Você está na página 1de 68

E-BOOK

ALFABETIZAÇÃO
ALFABETIZAÇÃO PELO
PELO
MÉTODO
MÉTODO FÔNICO
FÔNICO
Seja bem-vindo!
Obrigado por fazer parte do nosso propósito de levar
conhecimento com qualidade para o maior número de pessoas
possíveis, por confiar e acreditar no nosso trabalho assim
como nós acreditamos e confiamos no seu potencial.
Acreditamos que você pode chegar onde quiser sempre com
mais conhecimento.

Você já é diferente por ter acesso a esse e-book e certificado.

Você poderá ter acesso aos nossos cursos e congressos pelo


nosso site: www.cessetembro.com.br

Quer ser um Aluno Premium?


Faça parte da A Nova Classe: www.anovaclasse.com.br

Vamos fazer história juntos!

@CESSETEMBRO

@ANOVACLASSE
Impressão do Ebook
Hey, você percebeu que nosso ebook possui um design
exclusivo, certo? Por isso, caso queira imprimir, fizemos esse
tutorial para te ensinar como realizar a impressão de forma
econômica.

Clique no ícone da impressora.

Escolha a folha A4 e deixe em preto e branco

Coloque para ter 2 folhas por página

Selecione a escala "Ajustar à área de impressão"

Coloque a opção frente e verso (caso sua impressora


possua essa forma de impressão)

Espere e pronto, seu ebook está em suas mãos.


MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
Abordaremos os diferentes métodos de alfabetização,
com ênfase no método fônico dentro do Curso de
Alfabetização pelo Método Fônico. Faremos uma reflexão
sobre os diversos métodos presentes na educação das
crianças. Veremos a importância e as possibilidades de
trabalhar com o método fônico, na qual consiste no
aprendizado por meio da associação entre fonemas e
grafemas, ou seja, sons e letras.

O processo de alfabetização e letramento demanda muitos


esforços, tanto da criança que está sendo alfabetizada,
quanto para os adultos ao seu redor. É necessária uma
força tarefa integrada entre escola e família para que o
letramento ocorra de forma eficaz. Afinal, esses são os
ambientes mais frequentados pelas crianças nesta fase e
estes adultos são suas referências.

Mas o processo de alfabetização e letramento não é apenas


gravar letras e juntar sílabas. Vai muito além e abrange
uma série de capacidades e habilidades relacionadas à
escrita e leitura
É preciso que a criança saiba interpretar significados e
entender variados contextos através de experiências
promovidas durante o processo de alfabetização e
letramento. Nesta fase é muito comum que os pais e
educadores pesquisem bastante sobre métodos e técnicas
para introduzir a criança no mundo letrado, além de
promover a alfabetização e o letramento. O período em
que uma criança é alfabetizada é um marco que gera
impactos em toda sua vida. Quando falamos de
alfabetização e letramento, estamos falando de um
processo que insere as crianças na sociedade em que
vivem e as torna parte de um grupo.

Ou seja, a habilidade de escrever, ler e interpretar os


códigos linguísticos é muito importante e é essencial para
que os indivíduos exerçam plena cidadania.

Todas as experiências vividas pela criança nesta ñ etapa


são decisivas para a eficácia de seu aprendizado. Por isso,
a alfabetização e letramento da criança precisa acontecer
de forma natural, lúdica e divertida, afinal, as crianças
aprendem muito mais dessa forma. Isso porque a
ludicidade proporciona momentos de aprendizagens que
vão além da sala de aula.
MÉTODOS SINTÉTICOS E NÁLITICOS
Vamos conhecer as formas clássicas de ensinar a língua
escrita e o que as pesquisas afirmam sobre elas, ou seja os
métodos de alfabetização.

Existem 2 conjuntos de métodos de alfabetização e


letramento:

1. Os métodos sintéticos
2. Métodos analíticos

Os métodos sintéticos são aqueles que tem um foco maior


em analisar o sistema de linguístico a partir da escrita. Eles
partem da letra, passam pela sílaba e, por último, exploram
a sonoridade das palavras. Já os métodos analíticos
acreditam que a criança percebe primeiro o contexto, para
depois buscar entender palavras, sílabas e sons. Ou seja,
nestes métodos, a criança deve compreender os
significados no contexto em que está inserida.
MÉTODOS SINTÉTICOS

Vão das partes para o todo, começando com as unidades


sonoras ou gráficas

MÉTODO ALFABÉTICO OU SOLETRAÇÃO


COMO É: É considerado o mais antigo dos métodos. A


proposta
é que o indivíduo aprenda os nomes das letras,
reconheça-as fora da ordem alfabética e, por fim, tente
redescobri-las em palavras ou textos, a partir da soletração.

COMO FUNCIONA: A memorização fora de contexto das


letras e de algumas sílabas afasta o aluno do significado das
palavras. É possível desenvolver o conhecimento
sistemático do alfabeto em textos com sentido e com o uso
de materiais como letras móveis.

VANTAGENS: Reconhecer as letras é etapa fundamental e


inescapável do processo de aquisição da escrita, já que as
relações entre os sinais gráficos e os sons que eles
representam são o princípio básico de qualquer sistema
alfabético.
RISCOS: A memorização fora de contexto das letras e
de algumas sílabas afasta o aluno do significado das
palavras. É possível desenvolver o conhecimento
sistemático do alfabeto em textos com sentido e com o uso
de materiais como letras móveis.

MÉTODO SILÁBICO

COMO É: Considera a sílaba a unidade linguística


fundamental, já que, na prática, só se pode pronunciar a
consoante juntamente com a vogal. Começa-se pelas
sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até
chegar às mais complexas

COMO FUNCIONA: Em geral, o processo se apoia em


cartilhas que apresentam as famílias silábicas, que podem
ser associadas a desenhos ou palavras-chave, cujas sílabas
iniciais são destacadas. Aos poucos, o aluno entra em
contato com pequenos textos.
VANTAGENS: O método enfatiza uma unidade facilmente
identificável com o som, já que, na fala, pronunciamos
sílabas, e não letras ou sons separados. Assim, não é preciso
analisar cada elemento da palavra para decifrá-la.

RISCOS: O foco excessivo em uma unidade sonora, assim


como em outros métodos sintéticos, pode tirar do aluno o
contato com textos reais, dotados de estrutura e função
social, dando lugar a frases sem nexo, como “vovô viu a
uva”.

MÉTODO FÔNICO OU FONÉTICO

COMO É:Desenvolvido na França e na Alemanha, parte da


relação direta entre o fonema e o grafema. Começa sempre
dos sons mais simples para os mais complexos, das vogais
para as consoantes. Por fim, formam-se as sílabas e as
palavras.

COMO FUNCIONA: Há várias maneiras de apresentar os


fonemas, partindo de palavras significativas para os alunos
ou relacionando uma palavra a uma imagem e a um som.

VANTAGENS: Ao aproximar fonemas e grafemas, o método


estabelece relação direta entre a escrita e a fala, outra
característica básica de sistemas alfabéticos, abrindo
caminho para a codificação e a decodificação dos textos.
RISCOS: Na nossa língua, as relações entre letras e sons
variam muito. Uma mesma letra pode representar
diferentes sons e vice-versa. O sistema de escrita é uma
representação complexa, e a abordagem fônica, sozinha,
pode não dar conta dela.

PALAVRAÇÃO

COMO É: A unidade linguística é a palavra que deve ser


reconhecida graficamente sem a necessidade de decompô-
la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. A
proposta é de que se forme um repertório antes de
construir frases e pequenos textos.

