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Sebenta de
Psicologia do
Desenvolvimento
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Desenvolvimento
Para Mazel e Houzel (1975) o desenvolvimento é um processo que faz passar a criança ao
estado adulto. O desenvolvimento é um processo que não é contínuo.
Touchpoint: ponto do acontecimento que rompeu o normal dos nossos dias.
A maturação (Bee, 1997) é o conjunto de mudanças físicas determinadas pelas informações
contínuas do código genético e comum a todos os membros duma mesma espécie.
Para Piaget o desenvolvimento é uma construção.
Paradigma psicanalítico
Freud define pulsão como:
➢ Um conceito limite entre o psíquico e o somático
➢ Um lugar de articulação do corpo e da psiché
Freud propõe um modelo onde os processos mentais teriam a sua génese no inconsciente,
dando importância maior aos aspetos pulsionais. Os processos mentais são inconscientes e
que em toda a vida mental “apenas determinados atos e partes isoladas são conscientes”.
Pulsões sexuais:
o São necessidades sexuais no Homem e nos animais movidos pela “libido” como a
pulsão de nutrição é movida pela “fome”.
o Desempenham-se por causa das doenças nervosas e mentais – papel extra importante.
o A civilização foi criada à custa de satisfação das pulsões.
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O Ego
• Elemento mediador entre o id e o superego
• Considerado como “uma organização coerente de processos mentais”
• É aquela parte do id que foi modificada pela influência direta do mundo externo, por
intermédio do pcpt-Cs
• Esforça-se por substituir o princípio do prazer, que reina irrestritamente o id, pelo
princípio da realidade.
• É também inconsciente
• Comporta-se como o reprimido
• Deriva das sensações corporais
• Projeção mental da superfície do corpo
A formação do ego deve-se ao:
• Sistema perceção consciência
• Corpo
• A superfície do corpo constitui um lugar de onde podem originar sensações (externas e
internas)
• A dor porque através dela chegamos à ideia do nosso corpo
O ego tem as seguintes funções:
• Controlar as abordagens de motilidade, instalando progressivamente a capacidade
de diferir no tempo o desejo da satisfação dos impulso emergentes
• Supervisionar todos os processos constituintes mesmo quando se vai dormir à
noite, pois ainda exerce censura sobre os sonhos
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O superego
Código de conduta; estrutura externa; resíduo das primitivas escolhas objetais do id.
A identificação:
o É a mais remota expressão de um laço emocional com outra pessoa
o Permite tomar a pessoas a quem se identifica como modelo
o Pode surgir como qualquer nova perceção de uma qualidade comum partilhada com
alguma outra pessoa que não é objeto de instinto sexual.
O superego não é somente um resíduo das primitivas escolhas objetais do id, também
representa uma formação reativa energética contra essas escolhas. O superego tem uma
dupla origem:
➢ Natureza biológica (prolongado desamparo e dependência na infância)
➢ Natureza histórica (herança do desenvolvimento cultural após a época glaciar)
As 3 teorias da pulsão
A pulsão é um processo dinâmico que se define através de 4 elementos principais: a fonte
(sexual ou agressivo), o objeto, uma carga energética (poussé-força) ou impulso e um fim.
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Latência (6 a 12 anos):
➢ Período de calma
➢ Criança concentra-se em outras coisas (escola, amigos, todos os seus interesses) a
criança investe na escola e na aprendizagem tentando imitar o comportamentos dos
adultos que admira.
➢ A criança começa a desinteressar-se pelos problemas sexuais e passa a interessar-se
pelo conhecimento. Surge então o conceito de sublimação que Freud afirmava que
era uma das nossas maiores defesas
➢ rapaz – rapaz; rapariga – rapariga; as crianças começam amizades com pessoas do
mesmo sexo e desvalorizam o sexo oposto, pondo-lhe defeitos
➢ Afigura-se vergonha e embaraço
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2º organizador – estádio precursor do objeto, fase objetal: por volta do 7º/8º mês o bebé
consegue distinguir-se do “outro”, consegue perceber que ele é uma pessoa e a mãe é outra.
O bebé chora pelo objeto do amor (o rosto materno) que só reconhece na sua ausência. Com
o facto do bebé ver o outro como um objeto distinto de si, deixa-o vulnerável, pois adquiriu
uma capacidade de distinção e tudo o que é estranho aos seus olhos, assusta-o deixando de
sorrir indistintamente a qualquer figura humana. Aqui Spitz junta-se a Freud. No mundo de
vivência do bebé, só há espaço para o que está presente, não há ideia de outro lugar, por
exemplo se o bebé está na sala e a mãe no jardim , o bebé não consegue perceber que a mãe
está no jardim.
3º organizador – estádio do objeto libidinal: do 15º ao 18º mês o bebé adquire a capacidade
de dizer “não” e sente-se autónomo e capaz de tudo. O “não” do outro impede a criança de se
aproximar de objetos que deseja. Se executar ações comandadas pelo seu interesse tem medo
de perder o amor da pessoa que diz que não.
Finalidade:
1º organizador – o primeiro dos organizadores da psique estrutura a perceção e estabelece os
rudimentos do ego; para que exista psiquismo é preciso que o vazio do bebé surja.
2º organizador – integras as relações de objeto com os impulsos e estabelece o ego como uma
estrutura psíquica organizada com uma variedade de sistemas, mecanismos e funções; para o
sujeito existir na sua individualidade é preciso que se distancie da dependência da mãe.
3º organizador – abre caminho para o desenvolvimento de relações objetais segundo o padrão
humano da comunicação semântica; para o sujeito se identificar com o seu nome próprio.
Psicologia Genética
• Tem como propósito estudar o desenvolvimento mental, isto é, as “funções mentais
pelo seu método de formação e, portanto, pelo seu desenvolvimento na criança”.
• Estuda a génese e o desenvolvimento das funções. E para além da inteligência, estuda
também a perceção, a afetividade, a memória, a representação, a emoção ou mesmo
a moral.
Psicologia da criança
• Propõe estudar o crescimento mental, ou seja, o desenvolvimento das condutas onde
se incluem os comportamentos e a consciência, como resultado final, considerando o
comportamento como algo completo em padrões ou esquemas apresentados e não
como um processo de construção gradual e progressivo.
• Tem a sua origem no estudo pré-natal, na embriologia dos reflexos e da motricidade
apresentada pelo feto, embora o seu estudo radique sobre o comportamento final
manifesto e não tenha em conta cada processo, a sua génese e a sua evolução.
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Piaget considera que existem duas circunstâncias para considerar o ato de sucção como uma
organização psíquica: a existência de uma significação e uma busca dirigida.
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