro) são variáveis em gênero (égua, cachorra e
estancieira), mas patrimônio, nesse aspecto, é invariável.
70
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Entende-se por substantivos biformes quanto ao gênero aqueles que possuem duas for-
mas distintas, uma para indicação do masculino e outra para indicação do feminino.
Exemplos:
a) O homem e a mulher chegaram cedo.
b) Este professor e aquela professora chegaram cedo.
c) Um boi e uma vaca pastavam no campo.
d) Cavalo bonito e égua gorda são raros.
Nem sempre, porém, há duas formas distintas para indicar os gêneros masculino e fe-
minino. São incontáveis os vocábulos que, usados como substantivos, designam pessoas ou
animais de ambos os gêneros com uma única forma.
São vocábulos designativos de pessoas que, usados como substantivos, apresentam uma
só forma para o masculino e para o feminino, mas o gênero pode ser identificado pela variação
do determinante ou do modificador.
71
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exemplos:
a) O estudante e a estudante são confiáveis.
b) Um motorista e uma motorista foram premiados.
c) Aquele jovem e aquela jovem mereceram destaque escolar.
d) Dentista zeloso e dentista zelosa merecem premiação.
b) Sobrecomuns
Exemplos:
c) Epicenos
Por fim, existem vocábulos que, usados na indicação de animais, também possuem uma
só forma para ambos os gêneros.
72
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exemplos:
a) O jacaré macho e o jacaré fêmea convivem muito bem.
b) A cobra macho e a cobra fêmea viviam na pedreira.
c) Um peixe macho e um peixe fêmea vivem no lago.
d) Aquela formiga macho e esta formiga fêmea são essenciais à natureza.
Exercício 03:
Reescreva as frases que se seguem, flexionando em gênero os substantivos desta-
cados em cada uma delas:
73
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
74
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exercício 04:
Acaso os vocábulos abaixo fossem empregados como substantivos e você tivesse de
observar a legenda que se segue, como os classificaria?
A) uniformes
B) biformes
75
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
3. Número
Exemplos:
• Os meninos avistaram uns bois e algumas vacas.
• Os anzóis dos meninos fisgaram os peixes.
• Os guardas-noturnos regam as sempre-vivas.
Exemplos:
76
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exemplos:
• Os sais eram os únicos males na vida dos animais.
• Os tonéis ainda traziam o cheiro dos méis (ou meles).
• Os fuzis apontavam para os canis.
• Nos paióis havia uns anzóis.
• Os azuis eram a cor predileta dos cônsules.
Exemplos:
• Os limões eram armazenados nos galpões.
• Os tabeliães, descobriu-se, eram charlatães.
• Os cidadãos, muito cristãos, estavam com a bíblia nas mãos.
Exemplos:
77
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exemplos:
• Os mártires usaram seus revólveres e feriram os repórteres.
• As atrizes, durante as gravidezes, fizeram cirurgias nos narizes.
• No futebol, os caracteres dos juniores ainda estão em formação.
Exemplos:
• Durante todos os meses, a qualidade de gases surpreendeu os fregueses.
• Nos ônibus, o menino consultava seus atlas geográficos.
Exemplos:
• A rigidez dos tórax atingiu seus clímax faz pouco.
• As xérox foram enviadas pelos fax.
78
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exemplos:
• No bar do alemão, vende-se limão azedo a qualquer aluno.
No barzinho do alemãozinho vende-se limãozinho azedo e a qualquer aluninho.
Nos barezinhos dos alemãezinhos, vendem-se limõezinhos azedos a quaisquer alu-
nozinhos.
• Menino, leve seu pai à sua casa, no país de origem dele.
Menininho, leve seu paizinho à sua casinha, no paisinho de origem dele.
Meninozinhos, levem seus paizinhos às suas casazinhas, nos paisezinhos de ori-
gem deles.
A pluralização dos substantivos compostos deve levar em conta duas situações: com-
postos não hifenizados e compostos hifenizados.
Exemplos:
• Os paraquedas, em forma de girassóis, encantam os planaltos brasileiros.
• As aguardentes não movem trens nas ferrovias.
79
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
80
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exercício 05:
Reescreva as frases que se seguem, pluralizando-as:
81
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
4. Grau
4.1 Aumentativo
Usado no idioma para indicar aumento no tamanho dos seres, o grau aumentativo clas-
sifica-se em sintético e analítico.
O aumentativo sintético é obtido mediante a posposição de um sufixo indicador de au-
mento de tamanho ao grau normal (casarão, copázio, bocarra) e o analítico pelo acréscimo de
adjetivos ao grau normal (galo grande, óculos pequenos, teto minúsculo).
Há uma lista enorme de sufixos capazes de indicar o aumentativo sintético:
a) aço: ricaço
b) aça: barcaça
c) ão: carrão
d) ona: mulherona
e) alhão: dramalhão
82
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
f) anha: montanha
g) arrão: homenzarrão
h) alha: muralha
i) eiro: mexeriqueiro
4.2 Diminutivo
Usado para indicar tamanho diminuído dos seres referidos na fala ou na escrita, o dimi-
nutivo, também, pode-se apresentar nas formas sintética (filhinho, casinha, cãozito, partícula)
e analítica (filho pequeno, casa ínfima, cão minúsculo, partícula microscópica).
Há listas muito grandes de sufixos que indicam o tamanho diminuído dos seres: acho,
eta, ete, ico, ilho, elho, inho, ito, ola, ulo...
83
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Substantivo
Exemplos:
a) acho: fogacho
b) ete: ramalhete
c) ico: burrico
d) inho: burrinho
e) ola: criançola
f) ulo: montículo
Enquanto o diminutivo sintético vale-se de sufixos próprios para essa finalidade, o analí-
tico socorre-se de adjetivos que, emparceirados com substantivos, lhes diminuem o tamanho:
pequeno, minúsculo, insignificante, ínfimo, microscópico:
84
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
Descobrimento
Raul Bopp
85
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
86
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
01. Marque a passagem em que fica claro um convite para um grupo de pessoas partirem
rumo à Índia:
02. Em que frase fica claro que, após o convite para irem à Índia, os membros da tripulação
partiram:
87
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
03. Percebe-se que, durante a viagem, houve mudança de rota. Marque a passagem em
que isso fica claro:
04. De repente a tripulação deu numa terra desconhecida. Esse fato fica claro em qual das
frases do texto?
05. A tripulação aportou na nova e desconhecida terra. Isso fica claro em qual destas
passagens?
06. Frases do texto serão reescritas. Marque aquela que mantém a identidade semântica
e gramatical:
07. Frases do texto serão reescritas. Marque aquela que mantém a identidade semântica
e gramatical:
89
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de provas
QUESTÕES DE PROVAS
a) ônibus;
b) atores;
c) pessoas;
d) ciganos;
e) viajantes.
a) próprio e concreto;
b) comum e próprio;
c) concreto e próprio;
d) comum e abstrato;
e) próprio e abstrato.
90
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de provas
a) exatidão;
b) desprezo;
c) simplicidade;
d) soberba;
e) abundância.
05. (IDECAN) Nesta semana, uma revista de automóveis trouxe o lançamento de um novo
modelo e publicou este comunicado: “Ele pode ser adquirido na cor verde-clara, já
vem com porta-copo e alto-falante de série”. Marque a opção que apresenta o plural
dos substantivos compostos corretamente:
91
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de provas
06. (CESGRANRIO) Em qual dos períodos abaixo a troca de posição entre a palavra subli-
nhada e o substantivo a que se refere mantém o sentido?
07. (CETRO) Quanto ao gênero dos substantivos, assinale a frase em que a forma em des-
taque está correta:
92
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de provas
09. (VUNESP) A revista The New England Journal of Medicine publicou este texto: “Co-
mer __________ de nozes, castanhas, amêndoas e outras sementes oleaginosas todos
os dias pode ser um dos segredos para a longevidade dos _________ . Um estudo fei-
to nos Estados Unidos descobriu que pessoas que __________ esse hábito desfrutam
__________ uma melhor qualidade de vida do que aquelas que nunca consomem esses
alimentos…”.
a) porções…cidadãos…mantêm… de;
b) porções…cidadões…mantêm…por;
c) porçãos…cidadãos…mantêm…a;
d) porções…cidadãos…mantem…de;
e) porçãos…cidadões…mantem…por.
93
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes / Questões de provas
11. (UFSE) Todos os_____ que foram chamados ao Ministério estavam _____ressabiados
com os ______que por ali corriam:
12. (ITA) Dadas as palavras esforços (1), portos (2) e impostos (3), verificamos que a vogal
tônica é aberta:
a) apenas na palavra 1;
b) apenas na palavra 2;
c) apenas na palavra 3;
d) apenas nas palavras 1 e 3;
e) em todas as palavras.
94
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes / Questões de provas
13. (UM) Indique o período que não contém substantivo no grau diminutivo:
95
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes / Questões de provas
15. (Vunesp) Identifique a opção na qual os dois substantivos estão corretamente flexio-
nados no plural:
16. (CFG/IME) Aponte a opção em que nem todas as palavras apresentem sufixo de grau
diminutivo:
a) poemeto, maleta;
b) rapazola, bandeirola;
c) viela, ruela;
d) lugarejo, vilarejo;
e) menininho, carinho.
96
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes / Questões de provas
18. (UFF) Assinale a única frase em que há erro no que diz respeito ao gênero dos subs-
tantivos:
19. (UM) Numere a segunda coluna de acordo com o significado das expressões da pri-
meira e, depois, assinale a opção que contém os algarismos na sequência correta:
a) 6, 1, 4, 3, 5, 2;
b) 6, 3, 4, 1, 2, 5;
c) 4, 1, 6, 3, 5, 2;
d) 4, 3, 6, 1, 2, 5;
e) 6, 1, 4, 3, 2, 5.
97
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes / Questões de provas
20. (Univ. Fed. Viçosa) O plural dos substantivos compostos está correto em todas as op-
ções, exceto:
21. (PUC) Indique a opção correta no que se refere ao plural dos substantivos compostos
a casa-grande, a flor-de-lis, o arco-íris e o beija-flor:
22. (UFSM) Identifique a opção em que o plural diminutivo está de acordo com a língua-
-padrão:
98
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes / Questões de provas
23. (Unimep) Supondo que sejam substantivos, fogãozinho e cidadão apresentam plu-
rais corretos em:
a) fogãozinhos e cidadãos;
b) fogãosinhos e cidadãos;
c) fogõezinhos e cidadãos;
d) fogõezinhos e cidadões;
e) fogõesinhos e cidadões.
24. (FMU-FIAM) Indique a opção em que, supondo que sejam substantivos, só há abstra-
tos:
25. (Osec) Junto aos __________ de várias ruas, foram plantados __________.
a) meio-fios, malmequer;
b) meios-fios, malmequeres;
c) meios-fios, malmequer;
d) meios-fio, malmequeres;
e) meio-fios, malmequeres.
99
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
GABARITO
a) homem, mulher, cãozinho, refúgio; 01. Uma mulher, um homem e uma cadelinha char-
b) não, jamais, desprezo; mosa buscavam um refúgio seguro.
c) cantar, menino, pássaros, pátio; 02. A cabra e a burra fugiram para o deserto.
d) porquê, quê, sê; 03. O carneiro e o mulo seguiam pelo caminho pedre-
goso.
e) ontem, hoje, amanhã, Deus;
04. O esposo visualizou o amigo com sua mulher.
f) humildemente, ouvidos, ironia;
05. A poetisa e a sacerdotisa beijaram as mãos da pa-
g) tranquilamente, rapidamente;
pisa.
h) sim, não, casos, mente;
06. O bode e a loba fugiram da abelha.
i) eu, tu, pronomes;
07. Uma ursa e uma burra aproximaram-se de uma
j) cantar, chorar, morte, vida; elefanta.
k) andar, idoso, lento, agilidade; 08. A bacharela tratava bem a faisoa.
l) amor, camada. 09. A javalina perseguia a perdiz.
10. A formiga (macho ou fêmea) fugia da baleia (ma-
Exercício 02: cho ou fêmea).
100
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 05:
Questões de provas: 01-E / 02-D / 03-E / 04-C / 05-A / 06-D / 07-B / 08-D / 09-A / 10-D / 11-D /
12-E / 13-C / 14-D / 15-E / 16-E / 17-E / 18-C / 19-D / 20-D / 21-E / 22-C / 23-C / 24-D / 25-B
101
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
ADJETIVO
Trinchada, num bom vernáculo, a primeira das classes gramaticais, o substantivo, é hora
de avançarmos no conteúdo a fim de desvendar os mistérios de seu modificador, o adjetivo.
Intimamente ligado ao substantivo, aliás, o adjetivo, tal qual aquele, pode ser represen-
tado por qualquer vocábulo da Língua Portuguesa.
Assim sendo, pode-se afirmar com segurança: nenhum vocábulo da Língua Portuguesa
será sempre adjetivo, tampouco algum deles nunca poderá sê-lo. Cada caso será sempre um
caso.
Feitas essas considerações, fácil torna-se conceituar o adjetivo: é qualquer vocábulo do
idioma que modifique um substantivo.
Exemplos:
1. O menino estudioso chegou à escola otimista.
Sem grande esforço, percebe-se que estudioso e otimista referem-se a menino, mo-
dificando-o. Afinal, nem todo menino é estudioso, tampouco otimista. Assim sendo, menino
(modificado) é substantivo, enquanto estudioso e otimista (modificadores) são adjetivos.
Conclusão: de fato, como cada caso é um caso, há que se analisar a situação concreta,
desprezando-se definitivamente as tradicionais listas.
102
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exercício 01:
Faça um círculo em torno dos adjetivos presentes nas frases que se seguem:
103
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
1. Classificação
c) Primitivo: aquele que, sem derivar de qualquer outro, dá origem a outros vocábulos.
Exemplo: O tom branco do cãozinho seduziu a nação lusa.
104
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exercício 02:
A) Pátrio simples; e
B) Pátrio composto.
2. Gênero
Relativamente ao gênero, e como o substantivo (criador) a que ele (criação) segue com
extrema devoção, o adjetivo classifica-se em masculino e feminino.
Também como no substantivo, existem adjetivos uniformes e adjetivos biformes em re-
lação ao gênero.
2.1 Uniformes: aqueles que, mediante modificadores (adjetivos) de uma só forma, carac-
terizam modificados (substantivos) de ambos os sexos.
105
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exemplo:
• O filho leal e a esposa fiel são a vida do idoso feliz.
• A filha leal e o esposo fiel são a vida da idosa feliz.
2.2 Biformes: aqueles que possuem duas formas, uma para modificadores masculinos e
outra para modificadores femininos, a fim de bem caracterizar modificados de ambos
os gêneros.
Exemplo:
• O filho estudioso e a esposa bonita são a vida do idoso sedutor.
• A filha estudiosa e o esposo bonito são a vida da idosa sedutora.
Exercício 03:
106
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
107
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
3. Número
Exemplo:
• O amigo honesto informou o anfitrião bonachão de que iria à agradável festa.
• Os amigos honestos informaram os anfitriões bonachões de que iriam às agra-
dáveis festas.
Exemplo:
• O casaco laranja e a camisa limão combinavam com a calça musgo.
• Os casacos laranja e as camisas musgo combinavam com as calças vinho.
108
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exercício 04:
109
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
4. Grau
Exemplos:
• O aluno é tão dedicado (dedicação em grau igual entre ambos) quanto o profes-
sor.
• O aluno é mais dedicado (dedicação em grau superior de um dos dois) que o
professor.
• O aluno é menos dedicado (dedicação em grau inferior de um dos dois) que o
professor.
110
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Nos exemplos acima é possível constatar claramente três graus de intensidade na dedi-
cação entre os modificados (substantivos) envolvidos na comparação: igualdade, inferioridade
e superioridade.
Neste grau, a intensidade de uma característica presente em dois ou mais seres ou, en-
tão, de duas ou mais características presentes num ser tem como resultado a inferioridade.
Exemplos:
• O idoso é menos resistente (do) que o jovem.
• O jovem é menos estudioso (do) que trabalhador.
111
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exemplos:
• O idoso é mais experiente (do) que o jovem.
• O jovem é mais explosivo (do) que controlado.
Exemplos:
• O idoso é sábio.
• O idoso é muito sábio.
• O idoso é o mais sábio da classe toda.
• O idoso é sapientíssimo.
Exemplos:
112
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exemplos:
Exercício 05:
113
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exercício 06:
114
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Notas:
115
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Adjetivo
Exemplo:
• A camisa verde-limão e a calça azul-clara disfarçavam o amarelo-claro das meias.
• As camisas verde-limão e as calças azul-claras disfarçavam os amarelos-claros das
meias.
6. Locuções adjetivas
Exemplos:
Exemplos:
• O amor materno (adjetivo) é belo.
• O amor de mãe (locução adjetiva) é belo.
• O amor que vem da mãe (locução adjetiva ou oração subordinada adjetiva) é belo.
116
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
Reputação
(Autor desconhecido)
117
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
118
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
119
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
QUESTÕES DE PROVA
120
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
02. (UNI) Assinale a sequência correta em relação aos tipos de adjetivos e suas defini-
ções:
121
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
04. (CFET) Assinale a opção que contém o superlativo dos adjetivos nobre, pobre, doce,
amável e sagrado:
a) Tecidos verde-olivas;
b) Festas cívico-religiosas;
c) Guardas-noturnos luso-brasileiros;
d) Ternos azul-marinho;
e) Vários porta-estandartes.
06. (Fatec-SP) Identifique a opção em que não é atribuída ideia de superlativo ao adjetivo:
122
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
a) comparativo de superioridade;
b) superlativo relativo de superioridade;
c) superlativo absoluto sintético;
d) superlativo absoluto analítico de superioridade;
e) comparativo de igualdade.
08. (FGV) Aponte a opção em que corretamente se faz a concordância dos termos desta-
cados:
123
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
09. (FGV) Aponte a opção que traga os superlativos absolutos sintéticos de acordo com a
norma culta:
a) saia amarelo-ouro;
b) papel amarelo-ouro;
c) caixa vermelho-sangue;
d) caixa vermelha-sangue;
e) caixas vermelho-sangue.
11. (SISA) Assinale a opção em que há erro na flexão dos vocábulos destacados:
124
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
13. (Fac. São Marcos) Assinale a frase incorreta quanto à flexão de grau do adjetivo:
14. (UPM-SP) Assinale a opção em que ambos os adjetivos não se flexionam em gênero:
125
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
17. (SEGURO) Assinale a alternativa em que todos os adjetivos têm uma só forma para os
dois gêneros:
126
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
a) humildes / modestos;
b) mendigos / sem recursos;
c) dignos de pena / improdutivos;
d) dignos de compaixão / desprovidos de recursos;
e) ingênuos / sem posses.
a) A lesão toráxica (do tórax) foi causada por um choque com o jogador adversário.
b) O estado anímico (de alma) do atleta estava elevadíssimo.
c) A região capital (da cabeça) foi afetada pelo choque com um jogador adversário.
d) As águas fluviais (do rio) e pluviais (da chuva) eram escoadas rapidamente.
e) Seu espírito ferino (de fera) era criticado pelos colegas de trabalho.
127
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
GABARITO
Exercício 01:
Exercício 02:
128
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 03:
Exercício 04:
129
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 05:
Exercício 06:
130
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
ADVÉRBIO
Evidentemente que o vocábulo bastante, nesse caso, não se refere ao substantivo me-
nino, mas denota a intensidade com que ele se dedica aos estudos, isto é, a intensidade com
que ele estuda.
De novo, não há que se ter dúvidas de que, em vez de o vocábulo bonito estar realçando
uma característica do substantivo menino, ele está evidenciando a forma de como o menino
se portou durante a fala, isto é, o modo de como ele falou.
131
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
Nesse caso, o vocábulo colégio tem bonito por modificador. Ora, modificando o subs-
tantivo colégio, bonito, aqui, é um legítimo adjetivo. Já o vocábulo bastante, longe de modi-
ficar o substantivo colégio, cumpre o papel de realçar a beleza do educandário, modificando,
assim, o adjetivo bonito.
Aqui, o vocábulo bonito está realçando a fala do aluno. Logo, bonito foi empregado
como autêntico advérbio. Para reforçar essa característica foi usada a palavra muito, isto é, a
beleza da fala do aluno foi realçada ainda mais. Em sendo assim, muito, no caso concreto, é um
modificador do advérbio bonito e, por isso mesmo, também é advérbio.
Logo, advérbio, de fato, é qualquer vocábulo do idioma que esteja modificando um ver-
bo, um adjetivo ou outro advérbio.
132
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
Exercício 01:
Nas frases que se seguem, faça um círculo nos vocábulos que modificam verbos,
adjetivos ou advérbios:
133
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
1. Classificação
De acordo com os enunciados onde estão contidos, os advérbios assumem sentidos di-
versos e, como tais, são classificados:
2. Flexão
Exemplos:
Observa-se, aí, meio, advérbio, destacado. Ele, mesmo entre o substantivo (mulher) e o
adjetivo (atrapalhada) femininos, não se flexionou em gênero, isto é, não assumiu a forma fe-
minina meia. Por quê? Justamente porque o advérbio é invariável em gênero.
134
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
Aqui temos, no início da frase, o vocábulo só como adjetivo, pois modifica o substantivo
mulher. Mais adiante, modificando o verbo encontrar, ele já surge como autêntico advérbio.
Justamente por isso, na primeira versão, ele sofreu flexão (o adjetivo é variável) e, na segunda,
permaneceu no singular (o advérbio é invariável).
O que ocorre em relação ao vocábulo bastante não é muito diferente disso. Na primeira
aparição, ele, como modificador do verbo correr, é advérbio e, por isso, permaneceu no singu-
lar. Na segunda vez em que ele aparece, como pronome indefinido, mostrou-se variável a fim
de concordar com o substantivo pedras, que ele determina e a que ele se refere.
135
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
3. Locução adverbial
A exemplo do que ocorre com várias outras classes gramaticais, paralelamante aos ad-
vérbios, existem as locuções adverbiais.
Quando usarmos um vocábulo como modificador de um verbo, de um adjetivo ou de um
advérbio, estaremos diante de um advérbio. Já, ao usarmos dois ou mais vocábulos para modi-
ficar essas classes, teremos as locuções adverbiais.
Exemplos:
• O amor materno seduz sempre.
Agora, o substantivo amor aparece modificado por de mãe. Logo, em vez do simples
adjetivo, como no exemplo anterior, temos uma locução adjetiva.
É fácil perceber que o verbo seduzir, igualmente, está sendo modificado por de repente.
Então, em vez de um simples advérbio, temos aí uma locução adverbial.
136
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
Observe que o fragmento que vem da mãe modifica o substantivo amor. Logo, é uma
locução adjetiva. Pois bem, nos estudos sintáticos – classificação das orações – esse tipo de
locução será retomado a fim de exemplificar a oração subordinada adjetiva. Sim, toda locu-
ção adjetiva, com verbo dentro, mais tarde se transformará em oração subordinada adjetiva.
De igual sorte, a expressão se os filhos forem sensíveis está modificando o verbo se-
duzir. Em sendo assim, ela é uma legítima locução adverbial. Como se trata de uma locução
adverbial com um verbo dentro, mais tarde, provando que o Português é sequencial e lógico,
nominá-la-emos oração subordinada adverbial.
Exercício 02:
137
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
03. Marque a opção em que “melhor” tenha sido empregado como advérbio:
138
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Advérbio
( ) comparativo de igualdade
( ) comparativo de superioridade
( ) comparativo de inferioridade
( ) superlativo absoluto sintético
( ) superlativo absoluto analítico
a) II – I – IV – III – V
b) I – II – III – IV – V
c) V – IV – III – II – I
d) IV – I – III – II – V
e) IV – II – VII – V - I
139
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
Um homem de consciência
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e
lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a
coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito
tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de
sua Itaoca.
– Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons, agora só um e
bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o
Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A minha Itaoca está mesmo se acabando.
João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso necessitava
dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo
conserto ou arranjo possível.
– É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca
não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
Um dia aconteceu uma grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado.
Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele
que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...
140
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seriíssima. Não há cargo mais impor-
tante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar
com o governo. Uma coisa colossal ser delegado – e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de
Itaoca...
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arru-
mando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalinho magro e
partiu.
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.
– Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
– Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
– Mas como? Agora que você está delegado?
– Justamente por isso. Em terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro.
Adeus.
E sumiu.
Monteiro Lobato
141
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
Consciência: percepção que o ser humano tem do que é moralmente certo ou errado em
atos individuais.
Pacato: paciente, tranquilo, sossegado.
Lealíssimo: atributo de alguém que é leal (sincero, fiel) no grau mais elevado imaginável (su-
perlativo).
Defeito: imperfeição, vício, fraqueza.
Hipótese: suposição, conjectura, chance, pressuposto, suspeita.
Aperto: angústia, aflição, pressão.
Ruinzote: aumentativo de ruim, bem ruim, muito ruim.
Rábula: profissional que, mesmo sem formação jurídica, exerce a advocacia, mau advogado.
Itaoca: município do estado de São Paulo, seu nome significa “casa de pedra”, em tupi.
Conserto: diferentemente de “concerto” (para música), “conserto” significa reparo, correção,
arranjo.
Deliberar: dar opinião, decidir-se, solucionar após análise.
Trouxa: reunião de objetos pessoais para mudança, fardo de roupas. Pejorativo: bobo, mané,
otário.
Porretada: paulada, cacetada.
Sova: surra, tunda, laço.
Colossal: grandioso, enorme, descomunal, ótimo, magnífico.
Meditação: reflexão, ponderação, raciocínio, avaliação.
Retirante: aquele que se retira, vai embora, que deixa um lugar.
142
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
01. A lição mais atual e mais adequada ao texto acima está no adágio da letra:
a) a covardia do personagem;
b) a ignorância do personagem;
c) a coerência do personagem;
d) o pessimismo do personagem;
e) o derrotismo do personagem.
143
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
04. Se o vocábulo coisa, quarto período, fosse pluralizado, quantos outros sofreriam
alteração?
a) um;
b) dois;
c) três;
d) quatro;
e) cinco.
a) oito parágrafos;
b) nove parágrafos;
c) dez parágrafos;
d) quatorze parágrafos;
e) quinze parágrafos.
06. Os dois pontos da segunda linha do texto poderiam ser substituídos por:
a) ponto e vírgula;
b) ponto final;
c) vírgula;
d) reticências;
e) não há sinal de pontuação capaz de substituir os dois pontos questionados.
144
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
07. A frase “-Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou
mesmo ao fim” poderia, em parte, ser reescrita assim:
08. Na frase “Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coi-
sa”, os vocábulos destacados são:
a) foi: verbo;
b) já: advérbio;
c) muito: advérbio;
d) melhor: advérbio;
e) dizia: verbo.
145
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
10. Em “Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo
ao fim”, há:
a) adjetivo: embora;
b) substantivo comum: retirante;
c) verbo: chegou;
d) substantivo próprio: Itaoca;
e) locução adverbial: ao fim.
11. Marque a opção cuja frase não apresenta advérbio de nenhuma espécie:
146
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
13. Marque a opção em que a expressão retirada do texto não é locução adverbial:
a) Justamente: advérbio;
b) Em terra: locução adverbial;
c) João Teodoro: substantivo;
d) delegado: substantivo;
e) moro: advérbio de lugar.
147
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
QUESTÕES DE PROVA
A charge tem como objetivo fazer uma sátira de alguém ou de alguma situação atual por
meio de desenhos caricatos.
a) I apenas;
b) II apenas;
c) I e II apenas;
d) II e III apenas;
e) I, II e III.
148
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
(…) As angústias dos brasileiros em relação ao português são de duas ordens. Para uma par-
te da população, a que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim, conseguiu galgar
posições, o problema é sobretudo com a gramática. É esse o público que consome avida-
mente os fascículos e livros do professor Pasquale, em que as regras básicas do idioma são
apresentadas de forma clara e bem-humorada. Para o segmento que teve oportunidade
de estudar em bons colégios, a principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a essa
demanda que um novo tipo de profissional surgiu: o professor de português especializado
em adestrar funcionários de empresas. Antigamente, os cursos dados no escritório eram
de gramática básica e se destinavam principalmente a secretárias. De uns tempos para
cá, eles passaram a atender primordialmente gente de nível superior. Em geral, os pro-
fessores que atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho esporadi-
camente para ganhar um dinheiro extra. “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria
para enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente pela Uni-
versidade de São Paulo (…)
(JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja, 7/11/2001, n. 1725)
O adjetivo principal (em a principal dificuldade é com clareza) permite inferir que a clareza
é apenas um elemento dentro de um conjunto de dificuldades, talvez o mais significativo.
Semelhante inferência pode ser realizada pelos advérbios:
149
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
05. (PUC) Em qual opção somente advérbios foram acrescidos à frase “O tempo pas-
sou.”?
150
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
07. (UM) Na frase “As negociações estariam meio abertas só depois de meio período de
trabalho”, as palavras destacadas são, respectivamente:
a) adjetivo e adjetivo;
b) advérbio e advérbio;
c) advérbio e adjetivo;
d) numeral e adjetivo;
e) numeral e advérbio.
151
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
09. (FUVEST) Assinale a opção em que ocorre advérbio no grau comparativo de superiori-
dade:
152
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
a) predominantemente;
b) basicamente;
c) negativamente;
d) diariamente;
e) humanamente.
13. (UNIFESP) Dizer “só no fim do mês recebe” é diferente de “no fim do mês recebe”, pois, no
primeiro caso, é flagrante a ideia de:
a) intensidade;
b) demora;
c) tempo indefinido;
d) rapidez;
e) probabilidade.
153
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
Os encantos da gentil cantora eram ainda realçados pela singeleza, e diremos quase pobre-
za do modesto trajar. Um vestido de chita ordinária azul-clara desenhava-lhe perfeitamente
com encantadora simplicidade o porte esbelto e a cintura delicada, e desdobrando-se-lhe
em roda em amplas ondulações parecia uma nuvem, do seio da qual se erguia a cantora
como Vênus nascendo da espuma do mar, ou como um anjo surgindo dentre brumas va-
porosas. (...) Entretanto, abre-se sutilmente a cortina de casa de uma das portas interiores,
e uma nova personagem penetra no salão. Era também uma formosa dama ainda no viço
da mocidade, bonita, bem feita e elegante. (...) Mas com todo esse luxo e donaire de grande
senhora nem por isso sua beleza deixava de ficar algum tanto eclipsada em presença das
formas puras e corretas, da nobre singeleza (...) da cantora. Todavia Malvina era linda, en-
cantadora mesmo, e posto que vaidosa de sua formosura e alta posição, transluzia-lhe nos
grandes e meigos olhos azuis toda a nativa bondade de seu coração.
Bernardo Guimarães
a) O advérbio ainda pressupõe que a graça da cantora era também realçada por outros
detalhes.
b) O adjetivo nova indica a faixa etária da personagem.
c) A conjunção posto que pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, por “já
que”.
d) A expressão nem por isso introduz ideia de consequência.
e) A expressão parecia uma nuvem comprova que o narrador prefere o uso de metáforas
ao de comparações.
154
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
15. (FGV) Ainda que endureçamos os nossos corações diante da vergonha e da desgraça
experimentadas pelas vítimas, o ônus do analfabetismo é muito alto para todos os
demais.
a) restrição e quantidade;
b) causa e modo;
c) tempo e meio;
d) concessão e intensidade;
e) condição e especificação.
16. (FGV) Assinale a opção em que o advérbio não é empregado de modo enfático, sem o
sentido negativo que lhe é próprio.
a) Na época não existia internet nem computadores, o mundo era totalmente dife-
rente.
b) Não que eu seja contra livros, muito pelo contrário.
c) Quase metade das descobertas científicas surgiu não da lógica [...], mas da sim-
ples observação.
d) Quantas vezes não participamos de uma reunião e alguém diz “vamos parar de
discutir” [...]?
e) Quantas vezes a gente simplesmente não “enxerga” a questão?
155
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
17. (UNIFESP) - Na passagem – ... e anula mesmo a educação mais primorosa. – o termo em
destaque pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:
a) provavelmente;
b) até;
c) propriamente;
d) deveras;
e) eventualmente.
18. (FUVEST) Na frase “O Sol ainda produzirá energia”, o advérbio ainda tem o mesmo sentido
que em:
156
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
19. (PUC SP) - De acordo com o discurso gramatical tradicional, advérbio é palavra invariável
que expressa circunstância e incide sobre verbos, adjetivos e até mesmo advérbios. No
entanto, extrapolando esse discurso, sabe-se que, como modalizador, em vez de exprimir
uma circunstância (tempo, lugar, intensidade etc.) relacionada a um verbo, advérbio ou
adjetivo, o advérbio pode revelar estados psicológicos do enunciador. Isso se vê em:
a) “[...] basta uma torcida muito forte para que se produza um resultado positivo
para a sociedade.”
b) “Infelizmente a vida real exige mais do que boas intenções para seguir o vetor
do progresso social.”
c) “o governo deveria ter optado por agir silenciosa e drasticamente nas
organizações policiais.”
d) “A apreensão não é reportada ao comando policial [...]”
e) “Depois raspam sua numeração e a vendem.”
157
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
GABARITO
Exercício 01:
01-A / 02-C / 03-C / 04-B / 05-D 01-B / 02-C / 03-D / 04-A / 05-E / 06-C / 07-D / 08-B / 09-D /
10-A / 11-D / 12-B / 13-D / 14-E / 15-D
QUESTÕES DE PROVAS
01-E / 02-D / 03-A / 04-D / 05-C / 06-C / 07-B / 08-A / 09-C / 10-D / 11-C / 12-A / 13-B / 14-A /
15-D / 16-D / 17-B / 18-D / 19-D
158
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
VERBO
1. Modos
Entende-se por modo verbal a forma de como algum fato acontece ou deixa de aconte-
cer.
1.1. Indicativo
Significando aquele ou aquilo que indica, o indicador, esse modo verbal é utilizado
sempre que o emissor quer repassar ao receptor ideia acerca de fato, estado ou ação certos,
reais, indiscutíveis. Afinal, só indica quem tem certeza (Eu estudei / Eu estudo / Eu estudarei).
159
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
1.2. Subjuntivo
Como a própria etimologia mostra por meio do prefixo sub, o subjuntivo traz consigo
a ideia de dependência, subordinação. Por isso mesmo, qualquer verbo nesse modo indicará
sempre fato, ação ou estado incompletos, irreais, hipotéticos (Que eu estude / Quando eu es-
tudar / Se eu estudasse).
1.3. Imperativo
2. Tempos
160
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
2.1 Pretérito
2.2 Presente
2.3 Futuro
Tempo que sucede imediatamente ao presente. Tudo aquilo que se relaciona ao porvir,
aquilo que ainda há de vir, ou que não aconteceu ainda, mas haverá de acontecer com certeza
(no modo indicativo) ou provavelmente acontecerá (no modo subjuntivo).
161
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3. Formas nominais
Há formas que, na gramática tradicional, são listadas como verbais, mas que, na prática,
funcionam como legítimos nomes: substantivo (O cantar seduz), adjetivo (Calça rasgada ago-
ra é moda) e advérbio (Lendo o parecer, vibrou).
3.1. Infinitivo
Conhecido, antigamente, como modo infinito do verbo, a forma nominal infinitiva é aque-
la em que se repassam ideias sem localizá-las em tempo, modo ou pessoa. De maneira simpló-
ria, costuma-se dizer que é o nome do verbo.
Exemplos:
• Eu cantei (cantar), escrevi (escrever) e sorri (sorrir), tudo ao mesmo tempo.
• Amar (substantivo) é viver (adjetivo).
3.2. Gerúndio
162
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Exemplos:
• Está chovendo (chove: verbo), mas não está ventando (não venta: verbo).
• Pensando (advérbio), o pai lembra a filha de que água fervendo (adjetivo) queima.
3.3. Particípio
Também chamado, pela gramática tradicional, de particípio passado, essa forma nomi-
nal, ao contrário do gerúndio, repassa ideia de fatos ou ações já conclusas, acabadas, prontas.
Desacompanhado de verbo auxiliar, pertencerá à classe dos adjetivos.
Exemplos:
• O aluno já havia rasgado (rasgar: verbo) seu casaco.
• Casaco rasgado (adjetivo) não seduz mulher bonita.
163
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
4. Conjugação
164
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
• A antiga quarta conjugação, exclusiva para o verbo pôr e seus derivados, hoje é
tratada juntamente com a segunda, pois ambas seguem um mesmo modelo de con-
jugação.
Recordemos, depois, que existem duas categorias de verbos:
a) regulares: aqueles que, mantendo seu radical intacto, segue um modelo de conjuga-
ção; e
b) irregulares: aqueles que, não mantendo seu radical intacto, fogem do modelo de
conjugação.
165
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
INDICATIVO
Presente
1ª Conjugação
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrevo
Observação:
Tu escreves
Todos os verbos regulares de segunda
Ele escreve
conjugação seguem, no presente do in-
Nós escrevemos
dicativo, o modelo ao lado: r adical + o,
Vós escreveis
es, e, emos, eis, em.
Eles escrevem
166
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Observação:
Eu parto
Tu partes Todos os verbos regulares de terceira
Ele parte conjugação seguem, no presente do
Nós partimos indicativo, o modelo ao lado: radi-
Vós partis cal + o, es, e, imos, is, em.
Eles partem
167
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
PRETÉRITO
1ª Conjugação
Pretérito perfeito
Pretérito imperfeito
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR Observação:
Eu cantava Todos os verbos regulares de pri-
Tu cantavas meira conjugação seguem, no
Ele cantava pretérito imperfeito do indicati-
Nós cantávamos vo, o modelo ao lado: radical +
ava, avas, ava, ávamos, áveis,
Vós cantáveis
avam.
Eles cantavam
168
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito mais-que-perfeito
2ª Conjugação
Pretérito perfeito
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Observação:
Eu escrevi
Tu escreveste Todos os verbos regulares de se-
gunda conjugação seguem, no
Ele escreveu
pretérito perfeito do indicativo,
Nós escrevemos
o modelo ao lado: radical + i,
Vós escrevestes
este, eu, emos, estes, eram.
Eles escreveram
169
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito imperfeito
Pretérito mais-que-perfeito
170
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3ª Conjugação
Pretérito perfeito
Eles partiram
Pretérito imperfeito
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Observação:
Eu partia
Todos os verbos regulares de ter-
Tu partias
ceira conjugação seguem, no pre-
Ele partia
térito imperfeito do indicativo, o
Nós partíamos
modelo ao lado: radical + ia, ias,
Vós partíeis ia, íamos, íeis, iam.
Eles partiam
171
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito mais-que-perfeito
Futuro
1ª Conjugação
Futuro do presente
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Observação:
Eu cantarei
Tu cantarás Todos os verbos regulares de pri-
Ele cantará
meira conjugação seguem, no futu-
ro do presente do indicativo, o mo-
Nós cantaremos
delo ao lado: radical + arei, arás,
Vós cantareis
ará, aremos, areis, arão.
Eles cantarão
172
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
2ª Conjugação
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partirei Observação:
Tu partirás Todos os verbos regulares de tercei-
Ele partirá ra conjugação seguem, no futuro do
Nós partiremos presente do indicativo, o modelo ao
lado: radical + irei, irás, irá, ire-
Vós partireis
mos, ireis, irão.
Eles partirão
173
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Futuro do pretérito
Observação:
1ª Conjugação
Todos os verbos regulares de primeira
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR conjugação seguem, no futuro do pre-
Eu cantaria térito do indicativo, o modelo ao lado:
Tu cantarias radical + aria, arias, aria, aríamos,
Ele cantaria aríeis, ariam.
Nós cantaríamos
Vós cantaríeis
Eles cantariam
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Observação:
Eu escreveria
Tu escreverias Todos os verbos regulares de segun-
da conjugação seguem, no futuro
Ele escreveria
do pretérito do indicativo, o modelo
Nós escreveríamos
ao lado: radical + eria, erias, eria,
Vós escreveríeis eríamos, eríeis, eriam.
Eles escreveriam
174
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3ª Conjugação
175
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
MODO SUBJUNTIVO
Presente
1ª Conjugação Observação:
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR Todos os verbos regulares de primeira
Eu cante conjugação seguem, no presente do
Tu cantes subjuntivo, o modelo ao lado: radical
Ele cante + e, es, e, emos, eis, em, ou, partin-
Nós cantemos do da primeira pessoa do singular do
Vós canteis presente do indicativo, troca-se o -o,
Eles cantem por -e, mantendo-o em todas as pes-
soas: canto (-o + -e) cante, cantes,
cante, cantemos, canteis, cantem.
2ª Conjugação Observação:
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER Todos os verbos regulares de segunda
Eu escreva conjugação seguem, no presente do
Tu escrevas subjuntivo, o modelo ao lado: radical +
Ele escreva
a, as, a, amos, ais, am, ou, partindo
da primeira pessoa do singular do pre-
Nós escrevamos
sente do indicativo, troca-se o -o, por
Vós escrevais
-a, mantendo-o em todas as pessoas:
Eles escrevam
escrevo (-o + -a) escreva, escrevas,
escreva, escrevamos, escrevais, es-
crevam.
176
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR Observação:
Eu parta
Todos os verbos regulares de terceira
Tu partas
conjugação seguem, no presente do
Ele parta
subjuntivo, o modelo ao lado: radical
Nós partamos
+ a, as, a, amos, ais, am, ou, par-
Vós partais
tindo da primeira pessoa do singular
Eles partam
do presente do indicativo, troca-se o
-o, por -a, mantendo-o em todas as
pessoas: parto (-o + -a) parta, partas,
parta, partamos, partais, partam.
Pretérito imperfeito
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR Observação:
Eu cantasse Todos os verbos regulares de primei-
Tu cantasses ra conjugação seguem, no pretérito
Ele cantasse imperfeito do subjuntivo, o modelo ao
Nós cantássemos lado: radical + asse, asses, asse, ás-
Vós cantásseis semos, ásseis, assem.
Eles cantassem
177
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
2ª Conjugação
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Observação:
Eu partisse
Todos os verbos regulares de terceira
Tu partisses
conjugação seguem, no pretérito im-
Ele partisse
perfeito do subjuntivo, o modelo ao
Nós partíssemos
lado: radical + isse, isses, isse, ísse-
Vós partísseis
mos, ísseis, issem.
Eles partissem
178
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Futuro
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cantar Observação:
Tu cantares Todos os verbos regulares de primeira
Ele cantar conjugação seguem, no futuro do sub-
Nós cantarmos juntivo, o modelo ao lado: radical +
Vós cantardes ar, ares, ar, armos, ardes, arem.
Eles cantarem
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrever Observação:
Tu escreveres Todos os verbos regulares de segunda
Ele escrever conjugação seguem, no futuro do sub-
Nós escrevermos juntivo, o modelo ao lado: radical + er,
Vós escreverdes eres, er, ermos, erdes, erem.
Eles escreverem
179
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partir
Tu partires
Ele partir
Nós partirmos
Vós partirdes
Eles partirem
Observação:
180
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
IMPERATIVO
Para se conjugar qualquer verbo no modo imperativo, devem ser levadas em conta algu-
mas observações:
A partir daqui, conjugaremos um verbo e deixaremos outro para você exercitar. Conju-
gue-o e, depois, veja, no gabarito, se você acertou:
1ª Conjugação – Cantar
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu canto --------------------------- -------------► - o + e cante -x-
Tu cantas -------► - s canta cantes --------------► Não cantes
Ele canta cante ◄--------------- cante ---------------► Não cante
Nós cantamos cantemos ◄--------- cantemos ----------► Não cantemos
Vós cantais -------► -s cantai canteis -------------► Não canteis
Eles cantam cantem ◄---------- cantem -------------► Não cantem
181
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
1ª Conjugação – Amar
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
2ª Conjugação - Vender
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu vendo ----------------------- ---------------► - o + a venda -x-
Tu vendes -------► - s vende vendas --------------► Não vendas
Ele vende venda ◄--------- venda ---------------► Não venda
Nós vendemos vendamos ◄-------- vendamos ----------► Não vendamos
2ª Conjugação - Escrever
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
182
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3ª Conjugação – Partir
3ª Conjugação – Dividir
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
183
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
FORMAS NOMINAIS
Cantar
Infinitivo cantar
impessoal
Infinitivo pessoal cantar cantares cantar cantarmos cantardes cantarem
Gerúndio cantando
Particípio cantado
Amar
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Fazer
Infinitivo fazer
impessoal
Infinitivo pessoal fazer fazeres fazer fazermos fazerdes fazerem
Gerúndio fazendo
Particípio feito
Escrever
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
184
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Partir
Infinitivo partir
impessoal
Infinitivo pessoal partir partires partir partirmos partirdes partirem
Gerúndio partindo
Particípio partido
Dividir
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
185
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
1ª Conjugação
INDICATIVO
Presente
Eu estou
Tu estás
Ele está
Nós estamos
Vós estais
Eles estão
Pretérito perfeito
Eu estive
Tu estiveste
Ele esteve
Nós estivemos
Vós estivestes
Eles estiveram
186
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito imperfeito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estava
Tu estavas
Ele estava
Nós estávamos
Vós estáveis
Eles estavam
Pretérito mais-que-perfeito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estivera
Tu estiveras
Ele estivera
Nós estivéramos
Vós estivéreis
Eles estiveram
Futuro do presente
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estarei
Tu estarás
Ele estará
Nós estaremos
Vós estareis
Eles estarão
187
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Futuro do pretérito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estaria
Tu estarias
Ele estaria
Nós estaríamos
Vós estaríeis
Eles estariam
SUBJUNTIVO
Presente
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu esteja
Tu estejas
Ele esteja
Nós estejamos
Vós estejais
Eles estejam
188
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito imperfeito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estivesse
Tu estivesses
Ele estivesse
Nós estivéssemos
Vós estivésseis
Eles estivessem
Futuro
189
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
IMPERATIVO
Afirmativo
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu -x-
Tu está
Ele esteja
Nós estejamos
Vós estai
Eles estejam
Negativo
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu -x-
Tu Não estejas
Ele Não esteja
Nós Não estejamos
Vós Não estejais
Eles Não estejam
190
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
FORMAS NOMINAIS
Estar
Infinitivo estar
impessoal
Infinitivo pessoal estar estares estar estarmos estardes estarem
Gerúndio estando
Particípio estado
Dar
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Passear
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Premiar
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
191
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Ansiar
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Observações:
1ª) para conjugar os verbos sobrestar e sobestar, bastará conjugar estar e, depois, antepor a
todas as formas obtidas sobr e sob, respectivamente;
2ª) para conjugar os verbos desdar e redar, bastará que se conjugue, primeiro, o verbo dar e,
depois, se lhe anteponham, respectivamente, des e re;
3ª) os verbos acabados em ear (cear, frear, nomear, estrear...) seguem a conjugação de pas-
sear; bastará, pois, manter suas terminações; e
4ª) os verbos acabados em iar seguem a conjugação do verbo premiar, exceção feita, no pre-
sente do indicativo e em seus derivados, à turma do “MARIOI” (Mediar, Ansiar, Remediar,
Incendiar, Odiar e Intermediar).
192
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
2ª CONJUGAÇÃO
INDICATIVO
Presente
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu sou
Tu és
Ele é
Nós somos
Vós sois
Eles são
Pretérito perfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu fui
Tu foste
Ele foi
Nós fomos
Vós fostes
Eles foram
193
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito imperfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu era
Tu eras
Ele era
Nós éramos
Vós éreis
Eles eram
Pretérito mais-que-perfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu fora
Tu foras
Ele fora
Nós fôramos
Vós fôreis
Eles foram
Futuro do presente
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu serei
Tu serás
Ele será
Nós seremos
Vós sereis
Eles serão
194
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Futuro do pretérito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu seria
Tu serias
Ele seria
Nós seríamos
Vós serieis
Eles seriam
SUBJUNTIVO
Presente
195
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito imperfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu fosse
Tu fosses
Ele fosse
Nós fôssemos
Vós fôsseis
Eles fossem
Futuro
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu for
Tu fores
Ele for
Nós formos
Vós fordes
Eles forem
196
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
IMPERATIVO
Afirmativo
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu -x-
Tu sê*
Ele seja
Nós sejamos
Vós sede*
Eles sejam
* Exceções à regra das segundas pessoas (tu e vós) do presente do indicativo, menos o “s”!
Negativo
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu -x-
Tu Não sejas
Ele Não seja
Nós Não sejamos
Vós Não sejais
Eles Não sejam
197
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
FORMAS NOMINAIS
Ser
Infinitivo ser
impessoal
Infinitivo pessoal ser seres ser sermos serdes serem
Gerúndio sendo
Particípio sido
Ver
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Haver
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
198
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Fazer
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Pôr
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Observações:
1ª) a conjugação do verbo ser há de estar na “ponta da língua”, haja vista seu
importante papel como verbo auxiliar e, também, por certa anomalia na formação
do imperativo afirmativo (sê tu; sede vós);
2ª) os verbos derivados de ver (rever, prever, antever, telever...) seguem-no, bastan-
do, pois, que se o conjugue, primeiro, e, depois, se lhe anteponham os respectivos
prefixos (mas atenção: o verbo prover não deriva de ver e tem, por isso mesmo,
conjugação própria!);
3ª) o verbo reaver conjuga-se como o verbo haver, mas só possui as formas em que, no
haver, existe a letra h (nas demais ele é defectivo, isto é, ele não existe!);
199
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
5ª) a presença do verbo pôr (e todos os derivados, que o seguem), antiga 4ª conjugação,
na planilha dos verbos de segunda conjugação justifica-se na medida em que suas
flexões são similares.
3ª CONJUGAÇÃO
INDICATIVO
Presente
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu vou
Tu vais
Ele vai
Nós vamos
Vós ides
Eles vão
200
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Pretérito perfeito
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu fui
Tu foste
Ele foi
Nós fomos
Vós fostes
Eles foram
Pretérito imperfeito
Pretérito mais-que-perfeito
201
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Futuro do presente
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu irei
Tu irás
Ele irá
Nós iremos
Vós ireis
Eles irão
Futuro do pretérito
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu iria
Tu irias
Ele iria
Nós iríamos
Vós iríeis
Eles iriam
202
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
SUBJUNTIVO
Presente
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu vá
Tu vás
Ele vá
Nós vamos
Vós ides
Eles vão
Pretérito imperfeito
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu fosse
Tu fosses
Ele fosse
Nós fôssemos
Vós fôsseis
Eles fossem
Futuro
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu for
Tu fores
Ele for
Nós formos
Vós fordes
Eles forem
203
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
IMPERATIVO
Afirmativo
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu -x-
Tu vai
Ele vá
Nós vamos
Vós ide
Eles vão
Negativo
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu -x-
Tu Não vás
Ele Não vá
Nós Não vamos
Vós Não vais
Eles Não vão
204
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
FORMAS NOMINAIS
Ir
Infinitivo ir
impessoal
Infinitivo pessoal ir ires ir irmos irdes irem
Gerúndio indo
Particípio ido
Vir
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Frigir
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
205
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Tossir
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Rir
Infinitivo
impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Exercício 01:
206
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
207
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
208
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Você, agora, se deve estar perguntando: por que, então, este será o ponto mais crítico do
assunto, se ele não é o mais difícil? A resposta é simples e, de certa forma, ameaçadora: porque
veremos a formação do imperativo e é nela que se situa a maioria das questões envolvendo
verbos em provas de qualquer espécie.
Em minha atividade quase cotidiana como examinador, por exemplo, ao pensar na co-
brança de verbos, vêm-me imediatamente à mente estas proporções: uma questão: formação
do imperativo; duas questões: formação do imperativo e derivados do pretérito perfeito do in-
dicativo (assunto a ser visto em seguida); três questões: duas sobre a formação do imperativo
e uma sobre os derivados do pretérito perfeito do indicativo; e assim por diante.
Explica-se esse fato facilmente: no dia a dia, falamos e escrevemos praticamente tudo de
forma errada se a fala ou a escrita envolvem o emprego do imperativo, quer afirmativo, quer
negativo. Além disso, é sabido que, para quem mal domina a conjugação linear de verbos, as-
sociar mentalmente combinações de tempos diversos torna-se uma batalha verdadeiramente
campal.
Como já se viu anteriormente, para formar o imperativo, afirmativo ou negativo, há que
se considerar sempre a primeira pessoa do singular do presente do indicativo e, a partir dela,
formar o presente do subjuntivo. Depois disso, tudo não passará de uma cópia atenta e bem
organizada.
Diante dessa realidade, trilhar alguns passos mostrar-se-á vital:
1°) conjuga-se o verbo – com segurança e corretamente – no presente do indicativo (indispen-
sável, pois, dominar totalmente o presente do indicativo);
2°) substitui-se o o final da primeira pessoa do singular do presente do indicativo por e, em
verbos da primeira conjugação, ou por a, em verbos da segunda ou da terceira conjuga-
ções;
209
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
c) mantém-se, aí, a resultante inalterada e se obtém cante, cantes, cante, cantemos, can-
teis, cantem, acrescentando-se a ela as desinências número-pessoais.
4°) na sequência, copiam-se as duas segundas pessoas (singular, tu; plural, vós) do presente
do indicativo, suprimindo-se a letra s, e as demais, do presente do subjuntivo, tais quais, e
se obtém o imperativo afirmativo; e
5º) ato contínuo, copia-se o presente do subjuntivo (exceto a primeira pessoa do singular, haja
vista que ninguém dá ordem ou se proíbe a si próprio!) e se obtém o imperativo negativo.
Exemplos:
Verbo da primeira conjugação: vogal temática a
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu canto ------------------- -------------► - o + e cante -x-
Tu cantas -------► - s canta cantes --------------► Não cantes
Ele canta cante ◄---------- cante ---------------► Não cante
Nós cantamos cantemos ◄--------- cantemos ----------► Não cantemos
Vós cantais -------► -s cantai canteis -------------► Não canteis
Eles cantam cantem ◄---------- cantem -------------► Não cantem
210
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Observações:
1ª) exceto pouquíssimos verbos (ser, estar, ir...), cuja terminação da primeira pessoa do pre-
sente do indicativo não possui a letra o, todos os demais formam o imperativo dessa ma-
neira;
2ª) no caso desses pouquíssimos verbos, aplica-se a velha fórmula: “que eu seja; que eu este-
ja; que eu vá”; e
211
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
3ª) em verbos defectivos, isto é, verbos que não possuem algumas pessoas do presente do
indicativo (serão estudados logo adiante), a defectividade se transmite, inviabilizando, total
ou parcialmente, a formação do imperativo.
Para associarmos toda a teoria vista até aqui à prática, imaginemos situações do dia a
dia, que, assim, exercitaremos, com produtividade, o assunto.
Exemplos:
Nesse caso, como deveria ser empregado, de forma correta, o verbo fazer: faz, faça, faze,
faças?
Pois bem, as pessoas, sempre que falam ou escrevem, deparam com esse tipo de dúvida.
Para resolvê-la, recomenda-se que se façam algumas perguntas e se localizem bem algumas
respostas:
a) Há, na frase, ideia de ordem, isto é, está-se mandando fazer ou não fazer alguma
coisa?
A resposta, evidentemente, é positiva: sim! Então o espaço deverá ser preenchido com o
emprego do imperativo.
212
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
213
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
03. Filho, jamais _______ seus planos, pois você vai triunfar.
214
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
215
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Exercício 02:
Como se pôde ver, pela teoria e pela prática, a utilidade do esquema de formação do
imperativo é muito expressiva. Não fosse ele, certamente cometeríamos um número ainda
maior de erros no emprego do afirmativo e do negativo e erraríamos um número ainda mais
assustador de questões em provas de todo tipo.
216
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Mas e o que dizer do espantoso volume de questões cobradas em concursos de toda es-
pécie e do erro no emprego de verbos no pretérito perfeito do indicativo e em seus derivados?
Nem espanta mais ouvir e ler frases como estas:
Não deve ser difícil observar que, exatamente nesse ponto, reside um outro núcleo de
dificuldade na conjugação e no respectivo uso dos verbos.
Um dos vários papéis dos gramáticos é o de prospectar essas dificuldades e, constata-
das, descobrir estratégias para minorar o problema.
Graças a essa patriótica missão repassada aos defensores da integridade do idioma pá-
trio que surgiu, por exemplo, o esquema prático e facilitador da formação e do emprego do
imperativo e, igualmente, dos derivados do pretérito perfeito do indicativo.
Aqui, a tarefa, com certeza, será bem mais fácil. Afinal, lá, a conjugação buscava formas,
que às vezes se alteravam, às vezes não, em diversas fontes: presente do indicativo, presente
do subjuntivo...
A conjugação dos derivados do pretérito perfeito do indicativo – pretérito mais-que-per-
feito do indicativo, pretérito imperfeito e futuro do subjuntivo – partirá sempre de sua segunda
pessoa do singular.
217
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Observações:
1ª) como ocorre com a formação do imperativo – em que resultará tentativa frustrada sem
domínio absoluto da conjugação do presente do indicativo – aqui, igualmente, deverá ha-
ver segurança absoluta na conjugação do pretérito perfeito do indicativo;
2ª) na conjugação do pretérito mais-que-perfeito do indicativo, a forma obtida com a su-
pressão de ste e o acréscimo de ra deverá ser empregada seis vezes, trocando-se sempre
– e em todos os verbos do idioma – o a por e, na segunda pessoa do plural;
3ª) além dessa troca, em todos os verbos da Língua Portuguesa, a primeira e a segunda pes-
soas do plural receberão acento, ora aberto (agudo), ora fechado (circunflexo);
4ª) no pretérito imperfeito do subjuntivo, a forma obtida com a supressão de ste e acrésci-
mo de sse deverá ser empregada seis vezes, recebendo acento (aberto ou fechado) na pri-
meira e na segunda pessoas do plural; e
5ª) no futuro do subjuntivo, a forma obtida com a supressão de ste e acréscimo de r deverá
ser empregada seis vezes, não recebendo acento em nenhuma de suas formas.
218
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Exercício 03:
Preencha os esquemas que se seguem, valendo-se, para tal, dos verbos indicados:
Estar:
Pron. Pretérito perfeito Pretérito mais-que- Pretérito imperfeito Futuro do
do indicativo
perfeito do indicativo do subjuntivo subjuntivo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
Ser:
Pron. Pretérito perfeito Pretérito mais-que- Pretérito imperfeito Futuro do
do indicativo
perfeito do indicativo do subjuntivo subjuntivo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
219
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Ver:
Pron. Pretérito perfeito do Pretérito mais-que- Pretérito imperfeito Futuro do
indicativo perfeito do indicativo do subjuntivo subjuntivo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
Vir:
Pron. Pretérito perfeito do in- Pretérito mais-que- Pretérito imperfeito Futuro do
dicativo perfeito do indicativo do subjuntivo subjuntivo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
220
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Haver:
Pron. Pretérito perfeito do Pretérito mais-que- Pretérito imperfeito Futuro do
indicativo perfeito do indicativo do subjuntivo subjuntivo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
Fazer:
Pron. Pretérito perfeito do Pretérito mais-que- Pretérito imperfeito Futuro do subjuntivo
indicativo perfeito do indicativo do subjuntivo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
Dizer:
Pron. Pretérito perfeito do Pretérito mais-que- Pretérito imperfeito Futuro do subjuntivo
indicativo perfeito do indicativo do subjuntivo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
221
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Exercício 04:
Preencha as lacunas das frases que se seguem, valendo-se dos verbos indicados entre
parênteses:
01. Quando ele __________ (vir) à cidade, assustar-se-á.
02. Quando ele me __________ (ver) aqui, ficará surpreso.
03. Ontem, ele __________ (reaver) seus bens.
04. Quando ele __________ (reaver) seus bens, tudo estará em paz.
05. Se ele __________ (reaver) seus bens, tudo ficaria em paz.
06. Para ele __________ (reaver) os bens perdidos, demorará certo tempo.
07. Se vos __________ (propor) realizar o bem, vivereis felizes.
08. Para vos __________ (propor) realizar o bem, haverá de existirem condições.
09. Quando, ontem, eu __________ (intervir) na briga, o clima já era tenso.
10. Quando a polícia __________ (intervir) na briga, tudo ficará mais calmo.
11. Para a polícia __________ (intervir) na briga, terá de haver condições.
12. Se a polícia __________ (intervir), a briga não seria generalizada.
13. Quando ele __________ (sobrestar) o processo, as partes viverão em paz.
14. Para ele __________ (sobrestar) o processo, todos deverão concordar.
15. Se ele __________ (sobrestar) o processo, a paz retornaria.
16. Se ele __________ (deter) o avanço populacional, o país conheceria a paz.
17. Quando ele __________ (refazer) os cálculos, estaremos salvos.
18. Se ele __________ (refazer) os cálculos, estaríamos salvos.
19. Para __________ (refazer) os cálculos, ele terá de ser remunerado.
20. Quando ele __________ (rever) os cálculos, convencer-se-á.
21. Se ele __________ (rever) os cálculos, convencer-se-ia.
22. Para ele __________ (rever) os cálculos, teremos de autorizá-lo.
23. Se __________ (requerer) seus direitos, ele os conseguiria.
24. Quando __________ (requerer) seus direitos, ele os conseguirá.
25. Se eles __________ (intervir), eu sairia ileso do conflito.
222
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
223
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
INDICATIVO
Pron. Presente Pret. perfeito Pret. imperfeito Pret. mais-que-perfeito
Eu -------- reouve reavia reouvera
Tu -------- reouveste reavias reouveras
Ele -------- reouve reavia reouvera
Nós reavemos reouvemos reavíamos reouvéramos
Vós reaveis reouvestes reavíeis reouvéreis
Eles -------- reouveram reaviam reouveram
SUBJUNTIVO
Pron. Presente Pretérito imperfeito Futuro
Eu -------- reouvesse reouver
Tu -------- reouvesses reouveres
Ele -------- reouvesse reouver
Nós -------- reouvéssemos reouvermos
Vós -------- reouvésseis reouverdes
Eles -------- reouvessem reouverem
224
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
IMPERATIVO
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu -------- -x- -------- -x-
Tu -------- -------- -------- --------
Ele -------- -------- -------- --------
Nós reavemos -------- -------- --------
Vós reaveis -------► -s reavei -------- --------
Eles -------- -------- -------- --------
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal reaver
Infinitivo pessoal reaver reaveres reaver reavermos reaverdes reaverem
Gerúndio reavendo
Particípio reavido
Observações:
1ª) a defectividade da primeira pessoa do singular do presente do indicativo refletiu-se em
todo o presente do subjuntivo e em todo o imperativo negativo;
2ª) no imperativo afirmativo, aparecem somente a segunda pessoa do plural, derivada do
presente do indicativo, suprimido o s;
3ª) os derivados do pretérito perfeito do indicativo (mais-que-perfeito do indicativo, pretérito
imperfeito e futuro do subjuntivo) conjugaram-se normalmente;
4ª) os verbos mais importantes que não possuem a primeira pessoa do singular do presente
do indicativo são estes: abolir, banir, carpir, colorir, demolir, esculpir, exaurir, explodir e im-
pingir;
225
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
5ª) os verbos mais importantes que só possuem a primeira e a segunda pessoa do plural do
presente do indicativo são estes: aguerrir, aturdir, combalir, falir, precaver e remir; e
6ª) os verbos mais importantes que só possuem as terceiras pessoas (singular e plural) do
presente do indicativo são estes: aprazer, doer, grassar e prazer.