COMO FUNCIONA: Apresenta-se um grupo de palavras


que os alunos tentam reconhecer pelas características
gráficas. São propostas atividades de memorização de
palavras, às vezes associadas a imagens, exercícios de
movimento de escrita etc.

VANTAGENS: É um meio-termo entre as práticas


sintéticas e as analíticas, pois permite trabalhar em
unidades menores, sem dissociá-las do significado. O aluno
aprende estratégias de leitura inteligente e associa a leitura
com prazer e informação.
RISCOS: Focar só no reconhecimento gráfico das
palavras pode prejudicar a análise das sílabas, letras e
grafemas, afetando o reconhecimento de palavras novas.
Isso costuma ser amenizado pelo uso de palavras estáveis,
como o nome próprio.

SENTENCIAÇÃO
COMO É: A proposta é partir de uma unidade de
significado mais completa, que é a frase. O estudante deve
reconhecer e compreender o sentido de uma sentença para
só depois analisar as suas partes menores (palavras e
sílabas).

COMO FUNCIONA: A pedagoga argentina Cecilia Braslavsky


ensina que é possível partir da oralidade das crianças, a
partir da qual se extraem orações simples, escritas em faixas
expostas na sala de aula. As frases podem depois ser
consultadas permanentemente.
VANTAGENS: A exemplo do método de palavração, a
sentenciação permite que os alunos se relacionem com o
significado dos textos e aprendam, desde o início da
alfabetização, a utilizar estratégias de leitura inteligente.

RISCOS: O ensino por sentenciação pode acarretar


problemas semelhantes aos encontrados na palavração,
como a dificuldade de decodificar textos novos por falta
de uma análise mais detida nas unidades que compõem
a base do sistema de escrita.

MÉTODO GLOBAL

COMO É: Parte-se de um texto, trabalhado por certo


tempo, no qual o aluno memoriza e entende o sentido
geral do que é “lido”. Só depois se analisam as sentenças
e se identificam as palavras, comparando as suas
composições silábicas.

COMO FUNCIONA: No Brasil, o método é associado aos


contos, conforme

as práticas difundidas pela educadora
Lúcia Casasanta nos anos 30. As cinco fases vão da
compreensão geral da história à análise comparativa da
composição silábica das palavras.
VANTAGENS: Com práticas semelhantes às adotadas
pela moderna alfabetização de linha construtivista, o
método mantém o foco no sentido dos textos e
proporciona, desde o início da aprendizagem, o contato
com o texto.

RISCOS: O trabalho sistemático com as unidades


menores, que são parte da estrutura básica da língua
escrita, pode ficar enfraquecido. Além disso, o uso só de
textos para fins escolares não é positivo: a criança
precisa conviver com textos reais.

MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
Psicogênese: a aprendizagem da criança
A partir da década de 1980, essas ideias e metodologias
passaram a ser questionadas, em função da crescente
demanda de crianças com problemas de fracasso na
alfabetização. Surge o construtivismo, baseado nas
pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita,
desenvolvidas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, que
deslocam as discussões dos métodos de ensino para o
processo de aprendizagem da criança. Não se trata mais
de se pensar num novo método, mas de uma “revolução
conceitual”, relacionada ao desenvolvimento cognitivo da
criança, que redimensionou a graduação das dificuldades,
“desmetodizou” o processo de alfabetização e questionou
o uso de cartilhas.
Se as pesquisas da psicogênese trouxeram grande avanço
para o entendimento de como se dá a aprendizagem da
língua escrita pela criança, a aplicação pedagógica de suas
conclusões científicas é alvo de críticas. Há que destacar
que a busca da uma didática construtivista trouxe também
muitos desacertos, pois, ao identificar e considerar o
estágio de desenvolvimento cognitivo em que está a
criança, o seu nível de evolução de escrita, as operações
lógicas nelas envolvidas, muitos se perderam no intuito de
propor atividades que realmente desafiassem as crianças,
independentemente do seu nível de evolução.

Confunde-se o respeito à construção do conhecimento


pelo aluno com o não planejamento do processo de
ensino-aprendizagem, deixando-o à deriva do
duesenvolvimento da criança, pois pressupunha-se que
esta chegaria sozinha a conclusões sobre a escrita e suas
funções a partir do uso que faz dela. Nesse caso, o papel do
professor seria apenas o de criar situações para que a
criança fosse motivada a usar a escrita.
A interação social na aprendizagem
Paralelamente, com a divulgação das ideias de psicólogo
russo Lev Vygotsky (1896-1934), surge a corrente
sociointeracionista, preconizando que o processo de
apropriação da escrita se dá primeiro nas interações
sociais, para depois ser internalizado pelo aprendiz. Nessa
concepção, toda a aprendizagem é feita, de início,
socialmente, e vai aos poucos se tornando uma construção
individual. Com essa corrente, vieram também os estudos
sobre letramento, diferenciando-o da alfabetização, que,
nessa perspectiva, são processos simultâneos, porém
distintos, cada um com suas especificidades, mas
complementares, inseparáveis e ambos indispensáveis.

Atualmente, após as contribuições e os questionamentos


do construtivismo e do socioconstrutivismo, vivenciamos
um momento de busca de equilíbrio, pois o desafio que se
coloca hoje para os professores é o de conciliar a
alfabetização e o letramento, de modo a assegurar aos
alunos a apropriação do sistema alfabético- ortográfico e a
plena condição de uso da língua nas práticas sociais de
leitura e escrita.
Há consenso em grande parte dos estudiosos que uma
prática pedagógica centrada apenas no estudo das
correspondências fonográficas não garante uma
alfabetização de qualidade, pois as práticas de leitura e de
escrita são praticamente inexistentes em muitas famílias.

Concluímos aqui sobre os Métodos de Alfabetização, no


Brasil. Vimos a importância do processo de alfabetização
para o desenvolvimento de todos os estudantes. Para o
segundo dia de Curso, veremos: O segredo de Alfabetizar
está no Método?

SERÁ?

O SEGREDO PARA ALFABETIZAR


ESTÁ NO MÉTODO?

O que você sabe e pensa sobre essa pergunta?

Faremos uma reflexão sobre a alfabetização, se seu


sucesso está realmente no método utilizado. Veremos a
importância, as possibilidades e o quê se exige do
trabalho do professor.

Quando se discute a questão da alfabetização no Brasil,


quase sempre aparecem os piores números possíveis.
Vamos aos exemplos: as avaliações do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em
inglês) feitas em 2015, mostraram que o país ocupa o 59º
lugar em leitura. Num ranking com 70 países, isso
significa que estamos mais perto da lanterna do que da
liderança. Nas avaliações, 9 das 27 unidades da federação
obtiveram, em 2017, um Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) notas abaixo de 5, em uma escala
de 0 a 10, para os anos iniciais. São Paulo, o primeiro do
ranking, ostenta um modesto 6.5

É preciso considerar que essa nota não inclui apenas os


resultados em leitura e escrita, mas também em
matemática, além de outras variáveis, como os níveis de
aprovação em cada rede.
De qualquer modo, são muitas as evidências de que o
Brasil ainda tem enormes dificuldades para superar esse
problema básico que atormenta a Educação: como
ensinar todos os brasileiros a ler e escrever com
competência. Além disso, percebe-se que a situação está
muito distante daquela estabelecida pela meta 5 do Plano
Nacional de Educação (PNE), a saber, alfabetizar todas as
crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino
fundamental.

