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Nós” (o qual foi lançado em dez/2019). Este passou por nova edição,
Segundo que aqui estamos nós, em um dos livros que posso dizer
com toda certeza que foi um dos antecessores do que viria a ser a Série
que gostem rs), um enemies to lovers (trope de amigos para amantes) que
quentinho...
Espero que consiga passar cada sentimento desses para você. Que
Com amor,
Aline
SINOPSE
Quando Samu lhe conta que está apaixonado pela noiva do irmão,
E Madu sabe, que agora pode ser sua única e talvez última chance
2002 – Anne-Marie
Codinome – Maria
Nightmare – Halsey
Madu
meio, e dez centímetros a mais, era motivo para ser chamada de gigante
dentro de casa.
impossível vencerem de mim. O que elas não faziam ideia era que
ganhadora do Oscar, ele cedia. Era o ponto fraco de Samuel. Talvez por
aquilo seus pais me chamavam de seu calcanhar de Aquiles.
Poderia ser um exagero, contudo, vendo-o emburrado e com
medo de que os avós nos pegassem ali dentro, porque com certeza
poderíamos danificar o móvel aos nos esconder, sabia que ele faria
qualquer coisa por mim. Talvez por coisas como aquelas éramos
celular. Uma mensagem chegou e sorri ao notar que era uma das primas
de Samuel, que com certeza, gostaria de tirar uma casquinha dele durante
o carnaval. Ele era um cara bonito, tinha que admitir. Demorei um bom
tempo para ter tal certeza, talvez por sempre enxergá-lo apenas como o
Ele revirou os olhos mais uma vez, e passou a mão pelo cabelo
preto ralo pelo corte militar. Deu-me a língua que emoldurava um
caindo sobre algo macio. Meus olhos encontraram o castanho dos dele, e
notei seu olhar mudar por completo. Uma sombra se fez sobre nós, e
Minha risada morreu por meio segundo, e fora quando parei para
“Talvez eu tenha medo demais, e isso chama-se covardia. Fico me perdendo em páginas de diário,
em pensamentos e temores, e o tempo vai passando. Covardia é uma palavra feia. Receio de
Anos depois...
Madu
pacto anual. A promessa era simples: apenas namorar com o cara que te
trate como uma rainha. Poderia ser uma utopia, mas com tanto homem no
mundo, não aceitaria menos do que ser uma verdadeira rainha para o
meu. Já que faria o mesmo por ele. Por isso, mais um ano, estávamos na
balada de sempre, descendo até o chão, comemorando o dia da nossa
faculdade, e aos vinte e nove anos, apenas dava mais combustível para
amoroso não era o fim do mundo. Olhei para minha amiga e me virei,
cantando junto com a música que fizera todo mundo se soltar.
Eu tô com boy de A a Z
Oi, te liguei
Deve tá ocupadinho
Te liguei
Deve tá ocupadinho
uma para a outra. Sorri, sentindo meu corpo mais leve e sabendo que
olhos e tentei esquecer aquilo, e com certeza, não pensar o quanto sentia
falta de Samuel no meu dia a dia.
proveitoso estar com alguém para deixar todos meus pensamentos sobre
merda ser apaixonada pelo cara que sempre fora meu mundo. Ele ainda
Samuel não era avesso ao amor, mas com toda certeza, não queria
algo assim para a vida. Conhecia-o bem demais para saber que não era o
momento para declarações e mal sabia quando o seria. Ele estava focado
ainda mais, o que com certeza ele entenderia como forçado. — Ei, vem
cá!
tirando do chão. Era por aquilo que evitava abraços pela saudade. Porque
cada toque dele em meu corpo, por mais inocente que fosse, fazia-me
querer olhar em seus olhos e puxar sua boca para minha. Queria sentir o
gosto de seus lábios, se eram tão firmes e doces como em meus sonhos e
imaginação.
Sentia-me uma idiota por ter sonhos eróticos com meu melhor
um beijo no rosto.
— Vou com ela. — Avisei-o, sem sequer saber por que o fazia.
— Nem vem! Moramos juntas há anos, acha mesmo que não sei
e nem fica surpresa, porque não tocamos no assunto porque você se fecha
posso.
— O cara é perfeito pra você e você pra ele! — bateu uma palma
no ar. — Não acredito que fica berrando à toa Paper Rings[4] e não sonha
nele como seu acidente favorito?
último natal que realmente me rendi aquilo, e mesmo assim, nunca abri a
boca sobre. Meu coração parecia aberto para o amor, mas eu, não sabia
mais real que tinha. Ele era como meu porto seguro e não conseguia me
novidade.
Ele sorriu, aceitando minha resposta e agradeci aos céus por ser
cintura.
era que dançávamos juntos há muito tempo, até mesmo quando ainda
sequer sabia mexer as pernas sem quase cair. Virei-me para ele e me
— Sai sai da minha frente! Hoje eu vou dar trabalho numa onda
diferente. — Praticamente gritei, para que ele ouvisse, e ele sorriu,
piscando um olho.
lado bom de morarmos longe um do outro, era o fato de que não tinha
tantas oportunidades de destruir a amizade que construímos. Larissa
de distância.
olhava, e por mais que quisesse me enganar e acreditar que era de forma
diferente, que de alguma maneira me enxergava além de sua melhor
amiga, vi no sorriso leve em seu rosto, que estava ali apenas para me
esperar. Ele sempre me esperava para passarmos um tempo juntos, assim
como eu o fazia.
— Vem cá! — consegui ler seus lábios, e ele me puxou com força
contra si.
como um lar para mim e aquilo nunca mudara. Nem mesmo quando notei
que queria além da nossa amizade. Porém, se fosse para sermos apenas
não nos víamos, e era quase como um recorde do tempo que ficávamos
longe fisicamente. Por mais que gostasse de parecer inabalável e
O que mais me matava por dentro era o fato de que ele sabia ler
tudo o que se passava sobre mim, e assim, tinha que guardar meu amor
no âmago, quando ele estava por perto. Guardava de forma que nem
mesmo ele pudesse lê-lo. Afastei-me e passei a mão pelo rosto, tirando
qualquer resquício de lágrima. Bati de leve em seu peito, em um gesto
Madu
peguei-a e abri, agradecendo aos céus por aquela bebida. Demorou cerca
de uns dois minutos para voltar a realidade e me lembrar que não viera
sempre seria garantida. A questão era que por mim e pela minha
sanidade, preferia que ele quisesse passar a noite com sua família, mas ali
parecia ser a única pessoa que conseguia me entender por completo, e por
tirava do eixo. Será que ele realmente não percebia o quanto me deixava
perdida? O lado bom de ele não saber, era que tinha mais alguns
Maldita mania que me fazia querer puxar os lábios deles para os meus.
