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Gramática e Linguagem na
Língua Portuguesa
Professor:
Me. Fabiane Carniel
Me. Fátima Christina Calicchio
DIREÇÃO
4
sumário
06 Alfabeto, Numerais e
Artigos
08 Alfabeto
11 Numerais
16 Artigo
UNIDADE I
ALFABETO, NUMERAIS E ARTIGOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar o Alfabeto da Língua Portuguesa Brasileira.
• Apresentar e caracterizar os Numerais e Artigos.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• O Alfabeto.
• Os Numerais.
• Os Artigos.
introdução
Caro (a) leitor (a) falante de uma língua estrangeira, a presente unidade tem o objetivo de
prover-lhe informações, de maneira introdutória, sobre a estrutura e o funcionamento do
Alfabeto da Língua Portuguesa Brasileira, sobre as classes de palavras como os Numerais e
os Artigos, a fim de conscientizar-lhe acerca do papel que esses elementos gramaticais de-
sempenham nas comunicações orais e escritas na língua Portuguesa Brasileira.
Diante disso, neste material, preocupamo-nos em introduzir os conteúdos mediante
um diálogo curto, a fim de mostrar-lhe o funcionamento da língua portuguesa em situa-
ções efetivas de comunicação. Para isso, empregamos nomes fictícios para denominar os
personagens desses diálogos.
A organização deste material, ou seja, das unidades deste estudo privilegiam a Gramática
Estruturalista ou Gramática Normativa Brasileira e quando a situação nos permitir abordare-
mos a Gramática Reflexiva de uso da língua.
Dessa forma, nesta unidade estudaremos sobre a caracterização e empregos dos
Numerais, Artigos e traremos propostas de atividades, ao final das classes de palavras para
ajudar-te na aprendizagem do conteúdo.
Esperamos que este estudo possa colaborar para que você -falante de outro idioma-
alcance, desenvolva as suas competências comunicativas e possa apresentar uma melhor
compreensão e melhor uso da Língua Portuguesa Brasileira, como faltante dessa língua.
Bons estudos!
Professoras Fabiane e Fátima
7
ALFABETO
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 9
Leitor (a), iniciaremos os estudos desta unidade I com o Alfabeto da Língua Portuguesa
Brasileira. Para isso, leia este texto:
Na cafeteria...
Fernanda: - Diego, por favor, como se diz
“bocadilho” em português?
Diego: - Se diz sanduíche.
Fernanda: - Como?
Diego: - “San- du- í- che”.
Fernanda: - Como se escreve, com “x” ou “ch”?
Diego: - Com “ch”.
Fernanda: - Sanduíche. Assim está certo?
Diego: - Sim. Muito bem!
Leitor (a), como podemos observar no diálogo a personagem Fernanda não conhece
totalmente o sistema de escrita da Língua Portuguesa Brasileira, uma vez que ela apre-
sentou dúvida ao escrever a apalavra “sanduíche”, se com “x” ou “ch”. Isso porque no
sistema ortográfico da Língua Portuguesa existem letras diferentes para representar
o mesmo som. Isso ocorre por causa da origem da palavra e, nem sempre, haverá no
vocabulário da Língua sons e letras que se equivalem, mas para se escrever adequa-
damente as palavras da Língua Portuguesa é necessário entender algumas regras
que são estudadas pela Ortografia.
10 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Assim, leitor (a) podemos entender que ortografia tem a função de definir
regras pelas quais as palavras devem ser escritas para que sejam consideradas cor-
retas e para que a comunicação escrita e falada seja compreendida e, para isso,
você falante de uma língua estrangeira precisa conhecer o Alfabeto da Língua
Portuguesa Brasileira que é constituído de 26 letras como: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k,
l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z. Dessas letras 5 são vogais, como: a, e, i, o, u que
são lidas com som aberto , como: á, é, í, ó, u. A letra “h” é apenas uma letra, a qual
falamos /agá/, mas não representa nenhum som na língua. Exceto o “y” as demais
letras são as consoantes, como: b, c, d, f, g, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, z, as quais
lemos assim: /bê/, /cê/, /dê/, /efe/, /gê/, /jota/, /cá/, /ele/, /eme/, /ene/, /pê/, /quê/,
/erre/, /esse/, /tê/, /vê/,/xis/,/ ípsilon/, /zê/.
Leitor (a), agora que você já conhece o alfabeto da língua Portuguesa Brasileira,
vamos estudar um pouco sobre uma dentre as 10 classes de palavras que vamos
abordar neste material. Estamos nos referindo à classe dos Numerais.
reflita
Leitor (a), você já se perguntou que, de algum modo, nós vemos as coisas
envolvidas em classificações? Vemos as coisas numeradas ou ordenadas em
grupos, transformadas em números em um contexto do qual fazemos parte.
Fonte: autoras
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 11
NUMERAIS
12 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
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1. Praticando...
Leitor (a), como podemos observar no texto, há informações que necessitam de dados
quantitativos, expressando quantidade precisa em destaque no texto. As palavras desta-
cadas são denominadas pela Gramática Normativa do Português Brasileiro de Numerais.
Numeral é a palavra variável que expressa sentido quando se refere à quanti-
dade exata de seres de uma espécie ou a posição exata que cada um ocupa numa
sequência. O numeral aceita flexão de gênero e de número. Os numerais acompa-
nham os substantivos e, às vezes, os substituem.
O gramático Mesquita (2014) explica que o sistema de numeração da língua
Portuguesa Brasileira tem origem hindu e os árabes foram os responsáveis pela di-
vulgação na Europa, mediante as invasões no século IX. Por essa razão, os algarismos
que empregamos na atualidade são denominados de indo-arábicos.
Além disso, os romanos desenvolveram algarismos que são, também, emprega-
dos até hoje, mas em situações específicas como na enumeração dos séculos, nomes
de Papas, soberanos e partes de uma obra (capítulos). Repare estes exemplos:
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 13
Cardinais
Os Números Cardinais são os que indicam quantidades como: um, dois, três, quatro...
dez, vinte..., cem..., mil.... Observe estes exemplos:
a. Éramos apenas três pessoas, mas comemos cinco tortas; foi um exagero!
b. Sabíamos que oito passageiros não caberiam naquele carro, contudo essa
foi a quantidade de pessoas que nele viajaram.
Ordinais
Os Numerais denominados de Ordinais
são os que indicam quantidades, ordem ou
uma posição de sucessão entre os seres.
Repare este exemplo:
Observe, leitor (a) que a palavra “última”
que se refere ao substantivo “prova”indica que
existe uma sucessão de provas e que, esta do
texto do exemplo, é a última que resultará
na graduação de alguém em Biomedicina.
Fonte: os autores
Multiplicativos
Os Numerais Multiplicativos, como o próprio nome significa, são os numerais que
indicam a multiplicação das quantidades dos seres. Veja este exemplo:
Eu precisava do triplo do meu salário para comprar aquelas obras dos clássicos
da literatura infantil.
Assim como o numeral “triplo” do exemplo, o dobro, o quádruplo, quíntuplo..., décuplo...,
cêntuplo... caracterizam os numerais multiplicativos.
Fracionários
Os Numerais Fracionários indicam a divisão ou fração das quantidades dos seres.
Exemplo:
• Um/uma, dois/duas;
Observe, leitor(a) que neste exemplo o artigo “o” precede o numeral multiplicativo
“dobro” e, conforme a regra, não flexiona em gênero e número.
É importante deixar claro para você, leitor (a) que os Numerais Multiplicativos variam
em gênero e número quando têm função de adjetivo, como monstra este exemplo:
As filas duplas em frente às escolas, nos horários de início e término das aulas
congestionam o trânsito.
saiba mais
Leitor (a), vamos aprender como se escreve números por extenso? Observe:
A conjunção “e” deverá ser usada…
Entre centenas, dezenas e unidades:
• 25 - vinte e cinco
• 225 - duzentos e vinte e cinco
• 205 - duzentos e cinco
Entre os milhares e as centenas, quando o número acaba nas centenas:
• 2400 - dois mil e quatrocentos
• 6300 - seis mil e trezentos
• 9100 - nove mil e cem
Nota: Quando o número terminar nas dezenas ou nas unidades, não deverá
ser usada a conjunção “e” entre os milhares e as centenas: 2435 - dois mil
quatrocentos e trinta e cinco.
A escrita de um número grande deverá ser feita por classes. Não deverá
ser usada nem a conjunção e nem a vírgula para separar as classes. A con-
junção “e” só deverá ser usada para separar os algarismos da mesma classe:
• 251 364 102 - duzentos e cinquenta e um milhões trezentos e ses-
senta e quatro mil cento e dois.
• 5 800 906 012 - cinco bilhões oitocentos milhões novecentos e nove
mil e doze.
Nota: Segundo diversos gramáticos nunca deverá ser usada a vírgula na
escrita de numerais por extenso.
Caro (a) leitor (a), terminamos os estudos sobre os Numerais. A partir deste tópico,
vamos nos dedicar sobre os estudos dos Artigos.
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 17
ARTIGO
18 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Leitor (a), para começarmos a estudar sobre os Artigos, leia este e-mail:
Querido, Luiz!
Como vai? Espero que bem. Estamos muito
bem aqui no Brasil. Envio uma foto da nossa
casa aqui em Maringá, que fica em uma rua
muito tranquila. A casa está em ótima locali-
zação... perto de escola, de supermercados, de
bancos, de hospital.
Até mais!
Anaya
Leitor (a), observe que neste e-mail, encontramos substantivos como “ foto”, “rua” e
“casa”, por exemplo, precedidos pelas palavras “uma” e “a”. A palavra “uma” antecipa os
substantivos “foto” e “rua”, sugerindo uma determinação vaga e a palavra “a” que ante-
cede o substantivo “casa” refere-se a esse substantivo determinando-o. A Gramática
Normativa do Português Brasileiro classifica essas palavras que se relacionam com
os substantivos como artigos.
O gramático Bechara (2009) explica que o Artigo é a palavra que precede um
Substantivo, individualizando-o ou generalizando-o. Observe:
Note, leitor (a), que o artigo “O” está particularizando a palavra (substantivo) jovem,
logo temos um exemplo de artigo definido.
Agora, observe este exemplo:
Repare, leitor (a), que neste segundo exemplo a palavra “Um” está generalizando a
palavra (substantivo) “jovem”, logo, temos um artigo indefinido.
Assim, os artigos são classificados em definidos e indefinidos:
• Definidos: são artigos que se juntam aos substantivos de forma que estes
possam ser claramente determinados pelo leitor ou ouvinte. Exemplo: o
homem, a mulher, a sala, o museu, a escola.