Exercício 05:
INDICATIVO
Pron. Presente Pret. perfeito Pret. imperfeito Pret. mais-que-perfeito
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
226
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
SUBJUNTIVO
Pron. Presente Pretérito imperfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
IMPERATIVO
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
227
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
INDICATIVO
Pron. Presente Pret. perfeito Pret. imperfeito Pret. mais-que-perfeito
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
SUBJUNTIVO
Pron. Presente Pretérito imperfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
228
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
IMPERATIVO
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
Por fim, fixe a defectividade do verbo aprazer, preenchendo o esquema que se segue:
INDICATIVO
Pron. Presente Pret. perfeito Pret. imperfeito Pret. mais-que-perfeito
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
229
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
SUBJUNTIVO
Pron. Presente Pretérito imperfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
IMPERATIVO
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
230
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal
Infinitivo pessoal
Gerúndio
Particípio
231
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Exercício 06:
PRESENTE DO INDICATIVO
Pron. HAVER REAVER TER ENTRETER
Eu hei tenho
Tu hás tens
Ele há tem
Nós havemos temos
Vós haveis tendes
Eles hão têm
232
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
233
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Eu freio --------
Tu freias demoles
Ele freia demole
Nós freamos demolimos
Vós freais demolis
Eles freiam demolem
234
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Eu houve tive
Tu houveste tiveste
Ele houve teve
Nós houvemos tivemos
Vós houvestes tivestes
Eles houveram tiveram
235
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
236
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
237
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Entre uma variedade tão enorme quanto interessante de verbos, há que se destacarem
agora os abundantes.
Derivado de abundância, o vocábulo abundante repassa a ideia de numeroso, farto, em
grande conta, copioso.
Pois esses verbos caracterizam-se justamente pelo fato de, ao contrário da maioria dos
demais verbos, apresentarem mais de uma forma de particípio.
Enquanto cantar, fazer e partir (além de uma infinidade de outros verbos) apresentam
apenas uma forma de particípio (cantado, feito e partido); expulsar, suspender e imprimir (mais
alguns poucos verbos) apresentam duas (expulsado e expulso, suspendido e suspenso, impri-
mido e impresso). A esses últimos chamamos abundantes.
Já, em relação à forma, existem o particípio regular e o particípio irregular, cuja corre-
ção no emprego aprimora a linguagem e impressiona os circunstantes.
Particípio regular é aquele que segue um paradigma, um modelo, que não foge à regra:
cantar, cantado; vender, vendido; partir, partido. Assim também: expulsar, expulsado; sus-
pender, suspendido; imprimir, imprimido.
Particípio irregular, por sua vez, são formas adjetivas que, em casos concretos, transfor-
mam-se em verbos: expulsar, expulso; suspender, suspenso; imprimir, impresso.
Pois bem, como o particípio só aparece em locuções verbais, isto é, na junção de verbos
auxiliares com verbo principal, numa construção frasal (está chovendo e havia chovido; esta-
va lendo e tinha lido; deveria estar chegando e haveria de ter chegado), bastará ver qual é o
auxiliar para definir o correto emprego do particípio:
238
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Exemplos:
• O juiz havia (haver) expulsado o jogador que já foi (ser) suspenso pelo tribunal.
• O juiz tinha (ter) expulsado o jogador que já estava (estar) suspenso disciplinar-
mente.
Exercício 07:
239
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
240
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Verbo
Observações:
1ª) os verbos ganhar, gastar e pagar devem ser usados somente nas formas irregulares:
ganho, gasto e pago; e
2ª) os verbos chegar e pegar devem ser usados somente nas formas regulares: chegado
e pegado.
241
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
Desiderato
Vá placidamente por entre o barulho e a pressa, mas se lembre da paz que pode
haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as pes-
soas. Fale a sua verdade, calma e claramente, mas escute os outros, mesmo os estúpidos
e os ignorantes: também eles têm sua história. Evite pessoas barulhentas e agressivas.
Elas são tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, poderá tornar-se vaidoso
e amargo, porque sempre surgirão pessoas superiores e inferiores a você. Desfrute suas
conquistas, assim como seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria carreira,
mesmo que humilde, pois é tudo quanto se possui na sorte incerta dos tempos. Exercite a
cautela nos negócios, porque o mundo é cheio de artifícios, mas não deixe que isso o tor-
ne cego à virtude que existe. Lembre-se: muitas pessoas lutam por altos ideais e por toda
parte a vida está cheia de heroísmos. Seja você mesmo. Principalmente, não finja afeição,
nem seja cínico sobre o amor, porque, em face de toda aridez e desencantamento, ele é
perene como a grama. Aceite gentilmente o conselho dos anos, renunciando com bene-
volência as coisas da juventude. Cultive a força do espírito para proteger-se num infor-
túnio inesperado. Mas não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem
da fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, seja bondoso consigo mesmo.
Você é filho do Universo, não menos que as árvores e as estrelas. Você tem o direito de
estar aqui. E, quer seja claro ou não para você, o Universo age como deveria agir. Portan-
to, esteja em paz com Deus, seja qual seja sua forma de concebê-lo. E, sejam quais forem
sua lida e suas aspirações, na barulhenta confusão da vida, e apesar de todos os enganos,
mantenha-se em paz com sua alma, com suas penas e com seus sonhos, mesmo desfei-
tos. Esse, afinal, ainda é um mundo maravilhoso. Esteja atento, pois.
242
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
243
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
244
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
a) na linha 13, ocorre um apelo veemente a que se ouçam as pessoas mais velhas;
b) na linhas 14 e 15, recomenda-se fortaleza espiritual, mas se segue com desprezo
a todo tipo de medos;
c) na linha 16, inicia-se uma exortação à necessidade de autoamar-se;
d) na linha 17, inicia-se uma defesa à igualdade entre os seres humanos, com direitos
iguais para todos;
e) na linha 18, antecipa-se o que, hoje, se popularizou-se chamar “lei do retorno”.
245
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes
07. Usando-se, no início do texto, “Ide”, em vez de “Vá”, quantas outras palavras,
obrigatoriamente, no mesmo período, sofreriam alteração?
a) uma;
b) duas;
c) três;
d) quatro;
e) cinco.
246
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
QUESTÕES DE PROVA
02. (ENG – MACK) Só muito mais tarde vim a saber que a chuva os ___________ na estrada e
que não ___________ ninguém que ___________.
247
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
03. (PUC-RJ) Indique a série que corresponde às formas verbais apropriadas para os enuncia-
dos abaixo:
a) 2, 4, 5, 8, 9;
b) 1, 4, 6, 8, 9;
c) 2, 4, 6, 7, 10;
d) 2, 3, 5, 8, 10;
e) 2, 4, 6, 7, 9.
248
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
04. (FUVEST-SP) Assinale a frase em que aparece o pretérito mais-que-perfeito do verbo ser:
05. (F.C. Chagas) Marque a opção que completa corretamente os espaços da frase “Mesmo
que você lhe __________ um acordo amigável, ele não ________”:
a) proponha – aceitará;
b) propor – aceitava;
c) proporia – aceitaria;
d) proporá – aceitará;
e) propôs – aceitava.
06. (UCS-RS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase “Não
________ os dons que recebeste; __________ sempre que a felicidade se ________ aos pou-
cos”:
249
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
07. (FAME/FUPAC) Em: “Sei de uma moça… Se alguém escrevesse a sua história, diriam como
o senhor …”, há verbos empregados respectivamente no:
08. (FUEL) Ele _________ com muita prudência, na esperança de que se _______ o tempo perdi-
do.
a) interviu, reavesse;
b) interveio, reavesse;
c) interviu, reouvesse;
d) interveio, reouvesse;
e) interviu, rehavesse.
250
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
09. (TCE-RJ) Todos os verbos apresentam uma irregularidade no futuro do subjuntivo em:
10. (Alerj) Das opções abaixo, a que apresenta o particípio irregular dos verbos expressar, tin-
gir e enxugar é:
11. (IBGE) Preencha as lacunas com as formas dos verbos entre parênteses e assinale a se-
quência correta:
“Quando ........ (refazer) o relatório, eles ........ (receber) a primeira parcela do pagamento.
Se você ........ (poder) cumprir os prazos, ........ (ficar) liberado mais cedo.”
14. (FAAP) “Cale-se ou expulso a senhora da sala”. Assinale a alternativa em que se conjuga
erradamente o imperativo:
252
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
15. (CESGRANRIO) Tendo em conta a flexão e o emprego do verbo de acordo com a norma
culta da língua, assinale a opção em que a forma entre parênteses NÃO completa correta-
mente a lacuna da frase:
16. (FUVEST-SP) A única frase em que a correlação de tempos e modos NÃO foi corretamente
observada é:
253
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
17. (UEL) Os alunos que .......... a média exigida .......... o certificado de aprovação, que será
.......... em cerimônia especial.
18. (MACKENZIE-SP) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas a seguir: “Como
__________ mais de mil desentendimentos entre __________ e ele, um amigo __________,
__________ de nos reconciliar.
254
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
19. (UEPG) Escolha a estrutura aceitável, considerando a perfeita correlação entre os tempos
verbais:
a) queixai-vos;
b) queixamos-nos;
c) queixávamo-nos;
d) queixáveis-vos;
e) queixásseis-vos.
255
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
21. (PUC) No trecho “Agora vire a página e olhe o anjo que ele possuiu, veja esta mantilha so-
bre este ombro puro (...)”, alterando-se o sujeito dos verbos destacados para tu e, depois,
para nós, teríamos a seguinte modificação das formas verbais:
256
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
24. (UFMG) Em todas as opções a lacuna pode ser preenchida com o verbo indicado entre pa-
rênteses, no subjuntivo, exceto em:
a) Olhou para o cão, enquanto esperava que lhe _______ a porta (abrir).
b) Por que foi que aquela criatura não ________ com franqueza? (proceder).
c) É preciso que uma pessoa se ________ para encurtar a despesa (trancar).
d) Deixa de luxo, minha filha, será o que Deus ________ (querer).
e) Se isso me ______ possível, procuraria a roupa (ser).
25. (FUEL-PR) Pode ser que eu _______ levar as provas se você _______ tudo para que eu
_______ onde elas estão.
A alternativa que corresponde à sequência correta é:
26. (CESGRANRIO) No passado, a Ciência não _______ combater muitas doenças. Hoje, ela
_______ meios de evitá-las. As formas verbais que completam corretamente as frases são:
a) pôde e possui;
b) pôde e possue;
c) pode e possui;
d) pode e possue;
e) poude e possui.
257
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
27. (FGV) Assinale a alternativa em que não haja erro de conjugação de verbo.
a) Em três meses, a lesão do jogador poderá estar curada, se ele manter adequa-
damente o tratamento.
b) O moderador interviu assim que ficou a par dos problemas técnicos.
c) Se a Patrícia previr tempo seco para o litoral, haveremos de descer a serra antes
de o sol nascer.
d) Leocádia estava terrivelmente irritada. Tinha ganas de dizer a Alberto tudo o
que ele merecia; mas se deteu, esperando oportunidade melhor.
e) Quando o negociador propor uma saída honrosa, será o momento de todos o
aplaudirmos.
28. (UFSCar) Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas das frases:
258
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
29. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empregada incorretamente:
Tirinha de Fernando Gonsales, do livro Nem tudo que balança cai. São Paulo: Devir, 2003. p.16
a) no modo indicativo;
b) no modo subjuntivo;
c) no modo imperativo;
d) no modo gerúndio;
e) no modo particípio.
259
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
32. (TRF) – Considerando as formas verbais destacadas nas três frases abaixo, a opção com a
correta classificação de tempos e modos é, respectivamente:
260
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
33. (Fuvest) – A frase “Sai daqui! Foge! Abandona o que é teu e esquece-me”, na forma nega-
tiva, é:
a) Não saia daqui! Não fuja! Não abandones o que é teu e esquece-me.
b) Jamais saias daqui! Não foge! Não abandones o que é teu e esquece-me.
c) Não saias daqui! Não fujas! Não abandones o que é teu e não me esqueças.
d) Não saiais daqui! Não fujais! Não abandoneis o que é teu e não me esquecei.
e) Jamais sai daqui! Não foge! Não abandona o que é teu e não me esqueças.
35. (PUC) – Nunca __________ no pior; não __________ derrotista, pois teu futuro é enorme.
a) pense, seja;
b) pensas, sejas;
c) penses, sejas;
d) pensa, seja;
e) pensa, sê.
261
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
36. (Unisinos) – Jovem, __________ sempre teus objetivos; não __________ nunca.
a) busques, desistas;
b) busques, desista;
c) busca, desista;
d) busca, desistas;
e) busque, desistas.
37. (Unipampa) – Filho meu, __________ ao redor e verás a miséria que existe; __________ isso!
a) olhe, faças;
b) olhe, faça;
c) olha, faça;
d) olhai, fazei;
e) olha, faze.
a) Faça, repele;
b) Faças, repilas;
c) Faças, repilas;
d) Faze, repele;
e) Façais, repeli.
262
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
39. (FGV) – Oh, jovem, _________, _________, _________, _________, _________ e _________ o bem.
40. (Vunesp) – Grande mestre, _________ feliz e nunca _________ quando _________ dificuldades.
263
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
a) repilo / sorriu;
b) repelo / sorrio;
c) repilo / sorrio;
d) repelo / sorriu;
e) repilo, sorriso.
43. (FCM) – Na frase ‘’Fale bem o Português do Brasil!”, o verbo falar está no imperativo afir-
mativo. Passando-o para o imperativo negativo e conservando a mesma pessoa gramati-
cal, teremos:
a) Não fales.
b) Não fala.
c) Não falem.
d) Não fale.
e) Não faleis.
f) Não falai.
44. (IDECAN) – ________ o que pensas, ________ o que não queres, mas não ________ os conse-
lhos.
264
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Questões de prova
45. (Consultan) – Marque a opção em que o verbo de uma das frases não está no modo impe-
rativo:
265
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Desafio
EXERCÍCIO - DESAFIO
Há mais de 30 anos, sem sucesso, tento premiar alunos que, partindo da versão original
do texto Desiderato (terceira pessoa do singular), façam a passagem correta dele para as se-
gundas pessoas do singular e do plural. Nenhum, até agora, conseguiu. E você, conseguiria?
Tente!
Abaixo reproduzimos o texto e, no gabarito, página 311, publicamos as versões corretas
dessas passagens. Encorage-se! Faça esse que é, pelo visto até aqui, o melhor exercício de fi-
xação de verbos que criamos. Bom trabalho e boa sorte!
Desiderato
Vá placidamente por entre o barulho e a pressa, mas se lembre da paz que pode
haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as
pessoas. Fale a sua verdade, calma e claramente, mas escute os outros, mesmo os es-
túpidos e os ignorantes: também eles têm sua história. Evite pessoas barulhentas e
agressivas. Elas são tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, poderá
tornar-se vaidoso e amargo, porque sempre surgirão pessoas superiores e inferiores a
você. Desfrute suas conquistas, assim como seus planos. Mantenha-se interessado em
sua própria carreira, mesmo que humilde, pois é tudo quanto se possui na sorte incer-
ta dos tempos. Exercite a cautela nos negócios, porque o mundo é cheio de artifícios,
mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe. Lembre-se: muitas pessoas
lutam por altos ideais e por toda parte a vida está cheia de heroísmos. Seja você mes-
mo. Principalmente, não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor, porque, em face
de toda aridez e desencantamento, ele é perene como a grama. Aceite gentilmente o
conselho dos anos, renunciando com benevolência as coisas da juventude. Cultive a
força do espírito para proteger-se num infortúnio inesperado. Mas não se desgaste
com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima de uma
266
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Textos e testes / Desafio
benéfica disciplina, seja bondoso consigo mesmo. Você é filho do Universo, não menos
que as árvores e as estrelas. Você tem o direito de estar aqui. E, quer seja claro ou não
para você, o Universo age como deveria agir. Portanto, esteja em paz com Deus, seja
qual seja sua forma de concebê-lo. E, sejam quais forem sua lida e suas aspirações, na
barulhenta confusão da vida, e apesar de todos os enganos, mantenha-se em paz com
sua alma, com suas penas e com seus sonhos, mesmo desfeitos. Esse, afinal, ainda é
um mundo maravilhoso. Esteja atento, pois.
267
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
GABARITO
VERBOS REGULARES
Presente
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu canto amo sonho procuro consumo
Tu cantas amas sonhas procuras consumas
Ele canta ama sonha procura consuma
Nós cantamos amamos sonhamos procuramos consumamos
Vós cantais amais sonhais procurais consumais
Eles cantam amam sonham procuram consumam
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrevo cedo pareço vendo varro
Tu escreves cedes pareces vendes varres
Ele escreve cede parece vende varre
Nós escrevemos cedemos parecemos vendemos varremos
Vós escreveis cedeis pareceis vendeis varreis
Eles escrevem cedem parecem vendem varrem
268
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu parto abro adquiro divido prescindo
Tu partes abres adquires divides prescindes
Ele parte abre adquire divide prescinde
Nós partimos abrimos adquirimos dividimos prescindimos
Vós partis abris adquiris dividis prescindis
Eles partem abrem adquirem dividem prescindem
Pretérito
1ª Conjugação – Perfeito
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
1ª Conjugação – Imperfeito
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cantava amava sonhava procurava consumava
Tu cantavas amavas sonhavas procuravas consumavas
Ele cantava amava sonhava procurava consumava
Nós cantávamos amávamos sonhávamos procurávamos consumávamos
269
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
1ª Conjugação – Mais-que-perfeito
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cantara amara sonhara procurara consumara
Tu cantaras amaras sonharas procuraras consumaras
Ele cantara amara sonhara procurara consumara
Nós cantáramos amáramos sonháramos procuráramos consumáramos
Vós cantáreis amáreis sonháreis procuráreis consumáreis
Eles cantaram amaram sonharam procuraram consumaram
2ª Conjugação – Perfeito
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrevi cedi pareci vendi varri
Tu escreveste cedeste pareceste vendeste varreste
Ele escreveu cedeu pareceu vendeu varreu
Nós escrevemos cedemos parecemos vendemos varremos
Vós escrevestes cedestes parecestes vendestes varrestes
Eles escreveram cederam pareceram venderam varreram
2ª Conjugação – Imperfeito
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrevia cedia parecia vendia varria
Tu escrevias cedias parecias vendias varrias
Ele escrevia cedia parecia vendia varria
Nós escrevíamos cedíamos parecíamos vendíamos varríamos
Vós escrevíeis cedíeis parecíeis vendíeis varríeis
Eles escreviam cediam pareciam vendiam varriam
270
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
2ª Conjugação – Mais-que-perfeito
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrevera cedera parecera vendera varrera
Tu escreveras cederas pareceras venderas varreras
Ele escrevera cedera parecera vendera varrera
Nós escrevêramos cedêramos parecêramos vendêramos varrêramos
Vós escrevêreis cedêreis parecêreis vendêreis varrêreis
Eles escreveram cederam pareceram venderam varreram
3ª Conjugação – Perfeito
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu parti abri adquiri dividi prescindi
Tu partiste abriste adquiriste dividiste prescindiste
Ele partiu abriu adquiriu dividiu prescindiu
Nós partimos abrimos adquirimos dividimos prescindimos
Vós partistes abristes adquiristes dividistes prescindistes
Eles partiram abriram adquiriram dividiram prescindiram
3ª Conjugação – Imperfeito
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partia abria adquiria dividia prescindia
Tu partias abrias adquirias dividias prescindias
Ele partia abria adquiria dividia prescindia
Nós partíamos abríamos adquiríamos dividíamos prescindíamos
Vós partíeis abríeis adquiríeis dividíeis prescindíeis
Eles partiam abriram adquiriam dividiam prescindiam
271
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação – Mais-que-perfeito
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partira abrira adquirira dividira prescindira
Tu partiras abriras adquiriras dividiras prescindiras
Ele partira abrira adquirira dividira prescindira
Nós partíramos abríramos adquiríramos dividíramos prescindíramos
Vós partíreis abríreis adquiríreis dividíreis prescindíreis
Eles partiram abriram adquiriram dividiram prescindiram
Futuro do presente
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cantarei amarei sonharei procurarei consumarei
Tu cantarás amarás sonharás procurarás consumarás
Ele cantará amará sonhará procurará consumará
Nós cantaremos amaremos sonharemos procuraremos consumaremos
Vós cantareis amareis sonhareis procurareis consumareis
Eles cantarão amarão sonharão procurarão consumarão
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escreverei cederei parecerei venderei varrerei
Tu escreverás cederás parecerás venderás varrerás
Ele escreverá cederá parecerá venderá varrerá
Nós escreveremos cederemos pareceremos venderemos varreremos
Vós escrevereis cedereis parecereis vendereis varrereis
Eles escreverão cederão parecerão venderão varrerão
272
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partirei abrirei adquirirei dividirei prescindirei
Tu partirás abrirás adquirirás dividirás prescindirás
Ele partirá abrirá adquirirá dividirá prescindirá
Nós partiremos abriremos adquiriremos dividiremos prescindiremos
Vós partireis abrireis adquirireis dividireis prescindireis
Eles partirão abrirão adquirirão dividirão prescindirão
Futuro do pretérito
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cantaria amaria sonharia procuraria consumaria
Tu cantarias amarias sonharias procurarias consumarias
Ele cantaria amaria sonharia procuraria consumaria
Nós cantaríamos amaríamos sonharíamos procuraríamos consumaríamos
Vós cantaríeis amaríeis sonharíeis procuraríeis consumaríeis
Eles cantariam amariam sonhariam procurariam consumariam
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escreveria cederia pareceria venderia varreria
Tu escreverias cederias parecerias venderias varrerias
Ele escreveria cederia pareceria venderia varreria
Nós escreveríamos cederíamos pareceríamos venderíamos varreríamos
Vós escreveríeis cederíeis pareceríeis venderíeis varreríeis
Eles escreveriam cederiam pareceriam venderiam varreriam
273
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partiria abriria adquiriria dividiria prescindiria
Tu partirias abririas adquiririas dividirias prescindirias
Ele partiria abriria adquiriria dividiria prescindiria
Nós partiríamos abriríamos adquiriríamos dividiríamos prescindiríamos
Vós partiríeis abriríeis adquiriríeis dividiríeis prescindiríeis
Eles partiriam abririam adquiririam dividiriam prescindiriam
SUBJUNTIVO
Presente
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cante ame sonhe procure consume
Tu cantes ames sonhes procures consumes
Ele cante ame sonhe procure consume
Nós cantemos amemos sonhemos procuremos consumemos
Vós canteis ameis sonheis procureis consumeis
Eles cantem amem sonhem procurem consumem
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escreva ceda pareça venda varra
Tu escrevas cedas pareças vendas varras
Ele escreva ceda pareça venda varra
Nós escrevamos cedamos pareçamos vendamos varramos
Vós escrevais cedais pareçais vendais varrais
Eles escrevam cedam pareçam vendam varram
274
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu parta abra adquira divida prescinda
Tu partas abras adquiras dividas prescindas
Ele parta abra adquira divida prescinda
Nós partamos abramos adquiramos dividamos prescindamos
Vós partais abrais adquirais dividais prescindais
Eles partam abram adquiram dividam prescindam
Pretérito imperfeito
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cantasse amasse sonhasse procurasse consumasse
Tu cantasses amasses sonhasses procurasses consumasses
Ele cantasse amasse sonhasse procurasse consumasse
Nós cantássemos amássemos sonhássemos procurássemos consumássemos
Vós cantásseis amásseis sonhásseis procurásseis consumásseis
Eles cantassem amassem sonhassem procurassem consumassem
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrevesse cedesse parecesse vendesse varresse
Tu escrevesses cedesses parecesses vendesses varresses
Ele escrevesse cedesse parecesse vendesse varresse
Nós escrevêssemos cedêssemos parecêssemos vendêssemos varrêssemos
Vós escrevêsseis cedêsseis parecêsseis vendêsseis varrêsseis
Eles escrevessem cedessem parecessem vendessem varressem
275
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partisse abrisse adquirisse dividisse prescindisse
Tu partisses abrisses adquirisses dividisses prescindisses
Ele partisse abrisse adquirisse dividisse prescindisse
Nós partíssemos abríssemos adquiríssemos dividíssemos prescindíssemos
Vós partísseis abrísseis adquirísseis dividísseis prescindísseis
Eles partissem abrissem adquirissem dividissem prescindissem
Futuro
1ª Conjugação
Pron. CANTAR AMAR SONHAR PROCURAR CONSUMAR
Eu cantar amar sonhar procurar consumar
Tu cantares amares sonhares procurares consumares
Ele cantar amar sonhar procurar consumar
Nós cantarmos amarmos sonharmos procurarmos consumarmos
Vós cantardes amardes sonhardes procurardes consumardes
Eles cantarem amarem sonharem procurarem consumarem
2ª Conjugação
Pron. ESCREVER CEDER PARECER VENDER VARRER
Eu escrever ceder parecer vender varrer
Tu escreveres cederes pareceres venderes varreres
Ele escrever ceder parecer vender varrer
Nós escrevermos cedermos parecermos vendermos varrermos
Vós escreverdes cederdes parecerdes venderdes varrerdes
Eles escreverem cederem parecerem venderem varrerem
276
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação
Pron. PARTIR ABRIR ADQUIRIR DIVIDIR PRESCINDIR
Eu partir abrir adquirir dividir prescindir
Tu partires abrires adquirires dividires prescindires
Ele partir abrir adquirir dividir prescindir
Nós partirmos abrirmos adquirirmos dividirmos prescindirmos
Vós partirdes abrirdes adquirirdes dividirdes prescindirdes
Eles partirem abrirem adquirirem dividirem prescindirem
IMPERATIVO
1ª Conjugação – Amar
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu amo ------------------ ---------------► - o + a ame -x-
Tu amas ----------► - s ama ames ----------------► Não ames
Ele ama ame ◄----------- ame -----------------► Não ame
Nós amamos amemos ◄----------- amemos ------------► Não amemos
Vós amais ----------► -s amai ameis ---------------► Não ameis
Eles amam amem ◄----------- amem ---------------► Não amem
2ª Conjugação
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
277
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
3ª Conjugação – Dividir
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu divido --------------------- ---------------► - o + a divida -x-
Tu divides -------► - s divide dividas -------------► Não dividas
Ele divide divida ◄--------- divida ---------------► Não divida
Nós dividimos dividamos ◄-------- dividamos ----------► Não dividamos
Vós dividis -------► -s dividi dividais -------------► Não dividais
Eles dividem dividam ◄--------- dividam ------------► Não dividam
FORMAS NOMINAIS
Amar
Infinitivo impessoal amar
Infinitivo pessoal amar amares amar amarmos amardes amarem
Gerúndio amando
Particípio amado
Escrever
Infinitivo impessoal escrever
Infinitivo pessoal escrever escreveres escrever escrevermos escreverdes escreverem
Gerúndio escrevendo
Particípio escrito
278
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Dividir
Infinitivo impessoal dividir
Infinitivo pessoal dividir dividires dividir dividirmos dividirdes dividirem
Gerúndio dividindo
Particípio dividido
VERBOS IRREGULARES
1ª Conjugação
INDICATIVO
Presente
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estou dou passeio premio anseio
Tu estás dás passeias premias anseias
Ele está dá passeia premia anseia
Nós estamos damos passeamos premiamos ansiamos
Vós estais dais passeais premiais ansiais
Eles estão dão passeiam premiam anseiam
279
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Pretérito perfeito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estive dei passeei premiei ansiei
Tu estiveste deste passeaste premiaste ansiaste
Ele esteve deu passeou premiou ansiou
Nós estivemos demos passeamos premiamos ansiamos
Vós estivestes destes passeastes premiastes ansiastes
Eles estiveram deram passearam premiaram ansiaram
Pretérito imperfeito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estava dava passeava premiava ansiava
Tu estavas davas passeavas premiavas ansiavas
Ele estava dava passeava premiava ansiava
Nós estávamos dávamos passeávamos premiávamos ansiávamos
Vós estáveis dáveis passeáveis premiáveis ansiáveis
Eles estavam davam passeavam premiavam ansiavam
Pretérito mais-que-perfeito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estivera dera passeara premiara ansiara
Tu estiveras deras passearas premiaras ansiaras
Ele estivera dera passeara premiara ansiara
Nós estivéramos déramos passeáramos premiáramos ansiáramos
Vós estivéreis déreis passeáreis premiáreis ansiáreis
Eles estiveram deram passearam premiaram ansiaram
280
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Futuro do presente
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estarei darei passearei premiarei ansiarei
Tu estarás darás passearás premiarás ansiarás
Ele estará dará passeará premiará ansiará
Nós estaremos daremos passearemos premiaremos ansiaremos
Vós estareis dareis passeareis premiareis ansiareis
Eles estarão darão passearão premiarão ansiarão
Futuro do pretérito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estaria daria passearia premiaria ansiaria
Tu estarias darias passearias premiarias ansiarias
Ele estaria daria passearia premiaria ansiaria
Nós estaríamos daríamos passearíamos premiaríamos ansiaríamos
Vós estaríeis daríeis passearíeis premiaríeis ansiaríeis
Eles estariam dariam passeariam premiariam ansiariam
SUBJUNTIVO
Presente
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu esteja dê passeie premie anseie
Tu estejas dês passeies premies anseies
Ele esteja dê passeie premie anseie
Nós estejamos demos passeemos premiemos ansiemos
Vós estejais deis passeeis premieis ansieis
Eles estejam deem passeiem premiem anseiem
281
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Pretérito imperfeito
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estivesse desse passeasse premiasse ansiasse
Tu estivesses desses passeasses premiasses ansiasses
Ele estivesse desse passeasse premiasse ansiasse
Nós estivéssemos déssemos passeássemos premiássemos ansiássemos
Vós estivésseis désseis passeásseis premiásseis ansiásseis
Eles estivessem dessem passeassem premiassem ansiassem
Futuro
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu estiver der passear premiar ansiar
Tu estiveres deres passeares premiares ansiares
Ele estiver der passear premiar ansiar
Nós estivermos dermos passearmos premiarmos ansiarmos
Vós estiverdes derdes passeardes premiardes ansiardes
Eles estiverem derem passearem premiarem ansiarem
IMPERATIVO
Afirmativo
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu -x- -x- -x- -x- -x-
Tu está dá passeia premia anseia
Ele esteja dê passeie premie anseie
Nós estejamos demos passeemos premiemos ansiemos
Vós estai dai passeai premiai ansiai
Eles estejam deem passeiem premiem anseiem
282
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Negativo
Pron. ESTAR DAR PASSEAR PREMIAR ANSIAR
Eu -x- -x- -x- -x- -x-
Tu Não estejas Não dês Não passeies Não premies Não anseies
Ele Não esteja Não dê Não passeie Não premie Não anseie
Nós Não estejamos Não demos Não passeemos Não premiemos Não ansiemos
Vós Não estejais Não deis Não passeeis Não premieis Não ansieis
Eles Não estejam Não deem Não passeiem Não premiem Não anseiem
FORMAS NOMINAIS
Estar
Infinitivo impessoal estar
Infinitivo pessoal estar estares estar estarmos estardes estarem
Gerúndio estando
Particípio estado
Dar
Infinitivo impessoal dar
Infinitivo pessoal dar dares dar darmos dardes darem
Gerúndio dando
Particípio dado
283
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Passear
Infinitivo impessoal passear
Infinitivo pessoal passear passeares passear passearmos passeardes passearem
Gerúndio passeando
Particípio passeado
Premiar
Infinitivo impessoal premiar
Infinitivo pessoal premiar premiares premiar premiarmos premiardes premiarem
Gerúndio premiando
Particípio premiado
Ansiar
Infinitivo impessoal ansiar
Infinitivo pessoal ansiar ansiares ansiar ansiarmos ansiardes ansiarem
Gerúndio ansiando
Particípio ansiado
284
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
2ª CONJUGAÇÃO
INDICATIVO
Presente
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu sou vejo hei faço ponho
Tu és vês hás fazes pões
Ele é vê há faz põe
Nós somos vemos havemos fazemos pomos
Vós sois vedes haveis fazeis pondes
Eles são veem hão fazem põem
Pretérito perfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu fui vi houve fiz pus
Tu foste viste houveste fizeste puseste
Ele foi viu houve fez pôs
Nós fomos vimos houvemos fizemos pusemos
Vós fostes vistes houvestes fizestes pusestes
Eles foram viram houveram fizeram puseram
285
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Pretérito imperfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu era via havia fazia punha
Tu eras vias havias fazias punhas
Ele era via havia fazia punha
Nós éramos víamos havíamos fazíamos púnhamos
Vós éreis víeis havíeis fazíeis púnheis
Eles eram viam haviam faziam punham
Pretérito mais-que-perfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu fora vira houvera fizera pusera
Tu foras viras houveras fizeras puseras
Ele fora vira houvera fizera pusera
Nós fôramos víramos houvéramos fizéramos puséramos
Vós fôreis víreis houvéreis fizéreis puséreis
Eles foram viram houveram fizeram puseram
Futuro do presente
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu serei verei haverei farei porei
Tu serás verás haverás farás porás
Ele será verá haverá fará porá
Nós seremos veremos haveremos faremos poremos
Vós sereis vereis havereis fareis poreis
Eles serão verão haverão farão porão
286
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Futuro do pretérito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu seria veria haveria faria poria
Tu serias verias haverias farias porias
Ele seria veria haveria faria poria
Nós seríamos veríamos haveríamos faríamos poríamos
Vós seríeis veríeis haveríeis faríeis poríeis
Eles seriam veriam haveriam fariam poriam
SUBJUNTIVO
Presente
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu seja veja haja faça ponha
Tu sejas vejas hajas faças ponhas
Ele seja veja haja faça ponha
Nós sejamos vejamos hajamos façamos ponhamos
Vós sejais vejais hajais façais ponhais
Eles sejam vejam hajam façam ponham
Pretérito imperfeito
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu fosse visse houvesse fizesse pusesse
Tu fosses visses houvesses fizesses pusesses
Ele fosse visse houvesse fizesse pusesse
Nós fôssemos víssemos houvéssemos fizéssemos puséssemos
Vós fôsseis vísseis houvésseis fizésseis pusésseis
Eles fossem vissem houvessem fizessem pusessem
287
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Futuro
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu for vir houver fizer puser
Tu fores vires houveres fizeres puseres
Ele for vir houver fizer puser
Nós formos virmos houvermos fizermos pusermos
Vós fordes virdes houverdes fizerdes puserdes
Eles forem virem houverem fizerem puserem
IMPERATIVO
Afirmativo
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu -x- -x- -x- -x- -x-
Tu sê* vê há faze põe
Ele seja veja haja faça ponha
Nós sejamos vejamos hajamos façamos ponhamos
Vós sede* vede havei fazei ponde
Eles sejam vejam hajam façam ponham
Negativo
Pron. SER VER HAVER FAZER PÔR
Eu -x- -x- -x- -x- -x-
Tu Não sejas Não vejas Não hajas Não faças Não ponhas
Ele Não seja Não veja Não haja Não faça Não ponha
Nós Não sejamos Não vejamos Não hajamos Não façamos Não ponhamos
Vós Não sejais Não vejais Não hajais Não façais Não ponhais
Eles Não sejam Não vejam Não hajam Não façam Não ponham
288
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
FORMAS NOMINAIS
Ser
Infinitivo impessoal ser
Infinitivo pessoal ser seres ser sermos serdes serem
Gerúndio sendo
Particípio sido
Ver
Infinitivo impessoal ver
Infinitivo pessoal ver veres ver vermos verdes verem
Gerúndio vendo
Particípio visto
Haver
Infinitivo impessoal haver
Infinitivo pessoal haver haveres haver havermos haverdes haverem
Gerúndio havendo
Particípio havido
Fazer
Infinitivo impessoal fazer
Infinitivo pessoal fazer fazeres fazer fazermos fazerdes fazerem
Gerúndio fazendo
Particípio feito
289
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Pôr
Infinitivo impessoal pôr
Infinitivo pessoal pôr pores por pormos pordes porem
Gerúndio pondo
Particípio posto
3ª CONJUGAÇÃO
INDICATIVO
Presente
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu vou venho frijo tusso rio
Tu vais vens freges tosses ris
Ele vai vem frege tosse ri
Nós vamos vimos frigimos tossimos rimos
Vós ides vindes frigis tossis rides
Eles vão vêm fregem tossem riem
Pretérito perfeito
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu fui vim frigi tossi ri
Tu foste vieste frigiste tossiste riste
Ele foi veio frigiu tossiu riu
Nós fomos viemos frigimos tossimos rimos
Vós fostes viestes frigistes tossistes ristes
Eles foram vieram frigiram tossiram riram
290
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Pretérito imperfeito
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu ia vinha frigia tossia ria
Tu ias vinhas frigias tossias rias
Ele ia vinha frigia tossia ria
Nós íamos vínhamos frigíamos tossíamos ríamos
Vós íeis vínheis frigíeis tossíeis ríeis
Eles iam vinham frigiam tossiam riam
Pretérito mais-que-perfeito
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu fora viera frigira tossira rira
Tu foras vieras frigiras tossiras riras
Ele fora viera frigira tossira rira
Nós fôramos viéramos frigíramos tossíramos ríramos
Vós fôreis viéreis frigíreis tossíreis ríreis
Eles foram vieram frigiram tossiram riram
Futuro do presente
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu irei virei frigirei tossirei rirei
Tu irás virás frigirás tossirás rirás
Ele irá virá frigirá tossirá rirá
Nós iremos viremos frigiremos tossiremos riremos
Vós ireis vireis frigireis tossireis rireis
Eles irão virão frigirão tossirão rirão
291
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Futuro do pretérito
Pron. IR VIR RIGIR TOSSIR RIR
Eu iria viria frigiria tossiria riria
Tu irias virias frigirias tossirias ririas
Ele iria viria frigiria tossiria riria
Nós iríamos viríamos frigiríamos tossiríamos riríamos
Vós iríeis viríeis frigiríeis tossiríeis riríeis
Eles iriam viriam frigiriam tossiriam ririam
SUBJUNTIVO
Presente
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Pretérito imperfeito
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu fosse viesse frigisse tossisse risse
Tu fosses viesses frigisses tossisses risses
Ele fosse viesse frigisse tossisse risse
Nós fôssemos viéssemos frigíssemos tossíssemos ríssemos
Vós fôsseis viésseis frigísseis tossísseis rísseis
Eles fossem viessem frigissem tossissem rissem
292
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Futuro
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu for vier frigir tossir rir
Tu fores vieres frigires tossires rires
Ele for vier frigir tossir rir
Nós formos viermos frigirmos tossirmos rirmos
Vós fordes vierdes frigirdes tossirdes rirdes
Eles forem vierem frigirem tossirem rirem
IMPERATIVO
Afirmativo
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu -x- -x- -x- -x- -x-
Tu vai vem frege tosse ri
Ele vá venha frija tussa ria
Nós vamos venhamos frijamos tussamos riamos
Vós ide vinde frigi tossi riais
Eles vão venham frijam tussam riam
Negativo
Pron. IR VIR FRIGIR TOSSIR RIR
Eu -x- -x- -x- -x- -x-
Tu Não vás Não venhas Não frijas Não tussas Não rias
Ele Não vá Não venha Não frija Não tussa Não ria
Nós Não vamos Não venhamos Não frijamos Não tussamos Não riamos
Vós Não vais Não venhais Não frijais Não tussais Não riais
Eles Não vão Não venham Não frijam Não tussam Não riam
293
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
FORMAS NOMINAIS
Ir
Infinitivo impessoal ir
Infinitivo pessoal ir ires ir irmos irdes irem
Gerúndio indo
Particípio ido
Vir
Infinitivo impessoal vir
Infinitivo pessoal vir vires vir virmos virdes virem
Gerúndio vindo
Particípio vindo
Frigir
Infinitivo impessoal frigir
Infinitivo pessoal frigir frigires frigir frigirmos frigirdes frigirem
Gerúndio frigindo
Particípio frigido
Tossir
Infinitivo impessoal tossir
Infinitivo pessoal tossir tossires tossir tossirmos tossirdes tossirem
Gerúndio imergindo
Particípio imergido
294
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Rir
Infinitivo impessoal rir
Infinitivo pessoal rir rires rir rirmos rirdes rirem
Gerúndio rindo
Particípio rido
Exercício 01:
295
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 02:
296
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 03:
Estar:
Pron. Pret. perf. do in- Pret. m-q-perf. do in- Pret. imperf. do subj. Fut. do subjuntivo
dic. dic.
Eu estive estivera estivesse estiver
Tu estiveste estiveras estivesses estiveres
Ele esteve estivera estivesse estiver
Nós estivemos estivéramos estivéssemos estivermos
Vós estivestes estivéreis estivésseis estiverdes
Eles estiveram estiveram estivessem estiverem
Ser:
Pron. Pret. perf. do in- Pret. m-q-perf. do in- Pret. imperf. do subj. Fut. do subjuntivo
dic. dic.
Eu fui fora fosse for
Tu foste foras fosses fores
Ele foi fora fosse for
Nós fomos fôramos fôssemos formos
Vós fostes fôreis fôsseis fordes
Eles foram foram foram forem
297
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Ver:
Pron. Pret. perf. do in- Pret. m-q-perf. do in- Pret. imperf. do subj. Fut. do subjuntivo
dic. dic.
Vir:
Pron. Pret. perf. do in- Pret. m-q-perf. do in- Pret. imperf. do subj. Fut. do subjuntivo
dic. dic.
Eu vim viera viesse vier
Tu vieste vieras viesses vieres
Ele veio viera viesse vier
Nós viemos viéramos viéssemos viermos
Vós viestes viéreis viésseis vierdes
Eles vieram vieram viessem vierem
Haver:
Pron. Pret. perf. do in- Pret. m-q-perf. do in- Pret. imperf. do subj. Fut. do subjuntivo
dic. dic.
Eu houve houvera houvesse houver
Tu houveste houveras houvesses houveres
Ele houve houvera houvesse houver
Nós houvemos houvéramos houvéssemos houvermos
Vós houvestes houvéreis houvésseis houverdes
Eles houveram houveram houvessem houverem
298
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Fazer:
Pron. Pret. perf. do in- Pret. m-q-perf. do in- Pret. imperf. do subj. Fut. do subjuntivo
dic. dic.
Eu fiz fizera fizesse fizer
Tu fizeste fizeras fizesses fizeres
Ele fez fizera fizesse fizer
Nós fizemos fizéramos fizéssemos fizermos
Vós fizestes fizéreis fizésseis fizerdes
Eles fizeram fizeram fizessem fizerem
Dizer:
Pron. Pret. perf. do in- Pret. m-q-perf. do in- Pret. imperf. do subj. Fut. do subjuntivo
dic. dic.
Eu disse dissera dissesse disser
Tu disseste disseras dissesses disseres
Ele disse dissera dissesse disser
Nós dissemos disséramos disséssemos dissermos
Vós dissestes disséreis dissésseis disserdes
Eles disseram disseram dissessem disserem
299
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 04:
300
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 05
INDICATIVO
Pron. Presente Pret. perfeito Pret. imperfeito Pret. mais-que-perfeito
Eu -------- fali falia falira
Tu -------- faliste falias faliras
Ele -------- faliu falia falira
Nós falimos falimos falíamos falíramos
Vós falis falistes falíeis falíreis
Eles -------- faliram faliam faliram
SUBJUNTIVO
Pron. Presente Pretérito imperfeito Futuro
Eu -------- falisse falir
Tu -------- falisses falires
Ele -------- falisse falir
Nós -------- falíssemos falirmos
Vós -------- falísseis falirdes
Eles -------- falissem falirem
301
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
IMPERATIVO
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu -------- -x- -------- -x-
Tu -------- -------- -------- --------
Ele -------- -------- -------- --------
Nós falimos -------- -------- --------
Vós falis fali -------- --------
Eles -------- -------- -------- --------
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal falir
Infinitivo pessoal falir falires falir falirmos falirdes falirem
Gerúndio falindo
Particípio falido
INDICATIVO
Pron. Presente Pret. perfeito Pret. imperfeito Pret. mais-que-per-
feito
Eu -------- aboli abolia abolira
Tu aboles aboliste abolias aboliras
Ele abole aboliu abolia abolira
Nós abolimos abolimos abolíamos abolíramos
Vós abolis abolistes abolíeis abolíreis
Eles abolem aboliram aboliam aboliram
302
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
SUBJUNTIVO
Pron. Presente Pretérito imperfeito Futuro
Eu -------- abolisse abolir
Tu -------- abolisses abolires
Ele -------- abolisse abolir
Nós -------- abolíssemos abolirmos
Vós -------- abolísseis abolirdes
Eles -------- abolissem abolirem
IMPERATIVO
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
Eu -------- -x- -------- -x-
Tu aboles abole -------- --------
Ele abole -------- -------- --------
Nós abolimos -------- -------- --------
Vós abolis aboli -------- --------
Eles abolem -------- -------- --------
303
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal abolir
Infinitivo pessoal abolir abolires abolir abolirmos abolirdes abolirem
Gerúndio abolindo
Particípio abolido
INDICATIVO
Pron. Presente Pret. perfeito Pret. imperfeito Pret. mais-que-perfeito
Eu -------- -------- -------- --------
Tu -------- -------- -------- --------
Ele apraz aprouve aprazia aprouvera
Nós -------- -------- -------- --------
Vós -------- -------- -------- --------
Eles aprazem aprouveram apraziam aprouveram
304
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
SUBJUNTIVO
Pron. Presente Pretérito imperfeito Futuro
Eu -------- -------- --------
Tu -------- -------- --------
Ele -------- aprouvesse aprouver
Nós -------- -------- --------
Vós -------- -------- --------
Eles -------- aprouvessem aprouverem
IMPERATIVO
Pron. Pres. do Indic. Imper. Afirmativo Pres. do Subjuntivo Imper. Negativo
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal aprazer
Infinitivo pessoal aprazer aprazeres aprazer aprazermos aprazerdes aprazerem
Gerúndio aprazendo
Particípio aprazido
305
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 06
PRESENTE DO INDICATIVO
Pron. HAVER REAVER TER ENTRETER
Eu hei -------- tenho entretenho
Tu hás -------- tens entreténs
Ele há -------- tem entretém
Nós havemos reavemos temos entretemos
Vós haveis reaveis tendes entretendes
Eles hão -------- têm entretêm
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
Exercício 07
01-C / 02-C / 03-C / 04-E / 05-E / 06-C / 07-E / 08-C / 09-C / 10-C / 11-C / 12-C / 13-C / 14-C /
15-C / 16-C / 17-E / 18-C / 19-C / 20-E / 21-E / 22-E / 23-C / 24-C / 25-C / 26-E / 27-C / 28-C /
29-C / 30-E / 31-C / 32-C / 33-C / 34-C / 35-C / 36-C / 37-C / 38-E / 39-E / 40-E / 41-E
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
01-B / 02-B / 03-A / 04-D / 05-A / 06-D / 07-A / 08-D / 09-B / 10-B / 11-C / 12-B / 13-D / 14-D /
15-B / 16-A / 17-B / 18-B / 19-D / 20-B / 21-E / 22-D / 23-B / 24-B / 25-B / 26-A / 27-C / 28-E /
29-B / 30-C / 31-E / 32-E / 33-C / 34-A / 35-B / 36-D / 37-E / 38-D / 39-D / 40-A / 41-B / 42-C /
43-D / 44-C / 45-C
Exercício-desafio:
2ª pessoa do singular
Desiderato
Vai placidamente por entre o barulho e a pressa, mas te lembra da paz que pode haver
no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, está de bem com todas as pessoas. Fala a
tua verdade, calma e claramente, mas escuta os outros, mesmo os estúpidos e os ignorantes:
também eles têm sua história. Evita pessoas barulhentas e agressivas. Elas são tormento para
o espírito. Se tu te comparares a outros, poderás tornar-te vaidoso e amargo, porque sempre
surgirão pessoas superiores e inferiores a ti. Desfruta tuas conquistas, assim como teus pla-
nos. Mantém-te interessado em tua própria carreira, mesmo que humilde, pois é tudo quan-
to se possui na sorte incerta dos tempos. Exercita a cautela nos negócios, porque o mundo
é cheio de artifícios, mas não deixes que isso te torne cego à virtude que existe. Lembra-te:
muitas pessoas lutam por altos ideais e por toda parte a vida está cheia de heroísmos. Sê tu
mesmo. Principalmente, não finjas afeição, nem sejas cínico sobre o amor, porque, em face de
toda aridez e desencantamento, ele é perene como a grama. Aceita gentilmente o conselho
dos anos, renunciando com benevolência as coisas da juventude. Cultiva a força do espírito
311
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
para proteger-te num infortúnio inesperado. Mas não te desgastes com temores imaginários.
Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, sê bondoso
contigo mesmo. Tu és filho do Universo, não menos que as árvores e as estrelas. Tu tens o di-
reito de estar aqui. E, quer seja claro ou não para ti, o Universo age como deveria agir. Portanto,
está em paz com Deus, seja qual seja tua forma de concebê-lo. E, sejam quais forem tua lida e
tuas aspirações, na barulhenta confusão da vida, e apesar de todos os enganos, mantém-te em
paz com tua alma, com tuas penas e com teus sonhos, mesmo desfeitos. Esse, afinal, ainda é
um mundo maravilhoso. Está atento, pois.
(Texto encontrado na velha Igreja de Saint Paul, Paris, datado de 1692)
2ª pessoa do plural
Desiderato
Ide placidamente por entre o barulho e a pressa, mas vos lembrai da paz que pode haver
no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, estai de bem com todas as pessoas. Falai a
vossa verdade, calma e claramente, mas escutai os outros, mesmo os estúpidos e os ignoran-
tes: também eles têm sua história. Evitai pessoas barulhentas e agressivas. Elas são tormento
para o espírito. Se vós vos comparardes a outros, podereis tornar-vos vaidosos e amargos,
porque sempre surgirão pessoas superiores e inferiores a vós. Desfrutai vossas conquistas,
assim como vossos planos. Mantende-vos interessados em vossas próprias carreiras, mesmo
que humildes, pois é tudo quanto se possui na sorte incerta dos tempos. Exercitai a cautela
nos negócios, porque o mundo é cheio de artifícios, mas não deixeis que isso vos torne cego à
virtude que existe. Lembrai-vos: muitas pessoas lutam por altos ideais e por toda parte a vida
está cheia de heroísmos. Sede vós mesmos. Principalmente, não finjais afeição, nem sejais cí-
nicos sobre o amor, porque, em face de toda aridez e desencantamento, ele é perene como a
grama. Aceitai gentilmente o conselho dos anos, renunciando com benevolência as coisas da
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Gabarito
juventude. Cultivai a força do espírito para proteger-vos num infortúnio inesperado. Mas não
vos desgasteis com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima
de uma benéfica disciplina, sede bondosos com vós mesmos. Vós sois filhos do Universo, não
menos que as árvores e as estrelas. Vós tendes o direito de estar aqui. E, quer seja claro ou não
para vós, o Universo age como deveria agir. Portanto, estai em paz com Deus, seja qual seja
vossa forma de concebê-lo. E, sejam quais forem vossas lidas e vossas aspirações, na barulhen-
ta confusão da vida, e apesar de todos os enganos, mantende-vos em paz com vossas almas,
com vossas penas e com vossos sonhos, mesmo desfeitos. Esse, afinal, ainda é um mundo ma-
ravilhoso. Estai atentos, pois.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
PRONOME
Exemplos:
1. O menino é dedicado, pois ele estuda o tempo todo.
• Ele: pronome substantivo que substitui menino.
2. Este menino e aquele professor são dedicados.
• Este e aquele: pronomes adjetivos que determinam os substantivos menino e
professor.
3. Eu abracei o aluno.
• O professor abraçou o aluno: professor substituiu o pronome substantivo eu.
4. Eu abracei o aluno.
• Eu o abracei: o pronome o substituiu o substantivo aluno.
314
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
1. Classificação
De acordo com a finalidade com que é usado na situação concreta (não se pode, aqui
também, listar pronomes, pois cada caso será sempre um caso), determina-se a classificação
dos pronomes.
1.1. Pronome pessoal
Pessoais são aqueles pronomes que representam as pessoas do discurso:
Exemplos:
a) Eu, sozinho, fiz um belo trabalho.
b) Tu, sozinho, fizeste um belo trabalho.
c) Ele, sozinho, fez um belo trabalho.
d) Nós, meu amigo e eu, fizemos um ótimo trabalho.
e) Vós, o professor e tu, fizestes um ótimo trabalho.
f) Eles, a diretora e o professor, fizeram um ótimo trabalho.
315
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
PRONOMES PESSOAIS
Retos Oblíquos De tratamento
Eu me, mim, comigo -x-
Tu te, ti, contigo -x-
Ele se, si, consigo, o, a, lhe Todos eles, no sigular: Vossa Exce-
lência...
Nós nos, conosco -x-
Vós vos, convosco -x-
Eles se, si, consigo, os, as, lhes Todos eles, no plural: Vossas Exce-
lências...
Observações:
1ª) Como regra, os pronomes pessoais retos funcionam como sujeito da oração; os oblí-
quos, complementos.
2ª) Como regra, as primeiras pessoas (eu e nós) representam os falantes; as segundas
(tu e vós), os ouvintes; e as terceiras (ele e eles) as pessoas de quem se fala.
3ª) Os pronomes de tratamento, haja vista serem todos de terceiras pessoas, terão de
ser acompanhados de verbos e de outros pronomes também de terceiras pessoas.
4ª) Os pronomes retos eu e tu são usados antes de verbos.
5ª) Os pronomes oblíquos dividem-se em tônicos (mim, comigo, ti, contigo, si, consigo,
conosco, convosco) e átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes).
6ª) Os oblíquos átonos devem ser usados observando-se as regras de colocação: prócli-
se, mesóclise e ênclise.
316
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
7ª) Quer na fala, quer na escrita, deve-se observar sempre a uniformidade de tratamen-
to e combiná-la com os respectivos possessivos:
a) primeira pessoa do singular: eu / me, mim, comigo / meu, minha, meus, minhas;
b) segunda pessoa do singular: tu / te, ti, contigo / teu, tua, teus, tuas;
c) terceira pessoa do singular: ele / se, si, consigo, o, a, lhe / seu, sua, seus, suas;
d) primeira pessoa do plural: nós / nos, conosco / nosso, nossa, nossos, nossas;
e) segunda pessoa do plural: vós / vos, convosco / vosso, vossa, vossos, vossas;
f) terceira pessoa do plural: eles / se, si, consigo, os, as, lhes / seu, sua, seus, suas.
8ª) Após preposição, devemos usar pronome oblíquo, salvo se, na sequência, vier verbo
no infinitivo.
Exemplos (respectivos):
1°) Mim beijei ela (errado).
Eu a beijei (certo).
2°) Eu falo, tu ouves e ambos apontamos os erros que ele comete.
3°) Vossa Excelência sempre merecereis nosso respeito, pois nós vos respeitamos por
vossa conduta (errado).
Vossa Excelência sempre merecerá nosso respeito, pois nós o respeitamos por sua
conduta (certo).
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Atenção:
1) O assunto do 6º item é sintático, chama-se colocação pronominal e será retomado
mais adiante.
2) Vosso, vossa, vossos, vossas (possessivos) só podem ser usados na companhia do
sujeito vós; eles jamais concordarão com pronomes de tratamento.
Exercício 01:
Leia atentamente as frases que se seguem e complete-as com uma das opções su-
geridas entre parênteses:
a) Vossa Excelência sempre __________ (será / sereis) bem-vindo, Senhor Presiden-
te.
b) Vossa Excelência e __________ (seus / vossos) assessores serão bem-vindos, Se-
nhor Governador.
c) Vossa Magnificência, Senhor Reitor, escolheu muito bem _________ (seus / vos-
sos) assessores.
d) Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal, nós __________ (o / vos) estimamos
muito.
e) Senhor Secretário, leve à __________ (Vossa / Sua) Excelência, o Senhor Governa-
dor, nosso abraço.
f) Tu hás de __________ (se / te) considerar vencedor, meu filho.
g) Fostes vencedores em __________ (sua / vossa) luta, queridos alunos.
h) Tu __________ (venceu / venceste) __________ (sua / tua) principal batalha, amigo.
i) Você __________ (venceu / venceste) __________ (sua / tua) principal batalha, ami-
go.
j) Que nós sempre __________ (se / nos) consideremos vencedores em nossas bata-
lhas.
319
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
1.2.Pronome relativo
São chamados relativos os pronomes que, introduzindo orações novas, retomam ideia
anterior e estabelecem, com elas, uma relação de significado.
320
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Exemplos:
1. O aluno que proferiu o discurso é estudioso.
Oração principal: O aluno é estudioso.
Oração subordinada adjetiva: O aluno proferiu o discurso.
321
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Observações:
1ª) Em todos os exemplos o pronome relativo ligou orações e retomou ideias anterior-
mente explicitadas.
2ª) Dentre as orações subordinadas – substantivas, adjetivas e adverbiais –, as adjetivas
são sempre introduzidas por pronome relativo; as substantivas e as adverbiais, por
conjunções.
3ª) Há pronomes relativos variáveis (cujo, o qual, quanto) e invariáveis (que, quem, quan-
do, como, onde).
4ª) Para o emprego do relativo cujo (e suas variantes) deverá haver sempre um antece-
dente e um consequente: O quarto (antecedente) cujas paredes (consequente) mo-
fam é desconfortável.
5ª) Na dúvida para identificação do pronome relativo, deve-se lembrar que ele aceita a
substituição por o qual e suas variáveis (o qual, a qual, os quais, as quais, no qual, pelo
qual, sem o qual...).
6ª) Os relativos onde e quando devem trazer como antecedentes ideias de lugar e tempo,
respectivamente.
7ª) O pronome relativo quanto sempre terá como antecedentes tudo, todo(s), tanto(s),
tanta(s).
8ª) Na hipótese de ambiguidade, o uso do que deverá ser substituído por o qual, e suas
variantes: “Sempre aceitei os elogios das pessoas que (os quais, para elogios; as quais,
para pessoas) são amáveis.
9ª) O relativo que é frequentemente confundido com a conjunção que e, para dirimir a
dúvida, deve-se lembrar: substitui substantivo, é pronome; simplesmente liga ora-
ções, é conjunção.
322
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Atenção:
1º) Nunca poderá ser usado artigo depois de cujo: cujo o, cuja a, cujos os, cujas as.
2º) Da compreensão do pronome relativo dependerá, mais adiante, a identificação de
sua função sintática.
3º) O pronome relativo o qual é muito explorado, em provas de qualquer espécie, na co-
brança da crase.
Exercício 02:
Transforme os períodos compostos (duas ou mais orações) em períodos simples,
descartando, para tanto, os pronomes relativos:
323
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Exercício 03:
Transforme os períodos simples em compostos, usando, para tal, os pronomes re-
lativos entre parênteses:
b) Sempre gostei de meus alunos. Meus alunos foram sempre atenciosos (o qual).
Resposta: ________________________________________________________________________
324
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
1.3.Pronome demonstrativo
Chamam-se demonstrativos os pronomes que, conforme a própria nomenclatura indi-
ca, localizam pessoas ou coisas, no espaço físico em que se encontram, fatos e acontecimentos,
no tempo em que ocorrem, e ideias, já mencionadas ou a se mencionarem ainda, nos textos
em que aparecem.
325
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Exemplos:
02. No tempo
03. No texto
c) Em substituições paralelas com mais de dois seres: aquele, aquela, aqueles, aque-
las, aquilo.
Exemplo: Vinham o pai, a mãe e o filho. Este estava faminto; essa, doente; e aque-
le, triste.
* Este para núcleo mais próximo (filho), essa para o segundo mais próximo (mãe) e
aquele para o mais distante (pai).
* Quando aparecem somente dois antecedentes, devem ser usados, por questão de
clareza, os extremos: este e aquele.
Conclusões:
1ª) Devem-se usar este, esta, estes, estas e isto em referências a:
a) seres próximos do falante – Este livro que lhes mostro traz ensinamentos fantás-
ticos.
b) lugares onde o falante se encontra – Esta cidade (em que me encontro) é históri-
ca.
c) momentos presentes – Este ano (o atual) ficará marcado em minha memória.
d) ideias que ainda serão explicitadas - Alunos, vejam isto: estudem, que o estudo
enobrece o cidadão.
327
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Observações:
1ª) Vocábulos o, a, mesmo, próprio, semelhante e tal, e suas variáveis, como demons-
trativos:
a) Nem tudo o (aquilo) que reluz é ouro.
b) Nem todas as (aquelas) que militam na política representam com dignidade as
mulheres.
c) A aluna mesma escreveu estes belos textos.
d) Elas próprias foram ao mercado.
e) Jamais observei revolta semelhante.
f) Eu nunca falaria tais asneiras.
328
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
2ª) O vocábulo mesmo, e suas variáveis, não devem ser usados simplesmente para retomar
ideias:
a) O meliante fugiu, mas a polícia foi ao encalço do mesmo (dele!).
b) O meliante fugiu da polícia, mas a mesma (ela!) foi atrás do mesmo (dele!).
Mas:
a) O meliante mesmo reconheceu sua vadiagem (correto!).
b) Eu falei à aluna o mesmo (a mesma coisa) que havia falado a ti (correto!).