Foco, Madu!
desconfiei que ele realmente poderia tê-lo feito. Puta merda! Se ele o fez,
saberia que o último personagem masculino principal era todo ele.
claramente despreocupado.
que não era a resposta que ele esperava. — Meus avós estão amando a
viagem para o Nordeste. Sua mãe me manda uma mensagem de bom dia,
boa tarde e boa noite, todos os dias. Seu pai me liga uma vez por semana.
Paulo ficou noivo? Quando e com quem? Por que ninguém me contou
sobre?
rendição e bufei. — Sei que o vê como seu irmãozinho mais novo, mas
gado. — comentou por cima e fiquei ainda mais ansiosa para saber o
— Ele se encantou com ela e bom, ela mora eu uma das fazendas
vizinhas, aí... Essa semana ele surpreendeu a todos da família dela, ela e
empolgação, mas não existia brilho em seu olhar. — Que foi? Por que
passou a viver sob o mesmo teto que eu, e não sei o que fazer com a
Madu
fato de tal resposta. Com certeza, o encarava com todo meu sentimento
— Como culpado.
rosto. — Vamos recapitular e você tem que olhar para mim, Samu! —
Eu era o tipo de pessoa que não sabia conversar sobre algo sério
se não fosse olho no olho. Era o tipo de gesto que sempre apreciei.
tipo de mulher que gosta daquilo, sabe? Que gosta do campo e acabamos
— Por que não? — a minha língua parecia não saber parar quieta
na boca.
— Porque não pensei que era algo tão importante até o momento
Sua voz soou mais baixo, e sabia que era difícil de admitir.
aparecera do nada, e nunca sequer olhara para meu papel em sua vida.
— Só quero conseguir tirar isso de mim e ficar realmente feliz pelo meu
irmão.
porque já não suportava ficar no lugar que tem sido seu mundo todinho
como...
falando com pesar. — Só estou contando porque quero que isso passe.
— O amor não vem com liga e desliga. Mas ainda assim, não consigo te
ver apaixonado por ninguém, nem mesmo ao te ver falar o mínimo sobre.
boca para dizer algo, mas nada saiu. Meu coração era esmagado ao vê-lo
simplesmente entrar em uma briga por isso, o que não faz o menor
sentido. Até porque, se a tal Clara quisesse estar com você, com certeza
sentando-me ao seu lado no sofá. Era o momento certo para jogar tudo
para o alto e dizer o que sentia? Ou era a melhor hora para aprender que
minha testa.
meu coração batesse tão forte, a ponto de imaginar que Samuel pudesse
incurável. Suspirei fundo e sorri fracamente, sabendo que lutara por tudo
que tinha na vida. O que queria estava ali, a minha frente, ao alcance dos
meus lábios.
declarar feito uma maluca, encontrei uma terceira opção. Talvez fosse
aquela que tentei evitar por tanto tempo, mas no fim, era para ser.
começar a mostrar que ele era mais do que meu amigo. Samuel era o que
queria.
que eu queria. Seja meu, era o que queria dizer. Seja meu como nunca foi
de alguém, era o que meu coração gritava. Finalmente, era hora de dar
espaço e ouvidos para o que ensurdecia minha alma – eu amava meu
melhor amigo, e finalmente, lutaria pelo seu coração.
CAPÍTULO 04
A futura e a velha eu
Madu
Ele me conhecia o bastante para saber que não o faria, contudo, apenas
aceitou minha decisão. Muitas vezes era o seu jeito de entender o meu
lado nada descomplicado das coisas. Gostava da solidão, da minha
própria companhia. Ele era da mesma forma, talvez fora um dos motivos
e feriados juntos por conta daquilo. Sua família era como uma extensão
como o principal presente, algo que seus pais inventaram desde quando
que disse adeus aos meus pais, encarando a madeira fechada em um luto
primeiros amores.
da janela que não mostrava nada além de uma chuva fraca. Eram em
olho. Nunca fomos o tipo de amigos que fazem tudo juntos, mas éramos
do tipo que compartilha cada momento vivido. O que me doía era ter que
esconder dele o que realmente sentia. Era como trair a mim mesma, e a
nossa amizade. Uma batida e a porta fora aberta em seguida. Não precisei
falhava.
vontade consigo que me fez questionar qual foi o exato momento que
parei de me sentir de tal forma perto dele. Usava apenas uma regata e
coração.
mais do que necessários. Minha coluna que antes apenas doía, agradeceu
que me destinava era como a prova de que realmente não o via mais
aquela parte de mim que por muito tempo acreditei ser a curiosidade pelo
seu toque além de algo fraternal... Mas não era apenas curiosidade.
guardava no peito.
— Acho que é o mesmo que eu perguntar sobre como gerir uma
encarar o que não via sobre mim, era estar em seu próprio ambiente. Ali,
no meu lar, ele com certeza não me via além. Agora, invadindo o que era
o seu, com toda certeza, poderia mudar tudo de figura. Poderia ser um
plano besta, e no fim, apenas admitiria que queria uma chance, contudo,
provocando-me.
esse esforço por você. — Sorri de forma debochada, e ele pareceu pensar
sobre algo, parecendo desagradável. — O que foi?
— Nada, eu só...
— Fala logo! — cortei-o, pois sabia quando ele tentava fugir de
algum assunto.
te levar para fazenda sem praticamente lhe obrigar é por conta de estar
apaixonado.
mesmo movimento.
tal gesto. Guardar mágoas dele era algo praticamente impossível. Mesmo
preparar para nós, me fazia lembrar que fora naquela noite que me
descobri realmente apaixonada por ele. Não era só a falta. Era a dor
daquela noite.
querendo mais?
— Por que não falamos com seus pais amanhã e daí vamos para a
tentar me dissecar.
algo na sala até o sono vir? — indagou, e acabei assentindo, sem saber
como olhá-lo, não com toda a intensidade que me encontrava
mergulhada.
Madu
minha direção. Seu sorriso e olhar brilhante fora a primeira coisa que
pude notar. Assim que ele saiu da água e veio até mim, não neguei o
toque de seu corpo molhado. Por mais fria que a água estivesse, sabia
lado, e riu ainda mais alto, quando lhe olhei feio. — Será que estou
atrapalhando o casalzinho aí? — insistiu na provocação, cruzando os
braços.
não pretendia dormir mais. — Que horas são? — perguntei, notando que
nenhum raio de sol entrava pela janela.
