Você está na página 1de 44

FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

CURSO DE PEDAGOGIA
ANDRESSA ECHER BERTÉ

ALFABETIZAÇÃO PARA DEFICIENTES INTELECTUAIS

CURITIBA
2020
ANDRESSA ECHER BERTÉ

 
 
 
 
 

ALFABETIZAÇÃO PARA DEFICIENTES INTELECTUAIS


   
 
   
Trabalho de graduação apresentado à
Conclusão do Curso de Pedagogia da
Fatec Faculdade de Teologia e Ciências
Professora: Cléo Palácio.
 
 

CURITIBA
2020
“Dedico essa monografia a minha mãe Cleide Berté(in memoriam),meu
pai Clóvis Ademar Berté, e aos meus filhos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar sempre ao meu lado , ter me dado forças para
concluir este curso.Agradeço ao meu filho Diogo Moisés Berté por
sempre estar ao meu lado me apoiando,ao meu amado filho Clóvis
Berté(S.D,TEA) por ter sido minha inspiração para fazer esse curso de
Pedagogia,ao meu filho caçula Cristian Berté por me ensinar que nada é
impossível,a querida Cléo Pálacio sempre me apoiando.E a todas a
pessoas que de qual forma me ajudaram eu chegar até aqui e concluir o
curso aos meus 45 anos de vida.
“ O que eu ouço, eu esqueço.O que eu vejo, eu lembro.
O que eu faço, eu aprendo”(Confúcio)
SUMÁRIO

1. RESUMO...........................................................................................................................7
2. INTRODUÇÃO...................................................................................................................8
3. DESENVOLVIMENTO..............................................................................................................9

3.1.Deficiência Intelectual............................................................................................................9
3.2.Aprendizagem aplicada ao deficiente intelectual...............................................................12
3.3.Alfabetização e deficiência intelectual................................................................................14

4.MÉTODOS..............................................................................................................................16

4.1.Método Fônico...................................................................................................................16

4.2.Método Sodré....................................................................................................................21

4.3.Método Montessori...........................................................................................................23

4.4.Método das Boquinhas......................................................................................................25

4.5.Método Dedinhos.............................................................................................................27

4.6.Método Multigestos........................................................................................................28

4.7.Método Abacada.............................................................................................................30

4.8.Método Plushand...........................................................................................................31

5. CONCLUSÃO.......................................................................................................................32

6.FIGURAS.............................................................................................................................34

7.BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................40
1. RESUMO

Esta monografia se propõe a analizar as estratégias de alfabetização na educação


especial na área da deficiência intelectual.
O estudo traz as principais características da deficiência intelectual.
Vamos abordar alguns métodos de alfabetização que são reconhecidos cientificamente :
Método Fônico,Método Sodré,Método Multissenssorial,Método das Boquinhas.,Método
dos Dedinhos.Existem métodos eficazes ,porém não são reconhecidos
cientificamente :Método Abacada,Método Multigestos,Método Plushand.
Objetivo que este estudo possa desencadear pesquisas que priorizem a fase normal da
alfabetização de crianças com deficiências intelectuais e estas considerem o
desenvolvimento e aprendizagem de maneira diferenciada.

Palavras-Chave: Educação Especial, Alfabetizção, Deficiência Intelectual

1.1 ABSTRACT

This monograph aims to analyze the literacy strategies in special education in the area
of intellectual disability.
The study brings the main characteristics of intellectual disability.
We will address some methods of literacy that are scientifically recognized: Phonic
Method, Sodré Method, Multisensory Method, Boquinhas Method. Dedinhos
MethodThere are effective methods, but they are not scientifically recognized: Abacada
Method, Multigravity Method, Plushand Method.
I aim that this study can trigger research that prioritize the normal phase of the
alphabetization of children with intellectual disabilities and that they consider the
development and learning in a different way.

Keywords: Special Education, Literacy, Intellectual Disability


2. INTRODUÇÃO

A presente monografia objetiva um aprofundamento com bases científicas e


empíricas, e consequentes intervenções no campo das estratégias para a alfabetização
destinadas aos deficientes intelectuais e as pessoas com dificuldade de aprendizagem.As
metodologias de intervenções que auxiliam na busca da solução que a atenda as
demandas das pessoas com deficiência intelectual.
Segunda recomendações oficiais arroladas no BRASIL(1997,1998,2007),para
alunos com deficiência intelectual,devem ser analisadas e postas em prática adaptações
no currículo,que favoreçam um rendimento escolar satisfatório e que leve em cona a
ampliação dos seus processos cognitivos,visando a construção e domínio da linguagem
escrita.
Sendo assim, mostra-se nessa monografia que a perspectiva de alfabetização
para deficientes intelectuais e pessoas com dificuldade de aprendizagem são possíveis a
partir de propostas diferenciadas ultilizadas no ensino comum e das tradicionalmente
ultilizadas na Educação Especial.
Para definir deficiência intectual, ultizo os autores Pacheco
(2007),Carvalho(2001),Stainback e Stainback (1999),que caracterizam esse conceito de
maneira simplificada,como atraso significativo em seu processo cognitivo.
3. DESENVOLVIMENTO

3.1 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Como inicialmente se define, o conceito de deficiente intelectual é norteado


pelos estudos de Pacheco (2007), Gonzáles (2007), Carvalho (2001), Staimback e
Stainback (1999), que caracterizam esse conceito, de maneira simplificada, como
atraso significativo em seu processo cognitivo. Porém, é imprescindível ampliar o
entendimento sobre o tema a partir de uma descrição mais complexa. O termo
“deficiência intelectual” vem sendo usado desde o ano de 2001, quando no momento
da Declaração de Montreal definiu-se como sendo o termo mais propício para designar
os indivíduos com déficits cognitivos que interferem em processos socioeducativos.
Segundo Januzzi (1992) indivíduos com deficiência intelectual já foram, ao longo da
historia, chamados de: idiotas, oligofrênicos, retardados mentais, deficientes mentais
até que finalmente se chegasse ao termo deficiente intelectual. Adotado também pelo
mais importante manual médico da área da saúde, CID 10- Classificação internacional
de Doenças, a partir de 1997, o termo deficiente intelectual é entendido “por um
comprometimento, durante o período de desenvolvimento, das faculdades que
determinam o nível global de inteligência” (CID 10,1997).
Para determinar qual o nível de comprometimento intelectual, a Associação de
Psiquiatria Americana define na quarta edição do Manual Diagnóstico de Transtornos
Mentais, a chamada da DSM IV a gravidade do retardo mental, baseada em
avaliações de funcionamento abaixo da média, acompanhadas de limitação
significativas de ao menos duas áreas de habilidades, que surge antes do individuo
completar 18 anos.
Avaliações cujo objetivo é identificar o QI, dentro de protocolo registrado.
efetividade do processo de alfabetização para alunos com deficiência intelectual e
dificuldade na aprendizagem.
Abaixo uma tabela ilustrativa :