Exercício 04:
Escolha, entre as formas que aparecem nos parênteses, a mais adequada ao contexto:
329
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Exemplos:
a) Alguém mentiu nessa história.
• Dá para deduzir que alguma pessoa, de impossível precisão, faltou com a verda-
de.
330
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
2ª) Todo pronome indefinido exige verbo na terceira pessoa (singular ou plural):
Exemplo: Ninguém compareceu ainda à festa, mas nem todos fugirão dela.
3ª) Todo, seguido de artigo, significa inteiro; não seguido de artigo, qualquer:
Exemplo: Todo o Brasil (inteiro) agita-se, embora todo brasileiro (qualquer) seja pa-
cato.
4ª) O indefinido todo, no plural (todos), sempre exigirá artigo ou outro pronome:
Exemplo: Todos os brasileiros agitam-se, embora todos eles sejam pacatos.
5ª) O indefinido algum ora reveste-se de sentido positivo, ora de sentido negativo:
Exemplo: Algum homem disse que não possuía dinheiro algum.
6ª) O indefinido cada nunca poderá aparecer desacompanhado:
Exemplo: Comprei dez abacaxis e paguei 5,00 cada um.
331
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Exemplos:
a) Meus amigos defender-me-ão sempre que eu precisar, garantindo-me segurança.
b) Teus amigos defender-te-ão sempre que tu precisares, garantindo-te segurança.
c) Seus amigos defendê-lo-ão sempre que você precisar, garantindo-lhe segurança.
d) Nossos amigos defender-nos-ão sempre que nós precisarmos, garantindo-nos se-
gurança.
e) Vossos amigos defender-vos-ão sempre que vós precisardes, garantindo-vos segu-
rança.
f) Seus amigos defendê-los-ão sempre que vocês precisarem, garantindo-lhes segu-
rança.
g) Vossa Excelência haverá de defender seus amigos sempre que eles o acompanha-
rem.
h) Vossa Senhoria há de se preocupar com sua assessoria sempre.
i) Sua Excelência, o Presidente, há de receber o abraço de seus eleitores, Senhor Mi-
nistro.
332
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome
Observações:
1ª) Com interrogativo no meio da frase, tem-se pergunta indireta e dispensa-se o ponto
de interrogação.
• Gostariam de saber quem será o presidente do grêmio estudantil.
• Nem imagino quanto custa um curso completo de Português Lógico.
2ª) O interrogativo cadê não é aceito na linguagem culta padrão e deve ser substituído
por que é de:
• Cadê teu caderno, menino (errado!)?
• Que é de (significa isto: que é feito de) teu caderno, menino (certo!)?
3ª) Nada impede que, depois do pronome interrogativo que, se use outro quê de realce:
• Que que é isso, meus amigos?
• Que é que fizeram de tua honra, meu amigo?
333
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
Sofistas no Tribunal
A crítica feita à sofística já estava presente na história de Córax, o filósofo que teria
escrito o primeiro tratado de retórica, do qual – como era de se esperar – a tradição não
conhece nem sequer o título. Conta a lenda que ele foi procurado por Tísias, um jovem
rico, brilhante e ambicioso, que queria aprender a arte da retórica para ter sucesso na
vida pública. Para se assegurar de que receberia um ensino de qualidade, no entanto
Tísias propôs um contrato que estipulava uma forma curiosa de pagamento: Córax só
receberia por suas lições se ele vencesse sua primeira causa; se perdesse, o aluno nada
precisaria pagar. Córax, confiando em sua capacidade, aceitou o contrato sem hesitar.
Quando o treinamento terminou, porém, Tísias não procurou causa alguma para
defender e recolheu-se ao ócio que sua fortuna permitia. O tempo passava e Córax
percebeu que, desse jeito, nunca iria receber por seu trabalho. Certo dia, ele perdeu a
paciência com seu ex-aluno e ameaçou processá-lo. Tísias, então, adiantou-se e entrou
com uma ação em que acusava Córax de não ter cumprido o contrato:
─ Eu, Senhores Juízes, nada devo a Córax, pois ele pouco me ensinou do muito que
eu esperava aprender. Este é o meu primeiro processo. Se os Senhores decidirem que a
razão está com Córax, eu perco e não preciso pagar-lhe nada, porque assim ficou estipu-
lado contratualmente. Se, no entanto, os Senhores decidirem que a razão está comigo,
eu ganho a causa e igualmente não preciso pagar nada, como alego. Quer a decisão
deste Tribunal favoreça Córax, quer a mim, Meritíssimos, eu nada tenho a pagar.
Sem se perturbar, Córax então contestou:
334
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Textos e testes
─ Senhores Magistrados, ensinei a Tísias tudo o que sei sobre retórica, na con-
dição de que ele me pagasse no dia em que vencesse sua primeira causa, que é esta.
Se ele a vencer, isso provará que foi bem treinado e, de acordo com o contrato, deve
pagar-me. Todavia, se ele perder a causa, é porque os senhores consideraram absur-
da a alegação de que não me deve nada, e ele terá de me pagar. Qualquer que seja,
pois, a decisão, Senhores, eu vou receber o que Tísias me deve.
A lenda não registra qual foi a decisão do Tribunal. Uma das versões se limita a
dizer que os juízes, declarando que de ave ruim não pode vir ovo bom, expulsaram os
dois do tribunal.
Sofisma: argumento sutil com que se tenta enganar ou calar um adversário num debate, lo-
gro.
Sofista: pessoa que argumenta com sofismas, que age à base de sofismas.
Sofística: arte de sofismar, parte da lógica que trata dos sofismas.
Tratado: obra que trata de uma arte, de uma ciência; acordo entre estados; coisa convencio-
nada.
Retórica: arte de bem falar; conjunto de regras relativas à eloquência.
Tradição: meio pelo qual fatos ou dogmas se transmitem de geração a geração; história, pas-
sado.
Hesitar: mostrar-se hesitante, não demonstrar firmeza, vacilar, cambalear, tremer.
Exitar: obter êxito, obter sucesso, dar-se bem.
Causa: ação ou processo judicial; aquilo que dá origem ao que ainda não existe; facção, parti-
do.
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5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Textos e testes
336
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Textos e testes
a) Porque o treinamento acabou, Tísias não procurou causa alguma para defender.
b) Como a fortuna lhe permitisse, Tísias entregou-se ao ócio, sem buscar causa
alguma.
c) Porque o tempo passava, Córax viu que não receberia pelo trabalho prestado.
d) Como Córax perdeu a paciência, seu aluno ameaçou processá-lo.
e) Tísias contestou a ação, alegando que Córax não cumprira o contrato.
a) Tísias diz que eu nada lhe devo porque Córax pouco me ensinou.
b) Córax nada ensinou a Tísias.
c) Tísias diz que este é meu primeiro processo.
d) Tísias diz: “...não preciso pagar nada, porque assim ficou estabelecido contra-
tualmente”.
e) O tribunal definiu que Tísias não precisava pagar nada a Córax.
a) Córax afirma que eu ensinei a Tísias tudo o que sei sobre retórica.
b) Tísias afirma que pagaria Córax acaso vencesse a primeira causa.
c) Córax contesta Tísias, dizendo que lhe ensinara tudo o que sabia sobre retórica.
d) Córax afirma que, se Tísias perder a causa, o tribunal deve-lhe pagar pelas mui-
tas lições ensinadas.
e) Córax afirma que qualquer que seja a decisão, senhores, eu vou receber.
337
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Textos e testes
06. Frases serão reescritas. Marque aquela que manteve a identidade semântica:
338
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Textos e testes
07. Marque a única opção que não está de acordo com o texto:
339
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
02. (UFRJ) Numa das frases o pronome de tratamento foi indicado erradamente. Assina-
le-a:
340
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
03. (Fuvest) Assinale a alternativa onde o pronome pessoal está empregado correta-
mente:
04. (UFPR) Complete com os espaços e indique a opção correta, dentre as indicadas
abaixo:
341
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
06. (Unirio) Assinale o item que completa convenientemente as lacunas deste trecho: “A
maxila e os dentes denotavam a decrepitude do burrinho; _____ , porém, estavam
mais gastos que _____”:
a) esses, aquela;
b) estes, aquela;
c) estes, esses;
d) aqueles, esta;
e) estes, esses.
07. (Cesgranrio) Marque a opção em que a forma pronominal utilizada está INCORRETA.
342
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
08. (UFRJ) Numa das frases o pronome de tratamento foi indicado erradamente. Assina-
le-a:
09. (UFV-MG) Das alternativas abaixo, apenas uma preenche corretamente as lacunas
das frases. Assinale-a.
343
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
10. (Mackenzie) “Este inferno de amar - como eu amo! - / Quem mo pôs aqui n’alma ...
quem foi? / Esta chama que alenta e consome, / Que é a vida - e que a vida destrói - /
Como é que se veio a atear, / Quando - ai quando se há-de apagar?” (Almeida Garret).
11. (FCMSCSP) Por favor, passe __________ caneta que está aí perto de você; __________
aqui não serve para __________ desenhar.
13. (IBGE) Assinale a opção em que houve erro no emprego do pronome em relação ao
uso culto da língua:
14. (U-UBERLÂNDIA) Assinale a opção com o tratamento a ser dado ao reitor de uma
universidade:
a) Vossa Senhoria;
b) Vossa Santidade;
c) Vossa Excelência;
d) Vossa Magnificência;
e) Vossa Paternidade.
345
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
16. (CARLOS CHAGAS) “Se é para ....... dizer o que penso, creio que a escolha se dará
entre ....... .”
a) mim, eu e tu;
b) mim, mim e ti;
c) eu, mim e ti;
d) eu, mim e tu;
e) eu, eu e ti.
a) Aquela não era casa para mim: comprá-la com que dinheiro?
b) Entre eu e ela nada ficou acertado.
c) Estava falando com nós dois.
d) Aquela viagem, quem não a faria?
e) Viram-no, mas não o chamaram.
a) resguardar-mo-nos;
b) resguardar-nos-mos;
c) resguardarmos-nos;
d) resguardarmo-nos;
e) resguardar-mos.
346
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
19. (FMU) Assinale a única alternativa em que haja erro no emprego dos pronomes:
20. (UEPG-PR) “Toda pessoa deve responder pelos compromissos assumidos.” A palavra
destacada é:
347
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
22. (CESGRANRIO) Assinale a opção que completa as lacunas da seguinte frase: “Ao com-
parar os diversos rios do mundo, defendia com azedume e paixão a proeminência
.................. sobre cada um .................” .
a) desse, daquele;
b) daquele, destes;
c) deste, daqueles;
d) deste, desse
e) deste, desses.
348
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
23. (UEPG-PR) Assinale a alternativa em que a palavra onde funciona como pronome
relativo:
25. (ETF-SP) Estamos certos de que V. Exa. .......... merecedor da consideração que.........
dispensam .......... funcionários.
a) é - lhe – vossos;
b) é - lhe – seus;
c) é - vos – vossos;
d) sois - lhe – seus;
e) sois - vos – vossos.
349
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Questões de prova
350
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Gabarito
GABARITO
Exercício 01:
a) Vossa Excelência sempre será bem-vindo, Senhor Presidente.
b) Vossa Excelência e seus assessores serão bem-vindos, Senhor Governador.
c) Vossa Magnificência, Senhor Reitor, escolheu muito bem seus assessores.
d) Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal, nós o estimamos muito.
e) Senhor Secretário, leve à Sua Excelência, o Senhor Governador, nosso abraço.
f) Tu hás de te considerar vencedor, meu filho.
g) Fostes vencedores em vossa luta, queridos alunos.
h) Tu venceste tua principal batalha, amigo.
i) Você venceu sua principal batalha, amigo.
j) Que nós sempre nos consideremos vencedores em nossas batalhas.
k) Ontem, beijei-a na saída do cinema.
l) Ao vê-lo, meu coração acelerou.
m) Euforsina, você nem imagina quanto a amo.
n) Entuérpia, meu amor, tu nunca medirás a extensão de meu amor por ti.
o) Meu filho, tu e teus amigos não imaginam como os amo.
p) Tu, minha filha, não conheces a extensão de meu amor por ti.
q) Entre mim e ti nunca houve problemas, meu amor.
r) Para eu estudar, não poderás enviar recados para mim.
s) Para eu ler, há de haver silêncio.
t) Para mim, ler independe de silêncio.
u) Por mim, chegar cedo é simples detalhe.
v) Por eu chegar cedo, não precisa haver alvoroço.
w) Por que não trouxeste contigo teu pai?
x) Foi à balada, mas não levou consigo os amigos?
y) Já que lês, este livro é para ti.
z) Já que lê, este livro é para você ler.
351
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Gabarito
Exercício 02:
Exercício 03:
352
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Gabarito
Exercício 04:
353
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Pronome / Gabarito
TEXTOS E TESTES
Terceiro momento:
01-D / 02-B / 03-D / 04-C / 05-A / 06-E / 07-C / 08-E
Quarto momento:
01-A / 02-D / 03-D / 04-C / 05-B / 06-B / 07-D / 08-E / 09-B / 10-C / 11-C / 12-A / 13-D / 14-A /
15-C / 16-B / 17-D / 18-C / 19-A / 20-B / 21-C / 22-C / 23-A / 24-B / 25-C / 26-C
354
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo
ARTIGO
O artigo surgiu para determinar – ora de forma precisa, ora de forma vaga – o substanti-
vo. Como filho obediente, jamais descola de seu criador e lhe é fiel em gênero e número.
Exemplos:
1. O menino acaricia as gatinhas de estimação.
• Veem-se, aí, dois artigos – o e as –, ambos determinando, de forma precisa, substan-
tivos, seguindo-os em gênero e número.
1. Classificação
Diferentemente de outras classes gramaticais, o artigo limita-se, em nosso idioma, a
quatro palavras (o, a, um, uma), e suas flexões (os, as, uns, umas), e, de acordo com a natu-
reza da determinação que emprestam ao substantivo (precisa ou imprecisa), classifica-se em
definido e indefinido.
Os artigos definidos são representados por o, a, os, as e repassam ideia de precisão
relativamente aos substantivos que estão sendo por eles determinados. Já os indefinidos, re-
presentados por um, uma, uns, umas, determinam de forma vaga os substantivos aos quais
se ligam.
355
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo
Exemplos:
1. O pai acarinhava o filho.
• Não é difícil intuir que, nesse caso, esse pai (determinado, preciso, certo) acarinhava
o próprio filho (portanto, também determinado, preciso, certo).
356
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo
Observações:
1ª) O emprego do artigo indefinido pode decorrer do desejo de não se identificar al-
guém ou alguma coisa.
• Um membro do bloco carnavalesco furtou a fantasia do colega.
2ª) Como ocorre com os pronomes, o artigo presta-se para combinações e contrações
com a preposição.
• Ao (combinação da preposição a com o artigo o) aluno foi repassado o aviso do
(contração da preposição de com o artigo o) professor.
5ª) Os artigos um e uma são imprecisos; os numerais um e uma indicam precisão e ad-
mitem decomposição.
• Um aluno (indeterminado: qualquer um), faz um minuto (exatidão: sessenta se-
gundos), abordou uma aluna (indeterminada: qualquer uma) que saíra fazia uma
hora (exatidão: sessenta minutos).
357
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo
• Uma aluna (indeterminada: qualquer uma), faz uma hora (exatidão: sessenta
minutos), abordou um aluno (indeterminado: qualquer um) que saíra fazia um
minuto (exatidão: sessenta segundos).
• Um menino (indeterminado: qualquer um) parou a um metro da porta (exati-
dão: cem centímetros).
6ª) Artigo não se liga a preposições (o pronome também não!) antes de verbo no infinitivo.
• É hora de o menino falar.
• O fato de os meninos rirem pouco importa.
• Chegou a vez de ele cantar.
ARTIGO
Tipos Representação Gênero Número
o masculino singular
Definidos a feminino singular
os masculino plural
as feminino plural
Um masculino singular
Indefinidos uma feminino singular
uns masculino plural
umas feminino plural
358
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios
Exercício 01:
No texto que se segue serão destacados vocábulos pertencentes às classes grama-
ticais, e respectivas locuções, já estudadas – substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, pro-
nome e artigo –, cuja identificação ficará a seu encargo:
Um devedor, caloteiro e muito cara de pau, escreveu uma carta muito engraçada
a seus credores. A correspondência foi enviada a várias lojas credoras, conforme ele
mesmo informa na sua missiva.
Prezados Senhores:
Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que eu estou devendo
também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, meus rendi-
mentos mensais não permitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês. As
outras ficam para o mês seguinte. Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo
que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais.
Ocorre o seguinte: todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos
meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma cai-
xinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois sortudos
que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguin-
te.
359
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios
Afirmo aos senhores, com toda certeza, que essa empresa vem constando todos
os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com
pouca sorte.
360
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios
361
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios
Exercício 02:
De acordo com o gênero, empregue, antes de cada um dos vocábulos que se se-
guem, O ou A:
362
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios / Questões de provas
363
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios / Questões de provas
“Trazendo esta história para nossa realidade percebo que muitas vezes deixamos de ver as pessoas
como seres humanos e as tratamos como números. Isso quando não as percebemos como alguém
que nos atrapalha e nos tira o lugar, nosso por direito, na fila, no trânsito, no transporte público etc.”
364
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios / Questões de provas
a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) I e III, somente.
e) II e III, somente.
365
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Exercícios / Questões de provas
366
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Gabarito
GABARITO
Exercício 01:
01. Um: artigo indefinido – determina, de forma imprecisa, o substantivo devedor;
02 cara de pau: locução adjetiva – expressão que modifica o substantivo devedor;
03 uma: artigo indefinido – determina, de forma imprecisa, o substantivo carta;
04. seus: pronome possessivo – determina, indicando posse, o substantivo credores;
05. a: artigo definido – determina, de forma precisa, o substantivo correspondência;
06. várias: pronome indefinido – determina, de forma indefinida, o substantivo lojas;
07. credoras: adjetivo – modifica o substantivo lojas;
08. na: contração (perda de sons) da preposição em com o artigo definido a;
09. Prezados: adjetivo – modifica o pronome de tratamento Senhores;
10. Esta: pronome demonstrativo – determina o substantivo carta, mostrando a quem ser
refere;
11. de cobrança: locução adjetiva – duas palavras que modificam o substantivo carta;
12. Vossas Senhorias: pronome de tratamento – expressão usada para substituir o prono-
me Senhores;
13. em dia: locução adverbial – duas palavras que modificam o verbo estar;
14. meus: pronome possessivo – determina, indicando posse, o substantivo pagamentos;
15. também: advérbio de modo – modifica a locução verbal estou devendo, atribuindo-lhe
a ideia de modo;
16. outras: pronome indefinido – determina, de forma imprecisa, o substantivo lojas;
17. todas: pronome indefinido – substitui, de forma imprecisa, o substantivo plural lojas;
18. lhes: pronome pessoal oblíquo – substitui o substantivo lojas;
19. mensais: adjetivo – modifica o substantivo rendimentos;
20. no fim de cada mês: locução adverbial de tempo – expressão que modifica o verbo
pagar;
21. seguinte: adjetivo – modifica o substantivo mês;
22. ciente: adjetivo – modifica o pronome pessoal elíptico eu;
23. sou: verbo – vocábulo que dá ideia de modo de ser;
24. daquele: contração da preposição de com o pronome demonstrativo aquele;
367
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Gabarito
368
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Artigo / Gabarito
369
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral
NUMERAL
Numa espécie de parto-gêmeo, o numeral, tal qual o artigo, também surgiu para deter-
minar, mas sempre de forma precisa, exata, certa, o substantivo. Afinal, como na identificação
do artigo, ele só poderá ser considerado como tal se vier colado a um substantivo, determinan-
do a quantia (no aspecto pecuniário) ou a quantidade (nos demais casos) de seres referidos.
Exemplos:
1. Dez meninos acariciam nove gatinhas de estimação.
• Nesse caso, temos dois numerais – dez e nove –, haja vista que vêm junto e determi-
nam, de forma inquestionável, a quantidade de seres referidos.
370
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral
2. Classificação
Se, de um lado, há que se reformar o secular conceito de numeral; por outro, não há
como questionar sua classificação.
2.1. Cardinais
Conforme o próprio significado esclarece, o numeral cardinal – principal, inteiro –
opõe-se ao numeral cardinal, repassa ideia de quantia ou quantidade de substanti-
vos, por inteiro, e é representado pela nomenclatura tradicionalmente conhecida: um,
dois, três, quatro...
2.2. Ordinais
Repassando ideia de ordem seriada aos seres referidos, o numeral ordinal indica a
classificação de determinado substantivo relativamente a diversos deles. Sua nomen-
clatura é a tradicional: primeiro, segundo, terceiro, quarto...
2.3. Fracionários
Nem quantidade ou quantia por inteiro, nem classificação numérica entre os seres, os
numerais fracionários têm a finalidade de indicar porções menores, ou quebradas,
relativamente a substantivos referidos.
371
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral
2.4. Multiplicativos
Com o objetivo de dar ideia exata na designação de quantidade numérico-simpli-
ficada em uma multiplicação surgiram os numerais multiplicativos. Eles indicam
uma quantidade que foi multiplicada, especificando quantas vezes se multiplicou essa
quantidade.
Exemplos:
01. Uma hora (exatamente sessenta minutos: numeral cardinal) e um minuto (exata-
mente sessenta segundos: numeral cardinal) após a decolagem, um avião (qualquer
um: artigo indefinido) chocou-se com uma andorinha (qualquer uma: artigo indefi-
nido) em pleno voo.
02. O nove (substantivo), embora não sendo dez (adjetivo), satisfez a um grupo de nove
(numeral cardinal) meninos e dez (numeral cardinal) meninas, que celebraram com
gritos: “Dez! Dez! Dez!” (interjeição).
03. Segundo (substantivo) não é primeiro (adjetivo), mas o primeiro (numeral ordinal)
lugar em Português e o segundo (numeral ordinal) lugar em Matemática foram feste-
jados pelos respectivos classificados.
04. Dois (numeral cardinal) alunos receberam o triplo (numeral multiplicativo) valor em
dinheiro como premiação.
05. Coube a cem (numeral cardinal) alunos a centésima (numeral fracionário) parte do
primeiro (numeral ordinal) prêmio destinado aos vencedores da maratona.
372
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral
06. A metade (substantivo) sempre é metade (adjetivo), mas metade (numeral fracioná-
rio) da turma não ficou satisfeita com metade (numeral fracionário) do primeiro (nu-
meral ordinal) prêmio que era de mil (numeral cardinal) reais.
Observações:
1ª) Não adianta, como se vê, decorar listas; pensar o idioma é necessário.
Exemplo: O dez (substantivo) é sempre dez (adjetivo) e somente dez alunos (numeral
cardinal), décima parte da turma (numeral fracionário), obtiveram dez (substantivo).
Dez! (interjeição).
2ª) O vocábulo ambos será numeral quando se referir a dois seres e exigirá o artigo se os
seres referidos o exigirem.
Exemplo: Ambos os vencedores foram premiados.
4ª) Além de desnecessário, beira o absurdo o uso de numeral antes do cardinal mil.
Exemplo: Mil reais foram distribuídos entre mil pessoas.
5ª) Os vocábulos que indicam numerais seguem, noutras classes, as regras das variáveis
e invariáveis.
Exemplo: Oito (numeral cardinal) noves (substantivo), nos anos oitentas (adjetivo), as-
sustavam as pessoas.
373
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral
6ª) Os meses iniciam-se sempre pelo primeiro de seus dias; jamais pelo dia um.
Exemplo: Os dias primeiro de março e dois de abril serão datas importantes para nós.
7ª) Na designação de papas, reis, séculos e anos, deve-se usar o ordinal até décimo (I, II,
III...IX, X).
Exemplo: Os papas Pio IX (nono) e Pio X (décimo) foram sábios; já, do Pio XI (onze), não
conheço a biografia.
8ª) Os vocábulos um e uma serão numerais quando indicarem exatidão, aceitando, in-
clusive, uma decomposição oficial; já, no sentido de qualquer um ou qualquer uma,
serão artigos.
Exemplo: Um aluno (qualquer um) e uma aluna (qualquer uma) representarão nossa es-
cola, daqui a uma semana (sete dias) e um dia (vinte e quatro horas), em evento na-
cional.
9ª) Em textos, devem ser escritos sempre por extenso os cardinais e os ordinais de zero
a dez, mais os cardinais cem e mil.
Exemplo: Nos dias primeiro e dez de março, nós receberemos entre cem e mil visitantes.
374
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral
11ª) Não deverá ser usada a vírgula na grafia de numerais por extenso.
Exemplos:
• 27 – vinte e sete;
• 127 – cento e vinte e sete;
• 1.127 – mil cento e vinte e sete;
• 10.127 – dez mil cento e vinte e sete;
• 110.127 – cento e dez mil cento e vinte e sete;
• 1.127.956 – um milhão cento e vinte e sete mil novecentos e cinquenta e seis;
• 1.127.956.020 – um bilhão cento e vinte e sete milhões novecentos e cinquenta e seis
mil e vinte.
12ª) Devem ser usados algarismos na indicação de horas, datas, idades e endereços.
Exemplo: Eu nasci às 10h 30min do dia 18 de outubro de 1951, tenho 67 anos e resido na
rua Esperança, número 100.
375
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Exercício
Exercício 01:
Preencha a tabela que se segue:
TABELA DOS NUMERAIS
376
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Exercício
54
65
76
87
98
100
101
202
303
400
505
606
707
808
909
1000
1001
1 000 000
377
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Exercício / Questões de prova
QUESTÕES DE PROVA
01. (Ufam) Assinale o item em que não é correto ler o numeral como vem indicado entre
parênteses:
a) Pode-se dizer que no século IX (nono) o português já existia como língua falada.
b) Pigmalião reside na casa 22 (vinte e duas) do antigo Beco do Saco do Alferes, em
Aparecida.
c) Abram o livro, por favor, na página 201 (duzentos e um).
d) O que procuras está no art. 10 (dez) do código que tens aí à mão.
e) O Papa Pio X (décimo), cuja morte teria sido apressada com o advento da Primeira
Guerra Mundial, foi canonizado em 1954.
378
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Exercício / Questões de prova
“O SBT fará uma homenagem digna da história de seu proprietário e principal apresenta-
dor: no próximo dia 12, colocará no ar um especial de 2h 30min de duração em homena-
gem a Sílvio Santos. É o dia de seu aniversário de 85 anos.”
379
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Exercício / Questões de prova
06. (CSB/Joinvile-SC) Assinale a alternativa que contém somente numerais ordinais e mul-
tiplicativos:
380
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Exercício / Questões de prova
381
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Exercício / Questões de prova
10. (Polícia Civil/SP) Assinale a alternativa em que o numeral corresponde à sua forma
escrita:
382
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Gabarito
GABARITO
Exercício 01:
TABELA DOS NUMERAIS
décimo primeiro /
11 undécimo
XI onze onze avos undécuplo
décimo segundo /
12 doze duodécimo doze avos duodécuplo
XII
383
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Numeral / Gabarito
202 CCII duzentos e dois ducentésimo segundo duzentos e dois avos -x-
303 CCCIII trezentos e três trecentésimo terceiro trezentos e três avos -x-
606 DCVI seiscentos e seis sexcentésimo sexto seiscentos e seis avos -x-
septingentésimo /
707 DCCVII setecentos e sete setecentos e sete avos -x-
setingentésimo sétimo
808 DCCCVIII oitocentos e oito octingentésimo oitavo oitocentos e oito avos -x-
QUESTÕES DE PROVAS:
01-B / 02-E / 03-B / 04-E / 05-E / 06-B / 07-A / 08-D / 09-B / 10-C
384
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição
PREPOSIÇÃO
Já na reta final do estudo das classes gramaticais – assunto tão extenso quanto impor-
tante para a compreensão do idioma pátrio –, veremos, a partir daqui, a chamada “tríade do
ão”: preposição, conjunção e interjeição.
Esse trio, aliás, não fica para o final do assunto, tampouco se forma por acaso. Ocorre
que, na morfossintaxe, todas as classes corresponderão, adiante, a funções sintáticas, exceto
essas três, que só existem como classes, e não como funções.
Explicando melhor: o artigo e o numeral, classes gramaticais no estudo da morfologia,
transformar-se-ão sempre em adjunto adnominal, função sintática no estudo da sintaxe; o
advérbio, também classe gramatical, transformar-se-á sempre em adjunto adverbial, função
sintática; o adjetivo, classe, ou será adjunto adnominal, ou será predicativo, na função. E por
aí vai.
Enquanto essa correspondência classe-função opera-se, na morfossintaxe, envolvendo
sete, das dez classes, o mesmo não ocorre justamente com a tríade do ão, pois preposição,
conjunção e interjeição não se habilitam a representar qualquer outro papel, senão o de
classes.
Na análise sintática, por exemplo, objeto direto e objeto indireto, nas orações “Gosto
de vinhos” e “Aprecio vinhos”, são o substantivo vinhos. Afinal, a preposição de, do primeiro
exemplo, não exercendo função sintática, é apenas um traço distintivo, caracterizando uma
das funções, o objeto indireto.
De qualquer sorte, conhecer essa tríade, sabendo pô-la convenientemente em prática,
além de um louvor respeitoso ao idioma, torna a fala e a escrita superiores, elegantes, diferen-
çadas.
Feita essa importante e necessária introdução, passemos, agora, ao exame da primeira
das classes triádicas, a preposição.
385
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição
01. A designação
386
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição
Exemplos:
a) Gostar de e lutar por são características comuns a todos os seres de bom senso.
a) A esperança de vitória impunha-lhe a necessidade de treinamentos.
b) Passei por Soledade quando fui a Arvorezinha.
c) Chegando a Manaus, dirigi-me a um teatro maravilhoso.
d) Estando com os documentos reunidos, estive em paz com minha alma.
e) Eu já lutei contra a morte e com vários desafiantes, mas somente por objetivos
nobres.
02. A classificação
De acordo com a estruturação frasal, alguns dos vocábulos representativos dessa classe
gramatical já trazem em sua essência a característica de pré-exigência e, por isso mesmo,
formam o grupo das preposições essenciais; outros, por excepcionalmente figurarem como
tais, migrando, inclusive, de outras classes para o campo das preposições, chamam-se aciden-
tais.
Exemplos:
a) Retornei de (origem) Fortaleza feliz.
b) Conheci Fortaleza com (companhia) minha mulher.
c) Viajei a Fortaleza sem (ausência) minha mulher.
d) Eu trabalho para (finalidade) sobreviver em Fortaleza.
e) Vivendo em (lugar) Fortaleza, sou feliz.
f) O desejo de (causa) vencer indicou-me Fortaleza.
g) Fortaleza de (posse) Alencar é bela.
h) Fortaleza alimenta conversas sobre (assunto) história alencarina.
i) Lá, ganhei um anel de (matéria) ouro.
387
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição
Exemplos:
a) Fui à praia de meus sonhos (quem vai, vai a + a, de a praia é de meus sonhos).
b) Referi-me àquilo que ocorreu na praia (quem se refere, refere-se a + a, de aquilo).
c) Falei a verdade àquele menino (quem fala, fala alguma coisa a alguém + a, de
aquele).
388
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição
A exemplo do que ocorre com as outras classes gramaticais, sempre que se reúnem duas
ou mais palavras para representarem uma só classe temos as locuções: substantivas, adjetivas,
adverbiais, verbais, pronominais, conjuntivas, interjetivas e prepositivas.
Exemplos:
a) Eu trabalho para (preposição) sobreviver; ela, a fim de (locução) se distrair.
b) Meu gato dorme sob (preposição) a cama; o gato dela, embaixo de (locução) ca-
mas, nunca.
Observações:
1ª) Como nas demais classes gramaticais, de praticamente nada adiantará decorar listas
de preposições, pois, mais uma vez, cada caso será sempre um novo caso.
Exemplos:
a) Ontem, o menino falou a (previamente exigido pelo verbo: preposição) colegas
de aula.
b) Ontem, a (determina o substantivo: artigo) menina chegou cedo.
c) A menina, nunca a (substitui o substantivo: pronome) abracei com tanta ternu-
ra.
389
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição
2ª) Antes de verbos no infinitivo, a preposição não deverá contrair-se com artigo ou pro-
nome.
Exemplos:
a) O livro é dele, mas não é o momento de ele dizer isso aos colegas.
b) Não é hora de o menino chorar, embora o choro seja do menino.
c) A grosseria daquele aluno não justifica o fato de aquele professor repreender
a turma toda.
3ª) As preposições essenciais (a, ante, após, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
sem, sob, sobre...) exigem, para acompanhá-las, os pronomes oblíquos mim e ti, ou,
na terceira pessoa do singular, você.
Exemplos:
a) Entre mim e ti nunca houve desavenças.
b) Sem mim e você, ninguém protestará.
c) Ante você e mim, alguém protestaria?
4ª) A preposição entre deve ser utilizada quando o sentido for de tempo ou espaço em
relação a alguma coisa ou alguma pessoa e sempre que algo diz respeito a mim e
a outra pessoa; já a contração dentre há de ser usada quando o sentido for de “do
meio de”.
390
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição
Exemplos:
a) Entre mim e a mesa (espaço) restava menos de meio metro.
b) Dentre (do meio de) a multidão reunida na praça veio um grito de desespero.
c) Meu nome estava entre (o nome ocupava um lugar entre) os premiados.
d) O assaltante surgiu dentre (do meio) a escuridão do local.
QUESTÕES
Exercício DEdePROVAS
– Questões provas
01. (METROCAPITAL) Assinale a alternativa cuja preposição indica uma relação de finali-
dade:
391
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição / Questões de prova
02. (UNOESC) “A greve dos caminhoneiros jogou na cara de todos o quanto so-
mos dependentes de combustíveis fósseis”. Na frase, os termos em destaque são,
respectivamente:
I. [...] lançamento pelo lado direito da área e ajeitou de cabeça para B. Henrique,
também de cabeça, definir o placar ao encontro dos mandantes. (contra)
II. A cerca de três quilômetros ela irá encontrar o hospital. (distância)
III. Hoje Maria saiu bem mais cedo a fim de encontrar o supervisor. (finalidade)
IV. Todos não falam de nada mais, senão do placar vergonhoso. (caso não)
392
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição / Questões de prova
04. (CESPE) No trecho “para testar possíveis soluções”, o emprego da preposição “para”,
além de contribuir para a coesão sequencial do texto, introduz, no período, uma ideia
de finalidade.
a) Errado.
b) Certo.
05. (CESPE) Seria preservada a correção gramatical se, no trecho “composta minimamen-
te de um radar” fosse empregada a preposição por, em vez da preposição “de”.
a) Errado
b) Certo
06. (FGV) O dicionário Houaiss lista um conjunto de valores mais frequentes da preposi-
ção: tempo, lugar, maneira de ser, estado, modo, distribuição, forma como se pratica
uma ação, finalidade, conformidade, equivalência e valor.
Assinale a frase em que essa preposição tem seu valor corretamente identificado:
a) “Comecei uma dieta, cortei a bebida e alguns pratos e, em catorze dias, perdi
duas semanas.» / distribuição.
b) “Se você insiste em emagrecer meu conselho é: coma o quanto quiser. Apenas
não engula.» / maneira de ser.
c) “Difícil coisa é, cidadãos, entrar em discussão com a barriga vazia.» / estado.
d) “Tomei comprimidos, mas desisti de me matar por esse método. Gasta-se uma
fortuna em clínicas de desintoxicação.» / finalidade.
e) “A família é um conjunto de pessoas que se defendem em bloco e se ata-
cam em particular.» / modo.
393
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição / Questões de prova
08. (CESPE) Mesmo com a supressão da preposição “de”, no trecho “acostumando os es-
pectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados”, manter-se-ia a
correção gramatical do texto.
a) Errado
b) Certo
394
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição / Questões de prova
10. (CESGRANRIO) No fragmento “...saí para passear com minha cachorrinha, a meiga Pi-
xie, que volta e meia late de estranhamento”, a palavra em negrito expressa um sen-
tido que também se encontra na palavra destacada em:
395
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Preposição / Gabarito
GABARITO
01-A / 02-D / 03-C / 04-E / 05-E / 06-E / 07C / 08-A / 09-A / 10-E
396
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção
CONJUNÇÃO
01. A denominação
Nós, muito frequentemente, dizemos ou escrevemos, por exemplo, “O menino foi à esco-
la”. Depois disso, afirmamos, em outra oração, o seguinte: “O menino quer progredir na vida”.
Contudo, assim, separadamente, as expressões não produzem o efeito que gostaríamos de
que elas produzissem ou, então, que teriam se constituíssem um enunciado só. Ora, aí, junta-
mos uma com a outra, acrescentando, para tal, o elo de ligação adequado à nossa verdadeira
intenção: “O menino foi à escola, pois (porque, já que, visto que, afinal...) ele quer progredir na
vida”. Nesse caso, a junção da primeira com a segunda oração foi feita por meio da conjunção
pois.
Outra situação, muito corriqueira, na fala e na escrita, é esta: nós expressamos ações pra-
ticadas, ou sofridas, por mais de um ser. Assim: o ato de proteger um aluno teria sido praticado
pela diretora e por um professor de determinada escola, conjuntamente. Dizemos, então: “A
diretora e o professor protegeram o aluno”. Ocorre, aí, o que, mais adiante, chamaremos su-
jeito composto, pois, tanto a diretora quanto o professor agiram na proteção ao aluno. Ora,
esses vocábulos, que formam o sujeito composto, não podem ficar soltos no enunciado. Faz-se,
então, a junção de um (diretora) com o outro (professor) também por meio de uma conjun-
ção.
Logo, conjunção é vocábulo ou expressão cuja função é ligar orações entre si, ou vocá-
bulos dentro delas.
397
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção
Exemplos:
• O professor ensina e o aluno aprende.
• O aluno aprendeu bastante porque o professor explicou bem o conteúdo.
• O aluno aprende na medida em que o professor explica bem o conteúdo.
• O professor exige que os alunos estudem o conteúdo.
• O aluno e o professor aprimoraram-se na fala e na escrita.
• O aluno e o professor querem-se aprimorar na fala ou na escrita.
• O aluno e o professor buscam aprimoramento, ora na fala, ora na escrita.
02. A classificação
A conjunção é classificada de acordo com o sentido que empresta às frases, nos casos
concretos, e não, necessariamente, pelo vocábulo que a representa. O conectivo que, por
exemplo, pode desempenhar mais de uma dezena de espécies diferentes.
Essa classe gramatical é chamada, na gramática, conectivo, e, na redação, conector, nexo,
partícula de ligação, elemento de coesão, e ora faz a junção de orações independentes, ora
de orações dependentes.
A ligação de orações independentes, isto é, orações de existências autônomas, de sen-
tidos próprios, dá-se no chamado processo de coordenação; já a ligação de orações depen-
dentes, isto é, orações cujo sentido depende de outra oração (que será a principal), dá-se no
processo de subordinação.
398
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção
399
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção
400
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção
A exemplo do que ocorre com outras classes gramaticais, sempre que se reúnem duas
ou mais palavras para estabelecer a junção de uma oração com outra, teremos uma locução
conjuntiva.
Exemplos:
· Iremos à festa se não chover. / Iremos à festa desde que não chova.
· Fomos à festa porque não choveu. / Fomos à festa visto que não choveu.
· Gosto de ler e de escrever. / Gosto de ler e também de escrever.
Observações:
1ª) Expressões corretas: à medida que ou na medida em que; jamais à medida em que
ou na medida que.
Exemplo: Ele se tornava arrogante à medida que estudava e na medida em que en-
riquecia.
2ª) O uso das conjunções e e nem juntas é um absurdo, pois não se repetem conjunções.
Exemplo: Ele não foi à aula ontem e não irá hoje. / Ele não foi à aula ontem nem irá
hoje.
401
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção
4ª) A locução apesar que não existe; há que se usar sempre apesar de que.
Exemplo: Irei à festa de aniversário apesar de que detesto esses eventos.
402
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício
Exercício 01:
403
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício / Questões de provas
01. (CESGRANRIO) Considere esta sentença: “Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o
ônibus.”
As orações do período estão unidas pela conjunção “e”, que, além de indicar adição,
introduz a ideia de:
a) oposição;
b) condição;
c) consequência;
d) comparação;
e) união.
02. (FCC) Preços mais altos proporcionam aos agricultores incentivos para produzir mais,
o que torna mais fácil a tarefa de alimentar o mundo. Mas eles também impõem cus-
tos aos consumidores, aumentando a pobreza e o descontentamento.
a) condição;
b) temporalidade;
c) consequência;
d) finalidade;
e) restrição.
404
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício / Questões de provas
03. (FUNCAB) Leia-se o que escreve Beccaria: “Contudo, se o roubo é comumente o crime da
miséria e da aflição, se esse crime apenas é praticado por essa classe de homens infelizes,
para os quais o direito de propriedade (direito terrível e talvez desnecessário) apenas deixou
a vida como único bem, […….] as penas em dinheiro contribuirão tão somente para aumentar
os roubos, fazendo crescer o número de mendigos, tirando o pão a uma família inocente
para dá-lo a rico talvez criminoso.”
A palavra ou locução que, usada no espaço entre colchetes deixado no período, fortalece
a conexão lógica entre as orações adverbiais condicionais e o que ele afirma a seguir é:
a) inclusive;
b) além disso;
c) então;
d) por outro lado;
e) mesmo.
04. (FGV) “… e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca…”.
a) causa;
b) consequência;
c) condição;
d) conformidade;
e) concessão.
405
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício / Questões de provas
05. (FUMARC) Em “Ao tempo de Pilatos e de James Joyce, a linguagem virtual estava
longe”. Mas, além da realidade física, da palavra impressa, ela servia de símbolo da
identidade e da perenidade da comunicação”.
406
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício / Questões de provas
a) condição;
b) adição;
c) conformidade;
d) concessão;
e) tempo.
08. (CONSULPLAN) “Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro…”. A palavra
destacada exprime ideia de:
a) escolha;
b) contraste, oposição;
c) finalidade;
d) explicação;
e) soma, adição.
407
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício / Questões de provas
09. (NCE – UFRJ) “Dicas para acelerar sem perder o ritmo”. Nessa frase, os dois conec-
tivos destacados indicam, respectivamente:
a) direção e negação;
b) comparação e ausência;
c) finalidade e concessão;
d) modo e condição;
e) movimento e modo.
10. (FUMARC) No Texto “A língua que falamos é um bem, se considerarmos “bens” “as coisas
úteis ao homem”. O termo destacado, segundo Cunha e Cintra (2009), tem o valor de
um (a):
11. (CESPE) Com o emprego da expressão “assim como”, em “Estudar, assim como, de-
dicar-se com afinco ao trabalho”, estabelece-se uma relação de comparação entre
ideias expressas no período.
a) Errado.
b) Certo.
408
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício / Questões de provas
12. (ALTERNATIVE) Em “Passarinho não come pedra porque sabe o bico que tem”, a
oração destacada expressa circunstância de:
a) adversidade;
b) condição;
c) tempo;
d) finalidade;
e) causa.
13. (FGV) “Evidente que fui mais furado do que um ralador de coco. Mas não fiz
minha carreira no jornalismo na base de furos, que nunca os dei e nunca os levei a
sério, uma vez que a maioria dos furos são, por natureza, furados.“
a) do que / comparação;
b) mas / oposição;
c) que / causa;
d) e / adição;
e) uma vez que / tempo.
409
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Exercício / Questões de provas
14. (INAZ) É correto afirmar que a conjunção coordenativa presente no trecho “Parece
óbvio, mas pouca coisa é mais perigosa na existência do que o óbvio», estabelece:
15. (FUNDEP) “Diz então a superpotência que o ditador é sanguinário e tortura crianci-
nhas, mas que, se ele se desarmar, será deixado em paz, então o interesse não está
ligado às criancinhas iraquianas, portanto isso não é lógica, é hipocrisia.”
410
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Conjunção / Gabarito
GABARITO
Exercício 01:
411
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição
INTERJEIÇÃO
01. A denominação
Como bem define o própio significado do vocábulo interjeição (voz, palavra ou locução
que exprime, com energia, os afetos, o ânimo), independentemente do vocábulo que a repre-
sente, ocorre sempre que se repassam sentimentos momentâneos, ideias não estruturadas
logicamente. Por isso mesmo, aliás, que essa classe não encontra correspondência na análise
sintática. .
Exemplos:
– Oh, amor!
Oh, interjeição.
412
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição
02. A classificação
Como vem ocorrendo com a quase totalidade das classes gramaticais já vistas, à simples
interjeição pode corresponder também uma locução interjetiva.
Retomando:
413
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição
414
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes
TEXTOS E TESTES
Soneto de Fidelidade
Vinícius de Moraes
415
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes
Soneto de fidelidade
(Poema de quatorze versos (dois quartetos e dois tercetos) em louvor à fidelidade)
416
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes
417
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes
02. Versos serão reescritos. Marque a opção em que não se conserva a correção gra-
matical e/ou a identidade semântica:
a) Primeiro verso – Serei só atenção para com tudo o que disser respeito à pessoa
amada.
b) Terceiro verso – Ainda que diante da pessoa mais bela.
c) Quarto verso – Da pessoa amada mais se encante o meu pensamento.
d) Quinto verso – Quero viver o meu amor (‘curtir’ a pessoa amada) nos seus míni-
mos instantes.
e) Sexto verso – E em sua homenagem hei de omitir meu canto.
418
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes
04. Os dois últimos versos do texto poderiam ser resumidos desta forma:
419
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes
420
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes
a) rir (7ª linha) está para riso, assim como espalhar está para canto, mesma linha;
b) seu (8ª linha) está para pesar, assim como seu está para contentamento, mesma
linha;
c) assim (9ª linha) relaciona-se a seu pesar ou seu contentamento;
d) mais (9ª linha) é advérbio, pois modifica tarde, mesma linha;
e) me (9ª linha) é pronome pessoal oblíquo de primeira pessoa do singular.
421
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes / Questões de provas
01. (MPE-Goiás)
a) substantivo;
b) interjeição;
c) adjetivo;
d) preposição;
e) partícula expletiva.
a) preposição;
b) interjeição;
c) conjunção;
d) adjetivo;
e) locução interjetiva.
422
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes / Questões de provas
a) oi / ufa! / ai;
b) ui / ainda bem / arre;
c) credo / ufa! / ai;
d) oxalá / ufa! / ui;
e) ufa! /uff! / arre!.
04. (VUNESP) Leia a tirinha da Turma da Mônica para responder às questões de nú-
meros 07 a 10.
a) sossego e felicidade;
b) alegria e revolta;
c) raiva e tranquilidade;
d) indiferença e irritação;
e) susto e alívio.
Tomando como referência o texto acima e suas evocações, julgue os itens a se-
guir:
a) Certo.
b) Errado.
423
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes / Questões de provas
a) advérbio;
b) adjetivo;
c) interjeição;
d) conjunção;
e) substantivo
424
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Textos e testes / Questões de provas
a) o primeiro;
b) o segundo;
c) o terceiro;
d) em nenhum há interjeição;
e) há interjeição em todos eles.
425
5º Degrau / Morfologia / Classificação dos vocábulos / Interjeição / Gabarito
GABARITO
01-D / 02-E / 03-C / 04-B / 05-A / 06-E / 07-B / 08-C / 09-C / 10-D
01-B / 02-B / 03-E / 04-E / 05-A / 06-C / 07-D / 08-C / 09-B / 10-B
426
5º Degrau / Morfologia
ÚLTIMAS PALAVRAS
Vistas e exercitadas a estrutura e a formação das palavras, era chegada a hora de, com os
vocábulos já formados, classificá-los, isto é, avançar nos estudos e, avançando, trinchar o último
conteúdo morfológico, a classificação das palavras.
Avançamos e, com esse avanço, acabamos vendo o conteúdo mais relevante no estudo do idio-
ma pátrio. Sim, minha longa experiência de sala de aula desautoriza-me qualquer dúvida: enquanto
não se revirem as classes gramaticais, abolindo as listas exemplificativas, substituindo-as pela refle-
xão consciente, não se obterão resultados sintáticos sequer razoáveis.
Ora, enquanto se ensinar que cantar é verbo, que bonito é adjetivo, que dez é numeral, e assim
por diante, será inútil aspirar a uma compreensão mínima dos conteúdos sintáticos.
Ao contrário, quando tivermos consciência, por exemplo, de que qualquer vocábulo poderá ser
adjetivo, uma vez cumprindo seu quase sagrado papel de modificador de um substantivo, teremos
condições de, mais adiante, entender o adjunto adnominal, o predicativo, as orações subordinadas
adjetivas e a concordância nominal. Antes disso, nada!
Também exemplificativamente, será totalmente inútil tentar aprender adjunto adverbial, ora-
ções subordinadas adverbiais, colocação pronominal, orações reduzidas e pontuação sem, antes, ter
segurança na identificação dos advérbios.
Ante tal realidade, precisamos redar um aviso: acaso não tenha ficado tudo muito claro, reveja
os últimos vídeos, refaça todas as atividades da apostila, reestude o assunto. O tempo de decorar
assuntos gramaticais, sem ligar uns aos outros, acabou.
Muita persistência, muito estudo. Afinal, a sintaxe vem aí e “tudo vale a pena, quando a alma
não é pequena”!
427
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Sintaxe
S
S
Módulo 3
SINTAXE
Método do Português Lógico
1
INÍCIO DE CONVERSA
Após trincharmos cinco dos nove degraus de nossa maravilhosa Escada do Português Lógico – fonemas,
letras, sílabas, vocábulos e frases –, deixando para trás duas das três partes que compõem a gramática – fonética
e morfologia –, chegamos ao grande momento de nosso longo, mas produtivo, percurso: pisando, agora, o sexto
degrau, inauguramos a sintaxe, o grande objetivo de todos aqueles que se dedicam ao estudo e à compreensão
do idioma!
A propósito, você mesmo, sempre que enfrentou desafios relativamente à compreensão da Língua Portuguesa,
enfrentou-os no campo de estudos que ora se inicia. O que você não sabia (e poucos sabem!) é que, sem domínio
dos campos fonético e morfológico, nada da estrutura sintática se pode compreender.
A partir daqui, por exemplo, veremos a importância de conhecer os fonemas (primeiro degrau) para o correto
emprego dos oblíquos o, a, os, as, na complementação regencial nasalizada dos verbos transitivos diretos: no, na,
nos, nas.
De igual sorte, a partir daqui será possível compreender a concordância verbal e saber o porquê de, em
alguns casos, termos de usar tem, vem, contém, detém, provém e retém e, noutros, aplicando a acentuação
gráfica (quarto degrau), sermos obrigados a empregar têm, vêm, contêm, detêm, provêm e retêm.
Ainda, e somente agora, entenderemos, de fato, a análise sintática interna, lembrando que os determinantes
do substantivo, tal qual seu modificador, estando junto (no mesmo sintagma), funcionarão sempre como adjuntos
adnominais. Compreenderemos, a partir daqui, também, e com conhecimento de causa, os adjuntos adverbiais e
todas as orações subordinadas adverbiais (advérbios e locuções adverbiais da morfologia). Identificaremos, com
extrema facilidade, o predicativo (adjetivo em sintagma diferente daquele em que se situa o substantivo).
Além disso tudo, não teremos mais dificuldades no domínio da concordância nominal (classes variáveis e
classes invariáveis) e na temida colocação pronominal: a próclise, a mesóclise e a ênclise dependem da competência
no emprego das classes gramaticais e de algumas das funções sintáticas.
Além disso tudo, não teremos mais dificuldades no domínio da concordância nominal (classes variáveis e
classes invariáveis) e na temida colocação pronominal: a próclise, a mesóclise e a ênclise dependem da competência
no emprego das classes gramaticais e de algumas das funções sintáticas.
Enfim, ficaríamos aqui, indefinidamente, demonstrando as aplicações de tudo quanto, em tese, já ficou para
trás e provando que, sem aquilo, continuaríamos não entendendo a parte mais significativa do idioma. Haveremos
de lembrar, pois, que a queima dos “arquivos mortos”, que continuarão sempre vivos, significará sepultar as
possibilidades concretas de se desvendarem infinitos mistérios.
Assim, vibremos, parceiro de Escada: lançadas as sementes (na fonética e na morfologia), chegou a hora de
uma bela e farta colheita. E ela será tão abundante quanto nossa porção de esforço (persistindo na escalada),
nossa dose de humildade (voltando, seguida e reiteradamente, àquilo que já foi visto) e nossa vontade de vencer
(fazendo de cada obstáculo um novo ponto de apoio para enxergar ainda mais longe).
Bom proveito!
S
SINTAXE
O termo sintaxe advém do Latim sintaxis e significa coordenar. Trata-se, pois, da parte da gramática que
determina as normas de como unir, coordenando, as palavras (classes!) para a formação de orações, períodos,
parágrafos e textos (6º, 7º, 8º e 9º degraus da Escada do Português Lógico!).
Ora, fica muito claro, então, que o conteúdo que se seguirá terá sua compreensão facilitada na medida em
que houver a necessária competência para aplicar as classes gramaticais, isto é, as palavras já contextualizadas nas
frases.
Proporcionalmente à capacidade de contextualizar essas palavras (classes), então, será nossa compreensão,
numa sequência continuadamente lógica, destes assuntos: regência verbal, regência nominal, crase, análise
sintática interna, concordância verbal, concordância nominal, vozes verbais, colocação pronominal, análise sintática
externa e pontuação:
Proporcionalmente à capacidade de contextualizar essas palavras (classes), então, será nossa compreensão,
numa sequência continuadamente lógica, destes assuntos:
Regência verbal......................................................................................................................................................................... 6
Regência nominal................................................................................................................................................................... 46
Crase......................................................................................................................................................................................... 64
Análise sintática interna......................................................................................................................................................... 92
Concordância verbal............................................................................................................................................................ 143
Concordância nominal......................................................................................................................................................... 185
Vozes verbais........................................................................................................................................................................ 212
Colocação pronominal......................................................................................................................................................... 236
Pontuação.............................................................................................................................................................................. 255
5
REGÊNCIA
VERBAL
Sintaxe
S
REGÊNCIA VERBAL
No campo da sinonímia contextualizada, isto é, a partir do uso concreto e respectivo significado de determinado
vocábulo, regência significa exigência.
Partindo desse princípio, veremos, a partir daqui, sem listas, pois há que se observar caso a caso, as
exigências do verbo: ele exige ou não exige complemento; no caso de o exigir, exige-o com ou sem preposição; e,
sobretudo, no caso de o exigir com preposição, qual a preposição exigida?
Observe: precisar de, confiar em, obedecer a, lutar por, lutar contra, lutar com, morar em, e assim por diante.
E é o emprego correto da regência que determina a maior ou a menor correção da fala e da escrita.
01. Classificação
1.1. Intransitivos: aqueles que tendo, como norma geral, significação completa, não exigem nenhum complemento.
Exemplos:
• O idoso adormeceu.
• O jovem desmaiou no caminho de casa.
• O menino desanimou durante o percurso.
• Observe-se que, no segundo e no terceiro exemplos, nós não temos complementos, pois “no caminho de casa” e
“durante o percurso” não são obrigatórios e, por isso, figuram como simples modificadores verbais: locuções
adverbiais (na classe: análise morfológica) e adjuntos adverbiais (na função: análise sintática).
1.2. Transitivos: aqueles que, não tendo significação completa, exigem um complemento (substantivo, locução
substantivada ou pronome).
Exemplos:
• O idoso vendeu um automóvel.
• O jovem sempre gostou de bicicletas.
• O menino ofereceu-me seu lugar.
7
Sintaxe
S
• Observe-se que, em todos os exemplos, temos complementos, pois “automóvel”, “bicicletas”, “me” e “lugar” são de uso
obrigatório e, por isso mesmo, figuram como complementos verbais: substantivos (na classe: análise morfológica) e
objetos (na função: análise sintática).
1.2.1. Diretos: aqueles que, de significação incompleta, exigem complemento, normalmente sem preposição.
Exemplos:
• O menino escreve belos textos.
• O jovem vendeu um cavalo velho.
• O idoso desocupará sua casa.
• Observe-se que, em todos os exemplos, temos complementos, pois “textos” (que são escritos), “cavalo” (que foi
vendido) e “casa” (que será desocupada) são de presença obrigatória e, por isso mesmo, figuram como complementos
verbais não preposicionados: substantivos (na classe: análise morfológica) e objetos diretos (na função: análise
sintática).
1.2.2. Indiretos: aqueles que, não tendo significação completa, exigem um complemento sempre antecedido de
preposição.
Exemplos:
• O menino gosta de livros.
• O jovem confia em amigos.
• O idoso obedece aos regulamentos.
• Observe-se que, em todos os exemplos, temos complementos, pois “livros” (de que o menino gosta), “amigos” (em
quem o jovem confia) e “regulamentos” (a que o idoso obedece) são de presença obrigatória e, por isso mesmo,
figuram como complementos verbais preposicionados: substantivos (na classe: análise morfológica) e objetos
diretos (na função: análise sintática).
1.2.3. Diretos e indiretos: aqueles que, não tendo significação completa, exigem dois complementos, um sem
preposição e outro sempre antecedido dela.
Exemplos:
• O menino oferece livros a seus colegas.
• O jovem dá presentes a seus amigos.
• O idoso emprestou seus livros a um amigo.
8
Sintaxe
S
• Observe-se que, em todos os exemplos, temos complementos, pois “livros” (que o menino oferece), “colegas” (a
quem ele os oferece), “presentes” (que o jovem dá), “amigos” (a quem ele os dá), “livros” (que o idoso emprestou) e
“amigo” (a quem ele os emprestou) são de presença obrigatória e, por isso mesmo, figuram como complementos
verbais: substantivos (na classe: análise morfológica) e objetos, diretos ou indiretos, (na função: análise sintática).
1.3. De ligação: aqueles que, desprovidos de significado, exercem uma função: ligar um predicativo ao sujeito da
oração.
Exemplos:
• O menino está feliz.
• O jovem parecia alegre.
• O idoso andava realizado com a visita dos filhos.
Observe-se que:
a) em todos os exemplos, ignorados os nomes “feliz”, “alegre” e “realizado” (adjetivos), as frases perdem o sentido;
b) os verbos “está” (de estar), “parecia” (de parecer) e “andava” (de andar) – diferentemente dos intransitivos e dos
transitivos – são despidos de significado;
c) sem significado, eles apenas cumprem uma função: ligar predicativos (adjetivos “feliz”, “alegre” e “realizado”) a
seus respectivos sujeitos (“menino”, “jovem” e “idoso”).
Conclusão: preenchidos os dois requisitos (não ter significado e ligar predicativo ao sujeito), “estar”, “parecer”
e “andar”, nesses casos, são de ligação.
Mas:
• O aluno está na escola.
• O aluno ficou na cantina da escola.
• O aluno anda rapidamente.
Nesses casos, haja vista não preencherem o requisito de ligar predicativo ao sujeito, os verbos “estar”, “ficar”
e “andar”, em vez de serem de ligação, figuram como autênticos verbos intransitivos.
9
Sintaxe
S
1ª) sempre que, aplicado o raciocínio “Quem_______, ________”, o resultado for “alguma coisa” ou “alguém” (e somente nesses
casos!), os verbos que preencherão essas lacunas serão transitivos diretos;
Exemplos:
• Comprei um cavalo (Quem compra, compra alguma coisa).
• Abracei meu filho (Quem abraça, abraça alguém).
• Cumprimentei o padeiro (Quem cumprimenta, cumprimenta alguém).
• O pai constrói casas (Quem constrói, constrói alguma coisa).
2ª) sempre que, aplicado o raciocínio “Quem_______, ________”, o resultado for “preposição, mais alguma coisa” ou “preposição,
mais alguém” (e somente nesses casos!), os verbos que preencherão essas lacunas serão transitivos indiretos;
Exemplos:
• Gosto de frutas (Quem gosta, gosta de alguma coisa).
• Obedeço ao diretor (Quem obedece, obedece a alguém).
• Preciso de livros (Quem precisa, precisa de alguma coisa).
• O menino conversava com os colegas (Quem conversa, conversa com alguém).
3ª) sempre que, aplicado o raciocínio “Quem_______, ________”, o resultado forem dois complementos, um “sem preposição,
mais alguma coisa ou alguém” e outro “com preposição, mais alguma coisa ou alguém”, e vice-versa, (e somente
nesses casos!), os verbos que preencherão essas lacunas serão transitivos diretos e indiretos; e
Exemplos:
• Ofereci comida aos famintos (Quem oferece, oferece alguma coisa a alguém).
• Avisei os alunos de que haveria aula (Quem avisa, avisa alguém de alguma coisa).
• O professor devolveu o livro do aluno (Quem devolve, devolve alguma coisa de alguém).
• O vereador doava seu salário aos pobres (Quem doa, doa alguma coisa a alguém).
4ª) sempre que, aplicado o raciocínio “Quem_______, ________”, o resultado não for “alguma coisa ou alguém”, os verbos que
preencherão essas lacunas não serão transitivos, isto é, só poderão ser intransitivos (tendo sentido) ou de ligação.
Exemplos:
• O menino adormeceu na sala de aula (Quem adormece, adormece em algum lugar).
O verbo adormecer, nesse caso, tem sentido e não liga predicativo: intransitivo.
• O menino parecia feliz (quem parece, parece).
O verbo parecer, nesse caso, não tem sentido por si só e liga um predicativo (feliz): de ligação.
10
S
• Resido em Passo Fundo (Quem reside, reside em algum lugar).
O verbo residir, nesse caso, tem sentido e não liga predicativo: intransitivo.
• O menino está triste (Quem está, está).
O verbo estar, nesse caso, não tem sentido por si só e liga predicativo: de ligação.
• O menino está na beira do rio (Quem está, está em algum lugar).
O verbo estar, nesse caso, não liga predicativo e o raciocínio não fechou em “alguma coisa ou alguém”: intransitivo.
• O menino adormeceu feliz (Quem adormece, adormece).
O verbo adormecer, nesse caso, intermedeia o sujeito e o predicativo, mas tem sentido: intransitivo.
EXERCÍCIO 01:
11
S
03. Substituição de complementos verbais:
Sempre que os complementos verbais, conforme sejam eles diretos ou indiretos, por algum motivo
(elegância, repetições, sonoridade...), tiverem de ser substituídos, haver-se-á de observar os princípios que se
seguem.