Leitor (a), existe algumas regras para o emprego dos artigos. Nos quadros abaixo,
selecionamos essas regras para que você entenda um pouco mais sobre os artigos.
A seguir, leitor (a), vamos estudar o emprego facultativo dos artigos definidos.
Observe o quadro 8.
20 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Leitor (a), a seguir estudaremos um pouco sobre o emprego proibido do artigo in-
definido. Para isso, fique atento (a) ao quadro 9.
Após o pronome indefinido todo, no sentido O jovem leu todo romance (=qual-
de qualquer. quer romance) de Machado de
Assis.
Fonte: adaptado de Mesquita (2014)
Leitor (a), no quadro 10, estudaremos sobre o uso obrigatório do artigo indefinido.
Repare:
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 21
saiba mais
Para que servem os artigos?
Os artigos não são apenas meros acompanhantes dos substantivos. Quase
sempre, a presença ou ausência de artigo assume um papel decisivo na pre-
cisão do sentido que se pretende dar ao texto. O artigo pode, por exemplo,
particularizar ou generalizar, como em Gostaria de ter um filho novamente /
Gostaria de ter o filho novamente; pode se referir à parte ou ao todo, como
em A comissão foi formada por moradores da rua (alguns) / A comissão foi
formada pelos moradores da rua (todos).
Fonte: Cereja; Magalhães, 2013, p. 138.
A seguir, leitor (a), vamos analisar o emprego facultativo do artigo indefinido. Assim,
repare o quadro abaixo.
Caro(a) leitor(a), chegamos ao fim de mais uma unidade! Nosso objetivo nesta unidade I foi
instrumentalizar lhe, mesmo introdutoriamente, no que diz respeito ao estudo do Alfabeto
da Língua Portuguesa Brasileira e das classes de palavras como os Numerais e os Artigos para
que você possa, como leitor, falante de uma língua estrangeira exercitar a sua capacidade de
compreensão, de análise e reflexão sobre a língua portuguesa brasileira! Assim, preocupa-
mo-nos em, sempre que o conteúdo nos permitiu, introduzir os estudos por diálogos como
elemento motivador para o início do nosso estudo gramatical.
Diante disso, apresentamos a você o Alfabeto da Língua Portuguesa Brasileira, com isso,
você está preparado para os próximos estudos, já que conhece as letras, com suas consoan-
tes e vogais. Na sequência, apresentamos a você a classe gramatical dos Numerais e, com
esse estudo, você observou que eles quantificam, ordenam, multiplicam ou fracionam os
nomes, e que, na nossa atualidade tão numérica assumem presença constante. Finalizamos
esta unidade I com o estudo dos Artigos e você deve ter compreendido que essa classe gra-
matical apresenta significativa importância em nossas interações, já que eles servem para
determinar ou indeterminar os nomes, as coisas.
Esperamos que este estudo seja bem produtivo para você falante de outro idioma. Desejamos
muito sucesso em suas comunicações com o português brasileiro.
Bons estudos!
22
atividade de estudo
23
atividade de estudo
24
material complementar
25
referências
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semân-
tica e interação.4 ed. reform. São Paulo: Atual, 2013.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa. 8ª ed.-São Paulo: Saraiva, 2009.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa.8ª ed.-São Paulo: Saraiva, 2014.
26
gabarito
Orientação de resposta
1. Praticando...
Lendo e praticando
Na letra da canção de Caetano Veloso, quando dizemos “Um dia”, sabemos que o
artigo que antecede o substantivo “ dia” está indicando que se trata de um dia inde-
terminado, uma vez que não sabemos quando o sujeito do texto retornará para casa.
Dessa forma, podemos concluir que o artigo “Um” está se referindo ao substantivo
“dia” para generalizá-lo. No verso: “A água azul do mar”, sabemos que o artigo defi-
nido “o” que precede o substantivo “água” está indicando que se trata de uma água
específica, que é azul, que é do mar, a qual molhará os cabelos do sujeito da canção,
quando ele retornar para casa. Na expressão: “As luzes”, na 5ª estrofe da canção, ao
dizermos “As luzes” sabemos que o artigo “As” está no plural para concordar com o
substantivo “luzes”, assim, podemos entender que os artigos indefinidos e definidos
na letra da canção se antepõem aos substantivos a que se referem ora para indeter-
miná-los, ora para determina-los e ainda, para indicar-lhes o número plural.
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MÓDULO I
Gramática e Linguagem na
Língua Portuguesa
Professores
Me. Fabiane Carniel
Me. Fátima Christina Calicchio
DIREÇÃO
06 Conceito do Substantivo
08 Formação e Classificação
dos Substantivos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar a organização básica dos substantivos na Língua Portuguesa
Brasileira.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Conceito do substantivo
• Classificação dos substantivos
• Formação do substantivo
• Flexões dos substantivo
introdução
Olá, Aluno(a), a presente unidade tem como finalidade apresentar estudos sobre o
substantivo na língua portuguesa. Como você já sabe, há uma parte da gramática
dessa língua que estuda as classes de palavras e os substantivos representam uma
classe fundamental a ser estudada.
Diante disso, neste material, preocupamo-nos em apresentar, com o auxílio, de quadros,
ilustrações, exemplos e aplicações em textos o uso do substantivo na prática da língua por-
tuguesa. Isso para propiciar a você o conhecimento e uso dessa língua o capacitando para
transpor possíveis barreiras impostas por ela.
A organização deste material, ou seja, das unidades deste estudo privilegiam a Gramática
Estruturalista ou Gramática Normativa Brasileira e quando a situação nos permitir abordare-
mos a Gramática Reflexiva de uso da língua.
Dessa forma, nesta unidade estudaremos o conceito de substantivo, sua formação e clas-
sificação, bem como suas flexões. Além disso, também entenderemos o uso dessa classe de
palavras na construção textual seja ela oral ou escrita.
Esperamos que este estudo possa colaborar para que você-falante de outro idioma-
alcance, desenvolva as suas competências comunicativas e possa apresentar uma melhor
compreensão e melhor uso da Língua Portuguesa Brasileira, como usuário dessa língua.
Bons estudos!
Professoras Fabiane e Fátima
5
6 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
CONCEITO DO
SUBSTANTIVO
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 7
“
Vivemos entre nomes e coisas. O homem é capaz de dar nomes às coisas e
evocá-los quando quiser, referindo-se a elas, lembrando-se delas, fazendo his-
tórias, caracterizando-as, agregando-as à sua própria vida. Esses nomes são
tão significativos que o simples fato de pronunciá-los ou escrevê-los traz à
nossa mente sua imagem ou o sentimento que provoca em nós.
Essas palavras tão ricas de significado e que muitas vezes valem por verda-
deiras imagens são os substantivos. (TERRA, 2005)
Nesta imagem podemos identificar vários objetos e esses possuem um nome, esse
nome, na língua portuguesa, é classificado como substantivo:
• Homem • Copo
• Mulher • Bolo
• Xícara • Prato
Para Infante (2001, p.282), “o conceito de substantivo deve incluir os pessoas, lugares, de
instituições, de grupos, de indivíduos e de entes maravilhosos.” Assim, podemos dizer
que além de muito importante para a língua portuguesa e para o nosso processo de
comunicação, o substantivo é uma classe de palavras bastante ampla, com muitas parti-
cularidades e por isso vamos ver um pouco mais sobre a organização dele nessa língua.
FORMAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
DOS SUBSTANTIVOS
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 9
A partir do que foi exposto, vamos então compreender um pouco mais sobre a for-
mação dos substantivos.
Quando pensamos na forma dos substantivos, ou seja, em seu processo de for-
mação como palavra da língua portuguesa, ele pode ser
Fonte: as autoras
A palavra flor é um substantivo simples, pois é formado de uma só palavra para desig-
nar seres. Já a palavra girassol é um substantivo composto, pois sua formação ocorre
com a junção de duas palavras, nesse caso o gira e o sol.
Observe a ocorrência das palavras pedreiras e pedra. Ambas são substantivos, porém,
pedra é um substantivo primitivo, ou seja, não provem de nenhuma outra palavra
ou substantivo. Já a palavra pedreiras deriva, ou seja, seja se origina da palavra pedra.
saiba mais
O hífen é um sinal de pontuação usado, dentre outras coisas, para ligar os
elementos de palavras compostas. Trata-se do seguinte sinal: - como em
pé-de-moleque
De acordo com Sacone (2008) não é o hífen que determina se um subs-
tantivo é composto. Há certos substantivos compostos que se escrevem
sem hífen como girassol, por exemplo, trata-se de um substantivo com-
posto pelas palavras gira e sol.
Sobre o uso do hífen nos substantivos compostos, é preciso atentar-se
para o fato que os prefixos super, hiper, ex, semi não formam palavras
compostas, assim, super-homem não é um substantivo composto, mas
um substantivo simples.
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 11
Ainda é possível considerar outras classificações para o substantivo, assim eles podem ser
Indica seres ou
Substantivo
coisas de uma casa
comum
mesma espécie.
Indica um só ser
Substantivo
de uma mesma Maringá
próprio
espécie.
Fonte: as autoras
Temos nessa frase dois substantivos, são eles casa e Maringá. Casa pode ser classi-
ficado como um substantivo comum, pois indica coisa de uma mesma espécie, e
designam os seres de maneira geral. Esses substantivos são escritos com letra inicial
minúscula, a menos que, na formação de uma frase, se encaixem em outra regra da
língua portuguesa que exija sua inicial maiúscula.
Já quando falamos em Maringá, estamos designando um ser específico e por
esse motivo esse substantivo é chamado próprio. Basta pensar no seu nome, qual é
o seu nome e seu sobrenome? O seu nome e seu sobrenome são substantivos pró-
prios na língua portuguesa.
Além dessas classificações já expostas, ainda é possível classificar os substanti-
vos como concreto e abstrato. Veja no quadro abaixo:
12 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Atribuem nome
Substantivo Relógio,
a seres de exis-
concreto cadeira.
tência própria.
Atribuem nomes
Substantivo a estados, sen- Tristeza,
abstrato timentos ou alegria.
ações.
Fonte: as autoras
Os substantivos relógio e cadeira designam seres que têm existência própria, quer
do mundo real, quer do mundo da imaginação. Já os substantivos tristeza e alegria
nomeiam qualidades e ações que atribuímos às características dos seres. É impor-
tante não confundir os substantivos abstratos com os adjetivos, classe de palavras
que veremos mais adiante neste material.