Retardo mental leva QI de 50 a 70


Retardo mental moderado QI de 35 a 50
Retardo mental severo QI de 20 a 35
Retardo mental profundo QI abaixo de 20
Gravividade inespecífica Avaliação não aplicada
Fontes DSM IV Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais, 1995

Outros protocolos podem ser instrumentos para identificar a deficiência


intelectual, que podem ser mais aprofundados com o processo de pesquisa,
porém uma única abordagem de diagnósticos não determina as áreas de
necessidades, essas áreas devem ser determinadas através de avaliações
neurológicas, psiquiátricas, sociais e clínicas.
De acordo com o grau de apoio que a pessoa necessita em um
ambiente, o comprometimento pode ser classificado, segundo Winnick (2004),
como:

a) Intermitente: apoio de curta duração durante momentos de


transição em determinadas situações.
b)Limitado: apoio regular durante um período do curto de tempo, o
treinamento para o trabalho por exemplo.
c) Apoio extensivo: apoio constante, sem limite de tempo, com
comprometimento regular.
d)Apoio generalizado: apoio constante e de alta intensidade,
possível necessidade de apoio para manutenção da vida.
Atualmente uma parcela considerável da população escolar
apresenta síndromes, deficiências, dificuldades de aprendizagem e transtornos.
Podemos fazer uma comparação entre as nomenclaturas.

QUADRO COMPARATIVO:
SÍNDROME TRANSTORNO DEFICIÊNCIA DIFICULDADE
DE
APRENDIZAGEM
Síndrome é o Termo usado para É um A dificuldade para
nome que se dá indicar desenvolvimento aprender é
a uma espécie a existência de um insuficiente, em considerada um
de sinais e conjunto de termos globais ou sintoma que
sintomas que, sintomas ou específicos, que engloba
juntos, comportamentos podem ocorrer na quatro fatores:
evidenciam uma clinicamente área física, - orgânico
condição reconhecível intelectual, auditiva -especifico
particular. A associado, visual ou múltipla, - psicógenos
síndrome de na maioria dos (quando atinge - ambientais
Down, por casos, a duas (as dificuldades
exemplo, inclui sofrimento e ou mais dessas não
deficiência interferência áreas). estão ligadas
intelectual, em funções obrigatoriamente
hipotonia e pessoais. Os ao
outras transtornos têm sua QI, há muitos
categorias que origem de alunos
variam de anormalidades com problemas
acordo com no processo emocionais que
cada individuo cognitivo, impedem ou
acometido pela que derivam em dificultam
síndrome. grande a aprendizagem).
parte de algum tipo
de
disfunção biológica

3.2 APRENDIZAGEM APLICADA AO DEFICIENTE INTELECTUAL

Para falar da aprendizagem do DI, devemos levar em conta os processos


cognitivos de uma criança sem deficiência que muito cedo simboliza, observa, guarda
na memória, planeja, ou seja, seu desenvolvimento cognitivo é de acordo com os
parâmetros da normalidade. Na aprendizagem da criança DI precisamos considerar as
lacunas concorridas no desenvolvimento dessa criança. Criança DI tem déficit na
comunicação, linguagem, esquema corporal, na função executiva e por isso
apresentam dificuldade em planejar e executar necessitam de mais tempo, mais
repetição, de estímulo. As ações do professor devem ser pautadas por um ensino
diferenciado que possibilitem a melhora de seu desempenho e contemple suas
habilidades para aprendizagem.
Para definir a aprendizagem do deficiente intelectual, foi recorrido a
Vygotsky (1989), que aborda em seu estudo o trabalho pedagógico. Ele
acreditava que atividade humana transbordava a organização neurológica, era
necessária a mediação com o meio para que houvesse aprendizado. Sendo
que, para tal autor, as singularidades de desenvolvimento do deficiente
intelectual é que eram interessantes e não suas limitações ensimesmadas.
Ainda segundo ele, as incapacidades são por demais valorizadas dentro do
espaço escolar, em detrimento da oferta de materiais diferenciados para
oportunizar a superação das barreiras existente nos sistemas cognitivos dos
deficientes intelectuais.
O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, encontrado em
Vygotsky (1997), busca ampliar a aprendizagem através de intervenções que
alterem as funções psicológicas superiores, sendo que essa zona proximal é
definida pelo próprio autor com a distância entre o desenvolvimento real e o
desenvolvimento potencial.

A contribuição mais importante de Vygotsky nesse trilhar é, sem dúvida,


o reconhecimento de que as limitações do deficiente intelectual têm origem em
suas respostas sociais. Daí a necessidade de serem articuladas estratégias
mais interessantes no que se refere a alfabetizar a criança com deficiência
intelectual ou dificuldade de aprendizagem.
A flexibilização e abertura do currículo é uma das posições
defendidas por Manjon (1997,p.61) quando condiciona a três
elementos de adaptação que contribuem para um complemento
atendido das necessidades educativas em uma perspectiva de
equidade, sendo eles: aspectos relacionais que envolvem os sujeitos
envolvidos no processo de aprendizagem ( professores, outros
educadores, alunos); aspectos materiais e organizativos, que
referem aos espaços, móveis e materiais didáticos; e aspectos de
organização de tempo escolar, analisando o currículo, a
metodologia, o conteúdo programático e o processo avaliativo.

O professor é o mediador e o condutor da aprendizagem, então precisa


ter clareza que o processo de aprendizagem acontece a partir de experiências
que podem ser organizadas em cinco níveis de experiências na aprendizagem,
conforme a pirâmide hierárquica da aprendizagem.

CONCEITUAÇÃO
SIMBOLIZAÇÃO
FORMAÇÃO DE IMAGENS
PERCEPÇÃO
SENSAÇÃO

Na hierarquia da aprendizagem uma aprendizagem está vinculada à


anterior, ou seja, sem a experiência da percepção não se chega à formação de
imagem, o professor que trabalha com alunos DI precisa adequar sua prática
ao nível em que seu aluno se encontra. Alunos que não fazem imagem mental
não se alfabetizam, pois a formação de imagem refere-se à sensação ou,
informação já recebidas e percebidas, está relacionada aos processos de
memória.
O conhecimento do sujeito em seu processo evolutivo de aprendizagem,
a observação de aspectos individuais, cognitivos ou afetivos emocionais é
primordial para que o aluno DI possa pensar e compreender e, assim,
aprender.