O objeto direto será substituído por o, a, os, as.
Exemplos:
• Comprei um automóvel.
Comprei-o.
• Aluguei uma casa.
Aluguei-a.
• Adquiri dois cavalos.
Adquiri-os.
• Vendi algumas casas.
Vendi-as.
Observações:
1ª) após verbos acabados em r, s ou z, essas letras desaparecem e o, a, os, as transformam-se em lo, la, los, las;
Exemplos:
• Quero comprar um carro.
Quero comprá-lo.
• Queremos um presente.
Queremo-lo.
• Fiz o tema ontem à noite.
Fi-lo ontem à noite.
2ª) após verbos de terminação nasal, o, a, os, as transformam-se em no, na, nos, nas;
Exemplos:
• Põe o carro na garagem.
Põe-no na garagem.
• Compraram um jegue.
Compraram-no.
12
Sintaxe
S
3ª) na substituição dos complementos direto e indireto, ao mesmo tempo, o, a, os, as transformam-se em lho, lha,
lhos, lhas;
Exemplos:
• Dei um lápis ao aluno.
Dei-lho.
• Entregamos os presentes aos idosos.
Entregamos-lhos.
4ª) os pronomes pessoais oblíquos me, te, se, nos e vos ora substituem complementos verbais diretos, ora indiretos; e
Exemplos:
• Ele me esperou durante dois anos (Quem espera, espera alguém / VTD: o me é objeto direto).
• Ele me obedece (Quem obedece, obedece a alguém / VTI: o me é objeto indireto).
• Todos te estimam (Quem estima, estima alguém / VTD: o te é objeto direto).
• Todos te desobedecem (Quem desobedece, desobedece a alguém / VTI: o te é objeto indireto).
Exemplos:
• Vimo-nos imediatamente no estádio.
• Esperamo-vos em nossa festa.
• Perdoamo-nos mutuamente.
EXERCÍCIO 02:
13
Sintaxe
S
06. Oferecemos um picolé ao aluno. – __________________________________________________________________
07. Ofereceram um picolé ao aluno. – __________________________________________________________________
08. Ofereci um picolé ao aluno. – ______________________________________________________________________
09. Oferecemos um picolé ao aluno. – __________________________________________________________________
10. Ofereceram um picolé ao aluno. – __________________________________________________________________
11. Ofereci um picolé ao aluno. – ______________________________________________________________________
12. Deram flores à noiva. – ____________________________________________________________________________
13. Deram flores à noiva. – ____________________________________________________________________________
14. Deram flores à noiva. – ____________________________________________________________________________
15. Fiz ótimos trabalhos. – ____________________________________________________________________________
16. Fizemos ótimos trabalhos. – _______________________________________________________________________
17. Fizeram ótimos trabalhos. – _______________________________________________________________________
18. Faço ótimos trabalhos sempre. – ___________________________________________________________________
19. Dei conselhos ao aluno. – _________________________________________________________________________
20. Dei conselhos ao aluno. – __________________________________________________________________________
Como se sabe, verbos e nomes, por vezes, regem (exigem) preposições após eles.
Exemplos:
• O menino gosta de frutas.
• O jovem confia em amigos.
• O rapaz luta por um futuro digno.
• O idoso luta contra as doenças.
• O campeão lutou com o desafiante.
• A necessidade de amigos asfixia as pessoas.
• A confiança em Deus anima os cristãos.
14
Sintaxe
S
Quando períodos simples transformam-se em compostos e, para ligar suas orações, são usados pronomes
relativos (que, quem, cujo, onde, o qual), as preposições continuam sendo exigidas por verbos ou nomes, porém,
no seu emprego, ocorrem deslocamentos.
Exemplos:
• As frutas são silvestres.
• Eu gosto de frutas.
►As frutas de que eu gosto são silvestres.
• Os amigos são sinceros.
• Eu confio em amigos.
►Os amigos em quem eu confio são sinceros.
• Os livros contam histórias interessantes.
• Eu confio em livros.
►Os livros em que eu confio contam histórias interessantes.
• O livro era ótimo.
• Ele comprou o livro.
►O livro que ele comprou (VTD: sem preposição) era ótimo.
EXERCÍCIO 03:
15
Sintaxe
S
10. O aluno ________________________resposta eu confio é este (cuja, de cuja, em cuja, em cuja a).
11. A cidade ________________________bairro eu moro é grande (cujo, por cujo, em cujo, em cujo o).
12. A doença _______________________sintoma luto é grave (cujo, contra cujo, contra cuja, contra cujo o).
13. A profissão _____________________ideais luto é nobre (por cuja, por cuja a, por cujos, por cujos os).
14. O curso ________________________aluna ensinei é ótimo (cuja, cuja a, a cuja, a cuja a).
15. A escola ________________________diretor obedeço é ótima (cuja, à cuja, cujo, ao cujo, a cujo).
16. O colégio _______________________diretora obedeço é ótimo (cujo, ao cujo, a cujo, à cuja, a cuja).
17. Este é um texto ________________ ajuda eu não o teria escrito (cujo, sem cujo, por cujo, sem cuja).
18. Esta é uma turma ______________ direitos dos alunos eu luto (cuja, por cuja, por cujos, cujos os).
19. Este é o banco _________________ gerência eu busco (cujo, cuja, cujo o, cuja a, a cuja, de cuja a).
20. Esta tarefa _____________________ resultados luto é nobre (contra cuja, contra cujo, por cuja, por cujos).
21. A diretora _____________________ sempre obedeci era bondosa (que, a qual, de que, à qual, por qual).
22. A briga ________________________ me impus foi séria (contra a qual, contra cuja, contra à qual).
23. A escola _______________________ diretora obedeço é grande (a cuja, cuja a, à cuja, a cuja a, à cuja a).
24. O livro _________________________ mais admirei fora bem escrito (que, a que, de que, por que).
25. O diretor ______________________ mais gostei era honestíssimo (que, quem, qual, do qual, a que).
Dentre milhares de verbos cuja identificação da regência segue princípios comuns (casos já vistos), existem
cerca de duas dezenas que exigem tratamento especial. Isso ocorre devido ao fato de, dependendo de algumas
circunstâncias, ocorrer mudanças bruscas de transitividade.
Quando se diz, por exemplo, “O idoso adoeceu”, basta aplicar o raciocínio “Quem adoece, adoece”, e já se
saberá que se trata de um verbo intransitivo.
De igual sorte, quando se diz “Comprei um computador”, basta aplicar o raciocínio “Quem compra, compra
alguma coisa” e, pela conclusão “alguma coisa”, já se sabe que se trata de um verbo transitivo direto. Ou, então,
“Eu gosto de meus alunos”, aplicando-se o raciocínio “Quem gosta, gosta de alguém”, já se conclui que o verbo é
transitivo indireto.
16
Sintaxe
S
Todavia, nem todos os verbos se comportam assim. Alguns (poucos) exigem que, em vez de simplesmente
aplicar o raciocínio, se faça uma pergunta: qual o sentido desse verbo no caso concreto?
No rol dessas particularidades, por exemplo, figura o verbo “aspirar” que, a fim de identificar sua real
regência, dever-se-á ver se, no caso concreto, ele está sendo empregado no sentido de “almejar, desejar, querer
muito” ou no sentido de “inspirar, sorver, pôr para dentro”. No primeiro caso, ele estará sendo empregado como
transitivo indireto e regerá a preposição “a” (a, à, ao, aos); no segundo, como transitivo direto e, então, não exigirá
preposição;
Exemplos:
• O aluno aspira (almeja, deseja, quer muito) à aprovação.
• O aluno aspira (almeja, deseja, quer muito) a oportunidades especiais.
• O aluno aspira (almeja, deseja, quer muito) ao cargo de presidente do grêmio estudantil.
• O aluno aspira (almeja, deseja, quer muito) aos prêmios dos vencedores.
• O aluno aspira (inspira, sorve, põe para dentro) a brisa matinal.
• O aluno aspira (inspira, sorve, põe para dentro) o sopro do vento.
• O aluno aspira (inspira, sorve, põe para dentro) as fragrâncias das flores.
• O aluno aspira (inspira, sorve, põe para dentro) os sopros do vento.
* Nas atividades que se seguem, você terá a oportunidade de exercitar os principais casos especiais de regência.
17
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 04:
Aspirar:
1) significando almejar, desejar, querer muito: transitivo indireto (preposição a); e
2) significando inspirar, sorver, pôr para dentro: transitivo direto.
18
Sintaxe
S
Assistir:
1) significando ver, estar presente, presenciar: transitivo indireto (preposição a);
2) significando socorrer, ajudar, prestar assistência: transitivo direto;
3) significando morar, residir, habitar: intransitivo (adjunto adverbial com a preposição em); e
4) significando caber, pertencer, ter direito: transitivo indireto pronominal (pronome lhe).
19
Sintaxe
S
Visar:
1) significando almejar, desejar, querer muito: transitivo indireto (preposição a);
2) significando examinar, conferir, dar visto: transitivo direto; e
3) significando mirar, apontar, fazer pontaria: transitivo direto.
20
Sintaxe
S
Preferir:
No emprego deste verbo, não se podem usar expressões como as que se seguem:
a) prefiro mais isto do que aquilo;
b) prefiro mais isto que aquilo;
c) prefiro antes isto do que aquilo;
d) prefiro antes isto que aquilo...
Seu emprego deve seguir esta construção: prefiro isto a aquilo; isto é, há que se preferir sempre uma coisa a
outra coisa!
Observe:
21
Sintaxe
S
Proceder:
1) significando realizar, fazer, dar prosseguimento: transitivo indireto (preposição a); e
2) significando ter origem, provir: intransitivo (adjunto adverbial com preposição de).
Implicar:
1) significando implicar, ter implicância: transitivo indireto (preposição com);
2) significando envolver, propiciar envolvimento: transitivo direto e indireto (preposição em); e
3) significando acarretar, trazer como consequência: transitivo direto.
22
Sintaxe
S
e) Isso implica __________ (mudar tudo, em mudar tudo).
f) Estudo implica __________ (cansaço, em cansaço, com cansaço).
g) Inflação implica __________ (perdas salariais, em perdas salariais).
h) O aluno __________ implico é este (que, em que, com que, de que).
i) O caso __________ me implicaram é sério (que, em que, com que, de que).
j) A venda __________ negócio me implicaram foi má (cujo, em cujo, com cujo).
k) O cansaço __________ estudar implica é enorme (que, em que, de que, a que).
l) A briga __________ discussão me implicaram foi feia (cuja, em cuja, à cuja).
Lembrar:
1) pronominal com verbo e pronome na mesma pessoa: transitivo indireto (preposição de);
2) complementado por verbo no infinitivo: transitivo indireto (preposição de);
3) pronominal com verbo e pronome de pessoas diferentes: transitivo direto;
4) emprego sem pronome: transitivo direto;
5) significando informar, advertir: transitivo direto e indireto pronominal (preposição de); e
6) significando não lembrar coisas desagradáveis: intransitivo.
23
Sintaxe
S
m) Ele não lembra __________ dito aquilo (ter, de ter, em ter, por ter).
n) Ele não lembrou __________ à festa (que tinha de ir, de que tinha de ir).
o) Lembrei-a __________ deveria fazer a prova (que, de que, a que).
p) Lembrei-lhe __________ deveria fazer a prova (que, de que, a que).
Morar:
O verbo morar, tal quais seus seguidores (residir, situar-se, habitar), acrescidos dos nomes deles derivados (mo-
rador, residente, situado, habitante, habitado, habitando), exige sempre a preposição em (no, na, nos, nas), jamais
a (a, as, à, às, ao, aos)!
Constar:
1) significando ser composto, ser constituído: transitivo indireto (preposição de); e
2) significando estar contido, intransitivo: (adjunto adverbial com a preposição em).
24
Sintaxe
S
a) Meu nome consta __________ lista de aprovados (da, na).
b) Isso não consta __________ programa do concurso (do, no).
c) Meu nome nunca constou __________ lista de aprovados (em uma, de uma).
d) O programa do concurso consta __________ muitos itens (em, de).
e) A lista __________ consta meu nome é extensa (que, de que, em que).
f) Os itens __________ consta o programa são muitos (que, em que, de que).
g) O rol __________ constou meu nome desapareceu (que, de que, em que).
h) O concurso _________ lista consta meu nome foi difícil (cujo, cuja, em cuja, de cujo).
i) A lista __________ constou meu nome era extensa (a qual, da qual, na qual).
j) O resultado _____ lista constou meu nome foi ótimo (cuja, em cuja, de cuja).
Custar:
1) significando ser difícil, ser custoso, causar incômodos, sacrifício, prejuízos, fica na terceira pessoa do singular,
segue-se de verbo no infinitivo, aceita, facultativamente, a preposição a e a concordância é feita pelo pronome
oblíquo átono; e
2) significando ter valor: intransitivo.
Observe:
25
Sintaxe
S
a) __________ a encontrar um amigo (Custei, Custou-me).
b) __________ entender o assunto (Custou, Custou-te).
c) __________ a vencer o desafio (Custa ele, Custa-lhe).
d) __________ sair da dificuldade (Custam, Custa-lhes).
e) __________ a vencer o medo (Custamos, Custou-nos).
f) __________ acabar o tema (Custaste, Custou-te).
g) __________ ser feliz (Custas, Custa-te).
h) __________ ser feliz (Que eu não custe, Que não me custe).
Agradar:
1) significando causar satisfação, ser agradável, gentil: transitivo indireto (preposição a); e
2) significando fazer agrados, acariciar, acarinhar: transitivo direto.
26
Sintaxe
S
r) Agradaram o filho. – Agradaram- __________ (o, lhe, lo, no).
s) Sei agradar ao chefe. – Sei agradar- __________ (lo, lhe, o).
t) Agradamos ao diretor. – Agradamos- ___________ (o, lo, lhe, a ele).
Querer:
1) significando amar, estimar muito, querer bem: transitivo indireto (preposição a); e
2) significando desejar, cobiçar, querer ter: transitivo direto.
Simpatizar:
Este verbo, tal qual seu antônimo antipatizar, não aceita a forma pronominal.
27
Sintaxe
S
Observe:
a) Simpatizei-me com ele já no primeiro olhar (errado).
• Simpatizei com ele já no primeiro olhar (certo).
b) Antipatizou-se comigo ainda na chegada (errado).
• Antipatizou comigo ainda na chegada (certo).
c) Antipatizamo-nos com os adversários (errado).
• Antipatizamos com os adversários (certo).
Observe:
a) Vi e gostei do jogo (errado: ver, transitivo direto; gostar, transitivo indireto).
• Vi o jogo e gostei dele (certo).
b) Precisei e comprei o carro (errado: precisar, transitivo indireto; comprar, transitivo direto).
• Precisei do carro e comprei-o (certo).
c) Assisti e gostei do jogo (errado: assistir a e gostar de).
• Assisti ao jogo e gostei dele (certo).
d) Encontrei, abracei e beijei minha filha (certo: todos os verbos são transitivos diretos).
e) Sempre precisei e gostei de meu pais (certo: precisar de e gostar de).
28
Sintaxe
S
QUESTÕES DE PROVAS
03. (FGV) – Assinale a alternativa em que a regência verbal está de acordo com a norma culta.
a) As crianças, obviamente, preferem mais os doces do que os legumes e verduras.
b) Assista uma TV de LCD pelo preço de uma de projeção e leve junto um Home Theater!
c) O jóquei Nélson de Sousa foi para Inglaterra visando títulos e euros.
d) Construir impérios a partir do nada implica inovação e paixão pelo risco.
e) A Caixa Econômica informou os mutuários que não haverá prorrogação de prazos.
04. (ESPM) – Embora de ocorrência frequente no cotidiano, a gramática normativa não aceita o uso do mesmo
complemento para verbos com regências diferentes. Esse tipo de transgressão só não ocorre na frase:
a) Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de toda a política externa brasileira (Clóvis Rossi).
b) Educador é todo aquele que confere e convive com esses conhecimentos (J. Carlos de Sousa).
c) Vi e gostei muito do filme “O Jardineiro Fiel” cujo diretor é um brasileiro.
d) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela aspira.
e) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase que simultaneamente.
29
Sintaxe
S
05. (FEI) – Assinale a alternativa em que haja erro de regência verbal:
a) Deu-lhe um belo presente de aniversário.
b) Levei-o ao médico esta manhã.
c) Gostamos desse novo filme.
d) Fui no cinema ontem.
e) O lenço caiu ao chão.
06. (Fiocruz) – Assinale a frase onde a regência do verbo assistir está errada:
a) Assistimos um belo espetáculo de dança a semana passada.
b) Não assisti à missa.
c) Os médicos assistiram os doentes durante a epidemia.
d) O técnico assistiu os jogadores.
e) Assistirei o jogador depois de assistir ao jogo.
07. (UNIMEP) – Quando implicar tem sentido de “acarretar”, “produzir como consequência”, constrói-se a oração
com objeto direto, como se vê em:
a) Quando era pequeno, todos sempre implicavam comigo.
b) Todos implicam com gremistas.
c) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastos.
d) O atraso no pagamento do carnê implica em juros.
e) Uma nova briga implicará situação desconfortável.
08. (ITA) – O programa Mulheres está mudando. Novo cenário, novos apresentadores, muito charme, mais
informação, moda, comportamento e prestação de serviços. Assista, amanhã, a revista eletrônica feminina que
é a referência do gênero na TV.
O verbo “assistir”, empregado em linguagem coloquial, está em desacordo com a norma culta.
Erro semelhante ocorreu em:
a) Sempre quis assistir a esse programa.
b) Gosto desse programa e sempre assisto a ele.
c) O programa é ótimo e assistir-lhe é tudo o que quero.
d) Ao programa, assisto a ele sempre.
e) Assistir à revista eletrônica é tudo de bom.
30
Sintaxe
S
09. (UFPa) – Assinale a alternativa que contém as respostas certas:
I – Visando os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda sua família.
II – Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro.
III – Desde criança, sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde.
IV – Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou.
a) II - III – IV;
b) I - II – III;
c) III - II – IV;
d) II – III;
e) I – II.
11. (PUC) – A frase em que a relação entre os verbos e seu complemento está corretamente expressa é:
a) Ontem conhecemos e simpatizamos muito com seu amigo.
b) Ela comete e depois se arrepende dos desatinos.
c) Aprovo sua proposta, mas não concordo inteiramente.
d) Ele não se esqueceu nem perdoou a ofensa.
e) Presenciamos e deploramos a reação do atleta.
31
Sintaxe
S
13. (PUC) – O período "Verdade é que se lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão..." apresenta re-
gência verbal que obedece ao padrão culto da língua.
Escolha, entre as alternativas a seguir, aquela que, também, é aceita pelo padrão culto da língua:
a) Verdade é que lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão...
b) Verdade é que lembrava que D. Maria podia com muito justa razão...
c) Verdade é que se lhe lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão...
d) Verdade é que lhe lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão...
e) Verdade é que o lembrava que D. Maria podia com muito justa razão...
14. (UFPel) – A frase que não apresenta problema(s) de regência, considerando a língua escrita, é:
a) Preferiu sair antes do que ficar até o fim da peça.
b) O cargo a que todos visavam já foi preenchido.
c) Lembrou de que precisava voltar ao trabalho.
d) As informações que dispomos não são suficientes para esclarecer o caso.
e) Não tenho dúvidas que ele chegará breve.
32
Sintaxe
S
17. (UGF) – Assinale a frase em que há erro de regência verbal.
a) O desmatamento implica destruição e fome.
b) Chegamos na cidade antes do anoitecer.
c) Jonas reside na Rua das Marrecas.
d) Avisei-o de que devia partir.
e) Os ambientalistas assistiram a uma conferência.
19. (Ufac) – Assinale a alternativa correta segundo o padrão culto da Língua Portuguesa, considerando a regência
verbal:
a) Os brasileiros desobedecem o código de trânsito.
b) Crianças corriam e pulavam-se no jardim.
c) Ontem assisti a um ótimo filme.
d) Os impostos devem ser pagos a Prefeitura.
e) Os vencedores se confraternizaram com os organizadores do evento.
21. (FUMEC) – Em relação à regência do verbo assistir, todas as alternativas estão corretas, exceto:
a) Assistimos ontem um belo filme na televisão.
b) Os médicos assistiram os doentes durante a guerra.
c) O técnico assistiu os jogadores no treino.
d) Assistiremos amanhã a uma missa de sétimo dia.
e) Machado de Assis assistia em Botafogo.
33
Sintaxe
S
22. (Mackenzie) – Indique a alternativa correta:
a) Prefiro correr do que nadar.
b) Prefiro mais correr que nadar.
c) Prefiro mais correr a nadar.
d) Prefiro correr a nadar.
e) Prefiro correr à nadar.
24. (UEPB) – “Apesar de algumas preocupações do poder central pelo nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e
sul são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.” (Correio da Paraíba, 24/05/05)
Nesse trecho, ocorrem duas falhas consideradas graves: uma de regência e outra de pontuação. Marque, entre
as propostas abaixo, a única alternativa que atende à norma padrão:
a) “Apesar de algumas preocupações do poder central com o nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e sul,
são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.”
b) “Apesar de algumas preocupações do poder central pelo nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e sul, são
como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.”
c) “Apesar de algumas preocupações do poder central com o nordeste, ainda as duas regiões nordeste e sul,
são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.”
d) “Apesar de algumas preocupações do poder central pelo nordeste ainda as duas regiões nordeste e sul, são
como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.”
e) “Apesar de algumas preocupações do poder central com o nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e sul
são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.”
34
Sintaxe
S
25. (TRE) – Observe a regência dos verbos das frases reescritas nos itens a seguir:
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos inimigos de hipócritas;
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu desprezo por tudo;
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O funcionário esqueceu-se do
importante acontecimento.
Frase(s) reescrita(s) com a regência correta:
a) I apenas;
b) II apenas;
c) III apenas;
d) I e III apenas;
e) I, II e III.
PROVA COMPLETA
Fundação Carlos Chagas
Nível médio
LÍNGUA PORTUGUESA
Tendo em vista a textura volitiva da mente individual, a perene tensão entre o presente e o futuro nas nossas
deliberações, entre o que seria melhor do ponto de vista tático ou local, de um lado, e o melhor do ponto de vista
estratégico, mais abrangente, de outro, resulta em conflito.
Comer um doce é decisão tática; controlar a dieta, estratégica. Estudar (ou não) para a prova de amanhã é
uma escolha tática; fazer um curso de longa duração faz parte de um plano de vida. As decisões estratégicas, assim
como as táticas, são tomadas no presente. A diferença é que aquelas têm o longo prazo como horizonte e visam à
realização de objetivos mais remotos e permanentes.
O homem, observou o poeta Paul Valéry, “é herdeiro e refém do tempo”. A principal morada do homem está no
passado ou no futuro. Foi a capacidade de reter o passado e agir no presente tendo em vista o futuro que nos tirou
35
Sintaxe
S
da condição de animais errantes. Contudo, a faculdade de arbitrar entre as premências do presente e os objetivos
do futuro imaginado é muitas vezes prejudicada pela propensão espontânea a atribuir um valor desproporcional
àquilo que está mais próximo no tempo.
Como observa David Hume, “não existe atributo da natureza humana que provoque mais erros em nossa
conduta do que aquele que nos leva a preferir o que quer que esteja presente em relação ao que está distante e
remoto, e que nos faz desejar os objetos mais de acordo com a sua situação do que com o seu valor intrínseco”.
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Autoengano. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, edição digital)
36
Sintaxe
S
3. Contudo, a faculdade de arbitrar entre as premências do presente e os objetivos do futuro imaginado... (3º parágrafo)
O elemento sublinhado acima introduz, em relação ao que se afirmou antes, uma
(A) conclusão.
(B) oposição.
(C) causa.
(D) consequência.
(E) finalidade.
4. Foi a capacidade de [...] agir no presente tendo em vista o futuro que nos tirou da condição de animais errantes.
(3º parágrafo)
Uma redação alternativa para o trecho acima, escrita com correção e lógica, está em:
(A) À medida que tivermos a capacidade de agir no presente considerando o futuro, sairíamos da condição de
animais errantes.
(B) Uma vez que tivéssemos tido a capacidade de vislumbrar o futuro, ao tomarmos uma decisão no presente,
deixemos a condição de animais errantes.
(C) Por termos tido a capacidade de agir no presente visando o futuro, viemos a sermos tirados da condição de
animais errantes.
(D) Em razão da capacidade de considerar o futuro ao agir no presente, deixamos a condição de animais erran-
tes.
(E) Conforme a capacidade de agir, no presente com olhos postos no futuro, teremos sido tirados da condição
de animais errantes.
5. O homem [...] “é herdeiro e refém do tempo”. A principal morada do homem está no passado ou no futuro. (3º parágrafo)
Considerado o contexto, o sentido do que se diz acima está corretamente reproduzido em um único período em:
(A) O homem, cuja principal morada está no passado ou no futuro, é herdeiro e refém do tempo.
(B) A principal morada do homem está no passado ou no futuro, mas este é herdeiro e refém do tempo.
(C) A principal morada do homem, na qual é herdeiro e refém do tempo, está no passado ou no futuro.
(D) O homem é herdeiro e refém do tempo, conquanto sua principal morada esteja no passado ou no futuro.
(E) Embora o homem seja herdeiro e refém do tempo, sua principal morada está no passado ou no futuro.
37
Sintaxe
S
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 6 a 11.
Seis de janeiro, Epifania ou Dia de Reis (em referência aos reis magos), fecha o ciclo natalino que, entre os romanos,
festejava o renascimento do sol depois do solstício de inverno (o dia mais curto do ano).
Era uma festa de invocação do sol, pelo fim das noites invernais. Durante esses festejos pagãos, os papéis sociais
se confundiam. Havia troca de presentes e de identidades. O escravo assumia o lugar de senhor, o homem se vestia de
mulher − como se, para agradar à natureza, tivéssemos de reconhecer a arbitrariedade das convenções culturais.
Nesse intervalo de poucos dias, o homem aceitava como natural o que por convenção as relações sociais e de poder
não permitiam. Ameaçado pelos caprichos da natureza, reconhecia que as coisas são mais complexas do que estamos
dispostos a ver.
É plausível que Shakespeare tenha escrito “Noite de Reis”, segundo Harold Bloom sua comédia mais bem-sucedida,
pensando nessa carnavalização solar, para comemorar a Epifania. A peça conta a história de Viola e Sebastian, gêmeos
que naufragam ao largo do que hoje seria Croácia, Montenegro ou Albânia, e que no texto se chama Ilíria. Viola acredita
que o irmão se afogou. Ao oferecer seus serviços ao duque de Ilíria, ela se disfarça de homem, assumindo o nome de
Cesário. É o suficiente para pôr em andamento uma comédia de erros na qual as identidades serão confrontadas com a
relatividade das nossas convicções.
O sentido irônico do subtítulo da peça − “o que bem quiserem ou desejarem” − dá a entender que os desejos desafiam
as convenções que os encobrem. As convenções se modificam conforme a necessidade. Os desejos as contradizem.
Identidade e desejo são muitas vezes incompatíveis.
É o que reivindica a filósofa Rosi Braidotti. Braidotti critica a banalização dos discursos identitários, uma incapacidade
de lidar com a complexidade, análoga às soluções simplistas que certos discursos contrapõem às contradições. Diante da
complexidade, é natural seguir a ilusão das respostas mais simples.
Sob a graça da comédia, Shakespeare trata da fluidez das identidades. Epifania tem a ver com a luz, com o
entendimento e a compreensão. Mas para voltar a ver e compreender é preciso admitir que as contradições são parte
constitutiva do mundo. A democracia, em sua imperfeição e irrealização permanentes, depende disso.
38
Sintaxe
S
6. Depreende-se do texto que, durante os festejos romanos mencionados,
(A) ritos pagãos de veneração à natureza mesclavam-se a manifestações religiosas para homenagear os reis
magos.
(B) havia troca de presentes entre senhores e escravos, cujos papéis sociais, entretanto, não se confundiam.
(C) eram aceitas com naturalidade certas trocas de identidade habitualmente proibidas pela organização so-
cial.
(D) pessoas do povo recuperavam tradições culturais que haviam sido abolidas pelas classes dominantes.
(E) tradições religiosas eram temporariamente suspensas e retomadas após o solstício.
39
Sintaxe
S
9. É plausível que Shakespeare tenha escrito “Noite de Reis” [...] para comemorar a Epifania. A peça conta a histó-
ria de Viola e Sebastian, gêmeos que naufragam ao largo do que hoje seria Croácia, Montenegro ou Albânia...
(4º parágrafo)
Está correta a redação da seguinte frase, em que se contemplam as principais ideias do segmento transcrito
acima:
(A) Conforme se atribui à Shakespeare a comemoração da Epifania por meio da peça “Noite de Reis”, em que
conta-se a história dos gêmeos Viola e Sebastian, que naufragam ao largo do que hoje seria Croácia, Mon-
tenegro ou Albânia.
(B) Admite-se que “Noite de Reis”, de Shakespeare, em cuja a peça se conta a história dos gêmeos, Viola e
Sebastian, que naufragam ao largo do que hoje seria Croácia, Montenegro ou Albânia, fora escrita em co-
memoração à Epifania.
(C) A peça “Noite de Reis”, em que se conta a história dos gêmeos Viola e Sebastian, naufragados ao largo do
que hoje seria Croácia, Montenegro ou Albânia, pode ter sido escrita por Shakespeare em comemoração
da Epifania.
(D) A fim de comemorar a Epifania, conforme se atesta, Shakespeare escreveu “Noite de Reis”, peça à qual re-
vela a história dos gêmeos Viola e Sebastian naufragando ao largo do que hoje seria Croácia, Montenegro
ou Albânia.
(E) A partir da presunção de que Shakespeare escrevera “Noite de Reis” em comemoração à Epifania, têm-se,
na peça, a história dos gêmeos Viola e Sebastian cujo naufrágio se deu ao largo do que hoje seria Croácia,
Montenegro ou Albânia.
40
Sintaxe
S
(B) Na medida em que nossas convicções sociais são relativas, não surpreendem que as noções de identidade
sejam confrontadas a elas.
(C) Deve ser visto como fator inerente à consolidação da democracia as contradições que existem na sociedade.
(D) As convenções sociais podem ser assimiladas com clareza, mas o desejo que lhes confrontam costumam
ser incompreensíveis.
(E) Demanda a democracia, sistema em permanente construção, o reconhecimento de que contradições são
inerentes às sociedades humanas.
Renato Janine Ribeiro: A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcançar. Somos bombardeados
diariamente sobre novidades na produção do hardware e do software dos computadores. O indivíduo tem um computador
e, em pouco tempo, é lançado outro mais potente. Talvez em breve as pessoas se convençam de que não há necessidade
de uma renovação tão frequente. A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de seus computadores.
Devemos sempre lembrar que as invenções existem para nos servir, e não o contrário. Quer dizer, a demanda é que as
pessoas se adaptem às máquinas, e não que as máquinas se adaptem às pessoas.
Flávio Gikovate: Tenho a impressão de que isso não ocorre só com a tecnologia. Tenho a sensação de que sempre
chegamos tarde. As pessoas compram muitas coisas desnecessárias. Veja o caso das roupas: só porque a cintura da calça
subiu ou desceu ligeiramente, elas trocam todas as que possuíam. Trata-se de um movimento em que as pessoas estão
sempre devendo.
(Adaptado de: GIKOVATE, Flávio & RIBEIRO, Renato Janine. Nossa sorte, nosso norte. Campinas: Papirus, 2012)
41
Sintaxe
S
(D) No segmento e não o contrário (1º parágrafo), o autor reforça a ideia de que as invenções existem para
servir às pessoas.
(E) Com o uso do termo bombardeados (1º parágrafo), o autor conclui que, se fosse possível, as pessoas pre-
feririam ser menos dependentes da tecnologia.
13. Flávio Gikovate: Tenho a impressão de que isso não ocorre só com a tecnologia. (2º parágrafo)
Transposto para o discurso indireto, o trecho acima assume a seguinte redação:
(A) Flávio afirmou que tinha a impressão de que isso não ocorria só com a tecnologia.
(B) Flávio disse que teria a impressão de que isso não ocorrerá só com a tecnologia.
(C) Flávio afirmou que teve a impressão de que isso não ocorreria só com tecnologia.
(D) Tem-se a impressão, conforme afirma Flávio, de que isso não ocorrerá só com a tecnologia.
(E) Flávio disse que tinha a impressão de que isso não ocorreu só com a tecnologia.
14. No contexto, o verbo que pode ser flexionado no singular, sem prejuízo das relações de sentido e da correção,
está sublinhado em:
(A) A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de seus computadores.
(B) que as invenções existem para nos servir.
(C) que as máquinas se adaptem às pessoas.
(D) elas trocam todas as que possuíam.
(E) A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcançar.
42
Sintaxe
S
GABARITO
43
Sintaxe
S
Implicar: Constar: Querer: 18-E
a) na a) na a) ao 19-C
b) renúncia b) no b) à 20-E
c) com o filho c) em uma c) o 21-A
d) em um processo d) de d) a 22-D
e) mudar tudo e) em que e) uma 23-E
f) cansaço f) de que f) um 24-A
g) perdas salariais g) em que g) que 25-C
h) com que h) em cuja h) a cuja
i) em que i) na qual i) o qual Prova completa:
j) em cujo j) em cuja j) a qual 01-D
k) em que k) ao qual 02-E
l) em cuja Custar: l) à qual 03-D
a) Custou-me m) a 04-D
Lembrar: b) Custou-te n) lo 05-A
a) de um c) Custa-lhe o) lhe 06-C
b) um d) Custa-lhes p) lhe 07-A
c) um e) Custou-nos 08-B
d) do f) Custou-te Regências diferentes: 09-C
e) o g) Custa-te a) Assisti ao jogo e odiei-o. 10-D
f) de entregar h) Que não me custe b) Vi o espetáculo e gostei dele. 11-E
g) de que c) Entrei na sala e saí dela. 12-D
h) que Agradar: d) Gosto de carros e compro-os. 13-A
i) que a) ao e) Assisti ao jogo e admirei-o. 14-A
j) cujo b) à f) Obedeço a meu pai e respeito-o.
k) cujo c) o
g) Gosto do cargo e aspiro a ele.
l) de cujo d) a
h) Visava ao cargo, mas o odiava.
m) de ter e) a um
n) de que tinha de ir f) ao Questões de provas:
o) de que g) a que
01-E
p) que h) a que
02-A
i) que
03-D
Morar: j) que
04-D
a) na k) ao qual
05-D
b) na l) à qual
06-A
c) na m) cujos
07-E
d) em n) a cujo
08-C
e) em que o) a cujo
09-A
f) na p) o
10-E
g) na qual q) lo
11-E
h) em que r) no
12-E
i) na s) lhe
13-B
j) na t) lhe
14-B
k) no qual 15-B
l) na qual 16-A
m) na 17-B
44
ÚLTIMAS PALAVRAS
Olá, amigos!
Estamos encerrando – sem encerrar, pois desse assunto, tal qual das classes gramaticais, não nos separaremos
nunca mais – o estudo da regência verbal (estudo das exigências do verbo).
Termos visto, nas páginas que ora ficam para trás, os verbos que não exigem complemento (como tais, só
aceitam modificadores: advérbios ou locuções adverbiais), abre-nos um campo quase infindável de estudo. Será,
graças a isso, fácil localizar, mais adiante, os adjuntos e as orações adverbiais, penetrando, também, nos meandros
mais recatados da pontuação e da crase.
Não menos importante o foi o estudo dos verbos transitivos. A partir disso, descortina-se à nossa frente, um
horizonte ainda mais amplo, mais claro e mais promissor. Daí, por exemplo, será possível desvendar a maior parte
da análise sintática – seja ele interna ou externa –, da concordância, envolvendo a partícula se, das vozes verbais,
da crase e da pontuação.
A compreensão, por fim, da natureza dos verbos de ligação fará com que também fique facilitado o domínio de
muitos outros assuntos: a análise sintática – interna e externa –, a concordância verbal e, pelo trato ao predicativo,
a pontuação.
Evidentemente que tantas vantagens nunca viriam sem uma contrapartida. Para gozar de tantos benefícios,
será fundamental, primeiramente, manter a cabeça bem aberta (aceitando a realidade de que cada caso será
sempre um novo caso) e, depois, garantir um ritmo cada vez mais intenso de estudos.
Portanto, e de fato, estamos vencendo mais um conteúdo que, uma vez bem entendido, embasará tudo
quanto ainda está por vir, isto é, dará o indispensável suporte a nosso promissor porvir.
Um abraço!
Parceiro de escalada!
Desvendados os mistérios relativos às exigências dos verbos, é chegada a hora de abordamos – de forma
praticamente inédita – esses mesmos mistérios, porém relacionados, agora, aos nomes (substantivo, adjetivo e
advérbio).
Ora, isso traz danos terríveis à compreensão de vários assuntos futuros. Afinal, tais quais os complementos e os
modificadores verbais, complementos e modificadores nominais revestem-se da mesma (e enorme!) importância.
Lá, vimos três tipos de verbos – intransitivos, transitivos e de ligação –, cada um organizando uma parte dos
conteúdos vindouros. Pois aqui, também, e igualmente, caberá aos dois tipos de nomes – transitivo e intransitivo –
a responsabilidade de organizar desdobramentos incrivelmente interessantes e úteis.
Mas, como dito acima, e talvez pela primeira vez na história do idioma lusitano, organizaremos didaticamente
bem esse conteúdo e clarearemos, com isso, uma série de outros assuntos até aqui nebulosos.
Bom proveito!
S
REGÊNCIA NOMINAL
Antes de invadirmos a nova seara, mostra-se necessário recordarmos alguns conteúdos já vistos na morfologia
e absolutamente indispensáveis à compreensão desta matéria:
1. como o vocábulo verbal sempre lembrará verbo; o vocábulo nominal haverá de ser associado, sempre
que aparecer, a nome;
2. o vocábulo nome, em Língua Portuguesa, terá de ser sempre associado a substantivo, adjetivo ou advérbio;
3. como visto na morfologia, essas classes (substantivo, adjetivo e advérbio) nunca poderão ser apresenta-
das em listas de palavras, haja vista que nenhum vocábulo do idioma pertencerá sempre a uma mesma
classe, tampouco qualquer um deles pertencerá a apenas uma dessas classes;
4. substantivo é qualquer vocábulo da Língua Portuguesa, mormente quando aparece determinado por um
artigo, por um numeral, por um pronome, ou, então, modificado por um adjetivo;
5. adjetivo é qualquer vocábulo da Língua Portuguesa, desde que modifique um substantivo; e
6. advérbio é qualquer vocábulo da Língua Portuguesa, desde que modifique um verbo, um adjetivo ou ou-
tro advérbio.
Pois bem, feitas essas observações e relembrados esses conteúdos morfológicos, organizemos a classificação
dos nomes segundo suas exigências.
Certamente ainda lembramos que os verbos ora exigem, ora não exigem complemento.
Deveremos, a partir daqui, lembrar que, tais quais os verbos, os nomes (substantivo, adjetivo e advérbio)
também ora exigem, ora não exigem complemento.
Quando transitivos, os verbos exigem complemento verbal, com ou sem preposição, que, por isso mesmo,
precisam ser divididos em objeto direto e objeto indireto.
Já os nomes, quando transitivos, exigem complemento sempre preposicionado e, por isso mesmo, ele se
chama simplesmente complemento nominal, dispensando qualquer outra classificação.
Aliás, essa maior simplicidade (nomes transitivos e nomes intransitivos, tão somente) reflete-se também no
fato de que não existem nomes transitivos diretos, transitivos indiretos ou transitivos diretos e indiretos. Como
também, diferentemente dos verbos, não existe nome de ligação.
48
Sintaxe
S
Os verbos intransitivos, por sua vez, não exigem complemento, mas aceitam modificadores, donde advêm,
morfologicamente, os advérbios (adjuntos adverbiais ou orações subordinadas adverbiais, na sintaxe).
Fenômeno análogo ocorre com os nomes intransitivos, conforme veremos a partir de agora.
Exemplos:
a) Comprei um porco.
• O vocábulo porco, nesse caso, é substantivo (nome!) e não exige que eu transite, isto é, não exige que eu
vá à frente. Ora, se, mesmo ele não exigindo, eu optar por prosseguir, poderei fazê-lo, a fim de lhe atribuir
um modificador (gordo, bonito, da colônia, de um morador da zona rural). Esse modificador, por sua vez,
chamar-se-á adjetivo (ou locução adjetiva), na análise morfológica, e adjunto adnominal, na análise sintá-
tica. Mas não complemento nominal!
b) Conheci uma mulher bonita.
• Aqui, o vocábulo bonita, com que se encerra a frase, é adjetivo (nome!) e também é intransitivo, pois
não exige que eu transite, haja vista ter sentido completo por si só. Mesmo não exigindo que eu prossiga,
poderei, todavia, fazê-lo, mas apenas para lhe dar um modificador, e não um complemento. Pois bem:
considerando que o modificador do adjetivo é advérbio, na análise morfológica, ele só poderá vir a ser
adjunto adverbial, na análise sintática.
c) Adormeci cedo.
• Nessa frase, o vocábulo cedo, modificador do verbo, é advérbio. Em sendo advérbio, é nome. Como esse
nome não exige que eu prossiga no enunciado, aceitando, por isso mesmo, ponto final, ele é intransitivo.
Todavia, sabe-se que, mesmo não cobrando que se vá adiante, nomes, tais quais verbos, permitem que se
o faça. Ora, ir além, para modificá-lo, significa avançar ao encontro de outro advérbio, na análise morfoló-
gica, e de um adjunto adverbial, na análise sintática.
49
Sintaxe
S
É conclusivo, pois, que, ao modificarmos nomes intransitivos, fá-lo-emos com adjetivos (modificadores do
nome substantivo) ou com advérbios (modificadores dos nomes adjetivo e advérbio). É conclusivo, também, que,
na análise sintática, esses modificadores transformar-se-ão em adjuntos, adnominais ou adverbiais (e não em
complementos nominais!).
Exemplos:
É conclusivo, pois, e aqui também, que, ao completarmos nomes transitivos, fá-lo-emos para lhes dar
complementos nominais, e não para lhes ofertar adjuntos ou objeto indireto.
Será importantíssimo, então, lembrar muito bem esses detalhes, pois serão eles que facilitarão a compreensão
dos adjuntos adverbiais, dos adjuntos adnominais e do complemento nominal, na análise sintática interna, e das
orações completivas nominais e adjetivas, na análise sintática externa.
50
Sintaxe
S
EXERCÍCIOS:
01. Considerando que as expressões em destaque, quando obrigatórias, serão complemento e, quando facultati-
vas, serão adjunto, resolva o exercício que se segue, utilizando, para tal, esta convenção:
A) complemento
B) adjunto
02. Considerando as expressões destacadas, identifique suas funções a partir do código abaixo:
A) objeto indireto (obrigatório e completa verbo)
B) complemento nominal (obrigatório e completa nome)
C) adjunto adnominal (facultativo e modifica substantivo)
D) adjunto adverbial (facultativo e modifica verbo, adjetivo e advérbio)
51
Sintaxe
S
01. ( ) Vendi bananas do nordeste.
02. ( ) Vendi bananas no nordeste.
03. ( ) Gostei do gosto de bananas.
04. ( ) Gostei de bananas do nordeste.
05. ( ) Aluguei uma casa de praia.
06. ( ) Sinto necessidade de praia.
07. ( ) Sempre necessitei de praia.
08. ( ) Sempre descansei na praia.
09. ( ) Obedecia à diretoria.
10. ( ) A obediência à diretoria rendeu-lhe bons lucros.
11. ( ) A reunião de diretoria foi ótima.
12. ( ) Prestou esclarecimento à diretoria.
13. ( ) Esclareceu à diretoria seus motivos.
14. ( ) Na diretoria, ele não esclareceu nada.
15. ( ) A existência de fraude complicou a diretoria.
16. ( ) Esclareço sempre as dúvidas do aluno.
17. ( ) A perplexidade de todos foi impressionante.
18. ( ) Ofereceu auxílio ao corrupto.
19. ( ) Cedeu um caderno ao colega.
20. ( ) Comprou um barril de vinho.
QUESTÕES DE PROVAS
52
Sintaxe
S
02. (Cesgranrio) – A regência nominal está adequada à norma-padrão em:
03. (Fuvest) – A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela
norma culta é:
a) O governador insistia em afirmar que o assunto principal seria “as grandes questões nacionais”, com o que
discordavam líderes pefelistas.
b) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do qual nem sequer pediu para integrar, a situação
dos outros países passou despercebida.
c) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a dedo aonde trabalhar, priorizando às empresas
com atuação social.
d) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um morador não muito consciente com a limpeza
da cidade.
e) O roteiro do filme oferece uma versão de como conseguimos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o
sonho à regra, a aventura à repetição.
a) em – de – para;
b) de – a – de;
c) por – de – com;
d)ede – com – para com;
e) com – a – a.
53
Sintaxe
S
05. (TJ–SP) – Indique onde há erro de regência nominal:
08. (FTM-ARACAJU) – A alternativa que completa corretamente as lacunas da frase “As mulheres da noite ___ o poe-
ta faz alusão ajudam a colorir Aracaju, ___ coração bate de noite, no silêncio” é:
a) as quais / de cujo;
b) a que / no qual;
c) de que / o qual;
d) às quais / cujo;
e) que / em cujo.
54
Sintaxe
S
09. (UCP) – Tenho medo______ o tempo ______ empreguei não me dê certeza ______ eu estava certo.
a) que / que / de que;
b) de que / que / de que;
c) porque / o qual / do qual;
d) de quem / o qual / de cujo;
e) de que / o qual / do qual.
10. (U-Pampa) – Somente uma das opções que se seguem preenche corretamente as lacunas. Marque-a:
A dúvida ______ ele estava certo era resultante do acordo ______ conteúdo ele sempre ignorou.
a) da qual / com cujo;
b) pela qual / de cujo;
c) a qual / por cujo;
d) sem a qual / em cujo;
e) da qual / cujo.
55
Sintaxe
S
13. (Catraca) – Marque a opção que completa corretamente a frase que se segue:
A luta ______ morte era a mesma que ele travava ______ vida.
a) pela / pela;
b) com a / com a;
c) contra a / pela;
d) da / sem a;
e) pela / com a.
14. (Certa) – Assinale a opção cuja preposição regida foi explicitada erradamente:
56
Sintaxe
S
PROVA COMPLETA
Fundação Universidade de Brasília (FUB)
Nível superior
LÍNGUA PORTUGUESA
• Cada um dos itens das provas objetivas está vinculado ao comando que imediatamente o antecede. De acordo
com o comando a que cada um deles esteja vinculado, marque, na Folha de Respostas, para cada item: o cam-
po designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o
item ERRADO. A ausência de marcação ou a marcação de ambos os campos não serão apenadas, ou seja, não
receberão pontuação negativa. Para as devidas marcações, use a Folha de Respostas, único documento válido
para a correção das suas provas objetivas.
Esta é uma declaração de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi
profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um
verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de “alerteza”.
E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das
coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo. Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado.
Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la — como gostava de estar montada num
cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.
Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E esse desejo todos os que escrevem
têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que
escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada.
O que recebi de herança não me chega.
57
Sintaxe
S
Julgue os itens a seguir, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente.
1. Sem alteração dos sentidos e da coesão do texto, o primeiro período do primeiro parágrafo poderia ser
reescrito da seguinte maneira: Esta é minha declaração de amor à língua portuguesa.
2. Com o emprego do termo “pontapé” (L.3), a autora dá a entender que a língua portuguesa às vezes resiste
furiosamente às tentativas de ser domesticada.
3. No período em que aparece, o termo “tirando” (L.4) introduz o modo peculiar como alguns escritores de-
senvolvem o seu ofício.
4. O vocábulo “ela” (L.5) retoma o trecho “a primeira capa de superficialismo” (L.5).
5. No primeiro período do terceiro parágrafo, há uma ambiguidade que poderia ser corretamente eliminada
com a substituição da preposição a, presente na contração “ao” (L.8), pela preposição em — no —, sem
alteração dos sentidos originais do texto.
6. Depreende-se do texto, sobretudo da afirmação “O que recebi de herança não me chega” (L.12), que uma
das dificuldades encontradas pela autora no manejo da língua portuguesa é o fato de ela não dispor de
acesso adequado a todos os textos já escritos nesse idioma.
Em um momento no qual a presença da inteligência artificial na vida cotidiana frequentemente gera medo e paranoia
na mesma proporção em que fascina, pode ser mesmo assustador descobrir que 99% de todas as traduções são feitas,
atualmente, com o auxílio de máquinas.
A informação consta do mais recente relatório de uma organização dedicada a fazer avançar o uso do computador
nessa atividade, que, particularmente em sua vertente literária, pleiteia para si o status de arte — ou, no mínimo, de
processo criativo.
“A cada dia do ano de 2016, mais de 250 bilhões de palavras foram traduzidas por máquinas”, contabiliza o estudo.
É um cenário devastador para os tradutores profissionais. E, de fato, muitos foram dispensados ao longo das últimas
décadas, exceto um punhado de privilegiados, pois aquilo de que ainda não se tem notícia é que algum romance, conto
ou poema tenha sido traduzido inteira e, sobretudo, satisfatoriamente por algoritmos.
Uma primeira e boa razão para isso é que até a menos sofisticada das recriações de uma língua a outra não se faz
palavra por palavra. É curioso que o tal relatório venha nos contar hiperbolicamente as vantagens do computador com
base nessa falsa medida de eficiência.
58
Sintaxe
S
O espantoso avanço das máquinas sobre o engenho humano nessa área só começou, precisamente, quando seus
desenvolvedores perceberam que a linguagem humana transcende o nível lexical: ela é sempre texto — uma interação
verbal com um fim específico — e, principalmente, contexto.
Christian Schwartz. Avanço da tradução por máquinas gera debate sobre papel de humanos
na tarefa. Internet: <www1.folha.uol.com.br/ilustríssima> (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto antecedente, julgue os itens seguintes.
1. Sem alteração do seu sentido original e da sua correção gramatical, o primeiro parágrafo do texto poderia
ser assim reescrito: Descobrir que, hoje, quase todas as traduções são feitas com a ajuda de máquinas
pode assustar, na medida em que vivemos tempos nos quais nos sentimos amedrontados e paranoicos,
mas também fascinados, pela presença da inteligência artificial no dia-a-dia.
2. O termo “atividade” (L.5) refere-se apenas à tradução feita com a ajuda de máquinas.
3. O texto apresenta elementos textuais característicos das tipologias expositiva e argumentativa.
4. Infere-se do terceiro parágrafo do texto que foram poucos os profissionais tradutores de textos literários
que perderam seus empregos e oportunidades de trabalho em razão da utilização de tradutores automa-
tizados.
5. A correção e os sentidos do texto seriam preservados caso o trecho “até a menos sofisticada das recria-
ções de uma língua a outra não se faz palavra por palavra” (L.11 e 12) fosse reescrito da seguinte maneira:
não se traduz palavra por palavra nem mesmo os textos mais simples.
6. O emprego do advérbio “precisamente” (L.14) enfatiza o nexo causal entre o avanço da qualidade da
tradução feita por computadores e a percepção de seus desenvolvedores de que uma língua não é feita
apenas de conjuntos de palavras.
Na farmácia, presencio uma cena curiosa, mas não rara: balconista e cliente tentam, inutilmente, decifrar o nome
de um medicamento na receita médica. Depois de várias hipóteses, acabam desistindo. O resignado senhor que porta a
receita diz que vai telefonar ao seu médico e voltar mais tarde. “Letra de doutor”, suspira o balconista, com compreensível
resignação. Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo.
Exercício de caligrafia saiu de moda, mas todos os alunos sabem que devem escrever de modo legível para conquistar
a boa vontade dos professores. A letra dos médicos, portanto, é produto de uma evolução, de uma transformação. Mas
que fatores estariam em jogo atrás delas?
59
Sintaxe
S
Que eu saiba, o assunto ainda não foi objeto de uma tese de doutorado, mas podemos tentar algumas explicações.
A primeira, mais óbvia (e mais ressentida), atribui os garranchos médicos a um mecanismo de poder. Doutor não precisa
se fazer entender: são os outros, os seres humanos comuns, que têm de se familiarizar com a caligrafia médica.
Pode ser isso, mas acho que não é só isso. Há outros componentes: a urgência, por exemplo. Um doutor que atende
dezenas de pacientes num movimentado ambulatório de hospital não pode mesmo caprichar na letra. Receita é uma
coisa que ele deve fornecer — nenhum paciente se considerará acolhido se não levar uma receita. A receita satisfaz
a voracidade de nossa cultura pelo remédio, e está envolta numa aura mística: é como se o doutor, por meio dela,
acompanhasse o paciente. Mágica ou não, a receita é, muitas vezes, fornecida às pressas; daí a ilegibilidade.
Há um terceiro aspecto, mais obscuro e delicado. É a relação ambivalente do médico com aquilo que ele receita
— a sua dúvida quanto à eficácia dos medicamentos. Os velhos doutores sabem que a luta contra uma doença não se
apoia em certezas, mas sim em tentativas: na medicina, “sempre” e “nunca” são palavras proibidas. Daí a dúvida, daí a
ansiedade da dúvida, da qual o doutor se livra pela escrita rápida. E pouco legível.
Moacyr Scliar. Letra de médico. In: A face oculta. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001, p. 23-5 (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue os itens
subsequentes.
1. Infere-se do texto que, pelo emprego do adjetivo “compreensível” (L.3), o narrador transmite sua opinião,
o que se confirma pela ponderação exposta no último período do primeiro parágrafo.
2. Depreende-se da narrativa apresentada no primeiro parágrafo que o cliente desiste de comprar o medica-
mento naquela farmácia porque o balconista não consegue compreender o texto da receita médica.
3. A expressão “para conquistar” (L.5) foi empregada no texto com o mesmo sentido de a fim de que obte-
nham.
4. Citado na linha 9, o “mecanismo de poder” é explicado de forma irônica no período seguinte: “Doutor não
precisa se fazer entender: são os outros, os seres humanos comuns, que têm de se familiarizar com a cali-
grafia médica” (L.9 e 10).
5. Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, a oração “A receita satisfaz a voracidade de
nossa cultura pelo remédio” (L.13 e 14) poderia ser reescrita da seguinte maneira: A receita atende à avi-
dez da nossa cultura pelo remédio.
6. Na linha 20, o vocábulo “daí” remete a “dúvida”.
60
Sintaxe
S
Com base nas Normas para Padronização de Documentos da Universidade de Brasília (NPD/UnB), julgue os
itens a seguir, acerca de aspectos gerais da redação oficial.
1. Memorando emitido pelo vice-reitor e destinado à reitora deve utilizar o endereçamento À Sua Magnificên-
cia, assim como a forma de tratamento Vossa Magnificência, e ser concluído com a saudação Respeitosa-
mente.
2. Parte obrigatória de toda resolução oficial, a ementa deverá explicitar, de modo resumido, o objeto do
instrumento normativo em questão.
61
Sintaxe
S
GABARITO
62
ÚLTIMAS PALAVRAS
Olá, amigos!
Encerramos aqui mais um assunto compreendido no sexto degrau de nossa majestosa Escada do Português
Lógico.
Depois de termos visto, nele, a regência verbal (exigência dos verbos), concluímos aqui o estudo da regência
nominal (exigências dos nomes: substantivo, adjetivo e advérbio).
Se, lá, nos sentíamos felizes porque plantávamos para novas e promissoras colheitas, aqui não haverá de
ser diferente: serão inúmeros os conteúdos tidos inicialmente como complexos que, com clareza sobre classes
gramaticais e regência nominal, se tornarão simples.
O domínio sobre o complemento nominal e os adjuntos, adnominal e adverbial, por exemplo, ficará
extremamente facilitado na medida em que formos suficientemente competentes na identificação dos comple-
mentos e dos modificadores dos nomes.
Além disso, o estudo que ora finda facilitará a compreensão de muitos outros conteúdos importantíssimos. A
crase, a análise sintática e a pontuação são bons exemplos disso.
Enfim, é mais uma semente que, lançada com esmerado carinho à terra, haverá de nos render bons e quase
inacreditáveis frutos.
Um abraço!
Este adágio é tão antigo quanto sábio: “Para colher, é necessário plantar”. Mas, apesar de sua sapiência, já
mereceu ser lapidado: “Cada um colhe aquilo que planta, nem mais, nem menos”.
Felizes nós, parceiro de caminhada, que já lançamos tantas sementes à terra, desde o estudo dos fonemas
até a conclusão de ambas as regências. Graças a isso, aliás, a compreensão de inúmeros outros conteúdos, até
aqui feitos tabu, tornar-se-á simples, clara e fácil.
E então, vamos a uma nova e grande colheita? Vamos aplicar vários assuntos e, com isso, extirpar “uma
pedra do sapato” de tantos quantos se dedicam ao estudo de nosso idioma?
A partir daqui, com absoluta autoridade e plenas condições de assimilação, trataremos da crase, assunto tão
problemático na vida de tanta gente.
A fim de facilitar todo o trabalho, uma recomendação: respire fundo e, não se sentindo totalmente seguro
na identificação do artigo, do pronome, da preposição, da regência verbal e da regência nominal, seja humilde o
suficiente para retomar esses temas. Afinal, eles serão pré-requisitos indispensáveis e de uma utilidade ímpar a
partir daqui.
S
CRASE
O vocábulo crase, do grego krasis, significa fusão. Logo, e já aqui, uma correção: nunca se usa crase; como
fenômeno, pratica-se ou não se pratica a crase. Afinal, fenômeno é, sim, uma prática, e não um uso.
Considerando essa verdade, falemos e escrevamos, pois, isto: “A prática da crase confunde a maioria das
pessoas” ou, então, “Professor, devo ou não devo praticar a crase nesse caso?”.
Mas e o vício no emprego de uso da crase, em vez de prática da crase, donde veio? Simplesinho, simplesinho:
as pessoas sempre confundiram o fenômeno crase (fusão) com o acento (grave) que o caracteriza.
Sim, como alguns vocábulos, sobretudo para evitar confusão de significados, exigem acento agudo ou
circunflexo, a fusão de dois ás, pelo mesmo motivo, exige o emprego do acento grave.
Exemplos:
a) Chegou a tarde (entardeceu).
b) Chegou à tarde (alguém chegou e, ao chegar, já era tarde).
c) Comeu um bife a cavalo (enquanto cavalgava, comia o bife).
d) Comeu um bife à cavalo (comeu um bife cujo preparo o caracteriza como tal).
e) Cheguei há uma hora (cheguei e, desde então, já se passou uma hora).
f) Cheguei à uma hora (cheguei e, então, o relógio marcava exatamente uma hora).
g) Cheguei a uma hora (construção absolutamente agramatical).
Conclusão: falemos e escrevamos assim: deve-se praticar (ou não) a crase e usar (ou não) o acento grave
indicativo de sua prática.
Feitas essas ponderações, é hora de refletir um pouco sobre o assunto. A fim de facilitar a reflexão, procuremos
responder a esta pergunta: que espécie de fusão deve ocorrer para que se pratique a crase?
A resposta é simples, mas extremamente elucidativa: esse fenômeno será sempre resultante da fusão de um
“a” preposição com outro “a”, ora artigo, ora as palavras aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
66
Sintaxe
S
Outra pergunta, com certeza, clareará ainda mais o tema: para essa prática, então, será necessário que exista
uma preposição?
Sim. Porém, não poderá ser qualquer preposição. Será indispensável que um vocábulo precedente exija a
preposição “a”, e somente ela: obedecer a, referir-se a, oferecer alguma coisa a, favorável a, contrariamente a, e
assim por diante.
Por fim, e para tornar ainda mais simples e fácil o entendimento, respondamos a mais esta indagação: e
depois do “a”, exigido por um vocábulo precedente, o que deverá existir?
Resposta: obrigatoriamente, uma ideia (não necessariamente palavra) feminina (para que exista o outro “a”),
ou os vocábulos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
Em minha experiência de sala de aula, após testar dezenas e dezenas de fórmulas inúteis (como os sete
pecados capitais da crase), extraídas de livros didáticos, criei uma maneira prática de ensinar o assunto e vi meus
alunos exultantes com o resultado.
Resolvi, então, partir de uma regra geral e, depois, estudar, pormenorizadamente, três casos especiais.
Quando um vocábulo remeter para depois dele um “a” (que, exigido por um antecedente, será preposição)
e, após o “a”, houver uma ideia feminina (não necessariamente uma palavra feminina), ou os vocábulos aquele,
aquela, aqueles, aquelas, aquilo, praticar-se-á a crase.
Exemplos:
a) Eu obedeço à diretora (obedeço a, mais ideia feminina diretora).
b) A diretora é favorável à disciplina (favorável a, mais ideia feminina disciplina).
c) Esta sala é idêntica à dos moicanos (idêntica a, mais ideia feminina, já expressa, sala).
d) Minha letra é igual à de Paulo (igual a, mais ideia feminina, já expressa, letra).
e) Prefiro minha casa à de Vossa Senhoria (prefere-se uma a outra coisa, mais ideia feminina, já expressa,
casa).
f) Essa peça é idêntica à exibida ontem (idêntica a, mais ideia feminina, já expressa, peça).
67
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 01:
Em cada uma das frases que se seguem, destaque, com um círculo, o vocábulo que rege (exige) a preposição
“a” e, com outro, a ideia feminina que se pospõe a ele:
01. Contrário à prática esportiva, o presidente foi deposto pelos associados.
02. Ele obedeceu, ao longo de toda a vida, às orientações recebidas.
03. Favorável, nas dependências do clube, à disciplina, ele era admirado.
04. Contrário, naquele caso, à expulsão do sócio, o diretor foi voto vencido.
05. A emenda à emenda, desfigurou o projeto inicial.
06. Sei que às alunas não se fala como se fala aos diretores.
07. O respeito devido à santa é enorme.
08. Minha escola é semelhante à de Vossa Excelência, Senhor Presidente.
09. Casa por casa, a minha é igual à dos últimos moicanos.
10. A frequência a minhas aulas é semelhante às de Matemática.
68
Sintaxe
S
Tirando a prova!