Quando a criança chega ao final do 3º ano do ensino


fundamental sem saber ler, ou lendo precariamente,
como é o caso de mais da metade dos alunos brasileiros,
sua trajetória escolar fica comprometida. Isso se reflete
em altas taxas de reprovação, distorção idade-série,
abandono e evasão. Segundo o Censo Escolar de 2018, no
3º ano a taxa de reprovação foi de 9,4%, e a de distorção
idade-série foi de 12,6%, com aumento significativo nos
anos seguintes. No 7º ano, mais de 810 mil alunos
matriculados nas redes federal, estadual e municipal
estavam com dois anos ou mais de atraso escolar
LINHA DO TEMPO - MARCOS HISTÓRICOS E
NORMATIVOS 1/2
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
determina que no ensino fundamental a formação
básica do cidadão ocorra mediante o desenvolvimento
da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, e
estabelece a educação de jovens e adultos.

Criado o Programa Brasil Alfabetizado, no intuito de


contribuir para a universalização da alfabetização de
jovens, adultos e idosos e elevar sua escolaridade.

1996 2003

1988

A Constituição Federal dispõe que a educação é direito de


todos e dever do Estado e da família.

2001

de Educação, referente ao
Aprovado o Plano Nacional
decênio 2001-2010.
2003
O relatório Alfabetização
Infantil: os novos caminhos,
elaborado por um grupo de eminentes cientistas a pedido
da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos
Deputados, chega à conclusão de que as políticas e as
práticas de alfabetização de crianças no Brasil, bem como
os currículos de formação e capacitação de professores
alfabetizadores, não acompanharam a evolução científica
e metodológica ocorrida em todo o mundo.

LINHA DO TEMPO - MARCOS HISTÓRICOS E


NORMATIVOS 2/2
2011
O documento Aprendizagem

Infantil: uma abordagem
da neurociência, economia e psicologia cognitiva,
publicado pela Academia Brasileira de Ciências,
corrobora a tese do relatório Alfabetização Infantil: os
novos caminhos e traz novas evidências.

2013

Primeira edição da Avaliação Nacional da Alfabetização


(ANA).
2017
Promulgada a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC).
2012

Instituído o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade


Certa (PNAIC), no intuito de cumprir a meta 5 do PNE
então vigente.
2014
Aprovado o Plano Nacional
de Educação (PNE), referente
ao decênio 2014-2024.
2018

Criado o Programa Mais



Alfabetização.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS


As pesquisas em psicologia cognitiva e em neurociências
nos permitem compreender os mecanismos cognitivos e
neurobiológicos que entram em ação na aprendizagem.
Esses conhecimentos são importantes, porque nos
permitem distinguir o que é simples crença daquilo que
são fatos cientificamente estabelecidos. Assim, hoje é
possível afirmar que a leitura deve ser objeto de um
ensino explícito em suas diferentes dimensões e que,
para alcançar as habilidades de bom leitor, é necessário
que a atividade seja repetida de modo regular e
frequente, a fim se tornar automática. A automatização
só acontecerá para os alunos que tiverem uma prática
msuficiente de leitura e de escrita.
Para que essa prática seja importante, na sala de aula e em
casa, é necessário que as atividades propostas suscitem e
desenvolvam nos alunos a vontade de ler, a vontade de
escrever. Não há portanto nenhum sentido em opor
aprendizagem sistemática e prazer de ler. Não se trata de
dois métodos opostos entre os quais se deve escolher um,
mas de duas condições que o professor deve levar em
conta para um ensino bem-sucedido.

Precisamos ensinar explicitamente as crianças a converter


letras em sons. Essa é uma das principais habilidades que
os bons leitores adquirem. Quando ensinamos as crianças a
ler textos fáceis com palavras familiares, elas desenvolvem
fluência e automatismo, não esquecendo de nos concentrar
em ensinar vocabulário e conteúdo, pois é assim que elas
desenvolvem o conhecimento que sustenta a compreensão.
Também precisamos expor as crianças a histórias
instigantes, visto que é assim que elas aprendem sobre
narrativas e se sentem mais motivadas a ler. Todas as
divergências sobre o ensino de leitura começam com a
alegação de que é preciso fazer uma ou outra dessas coisas
no começo da alfabetização. Na verdade, temos de fazer
tudo isso.
O SEGREDO PARA ALFABETIZAR ESTÁ NO
MÉTODO?
Para responder nossa pergunta inicial, precisamos ter em
mente e refletir que Alfabetizar está além da disputa de
métodos. É necessário deixar de lado a polêmica entre
enfoques e discutir o que realmente funciona no ensino da
leitura e da escrita, para nossas crianças. Acredito que o
sucesso da alfabetização, está em um conjunto de fatores. Há
necessidade de partirmos de uma excelente sondagem
individual e coletiva para saber de onde partirei e/ou que
caminho seguirei com a turma e com cada criança, portanto
não é o método que dita o sucesso na alfabetização, mas
minha prática em sala de aula.

E é óbvio que preciso estar sempre em formação para ter


conhecimento de todos esses métodos e a quem eles se
aplicam. Além de ter ciência de que para alfabetizar, preciso
ter parcerias: com as família, com a gestão, com a
coordenação; e principalmente ter um currículo com
objetivos claros de aprendizagem. Concluindo, gostaria que
ficasse claro para vocês, que o método é só uma parte do
desafio em alfabetizar! Para o terceiro dia de Curso, veremos:
A importância do Diagnóstico na Alfabetização,
principalmente para o uso do Método Fônico.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO NA
ALFABETIZAÇÃO
Na educação, quando tratamos do processo de construção da
escrita e da leitura, o diagnóstico assume uma vital
importância para a mediação e para a intervenção do
professor na dinâmica do processo de alfabetização. Assim
faremos aqui uma reflexão sobre a importância desse
diagnóstico e as possibilidades de avanços das crianças a
partir dele.

O diagnóstico da escrita e da leitura, se apresenta como um


indicador de intervenção pedagógica em casos de
dificuldades dos estudantes, sendo ou não pontuais de cada
um deles. Trata-se, pois, de um dispositivo com finalidade
orientadora do ensino, com vistas a potencializar a
aprendizagem. O instrumento viabilizador do diagnóstico
da escrita individual chamamos de sondagem; já o
diagnóstico coletivo, por excelência, é a avaliação: nesse
caso, denominada avaliação diagnóstica

Esse dispositivo não prioriza o viés classificatório dos


estudantes. Ao contrário: identifica os conhecimentos
adquiridos pela criança, bem como o uso que faz desse
conhecimento, e possui caráter orientador e corretivo da
própria prática pedagógica docente com a finalidade de
desenvolver potencialidades e reconfigurar sua prática.
O diagnóstico na alfabetização para conhecer a turma, é
muito importante, pois mesmo antes de saber ler e
escrever convencionalmente, a criança elabora hipóteses
sobre o sistema de escrita. Descobrir em qual nível cada
uma está é um importante mpasso para os professores
alfabetizadores levarem todas a aprender

Quando realizar a sondagem individual, torna-se


necessário propor ao resto da turma uma atividade que
dispense ajuda. O diagnóstico da turma, ou seja a sondagem
inicial, permite identificar quais hipóteses sobre a língua
escrita e a leitura as crianças têm e com isso adequar o
planejamento das aulas de acordo com as necessidades de
aprendizagem. Ela permite uma avaliação e um
acompanhamento dos avanços na aquisição da base
alfabética e a definição das parcerias de trabalho entre os
estudantes.