3.3 ALFABETIZAÇÃO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

A educação é consideradamente uma prática social, sendo que as


comunicações, através da fala ou do uso de códigos de escritas são artifícios
para aprimorar as relações dos sujeitos com o meio e entre eles mesmos.
Na área da leitura e escrita muito tem se falado em “letramento”, para a
professora Magda Becker Soares, letrar é mais que alfabetizar; é ensinar a ler
e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e
façam parte da vida do aluno, então se uma aluna DI alfabetizada aos 18 anos
deixa um bilhete para a mãe escrito desta forma: “A XAVE TA NA VIZINHA”,
dessa forma a aluna conseguiu dar um sentido para a escrita e, embora com
erros ortográficos, se fez compreender: Tal análise nos faz refletir sobre níveis
de letramento, considerando o bilhete, podemos afirmar que o nível de
letramento da aluna é baixo, porém supriu sua necessidade de escrita. Alunos
DI então alcançariam um baixo nível de letramento? Podemos afirmar com a
vivência de trinta e dois anos na Educação Especial que pessoas com DI, em
sua maioria, não terão condições de tornarem-se leitores com habilidades para
interagir com fontes de informação elaboradas ou resolver problemas
complexos, mas poderão, sim, ser capazes de desenvolver habilidades para
superar suas necessidades de leitura e escrita do dia a dia oportunizando sua
independência e interação na sociedade letrada.
Ainda recorrendo a Vygotsky (1997), entende-se que o adulto/professor
mediador deverá construir novas situações estratégicas a fim de atender às
necessidades especializadas dos seus alunos.
A mediação do professor é que vai trazer bons resultados, a qualidade
dessa mediação, a credibilidade que o professor deposita nas estratégias de
aprendizagem e na capacidade de aprendizagem do aluno DI.
Tendo em conta essa perspectiva, o professor deverá ser capaz de criar
situações de aprendizagem num contexto educativo, o que requer uma prática
consciente e reflexiva em interação com a teoria.
Alfabetizar alunos DI é um desafio para a escola e também para o
professor que precisa aceitar esse desafio, o primeiro passo é despertar
nesses alunos o desejo de aprender a ler e escrever, condição básica para que
o aprendizado aconteça.

4. MÉTODOS

4.1 MÉTODO FÔNICO

Segundo Fernando Cesar Capovilla (2004) o método fônico é um


método de alfabetização que prioriza o ensina dos sons das letras e em
seguida constrói a mistura destes sons para alcançar a pronúncia completa da
palavra. Depois que alguns fonemas já foram aprendidos, ai então se ensina a
combiná-los de modo a formar palavras. Capovilla (2004, p.85) expõe que “o
texto deve ser introduzido de forma gradual, com complexidade crescente e a
medida que a criança for adquirindo habilidade”. Este método não enfatiza
e até mesmo adia o ensino do nome das letras para que as crianças atentam-se ao som
das letras.
Abaixo seguem exemplos e sugestões de como implementar o Método
Fônico para os alunos segundo o psicólogo, PhD em Psicologia Experimental,
Fernando Cesar Capovilla. (2004, p.88-91)
A. Sons das letras. Seguindo a sugestão de Capovila o/a professor (a)
mostra a letra e pronuncia o som da mesma, depois dá exemplos de
coisas, conhecidas das crianças, que iniciam com o som “a” por
exemplo, e pede que repitam as palavras pronunciadas; escreve-as no
quadro destacando a letra trabalhada.(figura 1)
B. Combinando sons. O aluno pode começar a combinar os sons antes de
dominar todo o alfabeto. Após já terem aprendidos alguns fonemas,
como: /u/ /a/ /o/ /t/ e /p/, usa-se um alfabeto móvel e solicita que as
crianças formem palavras com essas letras; elas formarão algumas
palavras: pata, pato, tato, tatu, tapa, topo, etc; Depois disso, elas são
incentivadas a pronunciar o som de cada letra uma por uma e em
seguida, combina-os para gerar a pronúncia da palavra. No início,
usam-se palavras simples, com até 4 letras, até os alunos se sentirem
confortáveis com o processo, depois palavras maiores, palavras com
dígrafos /ch/ lh/nh e por ultimo as exceções fonéticas, casa /kaza/
hospital /ospital/. A cada nova relação som/letra ensinado deve-se
revisar as já aprendidas usando as mesmas para formar novas
palavras. Desta forma estará gradativamente ampliando a capacidade
leitora nas crianças.
C. Montando frases. Quando os alunos já puderem pronunciar várias
palavras confortavelmente, é possível criar frases com essas palavras e
incentivá-los a lê-las e depois a criarem suas próprias frases.
Após este processo a criança esta apta e segura para ler e produzir seus
textos. Além desse processo, outro recurso disponível é o CD-Rom com
exercícios de consciência fonológica que auxiliarão o aluno no
desenvolvimento de suas ações de leitura e escrita. Alessandra Seabra e
Fernando Capovilla descrevem a metodologia abordada no material que
envolve o aluno através de sua ludicidade e tecnologia.
Alfabetização fônica computadorizada
O método fônico baseia-se em instruções fônicas e metafonológicas, de
modo a prover um ensino explícito e sistemático das correspondências
grafofonêmicas, ao mesmo tempo em que propicia o desenvolvimento de
habilidades da consciência fonológica (Capovilla & Capovilla, 2004b).
Sabendo que a rota fonológica é essencial para a apropriação da leitura
e escrita, também a consciência fonológica torna-se fundamental através do
processo de codificação e decodificação. Consciência fonológica nada mais é
que a capacidade de reconhecer os segmentos sonoros da palavra
Estudos têm evidenciado que as dificuldades em leitura e escrita se
devem, em grande parte, a problemas de processamento fonológico, podendo
ser atenuados com a incorporação de atividades fônicas em diferentes níveis