Dark. A única coisa que entendia menos do que aquela série, era como
camisa social branca em seu corpo, a qual não saíra de casa para nosso
dia da solteirice.
contar tudo!
Madu. Sabe que só vou estar com um cara quando ele atravessar a porta
tempo.
Calei-me e ela se virou, sabendo que não teria nenhuma resposta
fundo, sabendo que fazia um bom tempo que apenas me contentava com
términos, e sequer sabia o que era sentir aquilo por alguém. Entretanto,
via-me em uma situação relutante, por ainda não poder chamar o homem
Porque não consigo fingir que está tudo bem, quando não está
Mendonça. Meu humor era variável, mas nunca Marília e Taylor fizeram
ser tão transparente para com ele. — Mas sei que não vou tirar nada, e
dormindo tanto.
— Como se fosse um velho aos trinta. — comentei, revirando os
olhos. — Aliás, não vai mesmo fazer a festa dos trinta e um?
amplamente.
que espalhamos no tapete, e me deitei ao lado. Ele era meu porto seguro,
e evitá-lo não me faria sentir menos. Pelo contrário, matava-me por
dentro.
— Pensa pelo lado positivo, aos cinco anos não podíamos dormir o
quanto queríamos.
semicerrados.
venço.
não fazia ideai do que pediria, mas com certeza, estaria dentro do plano
“Conquistar meu melhor amigo” que acabara de colocar em prática. O
mais.
CAPÍTULO 06
Madu
— Chegamos!
os deuses! Samuel não tinha ideia do que causava ao fazer algo do tipo?
carona.
saberia dizer como, mas Samuel já estava ao meu lado, e virou meu
escoro quando acabei não conseguindo alcançar a porta de forma correta.
que sempre amei, contudo, fora como se tudo parasse. O tempo parasse
sabia que chegaria aos seus lábios. Talvez fosse a hora certa. Talvez
Quando subi a mão que estava em seu peito para o ombro, uma
reconhecê-lo.
Abri a boca uma ou duas vezes, sem conseguir crer que o mesmo
Trabalho aqui faz cerca de cinco meses. Encontrei o que realmente amo –
a vida no campo.
verdade em seu olhar, e ele claramente não tinha nada para dizer.
é ciumento o bastante para não querer que tente tomar seu lugar. —
Pisquei um olho para Júlio, que assentiu sorrindo.
— Sim, patrão.
seguinte.
por aquilo.
algo que me desse um caminho para seguir. — Tudo isso por Clara? —
— Acho que pensei ser uma boa ideia fingirmos que somos
namorados, assim...
apenas estivesse com ciúme de mim, e ainda mais, que não fosse apenas
seus.
— Madu, espera...
Deixei sua voz para trás, e apenas subi as escadas rapidamente.
lo. Para Samuel, eu era apenas um sopro de paz naquele lugar, talvez uma
dera aos quinze anos. Nunca conseguira tirá-la dali, acho que era a forma
de ter um motivo para sempre voltar aquele lugar. A questão era que
sempre voltava. Mas era por ele.
direção e apenas fiquei ali, tentando fingir que ele não existia. O que era
impossível.
Minhas mãos caídas ao lado do corpo subiram por seu peito, e foi
quando subi para seu pescoço. Samuel piscou algumas vezes, encarando
com atenção meus movimentos, mas não me parou – o que foi um erro.
Fiz um leve carinho no mesmo, tendo seu olhar por completo e... abracei-
o. Desistindo no último segundo do que realmente queria. Seu corpo
relaxou sobre o meu, e não saberia dizer qual sinal ele me entregava. No
fundo, sabia que estava pirando por completo – só podia estar vendo
No calendário passear
Vem cá.”[12]
Madu
não me regrasse. Suspirei fundo e passei uma mão nos olhos. De relance,
vi minhas duas malas, uma grande e outra de mão, assim como minha
basicamente vestida de forma leve para o calor que fazia no dia. Uma
mom jeans e uma camiseta na cor preta, em um all star vermelho de cano
médio nos pés. Era o tipo de roupa mais casual que curtia. Peguei meu
Tinha que admitir que existia uma parte de mim que torcia para conhecê-
la e entender porque tanto mexera com meu melhor amigo, e outra, que
simplesmente adoraria o fato de que ela não aparecesse por ali tão cedo.
celular, para em seguida, abrir a porta da frente. Assim que pisei do lado
— Olha só você.
preparada para como o veria. Nem mesmo já tendo tal visão por todos
chapéu de peão.
palavras sobre mim. Não costumava ser uma pessoa insegura, porém,
— Eu queria muito...
Por mais que ele tivesse vinte e sete anos, sempre o veria como um
Forcei um sorriso, tentando ficar feliz por ele. A questão era que
quanto mais feliz ficava por ele, mais poderia imaginar Samuel mal por
azuis, sardas espalhadas pelo rosto branco quase pálido. Ela parecia tão à
vontade em si, que poderia deixar claro como arrematou dois corações de
segura uma mulher segura. Senti falta de mim mesma naquele momento.
Samuel.
sangrava. Ela parecia perfeita para aquele lugar, para ele. Eu, entretanto,
gostar dela. Ela sorriu levemente, e deu um passo à frente, parecendo não
no nosso quarto e... Nossa, nem acredito que estou te conhecendo. Aliás,
sou Clara! — pareceu perceber sua gafe e assenti, como se para não a
— Fico muito feliz por gostar dos meus livros. — Fui sincera, e
notei o rubor em seu rosto. Ela parecia querer correr dali, ao mesmo
pisquei um olho e sorri. — Que tal irmos ver isso agora? — perguntei e
lá!
Assim que dei um passo para sair, senti a mão de Samuel sobre
captar o que eu dizia. — Pensei que fosse algo da sua cabeça, mas...
arroubo. Nunca imaginei que me sentiria mal por ele me tocar. — Não
vou fingir nada porque se sente mal por estar perto dela. — Pontuei, e me
você assim.
beijar. — Fui honesta, e ele abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu.