Além disso, representa um momento no qual as crianças


têm a oportunidade de refletir, com a ajuda do professor,
sobre aquilo que escrevem. Identificar o que os alunos já
sabem antes de começar o trabalho de mais um ano letivo é
essencial para iniciar o planejamento docente. Para
garantir que nada seja deixado de lado, organize um
cronograma de ações pedagógicas e elabore um plano
semestral, em que analisa-se os dados da turma e elabore as
avaliações diagnósticas.
A avaliação diagnóstica ajuda a identificar as causas de
dificuldades específicas dos estudantes na assimilação do
conhecimento, tanto relacionadas ao desenvolvimento
pessoal deles quanto à identificação de quais conteúdos do
currículo apresentam necessidades de aprendizagem de
um tempo maior.

Ela possui três objetivos principais: identificar a realidade


de cada turma; observar se as crianças apresentam ou não
habilidades e pré-requisitos para os processos de ensino e
aprendizagem; e refletir sobre as causas das dificuldades
recorrentes, definindo assim as ações para sanar os
problemas.

Ela pode ser feita em qualquer momento, porém no início


do ano letivo permite conhecer melhor a realidade dos
estudantes. O professor precisa verificar o conhecimento
prévio de cada um, constatando as condições necessárias
para garantir a aprendizagem. Além disso, ela também
funciona como uma análise do ensino na escola, já que os
resultados das salas de aula de uma mesma série/ano
podem promover reflexões importantes para o
replanejamento das propostas e atividades que devem ser
oferecidas a todos.
DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS
DA ALFABETIZAÇÃO

O processo de alfabetização é algo permanente o qual se


estende pela vida de uma pessoa, porém é valido ressaltar
que temos dois processos indissociáveis, o de aquisição da
língua oral (leitura) e da escrita. O processo de alfabetizar
consiste na apropriação da leitura e da escrita e em
contrapartida temos o letramento que refere- se da forma
de como esta aquisição de linguagem será utilizada como
instrumento para se estabelecer uma relação na sociedade,
sendo o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas
sociais da leitura e escrita.
Seria, portanto, o processo de apropriação social da escrita,
utilizando-se do conhecimento de um código para
compreender as práticas sociais, deste modo não se trata de
um método que ensina ler e escrever, mas sim utilizar a
leitura e escrita como instrumentos de uma abordagem
social. Neste sentido, os termos letramento e alfabetização,
também são indissociáveis, pois é por meio destes que a
criança adentra no mundo letrado, utilizando as práticas
sociais da leitura e da escrita que somente se desenvolvem
por meio da alfabetização.
Esse é o grande desafio enfrentado no processo de
alfabetização e letramento das crianças com distúrbios da
aprendizagem, como os disléxicos por exemplo, uma vez
que as alterações neurofuncionais da linguagem e
consciência fonológica ligadas a esse distúrbio interferem
diretamente na alfabetização dessas crianças, apesar de ter
um desenvolvimento intelectual adequado para esse
Processo. Assim, por meio dos diagnóstico da turma,
poderemos chegar as esses distúrbios de aprendizagem.
Como, então, desenvolver um processo efetivo para a
alfabetização e letramento dessas crianças e torná-las
participativa na sociedade? Existe algum método mais
eficiente para essa prática, que atenda às necessidades
dessas crianças?

Com o advento de a escola acolher e ensinar na e para a


diversidade, muitos autores afirmam a importância de se
utilizar em diferentes etapas da alfabetização os métodos
fônico e multissensorial com essas crianças, surtem
resultados positivos no processo de alfabetização. Assim, é
imprescindível que as práticas pedagógicas sejam aplicadas
sempre pensando no indivíduo como ser único com
necessidade de estímulo e apoio para que sua inteligência
seja desenvolvida adequadamente e assim possua seu
psicomotor preparado para as fases posteriores de sua vida.
Há evidências da eficácia do método fônico para o
processo de aprendizagem dessas crianças, que
apresentem distúrbios, pois este facilita o
desenvolvimento de atividades metafonológicas e
ensina as correspondências grafofonêmicas, no processo
fonológico a emissão das palavras é realizada pela
decodificação e conversão de grafemas (representação
gráfica das letras) em fonemas (referente ao som emitido
na leitura), deste modo temos desenvolvimento da
leitura e escrita. Essas crianças têm dificuldades para
desenvolver a percepção de que as palavras faladas e
escritas são compostas por esses fonemas ou blocos
sonoros.

Assim, o modelo fonológico nos diz quais as medidas


exatas devemos adotar para que uma criança passe de
um estágio em que vê as letras como uma confusão de
formas rabiscadas a um estágio em que reconheça e
identifique essas mesmas formas como palavras. O
método fônico tem por objetivo ensinar as
correspondências grafofonêmicas e desenvolver as
habilidades metafonológicas, com base na
correspondência dos sons e as letras, recomenda-se para
sua aplicação que inicie o processo de ensino pelos sons
das vogais e consoantes que podem ser pronunciados
isoladamente.
Após esta etapa é assimilado a combinação das consoantes
com cada vogal. Observa-se portanto a assimilação destes
fonemas que se transformaram em sílabas e o aluno seja
capaz de pronuncia-los automaticamente e por
consequência temos a formação das palavras. Assim, só se
é possível trabalhar a individualidade do estudante quando
o conhece. Deste modo, não apenas conhecer os métodos
de alfabetização e letramento, mas principalmente
conhecer seu aluno e, nesse caso, compreender a
importância do diagnóstico individual da escrita e da
leitura.

Chegamos a conclusão que o professor precisa estar atento


ao diagnóstico de seus estudantes, para saber e decidir qual
o método e/ou caminho seguir. Assim, além do método, há
também o diagnóstico como um desafio em alfabetizar!

Para o quarto dia de Curso, veremos: Método Fônico – O


que é?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, M. C. de C. S. Perspectiva histórica da


alfabetização. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa,
1996.

BARBOSA, J. J. Leitura e alfabetização. São Paulo:


Cortez, 1990.

BELLENGER, L. Os métodos de leitura. Rio de Janeiro:


Zahar Editores, 1979.
BRASLAVSKY, B. P. Problemas e métodos no ensino da
leitura. São Paulo: Melhoramentos/EDUSP, 1971.

CAGLIARI, L. C. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. São


Paulo: Scipione, 1999

CAPOVILLA, Alessandra G. S. Alfabetização: método fônico. 3


ed. São Paulo: Memnon, 2004.

GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma pedagogia


nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial,
1994.

KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de


professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de Professores,
1995.
MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética. São
Paulo: Editora Melhoramento, 2012.

SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São


Paulo:Cortez, 1988.

SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988.


VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São
Paulo:Martins Fontes, 1989.
BELLNTANE, C. Leitura e Alfabetização no Brasil: uma
busca para além da polarização. In: Educação e Pesquisa. V.
32 no. 2. São Paulo: mar/ago, 2006.

BOZZA, Sandra. Ensinar a ler e a escrever: uma


possibilidade de inclusão. Pinhais: Editora Melo, 2008.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo


Freire. 16. Edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1998.

BRASLAVSKY, B. P. Problemas e métodos no ensino da


leitura. São Paulo: Melhoramentos/EDUSP, 1971.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o ba-bé-bi-bo.


São Paulo: Scipione, 1998.

______. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione,


1993.
CAPOVILLA, A A. G. S. CAPOVILLA, F. C. Alfabetização:
método fônico. São Paulo: Mennon Edições Científicas,
2002.

COOK-GUMPERZ, J. et al. A construção social da


alfabetização. 2 ed., Porto Alegre: Artmed, 2008.
FERNANDES, Dorgival Gonçalves. Alfabetização de jovens e
adultos: pontos críticos e dasafios. Porto Alegre: Mediação,
2002.
FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da
língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

______. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez –


Autores Associados, 1995.