Ainda sobre a classificação dos substantivos, é possível citar os substantivos co-
letivos. Esses, mesmo no singular, indicam um conjunto de seres da mesma espécie.
Assim, seguem alguns exemplos:
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 13
Flexão de gênero
De acordo com Hernani e Nicola (2005, p.88) “são masculinos os substantivos em
que se pode antepor o artigo o: o aluno, o homem, o atleta, o livro, o jacaré etc.” É im-
portante perceber que não basta que o substantivo seja terminado em “o” para ser
masculino, para além dessa regra, é preciso conseguir antepor o artigo “o” antes dos
substantivos para pode se certificar de seu gênero.
Considerando essa mesma ideia, são substantivos femininos aqueles nos quais é possível
antepor o artigo “a” diante deles. Assim, temos: a aluna, a mulher, a atleta, a caneta, a onça.
saiba mais
Não confunda gênero com sexo. O gênero é gramatical, isto é, mostra se a
palavra pertence ao gênero masculino ou ao feminino.
É claro que livro, relógio, caneta, escola, nomes de coisas, não possuem sexo,
embora livro e relógio sejam do gênero masculino e caneta e escola, do
feminino. Já o substantivo vítima pertence ao gênero feminino – a vítima –
seja para se referir a pessoas de ambos os sexos.
TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Gramática de hoje. São Paulo: Scipione, 2005.
atleta
estudante
criança
onça
Fonte: as autoras
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 17
Observe que nesses casos temos apenas uma forma que serve para ambos os gêneros.
Esses são classificados como uniformes e, por sua vez, dividem-se em epicenos,
comuns de dois gêneros e sobrecomum.
Os substantivos epicenos apresentam uma única forma para nomear animais, como
nos exemplos que seguem: a onça, o jacaré, a borboleta. Para esses substantivos, uti-
liza-se a palavra macho ou fêmea caso seja necessário especificar o sexo do animal.
Assim, teremos:
Veja os textos que seguem. Observe que em todas as ocorrências da palavra onça,
ela é um substantivo feminino:
Onça-pintada
O dentista A dentista
O estudante A estudante
O jornalista A jornalista
O adolescente A adolescente
Fonte: as autoras
18 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Observe que nesses casos os artigos “o” e “a” identificam se estamos nos referindo a
homem ou mulher no contexto de um texto. Assim, observe o exemplo que segue:
A criança
A vítima
O carrasco
Fonte: as autoras
Flexão de número
No que diz respeito à flexão de número, como vimos anteriormente, esses são sin-
gular e plural. Sobre a formação do plural dos substantivos temos que considerar
algumas regras. Vamos conhecê-las?!
Para substantivos simples temos:
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 19
singular plural
caderno cadernos
chapéu chapéus
folha folhas
adolescente adolescentes
Fonte: as autoras
b. Substantivos terminados pelo ditongo –ão podem formar os plurais –ões, -ães, -ãos.
singular plural
armação armações
pão pães
cidadão cidadãos
Fonte: as autoras
saiba mais
Na língua portuguesa as palavras recebem uma classificação quanto à posição
de sua sílaba tônica, isto é, quanto à sílaba forte da palavra. Assim temos
Oxítona – última sílaba forte - Sofá
Paroxítona – penúltima sílaba forte – telefone
Proparoxítona – antepenúltima sílaba forte - médico
Fonte: as autoras
Sobre o plural dos substantivos compostos, esse é um pouco mais complexo, pois
será preciso conhecer a classe de palavras que forma o substantivo para poder formar
seu plural corretamente. Assim, temos os seguintes casos:
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 21
singular plural
Palavra-chave Palavras-chave
Couve-flor Couves-flor
Peixe-espada Peixes-espada
Fonte: as autoras
Grau do substantivo
Os substantivos na língua portuguesa apresentam basicamente dois graus, são eles
o aumentativo e o diminutivo. Na maioria das vezes usa-se o prefixo “ão” para o au-
mentativo e “inho/zinho” para o diminutivo, mas existem outras possibilidades de
terminações para o grau dos substantivos. Como por exemplo:
substantivo aumentativo
Barca barcaça
homem homenzarrão
corpo corpanzil
Fonte: as autoras
substantivo diminutivo
barba barbicha
porta portinhola
rua ruela
Fonte: as autoras
considerações finais
Prezados, alunos! Chegamos ao final de mais uma unidade. Nela tivemos a oportunidade de
refletir sobre a importância do substantivo na língua portuguesa e ainda de compreender o
conceito, a formação, a classificação e as flexões dessa classe de palavras. Tivemos também
como finalidade que você observasse que os substantivos são essenciais na língua, uma vez
que eles são responsáveis pela nomeação dos seres e coisas que nos rodeiam, bem como
pelos nossos sentimentos e de nossas ideias.
Embora tivemos um enfoque gramatical, esse é um ponto de partida bem importante
para o seu processo de aquisição da língua portuguesa.
Sobre esse processo de aquisição, é importante compreender que especialmente na for-
mulação de textos escritos e na leitura de textos de gêneros secundários essa composição
gramatical normativa se fará necessária, porém, na fala esse rigor nem sempre será tão ob-
servado. Quando falamos em uso da língua, observar o contexto e se adaptar a ele, no que
diz respeito à linguagem, é uma forma de interação muito importante para as pessoas e que-
remos transmitir essa ideia para você.
Assim, é importante que você compreenda que em diferentes situações usará diferentes
possibilidades da língua e nosso objetivo com essa unidade é que você possa fazer especial-
mente nas situações relacionadas ao uso dos substantivos em nossa língua.
Bons estudos!
Professoras Fabiane Carniel e Fátima Calicchio
23
atividade de estudo
24
atividade de estudo
Lucas, é reluzente
Adalgisa nasceu nobre
Camila foi livremente
Cássio porque nasceu pobre
Albano é albino e branco
Esaú é cabeludo
Bruna, de pele morena
Branca, o nome disse tudo
25
material complementar
Minigramática
Autor: Ernani Terra
Editora: Scipione
26
referências
NICOLA, José de; IFANTE, Ulisses. Gramática Essencial. 3ª ed. São Paulo: Editora
Scipione, 2001.
TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Gramática de hoje. São Paulo: Scipione, 2005.
27
MÓDULO I
Gramática e Linguagem na
Língua Portuguesa
Professoras
Me. Fabiane Carniel
Me. Fátima Christina Calicchio
DIREÇÃO
16 Formas Nominais do
Verbo
18 Conjugação Verbal
21 Locuções Verbais
UNIDADE III
VERBOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conceituar a classe de palavras verbo na língua portuguesa
• Expor a estrutura do verbo.
• Apresentar as possibilidades de flexão dos verbos.
• Apresentar as formas nominais dos verbos
• Apresentar o funcionamento das conjugações verbais
• Conceituar as locuções verbais
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Conceitos dos verbos
• Estrutura das formas verbais
• Flexão dos verbos
• Formas nominais dos verbos
• Conjugação verbal
• Locuções verbais
introdução
Conjugar verbos é algo que faz parte de nossa vida no processo de comunicação. A todo
momento, ainda que não nos atentamos a isso, estamos conjugando verbos.
Os verbos desempenham uma função muito importante na língua portuguesa uma vez
que as orações se organizam em torno dele apresentando assim ações, fenômenos da na-
tureza e ainda estado.
O verbo está diretamente relacionado com a existência e com a ação do homem no
mundo. Por exemplo, toda vez que queremos dizer que alguém fez alguma coisa ou alguém é,
empregamos verbos. Assim, juntamente com o nome, o verbo é a base da linguagem verbal.
Nesse sentido, nesta unidade vamos apresentar a você a organização básica dessa classe
de palavras tão importante de forma que esse conhecimento possa contribuir com seu apren-
dizado de nossa língua e para sua fluência nela.
Dessa forma, pretendemos, primeiramente, apresentar o conceito básico da classe de
palavras em questão: os verbos. Em seguida, apresentaremos a estrutura e seu processo de
formação.
No sentido de atingir nossos objetivos, apresentaremos as possibilidades de flexão dos
verbos e para finalizar os tempos verbais.
5
6 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
CONCEITOS DOS
VERBOS
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 7
Lição de Gramática
“
“Eu estou, você está , e ela está, e ele também; e todos os que estavam, es-
tiveram e estão muito bem. Estamos, estaremos nós; ela e ele estarão lado
a lado, e eu, que estive, estarei. E, se acaso estivesse alguém que não tenha
estado naquela vez, Bem-vindo! Porque estar é o que importa - e que todos
estejam”. CHERICIAN (2011, on-line)1.
Uma das principais características do verbo é que ele é variável e assim suas flexões são
fundamentais em nossa língua, são até mais importantes que seu próprio significado.
Nesse sentido, é importante conhecer um pouco a respeito da estrutura dos verbos.
ESTRUTURA DAS
FORMAS VERBAIS
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 9
De acordo com a gramática da língua portuguesa os verbos são formados por radical,
vogal temática e desinência. Essa estrutura compõe os verbos na língua portugue-
sa, esteja ele conjugado ou não. Assim, veja o exemplo abaixo:
Est a remos
saiba mais
Segundo Cereja e Magalhães (2013), com exceção do verbo “pôr” e seus deriva-
dos como “propor”, “compor”, “recompor”, “repor”, “supor”, “antepor”, dentre outros
exemplos, por motivos históricos esses verbos perderam a vogal temática“e” pela
evolução da forma latina de “ponere” > “poer” > “pôr”, todos os demais verbos da
língua portuguesa pertencem às três conjugações , acima, mencionadas.
Fonte: adaptada de William Roberto Cereja & Thereza Cochar Magalhães (2013).
FLEXÃO DOS VERBOS
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 11
• Terceira pessoa: é usada para indicar participantes que não são nem o
locutor e nem o alocutário de um determinado contexto de comunicação
(de quem ou de que se fala).
saiba mais
Você sabia que as formas da 2ª pessoa no singular (tu) e plural (vós) está pas-
sando por um processo de evolução? Os estudos linguísticos denominam
esse processo de variação diacrônica. Assim, está ocorrendo a substituição do
pronome (você) no lugar do pronome (tu) e (vocês) em lugar do pronome
(vós). Os pronomes (tu) e (vós) são raramente empregados. Eles aparecem, por
exemplo, em contextos clássicos, em discursos mais monitorados, isto é, plane-
jados e na linguagem falada, essas formas pronominais soam como artificiais.
Fonte: a autora.
1. [...] Anoitecerá
9. Acontecerá
Fonte: O Teatro Mágico ([2017], grifos da autora, on-line)2.