escolares. Isto tem sido demonstrado em diversos estudos internacionais e
nacionais (Capovilla & Capovilla, 2004a; Capovilla & Capovilla, 2004b).
Este software torna ainda mais eficaz a alfabetização e a intervenção em
problemas de leitura e escrita, ao integrar o caráter lúdico da informática à
apresentação sistemática das letras e de seus respectivos sons e às atividades
de consciência fonológica, estimulando o interesse e a participação do
alfabetizando.
O software é estruturado sob dois menus principais, 'Consciência
fonológica' e 'Alfabeto'. Cada um contém uma série de atividades que incluem
os submenus 'Palavras', 'Rimas', 'Aliterações', 'Sílabas' e 'Fonemas'. Ilustra
atividades cujo objetivo é o ensino sistemático das correspondências entre
grafemas e fonemas. É dividido em vogais, consoantes, pra cada letra
apresentada em tipo cursivo e de fôrma, maiúscula e minúscula.
Ao passar o mouse sobre a letra, o software apresenta o seu som, o que
facilita a aprendizagem das correspondências letra-som. São apresentadas
diversas atividades com figuras e palavras, como leitura de textos, seleção de
palavras e figuras que começam com a letra-alvo, e atividades de completar
palavras com as letras que faltam.
É importante destacar que o software apresenta as atividades em um
grau crescente de dificuldade e, em todas as atividades, os sons das letras,
bem como os nomes das palavras e das figuras soam quando se passa o
mouse sobre elas, facilitando a execução das atividades e a aprendizagem das
correspondências grafofonêmicas.
Finalizando, as evidências, oriundas de estudos internacionais e
nacionais já citados, ratificam a eficácia da alfabetização fônica no ensino tanto
de normoléxicos quanto de disléxicos, sendo eficaz no tratamento e na
prevenção dos problemas de leitura e escrita.
O caráter lúdico do CD é fundamental para o engajamento da criança na
execução das atividades, aumentando a eficácia do procedimento. Assim a
criança constrói a pronúncia por si própria. (Capovilla & Capovilla, 2004b).
Várias das correspondências entre som - letra, incluindo vogais,
consoantes e dígrafos, podem ser ensinadas num curto espaço de tempo e,
desse modo, as crianças são alfabetizadas num período de poucos meses,
quando passam a ler textos cada vez mais complexos e variados.
Conforme afirmou o neurocientista francês Stanislas Dehaene (2012),
em um seminário na Secretaria Estadual de Educação De Santa Catarina
(SED), estudos indicam que o método fônico é o mais eficiente e que qualquer
criança pode ser alfabetizada em menos de um ano. Algumas das principais
conclusões apresentadas pelo neurocientista foram:
Embora desagrade a muitos, não se aprende a ler de cem
maneiras diferentes. Cada criança é única, mas, quando se
trata de alfabetização, todas têm basicamente o mesmo
cérebro que impõe a mesma sequência de aprendizagem.
Quanto mais respeitarmos sua lógica, mais rápida e eficaz será
a alfabetização. É essencial ensinar explicitamente às crianças
a relação entre fonemas (sons) e grafemas (letras) porque é
dessa forma que elas ativam os circuitos decisivos para ler,
ganhando velocidade e autonomia para lerem palavras novas,
de forma muito mais rápida. (DEHAENE, 2012)
Ele garantiu que a ineficácia do método global ou construtivista está
provada não só em laboratório, mas em centenas de experimentos realizados
em inúmeros países e que esses conhecimentos científicos vêm reorientando
as políticas públicas de vários governos.
Dehaene (2012, p.1) “o problema é que o cérebro precisa decodificar
para ler, só consegue prestar atenção no significado quando a leitura ganha
certa velocidade e que conseguimos isso muito mais rápido com o método
fônico”. Na França, testes que compararam crianças de mesmo nível
socioeconômico no final da escolarização mostraram que os alunos que
haviam sido alfabetizados pelo método global não só liam mais lentamente,
como tinham mais dificuldade para compreender textos do que os que haviam
aprendido pelo método grafo-fonológico.
Ainda segundo o cientista Dehaene, uma criança leva poucos meses, no
máximo um ano, para aprender a ler e escrever. No Brasil, como na maioria
dos países, a alfabetização tem início aos seis anos, mas, o Ministério da
Educação admite que se estenda até os oito.
Com o falecimento de Piaget, certos construtivistas parecem
ter achado mais fácil entronizar um dos lados (isto é, o global),
de modo intransigente e dogmático, do que trabalhar para
edificar a Pedagogia Experimental com que sonhava Piaget e
de que este país tanto necessita.(CAPOVILLA, 2004, p.13).
Em 2009, MEC (Ministério da Educação e Cultura) e SEB (Secretaria de
Educação Básica) elaboram e encaminharam escolas do Brasil um livro com
orientações para o trabalho com a linguagem escrita com crianças de seis anos
de idade. Neste livro, autores abordam o desenvolvimento da consciência
fonológica como um importante papel no processo de aquisição da leitura e
escrita. Percebe-se que o Brasil está repensando suas estratégias de ensino a
fim de proporcionar ao aluno e ao professor diferentes maneiras de se alcançar
o objetivo da leitura e escrita competente nas séries iniciais.
Implementar o método em sala de aula com alunos do 1º ano do ensino
fundamental com idades entre 5 e 6 anos regularmente matriculados na Escola
Municipal, egressos dos Centros Municipais de Educação Infantil de Foz do
Iguaçu. Dentre esses, destacam-se ainda os que nunca frequentaram a escola
e os oriundos do Paraguai e de outras localidades. Os alunos são em sua
maioria residentes dos bairros jardim São Paulo e Jardim São Luiz, ambos
localizados na periferia da cidade. Também fazem parte desta pesquisa, alunos
da rede privada de Foz do Iguaçu. Uma escola trilíngue de classe média alta,
que há 10 anos alfabetiza com o Método Fônico.