______. O ingresso na escrita e nas culturas do escrito:


seleção de textos de pesquisa. São Paulo: Cortez, 2012.

BOZZA, Sandra. Ensinar a ler e a escrever: uma


possibilidade de inclusão. Pinhais: Editora Melo, 2008.

BRASLAVSKY, B. P. Problemas e métodos no ensino da


leitura. São Paulo: Melhoramentos/EDUSP, 1971.

CAPOVILLA, A A. G. S. CAPOVILLA, F. C. Alfabetização:


método fônico. São Paulo: Mennon Edições Científicas,
2002.

COOK-GUMPERZ, J. et al. A construção social da


alfabetização. 2 ed., Porto Alegre: Artmed, 2008.
DOMINGUES, Cristiane Lumertz Klein. Somos todos
diferentes: Dificuldade na leitura. Cadernos da FUCAMP,
v. 14, n. 20, p. 74-
84. 2015. Disponível em:
http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/a
rticle/view/384 acessado 30/04/2019.

FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da


língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez –


Autores Associados, 1995.

. O ingresso na escrita e nas culturas do escrito: seleção de


textos de pesquisa. São Paulo: Cortez, 2012.

FRADE, Isabel C. da Silva. Alfabetização hoje: onde estão os


métodos? In: Revista Presença
Pedagógica. Dimensão, v. 9, n. 50. mar/abr.,
2003.BELLENGER, L. Os métodos de leitura. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1979.

GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma pedagogia


nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial,
1994.
JARDINI, Renata Savastano Ribeiro; RUIZ, Lydia Savastano
Ribeiro. Avaliação dos cursos de capacitação: "Método das
Boquinhas". Rev. psicopedag., São Paulo, v. 28, n. 86, 2011
. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v28n86/04.pdf,
acessado em 29/04/2019.

KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de


professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de Professores,
1995.

MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética.


São Paulo: Editora Melhoramento, 2012.
SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São
Paulo:Cortez, 1988.

SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988.


VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São
Paulo:Martins Fontes, 1989.

DOMINGUES, Cristiane Lumertz Klein. Somos todos


diferentes: Dificuldade na leitura. Cadernos da FUCAMP, v.
14, n. 20, p. 74-
84. 2015. Disponível em:
http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/ar
ticle/view/384 acessado 30/04/2019.
FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da
língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez – Autores


Associados, 1995.

O ingresso na escrita e nas culturas do escrito: seleção de


textos de pesquisa. São Paulo: Cortez, 2012.

FRADE, Isabel C. da Silva. Alfabetização hoje: onde estão os


métodos? In: Revista Presença.

Pedagógica. Dimensão, v. 9, n. 50. mar/abr.,


2003.BELLENGER, L. Os métodos de leitura. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1979.

GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma pedagogia


nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial,
1994.

JARDINI, Renata Savastano Ribeiro; RUIZ, Lydia Savastano


Ribeiro. Avaliação dos cursos de capacitação: "Método das
Boquinhas". Rev. psicopedag., São Paulo, v. 28, n. 86, 2011.

Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v28n86/04.pdf,
acessado em 29/04/2019.
KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de
professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de
Professores, 1995.

MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética.


São Paulo: Editora Melhoramento, 2012.
SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São
Paulo:Cortez, 1988.

SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988.


VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São
Paulo:Martins Fontes, 1989.

MÉTODO FÔNICO O QUE É?

O método fônico, também chamado de método fonético, é


um método de alfabetização que prioriza o ensino dos
sons dos grafemas do alfabeto, começando com as letras
mais simples (vogais) e caminhando até as mais
complexas (consoantes) para, depois, utilizá-las para
formar sílabas e palavras.
O método fônico ou fonético integra o conjunto dos
métodos sintéticos que privilegiam as
correspondências grafofônicas. Seu princípio
organizativo é a ênfase na relação direta entre fonema
(som da letra) e grafema (nome da letra), ou seja, entre
o som da fala e a escrita. Aqui no Brasil, a metodologia
fônica surgiu em meio às críticas ao método da
soletração, depois da década de 1980, já não
apresentava sucesso como forma de alfabetização de
crianças. Seu uso é mencionado na França, por
Vallange, em 1719; na Alemanha, por Enrique Stefhani,
em 1803; e é trabalhado por Montessori, na Itália, em
1907

Neste método o ensino se inicia pela forma e pelo som


das vogais, seguidas pelas consoantes. Cada letra
(grafema) é aprendida como um som (fonema) que,
junto a outros fonemas, pode formar sílabas e
palavras. Para o ensino dos sons, há uma sequência
que deve ser respeitada – dos mais simples para os
mais complexos.
Para atenuar a falta de sentido e aproximar os alunos de
algum significado, foram criadas variações do método
fônico, com diversas formas de apresentação dos sons:
seja a partir de uma palavra significativa, de uma
palavra vinculada à imagem e ao som, de um
personagem associado a um fonema, de uma
onomatopeia ou de uma história.

É preciso esclarecer que existe mais de um método


fônico. Os métodos fônicos variam especialmente com a
escolha da ordem de ensino das correspondências
grafema-fonema e com a ênfase maior ou menor em
técnicas de análise e síntese de fonemas. Muitos
autores afirmam que os métodos fônicos são mais
eficazes porque são consistentes com a forma como o
cérebro processa os estímulos associados à leitura e
escrita.
O método fônico se dá por meio de estímulos
multissensoriais. Isso significa que, nesse método de
alfabetização, as crianças são incentivadas de várias
formas.

As atividades lúdicas desenvolvem um ambiente


envolvedor em sala de aula, fazendo com que as crianças
se divirtam e sejam encorajadas enquanto aprendem.

Nesse método, há um ciclo de alfabetização muito bem


definido. Num primeiro contato, a criança é apresentada
às vogais do alfabeto. Ela, portanto, passa a compreender
os traços que configuram tais letras, assim como seu som.
Após isso, as outras 21 letras ganham espaço e são
igualmente trabalhadas, sempre priorizando atividades
de escuta, leitura e escrita.

Depois que a criança passa a entender quais são a letras e


seus sons, o professor passa a combiná-los. É neste
momento que as sílabas são apresentadas e os exercícios
ficam focados nessa ligação entre as letras e som
produzido por meio dessa junção. Após esse
envolvimento, o trabalho com as palavras é iniciado.
Uma vez que os estudantes reconhecem as letras e
entendem sua formação gráfica e sonora, as frases e
textos são introduzidos. Assim, a criança alfabetizada
por meio do método fônico possui maiores recursos
para a leitura e escrita de textos mais profundos e
complexos. Logo, o desenvolvimento das competências
e habilidades dos futuros anos de ensino são mais
facilmente assimilados e apreendidos.

A alfabetização vai além do saber ler e escrever. Ligado


aos estudos contemporâneos da neurociência, a
criança alfabetizada pelo método fônico: Sabe utilizar a
língua de forma apropriada; Consegue compreender a
língua (escrita e falada) de forma ampla; É apta a
analisar os textos de forma mais complexa; É capaz de
questionar a linguagem que o cerca

A partir do desenvolvimento dessas competências que


vão além da proficiência em escrita e leitura, o aluno,
apesar de recém-alfabetizado, já atribui maior
significado aos seus aprendizados. Além disso, seu
contato com o mundo é diferenciado por envolver
maior aptidão quanto às interpretações feitas em meio
ao contato linguístico
Logo, a criança alfabetizada por meio do método fônico
de alfabetização é caracterizada por sua consciência da
realidade.