Além de ser extremamente fácil a aplicação da regra geral, pode-se, em caso de dúvidas (ou sempre, até!),
tirar a prova a fim de confirmar, ou não, a necessidade do acento grave.
Para tanto, bastará substituir a ideia (não necessariamente palavra) feminina por outra masculina e ver o
resultado. Se der “ao”, existem preposição e artigo e se poderá praticar a crase; já, se der “o”, existe apenas o
artigo e, por essa razão, não será possível usar o acento grave.
Exemplos:
a) Refiro-me à menina que chegou atrasada.
• Refiro-me ao caminhoneiro que chegou atrasado.
EXERCÍCIO 02:
Considerando a regra geral, e “tirando a prova” a fim de confirmar suas respostas, examine a possibilidade de
uso do acento grave nas frases que se seguem:
01. Fui a fazenda e, depois, retornei a cidade.
02. Chegando a escola, procurei a diretora.
03. A aluna falou a professora sobre assuntos íntimos.
69
Sintaxe
S
04. Referindo-se a mãe, ele difamou a irmã.
05. Refiro-me a menina mais bonita da cidade.
06. Obedeço a diretora, mas defendo a turma toda.
07. Votei favoravelmente a candidata mais simpática.
08. Frequência as aulas é obrigação de todos.
09. Contrário a opinião do professor, o aluno apoiava a colega.
10. Conheci a cidade das estátuas.
11. Semelhante a de Vossa Excelência, minha casa também é nova.
12. Prefiro uma casa velha a de Vossa Senhoria, diretor.
13. A assistência a aluna deve ser idêntica a prestada ao aluno.
14. Cara a cara, ele não justificou a emenda a emenda ao projeto.
15. Minha posição é semelhante a de alguém que conheço.
EXERCÍCIO 03:
Empregue o acento grave indicativo de crase sempre que houver contração da preposição “a” com os vocábulos
aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
01. Referindo-me aquele cidadão, falei a verdade aquelas professoras.
02. Sempre obedeci aquelas pessoas que me rodeavam.
03. Aquele político corrupto, a população não daria um voto sequer.
04. Aquilo que ocorreu em sala de aula, ele nem fez referências.
05. Ele depôs ao juiz sobre aquele caso rumoroso.
06. Ninguém foi favorável aquele argumento da defesa.
07. Opinando sobre aquela questão, mantive-me neutro.
08. Falar para aquela plateia foi honroso para mim.
09. Aquela mulher e aquele homem sempre deverei gratidão.
10. Sempre demonstrou alguma queda por aquele homem.
70
Sintaxe
S
02. Casos especiais:
A – Localidades
Confusão tão frequente quanto comum, a prática da crase, antes nomes indicativos de localidades (vila, bairro,
cidade, estado, país, continente...), exige dois requisitos.
O primeiro deles é o mesmo de sempre: deve haver um antecedente que exija a preposição “a” (ir a; chegar a;
retornar a; regressar a...). O segundo refere-se à necessidade de que, antes do nome da localidade, exista o artigo
“a”.
Exemplos:
a) Fui a Brasília.
• Quem vai, vai a.
• Mas: Brasília (e não “A Brasília”) é bela.
b) Conheci a Bahia.
• A Bahia (e não “Bahia”) é bela.
• Mas: “Conheci” (VTD) não exige preposição.
c) Cheguei à Argentina.
• Quem chega, chega a.
• E A Argentina (e não “Argentina”) é bela.
d) Regressei a Fortaleza.
• Quem regressa, regressa a.
• Mas: Fortaleza (e não “A Fortaleza”) é bela.
e) Visitei a África.
• A África (e não “África”) encanta.
• Mas: “Visitei” (VTD) não exige preposição.
f) Irei à Ásia.
• Quem vai, vai a.
• A Ásia (e não “Ásia”) é fascinante.
71
Sintaxe
S
Além da estratégia de se iniciar nova frase com o nome da localidade a fim de ver se ele exige, ou não, artigo,
pode-se, também, lançar mão do recurso da volta.
Explicando melhor: toma-se o nome da localidade em apreço e estrutura-se, com ele, uma frase como esta:
“VOLTO _______ NOME DA LOCALIDADE”. Aí, duas situações podem ocorrer:
a) o espaço em branco é preenchido com “DA” (contração da preposição “de” com o artigo “a”): o nome da
localidade exige artigo; ou
b) o espaço em branco é preenchido com “DE” (simples preposição): o nome da localidade não exige artigo.
Exemplos:
a) Fui a Brasília.
• Quem vai, vai a.
• Mas: Volto DE Brasília: nada feito!
b) Conheci a Bahia.
• Volto DA Bahia.
• Mas: “Quem conhece, conhece e pronto: nada feito!
c) Cheguei à Argentina.
• Quem chega, chega a.
• Volto DA Argentina: crase!
Atenção:
1) Dessa demonstração depreende-se que, por si só, a estratégia do “Volto DA, crase há; volto DE, crase para
quê?” não se basta. Para se praticar a crase será necessária, como na regra geral, a existência de um “A”
(preposição) e, também, “a volta DA”.
2) Toda localidade, de alguma forma caracterizada, exige, antes de seu nome, um artigo.
72
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 04:
Valendo-se de todas essas estratégias, pratique a crase, quando necessário, e, para marcar essa prática, use
o acento grave:
01. Ir a Roma e não conhecer o papa é como ficar em casa.
02. Chegar a Alemanha pela manhã é um encanto.
03. Referindo-me a Salvador do Olodum, emocionei-me.
04. Regressar a Áustria no inverno é um sonho meu.
05. Fui a Lisboa e, lá, matei a saudade da infância.
06. A Lisboa dos poetas retornarei em breve.
07. Retornei a Paraíba e me encantei novamente.
08. Ao avistar a Espanha, suspirei profundamente.
09. Fui a São Paulo e, de lá, a Florianópolis.
10. Cheguei a Recife e, depois, fui a Manaus.
11. Fui a Moçambique de Mia Couto no ano passado.
12. Retornei a Porto Alegre e, lá, fiz referências a Bahia.
13. Fui a Europa e, depois, visitei a África.
14. Retornei a Roma e a Berlim recentemente.
15. Fiz belas referências a Argentina.
16. A Paris, ele chegou muito cedo.
17. Encanta-me a Curitiba das flores.
18. Fui a Buenos Aires querida.
19. Referi-me a Angola e a Antígua queridas.
20. Visitar a Roma dos papas foi algo colossal.
B – Horas
Indiscutivelmente, todos os professores de Língua Portuguesa são sistematicamente consultados em relação
à prática da crase. Indiscutivelmente, também, o recorde de perguntas refere-se ao uso do acento grave antes de
expressões indicativas de horas.
73
Sintaxe
S
Pois bem, esse fato tem uma razão: as pessoas, em geral, são avessas à reflexão quando se trata do estudo e
da aprendizagem do Português. Sim, é incrível a resistência dos estudantes do idioma pátrio ao raciocínio lógico.
O que se precisa entender é isto: o idioma é dinâmico, movimenta-se em todas as direções e, por isso mesmo,
repele toda forma de macetes ou de “decorebas” inúteis. Raciocinar, eis a solução!
No caso de expressões indicativas de horas, por exemplo, a interpretação do enunciado onde elas aparecem
é fundamentalmente necessária. Afinal, três situações poderão decorrer dessa atividade interpretativa:
a) a frase poderá indicar que o relógio marcava ou marcará exatamente determinado horário e, aí, será
obrigatório o uso do acento grave;
b) a frase poderá repassar a ideia de que já se passou ou se passaram tantas horas e, então, será obrigató-
rio o uso do verbo haver (há); e
c) a frase poderá não indicar nenhuma das situações anteriores e, aí, empregar-se-á o “a” simples.
Exemplos:
1) Cheguei ao colégio às dez horas.
• Cheguei e, quando cheguei, o relógio marcava exatamente dez horas.
Observações:
1) em todos os exemplos, mas especialmente nos dois últimos, não haverá a mínima possibilidade de solução
para dificuldade sem a atividade interpretativa; e
2) no caso de tempo passado, o emprego do verbo haver (há) estende-se para toda espécie de situação: se-
gundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos...
74
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 05:
Depois de interpretar cada uma das frases que se seguem, sublinhe a expressão entre parênteses que completa
corretamente os espaços pontilhados:
01. Cheguei .......... dez horas (a / as / às).
02. Cheguei .......... dez horas (a / as / há).
03. Chegarei .......... dez horas (as / às / há).
04. Chegarei daqui .......... dez horas (a / à / há).
05. Cheguei .......... uma hora (a / à).
06. Cheguei .......... uma hora (a / há).
07. Chegarei .......... uma hora (a / à / há).
08. Chegarei daqui .......... uma hora (a / à / há).
09. Acordei .......... zero hora (a / à / há).
10. .......... zero hora, ele chegou (A / À / Há).
11. .......... duas horas de viagem foram cansativas (As / Às / Há).
12. Das quinze .......... dezesseis horas, estarei no escritório (as / às / há).
13. .......... quinze horas estarei em casa (As / Às).
14. Ele chegou .......... zero hora e quinze minutos (a / à / há).
15. Daqui .......... oito horas chegarei ao trabalho (a / a / há).
16. Ele foi à cidade .......... uma hora (a / à).
17. Ele viu a cidade .......... uma hora (a / há).
18. O menino saiu de casa .......... sete horas (as / às / há).
19. O professor chegou ao colégio .......... sete horas (a / as / há).
20. O diretor chegará ao colégio daqui .......... sete horas (a / às / há).
C – Locuções
O terceiro caso especial a que devemos dar atenção trata do emprego do acento grave em locuções,
indiscutivelmente a situação mais embaraçosa a todos que se preocupam deste estudo.
75
Sintaxe
S
É necessário, antes de iniciar o estudo deste assunto, que retomemos mais um conteúdo visto lá atrás, na
morfologia, as locuções. Lá, vimos que, como existem adjetivos (O amor materno fascina), existem também
locuções adjetivas (O amor de mãe fascina); como existem advérbios (Acordei-me cedo), existem também locuções
adverbais (Acordei-me pela manhã); como existem preposições (Preciso de socorro), existem também locuções
prepositivas (Falei a respeito de tóxicos), e assim por diante.
Existem três espécies de locuções que exigem o emprego do acento grave:
Exemplos:
1) Cheguei ao colégio à tardinha.
• A expressão à tardinha, modifica o verbo chegar e indica o horário em que cheguei.
2) Saí às pressas.
• A expressão às pressas, modifica o verbo sair e indica o modo de como eu saí.
3) Comprei a mercadoria a prazo e vendi-a à vista.
• As expressões a prazo e à vista modificam o verbo comprar e indicam o modo de como eu comprei a
mercadoria. Entretanto, somente a segunda é feminina.
Exemplos:
1) Ficarei à disposição de todos os alunos.
• A expressão iniciada por a e acabada por de (à disposição de) é locução prepositiva, a palavra disposição
é de gênero feminino e, por isso, devo usar acento grave.
76
Sintaxe
S
4) Saí à procura dos filhos.
• A expressão iniciada por a e acabada por de (à procura dos) é locução prepositiva, a palavra procura é
de gênero feminino e, por isso, devo usar acento grave.
Exemplos:
1) Ele enriquecia à medida que trabalhava.
• A expressão à medida que, usada com valor de conjunção (liga duas orações e atribui ideia de proporção),
exige o acento grave.
Observações:
1) Diante de nomes próprios femininos e de possessivos femininos, prática facultativa da crase.
Exemplos:
• Referi-me a Jesualda em minha palestra. // Referi-me à Jesualda em minha palestra.
• Fiz referências elogiosas a minha filha. // Fiz referências elogiosas à minha filha.
2) Diante da palavra casa será empregado o acento grave se ela estiver determinada; no sentido de lar, mo-
radia, não.
Exemplos:
• Retornei à casa de meus pais ontem. // Retornei a casa ontem.
3) Diante da palavra terra será empregado o acento grave se ela estiver determinada; no sentido de chão
firme, não.
Exemplos:
• Dez marinheiros chegaram à terra natal. // Dez marinheiros chegaram a terra.
4) Diante da palavra distância será empregado o acento grave se ela estiver determinada; do contrário, não.
Exemplos:
• Assisti à cena à distância de dez metros. // Estudar a distância é ótimo.
77
Sintaxe
S
5) Após a palavra até, o emprego do acento grave é facultativo.
Exemplos:
• Irei até a fazenda inspecionar meu gado. // Irei até à fazenda inspecionar meu gado.
Nota: O registro dessas observações deve-se tão somente ao dever profissional de proteção aos estudantes (que não podem
ser prejudicados em provas do Enem, de vestibulares ou de outros concursos) e não a convicções minhas, pois, nelas,
existem absurdos inaceitáveis.
EXERCÍCIO 06:
78
Sintaxe
S
14. .......... escondidas, ele agia .......... escuras (As / Às / as / às).
15. .......... margens do rio eram belíssimas (As / Às).
16. .......... tarde estava ensolarada (A / À).
17. .......... tarde, a praça estava ensolarada (A / À).
18. Ele saiu .......... pressas (as / às).
19. Ele via .......... noite como um manto azulado (a / à).
20. Ele me via, .......... noite, como uma musa (a / à).
21. .......... tarde, ele via .......... tarde como se fosse noite (A / À / a / à).
22. .......... beira do mar, ele filosofava (A / À).
23. .......... beira do mar era-lhe filosofia pura (A / À).
24. .......... medida que estudava, mais aprendia (A / À).
25. .......... proporção que trabalhava, mais ele era reconhecido (A / À).
QUESTÕES DE PROVAS
01. (Banco do Brasil) – Opção que preenche corretamente as lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___
falar ___ todas as pessoas convocadas.
a) à - à – à
b) a - à – à
c) à - a – a
d) a - a – à
e) à - a – à
02. (Banespa) – Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto ao lado: “Recorreu ___ irmã
e ___ ela se apegou como ___ uma tábua de salvação.”
a) à - à – a
b) à - a – à
c) a - a – a
d) à - à – à
e) à - a - a
79
Sintaxe
S
03. (Cescem) – Sentou-se ___ máquina e pôs-se ___ reescrever uma ___ uma as páginas do relatório.
a) à - à – a
b) a - à – à
c) à - à – à
d) à - a – a
e) à - a – à
05. (FEI) – Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas das seguintes orações:
I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários.
II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado.
III. ___ dias está desaparecido.
IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___ reunião.
a) a - a - há - a – à
b) à - a - a - há – a
c) a - à - a - a – há
d) há - a - à - a – a
e) a - há - a - à – a
06. (DETRA / FGV) – Assinale a alternativa em que está correto o uso do acento indicativo de crase:
a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória.
b) Ele se referiu às pessoas de boa memória.
c) As pessoas aludem à uma causa específica.
d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a memória.
e) Os livros foram entregues à ele.
80
Sintaxe
S
07. (Escrivão de Polícia /SP) – A alternativa em que o sinal de crase não procede é:
a) À exceção da Bandeirantes, as outras emissoras de televisão detêm a ampla liderança com percentuais fa-
bulosos.
b) Está presente a cineasta das cidades brasileiras à quem a porcentagem de 7% surpreendeu.
c) Os dados da pesquisa referem-se às cenas, certamente sem paralelo, em qualquer outro lugar no mundo.
d) Cresce, às escondidas, o número de cidades recebendo imagens de televisão, ameaçadoras dos valores éti-
co-culturais.
e) À Globo, ninguém mais dá crédito.
08. (FASP - Faculdade São Francisco de Cajazeiras) – Assinale a alternativa com erro de crase:
a) Você já esteve em Roma? Eu irei a Roma logo.
b) Fui à Lisboa de meus avós, pois gosto da Lisboa de meus avós.
c) Já não agrada ir à Brasília. A gasolina…
d) Refiro-me à Roma antiga, na qual viveu César.
e) nenhuma das alternativas está errada.
09. (FESP - Faculdade de Engenharia de São Paulo) – Refiro-me ___ atitudes de adultos que, na verdade, levam as
moças ___ rebeldia insensata e ___ uma fuga insensata.
a) às - à – à
b) as - à – à
c) às - à – a
d) à - a – a
e) à - a - à
10. (IBGE) – Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase:
a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos privilegiada.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qualquer população carente.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade.
81
Sintaxe
S
11. (IFSP - Instituto Federal de São Paulo) – Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, a frase
a seguir.
Os interessados em adotar crianças têm de recorrer ___ orientações do Juizado de Menores e se sujeitar ___
uma espera muitas vezes longa, o que, apesar de tudo, não desanima ___ maioria.
a) às - a – a
b) às - à – a
c) às - à – à
d) as - a – à
e) as - à - à
82
Sintaxe
S
14. (Oficial de Justiça) – Assinale a alternativa onde o sinal indicativo da crase está inadequado:
a) Prefiro esta bolsa àquela.
b) Isto é prejudicial à saúde.
c) Escrevia à Machado de Assis.
d) Ele referiu-se à Fabiana, não a mim.
e) As lágrimas caíam uma à uma de seus olhos.
15. (POLÍCIA CIVIL/SC) – Assinale a alternativa correta que preenche as lacunas da frase a seguir:
“O vereador que reside ___ Rua Miguel Deodoro corre o risco de ter seu ___ ___assim que o processo chegar ___
mãos do Presidente.
a) à - mandado caçado - as
b) à - mandato caçado - às
c) na - mandado cassado - as
d) na - mandato cassado - às
e) à - mandato caçado - as
16. (TJ/RO – CESGRANRIO) – Indique a opção em que o sinal de crase está corretamente usado.
a) Essa proposta convém à todos.
b) O governo aumentou à quantidade de subsídios.
c) A empresa considerou a oferta inferior à outra.
d) Ele está propenso à deixar o cargo.
e) Não vou aderir à modismos passageiros.
17. (TRE) – O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) está incorreto em:
a) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar.
b) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado.
c) Não devemos fazer referências àqueles casos.
d) Sairemos às cinco da manhã.
e) Isto não seria útil à ela.
83
Sintaxe
S
18. (TRE) – O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em:
a) Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta.
b) As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga.
c) Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça.
d) O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos foragidos.
e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova administração.
20. (UFABC) – Nas alternativas que seguem, há três frases que podem estar corretas ou não. Leia-as atentamente
e marque a resposta certa:
I. O seu egoísmo só era comparável à sua feiura.
II. Não pôde entregar-se às suas ilusões.
III. Quem se vir em apuros, deve recorrer à justiça.
a) Apenas a frase II está correta.
b) Apenas as frases I e II estão corretas.
c) As três frases estão corretas.
d) Apenas a frase I está correta.
e) Apenas as frases II e III estão corretas.
84
Sintaxe
S
PROVA COMPLETA
Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Nível superior
LÍNGUA PORTUGUESA
01. Uma redação apresentou o seguinte fragmento de texto: “Solidariedade não faz bem apenas para quem ajuda,
mas também para quem a pratica. E isso, agora, está comprovado cientificamente: um estudo realizado nos
EUA por um neurocientista brasileiro revela que a boa ação ativa uma região cerebral que proporciona uma
sensação de prazer e bem-estar comparada aos atos de comer chocolate, ganhar dinheiro e fazer sexo”.
Sobre esse fragmento textual, assinale a afirmativa incorreta.
a) O assunto do texto é a solidariedade.
b) O ponto de vista sob o qual é tratado o assunto se refere a benefícios trazidos pela prática da solidariedade.
c) A tese apresentada é a de que a prática da solidariedade auxilia quem a realiza e quem a recebe.
d) Um argumento apresentado é de base científica, apoiado em estudo de um neurocientista.
e) Um argumento é de caráter pessoal, ao expressar bem-estar no ato de comer, ganhar dinheiro e fazer sexo.
02. “O Papa Francisco lamentou neste domingo que ‘os poucos ricos’ aproveitam aquilo que ‘em justiça, pertence
a todos’. Ele afirmou que cristãos não podem permanecer indiferentes ao crescimento de preocupações com os
explorados e os indigentes, incluindo imigrantes. O Papa chamou atenção para a causa dos idosos abandonados
e para ‘o grito de todos aqueles levados a deixar suas casas e sua terra natal por um futuro incerto’. Ele acrescen-
tou: ‘é o grito de populações inteiras, privadas inclusive de todos os recursos naturais a sua disposição.’”
(Tribuna da Bahia, 19/11/2018.)
O discurso do Papa Francisco tem caráter predominantemente:
a) político-religioso.
b) socioeconômico.
c) político-social.
d) religioso-social.
e) religioso-econômico.
85
Sintaxe
S
03. Leia o texto a seguir, em que estão sublinhados adjetivos.
“O Papa Francisco lamentou neste domingo que ‘os poucos ricos’ aproveitam aquilo que ‘em justiça, pertence
a todos’. Ele afirmou que cristãos não podem permanecer indiferentes ao crescimento de preocupações com os
explorados e os indigentes, incluindo imigrantes. O Papa chamou atenção para a causa dos idosos abandonados
e para ‘o grito de todos aqueles levados a deixar suas casas e sua terra natal por um futuro incerto’. Ele acrescen-
tou: ‘é o grito de populações inteiras, privadas inclusive de todos os recursos naturais a sua disposição’”.
(Tribuna da Bahia, 19/11/2018.)
Assinale a opção em que o termo adjetivado está identificado incorretamente.
a) ricos / poucos.
b) indiferentes / cristãos.
c) abandonados / idosos.
d) incerto / futuro.
e) privadas / inteiras.
04. “Ao longo dos últimos anos, a participação de pessoas com idade superior aos 60 anos vem aumentando na
força de trabalho do país. Além do envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado.
E para protegê-los, o Estatuto do Idoso, que completou 15 anos no dia 1º de outubro, também trata de direitos
relativos a trabalho e renda. Entretanto, alguns ainda não saíram do papel”.
(Tribuna da Bahia, 18/11/2018.)
A forma verbal sublinhada tem valor de uma ação que
a) começou no passado e continua no presente.
b) mostra uma ação anterior a outra ação passada.
c) ocorre, provavelmente, no presente e no futuro.
d) começa e termina no presente.
e) se repete no passado.
05. “Ao longo dos últimos anos, a participação de pessoas com idade superior aos 60 anos vem aumentando na
força de trabalho do país. Além do envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado.
E para protegê-los, o Estatuto do Idoso, que completou 15 anos no dia 1º de outubro, também trata de direitos
relativos a trabalho e renda. Entretanto, alguns ainda não saíram do papel”.
(Tribuna da Bahia, 18/11/2018.)
86
Sintaxe
S
Assinale a opção que indica como o segmento “Além do envelhecimento da população, os idosos estão
adiando a saída do mercado” poderia ser mais claramente expresso.
a) Apesar do envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado.
b) Com o envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado.
c) Mesmo com o envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado.
d) Os idosos estão adiando a saída do mercado e o envelhecimento da população é fato natural.
e) Os idosos estão adiando a saída do mercado já que está ocorrendo o envelhecimento da população.
06. “Ao longo dos últimos anos, a participação de pessoas com idade superior aos 60 anos vem aumentando na
força de trabalho do país. Além do envelhecimento da população, os idosos estão adiando a saída do mercado.
E para protegê-los, o Estatuto do Idoso, que completou 15 anos no dia 1º de outubro, também trata de direitos
relativos a trabalho e renda. Entretanto, alguns ainda não saíram do papel”.
(Tribuna da Bahia, 18/11/2018.)
Assinale a opção que apresenta a substituição adequada de um segmento desse texto.
a) “Ao longo dos últimos anos” / após os últimos anos.
b) “força de trabalho do país” / força de trabalho dos países.
c) “para protegê-los” / a fim de proteger-lhes.
d) “que completou” / o qual completou.
e) “alguns ainda não saíram” / alguns até agora não saíram.
07. “O número de cigarros comercializados irregularmente superou neste ano a quantidade de produtos vendi-
dos legalmente. A constatação vem de pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope).
Encomendado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), o estudo aponta que, em 2018, foram
consumidos 106,2 bilhões de cigarros, dos quais 57,5 bilhões de unidades (54%) fora do mercado legal”.
(Tribuna da Bahia, 18/11/2018.)
Assinale a opção que apresenta a mudança formal que está de acordo com a língua padrão.
a) comercializados / comercializado.
b) vendidos / vendido.
c) Encomendado / Encomendada.
d) foram consumidos / foi consumido.
e) fora do mercado legal / foras do mercado legal.
87
Sintaxe
S
08. “Evidentemente que não se pode reconstruir as cidades, porém são possíveis e necessárias a formação e a
consolidação de novas centralidades urbanas, com a descentralização de equipamentos sociais, a informatiza-
ção e descentralização de serviços públicos e, sobretudo, com a ocupação de vazios urbanos, modificando-se,
assim, os fatores geradores de viagens e diminuindo-se as necessidades de deslocamentos, principalmente
motorizados”.
(Ministério das Cidades)
O texto aborda o problema do transporte urbano atual, com organização argumentativa. Sobre os com-
ponentes desse segmento, assinale a afirmativa correta.
a) O advérbio “Evidentemente” se a poia em pesquisas realizadas sobre o assunto.
b) A primeira oração do texto se opõe a uma outra colocação argumentativa.
c) As sugestões dadas para as mudanças abordam as consequências do transporte urbano em moldes atuais.
d) O texto não sugere mudanças cabíveis no modelo atual, apesar de crítico ao atual modelo de transporte.
e) O texto mostra fatos já em processo de efetivação, por tratar-se de publicação de órgão oficial.
09. Uma editora paulista, sob o título “Da semente ao livro”, publicou o texto a seguir. “Plantar florestas. A madeira
que serve de matéria-prima para nosso papel vem de plantio renovável, ou seja, não é fruto de desmatamento.
Essa prática gera milhares de empregos para agricultores e ajuda a recuperar áreas ambientais degradadas.”
Esse texto publicitário pretende
a) mostrar a perfeita organização da empresa.
b) criar uma imagem positiva da empresa na população.
c) indicar a razão do sucesso profissional da empresa.
d) demonstrar que a proteção ambiental é uma exigência legal.
e) destacar os prejuízos do desmatamento.
10. Um catálogo de venda de vinhos declarava, sobre um dos vinhos oferecidos, o seguinte: “Foi entre deliciosos
aromas de maçãs, peras e limões que este espumante encontrou a máxima expressão da região do Vêneto.
Tem perlage rico e sabor persistente. Leve, sedutor e elegante.”
88
Sintaxe
S
Sobre a estruturação e a linguagem desse anúncio publicitário, assinale a afirmativa inadequada.
a) Emprega o jargão de vinhos.
b) Apela para sensações olfativas.
c) Faz referência à origem valorizadora do vinho.
d) Informa sobre dados objetivos.
e) Utiliza-se de linguagem figurada.
11. Assinale a opção em que a frase mostra erro de concordância nas expressões percentuais.
a) No Brasil, apenas 1% têm tudo.
b) Apenas 10% das prostitutas caem na vida.
c) Mais valem 10% de mil do que 100% de dez.
d) O Brasil é o único país do mundo com 110% de corrupção.
e) Havia 50% de bons ladrões no tempo de Cristo.
12. Assinale a opção que apresenta a frase em que o vocábulo “maior” deveria ser trocado por outro mais ade-
quado.
a) Ônibus maiores foram comprados neste mês.
b) Os maiores prejuízos foram para a indústria.
c) Maiores informações na Secretaria de Fazenda.
d) Maiores lucros foram para os atravessadores.
e) Nunca se viram maiores filas de emprego.
89
Sintaxe
S
GABARITO
90
ÚLTIMAS PALAVRAS
Fechamos, aqui, a crase, que reuniu muitos outros assuntos vistos ao longo de nossa belíssima caminhada.
Você pôde perceber, com certeza, a forma cirúrgica com que pinçamos, a todo instante, assuntos vistos na
morfologia (artigo, preposição, nomes regentes – substantivo, adjetivo e advérbio –, pronomes demonstrativos,
verbos) e, igualmente, na sintaxe (regência verbal e regência nominal).
Com isso, e mais uma vez, confirmou-se a tese da sequencialidade, da lógica, da reflexividade, da coerência
e da cumulatividade que norteiam e organizam nosso idioma.
Certamente não se esgotou de todo o tema, mas, com certeza, também, abordou-se-o de forma a preencher
totalmente as necessidades de uma boa prática diária e, sem qualquer sombra de dúvidas, as exigências de provas
de qualquer concurso: vestibulares, Enem...
Quanto ao desabafo na nota final, ao lado de um pedido de desculpas, registro uma justificativa: há
“pensadores”, infelizmente, que, sem pensar na facilitação do domínio gramatical, sentem-se eufóricos em
“reinventar a roda”. Como exemplo, sugiro que se pense nisto: você, agora, está a estudar “a distância” ou seu
estudo está-se dando “à distância”?
Enfim, muito estudo, muitos exercícios, muita coragem, muita persistência. Afinal, e como alguém já dissera,
“Os bons resultados sempre aparecem depois, mas eles são um diploma de honra ao mérito de sua vontade de
vencer”!
Um abraço!
Quem, dentre todos os estudiosos da Língua Portuguesa, não gostaria de estar na situação em que nos
encontramos e, com isso, poder iniciar o exame da análise sintática interna, tendo, sob controle, sob domínio,
todos os pré-requisitos necessários à compreensão dela? Todos, com absoluta certeza!
Sim, agora virão à tona, novamente, todas as classes gramaticais, toda a regência, verbal e nominal. E assim,
vê-se, mais uma vez, que estudar o idioma pátrio é um perene plantar e colher.
Considerando que a análise que ora se inicia é a interna, chegou a hora de sete, das dez classes de palavras
(preposição, conjunção e interjeição não desempenham funções sintáticas, isto é, existem somente como classes)
voltarem à baila a fim de serem rebatizadas como funções.
A partir daqui veremos que, de fato, os determinantes do substantivo, assim como seu modificador, quando
estiver no mesmo sintagma, serão sempre adjuntos adnominais; os advérbios e as locuções adverbiais serão sempre
adjuntos adverbiais; os verbos caracterizarão um dos três tipos de predicado; o substantivo e o pronome serão
rebatizados e receberão o nome de uma, dentre sete funções sintáticas. Isso tudo, é claro, em estreita consonância
com as regências, verbal e nominal.
Enfim, e se, por um lado, tantas expressões meio estranhas podem assustar; por outro, será muito lógico que,
visto isso tudo com certo otimismo, um novo “sol da liberdade, em raios fúlgidos”, brilhará à nossa frente, trazendo
mais clareza, mais entendimento, mais domínio, mais amor. Liberdade à vista, caminhantes patrióticos!
Bom proveito!
S
ANÁLISE SINTÁTICA INTERNA
Inicialmente, um esclarecimento: existem, no estudo do Português, duas análises sintáticas, uma interna,
outra externa.
A primeira delas – interna – faz parte do estudo da oração, isto é, está situada no sexto degrau de nossa
Escada do Português Lógico. Ela estuda, afinal, as funções sintáticas da oração. Já a segunda – externa – pertence
ao sétimo degrau, pois se ocupa da classificação dos períodos, dividindo-os em simples e compostos e distribuindo
os compostos dentro dos processos de coordenação e de subordinação.
Neste momento, então, faremos uma minuciosa, mas romântica, união matrimonial, transformando, pelos
laços sagrados da morfossintaxe, classes gramaticais em funções sintáticas.
Conhecidas, tradicionalmente, por termos da oração, essas, hoje, funções sintáticas dividem-se, de acordo
com sua funcionalidade na oração, em:
A – essenciais;
• sujeito
• predicado
B – integrantes;
• objeto direto
• objeto indireto
• complemento nominal
• agente da passiva
C – acessórias; e
• adjunto adnominal
• adjunto adverbial
D – independentes.
• aposto
• vocativo
94
Sintaxe
S
• Há, ainda, o predicativo que, a exemplo de “mala de viajantes”, é jogado, ora para cá, ora para lá, pelos estudio-
sos do idioma, sem ser definitivamente fixado em classificação nenhuma.
Antes de começarmos a dissecar cada uma dessa funções, temos de fazer uma observação muito importante:
há um século e meio, aproximadamente, descobriram-se os sintagmas, verbal e nominal, que, sobretudo no trato da
sintaxe, apresentam-se como instrumentos poderosos a serviço da compreensão clara, objetiva, lógica e reflexiva
das diversas funções sintáticas que estruturam as orações.
Os sintagmas são segmentos oracionais que se formam em torno de vocábulos-chave, reunindo, ao redor
deles, tudo o que lhes diz respeito.
Quando, por exemplo, no estudo tradicional da análise sintática, dividíamos a oração em sujeito e predicado,
ainda que não notássemos, criávamos uma confusão monstruosa na cabeça dos estudantes.
Numa oração como “O meu primeiro aluno muito inteligente sugeriu novas estratégias de estudo”,
chamávamos sujeito “O meu primeiro aluno muito inteligente” e predicado o restante do enunciado, “sugeriu
novas estratégias de estudo”. Ora, do que era denominado sujeito, em seguida começava a emergir um sem-
número de outras funções sintáticas.
É bem como me dissera, certa vez, um aluno de cidade caracteristicamente gaúcha, no Rio Grande do Sul:
“Professor, entendo bem esse negócio de sujeito e predicado. Porém, quando eles começam a dar cria, eu fico mais
perdido do que cego em tiroteio e me encho de raiva”.
Perdão pelo exemplo chulo que escolhi, mas a verdade é que não encontrei nada mais ilustrativo do que a
reação natural, lógica e cheia de razão desse ex-aluno para ilustrar uma forma tão ultrapassada de ainda se ensinar
esse conteúdo.
Tudo ficaria mais claro, convenhamos, se denominássemos, corretamente, “O meu primeiro aluno muito
inteligente” como sintagma nominal, dentro do qual está (não é!) o sujeito, e “sugeriu novas estratégias de estudo”
como sintagma verbal, dentro do qual está o verbo.
Desses segmentos (sintagmas), depois, extrairíamos, sem nenhum sobressalto ou raciocínio confuso, várias
outras funções sintáticas. Do primeiro deles (O meu primeiro aluno muito inteligente), por exemplo, sairiam, sem
o incômodo de nossos alunos se confundirem com um sujeito que, em seguida, não era mais somente sujeito, mas
um amontoado de coisas, isto: sujeito (aluno); adjuntos adnominais (o, meu, primeiro e inteligente); e adjunto
adverbial (muito).
95
Sintaxe
S
Afinal, o sujeito seria apenas o substantivo (aluno), e não o artigo (o), o pronome possessivo (meu), o numeral
(primeiro), o advérbio (muito) ou o adjetivo (inteligente).
Assim haveremos de, inteligentemente, trabalhar a análise sintática interna, facilitando a compreensão das
funções sintáticas, ao invés de complicá-la.
FUNÇÕES ESSENCIAIS
01. Sujeito
Visando a consertar uma conceituação histórica e equivocadamente consagrada, precisamos dizer que
sujeito, representado por um substantivo, por uma locução substantiva ou por um pronome, é o centro nuclear do
sintagma nominal. Na oração, ele ou pratica, ou sofre, ou pratica e sofre determinada ação ou, ainda, assume
determinado estado.
Exemplos:
• O menino escreve belos textos (pratica a ação de escrever).
• Bonito texto foi escrito pelo menino (sofre a ação de ser escrito).
• O menino machucou-se (pratica e sofre os efeitos da ação praticada).
• O professor está feliz (assume um estado de felicidade).
Observações:
1ª) daqui sairão, mais à frente, as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva; e
2ª) o sujeito assume determinado estado quando o verbo é de ligação.
Exemplos:
• O menino chegou cedo à escola.
• O enxame instalou-se no beiral da casa.
96
Sintaxe
S
b) Composto: ele é assim classificado quando não é único em uma oração.
Exemplos:
• O menino e a menina chegaram cedo à escola.
• O pai, a mãe e o filho visitaram o avô doentio.
Exemplos:
• O menino acaricia o gatinho de estimação.
• O pai e a mãe alimentam muito bem o filho.
Exemplos:
• O gatinho de estimação é acariciado pelo menino.
• O filho é muito bem alimentado pelo pai e pela mãe.
e) Expresso: é aquele que, representado por um pronome ou por um substantivo, está claro, isto é, está pre-
sente na oração.
Exemplos:
• O menino chegou cedo à escola.
• Alguém visitou o aniversariante.
f) Oculto: também chamado desinencial ou subentendido, é aquele cuja identificação pode-se dar pela desi-
nência verbal.
Exemplos:
• Irei à festa (ei: desinência de primeira pessoa do singular – Eu).
• Irás à festa (ás: desinência de segunda pessoa do singular – Tu).
• Irá à festa (á: desinência de terceira pessoa do singular – Ele / Ela).
• Iremos à festa (mos: desinência de primeira pessoa do plural – Nós).
• Ireis à festa (eis: desinência de segunda pessoa do plural – Vós).
97
Sintaxe
S
g) Indeterminado: é aquele que existe, não aparece, não se quer ou não se pode identificar e decorre do em-
prego de verbos na terceira pessoa do plural ou na terceira pessoa do singular (com verbos intransitivos,
transitivos indiretos ou de ligação), acompanhados de “se”.
Exemplos:
• Riscaram meu automóvel no estacionamento (não vi, não sei quem riscou).
• Falam mal de você (não sei de quem se trata ou não quero identificar “o falador”).
• Vive-se bem aqui (viver: verbo intransitivo, acompanhado de “se”).
• Precisa-se de funcionários (precisar: verbo transitivo indireto, acompanhado de “se”).
• Aqui se é feliz (ser: verbo de ligação, acompanhado de “se”).
Observações:
1ª) no caso da terceira pessoa do plural, há que se cuidar que o contexto não identifique o sujeito.
Exemplo: Venderam-se casas, distribuíram-se os lucros aos filhos e não se precisou de corretores.
• Venderam-se casas: o verbo (transitivo direto, acompanhado do “se”) concordou com o sujeito expresso
“casas”.
• Distribuíram-se os lucros aos filhos: o verbo (transitivo direto e indireto, acompanhado do “se”) concordou
com o sujeito expresso “lucros”.
• Não se precisou de corretores: o verbo (transitivo indireto, acompanhado do “se”) permaneceu no singu-
lar porque eu não sei de quem se trata o sujeito, haja vista ser ele indeterminado.
98
Sintaxe
S
3ª) com verbos transitivos diretos ou diretos e indiretos, acompanhados de “se”, nós teremos voz passiva
sintética e o “se” levará o nome de partícula apassivadora.
Exemplos:
• Havia (existiam) milhares de refugiados nos campos de concentração.
• Houve (aconteceram) milhares de acidentes nas estradas brasileiras.
• Deve haver (devem existir) sobreviventes nos escombros.
• Vai haver (vão acontecer) muitos acidentes nas estradas nacionais.
99
Sintaxe
S
2ª) com os verbos haver, fazer, ser e estar referindo-se a tempo; e
Exemplos:
• Há dez anos (dez anos: tempo) não há reuniões no clube.
• Havia meses (meses: tempo) que não aconteciam reuniões no clube.
• Deverá haver dias quentes (dias quentes: condição climática) no verão.
• Faz dez anos (dez anos: tempo) que não ocorrem dias tão quentes.
• Fazia meses (meses: tempo) que não se faziam casas novas aqui.
• Deverá fazer noites gélidas (noites gélidas: condição climática) no inverno.
• Agora já é tarde (tarde: tempo) demais.
• Devia ser tarde (tarde: tempo) demais para gritos histéricos.
• Está cedo (cedo: tempo) ainda.
• Devia estar quente (quente: condição climática) na ferrovia.
3ª) com os verbos indicativos de fenômenos naturais.
Exemplos:
• Choveu muito ontem.
• Nevou enormemente na serra gaúcha.
• Relampejou assustadoramente ontem à noite.
Observações:
1ª) Em “Havia problemas”, o substantivo “problemas”, absurdamente, será objeto direto.
2ª) Em “Existiam problemas”, o substantivo “problemas” será sujeito.
3ª) Em “Houve acidentes”, o substantivo “acidentes”, absurdamente, será objeto direto.
4ª) Em “Aconteceram acidentes”, o substantivo “acidentes” será sujeito.
5ª) Em “Nevava muito ontem”, como há verbo e dois adjuntos adverbiais, hão há sujeito.
6ª) Em “Nevavam flocos de neve”, embora o verbo indique fenômeno natural, “flocos” é sujeito.
7ª) Em “Choveu torrencialmente ontem”, como há verbo e dois adjuntos adverbiais, hão há sujeito.
8ª) Em “Choveram chuvas torrenciais”, embora o verbo indique fenômeno natural, “chuvas” é sujeito.
100
Sintaxe
S
Conclusão:
Melhor seria dizer que, com verbos indicativos de fenômenos naturais, poder-se-á ter oração sem sujeito.
EXERCÍCIO 01:
101
Sintaxe
S
20. ( ) Não se querem soluções prontas.
21. ( ) Não querem soluções prontas.
22. ( ) Fizestes ótimos trabalhos, meninos.
23. ( ) Morrem-se muitas mortes.
24. ( ) Vive-se a vida.
25. ( ) Precisaram-se, na reunião, os objetivos do grupo.
26. ( ) Precisa-se, no grupo, de objetivos.
27. ( ) Aqui se é feliz, aluno.
28. ( ) Não duvide dos resultados.
29. ( ) Que se obedeça aos pais.
30. ( ) Dormiram bons sonos.
31. ( ) Choveu muito, ontem à noite.
32. ( ) Relampejava assustadoramente na tarde de ontem.
33. ( ) Relampejavam relâmpagos assustadores ontem à noite.
34. ( ) Houve dezenas de ataques suicidas.
35. ( ) Fará muito calor no próximo verão.
02. Predicado
No trato sintagmático da análise sintática interna, isto é, vista a partir dos segmentos que se formam ao re-
dor do sujeito e do verbo, sintagma verbal e predicado confundem-se, ou seja, são rigorosamente a mesma coisa.
Exemplos:
• O menino estudioso foi ao colégio do bairro.
Sintagma nominal: O menino estudioso.
Sintagma verbal: foi ao colégio do bairro.
102
Sintaxe
S
De acordo com a regência do verbo – centro nuclear do sintagma verbal -, o predicado pode ser:
a) Verbal: é aquele em que o sentido da oração concentra-se num verbo significativo, que será intransitivo,
transitivo direto, transitivo indireto ou transitivo direto e indireto.
Exemplos:
• O menino chegou cedo à escola.
Vê-se, aí, que, suprimido o verbo intransitivo chegar, desmonta-se o sentido da frase.
Observações:
1ª) De fato, no predicado verbal, verbos significativos são sempre o centro nuclear do sintagma.
2ª) Forma simples e rápida de identificar o predicado verbal: nunca haverá predicativo.
b) Nominal: é aquele em que o sentido da frase concentra-se num nome (adjetivo), e não no verbo, que, des-
provido de significado, será sempre de ligação.
Exemplos:
• O menino parecia feliz.
Vê-se, aí, que, suprimido o nome feliz (adjetivo, na morfologia; predicativo, na sintaxe), desmonta-se o sen-
tido da oração. A par disso vale observar, também, que, suprimido o verbo (de ligação), o enunciado não se
desfaz.
103
Sintaxe
S
c) Verbo-nominal: como a própria denominação aponta, tem-se, aqui, a reunião dos dois tipos de predicado
vistos acima (verbal e nominal) numa só oração. Nesse caso, é interessante notar que haverá um verbo
significativo (intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto) expresso e, su-
bentendido, outro de ligação.
Exemplos:
• O menino chegou à escola feliz.
Pode-se observar, aí, a presença, primeiro, do verbo significativo (intransitivo) e, depois, do nome (adjetivo)
também significativo. Afinal, tanto em “O menino chegou à escola”, quanto em “O menino feliz” pode-se
depreender os sentidos dos enunciados. Além disso, é fácil identificar, em casos como esse, a existência de
um verbo de ligação oculto: “O menino chegou à escola e (quando chegou) estava feliz”.
Conclusão:
Sempre que houver um predicativo e o verbo não for de ligação, o predicado será verbo-nominal.
EXERCÍCIO 02:
104
Sintaxe
S
06. ( ) O professor cumprimentou o aluno sábio.
07. ( ) O professor cumprimentou a aluna confuso.
08. ( ) O aluno comprou sapatos novos.
09. ( ) Os colegas, para o aluno, pareciam muito atrasados.
10. ( ) Os colegas estavam todos na cantina de escola.
11. ( ) Os colegas estavam surpresos na cantina da escola.
12. ( ) O colega ofereceu flores às colegas constrangido.
13. ( ) Mais de oitenta alunos estavam eufóricos.
14. ( ) Depredaram a praça encantada.
15. ( ) A praça parecia encantada.
16. ( ) Precisa-se de funcionários capazes na loja.
17. ( ) Vendem-se sonhos encantados nesta cidade.
18. ( ) O filho acariciava a mãe acabrunhada.
19. ( ) O filho acariciava a mãe acabrunhado.
20. ( ) O filho acabrunhado alisava o cabelo da mãe.
21. ( ) Os professores dedicaram suas férias às alunas esperançosas.
22. ( ) Os professores dedicaram suas férias às alunas esperançosos.
23. ( ) Os alunos esforçados chegaram à escola felizes.
24. ( ) Esperançoso, o professor foi à escola.
25. ( ) O professor andava rapidamente na sala de aula.
FUNÇÕES INTEGRANTES
105
Sintaxe
S
Exemplos:
• O agricultor vendeu um porco.
Sintagma nominal: O agricultor.
Sintagma verbal: vendeu um porco.
O verbo, centro nuclear desse sintagma, é vender e, nesse caso, apresenta-se como transitivo direto. Logo,
seu complemento (substantivo “porco”) exerce a função de objeto direto.
• O agricultor vendeu-o.
Sintagma nominal: O agricultor.
Sintagma verbal: vendeu-o.
O verbo, centro nuclear desse sintagma, é vender e, nesse caso, apresenta-se como transitivo direto. Logo,
seu complemento (pronome pessoal “o”) exerce a função de objeto direto.
106
Sintaxe
S
Exemplos:
• Eu comprei o lápis ontem.
Sintagma nominal: Eu.
Sintagma verbal: comprei o lápis ontem.
Como esse verbo apresenta-se em sua transitividade direta, o substantivo “lápis” exerce, por lógico, a fun-
ção de simples objeto direto.
a) Casos de ambiguidade: eles ocorrem, principalmente, quando se iniciam frases com verbo.
Exemplos:
• Atacou o javali o homem.
Caberia ou não, aí, esta pergunta: “Mas quem atacou e quem foi mesmo atacado”? Evidentemente que a
presença de uma preposição dirimiria essa dúvida!
Em “Atacou ao javali o homem”, teríamos o homem atacando e o javali sendo atacado; já, em “Atacou o
javali ao homem”, os papéis inverter-se-iam.
107
Sintaxe
S
b) Ênfase ou estilo: recursos puramente estilísticos.
Exemplos:
• Eu amo a Deus.
Ora, em parte pelo hábito, em parte pela tradição religiosa que as pessoas carregam, não há como negar
que essa frase, sem a preposição “a” (Eu amo Deus), ficaria estranha e, também, pouquíssimo enfática. O
verbo, entretanto, não deixou de ser transitivo direto por isso.
• Questionei a todos.
Igualmente, temos aqui um verbo transitivo direto (questionar) complementado por um objeto direto pre-
posicionado. Ocorreu, aí, que o pronome indefinido “todos”, e não o verbo, pediu a preposição “a” para, a
um só tempo, suavizar a pronúncia e enfatizar o enunciado.
Exemplos:
• O idoso admira gentilezas.
Tem-se, aqui, um verbo em cujo raciocínio lógico (quem admira, admira alguma coisa) não é reclamada a
presença de nenhuma preposição. Logo, esse é um verbo transitivo direto e ao substantivo (gentilezas) que
o complementa damos o nome de objeto direto.
108
Sintaxe
S
• O idoso gosta de gentilezas.
Observa-se, agora, que “quem gosta, gosta de alguma coisa”, isto é, o próprio raciocínio lógico catapulta,
para depois do verbo, uma preposição (de). Ora, nesse caso, o verbo é transitivo indireto e ao substantivo
(gentilezas) que o complementa damos o nome de objeto indireto.
Diferentemente do objeto direto que, às vezes, pode vir preposicionado, o objeto indireto tem a preposição
como sua mais marcante característica. Dessa forma, restar-nos-á, aqui, somente em falar sobre objeto indireto
pleonástico.
Como lá, trata-se, também aqui, de reforço, de ênfase a uma expressão cuja função é servir de complemento
do verbo transitivo indireto.
Exemplos:
• A meu pai, sempre lhe obedeci obstinadamente.
Partindo-se do verbo (obedecer) e, sobre ele, aplicando-se o raciocínio lógico (quem obedece, obedece a
alguém), percebe-se claramente a existência de um objeto indireto (pai). De igual sorte, mostra-se tarefa
fácil verificar que ele se repete no emprego do pronome pessoal (lhe). Logo, “pai” é objeto indireto e “lhe”,
objeto indireto preposicionado.
109
Sintaxe
S
03. Complemento nominal
Agora, e numa guinada, migraremos, por instantes, da regência verbal para sua homônima nominal.
Na primeira, vimos que os verbos transitivos exigiam complementos verbais, ora sem, ora com preposição e,
por isso mesmo, dividiam-se em diretos e indiretos.
Na segunda, veremos que também os nomes transitivos exigirão complemento, todavia sempre com a
presença de uma preposição. Diante disso, se, por um lado, o cuidado terá de ser enorme a fim de não confundir
objeto indireto como complemento nominal, por outro, será extremamente mais cômodo não precisar dividir os
complementos de nomes em direto e indireto, isto é, serão complementos nominais e pronto.
Exemplos:
• O professor nunca duvidou de minhas capacidades.
Observando-se com relativa atenção, ver-se-á que existe, nessa oração, um verbo transitivo indireto (quem
duvida, duvida de alguma coisa). Será possível ver, também, que o substantivo “capacidades” complemen-
ta o sentido vago do verbo (duvidar), exercendo a função sintática de objeto indireto.
110
Sintaxe
S
04. Agente da passiva
Seguindo na mesma senda, fecharemos, com o agente da passiva, as funções integrantes da oração.
Para facilitar a compreensão, pode-se raciocinar assim: verbo transitivo exige complemento verbal (objeto
direto ou objeto indireto) e nome transitivo reclama a presença de um complemento nominal. Ora, na mesma
lógica, um sujeito paciente pedirá o quê? Um agente da passiva, é claro.
Então, podemos concluir isto: agente da passiva é o ser que age sobre um sujeito passivo, levando-o receber
a ação expressa pelo verbo.
Exemplos:
• O menino foi protegido pelo policial militar.
Percebemos claramente, aqui, a presença de duas figuras: o menino (sendo protegido) e o policial (prote-
gendo). “Menino” é um sujeito paciente, pois recebe a ação de ser protegido, e “policial” é agente da passi-
va, haja vista que pratica a ação de proteger o menino.
EXERCÍCIO 03:
Classifique as expressões destacadas nas frases abaixo de acordo com esta legenda:
A – se for objeto direto
B – se for objeto indireto
C – se for complemento nominal
D – se for agente da passiva
E – se for adjunto adverbial
F – se for adjunto adnominal
111
Sintaxe
S
01. ( ) A assistência à aula é fundamental ao aluno.
02. ( ) A assistência à aula é fundamental ao aluno.
03. ( ) Obedecer aos mais velhos é dever de todos.
04. ( ) O aluno chegou à escola atrasado.
05. ( ) A cidade de pedras encanta qualquer pessoa.
06. ( ) A necessidade de pedras impacienta qualquer pessoa.
07. ( ) Acordou à noite e não adormeceu mais.
08. ( ) O gosto pelas artes não o fascinava tanto.
09. ( ) Eu gosto das artes desde pequeno.
10. ( ) O pintor foi seduzido pelas artes quando ainda era jovem.
11. ( ) A frequência a exposições artísticas era uma necessidade de todos.
12. ( ) As exposições de obras de arte eram uma necessidade de todos.
13. ( ) Obedeceu às leis, aos homens e a Deus desde que se fez gente.
14. ( ) A obediência às leis, aos homens e a Deus foi sua obsessão desde que se fez gente.
15. ( ) A fotografia dos códigos, dos homens e de Deus sempre o fascinou.
16. ( ) O aluno estava na escola quando seu pai adoeceu.
17. ( ) Ela cuidava muito bem sua pele de seda.
18. ( ) Ela necessitava sempre de seda.
19. ( ) A necessidade de seda sempre a perseguiu.
20. ( ) Ela sempre votou favoravelmente àquela candidatura.
21. ( ) Pela candidatura ele sempre lutou.
22. ( ) Desistiu da candidatura ainda no início da campanha eleitoral.
23. ( ) A desistência, pelo candidato, da candidatura foi muitíssimo sentida.
24. ( ) O cabelo da candidata era liso, longo e loiro.
25. ( ) Morreu muitas mortes; viveu muitas vidas.
26. ( ) Morreu muitas mortes; viveu muitas vidas.
27. ( ) O pai ama ao filho como a ninguém mais.
28. ( ) O pai deu uma bicicleta ao filho.
29. ( ) O lápis, perdi-o ontem.
30. ( ) Ao aluno, prometi o lápis na semana passada.
112
Sintaxe
S
FUNÇÕES ACESSÓRIAS
Essa função sintática será representada pelos determinantes do substantivo (artigo, pronome e numeral),
sempre; ou pelo modificador do substantivo (adjetivo ou locução adjetiva), às vezes, isto é, somente quando
modificado e modificador estiverem num mesmo sintagma.
Exemplos:
• O meu primeiro professor muito interessado tratava muito bem seus alunos.
Sintagma nominal: O meu primeiro professor muito interessado.
Sintagma verbal: tratava muito bem seus alunos.
Sujeito: professor (substantivo).
Adjuntos adnominais: o (artigo), meu (pronome), primeiro (numeral) e interessado (adjetivo).
Sintagma verbal: tratava muito bem seus alunos.
Objeto direto: alunos (substantivo).
Adjunto adnominal: seus (pronome).
Importante: o segundo adjetivo (feliz), em não estando no mesmo sintagma de seu modificado (o substantivo
“aluno”), funciona como predicativo do sujeito.
113
Sintaxe
S
02. Adjunto adverbial
A identificação do adjunto adverbial será extremamente simples se lembrarmos do advérbio e da locução
adverbial, morfologicamente falando. Sim, para ser adjunto adverbial, na sintaxe, a expressão já terá de ter sido
advérbio ou locução adverbial, na morfologia.
Exemplos:
• À tardinha, o aluno muito bem instruído produziu um texto extremamente belo.
Sintagma nominal: o aluno muito bem instruído.
Sujeito: aluno.
Adjuntos adnominais: o (artigo) e instruído (adjetivo).
Adjuntos adverbiais: muito (advérbio) e bem (advérbio).
Sintagma verbal: À tardinha, produziu um texto extremamente belo.
Objeto direto: texto.
Adjuntos adnominais: um (artigo) e belo (adjetivo).
Adjuntos adverbiais: à tardinha (locução adverbial) e extremamente (advérbio).
02.01 Classificação
De acordo com a circunstância que o adjunto adverbial atribuir ao enunciado, dá-se sua classificação:
a) de tempo – Hoje, como ontem e, talvez, como amanhã, sua fala seria breve.
b) de modo – Ele escrevia assim mesmo, mal, muito mal, ilegivelmente.
c) de lugar – Ele vinha atrás, cambaleava para lá, para cá e caiu defronte à igreja.
d) de afirmação – Irei à missa certamente e direi, sim, o que penso.
e) de negação – Nunca falei, não falo, tampouco permito que falem mal de ti nunca.
f) de intensidade – Bastante feliz, o menino ria muito e falava pouco.
g) de dúvida – Possivelmente chegarei cedo, mas talvez eu nem vá.
114
Sintaxe
S
Observação:
A nomenclatura gramatical brasileira precisa ser urgente e totalmente atualizada. Afinal, há designações
absurdas e carências inaceitáveis. É lógico, por exemplo, que toda oração subordinada adverbial resulta de
locuções adverbais verbalizadas. Então, e somente aí, nós já deveríamos ter mais oito tipos de advérbio: de
causa, de condição, de conformidade, de consequência, de concessão, de comparação, de finalidade e de
proporção. Em vez disso, ensaia-se, timidamente, a inclusão de três espécies não bem definidas ainda: de
ordem, de designação e de exclusão.
FUNÇÕES INDEPENDENTES
Deve ter ficado claro até aqui que todas as funções até agora estudadas aninharam-se em um dos dois
sintagmas, ora em torno do sujeito, ora em torno do verbo.
Há casos, todavia, em que essa aparente lógica se desfaz. Neles, extraímos ambos os sintagmas e sobram, de
certa forma, expressões cujas funções são claras.
01. Aposto
Usado com o objetivo de explicar, desenvolver, resumir ou especificar outra função sintática, o aposto liga-se
a ela, mas de forma independente.
Exemplos:
• A gramática, conjunto das regras do bem falar e do bem escrever, é importantíssima.
Sintagma nominal: A gramática.
Sujeito: gramática.
Adjunto adnominal: a (artigo).
Sintagma verbal: é importantíssima.
Predicativo: importantíssima (adjetivo, em sintagma diferente).
Aposto: conjunto das regras do bem falar e do bem escrever (especifica o sujeito gramática).
115
Sintaxe
S
• A fonética, a morfologia e a sintaxe, a gramática, são interessantíssimas.
Sintagma nominal: A fonética, a morfologia e a sintaxe.
Sujeito: fonética, morfologia, sintaxe (substantivos).
Adjuntos adnominais: a, a, a (artigos).
Sintagma verbal: são interessantíssimas.
Predicativo: interessantíssimas (adjetivo, em sintagma diferente).
Aposto: a gramática (resume o sujeito fonética, morfologia, sintaxe).
02. Vocativo
Empregado, de forma também independente, o vocativo exerce um papel apelativo, de chamamento, de
invocação, interpelativo. Difere de outras funções sintáticas também pelo fato de não se relacionar com nenhuma
delas.
Exemplos:
• O idioma, amigos, merece nosso estudo, nossa veneração, nosso amor.
Vê-se, aí, o vocábulo “amigos” sendo usado claramente como um chamamento, um apelo ao público cir-
cunstante, sem relacionar-se com o sintagma nominal (O idioma), tampouco com o sintagma verbal (mere-
ce nosso estudo, nossa veneração, nosso amor).
PREDICATIVO
Conforme já explicitado na classificação geral das funções sintáticas, a gramática, não obstante o esforço de
seus autores, ainda não conseguiu um enquadramento definitivo para essa função, haja vista que ela perambula
por diversos dos agrupamentos tradicionais: essenciais, integrantes, acessórios e independentes.
Seja como for, não será nenhum sacrifício entender o predicativo, sobretudo a quem tiver clara em sua mente
a identificação morfológica do adjetivo.
Pois bem, concebida para modificar substantivos, essa classe gramatical cumpre sua tarefa, ora modificando
o sujeito, ora modificando o objeto direto.
116
Sintaxe
S
a. Predicativo do sujeito
Denomina-se, sintaticamente, predicativo do sujeito todo adjetivo que, mesmo estando no sintagma verbal (ou,
graças aos recursos de pontuação, deslocado para outras posições na oração), atribui características modificadoras
ao substantivo ou ao pronome, que funcionam como sujeito.
Exemplos:
• A menina sempre chegava à escola feliz.
Sintagma nominal: A menina.
Sujeito: menina.
Adjunto adnominal: a (artigo).
Sintagma verbal: sempre chegava à escola feliz.
Predicativo do sujeito: feliz (adjetivo, em sintagma diferente).
Adjuntos adverbiais: sempre (advérbio), à escola (locução adverbial).
Observações:
1ª) Com verbos de ligação, o predicativo será sempre do sujeito e o predicado será obrigatoriamente nomi-
nal.
2ª) Com verbos transitivos ou intransitivos, poderá haver predicativo do sujeito, mas o predicado será sem-
pre verbo-nominal.
b. Predicativo do objeto
Um pouco mais complexo do que o predicativo do sujeito (de fácil identificação), o predicativo do objeto
acompanha o complemento verbal (objeto direto ou indireto), sem fazer parte dele. Para identificá-lo com maior
facilidade é bom observar isto: a característica atribuída por ele ao complemento verbal não tem valor universal,
pois dependerá sempre de um juízo particular.
117
Sintaxe
S
Exemplos:
• O aluno considerava seu professor sábio.
Ora, temos, nesse caso, um verbo transitivo direto (considerar). Completando-lhe o sentido, aparece o ob-
jeto direto (professor). É importante notar que o modificador (sábio) não pode acompanhar o modificado
(professor) porque esse atributo só lhe foi creditado pelo aluno em questão. Logo, essa característica não
tem valor universal, mas revela tão somente uma impressão particular.
Observações:
1ª) O predicativo do objeto sempre virá caracterizando um complemento verbal (objeto direto ou indireto) e
será produto de uma análise, de um julgamento, de uma opinião particularizada.
2ª) Sempre que o predicativo for do objeto, teremos predicado verbo-nominal, pois haverá predicativo e o
verbo não será de ligação.
118
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 04:
Classifique as expressões destacadas nas frases abaixo de acordo com esta legenda:
A – se for aposto
B – se for vocativo
C – se for predicativo
QUESTÕES DE PROVAS
119
Sintaxe
S
02. (Consep) – Em “Nosso filho chegou atrasado.”, o predicado é
a) nominal: verbo de ligação.
b) verbal: verbo de ligação.
c) verbo-nominal: verbo de ligação e predicativo.
d) verbo-nominal: verbo intransitivo e predicativo.
e) verbal: verbo intransitivo.
04. (PUC) – “Nesse momento começaram a feri-lo nas mãos a pau” – O sujeito do verbo ferir é:
a) nas mãos;
b) indeterminado;
c) oculto;
d) a pau;
e) inexistente.
06. (UNIRIO) – Em: “Na mocidade, muitas coisas lhe haviam acontecido”, temos oração:
a) sem sujeito;
b) com sujeito simples e claro;
c) com sujeito oculto;
d) com sujeito composto;
e) com sujeito indeterminado.
120
Sintaxe
S
07. (FUVEST) – Assinale a alternativa em que há oração sem sujeito.
a) Existe um povo que a bandeira empresta.
b) Embora com atraso, haviam chegado.
c) Existem flores que devoram insetos.
d) Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo.
e) Há de haver recurso desta sentença.