Passado
Tempo Descrição Exemplo
Expressa a ideia de uma ação
Pretérito perfeito Eu fui ao cinema.
concluída.
Pretérito Expressa um fato ocorrido, Eu voltava do cinema
imperfeito contudo, não concluído. quando a chuva chegou.
Expressa a ideia de uma ação
Pretérito Meu filho já estava pronto,
concluída, anteriormente, a
mais-que-perfeito quando eu saíra para trabalhar.
outra já ocorrida.
Fonte: autoras
Presente
Tempo Descrição Exemplo
faz referência a fatos que
Presente acontecem no momento que Eu escrevo muito bem.
falamos.
Fonte: autoras
14 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Futuro
Tempo Descrição Exemplo
Precisarei de mais tempo
Futuro do Expressa uma ideia de um fato que
para entregar um bom
presente vai ocorrer.
trabalho.
Expressa uma ideia de um fato que
ocorrerá em relação a um momento
Futuro do passado que depende de uma Eu iria ao cinema, se não
pretérito condição para que tivesse ocorri- tivesse chovendo muito.
do. como: eu iria ao cinema, se não
tivesse chovendo muito.
Fonte: autoras
Como você deve ter percebido, apresentamos a você as flexões de tempo dos verbos
e ainda nos resta compreender a flexão de modo.
Ao falarmos/enunciarmos, podemos, por meio das escolhas verbais, marcar o
nosso discurso de maneira mais comprometida, ou não, ou ainda, podemos, sugerir,
aconselhar, ordenar, isto é, podemos marcar o nosso discurso no campo da certeza,
da possibilidade. Podemos, ainda, em nossos discursos, dar comandos. Assim, leia o
texto que segue como exemplo:
Aluno(a), você sabe por que algumas formas verbais recebem o nome de formas
nominais? Bechara (2009) explica que algumas formas verbais desempenham, além
do seu valor verbal, funções de nomes como substantivos, adjetivos ou advérbios.
Essas formas são: o infinitivo, o gerúndio e o particípio.
O infinito não faz referência às pessoas do discurso, isto é, não apresenta sujeito
de forma específica; caracteriza-se pela terminação em “r”:
Ler é um prazer.
Merece destaque a atuação da forma verbal “lendo” que além da ideia de andamento /conti-
nuidade do processo de leitura, também atua com valor de substantivo, equivalente ao nome
“ leitura”, tal atuação nos permite a seguinte paráfrase: “ Só se aprende a ler, com a leitura”.
O particípio expressa ações já concluídas e pode ser empregado com ou sem o
verbo auxiliar como em: ” lido” /“tivesse lido”, “escrito/tivesse escrito”, “viajado/tivesse viajado”.
Presente
Primeira conjugação - pular Primeira conjugação - opinar
Eu pulo Eu opino
Tu pulas Tu opinas
Ele/ela/você pula Ele/ela/você opina
Nós pulamos Nós opinamos
Vós pulais Vós opinais
Eles/elas/vocês pulam Eles/elas/vocês opinam
Fonte: autoras
Observe que temos dois verbos diferentes, são eles pular e opinar, assim, seus
radicais mudam, contudo, como ambos são regulares e pertencem a mesma con-
jugação, suas desinências são as mesmas sendo que os dois seguem o mesmo
modelo, ou seja, o mesmo paradigma.
20 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Presente
Primeira conjugação - pular Primeira conjugação - opinar
Eu estou Eu opino
Tu estás Tu opinas
Ele/ela/você está Ele/ela/você opina
Nós estamos Nós opinamos
Vós estais Vós opinais
Eles/elas/ vocês estão Eles/elas/ vocês opinam
Fonte: autoras
Observe que o verbo “estar” sobre algumas alterações em seu processo de conjuga-
ção se desviando do modelo, por esse motivo, ele é classificado como verbo irregular.
Assim, podemos compreender que os verbos irregulares “são os que sofrem
modificações no radical ou na flexão, com diferenças em relação aos verbos que per-
tencem à mesma conjugação [...]”, como argumenta (BUENO, 2014, p.194).
saiba mais
Para contribuir com seu aprendizado, sugiro que consulte as conjugações
verbais no conjugador de verbos da língua portuguesa, disponível em:
https://www.conjugacao.com.br/
LOCUÇÕES VERBAIS
22 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
A locução verbal “Venha estudar” é formada por um verbo auxiliar “venha”, conjuga-
do no imperativo, que sozinho, nesse contexto é vazio de sentido. Esse auxiliar se
junta à forma nominal do verbo no infinitivo “estudar”, para cumprir a função de atri-
buir, com essa forma, o significado desse enunciado. Note também que a locução
verbal “venha estudar”, no texto em análise, pode ser substituída por um único verbo
ficando da seguinte forma: “Estude do seu jeito”.
Na língua portuguesa, especialmente na oralidade, é comum o uso das locuções
verbais em vez do verbo em sua forma única.
considerações finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade! Nosso objetivo nesta unidade II foi
instrumentalizar-lhe, mesmo introdutoriamente, no que diz respeito ao estudo da natureza
verbal para, que você possa exercitar a capacidade de compreensão, de análise e reflexão
sobre o verbo! Assim, procuramos introduzir as discussões por enunciados, como elemento
motivador para o início do nosso percurso gramatical pelo estudo do verbo.
Nesse sentido, por meio de reflexões e inferências examinamos os conceitos, as regras
e o emprego dos verbos e, muito possivelmente, você deve ter notado que esse elemento
está diretamente ligado com a nossa existência, com a nossa realidade, isto é, com a ação
do homem no e com o mundo, uma vez que o verbo é um elemento basilar da linguagem,
da comunicação.
Você observou que, inicialmente, conceituamos a natureza verbal, bem como a sua es-
trutura, a fim de preparar-lhe para a compreensão sobre a as três conjugações verbais e o
reconhecimento das categorias gramaticais do verbo com o objetivo de compreender em
que medida esse estudo é responsável pela construção dos sentidos, da nossa realidade.
Posteriormente, procuramos oferecer conhecimentos sobre a classificação dos verbos
quanto à formação, à flexão e à função dentro dos estudos sobre a língua.
Diante disso, esperamos contribuir para os seus estudos sobre o verbo. Esperamos, ainda,
que você tome esses estudos como ponto de partida para a busca de mais leitura sobre a
natureza verbal. Vale lembrar, prezado(a) aluno(a), que na seção “anexos”, deste livro, intro-
dutório de estudos, você encontrará um material de apoio sobre as conjugações verbais.
Boa leitura! Bons estudos!
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atividade de estudo
Lendo e Praticando
Considerando o uso dos modos verbais na interação a partir da língua portuguesa, identi-
fique o verbo presente no texto. Classifique seu modo e tempo e, em seguida, explique o
efeito de sentido que ele causa no texto e ainda a importância desse verbo para o gênero
textual em questão.
24
material complementar
25
referências
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. – 37. Ed. rev. ampl. e atual conforme o
novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scpione, 2001.
26
anexo
28
anexo
29
MÓDULO I
Gramática e Linguagem na
Língua Portuguesa
Professoras
Me. Fabiane Carniel
Me. Fátima Christina Calicchio
DIREÇÃO
06 Adjetivo
16 Pronomes
UNIDADE IV
ADJETIVOS E PRONOMES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar o conceito e caracterização os adjetivos.
• Apresentar o conceito e caracterização dos pronomes.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Adjetivos.
• Pronomes Pessoais do caso reto e oblíquos.
• Pronomes de Tratamento.
• Pronomes Possessivos.
• Pronomes Interrogativos.
• Pronomes Indefinidos.
• Pronomes Relativos.
• Pronomes Demonstrativos.
introdução
Caro (a) leitor (a) falante de uma língua estrangeira, a presente unidade tem o objetivo de
prover-lhe informações, de maneira preliminar, sobre a estrutura e o funcionamento dos
Adjetivos e dos pronomes, a fim de conscientizar-lhe acerca do papel que esse elemento
desempenha na sentença, no discurso e na construção das mais diferentes realidades e na
comunicação, seja oral, seja escrita.
Diante disso, neste material, preocupamo-nos em introduzir os conteúdos mediante um
diálogo curto, a fim de mostrar-lhe o funcionamento da língua portuguesa em situações
efetivas de comunicação. Para isso, empregamos nomes fictícios para denominar os perso-
nagens desses diálogos.
A organização deste material, ou seja, das unidades deste estudo privilegiam a Gramática
Estruturalista ou Gramática Normativa e quando a situação nos permitir abordaremos a
Gramática Reflexiva de uso da língua Portuguesa Brasileira.
Dessa forma, nesta unidade estudaremos sobre os Adjetivos com sua classificação e flexão
e, os sete tipos de Pronomes, como: Pronomes Pessoais do caso reto e oblíquos, Pronomes de
Tratamento, Pronomes Possessivos, Pronomes Interrogativos, Pronomes Indefinidos, Pronomes
Relativos, Pronomes Demonstrativos. Assim, refletiremos sobre os pronomes, apresentando
sua caracterização e emprego e a cada caracterização dos pronomes, traremos uma propos-
ta de atividade, a fim de ajudar-te na aprendizagem do conteúdo.
Esperamos que este estudo possa colaborar para que você-falante de outro idioma-
alcance, desenvolva as suas competências comunicativas e possa apresentar uma melhor
compreensão e melhor uso da Língua Portuguesa brasileira, como faltante dessa língua.
Bons estudos!
Professoras Fabiane e Fátima
5
6 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
ADJETIVO
Língua Portuguesa para Estrangeiros e Refugiados 7
Olá! Nesta unidade vamos falar sobre como descrever pessoas em língua Portuguesa
Brasileira. Para iniciar este estudo, leia este diálogo:
Leitor (a), observe que no diálogo acima, há palavras destacadas como: “alto”, “forte”,
“bonito”, “jovem” que caracterizam fisicamente o noivo de Emília e as palavras “escuros”
e “claros” caracterizam a cor dos olhos do noivo. Na Gramática da língua Portuguesa
Brasileira, essas palavras são denominadas de adjetivos. Sobre esses nomes a
Gramática Normativa do Português Brasileiro explica que eles exercem a função de
modificar outros nomes, como os Substantivos, para atribuir-lhes uma característi-
ca, isto é, uma qualidade, um estado. Para entender para que servem os Adjetivos,
precisamos saber como eles se classificam. Repare:
Adjetivos primitivos e derivados
• Verde, macio
• Escuro, áspero
• Verde-musgo Sino-brasileiro
• Azul-escuro Recém-nascido
saiba mais
Importa esclarecer a você, leitor (a) e falante de uma língua estrangeira
que, segundo Mesquita (2014), a classificação dos adjetivos em Explicativos
e Restritivos não é empregada pela Gramática Normativa do Português
Brasileiro, contudo essa classificação é útil para facilitar-lhe o entendimen-
to sobre o funcionamento das Orações Adjetivas, estudadas sob o rótulo
da Sintaxe, para que você tenha sucesso em sua comunicação, seja escrita
ou fala com o uso da língua portuguesa.