O método fônico envolve vários sentidos, ou seja, é


multissensorial. A partir de atividades lúdicas de
estimulação auditiva e visual, o alfabetizado desenvolve a
leitura e a escrita em diversos ambientes e situações. De
forma geral, o método fônico de alfabetização permite: O
favorecimento da aprendizagem da articulação adequada
dos fonemas; O estímulo à produção oral da criança,
produzindo mais conexões cerebrais; A formação de uma
leitura avançada e uma maior identificação das palavras;
A relação com a neurociência cognitiva, o que
proporciona um aprendizado profundo.
Sabemos que o Ministério da Educação (MEC)
recomenda às escolas brasileiras o uso do método
fônico de alfabetização. A Política Nacional de
Alfabetização (PNA) privilegia cinco pilares voltados à
estratégia de ensino da leitura e da escrita, valorizando
sempre a decodificação de letras e segmentos de sons
nas palavras. São elas: “consciência fonêmica, instrução
fônica sistemática, fluência em leitura oral, vocabulário
e compreensão de texto”. Há também orientação para
que crianças da Educação Infantil (0 a 5 anos) tenham
“ensino de habilidades fundamentais para a
alfabetização, como consciência fonológica, consciência
fonêmica, conhecimento alfabético”

CONHECENDO OS SONS DAS LETRAS

O primeiro passo para iniciar de fato a alfabetização em


sala de aula é fazer com que os alunos conheçam as 26
letras do alfabeto. É recomendado começar pelas vogais,
uma vez que essas 5 letras são de fácil compreensão e
assimilação.
Há várias possibilidades de o professor apresentar os
fonemas das letras. Tem professor que defini a letra a
ser trabalhada no dia e escolhe uma palavra significativa
(que comece com a letra) para o dia. A partir disso, ele
pode utilizar a palavra em vários contextos, escritos e
falados, fazendo com que os alunos compreendam que
aquela palavra significativa está relacionada à letra
destacada.

Uma outra opção é vincular uma palavra à imagem e


som. Essa forma deapresentar as letras é bastante
comum nas escolas de Ensino Infantil. A ideia consiste
em definir a letra que será estudada no dia e, a partir
disso, mostrar ao aluno uma imagem de fácil
assimilação que comece com a letra escolhida. Isso pode
ser feito por meio de cartas, jogos ou até mesmo vídeos.
Essa forma permite, ainda, brincadeiras ligadas à
formação de sílabas. Há outros professores que
preferem apresentar as letras por meio da contação de
histórias, dando sentido aos fonemas. Isso permite que
os alunos que estão em processo de alfabetização
relacionem histórias que já conhecem ao mundo das
letras e palavras, ampliando o significado de seu
universo de conhecimentos e saberes
É possível unir e combinar as várias formas de
apresentar as letras e seus sons. Nessa apresentação,
não pode faltar paciência e criatividade.

Por meio do acordo ortográfico de 1990, que entrou


em vigor a partir de 2009, a utilização das letras K, W
e Y foram oficializadas como parte do alfabeto do
português. Antes dessa convenção ortográfica, o
alfabeto oficial baseava-se no alfabeto romano e
apresentava 23 letras. O professor do método fônico,
para ensinar essas letras que antigamente eram
associadas ao estrangeirismo, pode liga-las às letras
que possuem o mesmo som (C, V e I) e trabalhá-las
por meio de nomes próprios.

A COMBINAÇÃO DOS SONS

Depois que as crianças em período de alfabetização já


são capazes de associar as letras do alfabeto ao seu
respectivo som, é realizável a combinação de letras
para a formação de sílabas e palavras.
Sobre o ensino das sílabas, a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) prevê que, no 2º ano do Ensino
Fundamental, os alunos já tenham desenvolvido a
habilidade de: ler e escrever corretamente palavras com
sílabas CV, V, CVC, CCV, identificando que existem
vogais em todas as sílabas

Uma vez que as sílabas tenham sido ensinadas, o


processo de leitura e escrita de palavras se torna mais
tranquilo. O professor pode começar com palavras de
duas sílabas de estrutura simples (CVCV, como casa e
bote) e depois passar para palavras de estrutura menos
definida, como as palavras com sílabas que apresentam
duas consoantes ou vogal entre consoantes, por exemplo

Uma atividade muito simples e valiosa para ser aplicada


em sala de aula nessa etapa da alfabetização é a de
trocar letras para formar as palavras.
Para realizá-la, basta o professor escrever uma palavra
no quadro e pedir para que os alunos troquem uma
vogal da palavra por uma vogal diferente e confiram se
a palavra formada existe no português. O ideal é
começar com palavras simples, como trocar as vogais
de gato, e aumentar a dificuldade conforme a criança
for desenvolvendo sua capacidade de escrita e leitura,
propondo, por exemplo, palavras extensas e troca de
sílabas. Nessa etapa, o professor precisa ter muito
cuidado para não apresentar sílabas ou palavras de
complexidade além daquelas que os alunos conseguem
codificar e decodificar. Caso essa capacidade não seja
respeitada, o aluno pode não ser alfabetizado de forma
efetiva, o que gera reflexos negativos em todo o
processo de ensinoaprendizagem pós-alfabetização.

APRENDENDO A MONTAR FRASES

Com um léxico ampliado, as crianças podem elaborar


frases juntando seusconhecimentos acerca dos fonemas,
grafemas e a combinação de ambos.
Uma ideia de atividade instrutória a essa etapa é o
professor falar e escrever no quadro uma palavra e
solicitar que os alunos formem frases com aquela
palavra. Mais adiante, o professor pode propor
atividades que envolvam a elaboração de textos para a
prática cotidiana.

Dar ideia de temas para que os alunos escrevam listas


(como lista de atividades favoritas, melhores amigos e
datas comemorativas, por exemplo) e criar situações do
dia a dia para que os estudantes escrevam bilhetes são
atividades de fácil aplicação que envolvem
gêneros textuais importantíssimos para a formação dos
alfabetizados

Depois de um período com foco nas atividades voltadas


para o campo de experiência da vida cotidiana, é hora de
iniciar a leitura e escrita de textos de gêneros literários,
fazendo com que os alunos alfabetizados pelo método
fônico tenham contato com a produção artística. A
utilização de poemas e músicas infantis representa um
ótimo primeiro passo para esse contato com as artes na
escola.
Um outro gênero interessante para os alunos é o teatral,
que envolve a iniciação à leitura dramática e produção de
textos próximos da língua falada. Além de textos artísticos,
faz-se essencial o desenvolvimento da escrita escolar, uma
vez que ela é básica para os anos que vão à frente do
período de alfabetização

Logo, propor redações com temáticas simples, como


escrever como foi o dia, e temas voltados à pesquisa, como
escrever sobre a família ou sobre um tipo de animal, por
exemplo, também está envolvido com o processo de
alfabetização.

A alfabetização diz muito sobre a cultura do aluno, da


escola e do local em que está localizada a instituição. Por
ser uma das etapas primárias (e essenciais) no processo de
formação das crianças, cabe à escola definir, com base
numa pesquisa de contexto e realidade local, qual das
metodologias de alfabetização é a mais aplicável e
adequada as características dos seus alunos. O método
fônico, também chamado de método fonético, é uma forma
de alfabetização de estruturação complexa, mas de simples
aplicação nos contextos escolares brasileiros.
A metodologia pode ser vista como uma estratégia para
a rápida alfabetização, ensinando, primeiramente os
sons de cada letra do alfabeto. Por meio do método
fônico, os alunos aprendem a ler e escrever
corretamente, ampliando suas capacidades no futuro.
O grande destaque é que os resultados, além de
aparecem de forma veloz, são efetivados mediante a
realizações de tarefas lúdicas e adequadas às crianças.
Com ele, o professor possui diversas formas de ensinar,
o que aumenta o respeito quanto as necessidades
especificas e dificuldade de cada estudante.