08. (UFU-MG) – “O sol entra cada dia mais tarde, pálido, fraco, oblíquo.” e “O sol brilhou um pouquinho pela ma-
nhã”. Pela ordem, os predicados das orações acima classificam-se como:
a) nominal e verbo-nominal
b) verbal e nominal
c) verbal e verbo-nominal
d) verbo-nominal e nominal
e) verbo-nominal e verbal
09. (FMU-SP)
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico brado retumbante...”
O sujeito desta afirmação com que se inicia o Hino Nacional é:
a) Indeterminado
b) “um povo heroico”
c) “as margens plácidas”
d) “do Ipiranga”
e) “o brado retumbante”
121
Sintaxe
S
a) indeterminado, inexistente, simples;
b) oculto, simples, inexistente;
c) inexistente, inexistente, inexistente;
d) oculto, inexistente, simples;
e) simples, simples, inexistente.
11. (Unimep)
I. Paulo está adoentado.
II. Paulo está no hospital.
a) O predicado é verbal em I e II.
b) O predicado é nominal em I e II.
c) O predicado é verbo-nominal em I e II.
d) O predicado é verbal em I e nominal em II.
e) O predicado é nominal em I e verbal em II.
122
Sintaxe
S
14. (UEPG) – Só num caso a oração não tem sujeito. Assinale-a.
a) Faltavam três dias para o batismo.
b) Houve por improcedente a reclamação do aluno.
c) Só me resta uma esperança.
d) Havia tempo suficiente para as comemorações.
e) Fazia grandes tortas naquelas tardes escaldantes.
123
Sintaxe
S
17. (UNIMAR-SP) – Nas orações a seguir:
I. As chuvas abundantes, pródigas, violentas, fortes anunciavam o verão.
II. Eu e você vamos juntos.
III. Vendeu-se a pá.
Essas orações apresentam sujeito, respectivamente:
a) composto, simples, indeterminado;
b) composto, composto, indeterminado;
c) simples, simples, oculto;
d) simples, composto, “a pá”;
e) composto, simples, “a pá”.
18. (Fatec) – Numa oração do tipo “As meninas assistiram alegres ao espetáculo”, temos:
a) predicado verbal;
b) predicado verbo-nominal;
c) predicado nominal;
d) oração sem predicado;
e) predicativo nominal.
124
Sintaxe
S
21. (FMPA-MG) – “Quando me procurar o desencanto, eu direi, sereno e confiante, que a vida não foi de todo inú-
til.”
O sujeito de procurar é:
a) indeterminado;
b) eu (elíptico);
c) o desencanto;
d) me;
e) inexistente.
125
Sintaxe
S
24. (FMC-SP) – Em relação a frase: “Precisa-se de trabalhadores”, indique a alternativa incorreta:
a) sujeito indeterminado.
b) “de trabalhadores” é objeto indireto.
c) “se” é índice de indeterminação do sujeito.
d) a frase é ativa de sujeito indeterminado.
e) a frase é passiva.
25. (Itac) – Assinale uma das alternativas em que aparece um predicado verbo-nominal:
a) Os viajantes chegaram cedo ao destino.
b) Demitiram o secretário da instituição.
c) Nomearam as novas ruas da cidade.
d) Compareceram todos atrasados à reunião.
e) Estava irritado com as brincadeiras.
27. (Unisinos) – A recordação da cena persegue-me até hoje. As palavras grifadas são respectivamente:
a) adjunto adnominal, objeto indireto;
b) adjunto adnominal, objeto direto;
c) complemento nominal, objeto indireto;
d) complemento nominal, objeto direto;
e) objeto indireto, objeto indireto
126
Sintaxe
S
28. (UPF) – “... e em sua presença tinham instintivamente uma atitude cheia de simpatia e respeito”. – “... de simpatia
e respeito”, analisam-se como:
a) adjunto adnominal;
b) complemento nominal;
c) objeto direto;
d) objeto indireto;
e) objeto indireto e objeto direto.
31. (PUC-RJ) – “O homem está imerso num mundo ao qual percebe”. O termo em negrito é:
a) objeto direto preposicionado;
b) objeto indireto;
c) adjunto adverbial;
d) agente da passiva;
e) adjunto adnominal.
127
Sintaxe
S
32. (UGF) – Assinale o caso em que o pronome oblíquo átono exerce a função de objeto indireto:
a) Contive-me.
b) Ele aguardava-me desde cedo.
c) Isto me agrada.
d) O aluno me viu.
e) Socorram-me.
33. (AFTN) – Leia o trecho abaixo e identifique a opção que faz correspondência incorreta: “Ainda quando a
vida mais não fosse que a urna da saudade, o sacrário da memória dos bons, isso bastava para a reputarmos
um benefício celeste, e cobrirmos de reconhecimento a generosidade de quem no-la doou.” (Ruy Barbosa)
Termos destacados Função sintática da oração
a) a – objeto direto;
b) um benefício celeste – predicativo do objeto direto
c) a generosidade – objeto direto;
d) quem – objeto indireto;
e) no – objeto indireto.
34. (UF-PR) – Na oração “O alvo foi atingido por uma bomba formidável”, a locução por uma bomba formidável
tem a função de:
a) objeto direto;
b) agente da passiva;
c) adjunto adverbial;
d) complemento nominal;
e) objeto indireto pleonástico.
128
Sintaxe
S
36. (E. S. Propaganda e marketing) – “Sorvete Kibon decora sua cozinha. E dá nome às latas”.
Os termos destacados são, respectivamente:
a) sujeito, objeto direto, objeto indireto;
b) objeto direto, sujeito, objeto indireto;
c) sujeito, objeto indireto, objeto direto;
d) sujeito, sujeito, objeto indireto;
e) objeto direto, sujeito, objeto direto.
37. (Instituto Excelência) – O adjunto adverbial relaciona-se com a circunstância por ele expressa.
Assinale a opção em cuja frase há um adjunto adverbial de causa:
a) Jamais duvide de Deus.
b) Mande a carta pelo correio.
c) Devido ao mau tempo, não saí de casa.
d) O rio enche durante as chuvas de inverno.
e) O menino estuda a fim de ter uma vida melhor no futuro.
129
Sintaxe
S
39. (FAU) – Na frase “Para a realização das provas do concurso, chegamos no ônibus das 7h.”, a expressão des-
tacada é:
a) Adjunto adverbial de meio.
b) Adjunto adverbial de tempo.
c) Adjunto adverbial de lugar.
d) Adjunto adverbial de modo.
e) Adjunto adverbial de meio e de tempo.
40. (PUC- SP) – “A colossal produção agrícola e industrial dos americanos voa para os mercados com a velocidade
média de 100 km por hora. Os trigos e as carnes argentinas afluem para os portos em autos e locomotivas que
uns 50 km por hora, na certa, desenvolvem.”As circunstâncias sublinhadas indicam, respectivamente, a ideia
de:
a) lugar, meio e finalidade.
b) finalidade, meio e afirmação.
c) finalidade, tempo e dúvida.
d) lugar, meio e afirmação.
e) lugar, instrumento e lugar.
130
Sintaxe
S
43. (Itame) – Marque a alternativa em que o adjetivo desempenha função de predicativo do sujeito.
a) Os diretores receberam o ministro e o secretário ingleses.
b) Novos professores teremos ano que vem.
c) Ansiosos, o avô e a avó ligaram para os netos.
d) Entregou-me o veículo avariado.
e) A neta comunicou-se com o avô ansioso.
131
Sintaxe
S
PROVA COMPLETA:
Polícia Militar de São Paulo
Nível superior
02. No contexto em que está empregada, a locução verbal “Vai trabalhar” equivale a
a) uma ordem, no modo verbal imperativo, permeada de sentido de cortesia.
b) uma advertência, no modo verbal subjuntivo, permeada de sentido de humor.
c) um conselho, no modo verbal subjuntivo, permeada de sentido de orientação.
d) uma solicitação, no modo verbal indicativo, permeada de sentido de sarcasmo.
e) uma recomendação, no modo verbal imperativo, permeada de sentido de hostilidade.
132
Sintaxe
S
03. De acordo com a norma-padrão, a ideia contida nas placas está corretamente expressa em:
a) Vivem-se a falta de vagas.
b) Falta vagas.
c) Não tem-se vagas.
d) Não existem vagas.
e) Acabou as vagas.
Responsável por reduzir burocracias, automatizar processos e aumentar a eficiência, o uso de inteligência
artificial (IA) pode aumentar o desemprego no País em quase 4 pontos percentuais nos próximos 15 anos. Os
dados são de um estudo desenvolvido pelo professor Felipe Serigatti, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em
parceria com a Microsoft.
Para simular o impacto da adoção de IA na economia brasileira, a pesquisa estipulou três cenários: um
conservador, no qual a taxa de crescimento da adoção de IA pelo mercado brasileiro é de 5%, durante 15 anos.
Nesse panorama, a economia também cresce menos do que o estimado para os próximos anos. No cenário
intermediário, o número é de 10%, com crescimento estável. Já no mais agressivo, em um mundo em que a
economia tem projeção otimista de crescimento, a adoção de IA subiria 26% no período – é nesse último que o
desemprego pode aumentar em 3,87 pontos percentuais, no saldo geral da população.
No mais severo dos cenários, os mais afetados serão os trabalhadores menos qualificados, que poderão
ver o desemprego aumentar em 5,14 pontos percentuais; já o número de vagas qualificadas pode subir com
a adoção massiva de inteligência artificial, em até 1,56 ponto percentual. “A inteligência artificial aumentará a
desigualdade”, alertou Serigatti, que é professor de Economia da FGV.
A pesquisa analisou seis segmentos diferentes da economia: agricultura, pecuária, óleo e gás, mineração
e extração, transporte e comércio e setor público (educação, saúde, defesa e administração pública). Os traba-
lhadores mais afetados no cenário mais agressivo são os mais qualificados dos setores de óleo e gás e de agri-
cultura, dois dos principais pilares da economia brasileira. O primeiro tem redução nos empregos de 23,57%,
e o segundo, de 21,55%.
(Bruno Romani, “Uso de inteligência artificial pode aumentar desemprego no Brasil, diz FGV”.
https://link.estadao.com.br. Adaptado)
133
Sintaxe
S
04. No mais rigoroso dos cenários, os mais afetados serão aqueles trabalhadores com menos qualificação, já o
número de vagas qualificadas poderá subir com a adoção intensiva de inteligência artificial.
A leitura comparativa entre a charge de Duke e o texto do Estadão permite afirmar que
a) o recrudescimento do desemprego vivido no presente do país é uma realidade que tende a se estender pe-
los próximos anos.
b) a redução do desemprego é uma realidade remota que privilegiará eventualmente os trabalhadores menos
qualificados.
c) a piora na economia continuará a tirar com mais vigor postos de trabalho, já que nenhuma projeção prevê
crescimento econômico.
d) o cenário desolador do desemprego no Brasil será plenamente revertido em até 15 anos, graças ao cresci-
mento econômico.
e) o desemprego tende a se manter estável nos próximos anos, já que existe uma projeção otimista de cresci-
mento.
06. Assinale a alternativa em que a informação apresentada é coerente com o exposto no texto.
a) A inteligência artificial, cuja responsabilidade é diminuir burocracias, automatizar processos e intensificar a
eficiência, promete reduzir a falta de emprego no País em 4 pontos percentuais nos próximos 15 anos.
b) Para simular o efeito da adoção de IA na economia brasileira, a pesquisa estabeleceu três cenários: um deles é
reacionário, no qual a taxa de crescimento da adoção de IA pelo mercado brasileiro é de 5%, durante 15 anos.
134
Sintaxe
S
c) A pesquisa da FGV aponta que os trabalhadores mais privilegiados no cenário mais agressivo são os mais
qualificados dos setores de óleo e gás e de agricultura, dois dos pilares menos influentes da economia bra-
sileira.
d) No cenário intermediário, o número é de 10%, com crescimento inconstante. Já no mais ofensivo, em um
mundo em que a economia tem projeção limitada de crescimento, a adoção de IA subiria 26% no período.
e) No mais rigoroso dos cenários, os mais afetados serão aqueles trabalhadores com menos qualificação, já o
número de vagas qualificadas poderá subir com a adoção intensiva de inteligência artificial.
135
Sintaxe
S
09. De acordo com a norma-padrão, o título do texto está corretamente reescrito e pontuado em:
a) No Brasil uso de inteligência artificial pode aumentar desemprego diz FGV.
b) Diz FGV, uso de inteligência artificial no Brasil pode aumentar desemprego.
c) “No Brasil, uso de inteligência artificial pode aumentar desemprego”, diz FGV.
d) “FGV diz” – uso no Brasil de inteligência artificial pode aumentar desemprego.
e) FGV diz que, uso de inteligência artificial pode aumentar desemprego no Brasil.
10. Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada expressa sentido de projeção futura.
a) Os dados são de um estudo desenvolvido pelo professor Felipe Serigatti... (1o parágrafo)
b) ... os mais afetados serão os trabalhadores menos qualificados... (3o parágrafo)
c) O primeiro tem redução nos empregos de 23,57%... (4o parágrafo)
d) ... a pesquisa estipulou três cenários... (2o parágrafo)
e) ... alertou Serigatti, que é professor de Economia da FGV. (3o parágrafo)
Leia a charge para responder às questões de números 11 e 12.
(http://chargeonline.com.br)
136
Sintaxe
S
11. As informações da charge permitem concluir que
a) o gênio é mais um na estatística do desemprego e, por isso, quer ajudar o homem.
b) o homem faz pedidos comuns e parecidos ao gênio, o que o deixa bem irritado.
c) a capacidade de realizar os pedidos existe, mas o gênio não quer atendê-los.
d) o gênio se declara incapaz de resolver a situação de desemprego, que também o afeta.
e) a imprecisão dos pedidos ao gênio faz com que ele desista de realizá-los.
12. Sem prejuízo à correção e ao sentido do texto, a frase do gênio está devidamente reescrita em:
a) E você acha que, ainda que eu posso arrumar todos esses empregos, eu estarei aqui fazendo bico de gênio?
b) E você acha que, caso eu pudesse arrumar todos esses empregos, eu estaria aqui fazendo bico de gênio?
c) E você acha que, como eu posso arrumar todos esses empregos, eu estarei aqui fazendo bico de gênio?
d) E você acha que, desde que eu posso arrumar todos esses empregos, eu estou aqui fazendo bico de gênio?
e) E você acha que, quando eu pude arrumar todos esses empregos, eu estaria aqui fazendo bico de gênio?
Quando o sociólogo italiano Domenico De Masi lançou o conceito de “ócio criativo”, em seu livro homôni-
mo de 2000, foi alçado à condição de pensador revolucionário e à lista dos mais vendidos.
O sucesso se deveu à explicação do espírito daquele tempo, ao apontar que tão essencial ao crescimento
profissional quanto o estudo e o trabalho eram os momentos de desconexão com a labuta que abririam as
portas para a criatividade e para “pensar fora da caixinha”. A intenção era alcançar uma fusão entre estudo,
trabalho e lazer para aprimorar o conhecimento, vivenciar diferentes experiências e instigar a criatividade.
Com o lançamento de “Uma Simples Revolução”, um best-seller, o sociólogo prega uma nova guinada no
pensamento empresarial.
Ao analisar as taxas de desemprego e de desocupação, para De Masi, a única saída é reduzir a carga de
trabalho individual e abrir novas vagas. “Se as regras do jogo não mudarem, o desemprego – aberto ou oculto
– está destinado a crescer em dimensão patológica”, escreve.
O Brasil é um dos países que vivem essa realidade, com um desemprego de mais de 13 milhões de pes-
soas, segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mais de 5 milhões
de pessoas procuram trabalho no país há um ano ou mais, o que representa quase 40% desse total.
137
Sintaxe
S
A lógica do mercado não ajuda a melhorar esses números. As empresas tentam reduzir suas folhas de
pagamento, mesmo que isso signifique mais horas extras.
Só que, de acordo com o sociólogo, quanto mais horas um indivíduo trabalha, mais ele contribui para a
taxa de desocupação. “Na Alemanha, onde todos trabalham, em média, 1400 horas, o desemprego está em
3,8% e o emprego está em 79%. Já na Itália, onde um italiano trabalha em média 1800 horas, o desemprego
está em 11% e o emprego está em 58%”, detalha.
“Para eliminar o desemprego, o único remédio válido é reduzir as horas de trabalho, mantendo o salário
e aumentando o número de vagas”, diz, em entrevista ao UOL.
14. De acordo com Domenico De Masi, uma ação que tem efeito negativo no sistema produtivo das empresas é
a) a tentativa de fundir estudo, trabalho e lazer.
b) o aperfeiçoamento profissional por meio do ócio.
c) a busca pela redução das folhas de pagamento.
d) a alteração da lógica do mercado vigente.
e) a oferta de mais vagas de trabalhos para os cidadãos.
138
Sintaxe
S
15. Considere as passagens:
• Quando o sociólogo italiano Domenico De Masi lançou o conceito de “ócio criativo” [...], foi alçado à condição
de pensador revolucionário... (1o parágrafo)
• A intenção era alcançar uma fusão entre estudo, trabalho e lazer para aprimorar o conhecimento, vivenciar
diferentes experiências e instigar a criatividade. (2o parágrafo)
• “Se as regras do jogo não mudarem, o desemprego – aberto ou oculto – está destinado a crescer em dimen-
são patológica”, escreve. (4o parágrafo)
No contexto em que estão empregados, os termos significam, correta e respectivamente:
a) rebaixado; promover; promissora.
b) conduzido; coibir; mórbida.
c) promovido; restringir; limitada.
d) assemelhado; induzir; esperançosa.
e) elevado; estimular; doentia.
16. Assinale a alternativa em que se transcreve uma passagem do texto na qual o termo destacado é empregado
em sentido figurado.
a) ... mais ele contribui para a taxa de desocupação. (7o parágrafo)
b) ... o sociólogo prega uma nova guinada no pensamento empresarial. (3o parágrafo)
c) … que abririam as portas para a criatividade … (2o parágrafo)
d) As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento... (6o parágrafo)
e) O sucesso se deveu à explicação do espírito daquele tempo... (2o parágrafo)
17. Coube _____ Domenico De Masi _____ criação do conceito de ócio criativo, referindo-se _____ desconexão neces-
sária com a labuta como caminho para se chegar _____ experiências criativas do ser humano.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, correta e respectiva-
mente, com:
a) à ... à ... à ... as
b) a ... a ... à ... às
c) a ... à ... a ... a
d) à ... a ... à ... às
e) à ... a ... a ... à
139
Sintaxe
S
18. De acordo com a norma-padrão, as passagens “os momentos de desconexão com a labuta que abririam as
portas para a criatividade” (2o parágrafo), “para De Masi, a única saída é reduzir a carga de trabalho individual”
(3o parágrafo) e “A lógica do mercado não ajuda a melhorar esses números.” (6o parágrafo) estão corretamen-
te reescritas em:
a) os momentos de desconexão com a labuta seriam favoráveis às portas abertas para a criatividade / De Masi
concorda com a redução da carga de trabalho individual / A lógica do mercado não colabora com a melhoria
desses números.
b) os momentos de desconexão com a labuta seriam favoráveis de portas abertas para a criatividade / De Masi
concorda pela redução da carga de trabalho individual / A lógica do mercado não colabora diante a melhoria
nesses números.
c) os momentos de desconexão com a labuta seriam favoráveis para as portas abertas para a criatividade / De
Masi concorda na redução da carga de trabalho individual / A lógica do mercado não colabora à melhoria
desses números.
d) os momentos de desconexão com a labuta seriam favoráveis com as portas abertas para a criatividade /
De Masi concorda com a redução da carga de trabalho individual / A lógica do mercado não colabora pela
melhoria desses números.
e) os momentos de desconexão com a labuta seriam favoráveis em portas abertas para a criatividade / De
Masi concorda da redução da carga de trabalho individual / A lógica do mercado não colabora na melhoria
a esses números.
19. De acordo com a norma-padrão, a concordância nominal está plenamente atendida em:
a) De acordo com Domenico De Masi, é necessário a diminuição da taxa de desocupação.
b) No Brasil, há bastante pessoas que procuram emprego há um ano ou mais, segundo o IBGE.
c) Reduzindo a carga de trabalho para 1400 horas, o Brasil estaria quites em relação aos números internacionais.
d) Os altos índices de desemprego e a falta de novas vagas criam um clima social de desalento.
e) A situação do Brasil está meia complicada, com o desemprego de 13 milhões de pessoas.
20. Sem prejuízo de sentido ao texto, o trecho – As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, mesmo
que isso signifique mais horas extras. (5o parágrafo) – está corretamente reescrito em:
a) As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, quando isso significa mais horas extras.
b) As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, tanto que isso significa mais horas extras.
c) As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, apesar de isso significar mais horas extras.
d) As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, porque isso significa mais horas extras.
e) As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, se isso significar mais horas extras.
140
Sintaxe
S
GABARITO
141
ÚLTIMAS PALAVRAS
Encerramos aqui um dos assuntos mais temidos por tantos quantos se dedicam ao estudo da Língua
Portuguesa. Crê, companheiro de caminhada: entender as funções sintáticas é empreitada que todos almejam,
mas poucos se atrevem encarar, e quase ninguém consegue levar a bom termo.
Assim, e se sua dedicação foi tão intensa quanto eu espero que tenha sido, parabéns: você é dos poucos
lusófonos capazes de, associando regência com classes gramaticais, discutir esse assunto com proficiência, lucidez,
coerência e sabedoria.
De minha parte, confesso, foi muito gostoso buscar um pouco de conteúdo daqui, mais um naquinho dali,
uma superporção de lá e, acrescentando sal na medida certa, temperar bem o prato com que acabo de presenteá-
lo. Ter tido a oportunidade de conceituar os revolucionários sintagmas, tão importantes e que tantos benefícios
trazem ao aprendizado da análise sintática, também foi ingrediente recompensador.
Parabéns, mais uma vez, pelo privilégio de sua indispensável companhia. Afinal, que palco, sem plateia, se
encheria de luz?
De certa forma estamos estacionados no sexto degrau de nossa Escada. Afinal, nele já plantamos-colhemos
bastantes coisas: regência verbal, regência nominal, crase e análise sintática interna.
Essa aparente parada, todavia, há de ser entendida com normalidade. Antes de chegarmos a esse degrau e,
com ele, à sintaxe, o plantio foi muito grande.
E, para não perdermos nada de vista, vale a pena relembrar: “Para colher, há que se plantar” e “Colhe-se
exatamente aquilo que se planta”. Prossigamos, pois, na colheita.
Agora, retomando, da fonética, a acentuação gráfica, da morfologia, o verbo (sobretudo com sua exaustiva
conjugação) e, da sintaxe, a regência verbal e a análise sintática interna, construamos outra obra gigantesca
chamada concordância verbal.
Para tanto, como já asseverado, será fundamental termos competência para alicerçar bem essa nova
construção, buscando, na hora certa, os pré-requisitos já estudados e aplicá-los com a exatidão que a objetividade
gramatical exige.
Bom proveito!
S
CONCORDÂNCIA VERBAL
A concordância verbal, haja vista o fato de ela se fundamentar no sujeito da oração, não é outra coisa que
não a aplicação prática dessa função sintática. Além disso, é claro, haverá de existir fina e estreita conexão com o
sintagma verbal estruturador de toda oração.
A fim de organizar muito bem o assunto e, com isso, facilitar ainda mais a compreensão plena, dividiremos a
concordância do verbo em alguns títulos e outros subtítulos.
1. Regra geral
A gramática é clara e simples: o verbo concordará sempre com o sujeito. Desse corolário, aliás, nunca
poderemos fugir.
Exemplos:
• O aluno interessado leu o livro sugerido pelo professor.
• Os alunos interessados leram o livro sugerido pelo professor.
• O aluno e o professor interessados leram o livro Dom Casmurro.
• A turma toda, interessada, chegou cedo à escola.
É fácil observar que, quando o sujeito simples (aluno) foi apresentado no singular, o verbo, também no singular,
concordou com ele; já, quando o sujeito também simples (alunos) foi empregado no plural, o verbo pluralizou-se
juntamente com ele. Com o sujeito composto (aluno e professor), o verbo teve de ser usado no plural.
No último exemplo, porém, ocorreu um caso um pouco mais complexo e que, normalmente, induz a erros.
Percebe-se, aí, o sujeito turma (substantivo) complementado pela expressão toda. Ora, como a regra diz que o
verbo deve concordar sempre com o sujeito, ele permaneceu no singular ainda que a ideia seja coletiva.
2. Casos especiais
Abre-se este subtítulo para tratar de algumas particularidades já vistas no estudo do sujeito indeterminado
e da oração sem sujeito.
145
Sintaxe
S
A reflexão é simples: o verbo deve concordar com o sujeito, mas se eu não souber quem é esse sujeito, ou
ele nem existir, não haverá como fazer a concordância. Pois bem, nesses casos, o verbo permanecerá na terceira
pessoa do singular.
Verbos impessoais são aqueles em cujas orações não há sujeito. Ora, se as orações não tiverem sujeito, não
haverá com o que o verbo concordar. Em não havendo com o que o verbo concordar, nada mais lógico será do que
deixá-lo na terceira pessoa do singular.
Essas orações sem sujeito podem ocorrer nos seguintes casos:
Observação:
Como verbos auxiliares seguem sempre o verbo principal, as locuções verbais, cujo último verbo seja
impessoal, permanecerão, na sua totalidade, no singular.
Exemplos:
• Deve haver (Devem existir) pessoas nos escombros (e não Devem haver).
• No naufrágio, deve ter havido (devem ter existido) vítimas (e não devem ter havido).
• Deverá haver (Deverão acontecer) muitos acidentes no feriadão (e não Deverão haver).
• Deve ter havido (Devem ter acontecido) desastres marinhos (e não Devem ter havido).
146
Sintaxe
S
b) com os verbos “haver” e “fazer”, referindo-se a tempo; e
Exemplos:
• Ele trabalhava aqui havia 30 anos (e não haviam 30 anos).
• Ele partiu há 20 anos (e não hão 20 anos).
• Faz dez anos que ele partiu (e não fazem dez anos).
• Já fazia cinquenta anos que não o via (e não faziam cinquenta anos).
Observação:
Como bobagem pouca não faz sentido, a expressão “tempo”, aqui, estende-se para as condições climáticas
também.
Exemplos:
• Fez dias chuvosos no inverno (e não Fizeram).
• Houve tardes quentíssimas no verão (e não Houveram).
• Fará dias frigidíssimos no sul (e não Farão).
• Deverá fazer dias muito frios no sul (e não Deverão fazer).
147
Sintaxe
S
2.2. Verbos acompanhados da partícula “se”:
A concordância de qualquer verbo acompanhado do pronome oblíquo átono “se” terá de passar, antes, pela
regência verbal. São muito comuns os questionamentos acerca de “vende-se ou vendem-se”, “compra-se ou
compram-se”, “conserta-se ou consertam-se”, e por aí afora.
Ora, ora, essas são dúvidas típicas de pessoas que nunca se preocuparam em estudar mais a fundo o tema
ou, quando o estudaram, fizeram-no a partir de compêndios didáticos que, a fim de facilitar as coisas, fugiram do
embate regencial.
Pois bem, sempre que escrevemos ou falamos e, na escrita ou na fala, batemos de frente com o pronome
oblíquo “se”, seja na posição proclítica, mesoclítica ou enclítica (antes, no meio ou depois do verbo, respectivamente),
a primeira preocupação terá de ser esta: qual a regência do verbo a que o “se” está associado?
Dependendo da resposta a essa pergunta, duas situações poderão ocorrer:
148
Sintaxe
S
Exemplos:
• Consertaram-se dois relógios (verbo transitivo direto + se).
• Consertou-se um relógio (verbo transitivo direto + se).
• Alugam-se várias salas comerciais (verbo transitivo direto + se).
• Deram-se duas aulas gratuitas aos alunos carentes (verbo transitivo direto e indireto + se).
• Deu-se uma aula gratuita aos alunos carentes (verbo transitivo direto e indireto + se).
• Alugam-se duas salas comerciais (verbo transitivo direto + se).
• Aqui se alugam duas salas comerciais (verbo transitivo direto + se).
• Alugar-se-ão duas salas comerciais (verbo transitivo direto + se).
Observações:
1ª) Se o verbo a que o “se” se associa for intransitivo, transitivo indireto ou de ligação, teremos:
a) sujeito indeterminado;
b) verbo na terceira pessoa do singular;
c) voz ativa; e
d) o “se” será índice de indeterminação do sujeito.
2ª) Se o verbo a que o “se” se associa for transitivo direto ou transitivo direto e indireto, teremos:
a) sujeito claro;
b) verbo concordando com o sujeito;
c) voz passiva; e
d) o “se” será partícula apassivadora.
EXERCÍCIO 01:
149
Sintaxe
S
06. ________ (Confia-se / Confiam-se) segredos.
07. ________ (Dormiu-se / Dormiram-se), nesta estalagem, sonos fantásticos.
08. ________ (Compra-se / Compram-se), aqui, animaizinhos de estimação.
09. ________ (Aluga-se / Alugam-se) casas.
10. ________ (Busca-se / Buscam-se) soluções.
11. Não se ________ (quer / querem) soluções prontas.
12. ________ (Ofereceu-se / Ofereceram-se) aos filhos pão e água.
13. ________ (Morre-se / Morrem-se) muitas mortes.
14. Aqui, não se ________ (vende / vendem) sonhos.
15. Ontem, ________ (precisou-se / precisaram-se) os objetivos do grupo.
16. Onde se ________ (vive / vivem) muitos sonhos todos conseguem ser felizes.
17. Aqui se _______ (é / são) feliz, alunos.
18. Que não se ________ (duvide / duvidem) dos resultados.
19. É necessário que se ________ (ouça / ouçam) os avós.
20. É bom que se _______ (esqueça / esqueçam) dos sonhos.
21. ________ (Referiu-se / Referiram-se) a seus objetivos os alunos mais aplicados.
22. É importante que todos se ________ (interesse / interessem) pelos resultados.
23. É bom que se ________ (trate / tratem) todos os cães.
24. ________ (Trata-se / Tratam-se) de cães de raça.
25. Os homens, ontem, ________ (referiu-se / referiram-se) às mulheres.
3. Particularidades
A partir daqui abordaremos casos que, muito debatidos e cobrados em provas de todos os tipos, noutras
épocas; hoje, embora às vezes os examinadores ainda lembrem deles, são uma espécie de retrato na prateleira.
Não se entenda, porém, que, com essas palavras, se esteja desprezando ou, sequer, relegando o assunto a
segundo plano. Não, a intenção é tão somente esta: marcar bem o fato de que, atualmente, as cobranças, em todas
as espécies de provas, centram-se na regra geral e nos casos especiais (verbos impessoais e verbos acompanhados
da partícula “se”). E nós, professores, na hora de abordarmos o assunto, é claro, haveremos de enfatizar mais, em
sala de aula, essa faceta do conteúdo.
150
Sintaxe
S
Recomendamos, pois, que se encare a concordância verbal, de início a fim, com muita responsabilidade,
muita dedicação e extremado esmero. Afinal, antes de dominarmos qualquer conteúdo relativo ao idioma pátrio
para, eventualmente, obtermos sucesso em algum concurso, devemos estudá-los todos para falar e escrever
corretamente sempre.
Vejamos, então, outros casos especiais de concordância verbal:
É fundamental lembrarmos, primeiro, que os pronomes de tratamento, sejam eles quais forem, devem ser
considerados de terceira pessoa (singular ou plural). Não menos importante é, depois, notar que eles levam o
verbo e todos os demais pronomes também à terceira pessoa.
Exemplos:
• Vossa Excelência, Senhor Presidente, deverá trazer consigo todos os seus assessores.
Percebe-se aí que, uma vez usado o pronome de tratamento (Vossa Excelência), todo o restante do período
teve de se ajustar a ele: verbo na terceira pessoa (deverá), pronome oblíquo na terceira pessoa (consigo) e
pronome possessivo na terceira pessoa (seus).
• Vossas Excelências, Senhores Senadores, honram o mandato que lhes foi conferido pelo voto de seus elei-
tores.
Agora, o pronome de tratamento (Vossas Excelências), no plural, fez com que o verbo (honram), o prono-
me pessoal oblíquo (lhes) o pronome possessivo (seus) concordassem com ele.
• Vossa Magnificência, Senhor Reitor, sempre fez justiça a seu nobre cargo.
Novamente, o pronome de tratamento (Vossa Magnificência) deu o tom à concordância: o verbo (fez) e o
possessivo (seu), em perfeita sintonia, também estão na terceira pessoa.
Observações:
1ª) As formas pronominais vos, vosso, vossa, vossos e vossas são de segunda pessoa do plural e, como tais,
nunca concordarão com pronomes de tratamento.
Exemplos:
• Vossa Senhoria e vossa família orgulhais vossa terra natal (errado!).
• Vossa Senhoria e sua família orgulham sua terra natal (certo!).
• Vós e vossa família orgulhais vossa terra natal (certo!).
151
Sintaxe
S
2ª) A expressão “Vossa” (de Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Magnificência, Vossa Meritíssima...) deve
ser usada quando a referência é feita diretamente a uma autoridade, presente ou ausente; já a expressão
“Sua” (de Sua Excelência, Sua Senhoria, Sua Magnificência, Sua Meritíssima...) há de ser usada em referên-
cias indiretas a uma autoridade.
Exemplos:
• Que Vossa Excelência, Senhor Prefeito (presente), leve também a Sua Excelência, o Senhor Vice-Prefeito
(ausente), nosso abraço.
• Sua Excelência, o Governador do Estado (ausente), por certo receberá, por intermédio de Vossa Excelência,
Senhor Secretário de Educação (presente), nosso abraço e nosso reconhecimento.
• Pedimos que Vossa Magnificência, Senhor Reitor, leve também a Sua Magnificência, a Senhora Vice-Reito-
ra, nosso abraço.
A partir de uma veneração excessiva aos escritores, mormente àqueles de maior calibre, seus acertos e
também seus erros passaram a ser respeitados como regras gramaticais.
E foi exatamente dessa maneira que se fixou a regra de concordância do verbo quando o sujeito da oração é
composto:
152
Sintaxe
S
a) anteposto ao verbo, verbo no plural; e
Exemplos:
• O boi e a vaca, serenos, pastavam no campo.
• O pai e a mãe, pensativos, dividiram a comida entre seus filhos.
Quando o sujeito da oração for formado por pronomes de pessoas gramaticais diferentes, três situações
poderão ocorrer:
b) nele não aparece “eu” e aparece “tu”: verbo na segunda pessoa do plural; e
Exemplos:
• Tu e ela sempre ireis (vós) ao cinema.
• Minha irmã, meus colegas e tu sempre ireis (vós) ao cinema.
c) nele não aparece nem o pronome “eu”, nem “tu”: verbo na terceira pessoa do plural.
Exemplos:
• Meus amigos, teus colegas e ele sempre irão (eles) ao cinema.
• Ela e ele sempre irão (eles) ao cinema.
153
Sintaxe
S
3.4. Pronomes relativos “que” e “quem”
Quando o sujeito da oração estiver representado pelos pronomes relativos que ou quem, duas concordâncias
poderão ocorrer:
a) pronome que: verbo concorda com o pronome anteposto ao que; e
Exemplos:
• Hoje sou eu que pago (eu pago) o almoço.
• Amanhã serás tu que pagarás (tu pagarás) o almoço.
b) pronome quem: verbo concorda com o pronome anteposto ao quem ou com o próprio quem.
Exemplos:
• Hoje sou eu quem paga (ou pago) o almoço.
• Amanhã serás tu quem pagará (ou pagarás) o almoço.
154
Sintaxe
S
3.6. Datas, horas, distâncias
Em datas, horas e distâncias, o verbo concordará com o numeral indicativo da quantidade delas, salvo se
relógio, em horas, e dia, em datas, forem sujeito.
Exemplos:
• Hoje são 31 de agosto.
• Amanhã será 1º de setembro.
• Hoje é dia 31 de agosto.
• Neste momento já são 23 horas.
• Neste momento o relógio marca 23 horas.
• Agora é uma hora e cinquenta e nove minutos.
• Logo já serão duas horas.
• Daqui ao centro são duas quadras.
• Daqui ao centro é uma quadra e meia.
155
Sintaxe
S
Observação:
Embora essa seja a regra, deve-se ter cuidado, pois alguns autores, nesses casos, consideram dupla
possibilidade: concordância com a expressão fracionária ou com o complemento mais próximo.
Exemplos:
• Um terço dos eleitores votou.
• Um terço dos eleitores votaram.
• Apenas 1,9% dos votantes optou pela alteração dos estatutos.
• Apenas 1,9% dos votantes optaram pela alteração dos estatutos.
156
Sintaxe
S
Observação:
Absurdamente, quando o sujeito for plural (dificuldades, problemas, carências...), poderá ser empregado haja
ou hajam vista, parte da expressão que, invocando o verbo haver, nunca deveria variar.
Exemplos:
• Haja vista (ou Hajam vista) as dificuldades, desisti de tudo.
• Haja vista (ou Hajam vista) os problemas, desisti de tudo.
157
Sintaxe
S
Exemplos:
• Qual de nós abrirá a escola amanhã?
• Nenhum de vós votará em corruptos, senhores!
158
Sintaxe
S
Observação:
Embora a gramática tradicional aceite as duas formas, a preferência deve ser pela flexão do verbo parecer,
deixando o principal no infinitivo impessoal (gostar, sorrir, chorar...)
Observação:
Mostrar-se-á prudentíssima uma cuidadosa consulta a boas gramáticas e a bons dicionários a fim de ver quais
verbos são abundantes e quais formas, embora muito usadas (ganhado, gastado, pagado, pego...) podem ser usadas
como adjetivos, mas são condenáveis como verbos.
159
Sintaxe
S
a) pessoa e coisa: prevalecerá a pessoa;
Exemplos:
• Minha esperança são meus alunos.
• O aluno é nossas esperanças.
160
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 02:
Marque C nas frases corretas e E nas frases erradas, considerando a concordância verbal:
01. ( ) A maioria dos alunos chegou cedo.
02. ( ) Havia vários alunos na sala de aula.
03. ( ) Faz dez anos que ele partiu.
04. ( ) Fizeram dias quentíssimos há dez anos.
05. ( ) Venderam-se, nesta região, dez cavalos de raça.
06. ( ) Precisa-se, nesta região, de dez cavalos de raça.
07. ( ) Vossa Excelência e vossos amigos sois ladrões, Presidente.
08. ( ) Tu e eu fomos ao teatro.
09. ( ) Houve vários problemas durante a prova.
10. ( ) Ela e eu fomos ao teatro.
11. ( ) Hoje são eles quem pagam a conta.
12. ( ) Ela e tu foram ao teatro.
13. ( ) Foste tu que chegaste antes.
14. ( ) Os Estados Unidos é uma nação rica.
15. ( ) Hoje é dia 17 de dezembro.
16. ( ) Hoje é 17 de dezembro.
17. ( ) Bateram dez horas no relógio da catedral.
18. ( ) Festas, jogos, amores, estudos, nada o encorajava.
19. ( ) Os pais, os amigos, os colegas, ninguém o comovem.
20. ( ) Agora é uma hora e cinquenta e nove minutos.
21. ( ) Agora são duas horas.
22. ( ) Um terço basta-lhe para a eleição.
23. ( ) Haja vista o problema, saí.
24. ( ) O aluno ou a aluna preencherá a única vaga existente.
25. ( ) A doença ou a guerra matam impiedosamente.
161
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 03:
Se a frase deve ser completada com a forma regular de particípio, use R nos parênteses; se deve ser comple-
tada com a forma irregular, use I:
01. ( ) O jogador estava __________ (suspender).
02. ( ) O juiz havia __________ o julgamento (suspender).
03. ( ) O diretor tinha __________ o aluno (suspender).
04. ( ) O aluno foi __________ pelo diretor (suspender).
05. ( ) A casa foi __________ pelo padre (benzer).
06. ( ) O padre havia __________ a casa (benzer).
07. ( ) O meliante foi __________ pelo desafeto (matar).
08. ( ) O desafeto havia __________ o meliante (matar).
09. ( ) A gráfica já havia __________ os cartazes (imprimir).
10. ( ) Os cartazes já estavam __________ na gráfica (imprimir).
11. ( ) O cozinheiro já havia __________ os ovos (frigir).
12. ( ) O processo foi __________ (extinguir).
13. ( ) O magistrado já havia __________ o processo (extinguir).
14. ( ) O aluno havia __________ suas ideias corretamente (exprimir).
15. ( ) O juiz tinha __________ o jogador de campo (expulsar).
16. ( ) A população já tinha __________ seus representantes (eleger).
17. ( ) Por que ele tinha __________ a leitura (suspender)?
18. ( ) Eles já haviam __________ a fogueira (acender).
19. ( ) O preso já tinha sido __________ (soltar).
20. ( ) O cozinheiro já devia ter __________ o ovo (fritar).
21. ( ) A capelinha já devia ter sido __________ pelo padre (benzer).
22. ( ) A gráfica já deveria ter __________ os cartazes (imprimir).
23. ( ) Ele havia __________ muito dinheiro (ganhar).
24. ( ) Ele tinha __________ todo o salário (gastar).
25. ( ) Ele havia __________ muitas contas (pagar).
26. ( ) Ele foi __________ em flagrante (pegar).
162
Sintaxe
S
QUESTÕES DE PROVAS
01. (CESCEM–SP) – Já _____ anos, _____ neste local árvores e flores. Hoje, só _____ ervas daninhas.
a) fazem, havia, existe
b) faz, havia, existe
c) fazem, haviam, existem
d) faz, havia, existem
e) faz, haviam, existe
04. (FCC) – A ocorrência de interferências _______-nos a concluir que ______ uma relação profunda entre homem e
sociedade que os ________ mutuamente dependentes.
a) leva, existe, torna
b) levam, existe, tornam
c) levam, existem, tornam
d) levam, existem, torna
e) leva, existem, tornam
163
Sintaxe
S
05. (Fuvest) – Indique a alternativa correta:
a) Tratavam-se de questões fundamentais.
b) Comprou-se terrenos no subúrbio.
c) Precisam-se de datilógrafas.
d) Reformam-se ternos.
e) Obedeceram-se aos severos regulamentos.
06. (Mackenzie) – As formas que completariam o período “Pagando parte de suas dívidas anteriores, o comer-
ciante ______ novamente seu armazém, sem que se ______ com seus credores, para os quais voltou a merecer
confiança”, seriam:
a) proveu, indispusesse
b) proviu, indispusesse
c) proveio, indisposse
d) proveio, indispusesse
e) proveu, indisposse
07. (PUC-RS) – Asseguro a V. Sra. que não ______ incomodar ______ com a elaboração dos testes; ______ ficar tran-
quilo.
a) precisa, se, pode
b) precisa, se, podes
c) precisas, te, podes
d) precisais, vos, podeis
e) precisa, vos, pode
164
Sintaxe
S
09. (Fuvest) – Marque a opção que completa corretamente as frases abaixo:
I. Quando eu ______ os livros, nunca mais os emprestarei.
II. Os alienados sempre ______ neutros.
III.As provas que ______ mais erros seriam comentadas.
IV. Quando ele ______ uma canção de paz, poderá descansar.
a) reaver / mantem-se / contessem / compor
b) reaver / mantém-se / contivessem /compor
c) reouver / mantêm-se / contivesse / compuser
d) reouver / se mantém / contessem / compuser
e) reouver / se mantêm / contivessem / compuser
12. (UNIFESP) – “O Hatha yoga pradipika, sagrada escritura do hatha yoga, escrita no século 15 da era atual, diz
que, antes de nos aventurarmos na prática de austeridade e códigos morais, devemos nos preparar. Autocon-
trole e disciplina sem preparação adequada ______ criar mais problemas mentais e de personalidade do que
paz de espírito. A beleza dessa escritura é que ela resolve o grande problema que todo iniciante enfrenta: do-
minar a mente.
165
Sintaxe
S
Devido ______ abordagem corporal, o hatha yoga ficou conhecido – de modo equivocado – como uma cate-
goria de ioga ______ trabalha apenas as valências físicas (força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e outras),
quase como ginástica oriental. Isso não é verdade”.
(Ciência Hoje, julho de 2012. Adaptado.)
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectiva-
mente, com
a) pode, a essa, aonde
b) podem, a essa, que
c) pode, à essa, o qual
d) podem, essa, com que
e) pode, essa, onde
14. (UFRGS) – Leia: “[Eu] Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seriam as mesmas, para
ele e para mim, as expectativas sobre a competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular
que...”
166
Sintaxe
S
Se substituíssemos “expectativas” por “expectativa”, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente
de ajuste para fins de concordância?
a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) cinco
15. (Cesgranrio) – Tendo em vista as regras de concordância, assinale a única opção em que a forma entre parên-
teses completa corretamente a lacuna da frase.
a) ______ , na verdade, diferentes motivos responsáveis pela nossa dependência tecnológica. (existe)
b) É indispensável que se ______ entre pesquisas científicas e aspirações da comunidade uma estreita vincula-
ção. (mantenham)
c) A força de certos mecanismos ______ com que as pesquisas nos países pobres girem em torno de interesses
dos países ricos. (fazem)
d) ______ combinar-se engenho e habilidades dos homens para a resolução dos problemas específicos da co-
munidade. (devem)
e) É preciso que tanto o desenvolvimento científico quanto o tecnológico ______ primeiramente em conta o
fator cultural. (leve)
16. (Fuvest) – “Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu
retrato.”
Se o pronome tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras destacadas no trecho transcrito
teríamos, respectivamente, as seguintes formas:
a) procurais, ver-vos, vosso
b) procura, vê-la, seu
c) procura, vê-lo, vosso
d) procurais, vê-la, vosso
e) procurais, ver-vos, seu
167
Sintaxe
S
17. (UFS) – Identifique a alternativa que completa corretamente essa frase: “Ele confirmou que nos ouvirá com
prazer, mesmo que ______ problemas que ______ considerados ______ .”
a) surja, sejam, incontornáveis
b) surjam, sejam, incontornáveis
c) surja, seja, incontornável
d) surja, sejam, incontornável
e) surjam, seja, incontornável
18. (FGV) – A única frase em que as formas verbais estão corretamente empregadas é:
a) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir vírus perigosos.
b) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato, o Brasil ainda estará muito longe
de tornar-se um participante ativo do jogo mundial.
c) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora nenhum fará a sociedade em
que eu acredito.
d) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema se o suprir de carne e o manter
na jaula.
e) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilé-
gio, ao pecado de saber mais do que nos convinha.
168
Sintaxe
S
20. (Unirio) – Em que item há um erro de concordância verbal:
a) Esta pessoa foi uma das que mais discutiu o caso.
b) Eu com o meu amigo Paulo entramos na sociedade.
c) Fazem dois meses que o visitei.
d) Fui eu quem apresentei esta solução.
e) Não podem existir muitos candidatos a esse ponto.
21. (UFPR) – Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver nas frases abaixo, são usadas
na concordância correta?
I. As aulas começam quando ___ oito horas.
II. Nessa loja ___ relógios de parede.
III. Ontem ___ ótimos programas na televisão.
a) batem, consertam-se, houve
b) bate, consertam-se, havia
c) bateram, conserta-se, houveram
d) batiam, conserta-se-ão, haverá
e) batem, consertarei, haviam
22. (FCC) – Assinale a alternativa desse exercício que preenche, corretamente, as lacunas do texto.
A Polícia Civil apreendeu 415,4 quilos de crack ______ em uma casa na Avenida Salim Farah Maluf. No local,
também ______ dois quilos de maconha. Um homem de 28 anos e um jovem de 17 ______.
a) escondidos, havia, foram detidos
b) escondido, havia, foram detidos
c) escondidos, haviam, foi detido
d) escondido, haviam, foram detidos
e) escondidos, havia, foram detido
169
Sintaxe
S
24. (Unifor) – Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas desta frase: “______ profissionais mais
competentes, se ______ melhores condições de ensino”.
a) Deveriam haver, existisse
b) Deveria haver, existissem
c) Deveriam haverem, existissem
d) Deveria haver, existisse
e) Deveriam haver, existissem
25. (ACAFE) – A frase cuja concordância verbal está de acordo com as normas gramaticais é:
a) Se houvesse mais homens honestos, não existiriam tantas brigas por justiça.
b) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da apatia.
c) É precaríssima as condições do prédio.
d) Não veio daí os males sofridos pela sociedade brasileira.
e) Houveram dificuldades para eu assumir o cargo.
PROVA COMPLETA
Banca: ESAF
Nível superior
LÍNGUA PORTUGUESA
170
Sintaxe
S
Em duas palavras, isso implicaria não seguir o conselho do poeta Rimbaud, para quem a modernidade era
algo a tomar a qualquer preço. Ao contrário, o que se postula é uma modernidade guiada por um objetivo nacional
brasileiro.
Se antes isso já era possível, agora o é muito mais, embora nos façam crer que há apenas uma opção, um
caminho, com vistas à construção do futuro.
A grande originalidade do presente período histórico é a visibilidade, em todos os cantos do mundo, das
novas possibilidades oferecidas por ele e a consciência de que é possível uma multiplicidade de combinações.
Essas não têm que ser obrigatoriamente condutoras de alienação, podendo construir-se a partir de um modo de
ser característico da nação considerada como um todo, uma edificação secular onde as mudanças não suprimam
a identidade, mas renovem o seu sentido a partir das novas realidades. Não se trata, assim, de recusar o mundo,
mas de assegurar um movimento conjunto, em que o país não seja exclusivamente tributário, mas soberanamente
partícipe na produção de uma história universal.
<http://www.oocities.org/br/madsonpardo/ms/artigos/ msa03.htm>.
Acesso em: 04/01/2016 ( Milton Santos, com adaptações).
02. Assinale a opção em que a substituição sugerida para o termo usado no texto provoca erro gramatical ou incoe-
rência textual.
a) “avulta” (2º parágrafo) > sobressai
b) “poderemos” (3º parágrafo) > poderíamos
c) “alcançá-la” (3º parágrafo) > alcançar-lhe
d) “embora” (5º parágrafo) > conquanto
e) “com vistas à” (5º parágrafo) > para a
171
Sintaxe
S
03. Em relação às estruturas linguísticas do texto, assinale a opção correta.
Não vamos discorrer sobre a pré-história da aviação, sonho dos antigos egípcios e gregos, que
representavam alguns de seus deuses por figuras aladas, nem sobre o vulto de estudiosos do problema, como
Leonardo da Vinci, que no século XV construiu um modelo de avião em forma de pássaro. Pode-se localizar
o início da aviação nas experiências de alguns pioneiros que, desde os últimos anos do século XIX, tentaram
o voo de aparelhos então denominados mais pesados do que o ar, para diferenciá-los dos balões, cheios de
gases, mais leves do que o ar.
Ao contrário dos balões, que se sustentavam na atmosfera por causa da menor densidade do gás em seu
interior, os aviões precisavam de um meio mecânico de sustentação para que se elevassem por seus próprios
recursos. O brasileiro Santos Dumont foi o primeiro aeronauta que demonstrou a viabilidade do voo do mais
pesado do que o ar. O seu voo no “14-Bis” em Paris, em 23 de outubro de 1906, na presença de inúmeras
testemunhas, constituiu um marco na história da aviação, embora a primazia do voo em avião seja disputada
por vários países.
<http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações)
a) O emprego de vírgula após “Vinci” (1º parágrafo) justifica-se para isolar oração subordinada de natureza res-
tritiva.
b) Em “Pode-se” (1º parágrafo) o pronome “se” indica a noção de condição.
c) A substituição de “então” (1º parágrafo) “por naquela época” prejudica as informações originais do texto.
d) Em “se sustentavam” (2º parágrafo) e “se elevassem” (2º parágrafo) o pronome “se” indica voz reflexiva.
e) O núcleo do sujeito de “constituiu” é “14-Bis” (2º parágrafo).
04. Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma que o torne coeso, coerente e gramaticalmente cor-
reto.
No período de 1907 a 1910, Santos Dumont realizou inúmeros voos com o monoplano Demoiselle. Patrono
da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira __1__ recebeu a patente de Marechal do Ar, __2__ considerado, até
hoje, o brasileiro que mais se destacou na história da aviação mundial. Ao voo de Santos Dumont __3__ um
período de competição entre países da Europa e os Estados Unidos na conquista de recordes de velocidade e
distância. Com a I Guerra Mundial, a aviação tomaria considerável impulso, em virtude do uso dos aviões __4__
arma de grande poder ofensivo, mas seria na década de 1920/1930 que esse avanço se consolidaria. Desde antes
da I Guerra Mundial, atravessar o Atlântico sem escalas era a meta dos aeronautas e projetistas de aviões. Em
1919, Raymond Orteig, de Nova Iorque, ofereceu um prêmio de US$ 25.000,00 __5__ a quem voasse de Nova
Iorque a Paris, sem escalas.
<http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
172
Sintaxe
S
a) de onde / vem sendo / continuou / de para
b) da qual / e é / seguiu-se / como a
c) de quem / seria / decorreu / por de
d) do qual / sendo / seguiu / com em
e) das quais / tendo sido / veio / tendo por
a) A palavra “icônico” (1º parágrafo) está sendo empregada com o sentido de reduzido, curto.
b) Preserva-se a correção gramatical e o sentido original do período ao se substituir “portanto” (2º parágrafo)
por “porquanto”.
c) A palavra “híbrida” (3º parágrafo) está sendo empregada com o sentido de “composta de elementos de natu-
rezas diferentes”.
d) Em “por um de” (4º parágrafo) há elipse do termo “balão” após “um”.
e) O sentido da palavra “homologaram” (4º parágrafo) no texto é “desconheceram”.
173
Sintaxe
S
06. Assinale a opção correspondente a erro de grafia inserido no texto.
Há alguma controvérsia (1) entre o primeiro voo da história, entre Santos Dumont e os irmãos Orville
e Wilbur Wright. No entanto, deve-se lembrar que grandes invenções como o avião são converjências (2) de
vários outros experimentos e feitos anteriores, em uma época de intensa (3) atividade científica. Assim como
o cinema, o rádio, o balão de ar quente e várias outras invenções da modernidade, não há um inventor único,
apenas aquele que consegue convencer (4) mais pessoas de que a invenção é sua.
Independentemente disso, o 14-Bis fez seu inesquecível (5) voo no dia 23 de outubro de 1906, pelas mãos
de um brasileiro, marcando para sempre a data no mundo e em nosso país. A data foi transformada em Dia do
Aviador pela Lei n. 218, de 4 de julho de 1936, pelo então Presidente do Brasil, Getúlio Vargas.
07. Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma que o torne coeso, coerente e gramaticalmente
correto.
O transporte internacional passou _1_ ser utilizado em larga escala depois da II Guerra Mundial, por
aviões cada vez maiores e mais velozes. A introdução dos motores _2_ jato, usados pela primeira vez em
aviões comerciais (Comet), em 1952, pela BOAC (empresa de aviação comercial inglesa), deu maior impulso
_3_ aviação como meio de transporte. No final da década de 1950, começaram _4_ ser usados os Caravelle, de
fabricação francesa (Marcel Daussaud/ Sud Aviation). Nos Estados Unidos, entravam em serviço em 1960 os
jatos Boeing 720 e 707 e dois anos depois o Douglas DC-8 e o Convair 880. Em seguida apareceram os aviões
turbo-hélices, mais econômicos e de grande potência. Soviéticos, ingleses, franceses e norte-americanos
passaram _5_ estudar a construção de aviões comerciais cada vez maiores, para centenas de passageiros,
e _6_ dos chamados “supersônicos”, _7_ velocidades duas ou três vezes maiores que a do som. Nesse item
dos supersônicos, _8_ estrelas internacionais foram o Concorde (franco-britânico) e o Tupolev (russo), que
transportavam 144 passageiros e voaram até os anos 90, mas, devido aos elevados custos de manutenção,
passagens e combustíveis, eles acabaram por ter as suas produções suspensas.
<http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
174
Sintaxe
S
a) a - à - a - a - a - a - à - às
b) a - a - a - à - à - a - a - as
c) à - a - à - à - a - à - à - às
d) a - à - à - a - à - a - à - às
e) a - a - à - a - a - a - a - as
08. Assinale a opção que preenche a lacuna do texto de forma que o torne coeso, coerente e gramaticalmente cor-
reto.
No final da década de 60 e início da década de 70 surgiram modelos capazes de transportar até 400
passageiros, como o Boeing 747, o Douglas DC-10, o Lockheed Tristar L-1011 ─ todos norte-americanos ─ e
mais recentemente o Airbus (consórcio europeu), além do Douglas MD-11 e os Boeing 767 e 777 — também
norte-americanos. _____________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________. Esse
voo era efetuado pela companhia aérea francesa Air France. A velocidade exigia uma aerodinâmica compatível
e por isso os aviões eram mais estreitos. A Air France, a British Airways e a Aeroflot (russa) operaram essas
aeronaves. A rota mais badalada era Paris-Nova Iorque, feita em apenas 4h30m. No final também houve
interesse dos sheiks árabes, e foram realizados alguns voos para o oriente.
<http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm> Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
a) Os supersônicos comerciais, o Tupolev 144 e o Concorde iniciaram linhas regulares, tendo sido a primeira
inaugurada em janeiro de 1976, cobrindo o percurso Rio de Janeiro - Paris em menos de sete horas, com uma
escala em Dacar, para reabastecimento (em aviões comerciais regulares, o voo dura por volta de 11 horas, sem
escalas).
b) No final do século XX, a Boeing (americana) e a Airbus (europeia) passaram a dominar o mercado mundial de
grandes jatos. A Boeing incorporou a Douglas, a Lockheed passou a produzir apenas aviões militares e outras
novas empresas chegaram ao mercado internacional com força, como a holandesa Fokker, a brasileira Em-
braer e a canadense Bombardier.
c) Portanto, a partir de 2009 começaram a voar comercialmente os gigantes Airbus A-380, de dois andares e ca-
pacidade para quase 500 passageiros, e o Boeing 747-8, seu concorrente (uma evolução do Boeing 747.400).
Um Concorde da Air France acabou caindo em Paris após decolagem no Aeroporto Charles de Gaulle, e a em-
presa francesa acabou antecipando sua suspensão.
175
Sintaxe
S
d) Destaque também para o Boeing 787 Dreamliner, que é feito com partes plásticas e novos produtos desenvol-
vidos pela NASA chamados “composites”, que, segundo a fabricante norte-americana, trará maior durabilida-
de e diminuição de peso (com consequente menor consumo de combustíveis e aumento na capacidade para
passageiros e cargas).
e) Em 1931, Wiley Post e Harold Gatty fizeram a primeira viagem relativamente rápida ao redor do mundo, no
monoplano “Winnie Mae”: percorreram 15.474 milhas em 8 dias e 16 horas. Em 1933, Post realizaria sozinho o
voo ao redor do mundo em 7 dias e 19 horas. Em 1938, Howard Hughes faria, num bimotor, a volta ao mundo
em 3 dias e 19 horas.
176
Sintaxe
S
As vírgulas no trecho “...os maiores mercados são Estados Unidos, Brasil, França, Canadá, Alemanha, Inglaterra,
Japão e México.” separam
a) aposto explicativo que complementa oração principal.
b) palavras de natureza retificativa e explicativa.
c) oração subordinada adjetiva explicativa.
d) complemento verbal composto por objeto direto.
e) termos de mesma função sintática em uma enumeração.
11. Assinale a opção que apresenta explicação correta para a inserção de “que é” antes do segmento grifado no tex-
to.
A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República divulgou recentemente a pesquisa O Brasil que
voa – Perfil dos Passageiros, Aeroportos e Rotas do Brasil, o mais completo levantamento sobre transporte aéreo
de passageiros do País. Mais de 150 mil passageiros, ouvidos durante 2014 nos 65 aeroportos responsáveis por
98% da movimentação aérea do País, revelaram um perfil inédito do setor.
<http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHAVE=1957&slCD_ ORIGEM=29>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
177
Sintaxe
S
a) A utilização do transporte aéreo é atualmente uma prerrogativa das classes da população que têm alto poder
aquisitivo.
b) Os municípios de todas as regiões brasileiras se desenvolvem de forma plena independentemente da influên-
cia de aeroportos.
c) O transporte rodoviário ainda é o preferido pelos brasileiros em virtude do menor custo em relação ao trans-
porte aéreo.
d) A democratização do transporte aéreo se concretiza pelo acesso da população de baixa ou média renda a esse
serviço.
e) Os usuários do transporte aéreo brasileiro são aqueles que pertencem a faixas da população que recebem
mais de dez salários mínimos por mês.
13. Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma que o torne coeso, coerente e gramaticalmente
correto.
A auditoria presencial da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) informou recentemente que
a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) alcançou 96,49% __1__ conformidade no Universal Safety Oversight
Audit Programme – Continuous Monitoring Approach (USOAP CMA), programa lançado __2__ resposta às
preocupações __3__ adequação da vigilância da segurança operacional da aviação civil em todo o mundo. O
resultado preliminar obtido __4__ Agência coloca o país __5__ quarto lugar no ranking de segurança operacional
da aviação no mundo, ficando atrás __6__ Coreia do Sul, de Cingapura e dos Emirados Árabes Unidos. A nota
obtida pela ANAC demonstra o desenvolvimento da Agência, a evolução de sua maturidade institucional e o
aprimoramento da segurança operacional da aviação civil no país.
<http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHAVE=1981&slCD_ ORIGEM=29>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
a) em / por / da / da / no / para a
b) por / na / sob / com a / com o / só da
c) de / em / sobre a / pela / em / apenas da
d) na/ de / na / por essa / de / de
e) com a / como / de / sobre a / para o / unicamente de
178
Sintaxe
S
14. Assinale a opção em que a substituição sugerida provoca erro gramatical e/ou incoerência textual.
Terceiro maior mercado de aviação do mundo, o Brasil deu um salto de 17 posições no ranking de
segurança operacional da aviação civil em relação à última auditoria realizada pela Organização de Aviação
Civil Internacional (OACI). Em 2009, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) obteve aprovação de 87,6%
e passou a ocupar a 21ª posição nessa avaliação. Hoje está em quarto lugar. O Universal Safety Oversight
Audit Programme - Continuous Monitoring Approach (USOAP CMA) tem como objetivo promover a segurança
operacional da aviação global por meio de auditorias e missões presenciais regulares nos sistemas de vigilância
de segurança em todos os 191 Estados-Membros da OACI. A auditoria foi realizada na sede da ANAC, em
Brasília, recentemente. Esses resultados demonstram o empenho dos servidores da Agência na regulação e
gerenciamento da segurança operacional. Vale lembrar que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também
obteve bom desempenho na auditoria do Universal Security Audit Program (USAP), programa similar da OACI
direcionado à área de security (segurança contra atos de interferência ilícita), alcançando 97% na avaliação.