Fonte: as autoras.
Fonte: as autoras.
No quadro 3, vamos estudar um pouco sobre os Adjetivos Pátrios, quando precisa-
mos nos referir a países. Repare:
Fonte: as autoras.
10 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
No quadro, 4, leitor (a), vamos estudar sobre Os Adjetivos Pátrios, quando precisa-
mos nos referir a Estados e Cidades:
Fonte: as autoras.
Ainda sobre os Adjetivos Pátrios, leitor (a), é importante esclarecer para você que, às
vezes, para identificarmos esses adjetivos precisamos formar palavras compostas, e,
para isso, o primeiro elemento desse composto assume uma forma reduzida, como
podemos ver a seguir:
Fonte: as autoras.
Língua Portuguesa para Estrangeiros e Refugiados 11
Leitor (a), muitas vezes, para caracterizar um substantivo usamos uma expressão formada
por mais de uma palavra. A essa expressão a Gramática Normativa da Língua Portuguesa
Brasileira denomina de Locução Adjetiva. Sobre isso, veja estes exemplos:
Essas locuções adjetivas podem ser formadas por uma preposição (sobre esse
termo estudaremos na próxima unidade) + um substantivo (esse termo, também,
estudaremos em outra unidade). Observe estes exemplos:
Rosto de anjo Jornal da tarde
Importa deixar claro para você, leitor (a), falante de uma língua estrangeira, que nem
sempre a locução adjetiva apresentará um adjetivo correspondente. Veja:
• Janela de cima
• Artigos de primeira
• Meninos de rua
De criança-infantil ou
De cão-canino De olho-ocular
pueril
De céu-celeste De orelha-auricular De dedo- digital
Sem cheiro-inodoro De ouro-áureo De dia-diurno
De garganta-gutural De ouvido-auditivo De espaço-espacial
De pele-epidérmico ou
De pai-paternal De paixão passional
cutâneo
De inverno- hibernal- invernal De jovem-juvenil De lago-lacustre
De manhã-matinal De mestre- magistral De nariz-nasal
De pescoço- cervical De professor-docente De rei-real
De tarde- vesperal ou
De sol-solar De velho-senil
vespertino
Flexão do adjetivo
Leitor (a), assim como acontece com os Substantivos, o Adjetivo, flexiona-se em,
gênero, número e grau. Vamos entender essas flexões a seguir.
Flexão de gênero, o Adjetivo assume o gênero do Substantivo a que se refere.
Assim, eles se dividem em Uniformes e Biformes.
Leitor (a) para formarmos o feminino dos Adjetivos Biformes, precisamos considerar
as regras, conforme mostram o quadro abaixo:
Quadro 7- Formação dos Adjetivos femininos
Terminação em o Troca-se por a, exemplos: belo> bela
Acrescenta-se a: nu> nua, japonês>
Terminação em u, ês e or
japonesa, vendedor> vendedora
Terminação eu Troca-se por eia: europeu> europeia
Terminação éu Troca-se por oa: ilhéu>ilhoa
Terminação ão Troca-se por ona: chorão> chorona
a. Aluno atento
“Aluno” é o Substantivo e está no singular
“Atento” é o Adjetivo da palavra “aluno” e, também, está no singular.
b. Alunos atentos
“Alunos” é o Substantivo e está no plural
“Atentos” é o Adjetivo e está no plural para concordar com o Substantivo que se refere.
Acordo sino-russo-japonês
Note, leitor (a), que neste Adjetivo composto temos “sino”= adjetivo referente à China,
“russo”= adjetivo referente à Rússia, “japonês”; como vimos todas as palavras são ad-
jetivos, portanto, conforme a regra, somente o último termo vai para o plural, como:
Acordos sino-luso-japoneses
Grau do Adjetivo
Neste espaço, leitor (a) falaremos sobre a flexão de grau dos Adjetivos, que expres-
sa a intensidade maior ou menor com que o Adjetivo caracteriza o Substantivo. Este
grau ou flexão pode ser realizado de modo sintético e analítico.
Sintético é formado pelo auxílio de intensificadores como “dificílimo” (sufixo –
imo), barcaça (sufixo-aça)
Analítico faz-se com o auxílio de palavras que designam intensificação como:
muito inteligente.
Sobre o grau dos Adjetivos, podemos falar em grau Comparativo e
Superlativo. No grau comparativo compara-se qualidades entre dois ou mais
seres. Assim, esse grau pode ser:
Língua Portuguesa para Estrangeiros e Refugiados 15
sufixo
Olá! Neste tópico vamos falar sobre apresentação entre pessoas (falantes da língua por-
tuguesa brasileira). Para iniciar este estudo, leia este diálogo entre Machado e Anaya:
Leitor (a), observe que no diálogo acima, há palavras destacadas como: “Meu”, “eu”, “você”,
“meus”, “sua”. Na língua portuguesa brasileira, chamamos essas palavras de pronomes.
Observe que, neste diálogo, há três pessoas, como: “Machado de Assis” (quem fala),
“Anaya” (com quem “Machado” fala) e uma terceira pessoa (sobre quem “Machado” e
“Anaya” falam, no contexto do diálogo, são os pais de Anaya). Para ajudar-te na com-
preensão desses pronomes, responda às perguntas do quadro 1.
Fonte: as autoras.
Você deve ter observado que, para responder de forma completa às perguntas do
quadro 1, você precisou usar pronomes para substituir nomes como: “homem” e
“Machado” por (Ele) e “Anaya” por (Ela). Essa substituição é necessária para evitar repe-
tição de algum nome como o substantivo “homem”, “Machado” pelo pronome (Ele).
Você precisou, também, usar o pronome (Ela) para substituir o nome “Anaya”. Os pro-
nomes (Ele), (Ela) servem para situar as pessoas no discurso. Dessa forma, temos três
pessoas no discurso:
18 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
• Segunda pessoa: aquele com quem se fala (singular tu, você; plural nós).
• Terceira pessoa: aquele de quem se fala (singular ele, ela; plural: eles, elas)
b. Me chamo Machado.
2. Origem/ nacionalidade
a. De onde você é?
b. Eu sou do Brasil.
3. Lugar de residência
b. Eu vivo em Maringá.
Fonte: as autoras.
Como você deve ter observado, leitor (a), os pronomes exercem uma função, a qual
irá classificá-los em pessoais do caso reto, pessoais do caso oblíquo, pessoais de tra-
tamento; possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Veja!
Vamos estudar cada um desses pronomes? Iniciaremos este estudo pelos pronomes
pessoais do caso reto e do caso oblíquo. Veja este quadro.
Fonte: as autoras.
Leitor (a), pela ilustração do quadro 4, você pode observar que a divisão dos prono-
mes pessoais é baseada na função que eles exercem na frase. Veja estes exemplos:
Pelos exemplos, leitor (a), podemos compreender que o pronome pessoal do caso
reto desempenha a função de sujeito da oração e o pronome pessoal do caso oblíquo
desempenha a função de complemento do verbo.
Vamos praticar para ficar mais clara a característica e função dos pronomes pes-
soais? Observe que os pronomes estão em destaque nas orações.
É importante que fique claro para você, falante de uma língua estrangeira, que
os pronomes pessoais do caso reto, sempre, substituem as pessoas gramaticais e,
por essa razão, são denominados de pronomes substantivos. Os pronomes do caso
oblíquo são átonos, quando empregados sem preposição, quando empregados
com preposição, são tônicos. Vamos refletir sobre alguns empregos dos pronomes
pessoais tanto do caso reto, como oblíquo?
20 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
saiba mais
Os gramáticos Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português
Contemporâneo explicam que, em algumas regiões do Brasil, o emprego da
forma tu -pronome de tratamento de segunda pessoa- limita-se a algumas
regiões do Sul do País e alguns pontos da Região Norte. E nas demais regiões
do país, esse pronome pessoal está sendo substituído pela forma você
(falado com pessoas do grupo familiar ou de amizades). Além disso, essa
forma também é empregada como tratamento entre pessoas de igual para
igual ou de superior para superior.
Fonte: as autoras.
3. A formas lo, la, los, las substituem os pronomes o, a, os, as, respectiva-
mente, quando eles ocorrem, na oração, depois dos verbos terminados em
r, s, z. Observe:
“Eu experimentava uma estranha espécie de prazer ao vê-lo com aquela cara[...]”
(Antônio Tavares)
Verbo ver + o
4. As formas no, na, nos, nas, também, substituem os pronomes o, a, os, as,
quando eles ocorrem depois dos verbos terminados em ditongos nasais
como am, em, ão, õe. Veja:
Fonte: as autoras.
Língua Portuguesa para Estrangeiros e Refugiados 23
Leitor (a), no diálogo acima, você pode observar que foram empregados pronomes de
tratamento. Esse tipo de pronome, também, é pessoal, uma vez que eles se referem
às pessoas com quem se fala. São empregados para substituir outros pronomes pes-
soais quando a situação de comunicação exigir mais formalidade ou quando há a
necessidade de demonstrar mais respeito, como no emprego das formas senhor,
senhorita que denota que aquele que fala deseja demonstrar respeito, cerimônia
com quem se fala.
A forma você é utilizada para contextos entre pessoas da família e amigos, ou
seja, essa forma é utilizada para demonstrar intimidade e ou proximidade com quem
se fala. No quadro 6, fizemos uma seleção de pronomes de tratamentos emprega-
dos no português brasileiro. Veja:
É importante destacar para você, leitor (a), que os pronomes de tratamento Vossa,
Vossas e Sua são grafados sempre com letra maiúscula e com o verbo e pronome,
que eles se referirem, na terceira pessoa. Observe:
Acreditamos que Vossa Excelência esteja equivocada.