4.2 MÉTODO SODRÉ

Pelo percurso analítico que os processos e as práticas de alfabetização que se


desenvolveram no Espírito Santo na década de 1950, consideramos importante
ressaltar que o ensino da leitura e da escrita nesse período, não passou por
inovações importantes. Apesar de existirem tentativas de substituir o Método
Sintético pelo Método Analítico, tendo como ênfase o global de textos e em que
pesem as diferenças teóricas importantes entre esses métodos, podemos concluir
que as cartilhas usadas no Espírito Santo e as práticas por elas conformadas
privilegiam o ensino das unidades mínimas da língua.
Nesse processo de ensinar a ler e a escrever, exclui-se a “responsividade”, ou seja,
o outro é silenciado, pois essa prática não possibilita a interação verbal que se dá
pelo confronto de diferentes focos de visão. Nesse sentido, Bakhtin (2003) assinala
que a linguagem tem caráter essencialmente ideológico, ela tanto revela a realidade
como também é revelada por ela, pois, ao ouvirmos as palavras, ouvimos o que elas
semanticamente significam dentro de um determinado contexto social. Desse modo,
as práticas de alfabetização relatadas pelas professoras estavam implicadas pelas
cartilhas, cuja concepção de linguagem orientadora, conforme assinala Bakhtin
(2003), postula uma norma fixa, racional e imutável da língua, que, evidentemente,
tem seus pressupostos no cartesianismo, em que o código linguístico e o código
matemático se correlacionam.
Assim, os métodos de alfabetização concretizados nas cartilhas também se ancoram
nos modelos teóricos do empirismo e do behaviorismo e, por isso, consideram a
aprendizagem da linguagem escrita um processo mecânico de repetição das
unidades menores da língua.
A cartilha tem um método próprio, O método Sodré, ou Alfabetização rápida. Todas
as lições são organizadas de acordo com o processo “rápido”. O processo é
considerado rápido, porque os alunos são inseridos imediatamente na aprendizagem
das sentenças, palavras e sílabas, sem que haja um período preparatório. Ela traz,
ainda, orientações didáticas aos professores, que são divididas em sete partes, de
autoria de Abel de F. Sodré e Benedicta Sthal Sodré. Conforme orientação
metodológica, a primeira parte do ensino da leitura deve constar de uma exploração
dialogada com os alunos.
4.3 MÉTODO MONTESSORI
O Método Montessori foi criado pela pedagoga e educadora Maria Montessori,em
1907(“Casa dei Bambini”),em 1940 se difundiu pelo mundo.
com su experiência trabalhando com crianças portadoras de deficiência intellectual,
foi adquirido tais conhecimentos:
A utilização do método multissensorial com crianças que apresentam dificuldade na
leitura e dislexia pretende trabalhar com as seguintes habilidades:
a) visual, que se refere a forma ortográfica da palavra;
b) auditiva, que é a forma fonológica;
c) sinestésica, que é o movimento para escrever a palavra;
d) tátil, que diz respeito ao toque do aluno em letras concretas.
Maria Montessori foi a precursora desse método, onde a criança deve traçar a letra
enquanto o professor diz o som correspondente. Deve também pronunciar em voz alta
os nomes das letras enquanto as escrevem.
O que é interessante nesse método é que ele trabalha com questões importantes para
estudantes com dificuldade em leitura, como por exemplo o desenvolvimento da
consciência fonológica, ao reconhecer e distinguir os sons das letras. Como bem explica
García (2002, p. 51):
O método multissensorial, que desenvolveu diversas habilidades nos alunos. Entre elas
estão: a fônica, a tátil, a visual e a cinestésica. O trabalho foi desenvolvido da seguinte
maneira: primeiro trabalhou-se com letras, depois sílabas, palavras e finalmente frases,
através do desenvolvimento dos seguintes passos:
a) a consciência fonológica do estudante, fazendo com que ele percebesse a relação
som-palavra;
b) a consciência tátil, a fim de verificar por meio do toque o formato das letras;
c) a consciência visual, através da observação das letras;
d) por último, a consciência sinestésica, com o intuito de observar o seu próprio
movimento enquanto traça as letras.
Juntando todas essas etapas, esperava-se que os alunos reconhecessem o som de cada
letra, que ao mesmo tempo a visualizassem e tocassem, e que observassem os
movimentos de sua mão para formar cada letra. Acreditou-se que desta maneira o
reconhecimento das palavras em textos seria mais fácil e a leitura mais agradável; e isto
foi o que realmente aconteceu.
O trabalho foi desenvolvido seguindo as etapas abaixo:
a) observação da turma e do material dos estudantes;
b) descoberta dos alunos com dificuldades na leitura;
c) entrevista com a professora e com os alunos;
d) realização de atividades do método, que envolveram os itens visual, fônico, tátil e
sinestésico;
e) leitura de textos variados, logo após os alunos terem passado pelo reconhecimento
letra/som, leitura de sílabas, palavras, frases e, por último textos.
Após o desenvolvimento de todas as etapas do método chega-se às seguintes
considerações:
1ª) a principal causa pela falta de interesse e das deficiências dos estudantes é a
metodologia utilizada pelos professores em sala de aula. Geralmente eles trabalham com
conteúdos estanques, e fora da realidade dos jovens;
2ª) a dificuldade em leitura decorria da falta da mesma. Como os alunos podem fazer
uma boa leitura e adquirir o hábito pela mesma se ela não é estimulada?;
3ª) o ambiente escolar também é desmotivador para a aprendizagem, pois quase não há
recursos, as tecnologias não são utilizadas nessa escola,... Além de tudo isso, o 6º5 é
tachado como "a pior turma dos 6º anos";
4ª) além de tudo o que foi dito, ainda há a ausência dos pais na vida escolar de seus
filhos. Os mesmos não demonstraram, em nenhum momento do estágio, interesse em
saber como os estudantes estavam.
Finalizando, observa-se que enquanto a realidade de muitas escolas não mudar (no que
diz respeito a estrutura e recursos, boa formação e qualificação dos docentes, uso de
tecnologias, uso de novas metodologias, entre outros) a educação continuará da mesma
forma, e talvez até piore. Faz-se necessário com urgência uma reforma radical em
nossas escolas.

4.4 MÉTODO DAS BOQUINHAS

MÉTODO DAS BOQUINHAS da Dra. Renata Jardini foi desenvolvido inicialmente


para reabilitar os distúrbios da leitura e escrita, e, atualmente é usado em salas de aula
regulares, além de consultórios, escolas especializadas e APAEs de todo território
nacional.
O Método das Boquinhas é um método fonovisuoarticulatório, e em sua proposta
utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/letra), as
articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na
Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para
alfabetizar quaisquer crianças e mediar/reabilitar as dificuldades da leitura e escrita.
O Método das Boquinhas viabiliza e favorece a alfabetização a partir da conscientização
fonoarticulatória e com esse conhecimento atinge-se seguramente, e de maneira rápida e
eficaz, a conversão fonema/grafema, viabilizando a compreensão e utilização do sistema
de escrita alfabética da Língua Portuguesa. Assim, se torna um método oralista, fônico e
articulatório de alfabetização, que além de viabilizar a aquisição da leitura e escrita pela
fala, fortalece a correta articulação, propiciando uma mediação pedagógica e preventiva
das alterações fonológicas de fala e processamento auditivo, reforçado nas orientações
de atuação da Fonoaudiologia na Educação (CRFa- 2ª região, 2010).
É sabido que o ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na
BOCA, inicialmente exercendo a função de respirar, seguida de se alimentar e
paulatinamente na produção de sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de
comunicação inerente ao ser humano. Assim, partindo-se do pressuposto de que as
habilidades de falar e escutar, no que diz respeito aos sons da língua, já estariam
dominadas pelas crianças, pelo menos em termos de possibilidades neurogenéticas,
essas habilidades poderiam nortear o universo a ser descoberto, isto é, a leitura e escrita.
Então, partindo da BOCA, foi acrescentado ao método fônico de alfabetização, os
pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente a que chamamos de
articulemas, ou Boquinhas. Desta forma, focalizamos a aprendizagem em uma boca
concreta que produz o som, que está inserido dentro de palavras significativas, que por
sua vez, estarão imersas em frases e textos.
O trabalho direto com os fonemas e a análise fonológica orienta as crianças quanto ao
sistema de sons da fala, favorecendo a ruptura do código oral e facilitando a tomada de
consciência (metacognição) por parte da criança dos elementos constitutivos da
linguagem escrita e de seu funcionamento, podendo compreender o sistema de escrita
alfabética (SEA) mais facilmente (Domínguez 1994; Jardini e Vergara, 1997; Jardini e
Souza, 2002).
Assim, a criança é levada a ler, escrever e pensar, aprendendo com maior prazer,
segurança e eficiência o uso significativo da leitura/escrita, bem como adquirem maior
velocidade e consciência na sua aquisição, num tempo inferior ao que levariam se
comparado ao ensino tradicional. Além disso, Boquinhas estimula a criança a lidar com
a língua escrita, mecanismo que a auxiliará, futuramente, a desenvolver um auto-
monitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos
significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar
perguntas. Muitas crianças apresentam relatos espontâneos de que a palavra “aparece”
escrita dentro de sua cabeça e assim pode escrevê-la com segurança.
Parafraseando Soares (2003), acredita-se ser essa uma boa sugestão de “reinvenção da
alfabetização” que sendo o passo inicial, a compreensão do processo, permite uma
adequada continuidade, construindo gradativamente o letramento.
4.5 MÉTODO DOS DEDINHOS
MÉTODO DOS DEDINHOS foi desenvolvido em 2012 a partir de intervenções
terapêuticas com crianças com Síndrome de Down.
Tais intervenções apoiadas em gestos manuais começaram a auxiliar o desenvolvimento
de fala e de linguagem de crianças com deficiência.
O método carinhosamente nomeado de Método dos Dedinhos, teve início com gestos
específicos para cada fonema da língua portuguesa,e assim foi nomeado DEDINHOS
SIGNS
As crianças começaram a desenvolver-se na área de fala e assim interligado ao
DEDINHOS SIGNS, foram criados gestos específicos para os principais elementos de
conexão da nossa língua, como artigos, preposições e conjunções, sendo nomeado
MÉTODO DOS DEDINHOS.
Em 2013 os Métodos foram registrados e reconhecidos pelo Ministério da Cultura e
Biblioteca Nacional do Estado do Rio de Janeiro.
Os Métodos começaram a ser conhecidos em importantes congressos e palestras e assim
em 2016 foram iniciadas as capacitações para profissionais da área de fonoaudiologia e
de educação infantil.
Os Métodos apresentam 46 cartas específicas para cada fonema e elementos de
conexão.
Além disso o PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DEDINHOS SIGNS, é mais um
recurso para o planejamento de terapias.
No ano de 2017 o Método apresenta mais um recurso: DEDINHOS ABC, um novo
método para prontidão de leitura e escrita para profissionais, alunos e pacientes com
dificuldades de comunicação.
4.6 MÉTODO MULTIGESTOS