<http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHAVE=1981&slCD_ ORIGEM=29>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
179
Sintaxe
S
16. Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma que o torne coeso, coerente e gramaticalmente
correto. Com capacidade __1__ transportar nove passageiros __2__ velocidade de cruzeiro de 150 knots e altitude
de 20.000 pés com MTOW de 3.700 kg, a aeronave EC145 T2 é equipada __3__ dois motores turbo-eixo Turbomeca
Arriel 2E, cada um deles controlado __4__ sistema de gerenciamento computadorizado (FADEC) duplicado, que
entrega __5__ caixa de redução principal uma potência de 490 kW (710 shp). Uma das principais inovações do mo-
delo foi a substituição do rotor de cauda convencional __6__ do tipo Fenestron que, entre outras características
aerodinâmicas, proporciona considerável redução do nível de ruído na cabine. A nova suíte de aviônicos Helionix,
da Airbus Helicopters, vem equipada __7__ piloto automático de quatro eixos e displays com novas funcionalida-
des. O processo de certificação da aeronave na ANAC empregou 350 horas e envolveu seis servidores da Agência
(coordenador do programa e cinco engenheiros).
<http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHAVE=2017>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
a) de / de uma / de / num / da / com / no
b) para / a uma / com / por um / à / por um / com
c) a / com uma / a / com um / para a / com o / do
d) em / em uma / por / de um / em / em um / pelo
e) por / à / em / em / a / a um / de
180
Sintaxe
S
a) A causa do fechamento da Panair foi o excesso de gastos e a falência inevitável.
b) O filme focaliza a história de enriquecimento súbito do empresário que criou a Panair.
c) Ficavam admirando os aviões no céu as pessoas que tinham medo de voar no Constellation.
d) A interrupção das atividades da Panair ainda não foi plenamente esclarecida pela justiça.
e) O filme provoca ressentimento contra a companhia em quem trabalhou na Panair.
18. Leia os trechos a seguir e ordene-os nos parênteses de modo que preservem a coerência e a coesão textual.
( ) Assim surgiu a Panair do Brasil, que possuía 100% do capital americano. O capital nacional só começou a en-
trar na empresa a partir de 1942. ( ) Inicialmente o coronel veio conversar com o governo brasileiro para entrar
na concorrência do transporte de malas postais na América do Sul. ( ) A Panair teve origem na empresa Nyrba
─ New York Rio Buenos Aires Lines Inc ─, que chegou ao Brasil através do Coronel Ralph O’ Neil, da Marinha Ame-
ricana. ( ) O vôo inaugural se deu em 24 de janeiro de 1930, entre Rio de Janeiro e Fortaleza, com escalas em
Campos, Vitória, Caravelas, Ilhéus, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e Natal incluindo o pernoite em Salvador. No
total, a viagem durava 34h50 em cada sentido da rota. ( ) Somente em 1930 O’ Neil conseguiu autorização para
operar linhas aéreas no Brasil. A crise da bolsa de New York atrapalhou os negócios da Nyrba, que terminou por
ser incorporada pela Pan American, um gigante da aviação americana.
<http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/58Panair.htm>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
a) 4, 2, 1, 5, 3
b) 2, 1, 3, 4, 5
c) 1, 3, 5, 2, 4
d) 5, 1, 2, 3, 4
e) 5, 4, 2, 3, 1
19. Assinale a opção em que o trecho preenche a lacuna do texto de forma que o torne coeso, coerente e gramati-
calmente correto.
O primeiro voo com passageiros da Panair foi feito em 1931, entre as cidades de Belém e Rio de Janeiro.
Nesta época, todos os pilotos eram americanos. O primeiro piloto brasileiro foi o Coronel Luis Tenan, que
assumiu o comando de uma das aeronaves em 1935. Antes disso, a Panair chegou até a Amazônia e sua
atuação naquela região foi fundamental para que o governo levasse alimentos e remédios a pontos quase
inatingíveis da selva. ________________________________________ ________________________________________
________________________________________. Para fazer essa travessia, a empresa tinha à disposição os modernos
181
Sintaxe
S
Constellations. O primeiro voo foi realizado em 27 de abril de 1941. O destino era Londres, mas antes houve
paradas nas cidades de Recife, Dakar, Lisboa e Paris. Em menos de três anos depois desta viagem inaugural, a
Panair já havia realizado mil voos para a Europa, transportando mais de 60 mil passageiros.
<http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/58Panair.htm>. Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações)
a) Mas, nem só de sucesso foi escrita a história da Panair. No início dos anos 50, alguns acidentes sérios começa-
ram a causar problemas às companhias aéreas, mas a Panair foi uma das empresas que sofreram acidentes
mais graves, com grande número de vítimas fatais.
b) Do dia para a noite quase cinco mil pessoas perderam seus empregos e uma boa parte delas, a razão de viver.
O sofrimento foi grande por causa do relacionamento afetuoso entre a diretoria e os empregados, cultivado
durante os 35 anos de existência da Panair. Era como se fossem uma grande família.
c) Esses tristes acontecimentos contribuíram para abalar a confiança que o povo brasileiro depositava na Panair,
considerada um verdadeiro orgulho nacional. Mas sua imagem não seria afetada ao ponto de “esfriar” o amor
que havia entre aqueles aviões, comandantes e comissárias com a nossa gente.
d) Depois de dominar o mercado interno e inaugurar hangares e aeroportos nas principais cidades brasileiras, a
Panair volta-se, a partir de 1941, para as rotas internacionais, principalmente cruzando o Atlântico.
e) Foram os aviões da Panair que transportaram a seleção brasileira para as vitoriosas campanhas nas copas de
58 e 62, realizadas respectivamente na Suécia e no Chile.
20. Assinale a opção que apresenta substituição correta para a forma verbal contribuiu
No início da década de 60, trinta anos depois de sua fundação, a Panair já era totalmente nacional. Era
uma época de crise na aviação comercial brasileira, pois todas as companhias apresentavam problemas
operacionais e crescentes dívidas para a modernização geral do serviço que prestavam. Uma novidade
contribuiu para apertar ainda mais a situação financeira dessas empresas — a inflação. Apesar disso, não
foram esses problemas, comuns às concorrentes, que causaram a extinção da Panair.
182
Sintaxe
S
GABARITO
183
ÚLTIMAS PALAVRAS
Aqui, parceiros de caminhada, encerramos mais uma colheita, cujo plantio iniciou-se ainda na fonética – sujeito
simples singular exige alguns verbos sem acento; sujeito simples plural ou sujeito composto exigem alguns verbos
com acento –, passou pela morfologia – sobretudo no exaustivo estudo da conjugação verbal – e fundamentou-se,
de vez, na regência verbal – com o emprego de verbos acompanhados da partícula “se”.
Além disso, é claro, passamos por pronomes de todo tipo, por preposições, por conjunções e por muitos
outros conteúdos estudados. Isso tudo prova, aliás, que, em Língua Portuguesa, cada assunto tem seu momento
para ser visto, pois há que se respeitarem sempre os pré-requisitos exigidos pela estrutura de cada um deles.
E assim, calma e pacientemente, haveremos de, muito em breve, chegar ao topo de nossa indispensável e
sequencial Escada do Português Lógico.
Lá de cima, sem qualquer sombra de dúvidas, será deslumbrante nosso olhar sobre a planície que se
descortinará ante nosso orgulhoso olhar. Veremos, à nossa frente, dezenas de conteúdos-personagens, ou
personagens-conteúdos, aplaudindo-nos em pé, orgulhosos de nossa persistência, de nossa curiosidade, de nosso
amor pelo símbolo maior de nossa Pátria.
Eu também estarei, então, orgulhoso de tantos quantos tenham seguido meus passos, tenham atendido a
meus apelos e me tenham acompanhado em toda a caminhada.
Prossigamos. Agora deslizaremos pelas planuras imensas da concordância nominal. E esse será mais um
daqueles momentos meio mágicos em que, parando para pensar, concluímos isto: foi bom, muito bom acompanhar
o curso inteiro!
Devemos, por um dever ético-moral, destacar que esse assunto foi muito mal definido na nomenclatura, pois
ele não trata, como o título sugere, apenas da concordância do nome – substantivo, adjetivo e advérbio –, mas, sim,
da flexão das dez classes gramaticais, separando-as em variáveis e invariáveis.
Devemos dizer, por exemplo, e segundo os cânones da concordância nominal, “Bastantes crianças chegaram”.
Mas por que “bastantes” e não “bastante”? Simples. Porque, nesse caso, “bastante” é um legítimo pronome
indefinido. E pronomes, nós vimos na morfologia, são variáveis.
Seja como for, longe estará de ser assunto sequer complicado, muito menos difícil. Na dúvida? Bem, na
dúvida, lembrem-se de que o Português é lógico, coerente, reflexivo, sequencial. E não hesitem: retornem às classes
gramaticais, variáveis e invariáveis.
De resto, confiem: eu lhes haverei de ser um facho luminoso a clarear seus caminhos. E, onde há luz, há vida;
onde há vida, há esperança; e, onde há luz, vida e esperança, haverá, certamente, sabedoria.
Sucesso!
S
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal, já que a concordância verbal ocupou-se da flexão dos verbos – deveria, por lógico,
ocupar-se da flexão do substantivo, do adjetivo e do advérbio, que são os nomes, em Língua Portuguesa.
Todavia, essa lógica não perpassou a cabeça dos antigos teóricos do idioma pátrio. Bastará ver que, a partir
daqui, nossa tarefa será a de examinar as classes gramaticais e flexioná-las, se variáveis forem, ou deixá-las no
masculino singular, se invariáveis se apresentarem.
Ante essa realidade, nada mais lógico do que recordarmos, por exemplo, que tudo aquilo que cerca o
substantivo, determinando-o (artigo, pronome e numeral) ou o modificando (adjetivo), é criação e, como tal, há de
seguir o criador.
Exemplos:
• O(artigo) meu(pronome) primeiro(numeral) professor sábio(adjetivo) já faleceu.
Os meus primeiros professores sábios já faleceram.
As minhas primeiras professoras sábias já faleceram.
É interessante recordar, também, que, além dos determinantes, do modificador e do próprio substantivo, o ver-
bo igualmente é variável.
Exemplos:
• Ele desmaiou (verbo).
Eles desmaiaram (verbo).
Por fim, nunca será demais lembrar que advérbio, preposição, conjunção e interjeição são invariáveis, isto é, não
conhecerão passagens de gênero (masculino-feminino) e de número (singular-plural).
Exemplos:
• O bonito (substantivo) fascinou o rapaz bonito (adjetivo) que falava bonito (advérbio).
Os bonitos fascinaram os rapazes bonitos que falavam bonito.
Alto lá (interjeição)! Depois, ele disse que (conjunção) era para (preposição) eu desculpá-lo.
•
Alto lá! Depois, eles disseram que era para nós desculparmo-los.
187
Sintaxe
S
Explicado do que trata o assunto e lembradas as classes variáveis e invariáveis, prossigamos agora, destacando,
caso a caso, as situações que, normalmente, oferecem alguma dificuldade.
b) Quando o último elemento for substantivo (laranja, limão, abacate, cinza...) na função adjetiva, todos serão
invariáveis; e
Exemplos:
• Minhas camisas são todas verde-limão.
• Meus ternos amarelo-laranja são disputadíssimos.
188
Sintaxe
S
c) Mesmo nos adjetivos simples, os substantivos, na função adjetiva, serão invariáveis.
Exemplos:
• Comprei dez cadeiras azuis e quinze classes cinza.
• As dez cadeiras laranja e as quinze classes brancas sumiram.
05. Alerta:
A expressão alerta deverá ser examinada caso a caso:
a) como substantivo ou adjetivo, será variável; e
Exemplos:
• Os alertas (substantivo) foram ouvidos ao longe pela tropa.
• Os soldados estavam alertas (adjetivo).
189
Sintaxe
S
07. Meio, bastante, só e mesmo:
Essas quatro expressões deverão ser analisadas caso a caso. Afinal, com a mesma frequência elas aparecem
na função adverbial (daí, invariáveis) e na função adjetiva ou pronominal (variáveis, então).
Exemplos:
• Bastantes (pronome) meninas, bastante (advérbio) tensas, corriam a esmo.
• Meias palavras (adjetivo), meio desconexas (advérbio) estragam tudo.
• As meninas só brincavam (advérbio) quando estavam sós (adjetivo).
• As meninas foram mesmo ao colégio (advérbio).
• As meninas mesmas (adjetivo) organizaram a festa.
Observação:
A expressão a sós é invariável.
Exemplos:
• Só, a menina costumava falar a sós.
b) Quando o substantivo a que eles se referem não vem determinado, eles permanecerão invariáveis.
Exemplos:
• Água sempre é gostoso.
• Entrada é expressamente proibido a estranhos.
190
Sintaxe
S
09. Anexo, incluso:
Essas expressões, usadas a todo instante e em qualquer situação, são variáveis em gênero e número, isto é,
elas concordarão sempre com o substantivo a que se referem.
Exemplos:
• O atestado seguiu anexo (incluso).
• Os atestados seguiram anexos (inclusos).
• A procuração seguiu anexa (inclusa).
• As procurações seguiram anexas (inclusas).
Observação:
A expressão “em anexo” é invariável.
Exemplo:
• As procurações seguiram em anexo.
10. Próprio:
Esse será variável, concordando com o substantivo a que faz referência.
Exemplo:
• A menina própria organizou a festa e os próprios colegas deram-se apoio.
12. Leso:
O vocábulo leso funciona, em expressões como leso-patriotismo e lesa-pátria, como autêntico adjetivo e,
assim, será variável, concordando com o substantivo com que se associa.
191
Sintaxe
S
Exemplos:
• Crimes lesa-pátria não podem ser tolerados.
• Financiamentos leso-patriotismo não se podem admitir.
14. Junto:
O vocábulo junto será variável na condição de adjetivo, isto é, no sentido de um com o outro. Nos demais
sentidos, será advérbio (juntamente) e, como tal, permanecerá invariável.
Exemplos:
• Os alunos suspeitos nunca saíam juntos (um com o outro).
• Os professores e os alunos andavam sempre juntos (uns com os outros).
• Os professores saíam sempre junto com a diretora.
• Junto com a mãe, os filhos pediam esmolas na praça da cidade.
192
Sintaxe
S
b) nenhum é pronome – variável, portanto – e deve ser usado em oposição a algum, é a forma negativa de
alguém, como ninguém.
Exemplos:
• Essas pessoas não servem para nenhumas coitadinhas.
• Nenhuns animais resistiram à enxurrada.
17. Todo:
É necessário ver, no emprego desse vocábulo, a classe a que ele está pertencendo. Como pronome indefinido,
variará em gênero e número; como advérbio, não.
Exemplos:
• Todas (pronome) as crianças chegaram à escola todo (advérbio) sujas.
• Os tecidos, todo (advérbio) rasgados, foram todos (pronome) para o lixo.
193
Sintaxe
S
19. Tal qual:
O emprego correto da expressão tal qual, introdutória de comparações e com o significado de como, assim
como, exige que se tomem alguns cuidados:
a) acompanhando verbos de ligação; e
Em estruturas frasais construídas com verbos de ligação, essa expressão é variável e seus elementos ligam-
-se, concordando, assim: tal, como o substantivo anterior, e qual, com o substantivo posterior.
Exemplos:
• O filho é tal qual seu pai.
• Os filhos são tais qual seu pai.
• O filho é tal quais seus pais.
• Os filhos são tais quais seus pais.
20. Particípios:
Verdadeira tragédia gramatical, o emprego dos particípios, em orações reduzidas, tem intrigado todas as
pessoas que se dedicam ao estudo do idioma. Sobretudo quando precedem o substantivo (sujeito), eles vêm sendo,
inexplicavelmente, usados como expressões invariáveis (Analisado as causas; Procurado, no local, vestígios...).
Exemplos:
• Analisadas as causas do problema, verificou-se ausência de dolo.
• Procurados, nas entranhas do processo, os motivos logo afloraram.
194
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 01:
Levando em conta os vocábulos destacados, marque (C) para as frases corretas e (E) para as incorretas:
195
Sintaxe
S
28. ( ) Essas pessoas cometeram crimes de leso-pátria.
29. ( ) Devemos deixar escrito, sem interpretações dúbias, nossas opiniões.
30. ( ) Envio-lhe, anexo, o pedido de envelopes.
31. ( ) Elas saíram meio decepcionadas.
32. ( ) As professoras retornaram ao meio-dia e meio.
33. ( ) O professor corrigiu quando o aluno disse: “Hoje há menas gente”.
34. ( ) Tais qual o pai, os filhos são desonestos.
35. ( ) Tal quais os filhos, o pai é honestíssimo.
36. ( ) Obrigada, senhorita: só isso o marmanjo disse.
37. ( ) Vistos os transtornos havidos, a promoção foi suspensa.
38. ( ) Júlia não queria vir à minha casa, mas eu a trouxe mesmo contra sua vontade.
39. ( ) Escreverei cinco obras técnicas-científicas.
40. ( ) Os alunos abaixo-assinados encaminharam ao diretor um abaixo-assinado.
41. ( ) Com organização, a papelada anexa ficará menos estragada.
42. ( ) Ela chegou meio cansada e muito branca.
43. ( ) Maria e Cristina mesmas costuram seus vestidos.
44. ( ) Muito obrigadas: só isso elas disseram.
45. ( ) É permitido entrada franca a alunos menores.
46. ( ) As procurações são instrumentos bastantes para os fins colimados.
47. ( ) É necessário, nesses casos, a organização perfeita.
48. ( ) Organização, em qualquer situação da vida, é necessário.
49. ( ) Os alunos devem permanecer alerta.
50. ( ) Queremos bem clara nossa opinião e nossos argumentos.
51. ( ) Não acho que seja necessário paciência.
52. ( ) Chegada a hora e a ocasião, falaremos.
53. ( ) Notei em seu braço tatuagens e cicatriz estranhos.
54. ( ) É necessário ocorrência policial nesses casos.
55. ( ) Como água pura é gostoso!
196
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 02:
197
Sintaxe
S
QUESTÕES DE PROVAS
01. (UPF) – Júlia não queria _____ festa. Dei um pulo ______ casa dela e a trouxe, _____ contra a vontade.
a) vim na / a / mesmo;
b) vim na / na / mesma;
c) vir a / a / mesma;
d) vir à / à / mesmo;
e) vir a / na / mesmo.
02. (URI) – Os professores, ______, gostariam de colaborar com a universidade em atividades ______.
a) abaixo assinados / técnica-científicas;
b) abaixo assinados / técnicas-científicas;
c) abaixo-assinados / técnicas-científicas;
d) abaixo-assinados / técnico-científicas;
e) abaixo-assinados / técnico científicas.
03. (Unisinos) – É _______ organização para a papelada que segue ________ ficar _______ estragada.
a) necessária / anexa / menos;
b) necessária / anexo / menas;
c) necessária / anexa / menos;
d) necessário / anexa / menos;
e) necessário / anexo / menas.
S
06. (Ulbra) – Elas _______ buscaram os atestados, enviados _______ ao processo, como provas _______ para aqueles fins.
a) mesmo, anexo, bastante;
b) mesmas, anexos, bastantes;
c) mesmas, anexo, bastante;
d) mesmo, anexos, bastantes;
e) mesmas, anexos, bastante.
09. (Uni-Santa) – Ela _______ sabia que era _______ atrapalhada e, por isso, não aparecia entre as três ________ colocadas.
a) mesmo / meia / melhores;
b) mesmo / meia / mais bem;
c) mesma / meia / melhores;
d) mesma / meio / mais bem;
e) mesmo / meio / melhor.
10. (UFSC) – Marque a única frase onde a concordância nominal aparece de maneira inadequada.
a) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçada.
b) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçados.
c) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçadas.
d) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e evolução.
e) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e exercício.
199
Sintaxe
S
11. (PUC) A frase em que a concordância nominal está INCORRETA é:
a) As ferramentas que julgo necessárias para você consertar o motor, ei-las nesta caixa; deixo anexa, para seu
próprio controle, uma relação delas.
b) É realmente louvável os esforços que vocês empreenderam para nos ajudar, portanto, qualquer que sejam
os resultados, agradecemos muito.
c) Questões político-econômicas envolvem amplo debate, logo não considere inaceitáveis algumas indefini-
ções referentes a esses pontos.
d) Muitas pesquisas recentes tornaram superadas algumas afirmações sobre a língua e a literatura portuguesas.
e) Passadas cerca de duas semanas, foram conhecidos os resultados do concurso que premiou o artista mais
destacado do carnaval e de outras folias cariocas.
12. (FCC) – “Água às refeições é ________ para a saúde. Essa é uma das muitas precauções que _______ tomar, se se
quer conservar a silhueta.”
a) mau, é preciso
b) mau, são precisas
c) mal, é precisa
d) má, são precisas
e) má, é preciso
13. (Cesgranrio) – “Noites pesadas de cheiros e calores amontoados…”. Aponte a opção em que, substituídos os
substantivos destacados acima, fica incorreta a concordância de “amontoado”.
a) odores e brisas amontoadas
b) brisas e odores amontoadas
c) nuvens e brisas amontoadas
d) nuvens e morros amontoados
e) morros e nuvens amontoados
14. (Cesgranrio) – Tendo em vista as regras de concordância nominal, assinale a opção em que a lacuna só pode
ser preenchida por um dos termos colocados entre parênteses:
a) cabelo e pupila _____ (negros / negras)
b) cabeça e corpo _____ (monstruoso / monstruosos)
c) calma e serenidade _____ (invejável / invejáveis)
d) dentes e garras _____ (afiados / afiadas)
e) galhos e tronco _____ (seco / secos)
200
Sintaxe
S
15. (Ibmec) – Assinale a alternativa que preenche de forma adequada e correta as lacunas nas frases abaixo, res-
pectivamente.
I- Seguem _____ às cartas minhas poesias para você.
II- Polvo e lula _____ serão servidos no jantar.
III- Para a matrícula, é _____ a documentação pedida.
a) anexa - frescos – necessária
b) anexas - fresca – necessária
c) anexos - frescos – necessários
d) anexas - frescas – necessária
e) anexas - fresco - necessária
PROVA COMPLETA:
BANCA: Fasurgs
Nível superior
Suspiros de fumaça
“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu pai brincando para
minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu largar o cigarro. Quando, pela doença, as proibições chegaram,
fumava escondido. Anos depois que partiu, minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.
Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai. Diligentemente, não aceitava o
troco em balas, o acerto justo dignificava a missão. Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como
se nelas houvesse uma névoa de conivência.
Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu avô materno, quando eu já
era adolescente. Outro que levou o cigarro até o fim. Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito
mal, os médicos cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros ao dia. Quando
estava comigo, roubava no jogo e eu fazia escandalosa vista grossa. Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o
cigarro, ou me enganava na difícil matemática que é discernir entre três e quatro.
201
Sintaxe
S
Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com eles. Eu jamais fumei e
meus fumantes se foram. Não descobri se nunca fumei para não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar
onde ele falhou.
Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de um gozo que eu não
entendia. O cigarro para Diana era um amigo fiel que pontuava e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo,
no momento de angústia, nos momentos de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas
minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe, já havia esgotado. Agora, era eu ou ele. Quase perdi!
Havia um inimigo na trincheira, minhas memórias, tinha uma queda pelo inimigo. Mas consegui. Depois de anos
de luta e com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.
Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que os fumantes estão
dispostos a pagar. Tingir de morte o seu prazer, como a medicina explica e agora está impresso em qualquer
maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando
a morte a cada tragada.
O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais doloroso por ser mais
próximo, é testemunhar essa escolha entre a fuga solitária do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria
que todos os fumantes que amei tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre terei
ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de volta para nós.
Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.
01. Assinale a alternativa que propõe o preenchimento correto para as lacunas do último parágrafo na ordem em
que aparecem.
a) à – cuja
b) a – de cuja
c) à – de cuja
d) a – cuja
e) a – por cuja
202
Sintaxe
S
02. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se pode depreender da leitura do texto.
a) Com suas brincadeiras, o pai do narrador pretendia aumentar a importância de sua incapacidade de parar
de fumar.
b) O narrador considera-se mais culpado por não ter se empenhado contra o vício do avô do que por ter cola-
borado com o vício do pai.
c) O vício da mulher do narrador o incomodava por impedi-la de dedicar-se às filhas.
d) Na opinião do narrador, o preço alto de um maço de cigarros não é suficiente para desestimular o tabagis-
mo.
e) Para o narrador, o mais doloroso é testemunhar a tentativa dos fumantes de livrar-se do vício do cigarro.
03. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se pode depreender da leitura do texto.
a) O avô do narrador, mesmo doente, pediu aos médicos para não cortar totalmente o cigarro.
b) O narrador, em sua infância, tinha dificuldades com a matemática na escola.
c) O narrador fingia não ver seu avô trapacear no jogo de cartas.
d) A esposa do narrador passou a fumar depois de conhecê-lo.
e) O narrador nunca compreendeu a disposição dos fumantes de gastar quantias significativas de dinheiro
com o seu vício.
04. Ao afirmar que tinha uma queda pelo inimigo (5º parágrafo), o narrador estabelece uma relação entre a luta
que empreendeu contra o vício de sua esposa e
a) seu amor por ela.
b) seu carinho pelas filhas.
c) seu respeito pela autoridade dos médicos.
d) sua lembrança do convívio com fumantes na infância.
e) sua vontade de experimentar o prazer proporcionado pelo cigarro.
05. Na frase em que se encontra, a expressão pela doença (1º parágrafo) expressa uma ideia de
a) meta.
b) percurso.
c) causa.
d) conclusão.
e) concessão.
203
Sintaxe
S
06. Assinale a alternativa que apresenta uma substituição com sentido semelhante ao da palavra conivência (2º
parágrafo), no contexto em que se encontra.
a) Crítica.
b) Audácia.
c) Desaprovação.
d) Admiração.
e) Cumplicidade.
07. Com a expressão esconderijos insólitos (1º parágrafo), o narrador faz referência aos locais
a) perigosos em que seu pai guardava os cigarros.
b) desagradáveis em que seu pai guardava os cigarros.
c) representativos em que seu pai guardava os cigarros.
d) distantes em que seu pai guardava os cigarros.
e) incomuns em que seu pai guardava os cigarros.
08. Assinale a alternativa que apresenta uma ocorrência em que a forma para é uma conjunção adverbial final.
a) para (2ª linha do 4º parágrafo)
b) para (2ª linha do 5º parágrafo)
c) para (3ª linha do 5º parágrafo)
d) para (1ª linha do 7º parágrafo)
e) para (4ª linha do 7º parágrafo)
09. Assinale a alternativa que apresenta uma conversão correta dos dois períodos que iniciam o texto para o dis-
curso indireto.
a) Disse que parar de fumar seria muito fácil e que ele mesmo já parou umas 20 vezes.
b) Disse que parar de fumar era muito fácil e que eu mesmo já parara umas 20 vezes.
c) Disse que parar de fumar fora muito fácil e que ele mesmo já parou umas 20 vezes.
d) Disse que parar de fumar era muito fácil e que ele mesmo já parara umas 20 vezes.
e) Disse que parar de fumar é muito fácil e eu mesmo já parei umas 20 vezes.
204
Sintaxe
S
10. Considere as propostas de alteração da pontuação do texto a seguir.
I- Deslocamento da vírgula depois de partiu (3ª linha) para depois de mãe (4ª linha).
II- Inserção de uma vírgula depois de jogo (10ª linha).
III- Inserção de uma vírgula depois de custo (18ª linha).
Se fossem realizadas, quais preservariam a correção gramatical e o sentido literal dos períodos originais?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
Mais do que combater as teses racistas que são difundidas em muitos países e sociedades que afirmam
serem superiores em relação às outras no que concerne à etnia, devemos voltar nosso olhar para outras vertentes
preconceituosas nas sociedades que se consideram avançadas, seja no âmbito tecnológico, ou até mesmo na
linguagem e na escrita.
Essa tendência refere-se à superioridade cultural de uma civilização ou grupo em relação a outros que são
compreendidos como inferiores e tratados como obsoletos e desvalorizados em todos os seus aspectos culturais.
As sociedades que, durante toda a história da humanidade, foram exploradas, embora perdessem traços
culturais, não deixaram de lado suas principais circunscrições que as identificam, assim como seus costumes,
crenças e modo de vida próprio. No entanto, as civilizações exploradoras conseguiram desviar o foco dos problemas
ocasionado pela exploração, para uma “terrível” imagem dos povos que não se adequaram ao seu estilo de vida,
fazendo-nos acreditar que essas civilizações não têm nenhuma relevância cultural no cenário mundial.
Nossas convicções ideológicas pessoais prevalecem muito mais do que qualquer relação social com povos
que não pensam como nós pensamos e que fogem de nossos padrões de vida. Somos levados a querer que o outro
grupo seja o reflexo ideal do nosso próprio conceito de “sociedade ideal”, caso contrário rotulamos o outro grupo
como inferior e irrelevante para o progresso da humanidade.
Ao julgarmos uma cultura em relação à nossa e afirmar sua inferioridade, não devemos partir de valores como
avanços tecnológicos e científicos, pois nenhuma civilização é tão “inferior” que não tenha nenhuma característica
205
Sintaxe
S
específica que a nossa ainda não conseguiu desenvolver. Desse modo, se consideramos o diferente como inferior,
também podemos cair no mesmo grau de inferioridade, na medida em que o outro grupo nos terá como sendo
também inferiores em determinados aspectos.
11. Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto.
a) Não é relevante combater o racismo, uma vez que há outras vertentes de preconceito social que devem ser
combatidas.
b) Não é possível limitar a discussão em torno das convicções ideológicas pessoais ao combate de teses racis-
tas.
c) Não é suficiente combater teses racistas para criticar o olhar preconceituoso de uma sociedade sobre a ou-
tra, uma vez que a questão das diferenças culturais entre os povos é mais ampla.
d) Não é adequado vincular a discussão sobre racismo às convicções ideológicas pessoais, uma vez que essas
são mais relevantes.
e) Não é necessário vincular o combate ao racismo às convicções ideológicas para avaliar os traços culturais
das civilizações com menor relevância cultural.
12. Quanto à classificação das palavras usadas no texto, é correto afirmar que
a) que (3º da 1ª linha) é pronome.
b) que (5ª linha) é conjunção.
c) que (12ª linha) é substantivo.
d) que (1º da 13ª linha) é preposição.
e) que (19ª linha) é advérbio.
13. Assinale a alternativa que contém a afirmação correta acerca das palavras preconceituosas (3ª linha), cultural
(11ª linha) e mundial (11ª linha), respectivamente.
a) São advérbios derivados de adjetivos.
b) São adjetivos derivados de adjetivos.
c) São adjetivos derivados de substantivos.
d) São substantivos derivados de adjetivos.
e) São adjetivos derivados de advérbios.
206
Sintaxe
S
14. Assinale a alternativa que contém a afirmação correta acerca do uso de verbos no texto.
a) perdessem (7ª linha) está flexionado no tempo pretérito imperfeito e no modo subjuntivo.
b) adequaram (10ª linha) está flexionado no tempo pretérito imperfeito e no modo indicativo.
c) rotulamos (14ª linha) está flexionado no tempo pretérito imperfeito e no modo subjuntivo.
d) tenha (17ª linha) está flexionado no tempo pretérito e no modo subjuntivo.
e) consideramos (18ª linha) está flexionado no tempo futuro e no modo subjuntivo.
15. A substituição de As sociedades (7ª linha) por A sociedade acarreta a modificação, para fins de concordância,
de quantas outras palavras no seguimento que vai da linha 08 à linha 15?
a) Quatro.
b) Cinco.
c) Seis.
d) Sete.
e) Oito.
Nos últimos vinte anos, é inegável a existência de ____ processo de reestruturação produtiva no mundo do
trabalho. Não apenas a questão da economia neoliberal, sustentada em fluxos autorreguladores do capitalismo
contemporâneo, das relações trabalhistas, da formação profissional e da ____ de pesquisas aplicadas às indústrias,
constitui um fenômeno que contribui para a profusão de problemáticas complexas, relacionadas ao mundo
do trabalho e à formação profissional especializada. Tais problemáticas e suas complexidades se estreitam em
diferentes âmbitos de relações de modo a ____ local, regional ou globalmente outras lógicas de formação requeridas
pelo mundo do trabalho.
Nesse contexto, a formação profissional de base interdisciplinar surge como demanda de expressiva
necessidade econômica e política. Desde os anos noventa, a demanda por profissionais com capacidade de integrar
conhecimentos dispersos pela hiperespecialização desenvolveu-se em torno da busca da interdisciplinaridade, em
diferentes campos do conhecimento.
Essa demanda se justifica pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho e, especificamente, pela
insuficiência epistemológica que as ciências modernas expressam diante da complexidade do mundo físico,
social, político e cultural do homem. Assim, a Sociologia como ciência que estuda objetos do mundo social em
207
Sintaxe
S
suas dinâmicas, permanências e mutabilidades, voltar-se-á para a análise das relações entre mundo do trabalho,
formação e práticas profissionais específicas. Tanto a Sociologia do Trabalho quanto a Sociologia das Profissões
surgem nesse cenário como importantes campos teóricos para a compreensão aprofundada do tema.
Acredito que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa, dando, por
isso mesmo, uma amplidão sistemática no que se refere aos complexos modos de relação entre trabalho, formação
para o trabalho, profissões e formação profissional.
Adaptado de: SANTOS, Najó Glória dos et al. Formação profissional interdisciplinar. Disponível em: <https://ri.ufs.br/bits-
tream/123456789/503/1/Formacao ProfissionalInterdisciplinar.pdf>. Acessado em: 07 jul. 2014.
208
Sintaxe
S
17. Considere as seguintes afirmações sobre emprego de classe de palavras no texto.
I- inegável (1ª linha) é um adjetivo em função predicativa.
II- neoliberal (2ª linha) é um adjetivo em função de adjunto adnominal.
III- regional (6ª linha) é um adjetivo em função adverbial.
Quais estão corretas, de acordo com o texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
18. Quanto à forma verbal voltar-se-á (15ª linha), é correto afirmar que está conjugada
a) na terceira pessoa singular do presente do indicativo.
b) na terceira pessoa singular do presente do subjuntivo.
c) na terceira pessoa singular do pretérito imperfeito do indicativo.
d) na terceira pessoa singular do pretérito do subjuntivo.
e) na terceira pessoa singular do futuro do presente do indicativo.
19. Quanto à oração que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de objetos de pesquisa
(último parágrafo), é correto afirmar que é uma
a) oração subordinada adverbial causal.
b) oração subordinada substantiva subjetiva.
c) oração subordinada substantiva completiva nominal.
d) oração subordinada substantiva objetiva direta.
e) oração subordinada adjetiva restritiva.
209
Sintaxe
S
GABARITO
210
ÚLTIMAS PALAVRAS
Na morfologia – segunda parte da gramática –, lançamos à terra sementes de enorme potencial germinativo
e, delas, nasceram as dez classes gramaticais.
Com o cuidado da mãe que zela com amor infinito por seus filhos, separamos, lá ainda, as variáveis (artigo,
pronome, numeral, adjetivo, substantivo e verbo) das invariáveis (advérbio, preposição, conjunção e interjeição).
Nesta aula, teria sido suficiente separar umas, flexionando-as, de outras, inflexíveis. Contudo, o ranço de velhos
tratadistas gramaticais fez com que tivéssemos de listar, um a um, dezenas de casos, haja vista um entendimento
ultrapassado que ainda reza a cartilha dos literatos, mesmo sendo, alguns deles, de péssima reputação linguística.
Seja como for, o respeito ao idioma pátrio e a satisfação do dever cumprido hão de sobrepujar questões
menores e nos encher de felicidade.
Mais que pelo número de armas ou de combatentes, a batalha se decide pela intensidade dos combates.
Partindo do pé da Escada, viemos escalando-a, degrau a degrau, e, agora, quase de seu topo, conseguimos
bem visualizar a planície que, atrás de nós – os combatentes –, foi-se descortinando. Mais três “Sentido, avançar!”,
e chegaremos à vitória final.
Desta feita, trincharemos o conteúdo relativo às vozes verbais. Para tanto, muitas serão as ferramentas que,
espalhadas pelos campos de luta, haverão de ser retomadas para formarmos o arsenal de que precisaremos para
enfrentar o novo combate.
Na morfologia, buscaremos as classes gramaticais, mormente o verbo em toda a sua extensão. Da sintaxe
já vista, necessitaremos da regência verbal e da análise sintática interna. De cada um de nós há de sair a energia
indispensável para ir à luta e o otimismo irrefreável para apequenar possíveis dificuldades.
Como na Canção do Expedicionário: “Por mais terras que eu percorra / não permita, Deus, que eu morra / em
que eu volte para lá / sem que eu leve por divisa / esse "V" que simboliza / a vitória que virá”.
S
VOZES VERBAIS
Incontáveis já foram as vezes em que ofereci meu ombro a estudantes de todos os níveis que, sempre chorosos,
buscavam consolo em momentos de mais intensa aflição.
Dentre as situações mais aflitivas esteve, seguramente em grande conta, a “falta de lógica no estudo e na
compreensão das vozes verbais”.
Foram sem conta, também, as oportunidades em que, como consolo talvez, tive de ser tomado de paciência
verdadeiramente beneditina, recomendando tranquilidade e muito esforço para o domínio da conjugação verbal.
E, no mais das vezes, a resposta, infelizmente, foi esta: “Professor, eu não entendo as vozes verbais, e não a
conjugação dos verbos”.
Pois bem, explico: não há como separar três assuntos que, conjuntamente, dão estrutura e organizam
esse conteúdo: a conjugação verbal (principalmente), a regência verbal e a análise sintática interna. Logo, será
indispensável:
O primeiro – e infelizmente o mais precário – requisito para compreender as vozes verbais em suas
transformações é ter segurança na identificação dos tempos e dos modos verbais. Afinal, para apassivar uma frase,
há que se acrescer a ela um verbo auxiliar, sempre no tempo e no modo do verbo transitivo direto ou transitivo
direto e indireto já existente.
Em O menino escrevia belos textos, por exemplo, temos a voz ativa, pois o sujeito (menino) é o autor da
ação de escrever esses belos textos. A fim de apassivá-la, será indispensável identificar, em escrevia o pretérito
imperfeito do indicativo.
Feito isso, acrescentarei o verbo ser no tempo e no modo do verbo escrever, flexionando esse último no
particípio: “Belos textos eram (verbo ser no pretérito imperfeito do indicativo) escritos (verbo escrever no
particípio) pelo menino”.
Quem não souber identificar tempos e modos, ficará, pois, à mercê da própria sorte.
214
Sintaxe
S
b) garantir domínio da regência verbal; e
Parece incrível, mas a maioria das pessoas ignora o fato de que somente frases com verbos transitivos diretos
ou diretos e indiretos podem ser apassivadas. Quando, numa prova, o examinador retira cinco frases do texto (a,
b, c, d, e) e pergunta qual a única que pode ser apassivada, o candidato, sem perda de tempo, terá de se debruçar
sobre a regência dos verbos de cada uma delas, sem tentar apassivá-las todas, pois isso lhe roubará um tempo de
que ele, naturalmente, não dispõe.
As vozes verbais ligam-se, direta e totalmente, a três funções sintáticas que são, por isso mesmo, de domínio
obrigatório: sujeito, objeto direto e agente da passiva.
Vejamos: na voz ativa, a frase terá um sujeito agente, um verbo de transitividade direta ou direta e indireta
e um objeto direto. Já, na passiva, o objeto direto transformar-se-á em sujeito e este assumirá a posição de
agente da passiva.
Logo, ter noções claras sobre essa funcionalidade sintática será condição indispensável para entender,
primeiramente, que as vozes verbais não são esse bicho de sete cabeças, como apregoado, e, depois, para se sentir
à vontade no trato e no domínio do tema.
215
Sintaxe
S
02. Passiva
É aquela em que o sujeito é paciente, isto é, ele é o receptor da ação expressa pelo verbo.
Exemplos:
• O gato é acariciado pelo menino.
• A matéria era bem explicada pelo professor.
• Os alunos foram motivados pelo professor.
03. Reflexiva
É aquela em que o sujeito, ao mesmo tempo, é agente e paciente, isto é, na medida em que ele pratica
determinada ação, os resultados dessa prática refletem-se sobre ele mesmo.
Exemplos:
• O menino machucou-se.
• O preso feriu-se com estiletes.
• Apressada, a menina cortou-se com a faca.
Observação:
Quando há um só sujeito praticando e sofrendo os efeitos da ação, dá-se simplesmente o nome de voz
reflexiva. Já, quando há dois ou mais sujeitos envolvidos na prática e na recepção de seus resultados, há de se
chamar voz reflexiva recíproca.
Exemplos:
• Amantes de longa data, rapaz e rapariga beijaram-se louca e longamente.
• Os lutadores, demonstrando educação, cumprimentaram-se antes da luta.
• Amanhã nos veremos e, então, conversaremos mais.
EXERCÍCIO 01:
216
Sintaxe
S
01. ( ) Bruno machucou-se ao cair do balanço.
02. ( ) Bruno machucou o colega de classe.
03. ( ) Bruno foi ferido pelo coleguinha de turma.
04. ( ) Helena saíra cedo de casa.
05. ( ) Helena penteou-se para sair de casa.
06. ( ) Helena foi traída pela sorte.
07. ( ) A noite caía sobre a gruta.
08. ( ) A noite ia sendo consumida pelo novo dia.
09. ( ) Sempre, às seis horas, o sol descia no horizonte.
10. ( ) Roberto mudou-se para uma casa maior.
11. ( ) Numa manhã de inverno, ele ficou prisioneiro do sol.
12. ( ) O menino mesmo estava consertando o computador.
13. ( ) O computador do menino deveria ter sido consertado pelo técnico.
14. ( ) O idoso, apesar da fraqueza, deveria ir andando pelo caminho.
15. ( ) Após o banho, a menina penteou-se.
16. ( ) O jovem, alheio a tudo, foi andando, andando, andando.
17. ( ) Quando viu, o jovem já havia andado, andado, andado e se perdido.
18. ( ) As crianças resgataram o cãozinho da correnteza.
19. ( ) O cãozinho sempre latia ante estranhos.
20. ( ) Durante a refeição, cortei-me com a faca.
a) Passiva analítica
É aquela formada a partir de uma locução verbal (verbo auxiliar, mais verbo principal) e cuja passividade
revela-se pelo emprego do verbo principal no particípio.
Exemplos:
• Ele era acariciado pelo pai (auxiliar ser, mais principal acariciar).
• Ele estava sendo acariciado pelo pai (auxiliares estar e ser, mais principal acariciar).
217
Sintaxe
S
b) Passiva sintética
É aquela cuja passividade do sujeito, em vez de se traduzir no particípio do verbo principal, revela-se por meio
de verbos transitivos diretos ou diretos e indiretos, na terceira pessoa (singular ou plural), seguidos da partícula
apassivadora se.
Exemplos:
• Venderam-se duas casas na feira (Duas casas foram vendidas na feira).
• Construiu-se um palacete na praia (Um palacete foi construído na praia).
EXERCÍCIO 02:
Nos parênteses, escreva PS, para a passiva sintética, e RR, para a reflexiva recíproca:
01. ( ) Professores e alunos cumprimentaram-se no reinício das aula.
02. ( ) Cumprimentaram-se os alunos, na fala do professor.
03. ( ) Os parlamentares sempre se abraçam nos corredores do parlamento.
04. ( ) Venderam-se as duas casas em oferta.
05. ( ) Pai e filho encontravam-se sempre no caminho da escola.
06. ( ) Consertaram-se muitas joias nos porões do palácio imperial.
07. ( ) Pai e mãe beijaram-se para delírio dos filhos.
08. ( ) Alugaram-se todas as salas comerciais disponíveis.
09. ( ) Cruzavam-se os olhares dos jovens apaixonados.
10. ( ) Viram-se muitos jovens apaixonados na região dos jardins.
Transformação
Dadas as necessidades inerentes à comunicação humana, as pessoas, ao falarem ou escreverem, deparam
muito frequentemente com a necessidade indeclinável de transformar frases passivas em ativas, e vice-versa.
218
Sintaxe
S
Exemplo:
• O rapaz comprou um jegue.
– Sujeito agente: rapaz.
– Verbo transitivo direto (pretérito perfeito do indicativo): comprou.
– Objeto direto: jegue.
A conversão para a voz passiva dá-se assim:
• o objeto direto (jegue) transforma-se em sujeito passivo;
• acrescenta-se o verbo auxiliar ser no tempo e no modo do verbo já existente (foi);
• flexiona-se o verbo principal (comprou) no particípio (comprado); e
• transforma-se o sujeito (rapaz) em agente da passiva.
Resultado:
• Um jegue (sujeito) foi (auxiliar) comprado (principal) pelo rapaz (agente da passiva).
Resultado:
• O aluno (sujeito) dirigia (pretérito imperfeito do indicativo) o carro (objeto direto).
219
Sintaxe
S
c) Passagem da passiva sintética para a ativa
Verdadeira arapuca em provas de todo tipo, a passagem correta da passiva sintética para a ativa exige que
se considere o fato de que, como na passiva analítica não haverá agente da passiva, o sujeito, na ativa, terá de ser
indeterminado (verbo na terceira pessoa do plural).
Exemplo:
• Vendeu-se um carro novo.
– Sujeito paciente: carro.
– Verbo no pretérito perfeito do indicativo): vendeu.
– Partícula apassivadora: se.
Resultado:
• Venderam um carro novo.
EXERCÍCIO 03:
Se as frases que se seguem estiverem na voz ativa, passe-as para a passiva, e vice-versa:
01) O aluno foi ferido.
02) O aluno estava ferindo a galinha.
03) Estavam ferindo o aluno.
04) O aluno deveria estar lendo o jornal.
05) O padre parecia estar rezando a missa.
06) Rasgaram-se os livros.
07) A água foi escoada.
08) Escovaram os dentes.
09) Quando eu estiver fazendo o trabalho.
10) Se eu fizesse o trabalho.
220
Sintaxe
S
EXERCÍCIO 04:
EXERCÍCIO 05:
221
Sintaxe
S
QUESTÕES DE PROVAS
01. (FCC) – Transpondo para a voz passiva a oração “O faro dos cães guiava os caçadores”, obtém-se a forma ver-
bal:
a) guiava-se
b) ia guiando
c) guiavam
d) eram guiados
e) foram guiados
02. (TRT) – “Tudo isso pode ser comprovado por qualquer cidadão”. A forma ativa dessa mesma frase é:
a) Qualquer cidadão pode comprovar tudo isso.
b) Tudo pode comprovar-se.
c) Qualquer cidadão se pode comprovar tudo isso.
d) Pode comprovar-se tudo isso.
e) Qualquer cidadão pode ter tudo isso comprovado.
03. (TRT) – É exemplo de construção na voz passiva o segmento destacado na seguinte frase:
a) Ainda ontem fui tomado de risos ao ler um trechinho de crônica.
b) A Solange toma especial cuidado com a escolha dos vocábulos.
c) Glorinha e sua filha não partilham do mesmo gosto pelo requinte verbal.
d) O enrubescimento da mãe revelou seu desconforto diante da observação da filha.
e) Lembro-me de uma visita que recebemos em casa, há muito tempo.
222
Sintaxe
S
05. (TST) – Transpondo-se para a voz passiva a construção "Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático", a
forma verbal obtida será:
a) seria despertada.
b) teria sido despertada.
c) despertar-se-á.
d) fora despertada.
e) teriam despertado.
06. (TRT) – Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram as canções Domingo no parque
e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas
pela narrativa cinematográfica...
Transpondo-se a primeira das frases em itálico acima para a voz passiva e a segunda para a voz ativa, as formas
verbais resultantes serão, respectivamente:
a) se apresentaram − influencia.
b) foi apresentado − se influenciaram.
c) eram apresentadas − influenciou.
d) foram apresentadas − influenciava.
e) são apresentadas − influenciou.
07. (UFRGS) – "Se as blugatides olvassem trúfides apocolinas, então groncemente predimaríamos os xinfolantes de
frelhões." Essa frase é constituída de palavras que, apesar de inventadas, respeitam as regras da Língua Portu-
guesa. Se a primeira oração for apassivada, a forma resultante será:
a) "se olvasse"
b) "fossem olvadas"
c) "sejam olvadas"
d) "são olvadas"
e) "foram olvadas"
223
Sintaxe
S
08. (URI) – Assinale a opção em que a classificação das frases, relativamente à voz verbal, não está correta:
a) Viam-se os alunos no pátio da escola (voz reflexiva).
b) Os alunos feriram-se com estiletes (voz reflexiva).
c) Candidataram-se dez alunos ao título de rei (voz passiva sintética).
d) Naquele dia, viviam-se muitas emoções (voz passiva sintética).
e) Os colegas cumprimentavam-se com emoção (voz reflexiva com reciprocidade).
09. (UCS) – Assinale a opção em que a passagem ativa-passiva ou passiva-ativa não está correta:
a) Foram compradas dez folhas de papel. / Compraram dez folhas de papel.
b) Alugaram-se duas casas. / Alugaram duas casas.
c) Naquele dia, foram analisadas várias provas. / Naquele dia, analisaram-se várias provas.
d) Os alunos deviam estar lendo o jornal. / Pelos alunos devia estar sendo lido o jornal.
e) Invadiram-se as fábricas. / Invadiram as fábricas.
10. (Ulbra) – A frase "Muitas pessoas discutiam o problema da cólera, no Brasil" pode ser apassivada assim:
a) A cólera era discutida por muitas pessoas, no Brasil.
b) Muitas pessoas estavam discutindo o problema da cólera, no Brasil.
c) O problema da cólera discutiam muitas pessoas, no Brasil.
d) Era discutido por muitas pessoas o problema da cólera, no Brasil.
e) Discutiram, no Brasil, muito o problema da cólera.
224
Sintaxe
S
12. (UPF) – A única oração que tem condições de ser apassivada é:
a) Os alunos, em reunião secreta, pediam providências ao diretor.
b) Os alunos, sempre em reunião, cediam às pressões do diretor.
c) Os alunos estão cientes de que a reunião com o diretor é necessária.
d) Os alunos assistiam à reunião dos professores com o diretor.
e) Todos assistiram ao espetáculo pirotécnico.
13. (UFSC) – "Os alunos estavam sendo observados pelo professor." A locução verbal dessa oração pode ser substi-
tuída, na ativa, por:
a) estavam observando
b) observavam-se
c) foram observados
d) estava observando
e) observava
14. (ACAFE) – Na passiva sintética, a forma verbal da frase "Várias experiências foram feitas pelos alunos" fica:
a) fizeram
b) haviam sido feitas
c) fizeram-se
d) estavam-se fazendo
e) faziam-se
15. (UNISantos) – "Os meninos são detidos pelos fiscais". A construção passiva sintética correta é:
a) Detém-se os meninos.
b) Detêm-se os meninos.
c) Detêm-se aos meninos.
d) Detem-se os meninos.
e) Detêem-se os meninos.
225
Sintaxe
S
PROVA COMPLETA:
Banca: Fundatec
Nível superior
LÍNGUA PORTUGUESA
Instrução: As questões de 01 a 20 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas
questões.
Anticurriculum
01. Leio a notícia em uma tela multimídia instalada no canto de um elevador comercial, de que um
02. grande ator de televisão negou-se a fazer o papel principal de uma série que será realizada por
03. uma importante produtora americana. Na sala 603, já sentada na cadeira do dentista, penso por
04. que não divulgo os trabalhos que não fiz, por que não capitalizo meu anticurriculum. O dentista
05. pergunta do que estou rindo, respondo, de boca aberta, das bobagens do pensamento. O primeiro
06. convite negado foi o de uma peça de teatro. O autor/diretor era um cara muito legal, mas usava
07. um método de direção rígido, polonês. Tínhamos que andar em cena segundo um mapa
08. desenhado ___ lápis em uma folha de papel, cada ator tinha sua linha trajetória pontilhada de
09. cor diferente. Ficávamos com o mapa na mão sem saber se ríamos ou se chorávamos, o negócio
10. era mais complexo que uma ferrovia interestadual. Os atores foram saindo um por um, depois
11. de uma semana, saí também. Lembro que recusei a direção de um texto lindo de Federico García
12. Lorca, a atriz era ótima, não sei o que me deu, me senti despreparada, baita imaturidade minha,
13. saí depois de algumas semanas. Acho que a atriz nunca me perdoou, mas eu e o diretor polonês
14. nos tornamos amigos. Essas experiências foram no auge dos meus vinte anos. Clarice,
15. interrompo, fale dos trabalhos que você recusou, não dos que você abandonou. Abandonar
16. trabalhos não tem o mesmo glamour que recusar trabalhos, muito pelo contrário, depõe contra
17. você. E dê nome aos bois, pois assim, no genérico, não tem graça nenhuma. O dentista pergunta
18. novamente do que estou rindo, digo, já sentindo todo o lado esquerdo do rosto dormente, das
19. intempéries do pensamento. Recusei participar de um seriado da Disney, Desperate Housewives,
20. versão América Latina, rodado em Buenos Aires, em 2007. Eu seria uma das donas de casa
21. desesperadas, ao lado de nomes consagrados do cinema e da televisão. O convite da TV
226
Sintaxe
S
22. responsável pela coprodução da série surgiu no mês em que A Alma Imoral estrearia no horário
23. nobre da sala Marília Pera, 450 lugares, do Teatro Leblon, Rio. Se ainda hoje, doze anos em cartaz,
24. não sinto nenhum cansaço em fazer a peça, imaginem o fôlego emocional que eu tinha há onze
25. anos. Quis conciliar, mas as agendas não batiam. A escolha de não fazer a série envolveu certo
26. sofrimento. Tudo contava a favor, mas era como se minha intuição me perguntasse o que seriam
27. cinco meses de contrato para fazer um seriado da mítica Disney, diante de um possível e longo
28. tempo de aprendizado, de satisfação artística e financeira no teatro, local escolhido para viver.
29. Muita gente me achou maluca. Eu poderia remontar a peça, mas não se para o galope de um
30. coração impunemente. ___ luz da Alma, fui conservadora? Fui transgressora? Levanto da cadeira
31. do dentista. Digo mais sim do que não. Sei que em cada trabalho está a semente do próximo.
32. Detesto fruta sem caroço. Em cada fruta, a semente da próxima. Quando uma fruta não tem
33. caroço, me pergunto, onde está a continuidade dessa fruta? Quem roubou as sementes que
34. estavam aqui? Não compro fruta sem caroço. Em cada trabalho, a semente do próximo. Existem
35. “nãos” que trazem em si uma semente, são “nãos” transgressores, da ordem da evolução, que
36. abrem muitos caminhos. Um ou outro “não” foi dessa ordem. Um “sim” ___ coragem de
37. desbravar oceanos e plantar sementes por aí. Chegar ao caroço é o nosso prazer, e deixá-lo na
38. terra é a nossa função. O dentista diz que não devo comer nada por uma hora, e pergunta por
39. que fiquei séria de repente. Entro no elevador, de novo a notícia do ator que não fará a série.
40. Espero que ele não faça a série por um motivo que espalhe muitas sementes por aí, senão, ele é
41. completamente maluco.
(Clarice Niskier – Revista da Cultura – Disponível em www.livrariacultura.com.br – adaptação)
QUESTÃO 01 – Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e
respectivamente, as lacunas presentes nas linhas 08, 30 e 36.
A) à – À – à.
B) a – A – à.
C) à – A – a.
D) à – À – a.
E) a – À – à.
QUESTÃO 02 – Assinale a alternativa na qual o vocábulo “se” tenha sido empregado com a mesma função que no
trecho a seguir: “não se para o galope de um coração impunemente” (linhas 29 e 30).
227
Sintaxe
S
A) Eu não sei se você vem ou não.
B) Se você chegar cedo, iremos ao parque.
C) O médico diz que se trata de cálculo renal.
D) Costuram-se bainhas.
E) Ele não me disse se viria cedo.
QUESTÃO 05 – Processos referenciais em Língua Portuguesa são mecanismos de retomada e substituição de vocá-
bulos a fim de manter a coesão textual. Sendo assim, analise as assertivas a seguir:
I- Na linha 15, em “não dos que você abandonou”, a preposição “de” está contraída com o pronome demons-
trativo “os”, cujo referente é o vocábulo “trabalhos” (l. 15).
228
Sintaxe
S
II- Na linha 24, a expressão “a peça” retoma o nome da peça teatral “A Alma Imortal”, linhas 22.
III- Na linha 32, na expressão “a semente do próximo”, temos o vocábulo “trabalho” elíptico.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) Apenas II e III.
QUESTÃO 06 – Implícitos são informações que não são expressas de forma direta, mas são subentendidas na constru-
ção do texto. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um implícito do texto.
A) Na linha 07, a partir da construção do texto, infere-se que os poloneses tenham métodos rígidos de direção.
B) Na linha 10, pode-se inferir que o mapa de uma ferrovia interestadual seja algo complexo.
C) Na linha 15, pressupõe-se que a autora tenha abandonado trabalhos, e não só negado convites.
D) Na linha 18, fica implícito que a autora tenha sido anestesiada.
E) Nas linhas 24 e 25, a autora deixa implícito que há onze anos tinha menos fôlego emocional do que na atuali-
dade.
229
Sintaxe
S
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) Apenas I e III.
QUESTÃO 09 – Nas linhas 25 e 26, temos a seguinte estrutura: “A escolha de não fazer a série envolveu certo sofrimen-
to”. A correta transposição para a voz passiva é dada em:
A) Certo sofrimento foi envolvido na escolha de não fazer a série.
B) Certo sofrimento fora envolvido na escolha de não fazer a série.
C) Certo sofrimento envolvia-se escolha de não fazer a série.
D) A escolha de não fazer a série envolvia-se certo sofrimento.
E) A escolha de não fazer a série envolvera-se certo sofrimento.
QUESTÃO 10 – Analise as seguintes frases retiradas do texto e assinale a alternativa que apresente uma oração subor-
dinada substantiva reduzida de infinitivo.
A) “Os atores foram saindo um por um”.
B) “já sentindo todo o lado esquerdo do rosto dormente”.
C) “Eu poderia remontar a peça”.
D) “Chegar ao caroço é o nosso prazer”.
E) “O dentista diz que não devo comer nada”.
QUESTÃO 11 – Analise as seguintes frases retiradas do texto e assinale a alternativa na qual o vocábulo “que” esteja
empregado como pronome relativo.
A) “de uma série que será realizada”.
B) “O negócio era mais complexo que uma ferrovia interestadual”.
C) “Lembro que recusei a direção”.
D) “Acho que a atriz nunca me perdoou”.
E) “Sei que em cada trabalho...”.
230
Sintaxe
S
QUESTÃO 12 – Na linha 26, temos o emprego da conjunção “mas”. Ela poderia ser substituída por __________, que
também expressa a ideia de __________, desde que __________ alterações no período.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
A) no entanto – adversidade – não se façam.
B) no entanto – adversidade – se façam.
C) no entanto – complementariedade – não se façam.
D) apesar de que – adversidade – não se façam.
E) apesar de que – adição – se façam.
QUESTÃO 13 – Considerando o emprego correto dos sinais de pontuação, analise as assertivas a seguir, assinalando
V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) As vírgulas da linha 03 poderiam ser substituídas por duplo travessão sem prejuízo da correção gramatical
do período.
( ) Na linha 19, o termo estrangeiro Desperate Housewives está grafado em itálico por não ser palavra perten-
cente à Língua Portuguesa, mas deveria ser grafado entre aspas, estando, portanto, incorreto.
( ) Nas linhas 40 e 41, por tratar-se de algo acerca do qual a autora não tem certeza, poder-se-ia terminar o pe-
ríodo com ponto de interrogação sem prejuízo da correção gramatical do período.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A) V – V – V.
B) V – V – F.
C) V – F – F.
D) F – F – F.
E) F – V – V.
QUESTÃO 14 – Considerando as regras de acentuação gráfica em Língua Portuguesa de palavras retiradas do texto,
assinale a alternativa na qual a supressão do acento gráfico NÃO originaria palavra existente em Língua Portuguesa
e/ou pertencente à classe gramatical diferente daquela da palavra que a originou.
A) notícia.
B) série.
C) negócio.
D) saí.
E) experiências.
231
Sintaxe
S
QUESTÃO 15 – Observe a frase a seguir: “O dentista diz que não devo comer nada por uma hora.” Assinale a alterna-
tiva que NÃO apresenta pergunta que possa ser respondida por ela.
A) Quando o dentista disse que não devo comer?
B) Quem disse que não devo comer nada?
C) A quem foi dada a ordem de nada comer?
D) Por quanto tempo não posso comer?
E) O que não devo comer?
QUESTÃO 16 – Na linha 05, observe a regência do verbo “rir”. Assinale a alternativa cuja forma verbal tenha a mesma
regência, desconsiderando o emprego dos artigos.
A) Esqueci ____ chaves em casa.
B) Quero muito bem ____ meus amigos.
C) Esqueci-me ____ problemas que tinha.
D) Informei o acontecimento ____ chefes.
E) Trouxe um buquê de flores ____ ela.
QUESTÃO 17 – Analise as seguintes palavras retiradas do texto e assinale a alternativa na qual NÃO haja a ocorrência
de dígrafo.
A) Canto.
B) Primeiro.
C) Pontilhada.
D) Chorávamos.
E) Transgressora.
QUESTÃO 18 – Analise o período a seguir: “Tudo contava a favor, mas era como se minha intuição me perguntasse o
que seriam cinco meses de contrato para fazer um seriado da mítica Disney, diante de um possível e longo tempo de
aprendizado, de satisfação artística e financeira no teatro.” Quantas orações o compõem?
A) 3.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 7.