— Acho que está confundindo as coisas.
parecia louco para tirar Clara da cabeça. Ser usada pelo meu melhor
amigo não era uma opção. Eu o queria para mim. Não por ela ou por
cara com uma Clara sorridente, e todos os livros físicos que lancei sobre
o sofá, que eram cerca de sete. Ela falava alegremente para Paulo sobre
Madu
minha saudade de Paulo. Pode perceber que os dois eram lindos juntos, o
sentimentos.
para acalmá-la.
mais fácil se ela fosse uma pessoa intragável, não é? Porém, se ela o
fosse, sabia que nenhum dos dois homens teriam caído por ela.
saberia dizer pelo quê. Ao mesmo tempo que sabia que se ele tentasse,
aceitaria o beijo. Esperava há muito tempo por aquilo. Contudo, por que
assenti.
disse aos meninos e acho que nenhum deles leu, mas... Curiosidade de fã.
Se for me apaixonar por um cara um dia, com certeza teria que ser
parecido com ele. Não consigo me ver com alguém que não me trate
mocinhos. — Sorri, por perceber que ela realmente parecia gostar do que
rapidamente.
concordei, sem ter porque fugir. Ela era uma boa pessoa e estava feliz por
levantar. — Obrigada.
— Até.
sinal de vida. Abri minhas redes sociais pela primeira vez no dia e rolei a
tela do instagram, buscando algo que o tirasse da minha cabeça. Todavia,
o dia em casa com sua família. Na realidade, o que mais rondara minha
evitar estar ali. Seria por Clara? Seria por mim? Por que diabos tudo
pareceu tão difícil apenas com uma simples conversa? Talvez fora por
aquilo que resguardei tão bem todos meus sentimentos. Porque no final
era tudo muito delicado, e eu não sabia como lidar. Nunca soube. Não era
lua banhava a terra, como se pudesse tocá-la, e sabia que era o efeito
ainda comendo. Decidir estar ali era bom o bastante para me fazer
praticamente tudo escuro, a não ser por uma iluminação do celeiro. Fraco
corpo todo tremer, ao mesmo tempo que me obriguei a fazer algo. Se não
fosse para ser, não seria. Se não fosse para ser, por que me sentiria de tal
forma? Talvez tivesse algum propósito. Nem que fosse para aprender
e entrei na água. Samuel ainda nadava, mas vi-o parar assim que ouviu o
— A gente se conhece a vida inteira, Madu. Não consigo fingir nada para
você.
O que?
— Por isso pareceu tão atraída por mim mais cedo, não é? Deve
estar confusa por se sentir apaixonada e...
água. — Agora entendo porque Clara se apaixonou por Paulo, e não por
você.
meus nervos à flor da pele, e nem mesmo conseguia pensar uma vez
antes de falar.
inicial, mas meu corpo aprovou-o de imediato. Pensei que após toda a
nossa própria confusão, ele não me aceitaria. Ledo engano. Senti sua mão
Tati Bernardi
CAPÍTULO 09
Delicado.”[14]
Madu
mim, e forcei um sorriso. — Acho que vim aqui mais para mostrar a você
que sou eu quem está aqui, sempre estive... Que talvez possa me enxergar
além da amizade. Nunca soube pedir nada a ninguém, nem mesmo sei
fazer isso.
viagem de carro.
confuso com tudo ao redor. Mas te beijar me fez ter certeza do que sou e
do que quero.
em meu rosto.
— Te beijar de novo.
a seu corpo como se dependesse do mesmo para viver. Não sabia o que
Samuel
— Ei! — os olhos castanhos claros pareciam me analisar, e como
sempre, eu era um livro aberto para ela. Nunca fora diferente. A questão
era que nunca tinha a olhado daquela maneira. Não abertamente. Sorri,
se inibiu de nada. A questão era que nunca me vi tão atraído por alguém
vida de cabeça para baixo, tive a certeza que fora apenas uma leve chuva,
antes do temporal que Madu trazia consigo. O beijo ainda parecia vivo
em meus lábios e suspirei fundo assim que alcancei o violão que trouxe
que notei sobre nós. Com medo de que estivesse enlouquecendo sozinho.
beijá-la e sentir seu gosto. Não saberia dizer como aquilo fora
desencadeado dentro de mim, mas saber que eu era o homem que ela
comigo, fazia-me sentir culpado por não parecer mais o mesmo à sua
ter quebrado seu coração. Na realidade, ainda tinha tantas dúvidas sobre
como ela se sentia, que por um segundo, apenas quis ter minha melhor
uma para o seu repertório, que não sertanejo. — Piscou um olho e sorri
de sua provocação.
“Me assusta
O nosso beijo ser melhor agora
Só me ajuda
E me assusta
Me assusta
E me assusta
Fazia tempo que não tínhamos um momento juntos sem que a vida real
nos chamasse. Compartilhar momentos com ela sempre foi o ponto alto
do meu dia.
“E te assusta
E se culpa
E te assusta
E me assusta
E te assusta
E te assusta
Me assusta
Te assusta
E te assusta”[15]
— Não me olha assim. — falou, assim que parou de tocar,
Toquei seu rosto com carinho e tentei não sentir à vontade de unir
nossos lábios, mas parecia algo improvável. Eu queria seu gosto no meu
mais uma vez. Porém, me contive, sem querer confundi-la sobre algo ou
me confundir ainda mais. Madu merecia alguém inteiro e sem dúvida de
nada. Puxei-a para mim e passei um braço sobre seu ombro. Ela nos
empurrou para trás, e ali nos deitamos, em meio as roupas, e o céu
gente só ficar aqui e esquecer um pouco que foi uma noite de revelações?
— perguntou de forma confiante, mas eu sabia que estava nervosa.
Ela escorou a cabeça sobre meu peito e ficamos ali. Estar com Madu me
remetia à paz, e tê-la ali, apenas me mostrava que no fim das contas, as
coisas eram como tinham que ser. E pela primeira vez em meses, não
pensei em nada além daquele momento. Madu era minha paz perdida.
Apenas temia que pudesse, de alguma forma, quebrar seu coração. Ou o
meu.
CAPÍTULO 10
Madu
com aquilo. A questão era que eu me sentia sufocada por guardar o que
medo de perder sem ao menos ter lutado. Ele me atraía de uma forma
assustadora, e que me aterrorizava pois ele poderia nunca sentir o mesmo
a respeito de mim. Queria apenas deixar acontecer, como pedi a ele. Mas
como boa romântica que era, quanto tempo poderia ficar naquela até ter
respeito.
Feliz pelas coisas não parecerem estranhas o suficiente para nos
afastar. Triste porque não sabia como conquistar alguém. Nunca precisei,
da cama. Peguei o celular e sorri ao ver que era uma chamada de vídeo
Apenas de lembrar dos nossos beijos, sabia que não tinha como estar
ao notar que tinha uma caneca, com certeza com café, em suas mãos.
com Samuel?
por ter sido esperta e não ficado dentro da casa. Parei do lado de uma
consciência disso.