Tudo começou quando a fonoaudióloga Cinthia Coimbra de Azevedo, especialista em


Síndrome de Down, notou que algumas de suas crianças tinham dificuldades na
evolução dos aspectos da fala e que muitas vezes tais aspectos não eram compatíveis
com a compreensão da criança. Foi daí que ela começou sua busca incansável por
possíveis respostas e informações que poderiam auxiliar na intervenção de tais crianças.
Foram nessas buscas que a Cinthia encontrou diversas literaturas estrangeiras que a
inspiraram a utilizar pistas multissensoriais para auxiliar na fala dessas crianças.
Nesse início, Cinthia utilizava o que viria a ser o MultiGestos de uma forma mais
caseira, apenas com seus pacientes. Com o passar do tempo, essas crianças cresceram e
precisaram também de apoio para alfabetização, foi aí que entrou Letícia Maria de Paula
Silva, também autora do método. A Letícia além de fonoaudióloga também é
psicopedagoga com ampla experiência na alfabetização de crianças com Autismo e
Síndrome de Down e tinha diversos pacientes em comum com a Cinthia.

Letícia percebeu que o uso dos gestos auxiliava também no processo de alfabetização e
começou a trabalhar junto com a Cinthia na sistematização de tais gestos, assim elas
teriam um padrão a ser seguido, o que facilitaria o atendimento das crianças que elas
atendiam em comum. Com o passar do tempo, elas foram notando a evolução das
crianças que estavam utilizando o método criado por elas e a escassez de materiais e
recursos disponíveis para as crianças brasileiras e então decidiram publicar o método
para que outros fonoaudiólogos, pais, educadores e crianças pudessem ter acesso ao
método, surgindo assim oficialmente o MultiGestos.

Em suma, o MultiGestos é uma opção de método para a intervenção da Apraxia de Fala


que pode ser utilizado tanto no próprio treino de fala quanto como suporte no processo
de alfabetização. O método foi criado por fonoaudiólogas que validaram o mesmo em
sua prática profissional e foi totalmente pensado para crianças falantes do português
brasileiro, o que garante que todos os fonemas da nossa língua tenham uma pista
multissensorial correspondente e diversas ferramentas prontas para o uso que acabam
facilitando o dia a dia do fonoaudiólogo.
O método MultiGestos – Treino para Apraxia de Fala se baseia no uso de pistas
multissensoriais para auxiliar o planejamento e a programação motora da fala. Como o
próprio nome já diz o uso dos gestos (que não são relacionados a Língua de Sinais ou
Comunicação Alternativa, mas sim gestos exclusivos e específicos para este fim) como
pista multissensorial é o ponto-chave do método.
O MultiGestos tem o desenvolvimento colaborativo com uma designer, o que torna as
ferramentas disponíveis para auxiliar na implementação do método mais lúdicas,
dinâmicas e atrativas para a população infantil. Existem diversas ferramentas tanto
físicas quanto digitais, comercializadas e gratuitas que facilitam e dão suporte durante a
execução do método.
4.7 MÉTODO ABACADA

"O ABACADA surgiu da necessidade de alfabetizar alunos que já estavam na


escola mas não conseguiam adquirir a escrita do modo que era ensinado. Uma
grande pesquisa foi necessária para desenvolver uma metodologia para que um
formato fosse adaptado para esses alunos. O ABACADA nasce da junção de dois
outros métodos e trouxe resultados muito relevantes. Essa metodologia foi
desenvolvida para alunos com deficiência intelectual, mas hoje em dia ela é
utilizada também para alfabetizar quem apresenta dificuldade no ensino comum".
(Cláudia Mara da Silva)
O Método ABACADA tem suas bases teóricas no Método Fônico e Método Sodré de
alfabetização.
O Método tem como base a sílaba,não ensina nome de letra e sim o som de cada letra
acrescida da vogal trabalhada, o objetivo é auxiliary o estudante compreender a junção
dos sons na sílaba.
A percepção que o “B”(ban) mais “A”(a) formando o BA, é fundamental paraa
aprendizagem das sílabas,quando o estudante associa essasequencia de sons para formar
a sílaba,isso significa que começa a entender o princípio alafabético.Então C (cã) +A =
CA ,pronúncia do som das letras e não C(cê) + A =CA .
As propostas de atividades e o entendimento que a concistência metalinguística que se
desenvolve com o ensino explícito,com atividades progressivamente elaboradas,
considerando as dificuldades e as especificidades de cada aprendiz no processo da
leitura e escrita é inerente a Metodologia do ABACADA.
O Método ABACADA auxilia o estudante a compreender que juntando as sílabas
formamos palavras,sempre com apoio visual referente as sílabas,então o BA da bana-
na se junta ao LA do lapis, formando a palavra BALA.
Para o aprendizado de frases e textos trabalha muito com a dimensão sintática, no
entanto o trabalho com o léxico, a fonética, a pros´dia, a fonológica fazem parte das
atividades do Método ABACADA.
No trabalho com o Método ABACADA Sseguimos as seguinte ordem das
vogais :A,O,U,
I,E, buscando uma lineridade no trabalho.
As apostilas estabelecem um ensino sistemático e progresso,e denotam o nível de
aprendizagem do estudante.
O aspecto lúdico do método favorece a prática,o jogo institui uma relação com a
aprendizagem,aplica-se estrtégias para a compreensão que palavras escritas são uma
sequencia lógica de letra.