232
Sintaxe
S
QUESTÃO 19 – Nas linhas 40 e 41, caso substituíssemos os pronomes pessoais “ele” por sua forma plural “eles”, quan-
tas outras alterações deveriam ser feitas?
A) 2.
B) 3.
C) 4.
D) 5.
E) 6.
QUESTÃO 20 – No trecho: “Entro no elevador, de novo a notícia de que o ator não fará a série”, caso alterássemos a
primeira forma verbal, conjugando-a no pretérito imperfeito, como seria a redação mais adequada para o período?
A) Entrara no elevador, de novo a notícia de que o ator não faria a série.
B) Entrou no elevador, de novo a notícia de que o ator não faria a série.
C) Entraria no elevador, de novo a notícia de que o ator não faria a série.
D) Entrava no elevador, de novo a notícia de que o ator não faria a série.
E) Entrarei no elevador, de novo a notícia de que o ator não faria a série.
233
Sintaxe
S
GABARITO
234
ÚLTIMAS PALAVRAS
Depois de algumas horas de trabalho (estudos!) bem empreendidas, vencemos mais um assunto sintático-
gramatical, as vozes verbais.
Certamente, e mais uma vez, foi possível ver quão importante é dominarem-se os conteúdos que são pré-
requisitos para uma assimilação maior, mais completa e extremamente mais fácil de qualquer assunto.
No conteúdo visto, mais não fizemos do que aplicar aquilo que viemos estudando desde que adentramos a
morfologia. O domínio sobre a conjugação dos verbos, a segurança em relação à regência verbal e a competência
para a aplicação de algumas funções sintáticas, tudo representou um facilitador a mais no estudo que ora se
encerra.
E assim, com o coração feliz e a alma em festa, festejemos os passos já vencidos, mas não nos esqueçamos de
que há um trecho ainda – não muito longo, é verdade – para ser percorrido.
Convenhamos, esse fato, por si só, já seria motivo para uma enorme comemoração, não é mesmo?
Mas calma, há um motivo ainda mais relevante para que essa comemoração aconteça: pela primeira vez na
vida (e não é atrevimento meu supor uma coisa dessas!), você, que me acompanhou desde o início das aulas, terá
condições absolutas de entender a Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos.
O que ocorre é muito curioso: neste tema, mais talvez do que em todos os outros, a apropriação de cultura
inútil é algo de sarapantar. Decora-se, por exemplo, a lista de partículas atrativas: pronome relativo, conjunção,
advérbios, e assim por diante. Todavia, na hora de praticar a colocação pronominal, não se sabe o que sejam
pronome relativo, conjunção, advérbios.
Pois bem, espero ter sido claro: você que me acompanhou desde o início do Curso e, por isso mesmo, sabe
identificar especialmente classes gramaticais terá, sim, e pela primeira vez na vida, oportunidade tão rara.
Porém, e se a morfologia lhe parecer conteúdo distante, corra para lá e, lá, recapitule as dez classes gramaticais.
À luta, pois!
S
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
É muito curioso o que ocorre em relação à colocação dos pronomes oblíquos átonos.
No início de qualquer curso de que o assunto faz parte, o espanto acontece já na exposição dos conteúdos a
serem abordados. Aí, vamos indicando os títulos deles, e os alunos vão caindo numa espantosa indiferença. Para
despertá-los, basta dizermos isto: ...a colocação pronominal, aquele assunto que trata da próclise, da mesóclise e
da ênclise. Nesse instante, todos ressurgem de uma profunda letargia e cada um exclama por si próprio: “Nunca
entendi nada disso!”. E a palidez emoldura o semblante de todos.
Outro momento curioso com que deparamos ocorre na correção de redações. Ante uma colocação equivocada
de um pronome oblíquo átono, perguntamos se o aluno conhece os casos de próclise. Ele imediatamente responde:
“Sim, sim, professor. É quando aparece, antes do verbo, um pronome relativo, por exemplo”. Aí prosseguimos,
perguntando o que é, para ele, um pronome relativo. A resposta, então, além de hilariante, é de todo desanimadora:
“Ah, isso eu não sei, professor!”.
Pois bem, a experiência prática diz que, aqui também, faltam requisitos minimamente básicos, e esse é o
principal fator impeditivo de uma melhor (ou ao menos mínima!) compreensão do tema.
O domínio desses pré-requisitos facilitadores da assimilação da matéria, todavia, precisa ser competente e
sem o ranço da gramática tradicional, que lista pronomes, conjunções, advérbios e demais classes de palavras.
Hoje, por exemplo, é muito fácil surpreender candidatos a provas de concursos, pois eles foram levados a
decorar palavras que, em tese, podem atrair os pronomes oblíquos átonos para a posição de próclise. Esqueceu-se,
porém, de prevenir esses estudantes de que não existem listas de classes gramaticais. Afinal, nada, em gramática,
é; tudo, gramaticalmente, pode ser.
Numa frase como “Este não _____ preocupou _____”, o pronome oblíquo átono me deve ser posto após o
verbo, pois o vocábulo não, determinado pelo pronome demonstrativo este, é um legítimo substantivo, e não um
advérbio. Ou, então, numa frase como “O nunca ____ revelou ____ aterrador”, se pensarmos que nunca é advérbio
de negação, praticaremos a próclise; se, contudo, entendermos que esse nunca é um substantivo, praticaremos –
corretamente – a ênclise.
Deixemos a decoreba de lado, pois, e entendamos, com a aplicação dos pré-requisitos já estudados, também
esta matéria.
Inicialmente temos de recordar que pronome é palavra variável que acompanha ou substitui o substantivo.
238
Sintaxe
S
Exemplo:
– Aquele homem pediu para eu ler o texto.
Depois, impõe-se lembrar que existem vários tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefi-
nidos, relativos, interrogativos. Dentre todos, interessam, aqui, os pessoais.
Os pronomes pessoais, por sua vez, subdividem-se em:
a) retos;
b) oblíquos; e
c) de tratamento.
Os pronomes pessoais retos – eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas – serão usados como sujeito de uma oração. É
tão errado usá-los como complemento, quanto o é usar os oblíquos como sujeito.
Então: pronomes pessoais retos, sujeito; pronomes pessoais oblíquos, complemento.
Os pronomes oblíquos átonos – me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes – são aqueles que só têm sentido quan-
do apoiados a um verbo e exercem função de complemento.
A partir daqui serão estudadas as posições que os pronomes oblíquos átonos podem assumir em relação a esse
verbo em que eles se apoiam:
a) antes: próclise;
b) no meio: mesóclise; e
c) depois: ênclise.
A fim de facilitar a assimilação deste conteúdo, é fundamental lembrarmos que a posição normal dos pronomes
oblíquos átonos é a de ênclise, isto é, em condições normais, os pronomes oblíquos átonos – me, te, se, o, a, lhe, nos,
vos, os, as, lhes – devem ser posicionados depois dos verbos.
Isso, por sua vez, nos diz que deveremos ver, daqui por diante, quais motivos atrairão esses pronomes para
antes (próclise) ou para o meio (mesóclise) dos verbos.
01. Próclise
É a colocação, por motivo justo, do pronome pessoal oblíquo átono antes do verbo e ocorre quando:
a) antes do verbo houver advérbio não virgulado;
Exemplos:
• Ontem me acolheram; hoje me expulsam de casa.
• Não me afrontem; nunca me subestimem.
239
Sintaxe
S
Mas:
• Ontem, acolheram-me; hoje, expulsam-me.
• Sempre que sincero, um não (substantivo) motiva-me.
240
Sintaxe
S
g) a frase for interrogativa; e
Exemplos:
• O menino se machucou?
• Os alunos te ofenderam?
Observação:
Para verificar a necessidade da prática da próclise, recomendamos estes passos:
1º) localização do verbo;
2º) identificação da classe gramatical do vocábulo anterior ao verbo; e
3º) sendo ele partícula atrativa, pratica-se a próclise.
Exemplos:
• Aquele rapaz _____ perseguia _____ ao longo do caminho (me).
a) localização do verbo: perseguia;
b) classe gramatical do vocábulo anterior ao verbo: substantivo (rapaz); e
c) o substantivo é partícula atrativa? Não.
Conclusão: Aquele rapaz perseguia-me ao longo do caminho.
02. Mesóclise
Em não havendo motivo para próclise, deveremos, pela ordem, verificar se há razão para a prática da mesóclise:
colocação, por motivo justo, do pronome pessoal oblíquo átono no meio do verbo.
241
Sintaxe
S
Ela ocorre quando o verbo está:
a) no futuro do presente; e
Exemplos:
• O colega ajudar-te-á acaso sejas leal para com ele.
• Se eu souber de dificuldades tuas, ajudar-te-ei.
Mas:
• O colega não te ajudará acaso sejas desleal para com ele.
• Se não souber de dificuldades tuas, jamais te ajudarei.
b) no futuro do pretérito.
Exemplos:
• O colega ajudar-te-ia acaso fosses leal para com ele.
• Se eu soubesse de dificuldades tuas, ajudar-te-ia.
Mas:
• O colega não te ajudaria acaso fosses desleal para com ele.
• Se não soubesse de dificuldades tuas, jamais te ajudaria.
03. Ênclise
Em não havendo motivo para próclise, nem para mesóclise, e considerando que a ênclise é a posição natural
do pronome oblíquo átono, restar-nos-á praticá-la em todos os demais casos.
Exemplos:
• O colega ajudou-te sempre que precisaste dele.
• Nas ocasiões que que te vi em dificuldades, ajudei-te.
Observações:
1ª) Embora se diga que “o Brasil é o país da próclise”, bom mesmo é dominar o assunto, empregar os pronomes
oblíquos átonos corretamente e, com isso, obter melhores notas em redações e impressionar mais na fala.
2ª) Nas locuções verbais (dois, três ou quatro verbos juntos), aplicam-se normalmente as regras acima; e
3ª) Verbos no futuro (do presente e do pretérito) e no particípio nunca aceitam ênclise.
242
Sintaxe
S
EXERCÍCIO:
QUESTÕES DE PROVAS
243
Sintaxe
S
02. (PUC) – Assinale a alternativa incorreta quanto à colocação pronominal:
a) Nunca se ouviu falar dele.
b) Apelidar-te-ei de "formoso".
c) Me impuseram severo castigo.
d) Largaste-me só e desamparado.
e) Apressa-te porque já é dia.
05. (Unipampa) – Assinale qual das orações abaixo tem a colocação correta:
a) Se estuda-se, aprende-se.
b) Júlio, venha imediatamente ou já não encontrar-me-á aqui.
c) Não inicia-se frase com pronome oblíquo átono.
d) Quando me viu, perturbou-se.
e) Sei onde colocaram-no.
06. (Unisinos) – Assinale a alternativa que tem a colocação pronominal mais perfeita:
a) Não vejo-a há muito tempo.
b) Bons ares tragam-no de volta a nós.
c) Se foi, já, o meu amigo inseparável.
d) Apenas cobro um bem que se me deve.
e) Jamais arrepender-me-ei do que fiz.
244
Sintaxe
S
07. (Acafe) – Assinale a única alternativa em que há erro de colocação pronominal:
a) Deus te acompanhe nesta viagem.
b) Estas ordens não se discutem.
c) Farei-te o que quiseres.
d) Nunca me disse tal coisa.
e) Nomearam-no inspetor.
08. (UFSC) – Indique a alternativa em que a colocação do pronome pessoal átono não obedece às normas vigentes:
a) Fi-lo e fá-lo-ei sempre que o quiser.
b) Dar-lhos-íamos se pedissem.
c) Muitas vezes temos prevenido-o do fato.
d) Ter-lhe-iam falado a respeito.
e) Jamais lhe darei essa informação.
09. (UPF) – Assinale a alternativa em que a colocação pronominal não corresponde ao que preceitua a gramática.
a) Há muitas estrelas que nos atraem a atenção.
b) Jamais dar-te-ia tantas explicações, se não fosses pessoa de tanto merecimento.
c) A este compete, em se tratando do corpo da Pátria, revigorá-lo com o sangue do trabalho.
d) Não o realizaria, entretanto, se a árvore não se mantivesse verde sob a neve.
e) Eu te prometo o que de mais sagrado te posso oferecer!
11. (PUC-PR) – Assinale o período em que a colocação do pronome átono pode ser alterada.
a) Passe-me o livro, por favor!
b) Foi este o artigo que vocês leram e me recomendaram?
c) A criancinha veio, mal se equilibrando nos pezinhos.
d) Ter-se-ão retirado, quando você chegar.
e) Não lhe quero falar sobre o caso.
245
Sintaxe
S
12. (FCC) – Quando -------- as provas, ----------imediatamente.
a) lhes entregarem – corrijam-as
b) lhes entregarem – corrijam
c) entregarem-lhes – corrijam-as
d) entregarem-lhes – as corrijam
e) lhes entregarem – corrijam-nas
13. (ENEM) – O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos tex-
tos abaixo.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.)
“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se
deseja reproduzir a fala dos personagens (...)”.
(CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.)
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:
a) Condenam essa regra gramatical.
b) Acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
c) Criticam a presença de regras na gramática.
d) Afirmam que não há regras para uso de pronomes.
e) Relativizam essa regra gramatical.
246
Sintaxe
S
14. (UFSM-RS) – Uma revista utilizou em sua capa a seguinte frase, típica da linguagem coloquial: “Me aqueça neste
inverno”.
Nessa frase, a colocação pronominal está em desacordo com a norma culta, que estabelece: “É proibido ini-
ciar período com pronome oblíquo”.
Se forem feitas alterações em sua estrutura, qual estará também em desacordo com a norma culta?
a) Quero que me aqueça neste inverno.
b) É preciso que me aqueça neste inverno.
c) Quando me aquecerá neste inverno?
d) Aquecer-me-á no inverno?
e) Não aqueça-me neste inverno.
15. (U.E. Maringá) – O oblíquo “o” coloca-se proclítico nos períodos abaixo, exceto em:
a) Deus _____ livre _____ de um tropeço na prova!
b) Como _____ achou _____ ontem?
c) Não quis o rapaz aqui, _____ mandei _____ embora.
d) Talvez _____ encontre _____ na outra sala.
e) Em _____ encontrando _____, diga-lhe a verdade.
PROVA COMPLETA:
Banca: Cesgranrio
Nível superior
LÍNGUA PORTUGUESA
O vício da tecnologia
01. Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os olhos voltados para uma exposição
02. de novidades eletrônicas realizada recentemente nos Estados Unidos. Entre as inovações,
03. estavam produtos relacionados a experiências de realidade virtual e à utilização de inteligência
04. artificial — que hoje é um dos temas que mais desperta interesse em profissionais da área, tendo
05. em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos.
06. Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no evento, vale refletir sobre o motivo
07. que nos leva a uma ansiedade tão grande para consumir produtos que prometem inovação
247
Sintaxe
S
08. tecnológica. Por que tanta gente se dispõe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos
09. primeiros a comprar um novo modelo de smartphone? Por que nos dispomos a pagar cifras
10. astronômicas para comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que serão realmente úteis
11. em nossas rotinas?
12. A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford (Inglaterra) ajuda a explicar
13. essa “corrida desenfreada” por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo evolutivo
14. como seres humanos, nosso cérebro aprendeu a suprir necessidades básicas para a sobrevivência
15. e a perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e status social.
16. Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica atende a essa última necessidade
17. citada: nós nos sentimos melhores e superiores, ainda que momentaneamente, quando surgimos
18. em nossos círculos sociais com um produto que quase ninguém ainda possui.
19. Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que mostrou que imagens de produtos
20. tecnológicos ativavam partes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas quando uma pessoa
21. muito religiosa se depara com um objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que o vício em
22. novidades tecnológicas é quase uma religião para os mais entusiastas.
23. O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais novo lançamento tecnológico
24. dispara em nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado dopamina, responsável por nos
25. causar sensações de prazer. Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo que represente
26. uma recompensa.
27. O grande problema é que a busca excessiva por recompensas pode resultar em
28. comportamentos impulsivos, que incluem vícios em jogos, apego excessivo a redes sociais e até
29. mesmo alcoolismo. No caso do consumo, podemos observar a situação problematizada aqui:
30. gasto excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos que nem sempre trazem novidade. As
31. atualizações de modelos de smartphones, por exemplo, na maior parte das vezes apresentam
32. poucas mudanças em relação ao modelo anterior, considerando-se seu preço elevado. Em outros
33. casos, gasta-se uma quantia absurda em algum aparelho novo que não se sabe se terá tanta
34. utilidade prática ou inovadora no cotidiano.
35. No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a conter os impulsos na hora de
36. comprar um novo smartphone ou alguma novidade de mercado: compare o efeito momentâneo
37. da dopamina com o impacto de imaginar como ficarão as faturas do seu cartão de crédito com a
38. nova compra.
39. O choque ao constatar o rombo em seu orçamento pode ser suficiente para que você
40. decida pensar duas vezes a respeito da aquisição.
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. 2018. Adaptado.
248
Sintaxe
S
01. De acordo com o texto, o “vício tecnológico” pode ser explicado por
a) curiosidade de testar produtos que envolvam experiências de realidade virtual e de inteligência artificial.
b) dependência de relacionamento virtual que só pode ser obtido pelo acesso a redes sociais.
c) necessidade de transformar aparelhos em elementos sagrados pelo excesso de religiosidade.
d) prazer produzido pelo status social derivado da utilização de um produto que quase ninguém possui.
e) tendência à manifestação de uma personalidade dominada por vícios como jogos de azar e alcoolismo.
02. De acordo com o ordenamento das ideias no texto, observa-se que, depois de explicar a função da dopamina
no cérebro, o texto se refere à ideia de que
a) as pessoas podem desenvolver comportamentos impulsivos, como o gasto excessivo de dinheiro em apare-
lhos eletrônicos que nem sempre trazem novidade.
b) é preciso refletir sobre as causas de tanta gente se dispor a dormir em filas gigantescas só para ser um dos
primeiros a comprar um novo modelo de smartphone.
c) o mapeamento cerebral mostra que imagens de produtos tecnológicos ativam as mesmas partes do cére-
bro que um objeto sagrado para pessoas religiosas.
d) o nosso cérebro aprendeu a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a perpetuação da espécie,
tais como sexo, segurança e status social.
e) os profissionais da área de tecnologia têm demonstrado grande interesse por produtos relacionados a ex-
periências de realidade virtual e à utilização de inteligência artificial.
03. Alguns adjetivos do texto enfatizam a gravidade do “vício da tecnologia”. O grupo em que todas as palavras
têm essa função é:
a) gigantescas (linha 08), astronômicas (linha 10), desenfreada (linha 13)
b) excessiva (linha 27), impulsivos (linha 28), eletrônicos (linha 30)
c) absurda (linha 33), inovadora (linha 34), momentâneo (linha 36)
d) prática (linha 34), elevado (linha 32), problematizada (linha 29)
e) suficiente (linha 39), superiores (linha 17), sagrado (linha 21)
04. A vírgula foi plenamente empregada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:
a) A conexão é feita por meio de uma plataforma específica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis-
positivos móveis dos passageiros.
b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito grande, porém não é capaz de absorver uma presença
maior de produtos vindos do exterior.
249
Sintaxe
S
c) Depois de chegarem às telas dos computadores e celulares, as notícias estarão disponíveis em voos inter-
nacionais.
d) Os últimos dados mostram que, muitas economias apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo com
que os juros cresçam pouco.
e) Pode ser que haja uma grande procura de carros importados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e
ver, se a importação vale a pena.
05. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase deve ser empregado
na palavra destacada em:
a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam, em geral, pequena variação de funções quando com-
parados a versões anteriores.
b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa junto a crianças do ensino fundamental para ver como
elas se comportam no ambiente virtual.
c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enormes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme
o depoimento de professores.
d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar horas na fila para serem os primeiros que comprarão os
novos lançamentos.
e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão de crédito para não serem surpreendidas com valores
muito altos.
06. A ideia a que a expressão destacada se refere está explicitada corretamente entre colchetes em:
a) “relacionados a experiências de realidade virtual e à utilização de inteligência artificial — que hoje é um dos
temas que mais desperta interesse em profissionais da área” (linhas 03 e 04) [experiências de realidade
virtual]
b) “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos” (linhas 04 e 05)
[inteligência artificial]
c) “a compra de uma novidade tecnológica atende a essa última necessidade citada” (linhas 16 e 17) [segurança]
d) “O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais novo lançamento tecnológico dispara em nosso
cérebro a liberação de um hormônio chamado dopamina” (linhas 23 e 24) [mapeamento cerebral]
e) “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo que represente uma recompensa.” (linhas 25 e 26)
[impulso cerebral]
250
Sintaxe
S
07. No trecho “Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica atende a essa última necessidade citada:
nós nos sentimos melhores e superiores, ainda que momentaneamente, quando surgimos em nossos círculos
sociais com um produto que quase ninguém ainda possui.” (linhas 16 a 18), os dois pontos poderiam ser subs-
tituídos, sem alterar a relação entre as ideias, por
a) mas
b) para
c) embora
d) porque
e) portanto
08. Segundo as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, o pronome destacado foi utilizado na posição
correta em:
a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se para combater a disseminação de notícias falsas nas
redes sociais.
b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, sempre deve-se ter em mente que o problema de divulga-
ção de notícias falsas é grave e muito atual.
c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se um sentimento generalizado de reprovação à prática
de divulgação de inverdades.
d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na Alemanha não aplica-se aos sites e redes sociais com me-
nos de 2 milhões de membros.
e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais eficaz para que adote-se a conduta correta em relação
à reputação das celebridades.
09. A concordância do verbo destacado foi realizada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
portuguesa em:
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas
e violentas por parte dos usuários.
b) Devido à utilização de estratégias de marketing, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse de
novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso.
c) É necessário que se envie a todas as escolas do país vídeos educacionais que permitam esclarecer os jovens
sobre o vício da tecnologia.
d) É preciso educar as novas gerações para que se reduza os comportamentos compulsivos relacionados ao
uso das novas tecnologias.
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se os danos psicológicos e o consumismo exagerado causa-
dos pelo vício da tecnologia.
251
Sintaxe
S
10. Considere a seguinte frase: “Os lançamentos tecnológicos a que o autor se refere podem resultar em compor-
tamentos impulsivos nos consumidores desses produtos”. A utilização da preposição destacada a é obriga-
tória para atender às exigências da regência do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa. É também obrigatório o uso de uma preposição antecedendo o pronome destacado em:
a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que quase ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
sam a ter uma sensação de superioridade.
b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
em relação ao modelo anterior.
c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador realizou foi importante para mostrar que o vício em
novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
d) O hormônio chamado dopamina é responsável por causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
sentirem recompensadas.
e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais do que o seu orçamento permite em aparelhos que
elas não necessitam.
252
Sintaxe
S
GABARITO
253
ÚLTIMAS PALAVRAS
Eu prevenira, já na “conversa inicial”, para o fato de que este assunto era tido como tabu, mas somente para
quem tentava entendê-lo sem conhecer os pré-requisitos indispensáveis para tanto.
Ao longo de sua exposição, as razões do alerta ficaram evidentes: não adianta saber que uma determinada
classe gramatical funciona como partícula atrativa, sem saber identificá-la.
Agora, neste epílogo, preciso lançar outro alerta: ninguém poderá deixar-se levar por esta falsa informação:
“Estamos no Brasil e, no Brasil, pode-se praticar a próclise sempre”. Cuidado, essa é apenas uma parte da verdade.
Quando escrevemos textos, mormente redações do Enem, dos vestibulares e de concursos, por certo não
perderemos nota ao praticarmos a próclise em lugar da mesóclise ou da ênclise. Todavia, há que se pensar, nessas
horas, em ganhar nota, pois com ela se constroem as vitórias.
Explicando melhor: se, num determinado texto, escrevermos “Os estudantes se apresentarão munidos do
necessário material escolar”, os corretores não descontarão nota devido ao deslize no emprego proclítico do “se”.
Contudo, e com certeza, se escrevêssemos “Os estudantes apresentar-se-ão munidos do necessário material
escolar”, exibiríamos maior cultura gramatical, respeitaríamos mais nosso idioma, impressionaríamos muitíssimo
o corretor e, consequência, obteríamos uma nota adicional que não nos foi dada, haja vista a forma quase coloquial
com que nos teríamos expressado.
Enfim, em Língua Portuguesa, não existe o mais ou menos: ou é, ou não é! O meio termo será sempre uma
paisagem outonal: não anima, não consola, não vai além de meios-tons acinzentados.
Sempre que se começa uma obra e se empreende, nela, o esforço necessário, a persistência indispensável e
a coragem exigida, chega-se a bom termo.
De há muito idealizamos a Escada do Português Lógico. Depois disso, testamos nosso método por longas
três décadas, amadurecendo ideias que se iam consolidando, retificando teses que julgávamos perfeitas, retomando
rumos que considerávamos intocáveis e complementando temas que julgávamos esgotados.
Chegou, pelas tantas, a hora de pensar no futuro do idioma e no legado às próximas gerações. Afinal, tínhamos
a convicção de que descobríramos uma forma agradável de estudar o idioma e fácil de assimilar seus conteúdos.
Decidimo-nos, então, pelo lançamento do Curso Completo do Português Lógico, para estudo à distância, e
da Primeira Gramática do Português Lógico, para manuseio físico, servindo como material escolar e de pesquisa.
A primeira parte – a virtual – está ficando conclusa agora, haja vista que estamos dando início, neste momento,
à montagem da última aula apostilada para ser fornecida junto com duas dezenas de vídeos.
A segunda iniciar-se-á imediatamente, que a maior parte já está pronta, pois foi trabalhada concomitantemente
à elaboração da apostila-apoio ao EaD.
É um momento muito especial, pois. Mas ainda nos falta compilar o conteúdo relativo à pontuação, assunto
que é uma espécie de praga a empestar o ânimo de tantos quantos pensam em dignificar a Língua de Camões e
de Assis.
Para se ter uma ideia mais exata dessa verdadeira calamidade, basta pensar nisto: concentram-se em deslizes
de pontuação mais de 50% de todos os erros cometidos na redação de textos de qualquer natureza.
Apoiados na sequência lógica dos conteúdos, iniciada com o estudo dos fonemas, no primeiro degrau de
nossa Escada, e estendida até o final da colocação dos pronomes oblíquos átonos, façamos mais uma colheita.
Depois disso, sosseguemos nossas consciências com a certeza de um louvável dever cumprido: dedicamos a nosso
símbolo maior uma parte significativa de nossa existência.
Salve, Pessoa: de fato, “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”!
Prof. Ironi Andrade
Sintaxe
S
PONTUAÇÃO
Em princípio, é de se perguntar: por que as pessoas têm tantas dificuldades no emprego correto dos sinais de
pontuação?
Ao pararmos, analisarmos a sequência lógica dos conteúdos e refletirmos um pouco, essa inquietação dirime-
se por si própria: esse assunto repousa no oitavo degrau de nossa Escada e representa uma espécie de cereja no
bolo, pois, após ele, resta apenas o texto, no nono (e último!) lanço da escalada. Vê-se, então, que, para dominar
o emprego da vírgula, do ponto e vírgula, dos dois pontos e dos pontos, é necessário um lastro de conhecimentos
idiomáticos que poucos detêm.
Para nós, contudo, que trilhamos, par e passo, esse longo percurso, não haverá de ser dificultoso transpor
esse último obstáculo a nos separar do cume da montanha do saber linguístico.
A organização didática deste assunto deve-se iniciar pela consciência de que existe uma chamada ordem
direta, na oração e no período.
Na oração, a ordem direta supõe esta sequência de funções sintáticas: sujeito-verbo- complementos-adjuntos
adverbiais.
Exemplo:
• O menino ofereceu um pirulito ao colega ontem à tarde.
Não é difícil de identificar, aí, a sequência sujeito (menino), verbo (ofereceu), complemento direto (pirulito),
complemento indireto (colega) e adjunto adverbial de tempo (ontem à tarde).
Pois bem, nesta, e em todas as outras estruturas frasais em ordem direta, dispensam-se todos os sinais de
pontuação intermediária, restando tão somente o emprego dos pontos com que encerramos enunciados (ponto
final, ponto de interrogação e ponto de exclamação).
Com essa prática, além de tornarmos a compreensão textual muitíssimo fácil, evitamos os infindáveis erros
gramaticais que poluem nossos escritos, achincalham nosso idioma e confundem nossos leitores.
Observe, abaixo, uma sequência de complicadores que resultam da desobediência a essa norma salutarmente
simples:
257
Sintaxe
S
• O menino ofereceu um pirulito ao colega ontem à tarde.
• Ontem à tarde, o menino ofereceu um pirulito ao colega.
• O menino, ontem à tarde, ofereceu um pirulito ao colega.
• O menino ofereceu, ontem à tarde, um pirulito ao colega.
• O menino ofereceu um pirulito, ontem à tarde, ao colega.
Em nome da clareza, da simplicidade e da correção, privilegiemos, pois, a ordem direta.
No período composto, a ordem direta é marcada pela presença da oração principal anteposta às orações
subordinadas.
Exemplo:
• O menino chegou à escola quando o prédio era aberto.
Ora, é fácil perceber, graças à presença das formas verbais chegou e era, que esse é um período composto,
haja vista ser formado por duas orações: O menino chegou à escola / quando o prédio era aberto.
É fácil ver, também, que a primeira oração, de sentido completo, inclusive, é mais importante do que a segun-
da, a qual, sem a primeira, sequer tem sentido.
Feitas essas observações, fica notório que o período está em ordem direta e, por isso mesmo, dispensa qual-
quer pontuação intermediária.
Ao contrário disso, se escrevermos “Quando o prédio era aberto, o menino chegou à escola”, além de preju-
dicar a clareza do enunciado, teremos de usar um sinal intermediário de pontuação, pois a ordem direta do período
será quebrada.
Depois de vista a ordem direta da oração e do período, mostra-se necessário, também, destacar a existência
de uma hierarquia crescente de importância entre os sinais de pontuação: vírgula, ponto e vírgula, dois pontos e
pontos (final, de interrogação e de exclamação).
Ora, vista essa ordem, será fácil entender, por exemplo, que ponto e vírgula é sinal para ser usado quando já
existir vírgula em um enunciado.
258
Sintaxe
S
Exemplo:
• Numa manhã de sol, o menino foi à escola; seu pai, porém, não saiu de casa.
Nesse caso, também, pelas formas verbais foi e saiu, dá para perceber que o período é composto. Percebe-se,
também, que, no interior das orações que o compõem (Numa manhã de sol, o menino foi à escola / seu pai, porém,
não saiu de casa.), existem vírgulas. Então, nada mais lógico, para separá-las, do que usar o sinal imediatamente
superior à vírgula, que é o ponto e vírgula.
Não se pense, então, que o emprego de um ou de outro sinal de pontuação é algo aleatório, tampouco que se
trate de uma liberalidade para ser exercida ao bel-prazer de quem escreve.
A partir daqui, vejamos esses sinais de pontuação justamente na ordem hierárquica que os disciplina e, ao
mesmo tempo, os distingue uns dos outros.
3.1. Vírgula
Esse sinal básico de pontuação deve ser empregado para:
b) isolar o aposto;
Exemplos:
• A Amazônia, região de florestas e rios encantados, é indescritível.
• Região de florestas e rios encantados, a Amazônia é indescritível.
• É indescritível a Amazônia, região de florestas e rios encantados.
c) isolar o vocativo;
Exemplos:
• A Amazônia, brasileiros, deve ser um orgulho para todos nós.
• Brasileiros, a Amazônia deve ser um orgulho para todos nós.
• A Amazônia deve ser um orgulho para todos nós, brasileiros.
259
Sintaxe
S
d) isolar expressões explicativas;
Exemplos:
• A gramática, isto é, fonética, morfologia e sintaxe, disciplina o idioma.
• Os homens, ou seja, todos os seres inteligentes e mortais, são esquisitos.
• Os seres inteligentes, a saber, homens e mulheres, são esquisitos.
260
Sintaxe
S
i) marcar o deslocamento do predicativo;
Exemplos:
• Os alunos foram ao auditório da escola preocupados.
• Preocupados, os alunos foram ao auditório da escola.
• Os alunos, preocupados, foram ao auditório da escola.
• Os alunos foram, preocupados, ao auditório da escola.
261
Sintaxe
S
m) isolar orações adjetivas explicativas; e
Exemplos:
• Rio de Janeiro, que reúne praias e morros, é encantadora.
• O homem, que se considera racional, age como bicho selvagem.
Observação:
As orações adjetivas explicativas são aquelas que, no período composto por subordinação, realçam, de forma
ampla, sem restrições, atributos de um substantivo.
Exemplos:
• O homem, que é mortal, vive temeroso de Deus (explicativa).
• O homem que é esforçado triunfa na vida (restritiva).
• As provas finais, que estavam dificílimas, confundiram os alunos (explicativa).
• As provas que são aplicadas em concursos confundem os candidatos (restritiva).
262
Sintaxe
S
c) separar itens de uma enumeração.
Exemplos:
• A gramática divide-se em três partes:
a) fonética;
b) morfologia; e
c) sintaxe.
• Esperam-se três providências:
a) escolha do melhor terreno;
b) elaboração de um ótimo projeto;
c) seleção do melhor material de construção; e
d) contratação de um ótimo mestre de obras.
Observações:
1ª) Em louvor à clareza, em vez de ponto e vírgula para separar orações já virguladas ou de sentidos opostos,
recomenda-se a redação de dois períodos simples:
Exemplos:
• O pai, nervoso, gritava. A mãe, tranquila, sorria.
• Ontem à noite, eu fui ao cinema. Hoje, ficarei em casa.
• Os vencedores divertem-se. Os perdedores ficam tristes.
• Alguns choravam. Outros tantos morriam de rir.
2ª) Em itens de enumerações citados, depois de dois pontos, na mesma linha, só se emprega ponto e vírgula
se algum deles contiver vírgula internamente.
Exemplos:
• A gramática divide-se em três partes: fonética, morfologia e sintaxe.
• A gramática divide-se em três partes: fonética, que estuda os sons; morfologia, que estuda a estrutura e a
formação das palavras; e sintaxe, que estuda as funções.
• Esperam-se três providências: escolha do melhor terreno, elaboração de um ótimo projeto, seleção do me-
lhor material de construção e contratação de um ótimo mestre de obras.
• Esperam-se três providências: escolha do terreno, o melhor possível; elaboração de um projeto, bonito e
funcional; seleção do melhor material de construção, de qualidade e de preço acessível; e contratação de
um mestre de obras, que seja trabalhador e competente.
263
Sintaxe
S
3.3. Dois pontos
Empregam-se os dois pontos para introduzir:
a) uma citação;
Exemplos:
• Drummond já dissera: “Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”.
• Fernando Pessoa fora brilhante: “Minha Pátria é a Língua Portuguesa”.
b) uma enumeração; e
Exemplos:
• A gramática divide-se em três partes: fonética, morfologia e sintaxe.
• Existem, na gramática, três partes:
a) fonética;
b) morfologia; e
c) sintaxe.
c) uma explicação.
Exemplos:
• Desastre na Espanha: terrorista atacaram o metrô de Madri.
• Surpresa na família real: nasce o príncipe John.
EXERCÍCIO 01:
01. O rei condenou um oficial à morte, redigindo esta sentença: “Perdoar impossível, mandá-lo à forca”. Condoída
da sorte do moço, a rainha salvou-o com uma simples mudança na posição da vírgula.
02. Certo governador, comunicando a revolta de sua cidade, indaga um órgão superior: “Devo fazer fogo ou pou-
par a cidade?”. A resposta teria sido esta: “Fogo não, poupe a cidade”. O telégrafo, porém, teria deslocado a
vírgula, e a resposta teria sido trágica.
264
Sintaxe
S
Pergunta-se: como teria ficado a nova frase? __________________________________________________________.
03. Um jornal estadunidense publicou uma carta dirigida a um médico por um cliente seu. Dizia: “Acho-me comple-
tamente restabelecido, depois de ter estado quase à morte por haver tomado cinco frascos de seu remédio”.
O médico moveu uma ação contra o jornal, que havia esquecido uma vírgula e, com isso, ferido sua reputação.
04. Procurando ser fiel a seu gênero, empregue uma vírgula na frase que se segue:
Se o homem soubesse o valor que tem a mulher rastejaria à sua procura.
Resposta: _____________________________________________________________________________________________
05. Apenas com o uso de sinais de pontuação e sem alterar a posição de nenhuma palavra, dê sentido à frase que
se segue:
A menina toma café e sua mãe disse ela traga uma toalha para me secar.
Resposta: _____________________________________________________________________________________________
06. Foi encontrado este testamento: “Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta
ao alfaiate nada aos pobres”.
Se você fosse desafiado a, apenas com sinais de pontuação, redigir esse testamento de quatro maneiras dife-
rentes – sem acrescentar, retirar ou alterar a posição das palavras – para que a irmã, o sobrinho, o alfaiate e os
pobres tivessem direito aos bens deixados pelo falecido, como você o pontuaria?
a) Para a irmã:
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
265
Sintaxe
S
b) Para o sobrinho:
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
c) Para o alfaiate:
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
d) Para os pobres:
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
EXERCÍCIO 02:
Empregue vírgula nas frases que se seguem quando houver razão para fazê-lo:
01. O menino ontem à noite assistiu a um filme de terror.
02. O menino aluno de sexto ano foi aprovado com louvor.
03. Nós alunos devemos muito a nossos mestres.
04. Pela manhã todos os alunos foram à escola.
05. A segunda casa isto é a escola seduz os alunos.
06. Ao anoitecer todos se recolheram a suas casas.
07. Os alunos ao anoitecer foram ao teatro.
08. Passo Fundo 13 de setembro de 2019.
09. Salvador Bahia 13 de setembro de 2019.
10. Em Salvador Bahia todos vivem felizes.
11. O aluno gosta de escrever a aluna de ler.
12. A reunião marcada para as dez horas foi suspensa.
13. Tranquilos os alunos dirigiram-se à biblioteca.
14. O aluno julgado estudioso por todos obteve aprovação.
266
Sintaxe
S
15. O trem com destino a Uruguaiana partiu às 11 horas.
16. Corria gritava caía e às vezes adormecia no pátio.
17. O aluno o colega e alguns amigos foram ao cinema.
18. Comprei pão queijo mel salame e margarina.
19. Ele queria ser aprovado porém não estudava.
20. Ele queria ser aprovado nunca porém estudava.
21. O gelo que é frio conserva os alimentos.
22. O menino que estuda vence na vida.
23. O professor esqueceu-se da aula o aluno não.
24. O empresário chegou tarde à reunião.
25. O empresário sempre atrasado não foi à reunião.
26. Acaso queira ser feliz ele deverá crer em si mesmo e em Deus.
27. O menino na tarde de ontem foi ao colégio.
28. O Brasil terra do ouro e dos escravos é um país rico.
29. Filho da rocha ó marinheiro vem!
30. O idioma ou seja a língua e suas nuanças é algo muito belo.
31. Aos filhos devo-lhes minha vida.
32. O pai o filho a mãe e os irmãos seguiam-lhe firmes os passos.
33. O otimista distribui esperanças o pessimista desgraças.
34. Estudam trabalham divertem-se e a vida passa.
35. Angustiados os jovens chegam à adolescência.
36. O homem esforça-se o futuro porém não o favorece.
37. Ele estuda muito pois seu futuro é grande.
38. Ele trabalha e estuda.
39. Ele chegou e logo saímos.
40. A reunião naquele dia não foi realizada.
267
Sintaxe
S
QUESTÕES DE PROVAS
01. (CEAP-AP) – Na oração "Aos onze anos, em 1942, seu pai mandou-o para um colégio interno, o Padre Antônio
Vieira, em Aracaju.", as vírgulas foram usadas nas expressões destacadas com a seguinte finalidade:
a) realçar duas expressões de mesma função sintática.
b) enfatizar dois elementos de valor explicativo.
c) isolar adjunto adverbial e aposto respectivamente.
d) reforçar a melodia da frase.
e) separar aposto e vocativo.
02. (UNIG) – "Aristeia, dá um banho rápido nesse menino". Aplica-se com maior acerto a esse texto o seguinte con-
ceito sobre a pontuação (uso da vírgula):
a) isola o sujeito da oração.
b) pôe em realce o substantivo.
c) valoriza o ritmo da frase.
d) indica a pausa de chamamento.
e) separa o aposto do termo modificado.
03. (Cesgranrio) – Assinale a opção em que a vírgula está empregada para separar dois termos que possuem a
mesma função na frase:
a) “Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu.”
b) “Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz.”
c) “E fui mostrar ao ilustre hóspede a serraria, o descaroçador e o estábulo.”
d) “Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca...”
e) “Não obstante essa propaganda, as dificuldades surgiram”.
268
Sintaxe
S
05. (ABC-SP) – Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada:
a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.
b) Ele, modestamente se retirou.
c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia.
d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
e) Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes alemães.
06. (BB) – “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há criatividade”. Nesse período, cabem, no
máximo:
a) 3 vírgulas
b) 4 vírgulas
c) 2 vírgulas
d) 1 vírgula
e) 5 vírgulas
08. (TTN) – Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada corretamente:
a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado do concurso.
b) Em fila, os candidatos aguardavam, ansiosos, o resultado do concurso.
c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do concurso.
d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em fila.
e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado do concurso.
269
Sintaxe
S
09. (FCC) – Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:
a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada.
b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada.
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada.
e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada.
11. (SANTA CASA) – Os períodos abaixo apresentam diferentes pontuações. Assinale a letra que corresponde àque-
le de pontuação correta:
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.
b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.
270
Sintaxe
S
13. (CESCEM) – Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:
a) A propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pouco os deveres da hospitalidade.
b) A propósito disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.
c) A propósito, disse Alves o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.
d) A propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.
e) A propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco, os deveres da hospitalidade.
271
Sintaxe
S
c) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir importantes para efeito de pesquisas
relativas aos vestibulares.
d) Solicitamos, aos candidatos que respondam às perguntas a seguir importantes para efeito de pesquisas re-
lativas aos vestibulares.
e) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir, importantes para efeito de pesquisas
relativas aos vestibulares.
272
Sintaxe
S
c) Neste ponto, viúva amiga, é natural, que lhe perguntes a propósito da Inglaterra, como é que, se explica a
vitória eleitoral de Gladstone.
d) Neste ponto viúva amiga, é natural que lhe perguntes a propósito da Inglaterra como é, que se explica, a
vitória eleitoral de Gladstone?
23. (FAU-Santos) – Terminada a aula, o professor Jacinto, dirigindo-se à classe, disse: “Todos deverão trazer dicio-
nário na próxima aula.” No texto, as aspas foram usadas:
a) para enfatizar a necessidade do dicionário.
b) porque a oração entre aspas vem depois dos dois pontos.
c) porque os componentes da frase estão em ordem inversa.
d) para sugerir que a falta do dicionário será prejudicial aos alunos.
e) para iniciar uma citação.
273
Sintaxe
S
25. (FMU) – Assinale a alternativa que contenha emprego incorreto da vírgula:
a) Arrumou as malas, saiu, lançou-se na vida.
b) Os visados éramos nós, e eles foram violentamente torturados.
c) Eu contesto, a justiça que mata.
d) Preciso ouvir, disse o velho ao menino, a causa desse ressentimento.
e) O período consta de dez orações, porque esse é o número exato de verbos.
PROVA COMPLETA:
Banca: CESPE
Nível superior
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto CG1A1AAA
01. Volto hoje às minhas criaturas, aos rudes homens do cangaço, às mulheres, aos sertanejos
02. castigados, às terras tostadas de sol e tintas de sangue, ao mundo fabuloso do meu romance, já
03. no meio do caminho.
04. Os dias de França me deram uma sensação de pausa, de espanto, de novos contatos sonhados
05. desde menino. Vi terras por onde andaram os doze pares de França, os heróis do meu Carlos
06. Magno, lido e relido como história de Trancoso. Vi terras do sul, o mar Mediterrâneo, o mar da
07. história, o mar dos gregos, dos egípcios, dos fenícios, dos romanos. Mas o nordestino tinha que
08. voltar à sua realidade, à realidade maior que a história do mundo, isto é, à história dos seus
09. homens, dos cangaceiros brutais, carregados de vida bárbara, de instintos cruéis de uma força,
10. porém, que não se extingue nunca, porque é a energia de uma raça de homens mais duros do que
11. as pedras dos seus lajedos.
12. Volto aos “Cangaceiros” e desde logo tudo o que vi e senti se refugia no fundo da
13. sensibilidade, para que a narrativa corra, como em leito de rio que a estiagem secara, mas que as
14. águas novas enchem, outra vez, de correntezas.
15. Volto ao terrível Aparício, que mata igual a um flagelo de Deus, ao monstruoso Negro
274
Sintaxe
S
16. Vicente, ao triste Bentinho, ao místico Domício, aos umbuzeiros carregados de frutos, aos
17. mandacarus de floração de sangue, aos cantadores de estrada, às mulheres sofredoras, às noites
18. de lua, aos tiroteios, ao crime e ao amor, à poesia barbaresca e vigorosa de um povo que é maior
19. do que a terra que o criou.
20. Volto contente e disposto a tudo.
21. Adeus, doce França. Agora os espinhos me arranham o corpo e as tristezas me cortam a alma.
José Lins do Rego Adeus, doce França Internet: (com adaptações)
QUESTÃO 1
Com relação às ideias do texto CG1A1AAA, assinale a opção correta.
A) O narrador apresenta sua experiência na França como insignificante para o seu ofício.
B) Infere-se do texto que a história dos povos da Antiguidade é inferior à história do Nordeste brasileiro.
C) O narrador retrata o povo nordestino como um povo duro, insensível, cuja realidade se caracteriza por ex-
periências de angústia e tristeza.
D) No último parágrafo do texto, verifica-se um contraste entre as impressões do narrador sobre a vida na
França e a vida no Nordeste brasileiro.
E) No texto, apresenta-se uma descrição objetiva da paisagem natural nordestina, que destaca os efeitos noci-
vos do clima seco sobre a natureza.
QUESTÃO 2
No que se refere aos sentidos do texto CG1A1AAA e às suas estruturas linguísticas, é correto inferir que a expressão
‘Cangaceiros’ (linha 12)
A) é usada para designar os heróis de Carlos Magno, que repovoam as memórias do autor, como se lhe fossem
próximos, após sua visita à França.
B) faz referência a indivíduos que, para o narrador, aparentam ser, embora não o sejam, cangaceiros, cujos
nomes ele lista no antepenúltimo parágrafo do texto.
C) faz referência ao título do romance cujos personagens e ambientes são descritos no primeiro parágrafo.
D) é empregada para designar, de modo geral, a atividade dos sertanejos nordestinos à semelhança de nomes
de profissões.
E) é utilizada para destacar a importância do cangaço na vida dos homens nordestinos.
275
Sintaxe
S
QUESTÃO 3
Tendo em vista que, no texto CG1A1AAA, algumas expressões têm a função de acrescentar uma explicação ao con-
teúdo de outras, assinale a opção em que o primeiro trecho apresentado é uma explicação do segundo.
A) “de novos contatos sonhados desde menino” (linhas 4 e 5 ) — “de pausa” (linha 4).
B) “o mar da história, o mar dos gregos, dos egípcios, dos fenícios, dos romanos” (linhas 6 e 7) — “o mar Me-
diterrâneo” (linha 6).
C) “à história dos seus homens” (linha 8 e 9) — “a história do mundo” (linha 8).
D) “como em leito de rio que a estiagem secara” (linha 13) — “no fundo da sensibilidade” (linhas 12 e 13).
E) “que é maior do que a terra que o criou” (linhas 18 e 19) — “à poesia barbaresca e vigorosa” (linha 18).
QUESTÃO 4
A respeito dos recursos coesivos e da coerência do texto CG1A1AAA, assinale a opção correta.
A) As expressões “meu” (linha 5) e “Trancoso” (linha 6) indicam que, em sua infância, o narrador atribuía sen-
tido equivocado às histórias de Carlos Magno, por ignorar seu contexto original.
B) O pronome possessivo “seus” (linha 11) refere-se a “mundo” (linha 8).
C) O vocábulo “energia” (linha 10) retoma o sentido de “vida bárbara” (linha 9).
D) A locução conjuntiva “para que” (linha 13) introduz uma consequência do trecho “desde logo tudo o que vi
e senti se refugia no fundo da sensibilidade” (linhas 12 e 13).
E) Por meio da expressão “igual a” (linha 15), compara-se o modo como “Aparício” (linha 15) mata à maneira
como “Deus” (linha 15) pune.
QUESTÃO 5
Cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta de reescrita do trecho “Agora os espinhos me arranham o
corpo e as tristezas me cortam a alma.” (linha 21). Assinale a opção em que a reescrita, além de manter o sentido da
informação originalmente apresentada, também preserva a correção gramatical, a coesão e a coerência do texto
CG1A1AAA.
A) Meu corpo foi a pouco arranhado por espinhos, e minha alma está dilacerada em tristeza.
B) Estou arranhado, espinhos por meu corpo agora; e, ante tristezas cortada minha alma.
C) Agora, em mim, arranha-se o corpo com espinhos; corta-se, pois, minha alma de tristezas.
D) Agora, pelos espinhos é arranhado meu corpo; pelas tristezas, cortada minha alma.
E) O meu corpo, agora arranham-lhe os espinhos; a minha alma, cortam-lhe as tristezas.
276
Sintaxe
S
Texto CG1A1BBB 1
01. Xaveco, mulato, brevilíneo de canelas arqueadas, revela imediatamente a sua classe de
02. grande artilheiro: tem fôlego, tem velocidade, tem cada tiro direito ou canhoto — tanto faz —
03. que arranca aplausos frenéticos da torcida. Outra grande figura em campo é o goleiro dos
04. visitantes. E o jogo vai indo muito bem, bola para lá e para cá, passe, cabeçada, chute a gol,
05. gol — não, gol não, passou por cima da trave. O couro vai para Bira, Bira perde para um
06. galalau amarelo dos “estrangeiros”, o galalau perde para Zico, Zico passa para Lucas, que
07. perde para o capitão dos visitantes, um louro de gorro de meia. Aí Xaveco interfere na raça,
08. toma a bola, o louro tranca, Xaveco dá-lhe uma carga, o louro acha ruim, revida, o juiz apita,
09. os dois se agarram e por trás chega Bira, que é gordo e violento, e larga um pontapé no terço
10. inferior da coluna vertebral do louro. Fecha-se o tempo, o juiz apita, a assistência pula a
11. cerca e invade o campo, o pau começa a comer, mormente nas costas dos forasteiros, o juiz
12. retira-se e se encosta à cerca, aguardando aparentemente que os ânimos serenem. O jogo
13. recomeça.
14. O time local perde terreno, o galalau passa a marcar Xaveco, que não dá mais uma dentro.
15. E o diabo do louro tornou-se proprietário do balão, marca um gol de saída, depois o seu
16. “secretário”, um crioulinho ligeiro que é uma faísca, marca o segundo tento; e aí Xaveco,
17. desesperado (talvez dentro da área penal), atira uma canelada terrível no galalau, derruba-o,
18. avança no crioulo, larga-lhe o salto da chuteira por cima do dedão, o crioulo grita, o louro
19. acode, Xaveco já completamente louco lhe dá um tapa na cara, o juiz apita, uns gritam foul,
20. outros gritam penalty, e um engraçado diz que foi só hands, já que Xaveco apenas meteu a mão
21. na lata do loureba.
22. O juiz continua apitando, parece que vai mesmo marcar o penalty. E um torcedor local
23. puxa o revólver, dizendo que aquele penalty só se for passando por cima de algum cadáver.
24. O juiz nessa altura se declara cheio com a partida e larga o apito ali mesmo. Um paredro fala
25. que ele será expulso do quadro de árbitros e o juiz dá troco, quadro de árbitros uma ova!
26. Mas um dos bandeirinhas voluntários logo se apossa do apito, passa a dirigir o pessoal com
27. surpreendente autoridade e, quando se vê, o jogo começa outra vez. Vai macio, vai de valsa,
28. é um minueto, até que, consultados os cronômetros, verifica-se que acabou o primeiro half time.
277
Sintaxe
S
QUESTÃO 6
O narrador do texto CG1A1BBB conta a história com tom subjetivo, demonstrando interesse pelos fatos narrados,
o que se constata no trecho
A) “O couro vai para Bira” (linha 5).
B) “o juiz apita, a assistência pula a cerca e invade o campo” (linhas 10 e 11).
C) “E o diabo do louro tornou-se proprietário do balão, marca um gol de saída” (linha 15).
D) “O juiz nessa altura se declara cheio com a partida e larga o apito ali mesmo” (linha 24).
E) “Mas um dos bandeirinhas voluntários logo se apossa do apito” (linha 26).
QUESTÃO 7
Como elemento coesivo, verifica-se várias vezes, no texto CG1A1BBB, o recurso da substituição lexical, em que uma
palavra substitui outra para retomar o mesmo referente. São exemplos desse recurso
A) “tiro” (linha 2) e “passe” (linha 4).
B) “visitantes” (linha 4) e “forasteiros” (linha 11).
C) “pontapé” (linha 9) e “tento” (linha 16).
D) “coluna vertebral” (linha 10) e “costas” (linha 11).
E) “terreno” (linha 14) e “área penal” (linha 17).
QUESTÃO 8
No texto CG1A1BBB, exprime circunstância de modo a expressão
A) “na raça” (linha 7).
B) “talvez” (linha 17).
C) “só” (linha 20).
D) “logo” (linha 26).
E) “nessa altura” (linha 24).
QUESTÃO 9
No texto CG1A1BBB, para transmitir a fala de uma personagem, o narrador adota o discurso direto no trecho
A) “o louro acha ruim” (linha 8).
B) “um engraçado diz que foi só hands” (linha 20).
C) “dizendo que aquele penalty só se for passando por cima de algum cadáver” (linha 23).
D) “O juiz nessa altura se declara cheio com a partida” (linha 24).
E) “o juiz dá troco, quadro de árbitros uma ova!” (linha 25).
278
Sintaxe
S
QUESTÃO 10
Assinale a opção correta acerca do emprego de vírgulas no texto CG1A1BBB.
A) A vírgula empregada logo após “visitantes” (linha 7) pode ser substituída por travessão, sem prejuízo para
a correção gramatical e para o sentido do texto.
B) Caso fosse suprimida a vírgula empregada logo após “comer” (linha 11), seriam preservados a correção
gramatical e o sentido do texto.
C) Caso a vírgula empregada após “hands” (linha 20) fosse omitida, seria preservada a correção gramatical,
mas haveria prejuízo ao sentido do texto.
D) A vírgula empregada logo após “revólver” (linha 23) poderia ser substituída por ponto e vírgula sem prejuí-
zo para a correção gramatical e para o sentido do texto.
E) As vírgulas que isolam o trecho “consultados os cronômetros” (linha 28) são de uso facultativo.
279
Sintaxe
S
GABARITO
EXERCÍCIO 01: 05. A segunda casa, isto é, a escola, 27. O menino, na tarde de ontem, 16. A
01. Perdoar, impossível mandá-lo seduz os alunos. foi ao colégio. 17. A
à forca. 06. Ao anoitecer, todos se recolhe- 28. O Brasil, terra do ouro e dos es- 18. E
02. Fogo, não poupe a cidade. ram a suas casas. cravos, é um país rico.
19. C
03. Depois da palavra “morte”. 07. Os alunos, ao anoitecer, foram 29. Filho da rocha, ó marinheiro,
20. B
ao teatro. vem!
04. Homem: Se o homem soubesse 21. D
o valor que tem, a mulher ras- 08. Passo Fundo, 13 de setembro 30. O idioma, ou seja, a língua e
de 2019. suas nuanças, é algo muito belo. 22. A
tejaria à sua procura.
09. Salvador, Bahia, 13 de setem- 31. Aos filhos, devo-lhes minha vida. 23. E
05. Mulher: Se o homem soubesse
o valor que tem a mulher, ras- bro de 2019. 32. O pai, o filho, a mãe e os irmãos 24. E
tejaria à sua procura. 10. Em Salvador, Bahia, todos vi- seguiam-lhe firmes os passos. 25. C
06. A menina toma café e sua. vem felizes. 33. O otimista distribui esperanças;
“Mãe, disse ela, traga uma toa- 11. O aluno gosta de escrever; a o pessimista, desgraças. PROVA COMPLETA:
lha para me secar.” aluna, de ler. 34. Estudam, trabalham, divertem- 01. D
07. As redações coerentes seriam 12. A reunião, marcada para as dez -se, e a vida passa.
02. C
estas: horas, foi suspensa. 35. Angustiados, os jovens chegam
03. B
a) Para a irmã: Deixo meus 13. Tranquilos, os alunos dirigi- à adolescência.
bens à minha irmã. Não a ram-se à biblioteca. 04. E
36. O homem esforça-se; o futuro,
meu sobrinho. Jamais será 14. O aluno, julgado estudioso por porém, não o favorece. 05. D
paga a conta ao alfaiate. todos, obteve aprovação. 06. C
37. Ele estuda muito, pois seu futu-
Nada aos pobres. 07. B
15. O trem, com destino a Uru- ro é grande.
b) Para o sobrinho: Deixo guaiana, partiu às 11 horas. 08. A
38. Ele trabalha e estuda.
meus bens à minha irmã?
16. Corria, gritava, caía e, às vezes, 39. Ele chegou, e logo saímos. 09. E
Não. A meu sobrinho. Ja-
adormecia no pátio. 10. A
mais será paga a conta ao 40. A reunião, naquele dia, não foi
alfaiate. Nada aos pobres. 17. O aluno, o colega e alguns ami- realizada.
gos foram ao cinema.
c) Para o alfaiate: Deixo meus
bens à minha irmã? Não. A 18. Comprei pão, queijo, mel, sala-
QUESTÕES DE PROVAS:
meu sobrinho? Jamais será me e margarina.
01. C
paga a conta. Ao alfaiate. 19. Ele queria ser aprovado, porém
Nada aos pobres. não estudava. 02. D
d) Para os pobres: Deixo 20. Ele queria ser aprovado; nunca, 03. C
meus bens à minha irmã? porém, estudava. 04. A
Não. A meu sobrinho? Ja- 21. O gelo, que é frio, conserva os 05. C
mais será paga a conta. Ao alimentos. 06. C
alfaiate? Nada. Aos pobres.
22. O menino que estuda vence na 07. C
vida.
08. E
EXERCÍCIO 02: 23. O professor esqueceu-se da
09. C
01. O menino, ontem à noite, assis- aula; o aluno, não.
tiu a um filme de terror. 10. D
24. O empresário chegou tarde à
02. O menino, aluno de sexto ano, reunião. 11. E
foi aprovado com louvor. 25. O empresário, sempre atrasa- 12. B
03. Nós, alunos, devemos muito a do, não foi à reunião. 13. D
nossos mestres. 26. Acaso queira ser feliz, ele deverá 14. A
04. Pela manhã, todos os alunos crer em si mesmo e em Deus. 15. B
foram à escola.
280
ÚLTIMAS PALAVRAS
Salve!
Já se vão décadas desde que planejei uma obra em que eu pudesse explanar, com propriedade e completude,
um método revolucionário que idealizei ainda no início de minha vida profissional para o ensino e a aprendizagem
da Língua Portuguesa.
Há mais de 45 anos, quando iniciei minhas atividades no campo de Línguas, eu era, a bem da verdade,
apaixonado pela Matemática e, mais ainda, pela Metodologia do Ensino da Matemática, disciplina magistralmente
bem professorada em minha saudosa Escola Normal Rural Estrela da Manhã, em Estrela, Rio Grande do Sul.
Ao sair de lá, professor formado, passava horas e horas pensando: não será possível desenvolver uma
metodologia tão produtiva, sequencial, reflexiva e lógica também para o ensino do Português? Mal eu imaginava
ser viável tal intento e, menos ainda, que eu seria o autor de tal façanha.
Ao cabo de uma década de resultados pífios, tentando ensinar nosso idioma “como nos velhos tempos”,
rebelei-me contra os métodos tradicionais de ensino, contra o material didático disponível e contra a metodologia,
centenária e antididática, de explanar os conteúdos a partir de listas e de regras rígidas, como se o conhecimento
fossem bananas para serem encaixotadas.
Foi a partir desse verdadeiro “chute no balde” que meus horizontes se abriram para um mundo mais inteligente,
mais amplo, mais alegre e mais feliz de ver a cultura e de exercer, com mais qualidade, meu mister.
Passei a ver, desde então, que, em Língua Portuguesa, nada era e, ao mesmo tempo, tudo poderia vir a ser.
Abandonei, com isso, a rigidez das regras gramaticais, das listas disso e daquilo, emergi do lodo intelectual e
passei a planar em ares mais amenos, em brisas mais suaves, em altiplanos enormes, que me permitiram ver os
conteúdos idiomáticos sequenciais, reflexivos e lógicos.
Confesso: minha vida de professor transformou-se radical e totalmente. Veio, a partir daí, o reconhecimento,
a admiração, a quase idolatria, a felicidade docente-discente recíproca.
Passei a organizar meus próprios materiais didáticos e criei o método matemático-linguístico, desde cedo
idealizado, que ponho em prática até hoje e que, com a alma transbordando felicidade, acabo de registrar também
por escrito, como um legado ao próprio idioma e às gerações futuras.
Quanto a meus parceiros de viagem, pego-me a pensar: quantos, lá, bem no início, quando tudo parecia
distante, trabalhoso e quase irrealizável, imaginavam estar, hoje, concluindo essa magnífica caminhada? Imagino
o espanto de alguns, a tranquilidade de outros e, quiçá, até a perplexidade de muitos. Mas, meus companheiros de
escalada da Escada do Português Lógico, não é miragem, não. É a realidade de um sonho que ora se concretiza,
materializando uma gigantesca aspiração.
Quando, na apresentação de meu Curso Completo, expus sua sequencialidade lógica, afirmando que os
fonemas, mínimo do mínimo, eram representados pelas letras, as letras formavam as sílabas, as sílabas formavam
os vocábulos, os vocábulos formavam as frases, as frases verbalizadas transformavam-se em orações, as orações
formavam os períodos, os períodos formavam os parágrafos e os parágrafos formavam os textos, não se tratava
de um devaneio tresloucado ou inconsequente, mas de uma certeza de que “querer, querendo mesmo, é poder”.
E aí está a prova.