— Pontuei.
mais novos, obrigar ele a sair com várias pessoas e nunca funcionou.
amor, Madu! Guardou isso no peito por muito tempo e sei muito bem que
— O que?
simplesmente desligou.
Não me virei para a voz, mas sabia que ele permanecia ali. Como
me em mim mesma.
Na realidade, tinha medo de como ele me fazia sentir. Tinha medo
forma eu mexia com ele. A ponto de perder seu tão regrado horário.
Samuel não era o tipo de pessoa que usava despertador, já que acordava
Será que poderia admitir que meu coração, mais uma vez, batia a
um ato simples, que ele sempre fizera. Minha mente parecia a mil e
parceria.
uma noite.
— Se eu não conhecesse vocês, juraria que são um casal também.
— Paulo comentou despreocupado e apenas assenti, tentando me afastar
de Samuel.
para responder.
— Ok.
antes de entrar. Aquele tipo de sorriso que deixa uma margem gigantesca
para imaginação.
máximo, com uma música que me deixava ainda mais solta – Good As
Hell[17].
“Ei, garota, tô cansada dessa baboseira
mesmos produtos que deixei da última vez que viera para a fazenda.
Deixei a playlist me embalar enquanto tomava um belo banho. Cantar me
Samuel
O que me atormentava ali, não era ela ter se apaixonado, mas sim,
o fato de ela ter admitido. O quão corajosa ela era por aquilo? Abaixei a
sobre o que passou. O passado era apenas passado, certo? Porém, desde
o momento em que seus lábios tocaram os meus, soube que não tinha
mão, e o que tentei decorar para impressioná-la. Eu não era bom com
faculdade.
A primeira lembrança que tive foi de ser recepcionado não por
ela, mas por um cara. O que mais tarde viera a saber que era seu mais
novo namorado e que ela estava completamente envolvida. Não sei como
criei uma desculpa qualquer, mas o fiz, para as flores. Todo o meu
cento do que um dia senti. E que quem sabe, ainda sentia. Contudo, por
entender tal coisa? Como ela poderia simplesmente aceitar que não a
bastante para saber que não aceitaria nada facilmente ou sem as mínimas
explicações.
O que não era do meu feitio, não com ela. Por isso sabia que ouvi-la
concordar com Larissa que existia um homem certo que atravessara a
ciumento. Era mais preferível amar Clara, do que voltar a amar Madu.
Contudo, não era uma escolha. Meu coração nunca me deu tal
possibilidade.
falava de mim, e agora sabia, guardara o que sentia por cinco anos. Por
tempo, que torcia para o presente ser tão perfeito, para termos a chance
do futuro.
— Ei caríssimo!
uma blusa cigana e solta, só que mais curta, deixando sua barriga
desviar meus olhos dos seus, porém, parei justamente na parte exposta do
porque no fundo, ela não era culpada pelo fato de eu sempre ter sido
novamente.
E você olha pra mim, dizendo: Não faz assim, que fica foda de ir embora
nada. Ela sempre tinha um significado para o que fazia. E era uma parte
Eu tinha completa noção daquilo. Ela que não tinha ideia do que
todo meu corpo sentir como se uma descarga elétrica o encontrasse. Será
que ela não tinha noção do que fazia?
“Longe da minha cama, sei que sente falta e pensa no fim de semana
Ela subiu a mão que estava em meu peito até meu rosto, e seu
levemente. Ela sabia, tanto quanto eu, que se permanecesse por mais um
segundo ali, não existia chance de não irmos diretamente para cama.
Mas Madu era imprevisível, e sabia bem daquilo.
Madu
quente. Do tipo que consegue te virar do avesso apenas com o olhar mau.
Ele tinha aquele olhar. A diferença era que nunca o tivera tão preso ao
aparecer.
com o corpo perfeito e pronto para mim. Foco, Madu! — Mas ela
conheceu alguém que mudou a ideia sobre isso. Ao menos, que não se
símbolo, para eles. Cada um pode decidir o seu. — Pisquei um olho para
tenho, acredito que sim. Ainda assim, tem coisas que não dependem só
de mim.
— Respira!
recompunha.
sobre Samuel, que ainda permanecia com uma das mãos em minhas
costas, e não estava nem um pouco longe. — Olha só para eles! Quem
não vê um casal?
Como sempre, a parte insegura de meu ser apontava que ele não
Clara. Porém, não tinha sentido se tornar uma paranoia. Passei a vida
questão era que meu sonho se tornara real em seu quarto, minutos atrás.
vez, de forma sarcástica, e acabei sorrindo. Era um dos seus lados mais
desejando?
Eu não tinha ideia de quem eram os últimos, mas ela teve toda
minha atenção.
que esperava.
despreocupado.
— Então, não vai se incomodar se eu souber? — perguntei, e
para mim, que sua mente não estava ali. Estaria preso ao mesmo
por ele.
falou sorrindo. — Essa semana tem uma feira na cidade, e devia ir com a
a conversa.
— E essa é Clara...
não parecia mais tão incomodado. Talvez eu tivesse virado a mente dele,
ou a nossa noite o fizera. A questão era que valia a pena lutar. Por ele,
sempre valeria.
Tirei a mão de sua coxa, e ele me encarou, com um recado
silencioso no olhar. Samuel não era mais apenas o meu melhor amigo,
nem mesmo o homem que povoava meus sonhos mais quentes. Ele se
portava como o dono da situação, e aquilo me deixava ainda mais
intrigada a respeito. Ele me atraía e puxava para perto com o olhar. Se ele
me tocasse da mesma forma que antes, mais uma vez, eu cederia. Sem
arrependimentos algum.
CAPÍTULO 13
Madu
armário que permanecia sem porta alguma. Fora a mesma que destruímos
desnecessária.
repente...
não ser que, a vida para ele era difícil demais sem ela. Era um jeito
bonito de se pensar, e de se lembrar de ambos.
que mais doía. Internamente, sempre fiz de cada momento algo nosso,
não apenas meu. Pois mesmo tendo-os perdido, sentia que viviam em
peito. — Sempre foi mais forte do que realmente pensa. Então, eu penso
Samuel escolheu o campo, a fazenda, e estar ali. Ele vivera com os avós a
maior parte de sua fase adulta, e sabia que o laço entre eles se tornara
ainda mais forte. A dor da perda é única para quem sente. Não poderia
afirmar que ele sentira mais do que todos. Contudo, sabia que nunca o
por lá. Ainda éramos crianças, e ele o fez para me ajudar a voltar. Para
que eu pudesse ver algum sentido na vida, novamente. E ele o fez.