4.8 MÉTODO PLUS HAND

Método PlusHand, é um programa com uma abordagem multidimensional que auxilia


comunicação os processos para leitura e escrita, compondo-se dos conhecimentos
relacionados aos aspectos neuroanatômicos, neurofisiológicos, multissensoriais,
desempenho do comportamento motor, cognitivo, linguísticos socioemocionais,
estendendo-se para as habilidades de leitura e escrita.
Por ser um método muito recente ainda não existem marcadores, por esse motivo não
foi possível desenvolver uma análise maior sobre o método.
5 CONCLUSÃO
Deficiente intelectual é um transtorno do desenvolvimento,nível do comportamento
abaixo da idade cronológica( isso chama atenção)são pessoas com capacidade para
aprender como qualquer pessoa,através do estímulo certo.
Estudantes com deficiência têm direitos garantidos na Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (nº 13.146/2015), na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (nº 9.394/1996) e, em São Paulo, na Lei Estadual nº
16.925/2019.
Inclusão social é uma questão de cultura social, no século passado (geração
passada)pouco se via pessoas com o óculos, ou de cadeira de rodas , quando viámos
achávamos estranho ,para as crianças de hoje em dia se tornou normal .
Impossível de uma hora pra outra a Inclusão sair do papel e virar realidade.No século
passado não se via crianças deficientes em parques,chopings,escolas,etc...
Ao contrário ficavam escondidos dentro de casa ou em escolas só para
deficientes( retardado mental ) como diziam..... Acredito que para nossos netos, e as
crianças dessa geração a Inclusão vai ser de verdade, porque elas vão crescer
convivendo com crianças deficientes, só vira Inclusão a partir do momento que
acostumamos com aquilo e se torna parte do nosso cotidiano.
Importante saber o diagnóstico da criança ,fazer avaliação, conhecer sua história através
da anaminese, para saber qual melhor método será usado para cada criança.
Quando se fala em criança deficiente , não é a criança que deve se adaptar ao método
aplicado nas escolas , sim adaptarmos a melhor forma ( métodos) de ensiná-las.
No Brasil existem vários métodos usados para deficientes intelectuais .
Espera-se que, com o auxílio dessas pesquisas possamos chegar a
métodos mais eficazes e aplicáveis a realidade da alfabetização para deficientes
intelectuais. Deficientes intelectuais necessitam
de muito mais estímulo para que ocorra a aprendizagem efetiva.
Desde a tenra infância a informação e tecnologia estão
muito presentes tornando o ensino-aprendizagem assim, um grande desafio
para o professor.
Que os alunos àtipicos possam desenvolver sua competência em leitura e
esccrita da forma mais simples e prazerosa para elas. Que os professores
estejam preparados e capacitados para ensiná-las. Que todos os envolvidos possam
decidir e
encontrar uma metodologia capaz de auxiliar efetivamente deficientes intelectuais em
suas
dificuldades. Que a incerteza dos adultos não custem ao aluno um caminho
obscuro entre a leitura e a escrita. Almejando sempre que, atitudes sejam
tomadas pelas autoridades para reverter os alarmantes baixos índices em que
o Brasil se encontra em educação especial e letramento.
É fundamental que os profissionais que atuam na alfabetização para deficientes
conheçam as diferentes maneiras de alfabetizar e as implicações referentes a
ela, para a partir daí, fazer uma escolha consciente sobre como organizar seu
trabalho pedagógico.
Todas as Crianças tem potencial para se desenvolver, devemos favorecer oportunidades
e os estímulos correto.A família da criança tem um papel importante, em junto com a
equipe que for direciona-lá ajudar a escolher o método que se identifica com a crinança,
e dar continuidade no mesmo pela vida toda.
Finalizando, observa-se que enquanto a realidade de muitas escolas não mudar (no que
diz respeito a estrutura e recursos, boa formação e qualificação dos docentes, uso de
tecnologias, uso de novas metodologias, entre outros) a educação continuará da mesma
forma, e talvez até piore. Faz-se necessário com urgência uma reforma radical em
nossas escolas.
6.FIGURAS
FÍGURA 1.

Fonte:Apostila Alfabetização completa Método- Fônico -79-pag.


FIGURA 2.Método Fônico

Fonte: Cartilha Sodré ;Benedicta Sthal Sodré


FIGURA 3.Método Montessori
Fonte: Larmontessori.com( Liberdade/aprendizagem)