Vamos ver alguns exemplos de atividades

USANDO CARTÕES PARA APRESENTAR


AS LETRAS E OS SONS
Faça, compre ou imprima um conjunto de cartões com
as letras do alfabeto. Você vai precisar de 26 cartões, um
para cada letra, em caixa alta ou baixa, ou ambas. Use-os
para praticar o reconhecimento das letras e dos sons.
Basta fazer uma busca rápida na internet para encontrar
vários conjuntos de cartões educativos disponíveis para
impressão. Você também pode fazer os cartões em casa.
Use canetinhas e papel coloridos para deixar os cartões
mais chamativos e escreva a letra de um lado e o som
correspondente do outro, exemplo: letra B; som /B/.
Lembre-se de que ambos devem ficar legíveis.

USANDO CARTÕES PARA


APRESENTAR AS LETRAS E OS SONS

Embaralhe os cartões. Mostre um cartão por vez para a


criança e peça para ela dizer o nome da letra. Em
seguida, peça para ela imitar o som correspondente à
letra. Dê um empurrãozinho no caso de letras que
produzem mais de um som, como, por exemplo: “Isso
mesmo, o ‘c’ tem esse som na palavra 'casa'. Mas qual é o
som que ele faz em 'certo'?”.
Passe para os cartões com combinações de letras. Depois
que seu aluno e/ou filho aprender as letras, ele já poderá
começar a aprender pares que representam um só som.
Use um novo conjunto de cartões com combinações
comuns, como os dígrafos /lh/, /ch/ e /nh/ e sequências
como /que/ e /gui/, que possuem duas vogais
representando um fonema

Peça para a criança organizar as figurinhas de acordo


com o som com que as palavras terminam. Depois de
praticar o reconhecimento dos sons iniciais, passe para
os sons finais para deixar o exercício um pouco mais
difícil. Faça cartões com imagens de uma casa, um bebê,
um macaco, uma banana, uma torre e um carro, por
exemplo. Faça perguntas parecidas com as dos sons
iniciais: “Qual é o último som que você escuta na palavra
'casa'?”.

Passe para as combinações para aumentar a dificuldade


do exercício. Um pouco mais para a frente, peça para a
criança organizar os cartões de acordo com combinações
entre vogais que formem um só som, como queijo e
parque (/e/), e caqui e quintal (/i/). Em seguida, peça para
a criança identificar os dígrafos. Use palavras como
chupeta, colcha, mulher, coelho, unha e joaninha.
Mais uma vez, ajude a criança com perguntas como:
“Que som você escuta no fim da palavra 'parque'?”

Alguns exemplo das pronuncias dos sons das letras e um


áudio com as pronuncias.

Chegamos a conclusão nesta aula de que o professor


precisa estar sempre em busca de sua formação e atento
às mudanças das políticas educacionais. E principalmente
refletir para decidir qual melhor caminho a seguir, para o
sucesso de suas crianças.

Para o quinto dia de Curso, veremos: Somos todos iguais


no aprender ou somos iguais na diferença em aprender?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPOVILLA, Alessandra. G. S.; CAPOVILLA, Fernando.


Alfabetização: método fônico. (3a. ed.). São Paulo:
Memnon, 2007.

COSENZA M Ramon; GUERRA B. Leonor.


Neurociência e Educação: como o cérebro aprende.
Porto Alegre: Artmed, 2011.

DEHAENE, Stanislas. Os neurônios da leituras. Porto


Alegre:Penso, 2012.

DEUSCHLE, Panda Fernanda; CECHELLA, Cláudio. O


déficit em consciência fonológica e sua relação com a
dislexia: diagnóstico e intervenção. Rev CEFAC, v.11,
Supl2, 194-200, 2009.
GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma
pedagogia nos meios de comunicação. São Paulo:
Summus Editorial, 1994.

SANTOS, Vânia M. S. S.; MORETTI, Lucia H. T.


Alfabetização: há um melhor caminho para a
aprendizagem? Psicologia.pt. ISSN 1646-6977, 2015.
Disponíve em:
http://wWw.psicologia.pt/artigos/textos/A0909.pdf
SCLIAR-CABRAL, L. Evidências a favor da reciclagem
neuronal para a alfabetização. Letras de Hoje, v. 45, n.
3,p. 43-47, 2010
Disponívelem:
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/fale/ojs/index.php
/fale/article/view MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de
escrita alfabética. São Paulo: Editora Melhoramento,
2012.

NSW Department of Education and Training Learning


and Development
https://my.vanderbilt.edu/specialeducationinduction/
files/2011/09/1-Literacy-teaching-guide-phonics.pdf
SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São
Paulo: Cortez, 1988.

SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas


facetas. Revista Brasileira de Educação, 2004, n 25.
Disponível

em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf
TENÓRIO, Sabrina Mª. P. C. P.; ÁVILLA, Clara R. B.
Processamento fonológico e desempenho escolar nas
séries iniciais do ensino fundamental. Revista CEFAC,
São Paulo; vol. 14, núm. 1, p. 30-38, jan-fev, 2012.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo:
Martins Fontes, 1989.
SOMOS TODOS IGUAIS NO APRENDER
OU SOMOS IGUAIS NA DIFERENÇA EM
APRENDER?
Eu gostaria de começar essa aula com uma pergunta: A
maior parte dos alunos está alfabetizada até os oito anos
como se espera, ou seja até o 3º ano do ensino
fundamental? O que mais vemos são muitos alunos não
totalmente alfabetizados batendo nas portas do 4º ano e o
que escutamos é uma fala generalizada de que a culpa é:
ou do professor, ou do aluno, ou da família, ou até da
progressão continuada que não permitia reprovar no 1º
ano.

Foi abordado neste Curso a questão da alfabetização no


Brasil, com o intuito de mostrar quando se iniciou este
processo e as mudanças nas concepções de alfabetização
ao longo da história, e que este sempre foi um processo
polêmico, cercado de disputas entre métodos, hoje a
disputa maior é entre o Construtivismo e o Método
Fônico.
É notório que o desenvolvimento da linguagem implica na
aquisição plena do sistema linguístico que nos possibilita
a inserção no meio social, a possibilidade de assumir a
nossa identidade. Assim o simples atraso na aquisição da
linguagem dificulta o amadurecimento e a
experimentação da linguagem necessária para a aquisição
formal da leitura/escrita.

O aluno com imaturidade terá dificuldade na


interpretação de textos e também na elaboração de
histórias escritas, uma vez que pode levar a criança, por
exemplo, a trocar, omitir ou transpor fonemas ou
grafemas. Assim a criança demoraria a adquirir a
autonomia dos processos de leitura e escrita ou podem
culminar com problemas maiores. O método Fônico parte
da correspondência entre sons e letras. Neste processo,
quando se utiliza de histórias, os sons das letras são
apresentados como “barulhinhos” e cada letra, ou som, é
apresentado como um barulhinho que os personagens
fazem no decorrer da história. E a letra é apresentada
como o “retratinho” do som.
O método se vale dos recursos fônicos (barulhinhos das
letras) e visuais (cartazes, fantoches). Assim cada letra se
equivale a um personagem ou elemento da história, cujo
nome se inicia com a letra determinada. Nos cartazes que
são afixados no Mural cada letra vem integrada ao
desenho de seu personagem; isto facilita a memorização
do código, bem como o acesso dos alunos para consultas,
em caso de dúvidas. Ele é baseado no ensino dinâmico do
código alfabético, ou seja, das relações entre grafemas e
fonemas em meio a atividades lúdicas planejadas para
levar as crianças a aprenderem a codificar a fala em
escrita, e, de volta, a decodificar a escrita no fluxo a fala e
do pensamento. Ele é inteligente, lúdico e nada
mecânico.