Sempre seria grata por aquilo. Porque foi por ele que voltei a querer
razão. — Passou as mãos levemente por meus cabelos. — Ter você aqui
— Que tal esse ser o seu presente caso perca nossa aposta? —
amava. Era nos detalhes que descobri aquele amor, e eram exatamente
louças e lavá-las.
sorrindo de lado.
torneira e tentando não pirar. — Mas quando vi que tinha outra pessoa,
eu não pensei mais, só agi. Precisava que soubesse que lutei por amor.
Parei, vendo que estava gastando água à toa e não lavando nada.
era evidente.
— Sei que deve ser difícil a ver com seu irmão, mas... Está na
cara que eles se amam. E pelo que vi, ela não te olha com nenhuma
nem pelo o que sinto. Vim aqui dizendo que era para te proteger, mas na
verdade, foi por mim. Para me proteger de te perder. O que encontrei foi
mais evidente. — Tentei, com rosas e uma fala decorada na mente. Era
um dia de chuva e eu nunca senti tanto medo na vida. — Confessou e
meu amigo, mas compreendi que era pelo fato de estar nervoso para pedir
uma pessoa especial em namoro. Alguém que nunca conheci e fiquei
atormentando-o por mais de um ano para saber. Alguém que ele nunca
falou abertamente.
Não tinha ideia de que fora o apelido que criara para mim mesma. —
Você...
você estava sendo. Então escondi o que realmente sentia. — falou e notei
o olhar castanho constrangido. — Sempre fiquei perto de contar, mas
nunca me senti confiante. Amar você, Madu, sempre foi fácil. Mas te
amar como homem, me fez feliz e inseguro. Sinto muito pela parte do
medo ter ganhado.
quando me beijou, simplesmente não pude mais guardar. Pensei que com
o tempo ia esquecer e que tudo ia ficar bem. Acho que por isso tentei
Samuel
Nunca pensei que realmente lhe diria como me sentia. Como me sinto.
A forma como ela me olhou quando cheguei a balada. A forma
para si. Tudo pareceu mudar quando coloquei os pés à sua frente
rosto, sem realmente me encarar. — Você não pode parar de amar alguém
Sentia-me pronto para o que fosse, mas não para que sua mente
ainda permanecesse na ideia de que existia outra pessoa. Na realidade,
Manu. Se não o tivesse feito, com certeza, as coisas não estariam naquele
fora minha confissão que a fizera lutar por mim. Onde diabos estaríamos
Nunca tive que me declarar para ninguém na vida, Madu. Não sei como
fazer e confesso que estou morrendo de medo. Mas não vou te perder de
dela.
relutante. — Isso...
há mais de uma década assim. Acho que tenho mais experiência pra dizer
que isso não vai passar. — Fui sincero e a encarei profundamente. —
Quase passou todos os dias, mas de verdade... Não passa. E aqui estamos.
que tomei como resposta. — Então você não me ama, ou ao menos, não
de cabeça baixa.
Jamais brincaria com seus sentimentos. Nunca fiz isso e nunca vou fazer.
exausto por aquela discussão sem fim. Ao menos, longe do fim com a
mulher que amava nos braços. — Você disse para deixarmos acontecer e
concordei com isso. Só estou te contando tudo, porque quero deixar claro
que meu coração não está em jogo. Ele sempre teve uma única dona.
Você.
nada para a porta. Deveria ser meu irmão ou qualquer outra pessoa.
Madu não era de bater. Fui até a porta e assim que abri, a surpresa me
fazer. Assim que abri a boca para dizer algo, senti meu corpo ser
meu.
Madu
adeus aquela fantasia. Pois não o era. Era o corpo sexy e feito para pecar,
minhas mãos e boca. Nossos olhos não se afastaram, e sabia que ambos
era o frenesi que tanto escutava, cantava, lia e escrevia sobre. Não sabia
dizer onde meu corpo começava e terminava, muito menos o dele. Era
uma conexão que parecia estar esperando, sem ter noção de que
realmente existia.
assim como por seu tronco. O gemido de prazer que soltei foi alto, e fora
de encontro ao seu.
— Porra! — soltei, assim que fui puxada para cima, com ele
junto a boca que parecia ter sido feita justamente para tomar a minha. O
aquele momento.
encontrar o seu.
Samuel
imaginei tal cena. A diferença era ser melhor do que qualquer sonho.
personalidade, contudo, sempre fora diferente com Madu. Ali, nus sobre
tinha algo que poderia ser, era sincero. Vi e senti seu riso em meu peito, e
— Não seria tão criativo. — Piscou um olho, e tive que rir. Era
por aquilo e muito mais, que ela se tornava a minha pessoa favorita no
mundo. Madu me desconcertava, ao mesmo tempo que me colocava no
eixo novamente.
dando-lhe um leve beijo. Não queria perder aquele sabor nunca mais.
Assim que nos afastamos, poucos centímetros, não consegui fugir do seu
rosto, de forma que, não queria. — Pensei que seria estranho confessar
isso, mas... Caralho, eu te amo mais do que um dia imaginei poder amar
alguém.
meu rosto com carinho e pareceu demarcar com os dedos cada canto de
minha barba.
vezes olhos, o cabelo, o cheiro, a cor, o jeito de ser... Sempre variei entre
uma lágrima desceu por seu rosto, deixando claro que estava
emocionada. — Ei...
— Eu tinha tanto medo de te perder, tanto...
— Madu...
minha boca.
outro.
CAPÍTULO 16
Madu
mudo. Olhei-o pelo ombro, e senti minha bochecha queimar, assim que
notei o olhar que mantinha. Não era apenas o fato de estar praticamente
mão.
Ele não se fez de rogado e veio, estendendo-me as dele. Puxei-o,
e sorri por não estar nem um pouco incomodado com sua nudez. Não por
ser como os outros homens que passaram por minha cama, mas por
intacta. O que antes não incluía nossos corpos nus a frente um do outro,
agora o fazia, e parecia que nossa conexão apenas tomava uma nova
forma, ao mesmo tempo que, permanecia o que sempre prezamos – nosso
mundo particular.