FIGURA 4.Método das Boquinhas

Fonte:Livro de alfabetização Jardini Ribeiro Safastani Renata


FIGURA 5. Método dos Dedinhos

Fonte:reabikds.com.br
FIGURA 6.Método Multigestos

Fonte: www.multigestos.com

FIGURA 7. Método Abacada


Fonte :www.hpp//abcclaudiamara.blogpot.com

6.BIBLIOGRAFIA
COLL, César, MARTÍN, Elena e colaboradores. Tradução de Cláudia Schilling. O
construtivismo na sala de aula. 6ª edição. São Paulo: Ática, 2006.
COX, Kenia Kodel. Informática na educação escolar. Autores associados.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. 21ª edição. São Paulo: Cortez,
1993.
GARCIA, Jesus Nicásio. Manual de dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre,
Artmed, 1998 Aplicaciones de intervención psicopedagógicas. Madrid: ediciones
pirámide, 2002.
GEARHEART, Bill R. La enseñanza en niños con trastornos de aprendizaje. Tradução
de Editorial Médica Panamericana S.A. realizada pelo Dr. Carlos Wernicke. Argentina:
Editorial Médica Panamericana, 1981.
JOHNSON, Doris J. e MYKLEBUST, Helmer R. Distúrbios de aprendizagem:
princípios e práticas educacionais. Tradução de Marília Zanella Sanvicente. São Paulo:
Pioneira: Ed. da Universidade de São Paulo, 1983.
JOLIBERT, Josette e colaboradores. Formando crianças leitoras. Volume I. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Editora 34.
MEUR, A. de. Psicomotricidade: educação e reeducação: níveis maternal e infantil A.
de Meur e L. Staes; [Tradutoras Ana Maria Izique Galuban e Setsuko Ono]. ? São
Paulo: Manole, 1989.
Nova Escola. Ensinar a ler em História, Ciências, Matemática e Geografia. São Paulo,
n. 203, p. 42 a 46, jun/jul 2007
Quatro mitos da dislexia. São Paulo, n. 209, p. 66 a 69, jan/fev 2008.
A língua em todas as disciplinas. São Paulo, n. 221, p. 90, abril 2009.
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num
enfoque psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
PRESTES, Irene Carmen e MORO, Catarina de Souza. Psicologia e Educação. Curitiba:
IESDE Brasil S.A., 2007.
ROSS, Alan Otto. Aspectos psicológicos dos distúrbios de aprendizagem e dificuldades
na leitura. Tradução de Alexandra Fares. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.
SCHAIN, Richard J. Distúrbios de aprendizagem na criança. Tradução de Dr. Mário
Luiz Frochtengarten. São Paulo: Manole, 1978.
TARNAPOL, Lester e TARNAPOL, Muriel. Distúrbios de leitura: uma perspectiva
internacional. Tradução de Betti Raquel Lerner, Lídia Rosenberg Aratangy. São Paulo:
EDART, 1981.
VALETT, Robert E. Tratamento de distúrbios da aprendizagem: manual de programas
psicoeducacionais. Coordenador da ed. brasileira: Leopoldo Antonio de Oliveira Neto.
São Paulo, EPU, Ed. da Universidade de São Paulo, 1977
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of men-tal
disorders(5th ed.). American Psychiatric Association. Retrieved June 22th, 2017, de
http://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9780890425596.
CALDERÓN-GARCIDUENAS, l.; MORA-TISCARENO, A.; ONTIVEROS, E.;
GÓMEZ-GARZA, G.; BARRAGÁN-MEJÍA, G.; BROADWAY, J.; CHAMPMAN, S.;
VALENCIA-SALAZAR, G.; JEWELLS, V.;MARONPOT, R.R,; HENRÍQUEZ-
ROLDÁN, C.; PÉREZ-GUILLÉ, B.; TORRES-JARDÓN, R.; HERRIT, L; BROOKS,
D.; OSNAYA-BRIZUELA, N.; MONROY, M. E.; GONZÉLEZ-MACIEL, A.;
REYNOSOROBLES, R.; VILLAREAL-CALDERON, R.; SOLT, A. C.; ENGLE, R.
W. Air pollution, cognitive, v.68, p. 117 – 127, 2008.
GEIER D. A, KERN, J. K, GEIER, M. R. A prospective cross-sectional cohort
assessment of health, physical, and behavioral problems in autism spectrum disorders.
Maedica (Buchar), v.7, n.3, p. 193-200, 2012.
GESCHWIND, D. H. Genetics of autism spectrum disorders. Trends in Congnitive
Science, v.15, n.9, p. 409-16, 2011.
GRABRUCKER, A. M. Environmental factors in autism. Frontiers in Psychiatry, v.3,
p.118, 2012.
GRIESI-OLIVEIRA K.; ACAB, A.; GUPTA, A. R.; SUNAGA, D. Y.;
CHAILANGKARN, T, NICOL, X.; NUNEZ, Y.; WALKER, M. F.; MURDOCH, J. D.;
SANDERS, S. J.; FERNANDEZ, T. V, JI, W.; LIFTON, R. P.; VADASZ, E.;
DIETRICH, A.; PRADHAN, D.; SONG, H.; MING, G. L.; GU, X.; HADDAD, G.;
MARCHETTO, M. C.; SPITZER, N.; PASSOS-BUENO, M.R.; STATE, M. W.;
MUOTRI, A. R. Modeling non-syndromic autism and the impact of TRPC6 disruption
in human neurons. Molecular Psychiatry, 2014.
Guthrie, W., Swineford, L. B., Nottke, C., & Wetherby, A. M. (2013). Early diagnosis
of autism spectrum disorders: Stability and change in clinical diagnosis and symptom
presentation. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 54(5), 582-590. [ Links ]
Matson, J. L., Beighley, J., & Turygin, N. (2012). Autism diagnosis and screening:
Factors to consider in differential diagnosis. Research in Autism Spectrum Disorders,
6(1), 19-24. [ Links ]
Ministério da Saúde. (2014). Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com
transtornos do espectro do autismo (TEA). Brasília, DF, Brasil. [ Links ]
TSANKOVA, N.; RENTHAL, W.; KUMAR, A.; NESTLER, E. J. Epigenetic
regulation in psychiatric disorders. Nature Review Neuroscience, v.8, n.5, p.355-67,
2007.
CAMPOS,ERIKA.Fonaudiologa .{homepage na internet}2017 acesso em
15/12/2020.Disponível em www.metododosdedinhos.com.br
Azevedo CC,Silva LMP,Multigestos {homepage na internet} . 2016 acesso em
17/01/2021.Dis-
Ponível em http;//www.multigestos.wordpress.com; apostila curso método multigestos
2019
Por AZEVEDO CINTIA,SILVA LETÍCIA
Apae Brasil { homepage na internet}.2020 acesso em 17/01/2021.Disponível em
http://www.apaebrasil.org.br

FONSECA,LARISSA; ALFABETIZAÇÃO COUTINHO {homepage internet]2010


acesso em 10/12/2020.Disponível em www.papodaprofessoradenise.com.br
Cartilha curso ABACADA 2020 por SILVA M.CLAUDIA
ALVES, Nilceia Freitas. Práticas de alfabetização. 2007. Entrevista concedida a
Neusa Balbina de Souza, Linhares, 9 set. 2007.
BRAGGIO, Silvia Lucia B. Leitura e alfabetização: da concepção mecanicista à
sociopsicolinguística. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
FONSECA, Anita. O livro de Lili. 87. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 1961
MACIEL, Francisca Izabel Pereira. Lúcia Casassanta e o método global de contos:
uma contribuição à história da alfabetização em Minas Gerais. 2001. Tese
(Doutorado em Educação)-Programa de Pós-Graduação em Educação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001.
MORTATTI, Maria do rosário Longo. Os sentidos da alfabetização. São Paulo:
UNESP: CONPED, 2000.
NUNES, Estella Abreu Vieira. Práticas de alfabetização. 2007. Entrevista concedida
a esta autora, Vitória, 2007.
OLIVEIRA, Ester Abreu. Práticas de alfabetização. 2007. Entrevista concedida a
esta autora, Vitória, 2007.
OLIVEIRA, Mariano de. Cartilha ensino rápido da leitura. São Paulo: Melhoramentos,
[19--].
PANCIERI, Maria da Penha Rodrigues. Práticas de alfabetização. 2007. Entrevista
concedida a esta autora, Colatina, 2007.
QUEIRÓZ, Neli Belarmino. Práticas de alfabetização. 2007. Entrevista concedida a
esta autora, São Mateus, 2007.
ROCHA, Ana Bernardes da Silveira. Práticas de alfabetização. 2007. Entrevista
concedida a esta autora, Vitória, 2007.
SODRÉ, Benedicta Stahl. Cartilha Sodré. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1965.

Você também pode gostar