Os pronomes de tratamento Vossa, Vossas e Sua, Suas apresentam outra par-
ticularidade. Veja:
Pronomes Possessivos
Caro (a) leitor (a), neste tópico falaremos sobre os pronomes possessivos. Para ini-
ciarmos, observe esta imagem:
Leitor (a), você deve ter obser-
vado que na imagem acima a frase:
“Conheça o nosso mascote Edu! ”, a
palavra “Nosso” refere-se à palavra
“mascote”. Essa palavra indica que algo
pertence a alguém, ou seja, indica
uma ideia de posse e concorda com
a coisa possuída e, também, com o
possuidor que, no caso da imagem é
a Unicesumar. A essa palavra e outras,
a gramática da língua portuguesa
Fonte: Imagem disponível em< https://www.insta-
chama de pronome possessivo, gram.com/p/ByKzq0kplwS/> Acesso em 01, set, 2019.
Língua Portuguesa para Estrangeiros e Refugiados 25
“As suas vidas estão nas minhas mãos, mas a minha não está nas suas.“
(Adaptada de Cereja e Mesquita, 2013, p. 149)
Note, leitor (a), que na frase extraída da tirinha de Calvin e Haroldo o pronome posses-
sivo “suas” refere-se a vidas e “minhas” e o possessivo “minha” refere-se a “mãos”,
observe que esses possessivos acompanham os substantivos “vidas” e “mãos”, por
isso, são chamados de pronomes possessivos adjetivos, indicando uma ideia
de posse e os possessivos “minha” e “suas” estão substituindo os nomes: “vida” e
“mãos”, por esse motivo, são possessivos substantivos. Veja no quadro 7 os prono-
mes possessivos que separamos para você estudar um pouco mais.
Pronome Demonstrativo
Apresentação a alguns amigos...
Maria: -Olá, Anaya! Quero te apre-
sentar estes amigos! -Este é João.
Ele é estudante de Fonoaudiologia.
João é meu colega de turma aqui
na universidade.
Anaya: -Olá, João! Como vai?
João: -Estou bem e você,
como está?
Anaya: -Estou bem.
Maria: -Esta é Paola. Ela é da
Venezuela. Paola trabalha em um shopping e estuda Modas.
Maria: -Aquele é Miguel. Ele, também, é venezuelano e está cursando Gastronomia.
Anaya: -Olá, pessoal! Que bom conhecê-los. Sou moçambicana.
Miguel: -Vamos combinar algo para este fim de semana? …
Caro leitor, neste tópico vamos estudar sobre os pronomes demonstrativos que
são os nomes em destaque no diálogo acima. Os pronomes demonstrativos indicam
a posição de determinado ser no espaço, no tempo e no texto. Repare:
Fonte: as autoras.
Língua Portuguesa para Estrangeiros e Refugiados 27
Note, leitor (a) que os pronomes demonstrativos apresentam variação de gênero (mas-
culino/feminino, como este e esta) e número (singular e plural, como estes e estas).
Leitor (a), vamos refletir sobre os empregos dos pronomes demonstrativos?
Acompanhe-nos! Vamos começar pelo pronome demonstrativo com relação
ao espaço. Veja:
Este, esta e isto: indicam que o ser a que se referem está próximo da pessoa que
fala (1ª pessoa), exemplo:
O pronome demonstrativo de 1ª pessoa como este, esta, isto deve ser emprega-
do da forma que ilustra a tira, com referência a algo que está próximo de quem fala
(do ponto de vista espacial).
Os pronomes: esse, essa, isso indicam que o ser a que se referem está próximo
da 2ª pessoa (aquela com se fala). Observe este exemplo:
Repare, leitor (a), que a letra “F” (personagem da tira) á aquele que fala (1ª pessoa) e
a letra “E” é aquele com quem a letra “F” está falando e as letras, os sinais apostrofe
28 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
e a letra “S” são as pessoas de quem se falam e, para se referirem a essas formas,
o locutor (1ª pessoa) empregou o pronome “esse”, pois ele está próximo da 2ª
pessoa (interlocutor).
Aquele, aquela, aquilo indicam que o ser a que se referem está próximo da 3ª
pessoa (a respeito de quem se fala) ou distante de todas elas. Repare:
Observe, leitor (a) que o pronome sinalizado acima na tira está distante das pessoas
do discurso, como: o número 6 (1ª pessoa) e o número 8 (2ª pessoa), conforme pres-
creve a norma gramatica da língua portuguesa.
Caro (a) leitor (a), agora vamos refletir sobre o emprego dos pronomes com relação
ao tempo. Vimos que os pronomes fazem referência ao tempo passado, ao tempo
presente e ao tempo futuro. Vejamos, este, esta, isto indicam um tempo presen-
te em relação ao momento da fala. Veja este exemplo:
• Esta é inesquecível.
• Isto é inesquecível.
Vejamos agora alguns exemplos com os demonstrativos: esse, essa e isso, os quais
indicam um tempo relativamente próximo em relação ao momento da fala, como em:
Note leitor, leitora, que o demonstrativo “esse” em destaque no texto faz referência
a algo que já foi expresso no texto do excerto do livro O pequeno príncipe. Esse de-
monstrativo retoma a expressão “o homem do lampião”.
O demonstrativo “isso”, com relação ao texto, também cumpre a função de fazer
a retomada de algum termo ou expressão já mencionado no texto, vejamos este
excerto extraído também da obra O Pequeno príncipe:
Note leitor (a) que o demonstrativo “isso” refere-se à expressão “Você reage como os
adultos”, já dita anteriormente do texto. Agora vejamos um exemplo com o demons-
trativo “essa”:
reflita
Leitor (a), você já se perguntou que forma de pronome devemos empregar
em nossas comunicações? Tu ou você?
Fonte: as autoras.
Pronome Indefinido
Aluno(a) leitor(a), para dar continuidade aos nossos estudos sobre os pronomes,
vamos ler esta situação:
Língua Portuguesa para Estrangeiros e Refugiados 31
Aluno (a), observe que existem algumas palavras destacadas no diálogo acima como:
“ Alguém”, “todos”, “quem“. A essas palavras a gramática do português brasileiro chama
de pronomes indefinidos, pois elas fazem referência à terceira pessoa do discurso de
forma imprecisa, de forma vaga. Veja no quadro abaixo alguns pronomes indefinidos.
Leitor (a), vamos refletir sobre algumas situações de uso dos pronomes indefinidos?
Vamos começar pelos pronomes indefinidos invariáveis (aqueles que não apresentam
variação de gênero e números-plural, como: alguém, algo, ninguém, nada, outrem,
quem que são sempre substantivos. Veja:
Dentre esses pronomes invariáveis, o “cada” só pode ser empregado com um subs-
tantivo, caracterizando-se como um pronome indefinido adjetivo. Como:
“Chega mais perto e contempla as palavras cada uma tem mil faces secretas
sob a face neutra. ” (Carlos Drummond de Andrade)
Pronome substantivo
Na frase abaixo o pronome indefinido “tudo” está junto com outro pronome, por essa
razão, caracteriza-se como uma expressão marcando o sentido de um pronome in-
definido adjetivo, como em:
“Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã [...]”
(Chico Buarque)
Algum/Nenhum
“Alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruzo a Ipiranga com a
avenida São João[…]” (Caetano Veloso)
Nos indefinidos Certo / Qualquer, Mesquita (2009) esclarece que esses pronomes
têm sentidos opostos e ambos devem ser acompanhados de substantivos, como:
Note, aluno (a), que nesta frase “a” o indefinido “Certas” está particularizando o subs-
tantivo “coisas”, mas sem, contudo, identificá-lo, porque não se sabe que coisas são.
Já em:
Neste exemplo “b” há a ausência de particularização, logo qualquer coisa pode ser
dita entre as pessoas da frase.
Todo/Toda
= qualquer
34 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
“Hora de dormir todo menino dorme. Mesmo sem sono? Dorme sem pensar.”
(Carlos Drummond de Andrade)
= qualquer
O gramático Mesquita (2009) explica, também que, quando o indefinido “todo/toda”
está acompanhado de artigos, têm sentido de “inteiro”. Repare neste exemplo
= dia inteiro
Tudo
Leitor (a), o gramático Mesquita (2009) explica que, quando um pronome indefinido
é substituído por um grupo de palavras de sentido indefinido, temos, nesse caso, as
denominadas locuções pronominais indefinidas. No quadro 10 separamos algumas
locuções pronominais indefinidas para você estudar mais.
Para que fique bem claro o sentido das locuções pronominais indefinidas, aluno (a),
veja alguns exemplos que selecionamos para você:
Pronomes Interrogativos
Leitor (a), agora vamos refletir sobre os pronomes Interrogativos. Para isso, leia este diálogo:
Leitor (a), observe que no diálogo acima têm palavras destacadas como: “Quem” e
“Qual”. A essas palavras a gramática do português brasileiro denomina de Pronomes
Interrogativos, porque são empregados para fazer perguntas diretas e indiretas e
somente são interrogativos em frases interrogativas, pois, em outros contextos, podem
assumir funções diferentes. No quadro abaixo, selecionamos alguns exemplos para
que você estude um pouco mais sobre os pronomes interrogativos. Repare:
O gramático Mesquita (2009) esclarece que o pronome interrogativo “que” pode ser
um pronome interrogativo substantivo ou um pronome interrogativo adje-
tivo. Sobre esses significados, vejamos estes exemplos:
Pronomes relativos
Leitor (a), vamos refletir sobre os pronomes
relativos. Para isso, leia este diálogo:
secreto consiste em uma comemoração entre amigos, os quais trocam presentes como
forma de confraternização, é um momento de alegria.
Paola: -Professor, em que lugar o Amigo secreto pode acontecer?
Professor: -Pessoal, normalmente, os lugares escolhidos para a realização da confra-
ternização são variados, como restaurantes, lanchonetes, cafés, praças, onde será
realizada a troca de presentes, acompanhado de comida e bebida.
Turma! -Que legal! Vamos fazer o amigo secreto sim!
Os nomes em destaque no diálogo acima, leitor (a), são denominados pela Gramática
do Português Brasileiro de Pronomes Relativos. Observe o quadro 12, com exem-
plos dos pronomes relativos:
Note, leitor (a) que o termo “que” é um pronome relativo porque refere-se ao nome
livro e, ao mesmo tempo, introduz a oração “[…] eu recomendo. ”
Para que você estude um pouco mais os pronomes relativos, vamos refletir sobre
estes exemplos:
Melo Mesquita (2014) explica que o pronome relativo “Que” é o mais usado/em-
pregado e refere-se a coisas e pessoas. Veja:
Que
Note, leitor (a), que, neste exemplo, o pronome relativo “que” retoma o antecedente
“livro”; portanto, referindo-se a coisas.