Samuel poderia ser imediatista para muitas coisas. Não que ele fosse me
coisas, contudo, sabia que já tínhamos muito mais do que poderia desejar.
escrevendo. Mais uma vez, eu escrevia sobre ele. Daquela vez, tendo em
mente o quanto ser amado por quem se ama era diferente. — E tudo
cabeça baixa, é para mim que ele está vindo... Então chame do que
quiser, sim, chame do que quiser chamar.”
alma se encontraram.
Ele beijou minha boca mais uma vez, e em seguida minha testa.
Sorri, ao vê-lo sair pela porta, carregando consigo uma muda de roupas e
com uma toalha amarrada na cintura. Assim que a porta se fechou, contei
tendo uma crise de riso, ao mesmo tempo que balançava minhas pernas e
— Sabe que foi por essas pequenas coisas únicas sobre você que
O que antes fora renegado sem ao menos ser solicitado. Agora era
Amado.”[28]
Madu
longo gole. Encarei o lado de fora pela janela e o sol já se punha, como
escrevendo. Era aquilo ou surtar por pensar em mais sobre tudo o que
tal coisa.
quem sabe, sair em busca de Samuel pela fazenda. Sabia que ele era
poderia ser demais. Era boa em desarmá-lo, e tentaria fazer com que
mundo, eu não teria tanta certeza do amor. Mas com Samuel, até mesmo
com minhas inseguranças a mil, sabia que tinha minha total confiança.
Fingir sentimentos não era o seu jeito de ser, nunca fora. Muito menos
para comigo.
Samuel nos últimos anos era um reflexo do que ele deve ter enfrentado
quando não me viu corresponder seus sentimentos no passado. Passei a
outras duas.
por meu corpo e era como se o rastro de beijos e toques que ele deixara
por ali, fossem seguidos mais uma vez, com o adicional das marcas
de alguém quando se faz amor, e não apenas sexo. Era tudo tão intenso
que parecia te marcar e não te faz querer fugir. Talvez fosse o fato de
aquela intimidade com Samuel não ser recente, ao mesmo tempo que, o
a abrir o box, tendo a visão de uma parte do quarto, pela porta que
deixara entreaberta. Poderia parecer um pedido silencioso de que ele
Ele ficou nu a minha frente, e fez com que todo meu corpo se
arrepiasse com sua presença. Suspirei fundo, sem medo algum de ser
mais.
simplesmente percebeu que minha boca suja não ficava fora da cama,
dei espaço para que a água morna caísse sobre seu corpo. Encostei-me na
ele me entregava.
tipo de atração.
Dei de ombros, e fiquei na ponta dos pés para puxar seu lábio
azulejos.
uma vez do jeito que me desarmava e atraía por completo. — Tudo mais
do que certo.
mãos longe de seu corpo. Toquei levemente seu pescoço e o puxei para
algumas horas?
um recomeço.
— Vamos fazer dar certo. — Não foi uma pergunta, mas acabei
assentindo. Ele era uma pessoa decidida e que sempre dava tudo o que
podia pelo que amava. Admirava-o por aquilo, e ali, soube que nem
— Qual? — indaguei.
— Não ter que fingir nada. — Baixou levemente os ombros,
assim que me indicou com a cabeça o chuveiro.
intensamente que poderia jurar ser um sonho. Todo aquele dia. Todos
aqueles momentos. Na realidade, todos aqueles dias. Talvez o eram?
minha frente.
fingimos nada.
que nos conhecemos muito bem, sempre existem coisas para descobrir.
— Quero cada uma delas.
momentos que tive com outras pessoas, era que eu gostava da sensação.
A sensação de não querer que acabe. De não querer temer o fim de algo
“Porque meu amor é perfeito como um sonho, andando com a cabeça baixa, é para mim
que ele está vindo... Então chame do que quiser, sim, chame do que quiser chamar.”[30]
Samuel
meu quarto, como uma cena recorrente entre nós. A diferença era que ela
se encontrava nua, apenas envolta pelo lençol que colocara ao seu redor
há poucos minutos. Sorri, sem conseguir me conter diante de tamanha
Tinha conhecido o amor tão cedo e ali estava ele, a minha frente e
ao alcance de minhas mãos. Saí pé por pé do quarto, e fechei a porta com
cuidado. Desci as escadas e fui até o meu escritório, onde tinha uma
que fosse. Por ela, aprendera a ler alguns clássicos e sempre tentar ler
mais.
Não sabia ao certo porque ela nunca insistira para que eu lesse
seus livros, porém, após sua confissão, passei a entender. Já tinha lido
algumas partes, era verdade, mas nunca foquei nas características dos
Fiquei imerso na forma como sua escrita me atraía para si, contando cada
vez mais profundamente sobre os sentimentos. A questão era que
consegui me colocar perfeitamente no lugar do personagem principal, e
daria o mundo pelo o amor que a protagonista sentia por ele. No caso,
assustadora. Por mais que não fosse a nossa história, sentia-a me tocar
por dentro.
indecifrável.
roupão preto, como se fosse uma cena comum entre nós. O era, se não
fosse pelo fato de poder puxá-la para mim e sentir o gosto de seus lábios.
O fiz, sem pensar duas vezes, assim que ficou ao meu alcance.
para meu colo. Ela veio de bom grado e com um sorriso aberto no rosto,
surpresa.
— Por que?
rosto. — O jeito como Nora ama Luan, e a forma como eles parecem
correr um do outro sem perceber.
sem pudores e tocou minha barba por fazer. — Nora e sua paixão
guardada a sete chaves, mas que em algum momento teve que sair.
no mesmo instante.
— Acho que criei uma realidade alternativa para nós. Nos livros,
Cuidado que eu posso pedir o que quiser se ganhar, e pode ter certeza que
— Palavras, caríssimo.
palavras.
por trás daquele ar despretensioso, ela sabia bem o que pediria. — Acho
— Casa comigo?
Arregalei os olhos, mais uma vez sendo pego de surpresa por ela.
Sabia que Madu era uma pessoa decidida, assim como eu. Ela
poderia agir de repente, mas tinha certeza do que queria. E daquela vez,
Porque dentre nós, ela parecia conseguir ver tudo tão mais claro.
sempre.
— Sim.
EPÍLOGO
Anos depois...
quase nunca se falava da dor de cabeça que cada detalhe para o grande
Ela queria pôr fim aquela ideia de reunirem quem amavam pare
capital.