A alfabetização se dá por meio da associação entre


símbolo e som, assim o estudante se torna capaz de
decifrar milhares de palavras.
Quando paramos e pensamos nesse processo de
alfabetização,
conseguimos responder a pergunta temática dessa aula:
SOMOS TODOS IGUAIS NO APRENDER OU SOMOS
IGUAIS NA DIFERENÇA EM APRENDER?

Somos todos iguais perante a lei, somos todos iguais


perante alguns princípios religiosos e etc. Não quero aqui
entrar na inclusão ou diversidade cultural.
O quê eu quero que vocês reflitam e sobre sua prática
pedagógica, nas suas escolhas para caminhar e/ou trilhar o
processo de alfabetizar.

Os erros mais comuns em nossa prática em alfabetizar é


não usar as informações da sondagem no planejamento.
Os dados do diagnóstico devem orientar as atividades, os
agrupamentos e as intervenções. Outro é não planejar
atividades diferentes para alunos alfabéticos e não
alfabéticos. Os que já dominam o sistema de escrita
precisam continuar aprendendo novos conteúdos, como
ortografia e pontuação. Deixar o aluno escrever sem
intervir nem fornecer informações, é outro erro; a criança
só avança ao receber ajudas desse tipo do professor. Outro
é não desafiar os alunos a lerem, procurar nomes em
listas, por exemplo, é essencial para entender a lógica do
sistema de escrita

E não param os erros, outro muito comum é ler para a


turma sem destacar as características da linguagem,
depois de uma primeira leitura completa, é fundamental
mostrar as expressões que ajudam a construir a forma e o
significado dos textos.
Também quando se explora apenas as características de
cada gênero sem produzi-lo, pois conhecer a estrutura
não garante as condições para a produção. Aprende-se a
ler lendo e a escrever escrevendo.

Outro erro, quando trabalhamos com os projetos,


focamos o trabalho excessivamente no produto final; os
alunos aprendem muito mais com todo o processo do
que com a chamada culminância.

Outro erro, não propor atividades com foco no sistema


de escrita, é fundamental incluir atividades permanentes
que levem a pensar sobre as relações grafofônicas.
Erramos em insistir na leitura de um único gênero
textual, as crianças precisam ter contato e familiaridade
com uma variedade grande de textos para que consigam
se comunicar por escrito em diferentes
situações.

Também erramos quando não aproveitamos os projetos


para refletir sobre o sistema alfabético, pois os alunos
devem realizar registros e ter atividades de leitura em
diversas etapas, articulando o sistema de escrita com as
práticas de linguagem.
Erramos muito quando aplicamos atividades sem ligação
ou continuidade, uma atividade deve preparar para a
outra. Pode-se, por exemplo, começar lendo uma versão
tradicional de Chapeuzinho Vermelho e terminar com
uma carta do Lobo a Chapeuzinho.

Também erramos quando não temos clareza dos objetivos


da sequência didática, é fundamental ter em mente o que
se quer ensinar e o que deve ser avaliado.

Todas essa dicas que apontei como nossos erros, são para
que vocês estabeleçam metas claras em suas tomadas de
decisões, estudem e se fortaleçam, reflitam sobre as
mudanças mais recentes trazidas pela BNCC e pela
Política Nacional de Alfabetização (PNA).

Respondendo a pergunta tema: SOMOS TODOS IGUAIS NO


APRENDER OU SOMOS IGUAIS NA DIFERENÇA EM
APRENDER? Nós somos iguais na diferença em aprender.
Pois somos únicos, estamos em constantes evolução. Somos
seres inconclusos.
Nunca estamos completamente prontos e preparados.
Para nada! Sim, estamos sempre inacabados,
incompletos, inconclusos. Nunca chegamos ao ponto
onde terminamos tudo o que gostaríamos de ter feito.
Nunca alcançamos o nível de excelência que julgamos
precisar

“Na verdade, o inacabamento do ser humano ou a sua


inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida,
há inacabamento.” (Paulo Freire). A vantagem disso é que
sempre há espaço para melhorar. Sempre há campo para
evoluir! Sempre há oportunidades para explorar. Quando
trazemos essas concepções ao meio escolar, nos
debatemos com uma difícil realidade, pois há muito
medo de se abrir para o novo, para a mudança. Muitas
vezes nos sentimos seguros naquilo que fazemos e não
enxergamos nossos erros, ou até vemos mas não damos a
chance das escamas caírem de nossos olhos. Então hoje,
eu te desafio a olhar para sua prática, analise se você está
cometendo aqueles pequenos erros que citei e mude.
Chegamos ao final, afirmo para vocês que o método
fônico de todos aqueles que já passamos, ele parece ser o
mais indicado pois abrange nossos estudantes com
distúrbios e ele é o único que se aproxima do que a
neurociências afirma, que o processo de ensino e
aprendizagem da leitura envolve questões
neuropsicológicas, numa dimensão cognitiva bastante
complexa.

Deste modo, para compreendermos o funcionamento


neuropsicológico diante da aprendizagem da leitura é
importante que tenhamos um conhecimento básico de
como a informação circula pelo cérebro.

Chegamos a conclusão desse Curso, assim reafirmo para


vocês que além do método, do diagnóstico e de todas as
dicas que trouxe como erros que cometemos em sala de
aula, que vejam como desafios em alfabetizar! E que
vençam encarando as mudanças necessárias. Repito para
vocês, somos iguais na diferença em aprender, portanto
nossas crianças também são. Olhem para elas com amor
e busquem parcerias com as famílias, com a coordenação
pedagógica e com a gestão escola
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPOVILLA, Alessandra G. S.; CAPOVILLA, Fernando C.


Alfabetização: método fônico. 4. Ed. São Paulo: Memnon,
2007.
______. Alfabetização Fônica: construindo competencias de
leitura e escrita. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

DEWEY, J. Como Pensamos. Trad. e notas de Haydée de


Camargo Campos. 3ª ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional,
1959.

_____. Democracia e Educação. Trad. Godofredo Rangel e


Anísio Teixeira. 2ª ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional. 1952.

_____. Experiência e Educação. 3ª ed. Tradução de Anísio


Teixeira, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979.

FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva (et al.). Convergências e


tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo
Horizonte: Autêntica, 2010. (Coleção Didática e prática de
ensino). In:
http://www.fae.ufmg.br/endipe/livros/Livro_1.pdf. (Acesso
dia 16/01/2013).
Métodos e Didáticas de Alfabetização: história,
características e modos de fazer de professores. Belo
Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes


necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,
1996.

______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira, 2012.

______. Política e Educação. 5ª ed. São Paulo: Cortez,


2001. FREITAS. Patricia Gomes de. Um olhar sobre o
Método Fônico. Londrina: UEL, 2011. (Graduação em
Pedagogia).

TEIXEIRA, A. Pequena introdução à filosofia da educação.


São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1978.

OBRIGADA
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com o Professora Sueli Julioti para o
curso de "ALFABETIZAÇÃO
PELO MÉTODO FÔNICO
".
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com a professora Sueli Julioti
para o curso de "ALFABETIZAÇÃO
PELO MÉTODO FÔNICO".

cessetembro

Você também pode gostar