Quem
O pronome relativo “Quem” refere-se à pessoa ou coisa personificada. Quando tiver antece-
dente marcado (explícito), aparece, sempre, regido de preposição. Observe este exemplo:
Esta é a mulher de quem lhe falei. Nesse exemplo o “quem” refere-se ao termo
“mulher”, ou seja, “pessoas”.
Preposição
Preposição
Note, que, neste exemplo, o pronome relativo “quem” retoma o antecedente “mão”,
logo refere-se a coisa personificada.
Onde
A palavra onde será pronome relativo quando couber a substituição pelos prono-
mes “ em que”, no qual, na qual, nos quais, nas quais, como em:
Substituindo, teríamos:
Os pronomes relativos cujo, cuja, cujos, cujas indicam sempre posse equivalem a do
qual, da qual, dos quais, das quais, de que, de quem, como em:
Caro (a) leitor (a), chegamos ao fim de mais uma unidade! Nosso objetivo nesta unidade IV
foi instrumentalizar lhe, mesmo introdutoriamente, no que diz respeito ao estudo dos qua-
lificadores dos substantivos, ou seja, dos Adjetivos e a natureza pronominal para que você
possa, como leitor, falante de uma língua estrangeira exercitar a sua capacidade de com-
preensão, de análise e reflexão sobre a língua portuguesa brasileira! Assim, preocupamo-nos
em, sempre que o conteúdo nos permitiu, introduzir os estudos por diálogos como elemen-
to motivador para o início do nosso estudo gramatical.
Dessa forma, leitor (a), chegamos ao fim deste estudo sobre os Adjetivos e os Pronomes.
Com isso, você deve ter observado que esses elementos gramaticais exercem função fun-
damental nas interações comunicativas, pois os Adjetivos qualificam os (Substantivos) e os
Pronomes expressam formas sociais de tratamento e substituem, acompanham palavras e
orações já mencionadas nos contextos.
Esperamos que este estudo seja bem produtivo para você falante de outro idioma.
Desejamos-te muito sucesso em suas comunicações com o português brasileiro.
Bons estudos!
Professoras Fabiane Carniel e Fátima Calicchio
39
atividade de estudo
Lendo e praticando
O Mito de Narciso
Narciso era um belo rapaz, filho do deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por ocasião de seu
nascimento, seus pais consultaram o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino.
Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso, quando ele chegou à idade adulta.
Porém, o belo jovem não se interessava por nenhuma delas. A ninfa Eco, uma das mais
apaixonadas, não se conformou com a indiferença de Narciso e afastou-se amargura-
da para um lugar deserto, onde definhou até que somente restaram dela os gemidos. As
moças desprezadas pediram aos deuses para vingá-las.
Nêmeses apiedou-se delas e induziu Narciso, depois de uma caçada num dia muito
quente, a debruçar-se numa fonte para beber água. Descuidando-se de tudo o mais, ele
permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face refletida e assim morreu.
No próprio Hades ele tentava ver nas águas do Estige as feições pelas quais se apaixonara.
(Cereja e Magalhães. Português: linguagens. Atual Editora, p. 23.)
O texto lido – O mito de Narciso - traz um ensinamento sobre sabedoria, sobre beleza,
sobre amor. Atente-se às palavras em destaque no texto, faça uma reflexão e explique qual
é a função de cada palavra destacada no texto.
40
material complementar
41
referências
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES,Thereza Cochar. Gramática Reflexiva: texto, se-
mântica e interação.4 ed. reform.-São Paulo: Atual, 2013.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa.8ª ed.-São Paulo: Saraiva, 2009.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa.8ª ed.-São Paulo: Saraiva, 2014.
Saint-Exupéry, Antoine de. O pequeno príncipe. São Paulo: Geração Editorial, 2015.
42
gabarito
Lendo e praticando
O Mito de Narciso
43
MÓDULO I
Gramática e Linguagem na
Língua Portuguesa
Professores
Me. Fabiane Carniel
Me. Fátima Christina Calicchio
DIREÇÃO
06 O Advérbio
10 As Preposições
16 Conjunções
22 As Interjeições
UNIDADE V
ADVÉRBIOS, PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES E INTERJEIÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar e caracterizar os Advérbios.
• Apresentar e caracterizar as Preposições.
• Apresentar e caracterizar as Conjunções.
• Apresentar e caracterizar as Interjeições.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Os advérbios.
• As Preposições.
• As Conjunções.
• As Interjeições.
introdução
Caro (a) leitor (a) falante de uma língua estrangeira, a presente unidade tem o objetivo de
prover-lhe informações, de maneira introdutória, sobre a estrutura e o funcionamento das
classes de palavras como, um estudo sobre os Advérbios, as Preposições, sobre as Conjunções
e um estudo sobre as Interjeições, a fim de conscientizar-lhe acerca do papel que esses ele-
mentos gramaticais desempenham nas comunicações orais e escritas na língua portuguesa
brasileira.
Diante disso, neste material, preocupamo-nos em introduzir os conteúdos mediante um
diálogo curto, a fim de mostrar-lhe o funcionamento da língua portuguesa em situações
efetivas de comunicação. Para isso, empregamos nomes fictícios para denominar os perso-
nagens desses diálogos.
A organização deste material, ou seja, das unidades deste estudo privilegiam a gramática
estruturalista ou Gramática Normativa Brasileira e quando a situação nos permitir abordare-
mos a Gramática Reflexiva de uso da língua.
Esperamos que este estudo possa colaborar para que você-falante de outro idioma-
alcance, desenvolva as suas competências comunicativas e possa apresentar uma melhor
compreensão e melhor uso da Língua Portuguesa brasileira, como faltante dessa língua.
Bons estudos!
Professoras Fabiane e Fátima
5
6 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
O ADVÉRBIO
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 7
Caro (a) leitor (a), iniciaremos os estudos desta unidade V, refletindo sobre a classe
de palavra denominada de Advérbio. Para tanto, leia este texto:
Leitor (a), observe que no diálogo acima as palavras em destaque marcam alguma
circunstância em relação às palavras a que se referem. Por exemplo, o termo “à noite”
refere-se ao fim de semana e marca uma ideia de tempo, ou seja, à noite. A palavra
“talvez” e “possivelmente”, referem-se ao verbo “fazer” e indicam uma dúvida. A palavra
“pouco” refere-se à palavra “divertir”, intensificando-a. E as palavras “Sim” e Certamente”
indicam uma circunstância de afirmação em relação ao termo “diversão”. A essas pa-
lavras que expressam circunstâncias de outras, a Gramática Normativa da Língua
Portuguesa denomina de Advérbios.
Como vimos, leitor (a), os Advérbios expressam circunstâncias ou ideia em relação às palavras
que se referem, por essa razão, eles apresentam algumas classificações. Às vezes, empregare-
mos duas ou mais palavras ou expressões que têm a mesma função que um Advérbio. A essas
construções a Gramática Normativa da Língua Portuguesa chama de Locuções Adverbiais.
Leitor (a), tanto os Advérbios como as Locuções Adverbiais, em razão de ex-
pressarem circunstâncias ou ideias em relação ao nome a que se referem, recebem
classificações. Essas classificações dependem do sentido que essas palavras apre-
sentam. Para que você estude um pouco mais sobre os Advérbios e as Locuções
Adverbiais, observe o quadro abaixo:
8 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Flexão do Advérbio
Mesquita (2013) esclarece que os Advérbios não se flexionam em gênero e número. Observe:
Esse gramático ainda, esclarece, ainda, que os Advérbios apresentam flexão de grau,
classificando-se em graus Comparativo e Superlativo. Observe:
Comparativo
• Superioridade. É representado por palavras e expressões como: mais...
que/do que. Exemplo: Falou mais baixo que/do que o colega.
Superlativo
Segundo Mesquita (2013), leitor (a), o Grau Superlativo dos Advérbios classifica-se
em Sintético e Analítico. Veja:
Caro (a) leitor (a) chegamos ao fim de mais um estudo. Esperamos que você tenha
aprendido um pouco mais sobre a classe de palavras como o Advérbio.
AS PREPOSIÇÕES
Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados 11
Neste tópico vamos falar sobre as Preposições. Para iniciar este estudo, leia este diálogo:
Leitor (a), observe que no diálogo acima, há palavras destacadas como: “encima”, “embaixo”
e ‘atrás”, as quais no diálogo têm a função de indicar uma ideia de lugar dos espaços do
apartamento e dos lugares que os gatos (pets) de Carla mais gostam de ficar.
Na Gramática da Língua Portuguesa Brasileira essas palavras são denominadas
de Preposições. Mesquita (2013) explica que Preposição é a palavra invariável que liga
duas outras palavras, realizando entre elas relações de sentido e dependência. Repare:
Note, leitor (a), como o “de” relaciona Os gatos” e “Carla”, indicando uma ideia de posse
e a palavra e a palavra “entre” relacionam as palavras “ficar” e “cortinas e janelas”, esta-
belecendo uma ideia de lugar.
Classificação
A Gramática Normativa do Português Brasileiro classifica as Preposições em essen-
ciais e acidentais.
As Preposições essenciais recebem esse nome porque sempre desempenha-
rão a função de preposição como: a, ante, até, com, contra, de, desde, em, entre,
para, perante, por (per), sem, sobre, trás. Observe este exemplo:
12 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Precisam de ti.
A palavra “de”, sempre, exercerá a função de preposição, por essa razão, é denomina-
da de essencial.
As Preposições acidentais recebem esse nome porque funcionam como pre-
posições, mas, também, porque pertencem a outras classes gramaticais. Veja algumas
preposições acidentais que selecionamos para você estudar: afora, conforme, con-
soante, durante exceto, fora, mediante, salvo, segundo etc. Repare este exemplo:
O gato estava salvo no apartamento, pois ele possui telas de proteção nas janelas.
Note, leitor (a), que neste exemplo a palavra “salvo” tem função de adjetivo, mas repare
este outro exemplo:
Veja, leitor (a) que neste segundo exemplo a palavra “salvo” tem a função de conjun-
ção, uma preposição acidental.
Quando duas ou mais palavras são empregadas com a função de uma prepo-
sição, constituem uma Locução Prepositiva. Veja estes exemplos que separamos
para você estudar mais: ao lado de, além de, abaixo de, através de, dentro de, a par
de. Você observou, leitor (a) que a Locução Prepositiva, sempre termina com uma
preposição. Selecionamos algumas Locuções Prepositivas no quadro 1.
Combinação e Contração
Quando as preposições a, de, em, por, para, e com ligam-se a outras palavras como
artigos, pronomes ou advérbios, formam Combinações e Contrações.