Foi fácil te amar desde o começo. Antes mesmo de a gente se ver. Nossos
clichês. Mas o nosso clichê é o mais bonito que poderia imaginar ter.
tamanho amor. Viver isso, todo dia, com você... Tem sido o melhor
parecia maior do que eu. Até mesmo quando o drama se torna parte mim.
Até mesmo quando nada em mim faz sentido, mas você parece entender.
Você entende. Você respeita. Eu te amo por me aceitar assim, e por poder
ter o melhor e pior de você todos os dias. Sou feita de letras, em livros e
músicas, mas também, sou feita de você. Essa é uma das minhas partes
conseguia se conter. Madu sentiu uma leve lufada de ar, como um toque
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SINOPSE
Maria Beatriz, sempre teve Inácio. O herdeiro da fazenda que fica ao lado das antigas terras de
sua família, tornou-se um homem bruto e fechado, que quando aparece na sua frente, ela já sabe
que só pode ser problema ou alguma proposta indecorosa. Maldito peão velho!
Inácio Torres é um homem de poucas palavras, mas que vê em uma mulher tagarela, a
oportunidade perfeita. Mabi precisa de dinheiro, ele o tem. Ele precisa de um casamento falso, e
ela é a escolha perfeita. Porém, a única coisa que recebe de Mabi, como sempre, é uma negativa.
No meio das voltas que a vida dá, uma noite de prazer os marca. E a consequência será
muito maior que o arrependimento: UMA GRAVIDEZ INESPERADA.
CEO INESPERADO – meu ex melhor amigo
SINOPSE
Se nem tudo que reluz é ouro, Júlio é apenas a melhor imitação de pedra preciosa em
O seu ex-melhor amigo, a abandonou e quebrou seu coração quando eram adolescentes.
Bárbara Ferraz jurou a si mesma que nunca mais o deixaria ficar perto. Maldito CEO
engomadinho!
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex-melhor amiga o odeia e ele,
muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si. Maldita sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a sua melhor amiga de
reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre grávida do seu ex-melhor amigo?
O BEBÊ INESPERADO DO COWBOY
SINOPSE
Se existe amor à primeira vista, Abigail Alencar e Bruno Torres compartilham o
completo oposto. Abi o detestou desde o primeiro momento, e com o passar dos anos, o
sentimento permaneceu. Bruno é o típico cowboy cafajeste, arrogante e popular, de quem ela não
suporta a presença um segundo.
A cidade pequena sabe de seu desgosto e desinteresse no mais novo dos Torres, porém, ele
sempre pareceu ficar ainda mais animado em confrontá-la. Se existe algo sobre Bruno que ela
conhece bem, é que ele não foge de um desafio.
Assim, quando Abi o encontra como babá da sua filha de apenas um ano, ela só consegue
pensar que ele quer algo. Bruno jura que está ali apenas para tirá-la do sério, como sempre, mas
Existe uma linha tênue entre o amor e o ódio... eles estarão dispostos a cruzá-la?
FELIZ NATAL, TORRES
SINOPSE
O Natal parou de ser uma data festiva, e tornou-se dolorosa, assim que Maria Beatriz
perdeu os pais. No entanto, nesse ano, tudo mudou e ela vai lutar para que essa data seja
ressignificada. Que ela possa sorrir, o tanto quanto, um dia fez, no passado. Assim, ela precisa que
tudo saia PERFEITO.
Uma árvore de Natal destruída, enfeites perdidos pela casa, a ceia que não vai chegar a
tempo, um desmaio...
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
Esse é um conto natalino, narrado na visão de Mabi e Inácio (do livro Uma Gravidez
Inesperada), onde você poderá passar essa data tão especial ao lado da Família Torres.
UMA FAMÍLIA INESPERADA PARA O VIÚVO
SINOPSE
Olívia Torres sempre teve em mente que para bom entendedor meia palavra bastava.
Assim, quando se apaixonou perdidamente e descobriu que o homem com o qual se envolveu era
casado, o seu mundo perdeu o chão. Ela apenas foi embora, sem olhar para trás.
Contudo, com Murilo, ela nunca pôde parar de olhar. Ainda mais, quando descobriu que
estava grávida.
Murilo Reis perdeu tudo. Nunca pensou, que em algum momento, poderia voltar a sentir
algo. Entretanto, bastou um olhar para Olívia, para ele compreender que ainda existia uma
chance. Chance essa, que se perdeu por completo, quando ela o deixou.
Anos depois e uma coincidência do destino, Murilo descobre que não apenas as
lembranças daquele amor de verão permaneceram, mas sim, que ele tem uma filha.
SINOPSE
O triste é que aquele velho ditado se tornou real em sua vida: Valéria que amava
Tadeu, que amava Bianca, que amava Murilo, que não amava ninguém. Desde que seus olhos
pousaram em Tadeu Reis, Valéria se apaixonou. Não sabia dizer se era pelo olhar escuro
enigmático, o sorriso que ela queria tirar daqueles lábios cerrados ou o fato de ele ser tão
Porém, Tadeu apenas tinha olhos para outra mulher, e Valéria escondeu aquele sentimento
no fundo de sua alma, tentando matá-lo durante os anos que se passaram. Uma coincidência do
destino, os coloca frente a frente. Ela sabe que ele é errado, mais do que isso, uma grande mentira,
Valéria está grávida do homem que não a ama. E não pretende deixá-lo descobrir.
O CASAMENTO DO CEO POR UM BEBÊ
SINOPSE
se afogar com ele. Igor Reis era um erro, e ela sempre soube.
Ainda assim, não podia evitá-lo para sempre, já que seus círculos
de amizades eram tão próximos. Então, era apenas isso: Igor era um
um bebê a tiracolo, ela não sabe o que de fato está acontecendo. Porém,
nada é tão ruim que não possa piorar, e ele a pede em casamento.
SINOPSE
Os opostos se atraem.
Carolina Reis queria jurar que isso estava errado, mas não pôde
evitar a forma como seu corpo reagiu ao cowboy bruto e grosso que,
Franco Esteves não tinha tempo para perder, muito menos, com
ser no mínimo uma década mais novo, com olhos claros penetrantes e um
SINOPSE
Reis era uma mulher que intimidava a qualquer um, e ele nunca
conseguiu entender uma reação dela. Quando ela estava à sua frente, ele
sabe que tudo o que deve fazer é correr para a direção oposta.
que os une. O que ela e muito menos eles esperavam, era que no único
POR CONTRATO.
[1] 2002 – Anne-Marie
[6] Nothing Breaks Like a Heart – Miley Cyrus feat. Mark Ronson
[7]
[24]
Christina Lauren.