Combinação
O fenômeno da Combinação ocorre quando não há alteração na estrutura e no
fonema da preposição ao juntar-se a outra palavra. Veja:
Note, leitor (a), que neste exemplo há a preposição (a) + o advérbio (onde), resultan-
do em “aonde” sem alteração da estrutura e fonema da palavra.
Quando algumas preposições se unem a outras palavras, apresentando altera-
ção na estrutura e ou perda de algum elemento fonético, chama-se de Contração.
Observe este exemplo:
Note, leitor (a) que a palavra “duma” é a Contração da preposição (de) + o Artigo
indefinido (uma), resultando em alteração fonética e estrutural, uma vez que
ocorreu o apagamento do elemento “e” dessa composição. No quadro 1 selecio-
namos algumas contrações possíveis:
14 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Leitor (a), o gramático Mesquita (2013) esclarece que, conforme as relações que as
Preposições estabelecem com outras palavras, várias são os sentidos que elas ex-
pressam. Veja:
Caro (a) leitor (a), finalizamos os estudos sobre as Preposições e a partir de agora es-
tudaremos sobre as Conjunções. Para tanto, leia este texto:
Leitor (a), observe as frases em destaque no texto! Note que essas palavras são verbos
e esses termos organizam as orações:
Verbo Verbo
b. “Vamos procurar uma Unidade Básica de Saúde e saber mais sobre essa
campanha.”
Verbo conjunção Verbo
Repare, leitor (a), que para relacionar as orações no exemplo “a”, tomamos como base
o sentido, mas para relacionar as orações no exemplo “b”, foi empregado a palavra “e”
no início da oração. A essa palavra a Gramática Normativa do Português Brasileiro
classifica como Conjunção.
Conforme explica o gramático Mesquita (2014), para classificar as Conjunções, de-
vem-se levar em conta dois critérios básicos: o tipo e relação que se estabelece entre
as orações e a relação de sentido que há entre elas. Diante disso, leitor (a) podemos
falar de Conjunções Coordenativas e Conjunções Subordinativas.
Quando duas orações são unidas por uma conjunção, estabelecendo uma relação
de igualdade, de equivalência entre elas, de tal maneira que ambas sejam completas
de sentido, podemos falar de Conjunção Coordenativa. Para ficar claro para você
essa relação, veja estes exemplos:
18 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
Neste exemplo, leitor (a), temos duas orações estruturadas a partir de dois verbos
como “temo”, ‘temo”, contudo, a organização e o sentido de cada oração não depen-
dem da organização nem do sentido uma da outra. Dizemos que a palavra “nem”
(conjunção) relaciona as orações Coordenando-as.
Agora, leitor (a), repare este outro exemplo:
Neste segundo exemplo, leitor (a), temos também dois verbos “Temo”, “destrua” por
meio dos quais duas orações foram estruturadas, no entanto, note, que a primeira
oração “Temo” só faz sentido se usarmos a estrutura da segunda oração, como: “ que
a tempestade destrua a lancha”. Dizemos que a palavra “que” (conjunção) relaciona
essas orações Subordinando-as. Portanto, leitor (a), diante dessa reflexão podemos
entender que existem dois tipos de Conjunção: As Coordenativas e as Subordinativas.
Além de relacionar as orações ora coordenando-as, ora subordinando-as, as
Conjunções e Locuções Conjuntivas estabelecem entre elas relações lógico-semânticas.
No quadro 4 separamos as relações lógico-semânticas das Conjunções Coordenadas.
Como vimos, leitor (a), as Conjunções Subordinativas ligam duas orações, em que uma
é a principal e a outra é a coordenada. Segundo a Gramática Normativa da Língua
Portuguesa as conjunções subordinadas compreendem dois grupos: as orações in-
tegrantes e as orações adverbiais. As integrantes referem-se às conjunções “que e “se”
para introduzirem as orações que funcionam como sujeito, objeto direto, objeto in-
direto, predicativo, complemento nominal ou aposto da oração principal. Observe:
Observe, leitor (a), que a conjunção “que” está integrando a oração substantiva obje-
tiva direta à oração principal.
O outro grupo refere-se às conjunções que iniciam orações que expressam cir-
cunstâncias adverbiais relacionadas a algum fato expresso na oração principal. Veja:
20 Língua Portuguesa para Imigrantes e Refugiados
saiba mais
Interjeições: síntese de emoção
As interjeições permitem expressar, em uma única palavra, estados de espírito
às vezes complexos. Assim, podem ser recurso eficientes na redação de textos
que precisam ser sucintos e objetivos, como títulos de livros e nomes de revista.
[...]
Qualquer palavra, dependendo do contexto e de como que é falada, pode
se tornar uma interjeição. A palavra bravo, por exemplo, é normalmente ad-
jetivo. Mas quando alguém grita “Bravo!”, no final de um espetáculo, torna-se
uma interjeição de aplauso. É também o que ocorre no caso do nome da
revista Bravo! (substantivo)
Fonte: adaptado de Cereja; Magalhães, 2013, p. 205.
reflita
Mesquita (2014) explica que dependendo do contexto, a mesma interjei-
ção pode expressar vários sentimentos. Repare:
“Ah! Você por aqui? “
Note, leitor (a) que nesse exemplo a Interjeição “Ah! ” expressa surpresa.
Agora leia este outro exemplo:
“Ah! Como é bom estar de férias! ”
Observe, leitor (a) que neste exemplo a interjeição “Ah!” expressa alegria, alívio.
Fonte: as autoras
Caro (a) leitor (a), chegamos ao fim de mais uma unidade! Nosso objetivo nesta unidade V
foi instrumentalizar- lhe, mesmo introdutoriamente, no que diz respeito ao estudo das pala-
vras como Advérbios, as Preposições, as Conjunções e as Interjeições para que você possa,
como leitor falante de uma língua estrangeira, exercitar a sua capacidade de compreensão, de
análise e reflexão sobre a língua portuguesa brasileira! Assim, preocupamo-nos em, sempre
que o conteúdo nos permitiu, introduzir os estudos por diálogos como elemento motiva-
dor para o início do nosso estudo gramatical.
Nesse sentido, nesta unidade preocupamo-nos com os estudos dos Advérbios, cujas pa-
lavras expressam as circunstâncias das ações verbais, pode modificar um adjetivo e modificar
o próprio advérbio. Pelo estudo das Preposições e Conjunções você deve ter compreendido
que esses elementos gramaticais ligam palavras e orações, estabelecendo relações de senti-
dos entre as ideias, nas comunicações entre as pessoas e pelo estudo das Interjeições, você
deve ter observado a função que essa classe de palavra expressa ao revelar os sentimentos
das pessoas em conformidade com uma situação de comunicação.
Esperamos que este estudo seja bem produtivo para você falante de outro idioma.
Desejamos muito sucesso em suas comunicações com o português brasileiro.
Bons estudos!
Professoras Fabiane Carniel e Fátima Calicchio
26
atividade de estudo
Lendo e praticando
Leia este texto:
Nesta unidade você estudou que as conjunções e as preposições servem para estabelecer
relações. Considere o estudo sobre as Preposições, faça uma reflexão com base na leitura do
texto e explique qual é a relação da palavra “DO” com os substantivos “memória” e “coração”
e qual é a função dessa classe gramatical no texto lido.
27
material complementar
28
referências
AZEVEDO, Alexandre. O vendedor de queijos e outras crônicas. 14ª ed. São Paulo: Atual,
1991.
BECHARA. Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2009.
DRUMMOND, Carlos de Andrade. A lua no cinema e outros poemas. São: Cia das Letras,
2011. p. 129.
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES,Thereza Cochar. Gramática Reflexiva: texto, se-
mântica e interação.4 ed. reform.-São Paulo: Atual, 2013.
FERREIRA. Mauro. Aprender e praticar gramática: teoria, sínteses das unidades, ativida-
des e exercícios de vestibulares. São Paulo: FTD,1992.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa.8ª ed.-São Paulo: Saraiva, 2009.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa.8ª ed.-São Paulo: Saraiva, 2014.
ROSA, João Guimarães. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p.45.
29
gabarito
Lendo e Praticando...
30
ESTUDO DE CASO
Módulo I
Professores
Dra. Angela Enz Teixeira
Me. Cristina Herold Constantino
Me. Débora Azevedo Malentachi
Estudo de Caso
Interpretação Textual
Eduardo Gonçalves de Andrade (Tostão) nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1947.
É ex-jogador de futebol, médico, comentarista esportivo, colunista em jornais e foi professor
na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Ele escreveu o texto “lição de vida”. Leia-o.
Lição de vida
Terminei o curso primário com 10 para 11 anos, na escola Silviano Brandão, em Belo Horizonte.
Na época, o sonho de todo menino era fazer o curso ginasial e científico em um colégio
público. Além de gratuitos, eram os melhores da cidade. Por morar perto, tinha mais um
motivo para estudar no Colégio Municipal.
Era muito difícil conseguir uma vaga. A maioria dos alunos estudava um ano para fazer
a prova de admissão, que era muito difícil. Terminei o grupo, estudei bastante nas férias,
durante três meses, fiz a prova e passei. Foi uma grande festa em minha casa.
Foi também uma grande mudança em minha vida. Além de o Colégio Municipal ser
muito rígido, passei a ser tratado como adulto, bem diferente do grupo, quando havia uma
relação familiar paternalista. Passei a ter grande responsabilidade, sem estar preparado para
isso. Fiquei perdido, confuso e fui reprovado.
Na época, além das matérias tradicionais, tínhamos aulas de canto, desenho, latim, tra-
balhos manuais e outras. Era obrigado a cantar e a escrever todo o Hino Nacional Brasileiro.
Na matéria de trabalhos manuais, tinha de fazer cestas e muitas outras coisas. Minha habi-
lidade era muito mais com os pés do que com as mãos.
Na disciplina de desenho, era proibido utilizar régua e compasso. Tudo desenhado à mão.
O professor era o Mangabeira, foi ele quem criou os mascotes dos times mineiros. O Cruzeiro
é a Raposa, o Atlético é o Galo e o América, o Coelho. Não imaginava, com 11 anos, que cinco
anos depois estaria jogando no time principal da Raposa, passando antes pelo Coelho.
Tinha uma grande dificuldade em fazer os desenhos com a mão. Como precisava de
muitos pontos para passar de ano, tentei enganar o professor. Na prova final, fiz o desenho
com régua e compasso e passei o lápis por cima.
2
Estudo de Caso